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CONCEITUE ICTERÍCIA

1 - A icterícia é a coloração amarelada decorrente da


deposição de bilirrubina em tecidos ricos em elastina, na pele,
mucosas, esclerótica e fluídos corporais devido à elevada
concentração plasmática, ou seja, hiperbilirrubinemia. A
icterícia ocorre por alterações no metabolismo ou na excreção
de bilirrubina, sendo classificadas em pré-hepática, hepática
ou pós hepáticos
2 . A icterícia é a pigmentação amarelada de tecidos
corporais pela bilirrubina. Ela ocorre quando a taxa de
produção ultrapassa a taxa de metabolização (Cullen e Brown,
2013), seja por hemólise excessiva, lesões hepáticas diretas ou
obstrução completa ou parcial do ducto colédoco (Martinelli,
2004).
CARACTERIZE ICTERÍCIA NEONATAL (CONCEITO, ALTERAÇÕES
LABORATORIAIS, FISIOPATOGENIA, SINAIS CLÍNICOS.)
Fisiopatogenia da forma pré-hepática ou hemolítica
ocorre por destruição excessiva de eritrócitos, resultando em
aumento do complexo bilirrubina-albumina no sangue e
excedendo a capacidade excretora do fígado
A icterícia pré-hepática ocorre quando há hemólise intra-
ou extravascular de causa infecciosa ou imunomediada.
Pode ser causada por: Aumento na destruição eritrocítica,
como na Eritroblastose fetal; Anemia hemolítica; Transfusões.
Com a taxa de Bilirrubina Indireta maior que a B. Direta.

A icterícia hepática ocorre por lesões diretas agudas ou


crônicas aos hepatócitos.
A lesão dos hepatócitos culmina em diminuição da
metabolização da bilirrubina e consequentemente em elevação
da bilirrubina não conjugada na corrente sanguínea.
A lesão hepática pode ser causada por diversos fatores,
como agentes bacterianos ou virais, toxinas, medicamentos,
neoplasias hepáticas e metástases e anemias acentuadas
(Barros, 2011).
CONCEITO: A icterícia neonatal se trata da manifestação clínica da
hiperbilirrubinemia, que é definida como a concentração sérica de bilirrubina
indireta (BI) > 1,5 mg/dL, ou como a concentração de bilirrubina direta (BD) > 1,5
mg/dL, devendo essa última representar mais de 10% da bilirrubina total (BT).
 ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: A concentração de
bilirrubina > 10 mg/dL (> 171 micromol/L) no recém-nascido pré-
termo ou >18 mg/dL (> 308 micromol/L) no recém-nascido a termo
justifica exames diagnósticos adicionais, incluindo hematócrito,
esfregaço de sangue, contagem de reticulócitos, teste de Coombs
direto, concentrações de bilirrubinas séricas total e direta, tipagem
do grupo sanguíneo e Rh materno e do recém-nascido.
 Taxa de elevação da bilirrubina total > 0,2 mg/dL/h (> 3,4
micromol/L/h) ou > 5 mg/dL/dia (> 86 micromol/L/dia)
 Concentração da bilirrubina conjugada > 1 mg/dL (> 17
micromol/L) se hiperbilirrubinemia < 5 mg/dL (< 86 mcmol/L)
ou > 20% da hiperbilirrubinemia (sugestivo de colestase neonatal)

SINAIS CLÍNICOS: Dificuldade de alimentação, sonolência e


convulsão, urina escura e fezes esbranquiçadas. Olhos e pele amareladas
Febre, taquicardia, desconforto respiratório; Letargia, hipoto nia;
Macrossomia, Petéquias; Pletora; Exame de cabeça e pescoço para achados
como: Inclinação bilateral das fissuras palpebrais, raiz nasal achatada,
macroglossia, occipital achatado; Cefaloematoma; Macroglossia; Exame
abdominal: distensão abdominal, dimuição dos ruídos intestinais.
Em recém-nascidos, porém, a quantidade de bactérias no trato
digestório é menor, de modo que menos bilirrubina é reduzida em urobilina e
excretada. Eles também têm a enzima beta-glucuronidase, que desconjuga a
bilirrubina.

Etiologia na bilirrubinemia neonatal: Há vários meios de classificar


e abordar as causas da hiperbilirrubinemia. A hiperbilirrubinemia
pode ser classificada em fisiológica ou patológica. Ela também
pode ser classificada como hiperbilirrubinemia conjugada, não
conjugada ou ambas. Também pode ser classificada pelo tipo de
mecanismo 
Causas

A maioria dos casos envolve uma hiperbilirrubinemia não


conjugada. Algumas das causas mais comuns de icterícia neonatal
incluem

 Hiperbilirrubinemia fisiológica
 Icterícia por amamentação
 Icterícia por leite materno
 Hiperbilirrubinemia patológica por doença hemolítica

A disfunção hepática (p. ex., causada por alimentação parenteral,


provocando colestase, sepse neonatal, hepatite neonatal) pode
provocar hiperbilirrubinemia conjugada ou mista.

Hiperbilirrubinemia fisiológica ocorre em quase todos os


recém-nascidos. A vida média mais curta da hemácia neonatal
aumenta a produção de bilirrubina; a conjugação deficiente
devido à deficiência da UGT (Uridina difosfato-
glucoronosiltransferase) diminui a depuração; e o baixo nível de
bactérias intestinais, combinado com o aumento da hidrólise da
bilirrubina conjugada, aumenta a circulação êntero-hepática. Os
níveis de bilirrubina se elevam para 18 mg/dL (308 micromol/L),
até o 3º ou 4o dia de vida e diminuem a seguir.

Icterícia da amamentação aparece em um sexto dos lactentes


durante a primeira semana de vida. A amamentação aumenta a
circulação êntero-hepática da bilirrubina em alguns lactentes que
diminuíram a ingestão de leite e que tiveram desidratação ou
baixa ingestão calórica. O aumento da circulação êntero-hepática
também pode resultar da redução bacteriana intestinal que
converte a bilirrubina a metabólitos não reabsorvíveis.

Icterícia pelo leite do peito é diferente de icterícia pela


amamentação. Aparece após os primeiros 5 a 7 dias de vida, com
pico por volta de 2 semanas. Admite-se que seja causada pelo
aumento da concentração da beta-glucuronidase no leite do peito,
causando aumento da desconjugação e reabsorção da bilirrubina.
Hiperbilirrubinemia patológica nos recém-nascidos a termo
( nascido entre 37 e 42 semanas) é diagnosticada se
 Icterícia aparece nas primeiras 24 h, após a primeira
semana de vida, ou demora > 2 semanas
 Bilirrubina total no soro aumenta > 5 mg/dL/dia (> 86
micromol/L/dia)
 Bilirrubina sérica total é > 18 mg/dL (> 308
micromol/L/dia)
 O lactente mostra sinais ou sintomas de doença grave

Algumas das causas patológicas mais comuns são

 Anemia hemolítica  imunitária ou não imunitária


 Reabsorção de hematoma
 Sepse
 Hipotireoidismo

 Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 5ª ed. Barueri:


Manole, 2022.

BHUTANI, Vinod K. WONG, Ronald J. Unconjugated hyperbilirubinemia in term


and late preterm infants: Epidemiology and clinical manifestations. UpToDate. 2021. Acesso
em: 27/12/2021

-GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia


Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017.

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