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PROPÓSITO
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar, tenha em mãos um bom dicionário de Psicologia para buscar conceitos mais
específicos. Sugerimos que pesquise e acesse os seguintes dicionários:
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
O homem tem se colocado ao longo da história como sujeito do conhecimento. Assim como há
diferentes formas de percepção da realidade, há também diferentes formas de conhecimento,
dependendo do lugar que falamos. Por isso, é importante estudá-los no âmbito cotidiano,
acadêmico ou profissional para que possamos nos situar no espaço.
Afinal, o conhecimento que adquirimos ao longo de nossa vida passa, necessariamente, pela
nossa experiência corporal, subjetiva, cognitiva, cultural e social. Assim, conhecer refere-se à
relação intrínseca entre o sujeito que conhece e o objeto que é conhecido.
MÓDULO 1
TIPOS DE CONHECIMENTO
Vamos nos aprofundar em quatro diferentes tipos de conhecimento que tiveram destaque ao
longo da história. São eles:
Religioso
Filosófico
Científico
Tais conhecimentos não são hierarquizados, apenas se distinguem por suas características
específicas e peculiares, conforme veremos a seguir.
Mas essa é a Psicologia dos psicólogos? Quando as pessoas dizem complexado no cotidiano,
estão se referindo à teoria do complexo?
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A TEORIA DO COMPLEXO
É a teoria científica postulada pelo psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875-
1961).
“Os complexos, em si mesmos, não são nem negativos nem positivos. São, na verdade,
constituintes da psique humana e fonte das emoções. Indicam, dessa forma, que a estrutura
psíquica é dotada de uma carga afetiva muito forte, ligando entre si representações,
pensamentos e lembranças. Jung estima que os complexos podem ser agrupados em categorias
distintas: complexo mãe, complexo pai, complexo de poder, complexo de inferioridade. Por trás
de suas características pessoais, os complexos possuem conexões com os arquétipos, criando
uma ponte entre as vivências individuais e as grandes experiências da humanidade.” (NASSER,
2010, p. 327)
ATENÇÃO
O conhecimento empírico é essencial para que haja convivência cotidiana em sociedade. Afinal,
se ele não existisse ou se fosse questionado de forma radical, seria impossível que tivéssemos,
por exemplo, um diálogo simples em um bar. Imagine a seguinte conversa:
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– Senhora, na verdade, isso não é cerveja, porque a quantidade de lúpulo necessária para que
ela assim fosse denominada...
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– Obrigado pela informação. Mas não estrague essa bela noite ao luar.
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– Senhora, não existe “luar” ou “luz da lua”. Sabemos que a luminosidade que vemos provém
da estrela mais próxima da terra, o Sol, que a ilumina. Temos a ilusão...
SAIBA MAIS
Lúpulo é uma espécie de trepadeira usada, desde o século IX, na fabricação de cerveja,
conferindo-lhe o gosto amargo característico.
Essa conversa informativa não teria fim ou um dos interlocutores desistiria! Embora o
conhecimento empírico possa levar a preconceitos, de menor ou maior grau, por conta do que
definimos como tradições cristalizadas culturalmente, ele ainda permanece necessário. Disso
resulta a necessidade do chamado bom senso.
CONHECIMENTO RELIGIOSO
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O conhecimento religioso pode ser definido como produto da fé humana na existência de uma ou
mais entidades divinas.
Para entender o conhecimento religioso, nada melhor do que recorrer à Grécia Antiga, com sua
multiplicidade de mitos e deuses. Lá, existia Deméter, uma deusa da agricultura, filha de Cronos
e irmã de Zeus. Naquele tempo, acreditavam que havia fartura de alimentos graças a essa deusa
(CAMPBELL, 1990).
Deméter tinha uma linda filha, Perséfone, que despertou a paixão de seu tio, o deus Hades,
senhor do mundo avernal (submundo). Encantado com a beleza de Perséfone, Hades a rapta e
oferece a ela um fruto de romã. Perséfone não sabia que quem comesse um fruto do submundo
seria obrigado a viver nele. Assim, Perséfone se tornou esposa de Hades, senhora do mundo
subterrâneo.
Assim, quando Perséfone subia das profundezas para se encontrar com a mãe, caracterizava as
estações primavera e verão; quando Perséfone retornava ao marido Hades, iniciava as estações
outono e inverno. Esta seria a explicação das estações do ano para os gregos antigos.
Embora todas as religiões tenham os mitos como origem — mito e religião são distintos. As
religiões estão baseadas em homens idealizados, que, de alguma forma, possuem ligações com
o inexplicável e com o sobrenatural. As religiões vêm dos mitos, mas passam pelo crivo da luz do
pensamento racional, pois estão fundamentadas na crença de que a mente humana, quando livre
de suas limitações, pode alcançar a ideia de divindade.
A MENTE HUMANA, ALIVIADA DE PREOCUPAÇÕES
SECUNDÁRIAS E MERAMENTE TEMPORAIS,
REPRODUZ, COM A RADIÂNCIA DE UM ESPELHO
IMACULADO, O REFLEXO DA MENTE RACIONAL DE
DEUS. A RAZÃO COLOCA VOCÊ EM CONTATO COM
DEUS. CONSEQUENTEMENTE, PARA AQUELES
HOMENS, NÃO HAVIA UMA REVELAÇÃO ESPECIAL
EM LUGAR ALGUM, E NEM ERA NECESSÁRIO,
PORQUE A MENTE DO HOMEM, LIVRE DAS SUAS
FALIBILIDADES, É SUFICIENTEMENTE CAPAZ DE
COMPREENDER DEUS. TODAS AS PESSOAS DO
MUNDO, PORTANTO, SÃO CAPAZES, PORQUE SÃO
DOTADAS DE RAZÃO.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
O conhecimento filosófico procura dar sentido aos fenômenos gerais da existência humana.
Vários conceitos científicos se originaram de reflexões filosóficas. Portanto, esse tipo de como
característica a busca da razão pura no questionamento dos problemas humanos.
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Seus objetos de análise são ideias, relações conceituais e exigências lógicas não materiais, isto
é, não passíveis de observação. Utiliza-se como método a razão, em que prevalece o processo
dedutivo, o qual antecede a experiência. Não exige confirmação experimental, apenas lógica
(LAKATOS; MARCONI, 1991).
A Filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela formulação
de uma concepção unificada do universo. Por isso, procura responder às grandes indagações do
espírito humano e até busca as leis mais universais que englobem as conclusões da ciência.
(PRÉ-SOCRÁTICOS, 1996, p. 4)
O conhecimento filosófico grego se confunde com a própria cultura ocidental. Influenciado pelo
conhecimento latino (romano) e pelo conhecimento religioso (cristão) – ou somando-se a eles –,
constitui a base para grande parte das estruturas que sustentam a sociedade contemporânea:
legislação, sistema político, arte etc.
FILOSOFIA MEDIEVAL
(séculos V-XV)
FILOSOFIA MODERNA
(séculos XV-XVIII)
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
Dessa forma, a Filosofia também foi a base para o conhecimento científico, seja no âmbito das
Ciências da Natureza (a partir do século XVI), seja no âmbito das Ciências Humanas (a partir do
século XIX).
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Durante a Filosofia Moderna, tivemos, pela primeira vez, um conhecimento que ganhou
autonomia, deixando o pensamento lógico-argumentativo para a Filosofia e desenvolvendo uma
teoria experimental.
Assim, as perguntas que a Filosofia tenta responder são diferentes daquelas respondidas pela
ciência. Enquanto o conhecimento científico é baseado em fatos, estabelecendo leis e padrões, a
Filosofia é especulativa, baseada, principalmente, na argumentação.
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São objetos de estudo da ciência perguntas como:
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Existe alma?
O que é liberdade?
Objeto específico
Linguagem rigorosa
Objetividade
Não Não
Verificável Verificável
verificável verificável
Aproximadamente
Inexato Exato Exato
exato
Comentaremos um pouco mais sobre cada tipo de conhecimento para fixarmos os conceitos:
Verificável – mas apenas em relação ao que pode ser observado, no cotidiano, no âmbito
do observador, isto é, sua verificabilidade é subjetiva.
Falível – porque se conforma apenas com o que se vê ou se ouviu falar, não se preocupa
com a busca da verdade.
Inexato – pois a falibilidade não permite a formulação de hipóteses verificáveis sob o ponto
de vista filosófico ou científico.
CONHECIMENTO RELIGIOSO
Valorativo – porque se baseia em doutrinas que possuem proposições sagradas
(dogmas), com juízo de valor.
Infalível e exato – porque os dogmas (revelações divinas) não podem ser discutidos.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO
Valorativo – porque se baseia na experiência e na argumentação.
Infalível e exato – porque as hipóteses exigem apenas coerência e lógica, que dispensam
a experimentação.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Real (factual) – porque lida com ocorrências e fatos.
ATIVIDADE
Imagine a seguinte situação: um homem morreu. Em seu velório, estavam presentes um padre,
um professor de Filosofia, um amigo de infância e um médico. Uma pessoa pergunta aos
quatro: Por que o homem morreu?
Você conseguiria identificar a que tipo de conhecimento corresponde cada uma dessas
respostas? Selecione os tipos de conhecimento correspondentes no quadro ao lado.
2. Do pó viestes, ao pó
Médico
(conhecimento regressarás! Essa é uma verdade
científico)
à qual ninguém pode escapar...
Padre
(conhecimento
religioso)
3. Para Nietzsche, a morte é a
suprema possibilidade da
Professor de
Filosofia
liberdade humana. Na morte, o
(conhecimento homem se demonstra vivo no
filosófico)
mais alto grau!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) É um tipo de conhecimento que não diz tudo o que sabe e uma norma que não enuncia tudo
aquilo que postula.
GABARITO
1. Sobre a distinção entre senso comum e conhecimento científico, assinale a alternativa
correta:
Presente em nossas vidas, o senso comum é baseado na percepção cotidiana dos fatos ou nos
costumes e nas tradições. Portanto, não exige nenhuma análise mais aprofundada ou algum tipo
de testagem, assumindo-se como forma dogmática. O contrário acontece com o conhecimento
científico que, para ser reconhecido, necessita de confirmação por meio de experimentos. Além
disso, constantemente, precisa ser revisto e reavaliado.
2. Sobre o conhecimento filosófico, assinale a alternativa correta:
O conhecimento filosófico difere-se dos demais tipos de conhecimento especialmente pelo valor
lógico-argumentativo que busca. Se, por um lado, não admite o dogmatismo proveniente do
senso comum, por outro, não está baseado na experimentação científica. Além disso, costuma
ser considerado o “conhecimento da dúvida”, pois tem por objetivo não se conformar com a
realidade apresentada.
MÓDULO 2
PSICOLOGIA: DESENVOLVIMENTO E
ASCENSÃO
Depois de compreender os diferentes tipos de conhecimento, vamos conhecer as perspectivas
filosóficas e fisiológicas que impulsionaram o desenvolvimento da Psicologia como ciência.
Pensar na relação entre Psicologia e ciência não é tarefa fácil, pois há muitas relações e
interpretações do que a ciência significa para a Psicologia (FIGUEIREDO; SANTI, 2000). Ainda
hoje, aApós mais de 100 anos de esforços para se criar uma Psicologia Científica, os estudos
psicológicos ainda mantêm relações estreitas com muitas ciências naturais e sociais.
O processo para a Psicologia ser considerada como ciência foi lento. O principal empecilho para
que isso acontecesse foi seu objeto de estudo: a psique, entendida como a mente, não se
apresenta como objeto observável, não se enquadrando, portanto, nas exigências da
cientificidade vigente na época de seu surgimento, conforme veremos a seguir.
SAIBA MAIS
Psique é uma “palavra grega que, etimologicamente, significa o ‘sopro’ que anima e dá vida a
um corpo. Nesse sentido, Aristóteles fala de psique como idêntico a biós, a vida. Os latinos
traduziram psique como anima (alma), mantendo o dualismo platônico: alma x corpo. Com o
nascimento da Psicologia Científica, no século XIX, o termo ‘alma’ foi abandonado, porque estava
fortemente carregado de implicações filosóficas, metafísicas e morais, para adotar o termo
‘psique’, mais neutro e mais técnico. Seu significado depende dos diferentes sistemas de
pensamento [...].” (GALIMBERTI, 2002, p. 928)
Certos autores, como Bock, Furtado e Teixeira (2001), defendem a importância de se destacar o
panorama do pensamento de alguns filósofos que contribuíram para o desenvolvimento e a
ascensão da Psicologia. É o que faremos agora a partir desse ponto de vista.
FILOSOFIA CLÁSSICA
Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) — Foi um dos mais conhecidos filósofos gregos. Dedicava-se à
educação da juventude. Ensinava que o conhecimento é imperfeito, porque nos chega por meio
dos sentidos e, dessa forma, está sujeito às ilusões. Acreditava que um único tipo de
conhecimento podia ser obtido: o do próprio eu. Para ele, esse era o único conhecimento
necessário, o qual possibilitava ao homem levar vida virtuosa. Esse princípio está em sua frase:
“Conheça a ti mesmo”.
Seu procedimento didático partia do princípio “Sei que nada sei”, isto é, sua sabedoria consistia
em ter consciência da própria ignorância. Ter consciência de que não se sabe é o ponto de
partida da ciência e do conhecimento.
Sócrates foi um crítico das tradições, dos usos e costumes da época, do próprio regime
democrático, da religião, da antiga ciência física, provocando uma verdadeira revolução que
influenciou não só a filosofia grega como todo o pensamento filosófico ocidental.
Foto: C Messier / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0
Sócrates.
Platão (428 a.C.-347 a.C.) — Discípulo de Sócrates, acreditava que o conhecimento que vem
dos sentidos é imperfeito. Acrescentou a esse conceito, a existência de um reino das ideias que
é permanente e perfeito – um reino que existe fora do homem e é independente dele.
Para Platão, o homem é dualista, formado de mente e corpo. Essa visão é considerada a raiz
mestra da história da Psicologia. Depois de estabelecer a distinção entre mente e corpo, Platão
associou a essas duas terminologias um conjunto de valores opostos: a mente era identificada
com o belo e o bem, enquanto a matéria representava a parte inferior do homem e do universo.
Foto: Marie-Lan Nguyen / Wikimedia Commons / CC-BY 2.5
Platão.
Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) — Discípulo de Platão, mas também seu opositor. Não
acreditava na existência de ideias inatas nem no mundo das ideias. Para Aristóteles, a criança,
ao nascer, não traz nenhuma bagagem de conhecimento. É por meio da experiência que o
homem adquire conhecimento, pois, em sua visão, nada há na inteligência que não tenha
passado pelos sentidos.
Aristóteles foi o primeiro a escrever tratados sistemáticos de Psicologia, que, na época, eram
essencialmente filosóficos. No entanto, muitas das tendências que a levariam à conquista do
status de ciência começavam a ser delineadas.
Neste contexto, os filósofos Santo Agostinho e São Tomás de Aquino tiveram destaque em
suas teorias, que serviram de suporte à Igreja Católica. A partir deles, a racionalidade ganhou o
status de manifestação divina no homem.
Santo Agostinho (354-430) — Aurelius Augustinus, mais conhecido como Santo Agostinho,
nasceu em Tagaste de Numídia – província romana ao norte da África – em 354. Jovem, de
temperamento impulsivo, entregou-se ao estudo e aprendeu toda a ciência de seu tempo.
Chegou a ser brilhante professor de retórica em Cartago, Roma e Milão. No ano 391, foi
proclamado sacerdote pelo povo. Cinco anos mais tarde, consagrado Bispo de Hipona – título de
serviço e não de honra –, converteu sua residência em casa de oração e tribunal de causas.
Pastor de almas, administrador de justiça, defensor da fé e da verdade, pregou e escreveu
condensando o pensamento de seu tempo. (PROVÍNCIA AGOSTINIANA DO BRASIL).
São Tomás de Aquino (1225-1274) — Tomás de Aquino nasceu em 1225, em Aquino, uma
comuna italiana. Nascido em uma família de nobres, teve uma influente e apropriada educação.
Em Nápoles, para onde foi em 1239, estudou artes liberais. Com apenas 19 anos, em 1244,
abandonou o curso e decidiu seguir sua vocação religiosa, ingressando, em seguida, na Ordem
dos Dominicanos, em Paris. No ano seguinte, (...) escreveu suas primeiras obras. Foi discípulo
do bispo, filósofo e teólogo alemão Santo Alberto Magno (...).. Mais tarde, em 1252, Tomás de
Aquino retornou à Paris, onde se graduou em Teologia e seguiu a carreira de professor. Em 1274,
convocado pelo Papa Gregório 10º, viajou para participar do Concílio de Lyon. Contudo, adoeceu
durante a viagem e faleceu no mosteiro cisterciense de Fossanova aos 49 anos de idade.
(ROSATELI et al., 2017, p. 2)
Foto: Joseolgon / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0
Escultura de São Tomás de Aquino.
A nova conclusão de Copérnico (1473-1543), em 1543, de que a Terra não era o centro do
universo derivou uma revolução no conhecimento humano. Neste cenário, regras e métodos para
o estabelecimento do conhecimento científico começaram a surgir, levando à sua sistematização.
O capitalismo moveu o mundo em busca de matéria-prima para abastecer os mercados e
aumentar cada vez mais a produção.
SAIBA MAIS
René Descartes foi um dos filósofos que mais contribuiu para o avanço da ciência, sobretudo,
para o desenvolvimento da Psicologia, tentando resolver o problema mente e corpo – uma
questão controversa durante anos.
PERSPECTIVAS FISIOLÓGICAS DA
PSICOLOGIA
As questões da Psicologia até então estudadas pelos filósofos também passaram a ser
estudadas pela Fisiologia e pela Neurofisiologia. Pesquisas iniciais sobre o cérebro e o
comportamento tiveram um impacto crucial no desenvolvimento da Psicologia como ciência.
Nesste cenário, quatro cientistas foram apontados como responsáveis pelas primeiras
aplicações do método experimental ao objeto de estudo da Psicologia (SCHULTZ, D. P.;
SCHULTZ. S. E., 2009). Vamos conhecê-los.
Gustav Theodor Fechner (1801-1887) — Embora sua formação original tenha sido na
Helmholtz, foi um dos maiores cientistas do século XIX. A Psicologia estava em terceiro lugar
entre as suas áreas de contribuição científica, contudo, ao lado das pesquisas de Gustav Theodor
Fechner e Wilhelm Wundt, seu trabalho foi decisivo para a fundação da nova Psicologia.
Wilhelm Wundt (1832-1920) — Fundador da Psicologia como disciplina acadêmica formal, foi a
primeira pessoa na história a ser designada como psicólogo. Seu livro publicado em 1874,
Princípios da Psicologia Fisiológica, delineou muitas das principais conexões entre a ciência da
Fisiologia e o estudo do pensamento e do comportamento humano. Wundt criou o primeiro
laboratório de Psicologia Experimental do mundo em Leipzig, na Alemanha, em 1879.
Ao definir a Psicologia como ciência da experiência imediata, ele pretendia atacar uma
concepção de Psicologia muito comum em sua época, que tratava a mente como uma substância
ou entidade, seja espiritual (espiritualismo) ou material (materialismo). Para ele, essa forma de
estudar a Psicologia era equivocada, porque se baseava em hipóteses metafísicas que
extrapolavam toda a possibilidade de experiência.
Como Wundt tinha a intenção de fundar uma nova Psicologia, autônoma e independente de
teorias metafísicas, recusou o objeto como concepção metafísica e deteve-se à experiência
psicológica propriamente dita. Ele descreve a Psicologia como a “ciência da experiência
consciente”. Assim, o método da Psicologia Científica deveria abranger as observações da
experiência consciente. Somente o sujeito que passa pela experiência é capaz de observá-la
(SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E., 2009). A seguir, confira mais sobre Wilhelm Wundt:
WILHELM WUNDT
Wundt estabeleceu que o método de observação devia necessariamente utilizar a introspecção, à
qual se referia como percepção interna. Dessa forma, deu-se o início oficial da Psicologia como
disciplina científica separada e distinta. A introspecção era entendida como:
Embora a Psicologia tenha surgido na Alemanha, foi nos Estados Unidos que ocorreu o
crescimento dessa nova ciência. Entre os anos 1883 e 1893, surgiram 23 novos laboratórios de
pesquisa psicológica. A partir de então, foram criadas as primeiras escolas teóricas da
Psicologia, com suas divergências internas. Vamos conhecê-las agora.
ESTRUTURALISMO
Embora não haja unanimidade entre os pesquisadores, boa parte define as raízes do
estruturalismo nos estudos de Wilhelm Wundt (1832-1920), foi sendo levado aos Estados Unidos
e difundido por seu discípulo britânico Edward Bradford Titchener (1867-1927).
Wundt era um típico professor alemão do século XIX, cuja vasta erudição é uma de suas
características essenciais. Não só escrevia de forma bastante rebuscada – com longos períodos
intercalados por várias orações subordinadas – como construíia seu pensamento a partir de
conceitos e expressões da própria tradição filosófica alemã que lhe precedeu (Leibniz, Wolff,
Kant, Hegel, Herbart, Schopenhauer etc.), que estão bem distantes do vocabulário psicológico da
tradição norte-americana predominante no cenário contemporâneo (ARAUJO, 2009, p. 219-
2010).
Ao fundar a Psicologia Estrutural, Titchener marcou a clara e decisiva divisão entre a Psicologia
estruturalista, de Wundt, e a funcionalista, de William James (1842-1910).
FUNCIONALISMO
O funcionalismo nasceu nos Estados Unidos e seu principal pesquisador foi Wiliam James (1842-
1910).
ASSOCIACIONISMO
SAIBA MAIS
Segundo Thorndike, a aprendizagem decorre de um processo de associação de ideias, das mais
simples às mais complexas. O ponto central dessa teoria está em analisar como as ideias se
unem e se guiam até se tornarem estáveis. Assim, formulou a primeira teoria da aprendizagem na
área da Psicologia, entendendo-a não em termos subjetivos, mas pelas conexões concretas entre
estímulos e respostas.
Thorndike fez diversos experimentos com animais e percebeu que, ao oferecer algum tipo de
recompensa, os animais faziam o que ele queria. Assim, relacionou o comportamento humano ao
comportamento animal.
Essas três escolas que constituíram a Psicologia Científica deram origem, no século XX, a novas
teorias, as quais serão abordadas no próximo módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Perspectiva filosófica
B) Perspectiva fisiológica
D) Perspectiva funcionalista
E) Perspectiva associacionista
2. NO ÂMBITO DA PERSPECTIVA FISIOLÓGICA DA PSICOLOGIA,
FUNDAMENTADA NAS TEORIAS DE WEBER, FECHNER, HELMHOLTZ E
WUNDT, MERECE DESTAQUE O PENSAMENTO DESTE ÚLTIMO
FILÓSOFO, ESPECIALMENTE POR TER SIDO DESIGNADO,
ESPECIFICAMENTE, COMO O PRIMEIRO A SER RECONHECIDO COMO
PSICÓLOGO. ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR SOBRE SEU
PENSAMENTO:
A) I apenas
B) II apenas
C) III apenas
D) I e II
E) I e III
GABARITO
1. A Psicologia recebeu seu estatuto de ciência apenas no século XIX. Entretanto, as
demandas psicológicas estão presentes na história desde que se constituiu a própria
humanidade. Por isso, alguns autores defendem que se deva buscar na origem do
pensamento (ocidental, pelo menos) a bases para a compreensão da Psicologia. Essa
perspectiva é chamada de:
A alternativa "A " está correta.
A perspectiva filosófica é aquela que busca na história da Filosofia – desde a Filosofia Clássica
(grega), passando pela Filosofia Medieval até chegar à Filosofia Moderna – as bases teóricas
que fundamentam o nascimento da Psicologia como ciência no século XIX.
II. Wundt criticava a Psicologia de sua época, pois esta tratava a mente humana como
uma substância metafísica.
III. Para Wundt, a Psicologia deveria ser entendida como a ciência do inconsciente, e todo
método psicológico deveria ser baseado na observação do inconsciente do indivíduo.
MÓDULO 3
LOGOS = ESTUDO
Contudo, no século XX, a Psicologia assumiu um papel para além dos laboratórios. Nesse
cenário, destacaram-se três teorias: Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise. Cada uma tem
relevância única na forma de compreender o ser humano, conforme veremos a seguir.
BEHAVIORISMO
O termo Behaviorismo foi inaugurado por John Broadus Watson (1878-1958) em seu artigo
intitulado Psicologia: como os behavioristas a veem. Embora essa terminologia seja a mais
utilizada no Brasil, outras denominações também são conhecidas (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,
2001):
COMPORTAMENTALISMO
TEORIA
COMPORTAMENTAL
ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
PSICOLOGIA
EXPERIMENTAL
Nesta abordagem, dois pensadores se destacaram: John Broadus Watson e Burrhus Frederic
Skinner (1904-1990). Watson é considerado o porta-voz da abordagem behaviorista; já Skinner, o
principal autor dessa abordagem. Ao primeiro, deve-se o behaviorismo metodológico, enquanto
ao segundo, o behaviorismo radical. Vejamos mais detalhadamente cada um deles.
BEHAVIORISMO METODOLÓGICO
John Broadus Watson destacou-se como behaviorista. Como vimos, tornou o comportamento
como objeto de estudo da Psicologia em contraposição à abordagem mentalista que vigorava na
época.
A teoria behaviorista surgiu numa época em que as investigações na área da Psicologia eram
realizadas por meio da introspecção. Contudo, os behavioristas metodológicos acreditavam que
o autoexame não era suficiente para conferir à Psicologia o caráter de ciência. Então,
propuseram um enfoque no mundo objetivo, ou seja, no comportamento observável.
ATENÇÃO
Em seus estudos, Pavlov percebeu que os cães, que estavam no laboratório havia algum tempo,
começavam a salivar antes de serem alimentados. Para tentar explicar essa salivação
antecipada, ele desenvolveu uma série de experimentos.
incondicionada.
Depois, o fisiologista associou aos seus estudos um estímulo neutro (som de um sino) e o
estímulo incondicionado (comida). O som do sino, por si só, começou a evocar a salivação como
resposta. Esse som ficou conhecido como o estímulo condicionado, e a salivação em resposta
ao sino foi denominada resposta condicionada.
Para Watson, nascemos praticamente iguais, com um pequeno repertório de respostas (como
medo, raiva e amor) dirigidas a alguns estímulos específicos. Ao longo da vida, aprendemos a
associar esses comportamentos a outros estímulos, muitas vezes sem significado emocional.
Para ilustrar seu experimento, Watson desenvolveu uma demonstração bastante conhecida (e
polêmica), em que tentou condicionar um corajoso bebê de 11 meses a sentir medo de um rato
branco – e, por transferência, medo de outros elementos com os quais já havia brincado
anteriormente.
Mais do que contribuir para avanços nessa linha teórica, Watson foi um grande divulgador do
behaviorismo nos Estados Unidos. Embora seus resultados não tenham passado por testes de
validação, muitas de suas ideias tiveram grande influência nas práticas educacionais.
SAIBA MAIS
A noção de que as condições ambientais são elementos poderosos para moldar padrões
comportamentais, em detrimento da genética, perdurou por muito tempo. Além disso, o controle
das emoções e o condicionamento emocional ainda são utilizados por pais e professores em
vários países ocidentais.
BEHAVIORISMO RADICAL
Burrhus Frederic Skinner aceitava o condicionamento clássico de Pavlov, mas acreditava que a
ideia era válida apenas para uma variedade limitada de comportamentos humanos: apenas os
que poderiam ter uma resposta inicial provocada por um estímulo conhecido.
Defensor do Behaviorismo radical, Skinner propôs que o objeto de estudo da Psicologia deveria
ser o comportamento dos seres vivos, especialmente o do homem. Todavia, ao usar o termo
comportamento, Skinner não se referia apenas aos comportamentos observáveis, mas também a
eventos considerados “encobertos”, tais como o pensamento e a emoção — sentimentos
acessíveis apenas ao próprio sujeito.
Para Skinner, o organismo age voluntariamente no ambiente. Disso resulta sua proposta de
condicionamento operante. Enquanto para Pavlov, as respostas eram provocadas por um
estímulo (comportamento respondente), para Skinner, as repostas eram emitidas pelo indivíduo
(comportamento operante). Os resultados da resposta seriam centrais para a aprendizagem, ou
seja, as consequências do comportamento determinariam a probabilidade de ele ocorrer de
novo.
Para mensurar os comportamentos em suas pesquisas, Skinner utilizava sua invenção: a câmara
de condicionamento operante (caixa de Skinner).
Imagem: Andreas1 / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0.
Câmara de condicionamento operante (caixa de Skinner).
A partir dessa caixa, Skinner fez observações sistemáticas sobre reforçamento e punição,
detalhando objetivamente elementos como aquisição, extinção, esquecimento, generalização e
discriminação, sempre baseado nas respostas observáveis. Segundo ele, os conhecimentos
advindos dessas experiências e desses estudos poderiam ser transferidos para as diferentes
situações cotidianas das pessoas.
SAIBA MAIS
O Behaviorismo tornou-se uma importante escola da Psicologia que permite a análise, o reforço
e a modificação dos comportamentos.
GESTALT
A Gestalt surgiu na Alemanha, em 1912, e foi introduzida nos Estados Unidos oito anos depois.
Seus principais seguidores foram Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e
Kurt Koffka (1886-1941), os quais se basearam em estudos psicofísicos que relacionavam a
forma e sua percepção. Talvez o nome mais conhecido, por conta da criação da Gestalt Terapia,
seja Friederich Salomon Perls.
Uma das principais contribuições da Gestalt para a Psicologia refere-se à concepção do homem
de forma integrada. A teoria afirma que só é possível compreender o homem e a situação a ele
relacionada por meio do conhecimento de todas as partes envolvidas no todo. O lema da Gestalt
é: “O todo é mais que a soma de suas partes”.
Frederick Salomon Perls (1893-1970), também conhecido como Fritz Perls, insatisfeito com
as proposições adotadas no método clínico psicanalítico, iniciou o desenvolvimento de um
projeto terapêutico que, em 1951, passaria a chamar Gestalt Terapia: uma teoria e prática
clínica sustentada em aportes advindos da Psicologia da Gestalt, Teoria de Campo, Teoria
Organísmica, filosofias de base fenomenológica, entre outros. A Gestalt tomou uma forma
peculiar de sustentação teórica e ação terapêutica. (COMUNIDADE GESTÁLTICA, 2021).
O objetivo dessa teoria é estudar como os seres vivos percebem as coisas, entre elas, os
objetos, as imagens e as sensações. O conceito central da Gestalt é a percepção. A disposição
em que os elementos são apresentados à percepção é muito importante. A percepção do
homem não ocorre por meio de pontos isolados, de forma fragmentada, mas sim por uma visão
do todo.
Segundo a Gestalt, existe uma dependência entre as partes, pois não as percebemos de forma
isolada, mas pelo estabelecimento das relações entre elas. Desse modo, para o homem é
considerado sempre a soma das partes que constituem sua totalidade. Por isso, essa teoria
analisa a vida psíquica sob a ótica da combinação dos elementos, que seriam as sensações e as
imagens que a constituem (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009).
Outro tópico importante diz respeito à boa forma. Por meio da percepção, é possível
compreender aquilo que foi observado. Quanto mais clara estiver a forma (boa forma), mais clara
será a separação entre figura e fundo.
PERCEPÇÃO
Outro conceito importante é o de campo psicológico, entendido como um campo de força que
atua na percepção, que leva à procura da boa forma. Figurativamente, podemos relacioná-lo a
um campo magnético criado por um imã (a força de atração e repulsão). Esse campo de força
psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que
não estão muito estruturadas.
PROXIMIDADE
SIMILARIDADE
SEMELHANÇA
CONTINUIDADE
Os fenômenos perceptivos tendem a ser considerados contínuos. Assim, continuamos a ver a
linha curva como única, mesmo que haja uma reta cortando-a.
FECHAMENTO
Tendemos a completar uma figura. Quando olhamos uma imagem incompleta, tendemos a
percebê-la como um desenho completo.
PSICANÁLISE
A Psicanálise originou-se na prática clínica do médico e fisiologista Josef Breuer (1842-1925),
mas foi criada efetivamente pelo médico Sigmund Schlomo Freud (1856-1939).
Foi a partir da prática médica que Freud postulou como objeto de estudo da Psicologia os
processos mentais inconscientes, além de teorizar sobre a estrutura e o funcionamento da
mente humana, quebrando a tradição da Psicologia como ciência da consciência e da razão.
INCONSCIENTE E PULSÃO
processos psíquicos inconscientes que determinam a vida psíquica é o fator diferencial dessa
teoria.
O inconsciente é formado por conteúdos psíquicos inacessíveis, em primeira instância, à
consciência. Ele influencia o pensamento, o comportamento, as escolhas, as opiniões, ou seja, a
vida consciente. Entre os conteúdos inconscientes podemos listar:
Acontecimentos do passado
Fatos imaginados
Lembranças recalcadas
Sigmund Freud chegou ao inconsciente, primeiramente, por meio dos sonhos. Também afirmou
que os atos falhos – como, por exemplo, palavras ditas sem a intenção de dizê-las – e os lapsos
(falhas) de memória são caminhos para se chegar ao inconsciente.
A pulsão refere-se à força que move a psique em determinada direção. É como um impulso,
uma energia originada no próprio corpo, em um órgão ou parte do corpo (chamado de fonte), que
se dirige à psique. A pulsão não pode ser identificada diretamente, mas por meio de seus
representantes psíquicos, que podem ser ideias ou afetos.
Apesar de ter origem orgânica, o conceito de pulsão não pode ser reduzido à ideia de instinto:
Instinto
Pulsão
Busca a satisfação, pois seu princípio é o prazer. Como força e impulso, a pulsão constitui e
direciona o desenvolvimento da psique.
Em sua segunda teorização sobre pulsão, Freud postulou dois tipos básicos. São eles:
Eros
Designa os impulsos que tendem para a vida, o prazer, o amor, a amizade e a sexualidade,
incluindo os impulsos para a organização, a união, a criação e a construção.
Thánatos (tânatos)
Designa as tendências para a supressão das necessidades, das angústias e dos desejos, isto é,
as tendências para a inatividade e para a morte, incluindo os impulsos de destruição e
desagregação. É na relação conflituosa entre essas duas forças que se desenvolve a vida
psíquica.
ORGANIZAÇÃO DO PSIQUISMO
Por aparelho psíquico, Freud se refere à noção de que a psique pode ser compreendida como
uma organização de diferentes sistemas. Para ele, a mente seria subdividida em instâncias —
cada uma com sua função própria (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).
Consciente — É somente uma pequena parte da mente, que inclui tudo que se conhece em um
dado período. É chamado de sistema do aparelho psíquico, que recebe as informações do
mundo externo e do mundo interno ao mesmo tempo.
Inconsciente — Nesta primeira teoria, é o lugar em que ficam os elementos naturais, que jamais
foram conscientes e que não são compreensíveis à consciência. O inconsciente é um sistema do
aparelho psíquico regido pelas próprias leis de funcionamento.
Imagem: Shutterstock.com
Com base em seus estudos posteriores, em 1920, Freud remodelou a teoria do aparelho
psíquico e propôs uma “segunda tópica”: id, ego e superego (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,
2001).
Imagem: Shutterstock.com
Outra importante contribuição de Freud para a compreensão do aparelho psíquico refere-se aos
processos denominados mecanismos de defesa do ego, usados para evitar o desprazer.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
C) A Gestalt surgiu como uma negação da fragmentação das ações e dos processos humanos,
realizada pelas tendências da Psicologia Científica do século XIX, postulando a necessidade de
se compreender o homem como uma totalidade.
E) A Psicanálise nasceu com Freud, na Áustria, a partir da prática médica, recuperando para a
Psicologia a importância da afetividade e postulando o inconsciente como objeto de estudo.
A) A Psicanálise caracteriza-se por estudar as verdades existenciais por meio da ação e por
B) A Psicanálise mobiliza o reconhecimento das diferenças e dos conflitos, com o objetivo de que
se vivencie a realidade, e facilita a busca de alternativas para a resolução do que é revelado,
expandindo os recursos disponíveis.
premissa de que o ser humano é um ser ativo, social e histórico, e que o sujeito e o mundo são
âmbitos distintos, mas criados no mesmo processo e se completam.
GABARITO
1. As três mais importantes tendências teóricas da Psicologia no século XX são
consideradas, por inúmeros autores, o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise. Sobre o
assunto, assinale a alternativa incorreta: