Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 3
2 FISIOLOGIA DA FECUNDAÇÃO ........................................................................... 4
2.1 O ciclo ovariano .................................................................................................. 4
2.2 A fecundação ...................................................................................................... 8
2.3 Os anexos embrionários ................................................................................... 10
3 FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO .............................................................................. 12
3.1 A gestação ........................................................................................................ 12
3.2 Alterações fisiológicas ...................................................................................... 13
3.3 Principais hormônios envolvidos no período gestacional e suas funções ........ 34
4 FISIOLOGIA DO PARTO ..................................................................................... 39
5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 43
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
3
2 FISIOLOGIA DA FECUNDAÇÃO
Fonte: bit.ly/3DA92ha
5
Abordaremos agora o chamado ciclo ovariano, cuja duração, em média, é de 28
dias. A principal característica é exatamente essa: ser um ciclo, diferentemente do sexo
masculino, no qual a produção dos gametas ocorre de forma contínua. Os gametas
femininos são desenvolvidos em ciclos mensais (média de 28 dias, variando entre 24 e
35 dias), e o ciclo ovariano influencia o ciclo menstrual, que ocorre no útero.
Acompanhe, na Figura 2, o esquema visual para o ciclo ovariano. É interessante
observar as diferentes morfologias dos folículos primário, secundário, terciário, ovócito
ovulado, corpo lúteo e o corpo lúteo em regressão.
6
A Figura 2 mostra os estágios progressivos do crescimento folicular nos ovários.
Logo após o nascimento em uma criança do sexo feminino, cada óvulo é circundado por
camada única de células da granulosa; o óvulo, com esse revestimento de células da
granulosa, é denominado folículo primordial, como mostrado na figura. Ao longo de toda
infância, as células da granulosa nutre cada óvulo e secretem um fator inibidor da
maturação do oócito que mantém o óvulo parado em seu estado primordial, no estágio
de prófase da divisão meiótica. Alcançando a puberdade, quando FSH e LH da hipófise
anterior começam a ser secretados, os ovários, em conjunto com alguns dos folículos em
seu interior, começam a crescer.
O aumento moderado do óvulo é o primeiro estágio de crescimento folicular é,
onde o diâmetro aumenta por duas a três vezes. Logo em seguida ocorre o crescimento
de outras camadas das células da granulosa, conhecidos como folículos primários.
Logo nos primeiros dias de cada ciclo sexual mensal feminino, as concentrações
de FSH e de LH, secretados pela hipófise anterior, aumentam, esse aumento do FSH é
ligeiramente maior do que o de LH e o precede em alguns dias. Esses hormônios,
especialmente o FSH, induzem o crescimento de seis a 12 folículos primários por mês.
Inicialmente ocorre uma rápida proliferação das células da granulosa, levando ao
aparecimento de muitas outras camadas dessas células (GUYTON; HALL, 2011).
Ainda segundo autor, as células fusiformes derivadas do interstício ovariano,
unem-se em diversas camadas por fora das células da granulosa, acarretando ao
aparecimento de uma segunda camada de células, conhecida como teca, que se dividem
em duas camadas. As células adquirem características epitelioides semelhantes na teca
interna, e desenvolvem a capacidade de secretar mais hormônios esteroides (estrogênio
e progesterona). Já na teca externa, é formada a cápsula de tecido conjuntivo muito
vascular, que passa a ser a cápsula do folículo em desenvolvimento.
Logo após a fase proliferativa inicial do crescimento que pode durar alguns dias, a
massa de células da granulosa secreta um líquido folicular que contém estrogênio em
alta concentração, um dos hormônios sexuais femininos mais importantes. O que
acarreta ao aparecimento do antro dentro da massa de células da granulosa, como
mostrado na Figura 2.
7
Inicialmente ocorre o crescimento do folículo primário até o estágio antral
estimulado, principalmente, pelo FSH. Em seguida, ocorre crescimento muito acelerado,
levando a folículos ainda maiores, denominados folículos vesiculares.
Os seguintes fatores acarretam o crescimento acelerado: (1) o estrogênio é
secretado no folículo e faz com que as células da granulosa formem quantidades cada
vez maiores de receptores de FSH, o que leva a efeito de feedback positivo, uma vez que
as células da granulosa ainda mais sensíveis ao FSH. (2) O FSH hipofisário e os
estrogênios juntos ligam-se a receptores de LH nas células originais da granulosa,
permitindo, assim, que ocorra a estimulação do mesmo além da estimulação do FSH, o
que leva a secreção folicular acelereda.
Resumidamente após a ovulação, as células secretoras dos folículos residuais se
desenvolvem em corpo lúteo que secreta grande quantidade dos principais hormônios
femininos, estrogênio e progesterona. Passado 2 semanas, o corpo lúteo degenera,
levando a diminuição dos hormônios ovarianos estrogênio e progesterona, surgindo a
menstruação. Um novo ciclo ovariano, então, se segue (GUYTON; HALL, 2011).
2.2 A fecundação
10
Concluindo, observe a Figura 4A, que mostra o desenvolvimento embrionário e os
anexos: placenta, cordão umbilical, saco vitelino, cório e âmnio. A Figura 4B demonstra
um recorte ampliado da placenta, onde ocorre a dinâmica da absorção de nutrientes,
gases, anticorpos do sangue materno e liberação das toxinas do embrião para serem
excretados pelo organismo materno.
A B
11
3 FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO
Fonte: bit.ly/3gKf7Pl
3.1 A gestação
12
bolachas e água por um dia e perca peso (dentro dos limites adequados), isso não
prejudicará o feto.
As adaptações maternas mais importantes à gravidez são mediadas
principalmente pela placenta, que é considerada a interface funcional entre mãe e feto e
secreta hormônios maternos e fatores de crescimento que têm efeitos fisiológicos.
O segundo e terceiro trimestres fazem parte da segunda fase da gestante, onde
as condições ambientais afetam diretamente o estado nutricional do feto. Peso suficiente,
ingestão alimentar, fator emocional e estilo de vida são fatores decisivos para o
crescimento e desenvolvimento normal do feto. Esta fase dura aproximadamente 28
semanas, período relativamente curto em termos de morbimortalidade materna e fetal.
Portanto, a disciplina da gestante, relacionada ao seu estilo de vida e à qualidade do pré-
natal, é responsável pelas consequências imediatas e futuras tanto para a mãe quanto
para o filho (FERREIRA et al., 2016).
O Quadro 1, a seguir, apresenta essa diferenciação celular nos períodos
gestacionais e o aumento de peso do feto nas últimas 10 semanas.
14
O Quadro 2, a seguir, apresenta o ganho de peso de acordo com o estado
nutricional pré-gestacional.
Feto 3,5
Reserva de gordura 3,3
Volume de liquido 1,8
materno
Liquido amniótico 0,8
Volume sanguíneo 1,3
Útero e músculos 1
Mamas 0,8
15
Placenta 0,70
Ganho de peso total 13,2
Fonte: Adaptado de Ferreira et al. (2016).
16
De acordo com Ferreira et al. (2016), as necessidades de ácido fólico também
aumentam durante a gravidez para prevenir a anemia megaloblástica materna (glóbulos
vermelhos grandes e disfuncionais), que tem sido associada a um risco aumentado de
defeitos do tubo neural. Como o ácido fólico ajuda a sintetizar o DNA necessário para o
rápido crescimento celular, as mulheres devem, idealmente, começar a tomá-lo pelo
menos três meses antes de engravidar. Recomenda-se que todas as mulheres em idade
reprodutiva que podem engravidar consumam 400 µg/dia (0,4 mg/dia) de ácido fólico.
Esta ingestão extra ajuda a mulher a produzir mais glóbulos vermelhos e apoia o
crescimento da placenta e do feto. Também pode ajudar a reduzir outros defeitos
congênitos, como fenda palatina, lábio leporino e alguns defeitos cardíacos.
17
A gestação afeta o sistema respiratório mais notadamente nos estágios finais. Em
consequência das crescentes demandas de oxigênio dos tecidos fetais e maternos, a
quantidade de oxigênio que a mulher usa aumenta em quase 20% no final da gestação.
Uma quantidade correspondente de dióxido de carbono também se forma. Os efeitos
dessas mudanças, que se acredita serem causadas pela progesterona, são o aumento
do esforço respiratório, a dispneia ocasional e a diminuição de PaCO2 ligeiramente
abaixo do normal.
O útero empurra o diafragma para cima devido crescimento. A compensação
resulta de troca gasosa pulmonar mais eficiente. As ações da progesterona e estrógeno
aumentam a sensbilidade e vascularização, dos centros respiratórios, levando a
hipervetilação para suprir o aumento de 20% da necessidade de oxigênio (FERREIRA et
al., 2016).
18
Função gastrintestinal
19
Com o relaxamento do esfincter esofagiano inferior e a pressão no estômago
devido o crescimento uterino causam regurgitação e refluxo gátrico. Durante o segundo
e o terceiro trimestre ocorre um aumento da vesícula biliar, reduzindo sua capacidade de
esvaziar. A vesícula tende a tornar-se lenta, possivelmente devido aos efeitos da
progesterona sobre a musculatura lisa. A estase subsequente da bile e o aumento dos
níveis de colesterol na gestação podem predispor as mulheres a colelitíase (FERREIRA
et al., 2016).
Função Renal
Mudanças
cardiovasculares Mudanças respiratórias Modificações renais
Volume vascular: Volume respiratório Fluxo plasmático renal
hipervolemia efetivo
Condutância periférica Volume corrente Taxa de filtração
total glomerular
21
Volume sistólico Pressão de gás Fração de filtração
carbônico
Débito cardíaco Capacidade residual Retenção primária
funcional eletrólitos - sódio
Pressão arterial sistólica Volume de reserva Limiar osmótico
inspiratória
Pressão arterial Alcalose respiratória Sensação de sede
diastólica
Fluxo sanguíneo tissular, Secreção de arginina e
em geral vasopressina
Retenção acumulada de
sódio
Secreção de fatores
natriuréticos – ANP
(peptídeo natriurético
atrial).
Fonte: Adaptada Ferreira et al. (2016).
Útero
O útero durante a gravidez sofre um crescimento constante e previsível. O peso
aumentou de 50 g para 1100 g. Seu volume varia de 10 a 5.000 ml e a parede do útero
aumenta de 1 a 2 cm, tornando-se mais fina, elástica e com cerca de 1,5 cm de espessura
no final da gestação (CUNNINGHAM et al., 2020).
Por volta da sexta semana de gravidez, a parte inferior do útero logo acima da
cérvice fica bastante mole. Um médico pode confirmar esse achado realizando um exame
bimanual. Para este teste, uma pessoa insere um dedo na vagina e sente o abdômen
com a outra mão. O examinador mal consegue sentir a parte inferior do útero ou é muito
fino. O útero se inclina ligeiramente sobre o colo do útero. Esse amolecimento é chamado
de sinal de Hegar. (Figura 6).
22
Figura 6 – Sinal de Hegar
23
Com cerca de 38 semanas na primigesta, a altura uterina diminui ao nível da altura de 36
semanas. Esse fenômeno, denominado de insinuação, ocorre quando a cabeça fetal
encaixa na pelve em preparação para o parto.
Cérvice
Figura 7 - O enfermeiro avalia a altura da sínfise até o fundo uterino com uma fita métrica.
24
útero amolece até poder ser comparado à consistência da manteiga. A descoberta é
característica da 'maturidade para o nascimento (CUNNINGHAM et al., 2020).
Ovários
Vagina
25
Mamas
Durante o início da gravidez, as mulheres podem urinar com mais frequência até
que o útero se mova para fora da pelve e alivie a pressão na bexiga. Essa frequência
retorna ao final da gravidez quando ocorre a insuinação e a cabeça do feto pressiona a
bexiga (ORSHAN, 2010).
No final da gravidez, a água corporal total aumenta cerca de 6,5 litros. Durante a
gravidez, os rins da mulher devem filtrar os excrementos fetais e maternos. Os rins
também devem ser capazes de lidar com o aumento do fluxo sanguíneo renal. O tamanho
do rim aumenta em quase 1,5 cm. A taxa de filtração glomerular e o fluxo plasmático
renal começam a aumentar no início da gravidez para atender às crescentes demandas
do sistema circulatório.
No início do segundo trimestre, a taxa de filtração glomerular aumenta em
aproximadamente 50% e permanece nesse nível durante toda a gestação. Em segundo
lugar, o fluxo plasmático renal aumenta simultaneamente em 30-60%, mas diminui do
final da gravidez ao termo e é aproximadamente 50% maior do que em mulheres não
grávidas. Esses aumentos resultam em níveis diminuídos de nitrogênio ureico no sangue
(BUN) e creatinina. Aminoácidos e vitaminas hidrossolúveis são perdidos na urina em
grandes quantidades (ORSHAN, 2010).
A frequência urinária na gestação está relacionada com a mudança de posição do
útero à medida que o feto cresce. (Figura 9).
27
Figura 9 - Mudança de posição do útero à medida que o feto cresce
(A) No início da gestação, a pressão do útero contra a bexiga provoca o aumento da frequência urinária.
(B) No segundo trimestre, a posição uterina muda, aliviando a pressão na bexiga. (C) No final da
gestação, o útero mais uma vez é pressionado sobre a bexiga, aumentando a frequência.
Fonte: Orshan (2010).
28
na gravidez, o útero em crescimento exerce pressão sobre a bexiga, causando retenção
urinária e pielonefrite. Essas infecções são importantes porque aumentam o risco de
parto prematuro.
Sistema musculoesquelético
29
Figura 10- Mudanças progressivas na postura materna durante a gestação.
Fonte: bit.ly/3Dqwlc8
Mães adolescentes que ainda não terminaram de crescer podem estar em maior
risco de complicações relacionadas, como desproporção cefalopélvica (DPC), o que
aumenta a probabilidade de cesariana. Baixo peso ao nascer, parto prematuro e
gravidez. Há um risco aumentado de bebês nascer com hipertensão (HIG), embora
alguns estudos sugiram que o risco HIG esteja relacionado ao parto e não à idade. Tais
riscos são maiores em adolescentes jovens, especialmente aquelas que concebem nos
primeiros dois anos da menarca. Riscos como má nutrição, problemas de saúde e
problemas relacionados à pobreza também podem afetar negativamente a gravidez
(PACHECO et al., 2018).
As mulheres acima de 35 anos apresentam maiores incidências de condições
preexistentes, como diabete e hipertensão. A hipertensão preexistente aumenta o risco
de desenvolvimento de descolamento prematuro da placenta e de hipertensão induzida
30
pela gestação, que podem resultar em recém-nascidos de baixo peso. O risco para parto
cesáreo é maior para essas mulheres. Têm sido levantadas dúvidas sobre as taxas mais
elevadas de parto prematuro e cesáreo estarem relacionadas com a maior incidência de
complicações maternas ou simplesmente com o aumento da idade.
Existem poucos estudos identificando as diferenças entre os grupos minoritários
ou as alterações entre as mulheres em idade reprodutiva nesses grupos. As mulheres
mexicano-americanas geralmente dão à luz bebês com maior peso do que as afro-
americanas e as brancas com fatores de risco similares. Os bebês de baixo peso ao
nascer que são filhos de mulheres mexicano-americanas têm, no entanto, um índice de
mortalidade mais alto do que qualquer dos dois outros grupos. Um estudo constatou que
as afro-americanas tinham três vezes mais probabilidade e as asiático-americanas duas
vezes mais chance de dar à luz um bebê com baixo peso ao nascer do que as brancas,
independentemente de idade, paridade, educação ou nível de pobreza (PACHECO et al.,
2018).
Várias doenças ou alterações que podem afetar a gestação parecem ser
prevalentes em mulheres em idade reprodutiva de diferentes antecedentes étnicos ou
raciais. A incidência de diabete é maior entre as nativas americanas e as afro-
americanas. A tuberculose é mais prevalente nas primeiras e nas asiáticas. A hipertensão
preexistente é mais frequente em afro-americanas, assim como a anemia falciforme. A
doença de Tay-Sachs é mais comum na população judaica Ashkenazi. Já a talassemia é
mais comum nas mulheres do Mediterrâneo, do Oriente Médio e do sudeste da Ásia.
As afro-americanas têm maior risco de morrer por causas relacionadas com a
gestação, como hemorragia, hipertensão induzida pela gestação e embolia pulmonar, do
que as mulheres brancas. Algumas razões sugeridas para essa diferença incluem acesso
diferenciado ao cuidado, bem como qualidade e conteúdo do atendimento. As afro-
americanas e as de outras minorias étnicas apresentam maior índice de mortalidade
neonatal do que as brancas (PACHECO et al., 2018).
31
Alterações nutricionais
32
gravidez e as necessidades fetais são supridas pelo aumento da absorção intestinal, que
dobra a partir da 12ªsemana de gestação.
O pico da demanda de cálcio ocorre apenas no 3º trimestre, e o aumento precoce
na absorção desse nutriente pode permitir que o esqueleto materno armazene cálcio com
antecedência. Além disso, os níveis séricos de vitamina D aumentam na gestação, e esse
aumento é diretamente responsável pelo aumento da absorção intestinal de cálcio.
Alterações metabólicas
Fonte: bit.ly/3WgrbYO
35
16-20 semanas de gravidez, e continua nesse nível pelo resto da gravidez. Função da
gonadotrofina coriônica humana. A gonadotrofina coriônica humana é uma glicoproteína
com um peso molecular de aproximadamente 39.000 e tem basicamente a mesma
estrutura molecular e função do hormônio luteinizante secretado pela hipófise.
Sua principal função é prevenir a involução do corpo lúteo no final do ciclo sexual
mensal da mulher. Em vez disso, o lúteo secreta quantidades ainda maiores de seus
hormônios sexuais – progesterona e estrogênio – nos meses seguintes. Esses hormônios
sexuais impedem a menstruação e fazem com que o endométrio continue a crescer e
armazenar grandes quantidades de nutrientes em vez de serem distribuídos ao produto
menstrual. Como resultado, as células semelhantes a deciduais que se desenvolvem no
endométrio durante o ciclo sexual normal de uma mulher tornam-se verdadeiras células
deciduais – bem inchadas e nutritivas – ao mesmo tempo que o blastocisto se desenvolve
(GUYTON; HALL, 2017).
Sob a influência da gonadotropina coriônica, o corpo lúteo no ovário materno
cresce para cerca de duas vezes original cerca de um mês após o início da gravidez. E
sua secreção constante de estrogênios e progesterona sustenta a natureza decidual do
endométrio uterino, que é essencial para o desenvolvimento fetal precoce. Se o corpo
lúteo for removido antes de aproximadamente sete semanas de gestação, quase sempre
ocorrerá aborto espontâneo, às vezes até a 12 a semana.
Após esse período, a placenta secreta quantidades suficientes de progesterona e
estrogênios para a manutenção do período gestacional. O corpo lúteo involui lentamente
depois da 13 a a 17 a semana de gestação.
A gonadotrofina coriônica humana também tem um efeito estimulador nas células
intersticiais testiculares em fetos do sexo masculino, resultando na produção de
testosterona em fetos do sexo masculino até o nascimento. Essa pequena liberação de
testosterona durante a gravidez faz com que a genitália masculina cresça no feto em vez
da genitália feminina. No final da gravidez, a testosterona secretada pelos testículos do
feto também faz com que os testículos desçam para o escroto (GUYTON; HALL, 2017).
36
Progesterona
Estrogênio
Segundo Guyton e Hall (2017), a placenta, como o lúteo, secreta tanto estrogênio
quanto progesterona. Estudos histoquímicos e fisiológicos indicam que esses dois
hormônios, como a maioria dos hormônios placentários, são secretados pelas células
trofoblásticas sinciciais da placenta. Perto do final da gravidez, a produção diária de
estrogênios da placenta aumenta em aproximadamente 30 vezes a produção normal da
mãe. No entanto, a secreção de estrogênios pela placenta difere da secreção ovariana.
Mais importante ainda, os estrogênios secretados pela placenta não são sintetizados de
novo a partir de substratos placentários básicos. Em vez disso, eles consistem quase
inteiramente de compostos esteróides androgênicos, dehidroepiandrosterona e 16-
37
hidroxidehidroepiandrosterona, que são produzidos nas glândulas adrenais maternas e
fetais.
O sangue transporta esses andrógenos fracos para a placenta e as células
trofoblásticas os transformam em estradiol, estrona e estriol. (As glândulas adrenais fetais
são muito grandes e cerca de 80% compõem a chamada zona fetal, cuja principal função
parece ser a secreção de desidroepiandrosterona durante a gravidez.) (GUYTON; HALL,
2017).
Durante a gravidez, níveis extremos de estrogênio (1) fazem com que o útero
aumente; (2) aumento das mamas da mãe e aumento da estrutura dos ductos lácteos; e
(3) aumento da genitália externa materna. Os estrogênios também relaxam os ligamentos
da pelve da mãe, tornando as articulações sacroilíacas relativamente flexíveis; e músculo
púbico, elástico. Essas mudanças facilitam a passagem do feto pelo canal do parto.
Existem fortes razões para acreditar que os estrogênios também influenciam muitos
desenvolvimentos fetais gerais durante a gravidez, como a intensidade da proliferação
celular no embrião inicial (GUYTON; HALL, 2017).
4 FISIOLOGIA DO PARTO
40
Em segundo lugar, dois tipos conhecidos de feedback positivo aumentam as
contrações uterinas durante o trabalho de parto. (1). Quando todo o útero se contrai
devido à dilatação cervical e a cabeça do bebê é empurrada para baixo, essas contrações
dilatam ainda mais o colo do útero. (2) A dilatação do colo do útero também faz com que
a hipófise secrete oxitocina. Este é outro meio de aumentar as contrações uterinas .
Resumindo, podemos assumir que múltiplos fatores aumentam a contratilidade do útero
ao final da gravidez.
Em última análise, as contrações tornam-se mais fortes o suficiente para
estimular o útero, especialmente o colo do útero, e o feedback positivo aumenta ainda
mais a contratilidade do útero, tornando a segunda contração mais forte que a primeira,
mais forte que a segunda e assim por diante. Quando essas contrações se tornam fortes
o suficiente para provocar esse tipo de feedback, cada contração subsequente se torna
mais forte que a anterior e o processo termina - uma vez que o fortalecimento do processo
de feedback atinge um certo feedback crítico inicia-se um ciclo vicioso.
Você pode perguntar sobre os muitos casos de aborto espontâneo em que as
dores do parto se tornam progressivamente mais fortes, depois mais fáceis e depois
desaparecem. Se em algum momento após o início das dores de parto não estimular
suficientemente o útero, o feedback positivo pode ser revertido e as dores de parto
desaparecem (GUYLTON; HALL, 2011).
Fortes contrações uterinas durante o trabalho de parto enviam sinais de dor tanto
do útero quanto do canal do parto. Esses sinais não apenas causam dor, mas também
desencadeiam reflexos neurogênicos na medula espinhal para os músculos abdominais,
causando contrações violentas desses músculos. As contrações do abdômen contribuem
significativamente para a força de expulsão do bebê (GUYLTON; HALL, 2011).
Portanto, quando o útero se contrai, o bebê é empurrado para baixo em direção
ao colo do útero. No início do trabalho de parto, as dores do parto ocorrem a cada 30
minutos. À medida que o trabalho de parto progride, ele começa a cada 1 a 3 minutos e
aumenta rapidamente em intensidade, com períodos muito curtos de relaxamento entre
41
eles. As contrações combinadas do útero e dos músculos abdominais durante o
nascimento do bebê exercem uma força descendente de 12 kg em cada contração.
Felizmente, essas contrações são intermitentes. O trabalho de parto severo pode
bloquear ou até mesmo interromper o fluxo sanguíneo através da placenta. Se continuar,
o feto pode morrer. De fato, o uso excessivo de múltiplos estimulantes uterinos, como a
ocitocina, em vez de contrações rítmicas, pode causar espasmos uterinos e levar à morte
fetal. Em mais de 95% dos nascimentos, a cabeça é expelida primeiro.
Quando o bebê entra no canal de parto primeiro com as nádegas ou os pés, isso
é chamado de apresentação pélvica. A cabeça age como uma cunha, abrindo a estrutura
do canal de parto quando o feto é empurrado para baixo.
O primeiro grande obstáculo para a expulsão do feto é o próprio colo do útero. A
chamada primeira fase é o período de dilatação cervical progressiva até que a abertura
do colo do útero seja tão grande quanto a cabeça do feto. Este estágio geralmente dura
de 8 a 24 horas para as primeiras gestações e apenas alguns minutos para gestações
múltiplas. Quando o colo do útero está totalmente dilatado, as membranas fetais
geralmente se rompem e o líquido amniótico vaza repentinamente da vagina.
A cabeça fetal então se move rapidamente para o canal do parto, exerce uma
força para baixo e é eventualmente expelida pelo canal do parto. Esta é a segunda fase
do trabalho de parto e dura menos de um minuto em gestações múltiplas e mais de 30
minutos nas primeiras gestações (GUYLTON; HALL, 2011).
42
5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CUNNINGHAM, F. G. et al. Obstetrícia de Williams. 25. ed. Porto Alegre: AMGH, 2020.
(E-pub).
GUYTON, A.C. & Hall J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª ed; Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011.
GUYTON, A.C. & Hall J.E. Tratado de Fisiologia Médica. Editora Elsevier. 13ª ed.,
2017.
WIDMAIER, ERIC P. V. et al. Fisiologia humana. 14. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
43