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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
TÓPICOS DE FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
PROF. DR. ALBERTINHO LUIZ GALLINA

Chrystian Revelles Gatti

CONVICÇÕES NATIVAS:
UMA DEFESA DO SENSO COMUM

Santa Maria, RS
2022/2
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RESUMO

CONVICÇÕES NATIVAS: UMA DEFESA DO SENSO COMUM

AUTOR: Chrystian Revelles Gatti


PROFESSOR: Albertinho Luiz Gallina

Este ensaio versa sobre o problema do senso comum, apresentado na obra de Leclerc como
preconceito não-científico do qual o filósofo ou cientista parte para se aprofundar com seu
treinamento especial. Apresento argumentos em favor do senso comum contra construtos teóricos
reducionistas e pretensamente objetivos. Menciono brevemente algumas outras abordagens, entre
elas o materialismo, o ceticismo e o behaviorismo, argumentando contra suas aspirações de
superioridade com relação às explicações populares. Defendo minha posição com base nas
observações de Peter Strawson e Thomas Reid, filósofos que se propuseram a elucidar a estrutura
destes princípios compartilhados entre os seres humanos, por vezes banalizados por filósofos como
sinônimos de uma percepção popular ou ordinária. Concluo arguindo em favor de uma valorização
do aparentemente ordinário e da importância de compreender como estes fundamentos alicerçam
nossa maneira humana de existir, traçando paralelos com o projeto da linguística cognitiva.

Palavras-chave: Senso Comum. Ceticismo. Percepção Popular.


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1 INTRODUÇÃO

Na filosofia contemporânea, somos apresentados a diversos conceitos e


abordagens relacionadas ao problema da consciência. Entre as características
específicas da mente, vemos a intencionalidade, a subjetividade, os estados
psicológicos, as crenças e a representação; nas abordagens, o dualismo, o
behaviorismo, o funcionalismo, o reducionismo e o eliminismo, entre outras. Teorias
com implicações diversas para o campo da ética, da neurociência e para a
compreensão da intersubjetividade.
Chamou-me a atenção, na obra de André Leclerc (2018), que a percepção
popular seja vista como “ponto de partida” (sic) “não-científico” (Unidade 1.1),
cabendo ao especialista o papel de saltar para além do ponto de vista comum que
temos de nós mesmos. Para os materialistas eliministas, diz Leclerc: “As
explicações mentalistas da psicologia popular que invocam crenças, desejos,
intenções, inclinações etc., são irrelevantes e têm apenas um valor prático”. Na
Unidade 2.5, Leclerc chega a dizer que, para estes teóricos, é questão de tempo até
que as explicações científicas tornem obsoletas as crenças do senso comum.
Entre algumas especulações extravagantes que reduzem a mente ao cérebro
(materialismo), ao comportamento (behaviorismo) ou o idealismo absoluto de
Bernardo Kastrup – filósofo contemporâneo para quem o mundo natural é que
emerge do mundo mental e não o contrário –, considerei pertinente observar que,
independentemente de construtos teóricos abstratos, existe uma maneira como já
experienciamos a realidade. Tal maneira, em todos os tempos e em todos os povos,
permitiu com que nos situemos intersubjetivamente no mundo e na vida social,
vendo-nos como agentes volitivos, conscientes e responsáveis, que deliberam,
desejam e comungam numa comunidade moral.
Encontrei dois filósofos que partilharam de minhas intuições, as quais
também se relacionam com minha área de pesquisa no Curso de Letras, que é a
Linguística Cognitiva nos moldes de George Lakoff e Mark Johnson, autores de
Philosophy in the Flesh e Metaphors We Live By. Esses filósofos – Peter Strawson e
Thomas Reid –, defenderam a percepção popular nos termos que apresentei.
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2 JUSTIFICATIVA

Se o “senso comum” costuma ser visto como um preconceito, há também


um preconceito com este preconceito. Ser popular pode parecer sinônimo de
vulgar, corriqueiro, ordinário ou pouco verdadeiro. Teorizar com treinamento
filosófico e com base em observações científicas seria uma forma mais perfeita e
acabada de conhecimento. Talvez uma explicação neurofisiológica pareça preferível
ao que é intuído – talvez um teórico materialista convença sua mente de que mentes
não existem.
Mas quando você mesmo se atenta para o fundo de sua própria consciência,
o que você encontra não são impulsos elétricos em uma rede neuronal, mas um
fluxo de pensamentos, sentimentos e volição, fundo este que se apreende somente
por introspecção, inacessível a qualquer medição empírica ou construto teórico
abstrato. Algo análogo ocorre com o problema da moralidade: por mais que alguns
neurocientistas e até filósofos defendam um determinismo duro e materialista,
simplesmente não corresponde à forma como nos sentimos cotidianamente: como
pessoas – agentes morais responsáveis com preferências, valores e intenções.
Ora, se existe uma forma como nos sentimos, forma esta que orienta com
sucesso nossas interações com o mundo natural e com a vida social, como dizer
que teorias científicas ameacem suplantá-la? Se qualquer filósofo ou cientista é,
antes de filósofo ou cientista, um ser humano que faz ciência ou filosofia! Se nos
impõe, humanos que somos, uma certa estrutura da experiência da qual
definitivamente não podemos prescindir com a pretensão de um ponto de vista
absolutamente neutro e objetivo, “científico” da realidade. Até porque a realidade
que conhecemos e na qual existimos é nossa realidade humana: humanamente
sentida e apreendida, com todo o conhecimento intuitivo de primeira mão sobre
nosso mundo interior de pensamento e volição, além dos sentimentos morais e da
vida social que nos atravessa, transcende e engloba. Como, humanos que somos,
distanciar-nos-emos do modo propriamente humano de sentir e conhecer?
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3 PROBLEMA

Está posta a contradição entre as intuições inatas de nossa natureza humana


– compromissos ontológicos e epistêmicos que norteiam nossa sobrevivência e
sociabilidade –, e o anseio por uma descrição objetiva e científica, extra-humana, da
nossa realidade mental, moral e social. Entre os princípios compartilhados que
poderiam ser classificados de senso comum, listo algumas crenças sobre nós e o
mundo:

A crença de que o mundo é composto de objetos físicos que existem


independentemente de nossa percepção deles. A crença de que existem
relações de causa e efeito e que podemos usar raciocínio e lógica para
compreendê-las e prevê-las. A crença na existência de outras mentes, que
molda nossa compreensão de como interagimos com outras pessoas e
compreendemos suas perspectivas. A crença na importância da autonomia
individual, que molda nossa compreensão da liberdade e da escolha
pessoal. A suposição de que as outras pessoas têm pensamentos,
sentimentos e experiências semelhantes aos nossos.

Thomas Reid considerou que tais princípios, comuns tanto aos vulgares
quanto aos filósofos e cientistas, não precisam de prova ou observação por serem,
eles mesmos, a condição de possibilidade de qualquer investigação, posto
corresponderem à estrutura da nossa experiência. Comportar-se de uma forma que
se distancia deles conduziria a atitudes antinaturais e antissociais, levando a
conflitos com o mundo e com a comunidade. Não acreditar na existência de outras
mentes, por exemplo, como supõe o ceticismo mais radical do solipsismo, resultaria
em consequências catastróficas, não somente para a sociabilidade como para a
própria sobrevivência (REID, 1764/1997).
Mesmo o cético mais radical, quando regressa à sua vida social e cotidiana,
simplesmente assume por certa a existência de outras mentes. Certamente o mais
radical determinista, seja filósofo ou neurocientista, também não se vê livre dos
sentimentos morais de culpa e responsabilidade – bem como de gratidão,
ressentimento e indignação –, só por ter aderido intelectualmente a uma hipótese
acerca da natureza da realidade. Isso não passa por cima de sua humanidade.
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Materialistas, por exemplo, que recusam o apelo a qualquer dimensão de


mistério ou sobrenatural, têm suas observações teóricas diariamente ignoradas pela
realidade vivencial das experiências religiosas, cujos aderentes, admite Leclerc,
“compõem uma boa parte dos povos da Terra”. Tal dimensão da experiência
humana foi testemunhada e relatada entre tantos povos e em tantos tempos
distintos que não pode ser simplesmente descartada pelo construto teórico abstrato
de uma realidade puramente objetiva e material – especulada subjetivamente por
agentes pensantes que vivem uma vida mental, moral e social.
Behavioristas, por outro lado, reduzem sua investigação ao observável, àquilo
que se manifesta por meio de estímulos e respostas, ignorando completamente
nossa vida interior de pensamento e volição. Behaviorismo explica o cão de Pavlov,
mas não explica o próprio filósofo ou cientista behaviorista que, com seus estados
mentais privados e interiores, intelige e acredita, subjetivamente, que tal teoria
descreve os comportamentos com maior objetividade – um juízo privado.
Materialistas, inimigos que são do misterioso, igualam a dor à inervação de
fibras nervosas ou o bem-estar ao aumento de dopamina. Confrontados com a
irredutibilidade do experienciar, fogem pelo caminho fácil da redução. Certamente
não veem seus filhos como “genes passados adiante”, nem seus animais
domésticos como “enxames de átomos”, visto que nossa humanidade se nos impõe
e não pode ser atropelada nem suplantada por quaisquer construtos teóricos.
Céticos, por sua vez, ainda que coloquem em xeque a realidade de outras
mentes ou de um mundo externo, decerto operam sob essas premissas quando se
orientam de maneira funcional na realidade intersubjetiva. Sobre o ceticismo se
debruçaram Reid e Strawson, apontando para o uso da linguagem como um pacto
com estes pressupostos, tais como quando nos servimos de advérbios e adjetivos
para referir-nos a momentos, lugares e qualidades, assumindo intuitivamente a
existência do espaço, do tempo e de objetos re-identificáveis aos quais podem ser
atribuídas tais qualidades (STRAWSON, 1959).

4 METODOLOGIA
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Strawson e Reid verificaram estes pressupostos analisando a linguagem,


suas características universais (nos povos) tais como a presença do tempo,
pessoas, substantivos, verbos, advérbios e adjetivos. Servir-se da linguagem já é,
em si, comprometer-se com a cognição humana, uma maneira humana de inteligir.
Seja quando utilizamos a linguagem, seja quando agimos na vida cotidiana,
simplesmente tomamos por certo o corpo de princípios chamado “senso comum”.
Sua maior autoridade deriva da constatação do fato de que, sem eles ou
contrariando-os, seríamos certamente considerados insanos ou pouco funcionais.
Tais princípios primeiros não são o resultado de uma justificação filosófica, mas o
alicerce do nosso experienciar humano, sua condição de possibilidade.
Mesmo que adotemos, num nível puramente intelectual, uma ou outra teoria
acerca da mente e da realidade, tais princípios continuarão em operação ainda que
sorrateiramente, como crenças tácitas e irresistíveis. Isso se deve ao fato de que
são necessários para que pensemos, falemos e ajamos do modo como pensamos,
falamos e agimos. Modo este que obtém sucesso pragmático e comunicativo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a Linguística Cognitiva, área que pesquiso em meu curso de graduação


(Bacharelado em Letras), as metáforas e pensamentos abstratos sempre remetem,
em última instância, a intuições da experiência vivencial no mundo, tal como
quando dizemos que algo “ficou para trás” no sentido abstrato do passado,
remetendo à experiência corpórea de que, ao passarmos por objetos, eles
concretamente ficam detrás de nosso corpo e campo de visão conforme andamos.
Concateno com esse assunto na medida em que se refere à primazia da
experiência concreta, anterior a qualquer racionalização: pré-linguística e pré-
filosófica. Do mesmo modo, nós, como seres humanos, temos um conhecimento
direto e intuitivo de nossa própria vida mental – vemo-la um fluxo de crenças,
lembranças, sofrimentos, emoções, desejos e intenções. Pelos comportamentos,
inferimos que outros tenham estados mentais como nós, assim como naturalmente
cremos num mundo onde nos encontramos espaço-temporalmente situados.
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A maneira como nos sentimos e como sentimos o mundo não pode ser
radicalmente revogada pelo prospecto de uma construção teórica. Para todos os
efeitos, mesmo que a neurociência e o determinismo eliminem completamente
qualquer noção de responsabilidade e volição, nada disso passará por cima de
nossa experiência direta e intuitiva do nosso senso unitário de agência individual.
Continuaremos sendo seres que responsabilizam, se responsabilizam e ressentem.
Somos como somos independentemente de teorias oficialmente aceitas a respeito.
Nossa experiência da realidade é mediada por nossa própria humanidade, a
qual não deve ser vista como empecilho para a realização da observação objetiva,
mas sim como a condição do nosso próprio observar. O modo como funcionamos
não será virado ao avesso pela ciência, precisamente porque é o modo como
funcionamos que permite que façamos tal coisa como ciência ou filosofia. Por mais
que, num nível teórico, possamos especular a nós mesmos como objetos neutros,
não é assim que vivemos na prática: somos participantes, e não objetos de estudo.
Não podemos nos forçar a abandonar nosso ponto de vista participante,
profundamente enraizado na natureza de nossa própria humanidade. Diz Strawson:

O compromisso humano com a participação em relações interpessoais


comuns é, creio eu, muito profundo e enraizado para que levemos a sério o
pensamento de que uma convicção teórica geral [por exemplo, sobre a
verdade do determinismo] poderia mudar nosso mundo de tal forma que,
nele, não existiam mais coisas como relações interpessoais como
normalmente as entendemos; e estar envolvido em relações interpessoais...
precisamente estar sendo exposto à gama de atitudes e sentimentos
reativos que está em questão. (1962, tradução minha)

Aqui Strawson se refere à preocupação que muitos filósofos apresentaram


com as implicações morais da verdade do determinismo. Independentemente da
verdade do determinismo, nossos sentimentos morais são intrínsecos à nossa
composição humana. São naturalmente despertados e continuarão a sê-lo.
Concluo, assim, pela valorização do “popular” e “ordinário”, enquanto
funcional e indicador da estrutura da experiência humana, estrutura esta da qual
não podemos prescindir, posto ser o fundamento da nossa experienciação.
Argumento pela apreciação e elucidação do que é menosprezado como “comum”.
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Neste sentido, enxergo em duas iniciativas contemporâneas um projeto de


valorização desse realismo implícito que subsidia nossa interação com os outros e
com o mundo: a linguística cognitiva de Lakoff e Johnson e a metafísica descritiva
de Peter Strawson. Concordo com a iniciativa de Peter Strawson de desenvolver,
em Individuals, a exploração de uma metafísica que, em vez de especular ou
prescrever, visa descrever e elucidar o esquema conceitual pressuposto consciente
ou inconscientemente pelas pessoas. Parte, para isso, da análise da linguagem,
verificando que esta pressupõe um sistema de relações espaço-temporais e de re-
identificação de objetos e lugares, encontrando como referencialmente básicos os
conceitos de corpo e pessoa, diferenciados de suas qualidades pelos adjetivos.
Paralelamente, a linguística cognitiva argumenta que os conceitos básicos – a
partir dos quais metaforizamos as abstrações –, derivam da experiência direta da
movimentação de um corpo humano através do meio ambiente, refletindo suas
idiossincrasias. Quando pensamos uma discussão em termos de um combate –
quando dizemos, por exemplo, que “atacamos” um ponto ou “defendemos” um
argumento –, recorremos ao domínio da experiência corpórea para tornar concreta a
interação abstrata que é um debate filosófico. O mesmo ocorre, por exemplo,
quando dizemos que alguém é “distante” ou “próximo” num sentido de intimidade,
remetendo figurativamente à proximidade ou distanciamento físicos (corpóreos).
Significa que, subjazendo nossa linguagem, está a experiência vivencial pré-
linguística e pré-filosófica de ter um corpo em um mundo, interagindo com ele.
Metaphors We Live By traz uma série de exemplos de como transpomos o corpóreo
para o abstrato em nossas figuras de linguagem, mostrando como nossa
interpretação reflete essa experiência originária e intuitiva.
Por fim, ressalto o valor do ensaio Freedom and Resentment, de Strawson,
que aborda uma teoria da moralidade a partir da reatividade, defendendo que os
sentimentos morais são naturais e não podem ser revogados. Segundo ele, não há
justificação filosófica ou teorização que anule a maneira como funcionam nossas
relações interpessoais. Justamente porque não podemos abandonar a parte central
do que é ser humano, aquilo que torna possível o modo como funcionamos e
viabiliza o sucesso que obtemos em nossa comunicação e intersubjetividade.
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REFERÊNCIAS

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