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INTRODUÇÃO

Neste trabalho irei dissertar sobre um tema de grande importância em rituais de


Templos maçônicos, denominado a Marcha do Aprendiz.

A definição de marcha conforme a Wikipedia, é o modo organizado, uniforme e


constante de andar, normalmente associado como forma de disciplina e
concentração ao ato. Existem diferentes tipos de marcha, onde cito como
exemplo, a marcha militar, a marcha atlética, a marcha cardiopulmonar, a
marcha da realeza e religiosa.

Para a Maçonaria, a marcha está associada ao rito, ao grau e ao conhecimento


dos obreiros. Utilizei como fontes de pesquisa para este trabalho, artigos,
livros, internet e minha percepção.

A MARCHA
A Marcha do Aprendiz representa a formalidade disciplinar e ritualística inicial
de caminhar no Templo maçônico, após as suas portas se fecharem, tendo
este a direção do ocidente para o oriente, constituído de três passos em busca
da luz e sempre à ordem. Ao final da ritualística da marcha, o caminhar no
templo pelo aprendiz maçom é normal, seguindo as orientações do mestre de
cerimônia.

Alguns escritores relatam que o motivo dos três passos pode estar ligado a
cerimônias maçônicas realizadas em pequenos locais, exemplo: tabernas,
cavernas e pequenos salões.

Os Maçons executam a marcha de forma específica para cada grau e cada rito,
sendo que cada um dos três graus simbólicos tem sua marcha particular.

Segundo Castellani, o significado maçônico da marcha corresponde à técnica


adotada nos três graus simbólicos para o candidato a perfeição caminhar do
ocidente ao oriente, isto é, das trevas para a luz.
No rito escocês antigo e aceito, a Marcha do Aprendiz tem seu início junto ao
fechar da porta no Templo e seu fim não deve ultrapassar a área geográfica
das colunas salomônicas (J) e (B).

A marcha é composta de três passos iguais e retilíneos, formando um


esquadro que representa a faculdade do juízo e nossos esforços para realizar o
ideal ao qual nos propusemos, começando sempre com o pé esquerdo e
apoiado pelo direito.

Segundo Aldo Lavagnini, isto é feito de maneira que estejam realmente


encaminhados na direção do ideal e que a cada passo do pé esquerdo
(emoção, atividade e ação), deve corresponder um igual passo do pé direito
(passividade, inteligência, pensamento) em esquadro, ou seja, em acordo
perfeito com o primeiro (analogia neurofisiológica aos hemisférios cerebrais do
lobo esquerdo e direito).

Segundo Raymundo D´elia Junior, o primeiro passo do aprendiz simboliza sua


luta, sabedor que é representado pelo cordeiro, animal símbolo do ardor e da
coragem, demonstrando a disposição que deve ter o Aprendiz para dedicar-se
aos conhecimentos de seu Grau. O segundo passo simboliza a Perseverança,
indicando que o maçom deve ser forte e trabalhar com prudência, mas sem
temor. E o terceiro passo simboliza a Fraternidade, sendo considerado como o
símbolo da amizade e união, que deve aglutinar todos os maçons.

CONCLUSÃO
A interpretação minuciosa da formação dos ângulos retos do esquadro pelos
braços, pernas e pés, os três passos em marcha, o olhar direcionado ao
oriente, a postura ereta, firme precisa, e a consciência sensorial de espaço,
remetem ao aprendiz uma grande responsabilidade e respeito no seu
crescimento e desenvolvimento como maçom.

Considero também a importância oculta do número três nesta ritualística e suas


interpretações místicas, onde ressalto que apesar de simples aos olhos do
neófito, a Marcha do Aprendiz promove uma enorme riqueza de detalhes
ocultas na sua execução e transmite a mensagem pura e direta da evolução do
homem e do espírito, onde cada passo dado com o sentimento de razão, junta-
se o outro, com a emoção, assim, razão e emoção estão sempre em equilíbrio
ideal, justo e perfeito.
Concluo que este estudo me levou a uma profunda reflexão de vida. Além de
aprender a me desenvolver como maçom, ele também me desafia de forma
física e mental, pois a sua precisão me remete ao esforço, determinação e
superação que tenho que desempenhar com a posição correta do meu pé
esquerdo (minha perna doente) em comunhão ao equilíbrio, sustentação e
segurança que preciso ter com o meu pé direito (perna sadia). Hoje, esses são
os verdadeiros passos que norteiam a minha existência em direção a luz.

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