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Escola Superior de Educação do Porto

Instituto Politécnico do Porto

Projeto de Gestão do Património em


Património Etnográfico
Matosinhos, Culture and Heritage

Tiago Teixeira da Cunha

13 de dezembro de 2018
PROJETO DE GESTÃO DO
PATRIMÓNIO EM
PATRIMÓNIO ETNOGRÁFICO
Gestão Cultural III

Gestão do Património – Regime Diurno – 2018/2019


Discente: Tiago Teixeira da Cunha
Docente: Doutora Inês Pinho

Porto, 13 de dezembro de 2018

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Índice

Introdução.................................................................................................................................... 6

Parte I – Desenho do Projeto de Gestão Cultural

1. Tipo de Projeto ........................................................................................................................ 8

1.1. Conceito e Fases ....................................................................................................... 8


1.2. Variáveis da Gestão do Projeto ............................................................................ 10
1.3. Equipa de Projeto .................................................................................................. 12

2. Planeamento do Projeto ........................................................................................................ 14

2.1. Missão e Objetivos ................................................................................................. 14


2.2. Plano de Trabalho ................................................................................................. 15
2.3. Planeamento do Projeto com recurso a Suporte Informático ........................... 16
2.4. Prazos ..................................................................................................................... 19

3. Ideia do Projeto ..................................................................................................................... 20

3.1. Tipo de Património ................................................................................................ 20


3.2. Desenho do Projeto ................................................................................................ 21

Parte II – Projeto de Gestão Cultural

I – Apresentação Sumária do Projeto Cultural ...................................................................... 22

1. Identificação do Promotor .................................................................................................... 22

1.1. Identificação do Promotor Principal ................................................................... 22


1.2. Identificação de Outros Promotores .................................................................... 22
1.3. Caracterização da Atividade ................................................................................ 23
1.4. Experiência e Capacidade de Gestão dos Principais Responsáveis da
Organização Cultural................................................................................................... 23
1.4.1. Experiência dos Promotores nas diversas Áreas do Projeto.............. 23
1.4.2. Principal motivação de cada Promotor ............................................... 24
1.4.3. Diagnóstico dos Promotores – pontos fortes e fracos ......................... 25

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2. Forma Jurídica da Organização Cultural Promotora ....................................................... 26

2.1. Forma Jurídica da Organização Cultural ........................................................... 26


2.2. Denominação e Localização da Organização Cultural ...................................... 26

II - Orientação Estratégica da Organização Cultural .......................................................... 27

1. Descrição Sumária do Projeto .............................................................................................. 27

1.1. O que faz................................................................................................................. 27


1.2. Como faz................................................................................................................. 27
1.3. Que fatores utiliza ................................................................................................. 28
1.4. Como vende ............................................................................................................ 29

2. Análise e evolução do mercado ............................................................................................ 29

2.1. Pesquisa de mercado ............................................................................................. 29


2.1.1. Definição da natureza do meio envolvente à organização.................. 29
2.1.2. Levantamento das influências do meio envolvente (PESTEL) ......... 30
2.1.3. Identificação das influências competitivas-chave (Análise Estrutural -
Modelo de Michael Porter) ............................................................................ 31
2.1.4. Identificação da posição estratégica/competitiva da organização
cultural/do projeto ........................................................................................... 32
2.1.4.1. Análise dos concorrentes ....................................................... 32
2.1.4.2. Análise dos fornecedores ....................................................... 32
2.1.4.3. Análise da segmentação dos mercados/consumidores
(público-alvo)....................................................................................... 33
2.1.5. Identificação das oportunidades e ameaças (Matriz SWOT) ........... 34

2.2. Plano de Marketing ............................................................................................... 36


2.2.1. Os produtos/serviços.............................................................................. 36
2.2.2. O preço ................................................................................................... 36
2.2.3. A distribuição ......................................................................................... 37
2.2.4. A comunicação ....................................................................................... 37

III – Estudo Económico-Financeiro do Projeto ...................................................................... 38

1. Plano de Exploração Previsional ......................................................................................... 40

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1.1 Prestações de Serviços ............................................................................................ 40

1.2. Fornecimentos e Serviços Externos ..................................................................... 40

1.3. Gastos com o Pessoal ............................................................................................. 40

1.4. Plano de Investimento ........................................................................................... 41

1.5. Plano Financeiro e de Financiamento.................................................................. 41

1.6. Análise da Viabilidade Económica-Financeira do Projeto ................................ 42

Conclusão ................................................................................................................................... 43

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 44

Webgrafia................................................................................................................................... 44

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Índice de Gráficos

Gráfico 1: Equipa Interna do Projeto ..............................................................................12


Fonte: Arquivo do Autor

Gráfico 2: Equipa Externa do Projeto .............................................................................12


Fonte: Arquivo do Autor

Gráfico 3: Atividades Principais ....................................................................................16


Fonte: Arquivo do Autor

Gráfico 4: EDT de GP em Património Etnográfico ........................................................16


Fonte: Arquivo do Autor

Gráfico 5: EDP da Exposição .........................................................................................17


Fonte: Arquivo do Autor

Gráfico 6: EDP da Prova de Peixe..................................................................................18


Fonte: Arquivo do Autor

Gráfico 7: Recursos necessários para o “Matosinhos, Culture and Heritage” ...............28


Fonte: Arquivo do Autor

Gráfico 8, 9, 10: Segmentação do Mercado .............................................................33, 34


Fonte: Arquivo do Autor

Gráfico 11: Estudo Económico-Financeiro ....................................................................39


Fonte: Arquivo do Autor

Índice de Figuras

Figura 1: Exemplo de gráfico com recurso ao programa GanttProject ..........................19


Fonte: Arquivo do Autor

Figura 2: Fachada da CMM............................................................................................26


Fonte: http://www.cm-
matosinhos.pt/thumbs/uploads/image_gallery_item/image/1269/20061516110668417_1
_882_882.jpg

Figura 3: Redes sociais, ferramenta de divulgação de eventos ......................................37


Fonte: http://iconion.com/posts/images/social-icons.jpg

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Introdução

No âmbito da Unidade Curricular de Gestão Cultural III, lecionada pela Doutora


Inês Pinho, foi pedido a todos os alunos que elaborassem um projeto associado à Gestão
do Património, área principal e fulcral da nossa licenciatura. No meu caso, decidi realizar
um projeto onde o grande objetivo é divulgar a cultura da minha terra, Matosinhos,
através de um tipo de património que é dos mais importantes para o concelho: o
património etnográfico. Através desta grande tipologia de património, é possível não só
dar a conhecer a todos a cultura matosinhense, mas também abandonar um pouco a ideia
de que Matosinhos é exclusivamente uma área turística (muito graças à gastronomia e às
praias), escolhendo encarar este projeto como uma verdadeira divulgação das várias
manifestações culturais que marcam o concelho matosinhense, desde a sua génese até aos
dias de hoje.

Este projeto obriga também ao estabelecimento prévio de outros objetivos que


pretendo ver atingidos para, assim, ser bem-sucedido no que toca à realização do projeto.
É importante, e através do mesmo, perceber a importância do património cultural para a
nossa vida, para o país em geral e, neste caso em específico, para Matosinhos. Com a
elaboração do projeto, também é um dos objetivos atribuir e compreender a importância
desta Unidade Curricular e das restantes (Gestão Cultural I e II) para a Gestão do
Património, utilizando toda a matéria que aprendi nestas Unidades Curriculares para
realizar um trabalho com o maior rigor e informação útil possível. Assim, estarei a
preparar melhor o meu futuro como Gestor de Património, não só através da informação
utilizada, mas também graças às metodologias aplicadas durante todo o projeto. Por fim,
mas não menos importante, também é objetivo conhecer um pouco melhor alguns aspetos
que não conheço sobre a minha terra, Matosinhos.

Este trabalho contará com três principais tipos de pesquisa e recolha de


informação para, assim, existirem todas as bases teóricas necessárias à realização deste
projeto. A primeira é a pesquisa bibliográfica, importante para vários dos tópicos ao longo
do trabalho. A pesquisa em websites também estará presente num papel mais secundário,
para complementar quaisquer pontos que necessitem de informação não encontrada na
anterior pesquisa. Por fim, o estudo da matéria lecionada nas UC’s dos anteriores e no
presente ano (lecionadas pela Doutora Inês Pinho e pelo Doutor Pedro Silva) será também

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importante para relembrar aspetos importantes para o projeto e, obviamente, associados
à Gestão Cultural.

Este trabalho divide-se em duas partes, essenciais para o sucesso do projeto: o seu
desenho, numa 1ª fase, e o desenvolvimento do projeto em si como 2ª e última fase.

No 1º capítulo da 1ª fase, abordarei pontos como o tipo de património associado à


realização do projeto e as suas fases, seguido das variáveis a ter em conta e a equipa do
projeto. No que toca ao planeamento do projeto, 2º capítulo, interessam abordar assuntos
como os objetivos e a missão, o plano de trabalho e os prazos a ter em conta. Ainda
existirá lugar ao uso de suporte informático para melhor explicar alguns pontos deste
planeamento inicial do projeto.

A 2ª do desenvolvimento deste projeto para o património etnográfico de


Matosinhos divide-se em 3 grandes capítulos. No 1º, apresentam-se as informações
essenciais a ter em conta quanto ao projeto cultural “Matosinhos, Culture and Heritage”.
No 2º capítulo, analisam-se as melhores estratégicas a utilizar durante o decorrer do
evento, tendo em conta os seus objetivos, o mercado que o rodeia e as estratégias de
marketing a usar para se chegar ao público-alvo. Por fim, realiza-se um breve estudo
económico-financeiro do projeto, analisando informações relativas ao orçamento do
projeto e onde o aplicar, aproveitando ainda os estudos realizados nos capítulos anteriores
para se reconhecer a viabilidade económica e financeira do projeto.

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Parte I – Desenho do Projeto de Gestão Cultural

1. Tipo de Projeto

1.1. Conceito e Fases

Este projeto, o “Matosinhos, Culture and Heritage”, tem como principal objetivo
dar a conhecer a cultura matosinhense, mostrando os seus aspetos mais importantes
através de uma oferta cultural que incluí exposições, diferentes tipos de atividades e até
refeições (a pesca e o peixe são, como se sabe, importantíssimos para a cultura e o
comércio de Matosinhos).

Para este projeto ter sucesso, é preciso ter em conta vários conceitos e
metodologias que se devem seguir à risca. Neste caso, um projeto de cariz não
permanente, é importante a existência de um planeamento rigoroso e com qualidade desde
o início até ao fim da atividade, tendo em conta alguns pontos importantes:

• Objetivos previamente definidos que devem ser cumpridos até ao final do projeto;

• Relação preço/qualidade;

• Prazos a cumprir.

Assim, a 1ª fase toca no 1º ponto referido anteriormente: a fase da elaboração do


projeto, que visa estabelecer não só os objetivos, mas também outros aspetos importantes
para que este seja bem-sucedido. Nesta 1ª fase, é necessário ter em conta os recursos já
disponíveis e os recursos que faltam para que não existam grandes percalços durante todo
o percurso do projeto. Isto não envolve apenas a questão monetária, mas também a parte
dos recursos que serão necessários e a parte dos possíveis patrocinadores e parceiros que,
numa troca de favores, procurarão apoiar o projeto em troca de publicidade, por exemplo.

Pela cidade de Matosinhos, existem vários possíveis parceiros para apoiar não só
no que toca ao financiamento, mas também à cedência de espaços. Aqui, a Câmara
Municipal de Matosinhos surge como a principal instituição por detrás do projeto.

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De seguida, surgem outros dois períodos do projeto: o período de planeamento e
de estabelecimento. A fase de planeamento é uma das mais importantes, pois dita tudo o
que deverá acontecer no futuro do projeto, tendo em conta os outros dois pontos
mencionados acima: relação preço/qualidade e prazos a cumprir. Outros pontos a
considerar neste período:

• Obtenção dos fundos monetários necessários para a elaboração do projeto;

• Pesquisas relacionadas com as necessidades que o projeto deve cobrir,


proporcionando momentos/atividades pertinentes para o grande objetivo do
projeto: dinamizar e dar a conhecer da melhor maneira possível a cultura
matosinhense;

• Estabelecimento de protocolos com os parceiros, essenciais para a realização do


projeto;

• Espaços a utilizar para o projeto.

No estabelecimento do projeto, é necessário ter em conta outros aspetos e


assegurá-los de imediato: os recursos humanos, os equipamentos e a qualidade do
produto/experiência a oferecer aos interessados. A partir daqui, implementa-se o projeto
e começa a sua atividade, com todas as variáveis a ter em conta para o seu sucesso já
pensadas e pré-estabelecidas.

Por fim, terá que existir uma monitorização constante durante toda a realização do
projeto para que tudo se mantenha conforme delineado anteriormente; verificações no
que toca à qualidade dos serviços oferecidos, dos espaços e até do pessoal colaborante,
para se saber melhor se existe algo que mereça especial atenção.

Como tal, este período também tem importância no que toca à alteração/correção
de certos aspetos que, por conta de qualquer eventualidade ocorrida durante o projeto,
deverá ser realizada o mais rapidamente possível. É praticamente inevitável não ocorrem
imprevistos durante um projeto tão longo e, assim sendo, é importante que exista uma
boa capacidade de os corrigir.

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1.2. Variáveis da Gestão do Projeto

Para a realização deste tipo de projetos, o Gestor do Património deve sempre ter
conta as variáveis que fazem parte de toda a estrutura da atividade. Só assim será possível
obter os melhores resultados possíveis, objetivo que qualquer pessoa ambiciosa deseja.
Para este projeto, “Matosinhos, Culture and Heritage”, a presença de bastantes variáveis
não é exceção.

Primeiro, ter-se-á em conta as variáveis associadas às diferentes escolhas e


técnicas utilizadas em certos cenários (leia-se técnicas de gestão), como também os
diferentes atributos e pontos fortes/fracos para cada um dos elementos pertencentes à
equipa de realização do projeto. Assim sendo, alguns aspetos a ter em conta são:

• (1) Liderança;

• (2) Orçamento e financiamento;

• (3) Recursos humanos e serviços;

• (4) Informação;

• (5) Acordos e negociações.

(1) Este ponto é reservado ao líder do projeto: o Gestor do Património.


Idealmente, será o “comandante” de todo o projeto, cabendo a ele todas as decisões
importantes. É, por isso, muito importante que o Gestor do Património seja isso mesmo,
um líder: ser capaz de tomar todo o tipo de decisões, sejam elas fáceis ou difíceis.
Também tem de organizar todo o tipo de recursos disponíveis para uma maior
rentabilidade durante a atividade e ainda certificar-se de que tudo está a correr conforme
planeado durante a execução do projeto.

(2) Esta é uma importante variável para todo o percurso do projeto, pois este
mesmo depende obviamente do financiamento disponível. É importante descobrirem-se
as melhores formas de financiamento, junto dos possíveis colaboradores. Para o
“Matosinhos, Culture and Heritage, tanto pequenas empresas (interessadas em mostrar o

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seu produto ou até em patrocínios) como a própria Câmara Municipal de Matosinhos (que
também tem a função de proteger e dinamizar o seu património) são as grandes opções
para este projeto. Depois, consoante o financiamento obtido, procede-se à realização de
um orçamento, distribuindo-o pelas várias áreas necessárias e aproveitando-o ao máximo,
tendo sempre em conta a relação custo-qualidade.

(3) É também importante escolher, para a colaboração no projeto, o melhor


pessoal disponível para cada função necessária. Para tal, é essencial a existência de uma
análise dos currículos de cada candidato, tendo em consideração tanto a formação como
as capacidades dos mesmos para a respetiva função. Nos serviços, é também importante
assegurar que, mais uma vez, existe uma ótima relação custo-qualidade. Só assim será
possível garantir o sucesso do projeto, através de bons acordos e/ou contratos.

(4) Este ponto, e tal como o primeiro, é exclusivo ao líder, o Gestor do


Património. A capacidade de negociação é absolutamente essencial para se conseguirem
os melhores negócios possíveis, rentabilizando o financiamento disponibilizado da
melhor forma possível.

(5) A informação deve acompanhar todos os processos e elementos


imprescindíveis ao projeto. O Gestor do Património deve informar constantemente os
restantes funcionários acerca de assuntos pertinentes para o projeto, e tendo em conta a
função que têm que cumprir. Assim, as tarefas serão realizadas de uma forma mais eficaz
e produtiva. Através da informação, também é possível exercer um maior controlo sobre
o projeto, adaptando-se mais facilmente o Gestor do Património às novas necessidades e
dificuldades que, quase inevitavelmente, acabam por surgir ao longo de todo o percurso
que acompanha o projeto, do início ao fim.

Para além destas variáveis associadas às técnicas de elaboração e concretização


do projeto, as técnicas de gestão, existem outras variáveis a ter em conta. Para além dos
Recursos Humanos, já referidos anteriormente e que serão aprofundados no próximo
subcapítulo, existem outros:

• Materiais: Cadeiras, vidros/vitrines, plintos, papel, canetas, pratos, garfos;

• Técnicos: Luzes, scanner e impressora, computador, telemóvel e/ou telefone,


focos de iluminação, máquina fotográfica;

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1.3. Equipa de Projeto

A equipa para o projeto será dividida em dois grandes grupos: a equipa interna e
a equipa externa. À equipa interna cabem as decisões mais importantes acerca das
diferentes áreas inseridas no projeto, tendo cada elemento uma determinada área para
cuidar. Aqui, o Gestor do Património é a pessoa mais importante e a quem cabe tomar as
grandes decisões.

Na equipa externa, incluem-se os outros colaboradores que realizam um trabalho


um pouco mais “prático” do que os colaboradores da equipa interna, também eles
cumprindo com determinada tarefa atribuída pelo Gestor do Património.

Assim sendo, a equipa para este projeto é a seguinte:

Interna

Gestor do
Técnico Investigador
Património
Gráfico 1: Equipa Interna do Projeto
Fonte: Arquivo do Autor

Externa

Voluntários Vigilância Curador Limpeza

Gráfico 2: Equipa Externa do Projeto


Fonte: Arquivo do Autor

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Equipa Interna

Gestor do Património: Ao Gestor cabem as decisões importantes no projeto,


graças à formação que este posto requer (estudos sobre a conservação, divulgação e
dinamização do património, por exemplo). Deve definir os recursos necessários, o pessoal
a contratar, negociar as colaborações/financiamento necessário, acompanhar todas as
fases do projeto e ainda exercer um controlo rigoroso sobre tudo o que se passa no mesmo.
Também tem um papel importante no que toca à divulgação dos eventos.

Investigador: O investigador tem como principal tarefa perceber quais as


necessidades da população e dos possíveis interessados, recolhendo informação essencial
não só a nível da base teórica que sustenta o evento (etnografia), como também da melhor
forma para apresentar os elementos pertencentes ao projeto. Assim sendo, também tem
um papel importante no que toca à exposição.

Técnico: O técnico deve ser possuidor de conhecimento acerca da exposição,


acompanhando os visitantes e encaminhando-os para as atividades (informação sobre as
exposições, sobre os pratos típicos de Matosinhos e com direito a prova, etc.).

Equipa Externa

Curador: O curador tratará, obviamente, da parte da exposição. Todos os


processos relativos à montagem, disposição das peças e transporte estão a seu cargo.
Também pode ter um papel importante na interação com o público.

Vigilância: Em todos os momentos, é necessário pelo menos um vigilante para se


assegurar que não existe qualquer tipo de falha de segurança. Isto inclui supervisão ao
público e vigilância contra possíveis assaltos.

Limpeza: É sempre necessário, no final de cada dia ou até a meio, na hora de


pausa, existir uma limpeza no local para se assegurar que este mesmo está apresentável
para receber o público.

Voluntários: Um ou dois voluntários também seriam bem-vindos, para apoiar nas


diversas atividades e até, se possível, na partilha de informação acerca do património para
o público. Em troca, estes funcionários receberiam um elemento para o seu currículo,
conhecimento e um momento de estágio curricular.

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2. Planeamento do Projeto

2.1. Missão e Objetivos

O projeto “Matosinhos, Culture and Heritage” surge numa tentativa de dinamizar


a cidade e a sua cultura, dando a conhecer tudo o que a história de Matosinhos e as suas
gentes têm para oferecer. Assim, não só se consegue incentivar uma das maiores ofertas
que Matosinhos tem para quem a visita (na parte da prova do peixe), como ainda se
oferece uma base cultural extremamente atrativa e interessante para todos os que neste
evento decidam participar.

Os principais objetivos adjacentes à criação deste projeto são:

• Promover a cultura matosinhense;

• Enaltecer a importância do património etnográfico e apelar à sua preservação, para


que as futuras gerações também possam usufruir deste mesmo;

• Transmitir os costumes passados e existentes, e ainda as memórias criadas na


cidade de Matosinhos;

• Criar uma experiência única, atrativa e inesquecível para quem participa no


evento, pautando-se este projeto pela diferença dos demais projetos com fins
similares.

• Incentivar o crescimento do comércio local (peixe), através de parcerias que


interessam a ambos: para o projeto, abordar a importância da pesca e do peixe
para Matosinhos; para os parceiros (restaurantes), mostrar o seu produto.

• Garantir a qualidade do produto oferecido, desde o início da atividade até ao fim;

• No final do projeto, sentir que as pessoas que visitaram a atividade saíram do


espaço satisfeitas com o produto oferecido, e a conhecer melhor tudo o que lhes
foi ensinado e/ou mostrado durante as fases da sua estadia no espaço da exposição
e prova.

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2.2. Plano de Trabalho

O primeiro passo para o plano de trabalho do “Matosinhos, Culture and


Heritage” passa, como já foi referido anteriormente, por uma pesquisa (a cargo do
investigador) acerca do património etnográfico matosinhense (que o Gestor do
Património já conhece) e das necessidades da população, procurando saber os maiores
pontos de interesse no que toca à história e aos costumes de Matosinhos. Este ponto é
fulcral, pois grande parte do sucesso do projeto depende desta 1ª fase.

De seguida, é preciso começar a pensar nas atividades a realizar e nas parcerias


a estabelecer, para assim se assegurar a estabilidade do projeto. Neste projeto, as duas
grandes atividades são a exposição e a prova de peixe, este que é um elemento
importantíssimo para a história de Matosinhos. Depois de tudo assegurado, o projeto pode
ser implementado na prática, abrindo-se as portas ao público interessado.

A partir daqui, é necessário exercer-se um controlo rigoroso do projeto para


que não surjam imprevistos graves. Para os imprevistos pequenos, é necessária uma
rápida atuação da parte do Gestor do Património e de todos os colaboradores para que o
projeto prossiga normalmente, sem grandes percalços.

Em todos estes passos importantes, é necessário ter em conta todas as


estratégias de gestão a aplicar e ter consciência de como usar os recursos disponíveis da
melhor forma possível, sem afetar a qualidade do serviço oferecido e nunca fugindo aos
objetivos delineados previamente que, obviamente, devem ser atingidos durante todo o
percurso. Só assim será possível dizer-se, no final, que o projeto “Matosinhos, Culture
and Heritage” foi um sucesso.

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2.3. Planeamento do Projeto com recurso a Suporte Informático

Matosinhos,
Culture and
Heritage

Exposição Prova

Gráfico 3: Atividades
Principais
Fonte: Arquivo do Autor

Projeto de GP em
Património Etnográfico

Pré-Planeamento Planeamento Implementação Controlo

Ideias-base Financiamento Definir tarefas Inauguração do evento Verificar objetivos

Tarefas relacionadas com a


Plano de Trabalho Pesquisa Bibliográfica Orçamento Evento Reunião com todo o Staff
Programação Cultural

Acordos com
Definir objetivos do Projeto Limpeza Avaliação
parceiros/patrocinadores

Definir a equipa do projeto Estudo de viabilidade

Gráfico 4: EDT de GP em Património Etnográfico


Fonte: Arquivo do Autor

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Exposição

Planeamento Produção Implementação Pós-exposição

Aquisição/aluguer/acordo
Sala de Exposição Inauguração do projeto Desmontagem
para Espaço

Assegurar segurança e Acompanhar e guiar os Devolução e assegurar o


Aquisição de peças
limpeza da sala visitantes bom estado das obras

Formulário para empréstimo Verificar iluminação e


Limpeza, vigiliância e
e realizar seguro para as condições para preservação Limpeza final
manutenção
peças das obras

Textos para legenda das Avaliação


Disposição Relatório de Contas
peças

Avaliação Avaliação Avaliação

Gráfico 5: EDP da Exposição


Fonte: Arquivo do Autor

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Prova de Peixe

Planeamento Produção Implementação Pós-prova

Definir Verificar condições da Inauguração do espaço de


Desmontagem
parceiros/resturantes sala/espaço prova

Acompanhamento e
Seleção dos peixes e pratos
Preparação da sala/espaço partilha de conhecimento Limpeza
típicos a apresentar
com os visitantes

Pesquisa bibliográfica e Avaliação Reunião com


Avaliação
conversa parceiros/patrocinadores

Identificar recursos Avaliação


necessários

Avaliação

Gráfico 6: EDP da Prova de Peixe


Fonte: Arquivo do Autor

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2.4. Prazos

Para se determinarem prazos de duração das tarefas do projeto, com bases científicas,
podem-se utilizar dois tipos de estimativas:

• Estimativa otimista;

• Estimativa pessimista.

O projeto dura, segundo a estimativa otimista (a escolhida por mim), pouco menos
de 6 meses. O cálculo para as estimativas dos prazos para este projeto, bem como o gráfico
de Gantt e o diagrama de Pert encontram-se anexados ao trabalho, na pasta “Anexos e
Apêndices”. O cálculo é apresentado em ficheiro Excel, e tanto o gráfico como o
diagrama são apresentados em ficheiro .gan (corresponde ao programa GanttProject).

Figura 1: Exemplo de gráfico com recurso ao programa GanttProject


Fonte: Arquivo do Autor

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3. Ideia do Projeto

3.1. O Património

O património, na sua definição global, é extremamente importante para a


sociedade de hoje. É o mesmo que define e permite a criação de uma identidade que
conhecemos como nossa (neste caso, a identidade portuguesa/matosinhense).

Numa sociedade perfeita, o património não necessitaria de grandes proteções nem


de incentivos/projetos/tentativas de dinamização para que tivesse a atenção que nós,
Gestores do Património, sabemos que merece… no entanto, sabemos que não é assim que
funciona. Tanto a proteção como a dinamização dos vários tipos de património revelam-
se essenciais para que, desta forma, tanto a geração atual como as futuras possam usufruir
destes elementos que ajudam à criação de uma identidade única, unindo as povoações a
nível local, regional e nacional.

No caso deste projeto, é obviamente importante ter em mente os dois parágrafos


anteriores para que se consigam cumprir essas mesmas tarefas, sem desrespeitar o
património em prol da atividade turística excessiva. É também importante levar este
património cultural até aos interessados, oferecendo novos elementos e proporcionando
um novo conhecimento acerca do que é Matosinhos e o património pertencente não só ao
mesmo, mas também às suas gentes.

Aqui, o património etnográfico ganha destaque sobre os demais, por ser a tipologia
escolhida para base do projeto de Gestão de Património. O património etnográfico é, aos
olhos dos demais, talvez o tipo de património que mais apela ao passado e à verdadeira
identidade de uma comunidade, por se tratar de um tipo de património que representa, de
várias maneiras possíveis, os costumes de uma sociedade. E Matosinhos não é exceção,
visto que se trata de um concelho cheio de história, hábitos e cultura que merece, a meu
ver, ser dinamizados de uma forma muito mais preocupada e eficaz, para que se releve
um projeto viável e bem-sucedido.

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3.2. Desenho do Projeto

O projeto “Matosinhos, Culture and Heritage” tem, como grande objetivo, dar a
conhecer a cultura matosinhense e alguns dos seus elementos mais importantes a todos
os visitantes e interessados. Este projeto seria realizado, idealmente, num espaço da
Galeria Municipal de Matosinhos ou até numa grande sala da Câmara Municipal de
Matosinhos, reservada para o efeito durante o período do projeto.

Neste projeto, seria possível observar e aprender mais sobre várias fases da
história matosinhense, com recurso a vários elementos materiais (por exemplo, barcos
antigos, azulejos, pinturas, etc.) e imateriais (histórias populares, as várias lendas do
Senhor de Matosinhos, etc.). Para além disso, e para juntar este período de conhecimento
e aprendizagem a uma fase que, ainda sendo de aprendizagem é também de maior
descontração, realizar-se-iam pequenas provas numa sala à parte para dar a conhecer um
dos elementos que melhor caracteriza Matosinhos e as suas gentes: a pesca e o peixe.
Aqui, os parceiros com acordo prévio (restaurantes, maioritariamente) poderiam mostrar
alguns pratos típicos de Matosinhos e da zona da Doca, convidando os visitantes a prová-
los. Ao mesmo tempo, também aprenderiam mais sobre os próprios pratos e sobre a
importância dos mesmos para Matosinhos e a sua história (através do investigador e até
de funcionários dos próprios restaurantes destacados para tal que, como se sabe, sabem
imensas histórias sobre a terra e o peixe). Assim, e através do projeto, também se pode
desmistificar a ideia geral de que o peixe é apenas um alimento... para o património
matosinhense e para as suas gentes, é bem mais do que isso.

Desta forma, o projeto “Matosinhos, Culture and Heritage” teria como principais
objetivos dar a conhecer melhor a cidade de Matosinhos enquanto que, simultaneamente,
passaria a mensagem de que Matosinhos é bem mais do que uma cidade turística e
comercial, estando esta pérola do Norte repleta de património etnográfico e de elementos
belíssimos criados e preservados, até aos dias de hoje, pelos seus cidadãos. Concluindo,
o património e o valor cultural que Matosinhos possui seriam assegurados e difundidos
até aos visitantes que, assim, viveriam uma experiência única onde apreciariam uma
exposição e fariam parte de uma prova de peixe característico da cidade matosinhense.

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Parte II – Projeto de Gestão Cultural

I – Apresentação Sumária do Projeto Cultural

1. Identificação do Promotor

1.1. Identificação do Promotor Principal

Nome: Tiago Teixeira da Cunha


Idade: 21 anos
Morada: Praceta 14 de Junho, 38, 1º Esquerdo Traseiras
Localidade: Senhora da Hora
Código Postal: 4460-390
Concelho: Matosinhos
Distrito: Porto
Contacto: 91 691 9584
E-mail: tiagoteixeira888@gmail.com

1.2. Identificação de Outros Promotores

Nome: Câmara Municipal de Matosinhos


Morada: Av. Dom Afonso Henriques, 572
Localidade: Matosinhos
Código Postal: 4450-230
Concelho: Matosinhos
Distrito: Porto
Contacto: 22 939 0900
E-mail: mail@cm-matosinhos.pt
Site: www.cm-matosinhos.pt

22
1.3. Caracterização da Atividade

O “Matosinhos, Culture and Heritage” tem como grande objetivo desenvolver e


dinamizar a cultura matosinhense, utilizando a história, a cultura e a gastronomia como
elementos principais de apresentação de uma exposição que dá a conhecer Matosinhos a
todos os interessados.

A dinamização do património etnográfico matosinhense é importantíssima no


desenvolvimento de todo o projeto, sendo este um grande objetivo. Para tal ser possível,
e para além do apoio da Câmara Municipal de Matosinhos ao projeto, também é
necessário o estabelecimento de acordos com alguns restaurantes típicos da zona costeira
de Matosinhos, para obviamente ajudarem na parte da prova do peixe. Aqui, esses
mesmos restaurantes podem encontrar uma oportunidade de mostrar, ao público em geral,
a qualidade do produto final que confeciona (peixe), numa tentativa de tentar levar mais
pessoas para almoçar ou jantar nos seus respetivos espaços, noutra altura.

Na exposição, interessa dar a conhecer alguns dos traços mais importantes da


cultura matosinhense, com a apresentação de elementos históricos relevantes durante a
mesma. A ponte entre a exposição e a prova de peixe é estabelecida naturalmente, visto
que Matosinhos é uma terra do mar e uma grande parte da sua história e cultura estão
diretamente associados à praia, ao oceano e ao peixe.

1.4. Experiência e Capacidade de Gestão dos Principais Responsáveis da


Organização Cultural

1.4.1. Experiência dos Promotores nas diversas Áreas do Projeto

Tiago Teixeira da Cunha – Gestor do Património

Com uma formação em Gestão do Património, o Gestor tem a capacidade de


recolher, levantar e inventariar qualquer tipo de património cultural, prestando ainda
qualquer outro tipo de serviços relacionado com a cultura. No que toca à parte da gestão
do projeto, as competências adquiridas nas várias Unidades Curriculares associadas à

23
Gestão Cultural são extremamente importantes. Quanto ao património etnográfico,
principal tipologia de património deste projeto, UC’s como Antropologia, Etnografia
Portuguesa e até Teoria e Prática do Património conferem as bases necessárias para que
o Gestor do Património realize um ótimo trabalho nesta área, percebendo qual a
importância do mesmo, como o mostrar aos demais e ainda transmitindo aos visitantes a
importância de se preservar da melhor forma possível e respeitar este tipo de património.

Câmara Municipal de Matosinhos

A Câmara Municipal de Matosinhos tem, como instituição pública e defensora


dos interesses máximos do concelho de Matosinhos, uma obrigação acrescida no que toca
à dinamização da sua cultura e à promoção de eventos ou projetos que contribuam para
tal objetivo. Também deve ter o objetivo de fazer crescer o concelho e as suas instituições,
sendo que ao colaborar neste projeto, está também a ajudar os restaurantes da zona da
Doca de Matosinhos que, assim, podem trazer mais gente para gastar dinheiro e para
disfrutar do concelho.

1.4.2. Principal motivação de cada Promotor

No que diz respeito ao Gestor do Património, a dinamização da cultura tem de ser


sempre uma das principais, senão a principal motivação para este tipo de projetos. Neste
caso, ainda existe a motivação extra de o Gestor estar a trabalhar na terra onde mora.
Matosinhos ainda tem alguns problemas relacionados com a cultura (fraca divulgação,
falta de espaços culturais, etc.) e, como tal, tentar inverter esta situação através de um
projeto bem pensado e que dinamize o património e a cultura matosinhense terá de ser a
grande motivação do Gestor do Património para este projeto.

Os interesses e as motivações da Câmara Municipal de Matosinhos, o outro


promotor, terão de ser sempre bastante semelhantes às do Gestor do Património. Para
além da dinamização da cultura e do património do concelho, consegue ainda dinamizar
um dos seus espaços (que será cedido para a realização do evento) e colaborar no
crescimento económico da zona costeira de Matosinhos, apoiando os restaurantes que
participem no projeto.

24
Os restaurantes, como promotores secundários/parceiros, têm como principal
motivação a oportunidade de verem o seu negócio crescer, apresentando pratos
associados ao património gastronómico matosinhense e, através da qualidade do seu
produto, chamar mais pessoas a visitarem o espaço do restaurante e a lá gastarem dinheiro
em refeições.

1.4.3. Diagnóstico dos Promotores – pontos fortes e fracos

Como pontos fortes, o Gestor do Património tem a sua vasta formação nas áreas
da Cultura e da Gestão de Projetos deste tipo, e ainda tem bastante conhecimento acerca
do património e das suas tipologias. Para além disso, e como é natural de Matosinhos,
também é conhecedor da cultura, da história e das necessidades do concelho. Este Gestor
é também uma pessoa que trabalha bem sob pressão, com capacidade de organização e
boas capacidades ao nível da negociação (importante para o estabelecimento de
parcerias/acordos). No entanto, o maior ponto fraco é provavelmente a falta de
experiência a nível profissional. Isto deve-se ao facto de ser licenciado há pouco tempo
e, claro está, essa falta de experiência desaparecerá com a realização de projetos e tarefas
deste tipo.

A Câmara Municipal de Matosinhos é a instituição que “gere” o concelho de


Matosinhos e esse é o seu ponto forte, no que toca ao “Matosinhos, Culture and
Heritage”. A facilidade em conseguir acordos com outras instituições e em disponibilizar
um espaço para a realização do evento são aspetos extremamente importantes e que fazem
da Câmara Municipal um promotor importantíssimo. Também tem ao seu dispor locais
para a realização de publicidade ao evento, relevante para cativar o público a visitar esta
exposição/evento. Como ponto fraco, pode existir a dificuldade em disponibilizar o
dinheiro necessário à realização do evento. No entanto, esse problema deverá desaparecer
se tivermos em conta o tipo de projeto a realizar, a dinamização cultural e patrimonial
matosinhense e até os benefícios económicos a curto, médio e longo prazo que este evento
pode trazer para o concelho.

25
2. Forma Jurídica da Organização Cultural Promotora

2.1. Forma Jurídica da Organização Cultural

A Câmara Municipal de Matosinhos é, claro está, uma entidade pública com


interesses culturais. Neste projeto, faz todo o sentido a escolha recair para a CMM, por
alguns motivos:

• Interesse na dinamização da cultura matosinhense;

• Facilidade na cedência de espaço próximo tanto ao centro de Matosinhos


como à praia e aos restaurantes parceiros;

• Facilidade em ajudar na negociação de parcerias, pelo seu estatuto e


importância.

2.2. Denominação e Localização da Organização Cultural

A Câmara Municipal de
Matosinhos situa-se em Matosinhos, na
Avenida Dom Afonso Henriques. A zona
da Câmara é uma zona central de
Matosinhos e próxima não só a várias
paragens de autocarro (STCP/Resende),
como também ao Metro do Porto
(paragem: Câmara Matosinhos).
Figura 1: Fachada da CMM
Fonte: http://www.cm-
O espaço a utilizar para o evento, matosinhos.pt/thumbs/uploads/image_gallery_item/i
mage/1269/20061516110668417_1_882_882.jpg
que seria dentro da Câmara (na zona da
Galeria), foi construído recentemente e possui ótimas infraestruturas para a realização do
“Matosinhos, Culture and Heritage”. Este espaço é subterrâneo, mas tem porta para fora.
Para este local, existem acessos por rampa grande (ideal para os fornecedores), rampa
pequena com corrimão (portadores de deficiências) e escadas.

26
II - Orientação Estratégica da Organização Cultural

1. Descrição Sumária do Projeto

1.1. O que faz

O Projeto de Gestão do Património denominado “Matosinhos, Culture and


Heritage” tem como objetivo dar a conhecer o património etnográfico da cidade de
Matosinhos, através de uma exposição e de uma prova de peixe. Através deste evento,
também é enaltecida a necessidade de nos preocuparmos mais com a cultura local e com
a preservação do património para que, assim, as gerações futuras também possam usufruir
dele.

Na fase da exposição, serão expostos objetos e todo o tipo de outros elementos


associados à história matosinhense, seguindo uma ordem lógica e pertinente. Aqui,
realiza-se a ponte para a fase seguinte do evento, a prova, abordando o mar e a sua enorme
importância para Matosinhos.

Na prova, os restaurantes parceiros terão a oportunidade de criar pequenos pratos


típicos da zona da Doca/Matosinhos e dá-los a conhecer ao público que, assim, ficará a
conhecer a gastronomia tradicional matosinhense e um pouco mais sobre a sua rica
história.

1.2. Como faz

Quanto às metodologias para chegar ao projeto a colocar em prática, existiram


passos extremamente importantes. Um deles é a escolha dos parceiros com quem levar o
projeto em frente, sendo que tanto o promotor (Câmara Municipal de Matosinhos) como
os restantes parceiros (restaurantes) e fornecedores são escolhas que requerem
negociações, a vários níveis, para assim se estabelecerem acordos que garantem um 1º
degrau superado na caminhada para o sucesso do evento.

27
A pesquisa bibliográfica é também extremamente importante em todo o evento,
pois dela depende quais os objetos a apresentar na exposição, quais as histórias a contar,
quais os pratos para apresentar ao público na prova, (…).

1.3. Que fatores utiliza

Recursos Função Atividades Quantidade


Humanos Gestor do Património Todas 1
Investigador Todas 1
Técnico Todas 1
Curador Exposição 1
Vigilante Todas 1
Auxiliar de Limpeza Todas 1
Voluntário Todas 1
Técnicos Iluminação Todas 20
Impressora Todas 1
Computador Todas 1
Telefone Todas 1
Máquina fotográfica Todas 1
Materiais Cadeiras Prova 35
Sofás Exposição 2
Vitrines Exposição 15
Plintos Exposição 15
Papel Todas 6 resmas
Canetas Todas 25
Pratos Prova 35
Garfos Prova 35
Copos Prova 35
Mesa Prova 1
Físicos Sala de Exposições Exposição 1
Sala de Prova Prova 1
Gráfico 7: Recursos necessários para o “Matosinhos, Culture and Heritage”
Fonte: Arquivo do Autor

28
1.4. Como vende

O “Matosinhos, Culture and Heritage” pode chegar ao seu público-alvo de várias


formas possíveis. A primeira é a afixação de cartazes perto da Câmara Municipal de
Matosinhos, que já tem os espaços disponíveis para tal. Para além disso, também o site
da Câmara e o sistema de mailing seriam utilizados como forma de fazer chegar a
publicidade do evento aos demais interessados. Os próprios restaurantes (parceiros)
devem incentivar as pessoas que se dirigem aos seus estabelecimentos para visitar o
evento, falando com as mesmas e até através de pequenos panfletos realizados
previamente. Por fim, e como nos encontramos no século da tecnologia, as redes sociais
seriam também extremamente importantes para cativar o público. Aqui, destacam-se o
Facebook, o Instagram e o Twitter.

Os preços para a exposição e prova fixariam-se nos 10€, um valor bastante


acessível se tivermos em conta toda a experiência que este evento proporciona. Mediante
negociação prévia com escolas e outros estabelecimentos de ensino, o preço por pessoa
baixaria ligeiramente, não só por trazerem um grande grupo mas também como forma de
facilitar e promover a cultura local aos mais jovens.

2. Análise e evolução do mercado

2.1. Pesquisa de mercado

2.1.1. Definição da natureza do meio envolvente à organização

O projeto “Matosinhos, Culture and Heritage” é desenvolvido no espaço da


Câmara Municipal de Matosinhos pertencente à Galeria, na freguesia e concelho de
Matosinhos. O concelho de Matosinhos, onde se encontra grande parte do público-alvo,
possui uma área de 62,4 km2 e à volta de 175.000 habitantes, o que é um número bastante
considerável.

29
Quanto ao património presente no concelho, destaca-se a Igreja do Bom Jesus de
Matosinhos, o Senhor do Padrão, o Mosteiro de Leça do Balio, o Obelisco da Praia da
Memória, a Casa de Santiago e o Castro de Guifões.

Matosinhos é, no geral, um dos concelhos com maior número de visitantes a


museus, exposições e espetáculos ao vivo1. Naturalmente, isto traz ao projeto uma maior
chance de ser bem-sucedido no imediato. Desta forma, existem as condições reunidas
para que o evento corra bem e para que se consiga dinamizar o património etnográfico de
Matosinhos.

2.1.2. Levantamento das influências do meio ambiente (análise PESTEL)

Quanto ao panorama político no nosso país, primeiro ponto sobre o qual refletir
na análise PESTEL2, importa referir que, neste momento, se encontra no poder a
coligação de esquerda PS-PCP-BE. A situação económica portuguesa ainda não se
encontra estável, e o investimento na cultura ainda se encontra aquém do que deveria
existir, utilizando apenas 1% do PIB para a área cultural (noutros países da Europa, chega
a usar-se 3% do PIB só para esta área). No entanto, a situação tem vindo a melhorar nos
últimos anos, depois de um período difícil onde foi exigido muito esforço a Portugal
(pacote de ajuda do FMI). Agora, a taxa de desemprego tem vindo a baixar e os
portugueses encontram-se aparentemente com maior disponibilidade financeira para
visitar eventos culturais, segundo os dados da Pordata e tendo em consideração algumas
medidas mais recentes e estabelecidas pela coligação no poder (aumento dos ordenados
mínimos como exemplo principal).

A nível económico, o concelho de Matosinhos recebe algum turismo devido à sua


localização geográfica (praias), a eventos culturais (Feira Medieval de Leça do Balio, por
exemplo) e até devido à beleza da sua marginal, que proporciona uma paisagem muito
bela. Com um bom número populacional e sendo um dos principais concelhos do distrito

1
Ver https://www.pordata.pt.
2
Análise Política, Económica, Social, Tecnólogica.

30
do Porto, a economia matosinhense é bastante forte. Também importa referir que
Matosinhos é o 8º concelho com um poder de compra por capita mais alto do país.3

No que toca ao parâmetro social, mais de 175000 pessoas habitam no concelho de


Matosinhos, sendo que o centro de Matosinhos alberga uma boa parte desse número.
Tendo em conta este facto, e se tivermos em conta a localização do projeto (Câmara
Municipal), podemos concluir que este é um aspeto bastante positivo para o evento,
existindo um elevado número de possíveis interessados e que, simultaneamente, residem
perto da Galeria.

No último ponto, o tecnológico, Matosinhos é um concelho bastante desenvolvido


e, portanto, não deverá existir qualquer problema associado a este parâmetro. O concelho
é um dos mais importantes do Porto e da região Norte do país.

2.1.3. Identificação das influências competitivas-chave (Análise Estrutural -


Modelo de Michael Porter)

O Modelo de 5 Forças de Michael Porter é bastante útil na conceção das ideias


base de um projeto, na medida em que ajuda a precaver possíveis contratempos causados
pelos clientes, fornecedores ou até por uma possível concorrência (neste caso,
extremamente improvável).

Não existem outras instituições a apresentar o mesmo tipo de produto na zona.


Existem exposições (até elas são em pequeno número, em Matosinhos), mas não existe
uma exposição e uma prova de peixe no mesmo espaço. Concluindo a ideia, não existe
um produto cultural similar a ser oferecido no mercado local e, portanto, este projeto
destaca-se logo dos demais por essa característica que o torna único.

Como tal, os parceiros (restaurantes) podem encontrar neste projeto uma


oportunidade sem igual, que é a de mostrar o seu produto numa exposição que dinamiza
a cultura e o património matosinhense num local central da cidade e com ótimas
condições, ao mesmo tempo que cativam futuros clientes para visitarem os seus
estabelecimentos.

3
https://www.publico.pt/2017/11/10/economia/noticia/metade-do-poder-de-compra-nacional-
concentrado-em-23-municipios-1792088

31
O maior “perigo” para este projeto pode ser o surgimento de produtos semelhantes
por parte de outras instituições, com uma maior qualidade e com um preço mais acessível.
Dificilmente aconteceria uma situação dessas, tendo em conta a especificidade do produto
cultural a oferecer, mas convém estar sempre atento à relação preço-qualidade e ao
feedback dos clientes. Isto ajuda a prevenir o surgimento de uma empresa a competir pelo
mesmo nicho de mercado e, simultaneamente, ajuda a melhorar cada vez mais o produto
oferecido pelo projeto “Matosinhos, Culture and Heritage”.

2.1.4. Identificação da posição estratégica/competitiva da organização


cultural/do projeto

2.1.4.1. Análise dos concorrentes

Devido ao facto de este projeto ser único na área, não existe qualquer tipo de
competição ou sequer de organizações que possam tentar rivalizar com este projeto.
Mesmo se tivermos em conta possíveis organizações associadas apenas à área das
exposições (produto diferente do nosso), não encontramos competição: a Galeria
Municipal, local onde o evento se realizará, é o único local em Matosinhos a realizar
exposições regularmente.

2.1.4.2. Análise dos fornecedores

Quanto aos fornecedores, e como o evento se realiza no espaço da Câmara


Municipal de Matosinhos e com o seu investimento, grande parte dos recursos técnicos,
materiais e físicos seriam fornecidos pela mesma, tal como já o fazem numa outra
qualquer exposição “normal” realizada no espaço. Para a realização dos pratos, elemento
essencial para se marcar a diferença neste projeto cultural, recorrem-se aos restaurantes
(fornecedores) com quem se realizaram acordos prévios para a conceção da comida típica
matosinhense, que assim enaltecerá o património etnográfico e gastronómico desta
cidade.

32
2.1.4.3. Análise da segmentação dos mercados/consumidores (público-alvo)

Este é um ponto importantíssimo na conceção do projeto, na medida em que define


o público a “atingir” aquando da promoção do evento através de publicidade. O público-
alvo deve estar bem definido, pois é ele que vai formar o grande núcleo de visitantes do
evento durante toda a sua duração.

O Gestor deve tentar garantir que a cultura é um bem que pode chegar a todas as
classes sociais e, ao mesmo tempo, ter em conta vários critérios vulgarmente utilizados
na segmentação de mercado para se encontrar o público-alvo mais acertado e com maior
probabilidade de visitar o evento.

Existem vários critérios e tipos de segmentação possíveis para qualquer projeto


do tipo. Neste caso, considero que o mais acertado seria optar por uma segmentação
demográfica seguida de uma segmentação geográfica. Na demográfica, tem-se em conta
dois critérios:

• Rendimento mensal;

• Idade.

Para o 3º e último critério, utiliza-se a segmentação geográfica:

• Residência.

Também importa caracterizarem-se e fazerem-se as respetivas divisões dentro dos


3 critérios para assim, se avaliar qual o público mais indicado para ser o público-alvo
deste evento. Assim sendo:

RENDIMENTO DESCRIÇÃO
MENSAL
580-800€ Pessoas com rendimentos mensais entre os 580€ e os 800€.
800-1500€ Pessoas com rendimentos mensais entre os 800€ e os 1500€.
1500€+ Pessoas com rendimentos mensais acima dos 1500€.

33
IDADE DESCRIÇÃO
0-5 Crianças com pouca capacidade de compreender e usufruir da cultura.
6-10 Crianças na primária, onde o 1º contacto com a cultura é importante.
10-15 Crianças do 5º ao 9º ano, compreendem e devem-se interessar pela cultura.
16-19 Adolescentes com interesse e curiosidade em saber mais.
20-49 Adultos, interesse já natural (maturidade) pela cultura e seus serviços.
50-64 Adultos, interesse já natural (maturidade) pela cultura e seus serviços.
65+ Adultos, interesse já natural (maturidade) pela cultura e seus serviços.

RESIDÊNCIA DESCRIÇÃO
MATOSINHOS/ARREDORES Residentes em Matosinhos ou em concelhos
vizinhos.
FORA DE Residentes longe de Matosinhos.
MATOSINHOS/ARREDORES
ESTRANGEIROS Turistas a visitar Matosinhos.

Gráfico 8, 9, 10: Segmentação do mercado


Fonte: Arquivo do Autor

Assim sendo, o público-alvo para este projeto são as pessoas compreendidas entre
os 6 e os 65+ anos de idade, com rendimentos mentais acima dos 800€ e residentes em
Matosinhos ou perto (Grande Porto). Turistas a visitar o país e a cidade também
pertencem a este público-alvo.

2.1.5. Identificação das oportunidades e ameaças (Matriz SWOT)

A análise SWOT4 consiste em analisar a situação interna e externa do projeto e,


ao mesmo tempo, os aspetos que nos podem ser mais favoráveis ou desfavoráveis, tendo
em conta as várias conjeturas à volta do evento. Fazer uma lista para os 4 tópicos
principais da análise SWOT é extremamente importante, na medida em que ajuda não só

4
Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats (Pontos fortes, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças).

34
a ter uma visão mais realista do projeto, como também na prevenção de certas
dificuldades que se possam encontrar ao longo do caminho. Também permite ter uma
melhor consciência e conhecimento do mercado à nossa volta.

Assim sendo, os pontos principais a reter desta análise são:

Pontos Fortes:

• Ideia nova no mercado local/regional;

• Infraestruturas com ótima qualidade;

• Pouca/nenhuma competição de outras instituições;

• Equipa dedicada e com vontade de levar o projeto até bom porto.

Pontos Fracos:

• Orçamento limitado.

Oportunidades:

• Dinamização da cultura e do património etnográfico de Matosinhos;

• Promoção da proteção do património e enaltecimento para a importância


da sua passagem para as gerações futuras;

• Estabelecimento de parcerias que podem ser úteis em futuros projetos;

• Experiência profissional adquirida.

Ameaças:

• Ligeira instabilidade financeira em Portugal;

• Concorrência (extremamente improvável);

• Surgimento de produtos culturais similares no mercado local


(improvável).

35
2.2. Plano de Marketing

2.2.1. Os produtos/serviços

O produto a oferecer ao público consiste, principalmente, em dois principais


subprodutos: a exposição, seguido da prova de peixe.

A exposição existirá numa grande sala da Galeria Municipal, espaço adjacente ao


edifício da Câmara Municipal, e contará com peças escolhidas pelo Gestor do Património,
pelo curador e pela própria Câmara. Aqui, tanto o curador como o voluntário devem estar
presentes e tentar fornecer informações sobre a exposição, a história e a cultura
matosinhense. As peças encontrar-se-ão dispostas da maneira que o curador achar mais
indicado, tendo em conta o seu conhecimento e experiência na área da montagem e
desmontagem de exposições.

A prova de peixe realiza-se numa sala diferente da sala de exposições, mas


adjacente a esta. Aqui, os visitantes poderão provar vários pratos de peixe característicos
de Matosinhos, como os mais antigos e os mais confecionados/requisitados atualmente
na zona da Doca, a maior zona de restauração de Matosinhos. O peixe está intimamente
associado à cultura de Matosinhos e aqui, dá-se a devida importância a este elemento tão
relevante da história matosinhense, oferecendo ao público um momento de degustação e
relaxamento enquanto ouvem informações e histórias sobre os pratos.

2.2.2. O preço

O preço do evento do “Matosinhos, Culture and Heritage” está fixado nos 10€ por
pessoa, como foi referido anteriormente. No entanto, este preço poderá ser alterado caso
seja necessário adaptá-lo às necessidades do público-alvo ou às necessidades da
organização do evento.

Este preço poderá descer (ligeiramente) na existência de marcação prévia por


parte de um grupo com um considerável número de pessoa (desconto de quantidade), ou
de uma qualquer escola que pretenda levar os seus alunos até à Galeria Municipal.

36
2.2.3. A distribuição

O serviço cultural estará disponível para todos os interessados na Galeria


Municipal, dentro da Câmara Municipal de Matosinhos. A distribuição do produto
cultural é feita dentro do espaço na sua integridade.

2.2.4. A comunicação

A divulgação de todo o evento a realizar deve ser feito através de várias


ferramentas já referidas anteriormente: usando o site da Câmara Municipal, redes sociais
(Facebook, Twitter, Instagram), serviço de mailing e cartazes na zona da Câmara
Municipal de Matosinhos. Os restaurantes parceiros também devem incentivar o público
que os visita a passarem pela Galeria, a fim de visitarem o evento.

Para melhor saber como e que conteúdo apresentar no ato de informar o público,
o investigador deve realizar um pequeno inquérito a pessoas dentro dos critérios pré-
definidos para o público-alvo; assim, e depois de se analisarem as respostas de vários
inquéritos, o investigador saberá melhor o que se deve comunicar e como o fazer quando
chegar esse momento. Este inquérito também pode ser usado para se melhorar ou tentar
saber mais sobre algum aspeto relativo ao evento em si (exposição + prova).

Figura 3: Redes sociais, ferramenta de divulgação de eventos


Fonte: http://iconion.com/posts/images/social-icons.jpg

37
III – Estudo Económico-Financeiro do Projeto

Classe Conta Subconta Especificação Custo


433 Equipamento Sofás 600€
básico Focos de 0€
iluminação
Plintos 900€
Vitrines 750€
Mesas 80€
Classe 4 - Copos 35€
Investimentos Cadeiras 700€
43 Ativos Fixos Máquina fotográfica 210€
Tangíveis
Pratos 105€
Garfos 15€
435 Papel 300€
Equipamento Canetas 0
administrativo Impressora 0
Telefone/Telemóvel 0
Computador 0
Total de
Gastos em --------------------- ------------------------ 3695€
Investimentos
62 6222 Publicidade Cartazes 200€
Fornecimentos e Propaganda
e serviços
externos
Flyers 300€
624 Energia e Água 300€
Fluídos Eletricidade 480€
Serviços Diversos Comunicação 150€
(telefone e internet)

38
Gestor do 4800€
Património
Investigador 4500€

Técnico 4500€
Classe 6 –
Curador 0€
Gastos
6224 Honorários Voluntário 0€

Auxiliares de 0€
Limpeza
Vigilantes 0€

Total de F.S.E
--------------------- ------------------------ 15240€
--

Total de Gastos e Perdas 18935€

72 – Prestação Serviço A Exposição + Prova 15000€


de Serviços
Total Prestação 15000€
de Serviços --------------------- ------------------------
--
Classe 7 - 75 - Subsídios 751 - Subsídio de Orçamento total 10000€
Rendimentos À Exploração entidades disponibilizado pela
Públicas Câmara Municipal
de Matosinhos
25000€
Total de Proveitos e Ganhos

Gráfico 11: Estudo Económico-Financeiro


Fonte: Arquivo do Autor

39
1. Plano de Exploração Previsional

1.1 Prestações de Serviços

O projeto “Matosinhos, Culture and Heritage” e o seu evento têm como grande
base o que já foi referido anteriormente por várias vezes: uma exposição e uma prova de
peixe, duas experiências diferentes, mas dentro do mesmo plano. O bilhete para a visita
deste evento terá o custo de 10€, e prevê-se um total de proveitos e ganhos à volta dos
15000€ durante os 3 meses em que o projeto estará aberto ao público.

1.2. Fornecimentos e Serviços Externos

Quanto aos fornecimentos e serviços externos, a organização terá uma despesa


associada à necessidade de promover o evento através de panfletos e flyers.

Para este projeto, estima-se uma despesa na ordem dos 200€ em cartazes, a serem
afixados nos espaços que a Câmara possui para tal, e ainda um pequeno investimento na
ordem dos 300€ para os panfletos que serão colocados nos restaurantes parceiros, em
estabelecimentos por toda a cidade e até distribuídos diretamente às pessoas, com a ajuda
do voluntário.

Para além das despesas mencionadas acima, ainda existem as despesas


obrigatórias para a elaboração de um projeto deste tipo (água, luz, comunicações, etc.).
Todos os cálculos associados a essas despesas foram realizados com base nos preços
atualmente praticados na zona de Matosinhos, tendo por base uma estimativa dos recursos
que seriam necessários durante os 6 meses de duração do projeto (e não apenas o evento).

1.3. Gastos com o Pessoal

O projeto “Matosinhos, Culture and Heritage” obriga à contratação de um Gestor


do Património durante todo o período do projeto (das primeiras ideias até à conclusão),

40
requerendo um ordenado base para os 6 meses. Também serão necessários um Técnico e
um Investigador, para se reunirem as informações e condições necessárias para saber mais
sobre o possível desenvolvimento do projeto e, posteriormente, para o acompanharem e
colaborarem com o Gestor nas suas diversas fases.

A curadoria, a limpeza e a vigilância serão o pessoal fornecido pela Câmara


Municipal de Matosinhos, visto que já têm contratos estabelecidos com essas pessoas (no
caso da curadoria, para os eventos da própria Galeria). O voluntário escolhido não terá
qualquer tipo de custo (estágio curricular ou apenas experiência profissional).

Os gastos com o pessoal, e embora se encontrem neste subcapítulo, pertencem aos


F.S.E. devido ao que já foi referido anteriormente (serviço externo realizado para a
Câmara Municipal de Matosinhos e com pagamentos através de recibos verdes).

1.4. Plano de Investimento

O investimento inicial vai depender sempre da Câmara Municipal de Matosinhos,


a instituição por detrás do projeto. Vários recursos já elencados acima, tanto materiais
como técnicos e até humanos, serão disponibilizados por esta mesma, com os objetivos
claros de dar a conhecer o património etnográfico aos matosinhenses e aos turistas.

As principais despesas estarão a cargo da Câmara Municipal e grande parte delas


são já despesas que já existem, mas que serão redirecionadas para o projeto (luz, água,
etc.). Grande parte do material, senão todo, deverá encontrar-se já disponível na Galeria
Municipal ou até na Câmara, sendo que é apenas uma questão de pedir para que esse
material seja disponibilizado, a fim de existirem todos os bens materiais necessários para
o “Matosinhos, Culture and Heritage”.

1.5. Plano Financeiro e de Financiamento

O investimento inicial necessário para a elaboração do “Matosinhos, Culture and


Heritage não é um investimento muito grande, encontrando-se nos 10000€ (ver
Orçamento de Tesouraria, em anexo) e disponibilizados, obviamente, pela Câmara

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Municipal de Matosinhos. As receitas previstas com a elaboração deste projeto,
dependente na sua totalidade através do dinheiro que entra em caixa com a venda de
bilhetes para o evento, trazem uma boa margem de lucro para o projeto e uma alta
probabilidade de sucesso (tendo em conta todos os fatores anteriormente referidos e os
estudos realizados durante a preparação do projeto).

1.6. Análise da Viabilidade Económica-Financeira do Projeto

A Câmara Municipal de Matosinhos surge, neste projeto, como o grande


impulsionador do mesmo. Grande parte dos materiais e do financiamento seriam
disponibilizados pela mesma, numa tentativa de melhorar (e bem precisa) a dinamização
cultural do concelho de Matosinhos. No entanto, este projeto consegue mostrar que não
é obrigatório perder-se dinheiro na elaboração de eventos culturais deste género,
apresentando-se o mesmo com boas margens de lucro, com uma ideia inovadora e,
consequentemente, com um futuro risonho.

Através do estudo realizado no capítulo III (Estudo Económico-Financeiro do


Projeto), a estimativa para o lucro a obter durante todo o evento fixa-se em 6700€, um
valor bastante atrativo para a organização e para a Câmara Municipal de Matosinhos.
Este valor pode ainda ser investido durante o evento para se melhorar qualquer aspeto
que careça de uma correção (tais decisões serão pensadas nas fases de avaliação do
evento), permitindo uma maior qualidade e até uma maior entrada de dinheiro para o
projeto.

Assim sendo, e novamente tendo em conta todos os tópicos abordados


anteriormente, pode-se concluir que o “Matosinhos, Culture and Heritage” possui as
bases necessárias para ser um projeto viável, tanto a nível económico como financeiro.

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Conclusão

Com a conclusão deste trabalho, posso agora afirmar que a elaboração desta
espécie de pré-plano para o projeto de Gestão do Património em Património Etnográfico
que irei elaborar, o “Matosinhos, Culture and Heritage”, foi bastante interessante e
produtiva. Para além de estar a rever matéria aprendida nos últimos três anos (durante as
UC’s de Gestão Cultural), é também muito agradável poder aplicá-la num trabalho que,
para todos os efeitos, pode mesmo existir na prática.

Desta forma, consigo agora perceber o que um gestor deve planear e pensar
diariamente na conceção dos seus projetos para que tudo corra conforme estabelecido
previamente, utilizando técnicas de gestão e teorias científicas para cumprir com as
tarefas que tem a seu cargo e sendo o “cérebro” de praticamente todas as fases e operações
dentro de um evento deste género.

Este projeto contribui, e bastante, para a Gestão do Património. Todo ele é pensado
com alguns objetivos predelineados que vão de encontro aos melhores interesses que um
Gestor do Património deve ter, se quiser ser bem sucedido e cumprir com a sua tarefa da
melhor maneira possível: dar a conhecer o património (neste caso, património
etnográfico), dinamizá-lo, enriquecer culturalmente todos aqueles que se cruzem com o
mesmo e apelar à sua proteção, para que todos nós possamos usufruir dele no futuro.

Todos os projetos possuem algumas limitações que devem ser ultrapassadas para
que tudo corra conforme planeado. Neste caso, uma das maiores limitações do projeto
será, como na grande parte dos eventos culturais deste género, conseguir cativar um bom
número de pessoas para o visitarem. No entanto, e para se ultrapassar o entrave, isto
obriga a um maior empenho no que toca à área do Marketing Cultural e uma maior
criatividade no que toca aos conteúdos presentes no projeto. Neste último ponto, o projeto
já pauta pela diferença sobre os restantes, por proporcionar uma exposição e uma prova
de peixe na mesma experiência.

Acredito que este projeto tenha as bases suficientes e as ideias gerais para ter
sucesso. Penso que seria uma ótima iniciativa e uma lufada de ar fresco para Matosinhos
que, a meu ver, é ainda bastante limitada (comparando com o Porto ou até Vila do Conde,
concelhos vizinhos) no que toca aos interesses e iniciativas culturais que enalteçam a
história e os costumes associados à cidade e ao seu povo.
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Referências Bibliográficas

• Isidoro, A., Caetano, J., Saldanha, M. (2013). Manual de Organização e Gestão


de Eventos. Lisboa: Edições Sílabo.
• Ardions, I., Romero, Z., Sequeira, A. (2006). Organização e Técnicas
Empresariais. Porto: Edições Politema.

Webgrafia

• http://portal.amp.pt/pt/4/municipios/matosinhos/#FOCO_4
Recuperado a 27 de novembro de 2018.
• https://www.publico.pt/2017/11/10/economia/noticia/metade-do-poder-de-
compra-nacional-concentrado-em-23-municipios-1792088
Recuperado a 27 de novembro de 2018.

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