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Especialização em Enfermagem Obstétrica

UNESA

Disciplina:
Enfermagem Obstétrica I

Aula:
P R É - N A T A L

Docente:
Meriene Gomes
Especialista em Enfermagem Obstétrica EEAN/UFRJ
Maternidade Leila Diniz
Equipe de Assistência Domiciliar – Sifrá Parteria
Mestranda em Políticas Públicas em Direitos Humanos NEPP-DH/UFRJ
SES RJ 2020 BRASIL 2012
SMS RJ 2022
INTRODUÇÃO
A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde, operacionalizada pelo SUS, fundamentada
nos princípios da humanização e assistência, onde mulheres, recém-nascidos e crianças tem direito a:

• Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal.

• Transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto.

• Vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto - “Gestante não peregrina!”
e “Vaga sempre para gestantes e bebês!”.

• Realização de parto e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção.

• Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante.

• Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade.

• Acesso ao planejamento reprodutivo.


INTRODUÇÃO
PORTARIA Nº 1.459, DE 24 DE JUNHO DE 2011
Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha

Art. 6° A Rede Cegonha organiza-se a partir de quatro (4) Componentes, quais sejam:

I - Pré-Natal
II - Parto e Nascimento
III - Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança
IV - Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação
INTRODUÇÃO
Art. 7° Cada componente compreende uma série de ações de atenção à saúde, nos seguintes termos:
I - Componente PRÉ-NATAL:
a) realização de pré-natal na UBS com captação precoce da gestante e qualificação da atenção;
b) acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação e classificação de risco e
vulnerabilidade;
c) acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno;
d) realização dos exames de pré-natal de RH e AR e acesso aos resultados em tempo oportuno;
e) vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto;
f) qualificação do sistema e da gestão da informação;
g) implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos;
h) prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; e
i) apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que
será realizado o parto, os quais serão regulamentados em ato normativo específico.
AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL
Entende-se por avaliação pré-concepcional a consulta que o casal faz antes de uma
gravidez, objetivando identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar a evolução normal
de uma futura gestação.
Faz-se necessária, portanto, a implementação da atenção em planejamento familiar num
contexto de escolha livre e informada.
A atenção em planejamento familiar contribui para a redução da morbimortalidade materna e
infantil na medida em que:
• diminui o número de gestações não desejadas e de abortamentos provocados;
• diminui o número de cesáreas realizadas para fazer a ligadura tubária;
• diminui o número de ligaduras tubárias por falta de opção e de acesso a outros métodos;
• aumenta o intervalo entre as gestações;
• possibilita planejar a gravidez em mulheres adolescentes ou com patologias crônicas
descompensadas, tais como: diabetes, cardiopatias, hipertensão, portadoras do HIV, entre outras.
PRÉ-NATAL
Atendimento multidisciplinar que objetiva alcançar e manter a integridade
das condições de saúde materna e fetal, cujos resultados devem ser avaliados a longo prazo,
com a formação de pessoas física e intelectualmente úteis à
comunidade e produtivas para o país.
PRÉ-NATAL
O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação,
permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna,
inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas.
Talvez o principal indicador do prognóstico ao nascimento seja o acesso à assistência pré-natal
(grau de recomendação B). Os cuidados assistenciais no primeiro trimestre são utilizados como um
indicador maior da qualidade dos cuidados maternos (grau de recomendação B).
Se o início precoce do pré-natal é essencial para a adequada assistência, o número ideal de
consultas permanece controverso. Segundo a OMS, o número adequado seria igual ou superior
a 6. Pode ser que, mesmo com um número mais reduzido de consultas (porém, com maior ênfase
para o conteúdo de cada uma delas) em casos de pacientes de baixo risco, não haja aumento de
resultados perinatais adversos (grau de recomendação A).
Atenção especial deverá ser dispensada às grávidas com maiores riscos (grau de
recomendação A).
PRÉ-NATAL
4.3.1 Recomendação
O modelo de acompanhamento de pré-natal de baixo risco por médicos generalistas deve ser
oferecido para as gestantes.
O acompanhamento periódico e rotineiro por obstetras durante o pré-natal não traz
melhoria aos desfechos perinatais em comparação com o encaminhamento destas pacientes em
casos de complicações durante o acompanhamento (grau de recomendação A – nível de evidência I).
PRÉ-NATAL
10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica

• 1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação
(captação precoce)
• 2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção
pré-natal.
• 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo
oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal.
• 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, considerando
aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: "rodas de
gestantes".
• 5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal,
quando necessário.
PRÉ-NATAL
10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica

• 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a
informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)".
• 7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário.
• 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração
do "Plano de Parto".
• 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no
qual irá dar à luz (vinculação).
• 10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período
gravídico-puerperal.
CONSULTAS
Acompanhamento periódico e contínuo de todas as gestantes, para assegurar seu seguimento
durante toda a gestação, em intervalos preestabelecidos, acompanhando-as tanto nas unidades de
saúde quanto em seus domicílios, bem como em reuniões comunitárias, até o momento do pré-
parto/parto, objetivando seu encaminhamento oportuno ao centro obstétrico, a fim de evitar
sofrimento fetal por pós-datismo.
Toda gestante com 41 semanas deve ser encaminhada para a avaliação do bem-estar fetal,
incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal.
CONSULTAS
As consultas de pré-natal poderão ser realizadas na unidade de saúde ou durante visitas
domiciliares.
O calendário de atendimento durante o pré-natal deve ser programado em função dos períodos
gestacionais que determinam maior risco materno e perinatal.
O calendário deve ser iniciado precocemente (no primeiro trimestre) e deve ser regular,
garantindo-se que todas as avaliações propostas sejam realizadas e que tanto o Cartão da Gestante
quanto a Ficha de Pré-Natal sejam preenchidos.
O total de consultas deverá ser de, no mínimo, 6 (seis), com acompanhamento intercalado
entre médico e enfermeiro. Sempre que possível, as consultas devem ser realizadas conforme o
seguinte cronograma:
• Até 28ª semana – mensalmente;
• Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente;
• Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente.
Brasil, 2012
Recomendações da OMS sobre cuidados pré-natais
O novo modelo de atenção pré-natal da OMS aumenta o número de contatos que uma mulher
grávida deve ter com profissionais de saúde ao longo de sua gravidez de quatro para oito.
Evidências recentes indicam que uma maior frequência de contatos na atenção pré-natal de
mulheres e adolescentes com o sistema de saúde é associada a uma menor probabilidade de
natimortos. Isso acontece devido ao aumento das oportunidades para detectar e gerir potenciais
problemas.
Um mínimo de oito contatos pode reduzir as mortes perinatais em até 8 para cada mil
nascidos quando comparado ao mínimo de quatro visitas. Além disso, o novo modelo aumenta as
avaliações da mãe e do feto para detectar problemas, melhora a comunicação entre os prestadores de
saúde e as gestantes e amplia a possibilidade de resultados positivos na gravidez.
A publicação recomenda que mulheres grávidas tenham seu primeiro contato nas 12 primeiras
semanas de gestação, com visitas subsequentes na 20ª, 26ª, 30ª, 34ª, 36ª, 38ª e 40ª semana de
gestação.
Recomendações da OMS sobre cuidados pré-natais
As novas diretrizes contêm 49 recomendações que descrevem os cuidados que as gestantes
devem receber a cada contato com o sistema de saúde, incluindo: aconselhamento sobre uma dieta
saudável e nutrição ideal; atividade física; uso de tabaco e outras substâncias; prevenção da malária e
HIV; exames de sangue e vacinação contra tétano; medições fetais, inclusive por meio de ultrassom; e
conselhos sobre como lidar com sintomas fisiológicos comuns, como náusea, dor nas costas e
constipação.
Recomendações da OMS sobre cuidados pré-natais
Recomendações
As consultas técnicas sobre o guia da OMS levaram à elaboração de 49 recomendações relacionadas
com cinco tipos de intervenções:

A. Intervenções nutricionais,
B. Avaliação da mãe e do feto,
C. Medidas preventivas,
D. Intervenções para sintomas fisiológicos comuns e
E. Intervenções nos sistemas de saúde para melhorar a utilização e a qualidade dos cuidados pré-
natais.
As intervenções foram classificadas como recomendadas, não recomendadas, ou recomendadas
mediante certas condições, com base nos pareceres do Guideline, que determinaram tanto a orientação
como o contexto, se for caso disso, da recomendação.
" Quais são as práticas baseadas em evidências durante o CPN que melhoram os resultados e levam
a uma experiência positiva de gravidez?
Como essas práticas devem ser realizadas ? ’’
CUIDADO PRÉ-NATAL
Estratégias:

• Orientar hábitos de vida: dieta, atividade física e sexual, higiene, vestuário, tabagismo, alcoolismo,
drogas ilícitas, etc
• Acolher gestante e família
• Preparo para o parto e noções de puericultura
• Assistência psicológica: resolver problemas e conflitos e para o puerpério
• Diagnóstico e tratamento de doenças pré-existentes
• Profilaxia, diagnóstico e tratamento das doenças gravídicas ou intercorrências
CUIDADO PRÉ-NATAL
Atenção baseada em evidências:
“ Uso consciente, criterioso e explícito das melhores evidências atuais para tomar decisões sobre o
atendimento a pacientes individuais”.

Apoio às gestantes:
“A melhor assistência não será efetiva se não estiver disponível para aqueles que necessitam dela”
exemplos: adolescentes, imigrantes, vulnerabilidade social = adiam assistência(sentem-se pouco à
vontade)= dificuldade de comunicação, impossível seguir recomendações, reações dos provedores de
saúde.

- Priorizar educação e comunicação


- permitir controle da mulher = cartão de P.N. preenchido adequadamente
- criar vínculo: mesmo provedor ou equipe pequena
CUIDADO PRÉ-NATAL
CADERNETA DA GESTANTE - MS
CUIDADO PRÉ-NATAL
CADERNETA DA GESTANTE - MS
CADE A MANOBRA
DE KRISTELLER?
CUIDADO PRÉ-NATAL

CADERNETA DA GESTANTE – MS
# Diferenças 2014 x 2016 x 2022
• Layout
• Mais consultas (de 9 para 14) : exantema (zica) ou rash cutâneo e febre
• Exames
• dTpa
• Consulta de puerpério
• Pré-natal do Parceiro
• 29, 31 e 48 páginas
2014 2016

2022: Adicionou HTLV,


saiu eletroforese e EAS
CUIDADO PRÉ-NATAL
CUIDADO PRÉ-NATAL
Nidou????

• Teste Imunológico de Gravidez


• Gonadotrofina coriônica humana (ßHCG)
• DUM
• USG
CUIDADO PRÉ-NATAL
Toda mulher da área de abrangência da unidade de saúde e com história de atraso menstrual
de mais de 15 dias deverá ser orientada pela equipe de saúde a realizar o TIG, que será solicitado pelo
médico ou enfermeiro.
A dosagem de gonadotrofina coriônica humana (ßHCG) para o diagnóstico precoce da gravidez,
com a utilização de medidas quantitativas precisas e rápidas, tornou este teste mundialmente
reconhecido para confirmar a ocorrência de gravidez. O ßHCG pode ser detectado no sangue periférico
da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção.
CUIDADO PRÉ-NATAL
Toda mulher que refira atraso menstrual maior do que 07 dias devera realizar o Teste Imunológico de
Gravidez (TIG). O TIG e o teste de escolha pela sua confiabilidade e rapidez diagnostica. Independentemente do
resultado, a entrega do resultado do teste deve ser associada a realização de orientação sobre o resultado e com
a oferta dos testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites virais.
Orientações para REALIZAÇÃO DO TIG:
• Realizar sempre aconselhamento pré-teste, abordando expectativas sobre o exame e gravidez. Conversar
sobre o motivo da realização do teste.
• Mediante resultado negativo, fazer aconselhamento pós teste, abordando questões como comportamento
sexual seguro e saúde reprodutiva. Ofertar testes rápidos para ISTs. Investigar outras causas que justifiquem
amenorreia. Se a mulher referir o desejo de engravidar, oferecer cuidados pré-concepcionais.
• Se a mulher referir que não deseja engravidar, orientar sobre planejamento reprodutivo e ofertar métodos
anticoncepcionais.
• Mediante resultado positivo, proporcionar espaço de escuta e acolhimento para a mulher manifestar seus
sentimentos em relação a gravidez, visto que muitas gravidezes são inesperadas ou indesejadas. Recomenda-se
uma escuta sensível, evitando julgamentos e criticas. Apos concordância da gestante, o inicio do
acompanhamento pré-natal deve ser imediato. Os procedimentos e as condutas que se seguem devem ser
realizados sistematicamente, e avaliados em toda consulta de pré-natal.
SES RJ 2020
SES RJ 2020
CUIDADO PRÉ-NATAL
Considerando-se que 11% a 42% das idades gestacionais estimadas pela data da última
menstruação são incorretas, pode-se oferecer à gestante, quando possível, o exame ultrassonográfico,
que, além de melhor determinar a idade gestacional, auxilia na detecção precoce de gestações
múltiplas (inclusive, evidencia o tipo de placentação nestes casos) e de malformações fetais
clinicamente não suspeitas. Idealmente, o exame deve ser realizado entre 10 e 13 semanas, utilizando-
se o comprimento cabeça-nádega para determinar a idade gestacional.

CCN Idade Gestacional


2 mm 5 semanas e 5 dias
3 mm 5 semanas e 6 dias
4 mm 6 semanas e 1 dia
5 mm 6 semanas e 1 dia
CUIDADO PRÉ-NATAL
Sinais de presunção de gravidez:

• Atraso menstrual;
• Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança de apetite,
aumento da frequência urinária e sonolência);
• Modificações anatômicas (aumento do volume das mamas, hipersensibilidade nos mamilos,
tubérculos de Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal
e cervical, aumento do volume abdominal).
CUIDADO PRÉ-NATAL
Sinais de probabilidade:

• Amolecimento da cérvice uterina, com posterior aumento do seu volume;


• Paredes vaginais aumentadas, com aumento da vascularização (pode-se observar pulsação da artéria
vaginal nos fundos de sacos laterais);
• Positividade da fração beta do HCG no soro materno a partir do oitavo ou nono dia após a
fertilização.
CUIDADO PRÉ-NATAL
Sinais de certeza:

• Presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF), que são detectados pelo sonar a partir de 12
semanas e pelo Pinard a partir de 20 semanas;
• Percepção dos movimentos fetais (de 18 a 20 semanas);
• Ultrassonografia: o saco gestacional pode ser observado por via transvaginal com apenas 4 a 5
semanas gestacionais e a atividade cardíaca é a primeira manifestação do embrião com 6 semanas
gestacionais.
CUIDADO PRÉ-NATAL
Classificação de risco gestacional

A gestação é um fenômeno fisiológico e deve ser vista como parte de uma experiência de vida
saudável que envolve mudanças dinâmicas do olhar físico, social e emocional. No entanto, devido a
alguns fatores de risco, algumas gestantes podem apresentar maior probabilidade de evolução
desfavorável. São as chamadas “gestantes de alto risco”.
Portanto, é indispensável que a avaliação do risco seja permanente, ou seja, aconteça em
toda consulta. Em contrapartida, quando são identificados fatores associados a um pior prognóstico
materno e perinatal, a gravidez é definida como de alto risco, passando a exigir avaliações mais
frequentes, muitas vezes fazendo-se uso de procedimentos com maior densidade tecnológica.
CUIDADO PRÉ-NATAL
Classificação de risco gestacional

Assim definida, a gravidez de baixo risco somente pode ser confirmada ao final do
processo gestacional, após o parto e o puerpério.
A caracterização de uma situação de risco, todavia, não implica necessariamente referência da
gestante para acompanhamento em pré-natal de alto risco.
As situações que envolvem fatores clínicos mais relevantes (risco real) e/ou fatores evitáveis
que demandem intervenções com maior densidade tecnológica devem ser necessariamente
referenciadas, podendo, contudo, retornar ao nível primário, quando se considerar a situação resolvida
e/ou a intervenção já realizada.
CUIDADO PRÉ-NATAL
Fatores de risco que permitem a realização do pré-natal pela equipe de atenção básica
CUIDADO PRÉ-NATAL
Roteiro da primeira consulta:
• Anamnese
• História clínica
• Exame físico
• Exames complementares
• Condutas gerais
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Anamnese
Na primeira consulta, deve-se pesquisar:
• os aspectos socioepidemiológicos;
• os antecedentes familiares;
• os antecedentes pessoais gerais, ginecológicos e obstétricos.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Anamnese
(i) data precisa da última menstruação; (xii) história pessoal ou familiar de doenças
(ii) regularidade dos ciclos; hereditárias/malformações;
(iii) uso de anticoncepcionais; (xiii) gemelaridade anterior;
(iv) paridade; (xiv) fatores socioeconômicos;
(v) intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas; (xv) atividade sexual;
(vi) detalhes de gestações prévias; (xvi) uso de tabaco, álcool ou outras drogas
(vii) hospitalizações anteriores; lícitas ou ilícitas;
(viii) uso de medicações; (xvii) história infecciosa prévia;
(ix) história prévia de doença sexualmente (xviii) vacinações prévias;
transmissível; (xix) história de violências.
(x) exposição ambiental ou ocupacional de risco;
(xi) reações alérgicas;
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Anamnese
As anotações deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade (Ficha Clínica de Pré-
Natal) quanto no Cartão da Gestante.
Em cada consulta, o risco obstétrico e perinatal deve ser reavaliado
Os fatores de risco deverão ser identificados em destaque no Cartão da Gestante, uma vez que
tal procedimento contribui para alertar os profissionais de saúde que realizam o acompanhamento pré-
natal.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• História clínica
Identificação: Dados socioeconômicos: Antecedentes familiares:
Nome; Grau de instrução; Hipertensão arterial;
Número do CNS; Profissão/ocupação; Diabetes mellitus;
Idade; Estado civil/união; Malformações congênitas e anomalias genéticas;
Cor; Número e idade de dependentes; Gemelaridade;
Naturalidade; Renda familiar; Câncer de mama e/ou do colo uterino;
Procedência; Pessoas da família com renda; Hanseníase;
Endereço atual; Condições de moradia; Tuberculose e outros contatos domiciliares;
Unidade de referência. Condições de saneamento; Doença de Chagas;
Distância até a unidade de saúde. Parceiro sexual portador de infecção pelo HIV.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• História clínica
Antecedentes pessoais gerais: Hanseníase, tuberculose, malária, sífilis ou outras doenças

Hipertensão arterial crônica; infecciosas;

Diabetes mellitus; Portadora de infecção pelo HIV (deve-se anotar se a paciente

Cardiopatias; está em uso de antirretrovirais e especificar o esquema

Doenças renais crônicas; utilizado);

Anemias e deficiências de nutrientes específicos; Doenças neurológicas e psiquiátricas;

Desvios nutricionais; Cirurgia (tipo e data);

Epilepsia; Transfusões de sangue;

Doenças da tireoide e outras endocrinopatias; Alergias (inclusive medicamentosas);

Viroses (rubéola, hepatites); Doenças neoplásicas;

Infecção do trato urinário; Vacinação;


Uso de medicamentos;
Uso de drogas, tabagismo e alcoolismo.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• História clínica
Antecedentes ginecológicos: Sexualidade:
Ciclos menstruais; Início da atividade sexual (idade da primeira relação);
Uso de métodos anticoncepcionais prévios; Dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
Infertilidade e esterilidade (tratamento); Prática sexual na gestação atual ou em gestações
Doenças sexualmente transmissíveis, inclusive anteriores;
doença inflamatória pélvica; Número de parceiros da gestante e de seu parceiro em
Cirurgias ginecológicas (idade e motivo); época recente ou pregressa;
Malformações uterinas; Uso de preservativos masculinos e/ou femininos (“uso
Mamas (patologias e tratamento realizado); correto” e “uso habitual”).
Última colpocitologia oncótica (papanicolau ou
“preventivo”, data e resultado).
CUIDADO PRÉ-NATAL
• História clínica
Antecedentes obstétricos: Mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número
Número de gestações; e motivo dos óbitos);
Número de partos; Mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de vida
Número de abortamentos; (número e motivo dos óbitos);
Número de filhos vivos; Natimortos (morte fetal intraútero e idade gestacional em
Idade na primeira gestação; que ocorreu);
Intervalo entre as gestações (em meses); Recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia,
Isoimunização Rh; ex-sanguíneo- transfusões;
Número de recém-nascidos: pré-termo, pós-termo; Intercorrências ou complicações em gestações anteriores
Número de recém-nascidos de baixo peso (menos de (deve-se especificá-las);
2.500g) e com mais de 4.000g; Complicações nos puerpérios (deve-se descrevê-las);
Número de recém-nascidos prematuros ou pequenos Histórias de aleitamentos anteriores (duração e motivo do
para a idade gestacional; desmame).
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL
A doença trofoblástica gestacional (DTG) pode ser definida como uma anomalia proliferativa que
acomete as células que compõem o tecido trofoblástico placentário, cito e sinciciotrofoblasto, ainda que seus
diferentes estágios histológicos difiram na propensão para regressão, invasão, metástase e recorrência.
A prevalência da mola hidatiforme (MH) varia de 23 a 1.300/100.000 gravidezes, enquanto as formas
malignas são mais raras (2,5 a 7/100.000 gestações).
Os dois principais fatores de risco para DTG são, principalmente, a idade materna superior a 35 anos
e a história prévia de DTG.
Por ser doença da gravidez, o atraso menstrual, geralmente, está presente. A paciente com MH queixa-
se principalmente de sangramento vaginal, tornando essa doença uma das causas de hemorragia de primeira
metade da gravidez, a ser considerada com o abortamento e a gravidez ectópica. A eliminação de vesículas é
excepcional, mas, quando ocorre, pode-se firmar o diagnóstico.

FEMINA 2019;47(1): 6-17


Devido às intensas alterações endócrinas, é comum a presença de náuseas e vômitos incoercíveis –
hiperêmese gravídica, suscetível de levar 36% das pacientes a emagrecimento e desidratação. De modo geral,
todas as manifestações comuns à gravidez encontram-se exacerbadas na gravidez molar.
A característica mais marcante da MH é a de exibir marcador biológico, representado pela HCG. Uma
dosagem quantitativa do beta-hCG, estará mais elevada do que o esperado para a idade gestacional normal.
O tratamento da MH consiste de duas fases: esvaziamento uterino e seguimento pós-molar. A
Aspiração intrauterina é a técnica de escolha para o esvaziamento molar, pelo menor risco de perfuração
uterina, infecção e permanência de restos molares na cavidade uterina. As pacientes são tratadas inicialmente
com agente único, metotrexato (MTX) ou actinomicina D (ACTD).
Até o momento atual, a prevenção primária de qualquer DTG é não engravidar. As pacientes que
tiveram remissão espontânea da MH apresentam 98% a 99% de chances de desenvolver gravidez normal
subsequente.
Figura 13. Em A,Háobserva-se
risco de 1% a 2% de
aspirador nova utilizado
elétrico MH, que, embora
para pequeno,uterino
esvaziamento é em torno
molar.de 4 a a50grande
Notar vezes quantidade
maior se
de material molar coletado. Em B, pode-se ver o aspirador manual intrauterino para o tratamento de gravidez molar.
comparado
Trata-se com a população
de alternativa em geral. Aodisponível
barata e amplamente término de
noqualquer gravidez,
Brasil para realizar ao paciente deve ser
esvaziamento submetida
uterino molar a uma
dosagem de hCG, após 42 dias, com o intuito de afastar a rara possibilidade de NTG pós-parto.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• História clínica
Gestação atual:
Data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação – DUM (anotar certeza ou dúvida);
Peso prévio e altura;
Sinais e sintomas na gestação em curso;
Hábitos alimentares;
Medicamentos utilizados na gestação;
Internação durante a gestação atual;
Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas;
Ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos,
estresse);
Aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente; -
Identificar gestantes com fraca rede de suporte social;
Cálculo da idade gestacional e data provável do parto.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Exame físico
São indispensáveis os seguintes procedimentos:

avaliação nutricional (peso medida da pressão verificação da presença registro dos movimentos fetais
e cálculo do IMC) arterial de edema
medida da altura uterina ausculta dos batimentos palpação abdominal realização do teste de estímulo
cardiofetais sonoro simplificado
exame ginecológico e exame clínico das mamas toque vaginal de acordo percepção dinâmica
coleta de material para com as necessidades de
colpocitologia oncótica cada mulher
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Exame físico
Exame físico geral:

Inspeção da pele e das Sinais vitais: aferição do Palpação da região cervical, Ausculta
mucosas pulso, frequência cardíaca, tireoide supraclavicular e cardiopulmonar
frequência respiratória, axilar
temperatura axilar
Exame do abdome Exame dos membros Determinação do Determinação da Cálculo do IMC
inferiores peso altura
Avaliação do estado Medida da pressão arterial Pesquisa de
nutricional e do ganho de edema
peso gestacional (membros, face,
região sacra,
tronco)
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Exame físico
Exame obstétrico:
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Exames complementares

Devem ser solicitados na primeira consulta os seguintes exames complementares:


CUIDADO PRÉ-NATAL
• Exames complementares

Segundo as evidências científicas disponíveis, o rastreamento de condições clínicas pode ser


ou não recomendado rotineiramente durante o pré-natal:
• Vaginose bacteriana assintomática: não deve ser oferecido, pois as evidências sugerem que a
identificação e o tratamento dessa condição não diminuem o risco de parto prematuro e outros
problemas reprodutivos (grau de recomendação A);
• Cytomegalovirus: a evidência disponível não embasa o rastreamento de rotina;
• Estreptococcus do grupo B: não deve ser realizado, pois a evidência de sua efetividade
clínica permanece incerta (grau de recomendação A);
• Vírus da hepatite C: não há evidência suficiente da sua efetividade como rastreamento de rotina
(grau de recomendação C). Deve ser solicitado em situações especiais de alto risco, como uso de
drogas injetáveis e/ou parceiro usuário, transfusões de sangue ou múltiplos parceiros de um ou de
ambos.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Consultas subsequentes
Anamnese atual sucinta
Exame físico direcionado (deve-se avaliar o bem-estar materno e fetal);
Verificação do calendário de vacinação;
Deve-se avaliar o resultado dos exames complementares;
Devem ser feitas a revisão e a atualização do Cartão da Gestante e da Ficha de Pré-Natal;
Cálculo e anotação da idade gestacional;
Determinação do peso e cálculo do índice de massa corporal (IMC)
Medida da pressão arterial (observe a aferição da PA com técnica adequada);
Palpação obstétrica e medida da altura uterina;
Pesquisa de edema;
Exame ginecológico, incluindo das mamas, para observação do mamilo;
Ausculta dos batimentos cardiofetais e avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou
detectados no exame obstétrico;
Sinais indicativos de encaminhamento a urgência/ emergência obstétrica:
• Síndromes hemorrágicas.
• Crise hipertensiva (PA >= 160/110) - iniciar tratamento com anti-hipertensivo na unidade de saúde.
• Suspeita de pré-eclâmpsia.
• Sinais premonitórios de eclampsia em gestantes hipertensas: escotomas cintilantes, cefaleia típica occipital,
epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito.
• Eclampsia (crises convulsivas em pacientes com pré-eclâmpsia).
• Suspeita/diagnostico de pielonefrite, infecção ovular/corioamnionite ou outra infecção que necessite de internação
hospitalar.
• Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes (dor no membro inferior, sinais flogísticos, edema localizado
e/ou varicosidade aparente).
• Situações que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de
asma etc.
Sinais indicativos de encaminhamento a urgência/ emergência obstétrica:
• Perda de liquido amniótico, confirmada por exame especular ou por diagnostico por USG de oligodramnia
moderada ou severa, independente da coloração visualizada; Índice de Liquido Amniótico (ILA) < 5 cm ou medida
de maior bolsão de liquido amniótico < 2 cm.

• Trabalho de parto prematuro (contrações e modificação de colo uterino em gestantes com menos de 37 semanas).
• Suspeita ou confirmação de incompetência Istmo Cervical (história de partos prematuros), entre 12a e 16a semana
de gestação, para avaliação quanto a realização de cerclagem.
• Febre, sem conhecimento da causa.
• Suspeita/diagnostico de abdome agudo em gestantes.
• Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento, com comprometimento sistêmico com menos de 20 semanas.
• Suspeita ou confirmação de óbito fetal.
• Queixa de ausência de movimentos fetais por mais de 12h, em gestação com mais de 26 semanas.
• Contrações regulares.
• Idade gestacional >=41 semanas.
Sinais indicativos de encaminhamento a urgência/ emergência obstétrica:
• Suspeita de Doença Inflamatória Pélvica.
• Suspeita ou confirmação ultrassonográfica de gestação ectópica.
•Intoxicação exógena (overdose de drogas ilícitas, coma alcoólico, envenenamento ou superdosagem de medicação).
• Trauma abdominal.
• Prolapso de cordão.
• Agudização de doença falciforme.
• Sinais ligados a ferida operatória ou sutura perineal com abscesso ou febre ou sinais de infecção grave.
• Sangramento vaginal puerperal (lóquios) aumentado, associado a odor fétido, febre ou dor pélvica.
• Sinais de mastite grave ou abscesso mamário, febre ou necrose.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Consultas subsequentes
Condutas:
Interpretação dos dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico;
Avaliação dos resultados de exames complementares e tratamento de alterações encontradas ou
encaminhamento, se necessário;
Prescrição de suplementação de sulfato ferroso (40mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico
(5mg/dia), para profilaxia da anemia;
Oriente a gestante sobre alimentação e faça o acompanhamento do ganho de peso gestacional;
Incentive o aleitamento materno exclusivo até os seis meses;
Oriente a gestante sobre os sinais de risco e a necessidade de assistência em cada caso;
Faça o acompanhamento das condutas adotadas em serviços especializados, pois a mulher deverá
continuar a ser acompanhada pela equipe da atenção básica;
Proceda à realização de ações e práticas educativas individuais e coletivas;
Faça o agendamento das consultas subsequentes.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Métodos para cálculo da idade gestacional (IG) e da data provável do parto (DPP)
Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que
corresponde ao primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher.
I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: É o método de escolha para
se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de
métodos anticoncepcionais hormonais:
• Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo
o total por sete (resultado em semanas);
• Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e
mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado no dia e mês da consulta
atual.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Métodos para cálculo da idade gestacional (IG) e da data provável do parto (DPP)
II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que
ela ocorreu:
• Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias
5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de um dos métodos descritos.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Métodos para cálculo da idade gestacional (IG) e da data provável do parto (DPP)
III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos:
Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade gestacional e a data provável do
parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do
fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos
fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Métodos para cálculo da idade gestacional (IG) e da data provável do parto (DPP)
Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da gestação
normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante a utilização de calendário.
Com o disco (gestograma), coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia
e mês da última menstruação e observe a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do
parto.
Outra forma de cálculo consiste em somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e
subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, se
corresponder aos meses de janeiro a março). Esta forma de cálculo é chamada de Regra de Näegele.
Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passe os
dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Avaliação do estado nutricional (EN) e do ganho de peso gestacional


A avaliação do estado nutricional da gestante consiste na tomada da medida do peso e da
altura e o cálculo da semana gestacional, o que permite a classificação do índice de massa corporal
(IMC) por semana gestacional.
Com base no IMC obtido na primeira consulta de pré-natal, é possível conhecer o estado
nutricional atual e acompanhar o ganho de peso até o final da gestação.
Recomenda-se que a gestante seja pesada em todas as consultas. A estatura pode ser aferida
apenas na primeira consulta, desde que não seja gestante adolescente (menor de 20 anos), cuja
medida deverá ser realizada pelo menos trimestralmente.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Avaliação do estado nutricional (EN) e do ganho de peso gestacional


Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, segundo o IMC, por semana gestacional, da
seguinte forma:
• Baixo peso: quando o valor do IMC for igual ou menor do que os valores apresentados na coluna
correspondente a baixo peso;
• Adequado: quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores;
• Sobrepeso: quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores
• Obesidade: quando o valor do IMC for igual ou maior do que os valores apresentados.

Obs.: O ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o IMC pré- gestacional
referido ou o IMC calculado a partir de medição realizada até a 13ª semana gestacional.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Controle da pressão arterial (PA)


Os guidelines recomendam a medida da PA em todas as consultas de pré-natal (grau de
recomendação C). Conceitua-se hipertensão arterial na gestação a partir dos seguintes parâmetros:
• A observação de níveis tensionais absolutos iguais ou maiores do que 140mmHg de pressão
sistólica e iguais ou maiores do que 90mmHg de pressão diastólica, mantidos em medidas
repetidas, em condições ideais, em pelo menos três ocasiões.
• O aumento de 30mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15mmHg ou mais na pressão
diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais pré-gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª
semana de gestação, representa um conceito que foi muito utilizado no passado e ainda é utilizado
por alguns. Entretanto, apresenta alto índice de falsos positivos, sendo utilizado de melhor forma
como sinal de alerta e para agendamento de controles mais próximos.
American Heart Association (AHA) 13/8
Vs
European Society of Cardiology (ESC) 14/9

PA sistólica PA diastólica
Classificação
(mmHg) (mmHg)
Normal < 120 E < 80
Elevada 120-129 E < 80
Hipertensão
130-139 e/ou 80-89
estágio 1
Hipertensão
≥ 140 e/ou ≥ 90
estágio 2
Guideline for the Prevention, Detection, Evaluation,
and Management of High Blood Pressure in Adults
(American College of Cardiology)
• The goal of antihypertensive treatment during pregnancy includes prevention of
severe hypertension and the possibility of prolonging gestation to allow the fetus
more time to mature before delivery
• Preeclampsia is a potentially dangerous condition for the pregnant woman and
fetus, occurring in 3.8% of pregnancies, and preeclampsia and eclampsia account
for 9% of maternal deaths in the United States.
• Preeclampsia is associated with an increased risk of preterm delivery, intrauterine
growth restriction, placental abruption, and perinatal mortality and is twice as
likely to occur in the first pregnancy.

https://www.ahajournals.org/doi/pdf/10.1161/HYP.0000000000000065
Definição de hipertensão arterial na gravidez

Pressão arterial sistólica maior ou igual a 140


mmHg e/ou Pressão arterial diastólica maior
ou igual a 90 mmHg (Brasil, 2022).
DEFINIÇÃO
PREVENÇÃO PE
• O uso de aspirina é o único tratamento preventivo para pré-eclâmpsia com
evidência forte suficiente até agora.
• Uma revisão realizada pela the lancet em 2019 concluiu que existem
evidências de alta qualidade que baixas doses de aspirina diárias (100mg)
desde o fim do primeiro trimestre até 36 semanas reduzem o risco de
desenvolvimento de pré-eclâmpsia em torno de 18%.
• O uso de cálcio oral pode prevenir pré-eclâmpsia, especialmente quando a
ingestão é baixa. Uma meta-análise concluiu que o uso de 1,0 g de cálcio ao
dia reduz as taxas de pré-eclâmpsia. Essa evidência é relevante nas
pacientes onde a dieta é pobre, já naquelas onde a dieta supre
adequadamente não se mostrou tão efetiva
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:
 Controle da pressão arterial (PA)
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) na gestação é classificada nas seguintes categorias principais:
• Pré-eclâmpsia: caracterizada pelo aparecimento de HAS e proteinúria (> 300 mg/24h) após a 20ª semana de
gestação em mulheres previamente normotensas;
• Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia complicada por convulsões que não podem ser atribuídas a outras
causas;
• Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: definida pela elevação aguda da PA, à qual se agregam proteinúria,
trombocitopenia ou anormalidades da função hepática, em gestantes portadoras de HAS crônica com idade
gestacional superior a 20 semanas;
• Hipertensão arterial sistêmica crônica: é definida por hipertensão registrada antes da gestação, no período que
precede à 20ª semana de gravidez ou além de doze semanas após o parto;
• Hipertensão gestacional: caracterizada por HAS detectada após a 20ª semana, sem proteinúria, podendo ser
definida como “transitória” (quando ocorre normalização após o parto) ou “crônica” (quando persistir a
hipertensão).
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Palpação obstétrica e medida da altura uterina (AU)


A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina. Ela deve iniciar-se
pela delimitação do fundo uterino, bem como de todo o contorno da superfície uterina (este
procedimento reduz o risco de erro da medida da altura uterina).
Técnica para palpação abdominal (Manobras de Leopold): Consiste em um método palpatório
do abdome materno em 4 passos (grau de recomendação B).
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Palpação obstétrica e medida da altura uterina (AU)


Visa ao acompanhamento do crescimento fetal e à detecção precoce de alterações. Use como
indicador a medida da altura uterina e sua relação com o número de semanas de gestação (grau de
recomendação B).
Ponto de corte: serão considerados parâmetros de normalidade para o crescimento uterino o
percentil 10 (para o limite inferior) e o percentil 90 (para o limite superior). Representação do indicador
por meio de gráfico constituído de duas linhas: a inferior representa o percentil 10, e a superior, o
percentil 90.
O resultado estará adequado quando estiver contido entre as duas linhas: excessivo (acima do
percentil 90) e deficiente (abaixo do percentil 10).
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Palpação obstétrica e medida da altura uterina (AU)


I. Técnica para medida da altura uterina: - Posicione a gestante em decúbito dorsal, com o
abdome descoberto; - Delimite a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino; - Por meio da
palpação, procure corrigir a comum dextroversão uterina; - Fixe a extremidade inicial (0cm) da fita
métrica, flexível e não extensível, na borda superior da sínfise púbica com uma das mãos, passando-a
entre os dedos indicador e médio. - Deslize a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra
mão até alcançar o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão; - Proceda à leitura quando a
borda cubital da mão atingir o fundo uterino; - Anote a medida (em centímetros) na ficha e no cartão e
marque o ponto na curva da altura uterina.
Avaliação da altura uterina
TRAÇADO INTERPRETAÇÃO CONDUTA
Evoluindo entre as curvas Crescimento normal Seguir calendário básico
superior e inferior
Evoluindo acima da curva - Solicitar USG
É possível que a IG seja
superior ou abaixo da
diferente da estimada - Referir para alto risco na
inferior, mas com a mesma suspeita de desvio do
inclinação crescimento fetal
- Solicitar USG
Evoluindo acima da curva Suspeitar de gemelaridade,
superior e com inclinação polidramnia, macrossomia, - Referir para alto risco na
maior que esta outros. suspeita de desvio do
crescimento fetal.
Evoluindo com inclinação Se o traçado cruzar a curva Referir ao pré-natal de alto
persistentemente menor inferior ou estiver afastando-se risco
que a curva inferior dela, provável CIUR

Deve-se pensar em erro de medidas quando ocorrer queda ou


elevação abrupta em curva que vinha evoluindo normalmente.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Ausculta dos batimentos cardíacos fetais (BCF)


Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos batimentos
cardíacos fetais (BCF). Deve ser realizada com sonar, após 12 semanas de gestação, ou com Pinard,
após 20 semanas (grau de recomendação C).
É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Verificação da presença de edema


Detectar precocemente a ocorrência de edema patológico (grau de recomendação C).
• Nos membros inferiores
• Na região sacra
• Na face e nos membros superiores, identifique a presença de edema pela inspeção.
A presença de edema ocorre em 80% das gestantes e ele é pouco sensível e específico para o
diagnóstico de pré-eclâmpsia.
CUIDADO PRÉ-NATAL

• Procedimentos técnicos:

 Exame ginecológico e coleta de material para colpocitologia oncótica


O exame ginecológico inclui a inspeção vulvar, o exame especular e o toque vaginal. Não se
deve perder a oportunidade para a realização do rastreamento do câncer do colo do útero nas
gestantes.
Não está contraindicada a realização deste exame em mulheres grávidas, podendo ser feito em
qualquer período da gestação, preferencialmente até o 7º mês.
A coleta do material do colo do útero para exame colpocitopatológico deve ser realizada a partir
de uma amostra da parte externa, a ectocérvice. A coleta da parte interna, a endocérvice, não deve ser
realizada nas gestantes. Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à
escamação ou esfoliação da superfície externa do colo por meio da espátula de Ayre.
CUIDADO PRÉ-NATAL
• Procedimentos técnicos:

 Exame clínico das mamas


O exame clínico das mamas é realizado com a finalidade de se detectar anormalidades nas
mamas e/ou avaliar sintomas referidos pelas gestantes para, assim, identificar possíveis lesões malignas
palpáveis num estágio precoce de evolução.
É também uma boa oportunidade para o profissional de saúde educar a população feminina
sobre:
(i) o câncer de mama, seus sintomas, seus fatores de risco e sua detecção precoce;
(ii) sobre a composição e a variabilidade da mama normal; e
(iii) sobre a importância do aleitamento materno para a criança, para a própria gestante e para a família
e a sociedade, pois nesta fase a mulher e sua família estão mais atentas e dispostas a receber
informações e realizar atividades de promoção e prevenção à sua saúde.
CUIDADO PRÉ-NATAL
Prescrição de suplementos alimentares
Ferro e folato: a suplementação rotineira de ferro e folato parece prevenir a instalação de
baixos níveis de hemoglobina no parto e no puerpério. Existem poucas informações em relação a outros
parâmetros de avaliação da mãe e de seu recém-nascido (grau de recomendação A).
O Programa Nacional de Suplementação de Ferro, do Ministério da Saúde, criado por meio da
Portaria MS nº 730, de 13 de maio de 2005, recomenda a suplementação de 40mg/dia de ferro
elementar (200mg de sulfato ferroso).
Folato peri-concepcional: tem forte efeito protetor contra defeitos abertos do tubo neural.
Deve ser usado rotineiramente pelo menos dois meses antes e nos dois primeiros meses da gestação.
Esta informação deve ser difundida por programas educacionais de saúde. Mulheres que tiveram fetos
ou neonatos com defeitos abertos do tubo neural têm que usar folato continuamente se ainda desejam
engravidar (grau de recomendação A);
73 pg
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD006896.pub2/abstract
Metilfolato Vs Ácido Fólico
O metilfolato é a forma ativa do ácido fólico, ou seja, quando ingerimos o ácido fólico,
ele precisa ser convertido pelas enzimas do nosso organismo em metilfolato para poder
ser utilizado pelas nossas células em processos essenciais como a formação do DNA e
multiplicação celular. Já, em contrapartida, quando o metilfolato é ingerido diretamente
ele é rapidamente absorvido e utilizado pelas células.
O L-metilfolato, por se tratar da forma ativa da vitamina, não necessita de metabolização.
Pode ser utilizado, com boa eficácia, para a prevenção de defeitos do tubo neural (DTNs)
em mulheres sabidamente portadoras de polimorfismo, bem como naquelas que
desconhecem essa condição, quando comparado às demais formas de folato e ácido fólico.
CUIDADO PRÉ-NATAL

A vacinação durante a gestação objetiva não somente a proteção da gestante, mas também a
proteção do feto.
Não há evidências de que, em gestantes, a administração de vacinas de vírus inativados (raiva
humana e influenza, por exemplo), de bactérias mortas, toxoides (tetânico e diftérico) e de vacinas
constituídas por componentes de agentes infecciosos (hepatite B, por exemplo) acarrete qualquer risco
para o feto.
CUIDADO PRÉ-NATAL
Intercorrências clínicas e obstétricas mais frequentes
CUIDADO PRÉ-NATAL
Temas pra grupo: Pai e Paternidade:
Gestação: - Papel do pai na gestação, parto e pós parto
- Desenvolvimento da gestação e do feto - Desenvolvimento do vínculo – pai e filho
- Modificações e desconfortos gestacionais Medos, realidades e fantasias da gestação e do
- Práticas de atividade física na gestação e nutrição parto:
saudável - Sinais de alerta e quando procurar atendimento
- Sexualidade durante a gestação - Medo da dor
- E se romper a bolsa?
Parto: - Colonização por streptococcos - o que diz a evidência?
- O que esperar? - Gestação prolongada e líquido com mecônio
- Indução de trabalho de parto Pós-parto:
- Direitos das gestantes x Violência obstétrica - Pós Parto é realmente a sombra?
- Indicações de cesariana - Primeiros dias do bebê (testes e vacinas)
- Como escolher o local do parto? - Amamentação e seus desafios
- Planejamento familiar
Maternal Marijuana Use and Adverse Neonatal
Outcomes: A Systematic Review and Meta-analysis.
• OBJETIVO: Estimar se o uso de maconha na gravidez aumenta os riscos de resultados neonatais adversos
e esclarecer se algum risco aumentado é atribuível ao uso de maconha em si ou a fatores de confusão, como o
uso do tabaco.
• MÉTODOS DE SELEÇÃO DE ESTUDO: Analisamos estudos observacionais que compararam as taxas de
resultados neonatais adversos pré-especificados em mulheres que usaram maconha durante a gravidez com
mulheres que não usaram.
• RESULTADOS: Dois autores extraíram independentemente os dados dos estudos selecionados. Os desfechos
primários foram baixo peso ao nascer (menos de 2.500 g) e parto prematuro com menos de 37 semanas de
gestação. Os desfechos secundários foram peso ao nascer, idade gestacional no parto, pequeno para a idade
gestacional, nível II ou maior admissão no berçário, natimorto, aborto espontâneo, baixo índice de Apgar,
descolamento prematuro da placenta e morte perinatal.
• CONCLUSÃO: O uso de maconha materna durante a gravidez não é um fator de risco independente para
desfechos neonatais adversos após o ajuste para fatores de confusão. Assim, a associação entre o uso de
maconha materna e os resultados adversos parece ser atribuível ao uso concomitante do tabaco e a outros
fatores de confusão. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27607879
2016
Diabetes Mellitus Gestacional

• Diabetes Mellitus Gestacional (DMG): mulher com hiperglicemia detectada pela primeira vez
durante a gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem os critérios diagnósticos
para DM.

• Diabetes Mellitus diagnosticado na gestação (Overt Diabetes): mulher sem diagnóstico prévio de
DM, com hiperglicemia detectada na gravidez e com níveis glicêmicos sanguíneos que atingem
os critérios da OMS para a DM na ausência de gestação.
Critérios diagnósticos de Diabetes Mellitus
Gestacional no Brasil
O Ministério da Saúde recomendou no Manual de Gestação de Alto Risco de 2012 o uso o uso de
fatores clínicos de risco para DMG, associados a uma glicemia de jejum no início da gravidez (antes de 20
semanas ou tão logo seja possível), para o rastreamento de DMG.
Na presença de glicemia de jejum de 85mg/dL a 125 mg/dL ou de qualquer fator de risco clínico as
gestantes deveriam realizar o TOTG com 75g de glicose.
O diagnóstico de DMG seria estabelecido diante de pelo menos dois valores maiores ou iguais a
95 mg/dL (jejum), 180 mg/dL (1ª hora) e 155 mg/dL (2ª hora). Mulheres que apresentassem duas
glicemias de jejum ≥ 126mg/dL também receberiam o diagnóstico de DMG confirmado, sem necessidade
de realizar o teste de sobrecarga de glicose. Caso fosse observado apenas um valor anormal no TOTG com
75 gramas, o teste deveria ser repetido com 34 semanas.
Diagnóstico de DMG em situação de viabilidade
financeira e disponibilidade técnica total
Em situações de viabilidade financeira e disponibilidade técnica total, todas as mulheres
devem realizar a glicemia de jejum (até 20 semanas de idade gestacional) para diagnóstico de DMG e
de DM diagnosticado na gestação.
Todas as gestantes com glicemia de jejum inferior a 92 mg/dL devem realizar o TOTG com 75g
de glicose de 24 a 28 semanas. Se o início do pré-natal for tardio (após 20 semanas de idade gestacional)
deve-se realizar o TOTG com a maior brevidade possível. Estima-se que assim sejam detectados 100%
dos casos.
Diagnóstico de DMG em situação de viabilidade
financeira e/ou disponibilidade técnica parcial
Em situações de viabilidade financeira e/ou disponibilidade técnica parcial, todas as gestantes
devem realizar a glicemia de jejum no início do pré-natal para diagnóstico de DMG e de DM
diagnosticado na gestação e caso o resultado do exame apresente valores inferiores a 92 mg/dL, antes
de 24 semanas de idade gestacional, deve-se repetir a glicemia de jejum de 24 a 28 semanas. Estima-se
que assim sejam detectados 86% dos casos.
Sinais de Alerta Durante a Gravidez
Sinal de Advertência Possível Causa
Sangramento vaginal aborto, placenta prévia, descolamento de
placenta, sinais de parto
Escape de líquido vaginal Incontinência urinária, rompimento da bolsa
Disúria Infecção do trato urinário
Dor de cabeça PE / Desidratação
Visão alterada, visão embaçada e /ou PE
flashes de luz
Cólicas abdominais Sinais de parto / ITU
Dor epigástrica persistente PE
Redução do movimento fetal Sofrimento fetal e/ou Morte fetal
Temperatura elevada Infecção
Vômitos persistentes Hiperêmese gravídica
Pré natal em período de pandemia
As consultas de pré-natal deverão seguir as rotinas habituais, de acordo com seu risco,
presença de intercorrências ou morbidades.

Em todas as consultas recomenda-se investigar a presença de sintomas gripais e/ou


contatos recentes com pessoas infectadas pelo Covid-19.

As gestantes devem permanecer o mínimo de tempo necessário para a realização das


consultas de pré-natal, evitando ao máximo aglomerações nas salas de esperas.

Nota técnica nº 467/2021: Vacinação de todas as gestantes conta a Covid-19.


3.2. A priorização das pessoas com síndrome de down, gestantes com comorbidades bem como pacientes em
diálise independente da faixa etária foi fundamentada nas seguintes considerações:
• As gestantes com comorbidades possuem risco obstétrico elevado independentemente da idade,
sendo ainda habitualmente indivíduos de menor faixa etária, de tal forma que seguir a estratificação
por faixa etária neste grupo atrasaria a vacinação daquelas em maior risco.
09/10/22
09/10/22
99181-0880

@meriene.gomes
@interfaces.direito.e.saude

/meriene.gomes
Referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção
qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

Mulheres grávidas devem ter acesso aos cuidados adequados no momento certo, afirma OMS
http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5288:mulheres-gravidas-devem-ter-acesso-aos-cuidados-adequados-no-momento-certo-afirma-
oms&Itemid=821

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012.

Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes Rastreamento e
diagnóstico de diabetes mellitus gestacional no Brasil. Brasília, DF: OPAS, 2016.

https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44703/9789248548338_por.pdf?sequence=11 Atenção ao Pré-Natal. Rotinas para gestantes de baixo risco. Superintendência de


Atenção Primária. Guia de Referência Rápida. Versão PROFISSIONAIS. 2013.

Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes Tratamento do diabetes
mellitus gestacional no Brasil. Brasília, DF: OPAS, 2019.

Braga A, Sun SY, Maestá I, Uberti E. Doença trofoblástica gestacional. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); 2018

SES. PROTOCOLO ESTADUAL DE ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE RISCO HABITUAL. Ano: 2020

Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein NOTA TÉCNICA PARA ORGANIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE COM FOCO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E NA
ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA – SAÚDE DA MULHER NA GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO. / Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. São Paulo:
Hospital Israelita Albert Einstein: Ministério da Saúde, 2019. 56 p.: il.

Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde Superintendência de Atenção Primária. Atenção ao Pré-Natal Rotinas
para gestantes de risco habitual. Rio de Janeiro/RJ 2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022.

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