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Universidade Licungo

Faculdade de Ciências e Tecnologia


Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário
com Habilitação em Ecoturismo

Rosário Castro Morgado

Implicações Advindas da Pandemia da COVID-19, no Turismo


Religioso no Povoado de Malinguine

Quelimane, Fevereiro de 2022


11

Rosário Castro Morgado

Implicações Advindas da Pandemia da COVID-19, no Turismo


Religioso no Povoado de Malinguine

Monografia Científica a ser apresentado ao


Departamento de Ciências da Terra e
Ambiente no Curso em Gestão Ambiental e
desenvolvimentoComunitário com
Habilitações em Ecoturismo, para a obtenção
de grau académico de Licenciatura.

Quelimane, Fevereiro de 2022


12

Índice

Índice de abreviaturas........................................................................................................iii

Índice de Tabela iv

Índice de Figuras v

Índice de gráficos vi

Declaração vii

Dedicatória viii

Agradecimentos ix

Resumo x

Introdução 8

Problema.............................................................................................................................9

Objectivos.........................................................................................................................10

Objectivo geral.................................................................................................................10

Objectivos específicos......................................................................................................10

1.1. Justificativa 11

Hipóteses..........................................................................................................................11

Capitulo I: Revisão de Literatura 12

1.1. Turismo..................................................................................................................12

1.1.1. Turista................................................................................................................13

1.1.2. Turismo Religioso..............................................................................................14

1.1.3. Turismo Religioso e Desenvolvimento Local...................................................16

1.1.4. Turismo Religioso: A Abordagem das Festas Católicas...................................18

1.2. A Pandemia COVID-19.........................................................................................19

1.2.1. Sintomas da COVID-19.....................................................................................20


13

1.2.2. Formas de transmissão da COVID-19...............................................................20

1.2.3. Prevenção e controle da COVID-19..................................................................21

1.2.4. Efeitos da Pandemia de Covid19 sobre o turismo.............................................21

1.3. Potencialidades Turísticas do distrito de Namacurra............................................23

1.4. Constrangimentos no processo de desenvolvimento do Turismo em Namacurra.24

Capitulo II: Metodologia 26

2.1. Métodos.................................................................................................................26

2.1.1. Método Estatístico.............................................................................................26

2.1.2. Método Descritivo.............................................................................................26

2.2. Técnicas e instrumento de colecta de dados..........................................................27

2.2.1. Questionário com inquérito................................................................................27

2.2.2. Técnica de Entrevista.........................................................................................27

2.2.3. Técnica de Observação Directa.........................................................................27

2.2.4. Revisão bibliográfica.........................................................................................28

2.3. População e amostra..............................................................................................28

2.4. Descrição da Área de Estudo- Namacurra -Malinguine 29

2.4.1. Localização, Superfície e População.................................................................29

2.4.2. Localização Territoriale Divisão administrativa................................................29

2.4.3. Clima e Relevo...................................................................................................30

2.4.4. História e cultura................................................................................................31

2.4.5. Origem do nome Namacurra..............................................................................32

2.4.6. Actividades económicas.....................................................................................33

2.5. Hidrologia..............................................................................................................34

2.6. Tradições Culturais da população de Namacurra-Malinguine..............................35

2.7. Línguas faladas......................................................................................................38

2.7.1. Habitação e condições de vida...........................................................................38


14

2.8. Atracções turísticas do Povoado de Namacurra....................................................38

2.8.1. Alguns impactos positivos e negativos que o turismo religioso causa a


comunidade de Namacurra -Malinguine. 39

Capitulo III: Análise e Interpretação de Dados 43

3.1. Questões demográficas..........................................................................................43

4.1. Noção do Conceito de Turismo 44

4.2. Importância de Turismo para a Comunidade Receptora 45

4.3. Contribuição do turismo religioso na melhoria da qualidade de vida da população


46

4.4. Geração de oportunidade de emprego do turismo para a população 47

4.5. Oportunidade de venda de produtos da comunidade e manifestação cultural locais


47

4.6.Confrontação das hipóteses........................................................................................48

Conclusão e Sugestoes 50

3.2. Conclusão..............................................................................................................50

3.3. Sugestões...............................................................................................................51

Referências bibliográficas 52

APÊNDICES 54
iii

Índice de abreviaturas

PIB- Produto Interno Bruto

FMTZ- folheto de marketing do turismo da Zambézia 2017

PEDTM- Plano Estratégico do Desenvolvimento do Turismo na Zambézia

INE- Instituto Nacional de Estatística

OMT- Organização Mundial de Turismo

CGPH-Censo Geral da População e Habitação

SDAE- Serviços Distrital de Actividade Económicas


iv

Índice de Tabela

Tabela 1:Postos administrativos ……………………………………………………….30


v

Índice de Figuras

Figura 1: Mapa do Distrito de Namacurra……………………………………...……….28


vi

Índice de gráficos

Gráfico 1: Representação da amostra por género………………………………………………43

Gráfico: 2 Representação da amostra por idade………………………………………………..44

Gráfico 3: Noção do Conceito de turismo……………………………………………………...45

Gráfico 4: Importância de Turismo para a população………………………………………….45

Gráfico 5:Melhoriade vida da população pelo turismo…………………………………….......46

Gráfico6: geração de emprego………………………………………………………………….47

Gráfico7:Oportunidade de venda de produtos………………………………………………….48


vii

Declaração

Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra Instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Quelimane, Fevereiro de 2022

Assinatura

______________________________________
( Rosário Castro Morgado)
viii

Dedicatória

Dedico este trabalho ao senhor Jesus Cristo, que me tirou das trevas e me deu uma
oportunidade de viver as suas maravilhas. Sem mais palavra para descrever este grande amor,
só me resta dizer: obrigado “até aqui o Senhor me ajudou”.
ix

Agradecimentos

Os meus agradecimentos aos docentes da Universidade Licungo, particularmente do


departamento de ciências da terra, curso de Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário
a Deus, razão pela qual eu existo. Á Jesus, razão pela qual eu sou salvo.

Este estudo foi elaborado em condições que necessitaram de muito suor, sacrifício e paciência.
Contudo, existiram pessoas que sempre estiveram do meu lado para que o final de tudo fosse
satisfatório. Quero em especial agradecer ao meu orientador) que e todos momentos e
sapiência merecedor, e a todos os que aceitaram fazer parte do estudo. Em particular, á minha
famílias sempre me deram forças e motivação para caminhar.
x

Resumo

A presente monografia discorre sobre: Implicações Advindas da Pandemia da COVID-19, no


Turismo Religioso no Povoado de Malinguine.

Turismo é uma actividade económica que se relaciona com os demais sectores no que concerne
a sua prática, daí que a pesquisa dispõe-se à analisaras formas como turismo contribui para o
desenvolvimento socioeconómico da comunidade local, principalmente para a população de
Namacurra, quanto aos objectivos a serem alcançados é uma pesquisa descritiva, quanto à
abordagem é pesquisa de abordagem qualitativa.A amostra participativa foi de 50 inquiridos 7
funcionários dos serviços distritais de actividadeseconomias, 43 residentes de Malinguine.
Portanto, os resultados da pesquisa revelam que alguns inqueridos trazem contribuições
interessantes em relação as Implicações do Turismo religioso no período da pandemia e antes
da pandemia para a População de Namacurra - Povoado de Malinguine , porém, tem-se
verificado actividades com características ligadas à estrutura do turismo, entre os quais o
consumo, o mercado e a infra-estrutura disponibilizada antes, no período da festividade
religiosa de grande interesse onde parte dos mesmos em relação a sensibilização da população e
os operadores turísticos a higienização e uso de mascaras e o distanciamento social e como
novo normal de vida.O desenvolvimento de um determinado local de interesse turístico está
sujeito aos tipos de estratégias que são implantadas e às características de cada local.Uma vez
que se fez apenas o registo e a descrição dos factos observados sem criar interferência neles.
Namacurra apresenta grandes potencialidades como :uma Pedreira privada em Naciaia, na
Localidade de Malei, que fornece pedras para as obras de construção no Distrito e nos outros
pontos da Província. A praia de Madingo em Muceliua., contudo a COVID-19 com decreto
presidencial paralisou e impactando todo desenvolvimento turístico.O Distrito de Namacurra
está inserido na bacia hidrográfica do Zambeze, sendo atravessado pelos principais rios, ou
seja, pelos rios Licungo, Namacurra e Phuade que se ramificam em afluentes de menor
curso.As referidas bacias hidrográficas apresentam uma certa potencialidade para a prática
dapiscicultura, agricultura, pecuária, bem como para a construção de represas de água
parairrigação.
xi

Palavras-chaveː Turismo;Religião,Desenvolvimento, Sociedade·


8

Introdução

O presente trabalho surge como ferramenta de culminação de curso em Licenciatura em


Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário com Habilitação em Ecoturismo, e tem
como tema: Implicações Advindas da Pandemia da COVID-19, no Turismo Religioso no
Povoado de Malinguine.

O turismo compreende o deslocamento temporário de um indivíduo em busca de


satisfazer interesses pessoais, notadamente ligados às práticas de lazer. O contexto histórico do
turismo está atrelado à Revolução Industrial e à globalização, marcos importantes que
contribuíram para o estabelecimento do turismo em todo o mundo (Andrade, 1998, p.05).

A sua importância está ligada ao aspecto económico mas também à valorização cultural
dos aspectos e tradições das diferentes sociedades, podendo entretanto ser classificado em
diferentes tipos, conforme o objectivo do viajante, sendo o de lazer, Negócios, Esportivo,
Cultural e Religioso, (Andrade, 1998, p.06).

Importa para a presente pesquisa, o turismo religioso, entretanto, Andrade (1998, p.10),
diz que o “turismo religioso pode ser entendido como atividade desenvolvida por pessoas que
se deslocam por motivos religiosos ou para participar de eventos de significado religioso”. O
autor fundamenta que se fala em turismo religioso quando o sagrado migra como estrutura de
percepção para o quotidiano, para as actividades festivas, o consumo e o lazer. São
organizações que compreendem peregrinações, romarias, visitas a locais sagrados, congressos e
seminários ligados à evangelização, festas religiosas que são celebradas periodicamente,
espetáculos e representações teatrais de cunho religioso. Pode ser definido como: “[...] o
conjunto de atividades com utilização parcial ou total de equipamentos e a realização de visitas
a receptivos que expressam sentimentos místicos ou suscitam fé, a esperança e a caridade aos
crentes ou pessoas vinculadas a religiões”. (Andrade, 1998, p.17).

O analista Guambe (2020, p. 18), sustenta que, o ano 2020 começou com uma enorme
preocupação global, pois era o início da circulação de informações sobre a ocorrência, em
Wuhan, de um novo vírus da família coronavírus, designado Sars-CoV-2 ou novo coronavírus,
responsável pela doença infeciosa respiratória denominada covid-19. A preocupação global
9

tornou-se maior ainda, por vários motivos, de entre os quais, o modo de transmissão e
disseminação do vírus, a fácil infecção com manifestação ou não de sintomas, a infraestrutura
sanitária incapaz de atender ao rápido avanço quantitativo e espacial da doença, a ausência de
cura e de vacina para a sua prevenção, tendo sido tomadas, por isso, como principal alternativa
para frear o rápido avanço da pandemia, medidas de confinamento interno e externo, com
diversos efeitos sociais, económicos, políticos, etc., à escalas global, regional e local, (Guambe,
2020, p.20).

Sendo a actividade turística um fenómeno que movimenta massa populacional, e por sua
vez o novo coronavirus que tem como uma das medidas de prevenção o não aglomerados
populacional, verifica-se maior probabilidade de transmissão do novo coronavirus, dentro da
actividade turistica.

A pesquisa em causa, tem como objecto de estudo as implicações causadas pela pandemia
covid-19 nas actividades turística religiosa na comunidade de Malinguine no distrito de
Namacurra e tende em responder o seguinte problema: Quais são as implicações resultantes da
pandemia da Covid-19 na prática do turismo religioso no povoado de Malinguine?

Tem como objectivo geral: Analisar as implicações advindas da pandemia da Covid-19


no âmbito da prática do turismo religioso. A pesquisa foi desenvolvida com auxílio do método
quantitativo, ou seja, os dados foram apresentados e discutido com auxílio das ferramentas do
Excel.

A pesquisa obedeceu a seguinte estrutura hierárquica: Introdução: neste ponto


comportou os seguintes elementos, problematização, objectivos, justificativa, perguntas de
pesquisa e delimitação do tema; capitulo I: Revisão da literatura, onde foi feita confronto
teórico de fundamentos referente a temática em questão apresentado por diversos autores;
Capitulo II: Metodologia, tratar-se-á de aspectos a serem traçados para a produção da pesquisa.
Capitulo III: Apresentação e discussão de dado colectados em campo.

Problema

Reforçando o conceito anterior referente ao turismo, Organização Mundial do Turismo


(OMT), (1994, p.24) salienta que “o turismo compreende as actividades que realizam as
10

pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um
período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras”.

Segundo a CTA (sd), a eclosão da pandemia do Coronavírus trouxe consigo uma nova
dinâmica no modo de vida da sociedade, sendo uma das recomendações da Organização
Mundial da Saúde o isolamento/distanciamento social com vista a reduzir a velocidade da sua
propagação. Neste contexto, um dos sectores que imediatamente foi afectado, a nível mundial,
com a limitação da deslocação de pessoas e o cancelamento de eventos, é a Indústria do
Turismo. O sector do turismo foi um dos impactados com a pandemia da Covid-19. Diversos
segmentos, entre o hoteleiro, viagens por via aérea, terrestre ou marítima, tiveram de
interromper as actividades de uma hora para outra. Com o turismo religioso não foi diferente,
principalmente depois que os templos religiosos, como basílicas e santuários, tiveram de fechar
as portas para evitar aglomerações.

De igual modo, as comunidades religiosas moçambicana foram obrigados a para com


suas actividades, não se deixando de fora o distrito de Namacurra, comunidade de Malinguine,
onde se verificava desta feita a concentração a nível do pais de quase todas as comunidades
religiosa, que porem, nos anos actuais não se houve mais.

Diante dessa discurso, levanta-se a seguinte pergunta: Quais são as implicações


resultantes da pandemia da Covid-19 na prática do turismo religioso no povoado de
Malinguine?

Objectivos

Objectivo geral

Analisar as implicações resultantes da pandemia da Covid-19 na prática do turismo


religioso no povoado de Malinguine.

Objectivos específicos

Descrever a importância da prática do turismo religioso para o povoado de Malinguine;


11

Identificar as implicações resultantes da prática do turismo no período da pandemia


Covid-19; e

Verificar a importância da prática do turismo religiosa para o povoado do Malinguine.

1.1. Justificativa

O presente tema revela-se como sendo de extrema importância, pelo facto do povoado do
Malinguine, ou seja, o distrito de Namacurra, localidade de Malinguine, ser um local
historicamente religiosa, e possível observar claramente a apropriação pelo turismo do seu
espaço, chamando a atenção da percepção da contribuição desse fenómeno que é o turismo
dentro dessa localidade principalmente para a população, uma vez que ela esta sujeita a dividir
o seu espaço, os seus hábitos e costumes com outros povos. Entretanto, com o surgimento da
pandemia Covid-19, paralisou completamente as rotinas das actividades que ali se realizavam,
chegando a apagar na totalidade a fama histórica da localidade de Malinguine.

Hipóteses

Hipótese 1: Se o surgimento da pandemia Covid-19 paralisou a pratica das actividades do


turismo religioso no povoado de Malinguine, então verifica-se nesse povoado um retrocesso
evolutivo como consequência desta.

Hipótese 2: Se o surgimento da pandemia Covid-19 não paralisou a pratica das actividades do


turismo religioso no povoado de Malinguine, então não se justifica o fraco avanço a nível do
povoado de Malinguine.

No entanto, a prática da actividade turísticareligiosa deve antes de tudo desenvolver a


comunidade local espiritualmente, harmonia, contudo gerando emprego, melhorando a vida da
população e contribuindo principalmente para a economia local e global.
12

Capitulo I: Revisão de Literatura

Conforme Gil (2006,p. 162), a revisão teórica deve esclarecer os pressupostos teóricos que dão
fundamentação à pesquisa e as contribuições proporcionadas por investigações anteriores: "essa
revisão não pode ser constituída apenas por referências ou sínteses dos estudos feitos, mas por
discussão crítica do ‘estado actual da questão"

Neste ponto do trabalho será apresentada de forma breve a revisão das principais
fontes/obras/referências que tratam do tema da pesquisa, pois parte-se do pressuposto de que
nenhuma investigação começa da estaca zero.

1.1. Turismo

Na óptica de Nakashima e Calvente (1983, p.20), o turismo possui diversas definições que
foram sendo elaboradas e se tornando cada vez mais abrangentes na medida em que os estudos
a respeito dessa actividade de deslocamento avançaram. Uma das mais utilizadas é a proposta
pela Organização Mundial do Turismo (OMT), uma agência especializada da Organização das
Nações Unidas (ONU).

Assim, a OMT, (OMT, 2003), define turismo como sendo, um fenómeno de aspecto social,
cultural e económico directamente relacionado com o deslocamento de pessoas para lugares
fora do seu ambiente pessoal, seja uma localidade próxima, seja até mesmo outro país. A essas
pessoas dá-se o nome de visitantes, nomenclatura que inclui turistas e excursionistas, residentes
ou não residentes. O turismo diz respeito às actividades desses indivíduos assim como às suas
despesas com serviços, como transporte, hospedagem e comércio. Ou seja, O turismo inclui
tanto o deslocamento e as actividades realizadas pelas pessoas durante suas viagens e estadas,
bem como, as relações que surgem entre eles, em lugares distintos de seu ambientem natural,
por um período de tempo consecutivo inferior a um ano e mínimo de 24 horas (pernoite no
destino), principalmente com fins de lazer, negócio e outros (OMT, 2003, p.76).

Os conceitos do turismo são dinâmicos e vão evoluindo de acordo com o contexto social a que
estiver inserido. De acordo com Ignarra (2003, p.13), define o turismo como o deslocamento de
13

pessoas para fora do local de residência, por um período superior a 24h e inferior a 90 dias, por
razoes não económicas.

Segundo Moesh (2000, p.9), afirma que:

O turismo é uma combinação complexa de inter-relacionamentos entre produção e


serviços, em cuja composição integram-se uma prática social com base cultural, com
herança histórica, a um meio ambiente diverso, cartografia natural, relações sociais de
hospitalidade, troca de informações interculturais. O somatório desta dinâmica
sociocultural gera um fenómeno, recheado de objectividade ou subjectividade,
consumido por milhões de pessoas, como síntese: o produto turístico.

Os autores acima citados, concordam na definição do turismo ao afirmar que antes de tudo, a
actividades turística consiste na saída de pessoas do seu ambiente habitual para fora, movidos
por razoes de lazer, com a condição de pernoite e sem propósito de permanecia porque esse
deslocamento não pode ser superior a três meses.

1.1.1. Turista

Para Ignarra (2003, p.25), turista é aquele que viaja com objectivo de recreação, que pode ser
individual ou colectivo.

Segundo Moesh (2000, p.10), “Turista é um visitante que se desloca voluntariamente por
período de tempo não inferior a 24horas para um local distante de sua residência e, do seu
trabalho sem, este por motivos lucrativos.”

Para a OMT (2003, p.24), turista é o indivíduo que realiza viagens turísticas com pernoite,
sendo que aquele que não pernoita é chamado de excursionista, movido por vários fins.

As opiniões dos autores acima, convergem com a definição citada pela OMT, uma vez que
turista é um viajante por um período igual ou superior a 24 horas para um local diferente da sua
residência, movido por várias razoes.

Hoje, não vemos mais fronteiras entre turismo e religião, fazendo com que o turismo religioso
esteja em constante desenvolvimento. Além da prática religiosa e busca espiritual, vemos que
os turistas, sejam eles romeiros, peregrinos ou não, geram muitos empregos e renda para as
localidades que vislumbrarem esse segmento como um meio de expansão económica. Ou seja,
14

todos estes destinos são núcleos importantes em termos de fé e em termos de turismo, (Cunha,
1997, p.7).

Além disso, foram criadas muitas condições de consumo no campo religioso, que acabam
movimentando a economia, já que os viajantes, romeiros e peregrinos injectam recursos nas
localidades com gastos em hospedagem, alimentação, compra de produtos religiosos e
artesanais, entre outros.

Por isso, o turismo religioso adquire um papel importante no contexto das relações inter-
religiosas entre as nações, pois requer a abertura de fronteiras e estimula a tolerância e o
respeito pela cultura dooutropaís, de outra religião.

Beneficia o encontro de adeptos de diversas religiões, em busca de um dialogo universal


extremamente benéfico para a desconstrução de um mundo polarizado, onde a busca espiritual
aproxima culturas, que durante muito tempo foram estranhas entre si, e países com orientação
política e situações económicas muito diferentes.

Também contribuirá para o bem-estar social e das nações, além de auxiliar no processo da
busca paz mundial, já que todos os turistas, romeiros, demais envolvidos, poderão ter melhor
compreensão do outro.

1.1.2. Turismo Religioso

O Turismo religioso define-se não pela natureza do lugar ou do edifício que visita, mas
sobretudo pela motivação principal inerente à viagem que realiza, ou seja, religiosa. (Arrillaga,
1989 cit. Pinto (2011). Ainda segundo Pinto (2011), o turista que viaja com estas motivações
está aberto a apreciar outras atracções turísticas, como, a contemplação da paisagem, conhecer
a cultura e as populações locais, visitar monumentos, entre outras experiências de carácter
geral.
Ainda na mesma análise, Prazeres (2014), defende que o Turista Religioso para além de
participar em algumas celebrações religiosas, este tem em mente o desejo de estender a sua
viagem a outros pontos não exclusivamente religiosos, e este desejo pode ser tão ou mais
intenso quanto mais afastado estiver da sua residência.
15

É evidente, que para os vários autores consultados, o turista religioso, é aquele que a sua
motivação de viajar é religiosa (conhecer lugares sagrados, prestar culto, até participar em
algumas cerimónias religiosas, cultos e mais), mais este também procura conhecer outros
pontos, elementos turísticos dos lugares por onde viaja. Para dizer que, o Turismo Religioso
não é feito necessariamente por crentes/devotos, mais também por qualquer indivíduo, e como
defende Tendeiro (2014) não se exige obrigatoriamente o aspecto da conversão.
Fazendo uma reflexão sobre esta tipologia, Prazeres (2014), afirma que enquanto o peregrino é
um crente devoto a certo santo, de determinada invocação mariana ou de um lugar sagrado
particular, o turista religioso por sua vez, é um fiel da religião cujos lugares consagrados visita,
mais apresenta as características de um verdadeiro turista, e o turista é aquele que viaja
simplesmente por recreio ou para se instruir, podendo também visitar lugares sagrados.
Ainda na análise desta discussão, Ambrósio (2006), traz duas visões, uma secular e outra
religiosa. A primeira defende o turismo religioso como uma forma de movimento turístico, que
aparece como consequência da motivação religiosa (onde o crente para além de satisfazer as
suas necessidades religiosas, também comporta-se como um turista, a nível de alojamento,
refeições, compra de lembranças, visitas, dentre outras. Na segunda, os teólogos advogam que a
adopção do conceito de turismo religioso, significa aceitar que a religião pode ter outro sentido
e objectivo, para além do da fé, e recusam a ideia que as viagens de peregrinação e de motivos
religiosos possam ser chamadas de turísticas, mesmo tendo em conta o facto de os crentes, na
sua deslocação terem de satisfazer as suas necessidades básicas, ou seja, comer e dormir.
Já na discussão trazida na obra Prazeres (2014), defende-se que o que diferencia o turista do
peregrino e turista religioso é a motivação principal da viagem. Onde os dois últimos têm uma
motivação religiosa, e o primeiro a motivação lúdica ou cultural. Mas, o turista pode ser
considerado peregrino se o peregrino for considerado turista. Na medida em que, o turista deixa
o seu habitat habitual, e nesta viagem pode visitar e se deixar envolver pelo ambiente sagrado
que vista, assim como o peregrino, no acto da peregrinação pode ir apreciando as belezas das
paisagens que se lhe apresentam pelo caminho e não deixa de ser sensível à arte, ao belo, assim
como este pode aproveitar da oferta cultural e lúdica que o destino ofereça.
16

1.1.3. Turismo Religioso e Desenvolvimento Local

Movimentando um número cada vez maior de pessoas, o turismo religioso pode ser
considerado como fator gerador de economia, emprego e renda nas cidades em que este tipo
de atividade é praticado (Carvalho & Viana, 2014). Por sua vez, essa configuração é
evidenciada pelo Jornal de Turismo (2015), destacando que as viagens religiosas estão
crescendo a cada ano de forma significativa, possibilitando a geração de empregos para as
populações das localidades e movimentando a economia, tendo em vista que os viajantes e
turistas passam a investir e consumir os produtos que são oferecidos nesse contexto religioso.

Nesse aspecto, pode-se inferir que o turismo religioso reflete em transformações consideráveis
no espaço urbano e essas mudanças podem ser visualizadas na própria estrutura das cidades, as
quais passam a ser modificadas para atender a um público específico, a partir do aumento da
oferta de serviços diversos modificando, assim, a dinâmica local como um todo.

O comércio passa, então, a contar com um maior número de lojas que vendem artigos
religiosos, como também passa a oferecer outros tipos de produtos, tendo em vista que os
turistas muitas vezes acabam adquirindo artigos que não sejam apenas de cunho religioso,
como roupas, sapatos, acessórios, artigos domésticos e produtos eletrônicos.

Em conformidade com o exposto, Silveira (2007), Jaluska e Junqueira (2012) e Ardigó,


Caetano e Damo (2016) ressaltam a influência do turismo religioso nas cidades, destacando as
atividades socioeconômicas que este envolve, quais sejam: as agências de viagem de turismo
religioso, agências de viagens em geral, transporte aéreo e rodoviário, sistemas de hospedagem,
incluindo casas de aluguel para temporada, artesanato de artigos religiosos, indústrias de itens
religiosos, comércio local em geral, bem como serviços de apoio (aluguel de carros e diversão).

Assim posto, fica evidente a importância do turismo religioso para uma determinada localidade,
uma vez que este movimenta, de forma significativa, todo o complexo das cidades,
proporcionando maior rentabilidade e transformações para o desenvolvimento do espaço
urbano. Por sua vez, estas mudanças podem ser observadas em Aparecida, como divulgado pelo
Jornal de Turismo (2015):
17

A importância do turismo religioso em Aparecida é tão grande que a própria cidade se


desenvolveu por causa da história da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em 1917. Os primeiros moradores da localidade,
que pertencia à cidade de Guaratinguetá, construíram uma capela para a imagem em 1745 e,
com o grande fluxo de fiéis e o desenvolvimento local, Aparecida se desmembrou e passou a
ser uma cidade em 1928. [...] A estrutura para receber os turistas é tão bem preparada, que o
Santuário possui até mesmo um hotel próprio: o Hotel Rainha do Brasil.

Além disso, ao abordar o turismo religioso, Oliveira (2008) defende tratar-se de um turismo
que detém todos os tipos de públicos, ou seja, não de um turismo do qual participam apenas
religiosos e devotos. O turismo religioso se torna, ao mesmo tempo, uma forma de praticar o
turismo em seu contexto geral, como também uma maneira de manifestar, de forma assídua, a
religiosidade contemporânea em diversas sociedades, como a realização das peregrinações e
romarias (Jaluska & Junqueira, 2012; Ardigó, Caetano & Damo (2016).

A partir dessas considerações, pode-se inferir que o turismo religioso implica em mudanças
consideráveis no espaço urbano, pois movimenta toda a conjuntura social, política e econômica
da cidade. Essa dinâmica, por sua vez, se reflete nas estruturas espaciais de cada localidade,
como o aumento das construções de igrejas e capelas, as quais passam a ter um número maior
justamente para atender a um público que cresce consideravelmente a cada ano. Tais
construções interferem e modificam a paisagem local, além de abrir possibilidades para o
surgimento de novos empregos no setor de construção civil e na resultante demanda por
produtos necessários para a realização das obras.

Com destaque para o comércio no contexto do turismo religioso, este passa a apresentar
mudanças significativas que interferem, inclusive, no próprio desenvolvimento local. Essa
realidade se faz presente, ao passo em que há maior demanda pelos produtos e serviços que são
oferecidos e, nesse contexto, o setor hoteleiro consiste em um dos principais elementos
geradores de emprego e renda, mobilizando o escopo financeiro da cidade, principalmente em
alta temporada das festas religiosas católicas.

Vale ressaltar que nesta conjuntura também cresce a demanda por aluguéis de casas para
temporada. A exemplo da Festa do Divino Pai Eterno que ocorre em Trindade/GO, a qual
18

acontece nos meses de junho e julho (anualmente), muitas famílias alugam suas casas para
visitantes e turistas que passam a investir determinado valor financeiro para delas usufruir nos
respectivos dias de festa. Assim, verifica-se que o turismo religioso resulta em rendimentos
para a própria população da cidade, que enxerga oportunidades para se obter determinada
renda.

A partir do exposto, é possível compreender que o turismo religioso implica em transformações


significativas e profundas mudanças nos espaços urbanos, resultando em maior rentabilidade
para as cidades, aumento do comércio em geral e, ao mesmo tempo, possibilitando que as
cidades se tornem conhecidas, tanto nacional como mundialmente, pelo turismo religioso que
nelas é praticado. Por sua vez, estas mudanças são possíveis de serem verificadas na própria
paisagem, a qual se modifica conforme o aumento das construções que passam a se consolidar
como elemento turístico, ou mesmo para atender à demanda do comércio vigente.

1.1.4. Turismo Religioso: A Abordagem das Festas Católicas

O turismo religioso se caracteriza por ser uma atividade turística que envolve a dimensão da fé.
Assim, no turismo religioso é a fé que conduz as pessoas à ação de se deslocarem de seus
habitats de vida em busca de experiências religiosas e também espirituais. Tais experiências
podem ser vivenciadas de variadas formas, como a participação dos indivíduos em missas,
visitações em templos e santuários, shows católicos, o que possibilita o conhecimento de novas
culturas religiosas ou, até a prática de rituais e participação em eventos religiosos realizados em
determinada localidade (Maio, 2004; Jaluska & Junqueira, 2012).

Nesse contexto, as festas religiosas católicas podem ser entendidas como as atividades sagradas
realizadas em momentos únicos que representam o momento de intimidade e experiência de
religiosidade e devoção a determinado santo. Dessa forma, podem ser compreendidas como as
manifestações de fé, demonstradas e vivenciadas durante as festividades sagradas.

Todavia, cabe destacar, ainda, que as diversas motivações que levam as pessoas a visitar os
lugares santos e participar das festividades, correspondem a um grande desafio de gestão para
os representantes religiosos, uma vez que nem sempre as pessoas vão em busca apenas de uma
experiência religiosa. A explicação para tal ocorrência pode estar relacionada à oferta dos mais
19

variados produtos e serviços oferecidos durante as festanças católicas, os quais nem sempre
estão associados à religião, como artigos eletrônicos e itens domésticos (Drule, Chis, Bacila, &
Ciornea, 2012).

Em se tratando das festividades religiosas católicas no Brasil, além das comemorações em


Aparecida, podem ser destacadas a festa no Santuário da Beata Irmã Dulce dos Pobres
(Salvador/BA), as festas com referência a Padre Cícero (Juazeiro do Norte/CE), as
comemorações no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno (Trindade/GO), as festas no
Santuário de Santa Paulina (Nova Trento/SC), além das festas de São João no Nordeste do país,
contribuindo, assim, para a disseminação e no crescimento do turismo religioso.

Para Serrallonga e Hakobyan (2011), a atividade turística religiosa é um segmento de mercado


que se encontra em considerável ascensão. Nessa conjuntura, os destinos mais procurados são
aqueles que se destacam como lugares santos ou sagrados. São esses lugares que exprimem, em
sua concretude a devoção, a peregrinação, sendo dotados de significados e historicidade
cultural. Assim, o turismo religioso é caracterizado por ser um

campo de entendimento complexo, em decorrência dos vários elementos que ele compreende –
religiosos, cultura, paisagismo, tradicionalidades, entre outros -, e dos diversos propósitos que
levam as pessoas a visitar tais lugares. Por sua vez, essa complexidade também é evidenciada
por Schneider e Santos (2015, p. 329), ao considerarem o turismo religioso “como um
fenômeno múltiplo, de caráter complexo, abrangendo diferentes significados e motivações,
podendo ser analisado e compreendido por meio de abordagens diversas”.

Cabe salientar, ainda, que o turismo religioso se configura também pela predominância da
prática da peregrinação por parte dos fiéis em eventos festivos católicos. Tal prática corrobora
para o aumento considerável no número de turistas e devotos a visitarem as cidades em que a
presença da religiosidade é constante e onde os espaços destinados às peregrinações já são
definidos. Dessa forma, torna-se importante compreender as peculiaridades acerca da
peregrinação e entender como esta prática religiosa contribui para o desenvolvimento da
cidade.
20

1.2. A Pandemia COVID-19

A COVID-19 é uma doença respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2, pertencente à família
dos coronavírus. Nessa família estão presentes vírus que podem causar doenças em animais,
inclusive no homem, como diversos tipos de resfriado. A COVID-19 é uma infecção que se
inicia com um quadro semelhante ao da gripe e resfriados, no entanto, pode agravar-se,
podendo levar a óbito, (MISAU, 2021, p.14).

Os primeiros casos de COVID-19 surgiram na cidade de Wuhan, na China, em Dezembro de


2019, apresentando quadros de pneumonia de causa desconhecida. O grande aumento de
número de pessoas doentes fez com que o governo daquela cidade determinasse um período de
quarentena, a partir do dia 23 de Janeiro de 2020, (MISAU, 2021, p.24).

Como a doença apresenta uma grande transmissibilidade, logo começaram a surgir casos em
outros países. No dia 11 de Março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou
estado de pandemia.

1.2.1. Sintomas da COVID-19

A COVID-19 apresenta um período de incubação (período entre o contágio e o surgimento dos


sintomas) de cerca de 14 dias. Os principais sintomas da doença são febre, tosse seca e
dificuldade respiratória. Além disso, alguns pacientes podem apresentar também dores no
corpo, coriza, fadiga, dor de garganta e diarreia, , (MISAU, 2021, p.24).

Os sintomas surgem, geralmente, de forma leve e gradual, e muitos doentes podem se curar
sem a necessidade de tratamento especial. No entanto, algumas pessoas podem apresentar
agravamento da doença, desenvolvendo dificuldade respiratória e podendo, inclusive, morrer, ,
(MISAU, 2021). As pessoas idosas e indivíduos que apresentam certos problemas de saúde,
como pressão alta, problemas cardíacos e diabetes, estão mais propensas ao agravamento da
doença.

1.2.2. Formas de transmissão da COVID-19

A principal forma de transmissão da COVID-19 é por contacto com o doente, que, ao tossir ou
espirrar, elimina gotículas respiratórias, que acabam contaminando outras pessoas, (MISAU,
21

2021, p.15). Além disso, ao tossir ou espirrar, o doente pode contaminar objectos. Uma pessoa
sadia, ao tocar um objecto contaminado e levar a mão à boca, nariz ou olhos, sem antes
higienizá-las, pode também se contaminar.

É importante destacar que, em alguns casos, um indivíduo contaminado pode transmitir a


doença, mesmo antes de apresentar sintomas.

1.2.3. Prevenção e controle da COVID-19

Segundo MISAU (2021, p.25), Para se prevenir e também evitar a disseminação da COVID-19,
alguns cuidados devem ser tomados, como:

 Lavar as mãos frequentemente com água e sabão e, na ausência desses, higienizá-las


utilizando álcool gel em 70%;
 Ao tossir e espirrar, cubra o nariz e a boca utilizando um lenço, que deve ser descartado
em seguida, ou então a parte interna do cotovelo;
 Evite cumprimentar com apertos de mão, beijos e abraços;
 Mantenha os ambientes arejados;
 Evite tocar nos olhos, boca e nariz com as mãos sem a devida higienização;
 Não compartilhe objectos de uso pessoal, como copos e talheres;
 Higienize objectos que são manuseados com frequência, como celulares;
 Mantenha-se a uma distância de pelo menos 1 metro das pessoas que estão tossindo ou
espirrando;
 Evite aglomerações;
 Os profissionais de saúde devem ter atenção especial quanto ao uso de Equipamentos de
Protecção Individuais (EPIs).

1.2.4. Efeitos da Pandemia de Covid19 sobre o turismo

Pesquisas recentes como a dos autores Paixão, Cordeiro e Leite (2021), referente a Efeitos da
pandemia do COVID-19 sobre o turismo em Fernando de Noronha ao longo do primeiro
semestre de 2020, deixou claro que o Coronavírus COVID-19 desencadeou uma crise global
sem precedentes. Os efeitos da pandemia foram (e ainda são) sentidos em todos os setores da
economia. Particularmente no turismo, o que se viu foi uma quase total paralização de suas
22

operações a partir de Março que mudou as boas perspectivas que o sector apresentava no
início de 2020.

Os autores pretendiam analisar as repercussões desta crise em Fernando de Noronha


(Pernambuco), estimando as alterações provocadas na visitação e na arrecadação. Para tanto,
foram analisados dados obtidos em fontes oficiais nacionais e internacionais relativos ao
período de Janeiro a Junho de 2020. Os resultados evidenciam a inércia do poder público
quanto à adopção de providências nos primeiros momentos da pandemia no arquipélago.
Além disso, foi identificada uma queda de mais de 35% na arrecadação em comparação aos
primeiros seis meses de 2019. Observou-se ainda que o arquipélago está longe de arrecadar os
valores previstos, o que pode repercutir na prestação de serviços básicos à população.

Na mesma linha de pensamentos, a University of Porto (2020), destacou que nas últimas
décadas, o turismo tornou-se um dos setores económicos mais dinâmicos e de mais rápido
crescimento no mundo, sendo considerado um motor para a criação de emprego e da
promoção do desenvolvimento económico local, contribuindo para a criação de emprego,
direto e indireto.

De acordo com o The World Travel and Tourism Council Travel and Tourism Economic
Report cit. University of Porto (2020), em 2019, o setor representava cerca de 330 milhões de
empregos (diretos e indiretos) a nível mundial, o equivalente a 10,3% do emprego global total
e um em cada 10 empregos a nível mundial, sendo que 144 milhões de postos de trabalho são
assegurados pelo alojamento e restauração, e a maioria das empresas a operar no sector são
micro, pequenas e médias empresas.

Segundo a mesma fonte, o surto da COVID-19 está a ter um impacto devastador na economia
e emprego mundiais, com a indústria do turismo a ser duramente atingida pelas medidas de
contenção da pandemia. Mesmo após o levantamento progressivo das medidas de contenção,
prevê-se que as empresas continuem a enfrentar os desafios de uma recuperação lenta. De
acordo com o relatório “Tackling coronavirus (Covid-19): Tourism Policy Responses, da
OCDE, a pandemia e os esforços globais de contenção da doença representam uma contração
de 45 a 70% da economia do turismo internacional, mas as indústrias do turismo local também
estão a ser afetadas, uma vez que se estima que cerca de metade da população mundial esteja
23

limitada por medidas de contenção. Espera-se que o turismo local recupere mais rapidamente
do que a indústria do turismo internacional mas, uma vez que são as pequenas empresas que
desempenham um papel importante como fornecedores de emprego (representam, em
conjunto, quase 60% dos subsectores do alojamento e dos serviços alimentares), e são também
aquelas que têm poucos ativos e são as menos susceptíveis de beneficiar de pacotes de
estímulo económico, isto reflecte a grave vulnerabilidade do setor à atual crise económica.

Uma outra pesquisa desenvolvida por Apostolopoulos e Gayle (2002), mostrou que o
Coronavírus COVID-19 desencadeou uma crise global sem precedentes. Os efeitos da
pandemia foram (e ainda são) sentidos em todos os setores da economia. Particularmente no
turismo, o que se viu foi uma quase total paralização de suas operações a partir de março que
mudou as boas perspectivas que o setor apresentava no início de 2020.

A pesquisa de Apostolopoulos e Gayle (2002), tinha como objectivo analisar as repercussões


desta crise em Fernando de Noronha (Pernambuco), estimando as alterações provocadas na
visitação e na arrecadação. Para tanto, foram analisados dados obtidos em fontes oficiais
nacionais e internacionais relativos ao período de Janeiro a Junho de 2020. Os resultados
evidenciam a inércia do poder público quanto à adopção de providências nos primeiros
momentos da pandemia no arquipélago. Além disso, foi identificada uma queda de mais de
35% na arrecadação em comparação aos primeiros seis meses de 2019. Observou-se ainda que
o arquipélago está longe de arrecadar os valores previstos, o que pode repercutir na prestação
de serviços básicos à população.

1.3. Potencialidades Turísticas do distrito de Namacurra

Das grandes potencialidades que o distrito apresenta podemos encontrar dos mais valorizados
aos menos valorizados, de linhas sóbrias, O Distrito conta com uma Pedreira privada em
Naciaia, na Localidade de Malei, que fornece pedras para as obras de construção no Distrito e
noutros pontos da Província.A praia de Madingo em Muceliua, O Distrito de Namacurra está
inserida na bacia hidrográfica do Zambeze, sendoatravessado pelos principais rios, ou seja,
pelos rios Licungo, Namacurra e Phuade que seramificam em afluentes de menor curso. As
referidas bacias hidrográficas apresentam uma certa potencialidade para a prática da
24

piscicultura, agricultura, pecuária, bem como para a construção de represas de água


parairrigação, (MINAE, 2005, p. 54).

Hoteis e Similares camas 45,hospedes 477 dormidas 1101, e outras potencialidadesque a


província e o distritotêm são pouco explorados no nível do turismo, devido a vários fatoresuma
delas a pandemia COVID- 19 ,que concorrem ao fraco aproveitamento dessas potencialidades
desde as próprias vias de acesso, falta infra-estruturas básicas e serviços de apoio ao turismo,
falta de recursos humanos capacitados, políticasdirectas do turismo entre outros.Este Distrito
do Índico oferece ambientes urbanos, costeiro, rurais que com seus recursos hídricos, naturais e
faunísticos configuram a beleza paisagística, alegrando os olhares de quem a contempla,
(MINAE, 2005, p. 56).

Em Namacurra devidoo clima favorável, os recursos naturais, a história, a cultura e a


hospitalidade do povo faz com que se desenvolvacom maior frequência, actividades de
ecoturismo ou turismo ecológico, turismo cinegético (turismo no espaço rural que visa a prática
da pesca desportiva), mergulho recreativo, aquacultura e outras actividades. Em todo território
ou na bela pérola do indico existem varias potencialidades turísticas como a lagoa de ,Namaro,
lagoa de Duruue, desde a cultura, gastronomia, fauna e flora, artesanato, praias, (MINAE,
2005, p. 54).

1.4. Constrangimentos no processo de desenvolvimento do Turismo em Namacurra

Dada a vários problemas proporcionados na maioria deles pela falta de fundos para
investimentos em quase todas as áreas do sector do turismo em Moçambique como infra-
estruturas, vias de acesso, capacitações entre outros, colocam Moçambique numa situação
constrangedora (MITUR 2014), dentre esses constrangimentos, destacamos 3 principais
constrangimentos a destacar:

O insuficiente desenvolvimento de infra-estruturas essenciais ao desenvolvimento rápido do


país, no sector de turismo (vias de acesso, infra-estrutura básica e serviços de apoio). Falta de
uma boa imagem mercado lógica face a marketing que desposemos para os países emissores,
(como a vida belicista, o negativismo que damos aos visitantes quando falamos do nosso país,
etc). (MITUR 2014)
25

O insuficiente desenvolvimento de infra-estruturas essenciais ao desenvolvimento rápido do


país, no sector de turismo (vias de acesso, infra-estrutura básica e serviços de apoio).A
insuficiência de capital humano especializado na área do turismo, falta de uma boa imagem
mercado lógica face a marketing que desposemos para os países emissores, (como a vida
belicista, o negativismo que damos aos visitantes quando falamos do nosso país) (MITUR
2014).
26

Capitulo II: Metodologia

Para a materialização da presente pesquisa, foram definidos como métodos e técnicas de


pesquisa, os seguintes:

2.1. Métodos

2.1.1. Método Estatístico

O papel do método estatístico é, essencialmente, possibilitar uma descrição quantitativa


da sociedade, considerada como um todo organizado.

Teoria estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação


Conforme Gil (2008, p. 17), “este método se fundamenta na aplicação da em ciências sociais.”
Devemos considerar, no entanto, que as explicações obtidas mediante a utilização do método
estatístico não devem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas portadoras de boa
probabilidade de serem verdadeiras.

Este método tornou possível a determinação, numérica de diferentes aspectos, tais


como: o período do inicio da pandemia Covid-19 ate ao período actual, possibilitou ainda os
funcionários se encontram a trabalhar na instituição, os níveis académicos e a determinação dos
diferentes aspectos relacionados com a higiene e segurança no trabalho, a nível da empresa, e
perceber como os dados são obtidos a partir dos resultados dos inquéritos realizados aos
funcionários da empresa.

2.1.2. Método Descritivo

As pesquisas descritivas na percepção de Gil (2002, p.42), “são aquelas que têm como
objectivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenómeno ou,
então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. São inúmeros os estudos que podem ser
classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização
27

de técnicas padronizadas de colecta de dados, tais como o questionário e a observação


sistemática.

Portanto, este método descreveu a área de estudo sobre os diversos aspectos


nomeadamente: o ano da criação, localização geográfica, ramo da actividade, e os riscos que
estão expostos.

2.2. Técnicas e instrumento de colecta de dados

2.2.1. Questionário com inquérito

Ghiglione e Matalon, (2001, pp.7-8) inquérito pode ser definido como uma interrogação
particular acerca de uma situação englobando indivíduos, com o objectivo de generalizar". Esta
técnica foi constituída por uma série ordenada de perguntas pré-elaboradas, sistematizadas e
sequencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, que foram respondidas
individualmente por escrito com a presença da pesquisadora.

2.2.2. Técnica de Entrevista

Esta técnica possibilitou a entrevista do responsável dos recursos humanos, tal que o
presente trabalho apresenta uma pesquisa descritiva, de natureza quantitativa.

Segundo Gil (2006), os estudos descritivos apresentam como principal objectivo a


descrição das características de determinada população ou fenómeno, assim como estabelecer
relações entre variáveis. A Sua principal característica assenta na utilização de técnicas
padronizadas de colecta de dados, no caso de questionário e observação sistemática.

2.2.3. Técnica de Observação Directa

De acordo com Severino (2007, p.128), observação directa “é todo procedimento que
permite acesso aos fenómenos estudados. É a etapa imprescindível em qualquer tipo ou
modalidade da pesquisa”.
28

Consistiu na observação das actividades de alguns profissionais no acto da realização


das suas actividades no seu local de trabalho. Esta observação permitiu o processo de analise
visual e com ajuda das tecnologias foi feita a respectiva captura das imagens do estado actual
do povoado de Malinguine.

2.2.4. Revisão bibliográfica

A revisão bibliográfica, considerada uma fonte de colecta de dados secundários, pode


ser definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um
determinado assunto, tema ou problema que possa ser estudado (Lakatos & Marconi, 2001,
p.182).

Para a realização da presente pesquisa o autor baseou-se em: manuais científicos


publicados, Web saites, artigos científicos que contem conteúdos sobre situação de acidentes de
trabalho e diversos.

2.3. População e amostra

Para Lakatos e Marconi (2003, p.163) “população de pesquisa é um conjunto completo


de elementos que têm um parâmetro comum entre si”. É importante mencionar que a palavra
“população” é frequentemente usada para descrever a população humana ou o número total de
pessoas que vivem em uma área geográfica de um país ou estado.

A população pesquisada não precisa necessariamente ser humana. Pode ser qualquer
coleção de dados que tenha um parâmetro comum, como o número total de lojas de animais em
uma cidade. Entretanto, para a presente pesquisa foram considerados como população
residentes do povoado de Malinguine.

No toca a amostra, Lakatos e Marconi (2003, p.163), dizem que “é uma porção ou
parcela, convenientemente seleccionada do universo (população); é um subconjunto do
universo. O tamanho da amostra diz respeito à quantidade de pessoas que irá participar do
29

estudo”. A amostra pode ser probabilística e não-probabilística” (Silva & Menezes, 2005,
p.32).

Segundo Silva e Menezes (2005, p.35), a amostra probabilística é aquela em que todos
os sujeitos incluídos na grelha de amostragem têm a mesma probabilidade (diferente de zero)
de serem escolhidos para virem integrar a amostra. As amostragens não probabilísticas servem
para sondagens sem propósitos inferenciais, nestes casos, os processos que envolvem
comparações estatísticas que usem cálculos científicos não são válidos.

Para este trabalho, foi usada a amostra probabilística, concretamente a amostragem


aleatória simples, que segundo Ryan (2009), é aquela em que toda amostra possível de mesmo
tamanho tem a mesma chance de ser seleccionada a partir da população. Com este tipo de
amostragem, foi repartidos do universo desta pesquisa 50 pessoas residentes neste ponto.

2.4. Descrição da Área de Estudo- Namacurra -Malinguine

Neste capítulo faz-se menção das questões relacionadas com a com a localização da área em
alusão e a evolução histórica do distrito de Namacurra.

2.4.1. Localização, Superfície e População

O distrito de Namacurra está localizado a Sul da província da Zambézia, fazendo fronteira a


norte com o distrito de Mocuba, a Oeste com o distrito de Nicoadala, a Sul com Oceano Índico
e a Este com o distrito de Maganja da Costa, (INE, 2008).

A superfície do distrito é de 2.027 km2 e a sua população está estimada em 221.890. Com uma
densidade populacional aproximada de 119,883hab/km2, prevê-se que o distrito em 2020 venha
a atingir os 390 mil habitantes, (INE, 2008).

A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica.isto é,por cada 10
crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa. Com uma populaçãojovem (45%,
abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 87% (por cada 100pessoas do sexo
30

feminino existem 87 do masculino) e uma taxa de urbanização do distritoé de 11%,


concentrada na Vila de Namacurra, (INE, 2008).

2.4.2. Localização Territoriale Divisão administrativa

O distrito de Namacurra situa-se na zona costeira a sul da província da Zambézia, com a


Asuperfície do distrito1 é de 2.027 km2.

Tabela 1:Distâncias da Sede para as Localidades (Km)

Pida 20
Malei 35
Muebele 27
Mutange 18
P.Adm. Macuse 49
Macuse-Sede 49
Mbaua 45
Mexixine 42
Furquia 36
Fonte: INE (2008).

2.4.3. Clima e Relevo

O clima do distrito é predominantemente do tipo “Tropical Chuvoso de Savana - AW”


(classificação de Köppen), com duas estações distintas, a estação chuvosa e a seca.A
precipitação média anual é cerca de 1.169 mm, enquanto a evaporatranspiração potencialmédia
anual é cerca de 1.533 mm, (INE, 2012).

A maior queda pluviométrica ocorre sobretudo nos meses de Novembro de um ano a Abrildo
ano seguinte, variando significativamente na quantidade e distribuição, quer durante oano, quer
de ano para ano, e a temperatura média está na ordem dos 25.7ºC, (INE, 2012).
31

Geomorfologicamente o distrito é repartido em duas unidades principais, nomeadamente a


Bacia Sedimentar que compreende sedimentos recentes do Quaternárioconstituído pelas dunas
costeiras consociadas às areias hidromórficas, sedimentosfluvio-marinhos (mangais) e os
aluviões dos rios, e mais ainda a plataforma dosmanangas que constituem sedimentos do
Terciário; mais para o Norte o distrito é complementado pelo relevo declivoso derivado
dasRochas Metamórficas e Eruptivas do Pré-Câmbrico, conhecido também porComplexo
Gnaisso-granítico do Moçambique Belt”, de onde derivam solos residuais com texturas que
variam desde arenosa a argilosa e solo de profundidade rasa a solos muito profundos, (INE,
2012).
32

Mapa do distrito de Namacurra

Fig: 1

Fonte: INE, (2012)

2.4.4. História e cultura

Datas históricas do distrito de Namacurra no tempo colonial eraː

Em 1939, o primeiro Chefe do Posto de nome Saul Dias Rafael mandou construir umedifício,
actual Sede do Partido Frelimo; um Hospital e a Escola da Coroa.Em 1946, chegou aquele que
foi o 1º Administrador do Distrito, de nome Nelson Saraiva bravo, que mandou construir a
residência do Administrador; uma casa para o aspirante(actual casa de hóspedes); casas para os
sipaios; uma fonte de água, ruas e passeios, (INE, 2012).

Em 1947, chegaram os primeiros padres católicos, foi construída a 1ª Igreja Católica


deMalinguine, em material precário, realizado o 1º baptismo e sob orientação destes padres
construído o Centro Internato de Malinguine.O distrito conta ainda com duas Missões
construídas nessa mesma época, nomeadamente, a Missão do Puríssimo Coração de Namacurra
criada a 22 de Agosto de 1944 ocupando uma superfície de 1 100 km² e a Missão de Santa
Teresinha do Menino Jesus criada em Macuse pelos padres diocesanos em 1971, ocupando uma
superfície de 698 km² (INE, 2012).

Em 1951, chega o 2º Administrador de nome Mário Marques de Matos, que mandouconstruir a


Secretaria da Administração; Mercado Central; Cadeia; uma capela e uma escola(actual
Comando da PRM e hospital).Objectivo dos colonos portugueses em Namacurra ao fixarem-se
em Cogodane, nas margens do rio Namacurra, era de construírem ali uma fábrica de açúcar,
tendo a obra sido contratada a um Eng. Inglês. (GDN, 2012).
33

A fábrica foi posteriormente destruída pelo próprio engenheiro, na sequência do


nãocumprimento do contrato por parte dos portugueses que não efectuaram o pagamento
daobra. Para além desta fábrica de açúcar, o distrito tinha mais duas fábricas de sisal,
emMunjana e Naciaia, (GDN, 2012).

2.4.5. Origem do nome Namacurra

A primeira denominação da região de Namacurra era Nambilane, pela existência de uma


grande árvore de espécie Umbila que se localizava junto as margens do rio Nadobereza a
história que o nome de Namacurra tem origem num facto queocorreu durante uma caçada de
elefantes. Depois de abatido o animal, equando os caçadores procediam ao seu
esquartejamento, terão comentado em língua local oseguinte: NHAMA EDGE-KZXO
MAKURA, o que significava que a carne do animal erabastante gordurosa. Um grupo de
investigadores portugueses que por ali passava, tendoouvido essa expressão, logo a adoptaram
para designar aquele local, que na formaaportuguesada passou a ser pronunciado Namacurra,
(GDN, 2012).

FiguraIlustra áAdministração do distrito

O Autor: 2022
34

2.4.6. Actividades económicas

a) Culturas Alimentares Básicas - Culturas cuja produção são mais utilizadas para
alimentação das pessoas (milho, arroz, mapira, mexoeira, amendoim, mandioca, feijões em
geral).

A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. Deum


modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiaresem
regime de consociação de culturas com base em variedades locais, (SDAE, 2005).

A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem semprebem-


sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de
armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.

O sistema de produção predominante nos solos de textura pesada e mal drenados é


amonocultura de arroz pluvial (na época chuvosa) seguida por batata-doce em regime
decamalhões ou matutos (época fresca), enquanto nos solos moderadamente bemdrenados
predominam as consociações de milho, mapira, mexoeira, mandica e feijõesnhemba e boere.
Este sistema de produção é ainda complementado por criações de espéciescomo gado bovino,
caprino, e aves, (SDAE, 2005).

Figura: Ilustra produção de arroz.

Fonte: SDAE(2005)
35

b) Caça e Pesca - O distrito debate-se com problemas de erosão e de desflorestamento. A


localidade de Forquia é uma das mais afectadas pelo abate de árvores, tendo a fonte de
lenha mais próxima a cerca de 10 km, (SDAE, 2005).

As árvores com potencial comercial são os cajueiros e os coqueiros. O distrito possui


mangueiras, laranjeiras, tangerineiras, bananeiras, limoeiros, papaieiras, goiabeiras e coqueiros.
Os frutos e derivados são vendidos localmente mas também costumam aparecer nos distritos
comerciantes provenientes da capital provincial para comprar os produtos, (SDAE, 2005).

A pesca e a caça são um suplemento importante para a dieta das famílias. As espécies mais
caçadas são a gazela, o porco-do-mar, o coelho e a ratazana. Sendo um distrito costeiro, o peixe
provém essencialmente do mar, (SDAE, 2005).

A fauna bravia existente no distrito tem potencial comercial e turístico. Existem no distrito
hipopótamos, gazelas e porco-do-mar.

Fonte: SDAE(2005)

2.5. Hidrologia

Os rios de primeira ordem (que desaguam no Oceano) que atravessam o Distrito de Namacurra
são os que se seguem: Namacurra, Licungo e Namuago. Por outro lado, os principais rios de
segunda ordem (ou seja, que desaguam num rio de primeira ordem) que atravessam o distrito
são: Puade, Mulodi, Ertere e Doadoa. Os rios que atravessam o distrito apresentam regime
36

sazonal, ou seja, têm água corrente durante a estação das chuvas, com excepção do rio Licungo,
cujo regime é permanente, (SDAE, 2005).

Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e manutenção
da infra-estrutura não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água içada a necessitar
de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das chuvas tem problemas
de transitabilidade, (GDN, 2012).

Figura Ilustra o Santuário de Malinguine

Fonte: autor 2021

2.6. Tradições Culturais da população de Namacurra-Malinguine

A liderança tradicional é assegurada pelos seguintes representantes do poder ao nível da


comunidade:

 Régulos e Secretários dos Bairros;


 Chefes de Grupos de Povoações;
 Chefe da povoação;
37

 Outras personalidades na comunidade respeitadas e legitimadas pelo seu papel social,


cultural, económico e religioso.

Na liderança tradicional existe uma espécie de divisão de trabalho e de funções entre os


diferentes líderes das comunidades. Assim, os Secretários têm hoje como função principal a
mobilização da comunidade para as tarefas sociais e económicas. Os líderes tradicionais tratam
principalmente dos aspectos tradicionais, tais como, cerimonias, ritos e conflitos e sociais,
(GDN, 2012).

No âmbito da implementação do Decreto 15/2000 sobre as autoridades comunitárias de 1ͣ a 2ͣ


linhas (régulos, chefes de terras e secretários de bairros), de acordo com as entidades
provinciais e distritais, foi levado a cabo um trabalho de divulgação do mesmo em todos os
Postos Administrativos, Localidades, Aldeias e Povoações, tendo sido envolvidos, todas as
camadas sociais. Neste contexto, já foram reconhecidos todas as autoridades comunitárias do 1º
escalão, (GDN, 2012).

A relação entre a administração do distrito e as autoridades comunitárias é positiva e tem


contribuído para a solução dos vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido ao
conflito de terras existentes no distrito e outros que caem no âmbito das suas competências,
nomeadamente:

 Colaboração na manutenção da Paz e harmonia social;


 Articulação com os tribunais comunitários na resolução de conflitos de natureza civil,
tomando em conta os usos e costumes local;
 Mobilização e organização das populações para construção e manutenção de fontes de
abastecimento de água e aumento da área de produção;
 Mobilização das comunidades locais na manutenção de vias de acesso, locais segredos e
construção de latrinas melhoradas;
 Educação cívica das comunidades sobre o uso sustentável e gestão de recursos naturais,
incluindo a prevenção das queimadas descontroladas e caca ilegal.
 Mobilização e organização das populações para o pagamento do Imposto de
Reconstrução Nacional;
38

 Mobilização dos pais e encarregados de educação para mandarem os filhos a escola,


principalmente as raparigas; e
 Divulgação das leis, deliberação dos Órgãos Locais do estado e outras informações
úteis a comunidade;

Através dos líderes comunitários, as populações tem-se envolvido na busca de soluções para os
problemas existentes, nomeadamente, no combate a criminalidade, em colaboração com a
Politica Comunitária, através da apreensão e denúncia de delinquentes; no combate ao cultivo,
consumo e comercialização de estupefacientes de (comida por trabalho e na abertura de poços
comunitários usando material convencional ou local, (GDN, 2012).

Asetnias mais importantes na Província são os Chuabos, Lomwè e portuguêsa, praticada pela
maioria da população do Localidade de Namacurra povoado de Malinguine.Existem outras
crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes das hierarquias religiosas se
envolvem, em coordenação com as autoridades distritais, em várias actividades de índole
social, (GDN, 2012).

Figura Ilustra crentes numturismo religioso

Fonte https://pt.wikipedia.org › wiki ›


39

Igreja de Malinguine

Fonte. Autor-2021

2.7. Línguas faladas

Tendo por língua materna dominante o Chuabo, e Lomwé e português noentanto ouve
influencia dos Vientes pecadores de Pebane e Nampula fixando se em Namacurra já a anos a
procura de melhores condições de vida e praticado a pesca como fonte de renda para suas
famílias, (GPZ, 2012).

2.7.1. Habitação e condições de vida

O tipo de habitação moda do distrito é a palhota, com pavimento de terra batida, teto de capim
ou colmo e paredes de caniço ou paus. Em relação a outras utilidades, o padrão dominante é o
de famílias “sem rádios e electricidades, dispondo de 3 bicicletas em cada dez famílias, e
vivendo em palhotas sem latrina e água cartada directamente em poços e furos ou nos rios e
lagos”, (GPZ, 2012).

2.8. Atracções turísticas do Povoado de Namacurra

Planaltos, planícies, Costas ou litorais que fazem parte praias lindas, dunas,a praia de muceliua-
madingo, de areias brancas, águas transparentes e bordejada de frondosas casuarinas, convidam
40

ao lazer. Também encontramos monumentos antigos nomeadamente arquitectura civil,


religiosa, esculturas, ruínas, pinturas e outros legados deixados pelos ancestrais antigas
companhias da Zambézia e Borror, Por outro lado, encontramos ainda áreas de recreação
desportivas, acampamentos, Algumas praias possuem potencialidades de atracção turísticas.
Mas os principais focos de atracção são as lagoas de Namoro e Batela que carecem de um
plano de protecção. A integração do distrito no grande Delta do Zambeze faz com que existam
potenciais em termos de terras húmidas e da avifauna associada, (GDN, 2012).

Praia de madingopovoado de Muceliuaque recebe os visitantes com calor durante todo o ano,
tornando-se um centro turístico de enorme importância na costa moçambicana. Areia fina,
corais, coqueiros e marisco fresco são alguns dos segredos que este local isolado esconde, é
nesta praia que se encobre um dos poucos resorts desta região de Moçambique, (GPZ, 2012).

2.8.1. Alguns impactos positivos e negativos que o turismo religioso causa a comunidade
de Namacurra -Malinguine.

Segundo o MITUR, (2014), o turismo pode influenciar na economia, gerando benefícios e


prejuízos, tais como os arrolados a seguir.

a) Impactos sociais do turismo

Existem cinco estágios resultantes dos impactos sociais do Turismo:

1º- Euforia, quando as pessoas vibram com o desenvolvimento do turismo. Recebem os


turistas; registam-se sentimentos de satisfação mútua. Oportunidades de emprego, negócios e
lucro são abundantes e aumentam com o crescimento do número de turistas.
2º- Apatia, na medida em que a actividade cresce e se consolida, a população receptora
considera a rentabilidade do sector como garantia, e o turista é considerado meio para a
obtenção de lucro fácil. Contactos humanos mais formais do que no estágio anterior.
3º-Irritação, manifesta se à medida que o turismo começa a atingir níveis de saturação ou o
local já não consegue atender às exigências da demanda.

4°- Antagonismo, à medida que os moradores não disfarçam sua irritação e responsabilizam os
turistas por seus males e pelos problemas da localidade. O respeito mútuo e a polidez
41

desaparecem, o turista passa a ser hostilizado pela população receptora.


5°- Arrependimento, ocorre quando a população se consciência de que ,na ânsia de obter
vantagens do turismo, não considerou as mudanças que estavam acontecendo e nem pensou em
impedi-las. Conviverá com o fato de que seu ecossistema nunca será o mesmo que era antes do
advento do turismo. Além destes estágios, registam-se outros benefícios e prejuízos causados
pelo turismo

b) Impactos culturais do turismo

É impossível desconsiderar a cultura de um povo como uma das mais importantes motivações
das viagens turísticas. A cultura de um povo como é o conjunto de padrões explícitos ou
implícitos do comportamento, adquiridos ou transmitidos por símbolos, que constituem o
património de grupos humanos, inclusive sua materialização em artefactos. O aspecto mais
importante de uma cultura reside nas ideias tradicionais - de origem e selecção histórica - e,
principalmente, no de significado. Existem muitas culturas diferentes, que passam a ser
elemento de atractividade das nações e de regiões específicas dentro de um mesmo país,
(MITUR, 2014).

c) Impactos culturais favoráveis

 Valorização do artesanato;
 Valorização da herança cultural;

 Orgulho étnico;

 Valorização e preservação do património histórico;

d) Impactos culturais desfavoráveis

Segundo o MITUR, (2014), desencadeiam-se em:

Descaracterização do artesanato - A produção de artesanato, voltada unicamente para o


consumo dos turistas - como souvenirs - descaracteriza sua função original, utilitária, dos
objectos para transformá-los em itens de decoração.
42

Vulgarizações das manifestações tradicionais - As acções mercado lógicas do turismo


geralmente apresentam aos turistas dos países desenvolvidos cenas e manifestações culturais
dos países em desenvolvimento de forma anexada e romantizada, contribuindo para a criação
de uma imagem simplista e estereotipada.

Arrogância cultural – O folclore e outras manifestações culturais dos povos visitados são
geralmente apresentados aos turistas em salões especiais, com ar-condicionado epoltronas
confortáveis, para evitar o contactodirecto do turista com os nativos, transformando-os em
objectos de observação.

Destruição do património histórico - O acesso de turistas em massa pode comprometer as


estruturas de bens históricos, devido à circulação excessiva de veículos e das acções
depredatórias dos próprios turistas, nem sempre controláveis.

e) Impactos ambientais do turismo

Nem todas as intervenções do turismo sobre o meio ambiente se traduzem em degradação ou


agressão ao meio ambiente. Qualquer mudança social ou económica pode provocar mutações
na relação do homem com seu espaço. O vazamento de óleo de um navio no mar provoca mais
danos à natureza do que milhares de turistas nas praias em um fim-de-semana, (MITUR, 2014).

f) Impactos ambientais positivos

 Criação de planos e programas de conservação e preservação de áreas naturais, de sítios


arqueológicos, de monumentos;
 Promove-se a descoberta e a acessibilidade de certos aspectos naturais em regiões não
valorizadas, a fim de desenvolver o seu conhecimento por meio de programas especiais
(ecoturismo).

 A renda dessa actividade, tanto indirecta (impostos) quanto directa (taxas, ingressos),
proporciona as condições financeiras necessárias para a implantação de equipamentos e
outras medidas preservacionistas.
43

g) Impactos ambientais negativos

 O turismo implica na ocupação e na destruição de áreas naturais que se tornam


urbanizadas e poluídas pela presença e pelo tráfego intenso de turistas;
 Poluição visual provocada pela construção de equipamentos turísticos modifica o meio,
descaracterizando a paisagem;

 Poluição do ar, provocadas peles indivíduos fecalíssimo ao céu aberto;

 Poluição sonora;

 Destruição da fauna e da flora e desaparecimento das espécies.


44

Capitulo III: Análise e Interpretação de Dados

Neste capítulo por sinal o último, vai-se abordar questões ligadas a análise e interpretação de
dados, por meio da observação, entrevista e questionário remetidos aos funcionários dos
serviços distritais de actividades económicas de Namacurra, aos operadores Turísticos, turistas
e, aos residentes de Namacurra. Porém, o universo da pesquisa é a população de Malinguine a
amostra é a parte do universo coleccionada desta. Neste caso, a pesquisa tem uma amostra de
50 elementos, dentre estes 47 residentes, e 3 funcionários dos serviços distritais de actividades
económicas. Portanto, com base nos resultados dos inqueridos obtidos no campo apresentam-se
as seguintes categorias:

 Noção do Conceito de Turismo


 Importância de Turismo para a Comunidade Receptora
 Contribuição do turismo religioso na melhoria de vida da população local.
 Geração de oportunidade de emprego para a população
 Oportunidade de venda de produtos da comunidade e manifestação cultural locais.

3.1. Questões demográficas

Representação da amostra por sexo

Num universo de 50 indivíduos, a divisão do sexo representada por homens e mulheres,


ancorando – se a pesquisa dos 50 indivíduos seleccionados, 37 pessoas são do sexo masculino e
13 pessoas são do sexo feminino, ora vejamos a representação percentual abaixo.

Gráfico 1: Representação da amostra por genero

O Autor 2021
45

De acordo com o questionário levantado, as idades foram segmentadas em dois grupos etários
sequentes; de 18 – a 39 anos e 40 – 60 anos, num universo de 50 pessoas, 41 indivíduas tem
idade que compreende a 18 – 39, e 9 indivíduos com idade correspondente a 40 -60 anos,
representados no gráfico a seguir os cálculos percentuais.

Gráfico: 2 Representação da amostra por idade

O autor 2021

De acordo com o gráfico, 82% da população entrevistada é jovem em período de se empregar, e


18% representada por população adulta já em idade de reforma, o que leva crê que o primeiro
grupo vem no turismo a esperança oportunidade de geração de empregos.

4.1. Noção do Conceito de Turismo

A ponto de compreender se os inqueridos têm a noção do conceito de turismo, colocou-se a


seguinte questão: já ouviu falar de turismo?

Na tendência de querer saber o conceito de turismo dos 50 inquiridos, onde 47 pessoas têm
noção da actividade turística e 3 pessoas não trem noção da existência da actividade, abaixo
representados.
46

Gráfico 3: Noção do Conceito de turismo

O Autor 2021

Na representação gráfica observa – se que cerca de 94% esta informada em relação ao


conhecimento do turismo e apenas 8% da fração de 100% ainda não teve oportunidade de
informação turística o que leva afirmar que na localidade a população esta informada sobre o
funcionamento da industria turística.

4.2. Importância de Turismo para a Comunidade Receptora

Entretanto, no intuito de conhecer a importância de turismo consoante esta pergunta adquiriu as


seguintes questão: conhece a importância da actividade turística para a comunidade?

Dos 50 elementos da amostra, 47 pessoas tem noção da importância da atividade turística,


apenas 3 pessoas não tem noção importância da actividade turística, como se pode ver no
gráfico de cálculo percentual a baixo:

Gráfico 4: Importância de Turismo para a população

Fonte: Autor 2021


47

Na representação gráfica observa – se que cerca de 94% tem noção da importância do turismo
para comunidade e apenas 6% não tem a noção da importância da actividade turística, quanto
ao números do gráfico 3 não sofreram nenhuma alteração em relação ao gráfico 4,os mesmo
indivíduos que n tem noção da existência do turismo , também são os mesmos que não tem
noção da importância do turismo, em termos de representação, este estão a baixo de 25% o que
leva afirmar que o turismo existe na localidade .

4.3. Contribuição do turismo religioso na melhoria da qualidade de vida da população

A fim de procurar saber com maior precisão mediante àcontribuição do turismoreligioso na


melhoria da qualidade de vida da população, esta pergunta obteve-se as seguintes questão:
O turismo contribui para a melhoria de vida da população?

Das respostas fornecidas pelos inqueridos, 32 pessoas afirma que o turismoreligioso contribui
na melhoria de vida da população todavia a pandemia da COVID-19 tenha paralisado e as
restrições nestaactividadenos últimos 2 anos economia tenha baixado, 18afirmaram quehá fraca
contribuição do turismona melhoria da vida da população, num total de 50 pessoas como
mostram os cálculos percentuais no gráfico que se segue

Gráfico 5:Melhoriade vida da população pelo turismo

O Autor, 2021

A representação gráfica a cima ilustra que cerca de 64% da população, acha que pratica do
turismo na localidade em estudo tem melhorado muito a vida da população, porque oferece
oportunidade de negócios e 36%, sustenta que ainda não é notório a contribuição do turismo na
48

vida da população uma vez que as oportunidades de negocio não beneficiam em grade parte a
população.

4.4. Geração de oportunidade de emprego do turismo para a população

Como forma de procurar saber a questão sobre contribuição do turismo na geração de emprego
por parte dos entrevistados com se a seguinte questão: a prática do turismo gera oportunidades
de emprego para a população mesmo com as restrições devido a pandemia de COVID-19

Das respostas dadas pelos inqueridos, 36 pessoas que correspondem afirmaram que o turismo
tem gerado emprego e apenas 14 pessoas que correspondem afirmou que o turismo não gera de
emprego. Fazendo a representação gráfica dos números colhidos temos

Gráfico: 6 geração de emprego

O autor 2021

De acordo com o gráfico ilustrativo, apresenta que 72% afirmou que o turismo gera empregos,
tanto formais assim como informais, ao passo que 28% afirmou os empregos gerados pelo
turismo não trazalteração na economia local, por isso fica difícil afirma categoricamente a
contribuição do turismo na geração de emprego, preferindo afirmar que não a geração de
empregos pelo sector.

4.5. Oportunidade de venda de produtos da comunidade e manifestação cultural locais


49

Como forma de procurar saber a questão a oportunidade de venda de produtos da comunidade e


manifestações culturais locais colocou – se a seguinte questão:

O turismo oferece oportunidades de venda de produtos locais e manifestações culturais? Das


50 pessoas questionadas 40 responderam que sim e 10 responderam que não, segue – se a
representação gráfica dos resultados por percentagem.

Gráfico7:Oportunidade de venda de produtos

O Autor 2021

Das respostas dadas pelos inqueridos, 40 pessoas que correspondem a 80% afirmaram que o
turismo tem dado oportunidades de venda de produtos da comunidade e divulgação de
manifestações culturais e apenas 10 pessoas que correspondem a 20 % afirmou que o turismo
oferece fraca oportunidade de venda de produtos da comunidade e divulgação de manifestações
culturais.

De um modo geral e de acordo com as respostas dos inqueridos pode se afirmar que o turismo
na comunidade tem contribuído para na economia da comunidade. Todavia, é essencial que
haja políticas vigentes para a evolução do turismo, inserindo no seio da comunidade local em um
contexto informativo e divulgativo, cujos resultados sejam não apenas percebidos por ela, como
também possam vir a estimular o fortalecimento de sua identidade.

4.6.Confrontação das hipóteses

Hipótese 1: Se o surgimento da pandemia Covid-19 paralisou a pratica das actividades do


turismo religioso no povoado de Malinguine, então verifica-se nesse povoado um retrocesso
evolutivo como consequência desta. Porem, a literatura feita com base na sustentacao, apontam
50

que o tursmo constitui uma actividade de maior importância económica e por sua vez o
povoado de Malinguine diversas actividades económicas encontram-se estagnadas desde o
surgimento da pandemia e como resultado a interdição dessas actividades o que de certa forma
afectou economicamente o pvoado, então pode-se concluir como verdadeira a hipóteses
levantada.
51

Conclusão e Sugestoes

3.2. Conclusão

Conclui-se que a actividade Turística no povoado de Namacurra, desempenha um papel


interessante no desenvolvimento económico da comunidade local, o intercâmbio entre a
população local e os turistas é uma evidência que mostra claramente o desenvolvimento
cultural entre os dois grupos. Portanto, nota-se que há muitas manifestações culturais são
revisitadas com a presença dos turistas e pelo desejo de eles quererem conhecer essas heranças
históricas.

O contributo da actividade turística no distrito de Namacurra assim como no povoado de


Malinguine merece destaque, porque caracteriza uma fase de crescimento em termos de rendas
geradas pelo turismo religioso com enorme impacto sobre áreas rurais, especialmente aqueles
detentores de considerável acervo cultural. Portanto, o turismo divulga o Património Cultural, e
faz com que o mesmo seja conhecido garantindo de certo modo o desenvolvimento
sócioeconómico da comunidade. Contudo a pandemia da COVID-19 regrediu bastante nestes
dois anos este sector do turismo. Isto conduz à necessidade de buscar alternativas de gestão do
território que compatibilizem o crescimento económico, considerando ser a actividade turística,
hoje, uma dos maiores propulsores desse crescimento com a preservação dos valores culturais.

Portanto, alguns residentes e religiosos deixam grandes contribuições em relação a importância


desta actividade para a comunidade local contudo com enceramento das Igrejas fez com que
os crentes se limitassem ficando em casa reduzidas as restrições de pessoas assim como
reduzidos os serviços essências, valorizando o mesmo como fonte divina e informação como
também mostram responsabilidade de mantê-las para as novas gerações, como a forma de
manter viva a identidade cultural e de servir como cartão-de-visita.

O contributo da actividade turística por parte da população residente por lá inquirida dos que
responderam maior parte deles referem que actividade turística é uma das fontes de resolução
dos problemas da população, mas também, alguns olham para este processo como se fosse um
meio de intercâmbio cultural.
52

3.3. Sugestões

Depois de tanta pesquisa recomenda-se as Instituições de tutela certas sugestões sobre o tema
aprofundado “Implicações do Turismo religioso no período de COVID-19 na óptica dodistrito
de Namacurra, povoado deMalinguine, respectivamente:

 Continuar a desenvolver acções que contribuam com a consciencialização da população na


compreensão do turismo;

 Expandir a possibilidade de melhoria nas condições de vida da população local, por meio de
serviços básicos até então inexistentes;

 Incentivar a comunidade a não esquecer que a preservação do meio ambiente é o caminho


para que a actividade turística perdure por tempo indeterminado;

 Propor soluções como: aumento de edifícios que permitam aos turistas pernoitar com maior
segurança;

 Maior investimento na capacitação da mão-de-obra;

 Melhoria de vias de acesso a localidade, para permitir maior entrada de turistas.

 Continuar sempre com a higienização das mãos assim como nos locais públicos na
prevenção da pandemia da COVID-19
53

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54

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Arcozelo, Vila Nova de Gaia (Dissertação de Mestrado, da Universidade Lusófona de
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Prodanov, Cleber Cristiano; FREITAS, ErnaniCésarde. Metodologia de Trabalho Cientifico:


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2013

RELATÓRIO ANUAL DO GOVERNO DISTRITAL DA ZABÉZIA, 2017


República de Moçambique (2004), Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em
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Tendeiro, I. L. G. S. (2010). A igreja de Santo António de Lisboa e o turismo religioso italiano.


(Dissertação de Mestrado da Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Estoril, Portugal).
55

APÊNDICES
56

UniversidadeLicungo

Delegação da Zambézia
Departamento de Ciências da Terra e Ambiente
Questionário para serviços distritais das actividades económicos

I. Dados demográficos
Sexo: M__ F__ Ocupação ___________ Idade 18 a 39 anos__; 40 a 60 anos __
II. Questionário
Complete os espaços em branco com X, que correspondem a sua resposta.

1. Já ouviu falar do turismo? Sim ___ Não ___

2. Tem noção da importância do turismo para a comunidade?

Sim ___ Não

3. O turismo religiosocontribui para a melhoria de vida da população local?

Sim ___ Não ___. Se não, porque?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___.

4. A prática do turismo promove oportunidade de emprego?

Sim ___ Não ___.

5. O turismo oferece oportunidade de venda de produtos da comunidade e divulgação de


manifestações culturais? Se sim, de que formas?
57

Sim___ Não___

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___.

Obrigado!
58

Universidade Licungo

Delegação da Zambézia
Departamento de Ciências da Terra e Ambiente
Questionário para residentes

I. Dados demográficos
Sexo: M__ F__ Ocupação ___________ Idade 18 a 39 anos__; 40 a 60 anos __
II. Questionário
Complete os espaços em branco com X, que correspondem a sua resposta.

1. Já ouviu falar do turismo? Sim ___ Não ___

2. Tem noção da importância do turismo para a comunidade?

Sim ___ Não

3. O turismoreligioso contribui para a melhoria de vida da população local?

Sim ___ Não ___. Se não, porque?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___.

4. A prática do turismo promove oportunidade de emprego?

Sim ___ Não ___.

5. o turismo oferece oportunidade de venda de produtos da comunidade e divulgação de


manifestações culturais? Se sim, de que formas?
59

Sim___ Não___

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___.

Obrigado!

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