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LINGUAGEM

A linguagem é o comportamento cognitivo mais elaborado. Nos seres humanos, a troca de informações
complexas acontece primariamente pela linguagem falada e escrita. A habilidade da linguagem requer a entrada de
informações sensoriais (principalmente, da audição e da visão), processamento em vários centros do córtex cerebral e
a coordenação de sinais motores para a vocalização e a escrita. Na maioria das pessoas, os centros para a habilidade
da linguagem estão localizados no hemisfério esquerdo do cérebro. Até 70% das pessoas que são canhotas (cérebro
direito dominante) ou ambidestras usam seu cérebro esquerdo para falar. A capacidade de comunicação através da fala
tem sido dividida em dois processos: a combinação de diferentes sons para formar palavras (vocalização) e a
combinação de palavras em sentenças gramaticalmente corretas e com significado.
A integração da linguagem falada no cérebro humano envolve duas regiões do córtex cerebral: a área de
Wernicke no lobo temporal, e a área de Broca, no lobo frontal. A maior parte do que sabemos sobre estas áreas vem
de estudos de pessoas com lesões no cérebro (pois animais não humanos não são capazes de falar). Até mesmo os
primatas, que se comunicam em nível similar ao de uma criança pequena por meio de linguagem de sinais e outros
meios visuais, não têm habilidade física para vocalizar os sons da linguagem humana.
Sinais de entrada nas áreas da linguagem vêm tanto do córtex visual (leitura), como do córtex auditivo
(audição). Sinais sensoriais dos dois córtices vão primeiro à área de Werrnicke depois para a área de Broca. Depois da
integração e do processamento, sinais da área de Broca para o córtex motor iniciam uma ação falada ou escrita. Se
ocorrer dano à área de Wernicke, a pessoa não tem habilidade de entender qualquer informação falada ou visual. A fala
da própria pessoa, como resultado, é absurda, pois ela não tem consciência dos seus próprios erros. Esta condição é
conhecida como afasia receptiva, porque a pessoa não tem habilidade para entender os estímulos sensoriais.
Por outro lado, pessoas com danos na área de Broca entendem a linguagem falada e escrita, mas não são
capazes de falar e escrever na sintaxe normal. Suas respostas para as perguntas consistem em palavras apropriadas
agrupadas em ordem aleatória. Estes pacientes podem ter dificuldade para lidar com sua inaptidão, pois estão
conscientes de seus enganos, mas são incapazes de corrigi-los. Danos na área de Broca causam a afasia expressiva.
Formas mecânicas de afasias ocorrem como resultado do dano ao córtex motor. Pacientes com este tipo de dano são
incapazes fisicamente de formar sons que constituem as palavras ou de coordenar os músculos do seu braço e mão
para escrever.

Fonte: Silverthorn DU (2010). Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed.

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