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GESTAÇÃO

Prof. Enf. Bianca Rolim Fernandes


A gestação ou prenhez se refere ao estado resultante da fecundação
de um óvulo pelo espermatozoide, envolvendo também o subsequente
desenvolvimento, no útero, do feto que foi gerado pela fecundação,
encerrando-se na expulsão, chamada de "parto" ou "nascimento".
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À MULHER EM IDADE FÉRTIL NO CICLO GRÁVIDO:

DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ - Como auxílio no diagnóstico da gravidez os sinais podem


classificar-se em 3 tipos: sinais de presunção, sinais de probabilidade e sinais de certeza.

• Sendo os sinais de presunção aqueles que são percepcionados pela mulher, tais como a
amenorreia (ausência do período), a fadiga (cansaço), a turgescência mamária (mamas mais
duras e inchadas), o aumento de volume das mamas, as náuseas matinais e os movimentos
do feto.

• Os sinais de probabilidade são alterações observadas pelo examinador.

• Os sinais de certeza são: a ecografia obstétrica com visualização do feto, a auscultação dos
ruídos cardíacos fetais e a palpação dos movimentos fetais pelo examinador.
• O diagnóstico de gravidez baseia-se na história, no exame físico e nos testes
laboratoriais. Frente a uma amenorreia ou atraso menstrual, deve-se, antes de
tudo, suspeitar da possibilidade de uma gestação.

• Na prática, para as mulheres que procuram os serviços com atraso menstrual


que não ultrapassa 16 semanas, a confirmação do diagnóstico da gravidez pode
ser feita pelo profissional Enfermeira da unidade básica de saúde, por meio de
um teste imunológico para gravidez (TIG), de acordo com os procedimentos
especificados no determinado pelo Programa de Atenção ao Pré-Natal.
• O teste laboratorial é, inicialmente, recomendado para que o diagnóstico não
demande o agendamento de consulta, o que poderia postergar a confirmação da
gestação.
• Para as mulheres com atraso menstrual maior que 16 semanas ou que já
saibam estar grávidas, o teste laboratorial é dispensável. A consulta deve ser
realizada imediatamente para não se perder a oportunidade da captação precoce.
• Se o TIG for negativo deve ser agendada consulta para o planejamento
familiar, principalmente para a paciente adolescente.
• BHCG no sangue confirma gravidez com 8 a 11 dias após concepção.
Avaliar:
• Ciclo menstrual
• Data da última menstruação
• Atividade sexual
Atraso ou  
irregularidade Atraso menstrual em mulheres maiores de 10
menstrual, náuseas e anos com atividade sexual
 
aumento do volume Solicitar teste imunológico de gravidez (TIG)
abdominal
 

Resultado Positivo Resultado Negativo


- Gravidez confirmada; - Repetir ex. após 15 dias;
- Iniciar acompanhamento da - Resultado negativo, persistindo a amenorreia
gestante. encaminhar para avaliação clínico ginecológica.

 
•Após a confirmação da gravidez em consulta, médica ou de enfermagem, dá-se início ao
acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no SISPRENATAL. Os procedimentos e
as condutas que se seguem devem ser realizados sistematicamente e avaliados em toda
consulta de pré-natal. As condutas e os achados diagnósticos sempre devem ser anotados na
ficha perinatal e no cartão da gestante.

•Nesse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias referentes ao


acompanhamento pré-natal, sequência de consultas, visitas domiciliares e reuniões
educativas. Deverão ser fornecidos:
• O cartão da gestante, com a identificação preenchida, o número do SISPRENATAL, o hospital de referência para o
parto e as orientações sobre este;
• O calendário de vacinas e suas orientações;
• A solicitação dos exames de rotina;
• As orientações sobre a participação nas atividades educativas - reuniões e visitas domiciliares;

•É importante enfatizar que uma informação essencial que deve constar explicitamente no cartão da
gestante é o nome do hospital de referência para o parto ou intercorrências durante a gestação. Se, no decorrer
da gestação, surgir alguma situação que caracterize risco gestacional, com mudança hospital ou maternidade de
referência, isso também deve estar escrito no cartão. Essa informação é considerada fundamental para que a
mulher e seu companheiro ou familiares possam reivindicar o direito de atendimento na unidade básica de
saúde do bairro em que reside.
• A gravidez normal 40 sem, 10 meses lunares ou 280 dias.
• Da puberdade ao climatério há tentativas de gravidez e a
menstruação é o sinal do fracasso no processo.
• Gestação de Baixo Risco: é aquela que evolui sem intercorrências.
• Gestação de Alto Risco: é aquela que se inicia com problemas que transcorrem na sua
evolução, sendo frequentemente desfavoráveis ao feto ou a mãe. A pressão alta e a 
diabetes, por exemplo, podem ser responsáveis por uma gravidez de risco.

• A diferença entre baixo e alto risco estabelece o grau de necessidade de cuidados, se


demandará técnicas mais avançadas, com pessoal e local mais sofisticado tecnicamente.
Assim, o controle de pré-natal de uma gestação de baixo risco será diferente da de alto
risco em objetivo, conteúdo, número de consultas e tipo de pessoal assistente.

• Fatores de Risco: circunstâncias ou características que se associam a uma maior


probabilidade de ocorrer dano a saúde.
Manifestações Clínicas de gravidez:

Amenorréia, naúseas, vômito, vertigem, cansaço, mudança no


apetite, aumento da sensibilidade na região dos mamilos, aumento
do sono e poliúria.
Local de implantação do embrião:
o Gravidez tópica: O embrião desenvolve-se na cavidade do útero.
o Gravidez ectópica: O embrião desenvolve-se em estrutura fora do útero. Um tipo relativamente comum de gravidez
ectópica é aquela em que o bebê desenvolve-se na tuba uterina.

Número de embriões:
o Gravidez única: Apenas um embrião está em desenvolvimento.
o Gravidez gemelar: Mais de um embrião está em desenvolvimento, ou seja, a mulher está grávida de mais de um
bebê.
Semanas da gravidez
• O tempo de gestação é, geralmente, contado em semanas e para fazer esse cálculo,
é necessário saber a data da última menstruação. A cada sete dias da data da última
menstruação tem-se uma semana. Uma gestação dura em média 40 semanas.

• É importante frisar que essa contagem não é precisa e pode não demonstrar
fielmente à idade gestacional. Por essa razão, o médico realiza os cálculos, mas
também observa as características do bebê em desenvolvimento pela
ultrassonografia, para que a idade estimada seja a mais próxima possível da
realidade.
 MESES SEMANAS
1º mês 4 semanas e meia
2º mês 9 semanas
3º mês 13 semanas e meia
4º mês 18 semanas
5º mês 22 semanas e meia
6º mês 27 semanas
7º mês 31 semanas e meia
8º mês 36 semanas
9º mês 40 semanas e meia
Principais eventos utilizando como referência a Caderneta de Gestante produzida pelo
Ministério da Saúde:
 Quarta semana: Nessa etapa, o coração do bebê começa a bater e é possível observar o
local onde os braços e pernas se desenvolverão. O tamanho do bebê, nessa fase da
gestação, é aproximadamente o tamanho de um grãozinho de arroz.
 Oitava semana: Nessa etapa, o bebê já apresenta o tamanho aproximado de uma ervilha,
e seus dedos, orelhas e órgãos internos estão formados.
 Nona semana à 12ª semana: Nessa etapa, o cérebro já inicia seu funcionamento, sendo o
bebê capaz de realizar algumas atividades, tais como mexer os seus membros.
 14ª semana: O bebê, nessa fase, é capaz de mexer suas mãos e os movimentos
respiratórios já são possíveis.
 15ª semana à 16ª semana: Nessa etapa, a mãe começa a sentir os movimentos
do bebê. A pele do bebê, até então transparente, começa a engrossar.
 17ª semana à 18ª semana: Nessa etapa, o bebê já é capaz de sugar, deglutir e
piscar. A mãe, nessa etapa, é capaz de perceber os soluços do filho, atividade
considerada normal.
 20ª semana à 24ª semana: Nessa etapa, os alimentos ficam ainda mais intensos
e a mãe é capaz de perceber com facilidade a movimentação do bebê.
 27ª semana à 30ª semana: Nessa semana, o bebê já está bem formado e já é
capaz de escutar e identificar sons e perceber a luz.
Entre as MODIFICAÇÕES ANATÔMICAS sofridas pelo organismo materno podemos citar:

 Aumento no volume das mamas com aumento dos Tubérculos de Montgomery;

Estas glândulas produzem secreções


sebáceas que mantém a aréola e o
mamilo lubricado e protegido.

 Saída de colostro após os 6 meses de gestação;


 Coloração violácea vulvar (Sinal de Jaquemier) também descrita como Cianose vaginal e
cervical (Sinal de Chadwick);
 Aumento no volume uterino;
 Amolecimento cervical (semelhante a cart. Nasal – Sinal de Goodell) e do segmento inferior
(Sinal de Hegar);
 Positividade da fração beta da gonadotrofina coriônica humana (B HCG)
detectado no soro sanguíneo e identificada desde o 8º/9º de fertilização;
 Presença de BCF a partir da 10ª semana para Doppler ou da 18ª/20ª semana
com Pinnard;
 Movimentos fetais a partir da 18ª/20ª semana;
 Ultrassonografia caracterizando a vitalidade fetal da 5ª/6ª semana.
MODIFICAÇÕES SISTÊMICAS NO ORGANISMO MATERNO

• Postura e deambulação – lordose da coluna lombar e modificação da marcha;

• Sistema Cardiovascular – aumento da PA (pode ter palpitação) de 3-5 mmHg para sistólica e 5-15
mmHg para diastólica;

• Circulação Cutânea – sente mais calor, consequentemente, sudorese;

• Pressão Venosa – aumenta em 3 vezes em MMII por compressão das veias abdominais e pélvicas.
Tendência a edema de MMII, hipotensão, lipotímia, varizes e hemorróidas;

• Volume Sanguíneo – o sangue apresenta-se “diluído”, determinando a chamada “anemia fisiológica da


gravidez”;

• Sistema Urinário – alterações anatômicas e funcionais predispõem a alta incidência de infecções;


• Sistema Respiratório – dispnéia por aumento das taxas hormonais próprias da gestação;

• Sistema Digestório – aumento do apetite e sede, náusea e vômito decorrente da


diminuição do tônus e motricidade intestinal;

• Ossos e Articulações – a região pélvica tem sua mobilidade aumentada para favorecer o
parto normal (sínfise púbica);

• Sistema Nervoso – manifestações de psiquismo, hiperêmese, enxaqueca, depressão,


modificações da personalidade e reações maníacas;

• Pele e Anexos – aumento da pigmentação da face (cloasma gravídico e lanugem) e


pigmentação geral (vulva, períneo, nariz, linha nigra e aréola mamária). Após 6º mês
pode ocorrer o aparecimento de estrias no abdomem, mamas, flancos, região sacral e
lombar. Aumento do crescimento de unhas e cabelos.
Ganho de peso – entre 10 e 12,5 Kg, sendo:
• 3.400 Kg = feto 900 gr = útero 400 a 500 gr =mamas
• 650 gr = placenta 800 a 1000Kg = líquido 1300 a 1500 gr = vol sangue

obs.: pós-parto – feto + placenta + líq. Amniótico = 5Kg


puerpério imediato = edema + involução uterina = 2 a 2.500 Kg
3 meses pós-parto perda de peso excedente nas mães que amamentam
TAMPÃO MUCOSO
É um muco abundante e espesso depositado no canal cervical, que
protege o feto contra ascensão de germes vaginais.
ATENÇÃO PRÉ-NATAL
•Na primeira consulta de pré-natal deve ser realizada anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além
dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual. O exame físico
deverá ser completo, constando avaliação de cabeça e pescoço, tórax, abdômen, membros e inspeção de pele e
mucosas, seguidas por exame ginecológico e obstétrico. Nas consultas seguintes, a anamnese deverá ser sucinta,
abordando aspectos do bem-estar materno e fetal. Inicialmente, deverão ser ouvidas dúvidas e ansiedades da
mulher, além de perguntas sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, movimentação fetal e interrogatório
sobre a presença de corrimentos ou outras perdas vaginais.
•As anotações deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade, quanto no cartão da gestante. Em cada
consulta, deve-se reavaliar o risco obstétrico e perinatal. Para auxiliar nesse objetivo, deve-se observar a
discriminação dos fatores de risco no cartão de pré-natal, identificados pela cor .
Exames complementares
Na primeira consulta solicitar:
- dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht);
- grupo sanguíneo e fator Rh;
- sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo a 30ª semana (Coombs Ind se mãe Rh - );
- glicemia em Jejum: repetir próximo a 30ª semana;
- exame sumário de urina (Tipo I) repetir próxima a 30ª semana;
- sorologia anti-HIV, com o consentimento da mulher após o "aconselhamento pré-teste";
- sorologia para hepatite B (HBsAg, de preferência próximo a 30ª semana de gestação)e C;
- sorologia para toxoplasmose (lgM para todas as gestantes e IgG, quando houver disponibilidade para
realização).
• Outros exames podem ser acrescidos a esta rotina mínima em algumas situações especiais:

- protoparasitológico: solicitado na primeira consulta, sobretudo para mulheres de baixa renda;

- colpocitologia oncótica (Papanicolau), se a mulher não a tiver realizado nos últimos três anos
ou se houver indicação;

- bacterioscopia da secreção vaginal: em torno da 30ª semana de gestação, particularmente


nas mulheres com antecedente de prematuridade, s/n (idem citopatológico);

- sorologia para rubéola;

- urocultura para o diagnóstico de bacteriúria assintomática, em que exista disponibilidade para


esse exame;

- ultrassonografia obstétrica realizada precocemente durante a gestação nas unidades já


estruturadas para isso, com o exame disponível.
• A ultrassonografia de rotina durante a gestação, embora seja procedimento bastante corriqueiro, permanece
como assunto controverso. Não existe, ainda, demonstração científica de que esse procedimento, rotineiramente
realizado, tenha qualquer efetividade sobre a redução da morbidade e da mortalidade perinatal ou materna.

• Entretanto, existe, sim, evidência científica de que sua realização precocemente durante a gravidez relaciona-se
com uma melhor determinação da idade gestacional, detecção precoce de gestações múltiplas e malformações
fetais clinicamente não suspeitas. Essa última característica associa-se indiretamente a uma menor mortalidade
perinatal específica por malformações fetais nos países onde a interrupção precoce da gravidez é permitida
legalmente.

• Os possíveis benefícios sobre outros resultados permanecem, ainda, incertos. Dessa maneira, pode-se dizer que
o exame de ultrassom pode ser recomendado como rotina nos locais onde ele esteja disponível e possa ser
realizado no inicio da gestação. A sua não realização não constitui omissão, nem diminui a qualidade do pré-natal.
• Outra situação completamente distinta é a indicação do exame de ultrassom mais
tardiamente na gestação, por alguma indicação específica orientada por suspeita clínica,
notadamente como complemento da avaliação da vitalidade do feto ou outras
características gestacionais ou fetais.

• O diagnóstico da infecção pelo HIV, no período pré-concepcional ou no início da


gestação, possibilita melhor controle da infecção materna e melhores resultados na
profilaxia da transmissão vertical desse vírus. Por esse motivo, este teste deve ser
oferecido, com aconselhamento pré e pós-teste, para todas as gestantes, na primeira
consulta do pré-natal, independentemente de sua aparente situação de risco para o HIV.
CALENDÁRIO DAS CONSULTAS
• As consultas de pré-natal poderão ser realizadas na unidade de saúde ou
durante visitas domiciliares.

• O calendário de atendimento pré-natal deve ser programado em função


dos períodos gestacionais que determinam maior risco materno e perinatal.
Deve ser iniciado precocemente (primeiro trimestre) e deve ser regular e
completo (garantindo-se que todas as avaliações propostas sejam realizadas e
preenchendo-se o cartão da gestante e a ficha de pré-natal).
O PHPN (Prog. Humanização do Pré natal) estabelece que um número mínimo de
consultas de pré-natal deverá ser de seis consultas, preferencialmente, uma no
primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no último trimestre, com
avaliação fetal após a 41ª semana.

Obs.: Até 28ª. semana (7 meses) – mensal


Da 28ª. a 36ª. semana (9 meses) – quinzenal
Da 36ª. a 41ª. semana - semanal
•A maior frequência de visitas no final da gestação visa á avaliação
do risco perinatal e das intercorrências clínico-obstétricas mais
comuns nesse trimestre, como trabalho de parto prematuro, pré-
eclâmpsia e eclampsia, amniorrexe prematura e óbito fetal.

•O acompanhamento da mulher no ciclo grávido-puerperal deve


ser iniciado o mais precocemente possível e só se encerra após o 42°
dia de puerpério, período em que deverá ter sido realizada a consulta
de puerpério.
CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL (PA)

Objetivo: detectar precocemente estados hipertensivos


• Conceitua-se hipertensão arterial na gestação:

1. A observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão sistólica, e iguais ou

maiores que 90mmHg de pressão diastólica, mantidos em duas ocasiões e resguardado intervalo de

quatro horas entre as medidas. Este conceito é mais simples e preciso.

2. O aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15mmHg ou mais na pressão

diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais pré-gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª semana

de gestação. É um conceito que foi muito utilizado no passado e ainda é utilizado por alguns, entretanto,

apresenta alto índice de falso positivo, sendo melhor utilizado como sinal de alerta e para agendamento

de controles mais próximos.


3. A presença de pressão arterial diastólica _ 110 mmHg em uma única oportunidade ou
aferição.

• Certifica-se de que o aparelho de pressão (esfigmomanômetro) esteja calibrado.

• Explicar o procedimento a mulher.

• Certificar-se que a gestante:

a) não está com a bexiga cheia;

b) não praticou exercícios físicos;

c) não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou até 30 minutos antes da
medida.
 
• A pressão arterial também poderá ser medida com a mulher em decúbito lateral esquerdo,
no braço direito, mas NUNCA EM POSIÇÃO SUPINA (deitada de costas).

• Obs.: O acompanhamento da PA deve ser avaliado em conjunto com o ganho súbito de peso
e/ou presença de edema, principalmente a partir de 24ª semana. Mulheres com ganho de
peso superior a 500g por semana, mesmo sem aumento da pressão arterial, devem ter seus
retornos antecipados, considerando maior risco de pré-eclâmpsia.
MÉTODOS PARA CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) E DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP)

Objetivo: estimar o tempo de gravidez/a idade do feto.

Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que
corresponde ao primeiro dia de sangramento do último período menstrual referido pela mulher.

I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e de certeza, e o método de


escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem
uso de métodos anticoncepcionais hormonais:

-Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta,
dividindo o total por sete (resultado em semanas);

-Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da
última menstruação e observar o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual.
II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas
se conhece o período do mês em que ela ocorreu:

-Se o período foi no início, meio ou final do mês, considerar


como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25,
respectivamente. Proceder, então, a utilização de um dos
métodos acima descritos.
III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos:

• Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade gestacional e a data provável do parto
serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo
toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, habitualmente ocorrendo entre
16 e 20 semanas. Podem-se utilizar a altura uterina mais o toque vaginal, considerando os seguintes parâmetros:

- até a sexta semana não ocorre alteração do tamanho uterino;

- na oitava semana o útero corresponde ao dobro do tamanho normal;

- na décima semana o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual;

- na 12ª semana enche a pelve de modo que é palpável na sínfise púbica;

- na 16ª semana o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical;

- na 20ª semana o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical;

- a partir da 20ª semana existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém,
esse parâmetro torna-se menos fieI a partir da 30ª semana de idade gestacional.
•Quando não for possível determinar a idade gestacional clinicamente, solicitar o mais
precocemente o exame de ultrassonografia obstétrica.

Objetivo: estimar o período provável para o nascimento.


•Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da
gestação normal (280 dias ou 40 semanas a partir da DUM), mediante a utilização de
calendário;
•Com o disco (gestograma), colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao
primeiro dia da última menstruação e observar a seta na data (dia e mês) indicada como
data provável do parto;
• Outra forma de cálculo é somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e
subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação ou adicionar nove meses,
se corresponder aos meses de janeiro a março - Regra de Näegele.
Exemplos:
Data da última menstruação: 13/09/01
Data provável do parto: 20/06/02 (13+7=20 / 9-3=6)
• Nos casos em que o número de dias exceder ao do mês determinado (ex. 34 e não 31), deve-se passar os dias para o mês
seguinte adicionando mais 01 ao final do cálculo do mês.

Ex: Data da última menstruação: 27/01/01


Data provável do parto: 03/11/02 (27+7=34 / 34-31=3 / 1 +9+ 1 = 11)

Mês 01, 02 e 03 + 9 Mês 04 a 12 -3


 
PALPAÇÃO OBSTÉTRICA E MEDIDA DA ALTURA UTERINA (AU)

• Objetivos:

-Identificar o crescimento fetal;

-Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e


a idade gestacional;

-Identificar a situação e a apresentação fetal.


A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura
uterina. Ela deve iniciar-se pela delimitação do fundo uterino, bem como
de todo o contorno da superfície uterina (esse procedimento reduz o risco
de erro da medida da altura uterina). A identificação da situação e da
apresentação fetal é feita por meio da palpação obstétrica, procurando
identificar os polos cefálico e pélvico e o dorso fetal, facilmente
identificados a partir do terceiro trimestre. Pode-se, ainda, estimar a
quantidade de líquido amniótico.
Manobras de Palpação – MANOBRAS DE LEOPOLD:

Determinada pela palpação abdominal.

• 1. Primeira manobra - para determinar a apresentação fetal (eixo longitudinal) ou a parte do feto (cabeça ou
nádega fetal) que está na porção superior do fundo de útero. Enquanto se coloca de frente para a gestante,
posicionar as mãos no alto e ao lado do útero (fundo) e proceder a palpação. Observar o tamanho, formato e
consistência do que se encontra no fundo (porção superior do útero). A cabeça parece dura/firme, lisa e
arredondada, move-se livremente e pode ser deslocada. As nádegas parecem irregulares, arredondadas,
amolecidas e menos móveis.
• Segunda manobra - para determinar a posição fetal e identificar a relação da região dorsal do feto e as pequenas partes das
regiões anterior, posterior ou laterais da pelve materna. Ainda de frente para a gestante, colocar as suas mãos em cada um
dos lados no meio do abdome. Enquanto uma das mãos estabiliza um dos lados do útero, a outra mão empurra o conteúdo
do abdome na direção da mão que está parada para estabilizar o feto para palpação. Em seguida, palpar aplicando uma
pressão suave, porém profunda, começando na linha média, próximo do fundo do útero, e continuar para baixo e para o lado
(posteriormente) na direção da região dorsal da mulher. Continuar descendo pelo abdome até a sínfise púbica. Determinar
qual parte corporal do feto se situa no lado do abdome. Trocar as mãos e repetir a manobra. Se uma estrutura contínua,
dura, lisa e firme for sentida, provavelmente será a região dorsal do feto; se forem percebidas partes menores, nodulares,
irregulares, com protrusão e móveis, provavelmente serão as pequenas partes do corpo do feto (membros).
• Terceira manobra - para determinar a parte do feto que é apresentada. De frente para a gestante, prender a parte do feto
situada no segmento uterino inferior entre o polegar e o dedo médio de uma das mãos. Usando uma pressão firme e suave,
determinar se a cabeça é a parte apresentada. Prestar muita atenção para o tamanho, contorno e consistência da parte
apresentada. A cabeça parecerá firme e globosa. Se não estiver encaixada na pelve, a parte apresentada é móvel. Se for
imóvel, o encaixe ocorreu. Essa manobra também é conhecida como manobra de Pallach.
• Quarta manobra - para determinar a atitude fetal ou a maior proeminência da cabeça fetal sobre a borda pélvica. Nessa
manobra, o examinador se posiciona de frente para os pés da gestante. O examinador coloca suas mãos sobre os lados do
útero abaixo do umbigo, apontando-as na direção da sínfise púbica. O examinador então pressiona profundamente, com as
pontas dos dedos, na direção da entrada pélvica (na direção da sínfise púbica) e começam a sentir a proeminência cefálica. Se
a proeminência cefálica for sentida no mesmo lado das pequenas partes, geralmente se trata de sincipúcio (a fronte do feto), e
o feto estará no vértice ou em posição fletida. Se a proeminência cefálica for sentida no mesmo lado da região dorsal, trata-se
do occipício (ou coroa), e o feto estará no vértice ou ligeiramente na posição estendida. Se a proeminência cefálica for sentida
igualmente em ambos os lados, a cabeça do feto pode estar em uma posição militar (comum na posição posterior). Em
seguida, mover as mãos na direção da borda pélvica. Se as mãos convergirem (se aproximarem) ao redor da parte
apresentada, ela está flutuando. Se as mãos divergirem (permanecerem ou se moverem afastando-se uma da outra), a parte
apresentada ou está "mergulhando" ou encaixada na pelve.
• O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) ou transversa. A situação transversa reduz a medida de altura
uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. As apresentações mais frequentes são a cefálica e a
pélvica.
• O útero cresce cerca de 4 cm/mês, a partir do 4º. Mês (1 cm/sem), até o 7º.
Mês, quando passará a crescer 2 a 3 cm/mês.

• Normalmente no 9º mês, o útero chega a 32 a 36cm.


• Na figura abaixo, é mostrada a técnica de medida, na qual a extremidade da fita
métrica é fixada na margem superior do púbis com uma mão, deslizando a fita
entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o fundo do útero
com a margem cubital dessa mão.
AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS (BCF)

• Objetivo: constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos batimentos
cardíacos fetais (BCF). ** ATENÇÃO: sonar Dopler após a 12ª. semana;

-Controlar o pulso da gestante, para certificar-se de que os batimentos ouvidos são os do feto, já que as
frequências são diferentes;

-Contar os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua frequência e ritmo;

-Registrar os BCF na ficha perinatal e no cartão da gestante;

-Avaliar resultados da ausculta dos BCF.

• A percepção materna e a constatação objetiva de movimentos fetais, além do crescimento uterino, são sinais de
boa vitalidade fetal.
ACHADOS CONDUTA
Sinal de alerta:
Afastar febre e/ou uso de medicamentos pela
mãe.
Bradicardia e taquicardia Deve-se suspeitar de sofrimento fetal.
  O médico da unidade deve avaliar a gestante e o
feto.
Na persistência do sinal, encaminhar a gestante
para serviço de maior complexidade ou pronto-
atendimento obstétrico.

Após contração uterina, movimentação fetal ou estímulo mecânico sobre o útero, aumento transitório na
frequência cardíaca fetal e sinal de boa vitalidade.

Entende-se que o útero está exercitando-se, preparando-se para as contrações verdadeiras de trabalho de
parto que ajudarão a empurrar o bebê quando chegar a hora de nascer. Nem todas mulheres sentem essas
contrações esporádicas e normalmente indolores.
CARDIOTOCOGRAFIA: é um exame de diagnóstico realizado no final da gravidez para verificar os
batimentos cardíacos e o bem estar do bebê. Esse exame é especialmente indicado para grávidas
com mais de 38 semanas de gestação, para verificar a integridade da saúde do bebê.

• Pode ser realizado momentos antes do parto e em alguns casos durante o trabalho de parto
para garantir que o bebê não esteja em sofrimento. O exame é feito colocando uma espécie de
cinta na barriga da mulher e numa tela de computador, vê-se os batimentos cardíacos do bebê
a as contrações uterinas da mãe. É normal que quando o bebê se movimente, seu coração
fique mais acelerado.

• A cardiotocografia é importante durante o trabalho de parto da gestante, para o melhor


acompanhamento do bem estar fetal e das contrações uterinas.
CONTRAÇÕES DE BRAXTON HICKS
Normalmente começam a aparecer por volta da vigésima semana de
gestação. Essas contrações podem ser sentidas mais cedo ou com maior
intensidade se for a segunda ou terceira gestação. Os músculos do útero
contraindo-se por 30 a 60 segundos. 

https://www.youtube.com/watch?v=p9cdEbv5mKs&t=94s
Toda mãe tem direito a uma licença de 120 dias, e o pai tem direito a
5 dias de licença.
Alimentação na Gravidez
De uma maneira geral, recomenda-se nessa fase uma dieta balanceada, rica em carboidratos, proteínas e
vitaminas.
• A energia necessária aumenta de acordo com o trimestre em que se encontra a gestação. Além das 2000
kcal recomendadas por dia, orienta-se que apenas no segundo e terceiro trimestre sejam aumentadas de
340 kcal a 450 kcal. A principal fonte de energia são os carboidratos, que podem ser obtidos em alimentos
de origem vegetal, tais como cereais, tubérculos, leguminosas e frutas.

• A gestante ainda deve ingerir diariamente laticínios e leguminosas. Proteínas de origem animal, tais como
carnes, devem ser consumidas, porém recomenda-se a moderação.
• O ácido fólico é um nutriente que merece destaque, pois é
importante para a redução dos riscos de malformações do tubo
neural do bebê. Para obter esse nutriente, recomenta-se a ingestão
de frutas, hortaliças, cereais integrais e leguminosas, além de
suplementos dessa vitamina, os quais geralmente são usados antes e
até os três primeiros meses da gestação.
O ferro também deve ser consumido a fim de impedir anemia e problemas
graves no bebê, como baixo peso, prematuridade e mortalidade. Para
conseguir esse nutriente, deve-se aumentar o consumo de alimentos de origem
animal, como carnes, leguminosas, como feijão e hortaliças verde-escuras.

Outros nutrientes importantes durante a gravidez são iodo, cálcio, vitamina D,


zinco e magnésio. Além disso, a hidratação é fundamental.
Alguns alimentos merecem atenção especial durante a gestação. Entre eles,
podemos citar:

 Peixes e frutos do mar: Peixes não devem ser comidos crus ou mal passados, e ostras e mariscos não
devem ser ingeridos.
 Carnes e embutidos: Carnes devem ser comidas somente após o cozimento completo.
 Vegetais: Lavar bem os vegetais antes de consumi-los.
 Ovos: Ovos devem ser comidos apenas completamente cozidos e com a gema dura. Maionese caseira
não é recomendada, bem como alimentos que usem ovos crus.
 Laticínios: Evitar leite não pasteurizado e, caso seja utilizado leite de fazenda, ferver por, pelo menos, 30
segundos.
 Bebidas: Não ingerir muita bebida que contenha cafeína. Chás não são recomendados, pois alguns
apresentam ação abortiva. Bebidas alcoólicas não apresentam nível seguro de consumo. Refrigerantes e
sucos industrializados também não são recomendados por causa da quantidade de açúcar, corantes e
Vídeo: GESTAÇÃO SEMANA A SEMANA

https://www.youtube.com/watch?v=mY9OF98gJEI
OBRIGADA!!!

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