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À G.·.D.·.G.·.A.·.D.·.U.·.

A Primeira Viagem – A Prova do Ar – 11ª Instrução do Instrucional Maçônico do Grau de


Aprendiz

Ao darmos nossos primeiros passos dentro da pedagogia maçônica, começamos a apreender


que tudo gira em torno de um caminho que sempre começa no Ocidente, em direção ao
Oriente, ou seja, do mundo material para o mundo espiritual, das trevas à luz da Verdade.

Essa pedagogia já nos foi passada por ocasião da Primeira Instrução, denominada “O Trabalho
do Aprendiz”, onde tivemos a oportunidade de estudar a simbologia da Marcha.

Nessa ocasião foi-nos passado que os 03 (três) passos da Marcha, individualmente, tem seu
próprio significado:

- O primeiro evidencia que o aprendiz já possui a consciência intuitiva da existência da Luz, a


consciência de ainda não a possuir e, finalmente, o desejo veemente de recebê-la, fazendo
desabrochar em seu coração o Espírito de Busca.

- O segundo passo da Marcha simboliza a dedicação à causa e a perseverança no trabalho


aplicativo, que faz desabrochar o Espírito de Luta.

- Já o terceiro passo simboliza a consciência do ideal coletivo e sua identificação com o Ideal
Iniciático. É o desabrochar do terceiro atributo do Espírito Maçônico – o Espírito Fraterno.

As três viagens que o Ap.·. realiza no cerimonial de sua iniciação, além de trazer a baila esse
conceito do caminho a ser percorrido do Ocidente em direção ao Oriente, tem inteira
identificação com esses significados.

Contudo, seu simbolismo é mais abrangente.

Na 10ª Instrução, denominada “A Viagem Iniciática”, o Instrucional denomina as três viagens


de “viagens de aperfeiçoamento”.

São chamadas também de provas de purificação pelo ar, pela água e pelo fogo.

No final da 10ª Instrução, na última fala do V.·.M.·., é dado o conceito exato das três viagens:

“As três viagens simbolizam a Ascensão Iniciática, sintetizam admiravelmente todo o progresso
maçônico nos graus simbólicos. Cada viagem REPRESENTA UM NOVO ESTADO DE
CONSCIÊNCIA, UM PERÍODO DISTINTO, UMA NOVA ETAPA DE PROGRESSO.” (Grifado em
maiúsculas).

Uma análise um pouco mais acurada do conceito acima transcrito, especialmente da parte do
texto grifado em letras maiúsculas, nos leva à conclusão de que as três viagens simbolizam as
três etapas da vida: infância, adolescência e velhice.

Mas não é de qualquer vida.

É a vida do maçom, porquanto, a partir de sua iniciação passa ele a conviver com um
componente extremamente relevante, a “Ascensão Iniciática”.
Antes do início da Sessão Magna de Iniciação, o Ap.·. passa pela Prova da Terra que simboliza a
morte do homem velho e o renascimento de um novo, pronto para receber os conhecimentos
que o levarão à construção de seu Templo interior e, posteriormente, do Templo Social da
Humanidade.

A diferença fundamental entre o homem antes da Iniciação e depois dela é, justamente, o


caminho pela senda iniciática.

A Primeira Viagem, a purificação pelo Ar simboliza o início do caminho do Ap.·. pela senda
iniciática.

O início sempre mostra-se mais difícil e trabalhoso.

É na infância que a pessoa dá seus primeiros passos e pronuncia suas primeiras palavras.

Com a Primeira Viagem, não é diferente, pois é ela cheia de obstáculos.

Existem nela três componentes simbólicos:

• O primeiro deles é a figura do guia que vela por aquele que vai fazer a viagem.

• O segundo componente, que se insere na Primeira Viagem, é a confiança do iniciando nesse


guia invisível, pelo menos para ele; é aí que reside uma característica que deve permear todo
candidato, a sensibilidade ao bem (aliás, temos apreendido em inúmeras lições que alguém
para ser iniciado, deve ser livre e de bons costumes; ter a capacidade de ser recebido limpo e
puro; e ser pessoa sensível ao bem).

• O terceiro componente, da Primeira Viagem, é a tempestade eólica a desafiar o iniciando

Cabe aqui, também, levar em conta o caminho a ser percorrido pelo iniciando, não só na
primeira, mas nas três viagens.

Elas sempre iniciam no Ocidente, pelo Setentrião, a parte mais escura do Templo, em direção
ao Oriente.

Lá, no Oriente, pouco se demora, voltando pelo Sul, a parte mais iluminada do Templo.

Esse caminho simboliza a “Ascensão Iniciática” pois no 1º Grau, o Ap.·. inicia sua busca por
conhecimento a partir de sua situação de plena escuridão.

A escuridão representa a ignorância e a luz o conhecimento.

O conhecimento está no Oriente.

É lá que se busca a verdade.

Em cada ida sua ao Oriente o maçom pouco se demorará, porque precisa voltar ao Ocidente
de seu ser, para aplicar o conhecimento adquirido em seu cotidiano.

Somente dessa maneira é possível a construção de seu Templo interior e do Templo Social da
Humanidade.

De nada vale o conhecimento adquirido, se não houver sua aplicação no mundo material.

Por fim, em relação à Primeira Viagem, faz-se necessário esclarecer os pontos cardeais.
O Instrucional usa uma linguagem mais filosófica para defini-los, como é possível ver na
penúltima fala do Irm.·. Orador.

Contudo, num linguajar mais simples, podemos definir o Ocidente como o mundo material,
associado às trevas e à falta de conhecimento.

O Oriente, por sua vez, representa o mundo espiritual, associado à verdade e ao


conhecimento.

A 11ª instrução termina mostrando que a Prova do Ar ensina como o iniciado deverá
desempenhar-se, no plano individual e coletivo.

A simbologia da Prova do Ar evidencia que o Iniciado tem que empenhar-se no árduo caminho
do progresso, tanto individual quanto coletivo.

Tal caminho mostra-se difícil e cheio de obstáculos.

Tem que procurar a verdade e, de posse dela, esforçar-se por sua aplicação em seu dia a dia,
tanto no mundo profano quanto no mundo maçônico.

O conhecimento da verdade sem sua aplicação no plano concreto é o mesmo que nada!

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