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Introdução

O presente trabalho de Linguagem na Educação Infantil tem como tema competência de


desempenho linguístico das crianças, a competência é um termo que denomina a capacidade do
usuário da língua de produzir e entender um número infinito de sequências linguísticas
significativas, que são denominadas sentenças, frases ou enunciados, a partir de um número
finito de regras e estruturas, No entanto, podemos considerar que a competência linguística
representa uma aptidão para identificar e manipular as formas dos signos e as regras de
combinação dos mesmos, Uma teoria da aquisição da linguagem pode, portanto, ser concebida
como um modelo da dinâmica desse processo. Essa teoria deverá caracterizar o modo como a
criança lida com o material linguístico de que dispõe, extraindo dela informação relevante sobre
a língua em questão,
Objectivos

Objectivo geral

 Conhecer as competências e o desempenho linguístico das crianças.

Objectivo específico

 Identificar as competências e desempenho linguístico das crianças;


 Explicar a aquisição da linguagem e o desenvolvimento da criança;
 Avaliar os Princípios e Parâmetros Linguísticos.

Metodologia

Para a materialização deste trabalho baseamo-nos em consultas de vários materiais bibliográficos


e discussões entre os elementos do mesmo grupo.
Competência linguística

Competência linguística é um termo que denomina a capacidade do usuário da língua de produzir


e entender um número infinito de sequências linguísticas significativas, que são denominadas
sentenças, frases ou enunciados, a partir de um número finito de regras e estruturas. Segundo
alguns, é o conjunto de normas ou regras que temos em nossa mente que nos permite emitir e
receber frases, e julgar se elas são ou não bem formadas ou se podem ou não ser consideradas
como frases que pertencem à língua.

Os proponentes do conceito de competência linguística a vêem como inata e, portanto, pode-se


questionar se seria possível incrementá-la de algum modo. No entanto, podemos considerar que a
competência linguística representa uma aptidão para identificar e manipular as formas dos signos
(palavras, prefixos, sufixos, desinências de género e número, estruturas sintácticas, entre outros),
as regras de combinação dos mesmos (a combinação de prefixos e sufixos com a raiz da palavra
para formar novas palavras, a combinação de termos para formar uma oração, a combinação de
orações para formar um período) e sua significação.

Competência de desempenho linguístico da criança

Toda criança é, em princípio, capaz de tomar a língua de sua comunidade como língua materna e
de adquirir simultaneamente mais de uma língua. A aquisição de cada língua irá requerer a
identificação de seu sistema fonológico, sua morfologia, seu léxico, o que há de peculiar em sua
sintaxe e no modo como relações semânticas se estabelecem. Diante da variabilidade das línguas,
a criança terá de lidar com uma série de variáveis nessa identificação.

A despeito disso, o processo de aquisição da linguagem apresenta um padrão de


desenvolvimento, em grande parte, comum aos diferentes indivíduos nas diferentes línguas, o
que remete àquilo que, na linguagem, é comum `a espécie humana. Cabe a uma teoria da
aquisição da linguagem explicar esse fato, considerando que modo a aquisição de uma língua
específica pode elucidar o processo pelo qual a aquisição espontânea de qualquer língua humana
se realiza. Uma teoria da aquisição da linguagem pode, portanto, ser concebida como um modelo
da dinâmica desse processo. Essa teoria deverá caracterizar o modo como a criança lida com o
material linguístico de que dispõe, extraindo as informações relevantes sobre a língua em
questão, e explicar de que forma esse processo se faz viável para qualquer língua.
O desenvolvimento de uma teoria da aquisição da linguagem faz supor uma concepção ou
modelo do estado estável do desenvolvimento a ser atingido e do estado inicial desse processo.
Não há, contudo, no estudo da aquisição da linguagem, total consenso quanto ao modo de se
conceberem os estados inicial e final.

A aquisição da linguagem e o desenvolvimento da criança

Segundo LEOPOLD, De um ponto de vista mais concreto ou não formal, o processo de


aquisição da linguagem foi abordado por psicólogos do desenvolvimento, que passaram a prover
descrições longitudinais do percurso evolutivo da aquisição do inglês, retomando a tradição dos
diários de bebês, de forma linguisticamente mais informada do que `a época de seus
antecessores.

A influência da Teoria Linguística sobre esta linha de investigação manifestou-se, de fato, mais
no fornecimento de um instrumental descritivo para a apresentação de dados do desenvolvimento
do que no de uma hipótese sobre a natureza do processo de aquisição da linguagem. A
formulação desse processo, do ponto de vista da aprendibilidade de gramáticas, não se
apresentava atraente para o estudo do desenvolvimento centrado na criança, talvez por abstrair a
criança num procedimento de aprendizagem.

Os Psicólogos do desenvolvimento e linguistas punham-se, em grande parte, em distribuição


complementar. Enquanto Chomsky manifestava-se céptico quanto à relevância de dados da fala
de crianças para o estudo do processo de aquisição da linguagem, Roger Brown dizia-se pouco
motivado a especular sobre dispositivos de aquisição da linguagem mal definido como parte de
uma faculdade de linguagem, seriam requeridos para que a criança viesse a lidar com os
chamados dados linguísticos primários.

Na verdade, a questão do que seria necessário atribuir ao estado inicial do processo de aquisição
da linguagem não se apresentava claramente `a Psicologia Evolutiva. A indiferenciação do
estado inicial do desenvolvimento por domínios cognitivos era o pressuposto básico da tradição
empirista na qual a Psicologia se inseria. Logo, o discurso racionalista recuperado pela
Linguística Gerativista provocava reacção entre psicólogos do desenvolvimento, por abalar seus
fundamentos epistemológicos. Uma vez que as bases biológicas de uma possível diferenciação
por domínios no estado inicial do processo eram apenas conjeturadas (LENNENBERG, 1967), o
discurso da Linguística corria o risco de ser visto, na óptica de psicólogos de formação empirista,
como um retrocesso para uma concepção pré-científica da actividade mental.

A fala dirigida à criança e as condições necessárias à identificação de uma língua

Uma outra vertente de pesquisa aberta no estudo do desenvolvimento da criança a partir da


hipótese inatista buscou caracterizar a fala dirigida à criança e verificar o possível efeito da
qualidade desta no desenvolvimento linguístico.

A argumentação que acompanhava a hipótese inatista apresentava os dados linguísticos


primários de que a criança dispõe como constituídos de enunciados fragmentados, cheios de
falsos começos e pouco transparentes quanto às possíveis relações gramaticais neles expressas.
Psicólogos do desenvolvimento partiram da hipótese de que a fala dirigida a criança seria distinta
da fala dirigida ao adulto, o que poderia contribuir para facilitar o acesso da criança à língua.
Com base numa ampla base de dados de crianças adquirindo inglês, e posteriormente, outras
línguas, foi constatado que a fala dirigida à criança distingue-se da fala dirigida a adultos em
função de uma série de variáveis, tais como, complexidade sintática, boa-formação, formas
lexicais, tornando-se aparentemente mais simples, bem formada e redundante do que a fala entre
adultos. Estudos realizados na cultura ocidental revelam, ainda, que desde cedo a fala dirigida ao
bebé tende a referir-se a ele e, a partir do momento em que seu foco de atenção possa ser
dirigido, a objectos ou actividades do seu interesse (Snow, 1986).

Desempenho Linguístico

Uma criança, ao atingir a idade de cinco a seis anos, normalmente já adquiriu os elementos
básicos de sua língua materna, podendo criar e compreender naturalmente um número quase
infinito de frases que ainda não se tinham apresentado formalmente diante de si. Para
compreendermos bem a natureza, aquisição e desenvolvimento da linguagem será necessário
que, antes, tenhamos uma noção da natureza da competência linguística de quem aprende a falar
uma língua.

Um dos pontos principais que os teóricos da gramática gerativa estabeleceram como princípios é
justamente a prioridade da elaboração de um modelo de competência do sujeito que fala, sendo
que o modelo de 'performance' só pode ser estudado depois.
Como a competência linguística se reflecte no desempenho

As tentativas para solucionar a disputa de fronteiras entre Linguística e Psicolinguística gravitam


em torno de uma distinção entre competência, considerada área de interesse da Linguística, e
desempenho, considerado área de interesse da Psicologia. A competência refere-se à linguagem
no sentido do que constitui a capacidade para falar uma língua. O desempenho, por outro lado,
refere-se às expressões produzidas pelos usuários da língua; a questão é que nem sempre existe
uma correspondência exacta entre as expressões de um locutor e as regras linguísticas da língua.

Uma língua é um conjunto de princípios que estabelecem correlações entre significados e


sequências de sons. Esses princípios estão subjacentes e tornam possível a comunicação através
de um comportamento verbal exterior, mas não podem ser equiparados a esse comportamento.
Uma língua é um conjunto de regras dominado pelo falante; não é nada que um falante faz. O
mesmo tipo de distinção pode ser feito entre uma sinfonia e sua execução. Não importa de que
maneira seja a sinfonia executada, ela permanece inalterada. É um sistema musical abstracto que
está subjacente à actividade dos músicos, mas que não pode ser equiparado à sua actividade. Da
mesma forma, um sistema linguístico está subjacente à actividade verbal de seus falantes. Uma
língua é um conjunto abstracto de regras psicológicas que constituem a competência de uma
pessoa como falante. Essas regras colocam uma classe ilimitada de frases à disposição do falante,
das quais ele fará uso em situações concretas.

O comportamento verbal real não passa de uma manifestação indirecta das regras psicológicas
que fazem única a linguagem humana. A estrutura de uma língua não é afitada quando seus
falantes fazem erros ao falar, assim como uma sinfonia não é afitada quando não é bem
executada.

A preocupação do linguista pela competência linguística é, simplesmente, porque logicamente


uma descrição da competência linguística precede uma descrição do desempenho linguístico. As
regras que determinam as frases bem construídas de uma língua constituem um elemento
essencial do mecanismo psicológico envolvido na fala e na compreensão; servimo-nos dessas
regras quando produzimos e compreendemos frases.
O trabalho dos psicólogos da linguagem, psicolinguísticas e linguistas, ao dirigirem "a atenção
para o comportamento dos indivíduos quando usam sentenças, à busca de uma relação um-a-um
entre regras gramaticais e desempenho dos sujeitos, trouxe a lume, pelo seu próprio fracasso, a
influência de muitos factores inesperados."

Dentro da área da Linguística, os que se preocupam com o desempenho da linguagem


desenvolvem um estudo que se denomina Estilística. Tal estudo, no entanto, tem-se desenvolvido
mais especificamente em relação à língua literária e, um pouco menos, em pesquisas
dialetológicas.

O Modelo do desempenho Linguístico

Seguindo uma tendência Inatista e, por sua vez Racionalista, o modelo gerativista se propõe
explicar as manifestações da aquisição de linguagem partindo do principio de que a criança já
nasce dotada de uma capacidade inata de aquisição da linguagem. Nessa abordagem a aquisição
de uma língua materna é o resultado directo do amadurecimento dessa criança, ou seja, uma
consequência de sua capacidade de formular suposições, respostas às questões que lhe surgem e
de procurar e encontrar algumas semelhanças presentes na língua a ser adquirida.

Desta forma, quanto maior for à capacidade cognitiva da criança, maior será o número de
suposições formuladas por ela e mais próxima da linguagem do adulto ela estará. Com efeito,
essa teoria dá mais importância para a sintaxe, em detrimento de morfologia e fonologia,
descrevendo a aquisição da linguagem termos de competências e desempenho. A competência
pode ser entendida como o conhecimento que o falante tem de gramática de sua língua e o
desempenho como o uso que a fonte faz desse conhecimento.

Segundo a hipótese gerativo-transformacional, as frases produzidas pelas crianças não são


simples imitações aproximativas da fala dos adultos, mas que essas possuem algumas
disposições e ordenações que não se verificam na fala dos adultos, portanto são produções
originais da criança. Baseado nisso, o gerativismo sugere que a fala da criança é ordenada por
regras próprias, mas que em contacto com as regras da fala dos adultos, as crianças vão
moldando o seu sistema de regras.
Para Chomsky, adepto do gerativismo, a criança possui um mecanismo que lhe permite adquirir
a linguagem, chamado de Dispositivo de Aquisição da Linguagem, o qual é parte da herança
genética de sua espécie e que esse é accionado pelas frases ou falas dos adultos, com as quais irá
actuar, gerando assim a gramática da língua na qual a criança está contextualizada.

Competência Comunicativa Linguística

O Corpo de teoria linguística a que a pesquisa prática possa recorrer e que somente tenha de
aplicá-la. Trata-se, antes, de que trabalho motivado por necessidades práticas possa ajudar a
construir teoria da qual precisamos. Em boa medida, programas voltados à mudança da situação
de linguagem das crianças são uma tentativa de aplicar uma ciência básica que ainda não existe.
Permita-me avaliar o estágio actual da teoria linguística para mostrar porque isso acontece.

Do ponto de vista das crianças que procuramos compreender e ajudar, uma declaração como essa
pode quase parecer uma prova de irrelevância. Todas as dificuldades que as crianças e nós
mesmos enfrentamos parecem sumir do cenário.

A resposta de quem quer que seja a tal indicação do estado da teoria linguística vigente pode ser
ignorar a teoria de base e escolher cuidadosamente seus resultados.

A relevância notável da perspectiva teórica é expressa na sua anedota característica que ela
coloca bem à frente dos nossos olhos. A ideia é mostrar uma criança nascida com a capacidade
de dominar qualquer língua com facilidade e velocidade quase milagrosas; uma criança que não
seja meramente moldada por condicionamento e reforço, mas que aja activamente na
interpretação teórica consciente do discurso com que seja confrontada, de modo que em poucos
anos e com experiência limitada adquira uma capacidade ilimitada de produzir e compreender a
princípio toda e qualquer sentença gramatical da língua.

Cada criança que nasce num grupo social adquire hábitos de fala e de resposta nos primeiros
anos de sua vida. Sob estimulação variada, a criança repete sons vocais. Alguém, por exemplo, a
mãe, produz, na presença da criança, um som que se assemelha a uma das sílabas de seu
balbucio. Quando esses sons chegam aos ouvidos da criança, seu hábito entra em jogo e ela
produz a sílaba de balbucio mais próxima, da. Dizemos que nesse momento a criança começa a
imitar. A visão e o manuseio da boneca e a audição e a produção da palavra (isto é, da) ocorrem
repetidas vezes em conjunto, até que a criança forma um hábito. Ela tem agora o uso de uma
palavra. (Bloomfield).

Princípios e Parâmetros Linguísticos

Com a evolução da linguística gerativa, no início dos anos 80 a ideia da competência linguística
como um sistema de regras específicas cedeu lugar à hipótese da Gramática Universal. Deve-se
entender por o conjunto das propriedades gramaticais comuns compartilhadas por todas as
línguas naturais, bem como as diferenças entre elas que são previsíveis segundo o leque de
opções disponíveis na própria. A hipótese representa um refinamento da noção de Faculdade da
Linguagem, sustentada pelo gerativismo desde o seu início: a Faculdade da Linguagem é o
dispositivo inato presente em todos os seres humanos, como herança biológica, que nos fornece
um algoritmo, isto é, um sistema gerativo, um conjunto de instruções passoa-passo, como as
inscritas num programa de computador, o qual nos torna aptos para desenvolver (ou adquirir) a
gramática de uma língua.
Conclusão

Depois de termos interagido com manuais referente ao tema cima citado, concluímos que: a
Competência de desempenho linguístico da criança é capaz de tomar a língua de sua comunidade
como língua materna e de adquirir simultaneamente mais de uma língua. A aquisição de cada
língua irá requerer a identificação de seu sistema fonológico, sua morfologia, seu léxico, o que
há de peculiar em sua sintaxe e no modo como relações semânticas se estabelecem, Esses
princípios estão subjacentes e tornam possível a comunicação através de um comportamento
verbal exterior, mas não podem ser equiparados a esse comportamento. Uma língua é um
conjunto de regras dominado pelo falante; não é nada que um falante faz. O mesmo tipo de
distinção pode ser feito entre uma sinfonia e sua execução.
Bibliografia

BUDIN, J. Metodologia da linguagem. São Paulo: Ed. Nacional, 1949.

CÂMARA JÚNIOR., Joaquim Mattoso. Princípios de linguística geral. 5ª ed. Rio de Janeiro:
Padrão, 1977.

CARVALHO, J. G. Herculano de. Teoria da linguagem. Coimbra: Atlântida, 1967.

GREENE, Judith. Psicolinguística (Chomsky e a psicologia). Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação. São Paulo: Cultrix, 1969.

TRAVAGLIA, L. C. Gramática: Ensino plural. São Paulo: Cortez, 2011.

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