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A\R\L\S\ Grande Benfeitora da Ordem

FRATERNIDADE CAMPINEIRA N.º 2158


Rua Dr. Gabriel Penteado 360 – Or\ de Campinas – SP
Jurisdicionada ao GOSP – REAA

“Simbolismo das Três Viagens”

Ir\ Marcelo Wiltemburg Alves A\M\


Orientação: Ir\ Adilton de Oliveira M\M\- 1º Vig\
Setembro /2023 E\ V\
Introdução:

As três viagens simbólicas na Maçonaria são uma metáfora para o


desenvolvimento do indivíduo dentro da ordem. Cada uma das viagens
representa um estágio diferente na jornada do maçom em busca da verdade
e da sabedoria. O simbolismo das viagens é um dos temas centrais da
literatura universal, como nas viagens lendárias dos gregos Jasão e Ulisses
e nas modernas sagas dos descobrimentos. A vivência das viagens fascina e
concentra a atenção do ser humano ,o distanciamento do lugar, o
sentimento de ausência, a promessa de aquisição de novos conhecimentos e
a descoberta do oculto. Estas viagens possuem caminhos e significados
diferentes, e representam níveis através dos quais é obrigado a passar para
que, ao final, possa receber a Luz da Verdade. Para ser Maçom, o homem
deve ser livre e de bons costumes, sendo esta liberdade representada pela
sua individualidade e sua condição de não ser escravo de suas paixões e
seus preconceitos. Para tanto, na sua Iniciação, o Aprendiz é despojado de
todos os metais e tem seus olhos vendados, significando seu
desprendimento das vaidades do mundo profano e sua necessidade de
instrução para construção de sua Moral Maçônica.

A primeira viagem simboliza o nascimento e a infância do maçom.


Durante essa fase, o objetivo é aprender os princípios básicos da Maçonaria
e se familiarizar com a linguagem, rituais e símbolos da ordem.
A segunda viagem representa a idade adulta e a busca pela sabedoria.
Nessa fase, o maçom deve aprofundar seus conhecimentos e habilidades,
bem como aprender a aplicar os princípios da Maçonaria em sua vida
cotidiana.
A terceira viagem simboliza a velhice e a preparação para a morte. Nessa
fase, o maçom deve refletir sobre sua vida e suas realizações, bem como se
preparar para a jornada final em direção à luz e à verdade.
Em resumo, as três viagens simbólicas na Maçonaria representam a
evolução do indivíduo em sua busca pela verdade e sabedoria, e cada uma
dessas etapas é uma oportunidade para o maçom se aprimorar e crescer
como pessoa.
Desenvolvimento
As Viagens Simbólicas, no Ritual de Iniciação, se realizam seguindo o
Caminho do Sol, ou seja, num sentido circular denominado dextrorsum
(advérbio latino que significa “para a direita”, num sentido indireto ou
retrógrado, como o dos ponteiros do relógio, ao contrário do termo
sinistrorsum, que significa “para a esquerda”, em alusão ao movimento
direto realizado pela Terra). Este movimento circular também contém um
simbolismo e significado psicológico, pois traça no Pavimento da Loja um
Círculo Mágico, ou Mandala, tendo no centro o Altar. Além disso, o
próprio movimento de Circunvolução traduz uma das formas mais
primitivas, tradicionais, utilizadas nos rituais de diversas cerimônias
religiosas.
As três viagens na Maçonaria simbolizam o processo de
autoaperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal que é central para a
filosofia maçônica. Essas viagens são comumente referidas como as "três
grandes luzes" da Maçonaria e correspondem aos graus simbólicos de
Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom.
Na Maçonaria, o simbolismo das Três Viagens é muito significativo. Ele
representa o percurso iniciático do maçom.
A primeira viagem representa a busca pelo conhecimento e pela verdade.
É simbolizada pela jornada do Aprendiz Maçom, que busca aprimorar suas
habilidades intelectuais e morais por meio do estudo e da reflexão. Essa
jornada simboliza a busca pelo conhecimento e a compreensão dos
mistérios da vida. A viagem do Ocidente ao Oriente: Representa o
progresso do profano (ocidente) ao esotérico (oriente). O ocidente
simboliza a ignorância, as trevas e o materialismo. O oriente simboliza a
luz, o conhecimento e a sabedoria. Essa viagem marca a iniciação do
profano na maçonaria. A Primeira Viagem simboliza a morte para a vida
profana e o ingresso na Fraternidade Maçônica, onde o maçom é iniciado
com o grau de Aprendiz. É uma viagem de descoberta dos símbolos e
rituais maçônicos. A primeira viagem é, talvez, a mais difícil de ser
realizada, e caracteriza-se por caminhos tortuosos, perigosos, de muitas
dificuldades e obstáculos, em meio a ruídos e trovões. Segundo Leon
Zeldis, estes ruídos e trovões possuem dois significados, ou simbolismos.
Primeiramente, representam de forma física o caos presente na criação e na
organização dos mundos. De forma moral, representam os primórdios do
homem e da sociedade, conduzidos ainda pelas paixões e excessos que não
foram dominados pela razão, ou seja, o homem em seu estado e mundo
profano. A conquista da energia moral, portanto, permite ao homem lutar
contra suas paixões e obstáculos do mundo. Pode-se aqui, por exemplo,
tecer historicamente um paralelo entre a era do feudalismo e a era do
iluminismo, ou entre a “era das trevas” e a “era das luzes”. Ao final desta
primeira viagem, o Neófito bate à primeira porta, localizada ao Sul, e lhe é
permitido passar.

A Segunda Viagem Viagem do Oriente ao Ocidente: Representa o


retorno do iniciado ao mundo profano após receber a luz da sabedoria
maçônica. O iniciado deve aplicar os princípios maçônicos em sua vida
diária no mundo profano. A segunda viagem representa a busca pelo
aprimoramento pessoal e pelo aperfeiçoamento moral. É simbolizada pela
jornada do Companheiro Maçom, que busca aprimorar suas habilidades
práticas e desenvolver suas virtudes, como a paciência, a perseverança e a
humildade. Essa jornada simboliza a busca pela perfeição moral e a
compreensão da importância do trabalho em equipe. Representa a
passagem para os graus simbólicos de Companheiro e Mestre, onde o
maçom desenvolve seus conhecimentos maçônicos e morais. É uma
viagem de aprimoramento pessoal e espiritual. A segunda viagem é uma
etapa de transição, e caracteriza-se por uma estrada menos difícil do que a
primeira, mas não menos importante, com o ruído de armas e espadas
batidas umas com as outras, e da água. Os ruídos representam,
simbolicamente, o período histórico das batalhas e combates que o ser
humano travou para se colocar entre seus semelhantes. Representa, pois, a
“idade da ambição” do homem e a sua luta para vencer suas paixões e
obstáculos do mundo. O barulho da água simboliza os rios que deve
atravessar para chegar ao seu objetivo maior, ou seja, a sua Iniciação e a
Luz da Verdade. O fato da segunda viagem apresentar menos dificuldades
e obstáculos significa que eles tendem a desaparecer à medida que o
homem persiste em seguir no caminho da Virtude, apesar de ainda não
estar totalmente liberto dos combates. Ao final desta viagem, o Neófito
bate à segunda porta, localizada no Ocidente, e é purificado pela água.

A terceira viagem representa a busca pelo conhecimento espiritual e pela


transcendência. É simbolizada pela jornada do Mestre Maçom, que busca
compreender e aplicar os princípios espirituais que regem a vida. Essa
jornada simboliza a busca pela iluminação espiritual e a compreensão da
natureza divina do ser humano. A Terceira e última Viagem significa
viagem ao próprio interior, a jornada de autoconhecimento e evolução
espiritual do iniciado. Por meio do estudo dos símbolos e rituais
maçônicos, o iniciado evolui espiritualmente e alcança novos graus de
consciência e sabedoria. Significa a ascensão aos Graus do Rito Escocês
Antigo e Aceito, uma viagem de iluminação e elevação ao estado de
Perfeição Maçônica. A terceira e última viagem, e a mais solene das três,
realiza-se por uma estrada plana e suave e de muito silêncio. A facilidade
encontrada nesta viagem representa a tranquilidade e a paz obtida pelo
homem que consegue ordenar e moderar suas paixões. Como resultado,
atinge sua “idade da maturidade e da reflexão”. Ao final desta viagem, o
Neófito bate à terceira porta, localizada no Oriente, e é purificado pelo
fogo, estando em condições de receber a Luz. A purificação pelo fogo é um
conceito encontrado em várias culturas, e conforme destaca, na Iniciação
do Aprendiz as chamas do fogo objetivam inflamar de amor o coração do
Maçom, através de ações de caridade para com seus semelhantes.

Cada viagem tem seu significado, seus ensinamentos e seus desafios a


serem superados. Ao completar as Três Viagens, o maçom atinge a
maturidade maçônica, podendo transmitir os ensinamentos da Fraternidade
para novas gerações de maçons.

Conclusão
Em resumo, as três viagens na Maçonaria representam o processo de
autoaperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal em busca da verdade, da
moralidade e da espiritualidade. Portanto, todo o percurso formativo do
maçom, desde a sua iniciação até o ápice dos seus conhecimentos
esotéricos. É uma jornada de autoconhecimento e aprendizado contínuo.
Essas três viagens simbólicas resumem bem o propósito da iniciação
maçônica, que é transformar o homem profano em um ser de luz, sabedoria
e virtude por meio de um processo gradual de evolução interior. Os graus,
símbolos e rituais da maçonaria existem para facilitar essa jornada de auto-
aperfeiçoamento.
BIBLIOGRAFIA:

• Camino, Rizardo da. Rito Escocês Antigo e Aceito. São Paulo:


Madras Editora, 2007.
• Zeldis, Leon. Estudos Maçônicos: Historia, Simbolismo, Filosofia.
Trolha Editora, 1995.
• Dextrorsum. Disponível em
<http://sorumbatico.blogspot.com/2006/11/terra-e-os-relgios.html>. Acesso
em 12/11/2008.
• Ritual e Instruções de Aprendiz-Maçon do Rito Escocês Antigo e
Aceito. 1ª edição. Belo Horizonte: Grande Oriente de Minas Gerais, 2004.
• Frederico Cesar Mafra Pereira, M.M.ARLS Ordem E Progresso –
N.133 – Belo Horizonte (MG) – Brasil

Ir\ Marcelo Wiltemburg Alves A\M\

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