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Manual de Curso de licenciatura em Ensino de Geografia – 3o ano

Geografia dos
Transportes,

Comunicações e Turismo
GO212
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino a Distância
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no

seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
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Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
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Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e os autores do presente
manual, Luís Deixa Joaquim, gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e

instituições na elaboração deste manual:

Maquetização e Revisão Final Sidónia Albino


Revisão: Msc Luis Deixa Joaquim

Licenciado em Geografia pela Universidade Eduardo Mondlane - Maputo

Mestre em Ciências e Sistemas de Informação Geográfica

Colaborador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED


Coordenação e Revisão Final: dra. Sidónia Albino

Licenciada em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira

Mestrando em Geografia e Gestão Ambiental

Coordenadora do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED


Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 i

Índice
Visão geral 5
Bem vindo a Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo G0151.....................5
Objectivos do curso...........................................................................................................5
Quem deveria estudar este módulo....................................................................................6
Como está estruturado este módulo...................................................................................7
Ícones de actividade...........................................................................................................8
Habilidades de estudo........................................................................................................8
Precisa de apoio?...............................................................................................................9
Tarefas (avaliação e auto-avaliação).................................................................................9
Avaliação.........................................................................................................................10

Unidade I 11
Introdução ao estudo dos transportes...............................................................................11
Introdução..............................................................................................................11
Sumário............................................................................................................................12
Exercícios........................................................................................................................13

Unidade II 15
Objecto e tarefas da Geografia dos Transportes..............................................................15
Introdução..............................................................................................................15
Sumário............................................................................................................................17
Exercícios........................................................................................................................17

Unidade III 18
Transportes e Comunicações...........................................................................................18
Introdução..............................................................................................................18
Sumário............................................................................................................................19
Exercícios........................................................................................................................20

Unidade IV 21
Influências das condições naturais sobre os transportes..................................................21
Introdução..............................................................................................................21
Sumário............................................................................................................................22
Exercícios........................................................................................................................23

Unidade V 24
Evolução dos transportes.................................................................................................24
Introdução..............................................................................................................24
ii Índice

Sumário............................................................................................................................30
Exercícios........................................................................................................................31

Unidade VI 32
Evolução das comunicações............................................................................................32
Introdução..............................................................................................................32
Sumário............................................................................................................................39
Exercícios........................................................................................................................40

Unidade VII 41
Evolução do homem em relação aos meios de transporte e comunicações a partir do
século XVIII (1824).........................................................................................................41
Introdução..............................................................................................................41
Sumário............................................................................................................................47
Exercícios........................................................................................................................48

Unidade VIII 49
Tipos de transportes.........................................................................................................49
Introdução..............................................................................................................49
Sumário............................................................................................................................53
Exercícios........................................................................................................................53

Unidade IX 54
Vias de comunicação.......................................................................................................54
Introdução..............................................................................................................54
Sumário............................................................................................................................55
Exercícios........................................................................................................................56

Unidade X 57
Vantagens e desvantagens dos principais tipos de transporte.........................................57
Introdução..............................................................................................................57
Sumário............................................................................................................................61
Exercícios........................................................................................................................62

Unidade XI 63
Vantagens e desvantagens das principais vias de comunicação......................................63
Introdução..............................................................................................................63
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 iii

Sumário............................................................................................................................65
Exercícios........................................................................................................................65

Unidade XII 66
Contribuição dos meios de transporte e comunicações no desenvolvimento
socioeconómico...............................................................................................................66
Introdução..............................................................................................................66
Sumário............................................................................................................................67
Exercícios........................................................................................................................68

Unidade XIII 69
Corredores de desenvolvimento no mundo.....................................................................69
Introdução..............................................................................................................69
Sumário............................................................................................................................70
Exercícios........................................................................................................................70

Unidade XIV 71
Corredores de desenvolvimento em Moçambique..........................................................71
Introdução..............................................................................................................71
Sumário............................................................................................................................74
Exercícios........................................................................................................................74

Unidade XV 75
Relação de transportes e comunicações com o meio ambiente.......................................75
Introdução..............................................................................................................75
Sumário............................................................................................................................78
Exercícios........................................................................................................................79

Unidade XVI 80
Comércio.........................................................................................................................80
Introdução..............................................................................................................80
Sumário............................................................................................................................82
Exercícios........................................................................................................................83

Unidade XVII 84
Acordo geral das tarifas...................................................................................................84
Introdução..............................................................................................................84
Sumário............................................................................................................................86
Exercícios........................................................................................................................87

Unidade XVIII 88
Introdução ao estudo do turismo.....................................................................................88
Introdução..............................................................................................................88
iv Índice

Sumário..........................................................................................................................101
Exercícios......................................................................................................................102

Unidade XIX 103


Tipos de turismo e sua classificação..............................................................................103
Introdução............................................................................................................103
Sumário..........................................................................................................................112
Exercícios......................................................................................................................112

Unidade XX 113
Movimentos turísticos...................................................................................................113
Introdução............................................................................................................113
Sumário..........................................................................................................................114
Exercícios......................................................................................................................114

Unidade XXI 115


Turismo e seus agentes económicos..............................................................................115
Introdução............................................................................................................115
Sumário..........................................................................................................................119
Exercícios......................................................................................................................119

Unidade XXII 120


Estudo da diversidade turística......................................................................................120
Introdução............................................................................................................120
Sumário..........................................................................................................................124
Exercícios......................................................................................................................124

Unidade XXIII 125


Turismo em Moçambique..............................................................................................125
Introdução............................................................................................................125
Sumário..........................................................................................................................128
Exercícios......................................................................................................................129

Unidade XIV 130


Turismo e meio ambiente no mundo.............................................................................130
Introdução............................................................................................................130
Sumário..........................................................................................................................134
Exercícios......................................................................................................................135
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 5

Visão geral

Bem vindo a Geografia dos


Transportes, Comunicações e
Turismo G0151
Neste módulo vão ser tratados vários conteúdos relacionados com a
geografia dos transportes, comunicações e turismo. Na primeira
fase será tratada a geografia dos transportes e comunicações, onde
estarão patentes os seguintes subtemas: a origem e evolução dos
transportes e comunicações; os principais tipos de transporte, suas
vantagens e desvantagens; as principais vias de comunicação, suas
vantagens e desvantagens; influência das condições naturais sobre
os transportes; a contribuição dos meios de transporte e
comunicação no desenvolvimento socioeconómico; relação de
transporte e comunicação com o meio ambiente; os corredores de
desenvolvimento de Moçambique e do mundo em geral; comércio
e acordo geral das tarifas.

Já na segunda parte do manual, serão abordados conteúdos


relacionados com a geografia do turismo, nomeadamente: evolução
histórica desta actividade; os tipos de turismo e sua classificação;
os movimentos turísticos; o turismo e os agentes económicos; a
diversidade e o mercado turístico; o turismo em Moçambique e por
fim o turismo e o meio ambiente no mundo.

Objectivos do curso
Quando terminar o estudo de Geografia dos Transporte,
Comunicações e Turismo G0151 será capaz de:
6 Unidade XVIII

 Explicar os processos de evolução dos transportes,


comunicações e turismo;

 Mencionar os impactos ambientais e socioculturais


Objectivos causados pelo desenvolvimento do turismo;

 Mencionar as vantagens e desvantagens dos principais tipos


de transporte e comunicações;

 Explicar a importância dos transportes, comunicações e


turismo no desenvolvimento sócio económico e cultural dos
povos.

Quem deveria estudar este módulo


Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que
queiram ser professores da disciplina de Geografia, que estão a
frequentar o curso de Licenciatura em Ensino de Geografia, do
Centro de Ensino a Distância na UCM. Estendese a todos que
queiram consolidar os seus conhecimentos sobre a Geografia dos
Transportes, Comunicações e Turismo.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 7

Como está estruturado este módulo


Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados
da seguinte maneira:

Páginas introdutórias

 Um índice completo.

 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os


aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo

O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma


introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.

Outros recursos

Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista


de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada


unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do módulo.
8 Unidade XVIII

Comentários e sugestões

Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários


sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Habilidades de estudo
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é
importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos:

Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente


de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem
interrupção?

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria
do que saber pouco sobre muitas partes.

Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque,
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a
ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda
a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo
e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma


necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 9

escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode


também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
desconhece;

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma duvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacteo pessoalmente.

Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o


estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.

Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de


problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.

Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de


expediente.

As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem


a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras.

O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque


apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu
próprio saber e desenvolva suas competências.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)


O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do
período presencial.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não


cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
10 Unidade XVIII

Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser


dirigidos ao tutor\docentes.

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os


mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.

O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)


palavras de um autor, sem o citar é considerado plagio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com
base no chamado regulamento de avaliação.

Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,


concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.

Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões


presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar 2 (dois) trabalhos, 1 (um) teste e


1 (exame).

Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados como


ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade,
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das
referencias utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 11

Unidade I

Introdução ao estudo dos


transportes

Introdução
Nesta unidade far-se-à uma pequena introdução à Geografia dos
Transportes.

Serão focalizados os aspectos como: a origem de transporte e


alguns conceitos/definições de transporte, com base nos diferentes
autores consultados para a elaboração deste manual.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Explicar a origem/significado da palavra “transporte”;

 Definir o conceito "transporte";

Objectivos  Mencionar alguns meios de transporte .

O que é transporte ?

De aordo com Silva et al, a palavra transporte tem origem no


latim e significa mudança de lugar.

Assim, transportar é conduzir, levar pessoas ou cargas de um lugar


para outro.
12 Unidade XVIII

Para Monterey, Transporte é meio de translação de pessoas ou bens


a partir de um lugar para outro. O tal meio pode ser bicicleta, carro,
barco e avião.

O transporte comercial moderno está ao serviço de interesses


públicos e inclui:

Todos os meios e infra-estruturas implicados nos movimentos das


pessoas ou bens; serviços de recepção, entrega e manipulação de
tais bens.

Transporte comercial de pessoas está ao serviço de passageiros.

Transporte comercial de bens está ao serviço de mercadorias.

Sumário
A palavra transporte tem origem no latim e significa mudança de
lugar.

Assim, transportar é conduzir, levar pessoas ou cargas de um lugar


para outro.

Os meios utilizados para levar pessoas ou cargas de um lugar para


o outro podem ser: biscicleta, carro, barco, avião, etc.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 13

Exercícios
1. De que origem é a palavra “transporte”, e qual seu o significado.

2. Dê exemplo de alguns meios de transporte.

3. Haverá alguma diferença entre transporte e meio de transporte?


Justifique a sua resposta.

4. Diferencie o transporte comercial de pessoas do transporte


comercial de bens.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 15

Unidade II

Objecto e tarefas da Geografia dos


Transportes

Introdução
Esta unidade irá tratar sobre o objecto da geografia dos transportes.
Serão igualmente mencionadas as principais tarefas da geografia
dos transportes. No que concerne o objecto da geografia dos
transportes, será focalizado o campo que esta (geografia dos
transporte) encontra se inserida dentro das ciências geográficas.
Indo para as tarefas da geografia dos transportes, importará referir a
importância do funcionamento da rede de transporte.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar o objecto de estudo da geografia dos transportes

 Identificar as tarefas da geografia dos transportes


Objectivos

 Explicar o impacto das tarefas da geografia dos transportes


no desenvolvimento económico de um dado local ou país.

A Geografia do transporte é o campo da geografia humana que


investiga as interações entre espaços, sejam elas feitas por pessoas,
carga ou informação. Pode considerar os humanos e seu uso de
veículos ou outros meios de transporte, e também como os
mercados são servidos pelos fluxos de bens produzidos e matérias-
primas. É um ramo da Geografia econômica (Wikipédia1).

O meio de transporte ideal seria instantâneo, gratuito, de


capacidade ilimitada e sempre disponível. Tornaria o espaço
16 Unidade XVIII

obsoleto. Isso obviamente não é o caso. O espaço é restringido


pelas construções de redes de transporte. O transporte é uma
actividade econômica diferente das outras. Troca o espaço pelo
tempo e assim por dinheiro.(Idem)

A Geografia e transportes se interseccionam em termos do


movimento de pessoas, bens e informações. Ao longo do tempo, a
acessibilidade cresceu e isso levou a grande aumento na mobilidade
da população. Essa tendência vem desde a revolução industrial,
apesar de ter sido significativamente acelerada na segunda metade
do século XX por várias razões. Hoje, as sociedades dependem dos
sistemas de transporte para uma grande variedade de actividades.
Essas actividades incluem o transporte de pessoas para o local de
suas actividades, suprimento das necessidades energéticas,
distribuição de bens e aquisição de necessidades pessoais. O
desenvolvimento de uma rede de transporte suficiente tem sido um
desafio contínuo para obter crescimento no desenvolvimento
econômico, na mobilidade dos bens e principalmente para
participar da economia globalizada.

A geografia dos transportes mede o resultado da actividade humana


entre e através dos lugares. Foca-se em itens como tempo de
viagem, rotas utilizadas, meios de transporte, utilização de recursos
e sustentabilidade dos tipos de transporte no meio ambiente. Outros
ramos consideram a topografia, segurança do uso dos veículos e
uso de energia em uma jornada individual ou em grupo.

O propósito do transporte é vencer a barreira do espaço, que é


moldada pelo homem e pelas restrições físicas como a distância,
fronteiras políticas, tempo e topografias. O propósito específico do
transporte é suprir uma demanda por mobilidade, já que apenas
pode existir se mover algo de lugar, seja este algo pessoas ou
objectos. Qualquer tipo de movimento precisa considerar as
configurações geográficas, e então a escolha de uma forma
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 17

disponível de transporte baseada no custo, disponibilidade e espaço


(Idem)

Sumário
A geografia dos transportes é o campo da geografia humana que
investiga as interações entre espaços, sejam elas feitas por pessoas,
carga ou informação.

Hoje, as sociedades dependem dos sistemas de transporte para uma


grande variedade de actividades. Essas actividades incluem o
transporte de pessoas para o local de suas actividades, suprimento
das necessidades energéticas, distribuição de bens e aquisição de
necessidades pessoais. O desenvolvimento de uma rede de
transporte suficiente tem sido um desafio contínuo para obter
crescimento no desenvolvimento econômico, na mobilidade dos
bens e principalmente para participar da economia globalizada.

Exercícios

1. Qual é o objecto da geografia dos transportes.

2. Explica o impacto das tarefas da geografia dos transportes


no desenvolvimento económico de um dado local ou país.

3. Quais são as principais tarefas da Geografia dos transportes

4. Defina rede de transporte


18 Unidade XVIII
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 19

Unidade III

Transportes e Comunicações

Introdução
Nesta unidade referente aos transportes e comunicações, estarão
patentes as noções dos conceitos “meios de transporte” e “vias de
comunicação”.

Serão igualmente mencionados alguns meios de transporte como


também algumas vias de comunicação.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir o conceito “meio de transporte”

 Definir o conceito “vias de comunicação”


Objectivos

 Mencionar os vários meios de transporte

 Mencionar as várias vias de comunicação

 Diferenciar os meios de transporte das vias de comunicação

Meios de transporte são recursos diversos e diferentes usados para


transportar, levar, fazer deslocar mercadorias, bens, produtos e
pessoas de um lugar para o outro. A seguir são exemplos de alguns
meios de transporte:

Meios de transporte terrestres: Trem/Comboio, Carro,


Ônibus/Autocarro/Microônibus, Caminhão/Camião,
Bonde/Eléctrico, Metrô/Metropolitano/trem,
20 Unidade XVIII

Motocicleta/Motorizada, Bicicleta, gasedutos, oleodutos


(Wikipédia).

Meios de transporte aquático: Submarino, barco ou navio,


hovercraft, Jetski, canoa, lancha, góndola, transatlântico.

Meios de transporte aéreos: avião, helicóptero, balão, dirigível,


avioneta, jacto.

Vias de comunicações

São os meios ou recursos, usados de roteiros no processo de


transporte. Ex:

Estrada, via de comunicação oficial para a passagem de veículos,


pessoas ou animais.

Linhas férreas, via de comunicação por onde circula o comboio

Mares, oceanos rios e lagos, constituem pricipais vias de


comunicação no mundo, por onde circulam transportes aquáticos,
responsáveis pelo transporte de 80 % de todo o comércio mundial
(Idem)

Sumário
Meios de transporte são recursos diversos e diferentes usados para
transportar, levar, fazer deslocar mercadorias, bens, produtos e
pessoas de um lugar para o outro. Ao passo que as vias de
comunicação são os meios ou recursos, usados de roteiros no
processo de transporte.

A via aquática (mares, oceanos, rios, lagos) é responsável pelo


transporte de 80 % de todo o comércio mundial.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 21

Exercícios

1. Diferencie os meios de transporte das vias de comunicação

2. Qual é a relação existente entre os meios de transporte e as


vias de comunicação

3. Qual é o meio de transporte mais usado para a


movimentação de grande parte de mercadorias que circulam no
mundo

4. Qual é o meio de transporte usado para a movimentação do


gás natural.
22 Unidade XVIII

Unidade IV

Influências das condições naturais


sobre os transportes

Introdução
Esta unidade traz uma abordagem sobre as influências das
condições naturais nos transportes.

Serão focalizadas as influências de certas condições naturais por


cada tipo de transporte.

Por exemplo, os fenómenos atmosféricos (chuvas, os ventos),


podem influenciar na circulação de certos tipos de transporte.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mencionar as condições naturais que influenciam nos


transportes terrestre, aquático e aéreo;

Objectivos  Explicar como as condições naturais influenciam em cada


tipo de transporte;

 Identificar os meios de transporte mais sensíveis a


influência das condições naturais.

De acordo com Juliano (2011), muitas limitações condicionavam


os primeiros sistemas de transportes. Além das dificuldades
naturais, com os caminhos intransitáveis em determinados períodos
do ano, a navegação fluvial ou marítima tinha de escolher as
melhores épocas para os seus carregamentos. Por exemplo os
barcos à vela eram influenciados pela direcção dos ventos.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 23

Alguns países, pela sua posição geográfica ou condições naturais,


tornaram-se progressivamente elos de ligação de rotas
internacionais de transportes e redes de comercialização. Como por
exemplo o transporte marítimo favorece aos países costeiros,
prejudicando o interland dada a sua natureza de circulação somente
em meio aquático. Neste caso os países costeiros ligam o interland
com o exterior (outros continentes).

A má condição do tempo impede os pousos e decolagens no


aeroporto, inviabilizando a circulação condigna dos transportes
aéreos.

Sumário
Os sistemas tradicionais dos transportes, ainda em uso nalguns
países em desenvolvimento, sofrem influências das condições
naturais.
Os transportes terrestres, sobretudo as rodovias, em períodos
chuvosos, as vias tornam – se intransitáveis. Enquanto que os
transportes aquáticos (barcos à vela), seguem direcção dos ventos,
e os transportes aéreos são influenciados pelas condições de mau
tempo.
24 Unidade XVIII

Exercícios

1. Quais são as principais condições naturais que influenciam


na circulação dos seguintes tipos de transporte e de que
maneira influenciam:

a) Transportes aquáticos

b) Transportes terrestres (considera apenas os rodoviários)

c) Transportes aéreos

2. Mencione os meios de transporte mais sensíveis a influência


das condições naturais
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 25

Unidade V

Evolução dos transportes

Introdução
O estudo e aprofundamento desta unidade vão ajudar os estudantes
a melhor entender as principais etapas da evolução dos transportes
e as grandes invenções

E que à medida que homem recorria a meios mais rudimentares de


transporte, ia aperfeiçoando os seus talentos para a descoberta dos
meios mais complexos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Descrever o processo da evolução dos transportes;

 Identificar os tipos de transporte mais marcantes em cada


fase da evolução.
Objectivos

Durante muitos milhares de anos o homem não conheceu outro


meio de transporte e locomoção além das próprias pernas. Levando
uma vida nómada, deslocava-se de um lugar para outro em busca
de alimentos, conduzindo sobre os ombros as suas pertenças. Eram
criaturas rudes que não conheciam meios de transportes e
comunicação. Quando a caça e a pesca não eram suficientes numa
região, eles iam para outra.
26 Unidade XVIII

Depois observando que a madeira na água flutuava, cortavam


troncos de árvores e desciam rio abaixo pela correnteza

Bem mais tarde, uniram diversos troncos bem amarrados e


colocaram uma vela de pano ou de pele de animal que ao receber o
vento, fazia deslocar a pequena jangada ao destino desejado.

Depois o homem conheceu os animais, tais como o cavalo que lhe


serviu de montaria
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 27

O elefante que quando domesticado, presta grandes serviços para o


homem. Ele move e transporta pesados troncos de árvores. Os
elefantes da Índia, são treinados para caçadas ao tigre. Levando em
seu dorso uma enorme caixa onde tomam lugares os caçadores.
Trabalham horas, transportando materiais de construção, troncos e
pesadas pedras.

O camelo, também chamado de "o navio do deserto" por sua


capacidade de suportar enormes caminhadas sem parar para beber.
Os caravaneiros do deserto servem-se deles para percorrer enormes
distâncias, parando somente no oásis onde descansam os animais. É
a condução mais apropriada para esses lugares.

São regiões escaldantes com um sol abrasador a 40 graus a sombra.


Esses animais servem bondosamente ao homem.
28 Unidade XVIII

Outro tipo de condução é o das regiões árcticas.

Na Rússia, é uma espécie de trenó com deslizadores para a neve


puxado por cavalos também um pequeno trenó, puxado por
cachorros que percorrem grandes distâncias, levando o seu dono e
pertenças.

Os cães são ainda o mais eficiente meio de transporte dos


esquimós. O trenó mede de 3 a 10 metros de comprimento.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 29

Outro meio de transporte dos esquimós é o barquinho caíque

Os Vikings eram povos da antiguidade, que viajavam em seus


pequenos barcos através dos oceanos, a muitos anos passados.

Algumas famílias chinesas vivem em seus barcos, chamados


juncos.
30 Unidade XVIII

Em Veneza, cidade da Itália, as gôndolas são usadas como táxis.


Veneza possui canais com água em vez de ruas

As naus dos antigos descobridores sangravam os mares em busca


de novas terras. Foi assim que Cristóvão Colombo, com 3 pequenos
navios, Pinta, Nina e Santa Maria, chegou a América.

3.1. Invenção da roda

Segundo algumas hipóteses, a roda foi inventada na Ásia, há 6000


anos, na Mesopotâmia talvez. Foi uma invenção de importância
extraordinária, não só porque promoveu uma revolução no campo
dos transportes e da comunicação, mas também porque a roda, com
diferentes modificações, passou a fazer parte de numerosos
mecanismos e contribuiu para um incrível impulso ao progresso
humano. Como nasceu a ideia de se construir a roda? Talvez dos
troncos que muitos povos, inclusive assírios e egípcios, colocavam
sob grandes massas de pedra, a fim de que estas corressem melhor
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 31

pelo terreno, quando queriam transportá-las.


Os veículos com rodas, puxados nos primeiros tempos por bois,
depois por asnos e finalmente por cavalos, pouparam muito
trabalho e muito cansaço ao homem.

O carro de bois é um veículo do campo e da fazenda. Tem 2 ou 4


rodas grandes de madeira e é puxado por parelhas de bois. Típico
nos sertões mineiro e baiano. Onde fazendeiros utilizam-nos com
frequência. Foi muito usado nos tempos coloniais.

A bicicleta, muito comum hoje, quase todo mundo sabe pedalar

Sumário
A evolução dos transportes está intimamente ligada a evolução do
próprio homem. Durante muitos milhares de anos o homem não
conheceu outro meio de transporte e locomoção além das próprias
32 Unidade XVIII

pernas. Com o tempo quando foram observando que a madeira na


água flutuava, cortavam troncos de árvores e desciam rio abaixo
pela correnteza.

Bem mais tarde, uniram diversos troncos bem amarrados e


colocaram uma vela de pano ou de pele de animal que ao receber o
vento, fazia deslocar a pequena jangada ao destino desejado.

Depois o homem conheceu os animais, tais como o cavalo que lhe


serviu de montaria.

Com a descoberta da roda surgem carros de bois e biscicleta.

Exercícios

1. Descreva o processo da evolução dos transportes;

2. Qual foi o primeiro meio de transporte utilizado pelos


primitivos;

3. A descoberta da roda trouxe fortes inovações nos


transportes. Enumere – as.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 33

Unidade VI

Evolução das comunicações

Introdução
Nesta unidade serão focalizados aspectos como, a evolução das
comunicações, desde a era dos sinais e símbolos até a era da
informação. Em cada fase de evolução, serão discutidas as grandes
invenções e melhorias verificadas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Descrever o processo da evolução das comunicações.


 Explicar as características de cada fase da evolução das
comunicações.
Objectivos

A comunicação é um marco histórico que revolucionou o mundo,


desde os primatas, até aos dias actuais. A tecnologia avançou
a passos largos, e a comunicação teve o seu contributo na
medida em que o tempo passava, e ela estava sempre presente. A
comunicação foi e continua a ser o elo mais importante da evolução
humana, fez o grande diferencial entre o ontem e o hoje.
Será a mola propulsora entre o hoje e o amanhã, e será uma
grande força contributiva de um futuro bem próximo. As origens da
comunicação de massa são a extensão do homem para com o meio
em que vive, e isso já vem muito antes dos nossos
ancestrais andarem erectos, como o que irá se abordar a
seguir:

A história da existência humana pode se explicar


a t r a v é s d a s e t a p a s d o desenvolvimento da comunicação,
sendo assim essa evolução pode ser dividida em eras:
34 Unidade XVIII

Era dos Símbolos e Sinais

Começa c e r c a d e 9 0 m i l a n o s a t r á s . O s hominídeos n ã o
f a l a v a m . N e s t a e r a u t i l i z a v a m gestos, sons e outros sinais
padronizados, os quais eram passados às novas gerações para que
se pudesse viver socialmente. Devido às dificuldades de
codificação, descodificação e memorização, conclui-se
que não era possível, nesta era, a formação de uma cultura
relativamente complexa. A comunicação era realizada por
meio de ruídos e movimentos corpóreos que constituíam
símbolos e sinais mutuamente entendidos, claro que utilizavam um
número l i m i t a d o de sons que eram fisicamente
c a p a z e s d e p r o d u z i r , t a i s c o m o r o s n a d o s , roncos e
guinchos (não falavam pois eram fisicamente incapazes de
fazê-lo) era um modo lento e primitivo de comunicação,
comparado com a fala humana baseada em linguagem, e
provavelmente não era possível realizá-la de forma complexa e
extensa. Os processos interiores de abstracção, classificação,
síntese, indução do geral a partir do particular, e o raciocínio a
partir de premissas para chegar a conclusões, eram sem dúvidas
prejudicados e quase invalidados pela limitação comunicativa,
atrasando grandes descobertas científicas e a difusão da informação. O ritmo
da troca de informações era lento e impreciso gerando um lapso de
tempo, em milhões de anos, de uma evolução cultural tão vagarosa.

Era da fala

Inicia cerca de 35 e 40 mil anos atrás. A fala possibilitou o


homem dar um salto no desenvolvimento humano, pois
através da fala foi possível transmitir mensagens complexas,
como também contestar aquilo que foi exposto. Foi nesta época
que o homem começou a incluir a arte, sendo as pinturas
rupestres as primeiras tentativas de armazenar informações.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 35

Era da Escrita

A escrita consolidou-se num período de tempo relativamente curto.


Começou a ter sentido quando se criou
s i g n i f i c a d o s p a d r o n i z a d o s p a r a a s representações
pictóricas, sendo este o primeiro passo para a criação da escrita.
No início a alfabetização era restrita a especialistas. Cada
sociedade criou uma forma particular de escrita, mas foram os
sumérios que transformaram os sons em símbolos, ou seja, os
caracteres passaram a representar sílabas, este foi o primeiro passo
para a escrita fonética.

Mais tarde, o Homem inventou a escrita. Começou a usar o papiro,


a pedra e as placas de argila para gravar as suas mensagens. As
primeiras mensagens eram transmitidas por estafetas,
que percorriam muitos quilómetros para levarem a informação ao seu
destino.

Figura: representações pictóricas das informações


36 Unidade XVIII
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 37

Era da impressão

Com toda a certeza que o invento de Gutenberg modificou a


forma como desenvolvemos e preservamos nossa cultura.
Mesmo com a perda do

monopólio da escrita por padres, escribas, elites e eruditos, não era


possível falar uma grande massa alfabetizada. Através das
transformações proporcionadas foi possível a d i f u s ã o da
alfabetização, a contestação do poder da Igreja
Católica, inicia-se a organização de empresas de
comunicação, indústria livreiras e imprensa ( jornais e
revistas).

Depois, o Homem passou a utilizar telégrafos de


tochas, telégrafos de t a m b o r , telégrafos por
s i n a i s d e fumo. Em 1794, os irmãos Chappe , que e r a m
franceses, inventaram um telégrafo
que era feito com uma espécie de braços
articulados. Em 1840, um senhor chamado Morse criou um
telégrafo já mais moderno e u m c ó d i g o c h a m a d o C ó d i g o
Morse. E s s e c ó d i g o é u m a e s p é c i e
d e alfabeto que usa pontos e traços.

Em 1850, estabeleceu-se uma ligação entre a Inglaterra e o


resto da Europa através de cabos marítimos que utilizavam
o Código Morse. Hoje em dia, ainda se utiliza o Código Morse na
comunicação entre navios de guerra e nas actividades dos escuteiros.

João Gutenberg, ou Johannes Gensfleisch zur Ladenzum


Gutenberg foi um inventor alemão que se tornou f a m o s o p e l a
s u a c o n t r i b u i ç ã o p a r a a t e c n o l o g i a d a impressão e
tipografia.

Tradicionalmente afirma-se que teria inventado os tipos móveis,


que não foram mais, no entanto, que uma
melhoria dos blocos de impressão, já então em uso na
Europa.
38 Unidade XVIII

A sua contribuição foi a da introdução de tipos (caracteres)


individuais de metal e o desenvolvimento de tintas à base de óleo
para melhor usá-los. Aperfeiçoou a i n d a u m a p r e n s a
gráfica, inspirada nas prensas utilizadas para
espremer as uvas no fabrico do vinho

Figura: Telégrafos de tochas, tambor e por sinais de fumo

Era da Comunicação de Massa

Inicia no século XIX, com jornais, para pessoas comuns, como


também o aparecimento das médias electrónicas, ou seja,
comunicação de massa, é aquela destinada ao grande público, tendo
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 39

a sua maior adopção com o surgimento do cinema, rádio e


televisão, o que pode criar uma indústria cultural.

Era dos computadores ou era da informação

Surge com a popularização dos c o m p u t a d o r e s no uso


quotidiano dos indivíduos.

Essa é a era recente em que o c o m p u t a d o r a i n d a


está a transformar a sociedade, como os
o u t r o s m e i o s transformaram as outras eras.

Inicia no século XXI, o avanço das telecomunicações, que nos


últimos anos apresentam um salto evolutivo muito além de
qualquer previsão. A micro electrónica c r i o u o C h i p c o m
dezenas de milhões de transístores e a
digitalização deu às telecomunicações a mesma
linguagem dos computadores. Nasceram as redes de
computadores e, entre elas, a de maior impacto na vida das pessoas: a Internet.
A humanidade assistiu ao longo do século XX várias evoluções
tecnológicas que permitiram a conquista do espaço. Os
satélites de telecomunicações são, talvez, os maiores frutos
dessa conquista. Além de permitirem a retransmissão de programas
da televisão educativa e comercial, eles abriram novas perspectivas
para a comunicação t e l e f ó n i c a , a t r a n s m i s s ã o d e
dados, fax, internet e muitos outros
s e r v i ç o s especializados.
40 Unidade XVIII

Figura: Serviços especializados na era de informação

Com a introdução de satélites de baixa órbita (os chamados LEOS -


abreviatura deLow Earth Orbtit Satellite), que são menores e mais
económicos, estava decretada arevolução da comunicação móvel via
telefone celular. A fibra óptica é outra inovação revolucionária.
Surgida no final do século XX, essa tecnologia da informação
permite a transmissão rápida e simultânea de milhares de
chamadas telefónicas e dezenas de imagem por um filamento de
vidro, sílica, náilon ousilicone de altíssima transparência e da
espessura de um fio de cabelo humano (no seu interior circulam
correntes pulsantes de luz laser). Para se ter uma ideia de seu
impacto, um cabo de fibra óptica pode substituir até mil cabos
coaxiais de cobre.

O desenvolvimento da tecnologia permitiu a digitalização


de todas as formas de comunicação como voz, dados,
imagem, transformados em bits, que significam a m e n o r
unidade de informação, levando à convergência de
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 41

s o n s , d a d o s e i m a g e m tratados em conjunto pelo computador,


originando a multimédia e a realidade virtual

Figura: Satélite de comunicação

Sumário
Na história da evolução das comunicações, existem
seis eras. Na primeira era, a dos sinais, o Homem
utilizava gestos, sons e outros sinais padronizados.
D e p o i s d e s t a , s u r g i u a e r a d a f a l a q u e possibilitou o
homem transmitir mensagens complexas, como também contestar
aquilo que foi exposto. Com o surgimento da escrita, o homem
começou a usar o papiro, a pedra e as placas de argila para gravar
as suas mensagens. A quarta era foi caracterizada pela impressão,
seguida da era da comunicação em massa que se caracterizou pelo
surgimento do cinema, rádio e televisão. E por fim surgiu a era da
informação caracterizada por uso de satélites de comunicação que
abriram novas perspectivas para comunicação telefónica, fax,
internet e muitos outros serviços especializados.
42 Unidade XVIII

Exercícios

1. Caracterize a primeira era da evolução da comunicação.

2. Qual a era da evolução das comunicações que se


caracterizou pela existência de pinturas rupestres.

3. Os satélites de comunicação surgiram na era de


informação.

a) Que inovações trouxe o surgimento destes satélites no


mundo das comunicações.

4. De uma forma resumida, fale dos grandes momentos da


evolução das comunicações.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 43

Unidade VII

Evolução do homem em relação aos


meios de transporte e comunicações
a partir do século XVIII (1824)

Introdução
Nesta unidade, referente a evolução do homem em relação aos
meios de transporte e comunicações a partir do século XVIII, irá se
abordar o processo de evolução de cada tipo de transporte a partir
do século XVIII, não se esquecendo das invenções marcantes em
cada fase da evolução.

Serão igualmente referidas as vantagens de uso de cada meio de


transporte

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Descrever o processo da evolução dos transportes aquático,


terrestre e aéreo a partir do século XXVIII.
 Explicar as transformações que a revolução industrial
Objectivos
trouxe em cada tipo de transporte.

1. Evolução do homem em relação aos transportes terrestres

1.1. Rodoviário

Desde os primeiros tempos da sua existência que o homem


reconheceu a necessidade de se deslocar entre variados lugares.

Durante séculos, os tradicionais meios de transporte usavam como


principal forma de deslocação a tracção animal.
44 Unidade XVIII

Com a evolução natural, necessitou de meios que lhe permitissem


deslocar-se entre dois lugares de forma cada vez mais rápida.

Graças à revolução industrial, surgem os primeiros engenhos com


motores a vapor.

Com a invenção de Rudolf Diesel, os motores de explosão, deu-se


um enorme incremento no transporte rodoviário.

Henry Ford lançou o “Model T”, lançando definitivamente a era do


automóvel.

Lançamento da era do automóvel

Com o desenvolvimento da rede de estradas, os transportes


rodoviários de passageiros começaram a ganhar terreno face ao seu
mais directo concorrente, o comboio.

Hoje em dia, com uma rede de auto-estradas bastante desenvolvida,


as redes de transportes rodoviários chegam a todos os pontos do
país

(http://www.infopedia.pt/$antecedentes-da-revolucao-industrial)
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 45

Rede de auto-estradas bastante desenvolvida

1.2. Transporte Ferroviário

Em 1705, Thomas Newcomen inventa a máquina a vapor,


melhorada por James Watt em 1765.

A primeira locomotiva foi apresentada em público em 1814, graças


a George Stephenson.

Primeira locomotiva

Durante a Revolução Industrial houve um aumento do volume da


produção de mercadorias e a necessidade de transportá-las com
rapidez.
46 Unidade XVIII

A Europa começa a incentivar este meio de transporte e a


desenvolver as suas próprias redes e as ligações com os países
vizinhos (Idem).

1.3. Transporte dutoviário

As canalizações para a distribuição da água têm sido usadas desde


tempos remotos.

Os Pipelines apenas apareceram depois de 1859, com o


descobrimento do petróleo.

Em 1990, os Pipelines representavam 20% do transporte total de


mercadorias nos Estados Unidos.

Os Pipelines

2. Evolução do homem em relação aos transportes Aquáticos

O precoce aperfeiçoamento do transporte aquático foi estimulado


pela concentração da população junto ao litoral, e zonas fluviais.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 47

Desde cedo o povo português usou a via marítima. O mar torna-se


numa referência económica e cultural para os portugueses, atraindo
os homens, as actividades e os recursos.

Os primeiros transportes aquáticos

Durante o século XIX foram dados grandes avanços graças à


tecnologia da energia a vapor.

O primeiro barco a empregar a propulsão a vapor, numa travessia


transatlântica, foi o Savannah, em 1819.

O motor diesel trouxe um suposto funcionamento mais económico


para as embarcações modernas.
48 Unidade XVIII

Embarcações modernas

3. Evolução do homem em relação aos transportes aéreos

A história da aviação remonta a tempos pré-históricos. Foi já no


séc. XVIII que o Homem voou pela primeira vez.

O primeiro voo efectuado pelo Homem

O transporte aéreo é a forma de transporte mais moderna e que


mais rapidamente se desenvolveu.

Foi após a Primeira Grande Guerra Mundial que o transporte aéreo


alcançou maior notabilidade.

Transporte aéreo após a primeira Guerra mundial


Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 49

Sumário
A revolução industrial trouxe impactos positivos nos transportes,
foi lançada a era do automóvel e surge a rede de auto-estradas
bastante desenvolvida.

O primeiro barco a empregar a propulsão a vapor, numa travessia


transatlântica, foi o Savannah, em 1819. O motor diesel trouxe um
suposto funcionamento mais económico para as embarcações
modernas.

O transporte aéreo é a forma de transporte mais moderna e que


mais rapidamente se desenvolveu. Foi após a Primeira Grande
Guerra Mundial que o transporte aéreo alcançou maior
notabilidade.
50 Unidade XVIII

Exercícios

1. Que impacto trouxe a revolução industrial nos seguintes


tipos de transporte:

a) Rodoviário

b) Marítimo

2. Os Pipelines apenas apareceram depois de 1859, com o


descobrimento do petróleo.

a) Dos diversos tipos de transporte, indica o meio que se


usa para transportar o petróleo.

3. Fale da evolução do transporte aéreo, a partir do século


XVIII
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 51

Unidade VIII

Tipos de transportes

Introdução
Esta unidade irá tratar dos principais tipos de transportes. Na
primeira fase os transportes são agrupados/classificados quanto à
modalidade (terrestre, aquático e aéreo) e quanto à forma
(unimodal, multimodal, intermodal e sucessivo). Os terrestres
podem ser rodoviário, ferroviário e dutoviário. Ao passo que os
aquáticos/aquaviários podem ser marítimo, fluvial e lacustre.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Classificar os meios de transporte quanto à modalidade e


quanto à forma.
Objectivos
 Diferenciar os tipos de transporte (terrestre, aquático e
aéreo).

 Explicar a importância de cada tipo de transporte

A infraestrutura de um determinado local é composta por um


conjunto de actividades que possam proporcionar condições para o
desenvolvimento econômico e social. Uma dessas actividades são
os serviços de transporte, essencial para o deslocamento de pessoas
(passageiros) e cargas (matérias-primas e mercadorias).

De acordo com Silva et al, os transportes podem se classificar


quanto à modalidade (terrestre, aquático e aéreo) e quanto à forma
52 Unidade XVIII

(unimodal, multimodal, intermodal e sucessivo)

Quanto à modalidade

Terrestres

É caracterizado quando o deslocamento se dá por terra firme, sendo


permitidas as seguintes variações:

1.1. Ferroviário: é uma modalidade de transporte terrestre, em que


o deslocamento é feito em trens que se movem sobre trilhos. Ele é
muito vantajoso para o transporte de cargas pesadas, sobretudo de
matérias-primas.

Transporte ferroviário

1.2. Rodoviário: também é uma forma de transporte terrestre, sendo


responsável pelo transporte de pessoas e mercadorias em carros,
caminhões ou ônibus, que se deslocam em ruas, rodovias ou
estradas.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 53

Transporte rodoviário

1.3.Dutoviário: é o transporte realizado por meio de tubos, podendo


ser gasodutos (substâncias gasosas), oleodutos (líquidas) ou
minerodutos (substâncias sólidas).

Transporte dutoviário

2. Aquaviário

Denomina-se transporte aquaviário quando o veículo se desloca no


meio líquido, estando, assim, incluídos o transporte marítimo,
fluvial e lacustre.

2.1. Marítimo: consiste em uma modalidade de transporte


aquaviário, em que ocorre o deslocamento
intercontinental de cargas e passageiros por mares ou
oceanos.

2.2. Fluvial: é um transporte aquaviário, realizado em barcos ou


balsas, que se movimentam sobre os rios.
54 Unidade XVIII

2.3. Lacustre: é um transporte aquaviário, realizado em barcos ou


balsas, que se movimentam sobre os lagos.

Transporte aquaviário

3. O Aeroviário

É a modalidade de transporte em que o deslocamento se dá pelo ar


– aviões, helicópteros, balões ou dirigíveis, etc. É muito eficaz para
o transporte de passageiros, porém, em razão dos elevados custos e
espaço reduzido, não é adequado para o transporte de cargas
pesadas.

Os três meios de transporte aeroviário

Quanto à forma

Modal ou unimodal: quando envolve apenas uma modalidade

Multimodal: quando envolve mais do que uma modalidade; regido


por um único contrato

Intermodal: envolve mais do que uma modalidade; regido por um


contrato para cada modalidade
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 55

Sucessivo: envolve transbordos para veículos da mesma


modalidade; regido por um único contrato.

Sumário
Os transportes podem se classificar quanto à modalidade e quanto à
forma.

Quanto a modalidade podem ser terrestre, quando o deslocamento


se dá por terra firme; aquaviário, quando o veículo se desloca no
meio líquido; aeroviário, a modalidade de transporte em que o
deslocamento se dá pelo ar.

Quanto à forma pode ser unimodal, multimodal, intermodal e


sucessivo, consoante o número de modalidade e contrato regido.

Exercícios
1. Deia exemplo de dois transportes terrestres (exepto
rodoviário e ferroviário)

2. Em cada tipo de transporte abaixo apresentado, indica o


meio mais apropriado para o transporte de cargas pesadas.

a) Transporte terrestre

b) Transporte aquático

3. Diferencie o transporte lacustre do fluvial

4. Diferencie o transporte aeroviário do transporte unimodal


56 Unidade XVIII

Unidade IX

Vias de comunicação

Introdução
Esta unidade vai debruçar com detalhe, sobre as principais vias de
comunicação no mundo, a importância destas para o
desenvolvimento socioeconómico de uma dada região.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar as principais vias de comunicação no mundo.

 Mencionar a importância destas vias no desenvolvimento


Objectivos
socioeconómico.

Os mares, oceanos e rios são as principais vias de comunicação do


mundo, sendo responsáveis pelo transporte de 80% de todo o
comercio mundial. Navegar, desde os tempos mais antigos, sempre
foi um dos métodos mais baratos e eficazes para se transportar
mercadorias pelo planeta.

Para além das vias acima referidas, as estradas constituem também


principais vias de comunicação numa determinada cidade
provincial ou país. Estas, combatem as distâncias. Embora a
distância absoluta se mantenha, a distância-tempo (percursos de
igual distância completos num menor período de tempo) e a
distância-custo, diminuem, o que traz enormes vantagens.

Estas vias permitem que as empresas do sector industrial se possam


fixar nesta região, pois dispõem de melhores acessibilidades,
imprescindíveis para a escoar a sua produção e, com uma mão-de-
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 57

obra mais barata do que noutras zonas do país, há mais perspectivas


de sucesso.

O facto de as pessoas do interior se consiguirem deslocar mais


facilmente para cidades de maiores dimensões é extremamente
benéfico, pois não só captam novas ideias de modernização como
veêm satisfeitas as suas necessidades através da oferta de grande
variedade de serviços e comércio e, não menos importante,
enriquecem os seus níveis culturais através da convivência com
outras realidades, podendo, por conseguinte, aplicar mais e
melhores conhecimentos no seu contributo pessoal para o desfio de
desenvolvimento do seu local de habitação.

A mais forte acessibilidade permite que haja mais mobilidade


populacional e que muitas pessoas possam trabalhar em maiores
cidades do centro do país sem terem que alterar o seu local de
habitação, concretizando, desta forma, o seu desejo de sucesso
professional e, ao mesmo tempo, não abandonar as cidades, vilas,
aldeias que as viram nascer.

(http://esquerdismosliberais.blogspot.com/2010/10/importancia-
das-vias-de-comunicacao.html).

Sumário
A via aquática é a principal via do mundo, sendo responsável pelo
transporte de 80% de todo o comércio mundial. Navegar, desde os
tempos mais antigos, sempre foi um dos métodos mais baratos e
eficazes para se transportar mercadorias pelo planeta.

A via terrestre, vai ocupando a segunda posição no manuseamento


das cargas, sobretudo a via férrea. As estradas e via aérea estão
mais para pequenas cargas e transporte de passageiros.
58 Unidade XVIII

Exercícios
1. Qual a via de comunicação mais barata e responsável pelo
transporte de cargas pesadas a nível mundial.

2. Qual a via de comunicação mais usada para o transporte de


passageiros na cidade/distrito onde mora.

3. Qual é a contribuição das estradas (como vias de


comunicação) no desenvolvimento socioeconómico de
uma dada área.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 59

Unidade X

Vantagens e desvantagens dos


principais tipos de transporte

Introdução
Nesta unidade vai se abordar sobre as vantagens e desvantagens de
cada tipo de transporte. Nos transportes terrestres vai se mencionar
as vantagens e desvantagens dos transportes rodoviário, ferroviário
e dutoviário. E por fim irá se tratar das vantagens e desvantagens
dos transportes aquaviário e aeroviário.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mencionar as principais vantagens de cada tipo de


transporte
Objectivos  Mencionar as principais desvantagens de cada tipo de
transporte

1.Transportes terrestres

1.1. Rodoviário

Vantagens:

 Flexibilidade do serviço.

 Flexibilidade no deslocamento de cargas.

 Rapidez (Ponto-a-Ponto).

 Menores custos de embalagem.


60 Unidade XVIII

 Manuseamento de pequenos lotes.

 Elevada cobertura geográfica.

 Muito competitivo em curtas e médias distâncias.

 Flexibilidade no atendimento de embarques urgentes.

 Entrega directa e segura dos bens.

Desvantagens:

 Unidades de carga limitadas.

 Dependente das infra-estruturas.

 Dependente do trânsito.

 Dependente da regulamentação.

 Mais caro em grandes distâncias.

1.2. Transporte Ferroviário

Vantagens:

 Menor custo de transporte para grandes distâncias.

 Sem problemas de congestionamento.

 Terminais de carga próximo das fontes de produção.

 Adequado para produto de baixo valor acrescentado e alta


densidade.

 Adequado para grandes volumes.

 Possibilita o transporte de vários tipos de produtos.


Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 61

 Independente das condições atmosféricas.

 Eficaz em termos energéticos.

Desvantagens:

 Não possui flexibilidade de percurso.

 Necessidade maior de transbordo.

 Elevada dependência de outros transportes.

 Pouco competitivo para pequenas distâncias.

 Horários poucos flexíveis.

 Elevados custos de manuseamento

1.3. Transporte Dutoviário

Vantagens:

 Fluxo de produtos é monitorizado e controlado por


computador.

 Perdas e danos do produto por roptura dos tubos são


bastante raros.

 Mudanças climáticas têm pouca influência no fluxo de


produtos e não afecta os produtos.

 Baixa dependência de trabalho humano.

 Longa vida útil.

Desvantagens:

 Limitada diversidade de produtos.


62 Unidade XVIII

 Rede extremamente rígida.

 Investimento elevado.

2. Aquaviário

Vantagens:

 Competitivo para produtos com baixo custo de tonelada por


quilómetro transportado.

 Qualquer tipo de cargas.

 Maior capacidade de carga.

 Menor custo de transporte

Desvantagens:

 Baixa Velocidade.

 Disponibilidade limitada.

 Maior exigência de embalagens.

 Necessidade de transbordo nos portos.

 Distância aos centros de produção.

 Menor flexibilidade nos serviços aliados a frequentes


congestionamentos nos portos

3. O Aeroviário

Vantagens:

 Ideal para o envio de mercadorias com pouco peso e


volume.

 Maior rapidez.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 63

 Eficácia comprovada nas entregas urgentes.

 Acesso a mercados difíceis de serem alcançados por outros


meios de transporte.

 Redução dos gastos de armazenagem.

 Agilidade no deslocamento de cargas.

 Possibilita redução de stocks por aplicação de


procedimentos just in time.

 Não necessita embalagem mais reforçada (manuseamento


mais cuidadoso

Desvantagens:

 Menor capacidade de carga.

 Custos bastante elevados em relação aos outros meios de


transporte.

 Pouco flexível por trabalhar terminal a terminal.

 Menos rápido para pequenas distâncias (menos de 500 km).

Sumário
Sobre as vantagens e desvantagens dos principais tipos de
transporte, nota – se que as grandes vantagens pesam no transporte
aquático, por possuírem uma via natural (mar), grande capacidade
de carga, percorre grandes distâncias, ligando os continentes. O
transporte ferroviário é o segundo quanto a capacidade de carga. O
transporte aeroviário, apesar de ter uma capacidade limitada de
carga, é o mais confortável e rápido.
64 Unidade XVIII

Exercícios

1. Mencione as principais vantagens do transporte rodoviário.

2. Mencione as desvantagens do transporte marítimo.

3. Qual é o transporte com maior rapidez e maior conforto?

4. Qual é o transporte mais lento?


Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 65

Unidade XI

Vantagens e desvantagens das


principais vias de comunicação

Introdução
Nesta unidade vai se abordar sobre as vantagens e desvantagens das
principais vias de comunicação. Nas vias terrestre vai se mencionar
as vantagens e desvantagens das estradas e linhas férreas. E por fim
irá se tratar das vantagens e desvantagens das vias aquática e aérea.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mencionar as principais vantagens de cada via de


comunicação

Objectivos
 Mencionar as principais desvantagens de cada via de
comunicação

1. Vias aquáticas

Vantagens

 A inexistência de custos na construção das vias, devido ao


facto de estas constituírem, na maior parte das vezes,
percursos naturais (mares, rios, lagos);
 Os reduzidos custos unitários de transporte, resultantes da
grande capacidade de carga das embarcações que circulam
por estas vias.

Desvantagens

 Exige, em regra, transbordo (mudança das mercadorias para


outros meios de transporte que circulam em outros tipos de
66 Unidade XVIII

vias, de modo a fazê-las chegar aos locais de consumo ou


de utilização);
 A distribuição das vias fluviais e lacustres (lagos) é bastante
irregular à superfície da terra;
 Os caudais dos cursos de água não são sempre regulares, de
forma a permitirem uma navegabilidade segura;
 O transporte fluvial está praticamente limitado às áreas de
planície ou regiões de fracos declives;
 As obras de engenharia, que facilitam o aproveitamento das
vias fluviais, são muito dispendiosas.

2. Vias terrestres

Vantagens

 As rodovias garantem o transporte de pessoas e bens porta à


porta
 As ferrovias são independentes das condições atmosféricas

Desvantagens

 As vias de comunicação por carril são de utilização


exclusiva dos veículos ferroviários.
 Custos elevadíssimos na construção e manutenção destas
vias.
 Os caminhos-de-ferro são preferencialmente construídos em
ligação às infra-estruturas que, em coexistência com a rede
ferroviária, contribuem para uma perspectiva de
intermodalidade no sistema de transportes, como é o caso
dos aeroportos, portos e plataformas logísticas.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 67

3. Vias aéreas

Vantagens

 A inexistência de custos na construção das vias, devido ao


facto de estas constituírem, na maior parte das vezes,
percursos naturais (utiliza o ar como meio de navegação);

Desvantagens

 A construção dos seus terminais exige custos elevados (os


aeroportos)

Sumário
Sobre as vantagens e desvantagens das principais vias de
comunicação, nota – se que as grandes vantagens pesam na via
aquático, por ser uma via natural (mar, rio, lago) e larga.

A via aérea também é natural (ar), não exigiu custos para a sua
construção como acontece com as outras vias (terrestres)

Exercícios
1. mencione as principais desvantagens das seguintes vias
terrestres:

a) estradas

b) linhas férreas

2. fale das grandes vantagens das vias aérea e aquática


68 Unidade XVIII
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 69

Unidade XII

Contribuição dos meios de


transporte e comunicações no
desenvolvimento socioeconómico

Introdução
Nesta unidade referente a contribuição dos meios de transporte e
comunicações no desenvolvimento socioeconómico, serão
apresentadas as formas de contribuição dos meios de transporte e
comunicações no desenvolvimento socioeconómico.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mencionar as formas de contribuição dos meios de


transporte e comunicações no desenvolvimento
Objectivos socioeconómico

 Explicar o impacto socioeconómico dos transportes e


comunicações

Os transportes e comunicações desempenham um papel relevante


no desenvolvimento socioeconómico de uma dada região à medida
que vão garantindo a circulção de bens e pessoas.

O transporte maritímo, por exemplo, tem mantido um importante


espaço a nível comercial, sendo responsável pela movimentação de
mais de 90% do total das mercadorias transaccionadas no comércio
internacional, em quantidades, e assegurando a realização de mais
do dobro do conjunto da actividade transportadora dos demais
modos de transporte: ferroviário, rodoviário e aéreo.
70 Unidade XVIII

Nas décadas mais recentes, a actividade do transporte marítimo tem


evidenciado uma especial importância estratégica no
desenvolvimento económico a nível mundial, quando os fenómenos
da deslocalização e da globalização da economia exigiram uma
intensificação dos movimentos de matérias-primas e de produtos,
num processo logístico integrado nos sistemas produtivos das
empresas.

Do ponto de vista do seu funcionamento, o sector do transporte


marítimo e da actividade portuária não fogem ao processo de
internacionalização e de globalização da economia mundial.

O desenvolvimento dos transportes veio facilitar o escoamento de


matéria prima e distribuição dos produtos indutrializados. As
distâncias tornam-se mais curtas, facilitando a concorrência e
acabando com o isolamento de certas regiões.

Assim, o crescimento da economia da Inglaterra, na segunda


metade do século XVIII, foi estimulado pelo tráfego intenso que se
regista nos canais e nas rotas marítimas. Porém, o transporte das
mercadorias por mar tinha também os seus inconvenientes.

Os reflexos do caminho de ferro e da navegação a vapor na


economia e geografia dos países possibilitaram o alargamento dos
mercados e o aumento das actividades, estando ligada a estes a
expansão de novos países como os EUA, Argentina, Austrália e
Rússia para a Sibéria.

Sumário
Os transportes e comunicações desempenham um papel relevante
no desenvolvimento socioeconómico de uma dada região à medida
que vão garantindo a circulção de bens e pessoas.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 71

O transporte maritímo, por exemplo, tem mantido um importante


espaço a nível comercial, sendo responsável pela movimentação de
mais de 90% do total das mercadorias transaccionadas no comércio
internacional.

Do ponto de vista do seu funcionamento, o sector do transporte


marítimo e da actividade portuária não fogem ao processo de
internacionalização e de globalização da economia mundial.

Exercícios
1. Mencione as formas de contribuição dos meios de
transporte e comunicações no desenvolvimento
socioeconómico

2. Qual é a contribuição do transporte marítimo no


desenvolvimento do comércio internacional

3. Relacione o transporte marítimo e a actividade portuária


com o processo de internacionalização e de globalização da
economia mundial.
72 Unidade XVIII

Unidade XIII

Corredores de desenvolvimento no
mundo

Introdução
Esta unidade trata de corredores de desenvolvimento no mundo e a
contribuição destes no desenvolvimento socioeconómico. Ao longo
da unidade, serão apresentados conceitos de corredor de
desenvolvimento e a sua influência na economia internacional.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir o conceito de corredor de desenvolvimento.


 Explicar sobre contribuições dos corredores de
desenvolvimento no desenvolvimento socioeconómico.
Objectivos

De acordo com Barat (1972), os corredores são definidos como


segmentos do sistema de transportes, ligando áreas ou pólos entre
os quais ocorre, ou deverá ocorrer em futuro próximo, intercâmbio
de mercadorias de densidade tal que justifique a adopção de
modernas tecnologias de manuseio, armazenagem e transportes,
tendo-se em vista principalmente a generalização. Exigem
aplicações intensivas de capital, mas proporcionam reduções
significativas nos custos de transferência de mercadorias.

No primeiro caso, são as possibilidades do comércio internacional e


seus reflexos na evolução tecnológica – condicionante de novos
tipos de veículos – que determinam o dimensionamento da
capacidade dos portos (e aeroportos) e, consequentemente, da sua
retaguarda de transporte para atender ao tráfego denso de superfície
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 73

(ferrovias, vias navegáveis, dutos e rodovias-tronco expressas). No


segundo caso, em termos mais amplos, são as potencialidades de
expansão da produção (resultante das disponibilidades de factores
de produção mobilizáveis num dado momento e em certas regiões)
e as possibilidades de expansão do consumo final urbano ou
intermediário industrial, que permitirão identificar as grandes
concentrações de embarque e desembarque de carga, as quais, em
última análise, dimensionarão a capacidade do transporte linear
para atendimento do tráfego denso.

Também não se deve deixar de considerar o facto de que um


corredor deverá servir para escoar a produção de áreas
significativamente produtivas ou que apresentem um elevado
potencial de produção.

Sumário
Os corredores de desenvolvimento são segmentos do sistema de
transportes, ligando áreas ou pólos entre os quais ocorre, ou deverá
ocorrer em futuro próximo, intercâmbio de mercadorias de
densidade tal que justifique a adopção de modernas tecnologias de
manuseio, armazenagem e transportes, tendo-se em vista
principalmente a generalização. Os corredores proporcionam
reduções significativas nos custos de transferência de mercadorias e
servem para escoar a produção de áreas significativamente
produtivas ou que apresentem um elevado potencial de produção.
74 Unidade XVIII

Exercícios
1. O que entende por corredores de desenvolvimento

2. Explique a influência dos corredores no desenvolvimento de


uma dada região
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 75

Unidade XIV

Corredores de desenvolvimento em
Moçambique

Introdução
Esta unidade trata de corredores de desenvolvimento em
Moçambique e a contribuição destes no desenvolvimento
socioeconómico. Ao longo da unidade, serão discutidas as
influências dos corredores de Moçambique para o desenvolvimento
da região da SADC. Serão igualmente apresentados os três
corredores moçambicanos e a sua influência no desenvolvimento
do país.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mencionar os principais corredores de desenvolvimento de


Moçambique
 Explicar a influência dos corredores no desenvolvimento do
Objectivos
país
 Explicar sobre contribuições dos corredores no
desenvolvimento socioeconómico da região da SADC.

Os corredores constituem o ponto fulcral para iniciativas de


desenvolvimento regional. Inicialmente, baseados em rotas de
transporte, os corredores são importantes para o alcance dos
objectivos económicos e políticos da região, particularmente
devido ao facto de que quase metade dos Estados membro da
SADC serem do interior e requererem ligações regionais eficientes
de transporte para terem acesso ao mar.
76 Unidade XVIII

O sistema de transportes de Moçambique sofreu grandes revés


durante o período subsequente a independência nacional, espalhada
na distruição das suas infra-estruturas, a sub-utilização,
nomeadamente a redução do fluxo de mercadorias vindas de outros
países. Mas a partir de 1995 começaram as negociações com
parceiros internacionais, culminando com a identificação de
projectos para revitalizar o desempenho do sector dos transportes e
da economia nacional no geral. Com os projectos de investimento
nos corredores de desenvolvimento culminou a transformação dos
antigos corredores de transportes nos principais corredores de
desenvolvimento, nomeadamente os corredores de
desenvolvimento de Nacala, Beira e de Maputo.

(http://www.sardc.net/editorial/sadctoday/portview.asp?vol=374)

Corredor do Desenvolvimento de Nacala

O Corredor do Desenvolvimento de Nacala visa desenvolver um


corredor económico ligando o Malawi no interior ao porto de
Nacala em Moçambique. Aproximadamente 70 por cento da
população do Malawi reside ao longo do corredor. Há necessidade
de expandir e reabilitar a infraestrutura dos transportes para expôr o
potencial de investimentos no corredor.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 77

Corredor do Desenvolvimento da Beira


As iniciativas dos corredores do desenvolvimento da Beira
retendem desenvolver uma região económica que liga Malawi,
Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe, através do porto da Beira.

O desenvolvimento dos rios Chire e Zambeze em canais


navegáveis visa aumentar opções de transporte para o acesso ao
mar para o Malawi, país do interior.

Corredor do desenvolvimento de Maputo

Este liga a província de Gauteng da África do Sul ao porto de


Maputo em Moçambique.

Os desenvolvimentos ao longo do corredor focalizaram-se na


reabilitação e modernização das tradicionais ligações do comércio e
transporte como uma base para um desenvolvimento económico
abrangente. A estrada, caminhos de ferro e a infraestrutura e
funcionamento do porto foram concessionados em Moçambique.

A participação do sector privado joga um papel importante no


corredor, particularmente no investimento na construção de uma
estrada com portagens que liga Witbank na África do Sul a Maputo
(a estrada com portagens N4) e na melhoria do funcionamento de
caminhos de ferro e portos em Moçambique.

Outros grandes investimentos do sector privado incluem a fábrica


de alumínio de Moçambique (MOZAL), a fábrica do ferro e aço de
Maputo, o Parque Indústrial do Beluluane e vários projectos da
indústria do gás natural.

Estima-se que os desenvolvimentos no corredor criaram cerca de


15.000 empregos (Sylvestre et al: 2008)
78 Unidade XVIII

Sumário
Os corredores de desenvolvimento constituem meios que
impulsionam o crescimento da economia e desenvolvimento social
do país, e, a construção de novas infra-estruturas bem como a
reabilitação das já existentes, criam condições para um ambiente
favorável à novas investimentos públicos e privados, a abertura do
país aos mercados regionais e globais, a criação de emprego, a
geração de rendimentos, a independência financeira, as vantagens
institucionais, ligações culturais e o melhoramento do ambiente de
gestão de recursos.

Exercícios

1. Mencione os corredores de desenvolvimento de


Moçambique e caracterize o corredor de Nacala.

2. Explique a influência do corredor de Maputo no


desenvolvimento socioeconómico do nosso país.

3. Qual é contribuição do corredor da Beira no


desenvolvimento socioeconómico dos países da região
Austral da África.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 79

Unidade XV

Relação de transportes e
comunicações com o meio ambiente

Introdução
A presente unidade, na sua primeira parte, irá apresentar os
impactos ambientais dos transportes, sobretudo os transportes
rodoviário e aquático. Indo para mais adiante, serão discutidas
algumas estratégias de mitigação dos impactos ambientais causados
pelos transportes e comunicações.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mencionar os principais impactos ambientais causados por


cada tipo de transporte
Objectivos
 Identificar as medidas de mitigação dos impactos
ambientais causados pelos transportes

Segundo o filósofo espanhol Ortega Y. Gasset “o homem é o


homem e a sua circunstância”. Aqui a circunstância é o meio
ambiente urbano onde o homem está inserido. Então que soluções
poderiam ser adoptadas para resolver estes problemas ambientais
circunstanciais?

Vários estudos demostraram que as emissões de gases tóxicos têm


sido responsáveis por mais de 30% de todos aqueles que conduzem
ao efeito estufa e ao aquecimento global. A acção dos poluentes
(dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO), óxidos de
80 Unidade XVIII

nitrogénio (NO), voláteis orgânicos e outras partículas resultantes


da queima do óleo diesel) produzidos pelo sistema de transporte
urbano incide directamente no meio ambiente urbano, degradando-
o e produzindo efeitos deletérios na saúde dos habitantes nele
inseridos.

O principal problema é que boa parte dos transportes que


utilizamos actualmente se move a partir da queima de combustíveis
fósseis, como a gasolina e o óleo diesel, lançando grandes
quantidades de gases tóxicos na atmosfera. Automóveis, ônibus,
caminhões e outros veículos motorizados são hoje a principal causa
de poluição do ar na maioria das cidades do mundo.

É necessário ter em conta que do trânsito desordenado podem


decorrer outros impactos sócio-ambientais além dos acidentes e dos
congestionamentos, como é o caso da poluição (atmosférica e
sonora), cujos efeitos mórbidos têm sido alertados em amplos
espaços da média.

A situação é preocupante. Embora vários países tenham adoptado


medidas para baixar os índices de poluição, como a regulação de
motores, redução de substâncias tóxicas nos combustíveis e até
rodízios de automóveis, a contaminação do ar ainda representa uma
séria ameaça. Além dos danos ambientais globais, como aumento
do efeito estufa, diariamente muitas pessoas em todo o planeta
estão adoecendo e até morrendo por causa da poluição do ar. Isso
sem falar nos efeitos para os animais e até para as plantas.

Reverter esse quadro é um desafio que deve envolver toda a


sociedade: de um transporte sustentável.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 81

Os transportes e o lixo

Além da poluição que sai do escape dos veículos, existe ainda outro
tipo de poluição que os condutores e passageiros frequentemente
atiram pela janela. São embalagens, pontas de cigarro e outros
objectos indesejáveis que sujam as vias públicas, os rios, os lagos e
o mar. Esse hábito, infelizmente muito comum, provoca diversos
danos. Um objecto atirado para fora do veículo, estando parado ou
em movimento, pode assustar o motorista ou motociclista que
esteja passando.

Além da contaminação do ar, o aumento do número de automóveis


tem ainda outros efeitos negativos:

 Ocupa-se mais espaço no solo para construir estradas;


 Aumenta-se a geração de resíduos, como pneus, carcaças,
baterias e outros componentes do automóvel, quando sua vida
útil chega ao fim.
 Muitas pessoas também costumam atirar resíduos fora das
embarcações, aumentando a poluição nos rios, lagos e no mar.
Muitos desses objectos podem causar intoxicação, asfixia e até
a morte dos peixes e animais aquáticos que venham a se
alimentar deles.

Sugere-se para minimizar estes problemas:

1. Limitar o uso do solo para reduzir o número de viagens,


através da redução dos índices de aproveitamento que
densificam e verticalizam a cidade;

2. Adoptar políticas de estímulo ao uso do transporte


público, instalando meios de facilitação do seu uso;

3. Adoptar medidas restritivas para o transporte individual;


82 Unidade XVIII

4. Adoptar medidas restritivas de acesso ao tráfego urbano


para grandes veículos de carga;

5. Melhorar a tecnológica de produção de veículos e


motores;

6. Adoptar combustíveis alternativos;

7. Melhorar a infra-estrutura, para maior mobilidade e a


acessibilidade, através da eliminação de gargalos e
cruzamentos, redução de estacionamentos na via pública;

8. Profissionalizar e qualificar o pessoal técnico envolvido.

Sumário
O principal problema é que boa parte dos transportes que
utilizamos actualmente se move a partir da queima de combustíveis
fósseis, como a gasolina e o óleo diesel, lançando grandes
quantidades de gases tóxicos na atmosfera. Automóveis, ônibus,
caminhões e outros veículos motorizados são hoje a principal causa
de poluição do ar na maioria das cidades do mundo.

Além da poluição que sai do escape dos veículos, existe ainda outro
tipo de poluição que acontece quando os condutores e passageiros
atiram pela janela, embalagens, pontas de cigarro e outros objectos
indesejáveis que sujam as vias públicas, os rios, os lagos e o mar.

É necessário que haja a participação de todos na definição das


estratégias de mitigação dos impactos ambientais causados pelos
transportes de modo que haja um transporte sustentável.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 83

Exercícios

1. O principal problema da poluição atmosférica, é que boa


parte dos transportes que utilizamos actualmente se move a
partir da queima de combustíveis fósseis.

a) Quais foram as medidas tomadas por certos países como


forma de minimizar esta situação?

2. Indica tipo de transporte mais poluidor do ar na sua


cidade/distrito, não se esquecendo de propor algumas
medidas de mitigação.

3. De que maneira os transportes influenciam na poluição


aquática.
84 Unidade XVIII

Unidade XVI

Comércio

Introdução
Esta unidade trata de comércio internacional. Serão apresentados
alguns conceitos/denifições do comércio internacional e também
serão debatidas as influências desta actividade no processo de
desenvolvimento. E por fim, far-se-á uma breve abordagem dos
princípios de GAT.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir o comércio internacional

 Explicar a importância do comércio internacional


Objectivos

 Mencionar os princípios de GAT

 Interpretar os princípios de GAT

Comércio internacional e sua liderança

O comércio internacional ou comércio exterior é a troca de bens e


serviços através de fronteiras internacionais ou territórios. Na
maioria dos países, ele representa uma grande parcela do PIB. O
comércio internacional está presente em grande parte da história da
humanidade, mas a sua importância econômica, social e política se
tornou crescente nos últimos séculos. O avanço industrial, dos
transportes, a globalização, o surgimento das corporações
multinacionais, o outsourcing tiveram grande impacto no
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 85

incremento deste comércio. O aumento do comércio internacional


pode ser relacionado com o fenômeno da globalização.

Princípios de GAT e OMS

O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on


Tariffs and Trade – GATT 1947) conceitua a primeira das etapas
do processo de integração em seu artigo XXIV. 8. b., dispondo que
se entenderá por zona de livre comércio, um grupo de dois ou mais
territórios aduaneiros entre os quais se eliminem as tarifas
alfandegárias e as demais regulamentações comerciais restritivas
(exceto, na medida em que seja necessário, as restrições
autorizadas em virtude dos artigos XI, XII, XIII, XIV, XV e XX)
com respeito ao essencial dos intercâmbios comerciais dos
produtos originários dos territórios constitutivos de dita zona de
livre comércio (GATT: 1947, tradução nossa).

Uma zona de livre comércio caracteriza-se inicialmente pelo


estabelecimento de tarifas preferenciais para, no momento seguinte,
eliminar todas as barreiras interiores à circulação de mercadorias,
sejam de natureza aduaneira ou não. Em outras palavras, são
abolidos quaisquer obstáculos às importações e exportações de
produtos originários de Estados-membros da zona, desde que se
cumpra um requisito: a comprovação, através de certificados de
origem, que a maior parte da mão-de-obra e das matérias-primas
provêm efetivamente de um dos países do bloco de livre comércio.

Nesse contexto, merece destaque o Acordo Geral sobre Comércio


de Serviços (em inglês, General Agreement on Trade in Services -
GATS) que, desde janeiro de 1995, na esteira das actividades da
Organização Mundial de Comércio (OMS), busca estender aos
serviços o sistema multilateral de comércio de mercadorias
empreendido por meio do Acordo Geral de Tarifas e Comércio
(GATT). Da leitura de seu preâmbulo, pode-se inferir que a
86 Unidade XVIII

contribuição do GATS para o comércio mundial de serviços se


baseia em dois pilares principais: assegurar a crescente
transparência e previsibilidade de regras relevantes e promover a
liberalização progressiva dos serviços, através de sucessivas
rodadas de negociações, como instrumento de promoção do
crescimento da economia de todos os estados membros e o
desenvolvimento dos países em desenvolvimento.

Por fim, a última das quatro liberdades determina ser livre a


circulação de capitais. Isso significa a supressão de todas as
restrições aos movimentos de capitais e das discriminações em
razão da nacionalidade (Wikipédia).

Sumário
O comércio internacional ou comércio exterior é a troca de bens e
serviços através de fronteiras internacionais ou territórios.

A contribuição do GATS para o comércio mundial de serviços se


baseia em dois pilares principais: assegurar a crescente
transparência e previsibilidade de regras relevantes e promover a
liberalização progressiva dos serviços, através de sucessivas
rodadas de negociações, como instrumento de promoção do
crescimento da economia de todos os estados membros e o
desenvolvimento dos países em desenvolvimento.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 87

Exercícios
1. Defina o comércio internacional

2. Explica a importância do comércio internacional no


desenvolvimento socioeconómico e cultural de um dado
país.

3. Mencione os princípios de GAT


88 Unidade XVIII

Unidade XVII

Acordo geral das tarifas

Introdução
A presente unidade referente a acordo geral das tarifas, vai
desenvolver os seguintes temas: balança comercial, principais
exportações e importações.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir a balança comercial

 Explicar quando que a balança comercial de um dado país é


Objectivos
negativa

 Diferenciar as exportações das importações

 Mencionar as principais exportações e importações nos


países desenvolvidos e países em desenvolvimento

Balança comercial

Balança comercial é um termo económico


que representa as importações e exportações
de bens entre os países.

Dizemos que a balança comercial de um


determinado país está favorável, quando
este exporta (vende para outros países) mais
do que importa (compra de outros países).
Do contrário, dizemos que a balança
comercial é negativa ou desfavorável.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 89

A balança comercial favorável apresenta vantagens para um país,


pois atrai moeda estrangeira, além de gerar empregos dentro do
país exportador.

Principais exportações e importações

As exportações e importações de produtos são fundamentais para a


economia da Alemanha, que é o segundo país no ranking de
comércio exterior da OMC e o maior exportador de mercadorias do
mundo

A economia alemã tem das exportações, principalmente os


produtos industrializados, e das importações, especialmente energia
e matérias-primas.

No ranking de comércio exterior da Organização Mundial do


Comércio (OMC), a Alemanha fica atrás apenas dos Estados
Unidos, ainda que a China tenha conquistado espaço nos últimos
anos. Em 2006, a participação alemã no comércio mundial de
mercadorias foi de 8,2%, ante 12,1% dos Estados Unidos e 7,2% da
China, a terceira colocada.

A indústria é responsável por mais de 80% das exportações alemãs.

Segundo a Associação Nacional de Comércio Exterior e de


Atacado, um em cada três postos de trabalho na Alemanha depende
das exportações. Em nenhum outro país do mundo há tanta
presença de produtos importados nos supermercados como na
Alemanha.

Tradicionalmente, a indústria automobilística é o sector de maior


peso na pauta de exportações da Alemanha. O segundo lugar é do
sector de máquinas pesadas. A indústria química é o terceiro maior
exportador alemão.
90 Unidade XVIII

As indústrias química e automobilística são também as principais


importadoras. Em terceiro lugar estão as compras de petróleo e gás
natural.

Os parceiros comerciais mais importantes da Alemanha são os


demais países da União Européia, que respondem por cerca de
metade das exportações alemãs.

A França é tradicionalmente o principal parceiro econômico da


Alemanha, liderando o ranking dos maiores exportadores e dos
maiores importadores.

Além da França, estão entre os principais compradores de produtos


alemães os Estados Unidos, o Reino Unido, a Itália, a Holanda, a
Áustria, a Bélgica e a Espanha.

Outros países que se destacam na relação dos principais


fornecedores de produtos e serviços para a Alemanha são os
Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido, a Bélgica e a Áustria.

Em 2006, o Brasil ficou em 30º lugar entre os compradores de


produtos alemães e 24º entre os fornecedores.

Sumário
Balança comercial é um termo económico
que representa as importações e exportações
de bens entre os países.

Dizemos que a balança comercial de um determinado país está


favorável, quando este exporta mais do que importa. Do contrário,
dizemos que a balança comercial é negativa.

A economia dos países desenvolvidos tem das exportações,


principalmente os produtos industrializados, e das importações,
especialmente matérias-primas.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 91

Exercícios
1. O que entende por balança comercial

2. Qual é a balança comercial do país onde vive (negativa ou


positiva?), justifique a sua resposta

3. Quais são as principais exportações e importações nos


países em desenvolvimento
92 Unidade XVIII

Unidade XVIII

Introdução ao estudo do turismo

Introdução
Aqui, serão apresentadas, de uma forma detalhada, todas fases da
evolução do turismo.

Serão ainda discutidas várias definições do conceito turismo.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mencionar as etapas da evolução histórica do turismo

 Caracterizar a cada etapa da evolução histórica do turismo


Objectivos

 Definir o conceito de turismo

Existem duas linhas de pensamentos, no qual a História do Turismo


se divide. A primeira seria que o Turismo se inicia no Século XIX
como deslocamento cuja finalidade principal é o ócio, descanso,
cultura, saúde, negócios ou relações familiares. Estes
deslocamentos se distinguem por sua finalidade dos outros tipos de
viagens motivados por guerras, movimentos migratórios, conquista,
comércio, etc. Não obstante o turismo tem antecedentes históricos
claros. Depois, se concretizaria com o então movimento da
Revolução Industrial. A segunda linha de pensamento se baseia em
que o Turismo realmente se iniciou com a Revolução Industrial,
visto que os deslocamentos tinham como intuito o lazer.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 93

Turismo na antiguidade

Na História da Grécia Antiga, dava-se grande importância ao


turismo e para o tempo livre em que dedicavam à cultura, diversão,
religião e desporto. Os deslocamentos mais destacados eram os que
se realizavam com a finalidade de assistir as olimpíadas (que
ocorriam a cada 4 anos na cidade de Olímpia). Para lá se
deslocavam milhares de pessoas, misturando religião e desporto.
Também existiam peregrinações religiosas, como as que se
dirigiam aos oráculos de Delfos e ao de Dódona.

Durante o Império Romano os romanos frequentavam águas


termais (como as das termas de Caracalla). Eram assíduos de
grandes espectáculos, como os teatros, e realizavam deslocamentos
habituais para a costa (muito conhecidos como o caso de uma vila
de férias a "orillas del mar"). Estas viagens de prazer ocorreram
possivelmente devido a três factores fundamentais: a ‘’Pax
Romana’’, o desenvolvimento de importantes vias de tráfego e a
prosperidade económica que possibilitou a alguns cidadãos meios
financeiros e tempo livre.

Turismo na idade média

Peregrino em Meca
94 Unidade XVIII

Durante a Idade Média ocorreu num primeiro momento um


retrocesso devido ao maior número de conflitos e a recessão
económica, entretanto surge nesta época um novo tipo de viagem,
as peregrinações religiosas. Embora já tenha existido na época
antiga e clássica, entretanto o Cristianismo como o Islã estenderam
a um maior número de peregrinos e deslocamentos ainda maiores.
São famosas as expedições desde Veneza a Terra Santa e as
peregrinações pelo Caminho de Santiago, foram contínuas as
peregrinações de toda Europa, criando assim mapas e todo o tipo de
serviço para os viajantes. Quanto ao Turismo Islâmico de Hajj a
peregrinação para Meca e um dos cinco Pilares do Islamismo
obrigando a todos os crentes a fazerem esta peregrinação ao menos
uma vez em sua vida.

Turismo na idade moderna

Elizabeth I, Rainha da Inglaterra e Irlanda

As peregrinações continuam durante a Idade Moderna. Em Roma


morrem 1.500 peregrinos por causa da peste.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 95

E neste momento quando aparecem os primeiros alojamentos com


o nome de hotel (palavra francesa que designava os palácios
urbanos). Como as viagens das grandes personalidades
acompanhadas de seu séqüito, comitivas cada vez mais numerosas,
sendo impossível alojar a todos em palácio, ocorre à criação de
novas edificações hoteleiras.

Esta é também a época das grandes expedições marítimas de


espanhóis, britânicos e portugueses que despertam a curiosidade e o
interesse por grandes viagens.

Ao final do século XVI surge o costume de mandar os jovens


aristocratas ingleses para fazerem um gran-tour ao final de seus
estudos, com a finalidade de complementar sua formação e adquirir
certas experiências. Sendo uma viagem de larga duração (entre 3 e
5 anos) que se fazia por distintos países europeus, e desta
acgtividade nascem as palavras: turismo, turista, etc.

Existindo um ressurgir das antigas termas, que haviam decaído


durante a Idade Média. Não tendo somente como motivação a
indicação medicinal, sendo também por diversão e o
entretenimento em estâncias termais como, por exemplo, em Bath
(Inglaterra). Também nesta mesma época data o descobrimento do
valor medicinal da argila com os banhos de barro como remédio
terapêutico, praias frias (Niza,…) onde as pessoas iam tomar banho
por prescrição médica.

Turismo na idade contemporrânea

Com a Revolução Industrial se consolida a burguesia que volta a


dispor de recursos econômicos e tempo livre para viajar. O invento
do maquinário a vapor promove uma revolução nos transportes,
que possibilita substituir a tração animal pelo trem a vapor tendo as
linhas férreas que percorrem com rapidez as grandes distâncias
96 Unidade XVIII

cobrindo grande parte do território europeu e norte-americano.


Também o uso do vapor nas navegações reduz o tempo dos
deslocamentos.

O navio a vapor

Inglaterra torna-se a primeira a oferecer passagens de travessias


transoceânicas e dominam o mercado marítimo na segunda metade
do século XIX, o que favorecerá as correntes migratórias européias
para a América. Sendo este o grande momento dos transportes
marítimos e das companhias navais.

Começa a surgir na Europa o turismo de montanha ou saúde: se


constrõem famosos sanatórios e clínicas privadas européias, muitos
deles ainda existem como pequenos hotéis guardando ainda um
certo charme. É também nesta época das praias frias (Costa azul,
Canal da Mancha,…).

Thomas Cook

Em 1841 Thomas Cook, considerado o pai do Turismo Moderno,


promove a primeira viagem organizada da história. Mesmo tendo
sido um fracasso comercial é considerado como um rotundo
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 97

sucesso em relação a organização do primeiro pacote turístico, pois


se constatou a enorme possibilidade econômica que, este negócio,
poderia chegar a ter como actividade, criando assim em 1851 a
Agência de Viagens “Thomas Cook and son”.

Em 1867 inventa o bono o “voucher”, documento que permite a


utilização em hotéis de certos serviços contratados e propagados a
través de uma agência de viagens.

Henry Wells e William Fargo criam à agência de viagens


American Express que inicialmente se dedica ao transporte de
mercadorias e que posteriormente se converte em uma das maiores
agências do mundo. Introduzindo o sistema de financiamento e
emissão de cheques de viagem, como por exemplo o travel-check
(dinheiro personalizado feito com papel moeda de uso corrente que
protege o viajante de possíveis roubos e perdas).

Cesar Ritz

Hotel Ritz de Madri

Cesar Ritz é considerado pai da hotelaria moderna. Desde muito


jovem ocupou todos os postos de trabalho possíveis em um hotel
até chegar a gerente de um dos maiores hotéis de seu tempo.
Melhorou todos os serviços do hotel, criou a figura do sumiller,
introduziu o banheiro nas unidades habitacionais (UHs) criando as
suítes, revolucionando a administração. (Converteu os hotéis
98 Unidade XVIII

decadentes nos melhores da Europa, o que lhe gerou o pseudônimo


de “mago”).

Ao explodir a Primeira Guerra Mundial no verão de 1914 acredita-


se que havia aproximadamente 150.000 turistas americanos na
Europa.

Ao finalizar a guerra começa a fabricação em massa de ônibus e


carros. Nesta época as praias e os rios se convertem em centros de
turismo na Europa começando a adquirir grande importância o
turismo costeiro.

O avião, utilizado por minorias em longas distâncias, vai se


desenvolvendo timidamente para acabar impondo-se sobre as
companhias navais.

A crise de 1929 repercute negativamente em todo o sector turístico


limitando seu desenvolvimento até aproximadamente 1932.

A Segunda Guerra Mundial paralisa absolutamente o sector em


todo o mundo e seus efeitos se estendem até o ano de 1949.

O “boom” turístico

Ibiza é uma das Ilhas Baleares


Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 99

Porta
de

Brandemburgo

Museu do Louvre.

Entre 1950 e 1973 se inicia a falar de “boom” turístico. O turismo


internacional cresce a um ritmo superior ao de toda a sua história.
Este desenvolvimento é conseqüência da nova ordem internacional,
a estabilidade social e o desenvolvimento da cultura do ócio no
mundo ocidental. Nesta época se começa a legislar sobre o sector.

A recuperação econômica, especialmente da Alemanha e do Japão,


foi uma assombrosa elevação dos níveis de renda destes países e
fazendo surgir uma classe média estável que começa a interessar-se
por viagens.

Entretanto com a recuperação elevando o nível de vida de sectores


mais importantes da população dos países ocidentais. Surge a
100 Unidade XVIII

chamada sociedade do bem-estar que uma vez com as suas


necessidades básicas atendidas passa a buscar o atendimento de
novas necessidades. Aparecendo neste momento a formação
educacional e o interesse por viajar e conhecer outras culturas. Por
outra parte a nova legislação trabalhista adotando a semana inglesa
de 5 dias de trabalho, a redução da jornada de 40 horas semanais, a
ampliação das coberturas sociais (jubilación, desemprego,
invalidez,…), potencializam em grande medida o desenvolvimento
do ócio e do turismo.

Também estes são os anos em que se desenvolvem os grandes


núcleos urbanos e se evidencia a massificação, surge também o
desejo de evasão, escapar da rotina das cidades e descansar as
mentes da pressão.

Nestes anos se desenvolve a produção de carros em série o que


permite acesso cada vez maior a população deste bem, assim com a
construção de mais estradas, permite-se um maior fluxo de
viajantes. De facto, a nova estrada dos Alpes que atravessa a Suíça
de norte a sul supondo a perda da hegemonia deste país como
núcleo receptor, pois eles iam agora cruzar a Suíça para dirigir-se a
outros países com melhor clima.

A evasão é substituída pela recreação, o que se supõem um golpe


definitivo para as companhias navais, que se vêem obrigadas a
destinar seus barcos aos cruzeiros.

Todos estes factores nos levam a era da estandardização


padronizando os produtos turísticos. Os grandes operadores
turísticos lançam ao mercado milhões de pacotes turísticos
idênticos. Na grande maioria utiliza-se de vôos charter, que
barateiam o produto e o popularizam. No principio deste período
(1950) havia 25 milhões de turistas, e ao finalizar (1973) havia 190
milhões.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 101

Não obstante esta etapa também se caracteriza pela falta de


experiência, o que implica nas seguintes conseqüências: A falta de
planeamento (se constrói sem fazer nenhuma previsão mínima da
demanda ou dos impactos ambientais e sociais que se podem surgir
com a chegada massiva de turistas) e o colonialismo turístico
(existe uma grande dependência dos operadores estrangeiros
estadunidenses, britânicos e alemães fundamentalmente).

Nos anos 70 a crise energética e a conseqüente inflacção,


especialmente sentida no sector dos transportes ocasionam um
novo período de crise para a indústria turística que se estende até
1978. Esta recessão implica em uma redução da capacidade de
baixar os custos e preços para propor uma massificação da oferta e
da demanda.

O Airbus A300, o primeiro widebody da história da aviação


comercial.

Nos anos 80 o nível de vida volta a elevar-se e o turismo se


converte no motor econômico de muitos países. Esta aceleração do
desenvolvimento ocorre devido a melhoria dos transportes com
novos e melhores aviões da Boeing e da Airbus, trens de alta
velocidade e a consolidação dos novos charter, Também observa-se
um duro competidor para as companhias regulares que se vem
obrigadas a criar suas próprias filiares charter.
102 Unidade XVIII

Nestes anos se produz uma internacionalização muito marcante das


grandes empresas hoteleiras e das operadoras. Buscam novas
formas de utilização do tempo livre (parques temáticos, deporte,
resorts, saúde,…) e aplicando, ainda mais técnicas de marketing,
pois o turista tem cada vez mais informação e maior experiência,
buscando novos produtos e destinos turísticos, o que gera uma forte
competição entre eles.

A possibilidade de utilização de ambientes multimédia na


comunicação transformarão o sector, tornando o designer dos
produtos, a prestação do serviço, a comercialização dos mesmos de
uma maneira mais fluida.

Machu
Picchu
em
Cuzco,
Perú.

O templo dos guerreiros Chichén Itzá no México

Nos anos 90 ocorrem grandes acontecimentos, como a queda dos


regimes comunistas europeus, a Guerra do Golfo, a unificação
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 103

Alemanha, a guerra iugoslava, etc., que incidem de forma directa


na história do turismo. Trata-se de uma etapa de amadurecimento
do sector que seguiu crescendo, de uma maneira mais moderada e
controlada.

Os significativos problemas desta época ocasionaram limitações à


capacidade receptiva gerando a necessidade de adequar a oferta à
demanda existente, empenhando-se no controle de capacidade de
carga dos ambientes patrimoniais de importância histórica e
diversificando a oferta de produtos e destinos. Tendo ainda a
percepção da diversificação da demanda aparecendo novos tipos
perfis de turistas que exigiam uma melhor qualidade.

O turismo entra como parte fundamental da agenda política de


numerosos países que desenvolvendo políticas públicas focadas na
promoção, no planeamento e na sua comercialização como uma
peça clave do desenvolvimento econômico. Melhorando-se a
formação desenvolvendo planos de educação especializada. O
objectivo é de alcançar um desenvolvimento turístico sustentável
mediante a captação de novos mercados e a regulação da
sazonalidade.

Também as políticas a nível supranacional que consideram o


desenvolvimento turístico como elemento importante como o
Tratado de Maastritch em 1992 (livre tráfico de pessoas e
mercadorias, cidadania européia,…), e em 1995 a entrada em vigor
Schegen e se eliminam os controles fronteiriços nos países da UE.

Ocorre novamente um barateamento das viagens por via aérea por


meio das companhias de baixo custo (Low cost) e a liberação das
companhias em muitos países e a feroz competição das mesmas.
Esta liberalização afecta a outros aspectos dos serviços turísticos
como a gestão de aeroportos e sem dúvida será aprofundada
quando entrar em vigor a chamada Directiva Bolkestein (de
liberalização de serviços) em tramite no Parlamento Europeu.
104 Unidade XVIII

Conceitos de Turismo

Segundo EMBRATUR (numa visão completamente económica),


turismo é: “a actividade económica apresentada pelo conjunto de
transações turisticas (compra e venda de bens e serviços)”.

Já a OMT conceitua como sendo: “deslocamento voluntário e


temporário do homem fora da sua residência habitual, por uma
razão diferente que a de exercer uma actividade remunerada”.

Segundo Andrade, turismo pode ser entendido como: “complexo de


actividades e serviços relacionados aos deslocamentos, transportes,
alojamentos, alimentação, circulação de produtos típicos,
actividades relacionadas aos movimentos culturais, visitas, lazeres
e entretenimento”.

Segundo (BENI 1998, p37), “turismo pode identificar-se em três


tendências para a sua definição: a económica, a técnica e a
holística”.

Duma forma geral, o turísmo é uma das actividades sócio-


económicas de maior importância em vários países do mundo,
chegando até a ser a de maior ênfase em muitos deles. Vendo essa
importâcia, podemos afirmar que esse fenómeno de deslocamento
volunário e temporário deve ser visto e estudado com muita
atenção para que não ocorram choques culturais, naturais, polítcos,
sociais e económocos nos centros receptores.

Quem são turistas?


Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 105

 Todo o indivíduo que permanece por mais que 24 horas


numa localidade visitada e não realiza nenhuma actividade;

 Pessoa que viaja com motivos diferentes de fixar residência


ou trabalho;

 Indivíduo que viaja e realiza gastos de diferentes naturezas


no centro visitado;

 Indivíduo que viaja com diferentes motivações, entre elas:


lazer, eventos desportivos, saúde, religião, intercâmbio
cultural, diversão ou recreio, etc..

 Os turistas viajam por diferentes motivos. Existem


diferentes motivações que levam um indivíduo a realizar
viagens e com isso movimentar o mercado turístico.

Sumário
O turismo é o deslocamento voluntário e temporário do homem
fora da sua residência habitual, por uma razão diferente que a de
exercer uma actividade remunerada.

O turismo é uma actividade, tal como as outras, que acompanhou a


evolução do Homem. Partindo da antiguidade até a época
contemporrânea, a evolução do turismo pode ser dividida em
seguintes etapas: Idade antiga, idade média, idade moderna, idade
contemporrânea
106 Unidade XVIII

Exercícios

1. Quem foi Thomas Cook, e que contribuição deu na


evolução histórica do turísmo?

2. Defina o turismo

3. Caracterize o turismo na antiguidade

4. Quem são os turistas?


Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 107

Unidade XIX

Tipos de turismo e sua classificação

Introdução
Nesta unidade serão objecto de estudo os principais tipos de
turismo e sua classificação, de forma que o estudante adquira uma
visão e conhecimentos adequados para compreender a problemática
dos respectivos conteúdos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os vários tipos de turismo;

 Definir os diferentes tipos de turismo;


Objectivos
 Explicar as actividades que se realizam no turismo.

1. Turismo de eventos

III Reunião Nacional da Inspecção da Educação e Cultura


(Vilanculo – Moçambique 2007)

O Turismo de eventos é entendido como o deslocamento de


pessoas com interesse em participar de eventos focados no
enriquecimento técnico, científico ou profissional, cultural
108 Unidade XVIII

incluindo ainda o consumo. Tendo como principais sub-categorias


o Turismo de congresso e o Turismo de convenção.

O turista deste segmento caracteriza-se pela sua efectiva presença


como ouvinte, “participante” ou palestrante em congressos,
convenções, assembleias, simpósios, seminários, reuniões, ciclos,
sínodos, concílios, feiras, festivais, encontros culturais entre outras
tipologias de evento.

Esta modalidade de Turismo pode ser sub-categorizada observando


a relação da tipologia de evento e o seu público alvo, entidade
organizadora ou finalidade.

 Congresso

Sub-categoria que tem como membros de uma entidade de classe,


profissional, sectorial de uma mesma área do conhecimento.

 Convenção

O público focado neste segmento é exclusivamente interno.


Participantes de um partido, empresa, religião com o objectivo de
motivar, treinar, integração de grupos ou mesmo lazer.

 Feira

Tendo carácter comercial focado comumente em um específico


segmento de mercado consumidor.

 Festival

Evento artístico cujo espectador é atraído por um estilo artístico


podendo ser musical ou mesmo literário.

Para o planeamento do Turismo o mercado de eventos constitui-se


como uma actividade que agrega valor ao produto turístico
permitindo minimizar os efeitos da sazonalidade em destinos que
antes viviam exclusivamente de temporadas turísticas.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 109

2. Turismo cultural

Vietname, Agosto de 1999.

É certo o que o conceito de cultura é extremamente amplo,


entretanto quando falamos de Turismo cultural este obtém uma
conotação restritiva. O termo Turismo Cultural designa uma
modalidade de turismo cuja motivação do deslocamento se dá,
segundo Andrade, com o objectivo de encontros artísticos,
científicos, de formação e de informação.

O Turismo Cultural se caracteriza por uma permanência


prolongada e um contacto mais “intimo” com a comunidade,
ocorrendo viagens menores e suplementares dentro da mesma
localidade com o intuito de aprofundar-se na experiência cultural.
Segundo Andrade, os alicerces do turismo cultural:

“situam-se no esforço de conhecer, pesquisar e analisar dados,


obras ou factos, em suas variadas manifestações.”

3. Turismo científico
110 Unidade XVIII

O Turismo Cientifico por sua vez se constitui como sub dimensão


do Turismo Cultural vulgarmente classificado como uma viagem
de estudos, pesquisa ou investigação.

4. Turismo de congresso

O Turismo de congresso é uma especial sub dimensão do Turismo


Cultural que se caracteriza por viagens cujo objectivo é reunir-se na
tentativa de trocar experiências entre profissionais de uma mesma
categoria.

Vilanculo, Inhambane – Moçambique, 2007.

Este segmento turístico cujos programas são voltados aos


participantes interessados em entrar em contacto com o “novo”.
Possui como actividades a dança, a música, as festas culturais, o
folclore, a culinária, pesquisa, expedições, exposições, pesquisa de
campo etc.

É importante desmistificar este segmento, pois este muitas vezes é


percebido de forma superficial designado com uma actividade de
simples contacto com a cultura do “outro”. É certo que a visita a
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 111

uma localidade produz um contacto cultural, entretanto este se dá


geralmente de forma superficial e despreparada. Turismo Cultural,
não é a visita a instituições culturais tais como museus e teatros e
sim o esforço apontado por Andrade de conhecer, pesquisar e
analisar os dados.

5. Turismo ecológico

Parque Nacional Tapantí em Costa Rica

O ecoturismo é uma forma de turismo voltada para a apreciação de


ecossistemas em seu estado natural, com sua vida selvagem e sua
população nativa intactos.

Embora o trânsito de pessoas e veículos seja agressivo ao estado


natural desses ecossistemas, os defensores de sua prática
argumentam que, complementarmente, o ecoturismo contribui para
a preservação dos mesmos e para o desenvolvimento sustentado
das populações locais, melhorando a qualidade de vida das
mesmas.

O ecoturismo é percebido pelos seus adeptos ou tende a ser


promovido como:
112 Unidade XVIII

 Uma forma de praticar turismo em pequena escala;

 uma prática mais activa e intensa do que outras formas de


turismo;

 uma modalidade de turismo na qual a oferta de uma infra-


estrutura de apoio sofisticada é um dado menos relevante;

 uma prática de pessoas esclarecidas e bem-educadas,


conscientes de questões relacionadas à ecologia e ao
desenvolvimento sustentável, em busca do aprofundamento
de conhecimentos e vivências sobre os temas de meio
ambiente;

 uma prática menos espoliativa e agressiva da cultura e meio


ambiente locais do que formas tradicionais de turismo.

De acordo com David Weaver, registou-se o termo pela primeira


vez no início dos anos 80.

O Ecoclub define-o como um estado ideal de um turismo que:

 minimiza seu próprio impacto ambiental;

 patrocina a conservação ambiental;

 patrocina projectos que promovam igualdade e redução da


pobreza em comunidades locais;

 aumenta o conhecimento cultural e ambiental e o entendimento


inter cultural;

 e que seja financeiramente viável e aberto a todos.

Já a International Ecotourism Society define ecoturismo como a


viagem responsável para áreas naturais que conservam o ambiente
e melhorem o bem-estar da população local. Isto significa que
quem opera e participa de actividades ecoturisticas deve seguir os
seguintes sete princípios:
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 113

 minimizar impactos

 desenvolver consciência e respeito ambiental e cultural;

 fornecer experiências positivas para ambos visitantes e


anfitriões;

 fornecer benefícios financeiros directos para a conservação;

 fornecer benefícios financeiros e poder legal de decisão


para o povo local;

 Elevar a sensibilidade pelo contexto político, ambiental e


social dos países anfitriões;

 Apoiar os direitos humanos internacionais e acordos


trabalhistas.

A actividade, como presentemente configurada em muitas partes do


mundo, é confundida com o turismo de aventura e, de facto, há
quem inclua esta última, assim como outras nomenclaturas dadas
ao turismo (por exemplo: turismo rural, turismo responsável,
turismo ecológico, turismo alternativo, turismo verde, turismo
cultural) como partes ou derivações de uma generalização chamada
ecoturismo.

Turismo geológico

Turismo geológico é o turismo que tem por fim visitar locais de


elevado valor geológico, como vulcões e geoparques.

Turismo de aventura
114 Unidade XVIII

Rafting no rio Arkansas no Colorado

Turismo de aventura é um segmento de mercado do sector


turístico que compreende o movimento de turistas cujo atractivo
principal é a prática de actividades de aventura de carácter
recreativo. Podendo ocorrer em qualquer espaço: natural,
construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não.

Actividades relacionadas: Rafting, rapel, mountain bike, mergulho


autónomo, mergulho de apnéia, trekking, arborismo, exploração de
Cavernas entre outras actividades.

Primeiramente entendido como uma actividade ou subproduto do


Ecoturismo, o segmento de Turismo de Aventura, actualmente,
possui características e consistência mercadológica próprias e,
consequentemente, seu crescimento vem adquirindo um novo
enfoque de ofertas e possibilidades.

Como decorrência do desenvolvimento observado na última


década, vários empreendimentos foram constituídos no País,
oferecendo produtos e serviços especializados aos turistas,
impulsionado pelas transformações. Transformações no
comportamento do consumidor na direcção de estilos de vida mais
saudáveis e também por uma sensibilidade aos assuntos ligados à
preservação da cultura e da natureza, que se reflectem na escolha
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 115

das actividades de lazer e, assim, na definição dos destinos


turísticos.

Estima-se que o crescimento do Turismo de Aventura a partir de


1998 tenha sido de 20% ao ano, de acordo com dados da
Organização Mundial do Turismo - OMT e da Sociedade
Internacional de Ecoturismo.

O Turismo de Incentivo na maior parte do Mundo é uma


ferramenta empresarial utilizada por instituições particulares ou
organizações públicas, com o objectivo de motivar ou premiar
funcionários ou equipes quando metas de produção ou qualidade
são atingidas por eles.

No Segmento Turístico o turismo de incentivo é utilizado por


empresas do sector, conjuntamente ou de forma isolada. Constitui-
se no convite para que algumas especificas agências de viagem
enviem seus melhores agentes. Com a finalidade que este tenha um
conhecimento real do destino ou do produto especifico.

Como consequência, temos um agente de viagem com a capacidade


de vender um produto que realmente conhece

Casa de hospedagem turistica em Vilanculo, Inhambane –


Moçambique, 2007.
116 Unidade XVIII

O Turismo rural é uma modalidade do turismo que tem por


objectivo apresentar como atracção as plantações e culturas em
áreas onde as mesmas, porventura, sirvam de referência
internacional no chamado agronegócio.

Sumário
Nesta unidade foram apresentados os tipos de turismo, sua classificação e
respectivas actividades.

Exercícios

1. Identifique os principais tipos de turismo que conhece e defina-


os.

2. Agrupe o turismo de eventos quanto à sua classificação.

3. Distinga os principais tipos de turismo praticados em


Moçambique e justique a sua resposta.

4. Compare os ritmos dos movimentos turísticos nos países


desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, tirando as
devidas conclusões.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 117

Unidade XX

Movimentos turísticos

Introdução
São entendidos como movimentos turísticos os deslocamentos e
estadias que envolvem a efectivação de actividades consideradas
turísticas geradas pela prática de actividades de aventura que dão
consistência a este segmento, ou seja, a oferta de serviços,
equipamentos e produtos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Obter a noção dos movimentos turísticos;

 Mencionar os principais produtos relacionados com os


Objectivos
movimentos turísticos;

Como se tinha referido anteriormente que o turísmo é um


fenómeno de carácter volunário e temporário, deve ser visto e
estudado com muita atenção para que não ocorram choques
culturais, naturais, polítcos, sociais e económocos nos centros
receptores.

As motivações que levam os indivíduo a viajar são: lazer, eventos


desportivos, saúde, religião, intercâmbio cultural, diversão ou
recreio, etc..

A prática turística implica a oferta de serviços, quipamentos e


produtos de:

• hospedagem
118 Unidade XVIII

• alimentação

• transporte

• recepção e condução de turistas

• recreação e entretenimento

• operação e agenciamento

• outras actividades complementares que existam em função da


prática do turismo

Sumário
Esta unidade abordou sobre o conceito "movimentos turísticos", os
principais produtos relacionados com os movimentos turísticos e as
motivações que levam os indivíduos a viajar.

Exercícios
1. Defina os movimentos turísticos.

2. Menciona os principais produtos relacionados com os


movimentos turísticos.

3. Quais são as motivações que levam os indivíduos a praticarem


turismo em Moçambique

4. Quais as principais motivações que levam os indivíduos a


praticarem turismo em Meca
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 119

Unidade XXI

Turismo e seus agentes económicos

Introdução
O turismo, assim como todas as actividades económicas, possui
seus agentes económicos que o compõe e faz com que ele exista e
se sustente.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Relacionar o turismo e seus agentes económicos;

 Distinguir os principais agentes económicos do turismo;


Objectivos
 Apontar a importância dos agentes económicos decorrentes
da prática do turismo, no desenvolvimento sócio-
económico.

 Descrever os aspectos positivos e negativos do turismo.

Elementos do turismo

Abaixo estão relacionados os cinco elementos de que é composto o


turismo.

 Turistas
 Empresas turísticas,
 Núcleo emissor,
 Governo.

Esses são os agentes formadores desse complexo fenómeno


económico e social em estudo que é o turismo. Abaixo estão as
características de cada um desses agentes.
120 Unidade XVIII

Turistas :

É evidente que são os principais, pois são eles que realizam as


viagens e fazem movimentar os demais agentes.

Empresas turísticas:

São responsáveis pela venda e divulgação dos produtos turísticos.


São elas através de markting que fazem a propaganda dos produtos
e fecham as vendas com os interessados, no caso os possíveis
turistas. São os elos entre o turista e centro receptor.

Núcleo emissor:

O local de origem do turista, é lá onde ele adquire seu pacote


turístico através de uma empresa que fecha o contrato para que ele
se dirija ao centro receptor de sua referência.

Núcleo receptor:

O núcleo receptor é o lugar visitado pelos turistas, onde nele existe


um produto turístico a ser adquirido e usufruido pelos mesmos.
Nele encontra-se atractivos turísticos que juntos e organizados
formam esse centro que com seu produto atrai os turistas que lá se
hospedam e ficam o tempo determinado por eles.

Governo:
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 121

Muitos podem perguntar por que o governo é um agente económico


do turismo. A resposta é dada com outra pergunta que com clareza
responde a primeira:

 Quem é que constrói estradas, aeroportos e hospitais


públicos?
 Quem é que paga a segurança pública?
 Quem realiza as obras de saneamento básico?

Com essas perguntas podemos entender que é o governo quem faz


a parte de maior importância, já que sem um areoporto, nem
segurança pública, nem estradas acessíveis, entre outros factores
não haveria um produto turístico competitivo com os demais.

Também existem excepções, uma grande empresa pode construir


um aeroporto, mas normalmente eles são construídos pelos
governos, o que o torna ainda mais importante para o turismo,
mesmo deixando de cumprir alguns de seus deveres em relaçao ao
mesmo.

Impacto socioeconómico, cultural e ambiental do turismo

Aspectos positivos do turismo no centro receptor

São várias as consequências que o turismo traz para o centro


receptor. Consequências essas que são tanto positivas quanto
negativas. Já vimos alguns efeitos que ele traz para a sociedade.

Agora veremos algumas consequências positivas que ele traz para o


centro receptor e para os indivíduos que nele habitam e trabalham.

O turismo é uma actividade económica que precisa de uma mão de


obra bastante intensa, mão de obra essa que precisa de qualificação.
122 Unidade XVIII

Por ser uma actividade complexa, precisa de muitos trabalhadores


para realizar as diferentes funções dentro do esquema de
funcionamento do local de trabalho. Então ele é um forte gerador
de emprego.

Na parte política ele actua trazendo muitos benefícios para o centro


receptor que nele acredita e investe para conseguir retorno com a
chegada dos turistas.

Com essa chegada, esse centro receptor receberá bastante prestígio


por ser uma cidade cobiçada por turista, o que traz para o poder
público investimentos, diversas empresas na cidade fazendo com
que aumente os impostos.

E com isso aumente a entrada de divisas nesse núcleo receptor,


gerando assim uma política interessada e organizada no sector
turístico, fazendo uma boa imagem do lugar.

Isso aumenta seu prestigio, além de se criar associações, sindicatos


e outros tipos de organizações, forçando teórica e naturalmente a
nascer uma forte organização social.

Como podemos observar nos exemplos acima, são várias as


consequências positivas resultantes do turismo, o que o torna cada
vez mais uma das actividades de maior importância de todo mundo.

Aspectos negativos do turismo no centro receptor

O turismo também tem seus aspectos negativos, de seguida


veremos algumas das principais consequências ocasionadas pelo
turismo:

 Prostituição;
 Especulação monetária (câmbio negro);
 Baixo salário;
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 123

 Destruição de recursos naturais;


 Inflacção;
 Desvio de investimentos para a sociedade.

Sumário
Nesta unidade foram focalizados aspectos como: turismo e seus
agentes económicos, principais agentes económicos do turismo,
importância dos agentes económicos decorrentes da prática do
turismo no desenvolvimento sócio-económico e por fim, os
aspectos positivos e negativos do turismo no centro receptor.

Exercícios
1. Estabelece a relação existente entre o turismo e respectivos
agentes económicos.

2. Menciona os principais agentes económicos do turismo.

3. Cite pelo menos 3 (três) importâncias do turismo no


desenvolvimento sócio-económico de uma dada área.

4. Enumere os aspectos positivos e negativos do turismo no centro


receptor.
124 Unidade XVIII

Unidade XXII

Estudo da diversidade turística

Introdução
Será, nesta unidade, objecto de estudo a diversidade turística, onde
far-se-á uma abordagem sobre contributo proporcionado pela
diversidade turística na elevação das economias nacionais.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Distinguir a diversidade turística em função dos vários tipos


de turismo.

Objectivos
 Explicar o contributo proporcionado pela diversidade
turística na elevação das economias nacionais.

 Classificar o turismo quanto à distância do lugar de origem.

No turismo existem diferentes tipos e modalidades para atender as


grandes demandas especificadas e exigentes.

São diferentes modalidades para o todo tipo de individuo que


queira viajar, sozinho, com a familia, em grupo, etc. Também em
diferentes segmentos: turismo infantil, turismo juvenil, turismo
adulto e terceira idade.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 125

Classificação do turismo quanto a distância do lugar de origem

Turismo interno

Também pode ser chamado de turismo local, regional ou nacional.


Esse tipo de turismo é chamado assim pois é a modalidade que não
ultrapassa as fronteiras nacionais.

Segundo Andrade, turismo interno é:

O conjunto de especialidade de natureza turística acionado, de


modo parcial ou pleno, por habitantes de determinado país que
viajam, se hospedam e usufruem de serviços específicos, sem
deixar o território nacional. Podendo também denominar turismo
doméstico, turismo interior e turismo nacional.

Turismo externo

O turismo externo pode ser chamado de turismo internacional ou


continental, já que o turismo interno não pode ultrapassar as
fronteiras nacionais evidentemente no externo deve-se ocorrer essa
ultrapassagem de fronteiras nacionais.

Segundo Andrade o turismo externo pode ser conceituado como: o


conjunto de actividades turísticas exercidas por cidadãos que
ultrapassam ou viajam além do país de sua residência em direção a
um ou mais países receptivos, onde temporariamente consome bens
e serviços de atendimento de suas nessecidades. Também é
chamado de turismo activo.

Turismo emissivo

A emissão de turistas de uma localidade para outra é denominada


de turismo emissivo, já que a emissão é sinónimo de verbo enviar.
126 Unidade XVIII

Neste caso, o individuo sai da sua localidade para ir a algum centro


receptor da sua preferência. Salientar ainda que o turismo receptivo
sem o emissivo não é nada, da mesma maneira o inverso.

Turismo receptivo

Agora ocorre o inverso do emissivo. O turismo receptivo é o


conjunto de bens, serviços, infra-estrutura, atrativos, etc, pronto a
atender as espectativas dos indivíduos que adquiriram o produto
turístico.

Turismo de mesa

Também pode ser chamado de turismo de maioria, de grandes


quantidades de pessoas.

Constituem indivíduos que realizam essa forma de turismo:

 A classe média assalariada;


 Pequenos e médios empresários;
 Aposentados.

Em resumo pessoas que não constituerm as classes ricas de um


país.

Essa forma de turismo possui diversas características próprias que


são muito importantes. Dentre elas citemos: preocupação com
gastos exagerados e sem necessidades, preferência por transporte
mais barato, porém de qualidade, preferência pelo turismo interno,
hotéis de preços acessíveis, preferência por lugares conhecidos
popularmente, entre outras de menor intensidade que não se podem
generalizar.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 127

Turismo de elite

Em contraposição ao turismo de massa, essa forma de turismo não


se preocupa principalmente com os gastos e sim com um maior
conforto e qualidade nos serviços.

Alguns indivíduos que fazem essa forma de turismo realizam


muitas vezes com intuito de aumento de status, ou seja maior
destaque nos meios de comunicação, chegando até a figurar seus
nomes em Jornais e revistas somente para esse aumento de
popularidade.

Outras classificações da diversidade turística

Existem várias formas de classificar o turismo. Veja abaixo, uma


rápida classificação e exemplificação dessas formas:

Idade dos indivíduos

Turismo infantil, juvenil, adulto e idosos.

Tipos de transportes

Turismo aéreo, ferroviário, rodoviário, fluvial e marítimo.

Localização geográfica

Turismo de praia, campo, urbano, neve, montanha, etc..

Condições de urbanização

Metrópoles, grandes e pequenas cidades, rural, localidades com


grandes áreas naturais, etc..
128 Unidade XVIII

Duração

Excursão, finais de semana, férias, feriados, eventos específicos,


longa e curta duração fora dos demais citados.

Grupo

Individual, familiar, grupal e casais.

Motivação

Eventos, saúde, religião, esportes, negócios, educação, etc..

Sumário
Nesta unidade foram focalizados aspectos como: a diversidade
turística, classificação do turismo quanto à distância do lugar de
origem e outras classificações da diversidade turística.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 129

Exercícios

1. O que entende por diversidade turística?

2. Explica o contributo da diversidade turística na elevação das


economias nacionais.

3. Classifica o turismo quanto à distância do lugar de origem.

a) Refira-se de outras classificações que conhece


130 Unidade XVIII

Unidade XXIII

Turismo em Moçambique

Introdução
Devido às belíssimas características físico – geográficas de
Moçambique e pela valorização de suas potencialidades do ponto
de vista geológico, faunístico, florístico e hidrológico, torna-se
inquestionável a importância do estudo e aprofundamento do
turismo no nosso País.

Moçambique tem no sector turístico um grande potencial para


contribuir com uma boa parte do bolo do produto interno bruto
(PIB].

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar as principais instâncias turísticas de


Moçambique, por regiões: norte, centro e sul.

Objectivos
 Descrever a importância e o valor social, económico e
cultural de turismo em Moçambique.

 Distinguir em cada região de Moçambique, as


potencialidades de maior influência turística

 Cultivar o gosto, amor e defesa pela biodiversidade


faunística, florística, geomorfológica e hidrogeográfica de
Moçambique
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 131

Principais regioes turísticas em Moçambique

Moçambique pode ser dividido em três regiões geográficas que


encerram algumas particularidades turísticas: norte, centro e sul.
As províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula pertencem a
região norte, a do centro é constituída pela províncias de Sofala,
Manica, Tete e Zambézia e por sua vez, a parte sul é formada por
Maputo-Cidade, pelas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane.
Cada uma dessas regiões apresenta características geofísicas,
desenvolvimento sócio-econômico e perfís turísticos diferentes e
as distâncias entre elas são significativas.

Perfil Regional Norte

Vários investidores têm concentrado suas atenções sobre esta


região devido ao potencial turístico que possui (chamam-na de
“jóia do turismo”), assim como produtos turísticos que carecem de
exploração. Nota-se um interesse crescente por parte de
empreendedores em novos projectos de infra-estruturas
vocacionadas ao turismo é caso de hotéis, pousadas, parques de
campismo, dentre outras estâncias turísticas.

Nesta região turística destacam-se as ilhas de Moçambique


(declarado património mundial da humanidade pela UNESCO) e do
Ibo, a vida marinha e a beleza do que é provavelmente um dos mais
lindos arquipélagos no mundo, o arquipélago das Quirimbas, a
selva intacta e extensa da Reserva do Niassa e a biodiversidade
única do Lago Niassa.

O turismo encontra-se principalmente concentrado em Nampula,


Nacala e Pemba. O corredor de Nacala é um dos catalisadores
importantes do desenvolvimento da região: liga Nacala e Nampula
ao Lago Niassa e ao Malawi pelas vias aéreas, rodoviária e
132 Unidade XVIII

lacustre.

Perfil Regional Centro

Nesta região existem muitas atrações turísticas desde praias,


facilidades de negócio, mas o que mais atrai aos turístas são os
animais exóticos existentes à volta dos territórios que constituem
zonas de conservação e preservação de espécies selvagens, por isso
pode-se dizer que a natureza e negócios fornecem uma excelente
base para o turismo. Os sinais de recuperação das espécies e dos
animais de pequeno porte estão a ser cada vez mais vistos, com a
reposição das reservas.

O Parque Nacional de Gorongosa, hoje em reestruturação, era uma


das reservas de animais mais famosas da África Austral e a caça
nas cotadas do centro figurava entre as melhores do mundo. Esta
região conta também com a reserva de búfalos de Marromeu.

A cidade da Beira é a segunda cidade de Moçambique e um centro


econômico de importância regional. O seu porto desempenha um
papel importante na ligação de Moçambique com o Zimbabwe e
outros países vizinhos localizados no centro. Actualmente, o
crescimento do turismo da cidade da Beira baseia-se no comércio e
negócios.

Perfil Regional regional sul

Nota-se que esta região está a beneficiar de níveis


consideravelmente elevados de desenvolvimento e detêm a melhor
infra-estrutura de todo o país. Esta é a região onde se concentra o
turismo, mais de 50% da capacidade total dos estabelecimentos
registados e 65% do total das camas.
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 133

O turismo de negócios encontra-se concentrado em Maputo-cidade.


Por sua vez, o turismo de lazer progride satisfatoriamente em várias
partes das provincias de Maputo, Gaza e Inhambane. Existem
vários empreendimentos turísticos, nessa região, destacando-se
aprovincia de Inhambane (Vilanculos e Bazaruto) que mais
investimentos tem na área. As infraestruturas turísticas são
acessíveis e das mais variadas gamas, talvez seja por isso que
verifica-se o registo de uma intensa actividade turística. As praias
de Bilene, Xai Xai, Macaneta são indispensáveis para um bom
turismo familiar, a Ponta de Ouro e a Ponta Malongane constituem
príncipais pólos de atração turística para os praticantes e
admiradores de desportos aquáticos. A zona costeira sul representa
“cartões de visitas” cuja expressão facial se manifesta pela beleza
paradisíaca das suas componentes naturais inserida numa
plataforma de crescimento sustentável do turismo.

Foi concebido um projecto âncora cujo enfoque está no


desenvolvimento do parque transfronteiríço do Grande Limpopo
que abarca o Parque Nacional de Kruger (África do Sul),
Gonerezhou (Zimbabwe) e o Parque Nacional do Limpopo
(Moçambique). O funcionamento integral deste aliciante projecto
turístico permitirá a operacionalização do turismo fotográfico em
toda a área que delimita o parque Nacional do Limpopo, a
ampliação da superfície territorial vai ligar a zona de Massingir ao
parque Kruger. A Reserva Especial de Maputo e a AFTC de
Libombos no sul da província de Maputo oferecem outras
oportunidades para a prática do eco-turismo.
134 Unidade XVIII

Sumário
Nesta unidade foram focalizados aspectos como: o Turismo em
Moçambique, as principais regiões turísticas em Moçambique e as
suas potencialidades.

Exercícios

1. Identifique as principais instâncias turísticas de Moçambique,


por regiões: norte, centro e sul.

2. Descreva a importância e os valores social, económico e


cultural de turismo em Moçambique.

3. Distingue em cada região de Moçambique, as potencialidades


de maior influência turística.

4. Moçambique é um País rico do ponto de vista da sua


biodiversidade faunística, florística, geomorfológica e
hidrogeográfica.

Desenvolva a afirmação em nº 4
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 135

Unidade XIV

Turismo e meio ambiente no mundo

Introdução
A relação do turismo e meio ambiente pode ser caracterizada em
quatro fases distintas. Ao longo desta unidade serão apresentadas as
características de cada fase.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar as quatro fases dos impactos da actividade


turística no meio ambiente

Objectivos
 Explicar os impactos ambientais decorrentes da actividade
turística

De acordo com Ruschmann (2001), a relação do turismo e o meio


ambiente pode ser caracterizada em quatro fases distintas:

A primeira fase, pioneira, ocorreu no século XVIII, e se


caracterizou pela descoberta da natureza e das comunidades
receptoras". Os primeiros turistas tinham muita curiosidade sobre
os meios que visitavam e a leitura que faziam dessas áreas era bem
diferente daquela dos viajantes actuais. Suas motivações eram,
busca de ambientes onde a industrialização ainda não havia
chegado ou de centros turísticos desenvolvidos à beira-mar para
bronzearem-se e banharem-se. Esta é a fase dos primeiros
relacionamentos e dos primeiros equipamentos turísticos. Portanto
é uma fase onde o turista começa a procurar o meio ambiente para
fugir dos grandes centros, é uma fase ainda de convívio equilibrado
entre o turismo e o ambiente pois não são todas as pessoas que
136 Unidade XVIII

podem viajar, então o número de turistas é reduzido sem a


exigência de grandes modificações no ambiente para que este possa
ocorrer.

A Segunda fase, “caracterizada por um turismo "dirigido" e


elitista, ocorreu no final do século XIX e início do século XX. Não
havia a preocupação com a protecção ambiental e a intensificação
da demanda estimulou as construções e o boom imobiliário que
actualmente caracterizam os centros turísticos mais antigos da
Europa. [...]. Trata-se da fase na qual a natureza é domesticada,
porém, não necessariamente esquecida, pois as empresas turísticas
limitavam seus produtos às estações e ao seu entorno, onde a
natureza e as civilizações tradicionais tinham seus direitos
garantidos." (Ruschmann, 2001, p.20). Nesta fase ficam marcadas
as primeiras modificações no ambiente motivados pelo
desenvolvimento do turismo, quanto ao direito dos autóctones e os
do ambiente não foram garantidos, o que acontecia na realidade é
que a demanda mesmo que maior se comparada a fase anterior
ainda era pouco expressiva para que pudesse causar grandes danos
ao ambiente onde o turismo se desenvolveria.

A terceira fase, que corresponde ao turismo de massa “ocorre a


partir dos anos 50 e tem seu apogeu no transcorrer dos anos 70 e
80. A demanda turística dos países desenvolvidos cresce em ritmo
muito rápido e as localidades turísticas vivem uma expansão sem
precedentes. [...]. Esse período é o mais devastador e se caracteriza
pelo domínio brutal do turismo sobre a natureza e as comunidades
receptoras. Trata-se de uma fase de excessos, [...]. Predominam o
concreto, o crescimento desordenado, a arquitetura urbana, a falta
de controle de efluentes de esgotos, a criação de marinhas, de
portos artificiais e de estação de esportes de inverno, onde várias
construções ruíram por causa da falta de estudos geológicos. Em
resumo, um período catastrófico para a protecção do meio
ambiente" (Idem).
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 137

Observa-se desta forma que o turismo teve seu grande


desenvolvimento a partir da segunda guerra mundial durante os
anos 50 e 60, foi uma fase desastrosa na relação ambiente e
turismo, o aumento significativo dos viajantes devido as facilidades
que surgiram na época como o avanço nas tecnologias de
transportes e comunicações, as conquistas trabalhistas que se deram
na época e a expansão da economia mundial, proporcionaram que
cada vez mais segmentos da sociedade tivessem condições para
consumo de bens e serviços, que antes eram privilégio das elites.
Tais factos fizeram do turismo uma oportunidade de crescimento
econômico. Pois a cada ano gerava, mais e mais renda devido ao
aumento do fluxo de viajantes. Portanto muitos países
vislumbrados com as oportunidades do turismo, começam a
incentivar a actividade.

Assim nos anos 70 os problemas ambientais são conhecidos por


toda a sociedade, dando origem os movimentos ambientalistas,
"que se organizam em uma frente de reação ao sistema econômico,
cuja lógica de maximização da produção e optimização do uso dos
recursos naturais, renováveis ou não, subestima o custo social e
ambiental decorrente desse processo." (PIRES, 2002, p. 48). Tal
movimento surge num período em que outros movimentos de
carácter político-ideológico e contracultural estão em plena
actuação, portanto o que ocorre é uma identificação entre eles,
formando uma união e uma sinergia e união entre os movimentos.

Portanto dos anos 60 até o início dos anos 70 vários eventos e


diversos tratados em vários países foram realizados para discutir a
problemática ambiental, mas o ano de 72 foi um marco para tais
discussões, "pela primeira vez, então, expuseram-se e discutiram-
se, em escala mundial, os direitos da humanidade a um ambiente
saudável e produtivo. [...] da pressão e da mobilização de uma
sociedade que desapertava para a importância transcendente desse
tema e, por isso, firmou-se como um referencial do ambientalismo
138 Unidade XVIII

contemporâneo." (PIRES, 2002, p.49), é a Conferencia das Nações


Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo.

Como não poderia ser diferente neste momento que toda a


sociedade repensava a forma de desenvolvimento das actividades
econômicas, isto reflectiu directamente no turismo, que até este
momento se desenvolvia de forma massificada causando custos
sociais, ambientais, culturais e econômicos. Sendo necessário
novas idéias para um desenvolvimento do turismo mais ordenado e
que estivesse de acordo com a ética vigente na sociedade.

Esta mudança começa a surgir nas destinações turísticas por parte


de suas comunidades, políticos e ambientalistas que buscam
reordenar seus espaços turísticos, para atender a um turismo mais
moderado, com operações de pequena escala, dando ênfase aos
recursos da comunidade, com poucas alterações na localidade e um
alto nível de envolvimento da população local. Esta nova ética no
turismo fruto de uma mudança do paradigma da época, resultado de
acontecimentos de caráter cultural e ideológico no âmbito geral da
sociedade, tem por finalidade "o respeito às populações autóctones,
a valorização de seu ambiente natural e de sua cultura.

Portanto devido a esta mudança de paradigma, devido a crítica dos


modelos de desenvolvimento econômicos, imposto pela sociedade,
e refletido para dentro do turismo, surge o turismo alternativo que
tem princípios éticos e humanitários, como a valorização do
patrimônio cultural e natural de um povo, o respeito à dignidade
humana e a educação, e a melhoria da qualidade de vida da
população, preservação da natureza e a realização de experiências
turísticas auténticas enriquecedoras da condição humana.

O turismo alternativo é uma renovação na forma de fazer turismo,


um movimento que teve origem no ideal que se forjava no
descontentamento e na mobilização das opiniões mais sensíveis e
das camadas sociais atingidos pelo modelo predatório do turismo
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 139

de massas, que hoje encontra em pleno desenvolvimento na


tentativa de diminuir os impactos negativos do turismo, minimizar
os problemas ambientais e ser uma oportunidade de
desenvolvimento moderado e ordenado que promoverá o bem-estar
e a melhoria da qualidade de vida de uma comunidade.

O turismo passa a considerar os problemas do meio ambiente. A


partir dos anos 70, a qualidade do meio ambiente começa a
constituir elemento de destaque do produto turístico: a natureza e
actualmente, em muitos países entrou-se em uma fase na qual as
comunidades receptoras ressurgem no sector dos empreendimentos
turísticos, ainda massificadas, porém adaptadas à sensibilidade da
época.

Neste período vivia-se a realidade de que "os valores materiais


proporcionados pelo "progresso" e "prosperidade" advinda do
crescimento econômico se sobrepunham às questões ambientais,
não se reconhecendo limites para o crescimento e aceitando-se os
riscos dele decorrentes." Este era um paradigma da época onde o
crescimento econômico em diversas actividades vinha causando
danos ao ambiente onde era desenvolvido, mas o factor econômico
vinha sempre a frente dos ambientais.

No início dos anos 70 este turismo de massa, atinge sua plenitude, e


começam a se evidenciar todos os problemas causados por ele,
sobre as comunidades autóctones a sobre o meio ambiente. Este
quadro atinge e fomenta críticas por parte de alguns sectores
ligados ao turismo sobre este tipo de desenvolvimento desordenado
140 Unidade XVIII

Sumário
Esta unidade tratou do relacionamento do meio ambiente com o
turísmo. Este relacionamento foi dividido em quatro fases com
características distintas.

Exercícios

1. Quais são as principais fases que caracterizam o


relacionamento da actividade turística e o meio ambiente

a) Caracterize a primeira fase

2. A partir da segunda guerra mundial durante os anos 50 e 60,


foi uma fase desastrosa na relação ambiente e turismo.
Comente

3. Fale dos impactos ambientais decorrentes da actividade


turística em Moçambique
Geografia dos Transportes, Comunicações e Turismo GO212 141

Referências bibliográficas

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Disponível em: http://www.infopedia.pt/$antecedentes-da-
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 http://esquerdismosliberais.blogspot.com/2010/10/
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 http://www.sardc.net/editorial/sadctoday/portview.asp?
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 JULIANO, kim (2011). Condições naturais e satisfação do


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 MONTEREY, Guido. Porto: origem, evolução e transportes

 SILVA, Vitor et al. Transportes

 SYLVESTRE et al (2008). O impacto dos corredores de


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 Wikipédia1, a enciclopédia livre. Geografia dos transportes

 Wikipédia2, a enciclopédia livre. Globalização. Disponível


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 Wikipédia3, a enciclopédia livre (2011). Comércio


Internacional
142 Unidade XVIII

 RUSCHMANN, Doris van de Meene (2001). Turismo e


planejamento sustentável: a protecção do meio ambiente. 7.
ed. Campinas: Papirus.

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