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HUMANIZAÇÃO NO TRABALHO

DE PARTO E ALEITAMENTO
MATERNO
PROF. MARIA TAILANY
ATENDIMENTO À PACIENTE
• Condutas médicas devem ser potencializadas através da compreensão
dos processos psicológicos que permeiam o período grávido-puerperal;

• Inclui avaliação da paciente como pessoa, a partir de sua história de


vida, seus sentimentos e necessidades;

• É um período marcado por grandes transformações psíquicas, de onde


decorre uma importante transição existencial.
A CONSULTA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL ENGLOBA AS
ATIVIDADES DE: ANAMNESE, EXAME FÍSICO, SOLICITAÇÃO E/OU
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS E ORIENTAÇÃO.
DESTACA-SE QUE, QUANTO À ORIENTAÇÃO, O ENFERMEIRO
ABORDA TEMÁTICAS COMO ALEITAMENTO MATERNO, ALIMENTAÇÃO
E PRÉ-NATAL.
HUMANIZAÇÃO

• Conhecer as ansiedades, medos e mudanças nos vínculos afetivos;

• Trabalho a partir da prevenção, alívio e elaboração psíquica dos


problemas mais emergentes;
PRIMEIRA CONSULTA DO PRÉ-NATAL
• Elaborações diante a surpresa da constatação da gravidez;
• Decisão quanto a dar continuidade a gestação;
• Inseguranças a respeito do corpo como adequado para gestar um
bebê (“será que sou capaz?”; “sou mulher suficiente para gerar um
filho?);
• Amparo quanto às dúvidas;
• Certificar-se de que está tudo bem;
• Seguir na “aventura”
É PRECISO ESTAR ATENTO
• Ambivalência natural decorrente da constatação da gestação: toda gestante quer
estar grávida e não quer estar grávida;

• Acolher as dúvidas quanto à sua capacidade de gerar um bebê saudável, de como


vir a ser uma boa mãe e desempenhar o novo papel de forma adequada;

• Reconhecer as condições emocionais da gestação (história de vida):


• Se tem companheiro, está sozinha, tem outros filhos, se conta com rede de apoio, se teve perdas
gestacionais, se essa é uma gestação programada e desejada;
• Contexto em que essa gravidez ocorreu, e as repercussões dela na gestante.
É PRECISO ESTAR ATENTO
• É normal que a gestante fique um pouco regredida e precise de apoio;
• Estado de maior vulnerabilidade psíquica;
• Acolhê-la, sem banalizar suas queixas “ isso é normal ” ou “deixe de se
preocupar a toa”;
• Estabelecer relação de confiança e empatia: fantasias da gestante;
• Viabilizar um espaço para o parceiro na consulta para que ele possa se
envolver na paternidade.
CONSULTAS SUBSEQUENTES

• Dando continuidade ao pré-natal, observam-se ao longo da gestação,


algumas ansiedades típicas, ordenadas segundo uma divisão de
trimestres;

• Divisão para efeito didático, pois o aparecimento dessas ansiedades,


embora mais frequentes em determinados momentos, não estão
necessariamente restritos a eles.
CARACTERÍSTICAS DO 1° TRIMESTRE

Ambivalência Primeiras
Medo de Oscilações do Aumento da
quanto a modificações
abortar; humor; irritabilidade;
gestação; corporais;

Desejos e
Desconfortos
Alterações na aversões por
(náuseas, Cansaço
mama determinados
sonolência)
alimentos
CARACTERÍSTICAS DO 2° TRIMESTRE
Percepção dos
Alteração do desejo e
movimentos fetais e seu
desempenho sexual Alteração do esquema
impacto (presença do
(mudança de rotina corporal;
filho é concretamente
sexual);
sentida)

Ansiedade de caráter
quanto a introversão e
passividade
CARACTERÍSTICAS DO 3° TRIMESTRE

Ansiedade se intensifica pela Temores quanto ao parto


Aumento das queixas físicas;
proximidade do parto; (medo da dor e da morte);

A equipe de saúde deve


fornecer orientações prévias
sobre a evolução da
Orientações que evitem o
gestação e do parto:
excesso de tecnicismo
contrações, dilatação, perda
do tampão mucoso,
rompimento da bolsa.
CARACTERÍSTICAS DO 3° TRIMESTRE
Deve-se observar e respeitar a
diferença de significado da
ecografia para a mãe e para o
médico.
Os médicos relacionam a ecografia
com a embriologia do feto e os
pais com as características e
personalidade do filho
ESTEROGESTAÇÃO
• Processo de continuação da gestação fora do útero- Primeiros 100 dias
• Recriar/Simular o ambiente uterino fora do corpo da mulher para aumentar o
conforto da criança e permitir que o desenvolvimento continue de forma apropriada
• Motivos:
✔ Comparados a outros filhotes de mamíferos, os bebês humanos são muito mais dependentes dos
cuidados para a sobrevivência: DESAMPARO FUNDAMENTAL
✔ Desenvolvimento lento: até conquistarem capacidades de manter um padrão mais semelhante ao
de um adulto.
ESTEROGESTAÇÃO
• Dentro do útero: um suprimento contínuo, contato integral com a mãe;
• Do lado de fora do útero, toda essa sensação de segurança acaba;

• Chorar para comunicar suas necessidades e chamar a atenção dos adultos ao seu
redor, que garantem a sua sobrevivência;

• A transição da vida uterina para a vida no mundo exterior é um momento de muito


estresse e insegurança para a criança.
ESTEROGESTAÇÃO
• Assimilações do útero: A proximidade com o corpo da mãe (o sling carregador de
bebe);
• Aleitamento materno: A amamentação em livre demanda (dar o peito sempre que o
bebe ou a mãe quiserem ou sentirem a necessidade);
• Dar colo ou deixar chorar?: 0 choro como forma de comunicar. Colo para
desenvolver a sensação de segurança e confiança;
• Desmitificar a ideia de que dar colo faz com que a criança fique mimada. "Estudos
clínicos constataram que o colo é essencial para a sobrevivência e o desenvolvi-
mento físico, psíquico e emocional das crianças.
ESTEROGESTAÇÃO
• Nos primeiros momentos de vida, o bebe não reconhece o limite do seu pr6prio
corpo, não há diferenciação- distinção entre o corpo próprio e o do semelhante;

• Estado confluente de simbiose afetiva: mistura-se, repercute em suas reações aos


estímulos (demandas) do meio;

• Criança passe por esse período de transição com mais segurança e os pais tenham
mais tempo para se adaptar aos cuidados que são demandados
• Cuidados além dos 100 dias
PARTO
• Período curto de tempo, mas, longo em expectativa e em vivências;

✔ Receios quanto a reconhecer o trabalho de parto, quando procurar o


médico;
✔ Medo da dor, de não suportá-la, perder o controle;
✔ Medo da morte, de ser dilacerada, de que o bebê destrua sua
feminilidade;
✔ Sensação de não ser capaz de fazer o bebê nascer.
PARTO
• Desejos e fantasias em relação as vias de parto: história
pessoal e fatores culturais;
• Medo do ambiente hospitalar que lhe é desconhecido e
assustador;
• Existem expectativas quanto ao seu desempenho e à saúde do
bebê;
• Experiência emocionalmente intensa em que permeia um misto
de ansiedade e alegria.
ALERTAS PARA A EQUIPE DE SAÚDE
• O desempenho da mulher no parto está fortemente ligado ao preparo
da gestante no período de pré-natal como também de sua história de
vida;
• O medo sempre estará presente tendo em vista a imprevisibilidade de
todo o processo;
• Evitar recorrer ao tecnicismo na tentativa de obter o máximo de
controle da situação;
• Orientar sobre técnicas de relaxamento e controle da dor.
ALERTAS PARA A EQUIPE DE SAÚDE
• Empoderar a gestante quanto a sua capacidade de dar à luz,
preparando-a para o parto possível, sem valorizar nenhum tipo de
parto;

• A frustração da mãe por não ter tido um parto “ ideal ” pode


interferir no vínculo mãe-bebê;

• Esclarecer quanto aos recursos médicos disponíveis e as limitações em


relação a escolha de tipo de parto.
ALERTAS PARA A EQUIPE DE SAÚDE
• Escutar as fantasias da gestante quanto aos diversos tipos de parto, e numa
linguagem apropriada, orientá-la sobre todos os processos, principalmente
quando existem distorções a respeito da realidade;
• Deixar claro os limites quanto às decisões a respeito da indicação de um tipo de
parto ou outro;
• Descrever a sala de parto, encorajando a gestante a visitar o centro obstétrico e,
assim, o que era desconhecido e assustador passa a ser conhecido e manejável;
• Incentivar o pai da criança a participar do momento do nascimento.
• A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO E PARTO REFERE-SE AO PERÍODO
EM QUE A GESTANTE APRESENTA CONTRAÇÕES UTERINAS EM INTERVALOS REGULARES, QUE
AUMENTAM PROGRESSIVAMENTE EM TERMOS DE FREQUÊNCIA E INTENSIDADE, COM O
PASSAR DO TEMPO SÃO CONCOMITANTES AO APAGAMENTO (ESVAECIMENTO) E
DILATAÇÃO PROGRESSIVA DO COLO UTERINO.
ADMISSÃO DA PACIENTE NO CENTRO OBSTÉTRICO
• A PACIENTE É ACOLHIDA PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM, ORIENTADO-A SOBRE O SETOR E A
PRESENÇA DOS ACOMPANHANTES, CONFORME PROTOCOLO DE ACOMPANHANTES DA
INSTITUIÇÃO.
• O BANHO DE ASPERSÃO É OFERECIDO À PACIENTE QUE RECEBE ORIENTAÇÕES SOBRE COMO
PROCEDER COM A VESTIMENTA (CAMISOLA E TOUCA) E A SEGUIR É DIRECIONADA AO LEITO.
• O ENFERMEIRO REALIZA A ANAMNESE DA PACIENTE.
OBJETIVOS DE ENFERMAGEM
• ACOLHER E APOIAR A PACIENTE EM TODO O TRABALHO DE PARTO.
• MONITORAR OS SINAIS E SINTOMAS DA EVOLUÇÃO DO PARTO.
• ORIENTAR E OFERECER OS MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS DE ALÍVIO DA DOR.
• PRESTAR UM ATENDIMENTO HUMANIZADO A PACIENTE E SEU ACOMPANHANTE
AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM
PRÉ-NATAL \ QUEIXA PRINCIPAL \ ANTECEDÊNCIA OBSTÉTRICA (NÚMERO DE GESTAÇÕES,
PARIDADES E ABORTOS)\ AVALIAÇÃO OBSTÉTRICA (CONTRAÇÕES / PERDAS TRANSVAGINAIS/
MOVIMENTOS FETAIS)\ ALERGIAS /USO DE DROGAS/ VÍTIMA DE VIOLÊNCIA \ HISTÓRIA
PATOLÓGICA ATUAL\ NÍVEL DE CONSCIÊNCIA \ AVALIAÇÃO DAS MAMAS / MAMILOS\
AVALIAÇÃO DAS PERDAS TRANSVAGINAIS (QUANTIDADE E CARACTERÍSTICAS)\ SINAIS VITAIS.
• NO PRIMEIRO ESTÁGIO DO PARTO SÃO NECESSÁRIAS ALGUMAS INTERVENÇÕES DE
ENFERMAGEM ESPECÍFICAS RELACIONADAS A ESTA FASE DO PARTO:
- O TEMPERATURA A CADA 6 HORAS, EXCETO NO CASO DE HIPERTERMIA OU NO ROMPIMENTO
DAS MEMBRANAS, QUE EXIGEM A VERIFICAÇÃO A CADA 2 HORAS E SEMPRE QUE NECESSÁRIO.
- O VERIFICAÇÃO DE PULSO E RESPIRAÇÃO DE ACORDO COM A ROTINA DO SETOR.
- PRESSÃO ARTERIAL A CADA 6 HORAS, EXCETO NO CASO DE HIPERTENSÃO OU HIPOTENSÃO,
OU QUANDO A PARTURIENTE RECEBER MEDICAMENTO QUE INTERFIRA NA ESTABILIDADE
HEMODINÂMICA. NESTES CASOS O INTERVALO DE VERIFICAÇÃO SERÁ DEFINIDO PELA EQUIPE
DO SETOR.
- MONITORAR OS BATIMENTOS CARDIOFETAIS.
OFERECER OS MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS DE ALÍVIO DA DOR DE ACORDO COM A
ACEITAÇÃO DA PARTURIENTE:
• DEAMBULAÇÃO, MASSAGENS, MOVIMENTOS FACILITADORES DO TRABALHO DE PARTO,
BANHO DE ASPERSÃO, BOLA SUÍÇA, RESPIRAÇÃO CONSCIENTE, AROMATERAPIA, ESCALDA PÉS
- VER PROTOCOLO DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS DO ALÍVIO DA DOR NO
TRABALHO DE PARTO (DISPONÍVEL EM: ME.UFRJ.BR)
• ESTIMULAR A PARTURIENTE A UMA ATITUDE ATIVA COM MOVIMENTAÇÃO E EXERCÍCIOS LIVRES
DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E NASCIMENTO, FAVORECENDO AS POSIÇÕES
VERTICAIS E USO DE MÉTODOS NÃO INVASIVOS PARA ALÍVIO DA DOR.
• ESTIMULAR AS TÉCNICAS DE CONFORTO.
• AJUDAR A PARTURIENTE A MUDAR DE POSIÇÃO.
• ORIENTAR A PACIENTE A CAMINHAR, AGACHAR, FICAR SEMI-SENTADA, MANTER-SE EM
DECÚBITO LATERAL, AUXILIAR NO BANHO DE ASPERSÃO
REVER E ENSINAR TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO ADEQUADAS.
• ADMINISTRAR MEDICAÇÕES PRESCRITAS, CASO NECESSÁRIO.
• OBSERVAR SINAIS E SINTOMAS APÓS A ADMINISTRAÇÃO DAS MEDICAÇÕES.
• AUXILIAR NA ANALGESIA, QUANDO INDICADO.
• INCENTIVAR O ESVAZIAMENTO DA BEXIGA.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO SEGUNDO ESTÁGIO


O SEGUNDO ESTÁGIO (PERÍODO EXPULSIVO) INICIA-SE COM A DILATAÇÃO MÁXIMA E TERMINA
COM A EXPULSÃO DO FETO. NESSA FASE OCORREM OS PUXOS MATERNOS.
NESTA FASE SÃO NECESSÁRIAS AS SEGUINTES INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM:
• INFORMAR A PARTURIENTE E SEUS FAMILIARES SOBRE A PROGRESSÃO DO TRABALHO DE PARTO.
• PREPARAR A MESA DE PARTO USANDO TÉCNICA ASSÉPTICA.
• PREPARAR A UNIDADE DE CALOR RADIANTE (UCR) E OS MATERIAIS PARA RECEBER O RN.
• AUXILIAR O PROFISSIONAL A SE PARAMENTAR.
• AUXILIAR A PARTURIENTE NO POSICIONAMENTO ADEQUADO.
• HIGIENIZAR A ÁREA PERINEAL.
• MONITORAR OS SINAIS VITAIS MATERNOS.
• AUXILIAR A PUXAR SUAS PERNAS PARA TRÁS, DE MODO QUE SEUS JOELHOS FIQUEM FLETIDOS.
• FORNECER INCENTIVO POSITIVO E FREQUENTE.
• INCENTIVAR A RESPIRAÇÃO EFICAZ.
• LEVANTAR GRADES LATERAIS.
REGISTRAR O PROCEDIMENTO NO LIVRO DE PARTO TRANSPÉLVICO DO SETOR.
• INCENTIVAR O ALEITAMENTO MATERNO NA PRIMEIRA HORA DE VIDA. A ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE RECOMENDA O ALEITAMENTO PRECOCE, POIS ESTÁ ASSOCIADO À
MENOR MORTALIDADE NEONATAL, AO MAIOR PERÍODO DE AMAMENTAÇÃO, À MELHOR
INTERAÇÃO MÃE-BEBÊ E AO MENOR RISCO DE HEMORRAGIA MATERNA.
• IDENTIFICAR O RECÉM-NASCIDO COM PULSEIRA E/OU TORNOZELEIRA, REGISTRANDO O
NOME DA MÃE, PRONTUÁRIO DATA, HORA DO NASCIMENTO E SEXO.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TERCEIRO ESTÁGIO


- NA 3ª FASE DO PROCESSO DE PARTURIÇÃO OCORRE A SEPARAÇÃO E A EXPULSÃO DA
PLACENTA. ESTE ESTÁGIO CONSTITUI-SE EM PERÍODO DE GRANDE RISCO MATERNO E EXIGE DO
PROFISSIONAL MANTER A VIGILÂNCIA DOS SINAIS CLÍNICOS, EM FUNÇÃO DA POSSÍVEL
OCORRÊNCIA DE HEMORRAGIAS NO PÓS-PARTO, UMA DAS GRANDES CAUSAS DE
MORTALIDADE MATERNA
• A INCIDÊNCIA DE CASOS DE HEMORRAGIA PÓS-PARTO E DE RETENÇÃO PLACENTÁRIA OU DE
RESTOS PLACENTÁRIOS AUMENTA NA PRESENÇA DE FATORES PREDISPONENTES. MESMO EM
GESTAÇÕES DE BAIXO RISCO E PARTOS NORMAIS DURANTE O 1º E 2º ESTÁGIOS COEXISTE A
POSSIBILIDADE DE OCORRER HEMORRAGIA SEVERA E/OU RETENÇÃO PLACENTÁRIA. ASSIM, A
FORMA A ASSISTÊNCIA PRESTADA DURANTE O 3º ESTÁGIO PODERÁ INFLUENCIAR
DIRETAMENTE SOBRE A INCIDÊNCIA DOS CASOS DE HEMORRAGIA E NA PERDA SANGUÍNEA
DECORRIDA DESSE EVENTO.
PARA ISTO, ALGUMAS MEDIDAS DEVEM SER TOMADAS:

• OBSERVAR SANGRAMENTO. A PERDA DE MAIS DE 500 ML DE SANGUE PODE REPRESENTAR


RISCO DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO.
• REALIZAR A COLETA DO SANGUE DO CORDÃO PARA OBTER AMOSTRA DE SANGUE A FIM DE
REALIZAR ANÁLISE BIOQUÍMICA E HEMATOLÓGICA.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO QUARTO ESTÁGIO DO PARTO
• A HEMORRAGIA PÓS-PARTO (HPP) É A CAUSA MAIS COMUM DE MORTALIDADE MATERNA
QUANDO COMPUTADAS AS MORTES EM TODO O MUNDO, SENDO RESPONSÁVEL POR 25%
DESSA TAXA E CONTRIBUINDO PARA A MORTALIDADE E PARA A ELEVAÇÃO DOS CUSTOS NO
ATENDIMENTO PERINATAL.
• A OBSERVAÇÃO DEVE SER REDOBRADA NESTA FASE, POR TRATAR-SE DO PERÍODO EM QUE,
COM MAIS FREQUÊNCIA, OCORREM HEMORRAGIAS PÓS-PARTO, PRINCIPALMENTE POR
ATONIA OU HIPOTONIA UTERINA. É TAMBÉM MOMENTO ADEQUADO PARA PROMOÇÃO DE
AÇÕES QUE POSSIBILITEM O VÍNCULO MÃE/BEBÊ, EVITANDO-SE A SEPARAÇÃO
DESNECESSÁRIA.
LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005.

Garantir às parturientes o direito à presença de


acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto
imediato, no âmbito do SUS.
PUERPÉRIO

“Estado de alteração emocional essencial, provisória, no qual existe


uma maior fragilidade psíquica, tal como no bebê, e que por certo
grau de identificação, permite às mães ligarem-se intensamente ao
recém-nascido, adaptando-se ao contato com ele e atendendo às
suas necessidades básicas”
PUERPÉRIO
• A relação inicial mãe/bebê é ainda pouco estruturada, com o predomínio de
uma comunicação não verbal e por isso intensamente emocional e mobilizadora;

• A chegada do bebê desperta muitas ansiedades e os sintomas depressivos são


comuns;

• A mulher precisa de amparo e proteção, muitas vezes essa necessidade é


confundida com depressão patológica.
PUERPÉRIO

• Baby blues: atinge de 70 a 90% das puérperas, onde elas


apresentam um estado depressivo mais brando, TRANSITÓRIO que
aparece no 3° dia pós-parto e tem duração de aproximadamente
duas semanas;

• Associado às adaptações e perdas vivenciadas após tornar-se mães.


PUERPÉRIO

• Lutos vividos na transição da gravidez-maternidade:


✔ Perda do corpo de grávida;
✔ O não retorno ao corpo inicial;
✔ Separação mãe/bebê;
✔ Queda do bebê idealizado e encontro com o bebê da realidade;
✔ As necessidades próprias são postergadas em função das
necessidades do bebê.
DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Geralmente se inicia da quarta a oitava semana após o parto e pode persistir por mais
de um ano.
Apresentação de sintomas, tais quais:
• Perturbação do apetite, sono;
• Decréscimo de energia;
• Sentimento de desvalia ou culpa excessiva;
• Sentimentos de desamparo e desesperança;
• Pensamentos recorrentes de morte e ideação suicida;
• Sentimento de inadequação e rejeição do bebê;
• Sintomas psicossomáticos (cefaleia, dores nas costas, erupções vaginais e dor abdominal).
RISCOS PARA A DPP
1. Qualidade dos relacionamentos interpessoais, principalmente do parceiro;
2. Gravidez e o parto e ocorrência de eventos de vida estressantes;
3. Adversidades socioeconômicas.

✔ História prévia de depressão na mãe;


✔ Gravidez não planejada;
✔ Primeira gestação;
✔ Atitude negativa do pai em relação a criança;
✔ Estado de saúde da criança.
“PUERPÉRIO DO COMPANHEIRO” E OUTROS FILHOS
• Companheiro participativo ou excluído;

• A ajuda mútua e a compreensão desses estados pode ser fonte de reintegração e


reorganização para o casal;

• Reações comuns nos filhos ao se deparar com a existência do irmão;

• Se o casal já tem outros filhos, o ciúme, a sensação de traição, medo do abandono


que se traduz em comportamentos agressivos por parte das outras crianças (perda
do centro das atenções).
“PUERPÉRIO DO COMPANHEIRO” E OUTROS
FILHOS
• Há uma necessidade de rearranjos na relação familiar;

• Também no campo da sexualidade, as alterações são significativas, necessidade


de reorganização e redirecionamento do desejo sexual, levando-se em conta as
exigências do bebê, as mudanças físicas decorrentes do parto e da
amamentação.
CUIDADOS COM A MÃE
• Importante olhar de cuidado de rede de apoio e da equipe médica
para fornecer o suporte que a mulher precisa para se manter de pé e
cuidar do filho;

• Estar atento a sintomas que se configurem como mais desestruturantes


e que fogem da adaptação “ normal ” característica do puerpério.
CUIDADOS COM A MÃE
• Importância do acompanhamento no pós-parto imediato, na revisão de parto,
quando ocorre uma mudança de foco: o bebê passa a ser o centro das atenções e
a mulher necessita ainda ser cuidada;

• Questões da retomada do planejamento familiar, reorganização psíquica dessa


mulher, favorecendo inclusive sua vinculação com o bebê.
PREMATURIDADE: INTERNAÇÃO DO RN

• Efeito surpresa;
• Sentimentos de culpa e incapacidade de cuidar do bebê;
• Desorganização emocional decorrente de uma separação precoce entre
a mãe e o bebê e de uma gravidez incompleta;
• A instabilidade do bebê prematura desperta na mãe maior insegurança
e se acentua o medo de perder o filho ou das sequelas;
PREMATURIDADE: INTERNAÇÃO DO RN

• Para os pais, o bebê é muito diferente do sonhado – feio, fraco, “ inacabado ” .


• Conseqüentemente, surgem sentimentos de culpa por estarem assustados, distantes,
com medo e com dificuldades em se aproximar do bebê, culpa por não ter podido
levar a gestação adiante, de não ser uma mãe capaz.
• Esse novo papel fica ameaçado.
• Desorganização emocional em função da separação precoce e de um processo de
gravidez incompleta, que teve como resultado muito sofrimento para a mãe e o
bebê
PREMATURIDADE: INTERNAÇÃO DO RN

• A mãe percebe-se incapaz de cuidar de seu bebê, sofre frustrações ao delegar aos
outros esse papel e sente-se ameaçada na sua maternagem ao ter que postergar
os cuidados com seu bebê.
• A interação com ele nas formas possíveis é que permite a elaboração da sua dor e
frustração.
MALFORMAÇÃO FETAL

• Golpe esmagador para os pais que são atingidos em seus ideais narcísicos;
• Inicialmente, dor intensa, tristeza e descrença;
• Crise psíquica;
• Importante tronar o casal participante ativo do processo de diagnóstico, com
suas etapas necessárias para a compreensão plena do problema;
• Orientá-los a compartilhar com a família, amigos e outros filhos a situação;
• Abrir espaço para valorização dos aspectos saudáveis do bebê.

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