Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Beatriz Isabel Schüür¹, Diene Luana Jappe Caçavara², Gustavo Mickael Brites³
RESUMO
Independentemente da área de especialização e/ou carreira profissional à qual o indivíduo humano se
propõe a estudar no decorrer da vida, há construções que são essenciais e caracterizam-se enquanto base para as
relações com o social e constituição do posicionamento individual no que tange à criticidade e ao pensamento
frente ao real. A Filosofia é compreendida como uma dessas construções fundamentais ao passo que possibilita
ao sujeito humano que vá em busca do conhecimento no que se refere ao caminho que deseja trilhar, e nesse
caminho ele conhece à si mesmo, transforma-se e por consequência de transformar-se internamente construindo
sua própria forma de pensar sobre as questões que o rodeiam ele acaba por influenciar e/ou modificar o outro. A
Filosofia diz de um olhar para dentro de nós mesmos, e nos desafia a buscar uma visão mais clara diante dos
extremos da natureza humana como a vida e a morte. Ao refletir, criticar e argumentar o homem realiza atos
filosóficos, deparando-se com o pouco conhecimento que tem referente ao mundo tão imenso em que vive e
procurando, constantemente, respostas para o que lhe é da ordem do desconhecido. No intuito de investigar ainda
mais à respeito da Filosofia enquanto ciência presente em todas a formas de relação humana, perpassando por
demarcações históricas e discorrendo de forma explicativa sobre o conceito na contemporaneidade, com base em
artigos científicos e nas teorias de importantes filósofos, elaborou-se o presente trabalho, visando ressaltar a
importância dessa ciência que instrumentaliza o pensamento humano.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A crítica de Platão vai em direção àqueles educadores ou não que pensam possuir uma
determinada verdade, porém, deixam de examinar cuidadosamente se tal conteúdo é
verdadeiro ou falso. Sendo assim, se a cidade deve promover a justiça, e se a educação é um
elemento importantíssimo para a realização desta justiça, não podemos confiá-la a
embusteiros os quais, ao invés de instruir, corrompem e deformam o caráter das pessoas.
Essa é a oportunidade para Platão estabelecer sua teoria dos dois mundos, o sensível e
o inteligível, o primeiro é o da opinião, e o segundo é o mundo da ciência, do conhecimento.
Assim, o processo educativo deve conduzir o indivíduo do primeiro estágio, o do achismo, do
pensar que as coisas são tais quais nos dizem ser, ao segundo estágio, aquele do
conhecimento. Platão, de maneira pedagógica, exemplificou essa passagem da opinião ao
conhecimento através da alegoria que se tornou célebre na história do pensamento ocidental, o
famoso “mito da caverna”. Platão inicia a alegoria da caverna descrevendo a situação de
pessoas que desde o nascimento estavam acorrentadas no fundo de uma escura caverna:
Com efeito, a partir dessa alegoria, Platão estaria iniciando a gênese do pensamento
educacional e de maneira bastante crítica à sua própria sociedade. Além disso, Platão iniciou
uma tradição muito importante para a prática pedagógica. Ou seja, a educação não deve ser
somente a transmissão de conteúdos, como faziam os sofistas, mas ela deve formar,
esclarecer, tornar os indivíduos conscientes de seu mundo, por mais que este mundo seja algo
ruim. Segundo compreendemos, essas orientações estiveram no centro das atenções durante o
movimento filosófico e cultural denominado iluminismo.
Aristóteles discute sobre a educação do ser humano no quanto é essencial para vida na
polis, conduzindo o cidadão a uma formação para a felicidade. Os livros Ética a Nicômaco e
Político são duas obras com princípios que enfatizam o papel da educação na vida do cidadão
da cidade ou Estado.Pode-se dizer que a Ética Nicômaco nos ajudará a falar de alguns
princípios pedagógicos para formação da virtude ou a excelência perfeita para o ser humano.
Na política pode-se encontrar certa base para um processo educativo e a inserção do indivíduo
à felicidade.
Aristóteles, expressa bem a sua preocupação com a formação voltada para coletivos:
Nesse contexto, Heráclito foi o primeiro a usar o termo “logos”, apesar de não ter se
disposto a revelar a natureza de seu significado devido ao fato de seu pensamento habitar a
região do enigma, em que tudo que se manifesta, ao mesmo tempo que se esconde (ROCHA,
2004).
Uma citação famosa de Heráclito que nos diz que “não se pode entrar duas vezes no
mesmo rio” descreve o dinamismo do pensamento heraclitiano. Pois da mesma forma que
tudo passa e que nada permanece no seu lugar, comparando os eventos a uma corrente de
água, não se pode entrar duas vezes no mesmo rio. Portanto, Heráclito,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nessa análise teórica da Filosofia enquanto ciência e dos pensamentos de
filósofos ao longo da história da humanidade há subsídios para pensar essa ciência enquanto
transformadora das relações em sociedade ao passo que instiga o ser individual à olhar para
dentro de si e questionar sua própria forma de agir sobre o meio. Ao longo do tempo, o
homem com sua capacidade intelectual modificou a natureza, criando linguagens, sistemas
econômicos, formas de analisar e de lidar com o real, e isso foi possível graças ao pensamento
filosófico que possibilitou através de reflexões, o aprimoramento da forma de vida dos
homens.
O ato de filosofar diz de uma busca do ser humano por conhecimento, trata-se de uma
constante procura por respostas, é estar disposto à mudar, transformar a própria maneira de
enxergar o mundo. A natureza muda, as pessoas mudam, e o mundo em geral também passa
por modificações continuamente, então é certo que o rumo da vida dos sujeitos também pode
ir se modificando, dependendo dos pensamentos e ações deles mesmos. A partir da Filosofia
surge a ciência, que trata-se do conhecimento científico, conhecimento que nos conduz a ir
em busca de compreensão sobre os fundamentos da nossa existência.
REFERÊNCIAS
KUNZ, Claiton André. A ideia do logos segundo Heráclito de Éfeso. In: Revista Batista
Pioneira, vol. 8, n. 2, DEZ/2019.
PLATÃO. A república. Tradução J. Guinsburg. 2ª Ed. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2014.
ROCHA, Zeferino. Heráclito de Éfeso, filósofo do Lógos. In: Revista Latino Americana de
Psicopatologia Fundamental, ano VII, n. 4, DEZ/2004.
SANTOS, Maria Carolina Alves dos. A lição de Heráclito. In: Trans/Form/Ação, São Paulo,
13: – 9, 1990.