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1) Defina o termo ‘Dislexia’.

Dislexia é um transtorno específico da aprendizagem de origem neurobiológico,


caracterizado por um déficit no componente fonológico inesperado, que não é
explicado por outras habilidades cognitivas e nem por falta de instrução efetiva na sala
de aula. Nesse sentido, apresenta-se por dificuldades no reconhecimento preciso e/ou
fluente de palavras e por poucas habilidades de ortografia e decodificação. Somado a
isso, pode haver consequências relacionadas a problemas na compreensão de leitura e
S conhecimento geral.
2) De que forma a ciência da leitura explica a dislexia?
A dislexia é explicada por um problema no nível da decodificação das palavras, há na
maioria dos disléxicos, um déficit na conversão grafema-fonema, devido a problemas
no processamento fonológico (consciência fonológica, codificação fonológica na
memória de trabalho e recuperação fonológica na memória de longo prazo). Somado a
isso, estudos com gêmeos mostrar que existe uma base também genética para o
desenvolvimento da dislexia, dessa forma, a dislexia é caracterizada por transtorno de
origem neurobiológica.
3) Quais são as principais regiões cerebrais envolvidas na leitura?
Região occiptotemporal, temporoparietal e frontal inferior, de um modo mais
predominante no hemisfério esquerdo

4) Como o modelo de Dupla Rota em Cascata explica a dislexia fonológica e a

dislexia lexical? Quais tarefas podem usadas para identificar esses diferentes

perfis e quais intervenções são mais recomendadas para cada caso?

 Dislexia fonológica: há a dificuldade seletiva de ler pseudopalavras em voz alta,


enquanto a leitura de palavras reais permanece normal. Diante do modelo DRC, essa
dificuldade é explicada por um prejuízo na rota fonológica, em que a criança não é
capaz e realizar a conversão grafema-fonema, assim, tenta-se acessar o lexo
ortográfico, mas como não é possível ler a pseudopalavra, ocorre a leitura de uma
palavra já existente. Para identificar casos de dislexia fonológica deve-se aplicar
tarefas de leitura de pseudopalavras. Para esse tipo de dislexia, é necessário estimular
o conhecimento do nome e do som das letras e a consciência fonológica
 Dislexia de superfície: dificuldade seletiva para ler palavras irregulares em voz alta,
enquanto a leitura de palavras regulares e das pseudopalavras permanece preservada.
Nesse caso, não há acesso ao lexo ortográfico, sendo preciso ler as palavras pela
conversão grafema-fonema. Para identificar casos de dislexia de superfície deve-se
aplicar tarefas de leitura de palavras irregulares. Para esse tipo de dislexia, é
necessário estimular o vocabulário, a consciência morfológica e a fluência do
estabelecimento de padrões (padrão ortográfico dos sufixos, prefixos), através da
prática repetida que vai dos padrões mais simples aos mais complexos.
5) Comente sobre o modelo da visão simples da leitura.
Nesse modelo a compreensão de leitura seria o produto de dois componentes que se
relacionam entre si: decodificação (consciência fonológica, conversão grafema-
fonema, processamento parelelo) e compreensão da língua (conhecimento prévio,
raciocínio verbal).

6) Kintsch argumenta que a compreensão da leitura depende da construção de

um modelo situacional. Comente a respeito.

O modelo situacional propõe que a compreensão ocorre à medida que o leitor constrói
uma representação mental de uma mensagem textual. Dessa forma, a ligação entre o texto
base e o conhecimento de mundo da leitura seria feita via processo de inferincação,
produzindo, assim, representações mentais daquilo que foi lido

7) Defina VOCABULÁRIO e responda: por que afirmamos que a relação entre

o VOCABULÁRIO e a COMPREENSÃO de leitura é uma via de mão dupla?

O vocabulário é definido pelo número de palavras que uma pessoa conhece e pelo quanto ela
sabe sobre essas palavras. A relação entre vocabulário e compreensão é uma via de mão dupla
porque esses elementos se retroalimentam, visto que o vocabulário afeta na compreensão de
leitura, se o vocabulário é limitado isso prejudica a construção da compreensão; e a
compreensão é essencial para aquisição do vocabulário, a medida que é preciso entender o
que aquele termo significa para aprendê-lo, bem com se nos depararmos com uma palavra que
não conhecemos dentro de um contexto, podemos utilizar nosso conhecimento prévio para
inferir seu significado

8) Comente sobre o efeito Mateus considerando a relação entre vocabulário e

compreensão.
O efeito pode ser virtuoso: quando melhor o vocabulário melhor a compreensão, ou vicioso:
quanto pior o vocabulário pior a compreensão

9) Considerando o vocabulário, defina amplitude, profundidade e velocidade de

acesso.

Amplitude: número de palavras que se conhece (podemos conhecer várias palavras


superficialmente), elemento que ajuda na decodificação. profundidade: nível de detalhamento
que se tem sob a palavra, se conseguimos estabelecer relações entre os termos, elemento
relacionado a compreensão que se tem das palavras. Velocidade de acesso: velocidade com a
qual se acessa o vocabulário.

10) Por que o vocabulário pode ser considerado um exemplo de COMPETÊNCIA


IRRESTRITA?

Porque a aquisição de vocabulário é um processo infinito, visto que a língua é dinâmica e


podemos sempre aprender novas palavras.

11) De que forma a consciência morfológica contribui para o desenvolvimento do

vocabulário?

Se a criança tem a consciência morfológica bem desenvolvida, ela consegue aprender novas
palavras de forma independente, de modo que a partir da análise das estruturas das palavras é
possível fazer deduções a respeito de seu significado.

12) Podemos distinguir 2 objetivos no ensino de vocabulário. Quais são?

(1) ajudar a criança a aprender os significados de palavras específicas, (2) ajudar as crianças a
descobrir o significado das palavras por meio da leitura independente

13) Como promover o ensino de palavras específicas?

Para se trabalhar com o aprendizado de palavras específicas deve-se ensinar uma, ou no


máximo duas palavras por dia. Nesse sentido, existem diversas estratégias que podem ser
utilizadas, das mais simples às mais complexas e das mais lúdicas às mais objetivas, sendo
importante atentar-se sempre ao público alvo dessa estimulação. No início, convém discutir
mostrar a palavra escrita graficamente para a criança e discutir o contexto e encorajar a
crianças a pensar em suas próprias experiências e ideias. Dada a definição, é interessante dar
exemplos para ilustrar o significado e também incentivar a criança a exemplificar com base na
própria experiencia. Somado a isso, atividades que envolvam o uso de imagens, de mapas
mentais e de mnemônicos visuais são interessantes para tornar o aprendizado de novas
palavras mais lúdico e interessante para as crianças

14) Por que e como melhorar a aprendizagem incidental de vocabulário?

É interessante melhorar a aprendizagem incidental de vocabulário porque isso desenvolve


autonomia na criança, de forma que ela consegue por conta própria ir descobrindo o
significado de novos termos. Um modo de trabalhar essa aprendizagem é trabalhar com pistas
sobre o contexto e características da palavra desconhecida, além de ensinar palavras via
morfologia, visto que com o desenvolvimento da consciência morfológica é possível aprender
o significado de palavras com base em suas estrtuuras.

15) Defina inferências e comente sobre as inferências que são NECESSÁRIAS e

inferências que são ELABORATIVAS.

 Inferências necessárias: necessárias para integrar o significado das sentenças em


modelo mental
 Inferências elaborativas: podem ser feitas pelo ouvinte para enriquecer seu modelo
mental em formação, mas não são necessárias para assegurar a compreensão
adequada, não precisam ser estimuladas

16) Qual a diferença entre inferências de coesão local e inferências de coesão

global?

 Inferências de coesão local: o leitor esclarece a significação de palavras e frases


ligando-as a outras palavras e frases no texto. São inferências sempre necessárias e
muitas vezes feitas de forma automática
 Inferências de coesão global: faz o texto todo ser coerente, une as partes diferentes do
texto, ligando-as ao modelo mental.

17) Como avaliar a capacidade das pessoas fazerem inferências?

É possível avaliar essa capacidade por meio de perguntas sobre um texto que as
crianças leram ou que escutaram e também por meio do reconto, ou seja, pedir para a criança
contar uma história que ouviu, porque aquilo que fica é o sentido, as articulações, ou seja, os
processos de inferência.

18) Quais fatores podem limitar a geração de inferências?

Memória; conhecimento de base sobre o tópico do texto e conhecimento do


vocabulário/velocidade de acesso ao conhecimento de base; padrão de coerência

19) Como melhorar a capacidade de fazer inferências?

Com tarefas que estimulem de forma explícita a elaboração de inferências, explicando


detalhadamente o processo para a criança. Nesse processo, é importante que o aplicador
verbalize seus pensamentos das sentenças, como forma de oferecer a criança um modelo de
pensamento, além trabalhar com pistas entre as duas frases, para que a criança consiga fazer a
inferência, conectando as duas sentenças. É interessante trabalhar também questões de
plausabilidade, diferença entre fatos e opiniões e, por fim, ativar o conhecimento prévio por
meio de cartões com perguntas e figuras

20) Por que o automonitoramento da compreensão é importante para a

compreensão?

Porque é importante o próprio leitor autoavaliar aquilo que está lendo, monitorando sua
compreensão e fazendo tentativas de corrigi-la se ela se desviar

21) Como avaliar o automonitoramento da compreensão?

Inserindo erros propositais em um texto, a detecção de erros pelos leitores indica que eles
estão monitorando a compreensão e solicitando que o ouvinte resuma ou reconte partes do
texto lido. Pessoas que tem dificuldade de monitoração da compreensão tem dificuldades na
memória de trabalho.

22) O que são estratégias de compensação de falhas na compreensão?

São estratégias utilizadas para compensar a compreensão em determinado momento do texto.


Se há o não entendimento de uma palavra, o leitor deverá verificar se decodificou
corretamente a palavra, tentar perceber seu sentido pela análise da morfologia da palavra,
utilizar inferência a partir de pistas contextuais, procurar no dicionário, reler para verificar se
seu significado ficou claro. Se não há o entendimento das ações de um personagem, é possível
reler a parte relevante da narrativa, continuar lendo para ver se se oferece uma razão no texto
mais a frente e fazer uma inferência plausível.

23) Como estimular o automonitoramento da compreensão?

Alertar as crianças sobre a existência de erros, utilizando das estratégias modelação e


trabalhar ativamente com as crianças. Apresentar estratégias metacognitivas para as crianças:
reler – explicar para a criança que é importante voltar no texto para compreender aquilo que
não conseguiu compreender anteriormente –, olhe pra trás – rastrear o texto, tentando
encontrar palavras chaves – , pense em imagens – estimular a criança a pensar em imagens
mentais –, pensar em voz alta – ajuda a identificar possíveis falhas na compreensão,
aumentando a autoavaliação dos alunos – questione e explique – quando mais elaboração de
perguntas, maior compreensão.

24) Em que sentido a compreensão da estrutura do texto contribui para a

compreensão da leitura.

Para compreender a leitura é preciso compreender a estrutura do texto, entender quais são as
características dos diferentes gêneros textuais, para que chegue com uma estrutura prévia do
que esperar

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