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APRENDIZAGEM EM FOCO

LINGUAGEM E SEUS ASPECTOS


TEÓRICOS E INSTRUMENTOS
DE AVALIAÇÃO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Maria da Glória Feitosa Freitas
Leitura crítica: Lívia Benatti

Chegou a hora de ampliar os seus conhecimentos sobre as teorias


e atuação de neuropsicólogos em situações relativas à linguagem
falada ou escrita, das normalidades da fala e da escrita aos
distúrbios e transtornos mais comuns, ao longo da vida humana.

O assunto é muito instigante, e trará muitas respostas sobre


situações de sofrimentos de crianças e adolescentes em idade
escolar, adultos que padecem de problemas com fala e escrita, e
os idosos que sofrem problemas associados ao Alzheimer, entre
outros.

O assunto é linguagem e seus aspectos teóricos e instrumentos de


avaliação. Os estudos deverão trazer uma clara compreensão da
função de linguagem como domínio cognitivo associado à linguagem
falada e escrita. Entre as competências e habilidades que deverão
ser oferecidas a você constam: ser capaz de conceituar a linguagem;
compreender os principais aspectos normais da linguagem; e, ainda,
entender as principais alterações de linguagem e sua associação
com transtornos associados a linguagem.

Nos temas 1 e 2, constam no conteúdo programático relevantes


assuntos, como: compreensão; nomeação; e repetição da linguagem
falada e escrita; além dos relevantes assuntos das classificação das
afasias.

Já em relação aos temas 3 e 4, você estudará sobre transtornos


associados ao comprometimento de linguagem na infância/
adolescência e vida adulta/vida idosa, e os principais instrumentos
de avaliação da linguagem.
2
Leia todo o material, assista aos vídeos e queira saber muito mais
ao longo de sua vida profissional. Siga com muita confiança nos
seus próximos passos e que serão decisivos para o seu futuro
profissional!

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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TEMA 1

Compreensão, nomeação e repetição


da linguagem falada e escrita
______________________________________________________________
Autoria: Amanda Avelar Lima
Leitura crítica: Lívia Andrade Benatti
DIRETO AO PONTO

A linguagem trata-se de uma das habilidades humanas mais


importantes. É a linguagem que possibilita a comunicação entre
locutor e interlocutor, e é por meio dela que estabelecemos
pensamentos concretos e abstratos, o que pode nos fornece
elementos para expressão da individualidade. É uma habilidade
humana com inúmeras facetas, que abrange a formação de sons,
o desenvolvimento de refinados sistemas de regras e a existência
de uma grande quantidade de informações (SPRINGER; DEUTSCH,
1998). A linguagem vai muito além do ato de comunicação. Ela
é uma habilidade ampla e composta por diferentes línguas que
apresentam em sua estrutura um sistema de hierarquia, com
uma tendência criativa e grande capacidade de construção e
generalização.

Níveis de processamento da linguagem

Além disso, a linguagem tem como característica que seu


desenvolvimento acontece de forma estruturada e hierárquica,
aliado aos elementos do desenvolvimento neurocognitivo do
indivíduo. A linguagem interage com outras funções cognitivas,
como percepção visuoespacial, atenção e memória, e muitas
vezes essas funções cognitivas estão envolvidas no próprio
sistema de processamento da linguagem. Esse sistema também
é sensível ao elemento do próprio contexto histórico e cultural.
Além disso, os elementos do processamento da linguagem vão se
desenvolvendo de forma estruturada e hierárquica, aliados aos
elementos do desenvolvimento neurocognitivo do indivíduo.

Ademais, conforme Caplan (2012), a linguagem consiste em um


conjunto de funções cognitivas semi-independentes que atuam
para realizar tarefas linguísticas. Caracteriza-se como linguagem
oral que pode ser expressiva e compreensiva, a linguagem escrita
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e a leitura, e linguagem gestual. Neste aspecto, a linguagem é
descrita em diferentes componentes que interagem entre si
de maneira dinâmica. São eles: fonologia; léxico; morfológico;
sintaxe; semântica; discurso; pragmática; e prosódia.

Quadro 1 – Níveis de processamento da linguagem pragmática

Compreende a significação prática e o contexto do


Pragmática
enunciado.

Consiste no processamento de significados (palavras e


Semântica
sentenças).

Sintaxe É a disposição das palavras nas frases.

Envolve a combinação de fonemas que permite a


Morfologia
formação de palavras.

Fonética e
Refere-se ao processamento e a produção de sons.
Fonologia

Envolve a atividade cognitiva-linguística e programação


Fala
neuromotora.

Fonte: elaborado pela autora.

Processamento neuropsicológico da linguagem

O estudo da neurobiologia da linguagem ocorre por meio de


técnicas de neuroimagem funcional, métodos neurofisiológicos e
neurocognitivos, além da observação de pacientes neurológicos
e indivíduos saudáveis (VASCONCELOS et al., 2019). A primeira
região associada à produção da linguagem foi descoberta
por Paul Broca, em 1861, que ao analisar pacientes que não
conseguiam formar sentenças e nem expressar suas ideias
na escrita, descobriu uma lesão na porção posterior do lobo

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frontal no hemisfério esquerdo do cérebro. Carl Wernicke, em
1876, ao analisar pacientes que tinham comprometimento
na compreensão e não na execução da fala, descobriu que a
lesão estava localizada na parte posterior do lobo temporal na
junção com os lobos parietal e occipital. Além das regiões de
Broca (expressão-fala) e de Wernicke (compreensão) o fascículo
arqueado que exerce uma importante função linguística, pois faz
a associação entre essas duas áreas (Broca e Wernicke).

Os achados de Paul Broca e Carl Wernicke possibilitaram a


distinção do processamento da linguagem, que acontece de
forma distinta entre os dois hemisférios do encéfalo (esquerdo
e direito). Assim, as regiões subcorticais que estão relacionadas
o processamento da linguagem são: conexão com o tálamo;
áreas corticais frontal e posterior da linguagem; o núcleo
caudado esquerdo; substância branca adjacente (SPRINGER;
DEUTSCH, 1998). A nova visão sobre o modelo de processamento
neurobiológico da linguagem demonstra que existe funcionamento
em rede das áreas cerebrais. Ademais, o modelo de funcionamento
cerebral tem auxiliado a compreensão do funcionamento da
linguagem (falada e escrita) e seus diferentes componentes
nos processos cognitivos, tais como pensamento, percepção e
memória, disponibilizando uma descrição minuciosa dos processos
mentais. Assim, a Neuropsicologia Cognitiva propôs o modelo
dupla rota com o intuito de buscar compreender o desempenho do
processamento fonológico e lexical.

Por fim, é importante considerar que processamento da linguagem


acontece em uma visão mais integrada e de intercomunicação
das áreas cerebrais e dos modelos neurocognitivos. Acarretando
a adaptabilidade quando uma determinada área cerebral sofre
alguma lesão, ou apresenta uma má formação devido a fatores
genéticos ou interferências ambientais.

7
Referências
CAPLAN. D. Language: structure, processing and disorder. Londres: A Bradford
Book, 1992.
SPRINGER, S. P.; DEUTSCH, G. Cérebro esquerdo, cérebro direito. São Paulo:
Summus, 1998.
VASCONCELOS, M. et al. Cérebro, linguagem e seus componentes. In:
FONTORA, D. R. et al. Neuropsicologia da linguagem: bases para avaliação e
reabilitação. São Paulo: Vetor, 2019.

PARA SABER MAIS

Será que há correspondências entre as modalidades sensoriais com


a linguagem? Essa indagação gerou o experimento elaborado por
Edward Hubbard e Vilayanur S. Ramachandran na Universidade
da Califórnia, nos Estados Unidos. Os pesquisadores criaram duas
formas que vemos a seguir na Figura 1. Uma forma é Bouba e a
outra é Kiki. A pergunta: qual é a Bouba e qual é a Kiki?

Figura 1 – Identificação da Bouba e Kiki

Fonte: Hubbard e Ramachandran (1998).

A maioria das pessoas que ouve essa pergunta (e provavelmente


você também) responde de forma instintivamente: a pontiaguda é

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“Kiki” e a curvilínea, “Bouba”. Contudo, há algo de estranho nessa
correspondência; é como se alguém tivesse cara de bola. Esse
fenômeno parece se manifestar em diferentes culturas, mesmo
aquelas sem escrita, e entre pessoas de todas as idades. Acontece
que nas vogais /o/ e /u/ os lábios formam um círculo amplo, que
corresponde a característica redonda de “Bouba”. Em contraposição,
para pronunciar o /k/, a parte posterior da língua sobe e toca o
palato (céu da boca), em configuração angulosa. Algo parecido, com
a língua quase muito perto do palato, acontece também com o /i/.
Assim, a forma pontiaguda corresponde naturalmente ao nome
“Kiki”.

O efeito “Bouba/Kiki” é um mapeamento não aleatório entre os sons


da fala e a forma visual dos objetos. Os autores do experimento
sugerem que esse efeito tem implicações para a evolução da
linguagem, porque sugere que a nomenclatura de objetos não é
completamente arbitrária. O efeito “Bouba/Kiki” fez renascer a ideia
de que o som de uma palavra pode estar vinculado a algum tipo de
significado inerente. Contudo, a presença dessas correspondências
sensoriais e a linguagem sugere que esse efeito pode ser a base
neurológica para o simbolismo sonoro, no qual os sons são
mapeados de forma não arbitrária para objetos e eventos no
mundo.

Referências

SIGMAN, M. A vida secreta da mente: o que acontece como o nosso


cérebro quando decidimos, sentimos e pensamos. Rio de Janeiro: Objetiva,
2017.

TEORIA EM PRÁTICA

Para determinar se o homem é o único ser vivo a utilizar a


linguagem, devemos primeiro esclarecer o que é necessariamente

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a linguagem. As abelhas comunicam entre si por meio de uma
dança em sentido circular em volta do seu próprio corpo. Com
isso, a direção e a duração da dança informam às outras a direção
e a distância da fonte de alimento. Vários pesquisadores, por sua
vez, tentaram criar chimpanzés-bebês como uma criança humana,
inclusive ensinando-os a falar. Apesar de todo o treinamento, os
chimpanzés não aprenderam a linguagem com sua capacidade
complexa como um ser humano. Alguns conseguiram aprender o
significado dos sinais, porém os pesquisadores argumentam que
os chimpanzés têm uma boa memória. Portanto, se definirmos a
linguagem como a capacidade de comunicação, podemos dizer,
então, que existem vários animais que se comunicam, por exemplo,
as abelhas e os chimpanzés. No entanto, o que define ser linguagem
como habilidade humana?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
10
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Este capítulo apresenta os conceitos de linguagem na abordagem


neuropsicológica, descrevendo seus fundamentais componentes.
Aborda, também, o processamento da linguagem (expressiva e
compreensiva) no cérebro. Esclarece as redes neurobiológicas de
ativação em todos os componentes da linguagem. Por fim, esclarece
a interconexão existente para o funcionamento dos processos
linguísticos com sistemas perceptuais, motores, sistemas de significado
e intenções.

VASCONCELOS, M. et al. Cérebro, linguagem e seus componentes. In:


FONTORA, D. R. et al. Neuropsicologia da linguagem: bases para
avaliação e reabilitação. São Paulo: Vetor, 2019.

Indicação 2

O capítulo apresenta os níveis de processamento da linguagem:


fonemas; morfemas; palavras; e frases. Aborda as principais regiões
corticais que estão envolvidas na linguagem. Menciona o processo
de aquisição da linguagem que segue um padrão universal. Além de
discutir as lesões cerebrais responsáveis pelas afasias.

KUHL, P. K.; DAMASIO, A. Language. In: KANDE, E. R. et al. (Eds.),


Principles of neural science. 5. ed. New York: McGraw Hill, 2014. p.
1353-1372.

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QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. Sobre os aspectos da linguagem, pode-se afirmar:

a. A linguagem humana se destaca de outros sistemas de


comunicação, devido à mensagem emitida pelo emissor a ser
compreendida pelo receptor.
b. A linguagem é uma habilidade complexa que abrange a
formação de sons, regras e a existente de uma grande
quantidade de informações.
c. A linguagem resume-se às propriedades estruturais de diversas
línguas existentes no mundo.
d. A linguagem é considerada um produto e seus símbolos estão
associados a regras definidas.
e. A linguagem, como ferramenta cultural, tem por objetivo
exclusivo a comunicação entre as pessoas de um determinado
meio cultural.

2. O sistema de processamento da linguagem ocorre pela interação


de diferentes componentes de uma maneira dinâmica, que
atuam em conjunto para realizar diversas tarefas linguísticas.

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Sobre os componentes da linguagem, assinale a afirmativa
correta.

a. A fonética refere-se ao processamento do morfema.


b. A semântica consiste na organização gramatical de palavras e
sentenças.
c. A pragmática compreende a disposição das palavras em frases.
d. Os componentes da linguagem desenvolvem-se de forma
estruturada e hierárquica.
e. A fonologia envolve a compreensão e o significado das palavras.

GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: A linguagem é mais que um sistema de comunicação,
é uma habilidade complexa estritamente humana que tem a
capacidade de simbolizar pensamentos, sendo estes simples
ou complexos. Também busca estabelecer informações entre
interlocutores (VASCONCELOS et al., 2019). Além disso, apresenta-
se como uma combinação de sons, regras e a existência de uma
grande quantidade de informações.
Questão 2 - Resposta D
Resolução: Os componentes da linguagem (fonética e fonologia,
morfologia, sintaxe, semântica e pragmática) desenvolvem-se de
forma estruturada e hierárquica. A fonética e fonologia referem-
se ao processamento e à produção dos sons. A morfologia diz
respeito à combinação de morfemas que permite a formação
de palavras. A sintaxe é a disposição das palavras nas frases. A
semântica consiste no processamento de significados (palavras e
sentenças). E a pragmática compreende a significação prática e o
contexto do enunciado.

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TEMA 2

Classificação das afasias


______________________________________________________________
Autoria: Amanda Avelar Lima
Leitura crítica: Lívia Benatti
DIRETO AO PONTO

A linguagem é uma habilidade tão complexa que qualquer lesão


cerebral pode interferir no seu funcionamento. As lesões cerebrais
adquiridas tendem a comprometer os aspectos linguísticos em
variados componentes da linguagem, dependendo da localização e da
extensão da área lesionada.

Lesões cerebrais adquiridas e funções cognitivas.

As lesões cerebrais adquiridas são quaisquer lesões que podem


interferir no funcionamento cerebral sendo elas: Acidente Vascular
Cerebral (AVC), traumatismo crânio encefálico e tumores cerebrais.
Essas lesões podem comprometer o funcionamento de diversas
funções neuropsicológicas. O impacto no funcionamento dos
aspectos linguísticos decorrentes das lesões cerebrais adquiridas
denomina-se afasias.

Os AVCs são uma das principais causas de desordens adquiridas da


linguagem. Caracteriza-se como uma disfunção neurológica focal
súbita causada por um problema nos vasos (artérias ou veias) do
cérebro. As anormalidades no tecido encefálico podem ser de quatro
tipos: Ataque Isquêmico Transitório (AIT); Hemorragia Subaracnóidea
(HSA); Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH); e Acidente
Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI). Sendo que o AVCH e AVCI são os
mais recorrentes, e podem interferir nos elementos da linguagem e
de outras funções neuropicológicas.

Tipos de afasia e os aspectos linguísticos envolvidos.

A afasia é caracterizada como a perda ou a deficiência da linguagem


expressiva e/ou receptiva, tanto na modalidade oral quanto na escrita,
provocada por um dano cerebral (RODRIGUES; FONTORA; SALES,
2019). Tem-se diferentes tipos de afasia de acordo com a localização

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cerebral da lesão e as características da linguagem em termos
funcionais. No entanto, nem sempre a mesma lesão cerebral acarreta
o mesmo quadro de sintomas característicos de um determinado tipo
de afasia. Deve ser considerada toda a complexidade que uma lesão
acomete a linguagem e outras funções neuropsicológicas.

O sistema de classificação de Afasia de Boston é um dos mais usados


para identificar oito síndromes afásicas.

Figura 1 – Tipos de afasias

Fonte: elaborada pela autora.

Funções neuropsicológicas nas afasias.

Como as lesões cerebrais adquiridas podem comprometer


diversas funções neuropsicológicas como atenção, memória,
funções executivas, habilidades visuoespaciais, além dos diversos
componentes da linguagem. Dessa forma, é necessária uma avaliação
completa de um paciente com alguma desordem adquirida de

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linguagem, tanto nos aspectos linguísticos quanto nas demais funções
neuropsicológicas.

E fundamental considerar para programas de reabilitação qual é o


tipo de afasia que o paciente apresenta. Além da identificação das
outras funções neuropsicológicas que podem estar interrelacionadas
com as habilidades linguísticas. Assim, a reabilitação tem um
funcionamento mais eficaz diante das potencialidades e das
vulnerabilidades de cada paciente em específico.

Referências

RODRIGUES, J. C.; FONTOURA, D. R.; SALLES, J. F. Afasia e aspectos


neurolinguísticos. In: FONTORA, D. R. et al. Neuropsicologia da linguagem:
bases para avaliação e reabilitação. São Paulo: Vetor, 2019

PARA SABER MAIS

Existem vários programas de reabilitação da linguagem em


pacientes com afasia. A pesquisadora Maria Irma Coudry na
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) desenvolve
pesquisas na área de avaliação e reabilitação em indivíduos com
afasia apoiado na base teórica da Neurolinguística Discursiva
(ND). Os elementos da avaliação diferem dos instrumentos
metalinguísticos utilizados na prática clínica. Para a autora, a
linguagem tem como base ser uma prática discursiva que se
relaciona a parâmetros culturais e à história de vida de cada
um dos sujeitos envolvidos na avaliação. Tais práticas envolvem
sistemas verbais e não verbais que revelam aspectos linguístico-
cognitivos não considerados na avaliação tradicional.

Nas avaliações da linguagem em caráter mais discursivo, a


pesquisadora percebeu que o paciente estava se esforçando
para relatar algo. Apontava para a notícia de um eclipse no

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jornal, tentou dizer por várias vezes a palavra eclipse, porém,
várias parafasias fonológicas ocorriam sendo muito difícil a
compreensão. No entanto, o paciente escreve em uma folha em
branco a letra E, e tira um clipe da mesa e junta com a letra para
dizer a palavra eclipse (Figura 2). Com esse episódio, percebe-se
que o paciente apresenta boa compreensão fonológica da palavra
eclipse. No entanto, sua dificuldade está relacionada com a
expressão verbal da palavra eclipse. Assim, para a autora, durante
a reabilitação de pacientes afásicos é necessária a utilização da
relação do próprio contexto em que esse paciente vivencia.

Figura 2 – Eclipse

Fonte: Coudry (2011, [s.p.].

Referências

COUDRY, M. I. H. Linguagem e afasia: uma abordagem discursiva da


neurolingüística. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 42, p. 99–
130, 2011.

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TEORIA EM PRÁTICA

O paciente de nome fictício Charles com 67 anos, sofreu um


AVC quando estava em viagem de férias. Ficou hospitalizado por
15 dias e, posterior à alta hospitalar, foi indicado procurar um
profissional em sua cidade natal que pudesse auxiliar nos aspectos
da linguagem. Charles apresentava uma fala espontânea, mas
marcada por repetição e quantidade reduzida de palavras, ao
passo que a compreensão da linguagem se mantém intacta. O
paciente não conseguia cantar “parabéns” para sua esposa no seu
aniversário, pois repetia algumas palavras e não conseguia exprimir
na fala o que pensava, ou até mesmo a música que aprendera
desde criança. Dessa maneira, Charles foi encaminhado para um
neuropsicólogo junto com alguns exames que era possível perceber
que a lesão cerebral ocorreu no hemisfério esquerdo na área frontal
dorsolateral.

Pode-se conjecturar que Charles apresenta que tipo de afasia?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

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Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

Este capítulo apresenta as principais características dos diversos


tipos de afasia. Aborda de forma breve sobre as doenças
cerebrovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC) e suas
principais consequências cognitivas e linguísticas. Além disso, aborda os
elementos das afasias e os aspectos neuropsicológicos.

RODRIGUES, J. C.; FONTOURA, D. R.; SALLES, J. F. Afasia e aspectos


neurolinguísticos. In: FONTORA, D. R. et al. Neuropsicologia da
linguagem: bases para avaliação e reabilitação. São Paulo: Vetor, 2019

Indicação 2

O capítulo apresentado traz algumas considerações sobre as


desordens adquiridas da linguagem que são as afasias. Descreve os
tipos de afasias, as características e lesão cerebral atingida de cada
uma. Além de ressaltar a importância de uma avaliação completa dos
elementos linguísticos e neuropsicológicos.

GIRODO, C. M.; SILVEIRA, V. N. S.; GIRODO, G. A. M. Afasias. In:


FLUENTES, D. et al. (Orgs.), Neuropsicologia: teoria e prática. Porto
Alegre: Artmed, 2008.

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QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. Um paciente sofreu um AVC e, diante esta lesão, obteve


uma alteração especifica da linguagem. Ele consegue falar
espontaneamente de maneira bastante fluente, mas com
comprometimento do conteúdo do discurso. Apresenta, ainda,
dificuldades acentuadas na compreensão da conversação.

Com base nesse caso hipotético, qual seria o tipo de afasia


decorrente?

a. Afasia de Wernicke.
b. Afasia de Broca.
c. Afasia global.
d. Afasia transcortical sensorial.
e. Afasia de condução.

2. Um homem de 46 anos, inteligente e estabelecido financeira e


profissionalmente sofreu um AVC isquêmico. Por conta desse
episódio apresenta dificuldades de utilizar a linguagem e,
consequentemente, de se comunicar. O paciente em questão
tem uma limitada capacidade de expressão e compreensão da

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linguagem, tanto na fala quanto na escrita. Qual tipo de afasia
ele adquiriu?

a. Afasia global.
b. Afasia de Wernicke.
c. Afasia de Broca.
d. Afasia transcortical sensorial.
e. Afasia de condução.

GABARITO

Questão 1 - Resposta E
Resolução: Pacientes que apresentam esse tipo de afasia
têm preservada a fala espontânea e a compreensão, porém, a
dificuldade está na repetição de palavras e frases. Esse paciente
apresenta um comprometimento do conteúdo do discurso no
momento da fala.
Questão 2 - Resposta A
Resolução: A afasia global é ocasionada quando a lesão é
ampla no hemisfério esquerdo do encéfalo que engloba a área
de Broca e a de Wernicke. Há uma limitada capacidade de
expressão e compreensão da linguagem, tanto na fala quanto
na escrita. Alguns pacientes podem compreender apenas
comando simples, podendo repetir poucas palavras.

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TEMA 3

Transtornos associados ao
comprometimento da linguagem
na infância, na adolescência, no
adulto e no idoso
______________________________________________________________
Autoria: Maria da Glória Feitosa Freitas
Leitura crítica: Lívia Benatti
DIRETO AO PONTO

Seus estudos sobre transtornos associados ao comprometimento


de linguagem da infância à velhice poderão ajudar nas suas práticas
futuras ao lidar com dificuldades nas linguagens faladas de crianças,
adolescentes, adultos e de idosos. Você poderá ampliar ainda
mais seus conhecimentos com o passar dos tempos. Estas leituras
trouxeram uma oportunidade de vislumbrar os sofrimentos e do
que padecem os sujeitos com as principais alterações de linguagem
e transtornos da linguagem.

Você irá conhecer discussões de importantes autores sobre os


transtornos associados ao comprometimento de linguagem com um
foco especial nas considerações sobre os momentos na infância em
que as dificuldades de aprendizagem são assombrações tremendas
para os adultos que cercam as crianças, demandando ações para
que as crianças em idade escolar não tenham que viver, na vida
adulta, com as consequências de transtornos da linguagem, da
adolescência até a idade adulta e velhice.

Você é um estudante de Neuropsicologia e terá benefícios para a


sua atuação profissional quando consolidar conhecimentos sobre
os transtornos associados ao comprometimento de linguagem na
vida infantil, na adolescência, na vida adulta e idosa.

O esperado é que você tenha aprendido como as crianças disléxicas


apresentam dificuldades e demandas específicas, e como poderá ser
útil o encontro dela com um neuropsicólogo o mais cedo possível.
A dislexia é uma séria dificuldade em reconhecer e compreender
textos escritos. Isso já explica o fato de seus males serem revelados
nas horas em que a criança está tentando lidar com as tarefas da
lecto-escrita (ler e escrever), implicando em tensas dificuldades em
reconhecer e compreender textos escritos. Não é fácil lidar com este
déficit relacionado ao reconhecimento e a compreensão de escritas.
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A palavra dislexia (originária do vocábulo grego), é composta de
“dis”, significando “distúrbio” ou ainda “disfunção”, e por fim “lexis”,
que vem a significar “palavra” ou, ainda com a ajuda do latim, quer
dizer “leitura”. A dislexia é um complexo comprometimento no
desenvolvimento de esperadas habilidades de reconhecimento das
diversas palavras e da compreensão clara da leitura.

O relevante século XIX foi importante para os estudos sobre lesões


cerebrais, e para a consolidação da Psicologia como ciência a partir
de pesquisas em laboratório. À época, já existia uma preocupação
de pesquisadores sobre as dificuldades de aprendizagem de leitura.

Os que sofrem com dislexia são aqueles que buscam apoio


profissional a fim de consolidados diagnósticos para sanar as
dificuldades ou até conviver de um modo mais tranquilo com o que
permanecer pela infância, adolescência e vida adulta.

Qual a contribuição de um neuropsicólogo ao disléxico? O


diagnóstico, baseado na avaliação da produção textual do sujeito, vai
demandar que os profissionais apoiem os sujeitos para acreditar em
potenciais e inovadores tratamentos. Gestos que levem a diminuição
da tensão já reinante com as tarefas de ler, podem ajudar aos
profissionais que testam a consciência fonológica, a seriação, a
memória, a fluência verbal, o processamento auditivo, a avaliação
neurológica acurada.

Já a dislalia é uma dificuldade na articulação, com o aparecimento de


trocas ou esquecimentos (omissões) de um ou mais vários fonemas,
quando o sujeito fala. Sujeitos com dislalia podem ter distúrbios
do ritmo, popularmente conhecido como gagueira. Não é fácil ao
sujeito, socialmente dizendo, ser alguém que apresenta retardos do
desenvolvimento da fala.

Tal dificuldade de articulação surge naqueles momentos em que o


sujeito com dislalia resolve pronunciar determinados sons, afetando
25
até as aprendizagens da escrita. Alguém que está em processo de
alfabetização, seja na infância ou na vida adulta, deveria ter potentes
maturidades na produção dos sons. Isso dificulta a vida de que
enfrenta tal problema de articulação.

Já a disfasia é uma dificuldade que deriva em atraso no começo da


fala. São transtornos específicos da linguagem oral. Podem surgir,
ainda, alterações na fonação e disfonias (articulação da palavra).

Já a disortografia representa uma dificuldade no grafismo, podendo


configurar uma incapacidade nas tentativas de transcrever
perfeitamente a linguagem oral. Assim surgem inevitáveis trocas
ortográficas e recorrentes confusões ao usar as letras. Não é nada
fácil ao sujeito ter que lidar com a imprecisão da própria escrita e a
não aceitação social de sua produção escrita.

Não está associado com a arrefecimento da qualidade do traçado


das letras. Não é aquilo que vulgarmente é chamado de letra
feia. O sujeito enfrenta uma dificuldade empara algo essencial
que é relacionar a palavra impressa com os sons. A professora
alfabetizadora, por exemplo, necessitará ter paciência com todas
as crianças. Qualquer criança costuma confundir o ouvir e com o
escrever. Crianças com disortografia precisam de maior colaboração.

Já a disgrafia traz dificuldades em lidar com a estrutura na escrita,


com a sintaxe, com a pontuação, com a posição apropriada das
letras e com a organização apropriada dos parágrafos. O sujeito
padece de séria dificuldade de produzir uma escrita manual. É uma
falha no processo ou na aquisição da escrita.

As desordens do desenvolvimento do aprendizado matemático


provocam dificuldades com cálculos. A discalculia envolve
dificuldades ao lidar com o raciocínio lógico-matemático. É comum a
todas essas desordens o sofrimento que cada uma pode trazer aos
sujeitos na vida social e do trabalho.
26
Tabela 1 – Dificuldades de aprendizagem

Fonte: Coll et al. (2004, [s.p.].

Referências
ALMEIDA, Geraldo P. de. Dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita.
Rio de Janeiro: Wak, 2011.
BOSSOLON, Marília. Dificuldades de aprendizagem: levantamento
bibliográfico e análise de estudos na UNICAMP. 2011. 79 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia) – Faculdade de Educação,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2011.
COLL, Cesar et al. (Org.). Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia
evolutiva. v. 3. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.

27
PARA SABER MAIS

O hemisfério cerebral diz respeito a uma das duas regiões do nosso


cérebro. Essas regiões cerebrais são divididas pelo plano mediano do
corpo humano. Assim, o cérebro é dividido entre o hemisfério cerebral
direito e hemisfério cerebral esquerdo.

Desde o século XIX, surgiram e continuam surgindo conhecimentos


sobre estes dois lados cerebrais e as aprendizagens que administram.

Não é razoável falar que um dos nossos hemisférios cerebrais é mais


influente que o outro; e os dois hemisférios atuam em conjunto e de
forma integrada. Os hemisférios utilizam, em conjunto, suas potentes
milhões de fibras nervosas viventes nas comissuras cerebrais dos seres
humanos, interativamente.

Existem localizações específicas dentro dos nossos dois hemisférios


cerebrais. Estas certezas vieram de estudos conduzidos por
pesquisadores com sujeitos que padeciam de lesões em certas partes
específicas dos espaços no interior dos cérebros humanos.

Os hemisférios trabalham conectados, são assimétricos, o que significa


que não é certo garantir similaridade integral entre as duas partes.
Algumas funções estarão conformadas em somente um dos lados
dos dois hemisférios. Competindo ao nosso hemisfério esquerdo,
esforçar-se com a nossa fala. E ao lado direito, caberá um papel
também relacionado à fala humana e à sensibilidade que cada sujeito
demonstra ao falar.

Você já indagou sobre a relação dos nossos hemisférios cerebrais e os


cálculos matemáticos? Se não, saiba que estão sob a responsabilidade
do nosso hemisfério cerebral esquerdo. Tal hemisfério está
responsabilizado pela coordenação das nossas tarefas relacionadas à
escrita, a hábil compreensão da escrita e da leitura. Os que se dedicam

28
à música, como os cantores líricos ou populares e os instrumentalistas
de uma orquestra sinfônica, podem nem ter conhecimento de
que, quando estão diante do público e tocam ou cantam, ativam
capacidades contidas no hemisfério direito.

A lateralização é considerada bem-definida para as funções remotas e


para a motricidade. Em compensação, para funções mais complexas,
como a linguagem, o que há não é pura lateralização, já que ambos
os hemisférios agem em conjunto. Existe, ainda, a dominância
hemisférica, em que um dos lados atua melhor com alguns aspectos
de uma função, enquanto o outro lado atinge melhor com diferentes
aspectos da mesma função.

Referências
RIESGO, R. dos S. Anatomia da aprendizagem. In: ROTTA, N. T.; OHLWEILER, L.;
RIESGO, R. dos S. Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e
multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

TEORIA EM PRÁTICA

Quando um neuropsicólogo é chamado para intervir com


problemas relacionados à linguagem e seus transtornos, com
perturbações específicas do desenvolvimento da linguagem, com
ou sem associações aos transtornos neurológicos, com ou sem
comprometimentos neurológicos pré-frontais, o que de melhor
ele poderá fazer?

Suponha que o profissional da Neuropsicologia faça parte de


uma grande equipe que lida com sujeitos com transtornos da
linguagem, sendo que a maioria destes profissionais costuma
confrontar os sujeitos exclusivamente com aquelas habilidades
em que o desempenho apresentado é falho, ou seja, a resposta

29
não é aquela esperada e o sujeito já está lá por apresentar
justamente o sintoma.

Imagine a situação em que o especialista em Neuropsicologia


pretende deslocar os olhares da equipe de um viciado olhar
que insiste em indagar só pelos aspectos que já estão falhos
na linguagem do sujeito. Para inovar, em nome da busca de
uma melhor aderência ao tratamento interdisciplinar e em
prol de avanços da linguagem do sujeito, apostará em um
neuropsicólogo. Como convencer os demais membros da equipe
a levar em conta elementos como empatia, história de vida e
constituição de subjetividade do sujeito que sofre transtornos de
linguagem?

Conversas com os familiares farão com que a equipe busque a


constituição de elementos assertivos sobre o universo vocabular
do interesse do grupo familiar e do sujeito? O encontro com essas
palavras repetidas dentro da família, nos diálogos entre a mãe, o
pai e irmãos com o sujeito, por exemplo, carregam significantes
que podem ser importantes para que a equipe não veja o sujeito
só como um objeto que não emite falas como se espera na idade
cronológica dele.

Como o neuropsicólogo poderá convencer os seus colegas da


equipe interdisciplinar a ficar atentos à vida que pulsa naquele
sujeito e às palavras carregadas de significantes, ou seja, aqueles
significantes contidos nas palavras e são representações das
mais belas experiências vividas, principalmente com amados
familiares?

Reflita sobre os limites da atuação do neuropsicólogo, em uma


equipe interdisciplinar, atuando com sujeitos com distúrbios de
linguagem (comunicação), procurando, juntos, resolver, amenizar
ou suavizar sérias alterações de linguagem, transtornos da

30
linguagem, evitando o mais cedo possível, na vida do sujeito que
sofre com tais sintomas relacionados à linguagem, que ocorram
comprometimentos irreversíveis da linguagem no decorrer da
infância, da adolescência, da vida adulta e idosa.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O livro trata da Neuropsicologia, dos princípios à reabilitação; e a


Seção VII aborda a linguagem, com discussões sobre discurso e a
Neuropsicologia, e aspectos neurolinguísticos nas demências.
31
CAIXETA, Leonardo; FERREIRA, Sandra B. (Orgs). Manual de
Neuropsicologia dos princípios à reabilitação. São Paulo: Editora
Atheneu, 2012. Seção VII – Linguagem, p. 299 – 340.

Indicação 2

O livro trata da Neuropsicologia e propõe o estudo das bases


neurais da psiquê humana. O capítulo 2 é dedicado à evolução
do Sistema Nervoso Central e do cérebro e suas implicações
no processo de ensino-aprendizagem durante o ciclo da vida
humana, focando em temas como a evolução neurobiológica e o
comportamental do ciclo vital.

COQUEREL, Patrick R. S. Neuropsicologia. Evolução do Sistema


nervosa central e do cérebro e suas implicações no processo de
Ensino -aprendizagem durante o ciclo da vida humana. Curitiba:
Intersaberes, 2013. p. 55 – 62.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

32
1. Sobre as Dificuldade de Aprendizagem (D.A.), suas causas e
características, é correto afirmar:

a. Dificuldades de Aprendizagem evolutivas costumam surgir


em circunstâncias em que as soluções são extremamente
incomuns.
b. D.A. graves comprometem o desenvolvimento de uma
aprendizagem específica da leitura, escrita, ou ainda da
matemática.
c. Dificuldades de Aprendizagem permanentes estão associadas
aos atrasos no desenvolvimento, localizados nos aspectos
cognitivos.
d. As D.A. leves causam diversos aspectos essenciais ao
desenvolvimento, principalmente os cognitivos, motores,
fisiológicos.
e. As Dificuldades de Aprendizagem generalizadas afetam
grande parte das aprendizagens escolares e não escolares.

2. Durante o atendimento neuropsicológico, é comum


crianças, adolescentes e adultos com diagnóstico de dislexia
demonstrarem grande sofrimento. Sobre a dislexia é
correto afirmar:

a. A dislexia é uma complexa dificuldade no reconhecimento e


compreensão de textos escritos.
b. Na dislexia, o sofrimento é revelado quando a criança lida com
a matemática.
c. Dislexia incomoda raras tarefas ao ler e escrever, sendo
incapaz de alterar a compreensão de textos escritos.
d. A dislexia é um leve comprometimento no desenvolvimento
de habilidades de reconhecimento dos números.
e. A dislexia é uma dificuldade irrelevante ao reconhecer e
compreender os textos falados e escritos.

33
GABARITO

Questão 1 - Resposta E
Resolução: Entre as D.A., as generalizadas costumam afetar
grande parte das aprendizagens escolares e não escolares.
Questão 2 - Resposta A
Resolução: A dislexia é uma séria dificuldade nos atos de
reconhecer e compreender os textos escritos.

34
TEMA 4

Principais instrumentos de
avaliação da linguagem
______________________________________________________________
Autoria: Maria da Glória Feitosa Freitas
Leitura crítica: Lívia Benatti
DIRETO AO PONTO

Este tema traz detalhes do uso dos principais instrumentos de


avaliação da linguagem, explanando sobre aspectos teóricos do
tema avaliação neuropsicológica. Alguns desses instrumento
são provenientes de várias partes do mundo, e ganharam
interessantes versões ou adaptações em nosso país. Isso graças
aos pesquisadores deste tema tão intrigante, com a tarefa de
avaliar crianças, adolescentes, adultos e idosos como forma de
atendimento neuropsicológico.

O neuropsicólogo, ao lidar com avaliações da linguagem, deverá


ter uma bagagem consolidada de elementos sobre como avaliar as
bases neurobiológicas da linguagem, entender sobre a aquisição da
linguagem e o processamento cognitivo-linguístico das linguagens
orais e escritas.

Além disso, é necessário especializar-se em assuntos relativos aos


déficits linguísticos adquiridos e aos déficits do desenvolvimento.
Este pujante conjunto de informações irá facilitar o trabalho
avaliativo e simplificar todos os possíveis, urgentes e necessários
tratamentos e reabilitações neuropsicológicas. Com isso,
surgem possibilidades para outros profissionais que venham a
compor a equipe multidisciplinar em que atua o profissional de
Neuropsicologia.

É necessário que o profissional que conduz a avaliação da


linguagem, com o foco neuropsicológico, saiba que aquisição da
linguagem passa três processos.

36
Figura 1 – Processos da aquisição da linguagem

Fonte: elaborada pela autora.

As avaliações neuropsicológicas apropriadas aos distúrbios


de aprendizagem podem ser facilitadas com a existência de
equipes multidisciplinares e a presença de psicopedagogos e
neuropsicólogos. Estes dois profissionais devem agir com bons e
eficazes planos de intervenção.

Eles podem fazer uma escolha bem lúcida e apropriada de


instrumentos neuropsicológicos diversos. Notadamente, é
possível escolher os variados testes que avaliam as habilidades
de linguagem. Um dos reconhecidos é o WISC (Escala Wechsler de
Inteligência para Crianças), que costuma ser usado com crianças a
partir de seis anos de idade até à adolescência, limitado o uso até
os16 anos e 11 meses.

Apontando para outro momento significativo da vida, a vida idosa,


o avaliador neuropsicológico deve compreender que o processo
de envelhecimento é focado em diversos aspectos e requer
uma atenção criteriosa nas habilidades cognitivas, linguísticas,
comunicativas, nos níveis léxico-semânticos, do discurso e das
37
sentenças, junto ao idosos que vivem um envelhecimento saudável –
além de ficar bem atento aos comprometimentos desses processos
nas demências.

O processamento no nível da palavra, ou léxico-semântico está


ligado com a avaliação e o desempenho de idosos em tarefas
explícitas ou diretas, e, ainda com as chamadas tarefas indiretas
ou implícitas. Os níveis da frase e do discurso devem ser focados
nos estudos de compreensão e produção sintática e discursiva. É
importante observar os seguintes e relevantes processamentos:
pragmático; ortográfico; fonológico; sintático; e semântico. Não
esquecendo, ainda, de verificar a compreensão da linguagem e os
aspectos evolutivos e patológicos, além das funções cognitivas da
linguagem.

As avaliações devem seguir buscando a eficiência da linguagem,


pelo fato dela ser vista como habilidade cognitiva bem complexa,
presentes nas socializações e comunicações. Os distúrbios de
linguagem adquiridos geralmente costumam interferir de um modo
significativo em diversas habilidades relacionadas às comunicações
sociais, laborais e de reintegração na sociedade. A avaliação da
linguagem atua em favor do sujeito e de sua vida tranquila com os
relevantes usos das linguagens falada e escrita.

A avaliação dos usos de linguagens implica em ficar atento aos


modelos de processamento, em tarefas como o reconhecimento
e a produção de palavras e até na compreensão e expressão dos
discursos orais e escritos. O processamento lexical contém um
conjunto de processos capazes de auxiliar os ouvintes ou leitores
no reconhecimento da forma da palavra (ortográfica ou fonológica)
e, também, na compreensão dos significados, armazenamentos
de informações ortográficas ou gramaticais, como as classes e os
gêneros das palavras.

38
O neuropsicólogo precisa pesquisar diversas ferramentas e métodos
de avaliação para conduzir a mais apropriada mensuração da
linguagem e atingir os melhores resultados. A realidade brasileira é
limitada em relação às publicações de avaliação neuropsicológica da
linguagem. É necessário que os pesquisadores desta área consigam
progredir nos próximos anos. Na realidade, os instrumentos mais
habituais são o Teste de Nomeação de Boston, o Teste de Fluência
Verbal Semântica (Categoria Animais), o Teste de Vocabulário por
Imagens Peabody e o Token Test.

O Teste de Nomeação de Boston avalia presença de anomia, tipos


leves e fluentes de afasia e falhas ao evocar palavras já conhecidas.
O Token Test pode avaliar a compreensão de sentenças, a produção
espontânea de palavras por meio das tarefas de Fluência Verbal. O
teste Pirâmides e Palmeiras é apropriado para avaliar o esperado
acesso às representações semânticas dentro do nível da palavra. A
avaliação das habilidades de escrita de palavras pode ser realizada
por meio da Tarefa de Escrita de Palavras e Pseudopalavras.

Existe a adaptação do Teste MT Beta – 86 Modificado – Montreal


Toulousse potente para diagnosticar as afasias, usado no Brasil. Em
caso de dificuldade na expressão da linguagem, pode ser empregado
o Instrumento de Avaliação Neuro-psicolinguística Breve NEUPSILIN-
Af, com boa adaptação para pacientes afásicos expressivos. Mas,
para verificar os aspectos funcionais da linguagem é usado a Bateria
Montreal de Avaliação da Comunicação – Bateria MAC.

39
Tabela 1 – Problemas articulatórios e os esperados
cuidados dos neuropsicólogos

Fonte: Dumard (2016, [s.p.]).

PARA SABER MAIS

Existem mais sujeitos que aprenderam a falar, ler e escrever rápida


e facilmente dos que aqueles que padecem de dificuldades em
lidar com as linguagens faladas e escritas. O neuropsicólogo deve
ser consciente que os investimentos envolvidos na aquisição da
linguagem falada e na escrita envolvem grandes complexidades.

Avaliar uma criança em busca da realidade ou não de distúrbios


da linguagem infantil, significa desenrolar um novelo nas buscas
ativas por inúmeras manifestações e etiologias (causas e origens de

40
distúrbio). Com toda a paciência e lucidez, caberá ao neuropsicólogo
usar os instrumentos de avaliação para desvendar as nuances entre
normal e patológico. Em alguns casos, as avaliações demonstraram
que um discreto desvio, apontado para uma singular ou diversas
dimensões não pode ser comparado a um poço sem fundo de
problemas irreversíveis e irrecuperáveis.

O neuropsicólogo chamado a avaliar e intervir com os distúrbios


da linguagem deve ficar atento e, ao mesmo tempo, esperançoso
diante de uma criança que fala ou escreve de um modo inesperado
(‘fala mal’ ou ‘escreve mal’?). Além disso, deve indagar o que
ocorreu e avaliar porque o desenvolvimento linguístico atrasou ou
apresenta distorções e desvios. Conforme Préneron e Del Ré (2009),
é necessário examinar bem para não confundir eventos passageiros
e distúrbios passageiros na linguagem.

Não é demasiado que o neuropsicólogo fique atento em conhecer


conduzir bem as avaliações sobre prováveis déficits sensoriais ou
motores, sondando quadros psicopatológicos ou neuropsicológicos
verificáveis, existentes, alguma patologia específica de linguagem
real, após todas as avalições necessárias e longe de qualquer
especulação, sem maiores provas.

Toda criança necessita, durante o desenvolvimento da linguagem,


lançar mão de potente e eficiente substrato neuroanatômico.
Segundo Préneron e Del Ré (2009), observar o perfil linguageiro
característico das crianças que possuem distúrbios da linguagem,
exige um exame da existência ou não de danos cerebrais.

As disfasias de desenvolvimento, chamadas de distúrbios específicos


de desenvolvimento da linguagem são distúrbios de linguagem
puros. O que se espera é que a criança, nos parâmetros normais,
demonstre considerável comunicação não-verbal, mantendo

41
um olho no olho, com bom uso de mímicas e gestos, capaz de
consistentes trocas linguísticas.

Ainda de acordo com Préneron e Del Ré (2009), no caso das


disfasias, reconhecidas como a existência de um déficit relevante
e permanente das realizações verbais, as avaliações não colheram
provas de déficits auditivos, malformação de órgão fonador,
insuficiência intelectual ou lesão cerebral adquirida, além distúrbio
invasor do desenvolvimento ou grande carência educativa ou
afetiva.

A habilidade avaliativa do neuropsicólogo deverá discriminar


perfeitamente os déficits gnósicos (boa audição serve para
decodificação sonora perfeita), os distúrbios da compreensão
(fogem de problemas gnósicos e auditivos), demandando testes
avaliativos. As avaliações devem dar conta da vertente expressiva,
observada em níveis de alcance. Um destes níveis é o da articulação,
relacionado aos déficits práxicos e distúrbios de articulação como a
dislalia.

Cabe uma atenção, nas avaliações, ao nível fonológico, relacionada


à prosódia (emissão dos sons da fala, acentos e entonações),
que costuma evidenciar distúrbio ou atraso da fala. Outro nível
significativo é o morfossintático, relativo ao distúrbio morfossintático
(exame morfológicos e sintáticos das orações, contextos linguísticos
e gramaticais). As disnomias envolvem alterações nos níveis lexicais,
com distúrbio nas tentativas de lembrar as palavras. Por fim o
nível semântico-pragmático é a dificuldade de estruturar unidades
e estruturas. Todas devem ser observadas nas etapas de testes,
entrevistas e observações.

42
Referências

PRÉNERON, Christiane. Distúrbios da linguagem oral e da comunicação na


criança. In: DEL RÉ, Alessandra. Aquisição da Linguagem: uma abordagem
psicolinguística. São Paulo: Contexto, 2009.

TEORIA EM PRÁTICA

Os esforços dos neuropsicólogos são intensos com estudos


e adaptações de testes. Estes testes são realizados em vários
países, com bastante usos e bons resultados, e as adaptações
dos estudiosos brasileiros servem para que possam ser mais
adequados ao nosso contexto e realidade sociocultural.

Estes estudos de adaptação e normatização adequada para o


contexto brasileiro foram capazes de abrir muitas portas para que
diferentes baterias neuropsicológicas fossem aplicadas em muitas
cidades do país. Existem muitas publicações que atestam suas
eficácias, acordando interesses de outros pesquisadores e clínicos
entrelaçados e atuando na Neuropsicologia. Pesquise sobre estas
adaptações e responda a importância deles.

Um destes exemplos representa o esforço de um trio de estudiosos


no Brasil. Schultz, Siviero e Bertolucci, em 2001, apresentaram uma
elogiada adaptação da reconhecida Alzheimer Disease Assessment
Scale (ADAS-Cog) para uso no Brasil. Essa escala é uma das mais
usadas em ensaios clínicos com medicação por oferecer boas
características. Procure mais informações sobre os estudos dos
pesquisadores, leia e faça um resumo do que representou este
esforço. Pesquise, ainda, a revista Dementia e Neuropsychologia, e
traga os seus aprendizados, de um modo simples e resumido, das
principais aprendizagens.

43
A Alzheimer Disease Assessment Scale (ADAS-Cog) é originalmente
uma subescala cognitiva de avaliação para a doença de Alzheimer,
funcionando como uma abreviada avaliação neuropsicológica para
uma avaliação e diagnóstico de gravidade ou não de sintomas
cognitivos das demências. Busque mais conhecimentos sobre a
ADAS-Cog e explique com poucas palavras o que significa.

É aplicada em um razoável espaço de tempo, mas não de longa


a duração, em torno de 30 a 45 minutos. Essa escala apresenta
bons elementos avaliativos sobre aqueles domínios comumente
presentes em quadros demenciais, e, assim distribuídos na
bateria de teste com as seções de memória (ocupando 50%),
linguagem (utilizando 28%), praxias (em torno de 14%) e, por fim,
compreensão de ordens (em trono de 8%). O que as pontuações
maiores, no resultado deste teste significam: pior ou melhor
desempenho?

É importante ficar atento ao detectar, por meio de exame


neuropsicológico, a compreensão da linguagem oral dos idosos,
já que este fator pode ser manifestado ao avaliar outras funções
cognitivas. Um bom exemplo foi conduzido em 2011, por Moreira e
seus colaboradores. Eles fizeram o uso de um estudo normativo e
versão reduzida do Token Test. Procure responder rapidamente: O
que é Token Test?

Moreira et al. (2011) avaliaram 120 idosos, com média acima de 71


anos, com média acima de 6 anos de escolaridade, buscando uma
medida cognitiva global nestes sujeitos testados.

Referências
MOREIRA, Lafaiete et al. Estudo Normativo do Token Test versão reduzida:
dados preliminaries para uma população de idosos brasileiros. Revista Arch.
Clin. Psychiatry, São Paulo, 38 (3), 2011.

44
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O livro trata sobre conceitos básicos da Neuropsicologia, estuda o


cérebro e o funcionamento cerebral, versa sobre os estudos no Brasil,
sobre as funções neurológicas e os distúrbios de aprendizagem, entre
outros temas. Leia a Unidade 1, Neuropsicologia: um novo instrumento,
no capítulo 4, Avaliação neuropsicológica (páginas 23-26). Examine
também todo o glossário desta unidade que se inicia na página 27.

DUMARD, Katia. Neuropsicologia. São Paulo: Cengage, 2016.


45
Indicação 2

Leia os seguintes capítulos da obra de Fuentes et al. (2013): Capítulo 6,


O exame neurológico e os diferentes contextos de aplicação (CAMARGO;
BOLOGNANI; ZUCCOLO, 2013 apud FUENTES et al., 2013), nas páginas
74-89. Em seguidam leia o Capítulo 7, Neuropsicologia da linguagem
(SALLES; RODRIGUES, 2013 apud FUENTES et al., 2013), entre as páginas
90-98.

FUENTES, D. et al. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre:


Artmed, 2013.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho
da questão.

1. Avaliadores da linguagem, na perspectiva da Neuropsicologia,


devem ser preparados para compreender os esforços relevantes
e as complexidades envolvidos nas aquisições da linguagem
falada e escrita. Sobre a atuação do neuropsicólogo nas
avaliações e em decorrentes intervenções na linguagem, reflita e
assinale a afirmativa correta:

46
a. Na habilidade avaliativa do neuropsicólogo é preciso discriminar
corretamente déficits gnósicos e distúrbios da compreensão com
bons testes avaliativos.
b. O perfil linguageiro característico das crianças que têm distúrbios
da linguagem, prescinde de um exame da existência ou não de
danos cerebrais.
c. É realmente demasiado e desnecessário que os neuropsicólogos
insistam em examinar amiúde os eventos e distúrbios
temporários na linguagem.
d. O neuropsicólogo sabe, com profundidade, que os investimentos
entrelaçados na aquisição da linguagem envolvem mínimas
complexidades.
e. Existem menos sujeitos que aprenderam a falar e a escrever de
modo rápido e fácil do que aqueles que padecem de dificuldades
em lidar com as linguagens.

2. O profissional da Neuropsicologia entende que a finalidade


de um exame neuropsicológico é a avaliação da cognição e
do comportamento. Sobre a avaliação da linguagem, o que é
essencial perseguir? Qual a opção traz de forma correta o foco a
ser seguido nas avaliações da linguagem nas opções abaixo?

a. É a procura da eficiência da linguagem, uma habilidade


cognitiva muito complexa, capital às socializações e
comunicações humanas.
b. É a aposta na fácil tarefa de lidar com os distúrbios de
linguagem adquiridos, que ficam alheios às habilidades
comunicativas, sociais e laborais.
c. Impossível conduzir avaliações da linguagem com a esperança
de que os sujeitos possam padecer menos sujeito e viver de
forma digna.
d. É a busca da deficiência da linguagem, uma habilidade
cognitiva menos complexa, avessa às socializações e
comunicações das pessoas.
47
e. É desnecessário examinar as relevâncias de distúrbios da
eficiência, das socializações e comunicações passageiros e que
pouco impactam.

GABARITO

Questão 1 - Resposta A
Resolução: Atente que a habilidade avaliativa esperada e que
deve ser buscada por um bom neuropsicólogo, na condução de
uma consistente avaliação da linguagem, requer estar atento
a perfeita discriminação dos déficits gnósicos. Isso ocorre pelo
fato de a boa audição servir para uma decodificação sonora
satisfatória, e, ainda, pelo fato dos distúrbios da compreensão,
aqueles que costumam fugir de problemas gnósicos e auditivos,
pediriam testes avaliativos.
Questão 2 - Resposta A
Resolução: É preciso entender que o foco a ser perseguido
nas avalições, rigorosamente, passam pela atenta busca da
eficiência da linguagem, e isso é concernente à uma habilidade
cognitiva muito intricada, fundamental às socializações e às
comunicações humanas. Portanto deve interessar, e muito,
devendo constar nas avaliações da linguagem feitas por um
hábil neuropsicólogo.

48
BONS ESTUDOS!

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