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ICTERÍCIA

NEONATAL
Prof. Bianca Rolim Fernandes
A icterícia neonatal é causada por aumento da produção de
bilirrubina, diminuição da depuração da bilirrubina ou aumento da
circulação êntero-hepática.
Um pouco de icterícia é normal no neonato. O risco varia com a idade
pós-natal, a bilirrubina total, a prematuridade e a saúde do neonato.
Icterícia nas primeiras 24 horas de vida é
uma emergência médica, devendo sempre
ser investigada intra hospitalar.
• Quase todos os recém-nascidos apresentam valores de bilirrubina total (BT)
acima de 1 mg/dL , que é o limite superior do normal para adultos.

• Esse aumento pode causar a icterícia, caracterizada pela coloração


amarelada da pele, mucosas ou conjuntiva por deposição de bilirrubina,
visível clinicamente a partir de valores em torno de 3 mg/dL.
• A hiperbilirrubinemia indireta costuma se manifestar clinicamente
como icterícia quando atinge níveis séricos superiores a 5 mg/dL, o que
acontece em aproximadamente 60% dos recém-nascidos (RN) a termo
e 80% dos prematuros tardios na primeira semana de vida,
permanecendo por 30 dias ou mais em cerca de 10% dos bebês em
aleitamento materno.
• Icterícia neonatal surge quando a pele, os olhos e as mucosas do corpo
ficam amarelados, devido ao excesso de bilirrubina no sangue.
• A principal causa de icterícia no bebê é a icterícia fisiológica, que surge
devido à incapacidade do fígado de metabolizar e eliminar a bilirrubina, por
estar ainda pouco desenvolvido. Geralmente, não é uma causa preocupante,
e o tratamento é feito com fototerapia. 
• A bilirrubina é um pigmento de cor amarela que é produzido pela
degradação das células sanguíneas do corpo, sendo, em seguida, captada
pelo fígado onde é ligada a proteínas e eliminada junto com a bile pelo
intestino, por isso, alterações em qualquer uma destas fases pode provocar a
elevação deste pigmento no sangue.
O que causa a icterícia neonatal:

• Icterícia fisiológica: é a causa mais comum, que surge após 24 a 36 horas do


nascimento, pois o fígado do bebê está pouco desenvolvido e pode apresentar
dificuldades em transformar e eliminar a bilirrubina;

• Destruição aumentada das células do sangue: é uma causa grave de


icterícia, que acontece devido a doenças sanguíneas como anemia falciforme,
esferocitose ou anemia hemolítica, que pode ser provocada pela
incompatibilidade do sangue do bebê com o da mãe.
• Icterícia do leite materno: surge em bebês que estão em amamentação exclusiva,
geralmente, após cerca de 10 dias do nascimento, surge devido ao aumento de
hormônios ou substâncias do sangue que elevam a reabsorção de bilirrubina no
intestino e dificultam a sua eliminação, apesar de suas causas ainda não estrem
totalmente esclarecidas;

• Doenças do fígado: costumam ser doenças hereditárias, como síndrome de Gilber e


doença de Gaucher, por exemplo;

• Doenças congênitas: que podem ser provocadas durante a gravidez, como rubéola
ou hipotireoidismo congênito;

• Deformidades nas vias biliares;

• Infecções por vírus ou bactérias.


Como identificar a Icterícia
• Geralmente, a icterícia surge no segundo dia de vida do bebê mas em bebês
prematuros tende a aparecer no 5º dia de vida.
• A coloração amarelada da pele avança da cabeça em direção aos pés, sendo
observada primeiramente no rosto, depois no tronco e posteriormente nos
pés. Pressionar ligeiramente o peito do bebê é uma boa forma de identificar a
icterícia fora do hospital. Se a região pressionada ficar amarelada deve-se
entrar em contato com o médico para iniciar o tratamento.
Como tratar a icterícia neonatal
Apesar de nem sempre a icterícia ser uma condição grave ou com sérias
consequências, o tratamento adequado é necessário porque, em circunstâncias
raras, pode causar lesão cerebral. Esta condição chama-se kernicterus e o
tratamento nestes casos envolve uma transfusão de sangue.
Tratamento com fototerapia:

• A fototerapia é feita com a colocação do bebê num pequeno bercinho onde fica
completamente nu, usando somente fralda, ficando exposto a uma luz especial. Enquanto
o bebê estiver exposto a esta luz fluorescente ele deve permanecer com os olhos
vendados com uma máscara protetora.

• Nos casos mais leves o pediatra pode recomendar que o bebê fique exposto ao sol
diariamente, de manhã, quando o sol ainda está fraco, sempre antes das 10 e depois das
16 horas. O tratamento pode durar 2 dias e o tempo de exposição à luz pode variar de 15
a 30 minutos de cada vez.
Outras formas de tratamento:
Amamentar o bebê é uma ótima forma de complementar o tratamento,
normalizando a cor do bebê mais rápido, pois reduz a reabsorção de bilirrubina
no intestino. Já casos raros de "icterícia do leite materno" a amamentação pode
ter de ser interrompida por 1 ou 2 dias, até que a concentração de bilirrubina no
sangue normalize.
• Já no casos mais graves de icterícia, como as de causa infecciosa, congênita
ou genética, o tratamento é específico de acordo com a causa, orientado
pelo pediatra, durante a internação hospitalar, podendo envolver uso de
antibióticos, corticóides, hormonioterapia ou, nos casos de bilirrubina muito
elevada, a exsanguíneotransfusão, que ajuda a remover mais rapidamente a
bilirrubina do sangue.
E DEPOIS, É NECESSÁRIO ALGUM CUIDADO ESPECIAL?
• Após os níveis e parâmetros sanguíneos normalizados, é necessário continuar
observando e prestando atenção à coloração do bebê. Quando os níveis de
bilirrubina baixam, não significa que a alteração acabou de uma vez por todas. 
• Pode acontecer de a concentração do pigmento no sangue volta a subir e aparecer, é
raro mas não impossível. Faça consultas periódicas ao pediatra, tenha uma equipe
multidisciplinar de saúde do bebê perto de você e nunca esqueça de expor o seu
bebê ao sol por pelo menos quatro minutos ao dia, o período da manhã fim da tarde
são os melhores para esse banho de sol. 
• Os raios solares são grandes aliados para dissolver o pigmento (não em excesso,
como dito anteriormente).
Frequência e Aplicação

• A Fototerapia pode ser realizada em casa- equipamento e equipe


multidisciplinar. A aplicação do banho ocorre em um ou dois dias, mas a
frequência e a intensidade devem ser avaliadas caso a caso. Passado o
momento mais crítico, os banhos de sol são indicados. 
Além de todos os cuidados elencados anteriormente, é importante também que você
lembre-se sempre de que:
• O recém-nascido deve permanecer em fototerapia 24 horas por dia;
• Evite retirar o recém-nascido a todo o momento da fototerapia. Retire-o apenas para a
alimentação e para a realização de higiene perineal;
• A mãe deve receber informações claras e suficientes para compreender a necessidade
de seu filho estar em fototerapia;
• Lembre-se que a partir do momento em que o recém-nascido inicia a fototerapia,
perde-se o parâmetro clínico de avaliação da icterícia, ou seja, a possibilidade de
identificar visualmente a coloração amarelada na pele do recém-nascido. Porém, a
bilirrubina ainda poderá estar elevada, sendo necessário o controle laboratorial.
OBRIGADA!!!

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