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Manual de Curso de licenciatura em Ensino de

Geografia – 4º Ano

Geografia Regional
G0149 Módulo unico

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino a Distância
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Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à
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Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente
manual, dr. Jossias Gabriel Mate, gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes
indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Pela maquetização e revisão final Heitor Simão Mafanela Simão

Elaborado Por: dr. Jossias Gabriel Mate

Revisao: dr. Pedro Herculano Arrone

Licenciado em Geografia
i

Índice

Visão geral 1
Benvindo a Geografia Regional ..................................................................................... 1
Objectivos do curso ....................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................ 1
Como está estruturado este módulo................................................................................ 2
Ícones de actividade ...................................................................................................... 3
Habilidades de estudo .................................................................................................... 3
Precisa de apoio? ........................................................................................................... 4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 5
Avaliação ...................................................................................................................... 5

Unidade I 7
Geografia regional: conceitos basicos, zonalidade vertical e horizontal .......................... 7
UNIDADE-II ..................................................................................................... 15
GEOGRAFIA REGIONAL- Princípios Básicos e teorias explicativas da origem dos
continentes .................................................................................................................. 15
Introdução .......................................................................................................... 15
Deriva continental .............................................................................................. 17
Mudança de paradigma geológico ................................................................... 26
Sumário ....................................................................................................................... 28
Exercícios.................................................................................................................... 29

Unidade III 29
O ENSINO DA GEOGRAFIA REGIONAL ................................................................ 29

Unidade IV 39
O CONTINENTE AFRICANO- Aspectos gerais. ........................................................ 39
Introdução .......................................................................................................... 39
Sumário ....................................................................................................................... 46
Exercícios.................................................................................................................... 46

Unidade V 47
Regioes altimetricas e climaticas do Continente Africano. ........................................... 47
Introdução .......................................................................................................... 47
Sumário ....................................................................................................................... 58
Exercícios.................................................................................................................... 59

Unidade VI 60
Hidrografia do Continente Africano: ........................................................................... 60
A Regionalização hidrografica e biogeografica do Continente Africano ............. 60
Introdução .......................................................................................................... 60
ii

Sumário ....................................................................................................................... 72
Exercícios.................................................................................................................... 72

Unidade VII 73
O CONTINENTE SUL AMERICANO ....................................................................... 73
Introdução .......................................................................................................... 73
Sumário ....................................................................................................................... 86
Exercícios.................................................................................................................... 87

Unidade VIII 89
O Continente Australiano. ........................................................................................... 89
Introdução .......................................................................................................... 89
Sumário ....................................................................................................................... 98
Exercícios.................................................................................................................... 99

Unidade IX 101
O Continente Antárctida. ........................................................................................... 101
Introdução ........................................................................................................ 101
Sumário ..................................................................................................................... 104
Exercícios.................................................................................................................. 105

Unidade X 105
CONTINENTE NORTE AMERICANO: A Situação Geográfica e Astronómica e
regionalizacao da linha da costa................................................................................. 105
Introdução ........................................................................................................ 105
Sumário ..................................................................................................................... 113
Exercícios.................................................................................................................. 113

Unidade XI 114
Regionalizacao do continente norte americano quanto a geologia, relevo e clima ...... 114
Introdução ........................................................................................................ 114
Sumário ..................................................................................................................... 127
Exercícios.................................................................................................................. 128

Unidade XII 129


Hidrografia do Continente Norte Americano ............................................................. 129
Introdução ........................................................................................................ 129
Sumário ..................................................................................................................... 134
Exercícios.................................................................................................................. 134

Unidade XIII 135


Os Glaciares do Continente Norte Americano ............................................................ 135
Introdução ........................................................................................................ 135
iii

Sumário ..................................................................................................................... 144


Exercícios.................................................................................................................. 144

Unidade XIV 145


A Eurásia: ASPECTOS GERAIS e regionalizacao da linha da costa .......................... 145
Introdução ........................................................................................................ 145
Sumário ..................................................................................................................... 149
Exercícios.................................................................................................................. 149

Unidade XV 150
Regionalizacao do continente euroasiatico: relevo, hidrografia e clima ...................... 150
Introdução ........................................................................................................ 150
Sumário ..................................................................................................................... 160
Exercícios.................................................................................................................. 161

Entregar o exercicio 3Unidade XVI 161


Regionalização complexa Físico-Geográfica do Continente Euroasiático ................... 162
Introdução ........................................................................................................ 162
Sumário ..................................................................................................................... 168
Exercícios.................................................................................................................. 168

Unidade XVII 169


GEOGRAFIA ECONÓMICA REGIONAL Breve resenha Histórica das
Grandes Transformações Económicas e Sociais do Mundo. ....................................... 169
Introdução ........................................................................................................ 169
Sumário ..................................................................................................................... 176
Exercícios.................................................................................................................. 177

Unidade XVIII 179


As Principais Variações Económicas e suas Consequências no Contexto Politico-
Económico. ............................................................................................................... 179
Introdução ........................................................................................................ 179
Sumário ..................................................................................................................... 182
Exercícios.................................................................................................................. 183

Unidade XIX 185


O Continente Europeu ............................................................................................... 185
Introdução ........................................................................................................ 185
iv

Sumário ..................................................................................................................... 189


Exercícios.................................................................................................................. 190

Unidade XX 192
Aspectos Económicos do Continente Europeu ........................................................... 192
Introdução ........................................................................................................ 192
Sumário ..................................................................................................................... 203
Exercícios.................................................................................................................. 204

Unidade XXI 207


O Continente Americano. .......................................................................................... 207
Introdução ........................................................................................................ 207
Sumário ..................................................................................................................... 219
Exercícios.................................................................................................................. 219

Unidade XXII 221


América Latina. ......................................................................................................... 221
Introdução ........................................................................................................ 221
Sumário ..................................................................................................................... 230
Exercícios.................................................................................................................. 230

Unidade XXIII 233


O continente Asiático ................................................................................................ 233
Introdução ........................................................................................................ 233
A Energia Japonesa .......................................................................................... 236
Sumário ..................................................................................................................... 239
Exercícios.................................................................................................................. 240

UNIDADE XXIV 241


O Continente Australiano. ......................................................................................... 241
Introdução ........................................................................................................ 241
Sumário ..................................................................................................................... 246
Exercícios.................................................................................................................. 246

Unidade XXV 247


O Continente Africano............................................................................................... 247
Introdução ........................................................................................................ 247
A SADC como Organização Regional ....................................................................... 257

A Origem da SADC 257

A SADC, (Southern African Development Community), tem a sua origem na SADCC,


(Southern African Development Co-ordination Conference), criada em Abril de 1980,
v

em Lusaka na Zâmbia, por governos de nove países da África Austral que são: Angola,
Botswana, Lesotho, Malawi, Moçambique, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.257

258

Emblema e Bandeira da ASDC 258

A integração de mais membros tem a ver com o conjunto de transformações políticas


ocorridas na região, onde destacamos o fim do Apartheid na África do Sul e começo de
uma nova era de desenvolvimento naquele país. Cada país membro tem
responsabilidade de coordenar um ou mais sectores de desenvolvimento económico e
social, de acordo com as suas potencialidades territoriais. Moçambique ficou com a
tarefa de coordenar o Sector dos Transportes e Comunicações. 258

A sede da Organização está em Gaberone em Botswana, as línguas de trabalho são o


Inglês e o Português. 259

Os actuais objectivos da Organização são: 259

1- Implementar o crescimento económico, aliviar a pobreza, estabelecer as melhores


condições de vida dos cidadãos da região e eliminar as desvantagens da região mediante
a integração. 259

2- Promover a paz e a segurança. 259

3- Promover o desenvolvimento sustentável com base em cooperação colectiva e


interdependência dos países membros. 259

4- Promover a utilização sustentável dos recursos naturais e a protecção efectiva do


ambiente. Entre outros. 259
Sumário ..................................................................................................................... 261
Exercícios.................................................................................................................. 262
1

Visão geral

Benvindo a Geografia Regional

O presente Módulo debruça-se sobre a regionalização do planeta


terra em continentes e sub-continentes, tendo em conta os critérios
físicos – geográficos, nomeadamente o climático, geológico,
geomorfológico, hidrográfico, a vegetação, entre outros.

Objectivos do curso

Quando terminar o estudo de Geografia Regional I os continentes


austrais será capaz de:

 Conhecer a Geografia Física Regional

 Reginalizar o mundo física, económica e socialmente.

 Descrever as Condições e características físicas e sócio


Objectivos
económicas das regiões e subregioes.

 Relacionar os fenómenos Físico-Geográficos com os Sócio-


Económicos.

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para todos aqueles que, tendo já


conhecimentos gerais da Geografia, prosseguem os seus estudos
nesta área, sobretudo para os Estudantes do Curso de Geografia, na
área de ensino desta Disciplina. Antes de estudar este módulo deve
reunir ou recordar os conhecimentos que teve sobre a Introdução ao
estudo de Geologia, Climatologia, Geomorfologia Geral da Terra e
Geografia Geral porque estes irão ajudar na interpretação dos
diferentes fenómenos físicos e a sua distribuição pelo espaço dos
Continentes Austrais, uma vez que os fenómenos geográficos
interrelacionam-se.
2

Como está estruturado este módulo

Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade


Católica de Moçambique - Centro de Ensino a Distância
encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias

 Um índice completo.

 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os


aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o
estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com
atenção antes de começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo

O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma


introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade
incluindo actividades de aprendizagem, um summary da
unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação.

Outros recursos

Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma


lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos
podem incluir livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de


cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais
para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as
completar. Estes elementos encontram-se no final do módulo.
3

Comentários e sugestões

Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer


comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os
seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar
este curso / modulo.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas


margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança
de actividade, etc.
Acerca dos ícones
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos
por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.

Habilidades de estudo

Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar


melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no
estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com
estratégias eficazes e por isso é importante saber como estudar.
Apresento algumas sugestões para que possa maximizar o tempo
dedicado aos estudos:
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o
ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um
intervalo de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas
horas/sem interrupção?
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto
da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar
que já domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas
partes da matéria do que saber pouco sobre muitas partes.
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações,
porque, devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e
insegurança, começa a ter-se dificuldades de concentração e de
4

memorização para organizar toda a informação estudada. Para isso


torna-se necessário que: Organize na sua agenda um horário onde
define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana;
Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e
a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem
o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar
a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está
a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens,
definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para
colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a
melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à
compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
desconhece;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação,
o material impresso, lhe pode suscitar alguma duvida (falta de
clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos,
contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacteo pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o
tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado,
numa fase posterior contacte o coordenador do curso e se o
problema for de natureza geral. Contacte a direcção do CED, pelo
número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas
normais de expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED,
neste período pode apresentar duvidas, tratar questões
administrativas, entre outras.
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta,
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse
mutuamente, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza
de forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas
competências.
5

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e


autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
antes do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor\docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plagio. A
honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos
autoriais devem marcar a realização dos trabalhos.

Avaliação

Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e


o período presencial (20%). A avaliação do estudante é
regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo
individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de
frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da
média de frequência, determinam a nota final com a qual o
estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 2 (dois) trabalhos, 1 (um)
teste e 1 (exame).
Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referencias utilizadas, o respeito
pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
consulteos.
7

Unidade I

Geografia regional: conceitos basicos, zonalidade vertical


e horizontal

Introducao

A Geografia regional enquadra-se na geografia Geral, com a


especioficidade de apresentar os criterios de regionalizacao quer seja
natural qyer seja socio economica, analisar os diversos factoes que
concorrem na ocorencia da heterogeneidade ou homogeniedade entre
diversos espacos geograficos.

O presente capitulo apresenta nocoes basicas dos concitos geografia


regional, regiao, regiao natural, regiao economica. Estabelece-se tambem
a relacao enxistente entre a geografia regional com outras areas de saber
cientifico. Faz-se mensao dos tipos de zonalidade, a vertical e a
horizontal e os factores associados.

Nesta unidade ou capitulo, o estudante deve ser capaz de:

 Conceituar, geografia regional, regiao, regioes naturais e


economica
 Estabelecer relacao da Geografia regional com outras areas afins
 Identificar as variaveis de regionalizacao fisica e socio
economica

Geografia constitui um corpo metodológico de estudo de leis da


distribuição de fenomenos físicos naturais e humanos. A geografia geral
produz explicações universais. A investigação geográfica geral visa à
produção de teorias sobre fenómenos espaciais utilizando métodos
científicos.

Geografia regional – ramo da Geografia que se ocupa nas estratégias


de estudo da origem, evolução e dinamica das partes específicas da
superficie terrestre. Emerge da aplicação das teorias da Geografia
geral no estudo de espaços específicos, baseando-se no pressuposto de
que as leis geográficas ou os processos geográficos estudados
8

interagem de diferentes maneiras nas diferentes partes do globo


terrestre produzindo regiões com características específicas e
repetetivas na superfície terrestre. Assim surge a teoria da divisão de
regiões naturais. Esta teoria elabora critérios de subdivisão da
superficie terrestre em espaços homogeneos quanto as caracteristicas
geograficas.

Existe uma ligação dialética entre a Geografia geral e a regional. Para


a descoberta de leis gerais, a Geografia geral necessita de acumular
factos ou dados impíricos a partir da dados regionais ou seja a partir
de estudos regionais. Mas por outro lado, as caracteristicas das regiões
só possuem significado científico se forem articulados com alguma
teoria da geografia geral. Um exemplo concreto é a teoria das
mudanças ambientais globais que só é possivel ganhar validade
científica com a acumulação de evidencias sistemáticas ao nivel das
regiões , por exemplo, no que respeita ao clima deve-se acumular
evidencias de anomalias de precipitação em diferentes países ou
regiões de modo a construir teoria sobre mudanças ambientais globais
através da generalização dos resultados a uma escala planetária.

Os temas de actualidade em Geografia Regional visam a apreender


as novas tendencias da evolução das regiões . Estas tendencias podem
explicação predominante fisica ou económica.

Na actualidade dois conceitos explicativos são mais aplicados


nomeadamente: mudanças ambientais globais no sentido de explicar
as tendencias das mudanças físicas e a globalização para explicar as
tendencias de mudanças induzidas pelo homem.

As mudanças ambientais globais tem como factor principal o


aquecimento que altera os rítimos dos processos naturais provocando
sempre surpresas e imprevesibilidade nos processos naturais enquanto
que a globalização tem como resultado a uniformização dos
componentes e a constante incapacidade de controlar os processos
económicos, sociais e culturais.
9

Os temas de actualidade em Geografia regional estudam as


particularidades de nivel micro de cada região. Envolvem estudos
sibernéticos, sistemas que podem ser estudados pela informática no
ponto de vista do seu maneio. Insidem no realse da contraposicao à
tendencia para a uniformização resultante da globalização e da
artificialização da vida.

Os temas de actuadade surgem também na perspectiva de busca de


soluções face a extinsão das espécies causadas tanto pela acção humana
ou pelas mudanças climáticas.

O conhecimento de regiões naturais é de extrema importancia na


planificação do desenvolvimento económico e sustentável de países , por
isso, é necessário proceder a regionalização dos países e de territórios de
modo a estudar de forma aprofundada as suas potencialidades de modo a
utilizar cada territorio de acordo com as suas as suas vocações.

Dada a influencia predominante das regiões naturais na vida humana, as


motivações, os objectivos do estudo das paisagens são diversos. Existem
motivações económicas, científicas que tem como objectivo de perceber
as especificidades da evolução da supeficie terrestre, das especificidades
da contribuição de cada elemento da paisagem na evolução do conjunto
e na dinamica do conjunto e das partes.

As regiões natutrais na liguagem biológica, ecologica são ecossistemas


ou seja, são manifestações da biodiversidade e da geodiversidade na
medida em que proporcionam condições específicas para o
desenvolvimento dos seres vivos.

O estudo também tem como objectivo a avaliação dos recursos naturais


ou seja, a quantificação dos recursos naturais existentes em cada região.
Exemplo: áreas cultiváveis, áreas de pastagens, etc. Também pode se
estudar para efeitos de conservação do património a diferenres niveis.
Existe no mundo, a reserva da biosfera que é o parque localizado num
deteminado país e que constitui um testemunho histórico de formas de
vida antigas que sobriviveram a acção do Homem como é o caso de Ilhas
Galápago no Equador que possui uma forma exclusiva de relíquias ou de
animais relíquias sobriviventes das eras geólogicas passadas. O estudo
10

das regiões é importante para a educação ambiental pois revela-nos o


carácter único da biosfera. Só na biosfera encontramos esta diversidade
de forma de vida que é resulado de complexas interracções , de forças de
energias e de substancias ao longo da história geológica da terra.
Entretanto, em minuto a acção do homem pode destruir aquilo que
envolveu milhões de anos para se construir. Importa referenciar também
que os estudos permitem produzir correcções das condições naturais
adversas às actividades humanas como é o caso da correcção do relevo
através de aterros.

Zonalidade geografica

A zonalidade é a base de surgimento de de novas regiões geográficas.


Uma das caracteristicas da Geografia regional é o estudo da zonalidade
ou seja, estudo dad mudanças das caracteristicas fisico geograficas em
algumas partes da superficie terrestre. Um dos percursores da zonalidade
foi o Duktchaev ao descobrir que os solos da Rússia distribuiam-se em
faixas paralelas ao equador e que as suas características manifestavam as
características do clima.

A existência de regiões geográficas, defendida pela geografia regional,


resulta da harmonia entre as condições naturais, as heranças históricas
e a criação humana, daí resultando um espaço com características
indivizualizadas e únicas.

As regiões geográficas apresentam uma certa hierarquia. As de nível


taxonómico mais elevado são caracterizadas por uma elevada
complexidade enquanto que as regiões geográficas de nivel taxonómico
mais baixo são caracterizados por uma elevada homogeneidade ou
uniformidade.

A zonagem geográfica subdivide-se em zonagem geográfica física e


humana.

A física permite identificar e delimitar regiões naturais. Cada região


natural corresponde a uma paisagem característica que a expressão
exterior ou a panorâmica da região.
11

A económica identifica e delimita regiões económica que são espaços


com uma identidade própria quanto a processos humanos. Nalguns casos
há uma coincidência de regiões naturais com as económicas devido a
influência determinante das condições naturais na formação das regiões
naturais.

A zonagem simples permite identificar e delimitar limites de ocorrência


de elementos das regiões e das paisagens.

A zonagem complexa identifica espaços homogéneos quanto a


combinação de elementos, existindo elementos determinantes. Esta
estabelecido que as regiões naturais a nível planetário tem como factor
principal o clima enquanto os níveis intermédios tem como factor
principal a geodinâmica interna e as condições geológicas.

As regiões de nível mais baixo possuem como factor principal o relevo e


a drenagem onde a geodinâmica interna desempenha um papel
importante. Por exemplo, uma região que se chamasse plateau da
manga, o factor principal seria o relevo no que concerne a altimetria
enquanto que o rift valy o seu factor principal seria a geodinâmica
interna.

As zonas climáticas e os biomas possuem uma distribuição em faixas


contínuas abraçando todo o globo terrestre ao longo dos paralelos. Por
exemplo, em relação aos biomas, do equador aos polos encontramos a
floresta equatorial, savana, desertos, floresta subtropical, deserto
temperado, estepes temperados, floresta de folha caduca temperada,
taiga ou floresta conífera, tundra, neve perpétua.

A zonalidade horizontal latitudenal ou planicie é reflexo do carácter


zonal da distribuição da energia solar. Do equador para os polos diminui
a intensidade da radiação solar. Entretanto a precipitação não diminui
uniformimente do equaqdor aos polos. Existem faixas de alta pressão
com baixa precipitação e faixas de baixa pressão com elevada
precipitação.

Para além da zonalidade horiozontal ou de planicie manifesta-se na


superficife terrestre a zonalidade vertical ou de montanha que manifesta-
12

se da mudança das caracteristicas do sopé da montanha até ao cume. As


zonas climaticas nas montanhas depende da localização geográfica dessa
região montanhosa. Depende também da altitude máxima dessa região
montanhosa.

Na zonalidade vertical encontramos o mesmo tipo de zonas climáticas e


biomas de zonalidade horizontal, sobrepostas de sopé ao cume. Na parte
mais elevada da zonalidade vertical, devido a dimiinuição da
temperatura com a altitude encontramos zonas climáticas e biomas de
altas latitudes. Por exemplo, no monte Kilimanjaro, no seu topo coberto
de neve e gelo, constitui uma representação das zonas polares da
zonalidade horizontal.

Ao descer do pico em direcção ao sopé, vamos passando pela tundra,


taiga, savana, até a floresta equatorial no sopé ou base.

Para além da zonalidade vertical existe também a zonalidade


longetudenal, a mudança de condições naturais ao longo dos meridianos.
Esta zonalidade deve-se ao facto dos continentes serem banhados por
duas costas oceanicas (oriental e ocidental).

Ao longo dos meridianos modificam geralmente os índices de humidade


e de precipitação provocando uma mudança no tipo de clima e de
vegetação do litoral para o interior. A interacção das diferentes
zonalidades (vertical, horizontal e longetudinal) provoca um quadro
complexo de regiões naturais na superficeie terrestre. Cada região
natural, com potencial específico de condições e de recursos naturais.

As condições naturais são objecto, forças, situações e propriedades da


natureza que podem facilitar ou dificultar as actividades humanas para a
satisfação das necessidades materiais e experituais. Enquanto que os
recursos naturais são as mesmas forças, objectos, situações, propriedades
da natureza que o Homem utiliza directamente na satisfação das suas
necidades materiais e esperituais.

As regiões naturais e paisagens naturais podem ser forças naturais de


doenças, podem ser regiões de elevada vulnerabilidade ou risco de
ocorrencia de fenómenos ou processos naturais extremos, assim como
13

podem ser regiões com potenciais para a cura devido a presença de


recursos naturais terapéuticos (água, rochas, plantas, etc.)

Resumo
As regioes naturais constituem resultado da actaucao das forcas
teluricas, isto e, actuacao da geodinamica iterna. As diferencas na
actuacao das forcas internas dao lugar a ocorrencia de areas geograficas
coom condicoes naturais e recursos naturais distintos. Por outro lado a
configuracao da superficie terrestre tambem constitui um dos factores da
diversificacao das condicoes naturais ao londo da superficie terrestre. As
regioes socio-economicas constituem resultado da influencia das
condicoes naturais e das forcas antropogenicas. As regioes economicas
sao relativamente mais dinamicas em comparacao com as naturais.

No processo de regionalizacao, podem ser aplicados divesras variaveis e


que a sua selecao depende dos objectives a alcancar. No context da
regionalizacao fisica pode-se recorrer a solos, relevo, clima, geologia,
etc. neste context, as regioes serao definidas tendo em conta a
homogeneidade ou a predominacia do element ou caracteristicas em
refencia..

Exercicio

A partir do livro do Aniceto dos Muchangos (regioes e paisagens


naturais de Mocambique) identifica os criterios usados para regiolizacao
de Mocambique e faca referencia das regioes e subregioes identificadas
no livro, extraindo passagens ou trexos do texto que fundamentam a sua
posicao.

Nb. Para entregar


14
15

UNIDADE-II

GEOGRAFIA REGIONAL- Princípios Básicos e teorias


explicativas da origem dos continentes

Introdução
A semelhanca da geografia geral, a regional tambem, a sua abordagem é
norteada por um conjunto de principios basicos que garantem a
cientificidade e rigorisodade no tratamento de conteudos afins. Portanto
a presente unidade tematica faz uma abordagem acerca dos pricipios a
ser observados do processo de regionalizacao geografica fisica e socio –
economico

Tambem faz-se a descricao das teorias explicaticas da origem e evolucao


dos continentes.

Terminada a leccionacao desta unidade, o estudante devera ser


capaz de:
 Descrever os Princípios básicos da Geografia Regional
Objectivos
 Interpretar a Teoria da Deriva dos Continentes.

 Relacionar a Teoria da Deriva dos Continentes Com a actual


posição dos diferentes Continentes.
16

Princípios da Geografia Regional.

PRINCIPIO DA EXTENSÃO: elaborada pelo alemão Ratzel, esse


principio entende que um território se comporta como corpos orgânicos
em plena se seletividade natural das espécies, ou seja, um território que
esteja em crescimento econômico, cultural e político, tem que se
expandir. A idéia de expansão era associada ao tamanho do território e
Ratzel entendia que todo território esta em movimento, ou em
crescimento ou desaparecendo.

PRINCIPIO DA ANALOGIA: por Ritter e La Blache, criaram a clássica


escola francesa de geografia. Esse principio entende que a geografia
deve descrever áreas (clima, vegetação, relevo, economia) diferentes e
assim, iniciar a comparação.

PRINCIPIO DA CONEXIDADE: Jean Brunhes elaborou a análise


geográfica que parte da relação entre determinadas áreas e momentos
históricos específicos. É preciso identificar as relações locais e
interlocais, pois os fatos nunca estão isolados e sim ligados entre si.
(Brunhes)

PRINCIPIP DA ATIVIDADE: também por Jean Brunhes, entende que a


geografia deve analisar a realidade levando em consideração a
continuidade dos fatos, que a relação sociedade x natureza é contínua e
ininterrupta. O fato tem caráter dinâmico, daí a necessidade do
conhecimento do passado para a exploração do presente e previsão de
sua evolução futura. (Brunhes)

O Princípio da Observação geográfica: Os processos, factos e


fenomenos geograficos sao observaveis, pois, a observacao permite-nos
a visualização dos fenómenos geográficos tomando como referência que
tem a sua origem a superfície e o espaço sideral.
17

Princípio da casualidade:

Por meio do qual se devem buscar as causas e examinar as possíveis


conseqüências dos fatos examinados. (Humboldt)

Deriva continental

A crosta terrestre é formada de pedaços chamados placas, que andam à


deriva sobre a camada de rocha fundida do manto. Há sete placas
principais e várias outras mais pequenas. As forças magnéticas do
interior da Terra fazem as placas deslocarem-se lentamente pelo globo
num vaivém constante.

Os geólogos pensam que há cerca de 225 milhões de anos toda a Terra


deste planeta estava unida num "supercontinente" a que chamaram
Pangeia. Mas, à medida que as placas se deslocaram, a Terra deste
supercontinente começou lentamente a separar-se. Chama-se a este
movimento a deriva dos continentes. Os mapas que vemos abaixo
mostram o que os geólogos pensam sobre o modo como os continentes
se deslocaram e se afastaram até formarem as massas de terra que
conhecemos actualmente.
18

A deriva continental foi uma das muitas ideias sobre tectónica


propostas no final do século XIX e princípios do século XX. Esta teoria
foi substituída pela tectónica de placas e os seus conceitos e dados
igualmente incorporados nesta.

Em 1915 Alfred Wegener foi o primeiro a produzir argumentos sérios


sobre esta ideia, na primeira edição de The origin of continents and
oceans. Nesta obra ele salientava que a costa oriental da América do Sul
e a costa ocidental de África pareciam ter estado unidas antes. No
entanto, Wegener não foi o primeiro a fazer esta sugestão (precederam-
no Francis Bacon, Benjamin Franklin e Antonio Snider-Pellegrini), mas
sim o primeiro a reunir significativas evidências fósseis, paleo-
topográficas e climatológicas que sustentavam esta simples observação.
Porém, as suas ideias não foram levadas a sério por muitos geólogos,
que realçavam o facto de não existir um mecanismo que parecesse ser
capaz de causar a deriva continental. Mais concretamente, eles não
19

entendiam como poderiam as rochas continentais cortar através das


rochas mais densas da crusta oceânica.

Processo de aparecimento do Atlântico Sul, entre 140 e 60 milhões de


anos atrás, quando se formou o petróleo do pré-sal

Em 1947 uma equipa de cientistas liderada por Maurice Ewing a bordo


do navio de pesquisa oceanográfica Atlantis da Woods Hole
Oceanographic Institution, confirmou a existência de uma elevação no
Oceano Atlântico central e descobriu que o fundo marinho por baixo da
camada de sedimentos era constituído por basalto e não granito, rocha
comum nos continentes. Descobriram também que a crusta oceânica era
muito mais delgada que a crusta continental. Estas descobertas
levantaram novas e intrigantes questões [3].

A partir da década de 1950 os cientistas, utilizando instrumentos


magnéticos (magnetómetros) adaptados de aeronaves desenvolvidas
durante a Segunda Guerra Mundial para a detecção de submarinos,
começaram a aperceber-se de estranhas variações do campo magnético
ao longo dos fundos marinhos. Esta descoberta, apesar de inesperada,
não era inteiramente surpreendente pois sabia-se que o basalto – uma
rocha vulcânica rica em ferro - contém magnetite, um mineral
fortemente magnético, podendo em certos locais causar distorção nas
leituras de bússolas. Esta distorção já era conhecida dos marinheiros
islandeses desde o século XVIII. Mais importante ainda, uma vez que a
magnetite dá ao basalto propriedades magnéticas mensuráveis, estas
recém-descobertas variações magnéticas forneciam um novo meio de
estudar os fundos marinhos. Quando se dá o arrefecimento de rochas
portadoras de minerais magnéticos, estes orientam-se segundo o campo
magnético terrestre existente nesse momento.

À medida que na década de 1950 se procedia à cartografia de cada vez


maiores extensões de fundos marinhos, estas variações magnéticas
deixaram de parecer isoladas e aleatórias, antes revelando padrões
20

reconhecíveis. Quando se fez o levantamento destes padrões magnéticos


numa área bastante alargada, o fundo do oceano mostrou um padrão de
faixas alternantes. Estas faixas alternantes de rochas magneticamente
diferentes estavam dispostas em linhas em cada um dos lados da dorsal
oceânica e paralelamente a esta: uma faixa com polaridade normal e a
faixa adjacente com polaridade invertida.

Quando os estratos rochosos das bordaduras de continentes separados


são muito similares, isto sugere que estas rochas se formaram todas da
mesma maneira, implicando que inicialmente se encontravam juntas. Por
exemplo, algumas partes da Escócia contêm rochas muito similares às
encontradas no leste da América do Norte. Além disso, os Montes
Caledonianos da Europa e partes dos Montes Apalaches da América do
Norte são muito semelhantes estrutural e litologicamente

Continentes flutuantes

O conceito dominante era o de que existiam camadas estratificadas e


estáticas sob os continentes. Cedo se observou que apesar de nos
continentes aparecer granito, os fundos marinhos pareciam ser
constituídos por basalto, mais denso. Parecia pois, que uma camada de
basalto estava subjacente às rochas continentais.

Porém, baseando-se em anomalias na deflexão de fios de prumo


causadas pelos Andes no Peru, Pierre Bouguer deduziu que as
montanhas, menos densas, teriam que ter uma projeção na camada
subjacente, mais densa. A ideia de que as montanhas têm "raízes" foi
confirmada cem anos mais tarde por George Biddell Airy, enquanto
estudava o campo gravítico nos Himalaias, tendo estudos sísmicos
posteriores detectado as correspondentes variações de densidade.

Em meados da década de 1950 permanecia sem resposta a questão sobre


se as montanhas estavam ancoradas em basalto ou flutuando como
icebergs.
21

CREDO DA NOVA GEOTECTÓNICA

Creio na tectónica de placas toda poderosa, unificadora das ciências da


terra, e explicação de todas as coisas, geológicas e geofísicas e no nosso
Xavier Le Pichon, revelador do movimento relativo, deduzido das taxas
de expansão respeitantes a todas as cordilheiras oceânicas; Hipóteses
das hipóteses , teoria da teoria, Facto real dos factos reais, deduzida e
não pressuposta, continentes em unidade com oceanos, donde todas as
placas se separam, as quais, quando encontram outras placas e sofrem
subdução, vão para a profundezas das Zonas de Benioff e são
reabsorvidas na estenosfera e se transformam no Manto e causam focos
de sismos também sob os arcos insulares; Elas deixam de ser rígidas e
podem fluir ; e nas Cordilheiras, o manto de novo irrompe, de acordo
com Vine e Matthews e ascende na crusta e origina as anomalias
magnéticas simétricas e os fundos oceânicos expandir-se-ão de novo,
com os continentes para formar quer montanhas, quer falhas. Evolução
que não terá fim.

E eu creio na Deriva dos Continentes, que comanda a evolução da vida,


a qual vem da tectónica das placas e da Expansão dos Fundos
Oceânicos, a qual juntamente com a Tectónica de Placas e com a
expansão de Fundos Oceânicos é respeitada e glorificada , a qual foi
respeitada por Wegener. E creio num padrão sísmico e vulcanístico,
reconheço uma Causa para a deformação das rochas e aguardo a
formação de novas cordilheiras e a subdução de Placas.

Teoria da tectónica de placas

Durante a década de 1960 fizeram-se grandes progressos e mais foram


despoletados por várias descobertas, sobretudo a da dorsal meso-
atlântica. Salienta-se a publicação, em 1962, de uma comunicação do
géologo americano Harry Hess (Robert S. Dietz publicou a mesma ideia
um ano antes na revista Nature. No entanto, a prioridade deve ser dada a
22

Hess, pois ele distribuiu um manuscrito não publicado do seu artigo de


1962, em 1960). Hess sugeriu que os continentes não se moveriam
através da crusta oceânica (como sugerido pela deriva continental) mas
que uma bacia oceânica e o continente adjacente moviam-se
conjuntamente numa mesma unidade crustal ou placa. Nesse mesmo
ano, Robert R. Coats do U.S. Geological Survey descreveu as principais
características da subducção no arco insular das Ilhas Aleutas. Esta sua
publicação, ainda que pouco notada na altura (tendo sido até
ridicularizada), tem sido de então para cá considerada como seminal e
presciente. Em 1967, Jason Morgan propôs que a superfície da Terra
consiste de 12 placas rígidas que se movem umas em relação às outras.
Dois meses mais tarde, em 1968, Xavier Le Pichon publicou um modelo
completo baseado em 6 placas principais com os seus movimentos
relativos

Expansão dos fundos oceânicos

Alternância de polaridade magnética nos fundos oceânicos.

A descoberta da alternância de polaridade magnética das rochas dos


fundos marinhos e da sua simetria relativamente às cristas meso-
oceânicas sugeria uma relação. Em 1961, os cientistas começaram a
teorizar que as cristas meso-oceânicas corresponderiam a zonas
estruturalmente débeis onde o fundo oceânico estava a ser rasgado em
dois segundo o comprimento ao longo da crista. O magma fresco
proveniente das profundezas do interior da Terra sobe facilmente através
destas zonas de fraqueza e eventualmente flui ao longo das cristas
criando nova crusta oceânica. Este processo, mais tarde designado por
23

expansão dos fundos oceânicos, em funcionamento há muitos milhões


de anos é o responsável pela criação dum sistema de dorsais oceânicas
com uma extensão próxima de 50 000 km. Esta hipótese era apoiada por
vários tipos de observações:

 nas cristas ou nas suas proximidades, as rochas são muito jovens,


tornando-se mais antigas à medida que nos afastamos delas;
 as rochas mais jovens presentes nas cristas apresentam sempre a
polaridade actual (normal);
 faixas de rocha paralelas às cristas com alternância de polaridade
magnética (normal-inversa-normal…) sugerem que o campo
magnético da Terra tem sofrido muitas inversões ao longo do
tempo.

Ao explicar quer o padrão de alternância de polaridade das rochas, quer


ainda a construção do sistema de dorsais meso-oceânicas, a hipótese da
expansão dos fundos oceânicos ganhou adeptos e representou mais um
grande avanço no desenvolvimento da teoria da tectónica de placas.
Mais ainda, a crusta oceânica passou a ser vista como um registo
magnético natural da história das inversões do campo magnético
terrestre.

A descoberta da subducção

Uma importante consequência da expansão dos fundos oceânicos era que


nova crusta estava a ser (e é-o ainda hoje), formada ao longo das cristas
das dorsais oceânicas. Esta ideia caiu nas graças de alguns cientistas que
afirmaram que a deslocação dos continentes pode ser facilmente
explicada por um grande aumento do tamanho da Terra desde a sua
formação. Porém, esta chamada teoria da Terra expandida, não era
satisfatória pois os seus defensores não podiam apontar um mecanismo
geológico convincentemente capaz de produzir tão súbita e enorme
expansão. A maioria dos geólogos acredita que o tamanho da Terra terá
variado muito pouco ou mesmo nada desde a sua formação há 4.6 biliões
de anos, levantando assim uma nova questão: como pode ser
24

continuamente adicionada nova crusta ao longo das cristas oceânicas,


sem aumentar o tamanho da Terra?

Esta questão intrigou particularmente Harry Hess, geólogo da


Universidade de Princeton e contra-almirante na reserva e ainda Robert
S. Dietz, um cientista do U.S. Coast and Geodetic Survey, que havia sido
o primeiro a utilizar o termo expansão dos fundos oceânicos. Dietz e
Hess estavam entre os muito poucos que realmente entendiam as
implicações da expansão dos fundos oceânicos. Se a crusta da Terra se
expandia ao longo das cristas oceânicas, teria que estar a encolher noutro
lado, raciocinou Hess. Sugeriu então que a nova crusta oceânica se
espalhava continuamente a partir das cristas oceânicas. Muitos milhões
de anos mais tarde, essa mesma crusta oceânica acabará eventualmente
por afundar-se nas fossas oceânicas – depressões muito profundas e
estreitas ao longo das margens da bacia do Pacífico. Segundo Hess, o
Oceano Atlântico encontrava-se em expansão enquanto o Oceano
Pacífico estava em retracção. Enquanto a crusta oceânica antiga era
consumida nas fossas, novo magma ascendia e eruptava ao longo das
cristas em expansão, formando nova crusta. Com efeito, as bacias
oceânicas estavam perpetuamente a ser "recicladas", com a criação de
nova crusta e a destruição de antiga crusta oceânica a ocorrerem
simultaneamente. Assim, as ideias de Hess explicavam claramente por
que é que a Terra não aumenta de tamanho com a expansão dos fundos
oceânicos, por que é tão pequena a acumulação de sedimentos nos
fundos oceânicos e por que é que as rochas oceânicas são muito mais
jovens que as rochas continentais.

Cartografando terramotos
25

Mapa mostrando a distribuição da actividade tectónica (tectonismo e


vulcanismo)

Durante o século XX, as melhorias na instrumentação sísmica e o uso


mais disseminado pelo mundo de instrumentação de registo de
terramotos (sismógrafos), permitiu aos cientistas descobrir que os
terramotos tendem a concentrar-se em determinadas zonas, sobretudo ao
longo das fossas oceânicas e das cristas expansivas. No final da década
de 1920, os sismólogos começavam a identificar várias zonas sísmicas
paralelas às fossas, com uma inclinação típica entre 40 e 60º a partir da
horizontal e que se estendiam por várias centenas de quilómetros em
direcção ao interior da Terra. Estas zonas tornaram-se mais tarde
conhecidas com zonas de Wadati-Benioff, em honra dos sismólogos que
as identificaram pela primeira vez, Kiyoo Wadati do Japão e Hugo
Benioff dos Estados Unidos. O estudo da sismicidade a nível global
avançou grandemente nos anos 60 com a criação da Worldwide
Standardized Seismograph Network (WWSSN) com o objectivo de
monitorizar o cumprimento do tratado de 1963 que bania ensaios de
armas nucleares à superfície. Os dados de muito melhor qualidade
obtidos pelos instrumentos da WWSSN permitiram aos sismólogos
26

cartografar com precisão as zonas de concentração de terramotos a nível


mundial.

Mudança de paradigma geológico

A aceitação das teorias da deriva continental e da expansão dos fundos


oceânicos (os dois elementos chave da tectónica de placas) pode ser
comparada à revolução que Copérnico produziu na astronomia (ver
Nicolaus Copernicus). Num período de apenas alguns anos, ocorreu uma
revolução na geofísica e sobretudo na geologia. O paralelismo é notório;
da mesma forma que a astronomia pré-copérnica era altamente descritiva
mas ainda assim incapaz de fornecer explicações para o movimento dos
corpos celestes, as teorias da geologia anteriores à tectónica de placas
descreviam o que se observava mas debatiam-se com a falta de
quaisquer mecanismos fundamentais. O problema residia na questão
Como?. Antes da aceitação da tectónica de placas a geologia estava
presa numa caixa "pré-copérnica".

Ainda assim, quando comparada com o que se passou na astronomia, a


revolução na geologia foi muito mais repentina. Aquilo que fora
rejeitado por todas as publicações científicas dignas desse nome, foi
avidamente aceite poucos anos depois, nas décadas de 1960 e 1970.
Qualquer descrição geológica anterior era apenas descritiva. Todas as
rochas estavam descritas e uma variedade de razões eram avançadas, por
vezes com um detalhe quase doentio, para o porquê de se encontrarem
onde se encontravam. As descrições continuam válidas, contudo, as
razões então apontadas hoje em dia parecem-se bastante com a
astronomia pré-copérnica.

Apenas temos que ler as descrições anteriores à tectónica de placas sobre


por que existem os Alpes ou os Himalaias para ver a diferença. Na
tentativa de responder a questões como Como podem rochas que são
claramente de origem marinha existir a milhares de metros acima do
nível do mar?, ou, Como se formaram as margens concavas e convexas
da cadeia Alpina?, qualquer avanço esbarrava na complexidade que se
27

resumia a jargão técnico sem um contributo significativo para a


compreensão dos mecanismos associados.

Com a tectónica de placas as respostas rapidamente ocuparam o seu


lugar ou tornou-se claro qual o caminho para a sua obtenção. As colisões
de placas convergentes possuíam a força necessária para levantar o
fundo marinho até à atmosfera rarefeita. A origem das fossas oceânicas
estranhamente situadas ao largo de arcos insulares ou de continentes e
dos vulcões a eles associados, tornou-se clara quando se compreenderam
os processos de subducção em placas convergentes. Por que existem
paralelismos entre a geologia de partes da América do Sul e de África?
Por que a América do Sul e África parecem duas peças de um quebra-
cabeças que parecem encaixar? Para respostas complexas temos que
procurar as explicações pré-tectónicas. Para respostas simples e que
explicam muito mais, temos que recorrer à tectónica de placas. Um
grande rift, semelhante ao Grande Vale do Rift no nordeste de África,
dividiu um continente em dois, eventualmente formando o Oceano
Atlântico e estas forças continuam ainda hoje a fazer-se sentir na crista
meso-atlântica.

Herdou-se alguma da antiga terminologia, mas o conceito fundamental é


tão radical e simples como o de que A Terra move-se foi na astronomia
28

Sumário

A grande preocupação do homem ao longo dos tempos da sua vida, foi


interpretar a origem do Planeta que habita e os Continentes que o
constituem. Esta explicação pode se encontrar em diversas interpretações
que são resultado de estudos e interpretação de fenómenos visualizados
no decurso das viagens do ser humano pelo mundo. Uma destas
explicações é encontrada na Teoria da deriva dos Continentes e da
Tectónica de Placas.

Várias teorias tentaram explicar a formação dos actuais continentes, mas


no acto da sua interpretação sempre levantam-se muitas questões que em
certas ocasiões não encontram respostas cabais. Tudo leva a crer que
seja a teoria da “Deriva dos Continentes”, complementada com a teoria
da Tectónica de Placas, que vai mais de acordo com a realidade.
Foi o alemão Wegner, que em 1912, formulou a teoria da Deriva dos
Continentes na qual ele admite que “durante toda a era Paleozóica os
continentes se encontravam ligados formando um único e imenso
Continente, o denominado Gondwana. Durante o final da era Paleozóica
este continente começou a fragmentar-se. A camada do SIAL, foi a que
sofreu fragmentação, deslocando se sobre a camada do SIMA, até
ocuparem as posições.
A teoria das “Placas Continentais” mais moderna, modificou a anterior,
dando uma nova forma, segundo a qual, não foi o SIAL que se fracturou
e flutuou sobre o SIMA, mas sim a Litosfera é que sofreu a fracturação e
flutuou sobre a Astenosfera.
29

Exercícios

1- Estabeleca semelhancas e diferencas na explicacao das


teorias: deriva doas continentes e tectonica de placas.
Auto-avaliação 2- Explica porque o Wegner é considerado o autor da deriva
dos continentes.

Nb. Entreger o exercicio 1

Unidade III

O ENSINO DA GEOGRAFIA REGIONAL

O ENSINO DA GEOGRAFIA REGIONAL

Introducao

A Geografia ao longo de seu desenvolvimento enquanto disciplina


escolar adquiriu status de uma ciência descritiva. Mesmo que a descrição
seja importante, e nem teria razões para não ser, ela não colabora com a
construção de uma visão de mundo por parte dos alunos, que constitui
um dos objetivos da geografia na escola. Durante as disciplinas de
Pratica de ensino em Geografia, no período de formação docente.

As vivências e reflexões resultam, justamente, do poder do caráter


descritivo da Geografia nos dias atuais. O caráter descritivo, entretanto,
muitas vezes, impede a construção de uma “leitura de mundo” por parte
dos alunos. O ensino da Geografia combase na descrição, somente, faz
com que o ensino se torne algo meramente enciclopédico, negando a
possibilidade de um processo construtivo, de um processo de

formação.
30

Terminada esta unidade tematica, o estudante deve ser capaz de:


 Descrever os procedimentos metodologicos para aprendizagem e
ensino da geografia regional
 Identificar as condicoes basicas para ensino e aprendizagem da
Geografia regional
 Descrever as actividades basicas a ser desenvolvidas em prol do
ensino e aprendizagem dos conteudos da Geografia Regional

O ENSINO DA GEOGRAFIA REGIONAL

Geografia regional é o estudo das regiões ao redor do mundo na busca


de compreender e definir as características únicas de uma região em
particular, que consistem de elementos naturais e humanos. É dada
atenção também à regionalização que cobre as técnicas de delineação do
espaço em regiões. Uma das questões mais debatidas ao longo da
história da geografia são as relações entre a geografia regional e a
geografia geral, sendo que cada uma das grandes correntes de
pensamento geográfico (tradicional, quantitativa, humanista e crítica)
apresentaram propostas diferentes acerca das contribuições que cada um
desses ramos deveria dar à produção de conhecimento geográfico.

A geografia regional também é considerada uma abordagem do estudo


das ciências geográficas (de forma semelhante à geografia quantitativa
ou às geografias críticas). Essa abordagem era prevalescente durante a
segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX
também conhecida como o período do paradigma geográfico regional,
quando a geografia regional tomou a posição central nas ciências
geográficas. Foi posteriormente criticada por sua descritividade e a falta
de teoria (geografia regional como abordagem empírica das ciências
geográficas). Um criticismo massivo foi levantado contra essa
abordagem nos anos 50 e durante a revolução quantitativa.
31

O paradigma da geografia regional teve impacto em muitas das ciências


geográficas (como a geografia econômica regional ou a geomorfologia
regional). A geografia regional ainda é ensinada em algumas
universidades como o estudo das principais regiões do mundo, como a
América do Norte e Latina, a Europa, a Ásia e seus países. Além disso, a
noção de uma abordagem de cidade-regional ao estudo da geografia
ganhou crédito no meio dos anos 90 depois dos trabalhos de pessoas
como Saskia Sassen, apesar de ser também criticada, por exemplo por
Peter Storper.

Geógrafos regionais notáveis foram Alfred Hettner, da Alemanha, com


seu conceito de corologia, Vidal de la Blache, da França, com a
abordagem possibilista (o possibilismo sendo uma noção mais leve do
determinismo ambiental) e o geógrafo norte-americano Richard
Hartshorne com seu conceito de diferenciação de áreas.

Alguns geógrafos tentaram também reintroduzir uma certa quantidade de


regionalismo desde os anos 80. Isso envolveu uma complexa definição
de regiões e suas interações com outras escalas

O Projeto Político Pedagógico, enquanto documento que mostra a


função das escolas, não pode, ou não poderia, deixar de incluir, em um
de seus objetivos, esse entendimento do espaço em que vivemos. Afinal,
para que o aluno compreenda o espaço, ele deve, em primeiro lugar,
compreender e se enxergar na sua realidade. Daí a importância de
trabalhar o “espaço vivido”, conceito tão enfatizado por Vygostsky. É a
partir deste ponto que o estudante começa a se ver no espaço. O trabalho
com a realidade dos alunos é indispensável Mesmo que, aqui, falemos
do ensino da Geografia Regional, não podemos deixar de ressaltar o
importante processo de o estudante observar, pois, somente se
observando ele vai entender a atuação do espaço sobre ele, e dele sobre o
espaço. Mesmo que falemos da Geografia Regional em si, que vem
sofrendo alterações significativas devido aos avanços no meio técnico
(SANTOS,2008), não podemos deixar de fazer uma referência ao
espaço. E é esse meio técnico que permite uma integração cada vez mais
32

sólida entre os diferentes espaços. É ele que possibilita um


deslocamento internacional em questão de algumas horas. É ele que faz
com que possamos nos comunicar com diversas partes do globo via
Internet. É esse meio técnico que possibilita a circulação “invisível” dos
capitais em volumosas quantias. Vive-se a era da informação. Os alunos
não deveriam saber isso? E o mais importante: eles devem saber como
essas técnicas são aplicadas.

As técnicas são tão citadas neste trabalho, pois já que temos, como
objeto de estudo o “espaço geográfico”, não teria porque não tratarmos
das técnicas.

Metodologias, Recursos Didáticos e Política(s)

Existe uma série de factores que fazem com que o ensino se mostre
defasado. Apontar culpados não resolve o problema. Temos um sistema
de ensino, ainda, baseado no cartesianismo, nas fragmentações. E, com a
Geografia, não é diferente. a reflexão acerca dos recursos didáticos foi e
é um aspecto de importância crucial. Nas aulas de Geografia, o mapa é
pouco usado. E o uso do mapa na Geografia é fundamental. Como
ensinar Geografia sem mapa? O mapa é imprescindível. Ele concentra
tantos fenômenos, tantos fatos importantes. Ele é um meio fundamental
de expressão no processo de ensino/aprendizagem.

“O Ensino da Geografia Regional” pode nos parecer pouco complexo à


primeira vista.

No entanto, ao prestar atenção às evoluções que vem ocorrendo há um


bom tempo, pode-se perceber sua complexidade. A complicação advém
justamente da forte ligação

entre a Geografia Regional e os avanços técnicos.

Em termos metodológicos, o que o professor deve fazer para que os


alunos consigam entender essa “nova espacialização” ou essa “nova
configuração” que o espaço vem ganhando em tempos de globalização?
33

O aluno deve apreender o espaço. Em primeiro lugar, ele deve ser


conhecedor do espaço em que vive. No entanto, como falamos da
Geografia, ou seja, de uma ciência, ele deve se familiarizar com
conceitos que sistematizam este espaço. Aí, já entrando no velho debate,
o professor deve ser o conhecedor destes conceitos. Mais claramente,
falta um domínio do professor sobre alguns dos conceitos fundamentais
à compreensão do espaço: paisagem, lugar, região, território e o próprio
espaço. Depois, parte-se para o plano geral, ou global. Ou seja, os
alunos, ao compreenderem os conceitos básicos, conseguem aplicar tais
idéias em escalas diversas. Eles começam a entender a globalização, o
discurso (perverso e excludente) do fim dos territórios e dos Estados e a
divisão (social, territorial e internacional) do trabalho.

Em termos práticos, há várias alternativas para que o professor atue


nesse sentido. A Geografia, enquanto ciência que dispõe de vários
recursos para que seja ensinada, deve aproveitá-los. Em primeiro lugar,
temos o mapa.

Não faltam opções para que a Geografia Regional seja ensinada. Isso
depende

das idéias que o professor possa vir a ter:

O uso do mapa é a principal idéia. É a mais simples. Além do trabalho


com a Geografia Regional, o professor pode introduzir (ou relembrar)
algumas noções relativas à Cartografia. Por exemplo, o professor pode
trabalhar a questão da integração entre dois países, sob os aspectos
econômicos. Pode falar da produção dos respectivos, das trocas
existentes e, além disso, pode mostrar adistância real entre os países,
fazendo o cálculo da escala. Pode falar do mapa enquanto representação
da realidade. Pode-se fazer referência ao mapa enquanto uma
representação que não é isenta de ideologias. Tudo depende de quem
elabora a representação. Nem sempre a neutralidade é possível. O
professor pode partir para campo com os alunos. Pode ser feita uma
34

visita à sede de uma multinacional, para que os alunos entendam um


pouco mais do funcionamento da “cadeia produtiva”. Com isso, os
alunos passarão a ter maior noção do processo, desde a obtenção da
matéria-prima, até a distribuição dos produtos mundo afora.

O professor pode visitar um supermercado com os alunos e olhar as


origens de alguns produtos. Feito isso, ele pode dividir a turma em
grupos, sendo que cada grupo escolhe um produto, nacional ou não, e
faz uma pesquisa sobre o local de origem do produto. A pesquisa pode
englobar uma série de aspectos.

Em primeiro lugar, os alunos devem compreender que a concepção do


produto depende de uma série de fatores, que podem ser físicos (clima,
vegetação, solos, dentre outros), econômicos (preço do solo urbano,
incentivos fiscais, etc), políticos e sociais. Em segundo, os alunos devem
entender a cadeia produtiva em que o produto está inserido. Com isso,
eles perceberão a conexão. Em terceiro, eles poderão pesquisar como o
produto é escoado.

De um modo geral, tais idéias são muito simples e, o mais importante,


são passíveis de realização. É um jeito mais prático de se aprender
Geografia. Alem disso, são alternativas para que fujamos do tradicional
modelo de avaliação, baseados em provas, como se elas fossem as
únicas formas de se avaliar nossos alunos. É uma forma que escapa ao
“velho modelo” das aulas baseadas em dados isolados relativos aos
países: onde está localizado, população, densidade demográfica, área,
dentre outros componentes. O aluno toma conhecimento destes dados,
memoriza e faz uma prova que apenas testa o que foi memorizado.
Logo, é perfeitamente compreensível o desgosto dos alunos pela
disciplina. Eles precisam memorizar dados e, em nenhum momento eles
se vêem como componentes do espaço em que vivem. Ou seja, para eles,
a Geografia acaba sendo desnecessária. E o docente acaba sendo a figura
da punição, enquanto deveria ser a figura do estímulo.
35

Além disso, com tais atividades, há o estímulo à pesquisa, o que é


importante aos alunos e ao professor. Ou seja, isso serve para
enfraquecer a “antiga” imagem do professor da escola básica, que “não
precisava pesquisar” (PONTUSCHKA, 2007).

“Segundo os novos referenciais oficiais (DCN) de formação docente,


cabe ao professor da escola básica desenvolver nos alunos uma atitude
investigativa, situação em que a pesquisa venha a constituir, ao mesmo
tempo, instrumento de ensino e conteúdo da aprendizagem. Ocorre que,
para o professor, poder cumprir esse objetivo, é imprescindível que ele
mesmo tenha aprendido e seja capaz de dominar a habilidade deproduzir
pesquisa.” (PONTUSCHKA, 2007, p. 96).

A pesquisa é um forte instrumento para quebrar a idéia do professor


enquanto figura que transmite o conhecimento, apenas. O professor, ao
se tornar pesquisador, faz com que o processo de educação esteja em
construção permanente.

A educação não é um projeto acabado, mas sim um projeto de


construção e reflexão.

Não se pode deixar de fazer uma referência ao contraponto. Mais


claramente, se sabe que a Geografia dispõe de uma gama muito razoável
de recursos, alguns citados ao longo deste item. Entretanto, não podemos
deixar de criticar o mau uso dos recursos

disponíveis. Em primeiro lugar, por ser uma falha bem visível, está o
apoio e a confiança indiscriminada ao livro didático. Não que não
devamos ter confiança. No entanto, ele não pode superar o trabalho, a
competência e o domínio do professor. Não que ele não deva ser usado,
mas ele é um apoio, somente. O livro expõe fotografias dados
numéricos, mapas, dentre outros elementos fundamentais. O livro
didático é um
36

apoio excelente. Mas cabe ao docente saber usá-lo. Muitas vezes o livro
didático apresenta uma realidade completamente distante da realidade
vivida pelos alunos. E o

professor deve ser o profissional a fazer (e saber fazer) tais


aproximações. Portanto, não teria coerência o fato de o professor ser tão
dependente do livro didático. E o mesmo vale para o Atlas. Não há
cabimento o uso do Atlas como o instrumento supremo do ensino da
Geografia. A memorização de paises, estados, municípios e capitais,
para que, posteriormente, os alunos tenham que completar o mapa mudo
como forma de avaliação, constitui atraso. Há muito que se falar sobre
um mapa. O professor pode se referir ao mapa como uma construção
humana, pode mostrar os mapas temáticos, pode diferenciar o mapa
político do mapa físico, pode pedir aos mais novos que tracem o trajeto
de suas respectivas casas para a escola. E, mesmo nessas simples
atividades e debates, não fica difícil notar como o conceito de região
pode ser inserido. O mapa nos revela as particularidades dos espaços,
além de nos possibilitar superposições. Enfim, há uma série de
habilidades a serem desenvolvidas com os mapas. Ou seja, o Atlas é
sóum suporte ao trabalho do professor. É uma ferramenta.

Resumo

De acordo (FREIRE, 2007:47). “Saber que ensinar não e transferir


conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção
ou construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um
ser aberto a indagações, a curiosidade, as perguntas dos alunos, a suas
inibições, um ser critico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que
tenho – a de ensinar e não a de transferir conhecimento.”

Se queres ser universal, começa por pintar a sua aldeia. Cabe aos
docentes, portanto, a complexa tarefa de mostrar que somos locais e
globais, mas globais no sentido mais amplo possível. Cabe aos
professores mostrar que a cidadania não é, e nem teria razões para ser
37

restrita espacialmente, historicamente,politicamente, socialmente, nem


geograficamente.

O processo de ensono e aprendizagem dos conteudos da Geografia


regional deve partir de situacoes reais e locais e que permitem ao aluno a
compreender primeiro a realidade circundante e posteriorimente a
abstracao.

Exercicios
1- Identifique um tema sobre geografia regional e descreve um
rol de actividades do professor (orientacao do processo) e do
aluno a serem desenvolvidas numa aula concreta.

Nb. Para entregar.


39

Unidade IV

O CONTINENTE AFRICANO- Aspectos gerais.

Introdução
Nesta unidade tematica aborda os diferentes aspectos físico-geográficos
que ocorrem no Continente africano no que respeita a Situação
Geográfica, litoral do Continente, Plataforma Continental, história
Geológica, do Continente, deixando para as próximas Unidades os
restantes aspectos relacionados com esta Cadeira. A subdivisão deveu-
se a vastidão dos assuntos a tratar sobre o Continente Africano.
Ao longo da apresentação da nossa Unidade iremos apresentar algumas
ilustrações para ajudar na compreensão dos diferentes aspectos a serem
analisados.

Ao completar esta unidade / lição, o estudante deve ser capaz de:

 Descrever os Aspectos Físico-Geográficos do Continente


Objectivos Africano

 Identificar regioes fisico geograficas do continente africano


tendo em conta as diferentes variaveis.

 Descrever as condicoes ambientais que justificam a diversidade


das regioes naturais.

Situação Geográfica e Astronómica.

África é o terceiro Continente mais extenso, depois da Ásia e América.


Tem uma superfície que cobre cerca de 1/5 do total da terra firme do
globo o que corresponde a 20,3 %, com uma superfície de cerca de
3.217.000 km2 e mede cerca de 8000 km de Norte a Sul, e 7500 km de
Leste a Oeste.
40

Pela sua situação geográfica este Continente localiza-se a Sul da


Europa ou mesmo que dizer a sudeste da Eurásia.

Fig- O Continente africano (Imagem de Satélite) com os pontos


extremos.

A Norte é limitado pelo Estreito de Gilbraltar e pelo Mar Mediterrâneo,


no que o separa tanto da Península Hibérica como da Europa.
O Continente africano é banhado a Norte pelo Mar Mediterrâneo que o
separa da Europa; a oeste pelo Oceano Atlântico; a este pelo Oceano
Índico; a Nordeste pelo Mar Vermelho que o separa da Ásia e se
comunica com Oceano Índico através do Estreito de Bab-El Mandeb.
Por outro lado faz parte dos territórios africanos a Ilha de Madagáscar
situada cerca de 400 km a Sudeste, frente a Ilha de Moçambique e
separada pela parte continental pelo Canal de Moçambique além de
outras Ilhas e Arquipélagos menores.
O Equador atravessa o Continente quase a meio, ficando a maior parte
dos seus territórios no Hemisfério Norte, enquanto a menor se estende
pelo Hemisfério Sul.
Do mesmo modo é atravessado pelos Trópicos de Câncer e Capricórnio
nas partes Norte e Sul respectivamente, dai que se diz que se encontra
na zona “Tórrida” ou quente.
41

Em relação ao Meridiano de Greenwich (Meridiano 0 ou de referência),


este atravessa o Continente na parte Ocidental, ficando a maior parte
dos territórios no Hemisfério Oriental com cerca de 51º 24' de
amplitude Longitudinal. A menor no Hemisfério Ocidental com 17º 31'
de amplitude.
O Continente tem 4 fusos horários sendo que o fuso 0 abrange o
extremo Ocidental.
Do seu ponto mais a Norte que é a Ponta Ben Sakka, em Marrocos, na
Latitude 37º 21'N, até ao ponto mais a Sul, o Cabo das Agulhas na
África do Sul, na Latitude 34º 51' 15˝ S, numa distância de 8000 km.
Do ponto mais Ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, na
Longitude 17º 33' 22″ W, até Cabo Hafun na Somália, na Longitude 51º
27' 52″ S numa distância de aproximadamente 7400 km.

O Litoral do Continente africano e o seu traçado.

A linha da costa do Continente africano é praticamente rectilínea uma


vez que não apresenta reentrâncias nem saliências bem pronunciadas, e
diz se que o Continente africano é um Continente Massiço, pois não é
penetrado por algum braço do mar e não apresenta mares internos e
externos.
A Costa Norte no Mediterrâneo é alta, e as vezes escarpada do estreito
de Gilbraltar ao Cabo Branco e dai é baixa e arenosa até ao Canal de
Suez.
As principais saliências são o Cabo da Tunísia e o Golfo de Sirte.
A Costa Ocidental no Oceano (Atlântico), exceptuando um pequeno
troço no Nordeste do estreito Gilbraltar ao Paralelo Norte em que é
interrompida por escarpas, a costa é baixa até Benguela com uma
interrupção brusca no Golfo da Guiné devido a escarpas dos Camarões
que tem saliência ao Oceano.
Do paralelo 30º Norte ao Senegal a costa é arenosa e árida sendo uma
costa de um Deserto. Deste ponto ao Cabo Palmas é lagunar e
dominada por Mangal. É Costa do Golfo da Guiné (a principal
reentrância), é baixa e por vezes pantanosa e quase inacessível.
42

O mangal é uma associação vegetal que forma uma floresta densa.


Normalmente sob influência das marés sem grande força. Na Beira
abunda o Mangal Avicena.
A Costa sudeste, Sul e Sudeste de Benguela (em Angola) até a Ponta do
Ouro (Extremo Sul de Moçambique) mesmo continuando baixa, por
vezes é alta e escarpada onde as escarpas dos montes do Karroo e
Drakensberg por vezes caem da forma abrupta.
Costa Escarpada, é uma costa abrupta e rochosa ou costa ariba.
A Costa Oriental africana, do Cabo Hafun na Somália a Ponta de Ouro
estremo Sul de Moçambique é baixa e as vezes alta de Znzibar a Ilha de
Moçambique e na Costa de Vilanculos.
Na Costa norte e Oriental distinguem se os seguintes acidentes da
Costa:
O golfo de Aden
A Península da Somália e com ela o Cabo de Azir o guarda Afun.
O Cabo delgado, a Baia de Sofala, o Cabo Ponta São Sebastião (
Vilanculos) a Ponta da Barra Alta na Baia de Inhambane e a Ponta da
Barra, a Baia do Maputo e o cabo de Santamaria (Sul da Ilha de Inhaca)

Plataforma Continental.

Uma parte do continente africano encontra se submersa nas águas


oceânicas, esta submersão tem tido comportamento diferente de acordo
com a constituição geológica da rocha em que se encontra e
compreende a parte que vai de 0 a 200 metros de profundidade em
direcção ao Oceano. Em certas ocasiões pode constituir praias ou de
relevo abrupto conforme os casos.
43

A plataforma Continental e Ilhas do continente, africano relativamente


a outros Continentes do Globo, o Continente africano possui uma
plataforma que as vezes se alarga outras vezes se estreita. As maiores
larguras encontram se na Costa Norte no Mar Mediterrâneo frente a
Cadeia do Atlas da parte Ocidental, em que se estreita. A Plataforma
Continental se precipita bruscamente para profundidades iguais ou
superiores a 1000 ou mesmo a 2000 metros e mais. Esta é igualmente
estreita na parte Nordeste e Norte da Líbia e Egipto respectivamente.
Na Costa Norte, o Centro do Mar Vermelho, praticamente em toda a
Costa da Somália, do Rovuma ao rio Ligonha em Moçambique e em
toda a Costa sudeste do Continente, encontra-se estreita.
Na Costa do Atlântico é estreita do estreito de Gilbraltar até a frente das
Ilhas Canárias e relativamente menos estreita ao longo do Golfo da
Guiné até ao Rio Cunene, estremo Sul de Angola.
A Plataforma continental alarga-se relativamente na costa Sudeste da
Tunísia e Norte da Líbia no Mar Mediterrâneo. Do Cabo Verde ao
Cabo Palma, na Costa Sul e Sudeste da África Austral a Sul do Cunene.
No Índico ela é relativamente larga na Costa Moçambicana a partir do
rio Ligonha ao Cabo ou Ponta São Sebastião em Vilanculos. A maior
largura encontra se na Costa frente a Baia de Sofala com 120 km da
Costa frente a Cidade da Beira.

Resumo da História Geológica do Continente Africano.

O Continente africano é formado por uma antiga plataforma pré-


cambrica, também conhecida por “Soco”, das muito antigas e recoberta
por uma camada sedimentar. Ainda durante o Pré-câmbrico, a estrutura
Gondwaniana sofreu uma série de dobramentos de grande raio de
curvatura com uma inclinação do sueste para o Nordeste e de Este para
Oeste. A transformação destas dobras resultou em grandes
peneplanícies. (Dupaquier, 1968, pp 14) citado por Mário Jessen e
outros 1998,p 14
44

Figura- Mapa físico do continente africano

Durante as eras Paleozóica e Mesozóica, o Continente não sofreu


grandes movimentos de conjunto, algumas áreas bem delimitadas
foram afectadas por movimentos da crusta. Nesta fase depositaram se
sedimentos continentais e marinhos, com maior destaque para as
continentais, em especial no Sul do Continente onde formou a espessa
camada sedimentar do Karroo, na sua maioria, grés e arenitos, mas
também calcários e Xistos.
Foi na Era Primária que se deu a sedimentação marinha no noroeste do
Continente. Foi esta sedimentação que deu origem as bolsas
subterrâneas de petróleo do Sahara.
Durante a Era Mesozóica o Continente Gondwana desfez se por
completo e África começou a fase continental que se observa até os
nossos dias. Afirma se que neste tempo o Sahara estava coberto de água
do Oceano, do qual se depositou os sedimentos existentes.
Na era Terciária o continente sofreu as deformações mais importantes
de toda sua história geológica. Os dobramentos os Alpes da Eurásia
afectaram também o Continente africano, quebrando nalguns casos a
plataforma. Isto originou fracturas como as do Norte que formou a
Cadeia do Atlas, com montanhas muito complexas. No Este as fracturas
criaram o Vale do Rift (Rift Valley). Estende se do Mar Morto até ao
Rio Pungué em Moçambique, onde vem terminar na fossa do Urema na
45

direcção Norte Sul. Estes foram depressões (vales) ou erupções


vulcânicas.
No oeste as fracturas causaram a formação da Fossa dos Camarões e os
Montes Camarões com uma orientação aproximada SW- NE.

Estrutura Geológica do Continente africano.

O fundamento do Continente africano é constituído por uma placa


litológica do Escudo Gundwana no entanto o antigo continente
Gondwana no processo da sua desintegração dividiu se em várias
placas conforme a teoria da deriva dos continentes. Desta
desintegração, foram sendo constituídos os continentes Africano,
América do Sul, Austrália e Antártida, além de outras menores que se
separaram destas como é o caso da placa Industão que se deslocou para
o Norte e juntou-se a Eurásia como a Península Arábica que
experimentou uma separação em relação ao Continente Africano.
Dentro da estrutura geológica do Continente africano distinguem-se 5
antigos Cratões pré-cambricas que se formaram a entre 3-6 a 2 biliões
de anos, que são tectónicamente estáveis desde o tempo da sua
formação dos quais podemos destacar os seguintes:
Cratão Kaampval (na república da África do Sul)
O Cratão do Zimbabwe (que se estende do Zimbabwe ao território
Moçambicano de Manica).
O Cratão da Tanzania.
O Cratão de Congo
O Cratão África Ocidental.
Estes Cratões são limitados ou bordeados por Cinturões ou Belts de
dobramentos relativamente recentes, formados entre 2 e 300 milhões de
anos com rochas que se dobraram intensivamente e metamorfisadas.
Dos Cinturões conhecem-se os seguintes:
Mozambique Belt, que se estende na parte Leste do Continente africano
Damara e Catanga Belt, que se estende de Namíbia e Zâmbia.
Congo Ocidental Belt, que se estende entre Angola e Gabão.
Dahoey- Ahggar Belt que se estende entre Ghana e Argélia.
46

Mauritânia Belt, que se estende do Senegal ao Marrocos.


Fala se de Limpopo Belt, que separa o Cratão Zimbabweano ao Cratão
de Kampval na república da África do Sul.

Sumário

A extensão geográfica do Continente Africano, permite-nos dizer que


este Continente é imenso, apresenta características particulares do
ponto de vista da sua Costa, podendo ser encontradas reentrâncias e
saliências ao longo da sua Costa.
Dupaquier, apresenta uma interessante ideia na explanação citada por
Jessen quando afirma que “Ainda durante o Pré-cambrico, a estrutura
Gondwaniana sofreu uma série de dobramentos de grande raio de
curvatura com uma inclinação do Sueste para o Nordeste e de Este para
Oeste. A transformação destas dobras resultou em grandes
peneplanícies”. Isto prova que a terra que observamos hoje é resultado
de longas transformações sofridas durante vários tempos geológico do
nosso planeta.

Exercícios

1- Apresente a situação Geográfica e astronómica de África?

2- Caracterize a linha da Costa Oriental de África.


Auto-avaliação
3- Enumere os 5 Cratões principais de África?

4- Que diferença encontras entre o Cratão e Cinturão ou Belt?

Resolva as perguntas e faça a entrega da questão – 3 e 4


47

Unidade V

Regioes altimetricas e climaticas do Continente


Africano.

Introdução
Nesta Unidade tematica faz-se abordagem sobre as formas de relevo
predominantes no continento africano para alem das regioes climaticas.
Simultaneamente apresentam-se os factores que concorem para a
diferenciacao das caracteristicas dos elementos que constituem uma
regiao ou uma paisagem.
De uma maneira geral podemos afirmar que o relevo do Continente
africano reflecte aquilo que foram as grandes transformações
geológicas ocorridas ao longo dos anos geológicos e as zonas
climaticas a tres factyores fundamentais, a latutude, a continetalidade e
o relevo.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Descrever as regioes altimetricas do continente africano.


Objectivos  Caracterizar as regioes climaticas do continente africano

 Explicar as razoes da ocorrencia de diferentes zonas clematicas


no continente africano

 Destacar as principais zonas climáticas do Continente Africano.

3-
48

O Relevo do Continente Africano.

O Continente africano apresenta características particulares que se


interligam com a sua história e da região. Partindo da altitude média do
mar o Continente africano ocupa o 3º lugar com cerca de 750 m de
altitude média depois de Antártida que tem cerca de 2300 m e da Ásia
com cerca de 950 m de altitude média.
Quase todo ele é constituído por rochas muito antigas. Pelas suas
altitudes médias dominantes é possível dividir em duas regiões
altimétricas:
África Baixa ou do Noroeste que tem altitudes médias inferiores a 1000
m.
Região da África alta ou do Sudeste com altitudes superiores a 1000 m.
O limite entre elas passa pela linha Benguela até Massawa, na
(Irritreia), no litoral do Mar Vermelho.
As principais formações morfológicas são: a planície litoral, as
depressões ou bacias interiores os planaltos e cadeias montanhosas.
O Relevo montanhoso ocupa aproximadamente 20% de superfície, o
qual se localiza grosso modo na periferia do Continente sendo de
destacar:
A Cadeia dos Montes Atlas no Norte, cujo ponto mais alto é o Monte
Tubkal com 4165 m de altitude.
O Maciço de Futajalon, no ocidente cujo ponto mais alto, é o Ponto
Tonal com 1500 m.
O Monte Camarões que é um vulcão dormente com 4070 de altitude.
A Cadeia do Draknsberg, na África do Sul cujo ponto Mais alto é o
Monte Talana com 3482 m de altitude.
Montanhas do Karroo, cujo ponto mais alto é o Monte Surs com 3 299
m de altitude na África do Sul.
Os Montes do Planalto da África Oriental com altitudes superiores a
4850 m entre eles se destacam o Monte Kilimanjaro com 5.897 m de
altitude, o qual constitui o ponto mais alto do Continente.
O Monte elgon 4321 m
O Monte Rowenzori com 5109 m
49

O massiço da Etiópia cujo ponto mais alto é o ponto Ras Dasan, com
4620 m
Temos também algun montes do interior como o Maciço do Ahaggar
com cerca de 2990 m no Monte Tehat.
Maciço de Tibesti com 3415 m no Monte Enikossi, no Deserto de
Sahara.
Como se pode observar na parte Oriental do Continente encontra se a
região montanhosa mais acidentada de África. Estas montanhas estão
ligadas á formação do vale do Rift, durante o Terciário, e as maiores
altitudes formam as margens das fossas tectónicas cuja origem na sua
maioria é vulcânica.
Os Planaltos correspondem as superfícies aplanadas na rocha do “soco”
antigo onde se depositam espessas coberturas sedimentares. Os
planaltos da Etiópia, Quénia, Uganda, e Norte da Tanzânia são cobertas
por extensos mantos de lavas.
Durante a história geológica de África as superfícies planálticas
sofreram várias aplanações isto é passaram por vários ciclos de erosão
que podem ser confirmadas nas formas de relevos residuais que
emergem do extenso planalto. Estas são formadas por rochas duras da
plataforma antiga, que resistiu a erosão. São os conhecidos inselbergs
ou montes Ilha1 (Jessen, Mário e outros, Geografia Física de África,
UEM, 19).
As principais altitudes africanas situam-se entre 200-1500 m, dividindo
se em planaltos inferiores, com altitudes entre 2000 e 600 m planaltos
médios entre 600 e 1000 m e altiplanaltos com mais de 1000 metros de
altitude.
A Planície litoral do Continente africano é formada por uma cobertura
sedimentar bastante recente (finais do Terciário e Quaternário de
origem marinha e continental, a qual constitui uma faixa estreita
variando de 0 a 200 m de altitude penetra para o interior seguindo a
margem dos grandes rios onde as maiores larguras observam se no

1
Formas isoladas sobresaindo na extensa planura que constitui o planalto Quando
aparecem agrupados designam se por Inselbergen. São constituidos essencialmente
por granito e gneiss.
50

litoral da Libéria e Egipto no curso do rio Senegal e na foz do rio Níger


na África Ocidental na Costa Sudeste da Somália e no litoral de
Moçambique.
Para o interior do Continente encontramos além das zonas montanhosas
depressões que representam grandes bacias hídricas que são formadas
por sedimentos muito mais recentes, de origem fluvial ou lacustre.
Algumas destas Bacias interiores apresentam-se de algum modo,
formadas por terraços fluviais separados uns dos outros por degraus
escarpados. De entre as bacias podemos mencionar as seguintes:
A Bacia hidrográfica do Nilo
A Bacia do Niger.
A Bacia do Zairocongo
A Bacia do Kalahari.
Algumas destas Bacias são fechadas por não terem escoamento para o
Mar, das quais podemos salientar a Bacia do Chade e a do Kalahari.
Estas Bacias abrigam lagos receptores pouco profundos e que na
estação seca praticamente desaparecem por causa da sua evaporação.
Outras Bacias abertas estão ligadas ao mar pelos respectivos rios Nilo,
Zambeze e Zairocongo.

Características climáticas do Continente Africano.

A sua situação entre as latitudes 37º N e 34º S sugere que o continente


integra-se na quase a sua totalidade na zona Intertropical. Exceptuando
as extremidades Norte e Sul que se situam nas zonas subtropicais e
mediterrânicas. Devido a esta situação geográfica o continente africano
é quente. Aqui o Sol ocupa a posição alta sobre o horizonte e por duas
vezes ao ano atinge o zénite (21 de Dezembro e 21 de Junho) como
resultado o continente recebe durante o ano elevada quantidade de
calor, cerca de 160 kcal/ano o que conduz a um sobreaquecimento.
Os dois principais factores que regulam o clima do continente africano
na zona intertropical são:
O movimento anual aparente do Sol entre os Trópicos (Câncer e
Capricórnio).
51

A Zona de baixas pressões equatoriais, (CIT) e os Centros de altas


pressões subtropicais, (FIT), que se relacionam um com outro.
Os factores mencionados, determinam a existência de zonas climáticas
que se dispõe em faixas que no geral são paralelas ao Equador em
especial no Hemisfério Norte. Consideram-se essas faixas como zonas
climáticas das que podemos destacar: A zona Equatorial, as zonas
Tropical Norte e Sul, e as zonas desérticas Norte e Sul.
Outros factores do clima tem influenciado o clima do continente
africano, os quais introduzem uma dinâmica do clima em diversas áreas
do Continente que produz alterações na zonagem anteriormente
apresentada. Os de maior influência são a disposição do relevo, a
orientação da linha da costa, a continentalidade, sa correntes marítimas
e a altitude.

A circulação atmosférica como factor determinante de alterações


climáticas.

A circulação atmosférica depende fundamentalmente de existência de


zonas de baixas pressões e de altas pressões atmosféricas.
Considerando que o Sol no seu movimento anual aparente, atinge o
zénite sobre o Equador, duas vezes no ano: uma a 21 de Março e outra
a 21 de Setembro.
Nos Trópicos o zénite é atingido a 21 de Dezembro no Trópico de
Capricórnio, a 21 de Junho, no Trópico de Câncer.
Mas a posição da CIT não é fixa. Acompanha o movimento anual
aparente do Sol e devido a ele esta zona desloca-se
52

Figura: Aspecto da elíptica.


A região habitualmente considerada como equatorial corresponde à
zona de baixas pressões equatoriais (CIT) (Convergência Intertropical)
e que, por aproximação se limita entre o paralelo 3º Sul e 8º Norte.
A posição do CIT não é fixa, ela acompanha o movimento anual
aparente do Sol e devido a ele a zona desloca se até ao paralelo 10º
Norte, quando o Sol atinge o zénite no Trópico de Cancer, e apenas até
o paralelo 4º a 5º Sul, quando atinge o Tópico de Capricórnio. A figura
em baixo representa parte do já referido movimento. Esta deve ser
conjugada com a figura anterior.

Figura: aspecto do movimento anual aparente do Sol.

A razão deste deslocamento desigual nos dois hemisférios reside no


facto da porção Sul de África ser menos continental que a porção norte.
Na zona de baixas pressões equatoriais predominam as correntes
ascendentes do ar quente e húmido. Subindo o ar arrefece e o vapor de
água condensa-se provocando precipitações.
Nas zonas de altas pressões predominam as correntes descendentes.
Descendo o ar contrai-se aquece tornando se mais seco. Como
consequência nestas regiões as precipitações são raras.
Daqui explica-se a regularidade geral na distribuição das precipitações
que se caracteriza pela sua diminuição para o Norte e Sul que a zona
Equatorial.
53

Os Ventos predominantes

O Continente africano está sob acção dos ventos alísios que sopram das
altas as baixas pressões equatoriais.
Na parte setentrional os alísios passam sobre superfícies continentais e
trazem por isso ar tropical seco. Assim em regiões de acção as chuvas
quase não se registam. A precipitação média anual é menor que 100
mm.
Na África Austral, os Alísios sopram do Oceano Índico e trazem por
isso ar mais húmido ao longo do seu percurso encontra as cadeias
montanhosas da periferia, os Drakensberg e as da Ilha Madagáscar.
Aqui perdem grande parte da sua humidade em forma de chuvas
orográficas.
Assim na África Austral as precipitações diminuem no sentido Este
Oeste, do litoral do Índico para o interior e mesmo até a costa do
Atlântico.

TC

E
TC

Fig- aspecto da circulação dos ventos Alísios em África (Adaptado)

TC E TC

Figura -Esquema de circulação geral da Atmosfera em África


54

Na distribuição das precipitações e das temperaturas pelas estações do


ano joga o deslocamento dos Centros de altas e baixas pressões que
acompanham o movimento anual do Sol.
Assim quando o Sol está no zénite sobre o Trópico de Cancer o Sahara
é sobreaquecido então as altas pressões a medida que o Sol avança as
altas pressões do Hemisfério Sul cedem lugar as baixas pressões.
Outros factores influenciam na distribuição climática de África como
sejam a altitude e o relevo, de onde a altitude exerce uma grande
influência no clima. O regime das precipitações é que se vê reflectido
neste factor. De maneiras que o relevo elevado, limita a influência
oceânica que é mais frequente nas altas montanhas com pluviosidade
alta.
Com o relevo também diminui a temperatura do ar de modo que as
temperaturas mais baixas do continente registam-se nos Montes
Kilimanjaro onde as temperaturas anuais são iguais ou superiores a 0º c
o que condiciona neve perpétua no cimo destas montanhas.
As correntes oceânicas são outro factor de influência do clima onde as
correntes oceanicas tem dado influência nas temperaturas do ar nas
zonas costeiras. Em África são de grande importância as correntes
quentes do canal de Moçambique, corrente fria das Canárias, corrente
fria de Benguela, entre outras.
A corrente quente do canal de Moçambique liberta grande quantidade
de vapor de Água e depois de passar do litoral transporta para faixa
costeira onde origina grande quantidade de pluviosidade na estação
quente e húmida.
Contrariamente as correntes frias de Bengela e Canárias, esta última
que se desloca para o Sul na costa do Nordeste do Continente no
Atlântico e a primeira, desloca se para o Norte na costa oriental de
África a Sul do Equador. Aqui originam fraca evaporação e baixa as
temperaturas ao longo da costa originando a inversão térmica o que
explica a falta de chuvas e o prolongamento de desertos até junto ao
mar. África Ocidental o deserto de Sahara e no Sul o deserto de
Namibe.
55

De acordo com as influências descritas anteriormente podemos passar a


analisar as zonas climáticas do Continente.

As zonas climática do Continente.

De acordo com os factores climáticos anteriormente analisados no


Continente africano existem climas muito diversificados. Dado que o
Equador atravessa este Continente a meio as zonas climáticas
exceptuando a zona Equatorial repetem-se duas a duas. Assim todos os
climas da região são possíveis agrupá-los em 7 zonas climáticas (de
acordo com a classificação de Alisov).
Segundo Alisov, no continente africano destacam-se as seguintes zonas
climáticas:
Uma zona de Clima Equatorial; duas zonas de clima subequatorial
Hemisfério Norte e Sul; duas zonas de clima Tropical, Norte e Sul;
duas zonas de clima subtropical Norte e Sul.

A Zona do Clima Equatorial Corresponde a zona e o clima


característico das regiões da vizinhança do Equador abrange grande
parte da Bacia do rio Congo aproximadamente entre as Latitudes 5º N e
5º S e da Costa do Guiné até de 7º e 8º Norte. Nesta zona durante todo
o ano predominam massas de ar equatorial sempre quente e húmida.
Predomina uma única estação muito quente com médias anuais de 25º c
e p0equenas amplitudes de 2 a 4 º c.
As Precipitações são de 1500 a 2000 mm/ano. As chuvas caem todos os
dias especialmente na parte da tarde por volta das 16 horas com fortes
trovoadas relâmpagos e violentos tornados2.
As chuvas convectivas são máximas nos equinócios 21 de Março e 21
Setembro, a humidade relativa é alta e aqui formam-se condições de
humedecimento abundante e permanente.

2
Fenómeno que se manifesta por formação de uma grande nuvem negra com
prolongamento vertical bastante elevado.
56

Zona Subequatorial Norte e Sul - A zona Subequatorial do


Hemisfério Norte, prolonga-se até latitude 17º N; no Hemisfério Sul ela
não atinge a costa do Atlântico e prolonga-se até latitude 20º S.
As temperaturas desta zona são elevadas durante a maior parte do ano
mas as amplitudes térmicas são mais consideráveis do que a zona do
clima Equatorial.
Nesta zona verificam-se duas estações a saber:
Uma quente e húmida (verão de cada hemisfério);
Uma Fresca e seca (Inverno de cada Hemisfério)

Zona do Clima Tropical - Encontram-se distribuídos nos dois


Hemisférios Norte e Sul, logo a seguir das zonas do clima
subequatorial.
No Hemisfério Norte estendem-se entre as Latitudes 20º e 30º de
latitude Sul enquanto que no Oeste estendem-se entre 20º e 30º de
latitude Sul.
Nesta zona durante todo o ano predominam as massas de ar Tropical e
sopram os alísios. No Hemisfério Norte é característico o Clima
Tropical quente seco no deserto de Sahara.
No Inverno sobre a África Setentrional estabelece-se o regime anti-
ciclónico. A secura do ar e a fraca nebulosidade em paralelo com
ausência da vegetação forma-se condições para a brusca mudança das
amplitudes térmicas diurnas.
No Golfo de Aden, também é seco os alíseos do nordeste que sopram
no Inverno originam apenas uma fraca precipitação aqui as chuvas são
raras e irregulares podendo passar alguns anos sem que caia uma gota
de chuva, são as monções que trazem chuvas na região do Sudão e
encontra no seu percurso uma obstáculo no Maciço da Etiópia que
origina as chuvas orográficas.
No sul o clima Tropical seco é característico para a depressão Kalahari
mas a quantidade das precipitações é um pouco maior que no Sahara
graças aos Aliseos do Sudeste que separam do Índico.
Para as periferias Ocidentais do Continente, na zona Tropical de ambos
Hemisférios é característico o clima de desertos litorais. Os ventos
57

dominantes, soprando no sentido do Equador criam na superfície do


Oceano correntes de água frias como as de Benguela e Canárias.

Legenda 1 2 3 4 5 6

1- Zona do Clima Sub-Tropical (Clima Mediterrânico)


2- Zona do Clima Tropical (Tropical Seco ou Desértico)
3- Zona do Clima Tropical (Tropical Semidesértico)
4- Zona do Clima Sub-Tropical (Temperado Marítimo)
5- Zona do Clima Sub-Equatorial
6- Zona do Clima Equatorial.

A zona do Clima Sub-Tropica l - Estas Zonas abrangem o estremo


Norte e Sul do Continente em comparação com a Zona do Clima
Tropical aqui o afluxo da Radiação solar é menor. As amplitudes
térmicas anuais são mais visíveis o verão é quente e cerca de 22º C e
Inverno suave, cerca de 10º C.
No Norte e Sudoeste de África o verão é muito quente e seco, Inverno
suave húmido pois que os ventos do sudeste que sopram do Atlântico
nesta época trazem massa de ar muito húmido da zona Temperada.
No sudeste da zona Subtropical da África Austral as chuvas caem
durante todo o ano, mas a parte principal das precipitações cai no verão.
No Inverno elas são originadas por transferências de humidade dos
ventos de Ocidente, mas no verão em todo o litoral do Sudeste sopram
58

os ventos do Índico que originam grandes quantidades de precipitações


nas regiões orientais dos Drackensberg e da Ilha Madagáscar.
Assim na Zona do Clima Subtropical do Hemisfério Sul distinguem-se
duas regiões climáticas:
 Clima Mediterrânico.
 Clima Sub-Tropical húmido, ou Temperado Marítimo.

Entretanto algumas regiões são dominadas pelo clima modificado pela


altitude, predominante nos altos planaltos da África Oriental no
Planalto de Catanga, interior da África Austral, nos Montes
Kilimanjaro, Roenzore, Drackensbergue e outros como Catanga.

Sumário

O continente africano, no que tange ao relevo é subdividida em duas


regiões altimétricas:
África Baixa ou do Noroeste que tem altitudes médias inferiores a 1000
m.
Região da África alta ou do Sudeste com altitudes superiores a 1000 m.
O limite entre elas passa pela linha Benguela até Massawa, na
(Irritreia), no litoral do Mar Vermelho.
Esta disposição do relevo tem a sua influência nas características
climáticas do Continente, desde a circulação Geral da Atmosfera até a
divisão climática do próprio continente. Esta influência não pode ser
tomada isoladamente uma vez que ela dá se associada a outros factores.
59

Exercícios

1- Caracterize a Planície Oriental de África.

2- Faca analise comparitiva das regioes climaticas


Auto-avaliação
3- Explica as condicoes ou factores naturais que determinam o
acorrencia de diferentes regioes climaticas

4- Desenhe no seu caderno o mapa contendo as zonas


climáticas de África.

Resolva as perguntas e faça a entrega da questão 2 e 3


60

Unidade VI

Hidrografia do Continente Africano:

A Regionalização hidrografica e biogeografica do Continente Africano

Introdução
A disposição do relevo do Continente africano, determina de certa
maneira a distribuição da rede hidrográfica deste continente, bem como
as suas principais características. A regionalização físico geográfica do
Continente africano é uma maneira de encontrar as regiões com
maiores semelhanças (elevada homogeneidade dos elementos) e as que
tem maiores diferenças (heterogeneidade) de modo permitir melhor
planificacao dos projectops de susos de terra e de exploracao dos
recursos naturais.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar a rede Hidrográfica do Continente africano.


Objectivos  Identificar os principais rios e lagos africanos.

 Identificar as regiões Biogeográficas de África

 Caracterizar as regiões Biogeograficas de África.


61

Hidrografia do Continente Africano


A rede hidrográfica do Continente africano distribui-se de forma
irregular e em função da variedade das condições climáticas do relevo,
do carácter das rochas de cada região.
A rede é mais densa nas regiões equatoriais e subequatoriais. Vários
espaços do Continente carecem de rios permanentes, como no Deserto
de Sahara e Kalahari.
A maior parte dos rios são caudalosos alguns com declive fraco, curso
muito irregular e apresentam inúmeras quedas e rápidos que muitas
vezes são cortados por duas ou mais série de quedas o que dificulta a
sua navegabilidade.
Cerca de 9.000.0000 de km2 do Continente é ocupado por bacias
hidrográfica sem escoamento para o Litoral.

Característica dos principais rios

Os Principais rios são:


 O rio Zaire ou Congo.
 O rio Nilo
 O Rio Níger
 O rio Zambeze

1- O rio Zaire ou Congo - É o mais caudaloso da África, com cerca de


4370 km de extensão e uma bacia hidrográfica de 3.820.000 km2 ,
possui uma escoamento médio anual de cerca de 46000 m3/seg. O seu
afluente principal é o rio Lualaba que é uma continuação do Zaire que
nasce no Planalto de Catanga, na região do Chaba, na parte Sul do
Zaire ou Congo no hemisfério sul. O mesmo rio percorre o sentido Sul
Norte e atravessa o Equador para o Hemisfério Norte, onde toma o
nome de Zaire, volta a tomar o sentido Oeste com sentido predominante
Nordeste – Sudoeste, para depois atravessar para o Hemisfério Sul onde
desagua num grande estuário no Oceano Atlântico a Norte de Angola.
62

Na sua desembocadura o rio o rio Zaire tem um caudal médio de


80.000 m3/seg, é navegável até 150 km do litoral, depois do que
percorre cerca de 300 km em que apresenta dezenas de rápidos3, mas
volta a ser navegável em várias centenas de quilómetros.
O seu regime é permanente e regular em virtude de que recebe
alimentação das chuvas constantes da região equatorial através dos seus
afluentes e sub-afluentes de ambos os hemisférios Norte e Sul.
Na margem esquerda recebe águs dos rios: Lomami, Lulonga, Ruqui,
Kassai, Kunga e na margem direita o rio Ubangoe as águas do Lago
Tanganhica e Muero, por intermédio de pequenos afluentes.

2- O Rio Nilo - com cerca de 6771 km de extensão o Nilo é o mais


longo da África e do mundo. A área da sua bacia hidrográfica é de
cerca de 2.870.000 km2; o seu escoamento médio anual é de cerca de
2.760 m3/seg. Nasce nos altos planaltos da África oriental, e o seu
principal braço é o rio Kagera, um dos contribuintes do Lago Vitória,
que é tido como provável nascente do Nilo.
O rio Nilo toma vários nomes ao longo do seu percurso a saber: Votória
nilo, Nilo Alberto. Mais tarde toma o nome de Nilo Branco e Nilo
Azul. Depois de percorrer os desertos da Núbia e da Líbia em mais de
2.000 km de percurso desagua no Mediterrâneo através de um
gigantesco delta com cerca de 25.000 km2
A bacia do Nilo abrange nove países a saber:
Zairo-Congo, Ruanda, Burundi, Tanzânia, Uganda, Kenya, Sudão,
Etiópia e Egipto. No seu percurso o Nilo é alimentado pelas águas das
chuvas equatoriais que caem durante todo o ano e chuvas tropicais que
recebe dos Macisso da Etiópia, depois do que experimenta um regime
mais regular. Em alguns percursos o rio toma um regime periódico
devido as águas Tropicais.

3 Inclinação com certas perdas.


63

3- O Rio Níger - é o mais importante da África Ocidental. A sua


extensão é de cerca de 4160 km, a área da sua bacia é de cerca de
290.000 km2 e seu escoamento médio anual de cerca de 2.800 m3.
O rio Niger nasce no macisso de Futajalon. No seu percurso superior,
atravessa vários rápidos e corre no sentido predominante sudoeste-
Nordeste, para o interior até penetrar na bacia do mesmo nome, (Niger),
onde se instala sob forma de um vasto delta no interior formando uma
vasta rede de braços e abundantes meandros, pântanos e lagos. Depois
deste percurso toma varias direcções até a sua foz no Golfo da Guiné
onde desagua sob a forma de um delta de 25.000 km2 .
Principais afluentes: Rio Bani, Sécoto, Kaduna e Benané. Possui um
regime periódico (Tropical) com máximo nos meses de Abril a
Setembro. O curso inferior nas zonas de maior pluviosidade, o rio é
navegável.

4- O Rio Zambeze - é o maior e mais importante dos rios da vertente


do Índico e da África Austral possui cerca de 2.700 km área de bacias
de 1.330.000 km2 e um escoamento médio anual de 16.000. m3/seg.
O Zambeze nasce na região do Planalto de Catanga na Zâmbia,
próximo da nascente do rio Zaire. Atravessa o extremo oriente de
Angola e Ocidente da Zâmbia. Serve de fronteira entre a Zâmbia e
Zimbabwe, antes de penetrar no território Moçambicano.
Desagua no Oceano Índico a Sul do Chinde num delta. Um dos seus
braços o rio Cuacua ou dos Bons Sinais desagua a Norte do Chinde um
pouco a sul da Cidade de Quelimane depois de passar desta Cidade.
Possui vários afluentes como os rios: Kafué, Aruangua, Luenha, Chire,
Mucanta, Revubwe e Zangue. O curso é muito acidentado e constituído
por várias quedas de água.
Outros rios importantes:
Rio Senegal na África Ocidental, Rio Orange na África do Sul, por
outro lado existem no Continente alguns rios sem escoamento para o
litoral sendo: O rio Chare e Lagone, que desaguam no Lago Chade. Nas
regiões desérticas ocorrem rios de regime temporário, caudais
reduzidos e formam-se quando caem raras chuvas.
64

Sistema Lacustre do Continente Africano.

A forma macissa do Continente africano e a sua estrutura geológica e


do relevo permitem a formação de extensas bacias e depressões
tectónicas. A abundância das chuvas nas regiões equatoriais e tropicais
e a diferença de escoamento ao oceano explicam a formação de lagos.
As maiores estão na África Oriental dentro da grande fractura do vale
do Rift como tal de origem tectónica. Nesta região sucedem-se de Norte
a Sul os seguintes lagos: O Lago Tana, (na Etiópia), o Lago Turcana,
(no Kenya), Lago Alberto, Kivo, Victória, Tanganhica, Niassa entre
outros.
1- Lago Victória - é o maior de África com cerca de 69.500 km2
é o terceiro do mundo depois do Mar Cáspio na Ásia e o Lago Superior
nos Estados Unidos da América. Su profundidade é de cerca de 92 m,
abrange Uganda, Tanzania e Kenya.
2- Lago Tanganhica - com 32.900 km2 e cerca de 1435 m de
profundidade. É segundo mais profundo do mundo depois do Baical na
Ásia. Abrange os seguntes países: Zaire, Tanzania, e Zambia.
3- Lago Niassa - com cerca de 29.600 km2 com uma
profundidade de cerca de 760 m abrange, Moçambique, Tanzania e
Malawi.
Outros Lagos importantes são Lago Chade – com cerca de 16.000 Km2
em média (visto que muda de superfície de estação em estação do ano
em função da alimentação das chuvas. A sua profundidade média é
superior a 20 m. O lago estaria condenado ao desaparecimento se não
fosse a contribuição dos rios Chare e Lagonha.
Na Bacia do Kalahari encontram-se os Lagos: Ngami e Macarikari que
tem as mesmas características do Chade. Recebe as águas do Akavango
que é o curso superior do rio Ubango.
Na África do Norte existem Lagos sazonais de águs salgadas rodeadas
de salinas como Chots, chergui, El Djerid, El edno na Tunísia.
65

Existem numerosos Lagos artificiais ou albofeiras nos grandes rios


deste Continente. Lago Volta, Nasser, Cabora Bassa, com 30 km de
largura e uma área de 2760 km2, Lago Caribas tem um grande
aproveitamento económico destas barragens.

Zonas Naturais da Vegetação no Continente Africano.

A zona natural de vegetação é a região para a qual é característico a


uniformidade dos componentes naturais, solos vegetação e mundo
animal. Tal como as zonas vegetais no Continente apresentam-se em
mais ou menos paralelas ao Equador.
Nas Zonas Intertropicais toda a vegetação está adaptada ao forte calor
porém as desigualdades no abastecimento de água pluvial e os
diferentes tipos de solos existentes de região em região tomam a
vegetação variada. Do Equador aos Trópicos as formações vegetais
apresentam uma grande variedade de plantas que vão de mais higrófilas
nas regiões húmidas até as mais xerófilas nas regiões mais secas.

Características das Principais Zonas de Vegetação do Continente


Africano.

1- Zona de Floresta Equatorial - O domínio Equatorial é de floresta


densa também chamada floresta sempre Verde ou Floresta Virgem.
Esta zona ocupa a região que recebe 1500 mm de pluviosidade por ano
e mais assim se a pluviosidade diminui para 200 mm por ano a floresta
densa desaparece. No continente Africano ela ocupa a Bacia do Congo
e no Sul dos Camarões e Sul da Nigéria, da Costa de Marfim, da serra
Leoa da Costa Oriental de Madagáscar.
A Floresta Equatorial é constituída por uma densa cobertura vegetal
composta de árvores de 5 a 6 estratos ou andares que no conjunto
formam uma abertura vegetal ou continua onde reina uma profundidade
de obscuridade.
As maiores Árvores podem ter mais de 50 m de altura com troncos
rectos. Qualquer que seja a espécie de árvores possui folhas largas com
66

uma coloração escura verde e brilhante. Não existe estrato herbáceo o


solo é vermelho ferralítico de uma grande variedade de lianas e
epífetas4 aumentam o volume e a densidade da floresta. Segundo as
espécies das árvores perdem as suas folhas em épocas diferentes por
isso a floresta permanece sempre verde.
A vida animal é rarefeita salvo nos andares superiores nela povoa
grande variedade de pássaros, macacos, roedores e insectos entre
outros. O entrelaçamento de lianas a densidade de cobertura vegetal a
ausência do substrato herbáceo no solo e na falta de luz fazem com que
os grandes herbívoros, elefantes, búfalos e outros, e carnívoros, leões e
outros sejam ausentes desta região, pelo que é o mundo de animais que
de uma ou de outra podem alcançar o cimo das árvores com vista a ter
raios solares.

2- Zona de floresta Tropical e Savanas - A floresta tropical com


folhas caducas está adaptada ao clima com uma estação chuvosa e
estação seca alternados, aqui as Árvores são menores que na floresta
Equatorial, mas podem atingir 25 m de altura. Elas perdem as suas
folhas na estação seca e cobre se de novo antes da estação das chuvas.
A zona da floresta Tropical e Savana abrange as zonas de climas
subtropicais e tropicais Húmidos. O solo recebe uma certa quantidade
de luz, pelo que o substrato erbáceo e arbustivo é bastante denso. Este
tipo de floresta no seu estado de equilíbrio biológico original é quase
inexistente salvo a Guiné até aos Grandes Lagos da África Oriental.
A formação vegetal que ocupa maior área no Continente Africano é a
Savana. A savana típica de pradaria de ervas de 1 a 3 m de altura
caracteriza as regiões tropicais que recebe em média 1000 mm de
pluviosidade por ano.

Espécies Comuns:
Antropogon, Penicetun, (capim elefante), Panicum, imperata cilindrica,
eragrotis e cristidai encontrando-se também os embondeiros e as

4 Plantas que crescem sobre as outras sem serem parasitas.


67

acácias. Durante as chuvas as ervas crescem vigorosamente para


secarem quando termina a estação. Os solos são vermelhos e castanhos
de savana.
Os agricultores e criadores de gado incendeiam cada ano vastas regiões
de savana para fertilizarem os solos com cinzas para agricultura ou
pastagem.
As queimadas repetidas e frequentes são responsáveis pela savanização
que determina a transformação de savana arbórea em arbustiva e depois
em herbácea.
Assim em África a savana é a formação vegetal que ocupa maior
espaço do território particularmente a região do Sudão que vai desde o
Senegal no litoral Atlântico Etiópia e ocupa os planaltos de Guiné e
Zimbabwe, Moçambique, Angola, África do Sul e os planaltos do
Centro de Madagáscar.
A Savana abriga fauna rica e variada. Desde herbívoros como zebras a
outros. Carnívoros leões panteras e outras. Roedores e pássaros e
insectos. A savana constitui um mundo extremamente rico.
As regiões do Sahel ou semi-desérticas são de transação entre a savana
e os desertos. A sua vegetação é claramente xerófila adaptada a seca de
9 meses ou mais. Aqui a savana como vegetação alta desaparece para
dar lugar a um tipo herbácea descontínuo onde predominam gramíneas
curtas e espinhosas como cram-cram.

3- Zonas de Deserto e Semi-desertos Subtropicais - Nas regiões


desérticas devido a extrema aridez do clima a vida do vegetal é bastante
pobre e quase inexistente aí é adaptado a uma seca. Assim as raízes das
plantas são longas e penetra profundamente no solo onde procuram e
buscam a humidade. As gramíneas duras e curtas estão adaptadas a
condições locais, por exemplo as suas sementes podem conservar-se no
solo durante anos esperando um pouco de água para germinar. Algumas
gramíneas desenvolvem muito no tempo de chuvas: horas em pleno
deserto algumas pastagens temporárias chamadas “Acheb”. Estes assim
como crescem rapidamente e desaparecem rapidamente em alguns dias.
Neste período são usados pelos pastores na alimentação dos seus
68

rebanhos. Apenas nos oásis encontram alguns tufos de vegetação


formada especialmente após as chuvas.
O Sahara não foi sempre deserto na realidade em tempos geológicos
recuados existiam cursos de água lagos e uma vegetação arborizada e
espécies da vida animal incluindo aquática. Existem provas sobre esse
elemento, constituído por fósseis de plantas, hipopótamos que foram
encontrados no fundo de lagos que hoje estão secos.
Nas regiões desérticas e semi-deserticas de Moçamedes, Sul de Angola,
na África Austral, Kalahari, cresce uma planta típica da região chamada
Wilwitchia Miralislis. Esta compreende apenas duas folhas largas cujo
comprimento é cerca de 3 m cada que permanecem durante toda a vida
da planta cerca de 100 anos cujo tronco é de cerca de 2,5 dm e seu
nome vulgar é chamado Tumboa.

4- Vegetação do tipo Mediterrâneo - As regiões Mediterrâneas


possuem segundo o grau da sua pluviosidade duma formação vegetal.
A floresta Mediterrânea e a estepe, é frágil e é constantemente
ameaçada e destruída por incêndios e pela intervenção do homem e
pelo pastoreio de rebanhos de ovelhas e carneiros. Esta floresta
encontra-se nos Montes Atlas do Cabo na África do Sul onde é
constituída predominantemente de pinheiros cerdos e carvalhos; tal
floresta uma vez destruída, nunca mais se recupera naturalmente e dá
lugar a formações vegetais degradadas. A garrigue que existe sobre os
solos calcários e o “Máquis” sobre os solos cilíciosos.
A garrigue é formada por vegetação baixa e descontínua com grande
abundância de plantas acáticas usadas na indústria de perfumes. O
maquis é vegetal arbustiva e intrelançada de difícil penetração.

5- Vegetação de Altitude - Encontra-se nas Montanhas de zonas


Intertropicais e regiões Mediterrâneas a vegetação apresenta-se em
forma de andares com 5 ou 6 estratos de modo a dar lugar a zonalidade
Vertical.
69

Assim :
Até 4000 m de altitude as vertentes são ocupadas por vegetação que
muda de características a medida que a altitude aumenta. Assim até aos
2000 m de altitude a floresta Tropical aparece misturada com espécies
de clima Temperado. Entre 3000 e 4000 m de altitude predomina o tipo
de vegetação arbustiva impenetrável com troncos curtos e tortos o que
confere a floresta uma aparência estranha.
Nos 4000 m aparece a pradaria do tipo altino constituída de um tapete
descontínuo de gramíneas e em seguida aparece a Tundra alpina em
que a cobertura se reduz a alguns vegetais de musgos e liquens.
Além dos 4000 m aprece a neve, própria de regiões frígidas.

4.5- Regionalização Físico-Geográfico do Continente Africano.

Tendo por base as particularidades da estrutura geológica o


desenvolvimento do relevo as condições climáticas bem como as
particularidades de localização dos diversos meios geográficos o
continente africano é dividido em 4 grandes regiões Físico-geográficas
a saber:
- África do norte ou Setentrional.
- África Central ou Equatorial.
- África Oriental
- África Meridional ou Austral.

1- África do Norte - esta região Fisico-geográfica ocupa a porção


setentrional do Continente Africano. Em latitude estende-se o mar
Mediterrâneo ao Norte aos limites Sul de Sahara no Sul. Em Longitude
de Oeste para Este estende-se desde a Costa do Atlântico até a Costa do
Índico e dos Macissos da Etiópia. A maior parte desta vasta região
caracteriza-se por um relevo plano de vastos planaltos. Apresenta
desertos em que a ausência de chuvas é quase total e onde as
amplitudes térmicas diurnas são maiores.
Porém no extremo Norte (Litoral de Marrocos, Nigéria e Tunísia)
predomina o clima Mediterrâneo com verões secos e Invernos húmidos.
70

Aqui destaca-se a cadeia das Montanhas altas que pertencem a orogenia


Alpina.
De acordo com as particularidades da região Norte nela se destacam 3
sub-regiões ou “Países físico-geográficos”.
a) A sub-região ou País físico-geográfico do litoral e se estende a
Norte da Cadeia dos Atlas, é dominada por Mangal.
b) A Sub-região do Sahara- e a região do Sudão que representa
uma vasta região coberta por uma vasta formação vegetal de Savana.
c) O Magreb é uma região marcada por um relevo montanhoso e
por um clima Mediterrâneo e que é limitado a sul pelo deserto de
Sahara.

2- África Central ou Equatorial - Ocupa a bacia sedimentar do rio


Zairo/congo e a faixa costeira ao longo do Golfo da Guiné. A região é
caracterizada por altitudes sempre inferiores a 500 m e somente nos
limites dessa bacia eles se elevam até 1000 m.

3- África Oriental - esta é limitada a Oeste pela Bacia do Congo e a


Leste pelo Oceano Índico estende-se do Macisso da Etiópia a Norte ao
Vale do Zambeze a Sul. É uma região caracterizada por desnivelamento
do relevo e por ser a região mais alta do Continente Africano. Envolve
territórios desse continente que sofreram movimentos tectónicos que
originaram levantamentos que deram lugar a grandes Macissos e
planaltos e rebaixamentos do terreno que deram lugar a depressões que
albergam os Grandes Lagos da África Oriental. Por outro lado nela
estão bem marcadas fracturas e falhas que caracterizam o Rifft Valley
ou Vale do Rift da África Oriental.
É a única região do Continente caracterizada por uma instabilidade
tectónica relativa e como tal faz parte da zona de mesma intensidade
sísmica. Aqui se distingue duas regiões ou sub-regioões:
a) A Região do Macisso da Etiópia ao Norte.
b) A região do Planalto da África Oriental a Sul.
71

4- África Meridional ou Austral - Ocupa a parte Austral de África e é


limitada a a Norte pela Bacia Congolesa (na parte Ocidental) e pelo
Vale do Zambeze (na parte Oriental). A região é caracterizada por um
relevo simples constituído por planaltos que se inclinam grosso modo
para a depressão Central do Kalahari. A parte mais elevada encontra-se
ao extremo Sul onde se erguem as montanhas do Karroo que descem
escadaria até á Cidade do Cabo e os Drakensberg.

Região do Sahara - O Sahara constitui o maior deserto de África e do


mundo. Estende se do Atlântico ao Ocidente ao Mar Vermelho ao
Oriente e cobre cerca de 7 milhões de km2. Abrange Argélia Tunísia
Egípto, Sudão República Árabe Saharawí democrática (RASD),
Mauritánia Mali Níger e Chade.
É uma região de intensa e grande amplkitude diúrna. Durante o dia as
temperaturas atingem 70º c ao Sol e 50 ºC á sombra mas durante a noite
elas descem por vezes abaixo do 0 ºC. Passam por vezes vários anos
sem chuvas. Nele se observa um intenso processo de desagregação das
rochas sob influência das constantes oscilações das temperaturas.
Os ventos por seu turno carregam os materiais finos desagregados e os
transportam a grandes distâncias deixando o solo desnudado e
formando grandes dunas de areia. A ausência de vegetação facilita o
transporte.
Na região do Sahara, as formas do relevo mais divulgadas são as
seguintes:
-Ergues- São grandes elevações de dunas com cerca de 100 m de altura.
- Reguas- São vastas planícies cobertas de blocos angulares de rochas
que dificultam a travessia do deserto;
- Hamadas- são planaltos cobertos de calhaus grossos resultantes de
erosão.
Nos últimos 30- 50 anos as condições de vida no deserto de Sahara
sofreu importantes transformações graças a descoberta de grandes
jazidas de petróleo na Argélia e de ferro na Mauritânia. A partir de
então foram abertas estradas, caminhos-de-ferro e pistas de aviação que
permitiram a ligação de regiões até então isoladas. Igualmente foram
72

construídos oleodutos que asseguram o transporte de óleo para as


refinarias e portos. Foram construídas Cidades em alguns desertos.
Muitas sondagens e perfurações e profundos poços que fornecem água
necessária para as populações.

Sumário

A Rede Hidrográfica do Continente Africano apresenta rios não muito


numerosos e com um regime variado na sua maioria ou pelo tipo de
relevo onde correm ou por variações climáticas que não permitem que
os rios sejam de regime permanente. Os lagos na sua maioria são de
origem tectónica e em alguns casos artificiais, construídos ao longo dos
cursos dos rios.
As condições climáticas do Continente determinam o tipo de vegetação
que se encontra neste Continente, deste modo esta distribui-se de
acordo com as disposições das principais zonas climáticas do
Continente.

Exercícios

1- Diga quais são as principais Bacias Hidrográficas do


Continente?
Auto-avaliação 2- Explique a disposição da vegetação de altitude e estabeleca
relacao com a disposicao letitudenal.

3- Destaque as principais Regiões biogeograficas de África.

Resolva as perguntas e faça a entrega da questão -2


73

Unidade VII

O CONTINENTE SUL AMERICANO

Introdução
Na presente Unidade teremos a oportunidade de estudar o
Continente Sul Americano apenas pois o Continente Norte
Americano corresponde do ponto de vista de localização aos
Continentes Setentrionais, o que nos obriga a deixar para esta parte
de estudo a área que corresponde ao Continente Norte Americano.
O Continente Sul Americano será analisado numa única Unidade
analisando os diversos aspectos mais salientes, visto que em muitos
aspectos se assemelha ao Continente Africano que acabamos de
analisar, pelo que pode se inferir a maior parte de aspectos que se
assemelham com aquele.

Ao completares esta unidade / lição, você será capaz de:

 Estabelecer a localização geográfica e astronómica do


Objectivos Continente Africano.

 Caracterizar a influência das correntes marítimas do continente


ao clima do Continente.

 Distinguir as principais regiões climáticas do Continente.


74

O Continente Sul –Americano- aspectos gerais

Historicamente o Continente Sul Americano e América do Norte


foram uma parte do mundo denominado Novo Mundo. Contudo
segundo as condições naturais estes dois Continentes representam
dois mundos absolutamente diferentes sendo uma das causas da
diferenciação a localização geográfica e o desenvolvimento
geológico.
A fronteira geográfica entre as duas Américas, parte do Golfo de
Darien no Mar do caribe até ao Golfo Boaventura no Pacífico.
Actualmente usa-se o Canal de Panamá como fronteira geográfica
convencional.
É aplicada outra divisão histórico - cultural segundo a qual
América divide se em América Anglo-Saxónica e América Latina.
A América Anglo-Saxónica compreende os países outrora
colonizados por Anglo-Saxões tais como Ingleses, Irlandeses e
outros. Neste grupo estão os Estados unidos da América e o
Canadá. A América Latina compreende o conjunto de países
americanos outrora colonizados pelos Latinos como Espanhóis
Portugueses e Franceses. Este conjunto engloba o México as Ilhas
das Caraíbas e todos os Países da América do Sul.
A América do Sul estende se totalmente no Hemisfério ocidental,
O equador atravessa o na parte Setentrional ficando a maior parte
no Hemisfério Sul. Os pontos extremos e as coordenadas
geográficas deste Continente são:
A Norte - o Cabo ou ponta Gallinar na Península Guajura com 12º
25’ de Latitude Norte.
A sul Cabo frouerd ou Ponta Arenas, no estreito de Magalhães com
53º 54’ de Latitude Sul.
A este o Cabo Branco entre as Cidades Natal e João Pessoa com
34º de Longitude Oeste.
A Oeste o Cabo Painas com 81º 20’ de Longitude Oeste.
Pela sua configuração ou forma o Continente assemelha-se a um
triângulo. Em geral este Continente encontra-se na zona Tropical
75

ou quente, só a sua parte Meridional encontra-se na zona temperada


do Sul.
O maior comprimento 70º Oeste é de cerca de 500 km. As Ilhas ao
redor da América do Sul não são numerosas e as maiores são: ilha
Trindade, Tobago (no Norte), Ilha Chiloé, no Pacífico, a Ilha terra
do Fogo no extremo Sul e as Ilhas Falkland/Malvinas no Atlântico
Sul, entre outras. Entre as Ilhas Oceânicas destaca-se a Ilha
Glápagos no Pacífico e as Ilhas João Fernandes no Pacífico, entre
outras.
A superfície total da América do Sul é cerca de 17.819.100 km² e
com fusos horários -6, -5, -4, -3 e -2 horas em relação a hora
mundial GMT.

Mapa físicoda América do Sul(Visto de Satélite)

Na costa Atlântica próximo do equador influi a Corrente equatorial


do Sul que próximo do Cabo de São Roque, se subdivide em dois
ramos, um dos quais sob a denominação de Corrente das Guianas,
se dirige para o Nordeste, enquanto o outro sob o nome de Corrente
do Brasil se dirige para o Sul e Sudeste. Estas são Correntes
quentes.
O extremo Sul da costa Oriental do Atlântico o Continente é
banhado ou influenciado pela Corrente fia Falkland/Malvinas.
76

Na corrente ocidental ao sul do Equador passam as Correntes frias


de humboldt e de Perú; e uma pequena faixa da Corrente do
Pacífico a Norte do Equador é banhada pela contra Corrente
Equatorial.

Regionalizacao do continente sul americano


A maior parte da América do Sul é constituída pela Plataforma Sul
Americana que se forma no fim do Proterozóico. Durante o
Proterozóico e toda a sua história geológica a plataforma Sul
Americana sofreu acções do movimento tectónico intenso.
Primitivamente ligada à África, com a qual compunha o continente
da Gonduana, a América do Sul era representada, basicamente, por
três massas cristalinas: o escudo Brasileiro, o escudo Guiano e o
escudo Patagônico. Os escudos Brasileiro e Guiano apresentam
traços de dobramentos antigos, pré-cambrianos e pré-devonianos, o
mesmo se verificando no Cretáceo com o escudo Patagônico. No
Cretáceo, quando parece ter-se iniciado o desligamento do bloco
africano do brasileiro, dobraram-se as camadas sedimentares
acumuladas, dando origem à cordilheira dos Andes, já no Terciário.
Uma vez formada a cordilheira dos Andes, ocorreu quase
simultaneamente a regressão dos mares que cobriam as partes mais
baixas dos escudos ou entre estes e os Andes.
Com relação à bacia Amazónica, o levantamento do bloco andino
barrou o escoamento das águas para oeste e, com o aumento da
sedimentação, a bacia adquiriu um aspecto lagunar. A evolução da
sedimentação da bacia do Orinoco não teve sequência muito
diferente da bacia Amazónica.
Quanto à planície do Pampa, pois, ao que parece, a sedimentação,
até o final do Mesozóico, ocorreu em ambiente marinho ou em
conjunto de grandes lagunas. Mas no Terciário, com a formação
dos Andes, o braço de mar que separava o escudo Patagônico do
Brasileiro regrediu. De outro lado, no Mesozóico e Paleozóico, os
sedimentos provieram das áreas cristalinas das áreas soerguidas do
77

norte (planalto Brasileiro) ou do sul (escudo Patagônico), enquanto


no Terciário a planície começou também a receber os sedimentos
dos Andes. O relevo dessa área possui características próprias. A
planície Amazónica é um imenso funil que desce suavemente em
direcção ao Atlântico a partir dos sopés andinos.
Na planície Amazónica, encontra-se a maior rede hidrográfica do
mundo, com uma área de cerca de 7.000.000 km².
Ao norte da planície Amazónica, estendendo-se por quase 500.000
km², surge a bacia do Orinoco. A planície do Orinoco é continuada
para o sul através de lhanos do Beni, de Mojos, Guarayos e de
Chiquitos. Ao sul da Bolívia, inicia-se o Chaco. Ao sul do Chaco,
estendem-se os pampas, onde formaram bacias sem escoamento
para o mar. A noroeste da província de Buenos Aires, erguem-se as
serras pampianas. A serra de Famatina (cerca de 6.000m) é a mais
alta desse conjunto, onde também se destacam outras serras.
Diferente é o aspecto morfológico geral da região situada a leste
das referidas planícies, formando a segunda importante faixa de
relevo da América do Sul. Trata-se do planalto Brasileiro e seu
prolongamento para o norte, o planalto das Guianas. Este último,
estende-se pela fronteira brasileira com as Guianas e com a
Venezuela. A escarpa do planalto, do lado sul, desce abruptamente.
Para o norte, em direção à planície do Orinoco, suas vertentes são
mais suaves. Depois da interrupção produzida pela planície a área
planaltina prossegue para o sul, constituindo-se no planalto
Brasileiro, com cerca de 5.000.000 km².
Interrompidas mais o sul pelos depósitos pampianos, as formas
planaltinas reaparecem ao sul do rio Colorado (Argentina),
constituindo o planalto da Patagônia. Apesar do domínio das
formações continentais, há sinais de transgressão marinha na costa.
A superfície actual parece corresponder a um peneplano, cuja
formação data do fim do Plioceno. Movimentos posteriores de
soerguimento aprofundaram os vales na massa sedimentar. Os
vales patagônicos, que em regra se caracterizam por uma topografia
78

semi-desértica, possuem perfis longitundinais com forte inclinação,


largos talvegues cercados por altas vertentes. Como os
soerguimentos pós-pliocênicos não se fizeram uniformemente,
restaram áreas deprimidas.
O oeste da América do Sul é ocupado pela terceira grande faixa
morfo-estrutural e que constitui a extensa cordilheira dos Andes. A
par dessas três áreas morfo-estruturais, observa-se um grande
contraste morfológico entre o litoral do Atlântico (16.000km de
extensão) e o do Pacífico (9.000km). O litoral atlântico é, em geral,
baixo, de fraco declive, arenoso ou constituído de depósitos fluviais
e ostenta uma larga plataforma continental. Os rios desempenharam
papel importante na configuração do litoral, de grande parte das
ilhas da foz do Amazonas e do delta do Paraná. Mas tiveram
importância também a erosão marinha e os movimentos
epirogênicos.
As grandes altitudes das costas do Pacífico se opõem imensas
profundidades submarinas, quase não existindo plataforma
continental. A única área mais acidentada é a situada ao sul, onde
aparecem ilhas e arquipélagos, como o de Chonos, Madre de Díos,
Reina Adelaide, além da ilha da Terra do Fogo, separada do
continente pelo estreito de Magalhães.
Quase todas as estruturas geológicas do Continente Sul Americano
tem reflexo directo no relevo do Continente. Assim:
A parte Centro e Oriental é ocupada por planaltos e planícies e a
parte Ocidental por uma cadeia de montanhas a Cordilheira dos
Andes que se estende ao longo da Costa do Pacífico e que os seus
cumes atingem altitudes superiores a 6000 m, sendo o ponto
culminante o Monte Aconcágua com 6960 metros de altitude.
Encontro de duas placas continental e oceânica que originam
enrugamentos continuam em actividade ainda hoje pois assiste-se
as elevações de vulcões e sismos.
79

Mapa físico da América do Sul com vista da distribuição do relevo.

Quanto ao clima, devido a sua localização maioritariamente na


zona Intertropical neste continente predominam Climas quentes. Os
aliseos trazem do Atlântico massas de ar quentes e húmidas e uma
parte considerável dessa humidade perde-se nos Planaltos brasileiro
e das Guianas. Um papel importante na formação do clima deste
continente desempenham as correntes oceânicas: As correntes
quentes do Brasil e das Guianas aumentam a humidade do ar e
consequentemente a precipitação nas faixas costeiras por elas
banhadas, a corrente Equatorial influi bastante no aumento da
queda pluviométrica na faixa costeira do extremo Noroeste. As
correntes frias de Falkland/Malvinas do Perú e de Hmboldt
arrefecem fortemente o ar das faixas costeiras por elas banhadas
agravando as condições de secura e falta de precipitação.
80

Mapa climático da América do Sul

A distribuição das temperaturas médias na região apresenta uma


regularidade constante a partir dos 30º de latitude sul.
Nas latitudes temperadas, os Invernos são mais amenos e os verões
mais quentes do que na América do Norte. Pelo fato de sua parte
mais extensa do continente localizar-se na zona equatorial, a região
possui mais áreas de planícies tropicais do que qualquer outro
continente.
As temperaturas médias anuais na bacia Amazónica oscilam em
torno de 27°C, com pequenas variações estacionais. Entre o lago de
Maracaibo e a foz do Orinoco, predomina um clima tropical do tipo
senegalês, que engloba também partes do território brasileiro.
O centro-leste do planalto Brasileiro possui clima tropical húmido e
quente. As partes norte e leste do pampa argentino possuem clima
temperado oceânico, enquanto as faixas oeste e leste tem clima
temperado. Nos pontos mais elevados da região andina, os climas
são mais frios do tipo norueguês. Nos planaltos andinos, predomina
81

o clima quente, embora amenizado pela altitude, enquanto na faixa


costeira, registra-se um clima equatorial do tipo guineano. Deste
ponto até o norte do litoral chileno aparecem, sucessivamente,
climas mediterrâneo oceânico, temperado do tipo bretão e, já na
Terra do Fogo, clima frio do tipo siberiano.
A distribuição das chuvas relaciona-se com o regime dos ventos e
das massas de ar. Na maior parte da região tropical a leste dos
Andes, os ventos que sopram do nordeste, leste e sudeste carregam
humidade do Atlântico, provocando abundante precipitação
pluviométrica. Nos lhanos do Orinoco e no planalto das Guianas, as
precipitações vão de moderadas a elevadas. O litoral colombiano
do Pacífico e o norte do Equador são regiões bastante chuvosas. O
deserto de Atacama, ao longo desse trecho da costa, é uma das
regiões mais secas do mundo. Os trechos central e meridional do
Chile são sujeitos a ciclones, e a maior parte da Patagônia argentina
é desértica. Nos pampas da Argentina, Uruguai e Sul do Brasil a
pluviosidade é moderada, com chuvas bem distribuídas durante o
ano. As condições moderadamente secas do Chaco opõem-se a
intensa pluviosidade da região oriental do Paraguai. Na costa do
semi-árido Nordeste brasileiro as chuvas estão ligadas a um regime
de monções.
Factores importantes na determinação dos climas são as correntes
marítimas, como as de corrente de Humboldt e das Malvinas. A
corrente equatorial do Atlântico Sul esbarra no litoral do Nordeste e
aí divide-se em duas outras: a corrente do Brasil e uma corrente
costeira que flui para o noroeste rumo às Antilhas.

Os mais importantes sistemas hidrográficos da América do Sul são


constituídos pelas 5 Bacias hidrográficas das quais a do Amazonas
é a maior e mais vasta, seguida do Orinoco e do Paraná-rio da Prata
que têm a maior parte de suas bacias de drenagem na planície. Os
três sistemas, em conjunto, drenam uma área de cerca de 9.583.000
km².
82

Mapa hidrográfico da América do Norte

O sistema lacustre da América do Sul é constituído pelos lagos de


origem tectónica, vulcânicos, e lagunares, bem como lagos
antropogénicos.
A maior parte dos lagos da América do Sul localiza-se nos Andes
ou ao longo de seu sopé. Entre os lagos andinos, destacam-se o
Titicaca e o Poopó. A mais importante formação lacustre do norte é
o lago de Maracaibo, na Venezuela, e na costa oriental salienta-se a
lagoa dos Patos, no Brasil.

A cobertura vegetal é complexa, especialmente nos planaltos e nas


áreas em que ocorrem diferenças de precipitação pluviométrica. As
florestas tropicais húmidas são bastante extensas, cobrindo a bacia
Amazónica.
Uma zona semicircular de florestas temperadas de araucária reveste
parte do planalto Meridional Brasileiro, enquanto a floresta fria
estende-se sobre os Andes centro-meridionais chilenos, e florestas
tropicais descontínuas compreendem a região do Chaco.
83

Mapa de Vegetação da América do Sul

Existem vastas áreas de campos e savanas. No Nordeste brasileiro,


sob um clima semi-árido, aparece a caatinga e, correspondendo ao
clima tropical, estendem-se os cerrados do Brasil central. Os
páramos, vegetação estépica de altitude, cobrem amplas porções
dos planaltos interandinos do Equador e do Peru setentrional,
enquanto os pampas apresentam a mesma vegetação. E a vegetação
desértica das punas, predomina em larga faixa do litoral do
Pacífico, no Peru centro-meridional, norte do Chile e nordeste da
Argentina.
Os animais nativos da América do Sul pertencem, em sua maioria,
ao chamado domínio neotrópico da zoogeografia. A fauna das
florestas tropicais caracteriza-se pela abundância de macacos,
antas, roedores e répteis. Os mais característicos membros da fauna
amazónica são o peixe-boi, mamífero aquático e vegetariano, e a
piranha.
A região dos Andes, as estepes frias e desertos da Patagônia
possuem uma fauna peculiaríssima, como os quatro membros do
ramo americano de camelídeos: guanaco, lhama, alpaca e vicunha.
84

As pradarias situadas no sul do Amazonas possuem uma fauna


caracteristicamente transicional. Nessa área ocorrem espécies
tropicais, ao mesmo tempo que animais das regiões mais frias.

A existência de diversificadas condições naturais


fundamentalmente as estruturais planícies e planaltos condicionam
que seja dividido em dois Su-continentes: O Sub-Continete do
Oriente, O sub-Continente dos Andes. Por seu lado cada Sub-
Continente subdivide-se em regiões físico-geográficas ou países.

O Sub-continente ou região Físico-Geográfica do Oriente. Este


sub-continente estende-se na zona Sub Equatorial do Norte á zona
Temperada do Sul. O relevo desta região é dominado por planícies
e planaltos. Por sua vez subdivide se em três “países” ou regiões
geográficas:
 Região Físico Geográfica de Amazónia
 Região físico Geográfica Planalto Brasileiro.
 Região da Pampa.
O factor principal da diferença das regiões está na base das
diferenças na estrutura do relevo e das condições climáticas e
revestimento vegetal, Assim:
Região da Amazónia - As principais características da Amazónia
são determinadas pela característica das suas planícies pelo seu
desenvolvimento continental remoto e localização na zona
Continental Equatorial e a floresta equatorial sempre verde.
Os limites passam pelas vertentes dos planaltos das Guianas e
Brasileiro a Sul e Norte e pelo Sopé dos Andes a Ocidente. A maior
parte desta região é ocupada por uma planície aluvional e o eixo
principal é o rio Amazonas.
A floresta amazónica é a mais verde do planeta e fornece cerca de
20% de oxigénio na terra é por essa razão que se considera esta
floresta como o Pulmão do planeta Terra. Contribui para a
renovação do ar atmosférico.
85

Região do Planalto Brasileiro - Tem por delimitação as Planícies


da Amazónia e do Paraná no Norte e no sul respectivamente; o
Oceano Atlântico na parte Oriental e os sopés das Cordilheiras dos
Andes a Ocidente. Possui um relevo muito acidentado, e a parte
mais elevada da região encontra se junto a costa do Atlântico cujo
ponto mais alto é o Monte Bandeira com 2.890 m de altitude.
A Pampa - A região da Pampa estende se numa região
depressionária de orientação Meridional entre os Andes e o
Planalto Brasileiro, inclui toda a planície do paraná e Patagónia. No
ocidente tem por delimitação o Sopé dos Andes e na parte Oriental
o Oceano Atlântico. É uma planície rasa, mas em algumas regiões
apresenta ondulações.
Os solos são vermelhos ferralíticos e vermelhos acastanhados. Na
região a savana classifica-se em:
Campos limpos - quando não possui vegetação arbórea.
Campos cerrados – quando além da vegetação herbácea existem
Árvores e arbustos.
O Sub-Continente dos Andes- o sistema montanhoso dos Andes
com a sua enorme extensão complexa orografia e diversificada
estrutura geológica distingue-se bastante da parte Orienta da
América do Sul. Os Andes são de formação recente e possuem
elevadas altitudes com destaque ao Monte Aconcagua com 6960 m
de altitude. A Cordilheira está disposta em cadeias paralelas no
sentido Norte-Sul na parte Ocidental do Continente ao longo do
litoral do Pacífico.
A sua extensão em cerca de 9000 km explica a diversidade
exclusiva da sua natureza. Em dependência da sua localização em
determinadas zonas climáticas e da diferença da sua estrutura
orográfica e geológica o Sub-Continente dos Andes subdivide-se
em 3 regiões físico geográficas, tendo cada uma as suas
particularidades do relevo, clima e zonalidade, assim temos:
a) Região dos Andes setentrional- encontram-se as zonas climáticas
equatorial e Sub-Equatorial;
86

b) Os Andes Centrais - nas zonas sub-Tropical e Tropical.


c) Andes meridionais – que se estendem nos limites da zona
Temperada. No Norte os Andes são constituídos por três cadeias
quase paralelas e separadas por vales dos rios Cauca e Madalena.
No equador e a Norte do Peru são constituídos por duas cadeias
paralelas e muito próximas e que se distanciam a medida que
prolongam para o Sul. A sul do Perú e Bolívia transformam-se em
grandes Planaltos que desaparecem no Norte do chile em virtude da
junção de duas cadeias nos vales entre as Cordilheiras onde
registam-se grandes concentrações de populações que desenvolvem
actividades económicas diversas.

Sumário

A América do Sul estende se totalmente no Hemisfério ocidental,


O equador atravessa o na parte Setentrional ficando a maior parte
no Hemisfério Sul, esta situação faz deste Continente um
Continente Austral por excelência, o que de certa maneira
determina a grande parte de fenómenos que se dão ou da
distribuição dos principais factores do clima, vegetação e até da sua
rede hidrográfica.
O mesmo se pode dizer da disposição do relevo deste Continente
que na sua maioria das grandes elevações encontram-se paralelas a
linha da Costa Ocidental, o que tem dado influência ao clima local.
As 5 bacias hidrográficas que constituem partes da rede
hidrográfica da América do Sul influenciam bastante na formação
vegetal deste Continente. É conhecido o Rio Amazónia que contém
a floresta da Amazonas, que serve de pulmão do mundo devido a
grande quantidade de oxigénio que liberta.
Na sua distribuição em regiões físico-geográficas procurou-se
obedecer a regras de semelhanças e diferenças entre as regiões o
que determinou a existência de dois sub-continentes acima
descritos que por sua vez se subdividem em sub-regiões.
87

Exercícios

1- Como os Andes influenciam nas condições climáticas da


América do Sul?
Auto-avaliação 2- Discrimina as 5 principais redes hidrográficas do
Continente Sul Americano.

3- Explica a influencioa das correntes maritimas no clima do


continente sul americano.

4- Tendo em conta as caracteristicas fisicas identificadas em


cada regiao ou subregiao, estabelece um plano de uso e
aproveitamento de terra.

Resolva as perguntas e faça a entrega da questão -4


88
89

Unidade VIII

O Continente Australiano.

Introdução
A presente Unidade vai dedicar esforços ao estudo do Continente
Australiano, nos seus diferentes aspectos físico-geográficos com a
convicção de que o estudante vai cada vez mais reunindo os
elementos mais importantes e úteis para a Cadeira.

Alguns aspectos vão merecer atenção na sua explicação como é o


caso da grande semelhança deste continente em relação a África
Austral e a Índia o que deixa patente a hipótese de que em tempos
geológicos e recentes as três regiões formavam uma única massa
Continental que se denomina Gondwana. Estas hipóteses vão sendo
fundamentadas ao longo dos anos e com maior consistência.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Situar geográfica e astronomicamente o Continente Australiano.


Objectivos  Descriminar as regioes e suberegioes em funcao das diferentes
variaveis (clima, relevo e estrutura geologica)

 Estabelecer as caracteristicas de cada regioa ou subregiao

Situação Geográfica e Astronómica.


O Continente australiano situa-se no Hemisfério Sul e Oriental. A
sua situação em latitude corresponde aproximadamente a do
deserto do Sahara no Hemisfério Norte nos paralelos 15º e 30º. O
Trópico de Capricórnio atravessa este continente quase a meio de
tal modo a menor parte se encontra no Norte e a maior parte a sul
deste paralelo. A sua superfície total é de 7686848 m2 é limitado a
90

Norte pelos mares de Timor e do Arquipélago da Indonésia e da


Ilha Nova Guiné. A Ocidente, a Noroeste e Sul pelas águas do
Oceano Índico. O Continente tem por coordenadas geográficas e
pontos extremos:
A Norte - Cabo York 13º de latitude Sul a Sul do cabo Sudeste (Sul
da ilha Tasmânia) 43º de Latitude Sul.
A Este - Cabo Birom com 153º 30 de longitude este.
A Oeste – Cabo steep Point com 113º de longitude Este.
A sua linha da costa é mais recortada na costa norte enquanto nas
partes Este oeste e Meridional apresenta-se relativamente mais
rectilínea. As saliências mais pronunciadas são:
A Terra de Arnhem o Golfo de Carpentaria e a Península de cabo
York na costa Norte.
Porém na costa sul destaca-se apenas a Baia Australiana e o Golfo
de Spenser. O estreito de Torres separa este continente da Ilha
Nova Guiné no Norte enquanto o estreito Bass o separa da Ilha
Tasmânia no Sul.
A temperatura média das águas dos mares do Norte da Austrália é
de 27 a 28º c no Inverno. A salinidade das águas é cerca de 34 a
35%o, estas condições favorecem o desenvolvimento de corais
bastante divulgados particularmente no mar de Coral na Costa
Oriental onde formam a grande barreira de Coral próximo da costa
Australiana. Esta barreira é constituída de imensas ilhas isoladas e
de grandes arquipélagos constituídos de calcário de coral que se
estende em cerca de 2300 km de Norte a Sul e com largura de cerca
de 150 km.
91

Fig- Mapa do Continente Australiano, (visto de Satélite)

Regionalizacao do contitente australiano

a) Quanto a geologia Geologia


A grande semelhança deste continente em relação a África Austral
e a Índia deixa patente a hipótese de que em tempos geológicos e
recentes as três regiões formavam uma única massa Continental
que se denomina Gondwana. Ao longo da sua história geológica o
Continente Australiano sofreu várias modificações tectónicas,
assim, superfícies foram levantadas e erguidas grandes cordilheiras
de montanhas. Entre as formações montanhosas do Leste formou-
se uma extensa zona de depressão que sofreu frequentes
transformações marinhas que foi coberta por sedimentos.
Os sedimentos do Triácico e do jurássico são actualmente
importantes reservatórios de água subterrânea que juntamente com
águas de infiltração das chuvas alimentam mais de 4000 poços
artesianos com furos até 1500 m de profundidade. Estes poços
destinam-se fundamentalmente para irrigação artificial e para o
gado.
A grande Cordilheira divisória do Leste faz parte da orogenia
caledónica na parte Sul e Hercínica (Norte e centro). A Orogenia
Alpina apenas faz se sentir nas Ilhas do norte onde se faz
representar inúmeros vulcões que fazem parte da zona de forte
92

actividade sísmica do Índico e do Pacífico. Porém a parte


continental constitui uma placa estável isenta de actividades
sísmicas.

b) Quanto ao relevo
Orograficamente no continente Australiano distinguem de três
grandes regiões morfológicas a saber:
1- A grande Cordilheira divisória também conhecida por
Andes Australianos, situam se ao longo da parte Oriental e está
desde a Península do Cabo York a Ilha Tasmânia a (Sul). Trata se
de um relevo suave cujos pontos elevados raramente ultrapassam
os 2000 m de altitude e o ponto mais alto é o Monte Kosciusko
com 2.237 m de altitude situado no Sul.
2- As Planícies Centrais – estendem se na parte central do
continente desde o golfo da carpintaria no Norte até a foz do rio
Muray no Sul e interrompida a Norte pelo Planalto de Barkly.
Trata-se de uma imensa bacia sedimentar de relevo quase plano
com altitudes predominantemente inferiores a 150 m. Compreende
uma bacia hidrográfica sem escoamento para o litoral.
3- Os Planaltos de Oeste - Na parte ocidental predominam os
planaltos cuja altitude é de 200 a 600m.

Mapa da divisão administrativa do Continente Austrliano.


93

c) Quanto ao clima
A Austrália é o Continente mais quente no Hemisfério sul. As suas
condições climáticas determinam-se pela sua posição geográfica
dado que em Latitude se estendem em zonas Sub-equatoriais,
Tropicais e Sub-tropicais. Apenas a parte mais Austral a Ilha de
Tasmânia encontra-se na zona Temperada.
Outros factores do clima deste continente são o relevo, a
continentalidade e as correntes quentes Equatoriais. Por outro lado
o Continente Australiano é não só quente mas também seco e cerca
de 20% do território recebe quantidade insignificante por ano e só
apenas as vertentes orientais da grande Cordilheira divisória do
Leste e dos Montes do Sudoeste recebem precipitações razoáveis.
O Continente australiano encontra-se dividido em 4 zonas
Climáticas a saber:
 Zona Sub-Equatorial.
 Zona tropical
 Zona Sub-tropical.
 Zona Temperada.

1 2 2” 3 3” 3* 4
Legenda

1- Zona do Clima Subtropical; 2- Zona do Clima Tropical (Seco);


2” Clima Tropical Húmido; 3- Zona do clima
Subtropical(Mediterrânico); 3” Clima Subtropical Continental; 3*
Subtropical; Zona do clima Temperado.
94

Mapa Editado por: Jossias Mate

A Zona Sub-Equatorial - abrange parte setentrional e estende se


até as latitudes 20º Sul. Caracteriza-se por temperaturas elevadas e
por alternância de períodos, verão húmido e Inverno seco. A
quantidade das precipitações é de 500 a 1000 mm/ano.
Zona do clima tropical - Estende-se entre os paralelos 20º e 30º c
Sul tal como em África aqui a zona do clima Tropical forma umas
regiões climáticas.
Região de clima Tropical húmido no Leste (nas costas e vertentes
Orientais da grande cordilheira divisória), com verões quentes e
húmidos e Invernos menos quentes e também húmidos.
Região do clima Tropical Semidesértico e desértico no Oeste e
parte Central do continente. Aqui a quantidade das precipitações é
inferior a 250 mm/ano.

Zona do Clima Subtropical - ocupa a parte Meridional do


Continente a Sul da latitude 30º Sul e parte setentrional da Ilha
Tasmânia: Nos limites desta zona destaca-se as seguintes Regiões
climáticas:
No Sudoeste - situa-se a região do clima Subtropical do tipo
Mediterrânico de verões quentes e secos e Invernos húmidos e
secos.
Na parte intermédia da Costa Sul está a Região do clima
Subtropical Continental com pequena quantidade de precipitações
ao longo do ano e grandes amplitudes térmicas diurnas e anuais. No
Sudeste está a região do clima subtropical húmido com o máximo
das precipitações no verão. Esta região abrange também a parte
Central da Ilha Tasmânia.

Zona do Clima Temperado - Ocupa a maior parte da Tasmânia


excluindo a sua parte setentrional, é uma zona sob influência das
correntes marítimas em que as precipitações são abundantes devido
aos ventos de Oeste.
95
96

Quanto a hidrografia
A localização da maior parte do continente na zona do Clima
tropical, desértico e Semidesértico determina fraca rede
hidrográfica e cerca de 60% da sua superfície não possui
escoamento para o litoral. Aqui predominam rios temporais
chamados creeks idênticos aos Medes do Sahara em África. São
rios que preenchem os seus leitos na época das chuvas por um
período curto depois do que estes secam.
A maior parte do sistema hidrográfico é dominado pelo sistema
Moray- darling, constituído pelos rios Moray e Darling. Estes
nascem e correm na vertente Ocidental da grande Cordilheira
Divisória e depois juntam-se na planície antes de alcançarem o
Oceano Índico onde desaguam.
O Murai não obstante é mais curto que o Darling, contudo é o
principal pelo facto de ser o mais caudaloso.
No território Australiano existem poucas formações lacustres e os
principais lagos são o Lago Eyre que é o maior, o seu nível está a
12 m a baixo do nível médio das águas do mar. A depressão deste
lago é o centro de escoamento de vários creeks, entre eles o cooper-
creek, o rio Macumbi e o rio Diamantina. O lago Eire tem apenas
pequenas profundidades e as suas águas tem grandes concentrações
de sais e a sua área e configuração não são permanentes e alteram-
se em função das precipitações, nos anos mais chuvosos atinge
cerca de 1000 km2 também há lagos nos planaltos Ocidentais, tais
como o Lago Mackay, o lago Carnigei e Barlle. Estes preenchem-
se de água na época das chuvas enquanto que a época das secas são
salinas.
Austrália tem grandes reservas de águas subterrâneas artesianas. É
maior de 3 milhões de km2 que representa cerca de 40% da
superfície do Continente.
Esta rede de distribuição hidrográfica tem a sua influência na
distribuição dos tipos de vegetação característica assim como da
fauna onde podemos encontrar espécies locais como o canguru que
97

tem características espectaculares e constituição física específica


(ver figura a seguir)

Fig: aspecto de um Cangru, animal típico da Austrália com bolsa


que serve para o transporte da cria pela mãe

As ilhas do continente australiano

A Oceânia compreende um grande conjunto de inúmeras, pequenas


e grandes Ilhas localizadas ao Norte, Nordeste e leste da Austrália
no Oceano Pacífico.
De uma forma geral as numerosas pequenas Ilhas são em regra de
origem vulcânica e corolígena (de corais); entretanto as maiores
como a Nova Guiné são de origem continental ou seja formaram-se
no processo de desintegração e da erosão dos continentes.
A superfície total da Oceânia é cerca de 1.300.000 km2 e
compreende 3 grandes conjuntos ou grupos de pequenas e grandes
Ilhas a saber:
1- A Melanésia ou Ilhas negras, situa-se próximo da Austrália, é
habitada grosso modo por indivíduos da raça negra ou raça
equatorial este grupo abrange as seguintes principais Ilhas: nova
Guiné, Nova Caledónia, Novas Hélsidas, Ilhas Salomão,
Arquipélago Bismarck e Ilha Filji.
2- A Micronésia (ou pequenas ilhas) estende se ao norte da
Milanésia. Esta conta com as seguintes pequenas Ilhas: Ilhas
98

Marianas, Ilhas carolinas; Ilhas Wake, Marshal e Kiribati, além de


outras.
3- A Polinésia ou (Muitas Ilhas) este grupo de Ilhas localiza-se a
Leste da Micronésia e Milanésia e compreende inúmeras e
pequenas ilhas a destacar: Ilhas Midwey, Haway, Howland,
Kiritimati, Enderby além de outras.
O relevo submarino do Pacífico ou redor das Ilhas Oceânicas
compreende inúmeras e grandes fossas profundas a destacar a
Fossa de Challenger a Sul da Fossa de das marianas com cerca de
110034 m a maior profundidade oceânica mundial que se localiza
no Oceano Pacífico.
A maior parte das Ilhas da Oceânia situa-se na zona Intertropical e
por isso possui climas quentes Equatorial e Subequatorial.
Nas suas vertentes crescem florestas equatoriais e sub-equatoriais e
outras zonas de florestas mistas savanas e palmeiras.

A Nova Zelândia – é um conjunto de três principais ilhas: A Ilha do


Norte, a Ilha do Sul e a pequena Ilha Stewart além de outras.
Este conjunto de Ilhas situa-se a 1500 km para Sudeste de Austrália
no Oceano Pacífico e separa se do continente pelo Mar da
Tasmânia. A Ilha do Norte separa-se da ilha do Sul pelo estreito
Cook.
A superfície total é de cerca de 268.700 km2 Localiza-se na zona
Temperada e consequentemente possui uma clima Temperado
Marítimo. O relevo é muito acidentado e o ponto mais alto é o
monte Cook com 3.764 m de altitude.

Sumário

A Austrália é o Continente mais quente no Hemisfério sul. As suas


condições climáticas determinam-se pela sua posição geográfica
dado que em Latitude se estendem em zonas Sub-equatoriais,
99

Tropicais e Sub-tropicais. Esta situação justifica a existência de


desertos ou de carência de uma vegetação desenvolvido ou de uma
rede hidrográfica que permita a maior cobertura do Continente.

Exercícios

1- Caracterize as principais zonas climáticas da Austrália?

2- Estabelece relacao das regioes climaticas do continente


Auto-avaliação australiano com as do continente africano

3- Como explicas que maior parte dos rios deste Continente


não tenham escoamento para o Oceano?

Resolva as perguntas e faça a entrega da questão -1e 2


101

Unidade IX

O Continente Antárctida.

Introdução
A originalidade excepcional e o rigor das condições naturais do Continente
Antárctica, que inclui Antárctida, causadas pela sua posição em plena zona
circumpolar que inclui o Pólo Sul, serão objectos de análise desta Unidade para
compreender as diferenças que este Continente tem em relação aos outros que já
estudamos.

As diferentes Antárctidas (Glacial e de Pedra) serão um dos principais objectos de


análise de modo a que o estudante tenha a percepção dos fenómenos que ocorrem
neste Continente. Uma particular percepção destes fenómenos vai ter quando
estudares a segunda parte deste módulo, nos Continentes Setentrionais onde
vamos de forma particular analisar as glaciações como um processo que tem uma
grande influencia primeiro na estabilização climática e depois nos perigos que a
humanidade corre pelo aumento global das temperaturas do nosso planeta terra.
Recomendamos que leia com atenção este tema de actualidade.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar o continente Antárctida do ponto de vista natural.


Objectivos  Identificas as regioes e subregioes do continente Antárctida

 Caracterizar as regioes e subregioes do continente Antárctida


102

Regionalizacao do continente Antárctida


Este continente caracteriza-se pela originalidade excepcional e o rigor das suas
condições naturais causadas pela sua posição em plena zona circumpolar que
inclui o Pólo Sul.
As Costas são banhadas pelas águas dos Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.
Porém as águas próximas à costa formam mares que se distinguem dos outros
pelas suas características particularmente por serem quase doces devido a fusão e
expansão dos gelos.
O litoral é cercado por altas escarpas de gelo que no verão se partem e flutuam no
mar originando os Icebergues5 até as latitudes de 60º Sul.
A Antárctida concentra cerca de 80º de água doce do planeta constituída pelos
gelos ali acumulados. Antárctida é um continente isolado e a distância mais curta
deste Continente em relação a outros é de 1000 km da Península Antárctica ao
cabo Horneno extremo Sul da América do Sul, no extreito Drake que separa estes
dois continente.
Antárctida glacial e Antárctida de Pedra - é uma das principais partes da
Antártctida que está coberta por uma espessa camada de gelo. A espessura média
da camada glacial ou do gelo é de 2000 m contudo na parte Oriental atinge 4.500
m.
O volume total do gelo continental atinge 24.000.000 km3 isto é cerca de 90% de
todos os glaciares do planeta Terra. Considera-se que no caso de aquecimento de
clima devido ao aumento do CO2 na Atmosfera pode acontecer o degelo, que
segundo alguns estudos com o degelo de tanta quantidade de água o planeta terra
ficaria coberto com água que atingiria uma espessura de 60 m de altura.
O conjunto da cobertura glacial deste continente denomina-se por Antárctida
Glacial, e a terra ou parte rochosa que se estende a baixo do gelo é a Antárctida de
Pedra.
Na base desta última e a leste do Meridiano 0-180º encontra-se a plataforma
Antárctica que fazia parte do Gondwana. O seu fundamento está coberto por
formações marinhas e continentais; na periferia emergem alguns casso de

5 Grandes blocos ou montanhas de gelo.


103

montanhas. Na parte ocidental da Antárctida estendem se os Andes Antárcticos


que representam a continuação dos Andes da América do sul.
Os Montes do Macisso de Vinson são mais altos e o seu ponto mais elevado
atinge 5.140 m de altitude que é o ponto culminante do continente.
Em resultado das investigações do continente nas antigas rochas cristalinas foram
descobertos jazigos de ferro, cobre e ouro e nas camadas sedimentares o carvão
mineral.
O Meridiano 0-180º delimita o Continente em duas regiões Físico-geográficas.
A Antárctida Oriental
A Antárctida Ocidental
(Ver Atlas Geográfico Volume 2 pag-36)
As investigações científicas dividiram na actualidade o Continente em várias
partes pertença das Potências que desenvolvem investigações de diversas
finalidades.

Para a formação do Clima deste continente influi a glaciação continental que é a


fonte principal do frio no mundo. Durante o longo dia polar a radiação solar sobre
o continente aproxima-se a Equatorial; contudo cerca de 90% dela é reflectida
pela superfície glacial. Durante a noite polar que dura cerca de 6 meses a
superfície e o ar se esfriam bastante.
Na região do interior do continente a temperatura média no verão é cerca de -30 a
-35 º c e no Inverno registam-se temperaturas inferiores a -70º c.
O grande arrefecimento do Continente causa a formação das massas de ar
Antárcticas com baixas temperaturas, fraca humidade e formação de centros de
alta pressão; sobre os oceanos que rodeiam o continente formam-se pelo contrário
o Centro de Baixa pressão. Em consequência da diferença da temperatura e
pressão entre as partes continental e as regiões aquáticas adjacentes predominam
os ventos de “escoamento” com força de furacão que arrasta para o litoral grandes
quantidades de blocos de gelo. Assim a Antárctida encontra-se na zona climática
Antárctica com baixas temperaturas e pequenas precipitações que atingem cerca
de 20 a 60 mm no interior e 200-300 mm/ano no litoral.
104

Devido a sua localização geográfica e climática a flora e fauna da Antárctida


difere bastante dos outros Continentes. A sua maior parte representa um deserto
glacial sem vegetação e sem vida animal. A vegetação deste continente encontra-
se apenas nas extremidades isto é na faixa costeira e nas ilhas adjacentes em
forma de musgos líquenes, algas, e cogumelos. A fauna relaciona-se com as águas
Antárcticas e o litoral do Continente. Aqui se encontram as focas (leopardo
marinho e elefante marinho) e a abundância de plâncton nas águas oceânicas
favorece grande concentração de baleias.
As aves características do continente são Pinguins6, cuja principal alimentação é
de peixe moluscos e plâncton. Na Antárctida habitam cerca de 17 espécies de
Pinguins e a mais divulgada é a de Pinguim Imperador de maior tamanho,
pesando cerca de 50 km e de Pinguim Adélia de tamanho mais pequeno. Habitam
também várias espécies de aves como os Albatross e gaivotas polares e outras que
emigram durante o Inverno polar.

Sumário

A Antárctida é o Continente mais austral do mundo, nele podemos encontrar os


Andes Antárcticos que representam a continuação dos Andes da América do sul.
Contudo a cobertura glacial não permite a visualização com clareza destes
fenómenos o que determinou a existência de uma massa continental e outra de
gelo quase perpétuo. O mundo orgânico no Continente é raro resumindo-se em
pequenos organismos e outros de pequena espécie. Os Pinguins são os animais
característicos deste Continente e habitam cerca de 17 espécies destes animais.

6Aves não voadoras com asas curtas parecidas com barbatanas que lhes permitem mergulhar e
nadar perfeitamente.
105

Exercícios

1- Como explica que as águas dos mares da Antárctida sejam


doces?
Auto-avaliação 2- Como explicas que a população animal seja reduzida neste
Continente?

Resolva as perguntas e faça a entrega da questão -1 e 2

Unidade X

CONTINENTE NORTE AMERICANO: A Situação


Geográfica e Astronómica e regionalizacao da linha da costa

Introdução
A presente Unidade tem por finalidade incutir no estudante deste nível os
conhecimentos sobre a situação geográfica do Continente Norte Americano, a
linha da costa, os seus recortes e alinhamentos, bem como a breve descrição da
plataforma Continental. Nas abordagens feitas teve–se em conta as suas
particularidades e nos conteúdos que vão ser objecto de análise colocou se em
evidencia que o Estudante tem pressupostos básicos para apreender
convenientemente a matéria que é chamado a estudar.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Situar Geograficamente o Continente Norte Americano.


Objectivos
 Caracterizar a linha da Costa do Continente Norte Americano
106

 Descriminar as regioes e subregioes da linha da costa.

 Relacionar a acção dos diferentes fenómenos com as


características da linha da costa do Continente

Localizacao geografica e astronomica


O Continente Norte Americano pela sua posição geográfica é um continente
Setentrional pois encontra se no Hemisfério Norte ou Setentrional e é parte do
antigo Continente Laurásia, metade Setentrional do Pangea, este é um vasto
Continente que se estende das Latitudes polares no Norte as Latitudes
Subequatoriais do Norte (ao Sul). Sua Maior Largura observa-se nos paralelos 70º
e 30º Latitude Norte. Para Sul dos 30º o Continente estreita-se bruscamente de tal
maneira que depois do Paralelo 20º N, forma um longo istmo que se prolonga no
sentido Norte Sudeste, em que se destacam:

O ístmo 7 de Tehuantepec, no Sul do México que separa o Golfo de Campeche


(parte Sul do Golfo do México, do Oceano Pacífico, o qual toma-se como limite
entre a América do Norte e Central, o ístmo de Panamá no Extremo Sul do
Continente, onde foi construído o Canal de Panamá, actual limite entre América
do Norte e do Sul, o qual permite comunicação entre o mar Caribe e o Oceano
Pacífico.

7Ístmo- é uma faixa extreita de terra firme, que liga dois Continente ou o Continente a uma
Península.
107

Vista de um fotografia de Satélite da América do Norte.

O subcontinente é limitado a norte pelo Oceano Glacial Árctico, a leste pelo


Oceano Atlântico, através dos mares do Lavrador e dos Sargaços, a sul pela
América do Sul, pelo Golfo do México e Mar das Caraibas e a oeste pelo oceano
Pacífico. Inclui ainda, além da porção continental, a Groenlândia (a maior ilha do
mundo), a Terra Nova, o Arquipélago Árctico Canadiano, as Aluetas, a ilha de
Vanvouver, as Ilhas da Rainha Cartlota e uma miríade de outras ilhas, espalhadas
pelos mares que o rodeiam.

Em latitude o Continente Norte-americano estende-se do Cabo Marchisen, na


Península Boothia, com 71º 51‫ ׳‬N, ao Cabo ou Ponta Mariato (na pequena
Península de Azuero) a Ocidente do Golfo do Panamá com cerca de 7º 10‫ ׳‬Lat N
(no Sul)

O ponto extremo Norte insular encontra-se no Cabo Moris Jesup, no Norte da Ilha
Groenlândia com 88º 39‫ ׳‬Lat N e em Longitude o Continente estende-se do Cabo
Saint Charles (na Península do Lavrador) com 55º 40‫ ׳‬Longitute Oeste, ao Cabo
do Príncipe de Gales, na Península Seward, no Ocidente do Alaska com 160º
Long Oeste.

A superfície do Continente Norte-americano, que inclui a América setentrional


(Canadá, EUA, México), e a parte continental da América Central, que
108

compreende territórios de Guatemala, Belize, Honduras, El Salvador, Nicaragua,


Costa Rica, e parte Ocidental do Panamá, é de cerca de 21.755.000 km2 esta cifra
não inclui a Groenlândia, grande ilha que pertence a Dinamarca, cuja superfície é
de 2.175.000 km2 Considerando apenas a superfície da América do Norte que
inclui apenas os territórios de Canadá, EUA e México é cerca de 21.290.000 km2
sendo que a parte restante que engloba o ístmo da América Central com 485.000
km2 .

Regionalizacao da linha da costa do Continente Norte Americano e o seu


traçado.

O Litoral e a linha da Costa do Continente Norte Americano apresenta três


variantes a considerar:

1- A Costa Norte e Nordeste


2- A Costa Oriental e Sudeste.
3- A Costa Ocidental e Sudoeste.

1- O litoral do extremo Norte e do Norte apresenta-se baixo, bastante talhado e


dominado por uma variedade de pequenas e grandes ilhas, fiordes e moreas:

Em paralelo a faixa litoral Norte em particular é bastante pantanosa recortada por


vários canais, ou cursos de pequenos e grandes rios e dominada por vários lagos
que permanecem gelados a maior parte do ano. Aqui a superfície é dominada por
montículos de gelo tidos como (Pingos lintículos de gelo fóssil), que acidentam a
superfície dos lagos e lagoas, alguns dos quais são resultado das águas dissolvidas
destes pingos de forma elíptica, assimétrica. Estes montículos têm entre 30 a 60 m
de diâmetro e de 3 a 45 m de altura.

O pingo (lentículo de gelo fóssil) existe nas regiões submetidas ao clima sub-
aquático com longos inversos e verões curtos e fraca precipitação.
109

Na sua origem encontra-se uma lentícula de gelo formada sobre o solo e em


montículos, e em seguida a quando da sua fusão o gelo dá origem a um charco
rodeado por um rebordo de terra.

Na região o solo está gelado até uma profundidade de 300 a 400 m. Considera-se
a klinha da costa neste local bastante recortada e apresenta profundas reentrâncias
e saliências bem pronunciadas.

No Norte destaca-se a Península de Alaska; o Mar de Bering onde se encontra a


Baia de Bristol; a Península de Seward onde se encontra o Cabo Príncipe de
Gales, ponto extremo Ocidental do continente.

Entre as reentrâncias e saliências da Costa Norte destacam-se: O Mar de Baufort


(que não é de destaque); a Península Boothia que contém que contém o Cabo
Marchisen, extremo Norte do Continente; Península de Marville; a grande Baia de
Hudson, que termina no Sul, pela Baia de James; a Península de Ungava; a Baia
de Ungava. É nesta parte insular que se localizam inúmeras grandes e pequenas
ilhas a destacar: a Ilha Banks, Vitória, Ilha Príncipe de Gales, ilhas Somerset e
Ilha Terra de Beffim.

A Ilha Southampton na embocadura da Baia de Udson e muitas espalhadas para


mais a Norte entre elas a ilha de Picipe de Patric, Ilha Rainha Elisabeth e a
Elesmer além da grande Ilha da Groenlândia, localizada no Nordeste do
Continente.

A Costa Oriental e Sudeste.

O litoral e a linha da costa Oriental a Sudeste continua baixa mas as áreas


pantanosas com lagoas são menores com destaque da Península Sul da Flórida e
delta do Mississipi. Apesar da presença da maior reentrância do Continente o
Golfo do México, além de outros aqui a costa é relativamente menos talhada que
a setentrional e nela existem muitas ilhas próximo da costa.

Das saliências e reentrâncias encontram-se:


 A Península do Lavrador, no Nordeste
110

 O Golfo de São Lourenço


 A Península Nova Escócia
 A Península de Fundy.
 Península da Flórida.
 Golfo de México (e com ele o Golfo de Campeche)
 Península de Yacotan
 O Golfo de Honduras
 O Golfo dos Mosquitos

Das Ilhas mais importantes destacam-se:


 A Ilha Terra Nova.
 A Ilha Anticosti
 Ilha Cabo Bripton todos ao Golfo São Lourenço.
 Ilhas Bahamas no Sudeste da Flórida e a Ilha Cuba que se localiza na
embocadura do Golfo do México.

As últimas fazem parte de um conjunto de grandes ilhas designadas por Grandes


Ilhas Antilhas da América Central e a Sudeste estão as pequenas ilhas Antilhas da
América Central.

As condições de disposição da costa desta região com lagos e ilhas, cordões de


dunas consolidadas paralelas a costa as quais condicionam a existência de lagos
sem comunicação com o mar, isto faz com que existam diferenças nítidas de
salinidade entre as águas do mar e as águas doces dos lagos costeiros.

O Golfo de México constitui uma depressão cuja profundidade a centro atinge


5.230 m. Outra depressão é o Mar do Caribe na América central, cujas
profundidades são iguais e superiores a 7000 m. A particularidade geral das
reentrâncias da parte Norte Central e Sudeste é de manterem um certo isolamento
em relação ao Oceano e presença de ilhas nas suas entradas e a sua comunicação e
através de estreitos.

Além das reentrâncias já referidas a costa do Glaciar Árctico e do Atlântico são


banhadas por mares abertos com ligação directa ou fazem parte dos Oceanos tais
111

como o Mar Biaufort no Noroeste o Mar do Lavrador, no Nordeste e o mar dos


Sargaços no Oriente.

Costa Ocidental e Sudeste (Oceano Pacífico)


Ao contrário das costas Norte Leste e Sudeste a Costa do Pacífico é quase ou
praticamente rectilíneas com algumas excepções.
Nas reentrâncias destacam-se o Golfo do Alaska e de Califórnia além de outras de
menor significado. Aqui a costa é localmente alta e escarpada. Por outro lado se
distinguem duas secções:
A primeira do Golfo do Alaska ao paralelo 8º N em que a costa está como que
asmigalhada e reduzida em inúmeras ilhas e ilhotas entre fiordes e moreas.
Trabalhos das últimas glaciações em que se destaca a Ilha Kodiak no Norte e a
Ilha Vancover no Sul desta Secção. Para Sul do referido paralelo a costa é
praticamente uniforme.
Por outro lado, enquanto o cherf, ou a Plataforma continental da parte Norte
Oriente e Sudeste do Continente é bastante largo no Pacífico apresenta-se bastante
estreita e abrupta acontecendo que da escassa plataforma continental onde ela
existe se precipita quase abruptamente para profundidades consideráveis e fossas
abissais sendo de destacar:
- A fossa de Aleutas (parte Norte), com cerca de 6.700 m de profundidade.
- Fossa da América Central (extremo Sul do Continente) com cerca de 5.450 m de
profundidade.

As Correntes Marítimas do Continente Norte Americano.

Na Costa do Atlântico.
Junto da Costa Sudeste do continente Norte Americano forma-se o maior sistema
de correntes quentes do mundo. A Corrente do Golfo ou Golf Stream, (que supõe-
se que seja continuação das Correntes quentes da Guianas da Corrente Equatorial
e das Canárias.
A direcção predominante da sua circulação é Sudeste - Nordeste, e ao aproximar-
se da Europa, subdivide-se em duas, sendo o rumo principal que se dirige para o
112

Nordeste e toma o nome de Deriva do Atlântico Norte enquanto que o outro se


dirige para o Sudeste para as Costas Africanas, onde, (depois de se misturar com
as águas profundas de Baixas temperaturas), se transforma em Corrente Fria das
Canárias.
O Golf Stream tem uma largura de 75 km e move se a uma velocidade de 6 a 10
km/h a temperatura média anual das suas águas é de 26ºc.
A Ilha Terra de Bafim, a sexta da Península do Lavrador e a Ilha Terra Nova são
banhadas pela Corrente fria do Lavrador, cuja direcção Norte-Sul, é quase oposta
a Direcção do Golf stream.
No Inverno as Temperaturas da Península do Lavrador, são de 5-8 vezes mais
baixas que as da Costa de Golf Stream, esta diferença provoca a formação de
neblinas que dificultam a navegação e possibilita o desenvolvimento de
organismos na camada superior, de outra parte a Corrente fria do Lavrador lança
Icebergs nas vias de navegação o que constitui um perigo a navegação marítima
visto que pode ocasionar colisões e naufrágios.

Na Costa do Pacífico:
a) No extremo Ocidente (no Mar do Beiring), circula a Corrente fia que se forma
sob influência das Correntes polares através do Estreito de Beiring, o seu
prolongamento dá lugar a Corrente Oyasivo da Costa Atlântica.

b) No Golfo do Alaska, circula a Corrente quente do Alaska, que é continuação da


Corrente quente Kurrosivo, procedente do Sudeste Asiático.

C) Na Costa Ocidental, a Sul do paralelo 40º Latitude Norte, que abrange as


costas dos Estados Unidos da América, e da Península Baixa Califórnia no
México, é banhada pela Corrente fria da Califórnia. Esta circula na Direcção
Norte - Sul. A mesma provoca nas latitudes subtropicais uma descida das
temperaturas das águas da superfície oceânica na faixa costeira até 12ºc.

d) A costa Sudeste é banhada pela Corrente Equatorial.


As correntes quentes da Costa do Pacífico, não são tão potentes como as do
Atlântico, contudo nestas observam se marés bastante altas nas principais
113

reentrâncias. Assim na Baia de Hudson atingem cerca de 12 m e na Fundy atinge


a maior altura que não se observa em nenhuma parte do mundo, de cerca de 28 m
tendo uma média de cerca de 16 m de amplitude.
Em contrapartida ao longo da costa do Pacífico as marés são baixas com 2-7 m de
altura, as mais altas desta Costa registam-se no Golfo da Califórnia até 9 de altura.

Sumário

Como pode ver, nesta Unidade analisamos a situação geográfica do Continente


combinada com a situação astronómica que é normalmente captavel com recurso
a meios satélites, vimos as características da linha da Costa e relacionamo-la com
os principais fenómenos que determinaram o seu aspecto actual percorrendo o
tempo da história geológica do Continente.

Exercícios

1. Caracterize a linha da Costa do Continente Norte Americano.


2. Como se explica a elevada heterogeidade da das caracteristicas da linha da
conta do continente norte americano.

Entregar as tarefas do exercício nº 2


114

Unidade XI

Regionalizacao do continente norte americano quanto a


geologia, relevo e clima

Introdução
A presente Unidade tem por finalidade incutir no estudante deste nível os
conhecimentos sobre a história do desenvolvimento geológico do Continente
Norte Americano, onde abordaremos a sua estrutura geologica, a disposição do
relevo ao longo do Continente procurando mostrar a influência desta disposição
para os diferentes fenómenos que ocorrem no Continente. Mostra se também que
a história geológica do Continente está estreitamente relacionada com a
disponibilidade dos recursos que o Continente tem ao longo da sua extensão. Faz-
se tamem a abordagem sobre as condicoes climaticas para alem das regioes e
subregioes climaticas deste continente.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar as regoes e subregioes fisico geograficas do


Objectivos continennte

 Descrever as caracteristicas fisicos geograficas de cada regiao


ou subregiao

Aspectos historicos da geologia do continente


No Pré-câmbrico e no Proterozóico, aconteceu a formação da plataforma Pré-
câmbrica, dentro da Laurásia8; aconteceu a orogenia9 Pré-Cambrica que deu

8
Laurásia – nos tempos o Continente era único, Pangea e depois fragmentou-se em Laurásia e
Gonduana. Desta resultou a Europa, América do Norte e América do Sul.
9 Orogenia- movimentos horizontais da crusta terrestre que provocam a formação de

enrrugamentos do relevo.
115

origem ao levantamento do Escudo Canadiano e subsidência de uma parte na baia


de Hudson.
Aconteceu a formação de planaltos na parte levantada e formação da Planície
leste americana.
No Paleozóico aconteceu a orogenia Caladónica que deu início á formação dos
Apalaches e das Cadeias Montanhosas do Norte.
No Mesozóico aconteceu a orogenia Hercínica, que deu origem a formação da
parte Sul dos Apalaches.
Até ao fim da era Paleozóica o Continente Norte Americano diferia muito do que
se observa na actualidade. No Cretácio iniciou-se a formação do Oceano Atlântico
e separação da Laurásia e Gonduana. Neste momento dá se o início da separação
da América do Norte e do Sul e do Continente Africano. Dá se ainda o início da
formação das montanhas Rochosas em virtude do encontro da placa Norte
Americana e a Placa Oceânica do Pacífico, processo que continua durante a era
cenozoica, no Cenozóico e na orogenia Alpina.
Na era Cenozóica dá se a transgressão marinha, as águas ocupam as planícies
entre as montanhas rochosas e os Apalaches e estabelece-se a ligação entre a
América do Norte e o estremo Oriental da Eurásia. Nos finais do Cenozóico
regista-se a regressão marinha e formação de um clima frio e seco.
No quaternário dá se início duma grande Glaciação – A glaciação da América do
Norte, que foi maior que a da Eurásia e chegou a cobrir 70 % do Continente.
Regista-se nesta fase a formação de lagos e Glaciares Vales moreias, fiordes e
planícies.

Regionalizacao do continente norte americano


a)Quanto ao relevo relevo
O relevo deste Continente é bastante diversificado e corresponde à estrutura
geológica em que se distinguem vastos Planaltos, Planícies e Cadeias
Montanhosas e depressões.
Um núcleo da Placa continental da América do Norte é o Escudo Canadiano,
representada por planícies e planaltos.
116

Na Groenlândia nas Ilhas do Arquipélago do Canadá o relevo velho encontrasse


coberto por camada de gelo. Na parte Sul o Escudo Canadense estende-se às
Planícies Centrais cuja estrutura corresponde a dois andares.
O Andar superior composto de rochas sedimentares marinhas e o inferior de
rochas Metamórficas do Pré-câmbrico. Na parte Sul as morfoestruturas são
planícies de erosão com densa rede hidrográfica com ravinas.
No estremo Sul afloram rochas calcárias do Mesozóico. Neste Continente
destacam-se a Planície do Mississipi. No litoral a Planície Costeira desenvolve-se
principalmente nas Costas do Atlântico e na Costa Norte. Na Costa do Pacífico
ela quase não existe salvo em faixas estreitas. Por outro lado a particularidade
geral do relevo deste Continente é o seu desenvolvimento no sentido Meridional
Norte Sul.
Na parte Norte predominam formas de relevo de erosão e de acumulação floresta
e Sul forma de erosão fluvial.
Para o Oriente e o Ocidente da Planície central erguem-se os Planaltos e
Cordilheiras montanhosas, assim na parte Oriental a estrutura do relevo é
representada por montanhas de altitudes médias nos Montes Apalaches.
Os Apalaches são montanhas antigas formadas no Paleozóico com relevo
suavizado pela prolongada acção dos Agentes exógenos. O sistema está dividido
numa série de cordilheiras, nas quais a média de altitude dos picos é de 1.000 m.
Divide-se em "Apalaches do Norte" e "Apalaches do Sul" pelas montanhas
Adriáticas e pelo rio Hudson.
A cadeia é dividida em uma série de picos, com as montanhas tendo uma altitude
média de aproximadamente 900 m. O ponto culminante é o Monte Mitchell, com
2040 m, sendo também o ponto mais elevado dos Estados Unidos a leste do rio
Mississipi, e de todo o leste da América do Norte. As Montanhas Verdes fazem
parte desta cordilheira.
117

Vista parcial dos Apalaches.

Deste modo toda a parte Ocidental do Alaska ao ístmo do Panamá assim como as
ilhas do Atlântico é ocupada pela Cordilheira das Montanhas Rochosas que
orograficamente constituem uma cintura montanhosa cuja formação iniciou no
fim do Paleozóico na orogenia Caledónica, com continuação no mesozóico e até
na época actual.

Mapa da região das montanhas dos Apalaches na América do Norte

Duma forma geral o relevo do Continente Norte Americano compreende as


seguintes estruturas morfológicas:
Planaltos que ocupam a parte Norte do Continente, Planícies que ocupam a parte
Central e Sudeste do Continente, cadeias montanhosas que ocupam a parte
Ocidental do estremo Noroeste ao Ístmo do Panamá e os Montes Apalaches que
se erguem na parte Oriental.
118

As Montanhas Rochosas no Continente Norte Americano são constituídas por


uma série de cadeias montanhosas. Todas com uma orientação Norte-Sul ou
noroeste – sudeste a saber:
 Montes Brooks estremo Nordeste no Alaska;
 O Monte Menkiley na parte centro-Sul, do Alaska onde se encontra o
ponto mais alto do Continente com 6.194 m;
 Monte Logan no litoral da Antártida;
 Monte Mckenzic- mais para o interior do Alaska;
 Montanhas Costeiras;
 Cordilheira Oriental das Montanhas Rochosas;
 Montanhas das cascatas;
 Serra Nevada;
 Serra Madre Ocidental;
 Serra Madre Oriental;
 Serra Madre Meridional onde se localiza o Monte Popocatépetl, com um
vulcão com 5.4503 m.

Aspecto das Montanhas Rochosas

Para o Sul a Cordilheira das Montanhas Rochosas continua ao longo istmo e junta
se a Cordilheira dos Andes.
As altitudes médias predominantes são de 4000 m portanto pouco inferior em
relação a América do Sul.
Deste modo para o Oriente das Montanhas Rochosas situa-se a Planície Central e
a oriente desta os Montes Apalaches.
119

Em virtude da sua formação recente a parte Ocidental do Continente Norte


Americano do Alaska ao ístmo do Panamá caracteriza-se por rochas não bem
consolidadas, a região é sujeita a movimentos tectónicos que originam
dobramentos, fracturaremos e vulcanismos.
De facto toda a faixa das Montanhas Rochosas incluindo o ístmo da América
central faz parte da zona de grande actividade sísmica.
Entre os sismos mais importantes registados no Continente e nas Ilhas do Caribe
destacam se:
 Sismo de São Francisco nos EUA 1966-81;
 Terramoto de El Salvador, 1965.
 Terramoto de Managua, 1972 (25000 mortos)
 Terramoto de costa rica 1973, com centena de mortos.
 Terramoto de Alaska.
 Terramoto de Guatemala 1976, com 22000 mortos.
 Sismos de México 1985-1989.
 Entre os Vulcões destacam-se:
 Erupção de Paricutim (Vulcão do México em 1943)
 Erupção do Monte Pelado na ilha Martinica no Mar do Caribe, 1902, que
marcou o fim da Cidade São Pierre.
Os sismos de México de 1985 e1989 foram causados por afundimento de placa do
Pacífico debaixo da Placa Continental Norte Americana e ao mesmo tempo que
alguns foram causados por fricção (Subducção) das placas

Recursos Minerais do Continente Norte Americano.


O escudo Canadiano é rico em recursos de metais não ferrosos, sendo os mais
importantes os de cobre, Níquel e cobalto, que se encontram em sedimentos do
Proterozoico no Sul do Canadá.
Na região do Lago Superior e Península do Lavrador há Jazigos de ferro de
origem sedimentar.
Nas Montanhas Rochosas e Planícies Centrais há recursos de Petróleo, gás natural
e lignite (carvão mineral)
Nas estruturas do Paleozóico e Mesozóico abunda jazigos de hulha e Petróleo e
gás natural.
120

Nas cordilheiras existe um complexo de riquezas minerais ligadas a intrusões


graníticas nos EUA e Canadá, das quis destacam-se os seguintes: Cobre, Chumbo
e zinco, urânio e fosfato além de outras.

Quanto ao clima

Os factores que influenciam na formação do clima do Continente Norte-


americano são:

A grande extensão do continente cerca de 7000 Km de Norte a Sul e as


particularidades da sua localização abrangendo quase todas as zonas térmicas do
Hemisfério Norte (desde o Polar do Norte na zona Subequatorial de Norte), criam
uma grande diferenciação no aquecimento do Continente entre as regiões
Setentrional e meridional. Assim a radiação normal global, varia de varia de 80
Kcal/km2 ano na parte Norte e 180 Kcal/cm2 na parte Sul.
As grandes diferenças de altitude que se observam na parte Ocidental e Oriental
demarcam também notória diferenciação nas condições climáticas.
Neste contexto destacam-se as grandes cordilheiras do Continente que não só
determinam a zonalidade vertical como também limitam a influência do Pacífico
para o interior, benefício exclusivo na costa do Pacífico.
De modo semelhante os Montes Apalaches, parte Oriental, limitam a influência
do Atlântico para o interior criando ao mesmo tempo condições favoráveis na
região e faixa costeira.
A Continentalidade figura como outro factor do clima do Continente. A influência
deste manifesta-se na diminuição das precipitações, da humidade do ar, e aumento
das amplitudes térmicas da costa do Atlântico para o interior fazendo com que
uma faixa do interior com orientação pluvionar seja menos pluviosa e menos
ainda que nas regiões de Ocidente e do Oriente.

As regiões do Sudeste estão as massas de ar quente e húmido do Atlântico. O


extremo Ocidental no Alasca e a costa do Pacífico do paralelo 30º N até 10º N
tem influência de ventos bastante húmidos enquanto que nas zonas Polares e do
Norte estão sob influência das massas de ar polares Árcticas.
121

A influência destes ventos na zona polar é bastante significativa e graças a um


relevo baixo, da parte central do Continente, no Inverno as massas polares
atingem o Golfo do México agravando as condições das temperaturas na região,
(que podem variar entre 0º na parte Central cerca de 10 a 20º no Sul e -40 º no
Norte, em Janeiro.
Por outro lado as massas de ar Tropical tem possibilidade de atingir a zona Norte
do continente permitindo a elevação da temperatura na região, por isso o estado
de tempo no Inverno é bastante instável.
A influência dos ventos de Oeste só se faz sentir na faixa Costeira do Pacífico
uma vez que as cordilheiras Ocidentais impedem a sua penetração para o interior,
mesmo transpondo as cordilheiras elas absorvem a quase totalidade de humidade
o que os torna relativamente secos.
Devido a predominância de ventos de Oeste a influência do Atlântico na Zona
Temperada é limitada; apenas durante os meses do verão quando se forma a zona
de baixas pressões, no continente os ventos do Oceano Atlântico penetram até ao
interior.

Uma certa influência no clima de América do Norte é exercida pelas correntes


marítimas assim:
- A corrente quente do Golfo liberta bastante humidade que eleva a
quantidade das precipitações no Sudeste e Oriente do Continente.
- A corrente fria do Lavrador, abrange a costa do Nordeste; enquanto isso,
as correntes polares Arcaicas agravam a situação das temperaturas no
Norte Nordeste e extremo Ocidente do Alaska.
- Na Costa do Pacífico do Golfo do Alaska ao paralelo 40º Norte, influencia
as correntes quentes do Atlântico, estas elevam as temperaturas do
Atlântico no litoral Sul do Alaska.
- A corrente fria da Califórnia diminui a temperatura do ar, especialmente
no verão na zona costeira entre os paralelos 20-40º Norte.
Dependendo da interacção dos diversos factores do clima, a temperatura do ar em
Janeiro, no Continente Norte-Americano varia de -20 a -24 no Alaska e vasta
região do Canadá.
122

No centro da Groenlândia a temperatura no Inverno atinge -44ºc na parte Sul dos


EUA a amplitude térmica anual é de 20º c, e na América central é de 24º c.
No Verão a temperatura da zona litoral no Oceano Glacial Arcaico varia de 4 a
5ºC. Nas regiões do interior da Groenlândia e na Ilha Ellismere a temperatura
mantém-se negativa durante o verão.
A maior precipitação no Inverno regista-se na Costa do Pacífico, nas zonas
Temperadas Subtropicais, assim como na zona do Atlântico a Sul do paralelo 40º
Norte.
Grande tarte da América do Norte recebe no Verão uma precipitação elevada com
excepção da faixa costeira do Pacífico, a Sul do paralelo 40º Norte e do
Arquipélago do Canadá.
Nos planaltos interiores, da cordilheira a precipitação e reduzida tanto no verão
como no Inverno.

Zonas e Regiões Climáticas do Continente Norte-Americano.


Devido a sua grande extensão de Norte a Sul, e a Orientação meridional das
montanhas e planícies criam uma grande diversidade climática no Continente.
Assim o Continente conta com 6 zonas climática a saber:

1- A faixa Norte do Continente incluindo o Arquipélago Árctico da


Groenlândia, encontra-se na Zona Árctica.
Aqui no verão a temperatura mantém-se negativa em toda a região. Durante todo
o ano observa se uma elevada nebulosidade. Formação de nevoeiro, cacimba,
neve e tempestade. A noite polar dura 5 meses, grande parte da região está
Roberta de glaciares.
123

Aspecto da cobertura de glaciares

2- Zona Sub-Árctica
Abrange quase todo Alaska, parte Sul da Baia de Hudsone parte Norte da
Península do Lavrador. Nesta zona o Inverno é frio no litoral, menos rigoroso que
na zona anterior, devido ao Oceano. Em Janeiro a Amplitude térmica varia de -16
no litoral e -30ºc no interior.
O verão é moderadamente frio cujas temperaturas em Julho variam de -15 a 10ºc.
A quantidade de precipitações é cerca de 300 mm; a cobertura da neve não é
muito espessa porém observa-se o congelamento perpétuo.

3- Zona Temperada
A Sul da Zona Sub-Arctica, está a zona Temperada cujo limite na parte Sul é o
paralelo 40º Norte. Nela se observam grandes diferenças climáticas. A região do
clima temperado subdivide se em pequenas zonas de acordo com as suas
características específicas, Assim temos:
a) Na região do clima Continental, no período de Inverno, é frio com predomínio
de temperaturas negativas com -8 a -10ºc. Na parte Norte as temperaturas médias
baixam até -20ºc. O verão é fresco com temperaturas médias de 20ºc com neblinas
originadas pela corrente fria do Lavrador. A precipitação é abundante no verão,
cerca de 500 – 1000 mm de pluviosidade.

b) Na Região do Clima Temperado Continental verificam-se Invernos frios, cerca


de -24º c. Aqui observa se a penetração frequente de massas de ar polares que
provocam tempestade de neve. O verão é quente mais ou menos 34ºc devido a
124

influência de massas de ar tropical vindo do Golfo de México. A precipitação


média anual é baixa, cerca de 500 a 1000 mm.

c) Região do Clima Temperado Marítimo - Parte Ocidental. Aqui o verão é


fresco, cerca de 16º c positivos. Durante todo o ano regista uma elevada
precipitação, cerca de 1500 a 4000 mm de pluviosidade.
Toda a zona Temperada é caracterizada por mudança das condições climáticas
conforme as condições do ano.

4- Zona Subtropical
A parte Sul do Continente Norte-Americano entre os paralelos 40º e 30º Norte,
encontram se na zona Subtropical. Compreende três regiões climáticas a saber:
 A Região de clima Mediterrânico;
 A região do Clima Subtropical Continental;
 A Região do Clima Subtropical.

a) O Clima Mediterrânico observa se na Costa Ocidental e nos planaltos


entre as cadeias montanhosas. Aqui o verão é fresco e chuvoso e o Inverno
é frio devido a influência da Corrente fria da Califórnia.
b) Região do Clima Subtropical Continental, observa-se no interior, no verão
a região está sob influência das massas de ar Tropical que trás bastante
humidade, do Golfo do México. A temperatura do mês mais quente varia
de 20º a 30ºc. No Inverno predominam massas de ar continental e polar e
baixa as temperaturas até -16ºc.
c) Região do Clima Subtropical Húmido. Abrange o Sudeste do Continente
excluindo a parte Sul da Península da Flórida. No Verão a região encontra
se sob influência de massas de ar subtropical marítimo que origina
precipitações abundantes no Inverno sopram ventos continentais de ar frio
e seco. A precipitação média anual é de cerca de 1500 mm de
pluviosidade.

5- Zona Tropical
125

A parte estreita do Continente as latitudes de 30º a 13º Norte, bem como as ilhas
do mar do Caribe encontra-se na zona Tropical.
Na parte Ocidental desta (Noroeste do México incluindo a Península Baixa
Califórnia) predomina o clima Desértico, com fraca precipitação. Este assemelha
se ao do Sahara Ocidental. O interior desta região caracteriza-se por um clima
desértico e semidesértico. A parte Oriental e a faixa costeira e as ilhas do Mar do
Caribe é mais pluviosa que o interior. A parte Ocidental é tipicamente húmida e
mais pluviosa.

6- Zona Sub-Equatorial- encontra-se no extremo Sul do Continente a Sul do


paralelo 13º Norte. Aqui as precipitações são abundantes durante todo o ano.
Estas provêm das massas de ar do Oceano Pacífico durante o verão e do mar do
Caribe durante o Inverno.

Vista do Mapa da América do Norte e as regiões Climáticas

Legenda:
1- Zona Árctica; 2- Zona Sub-árctica; 3- Zona Temperada
A- Temperado Marítimo; B- Temperado Continental; C- Temperado
Continental Moderado; 4- Zona Sub-Tropical; A- Mediterrânica; B-
Continental; C- Marítimo; 5- Zona Tropical; 6- Zona Subequatorial.
126

Observando o mapa em cima é possível compreender que dentro da


distribuição dos climas do continente entram interacção vários factores do
clima, os quais já tivemos a ocasião de analisar.

As Antilhas na América Central


A América Central é constituída por duas partes principais a saber: A parte
Continental, que compreende o Istmo da América central e a parte insular,
constituída por um conjunto de grandes ilhas as chamadas Grandes Antilhas e de
inúmeras pequenas Ilhas chamadas Pequenas Antilhas.

No conjunto das grandes Antilhas destacam se como principais


 Ilha Cuba, a maior.
 A Ilha Espanhola que compreende os países: Haiti, (na parte Ocidental ), a
República Dominicana, a Ilha Porto Rico e a Ilha Jamaica além de outras
menores.
As três primeiras são banhadas pelo Atlântico na parte Norte e Mar do Caribe na
Parte Sul.

No conjunto das Pequenas Antilhas destaca-se:


 Antigua
 Guadalupe, Dominica, Martinica, Barbados, Granada, além de outras. Este
conjunto de Ilhas localiza-se ou Sudeste das Grandes Antilhas, a Norte do
Continente Sul - Americano.

A origem das duas Antilhas relaciona se com o processo de subducção entre a


Placa Norte Americana e Sul Americana, contudo tem características de origem
vulcânica, onde se destaca o Monte Pelado nas ilhas Martinica, exceptuando a
Ilha Cuba que na sua maior parte é constituída por Planícies e com um relevo
bastante acidentado.
127

De acordo com alguns autores o Relevo do Caribe é resultado do embate entre a


Placa Norte americana e Sul Americana e a sua composição é semelhante a dos
Alpes.

Sumário

Uma análise da história da formação do Continente Norte Americano, podemos


constatar que ela obedeceu a um processo que levou tempo a transformar este
Continente. Até ao fim da era Paleozoica o Continente Norte Americano diferia
muito do que se observa na actualidade. No Cretácio iniciou-se a formação do
Oceano Atlântico e separação da Laurásia e Gonduana. Neste momento dá se o
início da separação da América do Norte e do Sul e do Continente Africano. Dá se
ainda o início da formação das montanhas Rochosas em virtude do encontro da
placa Norte Americana e a Placa Oceânica do Pacífico, processo que continua
durante a era cenozoica, no Cenozóico e na orogenia Alpina.
Na Groenlândia também o processo foi similar, dando se o que podemos observar
hoje, em que o andar superior composto de rochas sedimentares marinhas e o
inferior de rochas Metamórficas do Pré-câmbrico. Na parte Sul as morfoestruturas
são planícies de erosão com densa rede hidrográfica com ravinas. O Clima do
Continente é influenciado por vários factores que conjugados determinam as
condições climáticas predominantes no Continente. A Continentalidade figura
como um dos factores do clima do Continente. A influência deste manifesta-se na
diminuição das precipitações, da humidade do ar, e aumento das amplitudes
térmicas da costa do Atlântico para o interior fazendo com que uma faixa do
interior com orientação pluvionar seja menos pluviosa e menos ainda que nas
regiões de Ocidente e do Oriente.
As grandes elevações que o continente apresenta, contribuem para uma
zonalidade vertical o que determina a existência de várias zonas climáticas na
vertical.
128

Exercícios

1- Por que se afirma que toda a faixa das Montanhas Rochosas incluindo o
istmo da América central fazem parte da zona de grande actividade
sísmica?

2- Eplica os factores que concorrem para a diferenciacao das condicloes


climaticas no continrente norte americano

Entregar as questões do nº 1 e 2
129

Unidade XII

Hidrografia do Continente Norte Americano

Introdução
Tem na presente Unidade a oportunidade de conhecer os principais recursos
hídricos do Continente Norte Americano com a finalidade apresentar no estudante
deste nível os conhecimentos sobre os principais rios do Continente, sua direcção
de escoamento e importância que cada um apresenta para os países por onde
passam. Vamos também analisar os recursos dos principais lagos do Continente e
sua origem.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Mencionar os principais rios do Continente Norte Americano.


Objectivos
 Caracterizar os principais rios do Continente Norte Americano.

 Descrever a relação que existe entre os cursos dos rios com as


principais formações montanhosas do Continente

Entre os principias rios do Continente Norte-Americano destacam-se:


1- O rio Mississipi, é o principal e é o maior da América do Norte e
juntamente com o seu principal afluente o Missouri, atinge 6.470 km de
comprimento. O comprimento do rio principal o Mississipi é de cerca de
3.460 km por tanto inferior do seu afluente Missouri que é de 4.740 km.
A superfície da Bacia Hidrográfica do Mississipi é de 3.238.000 km2 e o seu
caudal na foz atinge 12.000 m2/seg . O seu regime é muito diversificado
devido a complexidade das condições naturais.
O Mississipi começa Numa pequena elevação no Lago Itasca perto do Lago
superior num terreno pantanoso. O primeiro grande afluente apesar do seu
130

grande comprimento transporta uma pequena quantidade de água, nasce nas


Montanhas Rochosas e tem um terreno irregular, devido a destruição da
floresta na sua Bacia.
O escoamento é cerca de 2700 m3/h devido a erosão nas montanhas, o
escoamento só do Missouri no Inverno tem muito gelo e durante o degelo na
primavera, provoca cheias que provocam danos económicos.
Outro influente importante é o rio Ohio na margem esquerda cujo
comprimento é cerca de 1580 km com escoamento de 8.000 m3 Nasce nos
Apalaches, seu escoamento máximo acontece na Primavera, altura do degelo
provocando cheias. Quase todos os seus afluentes e sub afluentes da margem
direita tem a sua nascente na Cordilheira oriental das Montanhas Rochosas.
Os afluentes do Missouri - Mississipi da margem direita são os rios:
Yellowstone, Platta do Norte, Kans e Arcansas, Rio Vermelho (do Sul).

O Mississipi corre no sentido Norte Sul e desagua por um delta no Golfo do


México cuja superfície cresce constantemente em virtude de grande
acumulação de sedimentos na sua foz. A Bacia do Mississipi tem grande
importância económica, dado que em vários rios desta foram construídas
infra-estruturas hidroeléctricas e canais de irrigação, também tem grande
importância na navegação fluvial.

2- Rio Grande, é dos rios importante que desagua no Golfo do México, nasce
na Cordilheira Oriental e corre no sentido predominante Noroeste Sudeste.
Grande parte do seu percurso serve de fronteira natural entre os EUA e
México.

3- Rio Mackenzie- Na vertente do Mar ou Oceano Glaciar Árctico é onde se


destaca este rio cujo comprimento é cerca de 4. 250 km e drena uma imensa
Bacia Hidrográfica com cerca de 1.804.313 km este começa pelo rio Atabasca
na Cordilheira das Montanhas rochosas. No seu percurso recebe e escoa as
águas do Lago Atabasca, do Grande Lago do Escravo e Grande Lago do Urso,
corre no sentido predominante Sudeste Noroeste; no seu percurso descreve
vários meandros e desagua no mar Beauford, no Oceano Glaciar Árctico.
131

Antes de atingir a foz o rio subdivide-se em múltiplos canais forçando um


vasto delta. O delta actual reparte-se em vários braços entre os quais existem
alguns separados por rebordes marginais a frente desmembra-se numa
infinidade de ilhas.
Alguns dos Lagos correspondem a fusão superficial do gelo dos pingos
dentículos de gelo Fóssil. Antes do último episódio glaciário o rio edificou em
termo do lago dos Esquimós um delta mais oriental cuja antiguidade é
atestada por esqueletos de matutes descobertos nos seus depósitos mais
grosseiros.

2- O Rio São Lourenço é o mais importante que desagua na Costa Oriental,


o percurso deste está ligado ao sistema fluvial dos grandes lagos da América
do Norte. O seu percurso é 3.180 km e escoamento na ordem de 14.000
m3/seg devido a alimentação pelos lagos, o seu caudal é uniforme e congela de
Dezembro a Abril. Este recebe e escoa as águas dos Grandes Lagos: Superior,
Michigan, Huron, Erie e Notario que se encontram ligados entre si por meio
de pequenos rios e canais; desagua no Golfo de São Lourenço por estuário
com 400 km de comprimento e 50 de largura.
3- O rio Nelson é um pequeno rio entretanto é o mais importante que
descarrega na Baia de Hudson; o mesmo recebe e escoa as águas de
Winnipeg.
4- O rio Yukon, tem a sua origem num pequeno lago, nas vertentes do
Monte Logan, corre no sentido Sudeste - Nordeste, para o interior do Alaska
para depois correr no sentido Nordeste, no sentido do mar Bering onde
desagua.
5- O rio Frazer Nasce nas vertentes da Cordilheira Oriental e desagua no
Pacífico. A maior parte da sua alimentação é de origem glaciária.
6- Rio Colorário é o maior da Costa Sudoeste da América do Norte nasce
nas Montanhas Rochosas da Cordilheira Oriental, após atravessar as regiões
desérticas atravessa regiões muito acidentadas. A maior parte da sua
alimentação é glaciária resultante da fusão de glaciações. A palavra Colorário
– o rio transporta muitos materiais em suspensão que torna as águas bastante
132

turvas. O rio é utilizado na produção de energia eléctrica e abastecimento de


água na Cidade de Los Angeles. Desagua no Golfo da Califórnia.

Formações Lacustres da América do Norte


O Continente Norte Americano é rico em formações Lacustres e a sua
concentração observa-se no Escudo cristal do Canadá.
Nordeste dos Estados Unidos, conhecida como Região dos Grandes Lagos da
América do Norte e a região Norte do Continente no Canadá. Os principais lagos
do Continente Norte Americano a Sul são:
 O Grande Lago do Urso cuja superfície é de cerca de 30.000 km2 e a
profundidade de cerca de 82 m e altitude de 180 m;
 O Grande Lago do Escravo - superfície de 29.000 km2 e a profundidade de
614 m e 150 de altitude.
 O Lago Atacama - Estes três Lagos comunicam-se entre si e escoam as
suas águas para o mar Beaufort no Oceano Glacial Árctico a través do rio
Mackenzie.
 O Lago Wimpeg, este escoa parte das suas águas para a Baia de Hudson a
través do rio Nelson. Os lagos já referidos localizam-se no Escudo
cristalino do Canadá e são de origem glaciar.

Na região dos Grandes Lagos destacam-se:


O Lago Superior - 8.400 km2 342 m de profundidade e 183 m de altitude.
Abrange área do território dos EUA e Canadá. É o maior lago de água doce do
mundo.
O Lago Michigan - 58.000 km2 de superfície 228 m de profundidade e 176 m de
altitude. Localiza-se totalmente nos Estados Unidos de América.
O Lago Huron- com cerca de 5.525 km2 281 m de profundidade 176 m de
altitude, abrange EUA e Canadá.

O Lago Erie - e o Lago Notário - estes abrangem igualmente áreas dos dois
territórios a saber; EUA e Canadá. Todos os Lagos desta região (Grandes Lagos)
intercomunicam-se por meio de pequenos rios e canais e junto com o Rio São
Lourenço escoa parte das suas águas para o Mar de Caribe. Estes lagos estão
133

ligados formando um grande reservatório de água do Continente 2.247.000 km2


de superfície e 22.000 m3 de volume.

Localização do Lago Erie entre os Grandes Lagos.

Grandes cidades localizadas à beira do Lago Erie são:

 Buffalo, Nova Iorque


 Cleveland, Ohio
 Erie, Pensilvânia
 Toledo, Ohio

Os Grandes Lagos deste Continente dispõem-se em Escadaria e devido ao


desnível do terreno estão separados por cataratas, a maior das quais é formada
pelas cataratas do Niagara com 56 m de altura, um pequeno rio que liga os lagos
Erie e Hudson.
Actualmente os rios da América Central estão muito poluídos com grandes
substâncias tóxicas e prejudiciais a vida aquática. Nos planaltos do interior das
Cordilheiras abundam pequenos lagos salgados alguns de origem tectónica dos
quis se destacam o Lago Nicarágua e Managua.
Os grandes Lagos Norte Americanos são importantes vias de comunicação,
centros de pesca e turismo e lugares de produção de energia hidroeléctrica.
134

Sumário

O Continente Norte Americano é rico em recursos hídricos e em formações


Lacustres. Na sua maioria os rios são importantes vias de comunicação e neles se
produz grande quantidade de energia eléctrica entre outras utilidades. Os recursos
lacustres, a sua concentração observa-se no Escudo cristal do Canadá.
Nordeste dos Estados Unidos, conhecida como Região dos Grandes Lagos da
América do Norte e a região Norte do Continente no Canadá.

Exercícios

1-Descreva os principais rios do Continente Norte Americano

2- Diga qual é a importância económica do Rio Mississipi?

3- Alguns lagos e rios norte Americanos são alimentados por fusão de gelo.
Fundamente a afirmação com factos concretos

Fazer as questões do ponto 2 e 3 para entregar.


135

Unidade XIII

Os Glaciares do Continente Norte Americano

Introdução

Tem na presente Unidade a oportunidade de conhecer os principais glaciares do


Continente Norte Americano com a finalidade apresentar no estudante deste nível
os conhecimentos sobre como a actuação dos glaciares na superfície terrestre
pode influenciar nas alterações morfológicas da superfície terrestre e
apresentamos aqui as acções dos principais glaciares ocorridos ao longo dos
tempos e o grande fenómeno de recuo do glaciares, que constitui o tema de
preocupação mundial, devido as alterações climáticas que ocorrem nos diferentes
pontos do planeta Terra.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir o termo recuo dos Glaciares.


Objectivos
 Descrever a acção dos glaciares sobre a superfície da terra e as
alterações que produzem.

 Relacionar os glaciares com a cobertura vegetal no Continente


Norte Americano.

O recuo dos glaciares desde 1850, de forma global e rápida, afecta a


disponibilidade de água doce para irrigação e uso doméstico, as actividades de
montanha, animais e plantas que dependem da água produzida durante os
períodos de degelo, e num prazo mais alargado, o nível dos oceanos.
136

Estudada pelos glaciólogos, a coincidência temporal do recuo dos glaciares com


o aumento medido da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera é
muitas vezes citada como pilar da evidência do aquecimento global
antropogénico. As cordilheiras montanhosas das zonas temperadas como os
Himalaias, Alpes, Montanhas Rochosas, Cordilheira das Cascatas e os Andes
meridionais, bem como cumes tropicais isolados como o Monte Kilimanjaro em
África, apresentam, proporcionalmente, a maior diminuição da extensão dos
glaciares.

A Pequena idade de gelo foi um período, que se estendeu aproximadamente de


1550 a 1850, em que o mundo esteve sob temperaturas relativamente baixas
quando comparadas com as actuais. Subsequentemente, até 1940 os glaciares um
pouco por todo o mundo retrocederam à medida que o clima se tornava mais
quente. O recuo glaciar abrandou, e em muitos casos foi mesmo revertido, entre
1950 e 1980 em resultado de um ligeiro arrefecimento global. Porém, desde 1980
um significativo aquecimento global tem conduzido ao recuo cada vez mais
rápido e generalizado, de tal forma que muitos glaciares desapareceram e a
existência de grande parte dos que restam no mundo está ameaçada. Em regiões
como os Andes na América do Sul e Himalaias na Ásia, o desaparecimento dos
glaciares aí existentes poderá afectar significativamente os recursos hídricos
disponíveis.

A regressão dos glaciares de montanha, especialmente na América do Norte


ocidental, Ásia, Alpes, Indonésia e África e ainda nas regiões tropicais e
subtropicais da América do Sul, tem sido utilizada como evidência qualitativa do
aumento da temperatura ao nível planetário desde o final do século XIX. Os
recentes recuo substancial e aumento da velocidade de recuo verificados desde
1995 em certos glaciares dos mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida
Ocidental, podem ser o prenúncio de uma Subida do nível do mar, com efeitos
potencialmente dramáticos nas regiões costeiras de todo o mundo. A Cidade da
Beira pode ser um exemplo deste fenómeno se observarmos o avanço do mar
sobre o continente.
137

Estados Unidos da América

O glaciar Lewis, Parque Nacional North Cascades depois de derreter em 1990.

Os glaciares da América do Norte situam-se sobretudo ao longo das Montanhas


Rochosas nos Estado Unidos de América e Canadá, e nas cordilheiras da Costa do
Pacífico que se estendem desde o Alaska até ao norte da Califórnia. Apesar de a
Groenlândia estar geologicamente associada à América do Norte, faz também
parte da região árctica. Além de alguns glaciares de maré, como o Glaciar Taku,
que se encontram na fase de avanço do ciclo de glaciares costeiros prevalente ao
longo da costa do Alasca, virtualmente todos os glaciares da América do Norte se
encontram em recuo. A velocidade de recuo observada cresceu rapidamente desde
1980, e de um modo geral em cada década que passa observam-se velocidades de
recuo maiores que na década precedente. Existem também alguns glaciares
vestigiais dispersos pela Serra Nevada da Califórnia e Nevada.

A Cordilheira das Cascatas no oeste da América do Norte, estende-se desde o sul


da Colúmbia Britânica no Canadá, até ao norte da Califórnia. Exceptuando o
Alasca, cerca de metade da área glacial dos Estados Unidos da América está
contida nos mais de 700 glaciares do Parque Nacional North Cascades, uma
extensão da cordilheira entre a fronteira com o Canadá e o centro do estado de
Washington. Estes glaciares contêm tanta água como aquela contida em todos os
lagos e albufeiras do resto do estado, fornecendo muita da água que alimenta os
138

caudais de rios e ribeiros durante os meses secos do verão, ou seja, cerca de


870,000 m³.

O glaciar Boulder recuou 450 m entre 1987 e 2005

O glaciar Easton recuou 255 m entre 1990 e 2005

Tão recentemente como em 1975, muitos glaciares de North Cascades


encontravam-se em avanço devido ao tempo mais frio e precipitação superior ao
normal que se verificaram entre 1944 e 1976. No entanto, em 1987 todos os
glaciares de North Cascades encontravam-se em recuo e a sua velocidade de
recuo tem aumentado em cada década relativamente à década precedente, desde
meados da década de 1970. Entre 1984 e 2005, os glaciares de North Cascades
perderam, em média, mais de 12.5 m da sua espessura e entre 20 e 40% do seu
volume.
139

Os glaciólogos que estudam os glaciares de North Cascades concluíram que todos


os 47 glaciares monitorizados encontram-se em recuo e que quatro deles - os
glaciares Spider, Lewis (na imagem), Milk Lake e David - desapareceram
totalmente desde 1985. O glaciar de White Chuck é um exemplo particularmente
dramático. Este glaciar encolheu de 3.1 km² de área em 1958 para 0.9 km² em
2002. De igual modo, o glaciar Boulder no flanco sudeste do Monte Baker recuou
450 m entre 1987 e 2005. Este recuo ocorreu durante um período de reduzida
queda de neve no Inverno e com temperatura mais alta que o normal durante o
verão. Nesta região das Cascatas, a acumulação de neve durante o Inverno
decresceu 25% desde 1946, enquanto a temperatura de verão subiu 0.7 °C durante
este mesmo período. A redução na acumulação de neve aconteceu apesar de um
pequeno aumento da precipitação no Inverno, o que reflecte temperaturas mais
altas no Inverno com a consequente queda de chuva e derretimento dos glaciares
mesmo durante o Inverno. Em 2005, 67% dos glaciares de North Cascades que
foram objecto de observação encontravam-se em desequilíbrio e não suportarão a
continuação das condições climáticas actuais. Estes glaciares acabarão por
desaparecer, a menos que as temperaturas baixem e que a quantidade de
precipitação gelada aumente. Os restantes glaciares deverão estabilizar, desde que
o clima não se torne mais quente, mas encontrar-se-ão muito reduzidos no seu
tamanho.

Nas encostas abrigadas dos picos mais altos do Parque Nacional Glacier (GNP),
em Montana, os glaciares estão rapidamente a diminuir a sua extensão. A área de
cada glaciar tem sido cartografada ao longo de décadas pelos National Park
Service e U.S Geological Survey. A comparação de fotografias obtidas em
meados do século XIX com imagens actuais, fornece evidências claras de que os
glaciares deste parque recuaram muito desde 1850. Os glaciares maiores
apresentam actualmente um terço do tamanho que tinham em 1850, e muitos
glaciares mais pequenos pura e simplesmente desapareceram. Apenas 27% dos 99
km² de superfície do parque cobertos por glaciares em 1850 assim permaneciam
em 1993. Os investigadores acreditam que pelo ano 2030, grande parte do gelo
glaciar do Parque Nacional Glacier terá desaparecido a não ser que os padrões
climáticos actuais invertam o seu curso. O glaciar Grinnel é apenas um dos muitos
140

glaciares do Parque Nacional Glacier bem documentados fotograficamente ao


longo de décadas. As fotografias abaixo mostram claramente o recuo deste glaciar
desde 1938.

1938 T.J. Hileman (GNP) 1981 Carl Key (USGS) 1998 Dan Fagre (USGS) 2005 Blase Reardon (USGS)

O clima semi-árido de Wyoming ainda consegue manter cerca de uma dúzia de


pequenos glaciares no Parque Nacional de Grand Teton. Todos eles apresentam
evidências de recuo durante os últimos 50 anos. O glaciar Schoolroom, situado
ligeiramente para sudoeste de Grand Teton, e um dos mais fáceis de visitar no
interior do parque, deverá desaparecer cerca de 2025. Investigações levadas a
cabo entre 1950 e 1999 demonstraram que os glaciares na Floresta nacional de de
Bridger- Teton e na Floresta Nacional de Shoshone nas montanhas de Wind River
perderam cerca de dois terços do seu tamanho no período indicado. As fotografias
conhecidas indicam que actualmente os glaciares têm uma extensão que é metade
daquela que tinham em finais da década de 1890. Outros trabalhos indicam ainda
que o recuo dos glaciares terá sido proporcionalmente maior na década de 1990
que em qualquer outra nos últimos 100 anos. O glaciar Gannett na encosta
nordeste de pico Gannett, é o maior glaciar das Montanhas rochosas a sul do
Canadá. Este glaciar terá perdido mais de 50% do seu volume desde 1920, com
quase metade dessa perda a ocorrer a partir de 1980. Os glaciólogos acreditam
que os glaciares que ainda restam no Wyoming terão desaparecido em meados do
século XXI, se os padrões climáticos se mantiverem.
141

Existem milhares de glaciares no Alasca, mas apenas alguns têm nome. O Glaciar
Colúbia, próximo de Valdez, recuou 15 km nos últimos 25 anos, sendo origem de
inúmeros icebergues. O glaciar Valdez, situado na mesma região também recuou
significativamente. "Um levantamento dos glaciares costeiros do Alasca, feito a
partir de avião, identificou mais de uma dúzia de glaciares em recuo rápido,
incluindo-se entre eles os seguintes: Grand Plateau, Alsek, Bear e Excelsior. Dos
2000 glaciares observados 99% encontra-se em recuo. A Baía Gelada no Alasca, é
alimentada por três grandes glaciares - Guyot, Yahtse e Tyndall - tendo todos eles
sofrido perdas de comprimento e espessura e consequentemente de área. O glaciar
Tyndall separou-se do glaciar Guyot durante a década de 1960, devido ao recuo
deste, e recuou 24 km desde essa altura, com um recuo médio de 500 m/ano.

Registos de balanço de massa efectuados ao longo de muitos anos relativos ao


glaciar Lemon Creek no Alasca, mostram uma ligeira diminuição do balanço de
massa ao longo do tempo. O balanço médio anual para este glaciar era -0.23
m/ano entre 1957 e 1976. O balanço de massa tem-se tornado cada vez mais
negativo, sendo em média -1.04 m/ano entre 1990 e 2005. Medições altimétricas
repetidas ao longo de vários anos para 67 glaciares do Alasca mostram que as
velocidades de adelgaçamento (ou de perda de massa) pelo menos duplicaram,
quando comparadas com as registadas entre 1950 e 1995 (0.7 m/ano) e entre 1995
e 2001 (1.8 m/ano). Trata-se de uma tendência sistémica com a perda de massa a
corresponder a perda de espessura, o que leva à aceleração do recuo - os glaciares
não só estão a recuar, como também estão muito mais delgados.

No Parque Nacional Denali, o ponto terminal do glaciar Toklat tem recuado 24


m/ano e o glaciar Cantwell 10 m/ano. Bem documentados no Alaska são os
glaciares de avanço rápido (até 100 m/dia), ainda que as razões por detrás de tais
avanços repentinos não sejam conhecidas. São exemplos deste tipo de glaciares
no Alasca os glaciares Varigated, Black Rapids, Muldrow, Susitna e Yanert. No
entanto, estes glaciares encontram-se em termos globais em recuo, apesar da
ocorrência de pequenos períodos de avanço.
142

O glaciar Athabasca no Campo de gelo Colúmbia das Montanhas Rochosas


canadenses, recuou 1,500 m no último século.

A parte do Canadá

Nas Montanhas Rochosas, do Canadá os glaciares são geralmente maiores e mais


comuns que em Montana. Um dos glaciares desta zona mais facilmente acessível
é o Glaciar Atabasca, que é um glaciar de descarga do Campo de gelo Colúmbia.
O glaciar Athabasca recuou mais de 1 500 m desde finais do século XIX. A
velocidade de recuo deste glaciar aumentou desde 1980, após um período de
recuo lento entre 1950 e 1980. O glaciar Peyto em Alberta cobrindo uma área de
12 km², recuou rapidamente durante a primeira metade do século XX,
estabilizando a partir de 1966, recomeçando a recuar em 1976. O glaciar
Illeillewaet no Parque Nacional Glacier na Colúmbia Britânica, recuou 2 km
desde que foi fotografado pela primeira vez em 1887.
143

Influência dos Glaciares na evolução da Natureza da Cobertura Vegetal e


tipo de Solos na América do Norte.

A distribuição actual dos solos e da vegetação tem uma certa particularidade


determinada pela configuração do Continente, pela orografia e pelas condições
climáticas, a maior parte deste continente Biogeograficamente pertence ao Reino
ou Região Holárctica; e a parte Sul que inclui o México e América Central
pertence ao Reino Neo – Tropical.
Ao longo dos tempos das glaciações desde o quaternário até os nossos dias a
vegetação e a fauna do Continente foram sendo influenciados com o recuo das
glaciações, provocando avanço da vegetação nestas áreas. Porém nas regiões
cobertas de gelo permanentemente a vegetação teve de se adaptar as condições
existentes, resumindo se em pequenos microrganismos. Assim temos as seguintes
formações vegetais de destaque:
Floresta dos Apalaches: Floresta mais rica do mundo, dominada por Floresta dos
Apalaches que cresce exclusivamente nas Montanhas dos Apalaches e ao longo
das Planícies do leste destas.
As estepes: estende-se na parte central do Continente desde o Sul do Canadá até
ao Paralelo 30º Norte. Aqui a vegetação e os solos alteram-se de Norte para
Ocidente devido a diminuição das precipitações neste sentido.
Deserto e Semi – deserto: estes desenvolvem-se nos Planaltos interiores das
Cordilheiras no Planalto mexicano numa grande parte da Península da Baixa
Califórnia e na Costa Norte do Golfo da Califórnia.
O Mundo Animal:
Na Tundra predomina o Urso Branco nos gelos da parte Norte do Continente, os
veados de tundra, o lobo e a raposa polares, o mergulhão e os cisnes da Tundra.
Nas florestas mistas e de folhas largas a fauna desta formação vegetal é
semelhante a da Taiga com predomínio de Urso Negro, lobo e veado da Virgínia.
144

Sumário

Os glaciares da América do Norte situam-se sobretudo ao longo das Montanhas


Rochosas nos Estado Unidos de América e Canadá, e nas cordilheiras da Costa do
Pacífico que se estendem desde o Alaska até ao norte da Califórnia. Apesar de a
Groenlândia estar geologicamente associada à América do Norte, faz também
parte da região árctica. Além de alguns glaciares de maré, como o Glaciar Taku,
que se encontram na fase de avanço do ciclo de glaciares costeiros prevalente ao
longo da costa do Alasca, virtualmente todos os glaciares da América do Norte se
encontram em recuo. Este fenómeno reveste-se de grande importância para
actualidade, pois exerce uma grande influência nas mudanças climáticas actuais.

Exercícios

1- Dê uma breve explicação do que entende por glaciares?

2- Qual é a relação que existe entre os Glaciares e as diferentes formas


morfológicas que a superfície da terra apresenta?

Faça as questões das perguntas 2 do presente Módulo.


145

Unidade XIV

A Eurásia: ASPECTOS GERAIS e regionalizacao da linha da


costa

Introdução

A presente Unidade constitui uma analogia do que fizemos em relação ao


Continente Norte Americano e tem por finalidade incutir no estudante deste nível
os conhecimentos sobre a situação geográfica do Continente Eurasiático, a linha
da costa, os seus recortes e alinhamentos, bem como a breve descrição da
plataforma Continental. Nas abordagens feitas teve –se em conta as suas
particularidades e nos conteúdos que vão ser objecto de análise colocou se em
evidencia que o Estudante tem pressupostos básicos para apreender
convenientemente a matéria que é chamado a estudar.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Situar Geograficamente o Continente Euroasiático,


Objectivos
 Caracterizar a linha da Costa do Continente Euroasiático,

 Descrever as correntes Marítimas do Continente Euroasiático,.

 Relacionar a acção dos diferentes fenómenos com as


características da linha da costa do Continente

 Interpretar os principais fenómenos que ocorrem no Continente

Eurásia é a massa que forma em conjunto a Europa e a Ásia. Pode ser


considerada como um Continente, ou mesmo um Supercontinente composto pelos
146

continentes europeu e asiático, separados pela Cordilheira dos Montes Urais.


Alguns países como a Rússia e Turquia estão nos dois continentes.
Considerando a parte asiática a Continente é maciço e a parte europeia é
moderada com numerosos acidentes.
Na sua totalidade situa-se no Hemisfério Norte, estendendo se desde a parte
asiática do Norte à zona equatorial no seu extremo Sul. O ponto mais austral a
Península Malaca aproxima o Equador pouco mais de 1º de latitude.
Em longitude estende se em 14 fusos equivalente a 180º que situam se no
Hemisfério Oriental ficando os extremos Ocidental e Oriental no no Hemisfério
Ocidental.
O Meridiano de Greenwich ou de 0º atravessa o Continente na extremidade
Ocidental ficando no Hemisfério Ocidental apenas a Península Ibérica, alguns
territórios da França e parte das Ilhas Britânicas.
Do mesmo modo o Semimeridiano de Grinvish de 180º, também atravessa o
Continente praticamente na extremidade Oriental ficando apenas a Península
Chakolsk no Hemisfério Ocidental.

Em termos de coordenadas e pontos extremos do Continente temos:


- O ponto extremo Norte o Cabo Chebguikin na Península de Taimir com 77º43‫׳‬
Norte
- Ponto extremo Sul - extremo Sul da Península Malaca com 1º 2‫ ׳‬Norte
- No Leste o Cabo Dejnev no extremo Oriental da Península Chukotsk 169º 40‫׳‬
Oeste.
- No ocidente o Cabo da Roca, na Península Ibérica com 9º 25‫ ׳‬Oeste.

O seu comprimento de Leste a Oeste é de cerca de 16000 Km e a sua Largura


máxima de Norte a Sul de cerca de 8000 km. No Norte é banhado pelo Mar ou
Oceano Glaciar Árctico, no Sul pelo Oceano Índico. No Sudeste e Oriente pelo
Oceano Pacífico.
No Sudeste o estreito de Gilbraltar, o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho o
estreito de Bab-el-Mandeb e o Golfo de Aden, separam a Europa do Continente
Africano.
147

No extremo Oriente o mar de Okhotsk na Costa do Mar glaciar Árctico o estreito


de Beiring, na Costa do Pacífico, separam a Eurásia do Continente Norte
Americano e a Ocidente e banhado pelo Oceano Atlântico.
A sua superfície total com ilhas é de 53.400 km2 e o conjunto de ilhas 2.750.000
km2.

6.1 O Litoral do Continente Euroasiático e o seu traçado


A linha da costa é bastante recortada em contrapartida apresenta várias e
profundas reentrâncias e saliências. Apenas a costa Norte se apresenta
relativamente menos recortada. Do mesmo modo a Costa Sudoeste e Ocidental
constituem exemplos exclusivos da costa recortada entre os Continentes.

1- Das saliências se destacam:


a) Na Costa Norte, no Mar Glaciar Árctico: Península Kola, Península Yamal,
Gyda, Taimir, situada na parte mais setentrional do Continente que contém o
Cabo Chelyuskin.
b) Na Costa Meridional - Península Arábica, Industão e a península Malaka.
c) No extremo Oriente - Península Chukotsk;
d) Na Costa do Pacífico - a Península Kamchatka, Coreia e a Península Indochina.
e) No Mar Mediterrâneo - Península Itálica, Balcânica ( que termina no extremo
Sul pela Península do Peloponeso)., a Península Anatólia.
f) Na Costa Ocidental (No Oceano Atlântico) - Península Escandinávia, Jutlandia,
Ibérica.

2- Das reentrância se destacam:


a) Na Costa Norte - No Oceano Glaciar Árctico; Mar Branco, mar de Kara,
Loptev, e mar da Sibéria Ocidental.
b) Na Costa do Índico - Golfo Pérsico e Golfo de Oman (no mar Arábico), mar
arábico e Baia de Bengala.
c) Na Costa do Pacífico - Mar de Ohatsk, mar do Japão, Amarelo, mar da China
Meridional.
d) No Mediterrâneo - Mar Ligúrico, (na Costa do extremo Noroeste da Península
Itálica), Mar terreno ( entre a Península Itálica e as Ilhas Sordenha e Cicília)
148

Mar Adriático (encaixado entre o Sul da Península Itálica e a Península Balcânica


e a Península Anatólia.
Mar Negro, mar Mârmara, que separa a parte europeia e a parte asiática do
Continente e que juntamente com o canal artificial de Bósforo (em Estambul)
estabelece comunicação e escoamento das águas do mar Negro para o mar Egeu e
dai para o mar Mediterrâneo.
e) Na Costa Ocidental no Oceano Atlântico: - Golfo da Bothnia, entre a Península
Escandinávia e Finlândia; Golfo da Finlândia; Mar Báltico (no Sudeste da
Península da Escandinávia; Mar do Norte e o Canal da Mancha que separa as
Ilhas Britânicas e a parte continental; o Golfo da Biscaia, situado a Norte da
Península Ibérica.

3- Ilhas e Arquipélagos junto a Costa.


a) Na costa Norte no Oceano Glacial Árctico
Ilha Novaya Zemlya (Terra Nova); Severnaya Zemlya (Terra do Norte); Ilha
Nova Sibéria; Wranel; Svallbarol (Ilha Spitsbergen); Ilha Terra Nordeste, Ilha de
Terra de São Francisco José.

b) Na Costa Sul do Oceano Índico temos:


Ilha Ceilão, situada a Sul da Península de Industão; Ilha Samatra; Ilha Java e
Timor, entre Outras menores.

c) Na Costa Oriental e Sudeste.


Ilha Sacalina; Ilhas Curilas; Ilha Japonesa (Hokkaido, Honshu, Shikoku, Kyushu);
Ilha Taiwan; Ilha Himan, além de outras pouco afastadas da Costa, como o
Arquipélago das Filipinas e a grande Ilha Kalimantan.
O conjunto das Ilhas do Sudeste asiático, nomeadamente Sumantra, Java, Timor,
no Índico e Kalimantão assim como Sulau no Pacífico e outras menores desta
região são também conhecidas de Sonda as quais se subdividem em: Grandes
Ilhas de Sonda (Somatra, Kalimatão, Java e Sulawese), e Pequenas Ilhas de
Sonda, onde se inclui a Ilha Timor.

d) Na Costa Ocidental, no atlântico Norte, destacam-se:


149

As Ilhas Britânicas, constituídas por duas principais Ilhas a saber: Grand-


Bretanha, a maior e a Ilha Irlanda além de outras menores.
Estas ilhas situam se em plena plataforma Continental e são separadas da parte
continental pelo mar do Norte e pelo Canal da Mancha.
Existem ilhas pouco afastadas da plataforma continental como a Ilha Islândia, as
ilhas açores e a ilha Madeira, esta última mais próxima do Continente africano
que do europeu.

e) No Mediterrâneo se destacam: Ilhas baleares; Córcega; Sardinha; Cidália;


Certa; Chipre.

Sumário

A Eurásia é a massa que forma em conjunto a Europa e a Ásia. Pode ser


considerada como um Continente, ou mesmo um Supercontinente composto pelos
continentes europeu e asiático, separados pela Cordilheira dos Montes Urais.
Alguns países como a Rússia e Turquia estão nos dois continentes.

Considerando a parte asiática a Continente é macisso e a parte europeia é


moderada com numerosos acidentes. A sua linha da costa apresenta se
diversificada, havendo zonas que ela apresenta-se bastante recortada e outras em
que se apresenta rectilínea. Umas vezes abrupta e outras mais suaves em termos
de profundidade. Isto pode ser de extrema importância para o exercício de
algumas actividades nela como pode ser o caso de navegação marítima.

Exercícios

1- Descreva a situação geográfica do Continente Euroasiático.

2- Como Explica que a costa do Continente esteja bastante recortada?

Fazer as questões do nº 2 para entregar.


150

Unidade XV

Regionalizacao do continente euroasiatico: relevo, hidrografia


e clima

Introdução

A presente Unidade tem por finalidade apresentar a estrutura do relevo, sua


disposição ao longo do Continente procurando mostrar a influência desta
disposição para os diferentes fenómenos que ocorrem no Continente. Mostra se
também que a história geológica do Continente está estreitamente relacionada
com a disponibilidade dos recursos que o Continente tem ao longo da sua
extensão. Apresentam as regioes e subregioes deste continente em funcao das
variaveis acime referenciadas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Regionalizar o continente quanto ao clima, relevo e geologia


Objectivos
 Caracterizar as formas de relevo do Continente Euroasiático;

 Descrever os principais rios do Continente Euroasiático;

 Descrever os factores do clima do Continente Eurásia.

Aspectos gerais

A História da formação deste Continente é complexa e tem reflexo em todos os


contornos da sua natureza e complexidade da sua estrutura.
O fundamento deste vasto continente é constituído pela placa euroasática cujas
rochas mais antigas que datam da era Pré - Câmbrica formam o Escudo Báltico e
o escudo Siberiano. Na parte central, alguns núcleos constituídos por rochas Pré-
151

Cambricas afloram á superfície em forma de Massiços cristalinos planaltos e


planícies com fracturas originadas por movimentos tectónicos.
Este tipo de estrutura é característico dos territórios da Suécia Inglaterra e
Noroeste da Rússia e várias regiões deste Continente.
O Escudo Báltico ou Fino-escandinavo, situa-se no Noroeste na parte Norte da
Eurásia, e constitui o fundamento da parte europeia
O Escudo Ancara ou Siberiano, localiza-se entre os rios Jenissei e Lana,
estendendo-se do Oceano Glacial Árctico no Norte ao lago Baikal, no Sul. O
nome Ancara deve se ao facto de ser percorrido pelo rio Ancara, afluente do
Jenissei.
Na parte Sul encontra-se o Escudo Indiano, na Península do Industão que tem por
fundamento a placa Índica.
Entre estes Escudos encontram-se Planícies e Planaltos de acumulação e sob
pressão do escudo Báltico e Siberiano formam se estruturas enrugadas dos
Montes Urais. Por outro lado em quase toda a parte meridional formou-se uma
estrutura de montanhas jovens de idade Alpina.

Durante o Paleozóico nos limites do continente Euroasiático, formaram-se


montanhas de altitudes médias que correspondem a orogenia Caledónica das quais
se destacam: Montanhas da Escandinávia no Noroeste e os Montes Urais.
Do Pérnico ao Triácico e durante a Orogenia Hersínica várias estruturas
paleozóicas – Parte asiática foram rejuvenescidas e como resultado apareceram
montanhas muito altas na parte Central tais como:
- Altais, Planaltos da Mongólia, Montes Tian- Chan, e respectivos ramos
setentrionais cujas altitudes médias variam de 3.000 a 4.500 m alguns com picos
atingindo 6.000 a 7000 m de altitude.
A estrutura definitiva deste Continente do ponto de vista geológico formou-se no
cenozóico, ao longo da Orogenia Alpina. Durante esta era dá se uma transgressão
marinha e as águas ocupam várias planícies e planaltos.
- Parte setentrional, após a regressão nos terrenos da estrutura Pré-câmbrico e
Paleozóica formaram-se baixadas, planaltos e planícies de acumulação.
152

Planícies Europeias Central e Oriental, Planície da Sibéria Oriental e o Planalto


Ásia Central, bem como as Planícies da Península Arábica, do Industão e do
sudeste Asiático.
A Orogenia Alpina, afectou fortemente toda a parte meridional do Continente
desde a Península Ibérica ou nas Penínsulas no Ocidente passando pelos
Himalaias até ao estremo Sudeste na Indochina.
Em resultado foram erguidas grandes estruturas orográficas que constituem o
sistema Alpino do Continente euroasiático formado de rochas bastante recentes a
saber:
Os Montes Perineus; Alpes; os Montes Apeninos.
Os Montes Carpatos, Caucasos, os Himalaios e o Planalto do Tibet e outros na sua
maioria com altitudes que variam de 4000 a 8000 m.
Nos Apelino e nos Carpatos encontram-se as formações carbónicas que pouco
sofreram levantamento. Estes têm um relevo de altura média com o domínio de
formas erosivas.
Durante o Ciclo orogénico alpino foi erguido o planalto do Tibete e Himalaios
cujas altitudes foram elevadas ainda ao início do quaternário e que continua a
aumentar. Aqui o factor principal foi o embate entre a placa euroasiática e o
Bloco Indostão que se movimentou no sentido Sul-Norte originando
enrugamentos e levantamentos.

Factores do Clima do Continente Euroasiático.


Os principais factores que influenciam nas condições climáticas deste vasto
Continente são:
Factor Latitude, ou seja sua situação geográfica abrangendo todas as zonas
térmicas do Hemisfério Norte, faz com que a eurásia tenha todos os tipos
climáticos. Desde os frios polares (gelos perpétuos), Subpolares (de Tundra)
respectivamente das zonas Árcticas e Subarcticas no Norte aos climas
Temperados. Nas Latitudes médias e climas quentes Subtropicais, Tropicais e
Equatorial também conhecido por clima Tropical Chuvoso de floresta densa na
parte austral além de outros tipos resultados de combinação de vários factores.
A diminuição da Temperatura do Sul para o Norte e o seu aumento no sentido
contrário explica-se pela variação do ângulo de inclinação dos raios solares sobre
153

a superfície e com ele o albedo radioactivo que é tanto maior quanto maior a
inclinação.
Os territórios mais austrais onde os raios incidem em cerca de 6 meses em ângulo
quase vertical nos restantes meses verificam menos ângulo de inclinação e menos
albedo radioactivo, o que resulta em um sobreaquecimento da superfície do ar a
volta da Terra. Em territórios de baixa altitude esta situação tende a alterar-se a
medida que a latitude aumenta embora não gradual dada a influência de outros
factores. Os parâmetros de maior inclinação se observam na parte setentrional na
zona Árctica e Sub árctica em que em nenhuma época do ano o sol encontre-se
próximo do Zénite. Aí as baixas temperaturas resultam não só da inclinação dos
raios solares mas também do elevado albedo imposto pela reflexão das superfícies
cobertas de gelo e neve perpétuas que aumentam de espessura durante o Inverno e
que não chegam a difundir completamente durante o verão. A noite polar durante
5 a 6 meses.

Factor Continentalidade - sendo o Continente mais vasto do globo é igualmente


o que abarca maiores territórios interiores bem afastados do litoral - Maior
Continentalidade, o que provoca grandes contrastes climáticos entre território do
litoral que recebem influência benéfica dos Oceanos e os do interior sem acesso a
tal influência, o que resulta em condições desértica e semidesérticas escassa
precipitação e grandes amplitudes térmicas anuais passando o contrário em
regiões sob influência marítima.

Correntes Marítimas
a) As costas Ocidentais deste continente da Europa ocidental e Setentrional
recebem a influência da deriva do Atlântico Norte uma corrente quente que ao
longo do seu percurso liberta humidade e em contrapartida aumenta as
precipitações e diminui as amplitudes térmicas e temperaturas suaves e menos
rigorosos os Invernos do continente.
b) As costas Meridionais do Oceano Índico e do Sudeste no Pacífico são banhadas
por correntes quentes equatoriais do Norte, que sendo uma região de clima quente
junta se á influência oceânica geral de libertar maior quantidade de humidade
154

garante de abundantes precipitações no verão, em função da circulação geral da


Atmosfera das Monções.
c) As Costas Setentrionais, Nordeste e do extremo Oriente, são banhadas por
correntes frias árcticas e do Oiasivo, que procedendo do Mar do Beiring avança
no sentido Nordeste-Sudeste até as latitudes médias (Norte do Arquipélago
Japonês), onde torna Invernos rigorosos.
O arquipélago Japonês recebe influência das correntes frias no Norte e da corrente
quente Kurosivo no Sul cujas influências variam e tornam se mais abrangentes ao
Inverno, podendo influenciar ilhas do Sul, no verão podendo influenciar as ilhas
do Norte.

Factor Altitude e Relevo


Praticamente em quase toda a região Ocidental, Centro Ocidental e toda a Sibéria
com a exclusão das Montanhas da Escandinávia e dos Montes Urais de altitudes
médias predominam vastas planícies e planaltos. O facto permite que os ventos do
Oeste pelo Atlântico penetrem e percorram longas distâncias para o interior
conservando quantidade razoável de humidade.
Toda a faixa meridional da Eurásia Sudoeste asiático e centro e ao Centro Sudeste
é dominada por gigantescos climas Montanhosos e altos planaltos que de destacar
os Himalaios e altos Planaltos como o Tibete conhecido como o “Tecto do
Mundo” e o Planalto da Mongólia.
Dado o posicionamento deste rebordo orográfico numa faixa intermédia entre o
litoral e o interior constitui um sério obstáculo á influência marítima procedente
do Índico e do Pacífico.

Massas de Ar
Na costa Ocidental sopram ventos do Oeste, procedentes do Atlântico bastante
húmidos que originam abundantes precipitações em quase toda Europa Ocidental
e Oriental, contudo a medida que avança ao interior, devido a longas distâncias
(continentalidade), perdem quase toda humidade chegando no interior quase
secos.
155

O alcance dos ventos Oceânicos algumas regiões da Europa setentrional e


Oriental conservando quantidades razoáveis de humidade, deve se à ausência de
obstáculos orográficos de altitudes concordantes a costa.
Os territórios Meridionais na Costa do Índico e Sudeste no Pacífico beneficiam
dos ventos Monçónicos que originam bastantes precipitações na região em
correlação com o factor orográfico.
As Monções são responsáveis pelas intensas chuvas que causam frequentes
inundações e várias vítimas humanas e destruições. Refira se que nesta parte do
Continente se localiza a região mais pluviosa do planeta a saber: Chirapunji com
cerca de 11.430 mm de pluviosidade/ano.
Na vertente do Sotavento oposta aos ventos húmidos em vastos territórios do
interior reina a secura do ar e as precipitações são escassas variando de 100 a
escassos mm de precipitação anual e em Kashgar é de cerca de 81 mm/ano
A abundância de precipitações acontece no verão do hemisfério Norte que
continua no mês de Julho altura em que devido a forte aquecimento do continente
no geral e do interior em particular criam se acentuadas diferenças térmicas em
relação as massas líquidas e Oceânicas.
As monções circulam do litoral (de altas pressões) para o interior (de baixas
pressões) e com elas a estação chuvosa.
No Inverno do hemisfério, que culmina em Janeiro sucede o contrário com
temperaturas bastante baixas no interior e altas pressões, o que dita uma estação
menos pluviosa na maior parte do Continente euroasiático, com exclusão de
territórios sob influencia de climas Mediterrânicos em que a Estacão das chuvas
acontece no Inverno em suma durante o verão do Hemisfério Norte devido a forte
aquecimento do continente relativamente a massa oceânica formam se baixas
pressões no Continente e altas no oceano, o que origina a deslocação dos ventos
do litoral ao interior.
No Inverno o interior esfria-se bastante e o Oceano conserva temperaturas
elevadas; O facto origina altas pressões sobre o continente e baixas sobre os
Oceanos o que dita deslocação das massas de ar bastante secas do interior para o
Litoral.
156

De uma forma geral o Continente Euroasiático a humidade do ar e as


precipitações diminuem do Ocidente para Oriente parte meridional e Sudeste para
o interior.
As regiões mais pluviosas são as do Sul e do Sudeste bem como as do oceano. As
menos pluviosas localizam-se no interior do Continente e na Península Arábica
onde se formam desertos e semi-desertos.
No interior registam se contrastes das condições climáticas nas variações das
temperaturas diurnas e anuais sendo que os Invernos são bastante rigorosos e os
verões bastante quentes. Em Ulan Bathor (interior da Mongólia) ex. As
temperaturas mínimas absolutas no Inverno atingem cerca de – 40ºc, no verão
atingem cerca de +50ºc, tudo indica que as amplitudes térmicas anuais são cerca
de 90ºc o que é uma cifra bastante elevada.

Zonas e regiões Climáticas do Continente Euroasiático.


Um dos factores bastante importantes na diversificação das condições climáticas
deste continente é a sua extensão latitudinal abrangendo todas as zonas climáticas
do Hemisfério Norte. Os restantes factores introduzem variações locais e
regionais.
A conjugação e interacção dinâmica de todos eles faz com que em toda a região
se diferenciem os seguintes principais tipos climáticos.

1- Zona de Climas Frios.


Clima Polar de Tundra (Koppen e outros), ou seja Árctico e Sub-árctico, estes
tipos climáticos estão na faixa setentrional.

2- Zona de Climas Temperados.


a) Temperado Marítimo, abrange toda Europa Ocidental e a faixa litoral da
Europa Setentrional sob influência da deriva do Atlântico Norte.
b) Temperado Continental - Com Invernos secos encontram se no interior do
Continente.
c) Temperado Continental - com Precipitações em todas estações localizam-se na
parte Oriental.
157

3- Zona de Climas Sub-Tropicais.


a) Sub-Tropical Mediterrânico – Predomina na Península Ibérica, Balcânica
Itálica e Anatólica ou seja em toda a faixa Mediterrânica.
b) Sub-tropicais Húmidos – Predomina no Sudeste asiático: China Oriental
incluindo as Ilhas do Continente. É também conhecido como Temperado
marítimo na classificação de Koppen.
4- Zona de Climas tropicais
a) Tropical Húmido ou Tropical de Savana segundo a classificação de Koppen –
abrange vastas áreas na parte meridional que inclui a Península Indostão e
Indochina.
b) Clima equatorial, ou Tropical de floresta densa (Koppen), abrange a Península
Malaca e as demais ilhas e arquipélagos do Sudeste Asiático, do Pacífico e do
Índico.
c) Climas secos e tropicais secos designadamente, desérticos e semi-desérticos ou
de estepe. Abrangem o Sudoeste Asiático, toda a Península asiática e vastos
territórios do interior do Continente.

5- Nos Himalaios e Planaltos do Tibete, predomina o clima modificado pela


altitude, caracterizado pelo predomínio de neves perpétuas. O planalto Tibete
é um autêntico deserto gelado.

Hidrografia do Continente Euroasiático.

Aspectos Gerais
O sistema hídrico do Supercontinente, compreende rios da Vertente Atlântica, da
vertente Setentrional, ou Rios da Vertente do Pacífico, da vertente do Índico, rios
que drenam no Mediterrâneo e sem acesso ao Oceano. Em paralelo o sistema
conta com alguns grandes e pequenos lagos.

Principais rios do Continente a destacar:


Rios da Vertente do Atlântico
158

- Rio Tejo - é o principal da Península Ibérica, nasce em Espanha atravessa


Portugal, serve a Cidade de Lisboa e desagua no Atlântico.
- Os Rios Garona, Loire e Sena são os principais rios do território da França que
desaguam no Atlântico.
Os dois primeiros desaguam no Golfo da Mis Caia. O Sena, o mais importante por
conter o Porto de Paris, desagua no Canal da Mancha.
- O Rio Reno e Elba, são dos principais que atravessam a Alemanha.
O primeiro serve a Cidade de Bona e o segundo a de Berlim, os dois desaguam no
Mar do Norte
- Os Rios Oder e Vístola, percorrem a Polónia e ambos desaguam no mar Báltico.

Rios do Mediterrâneo.
-O Rio Ebro- é o principal da Península Hibérica e da Espanha que desagua no
Mediterrâneo.
- O Rio Ródano - “e o principal do território Francês que desce dos Alpes e
desagua no Mediterrâneo em Marcelhas.
-O Rio Pó - O principal do território italiano, nasce nos Alpes, no Nordeste do
Mar Adriático.

Na Vertente Setentrional - destacam-se os maiores rios deste Continente tais


como:
-Rio Obi, Jemiossei o Lena - todos nascem nos Planaltos do interior e correm no
sentido Norte-Sul, o seu percurso em termos de Bacias, estende se no território
Russo. No Inverno dadas as condições climáticas os seus cursos médios e inferior
congelam e no verão devido a fusão das neves causa inundações.
Os dois principais desaguam no Mar de Kara e o terceiro no mar de Laptev no
Glaciar Árctico.

Rios da Vertente do Pacífico:


- Rio Amur- nasce no Planalto da Mongólia, no seu percurso médio serve de
fronteira entre a Rússia e a China. Desagua no Mar de Okhotsk.
159

- O Rio Hwang-Ho ou Amarelo e o Rio Yang-Tsi kiang são os primeiros da china,


ambos nascem no Tibet, o primeiro desagua no mar Amarelo e o segundo no mar
da China Oriental no Pacífico.
Tem alimentação neval e pluvial, causa frequentes inundações e depositam as
águas nas margens e vales considerados aluviões férteis, bastante importantes no
cultivo do arroz na China.
- O Rio Mekong - nasce no Tibet, percorre a Península Indochina e desagua no
Mar da China Oriental.

Rios da Vertente do Índico.


- O rio Bangues, nasce nos Himalaios e desagua na baia de Bengala. Este e o seu
principal afluente, o Branaputra, correm na região mais pluviosa do mundo,
registam inundações que causam destruições e perda de vidas humanas.
- O Rio Hindo - nasce nos Himalaias e desagua no mar arábico.
- Os Rios Tigre e Eufrates - ambos nascem nas vertentes dos montes Ararat,
próximos um do outro, seguidamente distanciam-se e voltam a unir-se e
desaguam no Golfo Pérsico.
A faixa da terra entre estes dois rios designa-se por Mesopotâmia, que em grego
significa região entre rios (Meso-entre ou meio, Potâmia - rios), que é uma
planície fértil de inundações e acumulações de aluviões que outrora foi o centro
de cultura de vários produtos agrícolas (ensaio agro-pecuário no passado).

Rios sem escoamento para o Litoral.


Dada a sua vasta extensão e continentalidade além da existência de
irregularidades do relevo e existência de áreas depressionárias no interior, o
Continente possui rios que desaguam em Lagos ou desaparecem em áreas
desérticas ou semidesérticas por evaporação ou infiltração.

-O Rio Danúbio - Um dos mais importantes e mais vasto da Europa Central, nasce
no Planalto Central nas Vertentes dos Alpes, correm no sentido predominante
Oeste-Este e desagua no Mar Negro. O Mar Negro em tempos fora um meio
aquático fechado, só após a abertura do Canal de Bósforo é que as suas águas
160

comunicam-se com as do Mediterrâneo através do Mar Marmara e mar Egeu.


Outros rios que desaguam no Mar Negro são o Rio Dnieper e Don.
-O Rio Volga - nasce na planície da Europa Central e desagua no Mar Cáspio.
-O Rio Ural- Nasce na vertente Sudoeste dos Montes Urais e desagua no mar
Cáspio. Este rio em conjunto com os Montes Urais e do mar em que desagua são
tomados como elementos físico-geográficos que delimitam a parte Europeia da
parte Asiática do vasto continente.
-Os rios Syr Darya e Amu Darya, no interior do Continente nasce no Monte
Hindo Kush e Panir e desagua no mar Aral
-O Rio Tarim - no Inverno um dos seus braços nasce no Pamir e desagua no
interior por evaporação e infiltração das suas águas. Existem outros rios com estas
características no vasto Continentes.

Principais Lagos do Continente Euroasiático.


Destacam-se os seguintes Lagos: Mar Negro, Cáspio, Aral o Lago, Balcash e
Baical, estes dois últimos de origem tectónica. O Mar Lago Morto também é de
origem tectónica.
A Eurásia possui alguns lagos que são de origem de queda de Meteoritos dos
quais se destaca o Lago Ladoza e Omega a Ocidente do mar Báltico.

Sumário

A História da formação deste Continente, é complexa e tem reflexo em todos os


contornos da sua natureza e complexidade da sua estrutura.
O fundamento deste vasto continente é constituído pela placa euroasática cujas
rochas mais antigas que datam da era Pré - Câmbrica formam o Escudo Báltico e
o escudo Siberiano. Na parte central, alguns núcleos constituídos por rochas Pré-
Cambricas afloram á superfície em forma de Massiços cristalinos planaltos e
planícies com fracturas originadas por movimentos tectónicos.

Este tipo de estrutura tem a sua influência nas condições climáticas das vastas
regiões do Continente, assim como na disposição dos principais rios e lagos.
161

Exercícios

1- Como explicas a complexidade da estrutura geológica do Continente


Euroasiático?

2- Quais são os principais rios da Europa que conheces?

3- Identifica e explica os principais factores do clima que exercem maior


influência nas condições climáticas do Continente Euroasiático?

4- Descreva as principais zonas climáticas do Continente Euroasiático

Entregar o exercicio 3
162

Unidade XVI

Regionalização complexa Físico-Geográfica do Continente


Euroasiático

Introdução
Na presente Unidade vamos traçar em linhas gerais a divisão físico-Geográfica do
Continente Euroasiático na perspectiva de colocar na mesma região os locais de
ocorrência de fenómenos mais ou menos homogéneos do ponto de vista físico-
geográfico. Iremos estabelecer uma breve caracterização das diferentes regiões e
estabelecer algumas comparações de fenómenos que ocorrem em diferentes
zonas, a influência dos outros fenómenos no estabelecimento das regiões Físico-
geográficas.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar as diferentes regiões Físico-Geográficas do


Objectivos Continente Eurásia;

 Determinar a relação das zonas com outros fenómenos que


ocorrem no Continente;

 Descrever as características do Japão e o seu Arquipélago.

Tendo em conta as particularidades estruturais e climáticas deste Continente e


com vista a facilitar o seu estudo a Eurásia é subdividida em seguintes grandes
Regiões:
 Região ou Sector da Antárctica e Sub-Ártica
 Europa Setentrional e Central
 Europa Meridional
 Europa Oriental
 Região Mediterrânica
163

 Ásia central ou Sibéria.


 Ásia Central
 Ásia Oriental
 Ásia do Sudoeste
 Planalto do Tibete
 Ásia Meridional e Sudeste.
 Arquipélago de Sonda (da Malásia)

1- Região Árctica e Sub-Arctica.


Esta abrange as Ilhas do Oceano Glacial Árctico e inclui toda a faixa Norte do
Continente.
As ilhas desta Região possuem alguns traços gerais comuns ligados com a sua
situação geográfica em zona Árctica e Sub-Árctica. As suas diferenças relacionam
se com a génese da sua estrutura orográfica e situação geográfica relativos a
influências geográficas.
Exemplo: O sector Atlântico que compreende a Ilha Islândia e Arquipélago
Spitsbergen caracterizam-se pela suavidade das condições climáticas devido a
influência da deriva do Atlântico Norte.
As temperaturas são de 17ºc no verão e -40º no Inverno. A noite polar dura cerca
de 6 meses os terrenos cobertos de neve perpétua. A vegetação é da Tundra nas
faixas litorais e desertos frios nas regiões montanhosas a fauna é pobre existindo a
raposa polar o urso branco entre outros.

Vista do Continente Europeu:


164

2- Região da Europa Setentrional e Central - situa-se no extremo noroeste da


Eurásia (Norte da Europa e compreende a Finlândia e as Penínsulas de
Escandinávia e de Kola que são banhados pelos mares da Noruega no nordeste e
separadas das Ilhas britânicas pelo Mar do Norte. No seu interior fica o Mar
Báltico e a Sul a Europa central, o clima é Temperado marítimo.
A região beneficia das influências do Atlântico e o litoral ocidental é banhado
pela deriva do Atlântico Norte. Na costa do Atlântico o Inverno é suave com
chuvas na parte Ocidental os Invernos são mais rigorosos

3- Europa Ocidental
Abrange as Ilhas Britânicas, os territórios da França e os demais territórios dos
países baixos.
O Arquipélagos das Ilhas Britânicas constituído de duas Ilhas a Grã-Bretanha e a
Irlanda e outras. A profundidade das águas em redor não ultrapassa os 200
metros. Na superfície do fundo da plataforma continental existem vales fluviais e
terreno de dunas que testemunham sobre o avanço recente das águas Oceânica.
O clima é Temperado Marítimo influência da deriva do atlântico norte. Predomina
a floresta de Coníferas e mistas.

4- Europa Oriental
Situa-se a Leste da Europa Central limitados pelos Montes Urais - A Norte é
limitado pelo Mar de Berints e de Kara e a Sul o Mar Cáspio. A região possui
predominantemente clima Temperado Continental moderado.

5 Região Mediterrânica.
Compreende todas as Penínsulas Mediterrânicas da Europa. Península Ibérica
Italiana e Balcânica e Anatólica na Ásia menor além das faixas costeiras banhadas
pelo Mediterrâneo e cadeias montanhosas.
A região costeira de estrutura tectónica de orogenia Alpina da parte Oriental por
aqui predominam as Cadeias montanhosas tais como: Os Montes Perineus,
Apeninos, Caucasos, Puliterais, os Balcães os Montes do Planalto Anatólia.
165

A vegetação é arbórea e arbustiva de folhagem persistente como as plantas


aromáticas. Possui solos castanhos.

6- Ásia Setentrional ou Sibéria.


Abrange a Sibéria, incluindo a planície da Sibéria central e Planalto da Sibéria
Central e o Oriente desta região: O fundamento da região geológica é o Escudo
Siberiano e a sua estrutura do relevo dominada por Planícies e Planaltos.
O Clima é temperado continental de Invernos bastante rigorosos com
temperaturas -40ºc.

7- Ásia Central
Engloba vastos territórios do interior longe dos Oceanos. O seu afastamento e o
carácter fechado condicionam no factor continentalidade e aridez do clima que
progridem a medida que se levantam os sistemas montanhosos da sua periferia.
Em particular dos Himalaios e Tibete que impedem a penetração das massas de ar
Húmidas.
Nos limites da Ásia central destacam-se as Sub-Regiões
-Mongólia do Norte
- Mongólia do Sul
- Noroeste da china
-Ásia Central no Território da Rússia.
A floresta de Taiga desenvolve-se em redor dos lagos da região.
Ao Sul dos Planaltos desérticos da Ásia Central levantam-se o sistema de
montanhas mais altas com altitudes de cerca de 6000 a 7000 metros.

8- Ásia Oriental.
É uma região da eurásia virada para o Pacífico e abrange vastos territórios desde o
extremo Oriente até a China Meridional e incluindo as Ilhas Sacalinas, Curilas,
Taiwan e Japão e outras.
A zona fica nas zonas Temperada e Subtropical, no Sul faz parte da Zona
Tropical.
166

Uma particularidade do seu litoral é a existência de mares cercados de arcos


insulares e profundas depressões oceânicas.

9- Ásia do Noroeste:
9.1 O Planalto do Irão: O território deste abrange maior parte do Irão Afeganistão
Paquistão e Iraque.
A Norte é limitado pelo Mar Cáspio e a Sul o Golfo Pérsico e Planície da
Mesopotâmia. Para as condições climáticas é característico o predomínio de
climas secos e existência de desertos e semi-desertos. Todo o planalto do Indostão
pertence ao sistema Alpino.
Predominam Estepes e vegetação xerófila. Tem petróleo no Sudoeste. As
condições climáticas são condicionadas pela sua situação na zona Sub-Tropical
como o fundamento da secura. No verão as temperaturas são elevadas devido a
formação das massas do ar. As temperaturas alcançam 40º c e mesmo 50º c.

9.2 – Península Arábica.


É característica uma integridade físico-geográfica pelo predomínio de desertos
que representam uma continuação dos desertos de África. Os desertos
Sedimentares desta península perto do Golfo Pérsico contém importantes reservas
de petróleo e uma bacia petrolífera do Golfo Pérsico que entra nos limites da
Arábia Saudita.
Tem o predomínio do ar Tropical continental durante todo o ano, que condiciona
escassez de precipitações. As condições climáticas não favorecem o
desenvolvimento da rede fluvial. Deste modo o consumo de água só é possível
com recurso a abertura de poços para a captação de águas subterrâneas.
Predominam desertos arenosos e aparecem Savanas arbóreas.

10- O Planalto do Tibete.


Constitui uma região Oriental em relação as condições naturais. Predominam
Desertos e semi-desertos montanhosos. A sua formação relaciona-se com os
movimentos da orogenia Alpina. Além dos antecedentes do Paleozóico o seu
levantamento acontece actualmente com a progressão de 1m/Século, o Tibet
167

Central e 3m Ocidental é uma superfície uniforme elevada de 450 – 5000 m de


altitude.
Para Tibete Oriental é característico um desenvolvimento tectónico e erosivo. No
Nordeste existem os Vulcões activos e no Sudeste levantam-se o sistema
montanhoso dos Himalaias de altitudes médias superiores a 7500 m é neste onde
se situa o Monte Chomolungma o ponto mais alto do mundo com 8.848 m +2m.

11- Ásia Meridional e Sudeste.


Engloba territórios da Península Indostão Indochina e Malaica. Situa-se nas zonas
Tropicais e Sub-equatoriais. A parte Sul (Península de Malaica) e algumas Ilhas
estão na zona Equatiorial. Um facto comum as monções do Índico influenciam as
precipitações que causam inundações na região.
As médias anuais de pluviosidade variam de 100 a 2000 mm não obstante a que é
uma das regiões mais pluviosas do mundo. Exemplo em Cerapunge a precipitação
é de 11.437 mm.

12- Arquipélago da Malásia.


É grande região insular que abrange as grandes e pequenas Ilhas da Sonda, das
principais destacam-se: A Ilha Kalimantão, Samantra e Ilha Java, e outras. A
maior parte das ilhas é de origem vulcânica, existem outras de origem de corais.

8.1 O Japão: Estudo particular das Ilhas Japonesas.


O Japão é um Arquipélago situado a Leste do Continente Euroásia na parte
Nordeste do Oceano Pacífico.
Compreende 3.400 pequenas e grandes Ilhas que perfazem no total cerca de
370.000 Km2 contudo apenas 4 se destacam pelas suas dimensões e número de
habitantes a saber:
Hokkaido, com 78.000 Km2 Honshu com cerca de 228.000 m2, Shikoko com
12.000 m2 e Kyushu com 36.000 Km2. O Arquipélago localiza-se totalmente no
Hemisfério Norte e Oriental. Está entre os Paralelos 29º e 95º Norte e entre 135º e
196º de Longitude Este.
168

As Distâncias entre as Ilhas e o Continente Euroasático variam de um ponto a


outro. No Norte a Ilha Hokkaido está a 300 km. A Ilha Kyusho a 200 km. Grande
parte do território é de origem recente e surgiu dos grandes dobramentos da
Crusta através de eras geológicas, originando montanhas.
Possui vulcões em actividade, regista abalos sísmicos frequentes facto que
demonstra uma estrutura geológica não consolidada. Constitui uma região
vulcânica do globo, fazendo parte do Ciclo de fogo do Pacífico. Existem mais de
180 vulcões extintos e em actividade e o mais famoso é o Vulcão Fuji Yana que
se tornou num verdadeiro símbolo do país e é o mais alto com 3.778 m de
altitude. Está inactivo desde 1707.
Os Tsunami (Maremotos), também constituem grandes problemas para o Japão.
O relevo constituído por montanhas (cerca de 80% do território) As planícies
16%. O clima do Arquipélago é influenciado por sua posição insular pelas
correntes Marítimas quentes procedentes do Sul e correntes frias procedentes do
Norte. Os rios são de pequena extensão em virtude da sua pequena largura e
predomínio de montanhas.

Sumário

A vastidão do Continente Euroasiático determina a existência de várias zonas


físico geográficas, nas quais encontramos uma diversidade de climas e
características litológicas específicas. Do mesmo modo podemos encontrar uma
diferenciação em termos de actividade sísmica e vulcânica de acordo com a
constituição geológica de cada zona. O Japão é uma das zonas mais activas do
ponto de vista de actividade sísmica e mesmo vulcânica.

Exercícios

1- Caracterize as diferentes Regiões físico-Geográficas do Continente


Euroasiático.

2- Como explica que a continentalidade seja um dos factores que tem grande
influência na disposição das zonas Físico Geográficas deste Continente?
169

3- Como fundamenta que o Japão seja um local bastante activo do ponto de


vista sismológico?

Entregar o exercicio 2

Unidade XVII

GEOGRAFIA ECONÓMICA REGIONAL


Breve resenha Histórica das Grandes Transformações
Económicas e Sociais do Mundo.

Introdução
Na presente Unidade de estudo caro Estudante, terá a oportunidade de fazer uma
viagem pela história dos principais acontecimentos económicos que tiveram
repercussão nas transformações políticas e Sociais e por conseguinte nas
alterações das estruturas económicas da sociedade em diferentes fases do seu
desenvolvimento com maior ênfase naquelas que tiveram um impacto forte sobre
a comunidade no geral. Maior influência e consideração se teve ás alterações no
mapa político do mundo pois este determina os diferentes tipos de sociedade que
o Homem foi construído ao longo dos anos. Dedicamos alguns trechos para os
princípios gerais e definições.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir a Geografia Económica de acordo com vários


Objectivos autores.

 Caracterizar os principais impactos ocorridos nas duas


Guerras Mundiais que tiveram repercussões importantes no
mapa político do mundo

 Caracterizar as transformações que se dão na sociedade


depois do acontecimento da Revolução Socialista de
Outubro.

 descrever as consequências da Revolução Socialista de


Outubro e seu impacto nas alterações políticas em África e
170

América Latina.

Conceito

A Geografia Económica Regional é uma Ciência humana e Social porque os


processos da produção, transporte, troca e de transformação e consumo de
produtos resulta de iniciativas humanas as quais devem suas características e
eficiência bem como as formas de organização provenientes do passado próprio
de cada grupo humano.
Cada lugar tem as suas características dependendo do grupo humano no passado.
A evolução milenar da cultura da humanidade determinou as principais
transformações que ocorreram ao longo dos anos, e com estas transformações, as
regiões foram adquirindo novas formas e posicionamentos de acordo com o
momento e sistemas vigentes.
A Geografia Económica Regional estuda as formas de produção, de transporte e
de troca de transformação, localização e consumo de diferentes produtos a nível
regional, em suma estuda a população e as suas actividades em diferentes regiões
concretas.
Deste modo a Geografia Económica regional constitui um subsistema do
subsistema do Sistema geográfico.
A relação da Geografia económica Regional com outras ciências
A Geografia Económica Regional tem relação com as seguintes ciências:
História, Sociologia, Antropologia, Economia Política, Matemática e estatística.
Cada uma destas ciências fornece elementos de inter-relação da qual resultam os
benefícios mútuos das ciências.
Economia Política - Como ciência das Leis económicas, fornece para a Geografia
Económica as Leis económicas e o desenvolvimento económico de cada Região.
Estatística - Fornece dados numéricos que vão confirmas as afirmações que são
dadas a volta do desenvolvimento económico de uma determinada Região para
dar maior rigor das informações prestadas. Reduz aspectos complexos em
aspectos mais simplificados em que números maiores podem ser reduzidos para
números muito simples.
171

Ciência Demográfica - É importante no processo de desenvolvimento económico


o estudo da população, o processo do seu crescimento dentro da região de modo a
conhecer os índices das populações economicamente activas e das que não são
economicamente activas de modo a planificar adequadamente a economia de uma
determinada região.

O Mapa Político do Mundo.

O mapa político do mundo é a divisão político administrativa do mundo em


territórios ou países.
O mundo actual é resultado de tudo quanto o homem realizou no passado e realiza
no presente, contudo as grandes transformações provém da II Guerra Mundial
entre 1939-1945, deste modo é consenso afirmar-se que o mundo actual é fruto da
II Guerra Mundial. Os impactos resultantes desta Guerra têm os seus efeitos na
vida actual.
Impacto das Mudanças Socio-Económicas sobre o Mapa Político do Mundo.
O Mundo pós Guerra foi caracterizado por vários acontecimentos dos quais
vamos analisar alguns pela sua importância e efeitos que deram sobre as regiões
do mundo no passado e na fase actual.
A divisão do mundo em blocos sob liderança dos Estados Unidos da América e a
Ex União das República Socialistas Soviéticas.
Estes dois países se tornaram os principais centros de influência internacional,
cultural e político passando a dominar a quase totalidade das nações mais fracas e
sobretudo economicamente débeis.
Outros acontecimentos tiveram lugar no período pós II Guerra Mundial, dos quais
podemos salientar os seguintes:
 A descolonização de África e América.
 A fundação da Organização das Nações Unidas.
 O Plano Marshal elaborado pelos Estados Unidos da América.
 O Mercado Comum Europeu.
 A Come-Com.
172

A LALC, OTAN, Pacto de Varsóvia, grande desenvolvimento científico e


tecnológico, a corrida espacial, o grande crescimento populacional.
 Elevação do nível da cultura dos povos.
 As guerras da Coreia, Médio Oriente, Vietname.
 As revoluções Chinesa, Cubana, a Guerra Fria e outros.

Breve análise do período antes da II Guerra Mundial.

As primeiras modificações ocorreram no mundo desde o século XI, pondo em


decadência o Feudalismo devido ao crescimento das Cidades e sua autonomia em
relação ao controlo do Senhor Feudal.
 O desenvolvimento dos Mercadores e das Cidades.
 O aparecimento nas cidades de oficinas e artesãos cujo desenvolvimento
resultou no surgimento de indústrias manufactureiras, dando origem a
Burguesia.
 Arrendamento das terras dos feudos aos antigos servos.
 O crescimento comercial, isto é a generalização do grande comércio já no
século XV entre a Europa, Sudeste Asiático e o Norte de África. Temos a
destacar que o comércio entre o Ocidente e o Oriente era dominado ou
monopolizado pelos Árabes, Italianos e Holandeses.
Neste período, Portugal sentido se descontente com esta realidade, começa a
procurar lugares que fornecessem mercadorias para serem comercializados.
Descobriram o comércio dos Árabes por terra e através do Mediterrâneo. Os
Árabes comerciavam ouro, marfim, pimentos. Deste modo o século XV é
conhecido como período da grande expansão marítima comercial em direcção a
África pelo Atlântico, primeiro pelos portugueses e depois pelos espanhóis,
ingleses, holandeses e franceses.

Impacto das Grandes Navegações do Século XV

Com as grandes navegações aconteceram grandes transformações que no geral


constam das seguintes questões:
 O eixo económico passou do Mediterrâneo ao Oceano Atlântico.
 O Capitalismo consolidou-se como sistema económico no mundo.
173

 Há fortalecimento da burguesia e do Estado.


 O Comércio torna-se actividade fundamental (Revolução Comercial)
 Acontece a Europeização do mundo, isto é os hábitos e costumes da
Europa foram transferidos para outros Continentes.
 Há formação de colónias europeias e feitorias na América e África.
 Há estabelecimento de grandes disputas pela grande liderança do
Comércio.
 Todos estes acontecimentos permitiram a implantação do comércio e o
desenvolvimento do Mercantilismo que veio estabelecer o monopólio e
sistema colonial.
Em regra as colónias produziam mercadorias e matéria prima e importavam
produtos manufacturados através de monopólios, isto é as colónias somente
podiam fazer comércio para sua metrópole.
Na primeira metade do século XVIII instalou-se uma rivalidade económica entre
Inglaterra e França.
A Inglaterra possui 13 colónias na América do Norte. Além do domínio de
Madrasta Calcutá e Bambain a França possuía a Nova França no Canadá a
Luiziana nos Estados Unidos da América e Feitorias na Índia em algumas Ilhas
nas Antilhas. A rivalidade económica deu origem entre a Inglaterra e França a
Guerra dos 7 anos (1753-1763) que gerou a ruína do Império colonial francês. A
França perdeu para a Inglaterra várias colónias a saber: Canadá, Luiziana parte
das Antilhas e algumas feitorias na Índia. Além destas conquistas a Inglaterra
alargou os seus domínios na Austrália, Nova Zelândia, Nova Caledónia, além de
receber Flórida da Espanha, tornando-se potência colonial do século XVIII,
mantendo maior desenvolvimento comercial a nível mundial e um acumulo de
capital. Possuía um grande mercado consumidos de produtos além de as suas
colónias fornecerem as matérias primas de que necessitava. Os capitais
acumulados criaram estabilidade política, do mesmo modo os depósitos de carvão
mineral e minérios de ferro foram importantes para que Inglaterra realizasse a sua
Revolução Industrial.
Os grandes progressos técnicos em diversas áreas como na agricultura e indústria,
que se destacaram com a descoberta de máquina de lavrar e muitas outras
174

possibilitaram o acumulo de produtos. Até 1830 apenas a Inglaterra havia


conhecido a Revolução Industrial.
A difusão da revolução Industrial por vários países provoca uma nova realidade
pelos países industrializados devido a competição na produção com objectivo de
produzir em grande escala ou em quantidade, mas a menos preço.
Possuía o maior número de consumidores e compradores;
Possuía fontes seguras de matéria-prima que faltavam em suas terras como ferro,
carvão.
Em investimentos de capitais disponíveis a Inglaterra procurou regiões onde
investir em exploração de minas empresas eléctricas, construção de vias e outros
empreendimentos.
Até o século XIX ainda existiam grandes extensões de terras desconhecidas na
Ásia e África.
América já tinha donos, os Estados Unidos da América, a Inglaterra Portugal
Espanha, dividiam entre si o Continente americano. Porém no decurso do século
XIX as colónias da Espanha e Portugal obtiveram a sua Independência.
Foi assim que grandes áreas do Continente africano e asiático começaram a sofrer
intervenção de Potências coloniais. Os grandes impérios coloniais perduram até
praticamente a segunda Guerra Mundial. Depois da segunda Guerra Mundial
ocorre o grande processo de descolonização, independência das antigas colónias.
Os grandes acontecimentos que tiveram lugar no século XX podem-se destacar os
seguintes:
A ocorrência da Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918. A formação de
impérios coloniais, continuou o tal interesse de possuir colónias o que constitui
um meio de dominação.
Disputavam-se as concessões de minas.
Fornecimento de armas aos outros países.
Já se adoptava uma política imperialista de expansão com finalidade de domínio
político do mundo.
Assim as potências encontravam-se num impasse no início do século XX, a luta
económica conduzia ao Imperialismo.
175

Esses conflitos tornavam problemáticas as questões políticas. Como consequência


os países europeus dividiram se em dois grupos ou blocos através de alianças.
Surge a Tríplice Entente - 1907, formada pela Inglaterra, França e Rússia.
A tríplice Aliança – 1912, formada pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália.
A partir deste ano os países da aliança começaram a se fortificar, gerando uma
corrida ao armamento.
Em 1914 a 28 de Julho inicia a Primeira Guerra Mundial, que se prolongou até
1918 que provocou 13.000.000 de mortes entre populações civis e militares.
Esta guerra juntou grupo de países que estabeleciam alianças entre si contra os
seus inimigos: De um lado a Alemanha, o Império Austro-Hungaro a Turquia e
Bulgária e do outro a Inglaterra a França, a Rússia, Sérvia, Bélgica e
Luchemburgo e Japão.
Posteriormente outros países entraram na guerra ao lado do últimos: Roménia-
1916, Portugal, Estados Unidos de América, Grécia Brasil e China – 1917,
Guatemala Haiti Honduras, 1918.
Com o fim da Guerra vários tratados foram assinados entre os países:
Tratado de Versalhes, Saint Germain, Trianon;
Tratado de Nevilley, esses tratados mudaram a divisão política europeia, surgiram
vários Estados Independentes.
Com a realização da Conferência de paz em 1919 após a I Guerra Mundial
nasceram novos Estados europeus. Por iniciativa do Presidente americano W.
Wilson idealiza se a criação de uma entidade internacional. Tal entidade chamou-
se Sociedade das Nações ou Liga das Nações a 28 de Abril de 1919 na Genebra
Suíça.
Através de votação dos seus membros, a Sociedade das Nações conseguiu
resolver várias disputas como a Guerra do Chaco Paraguai e Bolívia. Polónia e
Lituania; porém não conseguiu impedir a invasão da Etiópia pela Itália-1935,
Manchúria pelo Japão-1931, luta do Japão com a China – 1935.
Do mesmo modo foi incapaz de impedir a II Guerra Mundial, muito mais violenta
que a primeira.

A Revolução de Outubro.
176

No decurso da Primeira Guerra Mundial a Rússia era um país pobre, e bastante


atrasado, com o predomínio de uma economia feudal por um lado e uma pequena
burguesia por outro lado. Possuía diferenças sociais onde os operários se
encontravam em algumas cidades industriais como Moscovo, Odessa e outras.
Entre as classes manifestavam-se várias forças políticas Marxistas. Os Marxistas
estavam divididos por dois grupos a saber: Os Bolchevistas, que constituíam a
maioria, chefiados por Vladmir Ilich Lenine e os Menchevistas que constituíam
a minoria, chefiados por Trotski e Martov, ambos lutavam contra o Governo de
Kzar Nicolau II e por uma introdução de reformas na Economia Russa.

Em 1917, Kzar foi derrotado e foi constituído um governo de coligação de vários


partidos. Em 1917 ocorreu a Revolução liderada por Vladmir Lénine.

O novo governo inicia uma série de transformações e realiza em Março de 1918


um tratado com Alemanha - o Tratado de Brest-Litousky, através do qual a Rússia
saia da Primeira Guerra Mundial para a consolidação da sua Revolução. Foi assim
implantado o primeiro sistema Socialista do Mundo.

Mais tarde outros países da Europa e Ásia adoptaram o Socialismo que recebeu
uma forte influência da Rússia.

Formou-se a URSSS- União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, mais tarde


dividida em 17 Repúblicas Federais.

A implantação do Socialismo deu início a escala mundial a luta das Ideologias.


Destes acontecimentos a Rússia tornou-se uma Superpotência e ao lado dos
Estados Unidos de América passa a exercer um papel de liderança nas questões
Internacionais e os dois passam a disputar a liderança do Mundo.

Sumário

O mundo actual é resultado de tudo quanto o homem realizou no passado e realiza


no presente, contudo as grandes transformações provém da II Guerra Mundial
entre 1939-1945, com esta afirmação é possível entender que o mundo que se vive
hoje é resultado de um conjunto de transformações contínuas do qual se tenta
elevar cada vez mais o nível de vida das populações no seu desempenho das suas
actividades diárias e no conjunto dos planos estatais para a transformação da
177

sociedade. Estas transformações tiveram o seu impacto nas modificações do mapa


político do Mundo.
O Mundo pós Guerra foi caracterizado por vários acontecimentos que de uma ou
de outra forma tiveram a sua influência nas relações internacionais e
determinaram uma nova ordem económica em função dos novos acontecimentos.

Exercícios

1- Descreva as grandes transformações ou


factores socio-económicas que tiveram
impacto nas alterações da regiões
economicas

Nb. Entregar
179

Unidade XVIII

As Principais Variações Económicas e suas


Consequências no Contexto Politico-Económico.

Introdução
O presente módulo tem por finalidade incutir no estudante deste nível os
conhecimentos sobre a geografia económica regional, nas suas
particularidades e nos conteúdos que vão ser objecto de análise no
processo de ensino-aprendizagem. A Crise económica que afectou os
Estados Unido de América teve as suas influências nas grandes
alterações ocorridas no processo de desenvolvimento da sociedade
europeia e não só, como também dos outros povos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Determinar as causas da crise económica nos Estados Unidos da


Objectivos América durante os anos 1929-1933.

 Caracterizar o tipo da crise Económica dos Estados Unidos da


América.

 Descrever as principais consequências da Segunda Guerra


Mundial para as transformações no Mundo.

 Descrever os critérios de classificação dos países desenvolvidos.

Crise Económica nos Estados Unidos de América.

Com início da segunda metade do século XIX os Estados Unidos da


América conheceram o seu crescimento económico durante a Primeira
Guerra Mundial porque os países europeus devido a guerra estavam
impedidos de manter maiores relações comerciais com Ásia e América
180

Latina e foram substituídos pelos Estados Unidos de América,


ampliando o seu mercado e zona de influência.
Durante a guerra os Estados Unidos da América abasteceram muitos
países europeus em produtos industrializados e matéria-prima
aumentando o crescimento económico da América do Norte. Depois da
Primeira Guerra Mundial toda Europa com a excepção da Rússia tinha
dívida com os Estados Unidos da América. A Itália e Inglaterra
pressionaram a Alemanha que tinha dívida resultante das indemnizações
resultantes das decisões do Tratado de Versalhes. A Europa passou a
perder a hegemonia económica.
Em 1929, a Economia europeia progressivamente se ia recuperando, e
como consequência os Estados Unidos começaram a perder parte de
venda dos seus produtos no mercado europeu. Há queda de
desenvolvimento da Economia Norte Americana.
A produção Norte americana passou a ser excessiva gerando uma
falência das Empresas e desemprego havendo como consequência em
1933, 13 milhões de desempregados nos Estados Unidos da América
e o Capitalismo Norte americano entrou em crise. Essa crise tornou-
se Mundial. Muitos países dependiam da Economia Norte americana,
por outro lado, a Alemanha, visando a reconquistar os territórios
perdidos na Primeira Guerra Mundial, já em 1930 a Alemanha anexava
Áustria e depois uma parte da Checoslováquia, e desde então o
expansionismo alemão atingiu toda Europa gerando em 1939 a Segunda
Guerra Mundial com todas as consequências sobre o mundo e dividindo
o em Bloco Socialista sob orientação da União Soviética e (Lanine) e o
Bloco Capitalista sob direcção dos Estados Unidos da América.
O decurso da Segunda Guerra Mundial ditou o avanço e conquista de
territórios antes sob influência capitalista e sua transformação em países
Socialistas, portanto regidos por uma economia Centralizada e com
características próprias. Deste modo podemos afirmar que a Segunda
Guerra Mundial teve consequências políticas de destaque, das quais
podemos mencionar as seguintes:
181

 A divisão do mundo em dois blocos Socialista e Capitalista.


 A divisão da Alemanha em dois países (a República Federal da
Alemanha e a República Democrática da Alemanha).
 O alargamento do campo ou grupo de países socialistas a nível
mundial.
 Integração Europeia.
 Fundação das Nações Unidas
 Surgimento da Guerra Fria 1945-1991.
 Adopção do Plano Marshal para recuperação do Países Europeus
e estados Unidos da América.
 Descolonização de muitos países.
 O Neocolonialismo.
 O surgimento de Países do Terceiro Mundo.
 A Reunificação da Alemanha com o fim da Guerra Fria.

Dentro do contexto da Geografia Económica há que o Estudante ter a


noção das diversas classificações que se realizam em relação aos países
e os diferentes critérios utilizados, só assim estará em altura de perceber
o porque das diferentes alterações que se operam na esfera política e
económica dos países, e saberá enquadrar dentro deste contexto as
transformações que se operam no nosso país em particular e no
Continente africano no geral.
Quanto ao seu nível de desenvolvimento os países classificam-se em:
Países desenvolvidos
Países Subdesenvolvidos/ Países em via de desenvolvimento.
Quanto a sua Organização económica ou (Sistema Económico) podemos
ter:
Países Capitalistas
Países Socialistas
Países do Terceiro Mundo.

Critério de Classificação
182

1- PNB (Produto Interno Bruto)


2- Sistemas Económicos vigentes
3- Consumo de Energia Habitante/ano
4- Consumo de Calorias Habitante/dia
5- Consumo de aço Habitante/ano
6- Índice de desenvolvimento Humano
7- Nível de desenvolvimento industrial.
8- Renda Percapita.
9- Consumo de água Habitante/dia
10- Concentração de percentagem de população urbana.
11- Ocupação da População
Fora destes critérios apresentados existem outros que de acordo com o
crescimento e transformação da sociedade têm sido adoptados para
diferenciar um grupo de países do outro. Cabe a si Estudante procurar
enriquecer os teus conhecimentos nesta matéria de modo a ser capaz de
entender a dinâmica das transformações económicas dos países.

Sumário

No processo de desenvolvimento económico algumas estratégias podem


não ter sucessos com a mudança dos principais factores de
desenvolvimento. Tal foi visto com a mudança das condições do
Mercado europeu com o fim da Guerra em 1918, quando os europeus
começão a erguer-se da Guerra e como consequência os Estados Unidos
começaram a perder parte de venda dos seus produtos no mercado
europeu. Há queda de desenvolvimento da Economia Norte
Americana. A crise americana teve como impacto a superprodução,
com produtos sem colocação no mercado, o que provocou desemprego e
encerramento de fábricas e lançamento de grandes quantidades de
produtos no mar.
183

A Segunda Guerra Mundial trouxe uma série de transformações que vão


desde a divisão do mundo em dois blocos, o Socialista e Capitalista,
determinando um relacionamento bipolarizado entre as nações. Este
factor provocou a divisão de alguns países em dois como foi o caso da
Alemanha.

Um factor fundamental foi o início de da descolonização dos países da


África e da América Latina.

Exercícios

1- Caracterize a crise económica dos Estados Unido da


América dos anos de 1933?

2- Quais foram as consequências da Segunda Guerra Mundial


que conheces?

3- Dos critérios de classificação do desenvolvimento, escolha


um e explique?

Faça os exercícios e entrega a questão 2


185

Unidade XIX

O Continente Europeu

Introdução
A presente Unidade tem por finalidade incutir no estudante deste nível
os conhecimentos sobre a Geografia Económica Regional, tomando
como referência o Continente Europeu. Na Geografia Física Regional
estudamos o Continente Europeu, observando no fundamental os
aspectos físico geográficos deste continente, neste capítulo vamos
analisar o mesmo continente do ponto de vista da Geografia Económica,
convictos de que os conhecimentos da cadeira anterior serão bastante
úteis para a interpretação de aspectos desta nova cadeira. Os fenómenos
físicos têm sua influência nos fenómenos sócio-económicos, deste modo
a Geografia Económica tem uma estreita relação com a Geografia Física
que estudamos no outro módulo.
Neste Módulo estudaremos com profundidade os termos Europa
Ocidental e Europa do Leste do ponto de vista da Geografia Económica.
A análise do Continente europeu poderá continuar nas Unidades
seguintes, mesmo quando estejamos a analisar outros continentes uma
vez que o Continente Europeu foi o maior dinamizador dos principais
aspectos que transformaram o mundo ao longo dos anos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Localizar o Continente Europeu e as suas descriminações do


Objectivos ponto de vista regional.

 Interpretar o Mapa Político mundial nas diferentes fases do seu


desenvolvimento.

 Determinar as regiões de maior concentração populacional da


Europa.
186

O Continente Europeu

A Europa foi durante Séculos a raiz de movimentos sociais políticos,


económicos e culturais importantes como podemos mencionar a
Democracia Grega, o Capitalismo e o Socialismo. Devemos destacar
que as leis romanas, o renascimento cultural e artístico foram o berço da
civilização moderna e industrial. A Europa forneceu contingentes de
populações para povoar várias áreas dos outros Continentes, como
América, Austrália e tem liderado movimentos históricos importantes
como a Revolução Francesa.

A Europa tem sido a região de grandes diversões políticas além de


campo de batalha em que duas guerras mundiais tiveram lugar. Teve a
iniciativa de conquistar as terras e o processo de colonização através da
revolução Comercial. A Europa impôs o seu modelo de vida a outros
povos do mundo e encontra-se entre as grandes superpotências que
dividiram o mundo com a liderança da União Soviética do lado
Socialista e os Estados Unidos da América do lado Ocidental.

REGIOES POLITICAS ADMINISTRATIVAS

A História europeia é desde os tempos remotos repleta de conflitos,


estando sujeita a vários modelos políticos. As grandes transformações
dão se depois da Segunda Guerra Mundial em que vários países de
acordo com a sua inclinação dividem o Continente em dois grandes
blocos políticos e económicos.
A Europa do Oeste ou Ocidental, formada por países situados a
Ocidente que possuíam uma organização política social liberal ou
Capitalista.
Europa do Leste ou Oriental, formada por países localizados na
porção leste do Continente. Esses países possuíam uma organização
político-social Socialista.
187

A configuração dos países europeus resultou de um longo e conturbado


processo histórico exemplo: A Jugoslávia resultou de uma estrutura
feudal que aglutinou as Repúblicas Bálticas conseguindo a harmonia
entre os povos.
A Irlanda foi dividida em duas Ulsta a Norte com a maioria protestante e
é uma província do Reino Unido. O Eire a Sul Católico e é Estado
Independente.
A Alemanha foi dividida em dois blocos em 1949- RDA, (República
Democrática da Alemanha) e RFA (República Federal da Alemanha),
com as transformações mais recentes em 1989, dão se várias
modificações onde temos as duas Alemanhas a unificarem-se em 1990, e
Berlim unificada passa novamente a desempenhar o seu papel político
de Capital.

Vista do Mapa Político da Europa

Regiões culturais da Europa Europa central Europa do Leste


Europa do Norte Europa Oeste ou Ocidental (vista parcial)
Europa do Sul Países da Ásia que tem territórios na Europa

A Ex URSS, (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), desintegrou-


se e as suas 15 Repúblicas assumiram-se como Estados soberanos e
188

alguns associaram-se e formaram a Comunidade de Estados


Independentes CEI.
Muitos Estados da Jugoslávia entram em conflito pela reafirmação da
Independência. A Croácia é reconhecida pela Comunidade europeia,
portanto a Europa como o Mundo em geral está em constante
transformação, desaparecendo Estados e surgindo novos.
O modo de produção não tem um limite padrão para passar de um para o
outro Modo de produção, este depende dos processos de
desenvolvimento do próprio sistema do modo de produção. As Leis
locais ditam uma mudança espontânea.

População.

O Continente europeu está bastante povoado, contudo nem todas as


regiões estão igualmente povoadas. O que explica esta situação está
ligado a factores de influência climática, relevo, históricos e industriais.
Existem áreas de maior densidade populacional e de reduzida densidade
populacional.
Em relação ás áreas de maior densidade populacional encontram-se
junto do Mar do Norte parte das Ilhas Britânicas e Penínsulas
Escandinavas e todo o conjunto que daí se estende ao Norte da Itália,
que é interpelado por grandes linhas de relevo.
Outra região dispõe-se de forma horizontal do Sul da Grã Bretanha e
Península Escandinava e todo o conjunto que daí se estende ao Norte da
Itália que interpela grandes linha ou relevo.
A terceira região dispõe-se até aos países do Leste Europeu em resumo a
Europa Ocidental e Central é de maior densidade populacional com 153
habitante/km2.
Em relação as áreas de menor densidade populacional temos a Europa
do Norte onde a população concentra-se nas faixas costeiras.

O Crescimento da População Europeia.


189

A Europa foi o primeiro continente a conhecer a Revolução Industrial e


o primeiro a conhecer a redução da taxa de mortalidade e o crescimento
rápido da população. Depois reduziu a Taxa de mortalidade o que mais
tarde reduziu o crescimento da população.
A Europa é um Continente que primeiro sofreu as modificações
demográficas decorrentes da Revolução Industrial e após a Revolução
Industrial a População passou por diversas transformações onde a queda
da taxa de mortalidade devido a melhoria das condições de saneamento
assistência médica o desenvolvimento económico provocando a
expansão demográfica de países desenvolvidos deste Continente.
A segunda transformação foi a queda de natalidade e associada na baixa
mortalidade, os índices de crescimento vegetativo reduziram.

Sumário

Durante Séculos a Europa foi o epicentro de movimentos sociais


políticos, económicos e culturais importantes como podemos mencionar
a Democracia Grega, o Capitalismo e o Socialismo. Assim o Continente
assume uma importância extrema e quase que uma posição de liderança
nos acontecimentos sócio-económicos do mundo ao longo da história e
em certa medida ainda na actualidade. O uso dos termos Europa
Ocidental, ou Oriental ou do Leste, durante anos serviu não só para
indicar a posição geográfica dos países integrantes desta região, mas
para designar os países pertencentes a cada um dos blocos políticos
como sejam Capitalista para o termo Ocidental, Socialista para o termo
Oriental ou do Leste.

É importante notar que a Europa concentra a sua população na parte


Ocidental e Central, com uma densidade que atinge os 153 hab/km2 esta
cifra representa uma concentração da população bastante considerável
do ponto de vista demográfico.
190

Exercícios

1- Depois da Segunda Guerra Mundial o mundo ficou dividido em


dois blocos que determinaram duas regiões. Quais são estas
regiões?

2- Quais são as regiões de maior povoamento na Europa?

3- Destaque as principais origens do povo europeu que conheces?

Faça os exercícios e entrega a questão 1


191
192

Unidade XX

Aspectos Económicos do Continente Europeu

Introdução
Nesta Unidade continuaremos a analisar o Continente europeu, nos
aspectos económicos, teremos a oportunidade de analisar as principais
realizações económicas com impacto nas transformações geográfico-
económicas e a análise vai incidir na Indústria, urbanização e o nível de
crescimento económico da Europa ao longo dos anos do seu
desenvolvimento.
Analisaremos aqui a urbanização ocorrida no Continente que o tornou o
Continente mais urbanizado do mundo e vamos analisar as causas do
crescimento das cidades que tiveram como um dos factores
dinamizadores a Revolução Industrial iniciada neste Continente

A UE (União Europeia) é um bloco económico, político e social de 27


países europeus que participam de um projecto de integração política e
económica. Este projecto tem dado passos importantes no
desenvolvimento do Continente para fazer face as desigualdades que se
verificavam entre a Europa e a maior potência do Mundo, os Estados
Unido de América. O Euro, moeda desta região tem vindo a equilibrar o
desenvolvimento, competindo com o Dólar Americano, tendo criado
uma zona de Euro, importante na concorrência.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar o nível de desenvolvimento da economia europeia.


Objectivos  Distinguir as principais regiões de desenvolvimento económico
193

do Continente europeu.

 Determinar os países membros da União Europeia.

 Discriminar os objectivos da União Europeia.

 Interpretar a origem da União Europeia.

Aspectos Económicos do Continente Europeu.

Os países do Continente Europeu apresentam um desenvolvimento


económico e social bastante heterogéneo. Existem países ou Regiões
cuja Economia é basicamente agrícola, tem como principais pólos de
dinamismo económico as Capitais políticas por nelas estarem
concentradas as grandes indústrias nas suas periferias. A sua agricultura
transformou-se nos últimos anos do Século XX devido a modificações
do comportamento dos agricultores isto é mais informados e com
formação técnica.
Estão mais abertas a inovação e modernização. Actualmente os
agricultores frequentam feiras de divulgação de novas tecnologias.
Recorrem a subsídios especialmente criados para o apoio a determinadas
culturas tem a possibilidade de contactar os Bancos e frequentam as
Companhias Asseguradoras. Tem a possibilidade de consultar os
agrónomos e contabilistas para obter maiores rendimentos.
Para evitar problemas individuais criam se cooperativas com três
finalidades:
 Cooperativa de máquinas - visa a aquisição de maquinaria a ser
utilizada por toda os cooperativistas.
 Cooperativas de exploração - junção de propriedades para
utilidade e exploração comum.
 Cooperativa de serviços - garantir a organização em relação a
alguns aspectos como venda armazenamento e transformação.
Estão neste grupo de países Portugal Espanha Grécia e outros.
194

Alguns países apresentam grande dinamismo económico, para um alto


nível de desenvolvimento industrial condicionado por um conjunto de
factores como:
Bacias carboníferas e de minério de ferro.
Formação de impérios coloniais fornecedores de matérias primas e do
mercado consumidor.
A grande produção de energia eléctrica produz eficiência de meios de
transportes.
Existência de mão-de-obra qualificada.
Mercado consumidor com grande poder aquisitivo.
Firmeza da política de exportação.
Outros países possuem indústrias antigas que estão em crise e estão
ligados entre si por espaços industriais recentes: Reino, Unido, França,
Luxemburgo, Suécia e Sudeste da Polónia.
Outros países possuem um alto nível de vida sem terem atingido um
grande desenvolvimento industrial. As suas indústrias localizam-se no
prolongamento do grande eixo industrial anterior e nas proximidades de
grandes cidades e capitais políticas.

Indústria na Europa.

A Indústria na Europa de uma maneira geral está desigualmente


distribuída pelas regiões;
Em primeiro lugar Europa Ocidental e Central é a região de maior
concentração industrial e corresponde a maiores aglomerações urbanas.
Os países do Sul e do interior apresentam menos concentração industrial
e urbana. As áreas urbanas e industriais não apresentam todas
características comuns.
Em algumas áreas as indústrias dominantes são o resultado de um
processo que iniciou no século XX estas apresentam sérios problemas e
tornam-se pouco viáveis economicamente.
195

Noutras áreas o desenvolvimento industrial é recente e as indústrias


estão equipadas com tecnologias modernas e com grande ligação aos
centros de investigação científica.

Urbanização na Europa.

Como se verifica em todos os continentes na Europa a população urbana


tem vindo a aumentar. No início do século XVIII podia se destacar
Cidades como: Moscovo, París, Londres e Constantinopla.
Constantinopla e París eram as mais populosas com 1500.000 e
1000.000 respectivamente e Roma, Londres e Moscovo tinham 200.000
a 300.000 habitantes.
Fazendo análise evolutiva chega se a conclusão de que houve grande
crescimento das cidades. As cidades da Europa Central e Ocidental
foram as que maiores crescimentos tiveram. Surgiram novas cidades
observando-se um contraste entre a parte Ocidental e do Sul ou
Meridional.
Londres, París e Moscovo até 1993, tinham mais de 6.000.000 de
habitantes e Roma e Constantinopla cerca de 192.000.000 de habitantes
e Lisboa com menos de 1000.000 de habitantes.
Existem uma grande coincidência entre as áreas de concentração
populacional com as demais partes de Cidades. Bacia dos rios Reno e
Ruter, região de Londres e sul de Grã Bretanha, París e seu
prolongamento pela Bélgica e Luxemburgo assim como outras regiões
dispersas.

Causas do Crescimento das Cidades.

1- Revolução Industrial, foi grande impulsionador das cidades, veio a


reduzir consideravelmente para o desenvolvimento das áreas industriais
crescendo assim as áreas urbanas existentes e surgindo novas Cidades.
Exemplo na região da Bacia Hidrográfica de do Reno e Ruhr século
XVII se destacam as Cidades de Colónias Bona Dusse. Já no fim do
196

século XIX observa-se uma importância de área industrial que se


relaciona com a descoberta de jazigos de ferro e carvão surgindo
grandes cidades como a Luxemburgo Essen e Ulupputat.
Em 1950 a população urbana na Europa era 85% em 1975 74% e 79%
em 2000.
Em 1983-85 os países mais urbanizados são a Bélgica 96% Reino Unido
92% Irlanda 89%, Holanda 80% e Dinamarca 90 %
Os países menos urbanizados;
Portugal 31%
Albânia 41%
Jugoslávia 46%
Turquia 45%
Roménia 49%

Regionalizacao da Europa
De acordo com o critério físico-geográfico a Europa subdivide-se em:
Europa Setentrional
Europa Ocidental
Europa Central
Europa Oriental ou do Leste
Europa Meridional ou Mediterrânica.
A Europa Setentrional

A Europa Setentrional abrange 5 países localizados no extremo Norte do


Continente europeu nomeadamente: Noruega, Suécia, Dinamarca,
Finlândia e Islândia.
Até 1985 possuía 22 000 000 de habitantes numa área de 1.200.000 m2
na sua maioria são povos de origem germânica com excepção dos
Fineses que são de origem asiática.
A Suécia, Noruega e Dinamarca são tradicionalmente reunidos sob a
designação de Países Escandinavos. A Finlândia e Islândia embora
afastados também pertencem a Península Escandinava. A principal
característica é de ter um alto nível de vida a nível do Continente.
A Suécia era mais industrializada até 1980, na Indústria naval na
Siderúrgica automobilística - Volvo; indústria electrónica mecânica e na
exploração de minérios principalmente de ferro.
197

Possui uma agricultura e pecuária bem orientados e apenas 30% do seu


território é cultivável, contudo a produtividade é elevada graças ao
emprego de técnicas modernas e a exploração madereira representa um
papel importante.
A economia da Noruega baseia-se na pesca e até 1985 possuía a 3ª frota
mercante do mundo. A sua agricultura é limitada a 3% do território em
virtude das condições desfavoráveis e cerca de 90% de áreas não
importantes para agricultura.
A produção de electricidade com ulha branca é elevada pois as
condições dos seus rios facilitam a produção hidroeléctrica.
A Finlândia é o país de maior produção florestal e 70% do seu território
é ocupada pela floresta boreal, produz papel, celulosa e madeira.
A Dinamarca possui uma economia agrícola, pecuária, pesca e indústria
de lacticínios. A indústria de produtos alimentares ocupa um lugar de
destaque para a exportação.
A Islândia é considerada terra do fogo e das geleiras. O seu território
possui vulcões em actividade que produzem geisseres e é em grande
parte coberta em geleiras.
O calor de geisseres é aproveitado para aquecimento de estufas onde se
produzem culturas tropicais e aquecimento doméstico. Sua economia
baseada na pesca constituindo 95% das exportações do país. A pecuária
e agricultura são realizadas onde é possível porque uma pequena parte
da Ilha permite o desenvolvimento dessa actividade.

5.1 Europa Ocidental.

Distinguem-se os países insulares do Reino Unido da Grã Bretanha, do


Reino da Irlanda, e os países continentais como a França, Bélgica,
Holanda e Luxemburgo.

5.1.1 O Reino Unido


Compreende a Irlanda do Norte o país de Gales, a Escócia e a Inglaterra.
A República da Irlanda torna-se Independente em 1922, depois de se ter
198

separado do Governo Britânico e a Ilha da Irlanda foi dividida em Eire,


República da Irlanda e a Irlanda do Norte. Esta última passou a fazer
parte do Reino Unido.
Nesta região tem uma particularidade de destaque por ser a mais
industrializada do Continente graças a Revolução Industrial que se
iniciou nesta Região do Continente.
O Reino Unido é bastante industrializado e urbanizado, distinguindo-se
três Regiões Industriais:
Regiões Tradicionais;
Regiões Modernas;
Regiões de Indústria de Ponta
O desenvolvimento destas indústrias teve o factor impulsionador a
riqueza do país em jazigos de ferro e carvão.
Os tipos da indústria são: Indústria Siderúrgica, de Construções,
mecânica, navais, químicas, têxteis e de Centrais Atómicas.
As grandes Regiões industriais são: Londres, Bismigham, Shefild,
Liverpool, Manchester, Leeds Glasgow.
Em 1988 teve como principais exportações máquinas e equipamento de
transporte, 34,4 %, produtos manufacturados 26,6 %, combustíveis
minerais 23% e químicos 11,3%.

Agricultura

É praticada em pequena escala nível mundial e apenas 4% e 30% do seu


território era ocupado para este fim. A maior parte da indústria é
ocupada para pecuária bovina e cerca de 62% do território. A maior
parte de produtos são importados em cerca de 60% das necessidades são
importadas.
O Reino Unido é bastante urbanizado. Entre 1983-85 a taxa de
urbanização era cerca de 92% e cerca de 21% de população no sector
primário, 42% no sector secundário, 56% no terciário. A origem do seu
povo são Anglo Saxões e os Irlandeses Selcas.
199

Em relação da República da Irlanda ocupa 5/6 da Ilha da Irlanda e


somente uma pequena parte é utilizada para agricultura enquanto que a
maior parte é para a pecuária bovina ouviana e equinos (cavalos).
Para acelerar o desenvolvimento industrial estimula-se a entrada de
capitais estrangeiros através de impostos fiscais. Do mesmo modo há
que considerar o problema de falta de mão-de-obra.
Bélgica, Holanda e Luxembrurgo, estes países formam a Benelux, são
conhecidos também como países Baixos. Até 1985 a Holanda tinha uma
densidade populacional de cerca de 400 h/km2 . Luxemburgo com cerca
de 140 h/km2 isso fez com que as suas terras fossem intensivamente
aproveitadas e isso na Holand onde há terras baixas situadas no curso
inferior dos rios ameaçados pela invasão do mar, constroem-se diques.
A agricultura é de forma intensiva e científica, permitindo grande
produtividade da terra e uma pecuária de alto nível de produção.

A Indústria

Os países apresentam uma tradição industrial bastante antiga, desde a


têxtil, de transformação de lã, ou de pele de ovelha proveniente do Sul e
Este, assim como cacau, cana de açúcar, tabaco, borracha, diamante.
Este factor está relacionado com as relações comerciais com as antigas
colónias. Estas indústrias situam se perto de Amsterdão para permitir o
escoamento através do Porto.
Na Holanda os factores que influenciam o desenvolvimento industrial
foram as condições físicas e a situação geográfica e os recursos de
subsolo como o carvão mineral, gás natural e o petróleo.
A indústria pesada sofreu maior desenvolvimento nos últimos anos da
década 80 e essas transformações foram sobre o petróleo que embora se
explore em vários locais é transportado e transformado em refinarias
junto de Amsterdão e Roterdão, Portos de grande importância
económica.
A indústria Siderúrgica concentra-se em Ljmuidem por ser o local por
onde chegam por mar o coque e o minério de ferro ambos importados. A
200

fundição de estanho em Arnhem é a principal em toda Europa Ocidental.


Do ponto de vista de indústrias, aqui destaca-se também a indústria de
produção alimentar nacional e para exportação, podemos salientar a
indústria leiteira, de queijo, margarina, cerveja cacau chocolate, cana de
açúcar e outras.
Existem também as indústrias de esmaltes, têxtil de veludos e lapidação
de diamantes. Do mesmo modo existem indústrias de Centrais térmicas
alimentadas de carvão de jazigos de Luxemburgo, grandes exportações
de petróleo refinarias de petróleo importado através de Roterdão e
Amsterdão jazigos da região de Groningue que são das mais importantes
do mundo.
Altos fornos e as siderurgias de Lisnden para a produção de ferro, a
construção naval de Amsterdão e Roterdão, a transformação de lã e
algodão e de fibras sintéticas enviadas para o mercado nacional e
estrangeiro; produtos químicos, petroquímicos e matérias plásticas,
aparelhos electrónicos como Philips em Eidnorum, automóveis e
camiões de marca DAF, aviões FOKKER e todas espécies de
maquinarias, são exemplo de uma variedade de produção industrial desta
Região.
Em conclusão o desenvolvimento Industrial dos Países Baixos deve-se a
factores como:
Posição geográfica privilegiada.
Qualidade de vias de comunicação incluídos os canais navegáveis entre
Roterdão e Amsterdão.
Elevado nível técnico e profissional principalmente dos Holandeses,
existência de elevados capitais concentrados em empresas
internacionais.

A União Europeia e a Integração Regional.


A UE (União Europeia) é um bloco económico, político e social de 27
países europeus que participam de um projecto de integração política e
económica. Os países integrantes são: Alemanha, Áustria, Bélgica,
Bulgária. Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia,
Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia,
201

Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polónia, Portugal, Reino


Unido, República, Romênia e Suécia. Macedônia, Cróacia e Turquia
encontram-se em fase de negociação. Estes países são politicamente
democráticos, com um Estado de direito em vigor.

União Européia

Os tratados que definem a União Europeia são: o Tratado da


Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), o Tratado da
Comunidade Económica Europeia (CEE), o Tratado da Comunidade
Europeia da Energia Atômica (EURATOM) e o Tratado da União
Europeia (UE), o Tratado de Maastricht, que estabelece fundamentos da
futura integração política. Neste último tratado, se destaca acordos de
segurança e política exterior, assim como a confirmação de um
Constituição Política para a União Europeia e a integração monetária,
através do Euro

Objectivos da União Europeia

 Promover a unidade política e económica da Europa;


 Melhorar as condições de vida e de trabalho dos cidadãos
europeus;
202

 Melhorar as condições de livre comércio entre os países


membros;
 Reduzir as desigualdades sociais e económicas entre as
regiões;
 Fomentar o desenvolvimento económico dos países em
fase de crescimento;
 Proporcionar um ambiente de paz, harmonia e equilíbrio
na Europa.

A União Europeia, O tratado de Maastricht, 1992

O tratado de Maastricht, é na realidade, uma reelaboração de todos os


tratados que desde 1957 foram sendo desenvolvidos na comunidade
Europeia, para ter um só de referência. Sua finalidade última é a União
política de todos os países que fazem parte da União Europeia.
Na matéria da política exterior e segurança se pretende a defesa de uns
valores comuns e o fortalecimento da segurança da União Europeia e
seus países através da criação de um Exército europeu: UEO, com um
compromisso de defender a paz, liberdade, a democracia e os direitos
humanos em todo o mundo.
A cidadania europeia é uma ampliação ao direito a livre circulação e
implica a faculdade de exercer os direitos civis em qualquer país da
União Europeia, tanto o de exercer o direito de voto e ser eleito num
país estrangeiro.
O Euro é a moeda única dos países integrantes da União Europeia, trata-
se de um mercado regional efectivo, com moeda única; o Euro. Esta
moeda entrou em vigor a 1 de Janeiro de 1999, desde essa data nenhum
dos membros poderá comprar ou vender em sua moeda nacional, estas
foram convertidas em expressões de Euro. Começa a circular como
moeda corrente desde 1 de Janeiro de 2002, em convivência com as
moedas nacionais, para substituir definitivamente as moedas destes
países até 1 de Junho de 2002.Os países que ficaram de fora da União
203

podem entrar paulatinamente, como vai acontecendo que esta


Organização já integra alguns países do Leste europeu que eram do
domínio da URSS.

Sumário

O Desenvolvimento económico da Europa apresenta-se com uma


desigualdade de distribuição. Por um lado, temos países de carácter
agrícola por completo, com um nível de desenvolvimento relativamente
desacelerado e outros com um carácter industrial como factor de
desenvolvimento e bastante desenvolvido com uma taxa de crescimento
anual bastante alta.

Na Europa a taxa de urbanização é bastante alta e com índices elevados


de concentração populacional, sendo os locais mais privilegiados as
grandes Cidades que constituem os pontos de convergência das
migrações de populações das zonas rurais ou de outros países dos outros
Continentes. A União Europeia como organização de integração
regional, tem trabalhado para eliminação de barreiras aduaneiras entre os
países membros, colocando integração regional como prioridade. Este
factor, coloca de certa maneira em causa o desenvolvimento
individualizado dos países membros, concorrendo para uma maior
globalização, pois dentro da União vigora a livre circulação de bens e
pessoas, tornando a comunicação mais facilitada e o mercado regional
mais comum.
204

Exercícios

1- Identifica as principais regiões industriais da Europa.

2- Qual é o comportamento da urbanização a nível da Europa.

3- Compare o crescimento das Cidades europeias com as


Cidades Africanas.

4- Descriminas aspectos estpecificos de cada fase de


integracao regional

Faça os exercícios e entrega a questão 3 e 4


205
207

Unidade XXI

O Continente Americano.

Introdução
O Continente Americano observa um desenvolvimento diferenciado,
pelo que as suas diferenças criam condições para a repartição em zonas
de desenvolvimento que vamos estudar nesta Unidade e noutras
subsequentes. A América do Norte que integra os dois países mais
desenvolvidos do mundo e do Continente será a primeira região a ser
analisada.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Distinguir a região da América do Norte.


Objectivos  Caracterizar a população da América do Norte.
208

 Distinguir as regiões de maior produção industrial.

 Distinguir as regiões de maior produção agrícola da América do


Norte.

 Caracterizar as regiões de maior concentração dos recursos.

Aspectos gerais.

O continente americano foi ocupado pela expansão do povoamento


europeu, a forma de desenvolvimento da colonização trouxe grandes
semelhanças e diferenças entre as regiões existido áreas de predomínio
de população branca indígena ou negra, de mineração ou pastorícia
industriais ou essencialmente agrícolas.
Observam-se principalmente diferenças quanto á importância do homem
como transformador das áreas em que habita.
A divisão da América em Latina, e Anglo-saxónica é cultural e ligada á
origem dos colonizadores Portugueses, Espanhóis, Ingleses e Alemães.
Na América do Sul é de salientar que é uma distinção económica pois e
Anglo-saxónica é de países ricos e de grande desenvolvimento
económico e a América Latina é de países pobres que em geral
apresentam grandes problemas de desenvolvimento.

América do Norte.

É composto por Estados Unidos da América Canadá que são fruto da


expansão marítimo-colonial da Europa Ocidental.
Os Estados Unidos da América são um dos países de maior população
do mundo com mais de 200.000.000 de habitantes isto é 260.650.000
habitantes em 1994. A sua população está desigualmente distribuída
existindo no território áreas densidade que ultrapassa os 100 hab/km2
209

outras pouco povoadas a baixo de 1 hab/km2 mas á áreas de grandes


hostilidades para fixação humana como de desertos, Montanhas
Rochosas. Nestas predomina a pecuária extensiva.
As de maior concentração populacional localizam-se em grandes áreas
de Nordeste e na região dos grandes Lagos que são de grande
desenvolvimento industrial.
No Oeste do país destacam-se três áreas de maior número de população
localizadas ao redor de 3 grandes Cidades. Seattle, São Francisco e Los
Angeles, com mais de 100 hab/km2 e actualmente no conjunto dos
Estados Unidos de América tem 28 hab/km2.
No Estado de Alaska a densidade populacional é baixa, menor que 1
hab/km2 devido a sua localização geográfica em altas latitudes.
Quanto á composição étnica distinguem-se os brancos de origem
europeia, que formam 88% da população. Os negros vindos de África 11
% isto é 23.000.000 de habitantes e restante 1% é constituído por
minorias étnicas como Chineses, Japoneses e Filipinos.
A sua população cresceu de acordo com a imigração e crescimento
natural de população. Entre 1820-1880---1880-1980 correspondeu ao
grande período de imigração para os Estados Unidos de América e 1907
a imigração atingiu a cifra de 1.000.000 de habitantes. Em 1924, os
Estados Unidos de América adoptaram a política de restrição á
imigração no princípio de preservação da composição étnica da
população. Esta visão era racista, o pretexto foi de que os Estados
Unidos tinham atingido uma população óptima para o seu território.
Depois da Segunda Guerra Mundial começou de novo o processo da
imigração só que o fluxo foi menos que o de europeus como Eslavos
Austríacos, além de Cubanos depois da revolução Cubana.
O crescimento natural também contribuiu de forma positiva para a
evolução da sua população. Na fase da colonização e até surgirem meios
eficazes através de antibióticos o crescimento natural era elevado.
Depois que a que a população atingiu nível de vida elevado o
crescimento diminuiu, tem se 1-2 filhos como média. Actualmente a
taxa de natalidade e taxa de mortalidade são baixas.
210

A taxa de mortalidade infantil é reduzida e o índice de analfabetismo é


reduzido em 1985 tinha 1%.
Quanto á religião têm 2/3 de população protestante 1/3 de população
católica e restante professa outras religiões como o judaísmo.

Urbanização

A maior parte da população dos Estados Unidos da América é urbana as


Cidades mais populosas, localizam-se no Nordeste dos EUA e região
dos grandes Lagos, bem como costa do Pacífico - São Francisco e Los
Angeles. Mais de 29 Cidades dos EUA, possuíam mais de 1.000.000 de
habitantes e três ultrapassavam 5.000.000 de habitantes. As principais
cidades são Nova Yorque, Los Angeles, Chicago, Filadélfia e São
Francisco, Dalas e a Capital Washington. Nova Yorque foi Metrópole
mundial constituindo o maior centro financeiro do mundo.
Em 1604 os ingleses dominaram a área e passaram a dominar a Nova
Yorque, o seu crescimento foi acelerado no passado século XVI quando
foi aberto um canal que possibilitou o acesso aos Grandes Lagos e a
Bacia de São Lourenço através da Baia de Hudson. Possui um grande
Porto e uma população de diferentes origens do mundo.
Os Chineses no Bairro de Chimato e os negros no Harlén vivem mais de
2.000.000 de judeus e Espanhóis Italianos Portugueses Alemães e
outros.
Devido a diversidade da origem da sua população foi escolhida para ser
a sede da ONU.
Em Los Ageles Estado de califórnia originou-se o povoado Espanhol de
Nuestra Senhora La Reina de Los Angeles e Porcíuncula essa Área
pertence aos Mexicanos até 1848. O desenvolvimento inicial de Los
Angeles ocorreu quando tribos Tervias do Leste atingiram a Califórnia
em 1876, posteriormente a descoberta de petróleo o desenvolvimento da
indústria cinematográfica em Hollywood em um dos bairros aceleraram
o progresso científico.
211

A Cidade de Chicago próximo de Michigan é denominada Capital do


Meio Oeste é um importante centro Comercial e Industrial e para lá
converge grande parte da produção agropastoril e matéria Prima do
Meio Oeste.

Aspectos Económicos.

Os Estados Unidos São um país com uma agricultura das mais


desenvolvidas do mundo de intensa mecanização e grande produção. De
modo geral a sua produção agrícola é suficiente para a população
interna, com excepção dos produtos tropicais como o chá cacau são
importados de outros países. Pode se distinguir uma série de domínios
de caracterizados por monoculturas na Planície Central.
Os estados unidenses denominam este domínio de Belt, isto é uma
região especializada na Agricultura. Estas foram definidas apartir de
clima e no caso da pecuária leiteira em vista da população dos
consumidores.
Quase todo o espaço dos territórios são aproveitáveis até os desertos ou
de baixo índice pluviométrico onde se realiza a agricultura de irrigação.
Existem centros de pesquisa, para obtenção de melhores mudas de
sementes e existência de comercialização de produtos. Embora os
progressos referidos, verificam-se alguns problemas como baixos
rendimentos em várias áreas de cultivo em decorrência de exploração
extensiva dos solos. Em vários solos várias áreas estão difíceis de
recuperar, cerca de 14.000.000 de hectares e outros estão ameaçados
pela erosão.
Na produção de milho os EUA em 1985 não tinham rival a sua produção
correspondia a metade do total produzido no mundo. Destacava-se
também a produção de trigo onde era superada pela Ex URSS e produzia
soja onde ocupava o primeiro lugar.
A pecuária é tanto intensiva como extensiva. Na área extensiva
localizava-se a oriente onde necessitava de grandes extensões de
212

pastagem e devido ao pequeno índice pluviométrico é aqui onde se


formou a figura típica do vaqueiro Norte americano.

Os Recursos Minerais

O subsolo é dos mais dotados do mundo contribuindo para o grande


desenvolvimento industrial o carvão mineral, petróleo, urânio são
grandes recursos energéticos e contribuíram de forma considerável para
fazer dos EUA uma potência.
O carvão mineral e o petróleo possibilitaram a revolução industrial
Norte americana. A bacia carbonífera na vertente Ocidental dos Montes
Apalaches e trechos da Planície Central a do minério do ferro na região
dos Grandes Lagos possibilitaram o desenvolvimento da indústria
siderúrgica principalmente em Pitersburgo para além de outras em
Chicago, Rufalo, Duluti e Filadélfia.
Nos finais do século XIX, 1859 Eduin Drake descobriu o petróleo na
Pensilvânia posteriormente no Texas e nos Estados vizinhos
representando um impulso ao desenvolvimento. O carvão e petróleo
além do grande potencial hidroeléctrico e do urânio contribuíram para os
Estados Unidos tornarem-se a grande potência industrial. As grandes
localizações industriais foram determinadas pela presença de matéria
prima e energia e em outros pelo mercado consumidor.
As grandes concentrações industriais estão no Nordeste e na região dos
Grandes Lagos. Das suas Empresas os Estados Unidos possuem filiais
em todos os Continentes, exploram minerais em Ásia, África e América.
Possuem indústrias em vários países do mundo e mesmo na Europa
Ocidental exploram agricultura de certos produtos, na América Central e
do Sul.

Transportes.

A rede dos transportes nos Estados Unidos da América é destacável no


conjunto do mundo e desde o passado as ferrovias desempenharam um
213

papel importante no povoamento do território. Em 1895 já estava


implantada a ligação das costas Atlântica e Pacífica na extensão de 5000
km. Em 1985 a extensão ferroviária de era de 344.000 km. As ferrovias
cobriam todo o território e representavam um papel importante do
transporte de carga e cerca de 60% era pelas ferrovias e era importante
no consumo do combustível por este ser um meio mais barato.
As rodovias totalizavam 6.000.000 km2 e transportavam 20% de carga.
Os outros são altamente desenvolvidos destacando-se a navegação
fluvial e marítima e a aviação comercial.

Agricultura.
O uso de terra em 1994 apresentava as características que se seguem:
20% Agricultura
25% Pastorícia
55% Outros fins.
A população urbana em 1995 atingia os 76% na área da saúde os EUA
tinham uma mortalidade infantil de 10 crianças em cada 1000 nascidas.
Na educação a escola primária em 1993 era de 106% de feminino e
106% de masculino.
Na Secundária 97% da população feminina e 88% da masculina.
Universidades 81% de ambos os sexos.

Comunicação.
Em 1995 havia 104 publicações de jornais. E no mesmo anos 111
emissões televisivas, 57,4 telefones/100 habitantes, 101 novos títulos de
livros editados por cada 1.000.000 de habitantes.
O PNB per capita 25.880$ em 1994. O crescimento anual em 85-94 de
1,3%.
Os EUA importavam também cereais para cobrir o défice, sendo de
destacar 4.684.000 toneladas em 1993.

O Canadá
214

O Canadá é um país pouco populoso e pouco povoado. Até 1994 tinha


29.248.000 habitantes, a qual aumentou para 30.200.000 habitantes em
1998. A densidade populacional é baixa 3 hab/km2 em 1997 e está
desigualmente distribuída pelo seu espaço. As Províncias de Quibec e
Ontário são as mais populosas, que os franceses conservaram nesta
região do Canadá, o seu idioma, cultura e tradição, porém a maior
concentração localiza-se ao longo do vale do rio São Lourenço e vale do
lago Ontário e Eire. Estas possuíam mais de 60% de população onde
Ontário tem 33% Quebec, 29%, são as províncias onde os colonos se
estabeleceram. Na região Sul na Fronteira com os Estados Unidos da
América nas Planícies Centrais, estão também as Províncias de
Manitoba Suskatchewane e Alberta. Nestas nas áreas próximas da
fronteira com os EUA existem densidades até 100 hab/km2.

Mapa do Continente Norte americano com vista parcial da América


Central

As Províncias de Nova Escócia, Novo Bruiscki e Terra Nova, possuem


densidades também baixas ocupando o litoral em virtude de se
dedicarem a pesca.
Na Província de Colúmbia Britânica a região próxima a cidade de
Vancóver é outra área também mais povoada.
215

A maior parte da população canadense professa a religião católica e


perfazem 45,7% e os Protestantes 37,3% Ortodoxos muçulmanos
budistas indús 0,7% e outros que não professam nenhuma religião 13%.
O povo é de origem diversa predominando franceses -30%, britanicos-
20% alemães, italianos, chineses, ameríndios 7% e esquimaxs
ucranianos – 1,5%, holandeses-1,5% e 43,5% de população de origem
diversa. Existem Índios 200.000 habitantes e Inuitos 12.000 habitantes,
falando diversas línguas, mas as línguas oficiais são Francês e Inglês
13% bilingue, 67% inglês 18% só francês e 2% falam outras línguas.
O crescimento da população no início do século XX era de 5,5 milhões
de habitantes em 1941 atingiu 11,5 milhões.1994, 29,2 milhões e em
1997 mais de 30 milhões de habitantes.
A maior parte do crescimento populacional resultou da natalidade que
durante alguns anos apresentou um dos índices mais elevados dos países
mais industrializados.
Após a Segunda Guerra mundial muitos emigrantes aumentavam a
população com mais de 3 milhões. Actualmente a natalidade e
mortalidade são baixas devido ao alto nível de vida da população. Em
1999 tinha 11%, e uma taxa de crescimento natural de 1,5% em 90-97.
A estrutura etária 19,6 % é inferior a 15 anos e 12,2% com mais de 65
anos. 50,4% da população é feminina, as projecções para 20015 indicam
que Canadá terá 35,3 milhões de habitantes.
A esperança de vida é de cerca de 77,5 anos com 82 anos para as
mulheres e 76 para os homens. Grande parte da sua população é urbana
com 76,8% em 1997.
As principais cidades são Ottawa, que é capital com 100.498 habitantes,
Toronto com 4.263.757 h, Montreal com 3.326.310 h, Vancover com
1.831665 h, Edmonton com 862.597 h, Calgary com 821.628 h,
Winnpeg com 676.500 h, Quebec com 671889 h, Hamilton com 641.500
e London com 412.600 isto em 1996.
Os aspectos económicos, a agricultura ocupa apenas 5% do território e
constitui contudo a actividade mais importante destacando-se duas
216

regiões a de Grandes Lagos, e São Lourenço. As pradarias que


correspondem as Províncias de Manitosa Tastc.
As populações facilitam o desenvolvimento da agricultura em virtude de
facilidades como terrenos planos clima favorável e meios favoráveis a
navegação através do rio São Lourenço.
Aqui pratica-se a policultura10 e criação intensiva do gado. É de salientar
que 3 % do território é para a prática da pastorícia.
A agricultura dessa região é de tipo familiar mas apresenta grande
mecanização. A criação de gado visa abastecer os grandes centros
urbanos de leite e seus derivados, aqui encontramos Ontawa e Montreal.
A região de pradarias Maitoba Saskachewane, possui um solo rico mas
as chuvas escassas fizeram com que a região só fosse ocupada depois de
1880 com a chegada da ferrovia. Com o tempo criou-se uma semente
especial de trigo denominada trigo de primavera, de curto tempo de
amadurecimento e foi adoptado para fazer face a seca e não podia passar
o Inverno com terrenos que se congelam pois é semeado em Maio, início
de Primavera e sua colheita realizada em Setembro.
A região de Pradarias é grande produtora de trigo para exportação para
Europa com escoamento ferroviário. A cultura é extensiva11, o que é
favorecido pela baixa densidade da região. Nas pradarias existe a
policultura.
Na parte seca da pradaria existem os ranchos12 da criação de gado o que
a torna extensiva. Ao Norte das regiões citadas o desenvolvimento da
agricultura é difícil, a curta duração da estação quente é o principal
obstáculo.
Uma terceira zona agrícola é a Província da Columbia na posição Oeste
banhada pelo Oceano Pacífico.
Nas pradarias de Vancover e Prícipe Rupiel há também a criação de
gado leiteiro e cultivo de frutas.

10
Prática de diversas culturas num mesmo espaço agrícola: cereais, frutas, batatas
beterraba.
11 Emprego de grandes areas cultivadas e a utilização de maquinaria.
12 Grandes propriedades de cultivo ou criação de grado.
217

A extracção madeireira realiza-se na sua parte Leste a Oeste que é


ocupada pela floresta e são 45 milhões de km2 de área, todavia nem toda
floresta oferece facilidades de exploração económica devido a dois
factores:
 Clima frio na porção norte e ventos costeiros que
diminuem o tamanho das árvores.
 Grande distância aos centros consumidores.
Assim existe a zona Norte para extracção madeireira:
Principais – Columbia Britânica Províncias Lauricianas como Ontário e
Quebec e Províncias marítimas Nova Escócia e Novo Bruiscki que
fornecem matéria prima para indústria de papel.
A caça foi uma das primeiras actividades dos homens que chegaram a
este território. No período colonial já existia um grande comércio e até
agora os caçadores exploram as regiões selvagens do Norte, seguindo
caminhos dos antepassados.
O comércio da pele é obtido em centros de criação de certos animais
onde são criados a raposa chichila, bisão em diversas Províncias são
criados em cativeiro e constituem uma certa fonte de divisas do país pela
exportação das peles.
A pesca é praticada nas águas que banham a Terra Nova e Novo
Bruiscki e é cortada corrente do Lavrador e principalmente com o Golfg
Streem que transporta o plâncton. O bacalhau, o reche são alguns tipos
de peixes dessa área. O litoral do Oceano Pacífico tem uma actividade
pesqueira activa onde encontramos a Columbia Britânica.

Recursos Minerais e industriais

O Canadá possui riquezas minerais que são importantes para o


desenvolvimento económico. Os minerais que possibilitam a sua
industrialização além de constituírem a fonte de riqueza são amianto,
níquel, zinco e prata, onde o país é primeiro produtor mundial até 1996 e
segundo produtor mundial de urânio ouro e molibdénio em 1996. Possui
importantes jazigos de chumbo, cobre, ferro gás natural e petróleo.
Canadá possui um grande potencial hidroeléctrico e boa parte é usada na
218

produção de energia. É o segundo no mundo e os principais rios são


abastecidos pelas águas de gelo. A actividade industrial acelerou-se em
1914 na Primeira Guerra Mundial em virtude de maior procura de
produtos no mercado. A Segunda Guerra Mundial foi outro marco
importante para o desenvolvimento industrial canadense e no período
dos pós guerra os Norte americanos substituíram os ingleses no
fornecimento de capitais, o aumento do nível de vida das populações
também contribuiu para o desenvolvimento industrial pois o Mercado
interno passou a ser forte e de grande consumo.
Principais indústrias:
Indústria Siderúrgica e Petroquímica. As principais áreas industriais
estão ao longo do rio São Lourenço, Quebec, Ontário Winnipeg, Rgina,
Saskatoane Edmonton e Vancover.
A taxa de analfabetismo é de apenas 1% em 1997, o primeiro nível de
escolaridade possui uma taxa de 101,5% com um rácio de 17
alunos/professor. Das crianças que atingem o 5º ano de secolaridade
temos no Canadá 97%. A taxa de escolaridade do ensino secundário
104,9 % e no ensino superior de 90,1 %.
Em 1996, havia 3,7 % de cientistas e técnicos por cada 1000 habitantes e
uma taxa de mortalidade infantil de 6,1 crianças/1000 e uma taxa de
mortalidade materna de 6 mulheres/1000.
Em 1993 havia 2,2 médicos e 5,1 camas para 1000 habitantes e o acesso
á água potável em 1995 atingia 99% da população e 95% com acesso ao
saneamento básico. A oferta por habitante era de 3.056 cal/hab e tinha
92g de proteínas 106g de gorduras.
Comunicação
Tinha o Canadá 107 jornais diários com 159 exemplares por cada 1000
habitantes, 1.087 receptores de rádios. 685 televisores e 602 telefones
por cada 1000 habitantes em 1996.
Estes são indicadores bastante importantes para interpretar o nível de
desenvolvimento alcançado por Canadá ao longo dos anos como
resposta aos grandes desafios no processo de exploração dos recursos
naturais.
219

Sumário

A América do Norte é composta de países como os Estados Unidos da


América e o Canadá, que no conjunto formam esta região.
Os Estados Unidos São um país com uma agricultura das mais
desenvolvidas do mundo de intensa mecanização e grande produção. A
disponibilidade de recursos acelerou o desenvolvimento industrial deste
país que passo a ocupar o lugar de maior potência industrial do Mundo
seguido da Ex União Soviética.
É uma das regiões maiores produtora de energia do mundo com o
aproveitamento dos recursos hídricos, e a produção de energia nuclear.
O subsolo é dos mais dotados do mundo contribuindo para o grande
desenvolvimento industrial o carvão mineral petróleo urânio são grandes
recursos energéticos e contribuíram de forma considerável para fazer
dos EUA uma potência.

Exercícios

1- Como explicas a diversidade étnica dos Estados Unidos da


América?

2- Como explicas que ao mesmo tempo os EUA sejam


desenvolvidos na Agricultura e na Indústria?

3- Como explicas a redução das taxas de natalidade e


mortalidade nos países da América do Norte?

Faça os exercícios e entrega a questão 1


221

Unidade XXII

América Latina.

Introdução
América latina constitui a vasta porção de território colonizados pelos
Latinos independentemente da sua localizada zona constitui a vasta
porção que vai desde o México ao Sul do Continente.
Constitui característica fundamental desta região o desenvolvimento
desigual dos países componentes como a seguir analisamos os diferentes
aspectos desta região onde temos uns mais industrializados que outros,
alguns dos quais agrícolas.

Pela sua subdivisão, nesta Unidade estudaremos a América Central e o


México em separado para na Unidade seguinte estudarmos apenas a
América Platina em separado, mas que faz parte da América Latina no
geral. A América Platina constitui uma região com características
específicas, tanto em termos de produção de bens de consumo que
constitui o dia a dia das populações. A Argentina, o Paraguai, e Uruguai,
são países que integram esta região do ponto de vista espacial. As suas
populações conservam algumas características dos indígenas desta
região, mesmo que os massacres dos colonos tenham tentado promover
a sua eliminação. Os Ameríndios constituem cerca de 90% da população
do Paraguai o que prova a sua resistência pela sobrevivência no local.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Distinguir os países integrantes da América Latina.


Objectivos  Caracterizar o desenvolvimento económico dos países da
América atina.

 Comparar o desenvolvimento da América Latina com o das


regiões estudadas anteriormente.
222

 Determinar os países integrantes da Região da América Platina.

 Identificar as regiões de maior concentração populacional dentro


da América Platina.

 Identificar as áreas de produção dentro da América Platina.

 Avaliar o nível de desenvolvimento industrial dos países da


América Platina.

América Latina.

América latina constitui a vasta porção de território colonizados pelos


Latinos independentemente da sua localizada zona constitui a vasta
porção que vai desde o México ao Sul do Continente.
Do século XVI o território foi progressivamente integrado á economia
europeia devido a fraca ou nenhuma resistência das suas populações
inferiorizadas em técnicas e militar aos invasores. Mesmo as civilizações
dos Maias e Asteckas não resistiram aos europeus e sobreviveram mais
pelo seu valor indestrutível dos que pelo desejo de preservação pelos
colonizadores.
As ambições europeias variaram segundo as disponibilidades regionais
onde os metais preciosos jogavam um papel importante e foram
encontrados em áreas onde viviam povos que já os utilizavam. Noutras
estes foram conseguidos mais tarde a custo de grande exploração.
Nas áreas pobres iniciou-se a extracção de produtos tropicais além de
agricultura extensiva e artigos raros no Continente europeu. Os europeus
passaram a disputar o novo Continente devido as ilimitadas
possibilidades de enriquecer e muitas vezes ocorriam confrontações.
Embora houvesse diferenças qualitativas as áreas de colonização em
alguns aspectos coincidem e isso deve-se a eliminação progressiva da
população por doenças avultamentos das condições de vida, exploração
do trabalho dos indígenas entre outros. A saída de trabalhadores negros
a serem usados na produção de riqueza pela escravatura.
223

Implantação de estrutura de descriminação por sistema administrativo.


Transferência para Europa de riquezas extraídas de uma só região de
toda história.

Aspectos Humanos.

A permanência de estrutura de dominação sobrevivida da época


colonial tanto interna como externa provocou impedimento de mudanças
políticas e económicas capazes de elevar a progressão de vida de
pessoas da América Latina.
O processo económico volta-se ao comércio exterior sobretudo como
fornecedor de matéria prima para a América do Norte, Estados Unidos
da América e da Europa Ocidental.
Distinguem-se três níveis de países quanto ao dinamismo ou estagnação
económica a saber:
 Países com maior desenvolvimento económico relativamente
industrializados onde as actividades do sector secundário e
terciário equilibram-se com as do sector Primário - Brasil
México e Argentina.
 Países com relativo desenvolvimento económico mas com
características mono exploradora agrícola ou mineral-
Venezuela, Chile, Colómbia Cuba, além de Perú que tem
carácter poli exportador.
 Países com características rurais - dominados por oligarquias
associadas por estrangeiros Huruguai, Paraguai e outros.

Divisão da América Latina.

A América Latina tem três divisões do ponto de vista económico as


quais compreendem:
América Central, México, e América Platina.

América Central
224

É ocupada por mais de 40 milhões de habitantes dos quais 60% vive nas
Antilhas. A porção ístmica é habitada por Ameríndios –Asteckas, Maias
e Chisichas, também por mestiços de brancos e índios e brancos de
origem espanhola.
A porção insular negros e brancos de várias origens e mestiços. A
religião católica e a cultura espanhola são dominantes nos países
continentais oferecendo a unidade em seus traços devido a divergência
de europeus e EUA que há uma diversidade de traços humanos.
Na porção continental a maioria é descendente de Maias e Mestiços de
Índios com brancos de origem espanhola.
A vida do interior é atrasada predominando a ignorância e miséria pelo
que as concentrações em capitais e partes marítimas constituem a forma
comum de ocupação de espaço.
Nas Antilhas há grandes diferenças humanas e económicas. Nas ex
colónias espanholas Cuba, Costa Rica, Dominicana fala-se o Espanhol;
Guadalupe, Martinica e Haiti, fala-se o Francês; na Jamaica e ostras
Ilhas de influência inglesas - Porto rico, Barbados, Bahamas, Trindade,
Tobago, domina o Inglês.
A população predominante nas Antilhas é Mestiça e seguida de negra e
brancos de origem europeia a dos indígenas é baixa.

Economia.

Na porção continental predominam actividades do sector produtivo.


Abunda agricultura em que grandes empresas em geral de EUA como as
US Fruits que controlam a produção e distribuição em larga escala de
produtos tropicais como o café, banana, cacau, açúcar e madeira.
Nas Planícies Centrais onde há a maior bananeira do mundo são
inteiramente de americanos que chamam pejorativamente de Bananas
Repoblic- República de bananeiras. As indústrias são antigas e apesar de
reservas minerais em ouro prata manganês e ferro vendidos como
matéria prima barata.
Na porção insular são variados os aspectos económicos, mas na sua
maioria os países são parecidos com as do continente com predomínio
de agricultura de produtos tropicais como cana de açúcar, café, tabaco,
225

fruta e outra, no entanto constata-se na diversificação maior mas sempre


com a presença de estrangeiros com excepção de Cuba que estava na
área de influência da Ex URSS e assim pode se dizer que a grande
exploração de mineral de Bauxite na Jamaica; algumas importantes
filiais de indústrias americanas em Porto rico, enormes refinarias de
petróleo nas Antilhas Holandesas têm influências estrangeiras.
As capitais das regiões são as mais importantes sendo as demais de
reduzido significado económico, excepto Cuba pois além da Capital
Havana, a Cidade de Camaguei e Santiago de Cuba são de destaque.

O México.

Constitui a segunda maior Cidade da América Latina em geral e da


América Central em particular. Seu crescimento demográfico
permaneceu estável até 1950 quando teve início o que se chama de
explosão demográfica 3,5% de crescimento por ano.
A mortalidade geral diminuiu em resultado da melhoria das condições
de vida das populações. A base da população é ameríndia proveniente de
ramificações de épocas remotas e das suas diversas ramificações, muitos
desses grupos que vieram da América do Norte constituíram as
civilizações como Toltencas, Asteckas e Maias.
A sua economia o México é um dos poucos países Latino Americanos
que alterou as suas estruturas agrárias tradicionais. A Revolução
mexicana provocou a nacionalização de terras permitindo a sua
redistribuição a populações pobres.
As propriedades individuais não chegam a metade. Existe a propriedade
comunal como a de Astecka, o que demonstra a sua influência apesar de
da colonização. O espaço agrícola é limitado pelos canais naturais. O
país gasta divisas importando alimentos que as adquire pela exportação
de excedentes.
A região central é a melhor agrícola por ser única de terras férteis em
regime regular de chuvas. A base de alimentação é o milho por isso é o
produto principal e a sua produção faz-se em mais de metade de
superfície mexicana.
226

Os diversos tipos de clima favorecem os diversos tipos de produção


agrícola além de rebanhos de gado ovino. O algodão de boa qualidade é
uma das principais produções assim como o café que é quase todo
exportado e a sua produção não pode ser comparada com nenhuma
outra. Tem uma produção de açúcar de destaque, sendo superada por
Brasil e Cuba. São cultivados o arroz, feijão batata, fruta, legumes,
centeio e todos para o consumo interno.
A actividade pesqueira é complementar. Apesar do México ter sido
explorado, os seus metais ainda possuem potencial de metais e
energético. Foi segundo produtor de alumínio e em petróleo e primeiro
em gás natural. Estes vem sendo explorados desde 1938 pela PEMEX,
os depósitos carboníferos são razoáveis contudo localiza-se na região
Norte de difícil acesso.
A produção de energia eléctrica tem como fonte o petróleo abundante e
quase equivalendo-se a brasileira com diferenças de que os recursos
hídricos não tem grande extensão.
Os metais preciosos como a prata e o ouro são importantes como o zinco
e o chumbo, cobre e níquel antimónio, manganésio, estanho, manganês e
outros.
Em 1934 os mexicanos criaram a Nacional financeira – Primeiro Banco
de desenvolvimento continental que proporciona diversificação em
grande desenvolvimento industrial. Destaca-se a produção de alimentos,
têxteis metalúrgicas mecânicas, químicas e sector de turismo como as
mais importantes fontes de riqueza. O México é o país mais visitado da
América Latina, em 1985 recebeu mais de 4 milhões de turistas e anos
subsequentes recebeu 3 milhões de turistas/ano, contudo predomina o
capital estrangeiro nos distintos ramos.
A indústria está no interior de um triangulo em que os vértices
constituem as cidades de Guadalajara San Luís de Potosi e Puebla, é de
destacar a Cidade de Nordeste a Honteruy e as Cidades da área
petrolífera de Tampico e Veracruz, a demais destacada no turismo é a
Cidade de do Acapulko no Pacífico.

América Platina.
227

A contribuição dos elementos asiáticos e africanos é significante na


promoção dos povos Platinos. O mesmo se pode dizer de índios,
Uruguai e Argentina pois estes foram expulsos da região.
Os brancos são uma maioria da população acima de 90% na Argentina,
os sobreviventes dos massacres chegam a 3% de índios. No Paraguai
90% são Ameríndio indígenas, os emigrantes quase afluíram a
Argentina e Uruguai no período 1830-1856, elevou e caracterizou as
suas populações e predominam os Italianos e Espanhóis. É de considerar
o número de franceses alemães, russos Polineses e Húngaros atraídos
pela sua qualidade de terras no interior desses países os que formam a
Paraguai Ansunção. As densidades são várias e estão irregularmente
distribuídas pela região.

Figura- Vista da América Platina e a sua divisão política (área em


verde)

Na Argentina é a Pampeana, Buenos Aires. Existem densidades médias


como em Cordova, entre os rio Santa Sé e baixas densidades em demais
áreas como em Patagónia Terra do Fogo.
Uruguaio 70%, está concentrada em 12% do seu território pelas
províncias de Montevideo Canelones Moldonaldo e Santa Eusébio,
todas ao Sul.
Na fronteira com o Brasil, as densidades são muito baixas. Quase a
totalidade dos paraguaios 93% vive na porção Oriental sendo a
228

população Ocidental de predominância Chaquenha recebe apenas 4% do


total de habitantes do país.
A urbanização nesses países é crescente e cada país possui uma
condição específica. Assim na Argentina a saída da população rural é
complexa pela melhoria das condições de agricultura e mecanização e
no Uruguaio a actividade ser a pecuária extensiva. No Paraguaio as
actividades primárias são predominantes baseadas em técnicas
rudimentares. Em Buenos Aires concentra-se 30% de toda população
pelo factor de ser dotado de bons aspectos de industrialização urbana e
segundo outras menores como Rosário Cordova, La plata Mindonza e
San Juan, Montevideo concentra 40% dos Uruguaios e os demais são
pequenos, destacando-se o Paysando Salto e Mercedes.
No Paraguai destaca-se a sua Capital e uma das melhores em relação as
outras seguindo-se a Coronel e Vidio Concepcion Encarnado.
A Argentina destaca-se como a de melhor nível de vida geral, apresenta
grande desenvolvimento cultural subsídios Oficiais a educação elevado
padrão de alimentação, sistemas mais aperfeiçoados de defesa dos
trabalhadores e uma melhor renda em 1995.

Economia dos Países Platinos

A actividade mais importante é agropecuária supera os diferentes níveis


económicos dos seus países. O nível de desenvolvimento económico da
Argentina Uruguai e Paraguaio em último plano, destaca-se a Argentina
que possui duas regiões produtoras onde se destaca a Região Pampeana
e o território extremo ou a área Extra Pampeana. A fertilidade da Região
pampeana é comparada com a das mais férteis do mundo. O seu meio
ambiente não foi modificado pois sua vegetação de gramíneas foi
conservada. Essa região produz 50 % de argentina. 66% de gado bovino
e 50% de ovino com 6 milhões de bovinos e 40 milhões de ovinos de
cabeças em 1985, são dos mais importantes do mundo não pelo número
mas pela alta qualidade do seu gado.
A Região extra Pampeana a melhoria das técnicas tem elevado a
participação desta região no contexto argentino. Devido a qualidade
229

surgiram as especializações regionais como algodão, cana de açúcar em


Socha e vinho em San Juan, mandioca em Minionas, tabaco e arroz em
Corriente e fruta como uvas e maçãs nos oásis do rio Negro.
O Uruguai é pastoril, as actividades agrícolas limitam-se a regiões
periféricas do Montevideo e serve para o consumo interno. A vida
económica do país baseia-se na produção de lã e carne, a criação animal
é favorecida pelo relevo, vegetação e grande quantidade de chuvas que
renovam as pastagens.
O Paraguai tem agricultura e pecuária de pequeno rendimento,
considerada ao nível de subsistência, destacando se na extracção de
vegetal realizada com a participação de capital estrangeiro.
O Paraguaio e Uruguai possuem um desenvolvimento cultural as suas
capitais concentram os poucos estabelecimentos manufactureiros e
minimizados pelo pequeno mercado de consumo interno desses países.
Argentina é o terceiro país mais industrializado da América Latina
depois do Brasil que é primeiro e o México que é o segundo. A
produção mineral em Comodoro Rivadávia fornece meios de grande
incremento manufactureiro nos mais variados sectores embora possua
excessivas condições siderúrgicas mecânicas químicas petroquímicas,
eléctricas e têxteis a de alimentos é a mais expressiva indústria, com a
produção de carne em destaque.
A principal área industrial está em Buenos Aires além disso destacam se
Santa Sé Cordova e Mendonza.
230

Sumário

América Latina constitui a vasta porção de territórios colonizados pelos


Latinos independentemente da sua localizada zona, constitui a vasta
porção que vai desde o México ao Sul do Continente. Seu
desenvolvimento económico é diferenciado, havendo partes mais
desenvolvidas que outras, com maior destaque para o Brasil, México e
Argentina que lideram o desenvolvimento regional. A colonização
europeia destruiu civilizações locais aculturando as suas populações por
assimilação de valores culturais europeus. Alguns países vivem a maior
pobreza, pertencendo aos países do Terceiro Mundo.

A distribuição populacional na América Platina é desigual, tendo


algumas zonas de maior concentração populacional, que coincidem com
as de maior concentração de terras férteis da região e do mundo. A
agropecuária constitui actividade principal desta região, com a produção
de gado bovino a ocupar os lugares mais importantes da região.

Exercícios

1- Como defines a América Latina?

2- Descrimine o nível de desenvolvimento dos países da


América Latina?

3- Diga qual foi a razão que tornou a economia do México


mais dinâmica da América Latina depois da Brasileira?

Faça os exercícios e entrega a questão 2


231
233

Unidade XXIII

O continente Asiático

Introdução
O Continente Asiático tem características específicas, ser neste que
começaram grande parte das civilizações antigas, ser o continente mais
populoso do mundo e o Continente que tem a maior pobreza das
populações locais.

Com excepção da China e do Japão, a maior parte dos países desta


região são agrícolas, é neste aspecto que as nossas análises se vão
basear, devendo também analisar a economia japonesa, a produção
energética e as formas de consumo das populações locais.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Caracterizar as populações asiáticas.


Objectivos  Caracterizar a industrialização do Japão.
 Distinguir as regiões de maior concentração dos recursos
energéticos da Ásia
 Discriminar os tipos de recursos disponíveis na região.

O Continente Asiático.

O Continente Asiático é o mais populoso do mundo com 1/3 das terras


emersas e 60% da população do globo. Foi de lá que surgiram as
civilizações das quais outras continuam ainda hoje. Nasceram as grandes
religiões mais antigas. É habitada por uma grande variedade de povos
234

vivendo em precárias condições sociais e com fraco desenvolvimento


económico.
A China e a Índia no conjunto possuem mais de metade da população
continental com 1.181.580.000 habitantes e 874.150.000 habitantes
totalizando 65% do total da população asiática. Além dessa outros são
Indonésia com 195,3 milhões o Japão com 124.270.000, o Balgladesh
com 118 milhões o Paquistão com 119 milhões em 1992.
Apresenta grandes concentrações populacionais. As taxas de natalidade
e mortalidade são elevadas superiores a 40 h/1000 e natalidade 15
h/1000 o exemplo disso pode ser observado na Indonésia e Vietname e
constituem excepção o Japão a China e Israel que apresentam menor
crescimento natural devido a reduzida taxa de natalidade e melhoria das
condições da vida das populações.
As zonas das altas montanhas desérticas correspondem as de baixa
densidade populacional. As grandes concentrações populacionais estão
em vales férteis e deltas de rios que cortam o continente.
Grandes Vales:
Vales dos rios Anjos, Bramaputra, Yangtsé Wang Hu Mecong, Tigre e
Eufrates, mas com densidades menores que os primeiros, possue grandes
concentrações urbanas como Changai 10 milhões Pequim, mais de 10
milhões, Calcutá mais de 6 milhões, Seul com mais de 6,8 milhões
Bombain com 6 milhões, Jacarta 5 milhões Tienstsin 4 milhões e Cantão
com 3 milhões.
Os problemas são vários desde falta de habitação para atender o grande
crescimento populacional, êxodo rural. Há escassez de água, falta de
emprego e transportes. Nas cidades asiáticas há maior influência das
civilizações muçulmanas, da Chinesa, Indú. As três são grandes quanto
ao traçado de suas construções e estilo arquitectónico. Contudo devido a
colonização existem aqui bairros tipicamente europeus ou dos Estados
Unidos de América resultando a segregação racial na ocupação do solo.
No Sudeste a população branca com grandes diferenças entre eles nos
aspectos físicos e culturais. Praticam várias religiões. Os Persas árabes
turcos e israelitas falam diferentes línguas vestem-se de diferentes
235

maneiras e tem um nível de desenvolvimento económico social


diferente.
No Sul da Ásia as diferenças são menores além de brancos estão os
negros no Sul da Índia e Seilão, denominados Gravidianos. Porém são
diferentes dos negros de África, falam língua diferente da de outros
asiáticos e da população branca da Índia.
Quanto á composição étnica apresenta três grupos raciais; o branco, o
negro, os mongóis ou amarelos porém há grande diversidade étnica entre
os asiáticos podendo se encontrar todos os tipos étnicos, como resultado
de contactos que criaram combinações.
Observam-se muitas diferenças étnicas e culturais, usos e costumes,
religiões e na maneira de pensar. O grande grupo é o amarelo formando
o maior contingente e os mais numerosos são os Chineses Indonésios e
Japoneses, mesmo entre eles há muitas diferenças quanto a língua
religião e nível de vida.
As religiões influentes no modo de vida – O induismo ou Brahnanismo
o Budismo e Islamismo. O Induismo é mais praticado pela maior parte
da população indiana. O Budismo originou-se na Índia e é mais
professado pelos amarelos. O Islamismo é seguido pelos povos do
Sudoeste Asiático árabes - Indonésia e a Meca é a Cidade Santa dos
Muçulmanos.
Para além destas existe o cristianismo seguido na Palestina e tornou-se
predominante no mundo Ocidental. O Judaismo dos Judeus no Israel
além de outras.

Aspectos económicos.

Com a excepção do Japão e a CEI13 a agricultura ainda é a principal


actividade económica da Ásia.
Produtos cultivados – arroz, base de alimentação cerca de 90% da sua
produção é da Ásia e desse 1/3 é produzido pela China.

13Comunidade de Estados Independentes, criada depois do desronamento da Ex União


Soviética.
236

O sistema agrícola é intensivo, baseado em pequenas áreas de terra e o


emprego de mão-de-obra numerosa. Produz-se também o Chá, algodão,
cana de açúcar, amendoim, amoreiras e tabaco. Borracha na Malásia
Indonésia índia e Sirilanca.
Além de rebanhos de ovinos existe a criação de gado bovino e suíno. A
Índia possui grandes quantidades de rebanhos de gado. A China possui o
maior rebanho de porcinos e terceiro de bovino.
A população de alguns países apresenta vestígios de fome e subnutrição.
No caso concreto do Japão o papel do Estado no crescimento da
economia japonesa jogou um papel bastante importante. A
administração Meijí favoreceu activamente na criação de empresas e
infra-estruturas, a través de uma política de obras públicas. O Estado
actua sempre que faltam capitais em algum sector. Mesmo que se
proclama a liberdade das empresas a economia está intervencionada e
até planificada, por meio de uma série de indicações mais ou menos
flexíveis que as companhias se comprometem a conseguir. Esta
planificação é responsabilidades de um organismo central dependente do
Governo. Foram elaborados planos em 1948-52, 1956-60, 1961-70.
O crescimento da economia japonesa foi espectacular. Chegou a superar
10% anuais durante os anos 60 e 70. Este aumento deve-se para além
das causas mencionadas ao incremento do consumo interno, que absorve
até 89% da produção nacional. A sua exportação não ultrapassa os 11%
do consumo. Este extraordinário aumento de gasto interno é possível
graças a altas taxas de poupança. Mas ainda é preciso estabelecer uma
política anti inflacionista por meio de um mercado protegido. A inflação
não supera os 0,5 anuais

A Energia Japonesa
O consumo de energia no Japão, é muito alto, mais de 6.895 kw/h per
capita. A maior parte de energia é consumida pelas grandes empresas.
Japão tem escassos recursos para obter energia eléctrica, a maior parte
dela se obtém do petróleo, segunda da nuclear, a hidroeléctrica, o carvão
e as alternativas. Japão é o terceiro produtor de energia eléctrica do
237

mundo e a consome toda. A produção de electricidade tem uma


importância decisiva para o Estado já que é considerado um sector
estratégico, o Estado ajuda as companhias japonesas a introduzir-se nas
Companhias estrangeiras.
Os maiores consumidores de energia eléctrica são as indústrias pesadas,
as indústrias ligeiras e o gasto doméstico. O uso de maquinarias de baixo
gasto de energia condicionou o maior consumo de energia no Japão, o
que impulsionou o desenvolvimento.
Japão não produz petróleo, importa este produto massivamente. Este é
importado em crude e é refinado no mercado local. Hoje este país é o
terceiro produtor de energia nuclear do mundo.

A indústria
A Indústria é o segundo sector mais importante da economia do Japão.
Produz cerca de 42% do PIB e ocupa 35 % da população activa.
A indústria faz o seu impulso na época Meijí com a intervenção estatal e
o impulso militarista. A indústria Japonesa parte de uma modernização
da tecnologia europeia para produzir bens similares aos desta. Japão
carece de matéria prima em quantidade suficiente para desenvolver as
suas indústrias, pelo que deve recorrer as importações de quase tudo.
Para poder responder deve fazer produtos de alto valor acrescentado e
tecnologicamente complexos. A Indústria encontra se no Sudeste entre a
costa do Pacifico e o Mar do Japão.
A indústria japonesa tem uma grande capacidade de exportação. Pode
abastecer a demanda interna e por no mercado internacional produtos a
preços competitivos, uns produtos de boa qualidade ou de qualidade
suficientemente aceitável. Algumas empresas japonesas estão entre as
mais importantes do mundo como Mitsui, Itochu e Mitsubishi, os três
grandes Zaibatsu, e tem umas 30 empresas entre as 100 mais grandes do
mundo.
238

Recursos de Petróleo
Os principais petroleiros do mundo estão na Ásia - Médio Oriente,
Arábia Saudita, Irão, República Árabe do Yemen, Katar Kweit e Oman.
Destes o maior é Arábia Saudita seguido de Irão e Kweit.
Em 1960 formam uma organização chamada OPEP- Organização de
países produtores e exportadores de Petróleo, tendo como fundadores a
Arábia saudita, o Irão, Iraque, Kweit, Venezuela, com objectivo de
enfrentar as Companhias estrangeiras.
Em 1968 foi fundada a OPAEP- Organização dos países árabes
exportadores de Petróleo. Ema 1972 num esforço comum os países da
OPAEP e da OPEP, pressionaram as Companhias estrangeiras,
aumentando o preço e a sua participação. De 1972 a actualidade elas
representam uma grande força económica e política no sentido de
nacionalizar as Empresas estrangeiras que operam no território Árabe.
Tem jazigos minerais com carvão na China e enxofre no Irão e Iraque,
Bauchite estanho na Malásia, minério de ferro na Índia e China.

A Actividade Industrial

Com excepção do Japão, e Ex URSS, China e Índia Coreia do Sul a


industrialização é baixa. A China teve a sua Revolução Industrial em
1948 com o Socialismo, isto com ajuda da URSS, que durou até 1960,
contudo até esta data divergências políticas levaram a cessação da ajuda
soviética.
Tem indústria pesada, siderúrgica, mecânica e no aumento de produção
tem energia eléctrica. Mais tarde a prioridade foi dada a agricultura com
a finalidade de harmonizar o desenvolvimento.
Para o caso da Índia ficou muito tempo como colónia da Inglaterra isso
influenciou para a sua industrialização, só depois de 1947 a indústria
concentrou-se em Madras Bombain e Calcutá. De todos os tipos a de
tecidos com base no algodão e justa ocupa um lugar. Porém espaços de
239

industrialização são ainda menores continuando o país


predominantemente agrícola. O país possui problemas de analfabetismo,
fome, organização social saúde e outros.
A Coreia do Sul foi durante tempos 1904-05 colónia do Japão e
chamava-se Chosen. Depois da II Guerra Mundial o território foi
dividido em Norte e Sul- Os estados Unidos de América, devido a
dificuldades de reunir as duas Coreias ocorreu a intervenção das tropas
deste país ao lado do Sul. Com o fim do conflito em 1936 foi
estabelecido o paralelo 38º como limite entre as duas.
Nesta altura a Coreia do Sul recebeu grandes investimentos norte
americanos acelerando o seu desenvolvimento industrial, contudo o
crescimento económico ocorreu apartir da década 60 e na actualidade
possui indústria naval, refinaria de petróleo, siderúrgica e de bens de
consumo, da mesma forma que o Japão o processo de industrialização
da Coreia do Sul é com modelos Ocidentais, actualmente é uma
sociedade de consumo nos moldes europeus.
A Ásia tem uma economia bastante frágil e grande parte da população
vive da agricultura rudimentar com excepção da China Japão, Indonésia,
os países possuem uma industrialização limitada. A base da exploração
dos seus recursos é feita por empresas estrangeiras. A estrutura social
asiática é de intensa urbanização que não acompanha o desenvolvimento
dos países.
O Continente subdivide-se em Ásia Setentrional, Ocidental, Médio
Oriente, Próximo Oriente e Ásia Oriental.

Sumário

O Continente Asiático é o mais populoso do mundo, com a sua


população maioritariamente ocupada na agricultura. Cerca de 1/3 da
população encontra-se neste Continente, sendo a China e a Índia os
líderes nos números de população.
Os principais petroleiros do mundo estão na Ásia- Médio Oriente,
Arábia Saudita, Irão, República Árabe do Yemen, Katar Kweit e Oman.
240

Destes o maior é Arábia Saudita seguido de Irão e Kweit.A


disponibilidade deste recurso esgotável faz desta região a que desperta
maiores atenções das grandes potencias mundiais e por isso vários
conflitos tem se desenrolado tendo como pano do fundo os recursos
petrolíferos.

Exercícios

1- Identifique os principais problemas da população Asiática?

2- Quais são as regiões maiores produtoras de petróleo a nível


da Ásia?

3- Qual é o país mais industrializado da Ásia?

Faça os exercícios e entrega a questão 1


241

UNIDADE XXIV

O Continente Australiano.

Introdução
O Continente Australiano encontra-se com uma população
desigualmente distribuída, sendo as áreas de maior concentração as
Cidades de Sídney e Melborne. Desta população, uma percentagem é
constituída por indígenas e outra de emigrantes europeus que
conquistaram esta região.
A nossa análise vai dedicar atenção especial a agricultura, passando
pelos recursos minerais e o comércio, que são actividades
maioritariamente desenvolvidas pelas populações deste Continente.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Conhecer a distribuição das populações do Continente


Objectivos Australiano.

 Caracterizar a agricultura da Austrália.

 Identificar os principais recursos naturais do Continente


Australiano.

 Caracterizar o Comércio do Continente Australiano.

13 O Continente Australiano

Possuía em 1992 apenas 14 milhões de habitantes, os exploradores


europeus encontram uma população de indígena de 300.000 habitantes,
o crescimento foi lento apartir de 1801, com a descoberta de ouro atraiu
242

emigrantes favorecendo o desenvolvimento económico, o crescimento


da população para mais de 1.000.000 de habitantes. Foi nesta altura que
surgiu o ordenamento da terra. Até o século XIX os habitantes
formavam colónias separadas por espaços vazios.
A separação dava uma construção sem planos com bitolas diferentes o
que impedia a integração. A unificação aconteceu em 1901, contudo
mantendo os Estados Governos e Leis e formaram Federação.
Foi daí que se tomou medidas restritivas, a migração e Austrália
dedicou-se a melhoria do seu nível de vida, as áreas de educação,
transporte passaram a ser do Estado e formou-se um Estado moderno.
90% da população é branca e a natalidade e mortalidade é das mais
baixas do mundo o crescimento natural é de 1,2% ano. A esperança de
vida é elevada, superior a 70 anos.
A população é essencialmente urbana embora mais de 80% das
exportações sejam de produtos agrícolas. 85% da população vive nas
Cidades de Sidney- com 800.000 habitantes, Melborne com 2.400.000
habitantes. E são as principais Cidades.
A economia está baseada na Agricultura embora o desenvolvimento
industrial tenha sido muito rápido, e a maior parte dos produtos de
exportação é agrária e a indústria está voltada para o mercado interno.
A exportação de produtos agrícolas e a compra de produtos
manufacturados é a base da economia. As áreas férteis estão no Sudeste
é mais húmida e o desenvolvimento da agricultura é graças ao aumento
da produção dessas áreas mais férteis e não pela conquista de novas
terras, porém tem enfrentado dificuldades dos solos e as terras ricas
ocupam pequenas áreas e o problema torna-se mais grave devido a
erosão nos climas secos e pobres em matéria orgânica.

13.1 Agricultura e Pecuária

A irrigação é limitada pelas escassez dos rios e a principal área irrigada


é a bacia Muray –Darling. Para a criação de gado é mais grave pois é
preciso garantir a água dos bebedouros, a perfuração dos poços até 2000
243

m aproveitando lençóis subterrâneos só assim se conseguem bons


resultados.
As pragas são outras dificuldades as colheitas são as principais
introduzidas pelos primeiros colonos. A agricultura depende dos meios
de comunicação que permitem o escoamento da produção. A falta de
mão-de-obra devido a urbanização faz da agricultura mais mecanizada.
A estabilidade dos preços é estimulante, o alto preço da mão-de-obra e
máquinas e a baixa preços de alguns produtos.
A agropecuária já passou o primeiro rebanho de carneiros de 170
milhões e importante de suínos. Nas regiões mais chuvosas predomina a
pecuária leiteira nas planícies e planaltos do Norte é de bovinos e as
regiões menos chuvosas que circundam o deserto são de carneiros.
A produção agrícola variada desde cultura tropicais, subtropicais. Das
tropicais temos a cana de açúcar, e o trigo que constitui a maior fonte de
exportação. O cinturão de trigo forma um arco no Sudeste na Bacia de
Muray Darling, mas devido a irregularidades de chuvas as colheitas
variam muito. Há regiões menos importantes de cultivo. Os Australianos
desenvolveram estudos de irrigação incrementaram a agricultura para
fazer face a seca e escassez de mão-de-obra.
Os solos permitem escoar em caminhos a produção para os mercados
mas a queda de preços é o grande problema para a cultura de trigo.

13.2 Os Recursos minerais.

A Austrália tem um solo rico em numerosas jazidas minerais, que


ocorrem nas antigas rochas do Continente. O primeiro recurso a ser
descoberto foi o ouro entre 1850-60, produziu cerca de 50% da produção
mundial, contudo sua importância está reduzida não pelo esgotamento
como também pela dificuldade de exploração das minas de deserto como
Kalgoorline e Koolgardie e as jazidas mais importantes são de chumbo,
zinco e prata extraidas das minas petrolíferas de Brokenltille do Monte
Ita e Tasmânia.
244

O cobre e Bauxite são também encontrados na Tasmânia e para serem


explorados devem ser beneficiados de algum tratamento adicional, mas
como a metalurgia dos não ferrosos é grande consumidora e
normalmente se localizar nas áreas de disponibilidade energética como a
Tasmânia a sua exploração tem sido possível.
As descobertas de Ferro tem atraído valiosos capitais para sua
exploração e exportação onde são construídas ferrovias usinas de
concentração de minério e o principal porto de exportação é
Yanpisound, o principal importador do minério de ferro é o Japão e as
jazidas menos importantes como é o caso de Whyalla são usadas para
abastecer a siderurgia do país. No sector estratégico a situação não é tão
favorável porque a produção de petróleo é pequena e a Austrália é
grande consumidor fazendo por isso macissas importações do Médio
Oriente e da Indonésia.
A produção hidráulica é limitada e as mais importantes estão na
Tsmania e nas montanhas de Luste. O principal projecto é o dos Montes
Snwy que abrangia a construção de 20 burrangenges e aumentaria a área
irrigada e produzindo 7 biliões de kw/h.
A produção de carvão compensa e é encontrada na Região do Sudeste. A
posição superficial das camadas facilita a extracção, reduzindo o preço
de produção.
A Revolução industrial até 1914 a Austrália importava produtos
manufacturados e exportava produtos agrícolas. A guerra entre os
industrializados da Europa obrigou a produzir o seu e a industrializar o
seu país.
A escassez de mão-de-obra e a alimentação do mercado de consumo são
os problemas para o desenvolvimento industrial pois a importação de
mão-de-obra é cara e a exportação de produtos é baixa não recompensa
os custos de produção.
Apesar destes factores o desenvolvimento industrial é acelerado devido
aos investimentos de capitais dos Estados Unidos de América, ingleses e
Japoneses.
245

As indústrias de lacticínios, carne e couro perderam a posição dentro da


economia Australiana pois o sector ligado a eles e a evolução do nível
da vida tem crescido mais depressa.
Desenvolve-se a indústria mecânica de autos, aviões, ferroviários,
petroquímica, metalúrgica, dos não ferrosos e química de fosfatos. As
indústrias estão nas cidades de sudeste como serviços como energia,
transportes capazes de atender as suas necessidades.
A Austrália é um país que enfrenta problemas no transporte devido a
seguintes causas:
 Dimensões australianas que obrigam a construção de estradas
longas.
 Inexistência de um plano para toda Austrália. Cada Estado tem a
sua rede ferroviária sem se preocupar pelos outros. Essas
dificuldades explicam a intensidade de tráfego dos meios de
transportes.
 A navegação de cabotagem é importante porque as actividades
concentram se nas áreas litorrâneas. Quanto ao meio mais usado
é a ferrovia, a utilização da rodovia para pesados é
desaconselhável por isso o rodoviário fica limitado entre cidades
próximas. O transporte de passageiros é aéreo. Entre Sidney e
Melbourne existe uma ponte aérea. As pequenas cidades mesmo
as grandes tem um pequeno campo de pouso.

13.3 O Comércio

É exportador de géneros agrícolas e matérias primas minerais e


importadora de produtos manufacturados. A exportação de lã, trigo,
lacticínios e frutas representa parte das exportações. O Japão é o
principal comprador dos derivados ao seu interesse pelas matérias
primas minerais e o seu fornecedor tem sido os Estados Unidos de
América desde o fim da II Guerra Mundial, fornecendo equipamento
para manufacturas.
246

O cliente é a Grã Bretanha que já foi o segundo comprador e vendedor.


O estabelecimento de relações diplomáticas com a China abriu novos
mercados com a Austrália.

Sumário

No Continente Australiano a irrigação é limitada pelas escassez dos rios


e a principal área irrigada é a bacia Muray –Darling. O trigo a Cana de
Açúcar, são as principais culturas deste Continente e constituem a maior
parte das exportações do Continente e as que mais contribuem para a
economia do Continente.

Exercícios

1- Caracterize a produção agropecuária da Austrália.

2- Quais são as principais causas dos problemas que a


Austrália enfrenta?

3- Quais são as maiores exportações do Continente


Australiano?

Faça os exercícios e entrega a questão 2


247

Unidade XXV

O Continente Africano.

Introdução
África é um Continente vasto em termos de espaço, com uma
densidade populacional bastante baixa e uma taxa de natalidade das
mais altas do mundo, contudo o mais despovoado do mundo.

A penetração europeia foi o ponto de ruptura do crescimento das


grandes civilizações deste Continente e o início de um povoamento
de europeus no Continente, os quais vieram se juntar a outros
asiáticos que também por diversas razões chegaram neste
Continente.

Nesta Unidade analisaremos uma pequena história deste Continente


e veremos os aspectos étnicos para depois seguirmos analisando os
aspectos económicos da população africana. Finalizaremos o nosso
estudo com a análise da produção industrial do Continente.

O processo de integração regional é uma acção que junta esforços


de várias estruturas políticas e económicas da África Austral, que
procuram incentivar as políticas de eliminação de barreiras
aduaneiras na região rumo a uma maior cooperação ou integração
da economia regional.

O estudo desta Organização regional vai proporcionar


conhecimentos sobre as principais acções desenvolvidas na região
para o melhoramento do crescimento económico da região e uma
maior circulação de pessoas e bens na região

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

Objectivos
248

 Caracterizar os aspectos Económicos do Continente.

 Distinguir as principais zonas mais industrializadas do


Continente Africano.

 Conhecer o processo histórico da formação da SADC.

 Descrever os objectivos da SADC, no contexto do


desenvolvimento de África.
249

O Continente Africano

Aspectos Históricos

A história de África e sua evolução económica e social não é muito


unitária. Os contactos com os povos foram escassos devido as
dificuldades da comunicações, sobretudo entre o Norte e o Sul. Os
desertos de Sahara e as florestas equatoriais foram barreiras de
difícil perfuração para os povos e o seu intercâmbio, mesmo que
não tenham faltado contactos. No Norte e na Costa Mediterrânea
ouve grandes impérios entre os quais se destacam: Egipto, Cartago,
Roma e Islão.
Ao Sul de Sahara, no Sahel se desenvolveram os impérios de:
Ghana, na região Ocidental do Sudão entre o Rio Senegal e o Lago
Chad, Ghana era um reino muito rico que se beneficiava de um
clima húmido que o actual, e da paz devido ao seu isolamento das
grandes potências europeias. Manteve-se desde o século VIII ao
XIII. Com a sua plenitude entre os séculos IX e X.
O Mali é outro grande Império que se desenvolveu na mesma zona
desde o século XI até ao século XIV, o seu apogeu foi no século
XIII. Depois da queda deste império, aparece na mesma região o
império de Songhay. Com o seu domínio que vai desde o século
XV ao XVI, este reino conhece já o impacto da expansão
portuguesa.
Podem se destacar outros reinos como o de Kanembornu, no Sudão
Central até o século VII; o Reino de Benin na costa da Guiné e a
direita do rio Niger, que prevaleceu no século XII; o reino de
Congo na desembocadura do rio Congo, até ao século XIV,
(aparecem na região no século XV os navegadores portugueses).
O Reino do Zimbabwe-Monomotapa, ao sul do rio Zambeze, cerca
da Costa indica, desde o século XI ao século XVII.
Contudo estes impérios e reinos não conseguiram impor as suas
culturas em toda região, e enquanto estes tinham civilizações
emergentes e inclusive conheciam a escrita, outros povos vizinhos
estavam ainda no neolítico e permaneceram assim até o século XX.
250

População do Continente Africano

Antes da colonização África era um dos Continentes mais


despovoados do mundo, com a chegada da medicina Ocidental o
Continente começou a observar transformações demográficas, que
resultaram num aumento da população explosivamente, mas o
desenvolvimento económico não acompanhou o crescimento, o que
provocou o subdesenvolvimento, miséria e fome. Apesar disto
África continua sendo um dos Continentes mais despovoados do
mundo.

Aspecto do Continente Africano e a divisão política

O crescimento foi muito rápido com mais de 2% anuo durante 75


anos. As diferenças sociais criaram tensões. A taxa de natalidade é
muito alta, apesar dos avanços na medicina a taxa de mortalidade
também é alta, assim como a taxa de mortalidade infantil é das
mais altas, devido a miséria.
A população africana se calcula em aproximadamente 500.000.000
de habitantes, sendo que é uma cifra suposta, já que é muito difícil
fazer um censo fiável. Estes dados supõe uma densidade média de
17 h/km2 numa concentração muito baixa.
A população está muito irregularmente repartida. A maior parte do
Continente é um autêntico deserto, tanto do Norte como do Sul, e
251

as florestas equatoriais estão praticamente desabitadas. Pelo


contrário o delta do Nilo, o vale do Níger, a região de
Johananesburg-Cabo e as grandes cidades capitais, estão muito
densamente povoadas. Estas são também as regiões mais
desenvolvidas economicamente.
As diferenças enormes entre as regiões fazem com que as
migrações sejam uma constante em África. Estas migrações estão
provocadas pela fome, a miséria e a falta de recursos, ou são
forçadas pelas guerras. O fluxo geral é do campo para as cidades
capitais (Êxodo Rural) e logo se é possível para Europa. A guerra e
as deportações são as causas consideradas mais espectaculares em
África.

Grupos Étnicos

Em África se distinguem basicamente dois grupos étnicos: Os


brancos do Norte, que se subdividem em hamitas e Semitas; os
negros do Sul do Sahara, que integram os pigmeus, hotetontes,
bosquímanos, sudaneses, hamito negróides como os bantus, etc,
todos com características diferenciadas. Fora destes grupos
originários, encontramos árabes, europeus, asiáticos e demais raças
que invadiram África em distintos momentos.
As diferenças étnicas dos africanos e pela sua variedade por vezes
são fontes de conflito étnico que podem acabar em genocídio. Em
quase todos os países africanos existem conflitos ou rivalidades
étnicas. Podemos citar os casos dos hutus e tutsis (batutsi). Embora
estes conflitos podem dar-se dentro da mesma etnia, pelas
diferenças que podem existir entre os clãs.
A cultura tradicional dos africanos está adaptada ao meio em que
vivem, embora a colonização, o conhecimento da cultura europeia
e o impacto do capitalismo Ocidental aculturou estes povos,
252

distanciando-os dos seus modos tradicionais da vida e convertendo


os em povos subdesenvolvidos e sem recursos.
Tradicionalmente os africanos praticavam a agricultura itinerante,
ou rotativa, de rossa e fogo. Este tipo de agricultura necessita de
grandes períodos de repouso para que se recuperem as florestas, e
para ter pasto para o gado. É uma agricultura extensiva que se
pratica na África Sub-Sahriana. Existe também a Agricultura
especulativa de plantações. Esta é intensiva a volta do oásis.

REGIOES URBANAS DE AFRICA.

As Cidades dos países do terceiro mundo seguiram um processo


diferente ao dos países desenvolvidos.
Em África há dois âmbitos diferentes: Um urbano, ao Norte e
controlado pelo mundo islâmico, outros ao Sul quase totalmente
desurbanizado. Em contrapartida as cidades islâmicas em boa parte
continuaram sendo medievais, até ao impacto da colonização, pelo
que se transformaram num modelo Ocidental.
A igual que as Cidades europeias as africanas cresceram num
primeiro momento graças a imigração provocadas pelas
expectativas de uma vida melhor. Contrariamente a aquelas estas
não eram centros de regiões industriais. Hoje as Cidades continuam
a crescer, mas não graças aos imigrantes mas ao crescimento
vegetativo.
Uma das características das Cidades africanas é o crescimento de
uma rede desestruturada, onde as construções desordenadas são o
denominador comum. Existem uma ou duas grandes cidades por
país, algumas delas como o Cairo, Lagos, Cartum, Ibadan,
Kinshassa, Nairobi, Rabat, Casa Branca, Luanda, Cabo,
253

Johanesborg, que estão entre as maiores do mundo. Só Marrocos e


África do Sul têm uma rede de Cidades medidas.

Situação Económica em África

O factor mais saliente da economia africana, é a sua desintegração,


já que não corresponde as necessidades da sua população, com os
produtos que elaboram. No geral produz-se para a exportação e não
para o consumo interno. Outra característica da economia africana
está ligada a que esta é uma economia de actividades extractivas
com certo poder afectivo ao ambiente.
Todos os países africanos, com excepção da África do Sul,
pertencem ao Terceiro Mundo. Em África convivem dois tipos de
economias: Uma tradicional e de subsistência e outra Capitalista
dirigida pelo comércio internacional. Predomina o sector primário,
tanto na economia Capitalista como na economia de subsistência.
As infraestruturas económicas, tanto nos transportes como no
comércio são deficientes salvo na exportação. África necessita de
fortes investimentos de capitais.
A economia africana concentra-se em uma série de ilhas
desenvolvidas, enquanto que o resto do território é
subdesenvolvido. Estas Ilhas desenvolvidas estão na costa a volta
dos grandes portos, e nas regiões ecologicamente favoráveis para as
plantações e mais nas zona mineiras.

Agricultura, Pecuária e Pesca

A agricultura é o principal sector de actividades em África. Esta se


subdivide em dois modelos: a Agricultura Tradicional de
subsistência e a de Plantações.
254

Os sistemas tradicionais dividem-se basicamente em dois: O


sistema de agricultura de Roça e fogo, próprias das regiões de
savana e floresta e o sistema de agricultura intensiva de regadio dos
oásis do Sahara e Sahel. Pode se falar também da agricultura
mediterrânea na costa norte.
A agricultura de Plantação especulativa, utiliza todos avanços
técnicos e biológicos da revolução verde. A abundância de terras
permite ter uma exploração extensiva em regime de monocultura, e
quando se esgota uma plantação se transfere para um outro lugar
próximo. Isto para permitir o descanso da terra, e restam terras
férteis a agricultura tradicional, o que termina não raras vezes em
conflitos de terras.
As plantações cultivam produtos com destino a exportação e não
para as necessidades dos países, como é o café, as frutas, e as
hortaliças da costa mediterrânica. A sua produção depende das
necessidades dos países desenvolvidos e a sua prosperidades das
condições do mercado internacional. No geral cultivam produtos
secundários para a dieta dos países desenvolvidos. Por isso são
plantações especulativas e calculam qual será a demanda nos países
ricos.
A pecuária é outro dos recursos tradicionais da economia africana,
embora em grande parte de África, fora da savana não existem
pastos. A savana tem um clima em que a seca tem sido um
problema para o gado, o que impõe a exploração seminómada. Os
rebanhos mais frequentes são de ovinos, bovinos e camelos; o
porcino, tem um lugar marginal. É frequente a utilização de gado
apenas para obtenção de leite e não para a carne.
A pesca é um recurso tradicional muito expandido, sobretudo a
pesca em lagos e rios. Mas tem um baixo significado nas
economias dos países, mas alguns bancos marinhos de África são
muito ricos, como os da costa mauritana mas estão explorados por
frotas estrangeiras.
255

Os Recursos Minerais

A mineração em África remota os tempos das primeiras


civilizações de África, continuou como actividade básica durante a
colonização, e continua uma actividade extractiva de grande
importância económica, e que os seus produtos são destinados a
exportação, pertencem a grandes empresas que controlam estas
actividades. No geral extraem produtos de alto valor acrescentado.
Do Continente africano se extraem o ferro, manganésio, cobre,
petróleo, gás natural, bauxite, urânio, ouro, diamantes, etc.

A Indústria e a Energia

A indústria africana é muito pouco desenvolvida, já que se é certo


que o continente é fonte de matéria prima, não o é dos produtos
manufacturados ou acabados. Grande parte das indústrias se dedica
a produção de bens de pouco valor acrescentado. A maior parte das
indústrias salvo na África do Sul, são de capital estrangeiro. Só
África do Sul tem uma indústria considerável e mesmo lá em certas
regiões como nos arredores do Cabo. A política de desconcentração
que muitas empresas multinacionais aplicam actualmente,
permitiu-lhes melhorar o seu tecido industrial, mas este continua
nas mãos de grandes monopólios estrangeiros.
Uma das indústrias com maior importância é a indústria de
transformação de produtos agrícolas. Os produtos agrícolas devem
ser empacotados e tratados na origem antes de vende-los nos países
desenvolvidos.
África é o continente que menos energia consome e o que menos
produz. Este é sem dúvidas um obstáculo para a criação de um
256

tecido industrial estável, apesar de ter recursos importantes, mas a


energia produz-se onde se consome.
O maior obstáculo da industrialização em África é a falta de
capitais africanos e de uma burguesia média capaz de impulsionar o
desenvolvimento desta actividade nos diversos sectores.

Transportes, Comunicações e Serviços

No sector de serviços, o transporte é um sector chave na economia


capitalista, desenvolvida, já que a prosperidade das regiões depende
da possibilidade dos intercâmbios e do aproveitamento das
vantagens comparativas. Mas as comunicações em África são
difíceis e escassas. A infraestrutura varia em grande medida, está
abandonada desde os tempos coloniais, faltam investimentos para a
sua manutenção e criar outras novas.
No geral as comunicações com o interior são muito más, a melhoria
se observa quando comunicam as regiões produtoras e mineiras
com a costa. Tornam-se ainda boas quando são do exterior, devido
a importância das exportações. Os Portos e Aeroportos são bons,
sobretudo os situados na costa e nas capitais principalmente os
dedicados ao comércio.
O maior interesse das companhias ajuda a manter algumas vias de
comunicação, pela sua importância na colocação dos seus produtos
no mercado internacional. Contudo estas vias acabam beneficiando
a estas companhias porque em troca estas monopolizam o comércio
exterior.
Muitos dos rios são navegáveis, mas tem importância no sistema de
comunicações local ou regional.
Os serviços como em todos os países subdesenvolvidos, são de má
qualidade. O Estado apenas oferece prestações. A população que se
ocupa neste sector o faz a título individual. Não obstante países
como o Kénia, tanzania ou os do Magreb, tem uma infraestrutura
257

Turística importante, com bons serviços para o efeito. Egipto,


Argélia, Marrocos, são alguns dos destinos turísticos, mais
apreciados pelos países ricos.

A SADC como Organização Regional

A Origem da SADC

A SADC, (Southern African Development Community), tem a sua


origem na SADCC, (Southern African Development Co-ordination
Conference), criada em Abril de 1980, em Lusaka na Zâmbia, por
governos de nove países da África Austral que são: Angola,
Botswana, Lesotho, Malawi, Moçambique, Suazilândia, Tanzânia,
Zâmbia e Zimbabwe.
A formação da SADCC foi o culminar de um processo de
negociações entre os Chefes de Estados da Região da África
Austral que acabavam de alcançar as suas independências políticas,
mas que pretendiam uma independência económica para a região.
Os países aproveitaram a experiência positiva dos trabalhos em
comum dos países da Linha da Frente que se formou nesta região
mas com objectivos políticos do que económicos.
Desde 1977 tiveram lugar várias consultas por representantes dos
Ministérios dos Negócios Estrangeiros, que culminaram com a
reunião Ministerial dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos
Países da Linha da Frente em Gaberone em Maio de 1979, com a
participação dos Ministros responsáveis pelo desenvolvimento
Económico.
A SADCC foi formada com quarto objectivos fundamentais a
saber:
 Para reduzir a dependência dos países membros, da África
do Sul do Apartheid e não só.
258

 Para implementar programas e projectos com impacto


nacional e regional.
 Mobilizar os recursos dos países membros para a colocação
colectiva no Mercado.
 Para assegurar o entendimento internacional.


Área que integra os países da SADC (coresverdeada)

A transformação da SADCC em SADC aconteceu em 17 de Agosto


de 1992 em Windhoek, na Namíbia, passando a integrar mais
membro que deram a seguinte composição: Angola, Botswana,
República Democrática do Congo, Lesotho, Malawi, Maurícias,
Moçambique, Namíbia, Seisheles, África do Sul, Suazilândia,
Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Emblema e Bandeira da ASDC

A integração de mais membros tem a ver com o conjunto de


transformações políticas ocorridas na região, onde destacamos o
fim do Apartheid na África do Sul e começo de uma nova era de
desenvolvimento naquele país. Cada país membro tem
responsabilidade de coordenar um ou mais sectores de
desenvolvimento económico e social, de acordo com as suas
259

potencialidades territoriais. Moçambique ficou com a tarefa de


coordenar o Sector dos Transportes e Comunicações.
A sede da Organização está em Gaberone em Botswana, as línguas
de trabalho são o Inglês e o Português.
Os actuais objectivos da Organização são:

1- Implementar o crescimento económico, aliviar a pobreza,


estabelecer as melhores condições de vida dos cidadãos da
região e eliminar as desvantagens da região mediante a
integração.
2- Promover a paz e a segurança.
3- Promover o desenvolvimento sustentável com base em
cooperação colectiva e interdependência dos países
membros.
4- Promover a utilização sustentável dos recursos naturais e a
protecção efectiva do ambiente. Entre outros.

Responsabilidades sectoriais da SADC

A acção primária da SADC é de ajudar a definir as prioridades


regionais, facilidades de integração, assiste na mobilização de
recursos e para a maximização dos impactos dos projectos
regionais.

A submissão dos interesses nacionais aos regionais, a cada membro


desta região foi locada uma responsabilidade de uma determinada
área em que de acordo a sua posição estratégica pode ajudar a
região a encontrar soluções viáveis para o desenvolvimento.

Assim são as seguintes as áreas sectoriais atribuídas aos países


membros da SADC:

Angola, responsável pelo sector de Energia.

Botswana, responsável pelo sector de Investigação agrícola e


controlo das doenças animais.
260

Lesotho, responsável pelo sector de, Ambiente e controlo da terra e


Água.

Malawi, responsável pelo sector de Pesca das águas interiores,


florestas e fauna bravia.

Maurícias, responsável pelo sector de Turismo.

Moçambique, responsável pelo sector de Cultura, Informação e


Desporto e Transportes e Comunicações.

Namíbia, responsável pelo sector Legal e pesca dos recursos


marinhos.

África do Sul responsável pelo sector de Ambiente e Finanças, e


Saúde.

Suazilândia, responsável pelo sector de desenvolvimento dos


recursos Humanos.

Tanzânia, responsável pelo sector de Indústria e Comércio.

Zâmbia, responsável pelo sector de Mineração e Emprego.

Zimbabwe, responsável pelo sector de Cereais, comida, agricultura


e recursos naturais.

Existem alguns países que não possuem tarefas concretas dentro da


Organização, mas sempre colaboram na resolução de várias
questões sectoriais.

Existem também responsabilidades que são rotativas entre os


membros integrantes da Organização.

A integração regional é uma das principais metas desta organização


e várias transformações têm sido operadas para que a região se
torne um mercado comum, com livre circulação de bens e pessoas
da região sem as habituais barreiras aduaneiras o que no futuro
poderá colocar a região um ponto económico de referência
obrigatória. A criação de uma moeda única na região poderá levar
algum tempo, visto não estarem criadas as condições para o efeito.
261

Sumário

O factor mais saliente da economia africana, é a sua desintegração,


já que não corresponde as necessidades da sua população, com os
produtos que elaboram. No geral produz-se para a exportação e não
para o consumo interno. As altas taxas de natalidade do Continente
não fazem correspondência com os níveis de produção, o que
resulta em pobreza da maioria da população local, aliado aos
baixos níveis de industrialização.

O Continente possui um número significativo de recursos, contudo


estes são controlados por grandes empresas estrangeiras que
exploram e exportam em benefício maioritário destas. O
rendimento percápita é baixo, a maioria das populações sobrevive
com recurso a donativos de programas de ajuda de organizações de
ajuda humanitária. A génese da criação desta Organização é a
Linha da Frente, que foi uma criação para defender os países
membros das agressões do Apartheid na África do Sul, mais tarde
se transformaria em SADCC, já com características económicas
que políticas como foi a anterior. A SADCC, daria lugar a SADC,
na prossecução dos objectivos de integração regional, já num outro
contexto, onde a África do Sul passa a ser membro com
responsabilidades, uma vez removidas as barreiras do Apartheid
neste país.
262

Exercícios

1- Quais são as principais civilizações que se desenvolveram


no Sul do Sahara?

2- Caracterize o crescimento das Cidades Africanas.

3- Fale da divisão do sistema tradicional da agricultura


africana.

4- Sendo África a fonte de matéria prima; Como explica que a


sua indústria seja tão pobre?

5- Quais foram os objectivos de formação da SADCC?

6- Quais foram os primeiros países que integraram esta


Organização?

7- Destaque os principais objectivos da SADC?

8- Como explicas a escolha de Moçambique para responder


pelo sector dos transportes e Comunicações na SADC?
263
264

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