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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 51
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 DESENVOLVIMENTO REPRODUTIVO E FUNÇÃO DO APARELHO
REPRODUTOR FEMININO
Fonte: pixabay.com
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estruturas são moduladas por ciclos hormonais que apresentam uma regulação
bastante estreita, realizada pelo eixo hipotálamo–hipófise–ovários.
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2ª etapa: as ovogônias passam a ser revestidas por uma camada de células
do estroma ovariano (células da granulosa), formando o folículo primordial. As células
da granulosa fornecem a nutrição para o óvulo e secretam o fator inibidor da
maturação do oócito, mantendo o oócito primário estacionado no estágio de prófase
da meiose I na subfase de diplóteno (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
3ª etapa: no nascimento, os oócitos primários estão revestidos pelos folículos
primários. No nascimento, cerca de 1 a 2 milhões de oócitos primários permanecem
nos ovários (HALL, 2017; TORTORA; DERRICKSON, 2016 apud TONIAZZO, 2019).
4ª etapa: inicia-se na puberdade (9–15 anos de idade). Dos oócitos primários,
apenas aproximadamente 40.000 permanecem na puberdade e apenas 400
continuam a amadurecer para formar gametas. Nessa fase, o oócito primário diploide
(contendo 46 cromossomos) faz sua primeira divisão de meiose, formando duas
células haploides (contendo 23 cromossomos cada): um óvulo grande (oócito
secundário) e o primeiro corpo polar. O corpo polar é encaminhado para a degradação
e o oócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas, na anáfase II, após a
separação das cromátides-irmãs, ocorre uma pausa. Esses processos acontecem no
folículo maduro (folículo de Graaf), assim ele se rompe e libera o ovócito secundário,
processo chamado de ovulação. Se o oócito secundário for fecundado, ocorre o
restante da meiose II e as cromátides-irmãs migram para células separadas. Metade
das cromátides-irmãs fica em um segundo corpo polar, que é degradado, e a outra
metade fica no oócito fecundado (óvulo). Os núcleos dos espermatozoides se unem
com os do óvulo, formando o zigoto diploide (HALL, 2017; TORTORA; DERRICKSON,
2016 apud TONIAZZO, 2019).
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ovogônias se desenvolvem e, no nascimento, formam milhões de oócitos primários
envoltos pelo folículo primário. Os oócitos primários permanecem na fase da prófase
I da meiose até a puberdade; nesse período eles novamente começam a se dividir
(HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019). Durante a puberdade, no início de cada ciclo
menstrual, aumentam as concentrações de hormônio folículo-estimulante (FSH) e de
hormônio luteinizante (LH) secretados pela hipófise. O FSH induz a maturação de 10
a 12 folículos primários por mês; o acúmulo de mais camadas de células nos folículos
forma a teca (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019). Na porção interna da teca, as
células secretam os hormônios esteroides estrogênio e progesterona; na porção
externa da teca, forma-se uma cápsula altamente vascularizada (HALL, 2017 apud
TONIAZZO, 2019). Essa camada mais interna está ancorada na zona pelúcida,
composta por material eosinófilo glicoproteico, que envolve o óvulo (TORTORA;
DERRICKSON, 2016 apud TONIAZZO, 2019).
A secreção de líquido folicular rico em estrogênio pelas células granulosas
acumula e forma o antro (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019). Após uma semana de
maturação, um folículo cresce mais do que os outros, enquanto os outros folículos e
sofrem atresia (ou seja, involuem). A atresia é importante porque permite que apenas
um folículo se desenvolva e, portanto, apenas uma criança se desenvolva em cada
gravidez. O folículo maior (maduro) se direciona à ovulação (HALL, 2017 apud
TONIAZZO, 2019).
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acontece a ovulação. O FSH influencia na maturação dos folículos, mas o LH é
necessário para o crescimento final dos folículos.
Pouco antes da ovulação, o LH produzido pela hipófise anterior estimula as
células da teca a produzirem progesterona; simultaneamente, os níveis de estrogênio
começam a baixar. A produção de progesterona desencadeia a liberação de enzimas
proteolíticas pelas células da teca externa, causando a dissolução das membranas no
folículo, ao mesmo tempo, são secretadas prostaglandinas, que causam
vasodilatação dos folículos. Posteriormente, o folículo se rompe e libera o óvulo
(HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
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ocorrer a fecundação, o ovo fertilizado libera a gonadotrofina coriônica; esse hormônio
evita que o corpo lúteo seja degradado, fazendo ele produzir ainda mais progesterona
e estrogênio, que impedem a menstruação. Então, as células do endométrio uterino
se transformam em células deciduais inchadas e nutritivas para receber o feto (HALL,
2017 apud TONIAZZO, 2019).
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2017; RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019). A reação acrossômica
corresponde à fusão do espermatozoide com a zona pelúcida do folículo (RAFF;
LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019).
A fusão do espermatozoide com o oócito secundário inicia a segunda divisão
meiótica, formando o óvulo maduro, que tem um pronúcleo feminino com 23
cromossomos e um segundo corpo polar, que será degradado. Após fertilizar o óvulo,
o espermatozoide forma o pronúcleo masculino com 23 cromossomos no óvulo, que
se junta ao pronúcleo feminino para formar o zigoto com 46 cromossomos (HALL,
2017 apud TONIAZZO, 2019).
Ocorrida a fertilização, demora de três a cinco dias para o ovo fertilizado ser
transportado pelas tubas e chegar ao útero. Durante esse transporte pelas tubas, o
ovo fertilizado sofre diversas divisões mitóticas, produzindo a mórula e o blastocisto,
que contém 100 células, para então entrar e começar a se implantar (HALL, 2017;
RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019). O blastocisto é recoberto por células
trofoblásticas, que secretam enzimas proteolíticas. Essas enzimas digerem o
endométrio uterino, liberando nutrientes para o feto e permitindo a implantação. As
células do endométrio, blastocísticas e trofoblásticas, proliferam-se, formando a
placenta. Se não acontece a fertilização, os espermatozoides e o oócito se degeneram
(HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
Útero: Faz parte do trajeto dos espermatozoides para chegar à ampola da tuba
uterina, da fixação do óvulo fertilizado, do desenvolvimento do feto durante a gestação
e também do trabalho de parto. Além disso, quando não ocorre a fecundação, o útero
é a fonte do fluxo menstrual (TORTORA; DERRICKSON, 2016 apud TONIAZZO,
2019).
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Anatomicamente, o útero possui uma estrutura acima das tubas uterinas
chamada de fundo do útero; possui ainda uma região central afunilada chamada de
corpo do útero, e a porção mais estreita que se direciona para a vagina é o colo do
útero. A parte interna do corpo do útero é a cavidade uterina (TORTORA;
DERRICKSON, 2016 apud TONIAZZO, 2019). O útero é formado por três tipos de
tecido (TORTORA; DERRICKSON, 2016 apud TONIAZZO, 2019):
Perimétrio ou túnica serosa: camada de tecido mais externa, constituída
de epitélio escamoso e tecido conectivo areolar. (TONIAZZO, 2019)
Miométrio: camada de tecido intermediária, composta por músculo liso.
Forma a parede uterina, que é bastante importante para expelir o feto
durante o parto. (TONIAZZO, 2019)
Endométrio ou túnica mucosa: camada uterina mais interna, responsável
por nutrir o feto durante o desenvolvimento ou, se a fertilização não
ocorrer, fazer o fluxo menstrual. (TONIAZZO, 2019)
O endométrio possui três fases que acompanham o ciclo ovariano durante o
ciclo menstrual, como descrito a seguir
Fase proliferativa: consiste na fase pré-ovulatória, em que as células do
endométrio, em resposta a estrogênios, proliferam-se e se preparam
para receber o feto. É a primeira fase da maturação do endométrio.
(TONIAZZO, 2019)
Fase secretória: corresponde à fase ovariana do corpo lúteo. Nessa
fase, a progesterona liberada pelo corpo lúteo estimula a diferenciação
das células do endométrio em células secretoras (menos responsivas ao
estrogênio), que passam a ser mais receptivas ao feto. (TONIAZZO,
2019)
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Fase menstrual: na qual ocorre a descamação do endométrio, próximo
ao último dia do ciclo; ocorre a lise do endotélio vascular, levando ao
sangramento (RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019). Durante
a fase secretória, o corpo lúteo libera progesterona, que faz as células
do endométrio incharem e acumularem nutrientes, passando a ser
chamadas de células decíduas. No início da implantação, essa é a única
forma de obter nutrientes pelo feto (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
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leite durante a lactação, após o parto. A síntese do leite é estimulada, principalmente,
pela prolactina e, em menor proporção, pela progesterona e pelo estrogênio. A ejeção
do leite depende do estímulo da ocitocina (TORTORA; DERRICKSON, 2016 apud
TONIAZZO, 2019).
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principalmente pelos ovários e, em pequena quantidade, pelo córtex das suprarrenais.
Já na gravidez, grande quantidade de estrogênio é produzido pela placenta. No
plasma feminino são encontrados três estrogênios: β-estradiol, estrona e estriol. A
estrona e o β-estradiol se convertem em estriol no fígado (HALL, 2017 apud
TONIAZZO, 2019).
Todos os hormônios secretados pelos ovários são sintetizados a partir do
colesterol. Primeiramente, é sintetizada a progesterona e os androgênios
(testosterona e androstenediona). Na fase folicular do ciclo ovariano, os androgênios
e parte da progesterona são convertidos em estrogênios pelas enzimas aromatases
nas células da granulosa do folículo. Mesmo os androgênios produzidos pelas células
da teca migram para ser convertidos em estrogênio nas células da granulosa (HALL,
2017 apud TONIAZZO, 2019).
A secreção de estrogênio pelos folículos nos ovários acontece quando as
células da teca (que produz androstenediona e testosterona) agem com as células da
granulosa, que convertem estrogênios em estradiol e estrona. O LH estimula a
esteroidogênese ao formar androstenediona pelas células da teca. Na teca os
androgênios são sintetizados a partir do colesterol, que é clivado pela enzima
P450scc. Os androgênios migram para as células da granulosa, onde a enzima 17β-
hidroxiesteroide desidrogenase os transforma em testosterona no folículo primário.
Nos folículos maduros, o FSH estimula as aromatase, que transformam a testosterona
em 17β-estradiol (RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019).
Ao serem liberados, o estrogênio e a progesterona são transportados ligados a
proteínas no sangue, principalmente à albumina e às globulinas de ligação específica
a estrogênio e progesterona. Ambos, estrogênio e progesterona, são metabolizados
pelo fígado, onde o estrogênio é conjugado a glicuronídeos e sulfatos excretados pela
bile ou pela urina ou então o estradiol e estrona (bastante potentes) são convertidos
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em estriol (pouco potente). A progesterona é metabolizada em pregnanediol e
excretada pela urina (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
Os níveis de estrogênios são aumentados principalmente durante a fase pré-
ovulatória e baixos na fase pré-menstrual; o estradiol aumenta durante a gravidez e
diminui bastante durante a menopausa (RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO,
2019). A ação dos estrogênios nos órgãos-alvo ocorre por sua ligação a receptores,
que podem ser receptores α ou β. Os receptores α predominam no endométrio, nas
células mamárias cancerosas e no estroma do ovário (RAFF; LEVITZKY, 2012 apud
TONIAZZO, 2019). Dessa forma, os estrogênios causam proliferação celular e
crescimento de tecidos dos órgãos sexuais e tecidos reprodutivos.
Durante a puberdade, os estrogênios são secretados em grandes quantidades,
transformando os órgãos sexuais infantis em adultos e provocando transformações
necessárias para a reprodução (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019). Os estrogênios
liberados pelos ovários influenciam nas tubas uterinas, aumentando as células
epiteliais ciliadas que revestem as tubas, auxiliando no transporte do óvulo fertilizado
para o útero. No útero, os estrogênios estimulam a proliferação do endométrio ao
aumentar a divisão celular e a formação da vascularização, tornando o endométrio
mais sensível à ação da ocitocina (ou seja, aumenta os receptores de ocitocina) para
que o útero contraia no parto. No ovário o estrogênio faz ação autócrina ao induzir a
diferenciação folicular pelo FSH (RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019).
Adicionalmente, os estrogênios iniciam o desenvolvimento do tecido estromal
das mamas, dos ductos e da deposição de gordura nelas, sendo que o
desenvolvimento dos alvéolos e lóbulos depende da progesterona e da prolactina. Os
estrogênios também são importantes para estimular o crescimento ósseo. Por isso,
após a menopausa, quando concentrações menores de estrogênio são secretadas,
acontece maior atividade osteoclástica nos ossos, diminuição da matriz óssea e
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menor depósito de cálcio e fosfato nos ossos, fatores que levam à osteoporose.
Estrogênios aumentam levemente a deposição de proteínas corporais, aumentam o
metabolismo corporal e a deposição de gordura, por isso, mulheres têm maior massa
gorda do que os homens (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
A secreção da progesterona pelas células da teca e da granulosa predomina
durante a fase lútea e é controlada pelo LH. Os alvos da progesterona são o aparelho
reprodutor e o eixo hipotálamo–hipófise–ovários. A ação da progesterona acontece
por meio de receptores específicos, ligados a elementos responsivos no DNA. A
expressão desses receptores aumenta pela ação dos estrogênios e diminui pela ação
da progesterona. Em outras palavras, na primeira metade do ciclo menstrual a
expressão desses receptores está aumentada e, na segunda metade, está diminuída
(RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019).
A progesterona prepara o sistema reprodutor para o início e a manutenção da
gestação. No início da gestação, esse hormônio induz a proliferação e a diferenciação
das células uterinas e prepara essas células para os fatores de crescimento do
embrião. A progesterona facilita a implantação do óvulo fertilizado ao aumentar a lise
das células da zona pelúcida. Além disso, ela diminui a contração uterina ao bloquear
a expressão de receptores α-adrenérgicos induzidos pelo estradiol e ao aumentar os
níveis de relaxina. No final da gestação, a diminuição dos níveis de progesterona
causa aumento da síntese da prostaglandina F2α, aumentando a contração uterina
(RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019).
A progesterona estimula o desenvolvimento dos lóbulos alveolares nas mamas,
para a secreção de leite. Da metade para o final da gestação, a progesterona
antagoniza a prolactina, impedindo a síntese de leite; no entanto, no final da gestação,
a queda nos níveis de prolactina induz a secreção de prolactina e a produção de leite.
Esse hormônio também diminui a expressão de receptores de estrogênios (diminui a
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concentração de estrogênio ativo) no útero (RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO,
2019).
Outro hormônio produzido pelos folículos maduros dos ovários, a inibina é
estimulada por FSH, LH, fatores de crescimento e hormônios. Os folículos na fase pré-
antral secretam inibina B e, na fase antral, secretam inibina A. A inibina B é um
marcador da resposta das células da granulosa ao FSH e a inibina A é um marcador
da resposta do corpo lúteo ao LH; ambas contribuem para a regulação da liberação
de FSH e LH pela hipófise (RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019).
As tubas uterinas são os locais de passagem dos espermatozoides, são onde
acontece a fecundação e onde é transportado o zigoto para o útero. Após a liberação
do oócito secundário pelos ovários, as fímbrias das tubas uterinas envolvem o folículo
maduro e o transporta através dos movimentos ciliares e por movimentos peristálticos
da musculatura lisa das tubas (TORTORA; DERRICKSON, 2016 apud TONIAZZO,
2019). A fecundação ocorre, geralmente, até 24h após a ovulação na porção da
ampola das tubas uterinas. Por um processo de quimiotaxia, o oócito secundário
estimula a fertilização pelo espermatozoide; ao penetrar no oócito, o espermatozoide
deve se aderir à zona pelúcida (que circunda o oócito), iniciando a reação acrossomal,
na qual as enzimas do acrossomo do espermatozoide são liberadas. A fusão do
espermatozoide com óvulo forma o zigoto, que passa a ser movimentado em direção
ao útero (RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019).
No trajeto do zigoto das tubas para o útero ocorrem vários estágios de divisão
celular, e o zigoto chega ao útero na fase de blastocisto. Durante esse trajeto as tubas
produzem secreções importantes para nutrir o blastocisto (HALL, 2017 apud
TONIAZZO, 2019).
Fisiologicamente, o útero abriga o desenvolvimento do feto. Ao chegar no útero,
o blastocisto demora de um a três dias para começar a se fixar, período em que sua
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nutrição é mantida pelo endométrio uterino por meio de secreções chamadas “leite
uterino”. A implantação do blastocisto no útero acontece por intermédio de células
trofoblásticas, que revestem o blastocisto. Essas células produzem enzimas
proteolíticas que liquefazem as células do endométrio (HALL, 2017 apud TONIAZZO,
2019).
Ocorrida a implantação, as células do trofoblasto, do blastocisto e do
endométrio proliferam, formando a placenta (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019). O
trofoblasto possui dois tipos de células as do citotrofoblasto, mais internas, e as do
sinciciotrofoblasto, mais externas, que compõem a estrutura da placenta (RAFF;
LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019). A principal função da placenta é difundir
nutrientes e oxigênio da mãe para o feto e a excreção do feto para a mãe (HALL, 2017
apud TONIAZZO, 2019).
A placenta secreta grandes quantidades de gonadotrofina coriônica,
estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica. Quando não acontece a
fertilização, cerca de 14 dias após a ovulação, a mulher inicia um novo ciclo menstrual,
com a descamação do endométrio. Por outro lado, quando acontece a fecundação, a
descamação do endométrio é evitada pela secreção de gonadotrofina coriônica pelas
células trofoblásticas. A gonadotrofina coriônica impede a involução do corpo lúteo,
fazendo com que ele produza ainda mais progesterona e estrogênios, que impedem
a menstruação e fazem com que o endométrio continue a se desenvolver. Além disso,
a gonadotrofina coriônica estimula a produção de testosterona pelas células
intersticiais dos testículos do feto, permitindo que órgãos sexuais masculinos se
desenvolvam no feto (HALL, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
A placenta secreta estrogênios e progesterona pelos trofoblastos. Os
estrogênios placentários são sintetizados a partir de esteroides androgênios
produzidos pelas células das suprarrenais da mãe e do feto. Esses androgênios são
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transportados das suprarrenais para a placenta, local em que são convertidos em
estradiol e estriol. Na gravidez, os estrogênios aumentam o útero e as mamas
maternas e causam modificações na pelve para aceitar o crescimento do feto (HALL,
2017 apud TONIAZZO, 2019).
A progesterona é secretada pelo corpo lúteo no início da gravidez e também
pela placenta. Esse hormônio estimula o desenvolvimento das células deciduais do
endométrio uterino (nutrição fetal inicial), diminui a contração uterina e auxilia na
preparação das mamas para a amamentação. A somatomamotropina coriônica, ou
hormônio lactogênio placentário, começa a ser secretado pela placenta na quinta
semana de gestação; esse hormônio influencia na nutrição da mãe e do feto (HALL,
2017 apud TONIAZZO, 2019).
Outra função fisiológica bastante importante do útero é o parto. A gestação se
encerra com o início do trabalho de parto, que causa aumento da maciez do útero e o
afrouxamento dos ossos pélvicos induzidos pelo estrogênio ou pela relaxina secretada
pelo útero e pela placenta. No parto, os receptores de ocitocina aumentam no útero e
contribuem para as contrações uterinas, que empurram o feto (SILVERTHORN, 2017
apud TONIAZZO, 2019).
O recém-nascido perde a nutrição fornecida pela placenta e passa a depender
da nutrição provinda da amamentação. O desenvolvimento das mamas se inicia
durante a puberdade por influência do estrogênio. Durante a gestação as mamas se
desenvolvem por influência do estrogênio, do hormônio do crescimento, do cortisol e
da progesterona (SILVERTHORN, 2017 apud TONIAZZO, 2019). Entretanto, o
estrogênio e a progesterona inibem a produção de leite, que é estimulada pela
prolactina produzida pela hipófise anterior. A prolactina é produzida pela hipófise e
controlada pelo hormônio inibidor da prolactina (PIH), secretado pelo hipotálamo. No
final da gestação o PIH diminui, os níveis de prolactina aumentam e as mamas
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passam a secretar o colostro. Após o parto, os níveis de estrogênio e progesterona
diminuem, aumentando a produção de leite. Para a ejeção do leite é necessária a
liberação de ocitocina, liberada pela hipófise posterior (SILVERTHORN, 2017 apud
TONIAZZO, 2019).
É importante destacar que existem mecanismos para evitar a gravidez. Os
métodos contraceptivos incluem esterilização cirúrgica, métodos hormonais,
dispositivos intrauterinos, espermicidas, métodos de barreira e abstinência sexual
(RAFF; LEVITZKY, 2012 apud TONIAZZO, 2019).
Os métodos contraceptivos de barreira impedem a união do espermatozoide
com o oócito. As barreiras podem ser físicas ou químicas. A barreira física mais
comum é o diafragma, que contém creme espermicida e é inserido no topo da vagina.
A eficácia do diafragma é de 97–99%. A barreira física do homem é o preservativo,
que combina efeitos contraceptivos com efeitos de proteção contra doenças
sexualmente transmissíveis (SILVERTHORN, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
Outros métodos contraceptivos não impedem a fertilização, mas sim a
implantação do oócito fertilizado no útero, incluindo o dispositivo intrauterino (DIU) e
outros métodos que modificam o endométrio (SILVERTHORN, 2017 apud TONIAZZO,
2019). Os DIUs são dispositivos de plástico ou cobre inseridos no útero que fazem
tanto uma barreira física quanto hormonal. Os tratamentos hormonais ou pílulas são
feitos pela combinação de progesterona e estrogênio, que inibem a secreção de FSH
e LH pela hipófise, inibindo assim a ovulação. Além disso, a progesterona torna o
muco cervical espesso, dificultando a entrada do espermatozoide (SILVERTHORN,
2017 apud TONIAZZO, 2019).
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2.3 Regulação endócrina da função ovariana
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hormônios esteroides (SILVERTHORN, 2017 apud TONIAZZO, 2019). As células da
granulosa também secretam o hormônio anti-mülleriano (AMH), diminuindo a
sensibilidade do folículo ao FSH, o que impede a mobilização de mais folículos.
Atualmente, o AMH é utilizado como marcador para se verificar quantos folículos estão
em desenvolvimento e também para diagnosticar a síndrome dos ovários
micropolicísticos (SILVERTHORN, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
Assim como as células da granulosa, as células da teca produzem androgênios,
que são convertidos em estrogênios pelas aromatases, nas células da granulosa. O
aumento dos níveis de estrogênios faz retroalimentação negativa, inibindo o FSH e o
LH e impedindo a formação de novos folículos no mesmo ciclo. Mesmo com os níveis
de FSH e LH baixos, os ovários continuam produzindo mais estrogênio: por um
processo de retroalimentação positiva, estimulam as células granulosas a produzirem
ainda mais estrogênio. Essa produção aumentada de estrogênio influencia no
espessamento do endométrio (SILVERTHORN, 2017 apud TONIAZZO, 2019). No
final da fase folicular os níveis de estrogênio atingem um pico e apenas um folículo
continua se desenvolvendo.
As células da granulosa desse folículo, além de produzirem estrogênio,
começam a produzir progesterona e inibina. Nessa fase, os altos níveis de estrogênio
associados à progesterona estimulam a produção de GnRH pelo hipotálamo e
aumentam a sensibilidade da hipófise a esse hormônio, resultando em um pico de LH.
Com isso, o oócito primário retoma o processo de meiose e forma o oócito secundário
e o primeiro corpúsculo polar. Simultaneamente, o folículo atinge sua maturidade e
está pronto para liberar o oócito secundário, acontecendo a ovulação
(SILVERTHORN, 2017 apud TONIAZZO, 2019).
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Ovulação: após o pico de LH ocorre a ovulação. O folículo produz
prostaglandinas que dissolvem suas paredes e o oócito secundário é liberado para as
tubas uterinas para ser fertilizado ou degradado (SILVERTHORN, 2017 apud
TONIAZZO, 2019).
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Endometriose: causada pelo crescimento do tecido endometrial fora do útero,
essas células podem ser encontradas nos ovários, parte externa do útero, colo do
útero, bexiga, entre outros. Esses tecidos continuam respondendo aos estímulos
hormonais mesmo fora do útero e causam inflamações, dores intensas e infertilidade
(TONIAZZO, 2019).
Câncer de mama: causado por mutações em genes, formam nódulos não
dolorosos que, se detectados precocemente, podem aumentar as chances de cura.
Esses tumores são detectados por mamografia (TONIAZZO, 2019).
Câncer de ovário: segunda maior causa de morte entre mulheres, sendo
superado apenas pelo de mama. Apresenta evolução sem sintomas e geralmente é
descoberto apenas tardiamente. Os grupos mais propensos são mulheres acima dos
50 anos, com histórico familiar, alimentação rica em gordura e exposição excessiva
ao tabaco (TONIAZZO, 2019).
Câncer de útero: apresenta desenvolvimento lento, causado por alterações no
número e no crescimento das células do colo do útero. A maioria desses tumores é
causada pelo papilomavírus humano (HPV). O HPV é transmitido por sexo oral, anal
e vaginal sem proteção (TONIAZZO, 2019).
Candidíase: provoca prurido intenso e secreção amarelada, é causada pela
proliferação do fungo cândida albicans (TONIAZZO, 2019).
Outros distúrbios do aparelho reprodutor feminino podem ser causados por
doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, tricomoníase, gonorreia, sífilis,
herpes e verrugas genitais. Algumas dessas patologias podem causar graves lesões,
que podem evoluir para a infertilidade ou até danos em recém- -nascidos (TORTORA;
DERRICKSON, 2016 apud TONIAZZO, 2019).
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4 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS, NUTRICIONAIS E
METABÓLICAS NO PERÍODO GESTACIONAL
Fonte: pixabay.com
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O segundo e terceiro trimestres integram outra etapa para a gestante, na qual
as condições ambientais exercerão influência direta no estado nutricional do feto. O
ganho de peso adequado, a ingestão de nutrientes, o fator emocional e o estilo de
vida serão determinantes para o crescimento e o desenvolvimento normais do feto.
Essa etapa abrange 28 semanas, aproximadamente, um período relativamente curto
em decorrência da importância que se assume quanto às condições de
morbimortalidade materna e fetal. Por esse motivo, a disciplina da gestante,
relacionada com os seus hábitos de vida e a qualidade da assistência pré-natal, será
responsável pelas consequências imediatas e futuras, tanto para a mãe quanto para
a criança (VITOLO, 2008 apud ORSHAN, 2011).
26
mulher é considerada desnutrida. Entretanto, ressalta-se que a avaliação do estado
nutricional para mulheres da população geral utiliza o ponto de corte de IMC inferior a
18,5 kg/m2 para considerá-la desnutrida. O maior ponte de corte para se identificar
desnutrição de mulheres antes da gravidez tem como objetivo captar o maior número
possível de mulheres com baixa reserva energética e, assim, direcioná-las para
atendimento diferenciado, visando a diminuir os riscos de desnutrição intrauterina e
as complicações materno-fetais decorrentes desse processo (VITOLO, 2008 apud
ORSHAN, 2011).
Portanto, o aumento do peso materno depende do estado nutricional pré-
gestacional. As mulheres que apresentavam desnutrição antes de engravidar devem
ganhar mais peso, ao passo que as mulheres que apresentavam sobrepeso ou
obesidade antes de engravidar devem ganhar menos peso, afirma ORSHAN, (2011).
Conforme ORSHAN, (2011) o feto é responsável pelo maior ganho de peso
total, seguido do líquido amniótico e da placenta. O restante é devido ao aumento dos
tecidos maternos, incluindo o útero e as glândulas mamárias, o tecido adiposo
(gordura), o sangue materno volume e o líquido extracelular. Aproximadamente 5%
do ganho de peso total ocorre nas primeiras 10 a 13 semanas de gravidez; o restante
ocorre relativamente de modo uniforme durante o resto da gravidez, a uma taxa média
de aproximadamente 400 a 450 g por semana.
O ganho de peso excessivo durante a gravidez está associado a uma série de
complicações, similares àquelas associadas ao excesso de peso e à obesidade (p.
ex., pressão arterial elevada e diabete gestacional). Além disso, o ganho de peso
extremo durante a gravidez provavelmente levará ao excesso de peso e à obesidade
da mãe pós-parto. Em contrapartida, o baixo ganho de peso gestacional em mulheres
que, antes de engravidarem, apresentavam baixo peso ou peso normal está
27
associado ao risco de ter um bebê pequeno para a idade gestacional (PIG), afirma
ORSHAN, (2011).
Composição e volume sanguíneos: O volume plasmático começa a
aumentar já nas primeiras 6 a 8 semanas de gravidez e aumenta em
aproximadamente 1.500 ml até a 34ª semana. O aumento do volume está relacionado
com o tamanho fetal, mas não com o tamanho da mãe ou do seu volume plasmático
pré-gestacional, conforme ORSHAN, (2011).
Segundo ORSHAN, (2011) a massa de eritrócitos normalmente aumenta em
cerca de 200 a 250 ml durante a gravidez, e esse aumento é maior quando o ferro é
suplementado de forma correta. O transporte de oxigênio é elevado pelo aumento da
massa de eritrócitos, que serve para atender a uma maior demanda de oxigênio à
medida que o feto cresce e os órgãos aumentam.
Conforme ORSHAN, (2011) concentrações plasmáticas de lipídeos, vitaminas
lipossolúveis e certas proteínas transportadoras também aumentam durante a
gravidez, porém há uma queda nas concentrações de albumina, da maioria dos
aminoácidos e de muitos minerais e vitaminas hidrossolúveis. Essa queda pode
ocorrer, em parte, devido ao aumento da filtração glomerular, que resulta em aumento
da excreção urinária desses nutrientes. Entretanto, menores concentrações
circulantes de nutrientes não são geralmente indicativas de estado nutricional
alterado.
Durante a gestação, é muito comum ocorrer anemia, também chamada de
anemia dilucional ou causada pela hemodiluição, que resulta do aumento do volume
de plasma em relação aos eritrócitos. A anemia é detectada entre o final do segundo
e terceiro trimestres, com pico em 30 a 34 semanas. O nível médio de hemoglobina é
de cerca de 12,5 g/dl. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a
anemia ocorre quando o nível de hemoglobina é inferior a 11 g/dl, sendo classificada
28
como grave quando esse nível é inferior a 7 g/dl e classificada como muito grave
quando é inferior a 4g/dl, necessitando de tratamento urgente, para evitar o
desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva (AKINLAJA, 2016 apud
ORSHAN, 2011).
O uso frequente de suplementação com ferro na gravidez tem sido associado
a uma redução na anemia materna, pois apenas cerca de 6% das mulheres grávidas
apresentaram um nível de hemoglobina inferior a 11 g/dl, afirma ORSHAN, (2011).
29
lateral sempre que possível. Se a mulher tiver que ser mantida de costas, a pelve deve
ser girada de modo que o útero caia para o lado da veia cava inferior e o débito
cardíaco e o fluxo sanguíneo uteroplacentário sejam otimizados. A redução do débito
cardíaco está associada à redução do fluxo sanguíneo uterino e, portanto, à perfusão
placentária, o que pode comprometer o feto (VITOLO, 2008 apud ORSHAN, 2011).
30
hormonais são acrescentados aos efeitos dessas mudanças anatômicas na gravidez,
com potencial para influenciar significativamente o trato gastrintestinal. O estrogênio
e os níveis de progesterona são aumentados durante a gestação, e a progesterona,
em particular, está implicada em um suave relaxamento muscular. No entanto, embora
esse relaxamento muscular tenha um papel vital na manutenção de uma gravidez
saudável, ele acaba por afetar indiscriminadamente outros sistemas corporais,
incluindo o trato gastrintestinal, pois o peristaltismo é diminuído, contribuindo para o
refluxo e a constipação, afirma ORSHAN, (2011).
Além disso, os fatores hormonais podem desempenhar um papel no risco de
hemorroidas, pois, na presença de aumento de estrogênio, os vasos sanguíneos se
alargam, de modo que os tecidos conectivos se tornam mais macios. Durante a
gravidez, há um aumento na absorção de água e sódio dos intestinos, o que contribui
para a constipação e, subsequentemente, o risco de hemorroidas (JOHNSON;
SAFFREY; TAYLOR, 2019 apud ORSHAN, 2011).
31
a mulher apresenta alívio da dispneia e pode respirar novamente com facilidade,
afirma ORSHAN, (2011).
32
5 SINAIS E SINTOMAS COMUNS NA GESTAÇÃO DECORRENTES DAS
MUDANÇAS FISIOLÓGICAS
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esquerdo e direito e uma maior concentração de esteroides sexuais quando o corpo
lúteo está no lado direito (LEE; SAHA, 2011 apud VENTURI, 2020).
Uma maior ingestão diária de gordura total antes da gravidez, principalmente
gordura saturada, aumenta o risco de hospitalização para náuseas e vômitos. Já o
uso de vitaminas antes e/ou no início da gravidez estão associados a uma diminuição
do risco desses problemas. Embora a maioria das mulheres com náuseas e vômitos
de gravidez tenha sintomas limitados ao primeiro trimestre, uma pequena
porcentagem delas tem um curso prolongado, com sintomas que se estendem até o
parto. Mulheres com náuseas e vômitos graves durante a gravidez podem ter
hiperêmese gravídica, uma condição distinta que, se não for tratada, pode levar a uma
morbidade maternal e fetal significativa, VENTURI, (2020).
O consumo de refeições mais secas, como biscoitos ou pães, e com alto teor
de carboidratos em curtos intervalos (p. ex., a cada 2–3 horas) frequentemente
proporciona alívio desses sintomas. Outras orientações para gestantes com náuseas
e vômitos são (VITOLO, 2008 apud VENTURI, 2020):
Reduzir o volume e aumentar o fracionamento das refeições (8 vezes ao
dia);
Consumir alimentos energéticos e de fácil digestão;
Evitar alimentos gordurosos;
Evitar líquidos nas refeições;
Consumir gengibre ou alimentos que o contenham;
Realizar suplementação com vitamina B6.
34
substratos energéticos maternos pelo feto. A hiperfagia durante a gravidez pode
aumentar a ingestão de alimentos em 20% afirma VENTURI, (2020).
O desenvolvimento de desejos também é relatado com frequência, sendo a
maioria deles por produtos lácteos e alimentos doces ou densos em energia. As
aversões comuns incluem chá e café, álcool, alimentos fritos, carnes com molho e
ovos. Na prática, as mulheres geralmente aprendem muito rápido quais alimentos
evitar VENTURI, (2020).
35
essenciais. Além disso, essas substâncias podem conter compostos tóxicos ou
interferir na absorção de alguns nutrientes. A associação entre pica e anemia materna
e fetal, pré-eclâmpsia, mau funcionamento do cólon, infestações helmínticas e mortes
infantis é particularmente preocupante (CORBETT; RYAN; WEINRICH, 2003 apud
VENTURI, 2020).
36
danificar o nervo pudendo e prejudicar a função de suporte da musculatura do
assoalho pélvico. Além disso, a constipação é um fator importante no desenvolvimento
do prolapso uterovaginal (CULLEN; O’DONOGHUE, 2007 apud VENTURI, (2020).
37
medicamentos tomados durante a gravidez, tais como os antieméticos (VAZQUEZ,
2015 apud VENTURI, 2020).
A maioria dos casos de azia melhora com modificações no estilo de vida. As
gestantes que fumam ou bebem álcool devem ser aconselhadas fortemente a se
abster desses hábitos. Mudanças na dieta podem ser benéficas para algumas
mulheres. No entanto, apesar dessas medidas, a gravidade da azia pode aumentar
ao longo da gravidez (VITOLO, 2008 apud VENTURI, 2020). Outras orientações
alimentares para gestantes com azia são:
Evitar o consumo de café, álcool, chás pretos, refrigerantes, fritura,
gordura e chocolate;
Mastigar adequadamente os alimentos;
Realizar as refeições em um ambiente tranquilo e sem pressa;
Consumir pequenas porções de alimentos;
Não comer antes de se deitar;
Evitar alimentos que sejam conhecidos por causar azia.
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6 PROCESSOS FISIOLÓGICOS DA LACTAÇÃO
Fonte: pixabay.com
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prolactina, inicia-se a formação de um tipo de secreção láctea, que se assemelha ao
colostro. A partir do segundo trimestre de gestação, por ação dos hormônios
estrogênio e progesterona, ocorre o maior desenvolvimento da estrutura mamária e,
neste mesmo período, o hormônio lactogênio placentário humano será o responsável
pela produção do colostro. Uma curiosidade sobre o assunto é que o peso médio da
mama de uma mulher adulta é cerca de 200 gramas. No final da gestação a mama
atinge peso de 400 a 600 gramas e, durante a lactação, pode atingir peso entre 600 e
800 gramas.
40
Estágio 3: também chamado de galactopoiese, trata-se do período no qual a
lactação é mantida. Veja bem, este estágio depende muito da sucção da mama pelo
bebê, que irá estimular os receptores sensitivos localizados na região da aréola e do
mamilo, fazendo com que o hipotálamo envie impulsos à hipófise, o que faz que ela
produza prolactina e ocitocina, considerados hormônios fundamentais à produção de
leite, afirma MUTTONI, (2013).
Prolactina: Atua nas células alveolares, fazendo com que produzam o leite, a
sucção é um importante estímulo à produção de prolactina. Portanto, técnicas
corretas, que oportunizem que o bebê sugue de maneira adequada a mama, são
fundamentais para o sucesso da amamentação. Saiba que a progesterona
(principalmente) e o estrogênio são considerados hormônios antagonistas da
prolactina e inibem a secreção de leite e, por isso, seus níveis são baixos durante a
lactação, afirma MUTTONI, (2013).
Ocitocina: esse é o hormônio responsável pela contração das células
alveolares, fazendo com que o leite seja ejetado do seu interior e vá para dentro dos
ductos lactíferos. Esse sistema é chamado de reflexo de ejeção do leite, outro fator
importante, é que esse hormônio também atua na musculatura uterina, contraindo-a.
O estado emocional (angústia, ansiedade, dor, estresse, medo, insegurança) da mãe
pode afetar a ação da ocitocina e, como consequência, menor será a quantidade de
leite liberada, afirma MUTTONI, (2013).
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6.3 Componentes do leite materno
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concentrações de imunoglobulinas (IgA, IgM e IgG). Além disso, ele também tem a
menor quantidade energética, que é de 67 kcal/dL, que varia em volume de 2 a 20 mL
por mamada nos primeiros três dias. Igualmente, apresenta grande quantidade de
vitamina A, vitamina E, e carotenoides (responsáveis pela coloração amarelada do
colostro) e média concentração de sódio, potássio e cloro. Um fato interessante é que
o colostro possui o fator bífido, responsável pelo crescimento da microbiota intestinal
do bebê que é caracterizada pela presença especifica de Lactobacillus bifidus e,
ainda, auxilia na eliminação do mecônio (primeiras fezes do bebê). Quanto às
imunoglobulinas, saiba que ocorre uma queda acentuada do primeiro ao terceiro dia
da lactação (principalmente de IgA). Por esse motivo é fundamental que o bebê receba
colostro nas primeiras 48 horas após o nascimento, ao menos em pequenas
quantidades (o colostro é considerado como a primeira imunização pós-parto que o
bebê recebe), afirma MUTTONI, (2013).
Leite de transição: produzido entre o sétimo e o décimo dia após o parto. Ele
apresenta maior volume por mamada quando comparado ao colostro, tendo
diminuição na quantidade de proteína e aumento de carboidratos e lipídeos. O seu
aspecto é “aguado”, o que, por vezes, constitui fator de preocupação para muitas
mulheres menos informadas, levando-as a pensar que o seu leite não é
suficientemente bom para a criança e, por isso, manifestam vontade de desistir de
amamentar. No leite de transição, que se vai modificando de forma gradual, de acordo
com a evolução do recém-nascido, adaptando-se às necessidades nutricionais e
digestivas deste, a concentração de imunoglobulinas e o teor de vitaminas
lipossolúveis tornam-se progressivamente menores, enquanto aumenta o conteúdo
de vitaminas hidrossolúveis, lipídeos e lactose, com consequente aumento do aporte
calórico, conforme MUTTONI, (2013).
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Leite maduro: é o leite propriamente dito, produzido a partir do décimo quinto
dia de pós-parto (leite definitivo). Apresenta coloração mais branca e aspecto mais
consistente do que o leite de transição. É uma mistura homogênea com três partes:
emulsão (gotículas de gordura), suspensão (partículas coloidais de caseína) e solução
(componentes hidrossolúveis). Saiba que ele contém todos os nutrientes necessários
para garantir crescimento e desenvolvimento ideais ao bebê, com a quantidade
adequada de nutrientes facilmente digeríveis como as proteínas do soro, os lipídeos
e a lactose, segundo MUTTONI, (2013).
Fonte: pixabay.com
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Segundo MUTTONI, (2013) vale destacar as vantagens do aleitamento para o
processo de crescimento e desenvolvimento infantil, a proteção contra doenças, o
crescimento orofacial, entre outras. Também há vantagens para a nutriz. São elas:
fatores de proteção contra o câncer de mama e de ovário, diminuição do risco de
hemorragia no pós-parto, retorno mais rápido ao peso pré-gestacional, além de
promover maior vínculo afetivo. Entretanto, a amamentação não se limita apenas a
fatores biológicos, ela envolve também aspectos culturais, sociais e históricos e,
embora a amamentação seja considerada um ato natural e instintivo por muitas mães,
diversas situações aparecem como desafios a serem enfrentados para o sucesso
dessa prática, confira:
Bebê com sucção fraca ou que não suga a mama: saiba que pode acontecer
de o bebê resistir às tentativas de ser amamentado com maior frequência, ou que não
consiga pegar a aréola de maneira adequada, ocasionando menor produção de leite.
Caso isso aconteça, oriente a mãe a estimular sua mama regularmente (mínimo cinco
vezes ao dia), por meio de ordenha manual ou por bomba de sucção. Desta forma, a
produção de leite não será prejudicada. Também deve ser revista a posição do bebê
durante a mamada, pois ele pode estar mal posicionado. Outro fator importante é que
o uso de chupetas e/ou mamadeiras pode tornar o bebê “resistente” a sugar a mama
MUTTONI, (2013).
Demora na “descida do leite”: a apojadura ou “descida do leite” pode ser
mais demorada em algumas mulheres, acontecendo somente alguns dias após o
parto. Nestes casos, oriente a mãe a estimular a mama frequentemente, colocando o
bebê para sugar ou através da ordenha. É importante que você tranquilize a mãe
sobre esta situação relativamente comum, para que tenha confiança e insista com a
amamentação MUTTONI, (2013).
45
Mamilos planos ou invertidos: esta situação anatômica pode dificultar o
processo de amamentação, mas não representa, necessariamente, um impedimento.
O bebê consegue fazer o “bico do peito” com a aréola, conseguindo ser amamentado.
Oriente a mãe com mamilos planos ou invertidos, que ela tenha paciência e
perseverança, pois a situação poderá ser superada; que ela ajude o bebê a fazer a
“pega” corretamente (abocanhar toda a aréola, ou a maior parte dela); que ela varie
as posições para amamentar e ver em qual delas o bebê mais se adapta; que ela
estimule o mamilo a aumentar de tamanho antes das mamadas (com um simples
toque, ou compressas frias, ou com sucção de bomba manual ou seringa). Além disso,
oriente a mãe a ordenhar o seu leite enquanto o bebê não conseguir sugar de maneira
efetiva (o leite ordenhado deve ser oferecido ao bebê, preferencialmente em um
copinho) MUTTONI, (2013).
Dor nos mamilos ou mamilos machucados: saiba que é comum, nos
primeiros dias de pós-parto, a mulher sentir dor nos mamilos no início das mamadas.
Caso essa dor para amamentar não diminua com o passar dos dias, ou aumente,
provavelmente a “pega” do bebê está incorreta ou o seu posicionamento inadequado
e essas situações podem ocasionar lesões nos mamilos, dificultando a amamentação.
Trauma mamilar é uma importante causa para o insucesso da amamentação. Veja os
cuidados que você deve passar a essas mulheres: ter técnicas adequadas em relação
à pega e ao posicionamento do bebê; cuidar para que os mamilos se mantenham
secos, expondo-os ao ar livre ou à luz solar e trocas seguidas de “forros” usados
quando há vazamento de leite; não usar cremes, sabões, álcool ou qualquer outro
produto que retire a proteção natural do mamilo; não usar protetores (intermediários)
de mamilo, porque não são eficazes e podem ocasionar traumas mamilares; proceder
a ordenha manual, caso a aréola esteja endurecida por excesso/acúmulo de leite,
tornando-a mais macia e flexível, facilitando a pega; amamentar em livre demanda
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(quanto o bebê é colocado ao seio logo nos primeiros sinais de fome, menor será a
chance de sugar com força excessiva) MUTTONI, (2013).
Bloqueio de ductos lactíferos: entenda que esta situação acontece quando o
leite produzido em uma determinada área da mama não é drenado de forma
adequada. Saiba como isso acontece: quando a mama não é esgotada corretamente
(poucas mamadas ao dia), ou pelo uso de um sutiã muito apertado, ou em
consequência do uso de cremes nos mamilos (pode provocar obstrução dos poros de
saída do leite). É característico, em caso de bloqueio de ductos, a mulher apresentar
nódulos sensíveis e dolorosos, que podem ser acompanhados por vermelhidão e calor
local. O que fazer? O manejo para esta situação deverá favorecer o esvaziamento
completo da mama, consistindo em mamadas frequentes; variar as posições para
amamentar; oferecer primeiro a mama afetada, facilitando a retirada do leite; fazer
calor local (usando compressas mornas) e massagens suaves na região atingida, em
direção ao mamilo, antes e durante as mamadas; proceder a ordenha manual da
mama, ou com bomba de extração de leite, caso o bebê não esteja conseguindo
mamar MUTTONI, (2013).
Mastite: trata-se de um processo inflamatório de um ou mais segmentos da
mama, que pode progredir ou não para uma infecção bacteriana. Veja o que favorece
para a diminuição ou parada do leite materno: redução súbita no número de mamadas,
bebês que dormem a noite toda e não mamam, uso de chupetas e/ou mamadeiras
(diminuem o “interesse” do bebê pela mama), bebê com sucção fraca, esvaziamento
incompleto das mamas, produção excessiva de leite, separação abrupta entre a mãe
e o seu bebê. O tratamento da mastite deve ser iniciado o mais rápido possível, pois
poderá evoluir para abscesso mamário (complicação considerada grave). O
manejo/tratamento da mastite consiste em identificar a causa que provocou a
estagnação (parada) do leite; esvaziamento adequado da mama, que é considerado
47
o fator mais importante do tratamento (a mama deverá ser esvaziada,
preferencialmente, pelo bebê. Ou seja, a amamentação não deve ser descontinuada);
você deve dar apoio emocional à mãe, pois essa é uma condição muito dolorosa e há
um abatimento da sua condição geral de saúde; antibioticoterapia, conforme avaliação
e prescrição médica; repouso da mãe; oferta aumentada de líquidos; iniciar a
amamentação na mama não afetada; usar sutiã bem firme para maior proteção
(diminuir o peso da mama em relação ao corpo) MUTTONI, (2013).
Reflexo anormal de ejeção do leite: é possível de acontecer que algumas
mulheres tenham um reflexo de ejeção do leite muito pronunciado, podendo gerar
engasgos no bebê. Caso isso ocorra, você deverá orientar a mãe para proceder a
ordenha e retirar o “excesso” de leite, antes de colocar o bebê ao seio. Desta forma,
o fluxo de leite irá diminuir e a situação será resolvida na maioria dos casos MUTTONI,
(2013).
Pouco volume de leite: saiba que, biologicamente, a maioria das mulheres
tem condições de produzir leite em quantidade suficiente para suprir a demanda de
seu filho. Porém, existe uma queixa muito comum durante a amamentação: “pouco
leite” ou “leite fraco”, sendo, na maior parte das vezes, um reflexo da insegurança
materna quanto à capacidade de nutrir plenamente o seu bebê. Entenda que o volume
de leite produzido durante a lactação é proporcional à demanda da criança e quanto
mais a criança for colocada ao seio, maior será a produção de leite. A melhor maneira
de você avaliar se o bebê está recebendo volume adequado de leite é através do
indicador de ganho de peso esperado para a idade (em semanas). Caso o peso esteja
dentro do esperado, as suas necessidades estão sendo atingidas (volume adequado
de leite). Também você pode avaliar se o volume de leite está suficiente através do
número de vezes que a criança urina ao dia (mínimo de seis vezes a oito vezes) e das
evacuações (evacuações infrequentes, com fezes secas e duras e pouco volumosas
48
podem indicar que a oferta de leite está reduzida). Aprenda algumas orientações para
a mãe intensificar a produção de leite: aumentar a frequência das mamadas; oferecer
as duas mamas ao bebê em cada mamada; não ter pressa para amamentar e dar
tempo suficiente para o bebê esvaziar bem as mamas; trocar de mama várias vezes
durante a mamada caso o bebê esteja sonolento, ou sugando de maneira fraca; após
a mamada, ordenhar o leite residual (caso o bebê não tenha esvaziado a mama por
completo); evitar o uso de mamadeiras, chupetas e protetores de mamilos; alimentar-
se de maneira adequada e ingerir, no mínimo, 4 copos de água ao dia; manter período
de repouso adequado MUTTONI, (2013).
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menstruado; e c) amamentar exclusivamente ou quase exclusivamente, afirma
VENTURI, (2020).
Estudos encontraram uma associação entre a cessação precoce da
amamentação e a depressão pós-parto nas mães. Uma revisão qualitativa de 48
estudos mostrou associações claras entre amamentação e menor ocorrência de
depressão materna, porém é provável que a depressão afete mais a amamentação
do que o inverso (DIAS; FIGUEIREDO, 2015 apud VENTURI, (2020).
Existem evidências de uma forte associação inversa entre amamentação e
câncer de mama. A maior análise em nível individual sobre esse tópico incluiu,
aproximadamente, uma revisão de literatura de 47 estudos, com 50 mil pacientes com
câncer. O aumento de 12 meses na amamentação foi associado com uma diminuição
de 4,3% na incidência de câncer de mama invasivo. Além disso, uma metanálise de
41 estudos sobre amamentação e câncer de ovário mostrou uma redução de 30%
associada com períodos mais longos de amamentação (CHOWDHURY et al., 2015
apud VENTURI, (2020).
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8 BIBLIOGRAFIA
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