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MAÇONARIA

Alguns historiadores afirmam provir a Maçonaria dos antigos mistérios pagãos religiosos do velho
Egito e da antiga Grécia. Outros admitem que ela tenha se originado por ocasião da construção
do templo de Jerusalém, no reinado de Salomão, rei dos israelitas (1082-975 a.C), e apontam
como fundador, Hiram Abiff, suposta arquiteto do citado templo.

A maioria dos escritores maçons, porém, é de opinião que a Maçonaria deve sua origem e
existência a uma confraria de pedreiros, criada por Numa, em 715 a.C, que viajava pela Europa e
mais tarde construiu basílicas. Com o passar dos tempos, porém, essa sociedade perdeu o seu
caráter primitivo e muitas pessoas estranhas à arquitetura nela foram admitidas.

A maçonaria é uma associação de carácter universal, cujos membros cultivam a filantropia,


justiça social, aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia e igualdade,
aperfeiçoamento intelectual e fraternidade, é assim uma associação iniciática, filosófica,
filantrópica e educativa. Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas,
designadas por oficinas, ateliês ou (como são mais conhecidas e corretamente
designadas) Lojas, "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si".

Sendo uma associação iniciática utiliza diversos símbolos, de entre estes alguns são conhecidos.

Cada Loja Maçônica é composta pelo Venerável Mestre (ou Presidente), que preside e orienta as


sessões, pelo Primeiro Vigilante, que conduz os trabalhos e trata da organização e disciplina em
geral e pelo Segundo Vigilante, que instrui os aprendizes. 

O Orador, que sumariza os trabalhos e reúne as conclusões é coadjuvado pelo Secretário, que


redige as atas e trata da sua conservação e é responsável pelas relações administrativas entre a
loja e a obediência e junto com o Venerável Mestre encontram-se a Oriente conjuntamente com
o Venerável Mestre.

O Mestre de Cerimônias, que introduz os irmãos na loja e conduz aos seus lugares os visitantes,
e ajuda o Experto nas cerimônias de iniciação, o Tesoureiro, que recebe as quotizações e outros
fundos da loja e vela pela sua organização financeira e por fim o Guarda do Templo (que nalguns
Ritos e lojas é só externo noutros é externo e interno e ainda noutros ambos são ocupados por
irmãos diferentes) e que vela pela entrada do Templo são outros oficiais igualmente importantes.
Os cargos do Venerável Mestre ao Secretário são chamados as luzes da oficina.
 
A maçonaria universal utiliza o sistema de graus para transmitir os seus ensinamentos, cujo
acesso é obtido por meio de uma Iniciação a cada grau e os ensinamentos são transmitidos
através de representações e símbolos.
O nome "maçonaria" provém do francês maçonnerie ou do inglês masonry que significa
"construção". Esta construção é feita pelos maçons nas suas Lojas (Lodges), alguns autores
dizem que a palavra é mais antiga e teria origem na expressão copta Phree Messen (Franco-
maçon), cujo significado é "filhos da luz".
Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros; o rough mason (pedreiro bruto) que trabalhava com
a pedra sem lhe extrair forma ou polimento e o Freemason (pedreiro livre) que detinha o segredo
de polir a pedra bruta.
A maçonaria simbólica compreende três graus:
Aprendiz
Companheiro
Mestre
 
OS RITOS:
 compostos por procedimentos ritualísticos, são métodos utilizados para transmitir os
ensinamentos e organizar as cerimônias maçônicas.
De entre os principais, praticados no Brasil, destacam-se:
Rito Escocês Antigo e Aceito;
Rito de York;
Rito Schröder;
Rito Moderno;
Rito Brasileiro;
Rito Adonhiramita;
Rito Escocês Retificado.
 
 
Já em Portugal, os principais utilizados são:
Rito Escocês Antigo e Aceito;
Rito de York;
Rito Moderno;
Rito Escocês Retificado.
 
No mundo existiram mais de duzentos ritos, pouco mais de cinquenta são praticados
actualmente, porém os mais utilizados são o Rito de York, o Rito Escocês Antigo e Aceito e o Rito
Moderno (também chamado de Rito Francês ou Moderno na Europa), juntos estes três ritos
detém como seus praticantes mais de 99% dos maçons operativos, outro tipo de Ritos maçônicos
menos comuns destacam-se pela abordagem mais esotérica e espiritualista como é por exemplo
o rito denominado por Rito de Memphis-Misraim.
 
GRAUS:
A maçonaria é composta por Graus Simbólicos e Filosóficos, variando o seu nome e o âmbito de
Rito para Rito.
A constituição dos três primeiros graus é obrigatória e está prevista nos landmarks da Ordem, são
a saber, Aprendiz, Companheiro e Mestre.
O trabalho realizado nos graus ditos "superiores" ou filosóficos é optativo e de caráter filosófico.
Existem diversos sistemas de graus superiores, como o de 33 graus do Rito Escocês Antigo e
Aceito, o de 13 graus do Rito de York e do Adoniramita, o de 7 graus do Rito Moderno e do Rito
Escocês Rectificado.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7onaria
 
MAÇONARIA SIMBÓLICA:  
A Maçonaria mantém a divisa  - Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
A maçonaria cuja origem se perde na noite dos tempos, teve sempre por especial escopo
agremiar todos os homens de boa vontade que, convencidos da necessidade d e render sincero
culto à virtude, procuram os meios de propagar o que a doce sã e moral nos ensina.
Ora, como esses homens desejam trabalhar nessa obra meritória, com toda tranquilidade, calma
e recolhimento, reunem-se para isso nos Templos Maçônicos.
Três são as colunas imóveis que sustentam todo o edifício maçônico, significando as três
poderosas forças da Natureza:Sabedoria, força e beleza.
As três luzes do templo: As 3 perguntas que são respondidas na câmara das reflexões são: A
divindade, a Natureza e o Homem.
enfim as três pancadas dadas com o malhete para que se abrissem as portas do templo
signifcam: - Buscai e dar-se-vos-á.
Autor: Raul Silva  
Os principais símbolos maçônicos, que devem ser conhecidos no Grau de Aprendiz, são os
seguintes:

COMPASSO- Representa a Justiça, pela qual devem ser medidos os atos do homem: simboliza,
também, o comedimento na busca, já que, traçando círculos, delimita um espaço bem definido,
símbolo do todo, do Universo. No plano esotérico, o Compasso é a representação das qualidades
espirituais e do conhecimento humano. No Grau de Aprendiz, os ramos do Esquadro cobrem as
hastes do Compasso, mostrando que a materialidade suplanta a espiritualidade, ou que a mente
ainda está subjugada pêlos preconceitos e pelas convenções sociais, sem a necessária liberdade
para pesquisar e procurar a Verdade.

ESQUADRO - Simboliza a Equidade, a justiça, a Retidão de caráter; esotericamente representa a


matéria, ou o corpo físico. Retidão é a qualidade do que é reto, tanto no sentido físico quanto no
moral e ético; assim, à retidão física, emanada do Esquadro, corresponde a retidão moral,
caracterizada pelas ações de acordo com a lei, com o direito e com o dever, e a virtude de seguir
retamente, sem se desviar, a direção indicada pela equidade. É a jóia-símbolo do Venerável
Mestre.

CINZEL - Instrumento cortante numa das extremidades, usado por escultores e gravadores. O
Cinzel é um dos símbolos específicos do Grau de Aprendiz, pois, sendo destinado ao
esquartejamento da pedra (que transforma a pedra bruta e informe em pedra cúbica, usada nas
construções) ele simboliza a Razão, a Inteligência, enquanto que esotericamente, é o físico, ou a
matéria, sobre a qual atua o espírito, que é o Maço.

MAÇO ou MALHO - Instrumento utilizado para, atuando sobre o Cinzel, desbastar a pedra.
Simboliza a Força de caráter a serviço da Razão e da Inteligência (representados pelo Cinzel). Do
ponto de vista místico, é o espírito atuando sobre a matéria. Também é um símbolo específico do
Grau de Aprendiz.

RECUA - Haste de madeira ou metal dividida em 24 partes; cada parte corresponde a uma
polegada. Necessária para marcar os limites do esquadrejamento da pedra para que as suas
bordas sejam retas, simboliza um caminho retilíneo a seguir, com uma conduta reta, sempre à
frente. É o emblema da disciplina, da moral, da exatidão e da justiça. Também é um símbolo do
Grau de Aprendiz.

NÍVEL - Instrumento para comprovar a perfeita horizontalidade da superfície, simboliza a


Igualdade. O Nível maçônico é uma combinação de Nível e Prumo, com o formato de um Delta ou
de uma letra A, de cujo centro pende um fio vertical, o qual, se a superfície não for perfeita mente
horizontal, se deslocará para um dos lados. O Nível está presente na saudação do Grau, no
movimento horizontal da mão direita até o ombro direito. E a jóia do Io Vigilante.

PRUMO - Instrumento usado para medir a perfeita verticalidade de uma superfície, é o símbolo
da profundidade do Conhecimento, da Retidão e da Justiça. Representa, também, o Equilíbrio, ou
Estabilidade, quando perfeitamente a Prumo. Está presente na saudação do Grau, no movimento
vertical da mão direita ao longo do tronco. É a jóia do 2° Vigilante.

PEDRA BRUTA - Objeto de trabalho do Aprendiz, deve ser desbastada e esquadrejada para se
transformar em Pedra Cúbica, polida e regular. Simboliza o próprio Aprendiz no seu esforço para
se aperfeiçoar e polir seu caráter, a sua retidão e a sua integridade; é, enfim, o próprio símbolo de
seu aperfeiçoamento na Maçonaria.

DELTA RADIANTE - O Delta, ou Triângulo Eqüilátero, é o símbolo das tríades divinas. O Delta
maçônico, além dessa representação, tem, no seu interior, as letras do nome hebraico de Deus,
embora também seja usado o Olho Onividente, que o assimilam ao olho da Sabedoria de Horus.
O Delta simboliza a Sabedoria Divina e a presença de Deus. O Delta é o símbolo máximo
presente em um Templo.

LIVRO DA LEI - Simboliza a Lei Divina. Quando da Cerimônia da Abertura do Livro e leitura de
um trecho, espiritualiza-se a Loja e seus presentes.

SOL - Desde os mais remotos tempos, o Sol é o símbolo da Luz. Para a Maçonaria a Luz é a do
Conhecimento, do esclarecimento mental e intelectual. O Sol deve estar presente na decoração
do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente. Presente também no retábulo do
Oriente, ladeando o Deita, junto com a Lua, estará do lado em que fica Orador, pois, na corres-
pondência cósmica dos cargos em Loja, o Orador simboliza o Sol, pois dele emana a Luz, como
Guardião da Lei.

LUA - Cultuada, desde a mais remota antiguidade, como a mãe universal, o princípio feminino
que fertiliza todas as coisas, representa a alma. Suas forças são de caráter magnético e,
portanto, opostas às do Sol, que possuem caráter elétrico. A Lua deve estar representada na
parte Ocidental do teto dos Templos, em meio às trevas, em oposição ao Sol, que está no
Oriente, para mostrar a escalada iniciática do Obreiro, das trevas em direção à Luz. Também
pode estar presente no retábulo do Oriente, junto com o Sol, ladeando o Delta do lado em que
ficar o Secretário, já que o titular desse cargo, na correspondência cósmica dos cargos em Loja,
representa a Lua porque ele reflete, nas atas, a luz que vem do Orador, personificação do Sol.

PAVIMENTO MOSAICO - De origem sumeriana, simboliza, com seus quadrados brancos e


negros, os opostos na vida do homem: a boa e a má sorte, a virtude e o vício, a riqueza e a
miséria, a alegria e a tristeza, etc. Representa a mistura de raças, das condições sociais e do
dualismo.

ESPADA - Instrumento de ataque e defesa é mais própria do Cobridor do Templo, o qual,


simbolicamente deve usá-la para proteger o recinto contra eventuais intrusos. É o símbolo da
combatividade do homem em defesa de seus domínios. Nas mãos do Venerável Mestre, a
Espada Flamejante, simboliza o poder de que está revestido para "criar" e "construir" Aprendizes,
Companheiros e Mestres.

CORDA DE OITENTA E UM NÓS - É um adorno encontrado no alto das paredes verticais, com
um nó central acima da cadeira do Venerável Mestre, tendo de cada lado quarenta nós, que se
estendem pelo Norte e pelo Sul, terminando, seus extremos, em ambos os lados da porta
Ocidental de entrada, em duas borlas representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou
Moderação). Essa abertura na corda significa que a Maçonaria é dinâmica

E progressista, estando, portando, sempre aberta às novas idéias que possam contribuir para a
evolução do homem e para o progresso racional da humanidade.

ESCADA DE JACOB -Trata-se da alusão bíblica à escada que Jacob teria visto em sonho.
Símbolo da via ascendente até o céu. Através das três virtudes: Fé. Esperança e Caridade.

COLUNAS ZODIACAIS - Os signos zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da
antiguidade, representam a morte e a ressurreição anual da natureza. Por isso, eles simbolizam o
Iniciado, desde que, como candidato, ele é encerrado na Câmara de Reflexão -representado por
Áries, passo iniciai da renovação da natureza peio Fogo, simbolizando o fogo interno, o ardor do
candidato à procura da Luz - até ao acme da sua caminhada maçônica, quando recebe o Grau de
Mestre - representado por Peixes, a total renovação da natureza, a volta do Sol e da vida, pronto
para mais um ciclo. Os signos relacionados com o Grau de Aprendiz são: Áries, Touro, Gêmeos,
Câncer, Leão e Virgem.

PAINEL - O Painel Simbólico da Loja de Aprendiz, mostra o pórtico e as colunas vestibulares,


simbolizando a entrada no Templo; a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancha de Traçar,
símbolos dos três Graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre, respectivamente; o
Compasso e Esquadro entrecruzados, o Nível e o Prumo, simbolizando as três luzes da Oficina:
Venerável Mestre, I ° e 2° Vigilantes, respectivamente; o Maço e o Cinzel, instrumentos de
trabalho do Aprendiz no desbastamento da Pedra Bruta; três janelas simbolizando a marcha do
Sol; a Corda de Nós; e uma Orla Dentada, enquadrando todo o conjunto, simbolizando os
opostos.
COLUNAS GREGAS - As três colunas, das três ordens arquitetônicas gregas (Dórica, Jônica e
Coríntia) são as que, simbolicamente, sustentam a Loja de Aprendiz, sendo, por isso, assimiladas
ao Venerável Mestre e aos Vigilantes. A coluna Dórica, a mais forte, sem base e com um capitel
simples, mas de alta plasticidade era a personificação da Força do homem, sendo, por isso,
assimilada pelo Io Vigilante, responsável pela Coluna da Força. A coluna Jônica, mais esbelta,
com uma base e um capitel trabalhados, com quatro voltas era a representação da Sabedoria,
sendo, portanto, assimilada pelo Venerável Mestre, personificação da Sabedoria. A coluna
Coríntia, com um capitel de maior beleza plástica é a representação da beleza, sendo assimilada
pelo 2° Vigilante, responsável pela Coluna da Beleza.

Ir.-. Arnaldo Sato

Bibliografia:
- Cartilha do Aprendiz -José Castellani - Ed. "A Trolha" - 1992.
- O Aprendizado maçônico - Rizzardo da Camino - Ed. "A Trolha" - 1993.
- O Aprendiz Maçom, As Benesses do Aprendizado Maçônico - Rizzardo da Camino -Ed. Madras
- 2000.
SÍMBOLOS:
Outro conceito dos símbolos mais importantes:
ACÁCIA (do grego Akakia, árvore que significa a inocência) representa a inocência ou pureza, a
segurança e a certeza. Foi um ramo de acácia que os companheiros de Hiram Abiff encontraram
no seu túmulo improvisado. Corresponde à murta de Elêusis, ao visco dos Druidas e ao buxo dos
Cristãos.
AÇO símbolo da força
ÁGUA TOFANA símbolo do desprezo dado ao maçom que não cumpre o seu dever
ALAVANCA emblema da força moral, da perseverança, do poder da vontade; um dos
instrumentos simbólicos, passivos, do grau de Companheiro, que deve ser associado à régua,
instrumento ativo
AMPULHETA emblema do tempo e da morte.
ÂNCORA emblema da esperança, uma das virtudes necessárias ao aperfeiçoamento
do homem e da estabilidade
ANEL emblema da aliança, do acordo firmado entre partes
ÂNGULO RETO símbolo da virtude e da conduta do bom maçon. A posição dos pés, estando à
ordem, no grau de Aprendiz, é em ângulo reto e assim também deve ser o seu passo
ARCO-ÍRIS símbolo da aliança entre Deus e o homem
AVENTAL: elemento principal e essencial das insígnias maçônicas, símbolo do trabalho, tanto
físico, como intelectual e moral. O avental é geralmente composto por um retângulo (alusivo à
forma do Templo de Salomão), a que se sobrepõe uma abeta triangular. No 1º grau (Aprendiz), a
abeta acha-se levantada, ao passo que em todos os demais
graus, ela se dobra para baixo. O rectângulo do avental pode também mudar de forma,
nomeadamente para hexágono e para semicírculo. As suas dimensões, cores e decorações
variam com os graus, as funções, os ritos, as obediências e a própria história.
AZEITE símbolo da paz, da caridade, da abundância e da fecundidade. Pode ser usado como
combustível na iluminação das lojas, em vez das velas e dos círios
BALANÇA símbolo da Justiça
BILHA DE ÁGUA Simboliza a hospitalidade e a frugalidade que devem caracterizar o maçom
BOI símbolo da força e do trabalho
CHAVE símbolo da fidelidade e da discrição e, como tal, emblema do Tesoureiro de todas as
lojas e ritos
CINZEL símbolo do discernimento e dos conhecimentos adquiridos mas, também, da força, da
tenacidade e da perseverança. O seu uso representa, para o Aprendiz, o aperfeiçoamento e o
conhecimento de si próprio. Representa o passivo, indissociado do malhete, o ativo
CÍRCULO símbolo da livre criação, do infinito e do universo, visto não ter começo nem fim e
resultar apenas de um ponto central (o homem), que o traça utilizando um instrumento (o
compasso) cujo raio é o limite dos seus conhecimentos, da sua iniciativa e da sua ousadia
COLMÉIA símbolo do trabalho coletivo e da solidariedade; como tal, simboliza o trabalho
maçônico
COLUNAS J e B: símbolos dos limites do mundo criado, da vida e da morte, do elemento
masculino e do elemento feminino, do ativo e do passivo, significam, respectivamente, Jokin e
Bohaz
COMPASSO símbolo do espírito, do pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também do
relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto). Os círculos traçados com o compasso
representam as lojas
CORAÇÃO símbolo do amor altruísta e da fidelidade
CORDA símbolo da humildade e da escravidão em que se encontra um candidato a determinado
grau, até o receber
CORDÃO também chamado cordão nodoso e cordão do amor, corda com 12 nós e borlas nas
extremidades, que se coloca em geral ao longo da parte superior de qualquer templo, junto ao
tecto. Simboliza a união fraterna entre maçons, a cadeia de união que os liga indissoluvelmente.
Os 12 nós aludem aos 12 signos do Zodíaco, haja vista que o cordão, delimitando e rodeando o
templo, se interpreta também como a eclíptica desse mesmo universo. Simbolizam igualmente os
marcos ou pilares que fazem conservar no seu lugar certo os elementos do templo e, por
extensão, os componentes do universo
COROA símbolo da majestade, do poder, da glória e do triunfo.
CRUZ símbolo do cosmos, pela combinação do horizontal com o vertical e, por analogia, do
próprio templo; do ponto de vista cristão, simboliza a imortalidade e a ressurreição; os quatro
elementos (ar, água, fogo e terra)
CUBO isoladamente, o cubo simboliza a estabilidade; maçonicamente, simboliza, além disso, a
obra-prima que o Aprendiz deve começar a preparar, trabalhando na pedra bruta e, portanto, a
perfeição, a realização espiritual e de si mesmo. Associado à esfera, o cubo simboliza a
totalidade das coisas, o universo, representando ele próprio a Terra. Associado à pirâmide
quadrangular, o cubo simboliza a pedra por excelência
DELTA: triângulo luminoso, símbolo da força expandindo-se; distingue o Rito Escocês
ESFINGE Emblema do segredo maçônico e a quádrupla divisa exigida ao maçom "saber"
(cabeça humana), "ousar" (garras de leão), "poder" (corpo de leão ou de touro) e "calar" (mutismo
da expressão) - os quatro pilares do templo de Salomão
ESPIGA Símbolo da fecundidade e da universalidade do espírito, bem como da indestrutibilidade
da vida
ESQUADRO: Resulta da união da linha vertical com a linha horizontal, é o símbolo da retidão e
também da ação do Homem sobre a matéria e da ação do Homem sobre si mesmo. Significa que
devemos regular a nossa conduta e as nossas ações pela linha e pela régua maçônica. Emite a
ideia inflexível da imparcialidade e precisão de carácter, simboliza a moralidade
FERRO símbolo dos trabalhos do mundo
FIO DE PRUMO tal como na Maçonaria operativa o fio de prumo serve para verificar a vertical
correta de qualquer lugar, a na Maçonaria especulativa o fio de prumo simboliza a profundidade e
a retidão do conhecimento, sem quaisquer desvios. E tal como, entre pedreiros, o fio de prumo,
associado ao nível e ao esquadro, permite construir com perfeição um edifício, da mesma forma,
entre os pedreiros-livres, aqueles objetos são indispensáveis à perfeição do indivíduo. O fio de
prumo é o elemento ativo, de movimento e ação, que se associa ao nível, elemento passivo, de
inércia e repouso
FLOR As principais flores usadas na simbologia maçônica são:
Flor (amarela) da acácia - emblema da imortalidade da alma e da luz, sendo os espinhos
emblema dos raios do Sol
Cravo (vermelho) - emblema do Amor, muitas vezes oferecido pelos maçons às pessoas que
amam
Rosa (vermelha) - mesmo significado do cravo vermelho; significa também paixão, dor e martírio
Rosa (combinada com a cruz) - símbolo do Homem-Deus que existe em cada homem
Rosa (branca) - emblema da alegria e pureza
Rosa (amarela) - emblema da união
Rosa (negra) - emblema do silêncio
Lis (vermelho) - emblema da realeza e da autoridade
FOGO símbolo que representa a fonte de energia necessária a qualquer grande obra, o amor
profundo pelo próximo e o ardor ou entusiasmo por tudo o que é nobre e generoso. Na cerimônia
da Iniciação, representa a purificação espiritual.
FOICE emblema do tempo e da morte.
GALO símbolo da ousadia e da vigilância, da representação do mercúrio
INCENSO símbolo da pureza de intenções, o incenso, ao lado de outros perfumes, pode utilizar-
se em cerimonias variadas
LÁGRIMAS símbolo de luto e de tristeza
LÂMPADA símbolo de fonte de luz
LEÃO símbolo da força, do valor e do carácter
LUVAS emblema da pureza, quer no sentido lendário, de não participação no assassínio de
Hiram, quer no sentido moral, de não participação nos vícios do mundo profano, as luvas brancas
são um dos elementos do vestuário maçônico, usadas na maioria dos graus.
LUZ conhecimento que se recebe ao entrar na Maçonaria, quer do ponto de vista racional e
moral, quer simbólico, e cuja intensidade aumenta à medida que se sobe na hierarquia dos graus.
A luz maçônica opõe-se às trevas do mundo profano
MACHADO símbolo do poder, da vontade, da autoridade e da destruição da ignorância.
MALHETE pequeno martelo, emblema da vontade ativa, do trabalho e da força material;
instrumento de direcção, poder e autoridade
NÍVEL ferramenta utilizada na Maçonaria operativa e, simbolicamente, pela Maçonaria
especulativa também. Servindo para reconhecer se um plano é horizontal e sem acidentes,
simboliza a igualdade social, indicando que os direitos dos homens são os mesmos
OLHO o olho inscrito no delta ou triângulo luminoso simboliza o Sol visível, fonte de luz e da vida;
simboliza igualmente o Verbo, o princípio criador, a presença omnisciente de Deus, a
omnisciência da razão superior, omnisciência do dever e da consciência. Corretamente
desenhado, o olho não deve ser direito nem esquerdo, mas impessoal e abstrato
OLIVEIRA símbolo da vida e da prosperidade na paz vitoriosa
OSSOS emblema da morte, da degradação e da renúncia. Na Câmara de Reflexões, indicam ao
futuro maçom que se deve desprender das ossadas terrenas, da putrefacção do túmulo, para
nascer de novo
PÃO emblema do alimento do espírito (com sal), da hospitalidade e (com a água) da frugalidade,
existente na Iniciação para meditação do candidato a maçom. Indica-lhe a simplicidade que
deverá nortear a sua vida futura
PAVIMENTO EM MOSAICO chão em xadrez de quadrados pretos e brancos, com que devem ser
revestidos os templos; símbolo da diversidade do globo e das raças, unidas pela Maçonaria;
símbolo também da oposição dos contrários, bem e mal, espírito e corpo, luz e trevas
PEDRA BRUTA símbolo das imperfeições do espírito do profano que o maçon deve procurar
corrigir e, também, da juventude, caracterizada pelo domínio das paixões e dos impulsos, a pedra
bruta apresenta-se como um bloco tosco de pedra colocado junto da coluna dos Aprendizes. A
tarefa destes últimos consiste em desbastá-la até à conversão em pedra cúbica, isto é, em
aperfeiçoarem o espírito e em saberem controlar as paixões
PEDRA CÚBICA símbolo da obra-prima que o Companheiro deve procurar realizar pelo
aperfeiçoamento de si mesmo e o controle das paixões e dos impulsos, e também símbolo da
idade madura, mais serena e calma, a pedra cúbica apresenta-se como um bloco de pedra bem
talhada e polida, colocada junto à coluna dos companheiros. A sua forma termina, geralmente em
pirâmide. Na pedra cúbica estão, muitas vezes, inscritos emblemas diversos da ciência
maçônica
PENTAGRAMA estrela pentagonal, também chamada pentalfa, é o emblema da natureza e do
homem que nesta se insere. As cinco pontas iguais correspondem à cabeça e aos quatro
membros do ser humano. Colocada na parede do Oriente das lojas simbólicas, por cima da
cadeira do Venerável
POMBA emblema da força da natureza ou da virgindade
PONTE símbolo da livre passagem
PUNHAL instrumento de vingança simbólico contra os traidores
RAIOS os raios que saem do delta resplandecente simbolizam a glória divina ou, num sentido
racionalista, a glória da razão e da verdade
RÉGUA Instrumento ativo, simboliza a retidão, a precisão na execução, o método, a lei justa, o
aperfeiçoamento de toda a construção. Simboliza ainda o infinito, visto permitir traçar a linha reta,
sem princípio nem fim. Associa-se à alavanca, instrumento passivo
SAL símbolo da hospitalidade, da ponderação e da estabilidade que devem caracterizar o maçom
SANGUE símbolo do sacrifício e da punição
SOL símbolo da luz, tanto física como espiritual e, também, da vida, da saúde, do equilíbrio, da
força, do pólo activo. O Sol desempenha um papel de relevo na emblemática maçônica, estando
presente na decoração das lojas, no painel do Aprendiz, na linguagem e no conteúdo dos rituais,
na fixação das grandes festividades
TEMPLO simbolicamente, o templo é o objetivo da construção do maçom e do trabalho da
Maçonaria. Representa, assim, o Homem perfeito, a Humanidade ideal do futuro e, por extensão,
a paz, a harmonia, a liberdade, a igualdade e fraternidade, o bem, em suma, o conjunto de todas
as virtudes maçônicas. Simultaneamente, microcosmo e macrocosmo, as dimensões do templo
são infinitas: do ocidente ao oriente, do setentrião ao meio-dia, do nadir ao zênite
VINHO símbolo da inteligência
fonte: http://www.sobrenatural.org/materia/detalhar/4070/
os_eua_e_a_relacao_secreta_com_a_maconaria/
 
Maçonaria Operativa e a Especulativa:
112.5.1 - OPERATIVA: Os antigos maçons trabalhavam no sentido operativo, a arte útil, cuja
intenção é proteger e servir à conveniência  do homem e a gratificação de suas necessidades
físicas.
Autor: Albert G. Mackey
Os indiferentes segundo Geraldo Encausse (PAPUS), estão na Franco-maçonaria um meio de
ajudar e ser ajudado. Para eles é uma sociedade como outra qualquer, mais prática sobretudo.
 
112.5.2 - ESPECULATIVA: A outra é de caráter investigativo, ciência profunda esotérica que
estuda a ciência oculta da alma, do universo e que estudo o além do plano físico. Justamente é a
simbologia o elo de ligação entre essas duas Maçonarias.
Autor: Albert G. Mackey
Segundo Geraldo Encausse (PAPUS), a maçonaria pode dividir-se em duas categorias: Os que
buscam instruir-se e compreender, e os indiferentes.
 
ELEMENTOS DA CIÊNCIA MAÇONICA:
Dentro da história prática os primeiros centros de estudos maçônicos elevados, foram criados na
França pelos Alquimistas, místicos adeptos das ciências ocultas: Iluminados de avinhão, Rosa-
cruzes, Teósofos, Cristãos, martinistas.
Os elementos dessa ciencia se encontram:
Nos símbolos: Cifras e números simbólicos, ternário, quaternário, setenário, etc.
Nas figuras: Triangulos, estrelas (pentagrama), painel das lojas.
Nas Lendas: Lenda de Hiram, lenda de Salomão, INRI, História de J.B. Molay.
Nos Utensílios: Malho, nível, régua, esquadro, compasso, pedra cúbica, espadas, punhais, etc.
Nas Palavras: Palavras de passes hebraica e latinas, expressões na língua profana do iniciado.
Nos Sinais: Senhas e Toques de cada grau.
Nas Jóias e decorações: Jóias, flâmulas.
Na Linguagem escrita: Com caracteres especiais e secretos segundo os graus.
 
O GRAU DO APRENDIZ:
Detalhes que o profano deve deixar de lado, se despojar de objetos que traga como objetos de  
metal, carteira, decorações, adornos, etc.
O postulante a aprendiz deve enfrentar toda a decoração mortuária em sua iniciação simbólica
dentro da CÂMARA DE REFLEXÃO.
Essa cerimônia consiste em alertar ao postulante que ele deve ser desprendido de todas as
coisas terrenas e passageiras, ao se desprover de seus bens materiais deve entender que o
dinheiro é um MEIO e não um FIM.
o POSTULANTE  é levado a câmara de reflexões com os olhos vendados e somente ali dentro da
câmara ele tira a venda dos olhos, a partir daí ele escolherá se deve seguir ou recuar sua
caminhada.

Pela natureza do local ele é propositalmente inteiramente sinistro, paredes negras, adornados de
símbolos como:Foice, o Galo, frase vigilância e perseverança, caveiras, lágrimas desenhadas,
ampulheta.
O galo significa que deve meditar, sobre o despertamento da consciência. Vigia os teus defeitos e
buscas o auto-apefeiçoamento. O galo representa a luz do dia.
A foice significa a morte, inevitável, junto com a ampulheta são fatais em suas significações de
que o tempo passa e não deves perder tempo. 
Dentre toda essa simbologia se destaca as palavras:
"se é curiosidade que te traz aqui volta!
Se temes ser descoberto sobre teus desejos sentir-se-ás mal entre nós!
Se és capaz de dissimulação, treme! Porque penetraremos e leremos o fundo do teu coração!
Se tens apego às distinções humanas, saes, porque não se conhece isso aqui!
Se tua alma sentiu medo, não vás mais longe!
Se perseveras, serás purificado pelos elementos, sairás do abismo das trevas e verás a luz!".
O adepto deve ser modesto, deve morrer para o mundo material.
O postulante fica um bom tempo dentro da câmara refletindo sobre os objetos que vê, lê e
observa durante sua incursão.
O postulante então deve responder a três indagações em seu testamento:
1º Qual são os deveres do homem com a sua pátria?
2º Qual são os deveres do homem para consigo mesmo?
3º Qual são os deveres do homem para com seus semelhantes?
Esse testamento, não é dos seus bens terrenos, mas filosófico, no qual ele deve renunciar sua
vida passada...
 Autor: Henri Durville

=================================  0  =================================
Outros graus e pormenores não vem ao caso explicitarmos aqui, já que a página atingiu seu
propósito de explicar o que vem a ser a MAÇONARIA.
 
JABULON
Jahbulon ou Jabulon é uma palavra que foi utilizado para representar o nome inefável de Deus,
em algumas sociedades como a Maçonaria e a Ordo Templi Orientis.
A palavra Jahbulon também é representada em outras formações como Yahbulon ou Jao-Bul-On
ou Jah-Buh-Lun ou Jah-Bul-Lun ou Jah-Bel-On.
Foi utilizado historicamente, em alguns rituais do grau de Arco Real, no Rito de York, segundo
Duncan; e de acordo com Francis X. King, também é utilizada nos rituais do Ordo Templi Orientis,
visto que Aleister Crowley teria contato com vários grupos clandestinos maçônico.
 
Tem havido muita discussão sobre a origem e o significado desta palavra. Não há consenso
mesmo entre os pesquisadores maçônicos quanto ao referido nome. Há estudiosos maçônicos
que apresentam palavra pela primeira vez no século XVIII no ritual do Arco Real, do Rito de York,
como o nome de um explorador alegórico pesquisando as ruínas do Templo do Rei Salomão; há
enciclopedista maçônico que afirma que a formação trissílaba é apenas para expor e esclarecer
sobre o tetragrama, e defende que Bel seria um nome descritivo para Deus em hebraico; já
autores ex-maçons têm alegado que seria um maçônico nome de Deus, outros autores não
maçons defendem que seria o secreto e não revelado nome de quem seria um único "Deus
maçônico".
 
Lista de alguns Ilustres Maçons:
A
Almiro Gaspar Marques - Advogado e Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal.
Antônio Carlos Gomes - Músico, compositor de Óperas e maestro.
António Egas Moniz - Médico, prémio Nobel da Medicina.
António Marques Miguel - Arquiteto, Past Grão Mestre da GLRP e membro da Academia de Belas
Artes de Lisboa.
Afonso Augusto Costa Político republicano
Almeida Santos - Político português, Ex- Presidente da Assembleia da República Portuguesa
Alfredo da Rocha Vianna Filho - Compositor, flautista, saxofonista, cantor e regente.
António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques (A. H. de Oliveira Marques)- ilustre historiador
português.
Auguste Comte- Pai do Positivismo Jurídico e da Sociologia e Grande Filósofo Francês.
Antônio Francisco Lisboa - "Aleijadinho" patrono da arte no Brasil

 
B
Barack Hussein Obama II - Presidente dos EUA.
Benjamin Franklin - Cientista e político estadunidense
Bento Gonçalves da Silva - General brasileiro - Revolucionário farroupilha.
Bernardino Luís Machado Guimarães - Presidente da República Portuguesa
Brigham Young - Segundo Presidente De A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
ou os Mórmons.
Bernardo Valentim Moreira de Sá - Insígne violinista, pianista, maestro, compositor, musicólogo,
musicógrafo, professor e director da Escola Normal do Porto, fundador do "Orpheon Portuense" e
Director-fundador do Conservatório de Música do Porto, fundador da "Sociedade de Música de
Câmara" e do "Quarteto Moreira de Sá", conferencista, etc. [1]

C
Charles Chaplin - Cineasta inglês
Conde de St. Germain - (Transilvânia, 28 de Maio de 1696 — Eckernförde (?), 27 de fevereiro de
1784) foi uma das figuras mais misteriosas do século XVIII. Tido como místico, alquimista,
ourives, lapidador de diamantes, cortesão, aventureiro, cientista, músico e compositor

D
Domenico Scarlatti - Compositor barroco italiano.

E
Emídio Guerreiro - Matemático e político.

F
Fernando Teixeira - Fundador da Grande Loja Regular de Portugal - GLRP.
Fernando Valle - Médico e político.

G
Carlos Viegas Gago Coutinho - Aviador
George Washington - Primeiro presidente dos Estados Unidos.
Giuseppe Garibaldi - Revolucionário italiano.
Gomes Freire de Andrade Grão-Mestre do GOL
Germano Rigotto ex-governador do estado do Rio Grande do Sul.

H
Harry Houdini - Mágico ilusionista - Inventor do "escapismo".

I
Isaac Newton - alquimista e notório físico
Irineu Evangelista de Souza (Barão e Visconde de Mauá)

J
Jaime Wright - Pastor presbiteriano, defensor dos Direitos Humanos no Brasil.
João Rosado Correia - Arquitecto, Professor Universitário, Ministro do Equipamento Social e
Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano
Johann Wolfgang von Goethe - Escritor alemão
José de San Martín - General argentino
José de Souza Marques - Educador, advogado, político e pastor batista
José Bonifácio - Cientista e político brasileiro.
José Martí - Mártir cubano, iniciado em 1871 no Grande Oriente Lusitano.
José da Silva Carvalho - Obreiro da Revolução de 1820 e ministro de D. João VI, de D. Pedro IV
e de D.ª Maria II; foi Grão-Mestre.
Johann Sebastian Bach - Músico e compositor Erudito.
José Relvas - Proclamou a República Portuguesa a 5 de Outubro de 1910
Jânio Quadros - Ex-Presidente do Brasil
John Stuart Mill - pensador inglês
Joseph Smith - Primeiro Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, líder
Mórmon e Percursor do Mormonismo.

L
Ludwig van Beethoven - Compositor alemão
Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias - Patrono do exército brasileiro.
Luiz Gonzaga - compositor e Cantor - Rei do Baião

M
Manuel Deodoro da Fonseca - Proclamador da República e primeiro presidente do Brasil.
Manuel Fernandes Tomás - Fundador do Sinédrio
Mário Covas Júnior - Engenheiro, Político brasileiro e ex-governador do estado de São Paulo
Mário Soares - político Português, Ex-1º Ministro de Portugal e Ex- Presidente da República.
Fundador do P.S. - Partido Socialista
Martin Luther King Jr - Nobel da Paz e pastor da Igreja Batista

N
Norton de Matos - General, governador de Angola durante a Primeira República e político
português

O
Orestes Quércia, político brasileiro, ex-governador do estado de São Paulo.(Expecula-se de que o
mesmo tenha sido afastado da Ordem.)

P
Passos Manuel (Manuel da Silva Passos) - líder dos setembristas.
Pedro I do Brasil e Pedro IV de Portugal - Primeiro Imperador do Brasil, foi também Rei de
Portugal.

Q
Quintino Bocaiúva - Governador do Rio de Janeiro, político.

R
Rui Barbosa - Jurista, jornalista e político brasileiro
Richard Wagner - Músico e Compositor alemão
Rudyard Kipling - Escritor, jornalista e poeta inglês. Escreveu o conto original 'Mogli o menino da
selva', transformado em animação pela Disney.

S
Sebastião de Magalhães Lima - fundador da Liga Portuguesa dos Direitos do Homem.
Salvador Allende - Presidente constitucional do Chile 1970-1973, Loja Progreso No. 4, Valparaíso
[2].
Simon Bolívar - General venezuelano, libertador da América do Sul do domínio colonial espanhol.

T
Theodore Roosevelt - presidente dos EUA
Tiradentes - mártir da Inconfidência Mineira
Thomas Alva Edison - Um dos maiores inventores da História

V
Voltaire - Filósofo francês.
Vinicius de Moraes - Poeta e compositor brasileiro.

W
Walter Elias Disney - desenhista.
Wolfgang Amadeus Mozart - Músico austríaco
Willford Woodroff - 4º Presidente De A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ou os
Mórmons
MAÇONS POR CATEGORIA:
Presidentes da República:
Abraham Lincoln
Andrew Jackson
Franklin D. Roosevelt
George C. Wallace
George Washington
Gerald Ford
Harry S. Truman
James A. Garfield
Jimmy Carter
John A. MacDonald
John J. C. Abbott
Mario Soares
Mackenzie Bowell
Robert L. Borden
R. B. Bennett
Salvador Allende
Venceslau Brás
Warren G. Harding
Felipe Martins
Washington Luís
William Howard Taft
William Mckinley
Theodore Roosevelt
Barack Hussein Obama

Reis
Eduardo VII do Reino Unido
Eduardo VIII do Reino Unido
Frederico II da Prússia
Jorge VI do Reino Unido
Jorge IV do Reino Unido
Leopoldo I da Bélgica
Pedro I do Brasil

Outros Políticos
Aga Khan III
Albuquerque Lins
Altino Arantes
Anson Jones
Barão do Rio Branco
Benjamin Franklin
Bento Gonçalves da Silva
Cláudio Pinto do Nascimento
David G. Burnett
Deodoro da Fonseca
Diogo Antônio Feijó
Esperidião Amin Elou Filho
Fiorello La Guardia
Floriano Peixoto
Francis Bacon
Francisco Dornelles
Francisco Glicério
Giuseppe Garibaldi
Henry Wallace
James Buchanan
James Knox Polk
James Monroe
Joaquim José da Silva Xavier
Joel R. Poinsett
John G. Diefenbaker
John Hancock
José Bonifácio de Andrada e Silva
José Roberto Arruda
Joseph Brant
Lourival de Moura Sousa
Campos Salles
Mário Covas
Marquês de Lafayette
Michel Temer
Mirabeau B. Lamar
Napoleão
Nilso Inácio Alves
Nilo Peçanha
Osmar Dias
Raúl Castro
Rui Barbosa
Sam Houston
Sam Nunn
Tarcìsio Clrto Chiavegato
Tiradentes
Visconde do Rio Branco
Winston Churchill

Líderes Religiosos
Aleister Crowley (Ocultista, escritor e bruxo)
Brigham Young (Sucessor de Joseph Smith á frente da Igreja Mormon)
Frei Caneca (patriota e revolucionário)
Joseph Smith (Precursor do Mormonismo)
Swami Vivekananda (Líder Hinduísta - Yoga, Reforma Hindú)
Louis Claude de Saint-Marint (Fundador do Martinismo)
Harvey Spencer Lewis (Imperator da Ordem Rosacruz AMORC)

Jornalistas
Josenildo José dos Santos
Jerônimo Coelho

Atores
Arthur Godfrey
Bob Hope
Casanova
Charles Chaplin
Charles "Tom Thumb" Stratton
Clark Gable
Danny Thomas
Douglas Fairbanks
Elmo Lincoln
Ernest Borgnine
Francisco Cuocco
Gene Autry
George M. Cohan
Harold C. Lloyd
Irvin Berlin
John Wayne
José Wilker
Milton Gonçalves
Oliver Hardy
Oscarito
Palhaço Arrelia
Palhaço Carequinha
Palhaço Charles
Palhaço Xuxu
Peter Sellers
Red Skelton
Roy Clark
Roy Rogers
Tom Mix
W.C. Fields
Will Rogers
 

Professores
Compositores, músicos e intérpretes
Bob Nelson
Carlos Gomes
Duke Ellington
Dió de Araújo
Fábio Junior
Franz Liszt
Howlin' Wolf
Jean Sibelius
Johann Sebastian Bach
Joseph Haydn
John Philip de Sousa
John Stafford Smith
Luiz Vieira
Louis Armstrong
Ludwig van Beethoven
Luiz Gonzaga
Mel Tillis
Nat King Cole
Paul Whitman
Ranchinho
Raul Passos
Roberto de Carvalho (marido de Rita Lee)
Tonico
William "Count" Bassie
Wolfgang Amadeus Mozart

Escritores e intelectuais
Aldenor Benevides
Alessandro Jose de Sousa
Aleksander Pushkin
Alexandre Herculano
Antero de Quental
Antonio Guimarães de Oliveira
Cagliostro
Camilo Castelo Branco
Carlo Collodi
Castro Alves
Dante Alighieri
Edward Gibbon
Éliphas Levi
Fernando Pessoa
Francis Bacon
Jean-Jacques Rousseau
Jorge Nascimento
José lins do Rêgo
Johathan Swift
Lewis Wallace
Louis Claude de Saint-Martin
Machado de Assis
Marcelo Del Debbio
Mark Twain
Max Heindel
Montesquieu
Papus
Oscar Wilde
Ralph Waldo Emerson
Robert Burns
Robert Morris
Rudyard Kipling
Samuel L. Clemens
Sir Arthur Conan Doyle
Sigmund Freud
Tagore
Voltaire
Walter Scott
William Blake
William Shakespeare
Zé Rodrix

Astronautas
Edwin E. Aldrin
John H. Glenn
Neil Armstrong
Virgil Grissom

Militares
Alfred Von Tirpitz
Audie Murphy
Eddie Rickenbacker
Edson Da Mota Leal
Ernesto Geisel
Golbery do Couto e Silva
Joao Baptista Figueiredo
James Doolittle
John Joseph Pershing
Duque de Caxias
Napoleão Bonaparte
Omar N. Bradley
Douglas MacArthur
Henry "Hap" Arnold
Simon Bolivar
Deodoro da Fonseca
Floriano Peixoto
Keveny Simião de sousa

Juízes do Supremo Tribunal


Earl Warren
Frederick M. Vinson
Harold H. Burton
Henry Baldwin
Hugo L. Black
James F. Byrnes
John Blair, Jr.
John Catton
John H. Clarke
John M. Harlan
John Marshall
Joseph E. Lamar
Levi Woodbury
Luiz Zveiter - STJD/BR/
Mahlon Pitney
Noah H. Swayne
Oliver Ellsworth
Potter Stewart
Robert H. Jackon
Robert Trimble
Samuel Blatchford
Samuel Nelson
Sherman Milton
Standley F. Reed
Standley Mathews
Stephen J. Field
Thomas C. Clark
Thomas Todd
Thurgood Marshall
Waldemar Zveiter
Wiley B. Rutledge
William B. Woods
William Cushing
William H. Moody
William O. Douglas
William Paterson
Willis Van Devanter

Empresários
Andre Citroen (fabricante de automóveis)
Charles C. Hilton (cadeia de hotelaria Hilton)
Cláudio Pinto do Nascimento Diversos segmentos
Darryl F. Zanuck (fundador da 20th Century Productions)
Eberhard Faber (fundador da Eberhard Faber Pencil Company, Neumarkt (Alto Palatinado),
Alemanha
Henry Ford (pioneiro na produção de automóveis em massa)
Irineu Evangelista de Souza (Barão e Visconde de Mauá)
Jack Warner (da Warner Brothers Fame)
John W. Teets (Presidente da Dial Corp.)
King C. Gillett (Gillett Razor Co.)
Lawrence Bell (Bell Aircraft Corp.)
Lloyd Balfour (joalharia)
Louis B. Mayer (fundador da Metro-Goldwyn-Mayer)
Melvin Jones (um dos fundadores da Lions International)
Paul Harris (fundador do Rotary Club)
Paulo Guerrinha (fundador da TRANSPAUGIO transportes)
Robert E. B. Baylor (fundador da Universidade Baylor)
Uziel Carneiro Santos (Diversos Segmentos)
William H. Dow (Dow Chemical Co.)
Sir Thomas Lipton (fundador da Lipton Tea Company)

Cientistas
Albert Michelson
Benjamin Franklin
Berzelius
Charles King
Charles Richet
Crawford Long
Francis Bacon
Frederic Hopkins
Isaac Newton
Isaac Peral
Jaume Ferrán i Clua
Joseph Guillotin
Juan de la Cierva
Louis Orlando
Ronald Appleton
Ronald Morrish
Samuel Hahnemann
Sir Alexander Fleming
Thomas Alva Edison
Wilhem Oswald

O QUADRO DO APRENDIZ
 
 
Introdução
 
No início, qualquer local podia ser transformado em Templo. Bastava desenhar com giz, no chão,
o “Quadro” simbólico do grau em que a Oficina trabalhava. Após a reunião, bastava apagar o
“Quadro”. Mais tarde surgiram as telas pintadas, desenroladas no início das reuniões.
Atualmente, os Templos reproduzem todos os símbolos do “Quadro”.
No eixo longitudinal do Templo, estende-se, sobre um cavalete, voltado para o Ocidente, o Painel
Simbólico do Grau, de modo a permitir a livre circulação entre o Norte e o Sul. Entre o Painel
Simbólico do Grau e o Altar dos Juramentos deve haver espaço suficiente para a passagem de
uma pessoa.
Esse “Quadro” comporta Duas Colunas, encimadas por Romãs, enquadrando uma Porta à qual
conduzem Três Degraus; estes, seguidos de um Adro em Mosaico. Vêem-se aí também Três
Janelas, uma Pedra Bruta e uma Pedra Cúbica Pontiaguda. Uma Corda com Três Nós emoldura
esse “Quadro”, que compreende, além disso, o Sol e a Lua, as duas luminárias, o Esquadro e
o Compasso, a Perpendicular e o Nível, o Malhete e o Cinzel, e a Prancha de Traçar.
 
Composição do quadro e seu significado
  
As Duas Colunas
 
A coluna colocada ao Norte, à esquerda de quem entra no Templo, tem esculpida no fuste a
letra B, enquanto que a coluna colocada ao Sul, à direita de quem entra no Templo, tem esculpida
no seu fuste a letra J, ambas em posição de leitura para o Venerável Mestre.
É tão difícil conceber, de acordo com a bíblia, como eram feitas as duas colunas colocadas diante
do Templo, quanto o próprio Templo.
Os autores estão longe de chegar a um acordo e os pormenores dados são tão confusos que os
escritores maçônicos só chegam a um acordo quanto às características principais.
O nome da coluna da direita era Yakhin, que significa “ele tornará estável”,e o da coluna da
esquerda era Bo’az, “nele há força”.Variações posteriores conduziram Yakhin aos nomes Yahvé,
Yakhun e Jachin, que significa “ele estabelecerá”. Já Bo’az variou para Be’oz, Baïz e Booz, que
significa “na força”. As duas palavras significam, portanto, “Deus estabeleceu na força,
solidamente, o templo e a religião de que Ele é o centro”.
 
 As Romãs
 
O simbolismo religioso da Romã deve ser considerado em primeiro lugar: caridade, humildade e
união são as primeiras virtudes que lhe são associadas. Pode ser considerada ainda o símbolo
representante da fecundidade.
 
Os três Degraus
 
A passagem do mundo profano para o plano iniciático não pode ser realizada diretamente e os
Três Degraus simbólicos são necessários: eles marcam o Iniciado, isto é, o Aprendiz.
Os Três Degraus representam sucessivamente o plano físico ou material, o plano intermediário,
chamado de plano “astral”, e o plano psíquico ou mental. Estes três planos correspondem à
divisão ternária do ser humano em corpo, alma e espírito.
 
O Pavimento Mosaico
 
O soalho do Ocidente é representado pelo Piso Mosaico, constituído de lajes quadradas, brancas
e pretas, dispostas, alternadamente, formando um tabuleiro de xadrez.
Os ladrilhos devem ser de tamanho que proporcione a medida dos passos regulares da
Maçonaria que, no Rito Escocês Antigo e Aceito, são seguidos com os pés em esquadria, abertos
para frente.
O Pavimento Mosaico extensivo ao soalho do Ocidente foi a norma nas Grandes Lojas do Brasil
até 1942, quando, a partir de então, por iniciativa do Irmão General Joaquim Moreira Sampaio,
sucessor do Irmão Mário Behring, ficou restrito ao centro do Templo, com o formato de um
tabuleiro de xadrez circundado por uma orla dentada, sobre o qual era proibido pisar, salvo nas
passagens ritualísticas previstas. 
O simbolismo do piso pode ter variadas interpretações, tais como: “emblema a variedade do solo
terrestre,...simboliza a união de todos os Maçons do Globo...”; ou “o Piso Mosaico é na Maçonaria
a imagem da objetividade...”.
Com efeito, o simbolismo do Piso Mosaico geralmente admitido é o do Bem e do Mal inerentes à
existência terrestre. Trevas e Luzes estão ligadas no Piso Mosaico. Mas é também o Corpo e o
Espírito, unidos, mas não confundidos.
 
As Três Janelas
 
Três Janelas são representadas no “Quadro do Aprendiz”: a primeira a Oriente, a segunda ao
Meio-Dia e a terceira a Ocidente. Nenhuma janela se abre para o Norte. Essas três janelas são
cobertas por uma rede de arame.
Elas representam as três portas do templo de Salomão. Ora, na Bíblia se diz (I Livro dos Reis, VI,
4): “O Rei fez na casa janelas com grande fixas”.
A janela do Oriente traz a doçura da aurora, sua renovação de atividade; a do Meio-Dia, a força e
o calor; a do Ocidente dá uma luz que, à medida que se torna mais fraca, convida ao repouso.
Os trabalhos dos Maçons começam, simbolicamente, ao Meio-Dia e terminam à Meia-Noite. Os
aprendizes são colocados ao Norte porque têm necessidade de serem esclarecidos; eles
recebem assim toda a luz da janela do Meio-Dia.
 
A Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Pedra Cúbica Pontiaguda
 
Como se sabe, o trabalho do Aprendiz consiste em desbastar a Pedra Bruta, transformando-a
num cubo que é um sólido geométrico perfeito, pois se encaixa nas construções perfeitamente,
sem deixar espaços vazios. Assim a pedra pode ser polida, sem ter o formato cúbico exigido para
o uso nas construções. Portanto, a terminologia correta é Pedra Cúbica e não Pedra Polida.
A Pedra Cúbica, o hexaedro, é a obra-prima que o Aprendiz deve realizar. A Pedra Cúbica do
“Quadro do Aprendiz” é encimada por uma pirâmide quadrangular, chamada Pedra Cúbica
Pontiaguda.
A Pedra Cúbica Pontiaguda é destinada a afiar os instrumentos e termina em pirâmide, símbolo
do fogo, para que aí sejam inscritos os números sagrados.
 
A Corda de Nós
 
Dá-se o nome de “Borda Dentada” à corda de nós que rodeia o “Quadro de Aprendiz”. Trata-se
de uma corda formando nós, chamados laços de amor, e terminada por uma borla em cada
extremidade.
Os primeiros Maçons deram aos nós da “Borda Dentada” a forma de laços de amor. Esse é um
nó muito simples, que consiste num anel onde é introduzida a outra extremidade. Por que esse nó
é chamado “laço do amor”? Essa questão não pode ser respondida, pois não se sabe sua
resposta.
Esses nós entrelaçados são a imagem da união fraterna que liga todos os Maçons do Globo, sem
distinção de seitas, nem condições. Seu entrelaçamento simboliza também o segredo que deve
rodear nossos mistérios.
 
O Sol e a Lua
 
No alto, à direita e à esquerda do quadro são representados o Sol e a Lua, as duas Luminárias. O
sol, ativo, fica à direita, do lado da coluna J, e a Lua, passiva, à esquerda, do lado da coluna B.
Na Loja, os trabalhos são iniciados simbolicamente ao Meio-dia, quando o Sol está no Zênite, e
fechados à Meia-Noite, quando ele está no Nadir.
As três luzes da Loja, de acordo com os antigos rituais são o Sol, a Lua e o Mestre da Loja. O Sol
corresponde ao Orador e a Lua ao Secretário.
 
O Esquadro e o Compasso
 
No simbolismo maçônico, esses dois instrumentos estão sempre associados. O Esquadro é um
instrumento cuja propriedade é tornar os corpos quadrados. O Esquadro pendurado no cordão do
Venerável significa que sua vontade é a dos estatutos da Ordem e que ela só deve agir de uma
maneira: a do bem.
O Compasso é um dos instrumentos que o homem inventou depois de ter adquirido a noção de
círculo. Serve não só para traçar círculos, como também para tomar e transferir medidas.
O Compasso, instrumento móvel, simboliza o espírito, e o Esquadro, instrumento fixo, a matéria.
 
A Perpendicular e o Nível
 
A Perpendicular e o Nível dão, respectivamente, a Vertical e a Horizontal. O Nível indica a
Horizontal, mas ele próprio está munido da Vertical: a Perpendicular.
O Nível é, portanto, um instrumento mais completo do que a Perpendicular sozinha, e este é o
motivo pelo qual ele é a insígnia do Primeiro Vigilante, o único qualificado para tomar o lugar do
Venerável em caso de ausência deste.
O Nível não é apenas a Horizontal, mas ainda a Cruz, reunião da Vertical com a Horizontal.
A Perpendicular dá a direção do centro da Terra, enquanto o Nível dá a linha reta em Esquadro,
em relação a um ponto dado com a Perpendicular.
A Perpendicular é o símbolo da profundidade do conhecimento e de sua retidão. O Nível mostra
que o conhecimento deve relacionar-se com o “plano terrestre”, o único capaz de interessar
diretamente à criatura humana.
 
O Malhete e o Cinzel
 
O Malhete, ou Malho, e o Cinzel servem para o desbastamento da Pedra Bruta, estando,
portanto, diretamente relacionados com o Grau de Aprendiz.
O Malho simboliza a vontade ativa do Aprendiz. Não é uma massa metálica, pesada e brutal, pois
a vontade não deve ser de obstinação nem teimosia; deve ser apenas firme e perseverante. Mas
o homem não pode agir diretamente sobre a matéria. O Cinzel servirá, então, de intermediário,
devendo ser continuamente amolado. Isto é, o Aprendiz deve rever continuamente os
conhecimentos adquiridos.
 
A Prancha de Traçar
 
A Prancha de Traçar é um retângulo sobre o qual são indicados os esquemas que constituem a
chave do alfabeto maçônico. Em outras palavras, a Maçonaria chama, em seu simbolismo, o
papel sobre o qual se escreve de “Prancha de Traçar” e substitui o verbo escrever pela expressão
“Traçar uma Prancha”.
Simboliza esta o local onde o Mestre estabelece seus planos e onde os aprendizes se exercitam,
esboçando suas idéias, motivo pelo qual esse símbolo já figura no “Quadro de Aprendiz”.
 
Conclusão
 
É realmente gratificante, apesar de extenuante, dado o pouco tempo de que dispomos em virtude
de nossos compromissos no mundo profano, fazer uma pesquisa dessa natureza.
Essa é a oportunidade de nos forçarmos ao aprimoramento daquilo que freqüentemente vemos e
utilizamos, mas não conhecemos exatamente seu significado.
Assim foi com o “Quadro do Aprendiz”. Exposto em todas as sessões de que participam os
Aprendizes Maçons, muitas vezes nos questionamos de seu significado, sem imaginar sua real
profundidade. Obviamente, este trabalho de pesquisa não teve por finalidade exaurir o tema, mas
apenas trazer à discussão seu significado mais superficial e básico de conhecimento sobre o
“Quadro” que nos é afeto.
Indubitavelmente, o “Quadro do Aprendiz” se revelou um tema empolgante para o trabalho de
aumento de salário, pois aborda, dentro da mesma pesquisa, vários assuntos relevantes para a
Maçonaria.
 
Bibliografia
 
1.                                        BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. 11ª Edição. 2001.
                                     SILVA FILHO, José Inácio da, M.: I.: Grande Loja do Estado da Paraíba. O
TEMPLO MAÇÔNICO. Alagoa Grande – PB
 
São Paulo, Dez/2001
 
 FÁBIO SÉRGIO DO AMARAL

MESTRE INSTALADO?
 

Compreendemos na Maçonaria que um Mestre Instalado é um Mestre Maçom que já tendo


ocupado uma das vigilâncias, é eleito pelos Irmãos para presidir os trabalhos de uma Loja.  

Dois esclarecimentos são muito importantes: o primeiro é que nunca fez parte da Maçonaria
Operativa, sendo introduzida em nosso labor por volta do ano de 1810 (93 anos após a fundação
da GLUI) e o Ritual que é aplicado nas Lojas Simbólicas de vários ritos é baseado em um Ritual
de Grau Superior do Rito de York. 

Somente haverá um Mestre Instalado se antes a Loja passou por um processo democrático de
escolha. 

Lógico que temos também situações sui-generis (vacância do cargo, etc, etc) mas, legalmente e
dentro dos princípios sãos de nossa Ordem o Mestre Instalado é o Irmão que pleiteou e foi eleito.  

Algum Irmão pode sustentar que o Grão-Mestre tem a prerrogativa de Instalar Irmãos,
concedendo o título de Venerável Mestre conforme o oitavo Landmark. 

Vejamos: “VIII - A prerrogativa do Grão-Mestre de criar Maçons por sua deliberação é outro
Landmark importante.

O Grão-Mestre convoca em seu auxílio seis outros Mestres-Maçons, pelo menos, forma uma Loja
e sem uma forma prévia confere os graus aos candidatos, findo o que, dissolve a Loja e despede
os Irmãos. 

As Lojas assim convocadas por este meio são chamadas "Lojas de Emergência" ou "Lojas
Ocasionais". 

Observem o que eu grifei e me respondam: - Mestre Instalado é grau? Atentem para o detalhe
que estes Irmãos recebem os graus e em seguida a Loja é dissolvida, nenhum deles assumirá
cargos. 

Mas, por que estou tocando neste assunto? Tristemente por este Brasil com tantas Lojas e
Potências tem surgido uma desinteligência de doer, muitas vezes até motivada na boa vontade
de acalentar um Irmão, mas que é uma afronta aos nossos preceitos e regulamentos. 

Queridos Irmãos se em sua Loja tiver um Irmão com muitos anos de Maçonaria, trabalhos e
condutas dignas de um Maçom e ele nunca foi Venerável Mestre, isto não é um problema é
apenas uma realidade; não houve o sincronismo temporal de suas potencialidades com as
necessidades da Loja, portanto ele não foi ou às vezes nunca quis ser ou até mesmo outrora a
Loja decidiu que ele não deveria ser e assunto encerrado. 

O lamentável é que algumas Lojas solicitam aos Grãos-Mestres que façam a Instalação do Irmão.
Raciocinem quantas ilegalidades podem cercar tal proposta, sobre o oitavo Landmark já
expliquei, agora estudemos o décimo:

“X - O Governo da Fraternidade, quando congregada em Loja, por um Venerável e dois Vigilantes


é um outro Landmark. Qualquer reunião de Maçons congregados sobqualquer outra direção,
como, por exemplo, um presidente e dois vice-presidentes, não seria reconhecida como Loja. 

A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial para a validade e legalidade de


uma Loja que, no dia de sua consagração, é considerada como uma Carta Constitutiva”. 

E não me venham com a justificativa que o Irmão Instalado não é o Venerável Mestre. Ora,  não
existe “faz-de-conta” em nossa Sublime Instituição. Todo Irmão Instalado recebe a Jóia do
Venerável Mestre e com ela todos os direitos e deveres do cargo (que também não é grau).  

Visualizem uma Loja Maçônica, temos dois Tesoureiros? Dois Primeiros Vigilantes? Dois
Segundos Vigilantes? Então como pode haver dois Veneráveis Mestres? Quem se assentará no
Trono de Salomão? 

A situação merece um respeito tão grande que em alguns Ritos, quando mais de uma Loja de
reúnem para trabalharem juntas, apenas um Irmão pode usar os paramentos de Venerável
Mestre e este Irmão é o “Mestre Instalado da Loja”, os outros Veneráveis não usam a Jóia e a
maioria usa apenas o avental de Mestre Maçom. 

Mais dois aspectos também devem ser levados em conta e um é muito sério: é o perjúrio de
quem é instalado faz ao prometer cumprir situações que não lhe dirão respeito e possibilidade. Eu
não posso revelar o conteúdo do Ritual de Instalação, mas neste caso posso garantir que há
incoerências ou estão fazendo o sacrilégio de modificarem os Rituais sem a aprovação dos
Irmãos? 

(Criaram o Ritual de Instalação de Venerável Mestre de Mentirinha ???) O segundo chega a ser
cômico: todo Venerável Mestre tem um mandato pré-estabelecido, ao final recebe o título
ritualístico de Past-Venerável; no caso de instalarmos um segundo Irmão e como ele não tem
mandato, na mudança da direção da Loja ele se torna Venerável Mestre Ad Vitam ou Mestre
Instalado Ad eternum? 

Meus Respeitabilíssimos, se em nossa Oficina temos Irmãos que mereçam ser reconhecidos
pelos méritos, o façamos dentro dos nossos Usos e Costumes; toda Potência tem honrarias
(títulos e medalhas) que podem ser solicitadas e serão prontamente concedidas a quem as faz
jus. 

NA MAÇONARIA NÃO HÁ INVENCIONICES. Como não gosto de apenas apresentar


“problemas”, disponibilizo aos Irmãos, que insistem na Instalação, uma solução dentro de nossas
leis e que denotaria não só a qualidade do Irmão que a Loja aspira ser instalado como o
desprendimento da diretoria. Coisa simples: basta o atual Venerável Mestre juntamente com os
Vigilantes renunciarem, a Loja promoveria nova eleição e o querido Irmão legalmente eleito por
seus pares será instalado. Viu como Maçonicamente tudo é possível?
De acordo com o PROMAÇOM cujo programa visa à integração das Lojas Maçônicas, segue em
anexo, o quadro com as atividades das Lojas que se reúnem na avenida Brasil 478 e, de algumas
situadas fora do Palácio Maçônico.
DEDICATÓRIA: No interior de Minas, nestas boas festas de quermesse, há a “Rádio Local”, uma
boa vitrola (sou desse tempo), um microfone e o locutor a dedicar as músicas: - “Esta música vai
para a moça de vestido vermelho com laço no cabelo.” “- Esta música João da Padaria dedica
para Maria do Jé Peixoto” e quando há necessidade da discrição o locutor diz: “- Esta música vai
para alguém que sabe quem e também sabe quem mandou”.
 
 
Grato pela atenção.
TFA
QUIRINO

Mestre Instalado

Ser ou estar VENERÁVEL MESTRE não é pavonar-se com o belo e portentoso paramento e
fazer questão de que o tratem por Venerável. A palavra Mestre vem do latim Magister e significa
"diretor", "chefe"., derivando da palavra "Magis", que significa "mais que os outros", isto é "o mais
justo, o mais evoluído, o mais sábio, o mais intelectual e espiritual", homem superior que mais se
aproxima da perfeição. No simbolismo maçônico, a cerimônia de Instalação do Venerável
remonta ao século XVIII, e era praticada pelos Antigos. A partir de 1810, foi introduzida em toda a
maçonaria inglesa. A cerimônia ritualística passa sucessivamente do grau de Aprendiz, em que é
iniciada aos graus de Companheiro e Mestre, permanecendo, finalmente, no Templo apenas os
Mestres Instaladores e os Mestres Instalados, formados em Conselho, e o Venerável que será
instalado (No caso de ter mais de um, os Veneráveis a serem instalados). Por maior que seja o
seu grau no Filosofismo, mesmo sendo Membro Efetivo do Supremo Conselho, um Maçom que
não tenha passado pela cerimônia de instalação não poderá permanecer no Templo. Por isso, a
fim de evitar constrangimentos, em algumas obediências, os maçons ocupantes de alguns cargos
são instalados, sem terem sido eleitos para o cargo de Venerável, o ideal é que tal grau seja
conferido a um Mestre que tenha sido regularmente eleito para o cargo de Venerável. Tal prática
resultou na existência do: mestre instalado biônico, isto é, aqueles cuja origem de instalação não
foi advinda da eleição para assumir a direção dos trabalhos regulares de uma Loja Simbólica. O
Mestre Instalado deve ser dotado de sabedoria para compreender, de discernimento para julgar e
de meio para executar. Deve conduzir a Loja com retidão, para honra e glória do GADU.

Privilégios do Venerável:

-Congregar a Loja;
-Presidir os trabalhos da Loja;
-Preencher, temporariamente, os cargos vagos;
-Regular a admissão de visitantes;
-Regular todos os assuntos de ordem, sem ter a Loja direito de considerar ou julgar sua decisão,
salvo em grau de recurso para o Grão-Mestre ou para a Grande Loja;
-Controlar ou determinar as discussões sobre assuntos maçônicos;
-Nomear todas as Comissões não reguladas de forma particular;
-Ser o guarda da Carta Constitutiva da Loja;
-Mandar expedir os convites aos membros da Loja;
-Ter o Voto de Minerva, além do deliberativo, nas votações;
-Assinar todas as contas para o pagamento pela Tesouraria;
-Instalar seu sucessor na Cadeira de Salomão.

O Venerável deve ter sempre em mente as seguintes regras:

-Dirigirei minha Loja à voz de minha consciência e guiar-me-ei pelas promessas de minha
Instalação.
-Dirigirei minha Loja, sem temor, sem objetivar favor ou recompensa, salvo o julgamento de
minha consciência e o favor de Deus.
-Procurarei atrair meus Irmãos aos trabalhos, ministrando-lhes abundantes ensinamentos
maçônicos.
-Procurarei sempre, e por todos os meios, conhecer os antigos trabalhos e escritos da Ordem, e
não estarei satisfeito enquanto isso não for conseguido.
-Não deixarei nunca que um Irmão, carecendo de amparo, se afaste da porta da Loja desiludido,
se em meu poder estiver à possibilidade de ajudá-lo.
-Procurarei ser um modelo para meus Irmãos em prudência, veracidade, cortesia e amor.
-Procurarei ser coerente nas minhas palavras para que elas sejam as minhas ações.
-O maldoso, em minha jurisdição, não terá descanso até que se regenere; mas, se não se
regenerar, será excluído do meio.
-Meus auxiliares deverão cumprir seus deveres conforme os compromissos de posse.
-Minha Loja será honrada e respeitada entre suas iguais.
-O Venerável deve ser tolerante e afável.
-O Venerável deve ser cauteloso, fervoroso e comedido. Abriu vosso espírito e se nele não
houver sombras, sereis levado ao prêmio de agir com correção e vossos Irmãos vos honrarão.
-O Venerável deve ser ardente amante da Maçonaria verdadeira. Pelo estudo e pela meditação
deveis vos preparar para saber separar o joio do trigo e aprender a condenar os impostores e
inovadores.
-O Venerável deve saber respeitar seus superiores hierárquicos. Como esperar serdes
obedecido, se não aprendestes a obedecer?
De duas fontes promana vossa autoridade: de Deus, pela Sua palavra; da Grande Loja, pela
Carta que tendes. Desta forma, obedeceis duas vezes, enquanto mandais uma.
-O Venerável deve ser um maçom zeloso.
É vosso dever, Venerável, propagar a sabedoria maçônica. Sois como o mensageiro de seu
Evangelho. Deveis ser preciso no conceito; firme no debate; conhecedor da literatura maçônica e
dos que deveis dirigir na guerra contra o erro.

QUEM É O SUBSTITUTO IMEDIATO DO VENERÁVEL MESTRE?

Recentemente em um bate papo informal com alguns Irmãos surgiu este questionamento: Quem
é o substituto imediato do Venerável Mestre? Prontamente alguns Irmãos responderam: o
substituto imediato do Venerável Mestre é o Irmão 1° Vigilante. Na falta deste o Irmão 2°
Vigilante.A maioria dos Irmãos presentes concordou com a afirmação feita, porém, um Irmão
Decano, que atentamente ouvia as respostas, em determinado momento disse: "O substituto
imediato do Venerável Mestre deve ser um Irmão Mestre Instalado".Bem, a partir da afirmação do
Irmão Decano gerou-se uma serie de duvidas e perguntas: E se o Irmão 1° Vigilante não for
Instalado? E se o Irmão 2° Vigilante também não for Instalado? Quem assume a direção dos
trabalhos? A única maneira de encontrarmos respostas a estas perguntas é a busca através de
pesquisas, senão vejamos:
 
Para se chegar até a cadeira de Venerável Mestre é necessário que o Mestre Maçom passe do
Ocidente para o Oriente. “O caminho que deveis trilhar para atingirdes o domínio de vos mesmo,
é pelo trabalho e pela observação ¹”. Primeiramente precisa subir os quatro degraus que separam
o Ocidente do Oriente sendo eles: Força, Trabalho, Ciência e Virtude. Alcançado estas virtudes o
Irmão que pretende chegar à cadeira do Venerável Mestre, ou o trono do Venerável, ou o trono
da Sabedoria, deverá subir mais três degraus, sendo eles: Pureza, Luz e Verdade. Assim, se
procedendo, o Irmão é conduzido e devidamente Instalado através de Ritual apropriado no trono
da Sabedoria, o lugar que lhe compete em Loja.

Lembrando que Mestre Instalado não é grau, e sim, uma Classe de Maçons. Em seu trabalho
intitulado "Mestre Instalado é Grau?", o Ilustre Irmão Amilcar Silva Júnior nos diz: "...pelo que
entendo, é evidente que Mestre Instalado não é grau. Nem simbólico nem filosófico". É um direito
e um privilegio do Venerável Mestre de instalar seu sucessor. Diz o Irmão Kurt Max Hauser - P.·.
G.·. M.·. da  M.·. R.·. G.·. L.·. M.·. E.·. R.·. G.·. S.·., em seu trabalho intitulado "Ritos Maçônicos":
" Nenhuma outra autoridade, incluindo o Grão Mestre, salvo em casos excepcionais, devidamente
justificados, pode praticar tais cerimonias, sem atentar contra este direito e contra a
independência e autoridade da Loja". 

É um direito e privilégio do Venerável Mestre de outorgar graus. Somente o Mestre Instalado tem
direito e privilegio de outorgar os graus simbólicos. Na cerimônia de Iniciação após o Neófito Ter
recebido a Luz, o Venerável Mestre que foi instituído na Classe de Mestre Instalado, segurando a
espada recebe e constitui o Neófito a condição de Aprendiz Maçom e membro da Oficina. Assim,
deverá ser usada a mesma formula para a cerimônia de Elevação e Exaltação, conforme
determina o Ritual do grau. Toda sessão Maçônica deverá ser dirigida por um presidente. O
Presidente de uma Loja Maçônica é o Obreiro que pela vontade dos Irmãos foi eleito Presidente
da Oficina e devidamente Instalado através de Ritual apropriado no trono da Sabedoria.
 

O 1° vice-presidente de uma Loja Maçônica é o Irmão 1° Vigilante sendo o Irmão 2° Vigilante o 2°


vice-presidente, ambos eleitos pela vontade dos Irmãos. Verifica-se então que na ausência do
Venerável Mestre o substituto imediato é o Irmão 1° Vigilante (1° vice-presidente). Na ausência do
Venerável Mestre e do 1° Vigilante, o substituto imediato é o Irmão 2° Vigilante (2° vice-
presidente). Este procedimento se dará em qualquer sessão, mesmo que seja a de Iniciação,
Elevação e Exaltação. Os Irmãos 1° Vigilante (1° vice-presidente) e o Irmão 2° Vigilante (2° vice-
presidente) são os substitutos legais do Presidente.

Na sessão de Iniciação os substitutos legais do Venerável Mestre no momento da "sagração" se


não pertencerem a "Classe de Mestre Instalado", "não poderão sagrá-los", ou seja, não poderá
receber o Neófito a condição de Aprendiz Maçom. Deverá o substituto legal solicitar ao “Irmão
Mestre Instalado" presente a sessão que neste momento, segurando a espada receba e constitua
o Neófito a condição de Aprendiz Maçom e membro da Oficina. O mesmo procedimento deverá
ser feito nas sessões de Elevação e ou Exaltação. Poderão os substitutos legais do Venerável
Mestre, achando-se que estão impedidos de dirigirem a sessão magna, por não pertencerem a
Classe de Mestre Instalado, solicitar ao antigo Venerável Mestre que dirija os trabalhos ou ainda
solicitar a algum Irmão Mestre Instalado presente a sessão que dirija os trabalhos. Conclui-se
então que na ausência do Venerável Mestre o substituto imediato e que deve assumir os
trabalhos é o 1° Vigilante (1° vice-presidente), e na ausência de ambos quem deve assumir os
trabalhos é o segundo substituto imediato, o Irmão 2° Vigilante (2° vice-presidente). Porém se os
Irmãos substitutos não pertencerem a Classe de Mestre Instalado não poderão em hipótese
alguma receber e constituir Maçons.
BIBLIOGRAFIA
Esta Peça de Arquitetura, foi extraida do Portal Maçônico e pertence ao Irm. Antônio Carlos
Rios Da Academia Maçônica de Letras de MS  Cadeira nº 19 Fundador da  A R L S Expansão da
Luz Nº 35 
G O M S- C O M A B

A Instalação – Mestre Instalado

 Categoria: Você Sabia ?  Publicado em Domingo, 08 Junho 2014


Nas Lojas Simbólicas de diversos Ritos é comum, principalmente no R.E.A.A, o Primeiro Vigilante
ser o substituto imediato do Venerável Mestre, como dirigente administrativo da Loja. Muitas
Lojas possuem Regimento Interno, no qual esse item se torna obrigatório.
No caso de uma substituição, na ausência do Venerável Mestre em Loja, o Primeiro Vigilante
pode tomar as medidas necessárias ao bom andamento da mesma, só não podendo Iniciar,
Elevar ou Exaltar novos Obreiros.
Ou seja, ele não pode proceder à sagração. Este termo, sagração, de acordo com Mestre
Castellani – “é conferir a dignidade do grau, dos novos Aprendizes, Companheiros e Mestres”.
Esse ato é privativo do Mestre Instalado!
A Instalação é simplesmente a tomada de posse do cargo de Venerável Mestre de uma
determinada Loja (ver também Pilula Maçônica nº73). Essa tomada de posse pode, ou não, ser
acompanhada de Cerimonial de Instalação. Essa cerimônia é típica do ‘Emulation Ritual”, da
Inglaterra, e foi adotada em outros Ritos como o Escocês, o Adoniramita, o  Moderno e outros, no
mundo todo.
Sobre esse assunto, Mestre Castellani publicou, em 1994, “O Mestre Instalado” na revista a “A
TROLHA” nº 94, pag 34, que deixa claro o que segue abaixo:
“a Cerimônia de Instalação de Veneráveis Mestres, com uma ritualística específica, é própria do
Ritual de Emulação, sendo inexistente, inicialmente, nos demais Ritos, embora acabasse sendo,
posteriormente imitada. Em nosso país, primeiro em 1928 – no âmbito das Grandes Lojas
brasileiras, oriundas da dissidência de 1927 – e, posteriormente no Grande Oriente do Brasil
(GOB). Neste, essa cerimônia surgiu com a impressão de um Ritual de Instalação, em 1967, na
gestão do Grão Mestre Álvaro Palmeira. Esse Ritual seria herdado pelos Grandes Orientes
Autônomos, surgidos da dissidência de 1973, no Grande Oriente do Brasil.”
Hoje, essa cerimônia é adotada no mundo maçônico e, ser “Mestre Instalado”, deve ser o
principal sonho de todo e qualquer Mestre.
Talvez seja, ao meu ver, mais importante que a obtenção dos Altos Graus, pois este último é uma
conquista enquanto ser Mestre Instalado é uma realização!
M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto

MESTRE INSTALADO NÃO É GRAU


ORIENTE COM DESNÍVEL GEOGRÁFICO

Em 12 de outubro de 1804, foi criado em Paris o Supremo Conselho de França, o segundo no


mundo, para difundir na Europa o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Concebido, inicialmente, como Rito para Altos Graus, chegou dos Estados Unidos sem ritual
próprio para os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. No dia 22 de outubro, uma
Assembléia Geral do Supremo Conselho de França fundou, também em Paris, a Grande Loja
Geral Escocesa para organizar o ritual francês das Lojas Azuis (Blue Lodges) do Rito Escocês
Antigo e Aceito (ainda não havia sido cunhado o termo simbolismo para os três primeiros graus),
tendo por base o Rito Antigo Aceito, praticado pela Grande Loja de Londres de 1751, a Grande
Loja dos auto-proclamados “antigos” maçons.
Na França, o Grande Oriente tinha como rito oficial, o Rito Escocês dos Modernos, ou Rito
Francês, semelhante ao rito praticado pelas Lojas da Grande Loja de Londres de 1717, a primeira
Grande Loja no mundo e denominada, pejorativamente,  pelos seus adversários,  como sendo
dos “modernos” (os que inventaram ritual novo).
Quarenta dias depois, um acordo entre Grande Oriente e Supremo Conselho viabilizou a prática
do Rito Escocês Antigo e Aceito dentro do Grande Oriente de França.
COMEÇO DA CONTURBADA TRAJETÓRIA DOS GRAUS SIMBÓLICOS DO REAA
O Grande Oriente fez misturas entre os dois ritos, em vários graus, principalmente porque
praticou o Rito Escocês Antigo e Aceito no seu templo adornado para o Rito Francês.
No ano seguinte, 1805, os maçons do Supremo Conselho afirmaram que o Grande Oriente havia
violado a combinação.
Retiraram-se do Grande Oriente e passaram a trabalhar sozinhos. Por carência de membros
preparados adequadamente, o Supremo Conselho, junto com a Grande Loja Geral Escocesa,
ambos liderados pelo conde Alexandre de Grasse-Tilly, convidaram Oficiais do Grande Oriente
para dirigirem os Altos Graus.
Esses maçons oriundos do Rito Francês, não conheciam bem o Rito Escocês Antigo e ainda,
muitos, desdenharam o direito do Supremo Conselho comandar o Rito, na França.
Sob o abrigo do primeiro Grão-Mestre Adjunto, o Príncipe Cambaceres, que havia aceitado ser
Grão-Mestre de cada um dos sistemas escoceses, ou mesmo, a presidência de honra, a Grande
Loja Geral Escocesa e o Supremo Conselho se entregaram com intensidade em toda a atividade
que suas lideranças puderam realizar.
No entanto, o Grande Oriente manteve com vigor o funcionamento do Rito Moderno e, ao mesmo
tempo, lutou, ostensivamente, contra as tentativas das diversas autoridades do Supremo
Conselho e da Grande Loja, de fazerem firmar-se o Rito Escocês Antigo e Aceito, como fora
inicialmente organizado. 
ESFACELAMENTO DO SUPREMO CONSELHO E DO REAA NA FRANÇA
O período não estava favorável ao novo rito, surgindo como agravante às pretensões do Supremo
Conselho, a queda do governo francês, em 1814.
Em 1804, quando o REAA chegou à França, Napoleão Bonaparte fora coroado Imperador e teve
promulgado o código civil napoleônico.
Em 1814, Napoleão foi derrotado pelos aliados formados por Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia.
Napoleão se exila em Elba.
O Grande Oriente, pela sua força política, não teve que cessar totalmente as atividades, mas o
Supremo Conselho e a Grande Loja Geral Escocesa sofreram com a resistência que enfrentavam
do Grande Oriente e pouco realizaram. O Rito Escocês Antigo e Aceito praticamente
desapareceu na França, nesse período.
Outro fator que muito contribuiu para o enfraquecimento do rito foram as divergências entre os
próprios integrantes, divididos em Supremo Conselho de França e Supremo Conselho de
América.
A história dessas divergências internas mostra que não houve unidade no Supremo Conselho
francês, além de mal estruturado, para enfrentar a campanha do Grande Oriente.
O resultado foi a decisão do Grande Oriente, em 1814, declarando, unilateralmente, que, em
virtude de diferentes acordos datados de antes e depois da revolução francesa, ele retomava
todos os direitos sobre os ritos Moderno e Escocês Antigo e Aceito.
PRIMEIRA IDÉIA DE LOJA CAPITULAR
Em 1816, o Grande Oriente assumiu a jurisdição de parte do Rito Escocês Antigo e Aceito,
decidindo que ficaria com o poder sobre o conjunto dos graus 1º ao 18º. Essa escolha baseou-se
na intenção de dirigir o Rito Escocês Antigo e Aceito na mesma abrangência simbólica que já
fazia com o Rito Moderno, ou seja, do grau de Aprendiz à Rosa-Cruz.
No Rito Moderno, a Rosa-Cruz é o 7º e no Escocês Antigo, o 18º. Em 1820, o Grande Oriente
organiza um ritual do REAA voltado para o funcionamento seqüencial do grau de Aprendiz ao
grau Rosa-Cruz.
A esse conjunto de graus, sob a mesma direção,  foi atribuída a denominação de Loja Capitular,
presidida preferencialmente por um Cavaleiro Rosa-Cruz.
O TERMO SIMBOLISMO
Com o surgimento das Lojas Capitulares na França, a denominação Lojas Azuis desapareceu,
passando a ser empregado o termo “simbolismo” para representar o conjunto de graus –
Aprendiz, Companheiro e Mestre – dentro da então, nova concepção obediencial no Rito Escocês
Antigo e Aceito: Lojas Simbólicas, Lojas de Perfeição, Capítulos (obedientes ao Grande Oriente
de França), Conselhos Kadosh, Consistórios, Supremo Conselho (obedientes ao Soberano
Supremo Conselho do Grau 33).
Da França, o Rito Escocês Antigo e Aceito foi difundido para os países de língua latina, em
maioria. Os países anglo-saxônicos, no entanto, não se submeteram às decisões do Grande
Oriente de França e seguiram o modelo inicial.
O Supremo Conselho norte-americano continuou administrando o Rito Escocês Antigo e Aceito
dos graus 4 ao 33, servindo-se das Lojas Azuis americanas, obedientes às Grandes Lojas, para
perfazer o total de 33 graus.
AS LOJAS CAPITULARES NO BRASIL
O Supremo Conselho fez tratado de condomínio com o Grande Oriente do Brasil nas condições
definidas na França: o GOB assumiu os graus 1º ao 18º, constituindo as Lojas Capitulares e o
Supremo Conselho os graus 19º ao 33º. Permaneceu essa estrutura até 1927, quando o
Supremo Conselho denunciou o tratado com o Grande Oriente do Brasil e recuperou seu poder
sobre o Rito, do grau 4º ao 33º, reencontrando-se com o que acontecera em 1801, em
Charleston, nos Estados Unidos.
A tendência mundial entre os Supremos Conselhos com reconhecimento mútuo, no início do
século vinte, era de padronizar a divisão: graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre com
jurisdição de Grandes Orientes ou Grandes Lojas e os 30 graus superiores com jurisdição dos
Supremos Conselhos.
RITUAIS DESCARACTERIZADOS DO SIMBOLISMO
Devido à ruptura do tratado com o Grande Oriente do Brasil, o Supremo Conselho do Brasil
providenciou a criação das Grandes Lojas estaduais, que tiveram a incumbência de organizarem
e coordenarem a prática dos graus simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nessa
oportunidade, o Supremo Conselho repetiu o que já acontecera em 1820, na França, deixou o
simbolismo atirado à sua desventura funcional, com ritualismo confuso provocado ora pelas
influências do Rito Moderno, ora dos Altos Graus do próprio Rito Escocês Antigo e Aceito.
As modificações produzidas pelo Grande Oriente de França, em 1820, com o ritual que criou as
Lojas Capitulares, não foram desfeitas, sendo incorporadas aos graus simbólicos do rito,
definitivamente.
ORIENTE ELEVADO E COM ÁREA DELIMITADA
O piso do templo no ritual de 1804 é plano em toda a sua extensão. As colunas do norte e do sul
se estendem de oeste a leste. O Oriente é constituído pelo Venerável Mestre, que fica no Trono
num plano elevado.
Não havia área demarcada do Oriente, como conhecemos hoje.
O fundo do Oriente era um semicírculo e todos os Irmãos presentes, inclusive Oficiais, estavam
incluídos em uma das colunas; norte ou sul. A exceção se fazia quando da presença de
autoridade maçônica, dos Altos Graus do Rito ou de outros Ritos.
Nessa ocasião, o Venerável Mestre mandava sentar próximo e abaixo do Trono, acompanhando
a curvatura da parede de fundo, de frente para o oeste.
O tratamento era pessoal, sendo concedida a palavra nominalmente, após a mesma circular nas
colunas, por iniciativa do Venerável Mestre, sem, contudo, anunciar a palavra no Oriente, como
presentemente.
O Oriente elevado, em comparação com o restante do templo, surgiu com as Lojas Capitulares,
na França, no ritual de 1820.
Um terço da área do templo foi cercado por uma balaustrada com uma abertura no centro para a
passagem dos Irmãos,  que separou Oriente do Ocidente.
O acesso ao Oriente se dá através de quatro degraus.
O Oriente elevado e cercado foi idealizado para simbolizar o Santuário do Grau Rosa-Cruz, onde
está a direção da Loja, representada pelo Sapientíssimo Príncipe Rosa-Cruz.
Os Irmãos iniciados no grau 18º e acima, sentam-se no Oriente durante o desenvolvimento dos
trabalhos da Loja.
ORIENTE PROIBIDO PARA APRENDIZES E COMPANHEIROS
Durante o período em que os graus simbólicos estiveram incluídos na seqüência ininterrupta até o
18º das Lojas Capitulares, os Aprendizes e Companheiros não têm permissão para ingressarem
no Oriente.
Nessa fase, os maçons ainda aspirantes ao grau de Mestre, não desempenham cargos
ritualísticos.
Nas cerimônias de Iniciação nos dois primeiros graus, Aprendizes e Companheiros não subiam
ao Oriente, como se faz presentemente.
Nessa etapa, o Sapientíssimo Mestre descia do Oriente e lhe era apresentado o candidato no
Ocidente, junto aos degraus de acesso ao Oriente.
Esse procedimento alerta para o fato de que o Oriente elevado e circunscrito nunca fez parte da
ritualística dos graus simbólicos e, portanto, não devia ter permanecido na descrição do Templo,
após o desaparecimento das Lojas Capitulares, porque contribuiu para desinformar a respeito do
Templo adequado para as Lojas Simbólicas.
MESTRES INSTALADOS NO ORIENTE DOS CAVALEIROS ROSA-CRUZ
Está salientado e explicado que o Oriente elevado em relação ao Ocidente permaneceu
indevidamente nos Templos dos graus simbólicos por negligência da orientação dos Supremos
Conselhos, a começar pelo de França.
No surgimento das Grandes Lojas brasileiras, o Templo das Lojas que se transferiram do Grande
Oriente do Brasil, antes ajustado para os graus capitulares, não foi readaptado para o modelo
original do Rito Escocês Antigo e Aceito, anterior a 1820, ou seja, o piso plano em toda a
extensão.
Não bastasse essa influência capitular no simbolismo do REAA, foi acrescentada a novidade que
viria transformar o REAA das Grandes Lojas num conjunto de procedimentos que representaram
a presença parcial de vários Ritos em um.
A figura do Past Master (o Mestre Instalado) da Grande Loja, dentro do REAA, foi outro lance
que, junto com o ritual criado em 1928, deformou ainda mais o REAA antes conhecido.
A ritualística de Instalação do Mestre de Loja é mais antiga que o grau de Mestre Maçom e faz
parte das duas únicas cerimônias formais que os ingleses realizavam desde a época em que foi
fundada a primeira Grande Loja, em Londres, em 1717.
A iniciação do profano era feita sem encenações. Tinham maiores formalidades a passagem ao
Grau de Companheiro e a posse do Companheiro Eleito na presidência de uma Loja Maçônica. A
cerimônia de Instalação faz parte da história cultural da maçonaria inglesa.
Da outra parte, os primeiros rituais das Lojas Azuis (mais tarde, Lojas Simbólicas), do REAA, em
1804, foram feitos pela Grande Loja Geral Escocesa, com cultura original de caráter operativo.
O cerimonial pomposo para a posse do Respeitável Mestre eleito foi sempre um reflexo da
concepção inglesa de Maçonaria Real, não influenciada pelo período operativo.
A Inglaterra não teve Lojas operativas conhecidas.
As posses, nas Lojas Simbólicas do REAA foram, em rito mais administrativo.
O surgimento da figura do Mestre Instalado no meio do espaçamento natural entre o Mestre
Maçom (Grau 3º) e o Mestre Secreto (Grau 4º), encontrou no Oriente elevado e circunscrito um
ótimo local para fortalecer nova categoria de Mestre Maçom no REAA. Não havendo Loja
Capitular nas Grandes Lojas brasileiras, o Oriente, lugar antes reservado para os iniciados nos
Graus Capitulares, foi ocupado pelos Mestres Instalados.
Com seus segredos diferentes dos Mestres Maçons, os Mestres Instalados são considerados
Mestres Maçons diferenciados e a eles é designado o Oriente elevado, região do Templo também
diferenciada em comparação com o Ocidente. Dessa forma, os Mestres Instalados lembram nos
graus simbólicos, os Cavaleiros Rosa-Cruz da antiga Loja Capitular.
As Lojas Simbólicas do REAA que presentemente trabalham em Templo que possui o piso da
parte oriental mais elevado, não estão contribuindo para mostrar como foram concebidos os três
primeiros graus do REAA na França, em 1804.
Por outro lado, se essas mesmas Lojas reservam o Oriente para a localização dos Mestres
Maçons que têm a dignidade de Mestre Instalado, estão, as Lojas, praticando uma irregularidade
ritualística, pois reconhecem uma categoria superior à de Mestre Maçom, mas que não é a do
Mestre Secreto.
A superioridade hierárquica do Mestre Instalado sobre o Mestre Maçom está caracterizada e
confirmada na cerimônia de Instalação, no momento em que todos os Mestres Maçons não
Instalados são obrigados a cobrirem o Templo.
Nessa condição, estão também os Mestres Maçons do REAA que tenham sido iniciados no grau
4º, 5º, 6º, etc… que não tenham sido eleitos Venerável Mestre.
São tratados como os do grau 3º e não permanecem no Templo, no momento de Instalação do
Mestre Maçom eleito para dirigir a Loja.
A dignidade do Mestre Instalado é compatível tão somente com Ritos anglo-americanos, como o
Craft e o York, que permitem no ritual a supremacia hierárquica do Mestre Instalado sobre o
Mestre Maçom não instalado, embora, oficialmente, a Grande Loja Unida da Inglaterra não
reconheça essa supremacia.
O Mestre Instalado não tem lugar no REAA com 33 graus seqüenciais. Serve, sim, para o REAA
que conta apenas 30 graus próprios, embora considere toda a cadeia com 33, como nos Estados
Unidos.
O PAST MASTER (MESTRE INSTALADO) DO SANTO ARCO REAL
O Ritual Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não é considerada oficialmente um
novo grau, chamado Santo Arco Real.
Embora não seja admitido pela Grande Loja Unida da Inglaterra como umgrau superior, tem,
porém, uma ritualística própria, na qual, em dada passagem, o Mestre Maçom é retirado do
Templo e só permanecem os Past Masters.
Não deve o Santo Arco Real inglês ser confundido com o corpo de Graus Superiores do sistema
americano, conhecido como Real Arco, que tem vários graus.
A história de que o Santo Arco Real inglês não é um grau, não é assim entendida pela maioria
dos maçons ingleses. Essa arrumação foi imaginada para contentar correntes antagônicas que se
debatiam em defesa de suas idéias e crenças ritualísticas, durante as reuniões de negociações
que prepararam a união das duas Grandes Lojas inglesas rivais, a dos”modernos” e a dos
“antigos”, na Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813.
A Grande Loja Unida, apesar de inflexível na observância dos critérios de reconhecimento de
outras Potências Maçônicas, não proíbe, não faz tratados com Obediências dos Altos Graus, não
interfere nos assuntos relativos a esses Graus Superiores. Simplesmente, ignora-os.
Os praticantes do Santo Arco Real, surgido por volta de 1751, apregoavam serem detentores dos
segredos da palavra sagrada que foi perdida, segundo a lenda do terceiro grau. Isso despertava
grande curiosidade naquela época e muitos maçons desejavam ser exaltados no Santo Arco
Real.
Para que o ato de união entre as Grandes Lojas inglesas rivais se efetivasse, foi encontrada essa
solução que a cultura inglesa demonstrou ter assimilado bem; incluir o Santo Arco Real como um
complemento do terceiro grau, mas sem se constituir no quarto grau.
O Santo Arco Real é fundamentado no relato bíblico que descreve o retorno do povo judeu da
Babilônia, em 538 a.C. e na antiga lenda surgida durante a construção do quarto Templo, em
torno de 400 d.C., que descreve a descoberta de uma cripta, de um altar e da palavra sagrada.
Assim, a estrutura da Franco-maçonaria inglesa considerou, em dado momento da história, 1813,
que a Maçonaria Pura e Antiga consiste de apenas três graus, mas que se inclui nesses o Santo
Arco Real.
É, verdadeiramente, coisa para inglês ver.
Para administrar o Santo Arco Real, os ingleses têm o Supremo Grande Capítulo que concede
“Brevê Constitutivo” para a fundação dos Capítulosdo Arco Real que funcionam anexos às Lojas
Simbólicas inglesas.
A dignidade de Past Master (Mestre Instalado) adotada pelas Grandes Lojas brasileiras tem
origem nessa maçaroca inglesa que manteve os quatro graus do Santo Arco Real, todos sob a
denominação de um desses graus, o de Past Master, sem considerá-lo grau superior.
O Rito Escocês Antigo e Aceito ganhou, através das Grandes Lojas, uma hierarquia formal entre
os graus 3º e 4º, sem considerá-la grau superior ao de Mestre. Foi a continuação da maçaroca.

“A Marcha do Aprendiz”
 Alexandre Estevão Silva de Andrade
André Ricardo Soares
Antônio Gustavo Gaspar
Cristiano Roberto Scali
Giovani Jeronymo Correa
 A\R\L\S\Fraternidade Acadêmica Rui Barbosa nº 3307
 Tupã - S.P.  2002
Introdução
             Cada um dos três graus simbólicos tem sua marcha particular. A marcha, acompanhada
dos sinais especiais em cada degrau, é obrigatória para todos os maçons que entram no templo
quando os trabalhos são abertos. O significado maçônico da marcha corresponde a técnica
adotada nos três graus simbólicos para o candidato a perfeição caminhar do ocidente para o
oriente isto é, das trevas para a luz.
Desenvolvimento
            A marcha do aprendiz é composta de três passos iguais e retilíneos, formando uma
esquadrilha, começando com o pé esquerdo e apoiado pelo direito, porque ele foi colocado no
“caminho certo”, porque foi “iniciado”.
O esquadro representa fundamentalmente a faculdade do juízo que nos permite comprovar a
retidão ou a sua falta, ou seja, a forma octogonal das seis faces que tratamos de lapidar a pedra
bruta, assim como a de suas arestas e dos oito ângulos triedros nos quais elas se unem, como o
objetivo de fazer com que a pedra se torne retangular, como deve ser toda pedra destinada a
formar parte de um edifício.
É por intermédio do esquadro que nossos esforços para realizar o ideal ao qual nos propusemos
podem ser constantemente comprovados e retificados. Isto é feito de maneira que estejam
realmente encaminhados na direção do ideal e que a cada passo do pé esquerdo (passividade,
inteligência, pensamento), deve corresponder um igual passo do pé direito (atividade, vontade,
ação) em esquadro, ou seja, em acordo perfeito com o primeiro.
            Reportando-se ao zodíaco os seus três passos correspondem aos três signos, carneiro,
touro e gêmeos. No primeiro passo correspondente a o signo do carneiro que está sob a
influência de marte evoca a idéia de “luta”. Touro, que inspira o segundo passo, exprime o
trabalho perseverante e desinteressado. Quanto gêmeos, que está sob a influência de mercúrio, é
considerado signo da fraternidade. Se nos reportarmos aos elementos, o carneiro é o signo do
fogo, touro o signo da terra e gêmeos o signo do ar, indicando o primeiro passo o ardor, o
segundo a concentração e o terceiro a inteligência.
            Os três passos de sua marcha, os três anos do aprendiz e ainda lembrando as três
viagens da iniciação, são evidentemente o símbolo do tríplice período que marcará as etapas de
seu estudo e de seu progresso.
Estes três períodos referem-se particularmente às três artes fundamentais (a gramática, a lógica
e a retórica) a cujo estudo deve aplicar-se, ainda que deva contentar-se com dominar unicamente
a primeira, por ser a perfeição da segunda e da terceira, respectivamente, o objeto do domínio
dos companheiros e mestres.
A primeira entre as sete "artes liberais" - a gramática - refere-se ao conhecimento das letras (em
grego gramática: "sinais, caracteres ou letras"), isto é, ao conhecimento dos princípios ou
elementos simbólicos com os quais é representada a verdade. Neste estudo é onde
principalmente deve ser demonstrada a capacidade do aprendiz, que ainda não sabe ler nem
escrever a linguagem da Verdade, senão que se exercita tanto num como no outro, soletrando ou
estudando uma por uma as letras ou princípios elementares nos quais pode resumir-se e nos
quais pode ser traçada a origem de todas as coisas.
Há também, evidente referência dos três passos do aprendiz ao conhecimento dos três primeiros
"números" ou princípios matemáticos do universo: o número um, ou seja, a unidade do todo; o
número dois, ou seja, a dualidade da manifestação, e o número três, ou seja, o ternário da
perfeição.
Este conhecimento filosófico dos três números é de verdadeira e fundamental importância,
enquanto compendia e sintetiza em si todo o conhecimento relativo ao mistério supremo das
coisas. Pitágoras o expressou admiravelmente nas palavras: A unidade é a lei de Deus (ou seja,
do primeiro princípio, da causa imanente e pré-antinômica), o número (nascido da multiplicação
da unidade e por meio da dualidade) é a lei do universo, a evolução (expressão da lei do ternário)
é a lei da natureza.
Ou, segundo as palavras de Ramaseum de Tebas: Tudo está contido e se conserve no um, tudo
se modifica e se transforma por três: a mônada criou a díade, a díade produziu a tríade, e a tríade
brilha no universo inteiro.
Cabe aqui citar o axioma hermético da "câmara de reflexões": visita interiora terrae: retificando
invenies occultum lapidem - VITRIOL. Devemos adentrar a realidade do próprio mundo objetivo, e
não contentar-nos com seu estudo ou exame puramente exterior. Então, retificando
constantemente nossa visão e os esforços de nossa inteligência como demonstra a cuidadosa
retidão dos três passos da marcha do Aprendiz atingiremos o conhecimento da verdade que nos
liberta da ilusão.
Conclusão
 Concluímos que para podermos atingir a perfeição e podermos caminhar do Ocidente para o
Oriente devemos primeiramente ser iniciados, dando assim o primeiro passo na busca do
conhecimento.
Com base na simbologia maçônica da marcha na retidão do esquadro e no trabalho perseverante
possamos cada vez mais nos desbastar a fim de nos tornarmos uma pedra polida, e que todo o
símbolo, todo o rito (que são os símbolos em ação) perdem o seu valor e não passam de
“afetação” desde que deixam de ser respeitados exatamente como deveriam ser.
 Bibliografia:
 Ritual do Aprendiz Maçom, GOB, 2001.
A Simbólica Maçônica, de Jules Boucher, Ed. Pensamento, São Paulo, 14º ed., 2000.
Manual do Aprendiz Maçom: Introdução ao estudo da Ordem e da Doutrina Maçônica, de Aldo
Lavagnini.

EM PÉ E À ORDEM
 Revista Universo Maçônico
 
 26 de Dezembro de 2010
 
 Ritualística
 
6 Comentários

AMaçonaria é uma instituição admirável. Pelos seus princípios, pela sua história e pela sua razão
de ser.

Dentre os princípios que lhe asseguram a existência, destacam-se como fundamentais o culto
permanente à virtude e o combate sem trégua a toda sorte de vícios.
Do ponto de vista de sua história, pode-se afirmar que nenhuma nação do planeta pode se jactar
de não lhe dever a consolidação de suas conquistas, sobretudo no que respeita à defesa de seus
direitos fundamentais, sobremaneira a liberdade.
A luta permanente em defesa da fraternidade universal e o combate sem trégua a todas as
ideologias e ações que atentem contra a dignidade do homem e à ética nas relações de
convivência, dentre outras, justificam, cabalmente, sua razão de ser.
É dever fundamental de todos aqueles que por meio da Iniciação penetram, ainda que
superficialmente, nos mistérios da Maçonaria, conhecer e interpretar seus símbolos e alegorias.
Não se pode entender que o Maçom não saiba o significado da ritualística que pratica e da liturgia
dos diversos atos maçônicos.
Se o Maçom não sabe o significado real de sua Iniciação e o que significam os símbolos que
ornamentam o interior de uma Loja Maçônica; jamais poderá fazer progresso na Sublime Ordem
e o que é pior inapelavelmente, por não saber o que está fazendo na Maçonaria, seu
desinteresse e sua inércia só concorrerão para a fragilização da Instituição.
A obediência cega, sem curiosidade aos comandos daqueles que dirigem as Lojas, é perniciosa e
inglória. Não se trata aqui de aplaudir o velho chavão sem lógica, mas usado com freqüência, de
que FULANO ENTROU NA MAÇONARIA, MAS A MAÇONARIA NÃO ENTROU NELE. Não é
isso, quem entra para a Maçonaria tem que conhecê-la para poder amá-la e contribuir para o
fortalecimento de sua existência. Quem entra para Maçonaria tem que honrar os sagrados
juramentos que faz e os compromissos a que se submete. Quem entra para a Maçonaria tem que
tomar posse de seus postulados, estes sim devem penetrar no território de seus conhecimentos.
A Maçonaria, já se prega com freqüência, não é mais aquela sociedade secreta que, pelos
segredos de suas ações despertou intrigas, inveja, perseguição dos déspotas e até a condenação
da Igreja Católica Apostólica Romana.
O que ainda se consegue, de algum modo preservar, a despeito das atitudes estúpidas dos
boquirrotos que conseguiram ludibriar nossa vigilância e iniciaram na sublime Instituição, é a
forma de comunicação entre os Maçons.
De igual modo, apesar da devassa da Internet, o ritual e o desenrolar das sessões ainda estão,
de algum modo, preservados.
A Maçonaria, segundo palavras do saudoso Irmão Octacílio Schuller Sobrinho, é uma Escola de
Conhecimento.
Os conhecimentos adquiridos conduzem o Maçom à senda da Perfeição, da Justiça, da Moral e
dos Bons Costumes; se praticados dentro de um Templo interior, que denominamos de Cátedra
Maçônica, que em nossa interpretação é o Templo Sagrado onde o Irmão eleva-se
espiritualmente, em presença do Ser Onisciente e Onipotente, e isso é o que difere de uma
cátedra comum no mundo profano.
O que significa estar o Maçom DE PÉ E À ORDEM? Qual a definição da expressão DE PÉ E À
ORDEM?
Significa o Irmão de forma digna, séria, elegante, com o corpo ereto, erguido verticalmente,
estando de pé ou sentado no interior de um Templo Maçônico;
Significa que, estando o Maçom em Loja “de pé e à ordem” ele estará fazendo o sinal do grau em
que a Oficina da Arte Real está funcionando; de forma absolutamente correta.
Que o Irmão ao dizer-se “de pé e à ordem” para outro irmão, seu Grão-Mestre, Grão-Mestre
Adjunto, Venerável Mestre, 1º Vigilante, 2º Vigilante, etc. ele está dizendo que está pronto para
receber e cumprir ordens e, principalmente,
Que o Maçom diz-se DE PÉ E À ORDEM por estar cônscio de suas obrigações para com a
Sublime Ordem, a Família, a Pátria e a Humanidade.
DE PÉ E À ORDEM o Maçom é elegante, ou seja, é aquele que demonstra interesse por
assuntos que desconhece; quem cumpre o que promete; quem retribui carinho e,
primordialmente, solidariedade; é muito elegante não falar de dinheiro nos bate-papos informais.
Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância!
O primeiro ensinamento que nos passam na Iniciação diz respeito ao sinal de ordem, cuja
interpretação tem conexão com o juramento que prestamos. Aprende-se também, no mesmo
momento, que o dito sinal não se faz quando se estiver sentado e nem quando nos
movimentamos em Loja. Ensina-se na mesma ocasião que o sinal de ordem deve ser usado
quando de pé, sempre de pé, quando se pede a palavra ou se está entre colunas.
E quando aquele que preside a sessão (Grão Mestre, Venerável Mestre, etc.), determina, às
vezes tem o som do autoritarismo, até porque alguns ao invés de pronunciarem DE PÉ E À
ORDEM pronunciam, erradamente, DE PÉ É A ORDEM.
Mas por que de pé? Porque sem dúvida alguma em todos os costumes conhecidos o gesto de
FICAR DE PÉ, expressa RESPEITO, REVERÊNCIA, CONSIDERAÇÃO e em alguns casos quer
significar FORTE HOMENAGEM. É o caso, por exemplo, quando se aplaude de pé alguém que
pronunciou um belo discurso, ou que adentra a um determinado recinto…
DE PÉ E À ORDEM, sem embargo de melhor entendimento, para mim significa que estamos
aguardando ordem, à disposição, tanto individual quanto coletivamente. Pronto para receber e
procurar cumprir as ordens emanadas de quem pode dar.
Pode, ainda, expressar um gesto de humildade, dado que, a humildade é uma das muitas
virtudes cultuadas pelos Maçons e pela Maçonaria.
Finalmente, toda organização se rege por normas, por regras que se destinam a assegurar a
hierarquia e a disciplina.
DE PÉ E À ORDEM é mais do que uma mera passagem ritualística; é um ato que homenageia a
LITURGIA MAÇÔNICA.
Faz lembrar que nas missas, em alguns momentos fica-se de pé, em outros de joelho, tudo para
obedecer à liturgia.
Faz lembrar também que, em algumas solenidades, fica-se de pé, quando certa autoridade
chega; fica-se de pé, quando se executam ou se cantam os hinos oficiais.
Nos nossos Templos Maçônicos, quando neles adentram certas autoridades, fica-se de pé, ainda
que para isso seja necessária a ordem do dirigente.
- LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE
Há séculos a Franco-maçonaria adotou para seu lema o moto Liberte, Égalité, Fraternité, que
mais tarde foi incorporado à Revolução e República Francesa. Todavia, para ser válido, esse
elevado ideal deve ser vivido e aplicado integralmente.
Mormente na Maçonaria, por seu brilhante passado, tem de ser tão amplo e generoso que inclua
indistintamente todos os indivíduos, de ambos os sexos, e não ficar restrito a um pequeno grupo
de privilegiados, como vem ocorrendo dentro e fora dela.

A rigor, o ideal expresso nesse conhecido trinômio não nasceu com a Franco-maçonaria; é muito
mais antigo. Suas raízes mais profundas remontam à antiga Índia, onde tem sido enunciado e
vivido em termos diferentes e com significação mais subjetiva, ou seja,Libertação, União e
Compreensão, fatores básicos para uma formação saudável tanto do caráter individual como do
nacional.
Onde quer que se desrespeite esse ideal, ali reinam o caos, a confusão, a discórdia e a
desintegração final.

Da Libertação nasce à liberdade individual e coletiva, da União a igualdade, e da Compreensão a


fraternidade. Mas a iniciativa tem de ser espontânea e partir do interior de cada um,
individualmente.
No país de Gandhi e Nehru há milênios este ideal é fundamental em todas as suas escolas,
religiões e sistemas de Yoga.

Onde houver qualquer tipo de discriminação, mesmo que justificada, ali se estará negando o tão
proclamado ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e bloqueando a plena efusão do Amor
infinito que, segundo Cristo (Mat.6:45), “O Pai que está nos céus faz que seu sol se levante sobre
bons e maus, e chuva desça sobre justos e injustos”. E que dizer então quando uma
discriminação é feita, não por serem as pessoas más ou injustas, mas simplesmente por serem
de sexo diferente, o sexo que Deus lhes deu?

Liberdade é o anseio nato de todas as criaturas, pequenas ou grandes, de se tornarem


integralmente livres, subjetiva e objetivamente. Igualdade é o reconhecimento da origem divina
comum de todos os seres humanos e a outorga de oportunidades iguais, que o famoso socialista
e maçom francês Pierre Joseph Proudhon (1809-1865) assim formulou: “a cada segundo suas
necessidades e de cada um segundo suas capacidades”. Fraternidade é a implantação de uma
irmandade de seres humanos livres e justos, isentam de discriminação de raças, sexo, crenças,
castas e nacionalidades.

A Franco-maçonaria foi idealizada e constituída numa época em que na Europa ainda subsistiam
leis e costumes, os mais retrógrados, herdados do feudalismo medieval e que mais tarde
provocaram a eclosão da revolução francesa e a radical transformação dos sistemas econômicos,
políticos e sociais, inaugurando progressivamente uma nova era mais democrática para todos os
povos. 

Desde então, homens e mulheres passaram a tornar-se cada vez mais livres e auto-suficientes,
política e culturalmente, e desafiando abriram novos caminhos e preparou o terreno para a
implantação de uma ampla democracia, capaz de derrubar todas as barreiras separatistas. E a
democracia aí está, vicejante e forte, conseguida à custa de muito “ suor, lágrimas e sangue”,
porém, ainda se encontra em processo de aperfeiçoamento.

Nesta sua fase de transição a democracia ainda mostra lacunas, porém são menores que as de
outros regimes. Com o tempo e nosso esforço ela atingirá a sua maturidade, tal qual a sonhou
Platão em sua Atlântida, Sir Thomas Moore em sua Utopia, e o Apocalipse a prenuncia aos
cristãos em sua Nova Jerusalém, que “descerá do Céu a Terra”, ou seja, a democracia celeste se
fundirá com a terrena.
Hoje assistimos a uma irreversível evolução social em que as mulheres, antes discricionariamente
relegadas a um plano secundário, atuam ativas e altivamente, ombro a ombro com os homens, na
vida política, econômica, cientifica, social, artística, militar e administrativa de seus países. 

Na Inglaterra, berço da Franco-maçonaria, tanto os homens como as mulheres só atingiram a


plenitude de seus direitos democráticos durante o século vinte.
Por outro lado, em muitos outros países, dos mais civilizados, evidencia-se a brilhante atuação do
elemento feminino como seus presidentes, primeiras-ministras, ministras, diplomatas,
magistradas, e exercendo funções militares tanto na paz como na guerra.

Durante os quase 300 anos que decorreram, desde a reforma da Maçonaria em 1717, as
Constituições e leis dos países tem sido profundamente alteradas no sentido de democratizá-las
à evolução dos tempos. 

A escravidão, por exemplo, essa terrível chaga que a Europa herdou de um passado remoto e
tenebroso, nos fins do século dezoito começou a levantar na Inglaterra ondas de protestos contra
o seu comércio, porém em 1807 o Parlamento promulgou uma lei proibindo-o. 

Em 1833 outro decreto libertou cerca de 800.000 escravos nas Índias Britânicas, e em 1838 a
escravidão foi totalmente abolida na Índia. Depois foi extinta na colônia francesa em 1848; nas
portuguesas em 1856; na Rússia em 1861, e nos Estados Unidos em 1865, depois de vencida a
Guerra de Secessão. Finalmente em 13 de maio de 1888, após longa, dura e memorável
campanha, foi abolida na Brasil, entre profusão de flores e extensos festejos populares.

Também na Inglaterra a Senhora Millicent Garrett, G.B.E., (1847 – 1929), iniciou por volta de
1867 sua campanha em prol do sufrágio das mulheres, a qual só culminou em 1918, nos fins da I
Grande Guerra Mundial, quando o Parlamento Britânico estendeu o direito de voto à cerca de seis
milhões de mulheres. Foi o glorioso resultado de um longo e duro prélio em que as sufragistas,
tanto nas ruas como nas prisões, mostraram a tenacidade de suas fibras de lutadoras e a
acuidade de sua inteligência bem aplicada.

Durante as duas últimas Guerras Mundiais as mulheres se destacaram e celebrizaram como


mártires e heroínas nas frentes de batalha em terra, mar e ar. Na França lutaram entre os
“Partisans” nas guerrilhas de resistência, e só depois da II Guerra adquiriram ali o direito de voto
e ingressar na Academia de Ciência e Letras. Na Inglaterra desempenharam papéis importantes
no Real Serviço Naval das Mulheres, no Serviço Territorial Auxiliar, no Serviço Aéreo Auxiliar
Feminino, em que milhares de senhoras inglesas da nobreza e da plebe auxiliaram ombro a
ombro as forças combatentes, e mesmo, em alguns casos, assumiram funções combatentes.

Por outro lado, na retaguarda, em seus países empenhados na Guerra, elas constituíram
verdadeiros exércitos femininos operando nos campos, fazendas e fábricas, para prover recursos
vários para a manutenção das forças combatentes, contribuindo notavelmente no esforço
nacional em prol da vitória. Terminada a guerra, continuaram as mesmas atividades, porém em
escala reduzida.
Milhares dessas heroínas perderam suas vidas, saúde, ou filhos e pais nas frentes de batalha ou
nos campos de concentração inimigos. Que melhor prova que essa para mostrar o grau de
maturidade moral e espiritual atingida pela mulher moderna?
Na Bíblia cristã, nas antigas Escrituras Sagradas de outras religiões, como na história de cada
nação, numerosas são as figuras femininas que as ilustram como modelos de virtudes e
exemplos de amor, abnegação e lealdade, para glória dessas nações e religiões, e servir de
padrão de conduta a seus cidadãos e adeptos.

Nos panteões das divindades e heróis das mais antigas religiões e países, como o Egito, Índia,
China, Ásia Menor, Grécia antiga, Roma e outros, ao lado de seus deuses e heróis geralmente
está a sua Consorte, diversamente denominada Deus-Mãe, Mãe Divina, Magna Master, Virgem
Mãe, a Consolatrix Afflictorum, como o Divino Arquétipo feminino a que devem aspirar ser todas
as dignas esposas e mães.

Em suma, em todos os tempos e regiões os povos cultos sempre reservaram um lugar de relevo
para a Dama Arquétipica a ser cultuada, respeitada e imitada, por seus sublimes dotes de
ternura, compaixão, proteção, paciência, compreensão, beleza e sabedoria.

Em 24 de Outubro de 1945, finda a II Guerra mundial, com a vitória total das potências
democráticas, foi fundada a Organização das Nações Unidas (ONU), com sede permanente nos
Estados Unidos, cuja Carta Magna, entre outros objetivos, visa garantir o desenvolvimento dos
direitos humanos e liberdades fundamentais de todos os povos, sem distinção de raças, sexo,
línguas e religiões. Essa carta foi aceita e assinada praticamente por todos as nações do mundo.

No Brasil, desde 1891 sua Constituição declara que todos os cidadãos são iguais são iguais
perante a lei, sendo proibido e passível de punição qualquer discriminação de raça, sexo, cor ou
crença. 

De sorte que, neste país, toda mulher pode livremente concorrer a cargos públicos na
Magistratura, Universidades, Governo, Parlamento, Escolas, Academia de Ciências e Letras,
exército, bem como no comércio em geral.

Via de regra, em todo o mundo civilizado contemporâneo não mais se antepõe óbices à admissão
e colaboração do elemento feminino, mas, antes, são solicitadas, e a tendência é tornar-se cada
vez mais atuante a sua participação em todas as atividades, nas mesmas condições do elemento
masculino, segundo as aptidões e méritos de cada um. 

Sendo esse o quadro social imperante no mundo moderno, qualquer discriminação


antidemocrática irracional, que se faça nos dias de hoje contra nossos semelhantes, se chocará
inevitavelmente contra as suas leis e costumes, muito mais avançadas no século vinte do que as
suas congêneres vigentes no século dezoito e em épocas anteriores.

Data vênia, eis porque as Grandes Lojas e demais autoridades maçônicas devem estar atentas
para esse grande fato, vital e universal, antes de estabelecerem ou acoroçoarem normas
discriminatórias entre seus membros ou em seus regulamentos contra outras entidades,
maçônicas ou não, animadas de nobres objetivos e legal e legitimamente constituídas. 

Cabe refletir que com o desaparecimento da escravidão, mesmo a palavra “escravo”ou


“servo”que ainda figura no Landmark 18º da compilação de Mackey, emparelhado com o de
“mulher”, tornou-se anacrônico, obsoleto. Por esse Landmark o notável filósofo mas
“escravo”Epicteto seria recusado na Maçonaria, mas o seu senhor e torturador e qualquer tirano
poderia ser ali admitido com todas as honras, sob a “abóbada de aço” !
A Maçonaria, que tanto se ufana, com justa razão, de seu passado de gloriosas tradições, porém
amiúde sendo golpeada por rígidas discriminações, está agora destinada a entrar num futuro
muito promissor e de maior esplendor. 

Para tanto basta que ela franqueie generosamente seu portal de Fraternidade a todos os povos,
de ambos os sexos, e que a única condição a exigir de quem busque a iniciação maçônica seja
aquela mesma “regra de ouro” usada desde seus remotos dias: a de que ele ou ela seja “livre e
de boas referenciais”. Nada mais.

Alegoricamente, uma Loja maçônica é o próprio mundo; simbolicamente, suas medidas se


calculam, o comprimento do Leste ao Oeste, a largura do Norte ao Sul, e a profundidade do
Zênite ao centro da Terra. Portanto ela está capacitada a acolher em seu recinto os povos
procedentes de todos os quadrantes e a tornar-se o Templo Universal, acima de todo sectarismo. 

Então, e só então, daquela Sublime Loja Branca no Alto, da qual o próprio G.'.A.'.D.'.U.'. é o Grão
Mestre, lhe fluirão aquela tão decantada Suprema Benção e Paz que ultrapassam o entendimento
humano

ENTENDENDO A ORDEM

01 - A ORDEM MAÇÔNICA
A Ordem é, hoje, o que seus membros são hoje!
A crise reside em cada um dos membros.
A Ordem não entra em crise, já é ordenada por natureza.

02 - A MAÇONARIA NÃO É...


Democracia - É um sistema hierarquizado, onde todos se comprometem a subir todos os degraus
possíveis da perfeição simbólica, espiritual e moral;

Sistema de Fé - É um sistema de atitudes e comportamento. Há que se ter cuidado para não cair
em contradições;

Sistema Filosófico - É mais uma escola de filosofar em que todos buscam perfeição, ecletismo e
melhoras gerais;

Escola de Psicologia - Permite que o Obreiro conheça a si mesmo e modifique sua conduta
inadequada;

Metafísica - Dado que a doutrina e o simbolismo apontam para reflexões sistemáticas e objetivas.

03 - O COMEÇO É DIFÍCIL
Os primeiros passos no caminho da sabedoria são os mais estafantes, porque nossas almas
fracas e teimosas detestam o esforço e o desconhecido, sem a garantia completa da
recompensa. Á medida que progredimos nossa decisão se fortalece e o aprimoramento pessoal
torna-se progressivamente mais fácil. Aos poucos passa a ser até difícil deixar de fazer o que
melhor para nós.

O compromisso firme e, ao mesmo tempo paciente, de remover as crenças nocivas de nossas


almas confere-nos, pouco a pouco, a habilidade de ver com mais clareza, através de nossos
frágeis temores, nossa desorientação nas questões amorosas e nossa falta de autocontrole.
Paramos de nos esforçar para impressionar os outros. Um belo dia percebemos com satisfação
que não estamos mais representando para platéia alguma.

04 - DEPENDE EXCLUSIVAMENTE DE CADA IRMÃO.


Ninguém ensina Maçonaria para ninguém.

Isso ocorre em qualquer escola Iniciática, aonde cumpre ao Recipiendário praticar a Ritualística
(munido do Ritual), absorver cada palavra e cada símbolo e, vivenciá-lo na sua existência.

À medida que pratica e vivencia o ritual, o homem incorpora-se no símbolo e integra-se ao mito.

O mito rememora os feitos virtuosos e o rito os celebra, repetindo-se periodicamente.


Dizer que não nada há de substancial na repetição do rito é rejeitar uma verdade subterrânea que
tem contribuído secularmente para o aperfeiçoamento da humanidade.

O neófito que não encontra nada é porque não encontrou muita coisa em relação ao que buscava
com os olhos profanos.

A Maçonaria só pode oferecer ferramentas, utensílios e trabalho.


Como a Ordem não é feita à altura das fantasias, ilusões e quimeras do candidato, não pode
oferecer mudança imediata e renovação súbita de sua personalidade. O que está posto é um
caminho árduo de auto-percepção.

Pitágoras, ao constatar que não havia nada de assombroso no templo de sua iniciação, ao invés
de decepcionar-se, verificou que não havia nada em si mesmo, apenas desejos e ilusões. Ai
então começou o seu caminho para a sabedoria. O Irmão que chega neste ponto já é um maçom.

A Maçonaria quer dar ao Obreiro de hoje, tal como fez para aquele de ontem, os utensílios que
lhe permitam encontrar sua verdade e sua liberdade individuais.

A iniciação permite o ingresso nesse caminho, mas toca a cada um trilhar. Só com esforço,
empenho próprio, paciência, tolerância e vontade é que se passa da iniciação fictícia e
teatralizada para a iniciação real, aquela que transforma a promessa em realidade, a esperança
em certeza e um caminho de conhecimento ritualístico em caminho de vida.

05 - CUIDADOS A TOMAR
Ausência de trabalhos sobre simbologia, lendas, mitos e ritualística.

Descumprir interstícios e formação típica de graus.

Dar "asilo político" a Irmão. (Há sempre alguém querendo que a Loja interfira a seu favor).

O mundo profano ignora os graus e o nível de conhecimento do irmão. Portanto, maçom é


maçom, logo, a postura, comportamento e respeito devem estar sempre presentes.

A missão do obreiro é lapidar a P:. B:..

A Oficina trabalha em um tempo simbólico; é atemporal.

A Oficina trabalha em um espaço sagrado; é não espacial.

Isso tudo implica: ritualística, liturgia, símbolos; a ordem fundamenta-se na experiência iniciática,
que requer reflexão e vivência comuns.

06 - LEMA DO MAÇOM:
Liberdade: coloca o homem numa posição do querer e do poder.
Igualdade: infunde no homem a obrigação de respeitar seu semelhante, seja ele quem for.

Fraternidade: dá ao homem uma maneira certa de cultivar o amor.

07 - DEPOIMENTOS
Voltaire: "A Maçonaria é a entidade mais sublime que conheci. É uma instituição fraternal, em que
se ingressa para dar e que procura os meios de fazer o bem, exercitar a beneficência."
Albert Eyler, (Grão Mestre da Pensilvânia): "A maior necessidade do mundo é e homens. Homens
que não podem ser comprados nem vendidos. Homens honestos no mais intimo de seus
corações. Homens que não temem chamar o pecado por seu nome. Homens cuja consciência é
tão fiel ao dever como a agulha magnética do pólo. Homens que fiquem com o direito embora o
céu caia. E o objetivo de uma Loja Maçônica é criar homens.
08 - PRIVACIDADE
O pensamento científico não nos permite sonhar, mas o homem sabe se exaltar, sabe se
embriagar ao contato dos coloridos suntuosos e com o perfume das flores, com a complexidade
da pedra, com essas lufadas de amor que emanam de toda essa natureza com a qual
convivemos e cujas profundas leis permanecem desconhecidas para nós.

A Maçonaria comunica esse impulso do coração, ela pede também ao homem que se analise,
que se busque interiormente. Ela quer que cada um conserve o seu particularismo, que saiba
continuar a ser ele mesmo, sabendo também se integrar entre os outros. Cada um deve poder se
realizar por si mesmo, com a ajuda daqueles a quem se associa. Existe então uma troca contínua
entre os Irmãos, um impulso de amor. Daí nasce essa enorme corrente de fraternidade, que não
escapa à concepção religiosa do humano.

09 - SIGILO
É incontestavelmente, o sigilo, a pedra de toque inestimável que dá com segurança o caráter do
Maçom. Não que o sigilo seja sempre necessário pela natureza dos assuntos tratados em Loja,
mas porque habitua o Maçom à circunspeção, corrige a leviandade e a tagarelice. Pitágoras
exigia dos postulantes longos mutismos, de anos, por vezes.

Era maneira de corrigir o pendor natural das palavras irrefletidas. Pensar com segurança, meditar
com paciência, julgar com imparcialidade, agir com firmeza, são preciosas qualidades que todo
Maçom se esforçará em adquirir, infatigavelmente.

As recompensas não existem para o Maçom, trabalha por um grato e salutar dever consciente,
não pede aplausos, não almeja agradecimentos. Suas ações generosas, esquece-as, não as
proclama. 

O ato de beneficência fica entre o que dá e o que recebe. Sabe o Maçom que ficará ignorado. O
bem não é vaidade, é o móvel de suas ações. Guardar sigilo é poupar ao indigente o rubor da
esmola, é merecer para a Ordem a confiança e as bênçãos das vitimas do infortúnio. Sigilo é
também um degrau de honra. (ensinamento de Dario Velozzo)

10 - SIGNIFICADO DE SER MESTRE MAÇOM


Ser Mestre Maçom significa ser Mestre em si mesmo, trabalhar com inteligência e força de
vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que
nada mais somos do que simples aprendizes do Grande Mistério, mesmo que nos denominemos
mestre.

Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que por isso mesmo sua
inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.

Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e sabedoria, de
bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.

Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e
perdoar.

Ser Mestre é aceitar um conselho, para ser ajudado. É retribuir com ternura aos que o odeiam.

Ser Mestre é ser perfeito nas mínimas realizações. (ensinamento de Manoel Gomes).

Luis Mario Luchetta (Or:. de Curitiba, Paraná)


Publicado na revista A Trolha, nº 231, Janeiro de 2006.
Bibliografia:
BAYARD, Jean Pierre. A Espiritualidade da Maçonaria. São Paulo: Madras.
GOMES, Manoel. Manoel do Mestre Maçon. Lunardelli.
GUIMARÃES, João Francisco. Maçonaria e Filosofia do conhecimento. São Paulo-Madras.
RODRIGUES, Raimundo. Sutilezas da Arte Real. Londrina-PR. A TROLHA

A LIDERANÇA E O VENERÁVEL

A liderança pode ser considerada como uma das funções mais importantes e mais difíceis de
serem exercidas em qualquer atividade humana.

Nas Lojas maçônicas a liderança do Venerável Mestre é de fundamental importância para a


direção dos trabalhos, realização de projetos, dinamismo e união dos Irmãos, até porque cada
maçom em particular se considera um líder e o confronto de líderes pode gerar conflitos.

É importante, também, distinguir liderança e autoritarismo. São concepções distintas. O autoritário


é impositivo, dominador, arrogante, despótico e se impõe pelo poder que detém. O líder, por sua
vez, é ético, confiável, sensato, cheio de energia, humilde, ansioso por aprender e se destaca
pela competência em tratar com pessoas e com coisas.

Afinal, o que é liderança e qual a razão do tema?

Liderança é a capacidade de fazer com que todos remem na mesma direção, estimulados por um
objetivo comum a todos.

É exatamente isto que os membros de uma Loja precisam fazer: remar na mesma direção,
estimulados pelo Venerável Mestre.

O assunto está sendo abordado por um motivo muito simples. Fui inquirido por um Irmão se
possuía algum material que pudesse ser utilizado numa loja maçônica no sentido de ensinar
liderança ao Venerável Mestre. Disse-lhe que possuía um projeto operacional capaz de orientar a
loja no estabelecimento de sua visão, missão, objetivos estratégicos etc. e que poderia ser de
grande utilidade para a loja.
 Entretanto, percebi que o Irmão queria, efetivamente, era algum material relacionado diretamente
com o tema liderança.

Alguns maçons quando são eleitos Veneráveis Mestres de suas lojas e após assumirem os seus
cargos, presumem que serão seguidos, naturalmente, pelos irmãos do quadro. Este é o primeiro
engano.

Outros acreditam que a leitura de livros sobre liderança os tornará aptos para o exercício da
função de Venerável Mestre. Segundo engano.
Muitas pessoas que desejam se tornar líderes compram livros e assistem a seminários na
esperança de alcançarem seus objetivos.
Essas iniciativas geram um sentimento de satisfação nelas, mas, na prática, a liderança acaba
sendo o resultado das ações conduzidas por uma pessoa.
Por este motivo, ao invés de oferecer àquele irmão o material sobre liderança, ofereci a ele um
projeto operacional capaz de dar rumo à loja, desde que haja participação e comprometimento de
todos os membros do quadro na sua implementação.
Se o resultado de um projeto desses ou de outro qualquer for positivo e aceito por todos, fará com
que o condutor do projeto, no caso o Venerável Mestre, seja considerado por todos os irmãos do
quadro e de outras lojas, um líder.
Por outro lado, é possível, também, pesquisar as biografias dos grandes líderes e procurar pistas
sobre suas habilidades, entretanto, os benefícios desse esforço serão ínfimos porque os autores
desses livros biográficos descrevem apenas o que os líderes realizaram, mas não descrevem
como e porque o realizaram.
Na verdade, os próprios líderes pouco dizem como tornar-se um líder, porque não existe fórmula
alguma para liderança. Há uma frase célebre: "Não importa o que o líder faz, mas sim o que o
líder é". O próprio líder não consegue reconhecer suas características individuais e que fazem
com que as pessoas o sigam, mas as pessoas respondem a essas características. Portanto,
somente observações ao longo dos anos podem tornar esta perspectiva nítida.
O líder, por sua vez, deve utilizar não só a cabeça, mas também o coração. A liderança, em sua
essência, deve tocar o coração e a alma. Ela está, quase sempre, fundamentada em uma
conexão emocional e não racional. Philip Crosby tem uma definição de liderança muito
interessante que é a seguinte: 

"Liderança é, deliberadamente, fazer com que as ações conduzidas por pessoas sejam
planejadas, para permitir a realização do programa de trabalho do líder."

Adaptando esta definição para a linguagem maçônica, poderíamos ter algo assim:

Liderança é, deliberadamente, fazer com que as ações executadas pelos Irmãos da Loja sejam
planejadas para permitir a realização do plano de trabalho do Venerável Mestre.

Precisamos desdobrar alguns elementos da definição para tornar a mensagem mais


compreensível.

"Deliberadamente" significa que a Loja deve eleger um determinado caminho e um propósito,


estabelecendo objetivos e metas claros na mente de todos os Irmãos.
Significa, ainda, que o Venerável Mestre deve escolher cuidadosamente os membros para
compor sua Diretoria e que conduza todos numa mesma direção.
Ações executadas pelos Irmãos significa que os objetivos e metas devem ser alcançados por
meio de ações empreendidas por todos os Irmãos e não ações executadas por um pequeno
grupo deles.

"Planejadas" significa programar uma seqüência de eventos que permita que os Irmãos saibam,
exatamente, aquilo que vai acontecer e o que se espera que cada um faça.
"Plano de trabalho do Venerável Mestre" refere-se às realizações específicas que o Venerável
realmente deseja.

Portanto, caros Irmãos, para o exercício pleno da liderança é preciso seguir alguns princípios
fundamentais:

1.Um programa de trabalho claro e definido.


2.Uma filosofia individual.
3.Relações duradouras.

Aqueles que desejam ser líderes precisam compreender assimilar e implantar estes princípios de
liderança.

Liderança envolve um trabalho árduo. Muitos dos que aspiram ao papel de líder, não conseguem
desempenhá-lo. Outros têm os atributos adequados, mas nunca chegam a fazer qualquer coisa a
respeito.

Existe uma ideia tradicional de que os líderes querem praticar o bem. Entretanto, nem todo líder
tem um programa voltado para a prática do bem.

Freqüentemente, a liderança é uma arte da qual se abusa.


Conheço um caso em que o Venerável de uma Loja, decidiu levar sua Loja para outra Obediência
em troca da isenção de cobrança das taxas e dos rituais por um período de dois anos. Um caso
típico de liderança negativa. Dignidade maçônica sendo "vendida" por um punhado de papéis e
uns míseros trocados. 
Indignidades do Grão-Mestre (?!) corruptor e do Venerável corrompido, ambos líderes, porém,
sem princípios éticos e morais.

Confesso que gostaria de estender-me muito além do que foi até aqui exposto, por se tratar de
um assunto palpitante, complexo e controverso quanto a sua interpretação, mas, por outro lado,
devo respeitar o limite de tolerância dos Irmãos em termos de tempo para leitura e também de
espaço ocupado.

Para finalizar, permito-me apresentar, a seguir, um quadro que mostra os cinco perfis de
liderança quanto à personalidade e características peculiares de seus agentes.
Ir.'. Anatoli Oliynik - M.'.I.'.

Postado por TRABALHOS MAÇÔNICOS às domingo, maio 31, 2015 Nenhum comentário: 


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sábado, 30 de maio de 2015
A MINHA PROMESSA DE M.'. I.'.
Até hoje, nem mesmo num esforço profundo de imaginação, alguns vão compreender o que
representa ser um Mestre Instalado. Mesmo depois de "alguns mestres" serem um péssimo
venerável! Só fazer besteiras no cargo! Ficar calado sua administração!   Não iniciar, elevar,
exaltar e nem filiar ninguém no seu mandato! Arroga dizer que é um Mestre Instalado! Mas não é,
e nunca será!  Sinto muito!

Após a minha Instalação, após o Ritual por que passei, após todos os juramentos que
conscientemente fiz, fico a indagar; Agora que conheço os juramentos que um Mestre na
"Cerimônia de Instalação" teve que fazer, quanto já assisti e presenciei da quebra desses
juramentos.
Somos antes de tudo Homens, e como tal, nossos Vícios sobrepujam as nossas Virtudes. Na
nossa Nobre Arte, devemos erguer Templos a Virtude e Cavar Masmorras ao Vício.

Como iremos Cavar Masmorras ao Vício, sem Construirmos o nosso Templo Interior.

Como iremos Construir o nosso Templo Interior sem buscarmos nos espelhar nos ensinamentos
daqueles que nos antecederam e que foram depositários dos ensinamentos do G.A.D.U.

Só aquele que recebe esses ensinamentos e não os assimila que fecha a porta do seu coração
para não compreendê-los e praticá-los é que poderá quebrar esses sagrados juramentos.
Falhando para consigo mesmo, para com a Maçonaria, para com o G.A.D.U. e, como
conseqüência, para com toda a Humanidade.

Aquele que senta, no Trono do Venerável, não pode pensar, em estrelato, mas sim em ser a
Estrela Guia que Irradiará Amor, Amizade sincera, Paz, Tolerância e Exemplo para aqueles que,
com ele esteja convivendo.

Por tudo isso, é que, no exercício do mandato, no cumprimento dessa nobre missão, devemos
Resgatar e Resguardar os Legítimos Postulados Maçônicos, Praticando a Verdadeira Maçonaria,
com Luz, Harmonia, Compreensão, Justiça, Trabalho, Fidalguia e Tolerância.

Por tudo isto, com a Humildade que deve Caracterizar aquele que tem assento ao Trono de
Salomão, não só conclamo, mas, para aqueles que com a montagem da Administração da Loja
eu tenha errado, e com certeza devo tê-lo, porque nem mesmo o Mestre dos Mestres conseguiu
agradar a todos, a estes, como Homem e como irmão, peço-lhes perdão.

Quero que todos sejam, a Extensão dos Meus Braços para podermos viver abraçados, e
abraçarmos fraternalmente a todos os que nos procurarem, como irmãos.

Quero que sejam a Extensão das Minhas Pernas, para que possamos sempre caminhar juntos e
abraçados, com todos amparando a todos, e Subirmos a Escada de Jacó.
Meus irmãos busquem a União de Pensamentos, de Atitudes e Princípios, Vamos Recomeçar,
Vamos nos Reiniciar, Vamos ser Verdadeiros Mestres, na Construção das Moradas do Senhor.

Vamos nos Unir em Torno do Ideal Maior da Nossa Sagrada Ordem, Sozinhos, pouco ou nada
podemos Fazer, porém, unidos, com certeza, Removeremos as Montanhas do Vício e faremos
com que a Virtude Triunfe.

Cada Loja constituída, é um pedacinho ínfimo do todo, somos um pequenino grão de areia, diante
da montanha de maçons que hoje temos, em todo o mundo.

Não serão as Lojas, e sim os Maçons, que Conseguem Dentro Delas se Transformar em
Iniciados da Nossa Sagrada Ordem, que irão Alicerçar a Construção de um Mundo Melhor para
toda a Humanidade.

As Religiões não conseguiram fazer do planeta Terra a Morada do Senhor. Elas precisam ser
ajudadas. Somente a Maçonaria, por ser iniciática, eclética e dinâmica, é que poderá fazer com
que as Religiões Possam Ajudar a Construir o Templo do Senhor.

Quanto aos cargos em Loja, são nada para ser disputado, diante do muito que dentro e fora da
Loja temos a fazer, Aqui, se quisermos, nós receberemos a Luz, pois o verdadeiro trabalho do
Maçom está, no mundo profano, lá, com a ajuda de todos os Irmãos, é que está o verdadeiro
edifício que se deverá construir.

A Maçonaria nos cobra, o Mundo nos reclama, os nossos legítimos postulados nos ensinam.

Vamos esquecer os falsos maçons das Lojas e que permeiam pela sociedade, a eles, no Oriente
Eterno será perguntado, S.’. M.’.? E as suas respostas, que serão os seus atos quando aqui pela
terra passaram, dirão. Não és Maçom malgrado tudo o que galgasses, pois nada aprendestes.
Volta, começa tudo de novo.

Vamos fazer das nossas Lojas um celeiro de Luzes a irradiar por todo o Universo Maçônico, e
quiçá, esta mesma Luz, alcance toda a Humanidade. Ela alcançará, nós assim juramos e
faremos.

Mestres Instalados, devemos ser "nobres", "sábios", "competentes" e fazer a diferença!  Pois
"banana"qualquer um é!

Vamos sair da zona de conforto, meus Irmãos, pois ir na Loja para só bater malhete e depois ir
embora, é simples perda de Tempo! 

Denilson Forato 

Postado por TRABALHOS MAÇÔNICOS às sábado, maio 30, 2015 Nenhum comentário: 


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sexta-feira, 29 de maio de 2015
ORLA DENTEADA
A Orla Denteada é um dos Ornamentos do Templo Maçônico, que pode ser definido como sendo
todos aqueles símbolos que decoram ou ornamentam o Templo e que não estão classificados
nem como Jóias (o Prumo, o Nível, o Esquadro, a Pedra Bruta, a Pedra Polida e a Prancheta)
nem como Paramentos (o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso).

Além da Orla Denteada, são Ornamentos o Pavimento Mosaico e a Corda de 81 Nós, conquanto
algumas Potências Maçônicas substitua esta última pela Estrela Flamígera, que pensamos ser
inadequada por se tratar de um símbolo distintivo do Grau de Companheiro.

A Orla Denteada é uma figura que cerca o Pavimento Mosaico, formada por triângulos
alternadamente pretos e brancos, nos quais aqueles apontam para dentro e estes últimos,
lembrando dentes caninos, apontam para fora.
Este ornamento possui várias nomenclaturas sinônimas, utilizadas pelos estudiosos que
descreveram e interpretaram seu simbolismo: Orla, Borla ou Moldura, Dentada, Denteada ou
Marchetada.

 Da mesma forma, numerosas são as interpretações simbólicas da Orla Denteada, provavelmente
em decorrência de possuir a mesma origem da Corda de 81 Nós. No passado, uma pesada corda
se punha em torno do terreno onde se desenvolviam os trabalhos dos Maçons Operativos.

Essa corda era ornada de borlas, que era por isso chamada de Borla Denteada, designação que,
posteriormente, se corrompeu para Borda Denteada e, depois, Borla Denteada ou Dentada.

Com o passar do tempo, cada um desses dois Símbolos adquiriu seu significado próprio, ainda
que até hoje tais significados se confundam.

Segundo a descrição constante no Ritual do Rito de York, a Moldura Denteada ou Marchetada


lembra-nos os planetas, que em suas várias revoluções formam uma bela moldura ou guarnição
em torno do facho luminoso que é o Sol, como este faz em torno de uma Loja.

A partir desta descrição, vamos encontrar a interpretação de que da mesma forma que os
planetas gravitam em torno do Sol, a Orla Denteada representa os povos reunidos em torno de
um chefe, os filhos reunidos ao pai, os Maçons unidos e reunidos em Loja, significando finalmente
a Família Maçônica Universal, cujos ensinamentos e cuja Moral devem ser espalhados em todo o
planeta.

No Ritual do Rito Brasileiro a Orla Denteada é apresentada como o Símbolo que traduz o
entrosamento e a unidade que deve rematar a harmonia simbolizada no Pavimento Mosaico.

Reforçando tal interpretação vamos encontrar em certos Rituais franceses a interpretação de que
a Orla Denteada pretende ensinar ao Maçom que a Sociedade, da qual ele é uma parte, envolve
a Terra e que a distância, ao invés de afrouxar os laços que unem os membros entre si, os atrai
com maior intensidade.

Em consonância com esse entendimento, pode-se dizer que a Orla Denteada mostra-nos o
princípio da atração universal, através da Fraternidade, que une os homens e povos e os
entrelaçam como os dentes da orla, os quais atuam também como proteção à entrada de
princípios estranhos que possam perturbar a harmonia e a ordem e ainda como defesa do
exercício desses princípios, sem os quais a Ordem ficaria irremediavelmente desfigurada.

Na visão da Escola Ocultista, a Orla Denteada é o Símbolo da Muralha de Guardiães Protetores


da humanidade, constituída por adeptos que, no passado, atingiram a meta da perfeição
evolutiva.

Estes guardiões estão ao redor da humanidade, nos mundos espirituais, para salvar a linhagem
humana de ulterior miséria e aflição.

Ainda segundo essa Escola, os triângulos pretos estão voltados para dentro para exprimirem os
esforços dos Iniciados no sentido da compreensão receptiva e os triângulos brancos estão
voltados para o exterior indicando a influência iluminativa exercida sobre nós pela imensidade
ambiente daquilo que ignoramos e também como uma espécie de ofensiva contra o mistério do
espírito humano.

Simbologia Maçônica dos Painéis       


Postado por TRABALHOS MAÇÔNICOS às sexta-feira, maio 29, 2015 Nenhum comentário: 
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quinta-feira, 28 de maio de 2015
PAVONAGEM NA MAÇONARIA

Popularmente pavão é um homem  vaidoso e orgulhoso que gosta de enfeitar-se.

Na Maçonaria este espécime contribui, de forma direta, nas cisões e crises que envolvem a
Instituição. Quando, eventualmente, exerce algum cargo diretivo, ao sair de cena deixa  um
legado vexatório ao seu substituto.

É arrogante, não aceita opiniões contrárias, pois faz parte de sua personalidade a auto-
suficiência.

O portador deste padrão adora usar paramentos bem produzidos; gosta de medalhas,
certificados, placas e diplomas. Abusa da estratégia do culto à personalidade, onde, por motivos
óbvios, suas virtudes são constantemente exaltadas. 

Constrange pessoas exigindo homenagens, além de adorar ser cortejado.

Considera-se dono da Maçonaria ou de parcela da Ordem, como Obediências, Lojas e Ritos. Cria
dispositivos esdrúxulos que em nada contribuem para o desenvolvimento dos seus pares,
entretanto, satisfaz seu ego.

O exercício da tolerância é postergado, sendo priorizada a impaciência, pois sua vontade dever
ser prioridade.

A trilogia Liberdade, Igualdade e Fraternidade não é observada, pois seu arbítrio é que deve ser
priorizado.  

Quando a legislação ou a tradição confrontam sua vontade, passam a ser vistos como óbices,
portanto, passíveis de reformas.

Não contribui com a administração do ente a que está jurisdicionado, utilizando a técnica da
desconstrução, apresentando-se como o salvador da pátria.

Evita participar do período de instrução, porém, quando a palavra é franqueada abusa da


paciência dos presentes com discursos infrutíferos.

Quando é instado a participar, de forma direta, de alguma atividade maçônica desconversa,


alegando que não possui tempo ou já se encontra comprometido com outra diligência.

Não mede esforço para alcançar seus objetivos. Às vezes utiliza métodos não recomendados
pela doutrina maçônica para chegar ao seu intento. É adepto da frase maquiavélica: “os fins
justificam os meios”.

O Maçom deve rejeitar este comportamento. 

A pavonagem não deve sobrepor  a sobriedade. 

"A humildade é a única base sólida de todas as virtudes". (Confúcio)


Almir de Araújo Oliveira 

Postado por TRABALHOS MAÇÔNICOS às quinta-feira, maio 28, 2015 Nenhum comentário: 


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quarta-feira, 27 de maio de 2015
A PEDRA BRUTA

Em que trabalham os Aprendizes-maçons?

Em desbastar a Pedra Bruta, a fim de despojá-la de suas asperezas e aproximá-la cada vez mais
da forma adequada ao seu destino.

E o que é uma Pedra Bruta?

É o tosco produto da natureza que o homem deve polir e transformar.

É tudo o que diz o Ritual a respeito do tema. Não obstante, entendo que ele não diz tudo, porque
a partir de agora devo começar a pensar e procurar desenvolver o traçado para chegar à
compreensão deste valiosíssimo símbolo maçônico.

Porém, para compreender e conhecê-lo, o que lhe parece se perguntarmos a ele mesmo...

Quem és tu? E assim, com esta intenção me dirijo ao templo, nele penetro e contemplo essa
maça informe, inerte no chão, ao lado da mesa do irmão 1º Vigilante e com ela mantenho o
seguinte diálogo:

Ora, acho que não devo preocupar-me com você Pedra Bruta, tão tosca e abandonada, tanto que
muito pouco ou quase nenhuma vez te vi ao passar pela Coluna do Norte.

Pode ser que alguém diga que eu seja você, uma vez que tu representas os Aprendizes e eu sou
um eterno Aprendiz...

Tu és tão grosseira e eu, quase perfeito, represento muito e tu não és nada, pensei comigo
mesmo. Mas, como por instinto me arrependi e peço-lhe perdão Pedra Bruta.

E ela respondeu humildemente: não há de que pequeno Aprendiz-maçom! Surpreso disse-lhe:


olhe como falas pedrinha informe...

Assim é, contestou ela. Que pensas? Nós os símbolos também falamos e eu sou um deles.
Porém, falamos somente àqueles que querem nos escutar, àqueles que procuram nos
compreender.

Tu és mais um que passou ao meu lado, muitos sequer me olha e alguns poucos se interessaram
por mim, procurando desbastar-me, porém fracassaram. Poucos me têm transformado e me
carregam consigo...

Como te têm transformado e te carregam? Não estou te entendendo.


Se és tão pesada e vejo que ainda permaneces aqui perto, na Coluna da Força? Venha vou lhe
explicar.
Transformaram-me em uma formosa pedra cúbica, forte e sábia, que pode servir de base para
qualquer construção e, mesmo que se surpreenda não me carregam nos braços ou em bolsos,
senão dentro de cada um, incorporada ao próprio ser, por isso, não me vês...

Refleti um momento e disse-lhe: perdoa-me Pedra Bruta, porém, continuo a não entender-te...

Vamos, disse-me ela com paciência. Façamos uma pequena recordação. Dir-te-ei primeiro quem
sou. Represento o mundo dos vícios, os erros, a ignorância, o sofrimento, a arrogância, a
prepotência e o egoísmo.

Esse mundo do qual tu vens e dele faz parte, um mundo de vaidades e de egolatria, de falta total
de humildade. Os que me levam consigo são aqueles que através de trabalhos árduos me
compreenderam e refletiram suas imperfeições e debilidades em mim.

São aqueles que reconheceram a sua ignorância e destruíram sua inércia com um tremendo
esforço contra a natureza humana que nos obriga ao mais fácil, ao menor esforço, que nos faz
pequenos, débeis e pobres de espírito...

Sabes tu, por exemplo, que quando te vi, tinhas os olhos vendados e estavas em pé entre
colunas?

Orgulhosa dizia para mim mesma: mais um, uma nova possibilidade. Porém, tive dúvidas. Tenho
também as minhas fraquezas e por isso, posso duvidar, já que pensei: para onde foram tantos
outros que aqui juraram lealdade e amor à nossa Instituição? Não souberem compreender-me...
Não serás mais um desses?

Dá-me pena assim pensar, não por mim, mas por ti, pelos que crêem que a Maçonaria não é útil,
que é somente um mercado de vaidades e, ao não encontrarem-na assim, a abandonam sem ter
visto a luz, sem deixar vestígio das suas passagens por aqui.

Certamente muito outros ficam e progridem. Por isso ainda tenho esperanças. Na pedreira há
sempre um homem disposto ao trabalho, a eliminar as asperezas da pedra, procurando dar-lhe a
forma de um cubo perfeito, que não é mais do que a decantação do seu próprio ser, o reflexo de
suas possibilidades e da perfectibilidade que aflora graças ao trabalho do seu maço e do seu
cinzel, instrumentos que o Grande Arquiteto do Universo lhe deu.

Venha, não tenhas medo de sujar o teu Avental, esse avental branco que lhe entregaram no dia
da sua iniciação. O branco dele é lindo, e o é para as noivas virgens como também, para as
almas puras poderás dizer, e assim resplandecerá a Grande Pedra quando com o teu trabalho, o
maço e o cinzel, golpe a golpe, pedaço a pedaço for desbastando e os seus restos desprezando.

Assim, algum dia algo acontecerá contigo e começarás a ser um homem que, junto a outros
homens que já tenham feito os seus trabalhos, homens comuns do dia-a-dia, operários, doutores,
professores, comerciantes, todos trabalhadores simples e fraternos, verás a luz despojado de
teus egoísmos, vícios e erros e abrirás tua 
compreensão ao amor e à sabedoria.

E a esperança de um mundo melhor se reafirmará com um novo elo, capaz de chegar à


realidade. Aproxima-te da luz e verás que o teu Avental, ainda que manchado, sujo em função do
teu trabalho, é o mais branco, puro e radiante.

Terás abandonado o mundo das aparências para ver o das essências, o real, o verdadeiro e o
belo, a ali, atrás de ti, ficarão as escórias e os restos que não mais o molestarão.
Assim, a cada dia, a cada semana, mês a mês, ano a ano virás a esta Oficina e eu te direi:
missão cumprida! Porém, a missão nunca terminará, pois, o caminho é longo, penoso e muitas
serão as tentações; algumas portas se fecharão, mas muitas outras se abrirão, com certeza...

Há que se seguir burilando a pedra, lutando para que não haja um retrocesso. Por isso te digo:
não me abandones, leva-me contigo, não permitas que me deformem e em mim apareçam novas
arestas. Tenha sempre ao teu lado o Maço e o Cinzel, para que possas usá-los em mim quando
eu precisar.

Lembra-te sempre, ainda que atinjas os maiores degraus e graus da Maçonaria, sempre serás um
Aprendiz, aquele que sempre querendo, sempre estará aprendendo...

Fiz uma pausa e aproveitei para dizer a ela. Agora sim, entendo-te Pedra Bruta. E ela replicou:
siga prestando sempre a tua atenção em mim, porque o trabalho não termina aqui.

Recém está começando, entregaste cada dia mais, observe o que acontece em torno de ti,
conheça-te a ti mesmo porque a Pedra Bruta ÉS TU. Sobressaltado com essa afirmação,
pareceu-me estar despertando de um longo sonho, com a sensação do prazer que enche a alma
quando sentimos haver descoberto algo muito importante e assim, o meu espírito, se alegrou...

Observo hoje a Pedra Bruta que está ainda ao lado da mesa do 1º Vigilante, ali na Coluna do
Norte, coluna da Força, a coluna onde em seu topo, ficam todos os Aprendizes-maçons de todo o
mundo e olhando-a com carinho digo-lhe: obrigado Pedra Bruta.

Agora, vejo-te mais formosa e perfeita em teu simbolismo e reconheço que sou eu o homem
grosseiro, o imperfeito e não tu.

Ela olhou-me sorridente e disse-me: Não há de que pequeno Aprendiz-maçom...

Vejo que estás começando a aprender esculpindo-me.

Ir Adalberto Rigueira Viana Mambro correspondente da Loja Fraternidade Brazileira -Viçosa -


MG
Postado por TRABALHOS MAÇÔNICOS às quarta-feira, maio 27, 2015 Nenhum comentário: 
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terça-feira, 26 de maio de 2015
A MISSÃO DO SOLDADO E DO MAÇOM

Imagine-se um soldado bem treinado, saído da academia, que vai para um quartel e no primeiro
dia de trabalho é mandado pelo seu comandante a fim de que treine como marchar, que faça uma
excelente faxina em seu alojamento, que treine tiro ao alvo e fisicamente, que limpe suas armas,
e as deixe lubrificadas e prontas para o combate, mesmo que eles nunca aconteçam.
Essa rotina repetir-se-ia em um segundo dia, em um terceiro e muitos outros, seguidamente, até
completar os 30 anos de serviços necessários para a aposentadoria, ganhando muitas medalhas
e promoções pelos relevantes serviços prestados à pátria, por não ter faltado nenhum dia ao
serviço, ter feito as melhores faxinas do quartel, acertado os melhores tiros no papel circular e
outros feitos do tipo.
Então poderíamos perguntar: 

De que valeu aquele treinamento todo...? 


Para que serve um soldado bem treinado se passa a vida fazendo limpeza em um quartel...? 
É isso que se pergunta aos maçons que não produzem que não constroem socialmente, que não
dão bons exemplos, que não estão prontos para a batalha que nos espera.
Os problemas sociais existem e estão aí, nas nossas caras e sabemos o poder público não dá
conta deles, exige que a sociedade trate deles e só a sociedade organizada pode fazer algo
nesse sentido porque ela tem líderes, tem pessoas esclarecidas e, teoricamente, pessoas de
bem, em seu comando.
A Maçonaria faz parte desse contexto. Somos soldados aquartelados em nossas salas de
reunião, mas diariamente devemos estar prontos para o bom combate.
Combate aos vícios morais, à corrupção, e não participar de artimanhas, conchavos, fofocas,
como fazem querer crer que são as “coisas da Maçonaria”.
Também é nossa missão participar da evolução social em todos os sentidos, político, cultural,
humanístico, enfim, onde o homem possa colaborar no progresso de seu desenvolvimento...!!!

Edson Guedes
(inspirado em texto de José Filardo-SP)

Postado por TRABALHOS MAÇÔNICOS às terça-feira, maio 26, 2015 Nenhum comentário: 


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segunda-feira, 25 de maio de 2015
UNIÃO FRATERNA

No mundo profano agora seria o momento oportuno de se procurar os culpados pela derrota, de
se condenar os excessos, de se criticar as mentiras tantas vezes repetidas que assumiram ares
de verdade; em suma, o momento de se espezinhar os perdedores, humilhá-los, ofendê-los.
Mas dentro de uma instituição maçônica o procedimento deve ser outro. Afinal não apregoamos a
tolerância e a fraternidade? Nossa família não encontra seus fundamentos no amor ao próximo?
O Salmo 133 diz e nos ensina que:
1 - Oh, como é bom, como é agradável
Para os irmãos unidos viverem juntos.*1
2 - É como um óleo suave derramado sobre a fronte,
E que desce para a barba, a barba de Aarão,
Para correr em seguida até a orla de seu manto.*2
3 - É como o orvalho de Hermon,
Que desce pela Colina de Sião;
Pois ali derrama o Senhor a vida
E uma benção eterna.
*1 - A união entre os irmãos é um penhor de prosperidade, sob a condição de que tudo venha do
alto, do rico ao pobre, como o perfume que se expande pelas vestes, como o orvalho que desce
da montanha.
*2 – Óleo suave: como isso se fazia, quando da unção sacerdotal. Ex. 30 -21 
Todos somos Aprendizes, puros e simples Aprendizes. Para nós verdadeiros maçons chegou o
momento do esquecimento e de voltar nossos pensamentos para o futuro, e, unidos reiniciarmos
os trabalhos, que não são poucos. Mágoas e ressentimentos não condizem com a nossa ordem,
muito menos hipocrisia. 
Em Mateus 6 aprenderemos com o Sermão da Montanha, a oração que devemos elevar ao
Criador o Pai Nosso, no versículo 12 diz: “Perdoa-nos as nossas dívidas,assim como nós
perdoamos aos nossos devedores”, e mais adiante nos capítulos 14 e 15 teremos uma melhor
definição sobre este pedido. 14 – “Porque se perdoardes aos homens suas ofensas, também
vosso Pai Celestial vos perdoara a vós” e no 15” Se, porém, não perdoardes aos homens suas
ofensas, também Vosso Pai não vos perdoará as vossas ofensas”.
Em Marcos 25 nos é dito “E, quando estiverdes orando, perdoai se tendes alguma coisa contra
alguém, para que Vosso Pai, que esta nos céus, vos perdoe as vossas ofensas”. 
Se ficarmos remoendo mágoas ou invejas jamais poderemos ser considerados mestres, afinal o
espírito não está sobre a matéria? 
Como nos ensina Tiago em sua epístola, “Meus irmãos, muitos de vós quereis ser mestres, não o
procureis ser apenas por vaidade, sou eu que vô-lo peço, pois sabemos que nós que somos
mestres seremos julgados por um mais duro juízo” –(Tiago 3:1) 
João Krainski Neto, Sereníssimo Grão Mestre do G.'.O.'.P.'., no editorial do Boletim Oficial do
G.'.O.'.P.'. de 07.10.2004, assim definiu Maçonaria: 
“Maçonaria não é aventura, é realização efetiva, é concentração, é geração, é despojamento, é
identificação com o ideal, é preparação prévia é preparação sempre. 
Maçonaria é vivencia do dia-a-dia, momento a momento, é cair, é um levantar constante, é dividir
com o próximo, é somar o seu trabalho ao trabalho do seu irmão. Maçonaria é crescer. 
Maçonaria é colocar-se sempre ao lado da verdade, mesmo que seja a verdade, é colocar-se
diante do belo, é colocar-se diante do bem, é estar sempre acima do mal.
Maçonaria não é fim por si só. Maçonaria é caminho e o maçom deve sentir o sopro do infinito,
unindo-se aos irmãos por laços mais fortes que o próprio sangue. 
Os maçons devem iluminar. Ser luz é mais que um fator. É abrir picadas em caminhos árduos
sem esmorecimento. 
A luz é uma denúncia. Nas trevas não aparecem imperfeições. Na obscuridade é impossível
construir”. 
Por isso o momento que atravessamos precisa de muita luta. Pois precisamos manter a nossa
ordem intacta, nossas colunas firmes, nossa oficina sem manchas, nosso quadro unido.
Esqueçamos qualquer desavença que exista e formemos um só corpo em luta de um só ideal.
É mister que por algum tempo, fiquem resquícios daquela discussão, daquele afastamento,
daquele pedido de quit-placet, porém o verdadeiro maçom saberá diferenciar e avaliar o momento
e aparelhar a pedra bruta. 
Meus irmãos sejamos luz.
Newton Roberto Simões - Gr.'.17 - A.'.R.'.L.'.S.'.Obreiros de Abatiá nº 69 G.'.O.'.P.'. 
1   
1.    Salmos – as 150 orações foram usadas pelos hebreus para expressar sua relação com Deus.
Abrange todo o campo das emoções humanas, desde a alegria até o ódio, da esperança ao
desespero. 
2.     Êxodo – o nome êxodo significa saída. Este livro conta como Deus livrou os israelitas de
uma vida de penúrias e escravidão no Egito. Deus fez um pacto com eles e lhes deu leis para
ordenar e governar suas vidas. 
3.     Tiago – Tiago aconselha os cristãos a viverem na prática sua fé e, além disso, oferece idéias
de como isso pode ser feito. 
4.     Mateus- este evangelho cita muitos textos do Velho Testamento. Ele se destina
primordialmente ao público judeu, para o qual apresentava Jesus como o Messias prometido nas
escrituras do Velho Testamento. Mateus narra e história de Jesus desde o seu nascimento até
sua ressurreição e põe ênfase especial nos ensinamentos do Mestre. 
5.     Marcos – Marcos escreveu um evangelho curto, conciso e cheio de ação. Seu objetivo era
aprofundar a fé e a dedicação da comunidade para a qual ele escrevia.

Três Novos Simbolos Maçónicos


Meu querido Irmão, hoje tiveste o conhecimento de mais três novos símbolos maçónicos, são
eles: a Estrela Flamejante, a letra “G”, e a Pedra Cúbica.

Quanto à Estrela Flamejante, também conhecida como pentagrama, posso informar-te: que os
primeiros maçons aceites, de todo o século XVII e de metade do século XVIII, assim como os
antigos maçons operativos, não conheciam o pentagrama como símbolo maçónico, já que os
símbolos maçónicos tradicionais são representados por objectos ligados à arte da construção e,
utilizados na Maçonaria Operativa, donde a Maçonaria especulativa deriva. Aliás, a Estrela
Flamejante não é um puro símbolo maçónico, dado que tem a sua origem na magia e, desde os
mais remotos tempos a ela está ligado. Só em meados do século XVIII, na França, a Estrela
Flamejante foi introduzida na Maçonaria, pelo barão de Tschoudy, segundo alguns textos
maçónicos, também conhecido por ter estado ligado ao ocultismo. E, por este facto, o cuidado
especial que se deve ter na sua colocação, uma vez que sendo a Maçonaria uma Arte Real e
uma obra de luz, a Estrela Flamejante, em forma Pentagonal, logicamente, tem a sua única ponta
voltada para cima, onde nela se inscreve a figura humana, cujo significado representa os atributos
da alta espiritualidade humana. Por outro lado, a posição invertida, inscrevem-se nas suas cinco
pontas, um homem de cabeça para baixo, ou a cabeça de um bode, cuja representação, em
ambos os casos, são os atributos da animalidade e da materialidade.

A Estrela Pentagonal, também designada por Pentalfa, palavra formada por penta (cinco) e alfa, a
primeira letra do alfabeto grego e letra inicial dos vocábulos gregos utilizado para designar: ver,
ouvir, meditar, bem agir e calar (ATREO, AISTO, ADALESQUE, AGATOPOEIRO, ABAQUIDZI) e,
cujo símbolo é a Estrela Flamejante, que representa as cinco virtudes que devem ornar o
Companheiro Maçom, o qual deve ser amável, benéfico, incorruptível, casto e severo
(AGANETOS, AGELASOS, AGATHOERGOS, ADIAFITHORTOS, AGNOS). Aliás, qualidades que
faz com que a Estrela Flamejante seja também o simbolo da chama interior que habita no
coração do maçom, a voz interior que lhe filtra todas as acções e pensamentos e que por
consequência desta acção os transforma em deuses em potência e em acção.

Quanto à letra “G”, sabemos que surgiu no alfabeto latino na segunda metade do século V e, na
sua origem, é visivelmente uma simples modificação do “C”, que no latim, podemos encontrar
empregue indiferentemente, como em Caius ou Gaius, Cnoeus ou Gnoeus, significando assim
para a antiga Roma, o mesmo valor fonético do C. Quanto ao significado da letra “G” para a
Maçonaria, tem sido um tema muito discutido, já que alguns autores maçónicos são unânimes em
afirmar que a letra “G” é um enigma maçónico, que admite diversas interpretações e comentários,
alguns deles fantasiosos, mas que na verdade este simbolo constitui um verdadeiro mistério que
nem os mais cultos e sábios Maçons conseguem decifrá-lo. Todavia, vou tentar desvendar qual é
o seu provável significado para os Maçons: ora sabemos que a letra G, é a sétima letra do
alfabeto latino, posição que por si só lhe confere vários significados. Contudo, em termos
puramente maçónicos, por ser a inicial das seguintes palavras, cujo significado é considerado de
grande importância para os Maçons, a letra “G” passou a ser um dos seus principais simbolos:

Gravitação: Que é a força primordial que rege o movimento e o equilíbrio da matéria;

Geometria ou a Quinta Ciência: Que é o fundamento da ciência positiva e, que simboliza a ciência
dos cálculos, aplicada à extensão, à divisão de terras;

Geração: que simboliza a vida, por perpetuar a série dos seres. Deste modo significa a Força
Criadora que se encontra no centro de todo ser e de todas as coisas;

Génio: que é a inteligência humana a brilhar com o seu mais vivo fulgor;
Gnose: que é o mais amplo conhecimento da moral, o impulso que leva o homem a aprender
sempre mais e, que é o principal factor do progresso;

Glória: a Deus;

Grandeza: do homem, a maior e mais perfeita Obra da Criação;

Gomel: Uma palavra hebraica que exprime os deveres do homem para com Deus e para com os
seus semelhantes.

Muitas outras palavras iniciadas por “G” poderiam ser encontradas.


Por outro lado, no centro da Estrela Flamejante, podemos ver a letra “G”, e neste caso em
particular, o melhor significado para a letra “G” seria a “Gnose”, ou seja, o CONHECIMENTO,
porque God, Gud, Geração, Gravitação, Geometria, Génio, Glória, Grandeza, etc.., começam
realmente por G, mas apenas em certas línguas, pois em muitas outras poderá não corresponder
ao mesmo significado que se atribui, como é por exemplo o caso: do “G” ser em países anglo-
saxões a primeira letra do nome de Deus como: Gott, na Alemanha; God, na Inglaterra e
Holanda; Gud, nos países escandinavos e Gad na Síria e na Pérsia ser Goda e, em Portugal,
como nos países latinos Deus, começa pela letra “D”. Já os gnósticos (conhecedores ou
clarividentes) possuidores da Gnose ou verdadeira ciência têm a mesma inicial em qualquer parte
do mundo.

Todavia, apesar desta universalidade, por ser Maçom e português a letra “G” que é colocada no
centro da Estrela Flamejante, tem o significado de GLÓRIA, GRANDEZA e GEOMETRIA, Glória,
para Deus; Grandeza, para o Venerável e Geometria para os outros irmãos.

Quanto à Pedra Cúbica, esta simboliza a obra prima final que todo o Maçom deve procurar
realizar. Ao contrário da Pedra Bruta, esta simboliza a perfeição, dado ser a pedra cujo
Compasso e Esquadro demostraram estar perfeitamente talhada, quer em linhas, como em
ângulos rectos, conforme as exigências construtivas do nosso Templo Interno, o qual exige que
tenham superfícies polidas e arestas bem definidas.

Na verdade, uma pedra assim lavrada, representa o homem instruido e perfeito, que após ter
desbastado os seus próprios defeitos, corrigido os seus desvios, dominou as paixões e
abandonou os maus preconceitos tornando-se no homem perfeito, modelo da humanidade.
Publicada por Oliveira Pereiraà(s) 04:36Sem comentários:
AS CINCO VIAGENS
Tal como foi necessário ao Aprendiz maçom discernir entre o vício e a virtude e, para isso teve
que caminhar das trevas em direcção à Luz, também o Companheiro maçom tem que
empreender cinco viagens de progresso, para no fim destas se encontrar apto a utilizar com
eficácia as ferramentas do seu grau. Por outro lado, tal como o Aprendiz maçom, também o
Companheiro maçom deve proceder do mundo concreto, ou do domínio da realidade objectiva (o
Ocidente), ao mundo abstracto ou transcendente (o Oriente), o mundo dos Princípios e das
Causas, atravessando para isso a região obscura da dúvida e do erro (o Norte), para voltar pela
região iluminada pelos conhecimentos adquiridos (o Sul), constituindo cada viagem uma nova e
diferente etapa de progresso e de realização. Nas cinco viagens que o novo Companheiro terá
que fazer para atingir a plenitude dos conhecimentos do seu grau, realsa-se que nas primeiras
quatro viagens, nas de número par (2 e 4) o iniciado leva consigo instrumentos passivos,
enquanto que nas de número impar (1 e 3), o iniciado leva consigo instrumentos activos.

A PRIMEIRA VIAGEM

Na primeira viagem, o neófito leva consigo as duas ferramentas com que realizou o seu trabalho
de Aprendiz, e com as quais o profissional que trabalha a pedra bruta a desbasta: o malhete e o
cinzel. Com o malhete e a acção exercida pela força da gravidade, o Obreiro produz um efeito
preciso e determinado na matéria, que na realidade é a desagregação da parte que excede a
forma que se deseja, menos resistente que a massa metálica do malhete. Por consequência
deste efeito de força e de precisão, o malhete, ou o malho, representa o Poder potencialmente
destrutivo, se não for utilizado com extremo cuidado e muita inteligência. No campo da
simbologia, comparativamente, se não houver controlo inteligente sobre o lado energético da
natureza humana, este pode desenvolver-se de maneira exagerada e indevida, comprometendo
seriamente a Obra de Construção Individual, ao mesmo tempo que se transforma num potencial
perigo para a estabilidade do edifício social.

Em comparação com o malhete, ou malho, a massa metálica do cinzel é limitada; porém, dada a
sua têmpera, perfil e agudez de forma, faz com que quando cravado na matéria bruta, a corte, em
vez de a quebrar em pedaços, como o faria por si só o malho. Todavia, apesar das suas
qualidades intrinsecas, o cinzel sem a força do malho, ou malhete, seria ineficiente e incapaz de
produzir por si só o resultado esperado. Pelo que na esfera intelectual, comparativamente, este
instrumento comporta-se similarmente à natureza humana, que continuamente elabora planos e
projectos, porém, se não tiver a energia intelectual indispensavel e a força de vontade do crer
para a concretização da obra, nunca conseguirá pôr em prática os planos delineados na prancha
de traçar, condenando-se à inércia.

Em suma, na primeira viagem o Companheiro maçom aprendeu que com o uso combinado das
duas ferramentas, ou seja, com o uso harmónico da vontade impulsiva e da determinação
inteligente, aplicadas no carácter, ou seja, na pedra bruta da personalidade profana, obterá uma
pedra lavrada, apta a ser integrada na alvenaria do seu Templo Interno. Pelo que a capacidade
do uso harmónico, reflectido e discernido, faz com que estas duas faculdades gémeas, conduzam
o Companheiro maçom ao Poder da sua vontade.

A SEGUNDA VIAGEM

Os instrumentos que o novo Companheiro maçom transporta para a sua segunda viagem, são de
uma natureza inteiramente diferente dos com que executou o seu trabalho de Aprendiz. Pois, se
as duas primeiras ferramentas eram pesadas e destinavam-se a um trabalho material, já a régua
e o compasso, instrumentos destinados à segunda viagem, são leves e de precisão, que para
além de se destinarem a verificar e a dirigir o trabalho executado com as anteriores ferramentas,
têm ainda o objectivo puramente intelectual. Na medida que a régua e o compasso não são
simplesmente dois instrumentos de medida, são mais do que isso, dado que são instrumentos
criativos e cognitivos, pois através deles, podemos construir quase todas as figuras geométricas,
começando pelas duas figuras geométricas elementares, que são a linha recta e o círculo. Aliás,
figuras de grande significado construtivo para o maçom, uma vez que no domínio da moral e da
intelectualidade, a linha recta, que é traçada com o auxilio da régua, significa para este a direcção
rectilínea de todos os seus esforços e actividades, na qual se inspira em todos os seus propósitos
e aspirações, dado que é dever de todo e qualquer maçom, nunca se desviar em seu progresso
ns senda da exactidão e da inflexão da linha recta, pela qual constantemente se orienta na
procura sistemática do caminho mais justo e mais sábio, aquele que lhe permite ser fiel aos
Princípios a que se propôs seguir e, que na tábua de traçar são representados por pontos, onde
com o auxilio da régua se traça a linha recta do caminho a prosseguir.

Quanto ao círculo, este mostra-nos e define-nos o alcance do raio das nossas actuais
possibilidades, ou seja, mostra-nos o nosso campo de acção, dentro do qual devemos actuar,
sempre orientados sabiamente pela linha recta, que passa constantemente pelo seu centro.
Assim, com estes dois instrumentos, o Companheiro maçom aprende a uniformizar
constantemente a sua conduta, sempre pautada pelo padrão mais nobre e mais elevado, dentro
das possibilidades que são apresentadas no seu raio de acção. Por outras palavras, a união do
círculo com a recta, representa a harmonia e o equilíbrio que devemos aprender a ter, para que
de entre as infinitas possibilidades do nosso ser e a realidade das condições finitas na qual nos
encontramos, alcancemos a perfeita e progressiva manifestação do Ideal material.

A TERCEIRA VIAGEM

Na terceira viagem, o Companheiro maçom conserva a régua na sua mão esquerda e, substitui o
compasso pela alavanca, o quinto instrumento da sua caminhada de afirmação para o grau de
Companheiro maçom, o qual podemos caracterizá-lo como sendo análogo ao compasso, uma
vez que este novo instrumento também baseia a sua acção sobre dois pontos, onde sobre os
quais aplica a potência e a resistência, com o auxilio de um terceiro ponto que lhe serve de ponto
de apoio. Pelo que em comparação com o instrumento precedente, a alavanca tem uma função
eminentemente activa, já que com seu auxilio, podemos mover e levantar objectos mais pesados.
Pelo que simbolicamente a alavanca representa para o maçom, o desenvolvimento da sua
inteligência e da sua compreensão, a qual regula e domina em qualquer momento a inércia da
matéria e a gravidade dos instintos humanos, levantando-os e movendo-os se for preciso, para
que ocupem o lugar que lhes está destinado na Construção do seu Templo Interno.

Por outro lado, para que a realização da movimentação de materiais pesados seja possivel, são
necessárias duas mãos para que o esforço seja mais efectivo, pelo que estas representam para o
maçom as duas faculdades (activa e passiva) da vontade e do pensamento humano.

Num ponto de vista maçónico mais genérico, podemos considerar a alavanca, como o símbolo da
Inteligência humana, cujo ponto de apoio natural é o corpo físico, sobre o qual actua, na medida
eficiente do seu desenvolvimento, para que este produza todas as acções necessária à Vida,
sendo a Força do querer, a potência que sobre esta é aplicada e, a Vontade, a expressão do
potencial espiritual do Ser, manancial imanente de toda actividade, cuja natureza particular a
inteligência determina e domina.

Em face desta analogia, o pensamento sem a vontade, e a vontade sem o pensamento seriam
igualmente incapazes de gerar a Força Infinita da Fé, que para ser efectiva deve ser iluminada
por um Ideal, e dirigida pelo motivo mais elevado, mais nobre e mais desinteressado, que a cada
um seja dado alcançar.

Em suma, o Companheiro maçom nunca deve separar-se da régua com que entrou pela primeira
vez na segunda Câmara, uma vez que esta simboliza a direção do seu caminho, sem a qual
nunca poderia fazer uma obra definida e efectivamente construtora. Simbolicamente, sem este
instrumento, a nossa vida tornar-se-ia num caos (como seria um Universo sem Leis). Quanto ao
novo instrumento, a alavanca, o Companheiro maçom aplica-o nos seus esforços, por meio do
qual realiza o que de outra maneira lhe seria impossível realizar, dado que a alavanca permite
multiplicar as suas forças em proporção directa com as suas necessidades.

A QUARTA VIAGEM

Na quarta Viagem, o iniciado continua a segurar na régua com a sua mão esquerda,
acompanhada desta vez com o esquadro, que é o sexto e último instrumento da sua caminhada
para a afirmação do grau de Companheiro maçom, cujo o uso correcto e eficiente deve aprender,
para poder continuar a caminhar em direcção ao Magistério da sua própria arte.

Assim, através da união coordenada da régua com o esquadro, o Companheiro maçom passou a
ter a capacidade para dar um passo em direcção a um objectivo definido. Pelo que a régua com a
acção do esquadro representa a necessária rectificação de todos os seus propósitos e
determinações, segundo o critério e Ideal que o inspira e, de acordo com as acções a que se
proponha efectivar.

Particularmente, o esquadro unido com a régua, ensina ao maçom, que o fim nunca justifica os
meios, só se pode obter um resultado satisfatório, quando os que se empenham estejam em
harmonia com a finalidade, que unidos se propõem a alcançar. Pelo que por exemplo, é um erro
crermos que podemos obter a paz por meio da guerra, dado que a guerra se apoia em
pensamentos de ódio, inimizade e violência, enquanto que para alcançarmos a paz,
necessitamos sobre tudo de amizade, simpatia, compreensão e cooperação.

A QUINTA VIAGEM

Na quinta viagem, o Companheiro maçom procura o Génio Individual, no qual se reflecte a


verdadeira capacidade do artista. Pelo que é uma caminhada diferente das precedentes,
começando, por não ser necessário o auxilio de qualquer instrumento para a efectivar, como
ainda caminha numa direcção oposta áquela que seguiu até agora: para trás e sob a ameaça de
uma espada posta sobre o seu peito.

O que leva a interrogar-mo-nos: o que significa esta troca completa de direcção e de actividade?
Por que razão abandonou o Companheiro a régua simbólica com a qual fez a sua entrada na
segunda Câmara? Na verdade, esta caminhada simboliza uma nova etapa de progresso, que se
cumpre de uma maneira misteriosa, em total oposição às Leis e às regras que foram seguidas até
aqui. Todavia, a maneira misteriosa como se cumpre esta última viagem, tem muitos sentidos e
encerra uma profunda doutrina, intimamente relacionada com o número cinco, o que a torna
muito peculiar no grau de Companheiro. Pois, o facto desta viagem se fazer sem nenhum
instrumento, já por si só a torna misteriosa e inigmática. Nas quatro viagens precedentes, o
Companheiro maçom aprendeu o manejo eficaz dos seis instrumentos fundamentais da
construção, a saber, o malhete ou malho, o cinzel, a régua, o compasso, a alavanca, e o
esquadro que correspondem às seis principais faculdades, pelo que agora o Companheiro
maçom tem que procurar a sua sétima faculdade central, que corresponde à letra G (a sétima
letra do alfabeto latino), cujo o perfeito conhecimento desta o conduzirá ao Magistério da sua arte.
Por outras palavras, esta nova faculdade representa o novo campo de estudo e de actividade que
se abre ao artista experimentado no uso dos diferentes instrumentos, para expressar uma fase
superior das suas habilidades, e ao iniciado, uma vez que já dominou a sua natureza inferior e se
adestrou no uso de suas diferentes faculdades, com a aquisição de novos poderes multiplicará os
seus talentos.

Portanto, esta última viagem representa um novo género de trabalho, em que o Companheiro
maçom deve aprimorar-se, e para o qual todos os instrumentos que foram empregues até agora,
ainda mesmo que a régua, são supérfluos, dado que se trata de uma actividade puramente
espiritual, onde somente a meditação conduz à contemplação da Realidade. Por outro lado, o
abandono da régua representa o estado de completa liberdade que se consegue ao dominarmos
os sentidos e as paixões inferiores, pois abre-se para o individuo a percepção daquela Luz
Interior (simbolizada na Estrela Flamejante) que habita no coração onde todos os actos e
pensamentos são filtrados, pelo que toda a regra externa se torna inutil perante a voz surda, que
se faz ouvir dentro do nosso próprio coração.

Em face deste simbolismo, depois do Companheiro maçom ter realizado as quatro primeiras
viagens, segundo o movimento aparente do sol, realiza a última viagem inversamente, segundo o
movimento real da Terra, ingressando definitivamente no campo da realidade, deixando assim de
ser escravo da aparência externa.

Assim, depois do iniciado ter completado a quinta viagem, passou a estar apto a utilizar os
instrumentos de construção para lavrar a pedra necessária ao seu Templo Interno, não
necessariamente a pedra cúbica, ou seja a individualidade desenvolvida em todas as suas faces,
visto que uma pedra deste género constitui a exceção, e seria por isso condenada ao isolamento
por não poder aproveitar-se na união com as demais. O que o propósito construtor da Maçonaria
necessita, é de uma pedra em perfeita esquadria, desde que tenha a proporção e o paralelismo,
entre os seus diferentes lados, respectivamente verticais e horizontais, para que possam
utilmente aproveitar-se e ser colocada no lugar que lhe corresponde, com a ajuda do nível e do
prumo. Todavia, os maçons não devem procurar a uniformidade absoluta das idéias e
convicções, pela qual se converteriam noutros tantos ladrilhos, que se bem que sejam úteis na
construção, e se utilizam nas construções correntes, já o não seriam de grande utilidade para um
edifício grandioso e imponente, como é aquele que nos propomos simbolicamente levantar, com
os nossos esforços unidos, para a Glória do Grande Arquitecto do Universo cuja perfeição e
beleza, dependem igualmente da inteligente variedade dos materiais que se empregam, assim
como da sábia coordenação e combinação dos mesmos, que de acordo com um Plano Magistral,
haverá lugar para pedras nas formas e dimensões mais complexas e variadas.

Por conseguinte, devemos desenvolver e trabalhar a pedra da nossa personalidade na forma que
melhor se adapte e segundo a sua particular natureza, para ocupar o lugar mais apropriado no
Edifício da Humanidade e da Criação, e expressando nela, como melhor podemos, aquela parte
que nos é dado fazer patente do Génio Sublime do Artífice, do qual somos outras tantas
manifestações.

O Companheiro
A palavra Companheiro é de origem latina. Alguns autores sustentam que é a derivação da
preposição cum, significando COM, e do verbo ativo e neutro pango (is, panxi, actum, angere) na
forma de PREGAR, CRAVAR, PLANTAR, TRAÇAR SOBRE A CERA e, no sentido figurado,
ESCREVER, COMPOR, CELEBRAR, CANTAR, PROMETER, CONTRATAR, CONFIRMAR.
Neste caso, especificamente, pango teria o sentido de contrato, promessa, confirmação, fazendo
com que a expressão cum pango, originasse a palavra COMPANHEIRO, no sentido de, com
contrato, com promessa, envolvendo um solene compromisso, orientado remotamente nas
atividades das companhias religiosas e profissionais da Idade Média e do período renascentista.

Contudo, a origem mais acertada para o termo Companheiro é aquele derivado da expressão
cum panis, onde cum é a preposição COM e panis é o substantivo masculino PÃO, o que lhe dá o
significado de participantes do mesmo pão – a ideia de uma convivência tão íntima e profunda
entre duas ou mais pessoas – a ponto destas participarem do mesmo pão para o seu nutrimento.  

Essa origem, evidentemente, deve ser considerada nos idiomas derivados do latim: compañero
(castelhano), compagno (italiano), compagnon (francês), companheiro (português). 

A Enciclopédia Larousse, editada em Paris registra que compagnon significa aquele que participa,
constantemente, das ocupações do outro: condiscípulo, companheiro de estudos, operário que
trabalha para um empreiteiro. Membro de uma associação de companheirismo, cujo substantivo
companheirismo se resume na associação de trabalhadores de uma mesma profissão, para fins
de aperfeiçoamento profissional e de assistência mútua. 

Nos idiomas não latinos, os termos usados têm o mesmo sentido. Em inglês, Companheiro é o
Fellow, que significa camarada, par, equivalente, correligionário, membro de uma sociedade,
conselho, companhia. Daí, temos as palavras derivadas, como: fellow laborer, companheiro de
trabalho; fellow member, colega; fellow partner, sócio; fellow student, condiscípulo; fellow traveler,
companheiro de viagem; e, fellowship, companheirismo. 

Assim, tradicional e resumidamente tem-se que COMPANHEIRO é aquele que participa da vida
ou das ocupações de outrem. É o colega e camarada, companheiro de trabalho, de jogos, de
estudos, etc. 

Doutrinariamente, o Grau de Companheiro é o mais legítimo grau maçônico, por mostrar o obreiro
já totalmente formado e aperfeiçoado, profissionalmente. Vislumbra a interação do meio em que
se socializa, voltando sua atenção para a humanidade e natureza do homem, na prática do
espírito de fraternidade.

Historicamente, é o grau mais importante da Franco-Maçonaria, pois sempre representou o ápice


da escalada profissional, nas confrarias de artesãos ligados à arte de construir, as quais
floresceram na Idade Média e chegaram a ser conhecidas nos tempos mais recentes, rotulados
como “Maçonaria Operativa” ou “Maçonaria de Ofício”. Havia apenas dois graus reconhecidos na
Franco-Maçonaria antes do século XVIII, o de Aprendiz (Entered Apprentice) e o de Companheiro
(Fellow Craft, ou, simplesmente, Fellow). E, anterior ao desenvolvimento da Maçonaria
Especulativa, o Companheiro era um Aprendiz, que havia servido o tempo necessário e era
reconhecido como um oficial, um trabalhador qualificado, autorizado a praticar seu ofício. 

O grau de Companheiro é o sustentáculo profissional e doutrinário dos círculos maçônicos e não


pode ser considerado um maçom completo aquele que não conhecer, profundamente, o grau de
Companheiro.

Solenemente e mediante os vários ensinamentos e pesquisas aos veículos literários encontra-se


a citação do Ilustre Rui Barbosa, num dos mais belos trechos da Oração aos Moços, extraído do
artigo do Ir Raimundo Rodrigues, Cartilha do Companheiro, Editora A Trolha, 1ª. Edição, 1998,
págs. 105 e seguintes:

“Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o
íntimo subliminar-se da alma pelo contato com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o
apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a ação contínua de cada um sobre si
mesmo e sobre o mundo onde labutamos. … O Criador começa e a criatura acaba a criação de si
própria. Quem quer, pois, que trabalhe, está em oração ao Senhor.”

Trabalhar é impor ação aos instrumentos disponibilizados ao companheiro, como o maço e o


cinzel, a régua, o compasso e o esquadro, o prumo e o nível, a alavanca e, além disso, é aplicá-
los dedicando-se à construção vertical do Templo Interior na projeção do chão ao GADU, ora
orientado pelo prumo e num processo contínuo (parede por parede), nivelado na percepção do
amor fraternal que assegura a horizontalidade da igualdade das superfícies que mantém os
irmãos no mesmo patamar, quebrando barreiras e transpondo obstáculos ante as dificuldades do
dia a dia, auxiliado pela alavanca na melhor acepção de Arquimedes, enfocando sempre a
expressão ritualística: “vencer nossas paixões e submeter nossa vontade”.

O aprendizado requer a exaltação ao trabalho, dedicação, disposição, habilidade, perseverança,


comprometimento, firmeza, idoneidade, fidelidade, buscando a abundância de espigas de trigo,
transformando em pedra cúbica a pedra bruta até então desbastada, escalando a escada do
aprimoramento espiritual, declinando nas profundezas dos mistérios da existência, conhecendo o
significado literal e espiritual da letra “G”, vendo e sentindo a estrela flamejante.

Mas a significância do Companheiro Maçom não para por aqui, simplesmente. Há um lado
místico e esotérico da história, na evolução e exegese conceptiva e numerária do termo, que
apesar de ser um substantivo masculino e formado por onze letras, sendo seis consoantes e
cinco vogais, tem-se que a somatória da quantidade de letras e números correspondentes resulta
o numeral 2. Como também, 2 é a representação simbólica do grau de companheiro maçom; e
isto tudo tem um motivo lógico para ser assim.

Do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de SAINT-EXUPÉRY, extrai-se o trecho:

“As pessoas crescidas adoram os números. Quando você lhes fala de um novo amigo, elas nunca
perguntam o essencial: “Qual o som de sua voz? Quais são os seus brinquedos preferidos? Ele
coleciona borboletas?” Elas sempre perguntam: “Qual é a sua idade? Quantos irmãos ele têm?
Quanto ele pesa? Quanto ganha seu pai?” Somente então eles acreditam tê-lo conhecido. Se
você diz às pessoas crescidas: “Eu vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, com gerânios nas
janelas e pombos nos telhados...”, elas não conseguem nem imaginar essa casa. É necessário
dizer-lhes: — “Eu vi uma casa de cem mil francos”. Então elas exclamam — “Como é bonito!”

Por exemplo, acredita-se que muitos já devam ter ouvido algo sobre a proporção áurea ou
proporção divina. A proporção áurea é algo que sempre está relacionado com beleza e harmonia
perfeita, a proporção ideal, sendo uma relação matemática e geométrica, onde o todo é
proporcional às partes.

Os gregos criaram o retângulo de ouro. Era um retângulo, do qual se havia proporções: do lado
maior dividido pelo lado menor e a partir dessa proporção tudo era construído. Assim eles fizeram
o Parthenon... a proporção do retângulo que forma a face central e lateral. A profundidade
dividida pelo comprimento ou altura, tudo seguia uma proporção ideal de 1,618.

Os Egípcios fizeram o mesmo com as pirâmides: cada pedra era 1,618 menor do que a pedra de
baixo, a de baixo era 1,618 maior que a de cima, que era 1,618 maior que a da 3ª fileira e assim
por diante. 

Muitos estudos surgiram à época por diversos cientistas e das relações matemáticas
desencadeou o número irracional com valor adimensional de 1,618, conhecido desde a
antiguidade por Phi, sendo o valor numérico resultante da raiz de cinco sobre dois mais meio que,
coincidentemente, é exatamente a proporção das pirâmides do Egito e do retângulo de ouro dos
gregos.

A partir daí, coisas fantásticas foram descobertas nesta relação de proporção chamada de
PROPORÇÃO ÁUREA ou DIVINA PROPORÇÃO que é fartamente encontrada na natureza,
podendo-se citar como exemplo a estrutura geométrica das plantas, dos animais, das
configurações das moléculas do DNA, a proporção de abelhas fêmeas em comparação com
abelhas machos numa colmeia, a proporção que aumenta o tamanho das espirais de um caracol,
a proporção em que aumenta o diâmetro das espirais sementes de um girassol, a proporção em
que se diminuem as folhas de uma árvore a medida que subimos de altura, bem como nas
galáxias, onde as estrelas se distribuem em torno de um astro principal numa espiral obedecendo
à proporção de 1,618. 

Também se encontram as referências métricas no corpo humano ao medir a altura e dividir pela
altura do umbigo até o chão, resultando 1,618, o braço inteiro e dividir pelo tamanho do cotovelo
até o dedo, os dedos inteiros e dividir pela dobra central até a ponta ou da dobra central até a
ponta dividir pela segunda dobra, a perna inteira e dividir pelo tamanho do joelho até o chão, a
altura do crânio dividido pelo tamanho da mandíbula até o alto da cabeça, a cintura até a cabeça
e depois só o tórax, ponderando sempre os erros de medida da régua ou fita métrica, que não
são objetos acurados de medição. 

Cada osso do corpo humano é regido pela Divina Proporção. Coelhos, abelhas, caramujos,
constelações, girassóis, árvores, arte e o homem; coisas teoricamente diferentes, todas ligadas
numa proporção em comum. Até o cartão de crédito, largura pela altura, o livro, o jornal, uma foto
revelada, ou as famosas sinfonias como a 9ª de Beethoven e em outras diversas obras.

E fica a pergunta: Coincidência ou Conceito de Unidade?

Pois bem, a existência procede do ZERO e do UM. O um se deduziu do zero. O um e o zero


constituem a primeira dualidade, ou seja, eles são dois. Com o dois surge a diferenciação, a
dialética. 

Na Filosofia Pitagórica, o UM transforma-se em DOIS refletindo-se a si próprio e separando-se,


original e reflexo. É como traçar dois círculos com um compasso – um de cada vez – mantendo-
se um espaço regular entre eles. A partir daí, com auxílio de uma régua, traça-se uma reta
interligando os pontos centrais de ambas as circunferências, numa forma geométrica e
harmoniosa, onde através da essência do UM apreendemos o ponto e com a essência do DOIS
deparamos com a linha reta.

A esta representação gráfica os pitagóricos chamavam de díade que representava o princípio da


dualidade ou da diversidade. Essencial à díade era a polaridade, que ocorre em toda a parte e
que está na origem da noção de separação um do outro, da natureza e da própria divindade.

A díade ilustra a divisão, logo, a separação da unidade, mas os seus polos opostos (os centros de
cada um dos círculos) atraem-se um ao outro, numa tentativa de se fundirem e regressarem à
unidade. 

A díade simultaneamente divide e une, repele e atrai. A díade é o meio de passagem entre o UM
e muitos. Se o UM é o Princípio Criador estático, o DOIS ilustra a dinâmica da criação. Se nada
existia, como criar a partir do nada? Utilizando o único "material" disponível: o próprio Criador,
que se divide e separa, Dele próprio criando o Tudo. 

A Criação é o reflexo do Criador. O DOIS representa a ação do Criador – a ponte, a ligação entre
este e o que foi criado. O DOIS é assim a representação da dualidade que em tudo no Universo
existe, a dupla natureza do criado que provém do Criador, Dele separado, mas para Ele sempre
irremediavelmente atraído.

O UM é a Força Criadora em potência; o DOIS é o ato concretizador dessa potência. O UM é


imóvel; o DOIS é movimento. O UM é absoluto, o DOIS é relativo. O UM é o Tudo sincrético; o
DOIS é o Tudo analítico, dotado de diversidade. É através do DOIS que o UM gera os demais
números. Assim, para os pitagóricos, o UM e o DOIS eram considerados os pais de todos os
outros números.

No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Maçonaria ensina, relativamente ao número DOIS, que a
razão humana divide e confina artificialmente o que é UM e não tem limites. Assim, a unidade é
repartida entre dois extremos, aos quais só as palavras prestam uma certa aparência de
realidade.

O conceito abstrato de DOIS dos pitagóricos, enquanto manifestação atual (em ato) do Princípio
Criador, que da potência do UM gera o Tudo e se revestem das características da dualidade e da
polaridade, tais como dia e noite, calor e frio, seco e molhado, bem e mal, positivo e negativo,
masculino e feminino, luz e escuridão, branco e negro, inércia e movimento. Daí surgiram alguns
adágios franceses como nenhuma rosa sem espinhos, nenhuma virtude sem cansaço, nenhum
vício sem suplício, nenhum prazer sem desgosto, nenhum verso sem reverso.
Portanto, o simbolismo que se tem a partir das definições e conceitos supracitados convergem ao
entendimento que ao Companheiro compete firmar o compromisso na UNIÃO entre os dois
pontos de uma mesma reta, ou seja, unir a polaridade existente na semântica do termo
propriamente dito COM-PANHEIRO, flexibilizando, cooperando, adaptando e eliminando as
diferenças e divergências que transitam na sociedade maçônica e harmonizando as relações
humanas.

A esta concepção de dualidade e polaridade, particularmente, entendo estar projetando grande


avanço moral e ético doravante aos conhecimentos assimilados nesta trajetória, a qual está
delineada aos aspectos filosóficos contemporâneos decorrentes dos deveres aplicados na
maçonaria.

De outra forma não seria crível e jamais saberíamos o que é o BEM, se não conhecêssemos o
MAL! Não conheceríamos o Justo se não entendêssemos o que é Injusto! Não apreciaríamos a
Luz se não provássemos as Trevas! Não exercitaríamos o Movimento se não estacionássemos
na Inércia! Não ouviríamos o Som se não escutássemos o Silêncio.

O importante é não abandonar a UNIDADE, que é a Lei Divina. Se, dentro de nós existe o BEM e
o MAL, há que nos orientarmos no sentido de equilibrarem-se as suas influências, colocando-se
no círculo da Lei (ZERO), onde não há nem o BEM e nem o MAL, envolvendo-nos à UNIDADE
para podermos dizer: EU SOU UM!
E como COMPANHEIRO, nós somos um.

Escreveu um autor desconhecido: “O silêncio do Companheiro é a preparação para Elevação a


Mestre. Assim, quando tiver direito a usar da palavra, já saiba quando se deve calar e entenda,
perfeitamente, o valor da Palavra e a valia do Silêncio. Então estará pronto!”

PENSAMENTOS DE PITÁGORAS

1. Educai as crianças e não será preciso punir os homens;


2. Não é livre quem não obteve domínio sobre si;
3. Pensem o que quiserem de ti; faz aquilo que te parece justo;
4. O que fala semeia; o que escuta recolhe;
5. Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues;
6. Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem;
7. Todas as coisas são números;
8. A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus;
9. A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus;
10. A vida é como uma sala de espetáculos: entra-se, vê-se e sai-se;
11. A sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas os homens podem desejá-la ou
amá-la tornando-se filósofos.

REFERÊNCIAS:

Do livro: “Cartilha do Grau de Companheiro”, Editora A Trolha – 1998, José Castellani 


Rito Escocês Antigo e Aceite, Ritual de Aprendiz, GLLP/GLRP, junho de 6007. O Código Secreto,
Priya Hemenway, ed. Evergreen, 2010, Rui Bandeira
Ritual (REAA) 2º Grau – Companheiro

Peça de Arquitetura
Postado por Mattioli às 04:40 Um comentário: 
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SÁBADO, 12 DE NOVEMBRO DE 2011
Elevação e Luz
O trabalho de Companheiro nada mais é que a continuação do trabalho de Aprendiz e a
realização de uma tarefa diferente. Enquanto o Aprendiz trabalha no seu aperfeiçoamento
espiritual, interiorizando-se e, simultaneamente, procurando conhecer e reconhecer uma
significativa quantidade de símbolos e descortinar o seu significado, o Companheiro, sem
esquecer estes preceitos, volta sua atenção para a humanidade e natureza do homem, evoluindo
seu conhecimento nos ideais voltados ao trabalho, à ciência e à virtude e desenvolvendo de
forma integral e harmoniosa as duas facetas do homem: o Espírito e a Razão.

Assim, elevando-se em Espírito e dando Luz à Razão, cumprimos uma das premissas da
Maçonaria, tornando homens bons em homens melhores, livres e de bons costumes.

Buscar um lugar espiritualmente elevado significa erguer-se acima do mundo e das tentações,
orientado pela capacidade em guardar os mandamentos e servir ao próximo. Porém, não basta
apenas estar nos lugares elevados, mas também permanecer neles; e isto somente é possível se
houver o desejar e o despertar da fé, sendo fiéis e obedientes aos ensinamentos adquiridos ao
longo da vida e humanizando-se pela prática da caridade propriamente cristã.

Mazzini definiu que: "A vida é uma missão. Qualquer outra definição de vida desorienta aqueles
que a aceitam. Religião, ciência, filosofia, embora ainda discordem em muitos pontos, concordam
em que toda existência tem um objetivo." 
Teilhard de Chardin, disse que: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual,
somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.”

Se fomos criados à imagem e à semelhança de Deus, nascemos espiritualmente com o brilho da


luz. Deus é fogo, emitindo a luz mais pura. Então, Deus é luz; portanto, somos Filhos da Luz. Esta
luz é vida e as gradações existentes entre a luz e as trevas acham-se fora da concepção humana.
Quanto mais nos aproximamos do centro da luz, tanto maior é a força que recebemos e tanto
mais poder e atividade resultam. Se esta luz não brilha enquanto vivemos a experiência humana
é porque ela está apagada dentro de nós ou algo a fez obscurecer e perder sua plenitude. A luz
que guia o homem é a luz divina da verdade, mas a intensidade desta luz é controlada pela
chama que irradia dentro de cada coração, daquele que entende a verdadeira razão de viver,
amar e ser feliz. O destino do homem é elevar-se até aquele centro espiritual de luz.

Para aqueles cuja vida consiste unicamente na mera luz de sua inteligência, os mistérios divinos
da natureza não são compreensíveis, porque as palavras que a luz pronuncia, não são ouvidas
por suas almas; unicamente aquele que abandona o seu próprio eu, pode conhecer a verdade;
porque a verdade só é possível conhecer na região do bem absoluto. A inteligência sem Deus
enlouquece, põe-se a adorar a si mesmo e rechaça a influência do Espírito Santo.

A sabedoria, o conhecimento, a verdade, a razão e a aplicação da virtude é o princípio do


entendimento dos mistérios ocultos da natureza humana despojada na luz que dissipa as trevas.
A luz eleva a alma e o espírito, além dos limites do tempo. 

A lapidação do nosso interior é a primazia da elevação espiritual, imbuída no auto-


reconhecimento e na auto-estima e no equilíbrio entre a razão e a emoção. O desenvolvimento da
submissão e da humildade nos torna belo e espiritual, porque Deus nos criou assim. Há uma
infinita gratidão em ser feliz por sentir a fluência da alma.

Nietzsche diz que: “Quanto mais me elevo, menor fico aos olhos de quem não sabe voar.”  

Neste sentido e em percorrido o caminho do aprendizado rumo ao companheirismo percebemos


a transformação de seis pontos diferenciais, dos quais faço referência apenas com relação à
Estrela Flamejante que ilumina e brilha no Centro da Loja. 

O termo flamejante vem do fogo e é reconhecido pelos antigos como um dos quatro elementos do
mundo, sendo o fogo o princípio ativo, transmutador e transformador, que fornece calor, luz e
chama. 

A Estrela Flamejante representa o Sol que clareia o mundo físico, a ciência que resplandece
sobre o mundo espiritual e a sabedoria e o conhecimento na extensão da filosofia maçônica que
ilumina o mundo moral e é rigorosamente de origem pitagórica. 

Abrindo um parêntesis, sabe-se que Pitágoras nasceu por volta de 590 a.C. em Sidon na Fenícia.
Com cerca de 17 anos partiu para conhecer os países tidos na antiguidade como os mais
avançados nas ciências. Foi ao Egito, onde permaneceu por cerca de 20 anos com sacerdotes de
um verdadeiro colégio de sábios. Segundo seu pensamento, a ordem social estável e frutífera só
podia ser adquirida quando inspirada na natureza. Pitágoras decidiu criar uma escola onde
somente homens e mulheres escolhidos por suas inteligências e virtudes poderiam estudar. O
ensinamento pitagórico era feito em duas fases, divididas em 4 graus: Preparação, Purificação,
Perfeição e Epifania ou Iluminação Interior. Pitágoras ensinava que a saúde é uma condição
essencial, pois sem ela não há serenidade de espírito. A filosofia, dizia, consiste no equilíbrio dos
humores da alma e na harmonia dos movimentos do corpo. O sentido profundo da filosofia
pitagórica tinha como ideia essencial que Deus é todo harmonia e que a finalidade suprema do
homem é imitar a Deus. Por isso, dizia Pitágoras: a sociedade humana, que também constitui
uma unidade, deve ser como uma imagem do Universo, um organismo harmonioso. 

Continuando, à Estrela Flamejante possui a Letra G que é vista ao centro e descreve as palavras:
Geometria, Geração, Gravidade, Gênio e Gnose. Na ciência das linhas está a geometria que
simboliza a criação do Universo – o Ser Supremo – e aponta para a moderação dos
pensamentos, das palavras e das ações, equilibrada pela razão e pela justiça, no qual Deus – O
Grande Arquiteto do Universo – conhecido como God ou Gott é o criador de todas as coisas. 

Ainda, tiramos a lição da Segunda Instrução do Grau, onde na Geometria a Maçonaria tem que
ocupar um lugar polido no Edifício Social, enquanto que na Geração ela faz a obra da Vida. Com
relação à Gravidade, esta traduz que há uma força irresistível que une os Irmãos e ao Gênio
preceitua que o Maçom pesquisa a Verdade e aspira a sempre subir, aprimorando-se. A Gnose
inquire as Verdades Eternas.

Segundo Lavagnini a estrela de cinco pontas simboliza a imagem do homem, com as pernas e os
braços abertos, em correspondência com as quatro pontas laterais, sendo a cabeça
correspondente à ponta superior, representando o equilíbrio ativo e a sua capacidade de
expressão. Assim, simboliza que o homem se acha no centro da vida e, com a sua atividade,
irradia de si mesmo a sua própria luz interior, exatamente como se acha a estrela no espaço.

Varoli atribuiu às cinco pontas da Estrela os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da
Alma com o Mundo Material (tato, audição, visão, olfato e gosto), dos quais três servem à
comunicação fraternal, pois é pelo tato que se conhecem os toques; pela audição se percebem as
palavras e as baterias; pela visão que se notam os sinais. 

Contudo, José Castellani e Raimundo Rodrigues definiram que a Estrela Flamejante representa o
Homem Real, que deve ser a grande aspiração do Companheiro Maçom. A Estrela Flamejante é
luz e luz é o grande símbolo da Verdade e do Saber.

Para nós maçons, as luzes que cultuamos na Maçonaria nos proporcionam uma visão abrangente
e de muito valor para nossa vida, pois elas iluminam a estrada de nossa existência, no campo
mental e espiritual.

Gu Cheng, assim inspirou-se: “As noites escuras deram-me estes olhos escuros, mas eu usá-los-
ei para procurar a luz.” 

M. Maeterlink diz que: "Um ser só cresce na proporção em que amplia a sua consciência, e sua
consciência se amplia na proporção em que o ser cresce. Há aqui admiráveis permutas: e do
mesmo modo que o amor se revela insaciável de amor, assim também toda consciência se
mostra insaciável de elevação em virtude; toda elevação em virtude se mostra insaciável de
consciência." 

Richard Bach enfoca: “Uma nuvem não sabe por que se move em tal direção. Sente um
impulso... É para este lugar que devo ir agora. Mas o céu sabe os motivos e desenhos por trás de
todas as nuvens, e você também saberá, quando se erguer o suficiente para ver além dos
horizontes.” 

Enfim, o sentimento de satisfação estabelecido pelas relações profundas e duradouras no meio


em que vivemos é canalizado pelo desejo de pertencer a um grupo de pessoas com consciência
elevada, numa conexão de amor e fraternidade. Esta satisfação somente é alcançada quando
nossos pensamentos são positivos e alegres, projetando esperança, transmutando sombras em
luz e ouvindo a voz do silêncio e, a neutralidade destes pensamentos, nos dá a habilidade de
escutar e ser guiado por Deus. Bons amigos nos ajudam a permanecer em lugares elevados.  

Destarte, ainda temos muito que aprender. E é trilhando o caminho da sabedoria que seremos
mais humanos e dignos de compreender os mistérios ocultos e fazer novos progressos na
maçonaria.

Nesta ótica e à luz do aprendizado como aprendiz e companheiro maçom, ainda devemos vencer
nossas paixões e submeter nossa vontade. E submeter nossa vontade, vencendo nossas
paixões, é deixar prevalecer a vontade de Deus. Não importa o quão importante seja o que
queremos fazer, mas devemos deixar prevalecer a vontade de Deus. Separar o que é material do
espiritual é a vontade de Deus. Agir na consciência divina é abster das coisas que nos prendem
ao mundo material. A ambição é uma das formas de expressar a vontade do homem, quando
esta almeja as posses materiais. Ambiciosos aos olhos de Deus seremos ao buscar o
conhecimento espiritual. A nossa vontade é querer satisfazer nossas necessidades do ter e poder
ser ou estar e a vontade de Deus faz com que submetamos a nossa vontade no sentido de
desapego do que não é divino. E divino é fazer a vontade de Deus, submetendo a nossa própria
vontade. Achar que a nossa vontade é vontade de Deus é mera presunção para impor o que
queremos fazer com o apoio de Deus. 

Na compreensão destes pensamentos me elevo na luz, reportando à frase de Albert Einstein: "Eu
penso 99 vezes e não chego à conclusão alguma, mas, quando paro de pensar, surge a
verdade.”. 

Finalizo com Martin Luther King, o qual concluiu que: "Aprendemos a voar como pássaros e a
nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.”. 

E complemento: ainda não aprendemos, mas aprenderemos!

REFERÊNCIAS:

Bíblia Sagrada
Cartas Rosacruzes, Ed. O Pensamento
Constituição do Grande Oriente do Brasil
Ensinamentos Básicos dos Grandes Filósofos (S.E. Frost Jr.), Ed. Cultrix
Manual do Companheiro-Maçom 
O que é a Maçonaria (A.T. Albuquerque), Gráfica e Ed. Aurora
Ritual (REAA) 2º Grau – Companheiro

Peça de Arquitetura
Postado por Mattioli às 10:17 Nenhum comentário: 
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Aprendendo com os Gansos
A Etologia é o estudo do comportamento animal (geralmente em suas condições e ambiente
naturais). Deriva dos trabalhos do austríaco Konrad Lorenz (1903-1989) e do holandês Nikolaas
Tinbergen(1907-1988).

A criação dessa nova ciência valeu-lhes, juntamente com Karl von Frisch, o Prêmio Nobel de
Medicina e Fisiologia de 1973.

Muito demos a aprender com os animais, nossos "irmãos menores".

Quando os gansos voam, estabelecem uma formação em "V". 

A tal respeito, os cientistas fizeram algumas descobertas.

1. À medida que cada ave bate suas asas, cria-se uma área de sustentação para a ave seguinte.
Dessa maneira, voando em formação "V", o grupo inteiro consegue mover-se no ar, pelo menos,
71% a mais do que se cada ave voasse isoladamente. 

ENSINAMENTO: Pessoas que compartilham uma direção comum, com senso de equipe, atingem
resultados muito mais rápido e facilmente, porque se apoiam na colaboração e confiança mútuas.

EM LOJA, se nosso trabalho for sinérgico, associativo, e não competitivo, cumpriremos nossa
missão com menos esforço e mais eficácia.

2. Quando o ganso líder se cansa, há um revezamento. Ele vai para a parte de trás do "V",
enquanto outro ganso assume a ponta. 

ENSINAMENTO: O revezamento dos esforços permite avançarmos mais facilmente nas tarefas
mais árduas.

EM LOJA, a distribuição dos encargos, dos mais simples aos mais complexos, dos menos
relevantes aos essenciais, dentro de uma seriação, alternância ou escala de trabalhos, de modo
que todos cooperem na mesma tarefa, trará grande economia de energia e evitará a perda de
entusiasmo, por não ficarmos submetidos a atividades rotineiras e repetitivas. O trabalho
maçônico não deve ser motivo de estafa, mas uma fonte de prazer, enquanto cada um estiver
perfazendo suas funções.

3. Os gansos de trás grasnam para encorajar os da frente a manterem o ritmo e a velocidade.

ENSINAMENTO: Todos necessitamos ser reforçados com apoio ativo e encorajamento. Incentivo
e estímulo são fundamentais, quando queremos manter ou melhorar o ritmo e a velocidade de
nossas empreitadas.

EM LOJA, é de suma importância a presença e a participação de todos, fornecendo feedback,


reconhecimento, sugestões, críticas construtivas, encorajamento, esclarecimento, informações,
etc.

4. Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formação e
seguem-no, para ajudá-lo e protegê-lo. Eles o acompanham até que suas condições melhorem e,
então, os três reiniciam a jornada, juntando-se a outra formação, até encontrar o grupo original.  

ENSINAMENTO: Precisamos ser solidários nas dificuldades.

EM LOJA, temos que vivenciar o princípio básico da Fraternidade, oferecendo aos Irmãos apoio,
proteção, cooperação, caminhando ombro a ombro, como se fôssemos um só homem.

5. Sempre que um ganso sai da formação, sente, repentinamente, a resistência do ar e a


dificuldade de voar só. Rapidamente, ele retorna à formação, para tirar vantagem do poder de
sustentação da ave imediatamente a sua frente. 

ENSINAMENTO: Existe força, poder e segurança no grupo, quando rumando na mesma direção
e compartilhando de um objetivo comum.

EM LOJA, pela "egrégora" que se forma, recebemos a assistência espiritual de que carecemos e
o reforço moral para enfrentarmos as vicissitudes de nossa vida no mundo profano.

Peça de Arquitetura
Postado por Mattioli às 10:05 Nenhum comentário: 
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A Mais Terrível Enfermidade
"Ele Disse:"

Não há nada permanente embaixo do sol feito pelo homem. Sua vida tem sido uma eterna busca
à Perfeição, o que só encontrará, quando conhecer a si mesmo e usar a inteligência com o
equilíbrio da Consciência.

A mais terrível enfermidade do homem é o vício, destrói o corpo, escraviza a alma, liberta-se com
a morte e enterra-se no esquecimento.

Não é com promessas e palavras vãs que o homem consegue se elevar na altura que merece,
mas com atitudes e exemplos dignos de imitação.

Não contribua com tuas atitudes impensadas para que outros justifiquem seus erros, ilumine-os
com tua luz para que encontrem o Caminho da Verdade.

Faça somente promessas prudentes e fiéis que possas realizar com aquilo que tens e possas
possuir, para que não enganes aqueles que em ti confiaram.

Ninguém é injusto, quando não acredita naquele que prega sem primeiro dar o exemplo da
Verdade, se antes enganaste alguém, difícil será reconquistá-lo para sua redenção.

Regozija-te com teu amigo surdo-mudo, que com seus gestos sinceros e honestos, procura fazer
entendê-lo.

Envergonha-te de teres acreditado no arrogante mentiroso e falante orador. Olhai bem no rosto e
no fundo dos olhos do hipócrita que te dirige a palavra, descobrirás a máscara da mentira
escondendo a face sublime da Verdade.

Sem antes te conheceres, não poderás anular teus defeitos, não estarás preparado
suficientemente para ajudar o teu próximo, dando bom exemplo, passando Minha palavra adiante,
e para pertencer à Congregação dos Justos. 

Francesco - Espírito de Luz (Psicografada Pelo Médium Rui Souza)


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O Amor Divino
Devemos amar os nossos irmãos e confiar em nós os auxiliares invisíveis. 
Então, devemos amar a todos.
O amor é a maior força do universo e tudo existe pelo amor.
O amor é o ritmo de cada átomo, é o pulsar de cada coração.
O amor é o banque da alma.
O amor é onipotente e onipresente.
E todo aquele que tiver amor terá todo o poder criado por Ele próprio.
Não existem poderes superiores ao amor.
O amor é o próprio Deus em manifestação.
Aquele que ama tem Deus em si.
Não existem leis superiores ao amor.
O verdadeiro amor está na vontade de prestar auxílio, no sacrifício, na entrega.
Aquele que ama converte-se em um Deus.
O caminho para os mestres é o amor.
O amor traz em si todas as outras virtudes.
Quem ama a todos e a tudo se aproxima mais de sua alma.
A capacidade do ser de amar mostra o seu grau de conscientização e em nós o amor deve se
desenvolver até atingir uma proporção cósmica, universal.
O ser que se converte no amor irradia amor, vive amor, torna-se amor até a sua unificação com o
todo. 
Se nos transformarmos em amor seremos o caminho, a verdade e a vida.  
Seremos um com o Criador.
O amor deve ser algo presente em nosso ambiente, em todos os momentos. 
Deve ser levado a todos os seres que pulsam com vida, em todos os níveis de consciência.
Todas as almas que temos contato são os nossos instrumentos mais caros e devemos amá-los
por isto. 
Sejamos como a luz que ilumina a tudo e a todos.
Devemos amar a nossa vida como a manifestação prima do amor divino.
Impregnados de amor devemos nos expandir e abraçar a todo e a todos.
Saturemos de amor os nossos pensamentos para que as nossas ações sejam dirigidas por Ele e
potencializadas nessa energia de pura luz.
Devemos deixar fluir o nosso amor em nosso ambiente como o aroma de uma flor para ser
inalado pelos nossos derredores.
O caminho feito aos outros é um caminho feito por Deus.
Devemos sempre, sempre espalhar amor e ser sempre amoráveis, ternos, serenos, gentis e
humildes.
É necessário que amemos todos com o mesmo carinho, na mesma intensidade desde os objetos
inanimados, o ser unicelular, até os mais excelsos seres, das mais altas hierarquias, dos mais
elevados planos.
Amemos os seres que se esqueceram de sua origem divina e que trilham com seus olhos os
caminhos da escuridão porque também eles são os nossos irmãos, filhos do nosso Pai.
A nossa conduta deve ser sempre regulada pela lei do amor.
Amemos cada vez mais pura e profundamente até alcançarmos o coração vivo de todos os seres.
Todos os seres são nutridos pelo mesmo sangue vital. 
Todos estamos tão intimamente ligados que um sobre outros nos influenciamos mutuamente.
O verdadeiro amor não vê diferença em nada, tudo é igual. 
Todo é uma mesma coisa e deve ser amado indistintamente.
O coração universal pulsa na menor das criaturas. 
Pulsa na menor das criaturas vivas e o grande hálito universal é inalado em cada vida.
Somos luz, devemos irradiar vida a todas as criaturas que de nós carece.
Devemos sentir a união com todos os seres e a unidade com toda a vida.
Toda a vida é uma só. 
Somente a forma limita a expressão. 
Todos os seres são partículas de nós mesmos.
Nós, as pedras, as plantas, os animais, os anjos, os arcanjos, Deus. 
Somos um. 
Somos apenas um. 
Nós todos somos um. 
A chama divina única.
O sentimento de unidade, de fraternidade, de amor, deve torna-se realidades vivas presentes em
nossa vida e não apenas palavras.
O amor altruístico é a integração das vidas em uma única vida.
Somente compreenderemos que o mundo somos nós quando estivermos saturados de amor. 
Não basta apenas saber, é preciso sentir, é preciso ser.
Focalizemos nossa consciência além das formas passageiras e nos sintamos unos com todos os
seres conscientes. 
Desejemos ver a unidade em todas as manifestações. 
Devemos viver em tudo aquilo que de nós se aproxima. 
A grande lei rege que todos os seres se expressem em formas cada vez mais perfeitas.
Ajudemo-nos nesse início, pois somos também Deuses. 
Somos filhos de Deus. 
Portanto, somos Deus filho. 
Somos filhos do Criador. 
Assim, somos co-Criadores. 
Somos eu e você a expressão viva e manifestação do amor divino.
Por isto, somos amor.

Um Espírito de Luz
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SEXTA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO DE 2011
Um Dia Você Aprende Que...
Depois de algum tempo você aprende a diferença, 
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se,


e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aprender que beijos não são contratos


e que presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, 


com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,


porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima 


se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que não importa o quanto você se importe,


algumas pessoas simplesmente não se importam...

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,


ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança 


e apenas segundos para destruí-la, 

E que você pode fazer coisas em um instante,


das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades 


continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida,


mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitem escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos


se compreendermos que os amigos mudam,
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, 
ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida


são tomadas de você muito depressa,

Por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos 


com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprendemos que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, 


mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,


mas com o melhor que se pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.

Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo.

Mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão,

E que ser flexível não significa ser fraco ou não ter responsabilidade,

Pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,


sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes as pessoas que você espera que o chute 
quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve
e o que você aprendeu com elas 
do que com quantos aniversários você já celebrou.

Aprende que há mais do que seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que seus sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes 
e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva, tem o direito de estar com raiva,
mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame,
não significa que este alguém não o ame com tudo o que pode,

Pois existem pessoas que nos amam,


mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga,


você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás,

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma,


ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar...


que realmente é forte e que pode ir muito mais longe,
depois de pensar que não se pode mais.

E que realmente a vida tem um valor e que você tem valor diante da vida!

Nossas dádivas são traidoras


e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar,

Se não fosse o medo de tentar...

Willian Sheakaespeari

A Letra “G” e o Companheiro


A letra “G”, dentro do triângulo, constitui um símbolo da sublime interpretação do “gênio do
homem” subjugado pela força da vontade.
Simboliza o nome do Grande Geômetra, ou seja, do Grande Arquiteto do Universo.
Começamos a buscar algo sobre este assunto na Segunda Instrução do Grau de Companheiro.
Segundo a instrução, o Companheiro “é o obreiro reconhecido apto para exercer a sua arte e
consciente de sua energia de trabalho. Que tem por dever realizar, praticamente o plano teórico
traçado pelos mestres”.
Quanto à letra “G” diz a instrução, que significa geometria, geração, gravidade, gênio e gnose.
A geometria, tratada aplicável à construção universal; da que nos ensina a polir o homem e torná-
lo digno de ocupar o seu lugar no edifício social.
A geometria, que é a ciência da medida das extensões, ou medida da terra, lembra as regras do
Grande Geômetra para realizar a arquitetura do universo.
Na sabedoria dos gregos ela provou os diálogos sobre ordem, equilíbrio e harmonia do universo.
A geometria ensina-nos a construir um mundo mais pacífico e menos arrogante.
A geração é a conservação da espécie, devendo esta ser bem estudada, para uma melhor
produção futura, é a forma vital.
A gravidade para Newton é uma lei, que diz que a matéria atrai a matéria, já para os iniciados tem
um sentido mais íntimo e profundo que para os profanos, já que não limita-se a considerar as
relações entre os corpos físicos, mas sim o domínio moral e espiritual, sentindo e expressando
constantemente a presença da vida.
O estudo e perfeita compreensão desta lei é, por consequência, de uma importância soberana
para a Arte Real da construção individual e universal.
Esta arte tem que ser praticamente uma constante elevação de idéias, pensamentos, palavras,
propósitos e ações. Esta elevação não se consegue se não tiver sua base edificada sobre a lei do
amor, que une todas as coisas pelos laços invisíveis de sua unidade original.
O gênio é a exaltação profunda de nossas faculdades intelectuais e imaginativas. No gênio,
encontramos, pois, a mais elevada e sublime manifestação da geração; a criação ou produção do
que pode haver de mais belo, atrativo e agradável. a ciência, a arte e a religião, em todos os seus
aspectos, são igualmente obra do gênio interior do homem, que tende fazer do homem um
mestre. Cultivar o gênio deve ser o objetivo fundamental do Comp.’..
A gnose como ciência, está muito acima do “conhecimento vulgar”. é um processo muito utilizado
pela Maçonaria, onde os maçons estudiosos aprofundam seu exame do “eu interior”, com a
finalidade de aprimorar seu próprio espírito.
Não é uma religião, e sim uma ciência, toda de um processo dos mais naturais da consciência, do
autoconhecimento, seu nome é de origem grega, e tem como sustentação a filosofia, a ciência, as
artes e as religiões.
É filosofia, um conhecimento mais apurado em busca de uma elevada moral mais espiritualizada,
a fim de ser procedida sua reforma intima, desde que haja realmente um esforçado interesse de
encontrar os instintos inferiores ainda ativos, para dar-lhes combate e consequentemente fortificar
os bons princípios que sempre existem em todos nós; arte pelas investigações do belo em seu
interior; aprecia as religiões apoiando-as em tudo de bom que elas proporcionam aos fiéis, para
uma formação mais bem espiritualizada; ciência por não aceitar dogmas, só aceitando o que seja
concreto e possa ser provado cientificamente como real.
Podemos dizer, então, que a letra “G” é o espírito da genialidade que reflete no Comp.’..
Através desta genialidade, depois de buscar os conhecimentos e reconhecimentos interiores,
poderá demonstrar na prática a qualidade de Comp.’., um obr.’. de inteligência construtora, que
tem se convertido em tal, como resultado de um aprendizado fiel e perseverante.
Ir.’. José Helio Otoboni C.’.M.’. .
Bibliografia:
Trabalho do Ir.’.Cloves de Sena – Or.’.de Curitiba/PR.-
Revista A Trolha – Janeiro/02-
Trabalho do Ir.’.Xisto P. Ezquerro.

Salmo 133
Ter, 02 de Dezembro de 2008 09:17
CONSAGRAÇÃO A DEUS

DAVI

Na tradição hebraica, a figura de DAVI, rei de Israel, tem duplo significado; o de fundador do
poder militar judaico e o de símbolo da aliança entre Deus e seu povo.

A história de Davi é narrada na Bíblia, nos livros I e II de Samuel. Nascido em Belém, na Judéia,
entrou como harpista na corte de Saul, primeiro rei de Israel. Na guerra contra os filisteus, o jovem
Davi, armado com uma funda, matou Golias, o gigantesco campeão dos inimigos.

Essa vitória e outras que se seguiram despertaram o entusiasmo do povo e, enciumado, o rei
Saul resolveu eliminá-lo, embora este tivesse se casado com sua filha Micol e fosse amigo de
Jônatas. Davi então fugiu da corte, vivendo em seguida em vários lugares. Depois da morte de
Saul e Jônatas, Davi regressou á Judéia e sua tribo o nomeou rei, ao mesmo tempo em que as
tribos restantes elegiam Isbaal, o outro filho de Saul.

Na guerra que se seguiu, Isbaal foi morto e Davi tornou-se rei de Israel, fixando a capital em
Jerusalém e, para lá transferiu a Arca da Aliança, maior símbolo religioso dos israelitas.

Vários episódios dão á vida de Davi uma nota humana e realista, sobretudo seu adultério com
Betsabéia, mulher de Urias, para cuja conquista final teve de liquidar, indiretamente, o marido,
que era seu general e dessa ligação nasceu Salomão.

Davi era também extraordinário poeta e músico, e a ele se atribui boa parte dos poemas que
compõem o Livro dos Salmos. Na hora da morte, ungiu como rei seu segundo filho, Salomão. Seu
corpo foi levado para Belém e ali sepultado. Na tradição posterior, Davi foi apresentado como
garantia da união entre Deus e o povo.

SALMO 133

“OH! COMO É BOM E AGRADÁVEL VIVEREM UNIDOS OS IRMÃOS!

É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA, A QUAL DESCE PARA A BARBA, A BARBA
DE ARÃO E DESCE PARA A GOLA DE SUAS VESTES.

É COMO O ORVALHO DO HERMON, QUE DESCE SOBRE OS MONTES DE SIÃO.

ALÍ ORDENA O SENHOR A SUA BENÇÃO E A VIDA PARA SEMPRE.”

Este salmo tem sido atribuído ao Rei David. Há quem afirme que é obra do período pós exílio;
época que em forte clima emocional, é retomado o culto a JAVEH em plena Jerusalém.
Importante é que o tempo não apagou nem alterou tão profunda mensagem, tendo sido
transmitida com o tradicional zelo judaico através de gerações até chegar hoje, de forma familiar,
a todo maçom.

O Salmo encanta por sua singeleza, por sua mensagem direta, profunda, e pelas objetivas
analogias que encerra. Embora não nos seja familiar a imagem do óleo descendo da cabeça até a
gola das vestes sacerdotais ou o cenário do orvalho que dos montes (como o portentoso
Hermon), desceu até os vales.

Para transmitir o que esta unidade fraternal em sua essência significa, a poesia traz á consciência
de cada um o paralelismo com duas figuras bem familiares ao povo hebreu: A barba de Arão e o
Monte Hermon.

ARÃO:

Arão é o primeiro nome lembrado toda vez que se falar em religião judaica. A citação do seu
nome evoca um paradigma sacerdotal, a linhagem levita.

Arão, é o irmão mais velho de Moisés e seu principal colaborador. A figura de Arão possui, um
peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca e fundador da classe
sacerdotal dos judeus. Arão, membro destacado da tribo de Leví, viveu em torno do século XIV
A.C. De acordo com a descrição do Exôdo, era filho de Amram e Jocabed e três anos mais velho
que Moisés. Segundo a maioria dos biblícistas, se Moisés encarnava a visão profética, Arão
simbolizava a necessidade de um poderoso testamento sacerdotal.

Durante o exôdo do povo judeu, Arão é o escolhido por Deus para transmitir ao faraó e ao povo a
sabedoria por ele concedida a Moisés.

Em Exôdo: 4: 16," Ele falará por ti ao povo; ele será a tua boca, e tu serás para ele um deus".

Do mesmo modo, Arão ajudou Moisés a tirar seu povo do Egito, atravessando o deserto.
Enquanto Moisés se achava no monte Sinai, onde recebeu Os Dez Mandamentos, Arão deixou de
lado as recomendações do irmão e, ante as súplicas do povo, mandou construir a imagem do
Bezerro de Ouro. Isso provocou a cólera divina e Arão não teve permissão para entrar na Terra
Prometida. Apesar disso, Deus o consagrou sumo - sacerdote, fazendo com que de seu cajado
brotassem flores.

Foi o primeiro sacerdote dos hebreus, o escolhido pelo Senhor para o sacerdócio, introduzido no
tabernáculo ainda no Egito.

Em Números 3: 5-10, temos a declaração explicita de Jahveh:

"Disse o Senhor a Moisés: Faz chegar a tribo de Levi, e põe-na diante de Arão, o sacerdote para
que o sirvam, e cumpram seus deveres para com todo o povo, diante da tenda da congregação,
para ministrar no tabernáculo.

Terão cuidado de todos os utensílios da tenda da congregação, e, cumprirão o seu dever para
com os filhos de Israel no ministrar no tabernáculo.

Darás pois os levitas a Arão e a seus filhos; dentre os filhos de Israel lhes são dados. Mas a Arão
e seus filhos ordenarás que se dediquem só ao seu sacerdócio, o estranho que se aproximar
morrerá."

Em Exôdo: 40: 13-15, encontramos o comando de Jahveh a Moisés de forma definitiva: "Vestirás
a Arão das vestes sagradas, e o ungirás e o consagrarás, para que me oficie como sacerdote.... e
sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo durante as suas gerações”.

Unção!

É ato de ungir, sagrar alguém ou algo para uma função ou atividade elevada. Na liturgia hebraica,
a unção era atribuição privativa dos sacerdotes e estes; até a época de Salomão eram
exclusivamente da tribo de Levi.

Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra possessão nenhuma terás, e no meio deles
nenhuma parte terás, eu sou a tua parte e a tua herança.
Os Levitas administrarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua
iniquidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será.

Em Levitico: 8: 1-12, encontramos detalhes do ritual de sua “INSTALAÇÃO” como sumo -


sacerdote, celebrada por Moisés, conforme as instruções recebidas do Senhor. Na etapa final
desse que foi um dos mais solenes cerimoniais de "instalação" descritos no Velho Testamento, o
texto assinala :

"Então Moisés tomou o óleo da unção, e ungiu o tabernáculo, e tudo o que havia nele, e o
consagrou; e dele espargiu o altar e todos os seus utensílios, como também a bacia e o seu
suporte, para os consagrar. Depois derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão, ungiu-o
para consagrá-lo.

TABERNÁCULO, OU TENDA DA CONGREGAÇÃO , era o templo provisório, móvel, utilizado por


todo o período anterior á construção do Templo de Salomão, o que ocorreu por volta do ano 968
a.C.

Por todo esse histórico, Arão é personagem importante na história do povo judeu.

Como sacerdote, tinha o privilégio de participar do oficio e cerimoniais no tabernáculo,


apresentando diante de Deus as oferendas em nome do povo. Na qualidade ainda de sumo -
sacerdote tinha também a responsabilidade e suprema honra de ser o único a entrar uma vez por
ano no local "santíssimo " onde se encontrava a Arca da Aliança.

Sua consagração como sacerdote foi feita pelo próprio Moisés por meio do derramamento do óleo
sobre sua cabeça. O óleo que desceu sobre a sua barba até alcançar as suas vestes, reveste-se
de singular simbolismo no contexto.

O corpo envolto no óleo, simbolizando a consagração sacerdotal, estaria capacitando Arão de


representar todo o povo diante do Senhor. Era como se o povo judeu fosse, unido, representado
por um corpo - um corpo ungido - perante o Altíssimo.

É a esse óleo que o Salmo da Fraternidade se refere como "precioso". Sua composição,
transmitida pelo Senhor a Moisés, reúne apenas cinco ingredientes, em porções bem definidas:

"Tu pois toma para ti das principais especiarias: da mais pura Mirra quinhentos siclos, (Siclos:
moeda dos hebreus, de prata pura que pesa- va seis gramas), de Canela aromática a metade, a
saber, duzentos e cinquenta siclos; e, de Cálamo aromático, duzentos e cinquenta siclos; e de
Cassia quinhentos siclos e de Azeite de Oliveiras um him.

Cumpre ressaltar, a natureza santa desse óleo.

O sentido do termo Santo é separado, sagrado, consagrado. Não é comum, profano ou vulgar,
tanto que o próprio Deus adverte explicitamente:

EM Exôdo 30: 31-33 "Este me será o azeite da santa unção nas vossas gerações. Não se ungirá
com ele a carne do homem, nem fareis outro semelhante conforme á sua composição: santo é, e
será, Santo para vós. O homem que compuser tal perfume como este, ou que dele puser sobre
um estranho, será extirpado dos seus povos."

De acordo com o livro dos Números, Arão morreu no monte Hor com 123 anos de idade.

Outras fontes bíblicas, porem, afirmam que ele morreu em Moserá.

MONTE HERMON:
“É COMO O ORVALHO DO HERMON, QUE DESCE SOBRE OS MONTES DE SIÃO.

ALÍ ORDENA O SENHOR A SUA BENÇÃO, E A VIDA PARA SEMPRE.”

A outra figura lembrada pelo salmista nos transporta ao portentoso e belo monte Hermon, e o
orvalho que do seu topo se precipita aos montes de Sião.

Reputado como local sagrado pelos habitantes originais de Canaan, o monte Hermon situa-se na
região norte da Palestina hoje, na fronteira do Líbano com a Síria e, se eleva a 2.800 metros de
altitude. O cume do Hermon está permanentemente coberto de neve. Aos seus pés tem origem o
rio Jordão, responsável por tornar fértil toda a região conhecida como vale do Jordão, que se
estende da cidade de Dã até a região de Edom, ao sul do Mar Morto.

A fertilidade, isto é, a própria vida da região, é dádiva do monte Hermon. Se não fora o orvalho de
suas vertentes, não existiria o Jordão. A região vizinha é inóspita e sem chuvas. As águas
cristalinas do Jordão asseguram a irrigação e com ela a vida ao longo do vale verdejante.

É possível dai se entender o significado simbólico do "...orvalho do Hermon" e a paráfrase da


conclusão:

"Alí ordena o Senhor a sua benção e a vida para sempre”.

Duas figuras, o óleo que desce da cabeça de Arão e o orvalho do Hermon que também desce, eis
as analogias feitas pelo poeta para comparar as benesses da vida em união. Tudo se passando
como se ele tivesse dizendo que viver em união é como ter Arão como sacerdote, em intimo
contato com o Criador, interpretando nossas dores e alegrias e oferecendo os sacrifícios. Ou
então é como ter garantida a vida, que frui do Hermon até aos montes de Sião, assegurando a
fertilidade da região de onde vem nosso sustento.

Com estas duas figuras entendemos o que o salmista nos traz. Viver em união, como irmãos, é a
superação de todos os males. É sinônimo da máxima virtude humana. É quando os homens
ascendem ao clímax da felicidade. É a realização do EU coletivo. Não o seremos "eus" mas "nós".
A felicidade da vida em união é comparada com dois planos: o espiritual, simbolizado pelo óleo
sobre a cabeça ungindo Arão, que permite o homem alcançar o plano do EU superior. E material,
representado alegóricamente pela água que descendo do Hermon assegura a vida pela perene
fertilidade do solo.

De um lado o espirito – o compasso - de outro o corpo - o esquadro, e no meio o homem


plenamente harmonizado consigo mesmo, com os demais semelhantes, com a natureza (a terra)
e com o Principio Criador. O óleo, o homem, o monte e a água formam os símbolos e alegorias,
que nos levam a entender o significado da real união entre homens que se definem como irmãos.

O Salmo 133 consagra o puro e verdadeiro amor fraternal, essência para a construção dos novos
tempos. "Ali ordena o Senhor a sua benção, e a vida para sempre". Ele retrata os mistérios da
felicidade interior dos que vivem em harmonia com seus irmãos, tal como preconiza nossa ordem.
Feliz aqueles que compreendem o essencial deste poema, para alguns oculto, e, muito mais do
que isto, conseguem viver esta experiência.

O objetivo primário da Maçonaria é unir os Irmãos de tal forma que possam parecer um só corpo,
uma só vontade, um só espírito, formando um Templo coeso, compacto, de partes heterogêneas
formando um todo. Os Maçons, portanto, quando unidos pela Cadeia de União, não estão
absorvidos nem diluídos, mas ligados através da soma das forças físicas e mentais, existindo
individualmente no todo.
“Segui a palavra de Davi, é a voz de Deus na Terra ”.

Or.'. de Santo André, 04 de Novembro de 2001 E.'.V.'.

Irmão Antonio José Rodrigues

BIBLIOGRAFIA:

Texto elaborado a partir das fontes abaixo:

Bíblia.

Revista A Verdade nº 381.

Enciclopédia Britânica ( Barsa).

Dicionário Aurélio Eletrônico.

Revista 0 Milênio.

Ritual da Magia Divina - Os Salmos de Davi e suas Virtudes.

apoio e materiais fornecidos:

Cleanto Pereira : ARLS Lealdade Paulistana

Jair Mendes Ferreira : ARLS Cidade de São Paulo nº 416

Salmo 133 o Salmo do Grau de Aprendiz

Ir.'. João Alves de Oliveira Filho


Oficina Mestres do Vale Nº 1065o
Oriente Gov. Valadares - MG

TRABALHO MAÇÔNICO

" Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a
cabeça, o qual desce para a barba de Aarão e desce para a gola de suas vestes. É como o
orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o Senhor a sua bênção e a
vida para sempre".

Na abertura dos trabalhos de uma loja maçônica, no grau de aprendiz, do Rito Escocês Antigo e
Aceito, é lido o salmo 133, que exulta a união entre os irmãos, salmo este que também o foi da
ordem dos templários, fundada na época das cruzadas, como sabemos. Este salmo demonstra a
filosofia maior da Maçonaria. Nele está contidas a trilogia liberdade, igualdade e fraternidade.
o SALMO OU PSALMO: Do grego psalmos, de psallein é uma palavra grega com o significado de
tocar um instrumento de corda, o saltério, espécie de harpa, e é também um cântico
acompanhado de tal instrumento.

O saltério ou psaltério do grego; de psaltein é um instrumento musical de formato triangular ou


trapezoidal com treze ordens de cordas, que se faziam vibrar com uma pena ou com as unhas.

Os hebreus já conheciam o saltério e que foi introduzido na Europa após as Cruzadas.


Salmo foi o nome dado pelos Setenta ao hinário de Israel, isto é aos hinos ou salmos destinados
aos serviços corais do templo ou sinagogas, traduzindo por psalmos a palavra hebraica " mizmór,
" significando cântico com o acompanhamento de um instrumento de cordas.

O Livro dos salmos é uma coleção de 150 composições poéticas, as quais através dos gêneros
literários os mais diversos, apresentam conteúdo exclusivamente religioso.

Sendo a expressão da alma hebraica em oração, manifestam os mais variados sentimentos e


circunstâncias: júbilo e pranto, triunfos e derrotas, tranqüilidade e angústia, agradecimento e
louvor, enfim um tumultuar de afetos contados sempre com profunda suavidade.

Em hebraico, esta coleção denomina-se " tehillim ", da raiz " hálial " louvar, tratando-se portando
de louvores.

Na versão Grega dos Setenta, os Salmos vêm sob o nome de " psalterion " ou " psalmoi " o que
significa cantar com acompanhamento.

Do vocábulo Grego originou-se o nome dos Salmos em todas as línguas modernas, sobretudo as
neolatinas.

O livro dos salmos é uma reunião de cânticos e louvores ao Senhor, feitos por Davi, Asafe,
Salomão, a Moisés, a Etá e aos filhos de Coré. Teriam sido escritos no décimo século antes de
Cristo em diante.
Os salmos com já mencionam são 150 e estão distribuídos assim: 5 ( CINCO ) salmos que tratam
exclusivamente da glória da cidade de Jerusalém e o seu tempo passado e no futuro - São Eles:
Salmos 48, 84, 122, 132; temos 7 ( SETE ) salmos que são os chamados de penitenciais: São
eles: Salmos 6, 32, 38, 51, 102, 130, 143; temos 15 ( Quinze ) salmos que são conhecidos como
os Salmos do Peregrino - que são eles: 120 a 134; temos 1 ( UM ) salmo que é o familiar salmo
de ação de graças - que é o Salmo 36; temos o grande salmo da palavra de Deus que é o Salmo
119. E mais 6 ( SEIS ) que são conhecidos como os salmos das aleluias - São os: 111, 113, 115
a 117.

A fragilidade humana e a glória de Deus foram contrastadas no Salmo 90; o cuidado protetor de
Deus foi apresentado no Salmo 91. Os salmos incluem um vasto conteúdo de profecias
messiânicas: sendo 2 ( DOIS ) relativas aos sofrimentos de Cristo: São os Salmos 22 e 69; 4
( QUATRO ) Cristo como Rei; são os salmos 2, 21, 45 e 72; 3 ( TRES ) que falam de sua
Segunda vinda São os Salmos 50, 97 e 98; e fundamentalmente, o pequeno salmo 110, que
descreve Cristo como o filho de Deus.

Por todos esses fatores é que a abertura do livro sagrado, no primeiro Grau, o de Aprendiz, é feita
na parte central do livro, justamente no salmo 133. Todos nós conhecemos este salmo,
entretanto, poucos de nós sabemos que ele é denominado de salmo do peregrino; é a
peregrinação que o Maçom faz para " refrigerar " a sua alma; para alimentar o seu corpo
espiritual; para fortalecer a sua vida.
Não é suficiente, no entanto, apenas " ouvir-lhe " a leitura; é preciso, que as suas palavras sejam
aceitas e compreendidas. Procuremos analisá-las e desvendar o seu verdadeiro sentido, já que
essas palavras inspiradas por Davi foram escritas no décimo século antes da era Cristã.

Israel assim como seu povo é abençoado por Deus, dizem em histórias populares, que é os
povos escolhidos, situados entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca
majestosamente o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países vizinhos;
Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão, às suas
margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim com produz tudo o que se planta.

Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa de
qualquer parte da terra, é preciso " subir ", o que explica bem a razão de ser da expressão " das
subidas ", circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de onde se
destaca majestosamente o monte Hermon.

O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão alto, há neve em seu cume o
tempo todo, e é de lá, que vem o orvalho santo junto com as bênçãos; a neve derretida, forma os
rios e os lençóis de água, e por sua importância é que no salmo 133, destaca de forma tão bela.

Quando Davi falava " O quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos! " importância que dava
aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e Jerusalém por
sua vez, tratava à todos dessa forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de qualquer lugar.

E o óleo citado "...é como o óleo precioso... " era um perfume raríssimo à base de mirra e oliva,
usado para ungir os reis e sacerdotes, e ou aqueles que aspiravam a alguma iniciação;
Importante à ponto de comparar com os irmãos unidos e sua grandiosidade.

Agora quando fala "...é como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião... "
refere-se ao monte em sua pujança, sua importância para a existência de Israel, dos montes vem
o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.

Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de onde podemos
refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:
OS IRMÃOS:
Quando o Salmo 133, sugere "...que os irmãos vivam em união... " estamos traçando um
programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo, veremos que a palavra "
irmão " se revela uma necessidade entre os homens e era mesmo. Com toques divinos, não
menores necessidade que temos dela hoje, basta que encaremos o panorama humano dos
nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais profundo, ganância e
conquista sem escrúpulo.
O ÓLEO:
Deus escolhe Aarão e seus filhos para o sacerdócio, determinando o modelo, o material para a
confecção das vestes e demais elementos que seriam usados para o ofício sacerdotal. A
descrição dos elementos que deveriam compor o " óleo precioso ": Em 1 him (6 litros) de óleo de
oliva, 500 siclos da mais pura mirra, 250 siclos de canela aromática, 250 siclos de cálamo
aromático, 500 siclos de cássia e mais especiarias, tudo composto por um mestre perfumista.
Diz um historiador que estas especiarias custavam caríssimo, pois procediam de diversas regiões
e de outros países. Depois de feita e mistura, passava tudo por um processo de refinamento e
depuração, de modo que os seis litros iniciais se resumiam, no final, em cerca de 600 gramas.
Assim, os 1.500 siclos citados, mais o preço de outras especiarias não determinado, podemos
calcular que as 600 gramas finais do " óleo precioso, hoje no mercado não teria perfume de igual
valor financeiro. " Além disso, o óleo precioso era para ser usado unicamente pelo Sacerdote,
para santa unção, uma única vez por ano, quando o Sumo Sacerdote adentrava o Santo dos
Santos. E quem se atrevesse a compor um perfume como aquele, seria extirpado do meio do
povo. A fórmula era segredo da tribo de Levi, a tribo dos sacerdotes e transmitida às gerações
seguintes. Dizem que quando o sacerdote usava algumas gotas sobre sua cabeça, a fragrância
se exalava por todo o ambiente, por muito tempo e se estendia até o pátio externo.
AARÃO:
O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu principal colaborador,
possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca e fundador da
classe sacerdotal dos judeus. Aarão, Moisés e o seu povo, libertados do julgo dos egípcios,
depois de merecido descanso do lado oriental do mar vermelho, reiniciaram a marcha rumo ao
sul, pelas margens ocidentais da Península do Sinai, à procura de água potável, peixes, caças e
pastos para seus rebanhos.
Assim como faziam os beduínos-nômades, já instalados em campo aberto, parados ou em
evolução, distribuíram as doze tribos ( Famílias ) para cada grupo, assim como as doze colunas
dos templos maçônicos, formando um triângulo, ou seja, três grandes colunas de combate, como
faziam, naqueles tempos, os nômades dos desertos.
Na frente, estacionados ou em movimento, instalaram-se a grande coluna dos luminares ( LUZ ),
protegida pelos melhores combatentes prontos para qualquer eventualidade, a que denominaram
de coluna do Oriente.
Ao noroeste do triângulo, instalaram-se a coluna do Norte, igualmente em constante vigilância.
Ao sudoeste ficou a coluna do Sul. Ambas as colunas do Norte e do Sul, permaneceram em
vigília dia e noite a fim de se defender de possíveis ataques vindos da parte do Egito ou de
bandos de salteadores.
No centro das três colunas, naturalmente e sem mistério, instalaram-se os anciãos, mulheres,
crianças, enfermos, escribas e o grande timoneiro Moisés e o sumo sacertade Aarão, onde
discutiu com os escribas a elaboração de uma lei severa e forte que, depois de elaborada e
promulgada, foi denominada de Lei Moisáica, portando esta lei tornou-se insuportável, devido a
seu rigor como: Olho-por-olho, nariz-por-nariz, orelha-por-orelha, dente-por-dente e castigo
semelhante ao crime cometido. Em face dos clamores de muitos, pedindo de uma lei vinda de
Deus e não do homem, Moisés subiu o Monte Sinai para orar ao Criador e pedir inspiração na
feitura de uma lei justa e perfeita.
Eis que Deus, na sua bondade misericordiosa, atendeu as súplicas de Moisés, inspirando-o para
com espirito de justiça, amor e bondade, elaborar " O Decálogo de Deus, " consolidando desta
forma, o sistema politico-teocrático para a Nação dos Hebreus.
O decálogo de Deus, considerado por muitos como a primeira carta constitucional da humanidade
- embora reduzida - que veio consolidar o regime teocrático da Nação Israelita, era, sem dúvida,
uma reduzida e autêntica constituição Maçônica - O decálogo Sagrado e os 12 mandamentos da
bíblia Sagrada de hoje.
A BARBA:
Pêlos espalhados pelo rosto adornam a face do homem desde os mais remotos tempos, a barba
mereceu dos mais variados, novos semitas e não semitas da Antigüidade, uns tratos especiais
destinaram-lhe grandes cuidados. Não apenas um símbolo de masculinidade e podemos
exemplificá-la com os varões que engrandeceram o império Brasileiro, figuras imponentes pela
conduta e em particular, símbolo de austeridade moral.
Os Israelitas a que pertencia Aarão evidenciaram especial estima pela barba, a ela conferiam
forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua aparência, sua própria
dignidade. Os Israelitas por si mesmos, pelo que ela representava, raspá-la e eliminá-la do rosto,
demonstrava sinal de dor profunda.
AS VESTES:
De especial significado litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que tinham por missão
exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava de conformidade com os
diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.
Havia especial referência pela cor branca nas vestes, fios de lã azul, púrpura e vermelha, de linho
fino e de fios de ouro, enfeitado com bordados e estola sacerdotal, nas representações egípcias
contemporâneas ou posteriores ao médio império, os sacerdotes usavam um avental grosseiro e
curto, já o sacerdote leitor, usava uma faixa que lhe cobria o peito como distintivo de sua
categoria, enquanto que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação exibia uma pele de pantera.
No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala na proibição de
aproximar-se do altar através das grades, talvez um precursor do avental maçônico.
Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, descia pela barba e
escorria à orla de suas vestes.
O ORVALHO:
O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir de viço as
plantas, nada mais belas e nada mais sedutoras do que o frescor das manhãs, ver como as
folhas cobrem-se de uma colcha úmida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol que traz
luz.
No capim deposita-se o orvalho cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se umas às
outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parecem espadas de aço ao calor do dia, nas pétalas
floridas, formando-se pérolas do líquido cristalino, espelho da vida que exulta ao redor.
O MONTE HERMON:
Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do antilíbano do qual se separa um vale
profundo e extenso, apresenta-se na forma de um circulo, que vai de nordeste à sudeste.
Explicando um pouco mais, para entender a geografia dessa região que viram nascer a história
do mundo bíblico: O Antilíbano é a cordilheira que se estende paralelamente ao Líbano,
separando das planícies de Bekaa. De todas as cadeias montanhosas, é a que se posta mais ao
oriente, pois se desenvolve no nordeste ao sul-sudeste, por quase 163 quilômetros, suas
extensões e alturas são visíveis à partir do mediterrâneo; Seu ponto culminante é o monte
Hermon, com mais de 2.800 metros de altitude, possui neve em seu cume e de lá o vento traz o
orvalho.
". Um programa de televisão denominado Mosaico na TV ", trouxe há tempos uma reportagem
sobre uma excursão ao vale de Hermon, onde se cultivam cereais e frutos em abundância. Num
determinado trecho da reportagem, quando a câmera focaliza o topo do monte Hermon, o locutor
diz: " Se não fosse o orvalho que se acumula no topo do monte e que escorre pelas abas,
formando minúsculos, mas inúmeros regatos molhando o vale, ali seria um deserto". Ora, deserto
é morte; vale é vida. E é exatamente o que diz o versículo 3: " Ali o Senhor ordena a bênção e a
vida para sempre. "
O MONTE SIÃO:
Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não que seja santo por si mesmo, mas
porque o Senhor o escolhera para ser sua morada, para todos, o monte será um refúgio seguro e
inabalável.
O orvalho que escorre de Hermon para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é dele que
escorre o orvalho abençoado, todas as suas complacências.
A BENÇÃO:
Tudo que é bom e lhe é agraciado; Em Hebraico, seu significado é "berakak" palavra que deriva
de "Berek" que por sua vez significa joelho. Nota-se a relação entre uma e outra palavra, porque,
sendo a benção a invocação das graças de Deus sobre a pessoa que a recebe, deve ser colhida
com humildade e unção, portanto, de joelhos em terra, reverenciado e respeitosamente.
Para os Semitas, benção possui força própria, e por isso, é capaz de despertar a sua
potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por vibração,
carregada de energia dinâmica e magia.
" O onipotente te abençoará com a benção do céu, com as bênçãos do abismo, que jaz embaixo,
com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros ".
(Gênesis 49:25)
Assim " ...Porque ali o senhor ordena a benção e a vida para sempre... ".

Trabalho Realizado Por: Ir .'. João Alves de Oliveira Filho - M .'.M.'. 


A R L S Loja Maçônica Mestres do Vale Nº 1065
Oriente Gov. Valadares - MG -
BIBLIOGRAFIA:
o Colaboração Especial do Ir Luiz Carlos Lopes
Membro da Loja Maçônica Floriano Peixoto
Oriente: Aimorés - MG.
o Maçonaria - Um Estudo Completo
Escritor: Ir Júlio Doin Vieira
Editora Maçônica - A Trolha Ltda.
o Cadernos de Pesquisas Maçônicas - Caderno Nº 15
Escritor: Ir Hélio José Lopes
Editora Maçônica - A Trolha Ltda.
o As Origens da Maçonaria - 2ª Edição
Escritor: Ir Realino de Oliveira
Impressão: Esteva Empresa Gráfica - Juiz de Fora - MG.
o Escritor: Ir Péricles de Oliveira Prado
O Roteiro da Paz.

O PAINEL SIMBÓLICO DO GRAU DE COMP.`.


“Daí não sabemos o porquê de se colocar Três Painéis num Ritual do Rito Escocês, do Segundo
Grau, se não se ensina nada sobre eles – com a agravante ainda maior, quase não se faz
Sessões no Grau de Companheiro”.
Assis Carvalho (04/10/1934 – 03/11/2002)

I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A ausência de um Painel entapetado no centro do piso mosaico torna incompleta uma L.'. M.`.. A
sua presença é indispensável durante a realização da Reunião. Não é para menos, porquanto o
Painel representa um estandarte, ou insígnia, no qual os símbolos apropriados ao respectivo
Grau estão gravados para serem estimados, compreendidos e respeitados. É, pois, ritual
inevitável estendê-lo no início da sessão e enrolá-lo no final dos trabalhos.

Esta preocupação provém dos idos tempos da Mac.`.. A bem da verdade, quiça nesta época, a
representatividade do Painel fosse ainda mais significativa, pois os primitivos maçons
desenhavam os símbolos do Painel no chão, vivificando-os a cada início do encontro e ocultando-
os, para sua preservação, ao final. Isto porque, nesta ocasião, inexistiam os Templos M.`., assim
1º Experto era obrigado a riscar no centro dos Varandões dos canteiros de obras, a giz ou a
carvão, o desenho das ferramentas dos MM.'. Operativos e das Colunas e Pórtico encontrados
nas ruínas do Templo do Rei Salomão. Paulatinamente, estes Símbolos foram sendo
desenhados, pintados ou bordados permanentemente em um pedaço de pano, lona e tapetes que
receberam o nome de Painel.
Há 262 anos, de acordo com fontes históricas confiáveis, pôde-se, pela primeira vez, ver
impresso nos livros do Abade Gabriel Luiz Calabre Perau (1700-1767) o mais antigo Painel
Maçônico. Este guardava características peculiares, porquanto reunia símbolos e ferramentas
tanto de Aprendiz, como de Companheiro. Por este motivo, era identificado como Painel Misto
(Aprendiz-Companheiro) ou conjugado, tal como publicado no Livro de Revelações (Exposures):
primeiro, com o título de “Les Secretes des Francs-Maçons” (Os Segredos dos Franco Maçons,
1742 - 1a. Edição, Amsterdã) e, em 1745, numa 2a Edição do mesmo livro, com o título de
“L’Ordre des Francs-Maçons Trahi” (A Ordem dos Franco Maçons Traída). Este Painel já contava
com a presença de: Est.'. Flam.'., Letra “G”, Trolha, Globo, Pedra de Afiar, Luminárias (Sol e Lua)
e as Letras J e B.

É certo que o Grau de Comp.`. conta com o maior número de Painéis, comparado com os demais
Graus. Apenas a título de exemplo, além do Simbólico do 2o Grau que é objeto deste trabalho,
podemos mencionar ainda outros dois: Painel de Harris (Alegórico), no qual observa-se a Fonte
de Água Corrente e a Espiga, as Duas CCol.'. Vestibulares, a Escada em Caracol e a Câmara do
Meio; e Painel da Loja de Com.'., no qual estão representadas as Sete Artes, as Ciências Liberais
e as Cinco Nobres Ordens de Arquitetura.

No entanto, optamos por elaborar um estudo comparativo entre o Painel Conjugado e o Simbólico
do Grau de Comp.`. atualmente praticado em nossa Ordem. Objetivamos com isto confrontar o
passado com o presente, na tentativa de produzir efeitos instrutivos relevantes com elevado
conteúdo explicativo. 

III. ANÁLISE COMPARATIVA

Assim, comparando os Painéis Misto e Simbólico do 2º. Grau, é possível traçar o seguinte
quadro:

No Painel Simbólico, consta uma orla denteada que contorna todo o retângulo que o constitui,
presente também no Painel Conjugado. Esta orla simboliza a união fraterna que deve existir entre
os homens. No ponto médio de cada uma de suas faces, encontramos as marcas dos quatro
pontos cardeais. Em suas junções, também observamos uma Trolha – vista no interior tanto do
Painel Misto, como do Painel Simbólico; porém, neste na Col.'. do N.'. e naquele na Col.'. do S.'.,
simbolizando a indulgência e o perdão;

Na parte superior do retângulo que compõe ambos os Paineis, há representação de uma corda
com três (ao invés de cinco) nós, terminada por uma borla. Somente na Maç.'. Especulativa é que
apresenta significado, como, por exemplo, os “três laços de amor” ou a imagem da união fraterna
entre IIr.'.;
As Sete estrelas, que representam as sete Ciências Liberais, são representadas apenas no
Painel Simbólico;

Ainda na parte superior e à direita do Painel Simbólico, há o desenho da Prancheta de traçar ou


Prancheta da L.'., que constitui uma das três jóias fixas da L.'. de M.`.. Diferentemente, no Painel
Conjugado, não a observamos representada da mesma maneira que a anterior, isto é, pelas
cruzes quadruplas e de Santo André;

As duas luminárias (Sol e Lua) estão representadas de forma semelhante nos dois Painéis. Ou
seja, o Sol à esquerda e Lua à direta (como no R.'. E.'. A.'. A.'.). Entretanto, pode haver Painel
que os representem posicionados de forma diferente. Isto quer dizer que há Painéis diferentes
para Ritos distintos;

No Painel Misto, o Esquadro está presente na parte inferior do retângulo e o Compasso na parte
superior; portanto, não sobrepostos. No Painel atual do grau de companheiro e no nosso rito os
vemos entrelaçados com a haste esquerda livre direcionada à Col.'. do S.'.. Outra diferença é a
presença, no Conjugado, da letra “G” em destaque, no centro do retângulo e distanciada da Est.'.
Flam.'.; ao passo que, hoje, em nosso Ritual, estão representadas formando um único conjunto;

Do lado direito, na parte superior, média e inferior do retângulo que compõe o Painel Misto
observamos três janelas: uma entre o Comp.'. e a Est.'., outra abaixo do Pórtico e acima do Esq.'.
Ambas alinhadas medial e longitudinalmente. A terceira janela é observada na Col.'. do S.'. (no
seu ponto médio). De forma um pouco diferente, no Painel Simbólico, uma das três janelas se
encontra na parte superior do retângulo, alinhada com a Col.'. do S.'.. As duas outra são vistas,
uma na parte média desta Col.'. e outra na parte inferior do retângulo. Simbolicamente temos qu a
luz forte qu vem do o Oc.'.(acima do quinto degrau). De forma pouco diferente, no Painel
Simbólico, a terceira janela está no início da Col.'. do S.'.. Simbolicamente temos que a Luz forte
que vem do Or.'. é fraca na Col.'. do S.'. e escassa no Oc.'., mas ausente a luminosidade solar na
Col.'. do N.'., onde estão os AApr.'.;

Ainda na Col.'. do S.'. do Painel Simbólico vemos uma espada simbolizando a 5a viagem.
Ferramenta não encontrada no Painel Conjugado. Observa-se, ainda neste último, superior e
inferiormente, três tocheiros ou candelabros: dois na parte inferior direita e esquerda do retângulo
e um terceiro em sua parte superior direita;

Inferiormente, delimitando o Pórtico do T.'. no Painel Misto, encontramos duas CCol.'. com as
letras “J” e “B” externamente ao lado. No Painel Simbólico, ao contrário, estas letras se
encontram grafadas nas CCol.'. e de forma invertida, isto é, “B” à esquerda e “J” à direita;

Em ambos os Painéis vê-se o Pórtico do T.`. ao fundo e entre as CCol.'.. Entretanto, no Painel
Misto, esta representação se dá de forma um pouco diferente, ou seja, em uma linha central do
retângulo inferiormente à letra “G”, centralizada e abaixo de um triângulo suspenso por quatro
CCol.'. Curiosamente, aqui também se encontra a representação de três portas: uma logo acima
dos sete degraus, outra no ponto médio da borda lateral do retângulo e ainda uma no ponto
médio da linha superior desse retângulo à frente do trono do V.'. M.'. ;

Na extremidade inferior do retângulo, vemos a representação sobre o chão da L.'., reproduzida


pelo Pav.'. Mos.'., ao lado de cada uma das CCol.'., da P.'.B.'. e da P.'.C.'.. Estas P.`. são
observadas no Painel Conjugado alinhadas na Col.'. do N.'., sendo que a P.'.B.'. está superior e a
P.'.C.'. inferior;

O Maço (Malho) e o Cinzel (Escopro) são representados em uma peça única quando se observa
o Painel Misto, posicionados inferiormente junto e medialmente à Col.'. do N.'. Diferentemente, no
Painel Simbólico, os vemos como peças individuais, mas postados entre si de forma cruzada, e
posicionados inferior e lateralmente à Col.'. do N.'.;

O Nível e o Prumo encontram-se representados, respectivamente, nas CCol.'. do N.'. e do S.'. do


Painel Misto. Já, no Painel Simbólico, os vemos no centro do Painel, mas com a mesma
correspondência; ou seja, Nível à direita e Prumo à esquerda.

Em ambos os Painéis, o chão da L.'. está representado por um Pav.'. Mos.'. em diagonal;

Uma Alavanca entrecruzada com uma Régua é representada na Col.'. do N.'.. Não sendo
observada, assim como a Régua, no Painel Conjugado;

No Painel Misto, podemos ver a representação de uma Esfera medialmente alinhada com outros
símbolos. Entretanto, no Painel Simbólico, encontramos duas Esferas posicionadas no topo de
cada uma das CCol.'. “J” e “B”: uma, representando a Terra (Col.'. “B”) e a outra representando o
Céu (Col.'. “J”).

Na parte inferior de ambos os Painéis estão representados os degraus: cinco no Painel Simbólico
e sete no Painel Misto.

III. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Eis essencialmente as comparações possíveis de se formular entre o Painel Misto e o Simbólico,


dos quais nota-se pontos de contato e diferenças. Procuramos esta linha de pesquisa, pois
sabíamos que surtiriam efeitos pretendidos; e, de fato, surtiram. A contribuição proporcionada por
este trabalho comparativo à nossa cultura maçônica foi significativa, já que alcançamos algumas
conclusões de suma relevância. Sem esgotar todas, três nos parece importantes para, por ora,
nos atermos.

A primeira delas nos ensina a evolução dos símbolos sem desconciliar-se com a tradição. Do
Painel Misto ao Simbólico, nota-se claramente o enriquecimento simbólico, tanto assim é que
houve a desvinculação dos Graus. Os AAp.`. e os CComp.`. conquistaram seu próprio Painel; por
conseguinte, os respectivos símbolos tornaram-se mais ricos e detalhados, sem, contudo, perder
a essência da tradição simbólica destes Graus.

Notamos ainda o poder de criação do homem para ampliar as representatividades do Painel. No


Misto, inexistem, por exemplo, as sete estrelas. No entanto, quão os M.`. se desenvolvem no
estudo deste símbolo? É imensurável; e hoje, no Painel Simbólico, temos à disposição o poder
desta imensidão de significados. Por meio destes símbolos, podemos estudar a representação
das Ciências Liberais, com toda sua extensão de valores.

Este ensinamento nos leva a outro, tão ou mais relevante: “Símbolo estático é símbolo superado
na Maçonaria” (Trolha, 2002, p.45). De fato, a simbologia é rica em significados, e são estes que,
a nosso ver, influem diretamente na necessária vivacidade dos símbolos, propulsando a
evolução, com o cuidado - a se ter sempre - de não romper com as tradições.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

ASLAN, Nicola. Grande Dicionário de Maçonaria e Simbologia. Londrina/PR, Ed. A Trolha, 1996,
4v.

BELTRÃO, Carlos Alberto Baleeiro. As Abreviaturas na Maçonaria. São Paulo: Madras Editora,
1999.

CARVALHO, Assis. Companheiro Maçom, 2a ed., Londrina/PR, Ed. A Trolha, 1996.

CARVALHO, Assis. Símbolos Maçônicos e Suas Origens. Londrina/PR, Ed. A Trolha, 1996.

CARVALHO, Assis. Instruções para Loja de Companheiro: REAA. 4a ed., Londrina/PR, Ed. A
Trolha, 2002.

CASTELLANI, José e RODRIGUES, Raimundo. Cartilha do Companheiro, 2a ed., Londrina/PR,


Ed. A Trolha, 2002.

GRANDE ORIENTE do BRASIL Ritual – 2o Grau – Companheiro. Brasília, DF, 2001.


O Templo Maçônico
INTRODUÇÃO.

“A humanidade seria muito mais feliz se todos fossem maçons “.


O que esta frase tem haver com templo maçônico?
Bem, o templo maçônico, lugar propositalmente fechado, isolado completamente do mundo
exterior, é onde se reúnem os homens livres e de bons costumes com o objetivo firme de divulgar
e praticar a igualdade, liberdade e fraternidade com justiça.

O templo maçônico, em todos os ritos, segue, bem de perto, a orientação e a decoração do


templo de Jerusalém e do tabernáculo.
De acordo com o texto bíblico, Moisés, seguindo as instruções recebidas no Sinai, mandou
construir o Tabernáculo (em hebraico, suká: tenda), para os ofícios religiosos, durante a vida
nômade do deserto, desde a saída do Egito, e para a guarda do Torá, conjuntos de textos
sagrados hebraicos, conhecidos como o Pentateuco (Gênese, Êxodo, Números, Deuteronômio e
Levítico).

Estaremos dissertando neste trabalho os diversos pontos importantes sobre o templo tais como:
As Colunas, J B e as Romãs; Os 12 signos; Pavimento Mosaico e a orla dentada; A corda de 81
nos; Altar dos Juramentos; O Delta luminoso, sol, lua, O trono do venerável, as 7 luzes e o Painel
da loja.

AS COLUNAS DO TEMPLO.

Normalmente, em Templos Maçônicos, encontramos na entrada as 2 colunas


“B” e “J”, estando “B” a esquerda de quem entra e “J” a direita; de cada lado do Templo
visualizamos 6 Colunas e, sobre os tronos, 3 colunas menores.

A palavra “coluna” se origina do latim e seu significado refere-se ao sustentáculo vertical. Com
exceção das colunas “B” e “J” , muitos autores não vêem, para as demais colunas, nenhum
significado simbólico, a não ser o de representarem o sustentáculo do Templo. Outros autores
citam que as colunas representam os principais oficiais da Loja, sendo cada coluna ornamentada
por um signo do zodíaco. Desta maneira temos:

Venerável Mestre: Sol


1º Vigilante: Netuno
2º Vigilante Urano
1º Experto Saturno
Orador Mercúrio
Secretário Vênus
Tesoureiro Marte
M\ de Cerimônias Lua

As quatro demais colunas são normalmente distribuídas ao Hospitaleiro, ao Porta Estandarte e


aos Diáconos. Por outro lado e independentemente da determinação acima, cada um de nós é
Coluna de seu próprio Templo e, portanto, sustentáculo espiritual da Maçonaria.

Se, no entanto, existem diferenças relativas a importância dada as12 Colunas, tal não se dá em
relação as Colunas “J” e “B”. Estas têm significado histórico e possuem forte representação
Simbólica. A presença delas protegeria aquele que recebesse de Jeová a consagração de ser Rei
ou Sacerdote. A presença de uma dessas colunas simboliza, portanto, a presença do próprio
Senhor.
Sobre elas iremos tecer alguns comentários:
As Duas Colunas: (1º Livro dos Reis, Cap. VII - Bíblia).
O Rei Salomão trouxe de Tiro, um artesão de nome Hiram Abif, israelita por parte de pai e
nephtali, por parte de mãe. Esse homem foi quem executou todos os ornatos do Templo de
Salomão, incluindo, portanto, as 2 colunas construídas em bronze. Simbolicamente essas
representavam as 2 colunas de homens que Moisés dirigiu quando da saída dos Hebreus do
Egito.

No alto das duas colunas, ele colocou um ”capitel “ fundido em forma de lírio. Ao redor deste, uma
rede trançada de palmas em bronze, que envolviam os lírios. Desta rede, pendiam em 2 fileiras
de 200 romãs. À coluna da direita foi dado o nome de J e à da esquerda, B. Atribui-se a cor
vermelha – ativo, Sol -- à coluna J\ e a cor branca ou preta – passivo, Lua – à coluna B\. O
Vermelho significa inteligência, força e glória; O Branco, beleza, sabedoria e vitória.

Há quem esclareça que as colunas se destinariam a guarda dos instrumentos e ferramentas dos
operários e que junto a elas, seria o local onde os operários receberiam seus pagamentos pelos
serviços prestados. Nestas colunas estariam, portanto, guardados as espécies e o ouro com o
que os operários eram pagos. No entanto, pelo tamanho das colunas fornecido pela Bíblia, seria
impossível, em tão pequeno espaço, caberem todas as ferramentas e instrumentos alem do ouro
e espécies. Também, em nenhum momento a Bíblia cita as colunas como local possuidor de
portas de armários. 

AS ROMÃS, OS LÍRIOS E AS CORRENTES.

Os Lírios simbolizam a pureza e a virgindade: a beleza feminina. Representam a chama pura e


fecundante: o calor.

As Romãs simbolizam a virilidade masculina. Romã é um fruto possuidor de sementes


avermelhadas unidas e de sabor agridoce. O vinho proveniente do cultivo da Romãzeira –
utilizado desde os primórdios de Israel – possui propriedades afrodisíacas.

O grande número de grãos que a Romã possui e sua propriedade afrodisíaca, fez com que a
mesma fosse considerada, na Simbologia popular, como sendo a representante da fecundidade e
da riqueza. Este, talvez, seja o significado mais correto para as Romãs colocadas sobre as
colunas de Salomão. No entanto, também, são simbolizadas como sendo a força impulsionadora
para o trabalho e dispêndio de energia.
Na Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados numa polpa transparente, simbolizam os maçons
unidos com energia e força para realizarem o trabalho.
Sete voltas de Correntes envolvem o capitel das colunas. Entre os antigos, as correntes
representavam o cativeiro, mas, o verdadeiro significado dessas correntes nas colunas é obscuro.
Para a Maçonaria representam, por um lado, os laços que acorrentam os profanos e por outro, a
união dos maçons.

O PAVIMENTO DE MOSAICO.

Estendido no centro do templo, o Pavimento Mosaico é um tapete retangular, que evoca o quadro
da loja. É representado por uma série de quadrados alternadamente brancos e pretos, que
lembram o tabuleiro de xadrez, jogo de origens sagradas, e de relevantes significados simbólicos.
Os quadrados brancos e pretos simbolizam respectivamente a luz e as trevas, ou o dia e a noite,
e em geral, congregam todas as dualidades cósmicas surgidas da reflexão bipolar da Unidade ou
Ser Universal. Esta dualidade, é encontrada também na simbologia oriental do YIN-YANG. Onde
YIN, representado pela cor preta simboliza a energia negativa, e o YANG ao contrário simboliza a
energia positiva.
Segundo os orientais, a harmonia cósmica é obtida através da perfeita combinação YIN-YANG,
que encontrados em todos os fenômenos da natureza, se complementam, proporcionando um
perfeito equilíbrio em todas as atividades do universo. Sendo assim, a cor branca simboliza as
energias ativas, masculinas, é o Sol, enquanto a cor preta simboliza as energias passivas,
femininas e terrestres. Ambas se complementam, e determinam em sua perfeita interação o
desenvolvimento e a própria estrutura da vida cósmica e humana. Essa estrutura, é gerada pela
confluência de um eixo vertical (celeste) e outro horizontal (terrestre), que no mosaico formam
uma trama quadriculada, que reflete as tensões e equilíbrios a que está submetida a ordem da
Criação. Podendo equiparar-se também ao tempo (eixo vertical) e espaço (eixo horizontal), as
duas coordenadas que estabelecem a existência de nosso mundo e de todas as coisas nele
incluídas. O significado do Pavimento Mosaico aplica-se perfeitamente à loja Maçônica, recinto
sagrado onde cada uma das partes ou seu conjunto constituem uma síntese simbólica da
harmonia universal. Comparado a mandala, o pavimento mosaico é uma imagem simbólica da
Ordem, onde o iniciado tem de se integrar plenamente, conciliando todas as influências
procedentes do céu e da terra, que lhes permitirão recuperar a unidade de seu ser.

A ORLA DENTADA.

Simboliza a união dos Maçons. Os dentes representam os planetas que giram no Cosmos. Cada
dente tem o formato de um triângulo. O Triângulo expressa a espiritualização dos Maçons que
partindo da individualidade unem-se de forma indissolúvel, em torno de um ideal. Fisicamente
dentro do Templo existem 2 Orlas Dentadas: uma ao redor do Pavimento dos Mosaicos; a 2ª
contorna no Ocidente o pavimento da Loja.
O ALTAR DOS JURAMENTOS.
O Altar dos Juramentos é a parte mais sagrada de uma Loja. Este Altar derivou-se do Altar dos
holocaustos, construído por Moisés, sob as ordens diretas de Deus.Na Maçonaria este altar que é
simbólico, representa um altar de sacrifícios eis que ali o Neófito deixará, quando de seu
juramento, todos os seus vícios e as suas paixões em holocaustos ao grande Arquiteto do
Universo.
A posição do Altar dos Juramentos no Rito Escocês determina que seja ele colocado no eixo da
Loja sobre a metade superior do Pavimento do Mosaicos, isto atendendo as considerações de
ordem histórica e filosófica. O Altar dos Juramentos simboliza a Beleza do Caráter e constituindo-
se no pilar principal. Há que se entender que o sistema filosófico da Maçonaria gira em torno de
um ideal representado pelo Altar da Loja como fulcro de toda filosofia Maçônica. Sobre o Altar dos
Juramentos encontra-se o Livro da Lei, um Esquadro com seus ramos voltados para o Oriente e
um Compasso aberto com as pontas voltadas para o Ocidente e colocadas sobre o Esquadro.
Painel da Loja – Por Painel entende-se o Quadro que a Loja apresenta por ocasião da abertura
dos trabalhos. Três são os quadros de uma Loja: Painel da Loja de Aprendiz; de Companheiro e
de Mestre. Nos graus filosóficos normalmente não se usa a denominação Painel, mas, Emblema
ou Escudo correspondente ao grau. 
No Painel estão desenhados todos os símbolos maçônicos, necessários ao desenvolvimento dos
trabalhos de seu respectivo grau. A sua colocação na Loja indica que continua viva toda a
simbologia que orienta os trabalhos.
A colocação do Painel idealiza também, que nenhum trabalho seja iniciado sem que antes tenha
havido um planejamento das atividades, ou seja, todos os participantes, ao adentrarem ao
Templo e olharem para o Painel, estarão cientes do grau em que os trabalhos serão realizados.
No inicio, os símbolos do grau eram desenhados, com giz, no chão, transformando o local num
Templo. Posteriormente passaram a ser pintados ou bordados sobre panos ou tapetes. Em 1820,
John Harris desenhou os Painéis que, salvo pequenas modificações, se encontram em uso até o
presente.

TRONO DE SALOMÃO.

"Ao Trono de Salomão somente poderão estar assentados o V.: M.: e, quando for o caso, a mais
Alta Autoridade Maçônica do Simbolismo presente na sessão, à direita do V.: M.: . O ex-
Venerável não mais ocupa lugar no Trono de Salomão à esquerda do V.: M.: . Quando da Circ.:
do Tronc.: de Benef.: e da Bolsa de PProp.: e IInf.:, o Ir.: M.: de CCer.: e o Ir.: Hosp.: deverá (sic)
colher a Pr.: e o Óbolo de todos que estiverem assentados ao Trono de Salomão".
Peço vênia, apesar do respeito pelos autores, para discordar, veementemente. do texto, antes
que ele influencie maçons novos e inexperientes:
Trono de Salomão só existe na cerimônia de Instalação de Veneráveis, a qual é encenada como
tendo sido realizada no palácio de Salomão, onde existia, realmente, o Trono ; no templo não
havia esse Trono. O assento que se encontra no Oriente, sob o dossel, no REAA, é,
simplesmente, o Trono, e mais nada. Não é de Salomão e nem do Venerável.
Outra coisa: Trono é uma só cadeira. Como é que podem estar sentados no Trono (e não ao
Trono), ao Altar, o Venerável e a mais alta autoridade do Simbolismo? Ocupam a mesma
cadeira? E. se o ex-Venerável ainda ali tivesse assento, seriam três no mesmo lugar? Da mesma
maneira, como podem, o Mestre de Cerimônias e o Hospitaleiro colher pranchas e óbolos de
todos que estiverem assentados ao Trono "de Salomão", se o Trono é um lugar único?
O correto é dizer que, sentados ao Altar, ficam, o Venerável, no Trono, e a mais alta autoridade
do Simbolismo, num lugar á direita do Venerável, o qual é exclusivo. Essa, inclusive, foi uma
concessão do novo ritual do Grande Oriente do Brasil à vaidade de alguns maçons
"notoriedades", porque, na realidade, esse lugar é privativo do Grão-Mestre, ou de seu Adjunto
(Deputado Grão-Mestre), em qualquer lugar em que a Maçonaria seja praticada seriamente e não
para servir a pavões. O ritual original, feito pela Grande Secretaria Geral de Orientação
Ritualística, preconizava isso, mas, depois de tantas “luminares" mexerem nele, inclusive um
Grão-Mestre estadual, que é do Rito Moderno, deu no que deu: ele continua deturpado, porque
mexer todo mundo quer mexer, mas mexer com base, com pesquisa e com autoridade, poucos
fazem e poucos podem fazer.

O SOL.

O Sol é o vitalizador essencial, possuidor de uma generosa fecundidade. Sem ele não
existiríamos.
O Sol, sendo entendido como fonte de vida, passa a ser, automaticamente, a majestade, a luz
principal, a fonte de todo o conhecimento e saber, o símbolo da espiritualidade, o ponto central de
todas as coisas.
O Sol pode ser associado ao Irmão Orador, pois, este deve emanar a Luz como guarda da lei
maçônica.
No Templo, o Sol fica no oriente, atrás do Venerável Mestre.

A LUA.

A Lua, é o reflexo do sol. Representa tanto quanto o sol, a saúde, pois, recebe e reflete os raios
do sol.
A Lua é associada ao Irmão Secretário. Tradicionalmente, o Irmão Secretário, apenas registra as
palavras do Irmão Orador (Sol), daí, sua associação com a Lua que reflete, simplesmente, a luz
recebida do Sol.

DELTA LUMINOSO.

O Delta Luminoso está localizado no Oriente, entre o Sol e a Lua, alteando o trono do Venerável
Mestre. Simboliza a principal luz da loja, da qual saem os raios vivificadores que iluminam e
aquecem todos os irmãos, em igual forma e intensidade. É o símbolo do Ser e da Vida, uma
figura com 3 lados e 3 ângulos que se mostra indivisível. No centro deste triângulo eqüilátero
encontra-se um olho humano, representando o “olho divino” simbolizando o Poder Supremo com
a sua principal característica, a Onisciência, na qualidade de principal entendimento divino que o
povo traduz na frase: “Deus vê tudo...”

A CORDA DE 81 NÓS.

Corresponde a uma corda formando de distância em distância nós emblemáticos, chamados


laços de amor, em número de 81 que percorrem toda parte superior dos Templos Maçônicos
terminando suas extremidades diante das Colunas B e J onde pende uma borla de cada lado,
indicando que os laços de fraternidade devem se estender para fora do templo.

Estão também representadas no painel do Grau de Aprendiz e indicam os laços de a união e a


fraternidade que deve abranger a todos os Maçons do mundo.

A corda de 81 nós também tem relação com outros símbolos do templo, são eles : a Orla Dentada
, o Pavimento Mosaico , a Cadeia de União e as Romãs, símbolos estes que relembram a todos
os Maçons espalhados pela superfície do globo, que formam entre si uma única família.

SIGNOS.

Sinal, símbolo. 2.Cada uma das 12 constelações que se localizam na faixa do Zodíaco que
corresponde 1/12 desta faixa da esfera celeste, tendo, assim, 30º de extensão. E cada signo está
representado por uma forma e ligado a um anjo a saber:Áries/Shamael, Touro/Hanniel,
Gêmeos/Raphael, Câncer/Gabriel, Leão/Mikhael, Virgem/Raphael, Libra/Hanniel,
Escorpião/Shamael, Sagitário/Zadkiel, Capricórnio/Orifiel, Aquário/Orifiel, Peixes/Zadkiel.

Assim como as doze colunas da Loja indicam os doze signos do zodíaco, dentro do corpo físico
se acham doze partes, doze faculdades influenciadas por aqueles signos e repartidas em redor
do sol espiritual no homem,representar um ideal mais esotérico. Semelhante ao sol colocado
entre os signos, assim e o verdadeiro homem; está dentro do corpo físico, está suspenso entre
duas decisões donde vai nascer seu futuro espiritual, depois de haver nascido seu ser físico.
Obs.: Algumas Lojas as doze colunas são representadas pelos doze quadros dos signos.
O ano tem 12 meses; Jacob teve doze filhos; Jesus doze Apóstolos, e o homem, como
contraparte de lei cósmica, tem doze faculdades de espírito em si. Durante o ano, o sol visita seus
doze filhos do Zodíaco; o Sol Cristo, no homem, também vivifica durante o ano as doze
faculdades representadas pelos filhos de Jacob ou apóstolos de Jesus.

CONCLUSÃO:

Todos sabemos das grandes influências exercidas por maçons, em fatos históricos em todo o
mundo. No Brasil especificamente, o cidadão comum, desde que possuidor de um nível cultural
razoável, sabe o quanto foi decisiva, para fatos relevantes de nossa história, a participação da
maçonaria. É claro que os tempos mudaram. No entanto, ninguém pode apagar a história e estes
fatos, podem se constituir na grande arma de que dispõe a maçonaria, para fortalecer o seu
exército, trazendo para suas fileiras um número maior de seguidores. Homens de conduta
também exemplar, preferencialmente cultos e com capacidade de desenvolver liderança e formar
opinião. Já existe uma movimentação maçônica neste sentido, nas universidades. Serão os
maçons do futuro, e que certamente ocuparão lugar de destaque em nossa sociedade.
Em síntese, poderíamos admitir como verdade, que a humanidade seria muito mais feliz, se todos
os homens fossem maçons. Esta seria uma situação ideal, apenas teórica. Mas considerar que
todos os homens gostariam de viver a prática dos princípios maçônicos é real e perfeitamente
possível. Estaríamos vivendo em uma sociedade, onde o próprio homem exerceria uma
permanente vigilância sobre si mesmo, sem oportunismos, egoísmos e vaidades pessoais.

Bibliografia:

01) Boucher, J. - "A Simbólica Maçônica"


02) Camino, R. da – "Dicionário Filosófico de Maçonaria"
03) Castellani, J. - "Cartilha do Aprendiz" e "Dicionário Etimológico Maçônico"
04) Charlier, R. J. – "Pequeno Ensaio Simbólica Maç nos Ritos Escoceses"
05) Christian J. – "A Franco-Maçonaria"
06) Figueiredo, J. G. – "Dicionário de Maçonaria"
07) Moreira, A. P. – "Chave dos Mestres"
08) Prado, Luiz – "Roteiro Maçônico para o Quarto de Hora de Estudos"
09) Pusch, J. – "ABC do Aprendiz"
10) Santos, S. D. – "Dicionário Ilustrado de Maçonaria"
11) Tourret, F. – "Chaves da Franco-Maçonaria"
12) "Ritual do Simbolismo – Aprendiz Maçom"
13) Comentários ao Ritual de Aprendiz de Nicola Aslan - Editora Maçônica.
14) Maçonaria Mística de Rizzardo Da Camino - Editora Aurora
15) Assis Carvalho - Caderno de estudos maçônicos (O Aprendiz Maç Grau1)
16) José Castellani - Maçonaria e Astrologia
17) José Castellani - O Grau de Aprendiz Maçom
18) Rizzardo da Camino - O Aprendiz Maçom
19) Edição 1999 - Ritual do Grau de Aprendiz
20) Aslan, N. – "Comentários ao Ritual de Aprendiz Vade – Mécum Iniciático"
21) José Castellani - A Maçonaria Moderna
POSTADO POR CIDADEMAÇONICA ÀS 03:50 

O PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ MAÇOM


O painel da loja é um quadro que representa os símbolos, alegorias e ensinamentos que devem
nortear cada irmão maçom no seu respectivo grau. “No painel da loja condensam-se todos os
símbolos que deveis conhecer e, se bem os interpretardes, fáceis e muito claros ser-vos-ão as
instruções subsequentes"[1]. Esta peça, em particular, tratará apenas do painel atinente ao grau
de aprendiz maçom.
A FORMA DA LOJA é de um quadrilongo, com comprimento do Oriente ao Ocidente, largura do
Norte ao Sul, profundidade da superfície ao centro da terra e com altura da Terra ao Céu. Estas
medidas e extensões imensas simbolizam a universalidade da maçonaria, bem como da
grandiosidade dos serviços que cada irmão maçom deve desempenhar. A Loja orienta-se da
mesma forma como o “caminhar solar”, ou seja, do oriente (nascente) até o ocidente (poente).
O DELTA LUMINOSO está no Oriente, de onde se emana toda a luz. Representa a tríade divina:
no campo físico, a criação; no campo astral, o Princípio Criador; e, no plano espiritual, o Deus, o
Grande Arquiteto do Universo. Interpretado também como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A
presença, a permanência e a vigilância divina sobre todos.
O SOL é o símbolo do elemento vital ativo. Detentor de luz própria e que está diretamente ligado
com a fecundidade. A LUA é reflexo do Sol, é o símbolo passivo da fecundidade. No grau de
aprendiz, simbolizam que os trabalhos se iniciam ao meio-dia e findam-se à meia-noite.
As ESTRELAS nos remetem ao infinito, a doutrina mística e a divindade do universo.
O TETO representa a Abóbada Celeste, de cores variadas. E o caminho para atingi-la é
simbolizado pela ESCADA DE JACÓ, que no painel é representado pelos três degraus, os quais
podem significar os três graus simbólicos (aprendiz, companheiro e mestre maçons), ou também
a trilogia virtuosa que deve sempre estar presente no coração de cada maçom (fé, esperança e
caridade), e/ou, podendo significar ainda, os três planos existenciais do homem (físico, mental e
espiritual).
Há DUAS GRANDES COLUNAS: A coluna J, ou coluna do Norte, que acomoda os Aprendizes,
os quais por estarem ainda na forma de uma verdadeira pedra bruta, necessitam receber
ensinamentos e adquirir conhecimentos para aprimorar sua personalidade (“desbaste”). E a
coluna B, ou coluna do Sul, que é aquela onde se encontram os Companheiros, que já
desbastaram a pedra bruta e encontram-se no estágio que utiliza outros instrumentos a fim de
aperfeiçoar-se e de auxiliar os Aprendizes.
As três ROMÃS maduras e entreabertas postas no cume de cada uma das colunas representam
a união e a fraternidade que une todos os irmãos. Todas as sementes estão justapostas
intrinsecamente a formar um todo (a própria romã), ou seja, são os laços fraternais de cada um
dos irmãos que constituem a maçonaria.
As TRÊS JANELAS simbolizam as três posições do Sol (Oriente, Meio-dia e Ocidente). Nenhuma
janela se abre para o Norte e as três são trançadas por uma rede de arame, a fim de demonstrar
que se deixa passar a luz para iluminar o Templo, mas o que está dentro não deve sair e o que se
está fora não deve entrar. Pois os augustos mistérios e a verdadeira simbologia só devem ser de
conhecimento dos irmãos maçons.
No interior de um Templo Adonhiramita existem também ORNAMENTOS, PARAMENTOS e
JÓIAS.
Os Ornamentos são o pavimento mosaico, a corda de oitenta e um nós e a orla dentada.
O PAVIMENTO MOSAICO simboliza a dualidade existente no mundo, o branco e o preto, o Yin e
o Yang, o bom e o mau, a materialidade e a espiritualidade, verdadeiras dicotomias que devem
ser toleradas por todos nós maçons. Significa, outrossim, que tais adversidades são unidas pela
mesma argamassa, demonstrando que, apesar das divergências, devemos viver na mais perfeita
harmonia e fraternidade.
A CORDA DE OITENTA E UM NÓS representa a plena união e o amor fraternal existente entre
os irmãos maçons de todo o mundo. 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3,
que é número perfeito e cheio de mística. Remonta também à Cadeia de União.
A ORLA DENTADA deve ser interpretada como princípio de atração universal, a reunião de todos
os maçons em Loja e a propagação do amor, da igualdade, da fraternidade e da solidariedade
para o meio social em que cada um vivemos, a fim de se atingir uma sociedade justa e perfeita.

Os Paramentos da Loja são constituídos pelo livro da lei, compasso e esquadro.


O LIVRO DA LEI é a Lei Suprema e Divina, o Código Ético-Moral, a Filosofia que cada um segue,
o sinônimo da Fé que está presente em cada um de nós.
O COMPASSO e o ESQUADRO simbolizam juntos a justiça e a retidão que todos os maçons
devem levar em consideração nas suas ações e decisões. As pontas do Compasso ocultas sob o
Esquadro, no grau de aprendiz, determina que não lhe é permitido o seu uso, antes que tenha
concluído o desbaste total da pedra bruta.

As Jóias da Loja dividem-se em três móveis (Esquadro, Nível e Prumo) e em três fixas (Prancheta
da Loja, Pedra Bruta e Pedra Polida).
As três primeiras representam as “grandes colunas” que sustentam a Loja. São representadas,
respectivamente, pelo Venerável Mestre (sabedoria), que é aquele que ilumina e orienta todos os
demais irmãos, fonte da criação; pelo 1º Vigilante (Força), responsável pela coluna do Sul, pela
manutenção e sustentação do que foi criado e pela igualdade entre todos; e pelo 2º Vigilante
(Beleza), que dirige os irmãos da coluna do Norte, adornando todas as suas ações e primando
pela justiça social.
Quanto às três jóias fixas, a PRANCHETA DA LOJA significa o local onde o Mestre faz suas
anotações das tarefas e obras a serem realizadas. Simbolicamente, traduz que o Aprendiz deve
sempre pautar-se pelos ensinamentos contidos na Prancheta que foram perpassados pelos
Mestres. A PEDRA BRUTA é o estado inicial em que se encontra o Aprendiz, ainda com pouca
luz, com poucos conhecimentos e providos de inúmeras imperfeições. Este irmão deve observar
e colocar em prática a doutrina passada pelos Mestres Maçons, a fim de que se atinja o pleno
aprimoramento intelectual, moral e espiritual. Finalmente, a PEDRA POLIDA OU CÚBICA é o
resultado do esquadrejamento da Pedra Bruta, por meio do malho (ativo, força, perseverança) e
do cinzel (passivo, inteligência, prudência), representando o aperfeiçoamento da personalidade e
do espírito do maçom.

Segunda-feira, 05 de agosto de 2013.


Oriente de Campina Grande - PB,
Ir Davi – Aprendiz Maçom[i]
Obreiro da ARLS "Fraternidade Força e União"

[1]  Instruções para Aprendiz Maçom. Sublime Grande Capítulo Adonhiramita do Brasil. Pág. 08.

AS SETE ARTES LIBERAIS


Considerando que objetivo primordial da educação é dotar o homem de instrumentos culturais
capazes de impulsionar as transformações materiais e espirituais exigidas pela dinâmica da
sociedade e que a educação aumenta o poder do homem sobre a natureza, temos ao mesmo
tempo, a busca constante em conformá-lo aos objetivos de progresso e equilíbrio social da
coletividade a que pertence.

Neste sentido, as Sete Artes Liberais são um conjunto de sete matérias – sobre as quais
falaremos mais adiante – desenvolvidas até o final de Idade Média e que assumiram um papel de
suma importância pedagógica na época e ainda podemos dizer que, foram à base do
desenvolvimento e consolidação do nosso atual sistema educacional.

A criação ou desenvolvimento das Sete Artes Liberais, citada por alguns historiadores teve inicio
na Grécia antiga. Dada a supremacia do estado, a educação visava preparar os jovens para as
relações com a cidade-estado. Cada estado tinha suas características e os sistemas
educacionais deviam adaptar-se a elas para preparar adequadamente a juventude. Daí decorrem
as concepções de Platão e de Aristóteles, de uma educação uniforme, regulamentada em seus
mínimos detalhes pela autoridade estatal e compulsória para todos os homens livres. Platão, na
República e nas Leis, mostra a que extremos pode chegar à educação quando extrapola os
aspectos essenciais da vida. O cidadão-guarda do estado ideal não tem direito à vida doméstica e
aos laços familiares. Aristóteles não chega a esse exagero, mas considera a educação familiar
prejudicial à criança.

O sistema educacional que mais se aproximou dessa concepção foi o adotado por Esparta, onde
os jovens eram preparados sob a supervisão direta do estado, numa espécie de acampamento
militar: os rapazes tornavam-se guerreiros e as moças preparavam-se para se tornarem mães de
futuros guerreiros. Em Atenas havia leis que dispunham sobre a freqüência às escolas dos filhos
dos cidadãos livres e os estabelecimentos de ensino eram regulamentados por legislação
especial.

Os instrumentos de educação mais em harmonia com a concepção e a cultura gregas eram a


música, a cultura literária e artística nacionais, para desenvolver o espírito de lealdade à pátria; e
a ginástica para o corpo. Esta era individual e só indiretamente visava estreitar os laços sociais. À
medida que a cultura ateniense avançava, os estudos de natureza intelectual assumiam maior
importância e a educação física entrava em decadência. Essa tendência provocou críticas,
segundo as quais os jovens efeminavam-se pelo excesso de conforto. Mas uma força
desintegradora, a que inutilmente se opuseram Platão e Aristóteles, já comprometera o sistema
educacional: a retórica dos sofistas.

Na cidade-estado democrática, o orador facilmente se tornava um demagogo, pois a oratória


abria caminho à ambição pessoal e induzia os jovens às escolas dos sofistas. As relações cada
vez mais estreitas entre os estados gregos aproximaram os ideais cívicos e trouxeram uma
concepção mais cosmopolita da educação. O processo completou-se com a perda da
independência das cidades-estado, sob domínio macedônico.

A universidade de Atenas, por exemplo, foi o resultado de uma fusão das escolas filosóficas
privadas com a organização estatal para a educação dos rapazes. Existiram outros centros de
alta cultura, sobretudo em Alexandria, onde o contato do pensamento grego com as religiões e
filosofias do Egito originou as filosofias místicas, que culminaram no neoplatonismo. Em Atenas, a
educação transformou-se numa retórica vazia, até que a universidade foi fechada por Justiniano,
no ano 529.

Quando os romanos conquistaram a Grécia, já encontraram um sistema educacional decadente.


No início da república, a educação romana era ministrada na família e na vida social. O pai tinha
poder ilimitado sobre os filhos e era publicamente censurado quando fracassava no ensino dos
preceitos morais, cívicos e religiosos. Ainda não havia escolas, mas o jovem aprendia a
reverenciar os deuses, a ler e a conhecer as leis do país.

Com a importação da cultura grega, a literatura helênica tornou-se o principal instrumento de


educação. Surgiram as escolas de gramática, mais tarde suplementadas pelas de retórica e
filosofia. Estas ofereciam meios de cultura mais elevados a quem não podia estudar em Atenas e
Alexandria. No império, as escolas de retórica foram organizadas pelo sistema estatal. A
concepção da cultura retórica é mostrada por Quintiliano, no ano 95 da era cristã, em sua
Instituição de Oratória, o mais sistemático tratado de educação do mundo antigo. Para ele, o
orador deveria ser a síntese do homem culto, sábio e honrado. Com o advento da autocracia, que
logo descambou para a tirania do império, a retórica deixou de representar uma preparação para
a vida. As condições da sociedade não admitiam mais tal tipo de educação. Os costumes se
corromperam e renasceu o paganismo. Nessas circunstâncias históricas surgiu o cristianismo,
que trouxe um renovado sopro de vida.

A atitude geral dos cristãos para com a educação tradicional evidenciou-se no protesto contra o
edito de Juliano que os proibiu de ensinar nas escolas públicas. Estabeleceu-se um conflito:
enquanto a educação pagã consistia numa ética individualista e orgulhosa, a cristã exaltava a
humildade como uma das mais elevadas virtudes e considerava o orgulho um pecado mortal.
Para o cristianismo, o estado supremo era o êxtase amoroso da contemplação mística de Deus. A
vida monástica passou a ser vista como ideal cristão. Tais concepções, seguidas por várias
gerações, reduziram o valor da cultura clássica, que já na época de São Gregório o Grande, entre
590 e 604, estava superada como meio de educação.

Durante todos esses séculos, a gradual penetração dos bárbaros no Império Romano ajudou a
desintegrar a cultura, e muitas escolas públicas desapareceram. Embora os bárbaros
absorvessem parcialmente a velha cultura, imperou a obscuridade intelectual. Logrou-se apenas
a preservar parte da herança do passado, na obra de filósofos como Boécio, Cassiodoro e
Isidoro.

Para um melhor entendimento das evolução do desenvolvimento das Sete Artes Liberais, vamos
dividir a Idade Média em dois períodos. No primeiro, correspondente à Baixa Idade Média, o
registro pedagógico está ainda ao serviço da conservação do patrimônio cultural romano, da
tentativa desesperada de evitar o seu afundamento e, simultaneamente, já dá conta da
necessidade de construção de um novo mundo cristão.

O ponto de partida é o programa agostiniano de purificação das almas pelo exercício da


inteligência. Se Cícero (Marcus Tullius Cicero,106-43 a.c.) queria formar o orador instruído capaz
de aprender rapidamente qualquer assunto e falar dele com uma eloqüência desenvolta, se
Quintiliano (Marcus Fabius Quintilianus, 35-95) queria formar o homem de bem que põe a
eloqüência ao serviço da virtude, entendida sob o modelo da sabedoria estóica de Santo
Agostinho (354-430), obra esta que dominará toda a cultura cristã medieval e que terá como
objetivo formar o cristão que põe ao serviço da interpretação dos textos sagrados todos os
recursos da cultura antiga e que, pela aquisição conjugada de sabedoria e habilidades retóricas,
se torna capaz de explicar, ensinar e pregar a doutrina cristã.

Como que antecipadamente traçando o caminho ao enciclopedismo medieval cristão que se vai
seguir, St. Agostinho aponta mesmo, explicitamente, a necessidade de reunir, numa só obra,
todos os conhecimentos necessários à interpretação e ensino dos textos sagrados: informações
relativas à história, à geografia dos lugares, aos animais, plantas e metais mencionados na Bíblia,
à medicina, agricultura, navegação e astronomia, à aritmética e às suas aplicações às figuras
(geometria), aos sons (música) e aos movimentos (física), à dialética, necessária para discutir as
questões que os textos sagrados colocam à eloqüência posta ao serviço da salvação.

Cassiodoro (490-580/3) será o primeiro a corresponder ao apelo de St. Agostinho.


A última resposta direta ao apelo de St. Agostinho será do frade dominicano Thomas de
Cantimpré que, quase mil anos depois, reúne ainda, explicitamente, todos os conhecimentos
relativos à natureza das coisas necessárias para a interpretação dos textos sagrados,
nomeadamente animais, plantas, minerais, cosmologia e astronomia.

Thomas de Cantimpré é considerado como "o último dos romanos", ele é, simultaneamente, a
figura que inaugura o programa cultural do monarquismo letrado.

As suas Instituitiones divinarum et saecularum litterarum fazem jus ao título constituindo, ao


mesmo tempo, uma obra secular, destinada a permitir a conservação, em tempos de crise, do
profano patrimônio cultural romano, espécie de testamento espiritual de um mundo
irremediavelmente perdido e, simultaneamente, uma obra sagrada, um programa de formação
moral, intelectual e religiosa para uso de monges e progresso das suas almas, um programa de
leituras, um receituário de trabalhos manuais diversos, uma iniciação ao comentário das
escrituras e um encaminhamento para a vida contemplativa.

Em especial o livro II, intitulado De artibus ac disciplinis liberalium litterarum, constituiu durante
séculos um verdadeiro manual das escolas monásticas, oferecendo uma síntese de tudo o que
era considerado necessário e suficiente à formação intelectual de um monge. 

O livro está dividido em sete partes consagradas, cada uma delas, às sete disciplinas que Cícero
considerara dignas do homem livre, ou seja: As Sete Artes Liberais.

Tendo por base uma perspectiva neoplatônica da ordem dos saberes orientados para a
contemplação, Cassiodoro começa pela gramática, retórica, dialética, três artes que podem
permitir aceder à compreensão dos autores latinos e passam posteriormente à aritmética, à
música e à geometria e termina com a astronomia, metáfora da ascensão da terra aos céus.

Por seu lado, as Etimologias de St. Isidoro (560-636), bispo de Sevilha, foram consideradas como
a primeira grande enciclopédia cristã. Embora fundada nos saberes antigos, a obra persegue, em
obediência ao preceito agostiniano, uma finalidade exegética construída com o objetivo de servir
para a formação cristã dos clérigos, bem como, da população da península recentemente
convertida.

A grande novidade desta obra reside no fato de, pela primeira vez, estar construída sob a forma
de um léxico. A idéia, que terá desenvolvimentos e ramificações de insuspeitada importância no
pensamento posterior, é a de que a essência das coisas se dá a ver na etimologia dos nomes que
as designam

Tendo as palavras sido dadas às coisas por Adão de acordo com o conhecimento completo da
sua natureza, seria possível penetrar no conhecimento das suas propriedades mais ocultas
encontrando o sentido primitivo das suas designações originais. Seguindo este método, St.
Isidoro vai apresentando a totalidade dos saberes sob a forma de um imenso conjunto de
definições, construídas a partir das etimologias dos termos definidos.

A etimologia desempenha, pois um duplo papel, teológico e epistemológico: ela é,


simultaneamente, a forma de reconduzir os nomes e as coisas até ao criador e o método de
unificação do conhecimento.

As definições relativas às Sete Artes Liberais, a gramática latina (livro I), a retórica e a dialética
(livro II), a aritmética, a geometria, a música e a astronomia (livro III), logo seguidas da medicina
(livro IV) do direito e cronologia (livro V). Vêm depois as ciências sagradas: história da criação,
escrituras, liturgia, nomes de deuses e de santos, personagens bíblicos, funções eclesiásticas,
heresias, filósofos, poetas, sibilas, magos, pagãos, deuses dos gentios, etc. (livros V a VIII). O
livro IX ocupa-se dos grupos humanos, dos diferentes povos e das suas línguas, o X apresenta
um glossário e o XI ocupa-se da anatomia humana. Seguem-se os animais (livro XII),
cosmografia (livro XIII), geografia da terra (XIV), cidades, agrimensura e estradas (livro XV),
pedras e metais (livro XVI), agricultura, horticultura (XVII), armas, guerra e jogos (livro XVIII),
navegação, monumentos e vestuário (livro XIX) alimentação, utensílios domésticos e rurais (livro
XX). Como diz Gilson (1962: 152) o sucesso desta obra tem a ver com o fato de ela ocupar, numa
biblioteca medieval, "o mesmo lugar que a Enciclopédia Britânica ou a Larousse ocupam numa
biblioteca moderna", pondo á disposição do público uma soma de informações fiáveis sobre
praticamente todos os assuntos.

Verdadeiras ou falsas, engenhosas ou risíveis, estas etimologias foram-se transmitindo de


geração em geração durante toda a Idade Média.

A sua contribuição para a configuração medieval da idéia de uma enciclopédia universal e a sua
influência no enciclopedismo posterior foi decisiva.

Por exemplo: Raban Maur, teólogo e enciclopedista alemão de língua latina e discípulo de
Alcuíno, constituem uma cópia quase literal dos livros VI-IX e XI-XX das Etimologias de St.
Isidoro. Com magníficas ilustrações, a obra é constituída por 22 livros que retomam as
etimologias submetendo-as, no entanto, a uma diferente estruturação (primeiro Deus, depois a
Igreja, finalmente os homens, a terra e as artes e técnicas) e retirando-lhes todas as referências à
antiguidade e mitologia clássicas.

No segundo período, correspondente à Alta Idade Média, as escritas ganham autonomia


relativamente à necessidade de conservação do mundo antigo e passam a estar postas ao
serviço do incipiente renascimento cultural a que os povos da Europa, saindo lentamente da
convulsão e da barbárie, se vão doravante dedicar.

Depois de um primeiro impulso dado pelas reformas do ensino levadas a cabo por Carlos Magno
e Alcuíno (738-804), face ao florescimento das escolas monacais e catedrais nos séculos X e XI,
ao desenvolvimento do movimento copista e de tradução de textos árabes e antigos,
nomeadamente Aristóteles (até então quase exclusivamente conhecido enquanto sistematizador
da Lógica) e, posteriormente, ao aparecimento das primeiras universidades, em Bolonha, Oxford,
e Paris, surge uma nova criatividade cultural que se põe em marcha da qual decorrerá, em
paralelo com grandes transformações demográficas, sociais e políticas, uma rápida evolução
científica e técnica.

As Sete Artes Liberais aproximam-se então daquilo que, no século XIII, virá a ser a Summa, não
no sentido da exposição completa de uma doutrina teologicamente fundada, mas enquanto
totalidade aditiva de conhecimentos parcelares relativos às várias regiões da realidade e,
portanto, às disciplinas que as tratam. Disciplinas que, sendo definidas pelos seus objetos, têm o
mundo - objeto ultimo da criação - como sua referência primeira. Nesse sentido, títulos como a
Philosophia mundi de Guillaume de Conches (1080-1145) ou o De Imagine mundi de Honorius
d'Autan (Honorius Augustodunensis) são eloqüentes: eles procuram constituir-se como imagem
do mundo. Como perceberá Vincent de Beauvais (1190-1264), a enciclopédia é, doravante, o
espelho maior - Speculum Majus - de uma época e dos conhecimentos que dela têm os seus
espíritos mais cultivados, a projeção, no espaço limitado de algumas páginas, da totalidade do
mundo e da cultura. Estamos aqui em face de um dos traços mais característicos do ensino
medieval tardio - a procura de uma correspondência especular entre o corpo da enciclopédia e a
ordem do mundo.

Um dos nomes mais importantes dos escritores da era medieval deste segundo período é Hugues
de St. Victor (1096-1141), que apresenta dois aspectos profundamente inovadores. Em primeiro
lugar, o fato de uma organização sistemática do saber humano unificado, não já pela teologia,
mas pela filosofia que é subdividido em quatro grandes ramos: filosofia teórica ou Speculativa
(teologia, matemática e física), filosofia prática ou Activa, privada (ética e moral) e pública
(economia e política), filosofia Mechanica (lanifícios, balística, navegação, agricultura, caça e
pesca, medicina, tecelagem, teatro) e Lógica ou Sermonialis (gramática, retórica e dialética). O
segundo aspecto significativo diz respeito ao fato de, num mundo em plena evolução científica e
técnica, todo esse conjunto de livros se fazer eco da importância crescente das ciências profanas
e proceder, rapidamente, à integração do fenômeno técnico.

Tendo-se nos livros antigos a concepção da ciência como a unidade do percurso da formação
educativa ordenada pelo modelo circular da Paidéia, isto é, dando a cada área do saber um valor
idêntico, o medieval apontava para uma concepção hierárquica dos saberes teologicamente
fundada. Ao contrário dos ensinamentos gregos e latinos que não prestavam muita atenção a
questões religiosas, e embora a religião continue a não ser o tema dominante da enciclopédia, ela
passa a determinar a forma de todo o seu conteúdo.

Recorde-se, por exemplo, o caso já referido de Cassiodoro que estrutura a sua enciclopédia de
forma ascensional, partindo da ordem humana, em que inclui a medicina e as disciplinas do
trivium, para a divina em que inclui as disciplinas matemáticas e a astronomia.

Um outro traço característico da época medieval diz respeito ao seu caráter compendial. Quer isto
dizer que as descrições que as enciclopédias medievais apresentam, não têm por base a
observação do mundo, dos seus seres e acontecimentos, mas a erudição, a reunião e compilação
de informações provenientes dos autores clássicos e cristãos. Reunindo e ordenando um corpus
textual preexistente que traduz uma concepção estática do conhecimento, insensível às
discrepâncias resultantes da variedade e multiplicidade das fontes. Tal vai implicar que,
contribuindo embora para a preservação dos escritos clássicos cujos extratos seleciona,
transcreve e compila, o mundo natural que a enciclopédia agora descreve, apareça sobre
determinado pela presença de tópicos como a magia e a astrologia e por elementos fantásticos
repescados nas autoridades antigas e bíblicas.
Acresce que, pelo fato de ser invariavelmente escrita em latim, e, portanto numa língua
universalmente conhecida pelo público a que se destina (ou que o próprio latim seleciona), esses
livros conhecem antecipadamente os seus leitores, na esmagadora maioria dos casos, elementos
da igreja. Os seus autores podiam, portanto, restringir ao mínimo os comentários pessoais e o
caráter moralizador do texto, limitar-se a oferecer passagens úteis à vida dos seus leitores que
delas retirariam os ensinamentos convenientes de acordo com o seu juízo. No fundo esperavam
que o efeito cumulativo dos conteúdos da enciclopédia fosse suficiente para garantir a moral e a
religiosidade.

E finalmente tendo como características gerais teríamos, em primeiro lugar, o fato de as Sete
Artes Liberais estar organizada de forma disciplinar, de acordo com a estrutura do trivium e do
quadrivium na qual, irá ser recortada a organização curricular, hierárquica e teologicamente
fundada, da universidade medieval.

Uma vez abordada a história da educação, seus registros, livros e enciclopédias, desde a época
que se tem conhecimento até a Idade Média e que deram origem as Sete Artes Liberais, a seguir
vamos apresenta-las detalhadamente, inclusive fazendo alusão aos períodos e considerações
que cada uma dessas Sete Artes requer

As Sete Artes Liberais estão divididas em dois grupos, sendo:

Trivium gramática, retórica e dialética


Quadrivium aritmética, geometria, astronomia e música

Gramática A arte de escrever ou ler.


É o conjunto das regras que presidem a correção, a norma da língua escrita ou falada.

Gramática Comparada: que, a partir das séries de correspondências rigorosas entre várias
línguas, procura depreender as relações genealógicas existentes entre elas.

Gramática Descritiva: que examina uma língua como sistema de meios de expressão.

Gramática Gerativa e Transformacional: que procura explicar os fatos lingüísticos atuais pelo
modo como teriam sido originariamente engendrados.(criada entre 1960 e 1965, por Chomsky e
pelos lingüistas do Massachussets Institute of Technology (MIT)).

Gramática Histórica ou Diacrônica: que se ocupa da evolução dos fatos de uma língua.
Gramática Normativa: que apoiada no uso idiomático das classes cultas, estabelece regras para a
utilização de uma língua como código de bem falar e escrever.

A reflexão gramatical dos filósofos gregos parte, na obra de Platão, da distinção lógica, sujeito,
predicado, artigo, nome comum, nome próprio, adjetivo, preposição e a conjunção, categorias
fundadas por sua vez em critérios formais. Estas classificações foram adotadas pelos romanos e
em seguida pelos gramáticos medievais.

No século XVII, a gramática geral e racional de Port Royal reafirmou a universidade dos princípios
que estão subentendidos nas línguas, enquanto outros gramáticos, como Vaugelas, se dirigiam a
um público preocupado com o bom uso da língua.
Beauzée, no século XVIII, diferenciou a “gramática geral”, ciência racional dos princípios
imutáveis das línguas faladas e escritas, e a “gramática particular”, arte de conciliar as instituições
arbitrárias e usuais de uma língua particular com os princípios gerais.

Esta dupla tradição (normativa e filosófica) perpetuou-se até o século XIX, enquanto surgia um
interesse cada vez maior pelas línguas particulares, consideradas como sistemas
complementares de sons, de palavras, de formas, de construções, das quais se pode descrever a
evolução e o estado em uma dada época.

Retórica Arte de bem falar e escrever. A arte de bem falar com o propósito de convencer e
persuadir.

O conceito da retórica surgiu intimamente ligado à sofística, a ponto de alguns estudiosos


acreditarem que uma parte significativa dos trabalhos destes pensadores tinha apenas intenção
oratória, sendo, portanto, destituída de conteúdo objetivo. O certo é que, como arte da
eloqüência, a retórica foi ensinada pelos sofistas do século V a.C, e um deles, Górgias de
Leôncio, exaltou-a como atividade fundamental do homem. Sócrates e Platão criticaram a retórica
dos sofistas acusando-os de converter o “bem dizer” em mera técnica de persuasão,
independente do conteúdo. Aristóteles, que também criticou os sofistas, subordinou a retórica ao
conhecimento da verdade, atribui-lhe uma função moral ou social e colocou-a a serviço da
virtude.

Para os estóicos, a retórica constituía, junto com a dialética, uma das partes da lógica: por
dialética entendiam a ciência do bem relacionar; por retórica, e a do bem falar. Dentre os
epicuristas, muitos viam na retórica a ciência do provável, em oposição às ciências exatas. Outras
escolas da antiguidade consideraram a retórica uma atividade imprópria ao filósofo, sobretudo
quando se acentua o aspecto emocional da arte de falar. Tal não foi o caso de Cícero, que, ao
contrário, associou-a intimamente à filosofia: chamou-a de ratio dicendi (razão que diz), deixando
claro sua opinião de que a arte retórica exige sólidos conhecimentos, não se reduzindo à mera
aplicação mecânica de regras de eloqüência. Apesar disso só no final da antiguidade é que a
retórica como um conjunto de regras mecanicamente utilizáveis, teve maior repercussão. E,
assim elaboravam-se cada vez com mais detalhes os aspectos puramente técnicos do discurso
tendo em vista o virtuosismo verbal. A Quintiliano deve-se um rigoroso tratado sobre as regras
retóricas.

Na idade média, sendo a retórica uma das artes liberais, compunha assim, com a gramática e a
dialética o chamado trivium. Como arte do discurso e da persuasão, relacionava-se a tudo o que
fosse considerado matéria de opinião. Mas, devido à existência de uma verdade religiosa
absoluta, a retórica se viu reduzida, em grande parte, a puro virtuosismo.

No Renascimento renovou-se o interesse pela retórica grega mantendo-se aceso até o período
barroco. Estreitamente ligado ao humanismo renascentista, reassumiu o caráter de atividade
constitutiva e aperfeiçoadora de opiniões.

No século XVII, o cartesianismo e o impressionismo por se fundamentarem em evidências


“intelectual ou empírica”, levaram ao descrédito da retórica. No romantismo, porém, ela voltou a
ser valorizada a partir da influência de Rousseau, de cujo pensamento foi o eixo construtivo.

No século XX, manifestou-se um novo interesse pela retórica por parte de pensadores que
novamente colocaram o problema do seu conteúdo e sua finalidade. Essa recente reabilitação se
deu sobre tudo com a nova retórica ou teoria da argumentação, de Chaim Perelman e L.
Olbrechts-Tyteca. Segundo esses pensadores, o objeto da retórica é o estudo dos meios de
argumentação que escapam à lógica formal e que permitem convencer, obter a adesão de outra
pessoa. O campo de atuação da retórica abrange, portanto, todos os ramos do conhecimento
(como ética, o direito, a Política e grande parte da filosofia), que se constituem apenas de
opiniões plausíveis e que não só podem ser defendidas por meio de argumentos igualmente e tão
somente plausíveis.

Dialética Arte de argumentar ou discutir. Raciocínio que consiste em analisar a realidade,


evidenciando suas contradições e buscando superá-las.

Para Platão, a dialética, em virtude de opor dois objetos ou duas maneiras de ver um objeto, é
aparentada ao diálogo; consiste em ir do visível ao invisível. Põe assim, em evidência uma
progressão do seio do confronto de duas tomadas de posição. Permite ir ao inteligível, que
constitui a própria essência das coisas. Em Hegel, a dialética é uma realidade que tem um
aspecto objetivo (exprime a estrutura contraditória de toda a realidade e seu movimento essencial
de determinação por si) e um aspecto subjetivo, enquanto é um modo de conhecimento.
Constitui, nisso, a história do conceito, ou a história do espírito. A dialética marxista é herdeira da
filosofia de Hegel. É um pensamento da contradição; concebe a identidade da identidade e da
diferença, a ser o nada, etc. Para a dialética hegeliana, as contradições se resolvem na filosofia;
para a dialética marxista só podem se resolver na atividade histórica e social.

Aritmética Estudo das propriedades do conjunto dos números racionais.

Desde a antiguidade, os matemáticos interessam-se pela pesquisa das propriedades dos


números. Para os babilônicos e os egípcios, os números inteiros e fracionários estavam,
estreitamente ligados a necessidades práticas. O caráter abstrato dos números só foi admitido
explicitamente pela escola grega dos pitagóricos em 500 a.C. Já os matemáticos de Alexandria
operavam com os números irracionais.

Os sábios da Índia introduziram os números negativos e o zero. Por intermédio dos árabes o
sistema de numeração posicional na base decimal com zero, provavelmente originário da Índia,
difundiu-se no ocidente por volta dos séculos XI e XII. A aritmética desenvolveu-se sobre a
pressão das necessidades práticas do comércio, das finanças e da astronomia. Napier (1594) e
depois Bürgi (por volta de 1600) inventaram, independentemente, os logaritmos. Pascal inventou
uma verdadeira máquina aritmética.

Pierre de Fermat (1601-1665), foi o primeiro matemático dos tempos modernos a se interessar
pela ciência dos números. Os matemáticos do século XVIII tentaram demonstrar os teoremas de
Fermat, que se revelaram corretos, a exceção de um erro e de um “teorema” até hoje não
demonstrado. Apesar dos trabalhos importantes de Euler e de Legendre, a teoria dos números
permaneceu, durante o século XVIII, um amontoado de propriedades isoladas. As Disquistiones
Arithmeticae (1801) de C.F. Gauss, sistematizando a teoria então existente e estendendo-a
inauguraram uma nova era (teoria dos números).

Geometria Ciência das figuras do espaço. Estudo das invariantes de um grupo de transformações
do espaço.

As origens da Geometria remontam a Mesopotâmia e ao Egito antigos, mas são os que rompem
o pragmatismo das civilizações anteriores (600 a 300 a. C). Os elementos de Euclides constituem
a exposição mais completa e bem acabada de geometria da Antiguidade. São apenas abordados
problemas cujas soluções podem ser obtidas através de régua e compasso. Os postulados que
embasam o edifício geométrico euclidiano asseguram a existência deste e, ao mesmo tempo,
determinam as propriedades do que chamamos de espaço euclidiano. Na escola de Alexandria, o
rigor euclidiano e as técnicas babilônicas e egípcias aliam-se para formar uma geometria mais
voltada às aplicações. Os árabes se apropriam dos conhecimentos gregos, criticando-os e
estendendo-os sem, entretanto, inovar a geometria helênica. A Europa medieval, por intermédio
dos árabes, toma conhecimento dos textos gregos. No século XV, o Ocidente acolhe com
entusiasmo a herança grega conservada por eruditos bizantinos. A integração de métodos
projetivos no corpo da geometria é a primeira contribuição de matemáticos da Renascença ao
desenvolvimento dessa disciplina.

No século XIII, aparecem os métodos da geometria analítica nas obras de Descartes e de Fermat.
Em sua Geometria (1637), Descartes aplica os métodos algébricos ao estudo das curvas; pouco
a pouco, aparece a idéia de equação de uma curva. As idéias do cálculo infinitesimal permitem
examinar as propriedades que variam de um ponto a outro de uma curva. A criação, por Monge,
da geometria descritiva, que representa os pontos do espaço por suas projeções ortogonais sobre
dois planos perpendiculares, dá um novo impulso à geometria projetiva.

Até o século XIX, a geometria euclidiana foi considerada plenamente capaz de dar conta do
mundo sensível e seus resultados foram considerados absolutamente verdadeiros. Na virada do
século alguns sábios entreviram a possibilidade de construir novas geometrias (ditas não
euclidianas) logicamente coerentes sobre o sistema de axiomas euclidiano, mas substituindo o
quinto postulado de Euclides por sua negação N.I. Lobachevski (1826) e J. Bolyaal (1832-1833)
fazem as primeiras exposições sistemáticas de uma geometria fundamentada sobre a hipótese de
que por um ponto exterior a uma reta dada passam uma infinidade de paralelas a ela (geometria
hiperbólica), A geometria elíptica, deduzida da hipótese de que não há nenhuma paralela à reta, é
estudada por B. Riemann (1826-1866). A concepção riemanniana do espaço já prefigura a
concepção da teoria da relatividade geral. Klein, no programa de Erlangen (1872), propõe-se a
estabelecer um princípio geral a partir do qual seja possível edificar as duas geometrias: métrica e
projetiva. Ele caracteriza cada geometria por um grupo de transformações e a identifica com o
estudo dos invariantes desse grupo.

Klein propõe assim a seguinte hierarquia:

Geometria projetiva estudo dos invariantes pelo grupo projetivo das homografias;

Geometria afim estudo dos invariantes pelo grupo afim;

Geometria métrica estudo dos invariantes pelo grupo das isometrias;

Geometria euclidiana estudos dos invariantes pelos grupos de transformações rígidas (rotação,
translação, reflexão); situadas no mesmo nível em que a geometria afim: a) geometria não-
euclidianas, chamada por Klein de geometria métrica hiperbólica (estudos dos invariantes por um
subgrupo particular do grupo das projeções, aquele que deixa invariante uma cônica real);
b)geometria métrica parabólica, na qual há conservação da medida dos ângulos.

No século XX, a geometria ligada à álgebra por intermédio das coordenadas toma a forma da
geometria algébrica, enriquecida pela análise e pela topologia.

Astronomia Ciência que estuda as posições relativas, os movimentos, a estrutura e a evolução


dos astros. Conjunto de conhecimentos astronômicos de um povo ou de uma pessoa.

Os antigos possuíam apenas conhecimentos astronômicos limitando-se à observação dos


fenômenos celestes visíveis a olho nu, geralmente com finalidades práticas ou religiosas.
Aristóteles (século IV a. C) difundiu a crença da imobilidade da terra. O maior astrônomo
observador da antiguidade foi Hiparco (fim do século II a. C); sua obra foi transmitida através de
Ptolomeu (fim do século II), cuja versão árabe, representa uma vasta compilação dos
conhecimentos astronômicos da Antiguidade.

A astronomia clássica surgiu no século XVI, graças a Copérnico, que propôs, em 1543, um
sistema de mundo heliocêntrico. Depois, Kepler estabeleceu, de 1609 a 1619, com a ajuda das
observações de Ticho Brahe, as leis do movimento dos planetas. Nessa época, Galileu fez as
primeiras observações do céu com luneta, descobrindo as manchas solares, o relevo lunar, as
fases de Vênus, os satélites de júpiter, etc. Em 1687, Newton estabeleceu as leis fundamentais
da mecânica celeste, deduzindo das leis de Kepler, e da mecânica de Galileu o princípio da
gravitação universal. A partir de então, pode-se calcular com precisão os movimentos da lua, dos
planetas e dos cometas. 

Nos séculos XVIII e XIX, a mecânica celeste tornou-se cada vez mais precisa, permitindo, em
1846 a descoberta do planeta Netuno, na posição prevista pelo cálculo. Na segunda metade do
século XIX, o uso da fotografia e da espectroscopia no estudo dos corpos celestes permitiu o
desenvolvimento da astrofísica. A teoria da relatividade geral de Einstein, em 1916, renovou a
cosmologia.

A astrometria ou astronomia de posição determina, com maior precisão possível, as coordenadas


das estrelas e define com precisão uma escala de tempo uniforme. Os modernos métodos de
observação (astrolábio, impessoal, telemetria, lazer, técnicas especiais), as medidas precisas dos
intervalos de tempo através da aferição de freqüência e a construção de uma escala de tempo
atômico (TAI) permitiram consideráveis progressos nessa área.

A mecânica celeste estuda os movimentos dos planetas e dos seus satélites, com todas as
complexidades introduzidas pelas perturbações provocadas pelas interações dos diferentes
corpos do sistema solar. Aplicada a grupos de estrelas, dos quais se conhecem simultaneamente,
à distância e o movimento, permitiu e evidenciar a rotação do conjunto da nossa galáxia em torno
do seu núcleo central.

A astronomia e a mecânica celeste permitem avaliar também as massas estelares pela análise
das órbitas das estrelas duplas.

Além disso, as técnicas espaciais desempenham um papel fundamental no estudo do universo:


as sondas espaciais sobrevoam a pequenas distâncias, os planetas do sistema solar e seus
satélites, em certos casos, pousam na sua superfície, enquanto satélites na órbita da terra trazem
uma importante contribuição à astrofísica.

Música Arte que permite ao homem exprimir-se por meio de sons. Iniciada em diferentes épocas
e em diversas regiões.

Em minhas buscas, com relação a essa arte, considerei o mais interessante a música grega
antiga. Sua história pode ser dividida em três períodos: a era pré-histórica, lendária, que termina
no século VIII a.C; o apogeu da arte solista; e finalmente a era da arte e do lirismo coral, que
também correspondem ao tempo dos filósofos (Pitágoras, Platão , Aristóteles) dos teóricos
(Aristoxeno, Alípio) e a relação da música com os números e ao seu poder ético e educativo.

A música grega popular tem suas raízes na Antiguidade e na Idade Média bizantina. Intimamente
ligada à poesia e as danças populares.
Na música brasileira, que embora isoladamente existam práticas musicais indígenas, destaca-se
a influência e a combinação das culturas européia e africana. Em 1549 jesuítas implantaram na
Bahia um curso de música, generalizando a partir do século XVII, o ensino musical por toda costa
do país.

Considerações Finais

Desta forma, podemos concluir que dentre as Sete Artes Liberais, as três primeiras estão
próximas umas das outras e todas elas reforçam o sentido da verdade. Uma após a outra,
complementam-se e ensinam transmitir novos conteúdos que se centram na utilização da palavra
como instrumento da verdade. A gramática corrige a comunicação; a retórica indica e eloqüência,
enquanto a lógica ou dialética pauta o discurso, sempre mostrando o método adequado. Sendo
que, todas essas etapas devem ser percorridas pelo Aprendiz Maçom para o seu crescimento e
progresso, pois o mesmo ainda não sabe ler e nem escrever a linguagem da verdade.

O simbolismo aritmético eleva o nosso espírito a unidade Divina, ao conhecimento da dualidade


dos opostos, mas também a trilogia temporal do que foi, é e será.

Através da Musica, podemos apreciar a grandeza da obra do Grande Arquiteto do Universo.

Aplicação dos conhecimentos geométricos, no sentindo de contribuir de algum modo,


empunhando o esquadro e o compasso, mesmo que singelo, para o aperfeiçoamento das
irregularidades com que nos deparamos no nosso quotidiano profano.

Através da astronomia podemos potencializar a nossa capacidade de observação e entendimento


de tudo que nos cerca, mesmo não sendo tangíveis, assim como a Simbologia Maçônica.

Assim sendo, a somatória dos conhecimentos adquiridos em nossa Augusta Ordem, seu
entendimento, propagação e sua divulgação fará com o que os preceitos de Liberdade, Igualdade
e Fraternidade sejam praticados a todo o momento em todos os lugares, na busca de ser ter uma
sociedade, Maçônica e profana, Justa e Perfeita em seu mais amplo sentido.

Bibliografia
Enciclopédia Larousse
Revista 7º Milênio – As Sete Artes Liberais
Reflexões de um Companheiro – Internet, porem sem autor
Educação – Site Cola Web
Enciclopedismo Medieval – Olga Pombo
Astrocaracterologia – Edil de Carvalho

SALMO 133 - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO


SALMO 133
Ecce quam bonum et Quam iucundumhabitare fratres in unum 
Sicut unguentum in capite Quod descendit in barbam barbam Aaron
Quod descendit in ora vestimenti eius Sicut rosHermon quod descendit Iin montem Sion quoniam
illic mandavit Dominus Benedictionem et vitam usque in saeculum
SALMO 133
“OH! QUÃO BOM E SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO.
É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA. QUE DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA
DE AARÃO,E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS.
É COMO O ORVALHO DE HERMON QUE DESCE SOBRE SIAO; PORQUE ALI 
O SENHOR ORDENOU A BÊNÇAO E A VIDA PARA SEMPRE.”
ÍNDICE
1ª PARTE 2ª PARTE
1 - Landmarks  6. Análise interpretativa
2 - A Bíblia  6.1 Oh! Como bom e suave é que os
2.1 - A divisão da Bíblia irmãos vivam em união...
2.2 - A abertura da Bíblia – Salmo 133 6.2 É como o óleo precioso sobre a
3 - Os Salmos : classificação cabeça...
4 - Personagens Bíblicos 6.3 É como o orvalho de Hermon...
4.1 - David Conclusão
4.2 - Aarão Notas Bibliográficas
4.2.1 - Tabernáculo, precursor do Bibliografia
Templo
4.2.2 - A Arca da Aliança
4.2.3 - O simbolismo da Arca
4.2.4 - Vestes de Aarão
4.2.5 - O óleo da unção
5 - Os Montes
5.1 - Hermo
 
Introdução

Grande parte do cerimonial maçônico tem sua origem, nos ritos da antiguidade, adaptado
às exigências modernas. Dos ritos antigos, a influência mais visível é da hebraica.
(Castelani, 1993, p.19). No dizer do citado autor, a Maçonaria moderna é considerada como a
herdeira dos ritos, práticas e tradições hebraicas, a começar pelo Templo de Jerusalém, que é o
arquétipo das Igrejas, e indiretamente dos Templos Maçônicos. Para que pudesse analisar o
Salmo 133, denominado Salmo da Fraternidade ou da Concórdia, dividi o trabalho em duas
partes. A primeira, desenvolvida de forma descritiva, procura situar dois personagens bíblicos,
dentro de um contexto histórico: Aarão, citado nominalmente, e David, tido como autor do citado
salmo. Da mesma forma, dois pontos geográficos também mereceram análise: os Montes Sião e
Hermon.

Pretendo também comentar a relação existente entre os Landmarks e a obrigação da abertura de


um Livro da Lei, no nosso caso a Bíblia, cujos salmos fazem parte da mesma. Na segunda parte
deste trabalho, irei analisar de forma subjetiva os dizeres do Salmo 133 e os ensinamentos que
dele se podem ser extraídos. Para a consecução do objetivo me apoei em várias fontes: a Bíblia
Católica, livros, Revista Trolha, boletins de lojas e vários sites da internet, todos relacionados na
bibliografia.

1 - LANDMARKS

A palavra, cuja origem é inglesa, no seu sentido etimológico, pode ser entendida como “limites
fronteiriços” (land = terra e mark = marca, limite) que delimitam um território e que, por isso não
podem ser alterados ou removidos. A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais define os
Landmarks como “... as mais antigas leis que regem a Maçonaria Universal, pelo que se
caracteriza pela antiguidade” (1)·.Allec Melor (1989) define os Landmarks como: “Landmarks são
as regras de conduta queexistem desde tempos imemoriais – seja sob a forma de lei escrita ou
não escrita -, que são co-essenciais à sociedade (maçônica), que são imutáveis, e que todo
maçom é obrigado a manter intactas, em virtude dos mais solenes e invioláveis compromissos”.
(2)
Nos primórdios da nossa ordem, não existiram normas e regras escritas diferentemente dos
Templários, que a tinham escritas (3). O Irmão Francisco José Lucas da A R L S Baden Powell,
n.173 da G L S P, assim se exprime a respeito: “... o pensamento filosófico ia se
formandooralmente, se consolidando e sendo transmitido por herança dos mestres aos
discípulos, pois, sempre existe quem ensinasse e que ouvisse e aprendesse. Todaatradição oral,
no entanto, se sujeita a alterações e interpretações e somente com princípios básicos é que essa
filosofia de vida pode subsistir e se manteraté agora.Tais são os veneráveis Landmarks da
Franco Maçonaria RegularUniversal “. (4)

No mesmo trabalho o Irmão Francisco nos diz que os Landmarks não foram escritos por nenhum
legislador; não é menos verdade que, por mais que o historiador maçônico procure as suas
origens, ele encontra textos relacionados à sua existência. Diz textualmente: “... desde a era
operativa, os Olds Charges mencionam osprincipais deles:crença em Deus, respeito à Lei Moral,
Loja, segredo, masculinidade. O Poema Regius atribui-lhes uma forma didática “. (5)

Em1723. a Franco Maçonaria proclama nos Estatutos de Anderson que citam as General
Regulations de Payne: “... Provided always that the Old Landmarks be carrefully” (contanto que os
antigos Landmarks sejam escrupulosamente preservados). 

Podemos concluir que os Landmarks são regras de conduta que existem a longo tempo (sem
podermos precisar quando), quer seja sob a forma de lei escrita ou não, e que são imutáveis e
que todo maçom é obrigado a manter intactas. O grande escritor norte americano Albert G.
Mackey compilou vinte e cinco Landmarks, tidos como aceitos e que as Grandes Lojas
acolheram. No presente trabalho interessa-nos o vigésimo primeiro, que diz: “É indispensável a
existência no Altar, de um Livro da Lei, o Livro que conforme a crença, se supõe conter a verdade
revelada pelo GADU. Não cuidando a maçonaria de intervir na peculiaridade da fé religiosa de
seus membros. Exige, por isso, este Landmark que, um da Lei seja parte indispensável dos
utensílios de uma loja”.(6)

Podemos perguntar: Por que o Livro da lei?Porque nele encontramos os preceitos religiosos. É a
palavra escrita, é o “Verbo”, a representação simbólica da Sua Presença entre nós. A designação
de Livro da Lei deve ser entendida como o “Livro da Lei Sagrada”, logo, ele pode mudar de
acordo com a religião dos próprios obreiros, já que para ser maçom há a necessidade de se
acreditar em um ente supremo, criador de todas as coisas. Definitivamente, o maçom não pode
ser ateu.

O Livro da Lei pode ser:


a) Livro dos Mortos – para os egípcios.
b) A Bíblia para os Católicos
c) Vedas – para os hindus
d) O Torah para os judeus
e) O Alcorão para os Muçulmanos

2 – A BIBLIA (7)

Livro impresso por Gunttemberg, no século XV, e o mais vendido da história, a Bíblia reúne
escrito fundamental para as três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo e
Islamismo. Na verdade, a Bíblia é uma biblioteca de 73 livros escritos em momentos históricos
diferentes. Até hoje, os arqueólogos não encontraram nada que pudesse comprovar a autoria de
nenhum livro bíblico.Os textos mais antigos do Velho Testamento fazem parte dos Manuscritos do
Mar Morto.São cópias integrais ou parciais de todos os livros do Antigo Testamento. 

A datação mostrou que os textos mais antigos eram de 200 a C., cerca de mil anos mais
recentes do que, segundo a Bíblia, alguns deles foram escritos. Em relação ao Novo Testamento,
os escritos mais antigos são os papiros com trechos do livro do apóstolo João, de 130 d.C.

A discussão sobre a autoria dos textos é pesada. A Bíblia cita, por exemplo, Moisés como o
escritor dos primeiros cinco livros, mas alguns estudiosos enxergam no estilo literário do
Pentateuco – “cinco livros”, em grego – o que tornaria pouco provável que a tenha saído das
mãos da mesma pessoa.A primeira compilação que se tem notícia da Bíblia que aparece na
estante de fiéis do mundo inteiro foi feita por estudiosos gregos. Por volta de 200d.C.,foram
reunidos num só livro todos os textos sagrados, com o Antigo Testamento em hebraico e o Novo
Testamento em grego. Pouco mais de 100 anos depois, o Concílio de Nicéia reconheceu e
oficializou a coletânea como sendo a Bíblia Sagrada. 

O Pentateuto é formado pelos primeiros cinco livros, que compõem o Torah do Judaísmo (a
palavra significa “lei” em hebraico) Em grego, o conjunto destes livros recebeu o nome de
Pentateuco (cinco livros).São considerados os textos históricos da Bíblia, porque pretendem
contar o que ocorreu desde o inicio dos tempos, inclusive a criação do homem que, segundos
alguns teólogos, teria ocorrido em 5000 a C. (7)

Os 27 livros do Novo Testamento abarcam um período bem menor: cerca de 70 anos, que vão do
O Velho Testamento, aceito como sagrado por judeus, cristãos e muçulmanos, é composto de 46
livros que pretendem resumir a história do povo hebreu desde o chamamento de Abraão por
Deus, que teria ocorrido por volta de 1850 a C., até a conquista da Palestina pelos exércitos de
Alexandre Magno e as revoltas do povo judeu contra o domínio grego, por volta de 300 a C.

2.1 - A DIVISÃO DA BIBLIA (8)

Os diversos livros da Bíblia, como falamos anteriormente, estão agrupados em dois testamentos:
o Velho e o Novo.
VELHO TESTAMENTO
I –HISTÓRICOS ; pentateuco
Gêneses que trata da origem do homem
Êxodos conta a saída dos hebreus para o Egito
Levítico conta a saída dos hebreus para o Egito
Números trata da origem do povo hebreu
Deuteronômio conta a história do povo hebreu
Josué - Juizes - Rute - Esdras - Tobías -Judith - Éster - Macabeus - Reis
I e II
II - DIDÁTICOS
Jô - Salmos - Provérbios - Sabedoria - Eclesiásticos
III – PROFÉTICOS
1 - Maiores (textos mais longos)
Isaías - Jeremias - Baruc - Ezequiel - Daniel
2 – Menores (textos mais curtos)
Oseías - Joel - Amós - Abdias - Jonas - Miquéias - Naum - Habacque -
Sofonias - Argeu

NOVO TESTAMENTO
HISTÓRICOS DIDÁTICOS. PROFÉTICOS
Os quatro evangelhos Epístolas de São Paulo Apocalipse
Atos dos Apóstolos Epístolas aos católicos
É preciso ter em mente que a formação da Bíblia foi lenta e muito complicada. É o
resultado do trabalho de várias mãos que durou séculos, onde a tradição oral era o forte.
No Boletim O Aprendiz da Loja Duque de Caxias, de n.99, p.16 encontramos a seguinte citação
que corrobora nossa afirmativa: “A Bíblia foi escrita num período de 1600 anos, desde 1500 a C.
até o ano de 900 d C., quando João escreveu seu Santo Evangelho, na Ásia Menor. Foi escrito
originalmente em hebreu,aramaico e grego, em folhas de papiro e depois em pele de carneiro”.
(9)

2.2 – ABERTURA DA BÍBLIA: SALMO 133

A abertura do Livro Sagrado marca o início real dos trabalhos numa loja maçônica, pois o ato,
embora simples, porém solene, é de grande importância, pois que simboliza a presença efetiva
da palavra do Grande Arquiteto do Universo. Num artigo publicado pela revista Trolha, de agosto
de 1997, lê-se que esta prática de se usar o Livro da Lei foi estabelecida em 1717, a partir da G L
da Inglaterra, embora haja referência ao seu uso a partir de 1670.(10). Segundo Castelani, a
leitura do salmo foi usada pela primeira vez,perto da metade do século XVIII, por algumas Lojas
do Yorkshire, na Inglaterra, quando ainda nem havia um rito plenamente organizado. Em pouco
tempo, esse hábito foi abandonado e, já a partir da adoção do rito Inglês de Emulation,(que
indevidamente fala se em "de York") abria-se a Bíblia em qualquer lugar, sem leitura de
versículos. Todavia, esse hábito foi retomado por algumas Grandes Lojas norte-
americanas,principalmente a de Nova York. Nos EUA, no simbolismo, só se pratica o rito de York,
pois o REAA só é praticado nos Altos Graus. Da Grande Loja de Nova York, por cópia, o salmo
foi introduzido no Brasil e em algumas outras Obediências da América do Sul, no REAA. Neste,
na verdade, tradicionalmente se abre o Livro em João e são lidos os versículos 1 a 5 do capítulo
1.

Há variedades em termos da abertura da Bíblia: o Grande Oriente Paulista, no grau de Aprendiz,


adotou iniciar a reunião lendo João, 1.1 a 5 (11), o que confirma os dizeres do Ir.Castelani. Tem-
se noticias, que o Livro de Ruth IV é aberto em algumas Lojas dos EUA e também na Inglaterra.
É também chamado de Salmo da Pelo que sabemos, tratando-se das Grandes Lojas, abre-se a
Bíblia, no Livro dos Salmos e lê-se o de número 133 o qual, especificamente ressalta Concórdia.

Cavaleiros Templários

O Salmo 133 é no dizer do Ir.Valdir Fernandes (12) uma eloqüente descrição da beleza do amor
fraternal, e por esta razão muito mais apropriado para ilustrar uma sociedade cuja existência
depende daqueles nobres princípios.

É importante registrar que a leitura deste salmo já era adotado pelos antigos cavaleiros
templários, nas suas iniciações, no ano de 1128, conforme nos demonstra Gomes (1999), o qual,
no seu livro “A Regra Primitiva dos Cavaleiros do Templo”, às páginas 81 e 149, traduzindo os
“Cânones do Ritual da Recepção na Ordem do Templo”, número 678 nos diz: “... Et lê frere
chapelain dait lê saume dire que l’on dit, Ecce quam bonumet quam incubum, /habitare frates in
unum...” (E o irmão capelão deve recitar o salmo que diz. Eis ,como é bom, como é bom, como é
delicioso, /viverem os irmãos em boa união)

3 – Os SALMOS: classificação

Saltério
Dá-se o nome de Salmos (do hebraico = psalmus) aos cânticos religiosos e patrióticos dos
israelitas. Segundo a Bíblia , com o movimento de fixação por escrito das tradições israelitas pelo
profeta Ezequiel e pelos seus discípulos , e continuado após a restauração de Israel por várias
gerações de escribas, foram-se formando diversas coleções dos Salmos.Algumas dessas
coleções podem ser mais antigas e datarem do mesmotempo de David ou mesmo de Isaías.(13).
Para o I.'. Valdir, citado anteriormente, os Salmos eram cânticos destinados aos serviços corais
do Templo ou das Sinagogas e eram entoados sob o acompanhamento de um “saltério” (de =
psalterium), que poderia ser talvez uma harpa, citara ou lira, como se lê em Salmos 108:1-2:
“Preparado está meu coração, ó Deus: cantarei e salmodiarei com toda a minha alma. Despertai,
saltério e harpas; eu despertarei ao romper da alva.”

Os Salmos (14) Livro dos Salmos fazem parte dos chamados livros didáticos do A.T. e são
compostos por 150 salmos e abrangem todo o campo das emoções, desde a alegria até ao ódio,
do desespero até a esperança. Podemos classificá-los em:
Laudatórios - louvam a Deus, à sua grandeza, magnificência e misericórdia.
Deprecatórios - onde o salmista expõe osmales e queixas.
Gratulatórios - agradecimento de benefícios ou preces atendidas.
Penitenciais - pedem perdão de pecados pessoais ou do povo.
Históricos - versam sobre a história de Israel.
Messiânicos - referem-se ao futuro Messias p.ex. 2 a 108
Fraternidade - refere-se à concórdia entre os irmãos p.ex. 133
Saltério
Os Salmos são atribuídos a David. Não é que David seja o autor de todos eles. Alguns são
atribuídos pelo próprio texto a Azaph, aos filhos de Core, e etc e outros são simplesmente
anônimos. Os Salmos, após minuciosas pesquisas históricas levam a supor que as composições
cubram um período de tempo de quase mil anos, com o seu ápice na época monárquico posterior
a David, antes do exílio da Babilônia (entre 800 a 600 a C).(15)

Rei David 4 – PERSONAGENS BÍBLICOS

4.1 – DAVID: (18)

A Bíblia define o rei David como o cantor dos cânticos de Israel, pela habilidade em tocar a citara,
graças à qual entrou para a corte do rei Saul (16).

David ou Rei David era um excelente salmista e os historiadores não sabem precisar quantos
salmos podem ser-lhe atribuídos: 73 são designados com a fórmula “Le David”, que pode
significar, “de David” mas também pode significar “a respeito” de David (17).

Unção de David

Para se falar de Davi há necessidade de inseri-lo dentro do contexto histórico da época. As


primeiras civilizações da história surgiram e se desenvolveram entre 2.800 e 400 a C.nas regiões
ribeirinhas do Oriente Médio.

São as civilizações da antiguidade oriental, que viviam no contexto do modo de produção asiático
e que se espalharam por cinco áreas interligadas geograficamente e Culturalmente: Mesopotâmia
(atual Iraque), Egito, Fenícia (região do Líbano), Pérsia (Irã) e Palestina. Por volta de 1050 a.C.,
dois séculos após o êxodo (fuga dos judeus do Egito para Palestina), os hebreus tiveram que
lutar com persistência contra cananeus e filisteus. Josué, sucessor de Moises, agrupou os vários
clãs em 12 tribos pelas terras conquistadas. A resistência de cananeus e filisteus tornava
indispensável a unidade política das tribos e a fidelidade religiosa em um único Deus, Jeová,
(“JAVÉ”, aquele que é).

Saul, o primeiro rei dos hebreus, foi sucedido por David, em 1006 a.C., que se destacou por
derrotar o gigante Golias.Sob comando de David, os israelitas tomaram Jerusalém na luta contra
os cananeus, transformando-a em sua capital. Outras vitórias contra filisteus, moabitas e arameus
garantem a independência do reino de Israel. David reforçou a tradição judaica a partir da união
das doze tribos. Seu reinado, altamente próspero, durou 40 anos.De sua união com Betsabé
nasceu Salomão que o sucedeu. David nasceu em Belém e é tido como antepassado de Jesus.
David Levou para Jerusalém (Sião) a Arca da Aliança, nomeou os chefes dos sacerdotes e fez
tudo para manter o seu culto.

4.2 – AARÃO
A genealogia de Aarão nos mostra que ele era bisneto de Levi, daí dizer-se que ele era da
“casa de Levi”. Era irmão mais velho de Moisés e filho primogênito de Amrao e Jacobed. Ajudou
Moisés a libertar o povo hebreu do cativeiro egípcio. Foi seu intérprete junto ao faraó do Egito e
os anciãos de Israel.(19).

Foi o fundador do sacerdócio hebraico e por isso passou a ser o patriarca da classe sacerdotal.
Seu nome significa “iluminado”, ”elevado”, ou “sublime”.

Após a libertação dos israelitas do jugo egípcio,(Ex.13,1-2) os primogênitos foram “eleitos” para o
sacerdócio do senhor, tornando-se uma instituição definitiva que vai ser ratificada com a
construção do Templo. (Ex.28.1-43).
4.2.1- Tabernáculo, precursor do Templo.

Segundo as instruções que Moisés recebeu no Monte Sinai, a Lei, (Tábua das Leis ou Decálogo)
contendo os fundamentos doutrinários deveria acompanhar o povo hebreu durante todo o tempo
que durasse o êxodo. 

“Assim Moisés mandou construir o Tabernáculo ou Tenda (do hebraico = suká), que seria o
santuário (em hebraico = mishkan) para guarda do Torah e para os ofícios religiosos, durante a
longa viagem em direção à Palestina.”(Castelani, 1993.p.61).

A Bíblia nos diz que o Tabernáculo foi montado em um terreno de formato quadrilongo de cem
côvados de comprimento por cinqüenta de largura, (45 por 27,5 metros). A tenda, que era a parte
mais importante do conjunto era formada por quatro tendas sobrepostas. A mais interna era de
linho e as demais de peles tingidas de púrpura. A tenda maior era o Kodesh (Santo) e continha: à
entrada, o Altar dos Perfumes; ao norte o Altar dos Pães Propiciais; ao sul, o candelabro de sete
velas (Menorá). A tenda menor era o Kodesh Há Kodoshim (Santos dos Santos) e era
considerado o local mais íntimo e sagrado de todo o conjunto, pois representava a habitação
terrena de Deus. Na tenda só tinha ingresso sacerdote mais graduado e apenas num dia do ano,
no dia da expiação (Yom Kippur) (20). Coube a Salomão, filho de David a tarefa de construir o
Templo

4.2.2 - A ARCA DA ALIANÇA

Segundo a Bíblia, Moises teria recebido no Monte Horeb, na península do Sinai, durante a viagem
para a terra prometida, instruções divinas que o povo hebreu deveria cumprir (Ex: 24-12). “Então
disse o Senhor a Moisés, sobe amim, ao monte e fica lá; e dar-te-ei Tábuas de Pedra e as leis e
os mandamentos que tenho “.

Para guardar as Tábuas da Lei o Senhor ordena a Moisés construir uma arca que seria guardada
no Tabernáculo.(Ex:25.10-22). “Farão um tabernáculo e habitarei no meiodeles.. farão uma arca
de madeira de acácia...e porás dentro da arca o testemunho que te dei...”

A Arca da Aliança (Tyrb Nwra-àrow beriyth) era um baú construído de madeira de acácia e
media 1.25 mts de comprimento, 0,75 mts de altura e 0.75 de largura (considerando que o
côvado equivalia de 45 a 50 cm) (21). A Arca foi construída por Bezabel, (que construiu o
Tabernáculo, templo desmontável que foi usado durante a travessia do deserto) (22). A Arca era
de acácia, toda forrada de ouro por dentro e por fora ,com uma bordadura em volta ,também em
ouro.
A Arca tinha quatro argolas e dois varais, que não poderiam ser retirados do local e também
revestido de ouro. Tanto o ouro como acácia eram considerados como incorruptíveis e por isso foi
empregado na sua confecção. A Arca era coberta com uma tampa chamada de Propiciatório e
adornada com dois querubins, também feitos de ouro maciço voltados para o centro da Arca
Dentro da Arca ficavam as Tábuas da Lei, o Pote de Maná, e a vara de Aarão que florescera.(HB:
9-4)

4.2.3 – O SIMBOLISMO DA ARCA


A arca era o símbolo mais importante da fé judia e serviu como a única manifestação
física de Deus na terra. A importância da Arca pode ser vista pela sua localização no
Tabernáculo, e posteriormente no Templo (Sanctus Sancturum) bem como as restrições em torno
dela como, por exemplo, de que somente o Sumo Sacerdote (Aarão) poderia adentrar no lugar
santíssimo e isto só uma vez no ano por ocasião do Dia do Perdão (Yom Kippur) (Lev: 16.2). Da
leitura do livro do Ex: 25-22 depreende-se que ela representava o Trono de Deus no interior do
Tabernáculo, que estava ali para julgar as ações do povo Hebreu e também para transmitir os
princípios e ensinamentos de sua palavra. Segundo a tradição, a Arca continha o Decálogo (os
Dez Mandamentos ditados por Deus a Moisés), o cajado de Aarão e um recipiente com maná.
Para os israelitas, a Arca representa Deus acompanhando os judeus durante a travessia do
deserto. A Arca desapareceu na tomada de Jerusalém, em 586 d.C., embora seja mencionada
em lendas posteriores.

4.2.4 – AS VESTES DE AARÃO

Os sacerdotes, pela sua posição de interlocutores da palavra de Deus, deveriam se


distinguir dos demais israelitas. Aliás, Aarão e seus irmãos já eram distinguidos, pois
pertenciam à casa de Levi, a quem fora outorgado pelo Senhor a missão de daí saírem os seus
sacerdotes (a esse respeito ver Castelani, op.cit .p.83).

As vestes sacerdotais deveriam refletir a dignidade da função.Em Ex: 28-4., o Senhor disse a
Moisés:

“Farás a teu irmão Aarão vestes sagradas em sinal de dignidade, de ornato... de sorte que ele
seja consagrado ao meu sacerdócio. Eis as vestes que deverão fazer: um peitoral, um efod, um
manto, uma túnica bordada, uma mitra, um cinto deverão usar fios de lá azul púrpura e vermelha,
fios de ouro de linho puro...farás tambémo peitoral .. e encheras de pedras de engate ... e serão
aquelas pedras os nomes das doze tribos de Israel.”

Na seqüência dos versículos, até o número 29 temos todo o detalhamento destas vestes, não só
de Aarão, mas também dos seus irmãos. Deve-se ressaltar que estas vestes deveriam ser
usadas todas as vezes que chegassem pertodoaltar paraservirem como sacerdotes, a fim de não
incorrerem em falta e de não morrerem.

4.2.5 - O ÓLEO DA UNÇÃO


A Bíblia sempre fala do óleo da unção usado nas cerimônias de consagração dos sacerdotes.É o
que encontramos em Ex:28.14 e 29 : “... e os ungirás, investindo-os e consagrando-os para que
me sirvam como sacerdotes.’”...tomarás o óleo da unção e o ungirás derramando sobre sua
cabeça.”. (29)

O Salmo 133, ora analisado temos:“..é como o óleo precioso sobre a cabeça ,que desce à orla
dos seus vestidos”. Surge então a pergunta: que óleo era este? Qual sua composição? A própria
Bíblia nos explica inclusive com a sua quantidade, em Ex: 30.22-33 : “O senhor disse a Moisés,
escolhe os mais preciosos aromas : 500 ciclos de mirra...250 ciclos de junco odorífero ,500 ciclos
de cássia e um hin de azeite de oliveira. Será este o óleo para a sagrada unção.este será para
mim, o óleo da unção sagrada, de geração emgeração.”

Fazendo a conversão das quantidades para as medidas atuais;


Um ciclo =12 gramas; 500 ciclos x 12 gramas = 6 quilos de mirra
250 ciclos x 12 gramas = 3 quilos de junco odorífero.
500 ciclos x 12 gramas = 6 quilos de cássia.
Um hin = 6 litros de azeite puro (23)

5 - OS MONTES (24)

5.1 – HERMON
Ao norte de Israel (Palestina) existe a cordilheira antilibana (de Antilíbano, uma das suas
montanhas) em contraposição a Libana no território do Líbano.

Nesta cordilheira se encontra o Monte Líbano, famoso por seus cedros, nas suas encostas. Esta
cadeia se desenvolve do nordeste ao sudeste por vários quilômetros e suas extensões e alturas
são vistas a partir do mar Mediterrâneo.

Dentro desta cordilheira, fazendo divisa entre Israel, Líbano e a Síria encontram-se o Monte
Hermon com seus 2814 metros de altura e seu cume sempre nevado.

Segundo o site www.execulink.com/~wblank/index.htm lê-se: “Mount Hermon, from the Hebrew


word pronounced ker-mone, meaning abrupt, is the eastern extension of the Anti-Lebanon
mountain range. Consisting of a ridge about 20 miles (32 kilometers) long with three peaks rising
up to 9,200 feet (2,800 meters) above The Mediterranean Sea, it marked the northern boundary of
Israel (Deuteronomy 3:8, 4:48, Joshua 11:3, 11:17, 12:1, 13:11). “(25)”.

Hermon, para os Sidonianos (povo que habitava o vale do Sidon), era Sarion e para ao Amorreus
(outro povo) era Sanir, significando sagrado. Por ser considerado sagrado, existiam em suas
encostas e até no seu cume pequenos templos religiosos, cujas ruínas foram descobertas pelos
arqueólogos.

Segundo Castelani, já citado anteriormente, o Monte Hermon, pelo seu fornecimento de madeira
para a construção de navios, pelo seu caráter sagrado, pelo seu orvalho que descia sobre toda a
Palestina irrigando suas terras, era, sem dúvida na antiguidade, a mais famosa e importante
montanha da região.

Devido à altura, as correntes de ar procedentes da sua cordilheira levam a névoa para toda a
região (inclusive Sião), condensando-se ali, sob a forma de orvalho. Por outro lado, o degelo da
sua neve é a principal fonte alimentadora do rio Jordão e, por extensão, do lago da Galileia e de
toda a região da Palestina.

5.2 – SIÃO

A enciclopédia Delta Larousse define Sião, em árabe Djabal Sahyun, como uma das
colinas sobre as quais Jerusalém foi construída. Geograficamente o monte Sião é uma elevação,
de cerca de 800 metros, entre os vales de Cedron e de Tyropocon a qual segundo a Bíblia, David
tomou dos Jebuseus, mais ou menos em 1000 a.C.

Após a vitória passou a ser chamada de Cidade de David (25) porque para ali David se mudou
saindo da cidade de Hebron levando consigo a Arca da Aliança. 
Sião ou Jerusalém, (27) na Bíblia, é chamada por outros nomes, a saber: Sião, cidade de Judá,
cidade Santa,cidade de Deus, cidade da Justiça, cidade do Grande Rei, Aelia Capitolina (no
tempo do Imperador Adriano) e El-Kuds (“a santa”) dado pelos árabes.Posteriormente quando a
Arca foi transferida para o Templo que Salomão havia construído no Monte Moriá, o nome Sião
compreendia também toda a cidade de Jerusalém (26).
Sião ou Sion passou a ser o nome simbólico de Jerusalém, da Terra prometida, da cidade de
Davi. Deriva de Sion a palavra Sionismo. No dicionário Michaelis encontra:
SIONISMO [Do top. Sion, denominação judaica de Jerusalém, onde há um monte com esse
nome, + (ismo)]. .m
1. Estudo das coisas referentes à Jerusalém.
2.Movimento político e religioso judaico iniciado no séc. XIX, que visava ao restabelecimento, na
Palestina, de um Estado judaico, e que se tornou vitorioso em maio de 1948, quando foi
proclamado o Estado de Israel.
 
 
 
2ª PARTE

ANÁLISE INTERPRETATIVA
É preciso lembrar que o que se escreve sofre influência da época em que foi escrito. Como
este trabalho consiste na análise de um dos Salmos e este por sua vez, faz parte da Bíblia, é
necessário ter em mente que a mesma foi escrita a mais de 2000 anos. Fazendo uso das
palavras de Pio XII, o mesmo assim se expressou, ao se referir à Bíblia:

“Nas palavras escritas dos antigos autores orientais freqüentemente não é claro, como nos
escritores nossos contemporâneos, qual é o sentido literal... é imprescindível que o interprete
remonte mentalmente a esses recuados séculos do Oriente... distinga e veja claro, que gênero
literário, quiseram empregar e de fato empregaram os escritores daquela vetusta idade, porque
os antigos orientais, para exprimir o que tinham em mente, não empregaram sempre as mesmas
formas e modos de dizer que nos usamos hoje, mas sim os que corriam entre os homens do seu
tempo e da sua nação “. (29)
A forma geralmente usada na poesia dos salmos se chama “paralelismo”, que é a repetição de
uma idéia, com outras palavras na linha ou nas linhas seguintes. É a repetição de idéias de
estrofe a estrofe. (30)Este paralelismo, nas suas várias formas, e a riqueza de comparações, é
que dão graça e beleza à poesia hebraica. Será dentro desta ótica que iremos tratar da análise do
Salmo 133, denominado o Salmo da Concórdia ou da Fraternidade:
"OH! QUAO BOM E SUAVE É
QUE OS IRMAOS VIVAM EM UNIÃO
É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA.
O QUAL DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA DE AARÃO.
E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS
É COMO O ORVALHO DE HERMON QUE DESCE SOBRE
SIÃO PORQUE ALI O SENHOR ORDENA
A BENÇAO E A VIDA PARA SEMPRE “
Atribui-se a David a autoria deste salmo no qual ele exalta a beleza do fato dos irmãos
estarem juntos, em harmonia.

Deve ter sido escrito e cantado, ao som de um saltério, por ocasião da festa do Tabernáculo
quando os israelitas subiam até Sião = Jerusalém para orarem no Templo. David ao levar para as
sua cidade a Arca da Aliança, ali organizou o serviço religioso.

Com isso não tardou que para ali afluíssem os israelitas para adorar JAVE, o Senhor.(31) É
importante registrar que antes da construção do Templo de Salomão, que iria abrigar a Arca da
Aliança, a mesma ficava no Tabernáculo, na cidade de David, ou seja, Sião. O Tabernáculo era o
Templo dos israelitas e o centro religioso da nação hebraica.
Atribui-se a David a autoria deste salmo no qual ele exalta a beleza do fato dos irmãos estarem
juntos, em harmonia. Deve ter sido escrito e cantado, ao som de um saltério, por ocasião da festa
do Tabernáculo quando os israelitas subiam até Sião = Jerusalém para orarem no Templo. David
ao levar para as sua cidade a Arca da Aliança, ali organizou o serviço religioso.Com isso não
tardou que para ali afluíssem os israelitas para adorar JAVE, o Senhor.(31) É importante registrar
que antes da construção do Templo de Salomão, que iria abrigar a Arca da Aliança, a mesma
ficava no Tabernáculo, na cidade de David, ou seja, Sião. O Tabernáculo era o Templo dos
israelitas e o centro religioso da nação hebraica.

1 – “OH! QUÃO BOM E SUAVE É QUE OS IRMÃOS VIVAM EM UNIÃO”

Esta primeira frase é o canto de David pela confraternização dos romeiros, que passam o dia
reunido na grande esplanada do Templo. Gente de toda Israel, que mal se conhece, vinda de
todas as regiões, ali se congregam como irmãos e irmãs, como membros de uma grande família,
de uma mesma nação, que vive sob a alegria profunda de adorarem um só Deus, Javé = Jeová.
Transportando esta imagem para os dias de hoje, não é o que vemos nas nossas romarias nas
cidades de Juazeiro do Norte, Congonhas, Belém do Pará? A televisão nos mostra os
muçulmanos fazendo a sua peregrinação anual às cidades de Meca, Medina. Ou, os católicos
nos santuários de Aparecida em São Paulo ou de Fátima em Portugal ou em Lourdes na França?
Ou a Festa da Páscoa, atualmente, na Terra Santa? .

2 – “É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA ...”


Encontramos na Bíblia, em Lev: 8.12 alusão a esta passagem que diz: “... derramou do azeite da
unção sobre a cabeça de Aarão e ungiu-o para santificá-lo”. Este óleo era um perfume à base de
mirra e oliva usado unicamente para ungir os reis e sacerdotes, pelo que se depreende da leitura
de Ex.28.15.

O verbo derramar, aí conjugado no passado “derramou” significa que o mesmo “jorrou”, isto é,
sem parcimônia, sem reservas o óleo sobre a cabeça e tão abundante foi que desceu pela sua
barba, daí a alusão: “e que desce sobre a barba, a barba de Aarão”. Na tradução da Bíblia
vulgata, entende-se por cabeça, o ouvido, a visão, o paladar, o olfato, as mãos, ou seja, o tato.
Logo a “fronte”, “a cabeça”, também significa os cinco sentidos, e o óleo derramado, a purificação
dos mesmos.
Unção de um Sacerdote

Nos diz o Ir.Minoru Tamura (32) da ARLS Ferraz de Vasconcelos, Oriente de São Paulo,
referindo-se a este verso:

“A cena apresentada pelo salmista na unção de AARÃO, encerra uma simbologia majestosa. A
cabeça é o emblema, o centro vital da existência; a barba é o emblema da honra, pois na
antiguidade, sempre expressou honradez e probidade, principalmente no Oriente, por razões das
velhas tradições; as vestes são o emblema da honestidade e pudor e de especial significado
litúrgico e ritualístico.”

“E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS”

Já o Ir.Francisco Luis Nanci, (33) analisando este salmo, dá uma interpretação bem interessante,
onde ele diz que num sentido mais místico e esotérico, nosso próprio corpo físico convive com
vários outros corpos de natureza sutil, através dos quais nossa partícula divina, nosso Deus
interior, se manifesta em suas múltiplas personalidades para poder difundir em nós sua força e
sua vontade.
Que nos trabalhos em Loja Maçônica, quando todos estão unidos, harmonizados e concentrados
esse “óleo precioso” vem até nossas cabeças, e nos infunde gradativamente a Energia Divina.As
vestes representam o nosso corpo físico, a nossa parte externa. Conclui seu raciocínio dizendo
que o óleo precioso (Energia Divina), antes de encharcar nossas vestes (nosso corpo), derrama-
se sobre sua cabeça e barba (receptor das manifestações vindas da presença de Deus), até à
orla dos seus vestidos (são as emanações que se distribuem por todo o nosso corpo).

3 – “É COMO O ORVALHO DE HERMON...”

Israel faz divisa pelo norte com o Líbano e a oeste com a Síria; o Monte Hermon assinala as
divisas entre estes países. Pela sua altura, de 2814 metros, seus picos estão permanentemente
cobertos de neve (imagem ao lado). Nas regiões desérticas, a evaporação da umidade concentra-
se nas montanhas e retorna durante a noite sob a forma de orvalho, suprimindo assim a falta de
chuvas e propiciando as condições para uma boa colheita e dando com isto, as condições para a
fixação do homem a região Por outro ladoo degelo da neve do Monte Hermoné fonte
alimentadora do rio Jordão que abastece toda a região,irrigando o solo palestino,trazendo com o
alimento(benção) para o povo,pão para comer. O Monte Hermon, na visão de David, através do
seu orvalho, é sinal de vida.

“QUE DESCE SOBRE SIAO...”


O Monte Sião tem aproximadamente 800 metros de altitude daí, portanto a expressão “... descer
sobre Sião” querendo dizer “sobre as colinas de Sião”, porque nos salmos 87:2 e 51:18 e mais
179 vezes Jerusalém é chamada de Sião (34) No Salmo 125:1-2 há uma bela referência a este
respeito:
“Os que confiam no Senhor são como o Monte de Sião que não se abala, mas permanece para
sempre. Como estão os montes à volta de Jerusalém ,assim o Senhor está em volta do seu povo
desde agora e para sempre.” (nosso grifo)
“PORQUE ALI O SENHOR ORDENOU A BENÇÃO E A VIDA PARA SEMPRE”
David, ao conquistar a fortaleza de Sião, transportoupara ali a Arca da aliança e construiu para
ela um Tabernáculo. Com isso Sião tornou-se a “cidade do Senhor”, local da Sua morada, local
do seu repouso: “... este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei.” (Salmo
132;13-14)
Com a presença da Arca da Aliança, Sião tornou-se a capital religiosa dos Israelitas, um lugar
santo, sagrado, conforme se depreende da leitura do Salmo 154.21 que nos diz: "... bendito seja
o Senhor desde Sião que habita em Jerusalém”. David compara o óleo descendo sobre a cabeça
de Aarão com o orvalho descendo sobre Sião. Aarão é sumo sacerdote, o chefe religioso da
nação israelita, é a “cabeça” espiritual do povo hebreu, da mesma forma que Sião é a capital
espiritual de Israel. O primeiro purifica, consagra um sacerdote para o serviço do Senhor,
tornando Aarão um homem puro, justo e perfeito para as funções sacerdotais.

Na segunda imagem o orvalho sobre Sião é a água que, além de purificar, torna possível a vida
ao redor de Jerusalém. É como o óleo (água) caindo sobre Aarão (Jerusalém) porque ali em Sião,
(Javé), o Senhor (representado pela a Arca da Aliança) havia ordenado a Sua benção para
sempre.

O fato dos romeiros estarem ali reunidos fazia com que a benção descesse para todos. Isto para
David é algo concreto. Manifesta-se na natureza, no óleo, no orvalho, nas chuvas, nas águas do
Rio Jordão que irriga a terra e a torna fértil tornando possível a posse da Terra Prometida. David
emprega uma linguagem prática para mostrar que Sião é o centro religioso de Israel, pois ali o
Senhor havia escolhido para Sua morada.

CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi uma tentativa de analisar, dentro de um contexto histórico, as figuras
de David e de Aarão e suas importâncias dentro da formação religiosa do povo hebreu, a partir do
Salmo 133.

Por extensão analisei também a importância do Livro da Lei e sua divisão em Velho e Novo
Testamento. Fiz uma abordagem da localização geográfica dos Montes Hermon e Sião e a
inclusão dos mesmos no contexto histórico ora analisado. Por extensão do próprio trabalho não
pude deixar de me referir ao papel da Arca da Aliança e do Tabernáculo. O Salmo 133 é
conhecido como o Salmo da Fraternidade. A vivência desta belíssima exortação deve ser a base
da nossa conduta, o sustentáculo da sociedade, não só maçônica, mas profana. A palavra divina,
os ensinamentos do G A D U que devemos seguir para realizar com perfeição, chega-nos como o
óleo, como o orvalho chega até Sião, pois ele mesmo nos disse para “amarmos ao próximo como
Eu vos amei”.

Para David a união entre os irmãos deve ser o penhor de prosperidade, de satisfação.O Salmo,
que é alusivo à concórdia, nos ensina que é bom, suave, que os irmãos vivam em união, como é
agradável sentir a sensação do santo óleo escorrer pela fronte. Tanto o óleo, como o orvalho têm
o mesmo sentido: ambos vem do alto, do céu, do Senhor. Cair, se entende, como se não
houvesse obstáculo, pois a amizade, a fraternidade deve imperar entre todos, sem reservas,
barreiras ou sofismas.

A nossa fraternidade ou aquela que entendemos como tal, não deve ter o mesmo conceito do
mundo profano.Pelo próprio fato de pertencermos a uma ordem à qual juramos fidelidade, já é o
bastante para torna-la diferente. Aqui o meu vizinho é meu irmão (frater) e como o orvalho que cai
sem obstáculo, assim deve ser também a amizade: sem sofismas, reservas. Pois só assim
fazendo, teremos a certeza de que o Senhor fará derramar a vida e a Sua benção entre nós, para
todo o sempre.

I.'. Antônio Guilherme de Paiva


M.'.M.'. da R.'.L.'. Charitas ll, Or.'. S. João Del-Rei, MG - Brasil
 

Notas Bibliográficas (Parte 1)


01 - Grande Loja Maçônica de MG e a Constituição de Anderson, p.1.
02 – Allec Mellor – Dicionário da Franco Maçonaria, p.159.
03 – Gomes, Pindorama.A Ordem Primitiva dos Cavaleiros Templários, p.6.
04 – www.salmos133.Org / Biblioteca de Trabalho Maçônico.
05 – Id.
06 – G L M M G – Landmarks.... p.159
07 – Revista Superinteressante.Abril/Maio. 2002
08 – Bíblia Sagrada.P.8
09 – O Aprendiz, out.99, p.16.
10 - Revista A Trolha, ago. /97 p.30.
11 – Revista A Trolha, mar. /97 p.31.
12 – Revista Trolha, out. /99 p.8.
13 – Bíblia Sagrada, p.52.
14 – Bíblia Sagrada, p. 521.
15 – Id.
16 - I Samuel 16.22-23
17 – www.terrasanta.hpg.ig.com.br/personagem.htm 
18 – Id.
19 – Jose Castelani.A Maçonaria e a Herança Hebraica, p.82.
20 – Id.P.62
21 – Medida bíblica. Distancia entre o cotovelo e ponta do dedo médio.Côvado = cubitum.
22 – www.us-israel.org/jsauce/imagens/ark/ark.jpg 
23 – http://www.pefelix.brturbo.com/psl/b_medidas_moedas.htm
24 – www.bibareh.com/glosary/m.html
25 - http://images.google.com/imgres
26 – Bíblia Sagrada 2 Samuel 5.6-9
27 – www.uol.com.br/bibliaworld
28 – id.

Notas Bibliográficas (Parte 2)


29 – Bíblia Sagrada, Encíclica Divino Afflante Spiritu, Pio XII, parte II, parágrafo 2o.
30 – Dicionário Aurélio – Versão eletrônica –Versão 3.0 -Século XXI
31 - Ir.Valdir, Revista Trolha, out. /99 p.8.
32 – A Ampulheta, n.31, p.6.
33 – O Prumo, n.113.p.6
34 – www.uol.com/bibliaworld/igreja/responde/bibo11.htm

BIBLIOGRAFIA
Bíblia Sagrada.Tradução Missionários Capuchinhos, Lisboa, 1971/1972.
BOLETIM INFORMATIVO, Loja Duque de Caxias n° 70,Santos,n.338.ano XXXVOut.1999
BOLETIM TRIMESTRAL Loja “Ferraz de Vasconcelos”,São Paulo,n.31,ano VI, Mar./Abr.2001
CASTELANI,Jose.A Maçonaria e sua Herança Hebraica, Maringá,Trolha,1993.
GOMES, Pinharanda A Regra Primitiva dos Cavalheiros Templários,Lisboa,Hugin, 1990.
MELLOR,Alec .Dicionário da Franco Maçonaria,rio de Janeiro,ed.Martins Fontes,19....
MINAS GERAIS,Grande Loja Maçônica.Landmarks e a Constituição de AndersonSd.
PAIVA,Antonio Guilherme. Salmo 133. S j Del Rei,1984,ed.particular
REVISTA Trolha.Maringá,n.130.ago.1997
REVISTA Prumo.Florianópolis,n.117.ano XXVI.nov./dez.1997
REVISTA Superinteressantr.Abril,Mai./2002
WINTER,Enia & SALLES,Paulo, Metologia da Pesquisa Científica.São Paulo. Cedas.1997
Internet – Sites:
www.salmo133.org 
www.terrasanta.hpj.ig.com.br
www.proveg.com/igrehjabatista/
www.us.israel.org 
www.pefelix.bturbo.com 
www.bibareh.com
www.uol.com.br
www.ultimosegundo.ig.com.br

PRANCHA "O RITO"


PRANCHA 'O RITO':

RITO vem da palavra latina ritus, que era utilizada para designar a ideia de formalismo ou de algo
convencional. As práticas antigas eram promovidas nesses atos formais ou convencionais, para
que ficassem gravadas na imaginação. Os governantes procuravam imprimir gestos, cores,
sinais, símbolos, palavras e sons, para criar condicionamentos uniformes na realização das
práticas coletivas, que formam o RITO. O RITO incute nas pessoas o hábito cerimonial. O termo
RITO se aplica no sentido de regra, ordem, método, orientação, diretriz, uso e outras conotações
que impregnam a conduta humana de compromisso com um sentimento preconizado. Há ritos
religiosos, jurídicos, militares, familiares, morais, etc. Na vida social, os ritos se interpõem por
meios de costumes. A noção de Rito está, quase sempre associada a uma fórmula tradicional e a
um tipo de reverência ou culto.

As instituições são mantidas através de procedimentos ritualísticos. Ritual é a explicação cultural


do RITO. No RITUAL estão contidos os modos como o RITO deve ser executado ou vivenciado.
O Ritual se exprime na maneira de fórmulas ou de processos que dão ritmo a harmonia,
consistência, permanência, unidade, individualidade e entre outras condições, o envolvimento
grupal de sensibilidades. A Maçonaria comunica-se em diferentes Ritos concebidos para atender
a determinadas circunstâncias históricas e geográficas mundiais.

RITOS NA MAÇONARIA
Para entendermos os ritos na maçonaria devemos voltar a época onde a maçonaria era
operativa, ou seja, na época onde os maçons eram os mestres construtores que tinham por
finalidade realizar a construção das mais diversas obras e principalmente das igrejas e lugares de
adoração, nesta época a ordem não conhecia distinções todos os maçons eram construtores,
arquitetos dedicados a edificar os mais belos e majestosos edifícios nesta época todos seguiam
os mesmos costumes e possuíam as mesmas leis e formas de reconhecimento. O ato de
transição que tornou a maçonaria operativa na maçonaria filosófica de hoje não foi algo simples
ou rápido, durante este período de reforma da instituição, diversas ordens surgiram e de uma
maneira ou de outra contribuindo assim para a elaboração da atual maçonaria.

Os Templários, por exemplo, nos concederam grande parte dos seus rituais que agregamos a
maçonaria e alguns que praticamos até hoje, a cabala judaica também foi agregada a maçonaria
e outros elementos trazidos por membros do clero e da nobreza. Por esta miscigenação de
doutrinas que foram agregadas a maçonaria e juntando o conhecimento dos maçons operativos
que possuíam o segredo sobre a pedra e arte de trabalhar com metais formou-se uma doutrina
filosófica que transmutou a antiga maçonaria operativa numa nova ordem de cunho filosófico
chamada de maçonaria especulativa fazendo assim surgir diversas ordens maçônicas com
diversos entendimentos, mas com pontos em comum.

O marco da maçonaria moderna aconteceria com a fundação da Grande Loja de Inglaterra, em


Londres, em 24 de Junho de 1717, já completamente desvinculada da tradição operativa, como
primeira Obediência institucional congregando federadamente lojas particulares ou células de
trabalho, surge, em cerca de 1728, a primeira loja maçônica especulativa nacional identificada,
fundada em Lisboa. A partir deste ponto a maçonaria especulativa ou filosófica tornava-se uma
grande sociedade sem fronteiras sendo difundida em muitos países como a França, a Alemanha
e diversas colônias de Portugal e da Inglaterra, por se difundir por vários países com crenças e
costumes diferentes a maçonaria foi alvo de transformações e diversificações culminando com o
surgimento de diversos ritos.

Mesmo dentro de um mesmo país diversos ritos se difundiram tomando, por exemplo, em
Portugal podemos notar que de 1820 a 1869 praticaram-se na maçonaria portuguesa seis ritos
diferentes: o Rito Francês, o Rito Simbólico Regular, o Rito Escocês Antigo E Aceito, o Rito De
Heredom, o Rito Eclético Lusitano e o Rito De Adoção, a constituição maçônica de 1806 adotara
o rito francês como oficial e único no seio do grande oriente lusitano.

Enquanto nesta obediência se esgotaram os trabalhos maçônicos portugueses, o rito francês


manteve a sua exclusividade, e mesmo depois, quando já os maçons portugueses se achavam
divididos em facções numerosas, o Rito Francês continuou a prevalecer. Depois da Inglaterra e
de Portugal a França foi o primeiro país no qual fincou suas raízes a Maçonaria Moderna. As
primeiras quatro Lojas parisienses, sobre as que se tem notícias certas, se reuniram em 1736,
estando presentes cerca de 60 membros, e procedendo-se pela primeira vez a eleição de um
Grande Mestre na pessoa de Charles Radcliff, conde de Derwentwater, fundador que foi da
primeira Loja na hospedaria Au Louis d'Argent.

A primeira loja maçônica fundada no Brasil surgiu na Bahia em 1.797, portanto 80 anos após a
fundação da grande loja de Londres. Esta loja teve suas primeiras reuniões realizadas abordo de
uma fragata Francesa, ali se encontravam os homens como José Bonifácio entre outros
revolucionários que lutavam pela independência do Brasil e os ideais libertários trazidos pelos
militares Franceses. Em 1.834 o GRANDE ORIENTE Luzitano, desejando propagar no Brasil a
verdadeira doutrina Maçônica, nomeou para esse fim, três delegados para criarem lojas regulares
no Rio de Janeiro filiadas àquele grande Oriente. Foi fundada então as lojas: Constância,
Filantropia e Reunião, que serviram para todos os maçons existentes no Rio de Janeiro. Estas
foram as primeiras lojas regulares, pois já existiam anteriormente agrupamentos secretos em
moldes maçônicos, funcionando mais como clubes ou academias, mas não como lojas. Depois da
fundação destas três primeiras lojas oficiais, espalhou-se nas províncias da Bahia, Pernambuco e
Rio de Janeiro, lojas livres ou sob os auspícios do Grande Oriente Luzitano e da França.

A província de Pernambuco tinha uma maçonaria bastante pujante com muitas lojas prósperas,
como a Restauração, a Patriotismo, a Guatimozim e a Regeneração, da qual fizeram parte os
principais lideres da revolução Pernambucana de 06.03.1817. Em Niterói em 1812 foi fundada a
praia Grande a loja DISTINTIVA, republicana e revolucionaria era comandada por Antonio Carlos
Ribeiro de Andrada, irmão de José Bonifácio. A primeira obediência Brasileira teve como Grão-
mestre: José Bonifácio de Andrada e Silva entre outras personalidades daquela época como
dirigentes.

RITOS MAÇÔNICOS
Denomina-se de rito maçônico um conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos
maçônicos. Esses variam de acordo com o período histórico, conotação, objetivo e temática dada
pelo seu criador; muitos ritos existiram por breves períodos de tempo e foram extintos, muitos
mantém suas tradições inalteradas até hoje,estima-se que ao longo da historia tenha existido
mais de 140 ritos diferentes, os ritos hoje mais difundidos no mundo são: O rito de York, O rito
Escocês Antigo e Aceito, O rito Francês ou Moderno, O rito Schröeder, O Rito de Memphis-
Misraim. No Brasil se exercem todos esses, mas se destacam também o Rito Brasileiro e o Rito
Adonhiramita.

RITO DE YORK
Acredita-se ter sido criado por volta de 1743. Foi levado à Inglaterra por volta de 1777.
Inicialmente foi composto de quatro graus, hoje possui 13 e atualmente é o rito mais difundido no
mundo. Até 1744 possuía apenas os três graus simbólicos, quando foram introduzidos vários
graus filosóficos. Em 1813 reestruturou-se o Rito com 03 graus simbólicos mais um grau filosófico
o ROYAL ARCH. A data dessa unificação foi 27 de dezembro de 1813, dia de São João
Evangelista.

No Brasil dizemos Rito de York ao sistema maçônico que segue estritamente as práticas inglesas,
de um modo particular observando-se as cerimônias tradicionais que recebem o nome geral de
Emulation working ("trabalhos de Emulação"). Emulação é o sentimento que nos estimula a
superar algo, a sermos perfeitos. Em 1813, ao se unirem Antigos e Modernos, na solene
afirmativa do Act of Union foi dito, e até hoje é mantido como declaração preliminar no livro das
Constituições da Grande Loja Unida da Inglaterra, que "a pura e Antiga Maçonaria consiste de
três graus e não mais, a saber, os de Aprendiz Registrado, Companheiro do Ofício e Mestre
Maçom, incluindo a Suprema Ordem do Santo Real Arco.

Fica desse modo bastante claro que, conforme os princípios ingleses (ou pelo menos da Grande
Loja Unida), embora a complexa existência de círculos ou ordens além do grau três, tais
manifestações não são consideradas como puras, nem o Arco Real é tido como um grau extra,
mas sim uma Ordem incluída nos três graus a que se reduz a dita pura Antiga Maçonaria.
Paradigma estranho aos brasileiros, à medida que estamos acostumados às diversas escalas da
carreira maçônica ou graus, assim, por exemplo, os prestigiosos 33 graus do Rito Escocês Antigo
e Aceito (REAA).

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO


Derivou-se do Rito de Heredon. Em 1º de maio de 1786 foram fixadas as regras e seus
fundamentos, composto até hoje de 33 graus. Atualmente é o rito mais difundido nos países
latinos. A origem do rito escocês antigo e aceito está diretamente ligada as Cruzadas. Devia
fazer-se sentir, não só entre os artífices, mas ainda entre os nobres que também conheceram na
Palestina, formas de associações novas e, uma vez de volta a Europa constituíram Ordens,
semelhantes às do Oriente, nas quais admitiram logo outros iniciados. É assim que em 1196,
fundou-se na Escócia a "Ordem dos Cavaleiros do Oriente", cujos membros tinham como
ornamento uma cruz entrelaçada por quatro rosas. Dizem que essa Ordem trazida da Terra
Senta, pelo ano de 1188 da Era Cristã, da qual o rei Eduardo I da Inglaterra.

O Rito Escocês Antigo e Aceito resolveu definitivamente o problema que tinha por objetivo
conservar na Maçonaria os ensinamentos filosóficos que, há séculos, se agruparam em torno do
pensamento primitivo e simples, em que a Maçonaria está estabelecida. Cada iniciação evoca a
lembrança de uma religião, de uma escola, ou de alguma instituição da Antiguidade. Estão em
primeiro lugar as doutrinas judaicas. Vêem em seguida os ensinamentos baseados no
cristianismo e representados, sobretudo pelos Rosa-Cruz, esses audazes naturalistas que foram
os pais do método de observação e procura da verdade, de onde saiu a ciência moderna.
Portanto, as iniciações do Escocismo reportam-se aos Templários, esses cavaleiros hospitalares
e filósofos nos quais os maçons dos Altos Graus glorificam a liberdade do pensamento
corajosamente praticada numa época de terrorismo sacerdotal.

RITO FRANCÊS OU MODERNO


A história deste rito se inicia em 1774, com a nomeação de uma comissão para se reduzir os
graus, deixando apenas os simbólicos. No princípio houve uma forte oposição, então a comissão
decidiu deixar quatro dos principais graus filosóficos. Com o decorrer do tempo, lojas adotaram o
rito e hoje em dia é muito praticado na França e nos países, que estiveram sob sua influência.

O rito, embora criado sob moldes racionais, seguia a orientação dos demais, em matéria
doutrinária e filosófica, baseada, entretanto, na primitiva Constituição de Anderson, com tinturas
deístas, mas largamente tolerante, no que concerne à religião. Em 1815, ocorreria a regressão
dogmática, que tanto influiria nos destinos da Maçonaria francesa: a Grande Loja Unida da
Inglaterra, que surgira em 1813, da fusão da Grande Loja dos "Modernos" (de 1717) e a dos
autodenominados "Antigos", de 1751, alterava a primitiva Constituição de Anderson, tornando-a
absolutamente dogmática e impositiva. Ou seja: ao liberalismo e à tolerância da original
compilação de Anderson, foram sobrepostos os teísmo pessoal, o dogmatismo e a imposição,
incompatíveis com a liberdade de pensamento e de consciência.

Apesar disso, quando o Grande Oriente promulgou, em 1839, seus primeiros "Estatutos e
Regulamentos Gerais da Ordem", estes conservavam o melhor da tradição da Maçonaria dos
Aceitos, dentro do espírito da original Constituição de Anderson, de 1723. Em 1872, depois de
estudos iniciados em 1867, o Grande Oriente da Bélgica suprimia, de seus rituais, a invocação do
G.'.A.'.D.'.U.'.. Essa resolução aboliu a invocação, mas não a fórmula do G.'.A.'.D.'.U.'., como
frequentemente se afirma. Era a tolerância, elevada ao máximo, que motivava o Grande Oriente a
rejeitar qualquer afirmação dogmática, na concretização do respeito à liberdade de consciência e
ao livre arbítrio de todos os maçons.

O Grande Oriente e a Grande Loja da França, porém, doutrinariamente, continuam a manter a


fidelidade àqueles antigos usos, relativos ao respeito à liberdade absoluta de consciência. A
Maçonaria francesa, tendo muitos aristocratas em seus quadros, embora seu maior contingente
fosse da burguesia, que faria a revolta, ao implantar o uso de espadas em Loja, pretendia mostrar
que ali todos eram iguais, não havendo nobres ou plebeus, ricos ou pobres, ficando, as ainda
inevitáveis diferenças sociais e econômicas para lá do limite dos templos. O Rito Moderno, hoje, o
único fiel ao texto original das Constituições de Anderson (1723), que traduziam os antigos usos e
costumes da Maçonaria e que se tornaram o instrumento jurídico básico da moderna Maçonaria.

RITO SCHRÖEDER:
Criado por Frederick Louis Schoröeder, em 1766 na Alemanha, com a ideia de a Maçonaria
conter apenas as suas características fundamentais iniciais, sem nenhum acréscimo. Estudou
muito as origens maçônicas para compor este rito. Os Rituais de Schröeder foram aprovados em
1801 pela Assembleia dos Veneráveis Mestres da Grande Loja de Hamburgo, Alemanha, sendo
praticados por alemães e seus descendentes em diversos países. No Brasil, com a colonização
germânica no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o Rito estabeleceu-se inicialmente no
idioma Alemão. Mais tarde foi traduzido para o Português e hoje é reconhecido pelas Grandes
Lojas Estaduais-CMSB, pelo G. O. B. e pelos Grandes Orientes Estaduais Independentes -
COMAB.

O Ir.'. Schröder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes e não, uma sociedade
esotérica. Por isso, enfatizou no seu Ritual o ensinamento dos valores morais e a difusão do puro
espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal. Preservando a importância dos
símbolos e resgatando o princípio que afirma ser "a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de
São João". Pelo seu trabalho e exemplo, o Ir.'. Schröder é venerado e respeitado hoje, como no
passado, sendo homenageado pelas antigas Lojas alemãs e por Lojas e Irmãos de todo o mundo.
O Rito Schröder apresentou expressivo crescimento a partir de 1995, quando havia cerca de 14
Lojas no Brasil.Por utilizar um Templo simples, com poucos paramentos e cargos, torna-se muito
mais fácil "trabalhar" em uma Oficina Schröder. Tudo isso contribui para aumentar o número de
Oficinas que adotam o Rito. Atento a este movimento, o G. O. B. criou em 1999 o cargo de
Grande Secretário Geral de Orientação Ritualística-Adjunto para o Rito Schröder, não por acaso,
ocupado por um dos integrantes do Colégio de Estudos.

Alguns aspectos principais chamam a atenção de todos os Irmãos que entram em contato com o
Rito: a simplicidade da Liturgia, que em nada diminui sua beleza e profundidade; as palavras
amáveis do V.M. ao iniciando e aos Irmãos; a valorização das qualidades morais do homem; o
estímulo ao autoconhecimento.

RITO DE MEMPHIS-MISRAIM
Esta Obediência Maçônica, que celebrou seu bicentenário em 1988, surgiu quando os dois Ritos,
de Memphis e de Misraim, foram reunidos em 1881, por Giuseppe Garibaldi, que se tornou seu
primeiro Grão-Mestre. O Rito de Misraim foi fundado em Veneza em 1788. Sua filiação veio
através de Cagliostro, que o erigiu com os Graus Menores da Grande Loja da Inglaterra e os
Altos Graus da Maçonaria Templária Alemã. O Rito de Memphis foi constituído em Montauban em
1815, por Franco-maçons que tomaram parte na Missão do Egito, com Napoleão Bonaparte, em
1799. A estes dois Ritos foram adicionados os Graus Iniciáticos que vieram de Obediências
Esotéricas do século XVIII: o Rito Primitivo, o Rito dos Philadelphos, entre outros.

O Rito de Misraim
A primeira menção ao Rito foi feita em Veneza em 1788. Ele se difundiu rapidamente em Milão,
Gênova e Nápoles e apareceu na França com Michel Bedarride, que recebeu o Grão-mestrado
em 1810, em Nápoles, do Irmão De Lasalle. De 1810 a 1813 os três Irmãos Bedarride
desenvolveram o Rito em França, de certa forma sob a proteção do Rito Escocês. Ilustres
Maçons pertenceram a ele, como o Conde Muraire, Soberano Grande Comendador do Rito
Escocês Antigo e Aceito, entre outros.

O Rito de Memphis
A maioria dos membros que acompanharam Bonaparte na Missão do Egito eram Maçons
pertencentes a antigos Ritos iniciáticos: Philalètes, Irmãos Africanos, Rito Primitivo e Grande
Oriente de França. Tendo descoberto no Cairo uma sobrevivência gnóstico-hermética e no
Líbano a Maçonaria drusa, que Gérard de Nerval também encontrou, remontando à Maçonaria
"operativa" que acompanhava os seus protetores, os Templários, os Irmãos da Missão do Egito
decidiram renunciar à filiação maçônica vinda da Grande Loja da Inglaterra. E assim nasceu o
Rito de Memphis em 1815, em Montauban, sob a direção de Samuel Honis e Marconis de Negre,
com numerosas Lojas no exterior e personalidades ilustres em suas fileiras, como Louis Blanc e
Giuseppe Garibaldi, que em breve se tornaria o unificador de Memphis e de Misraim.

O Rito de Memphis-Misraim
Os Ritos de Memphis e Misraim, até 1881, seguiam rotas paralelas e concertadas no mesmo
clima particular. Os Ritos começaram então a agrupar Maçons interessados no estudo do
simbolismo esotérico da Maçonaria, gnose, cabala e até mesmo o hermetismo e o ocultismo. O
Rito de Memphis-Misraim perpetua sua Tradição na fidelidade aos princípios de liberdade
democrática e das ciências iniciáticas. Alguns outros ritos derivaram da formulação original do rito
de Menphis e Miram. Mênphis ou Oriental: Foi introduzido em Marselha(França) pelos Maçons
Marconis de Négre e Mouret, no ano de 1838; esse rito dirige seus ensinamentos como o de
Mizraim para a tradição Egípcia, compões-se de 92 graus, dividido em 3 séries. Mênphis-Mizraim:
Rito criado com a reunião dos ritos de Mênphis e Mizraim em 1899 no Grande Oriente da França.
Soberano Santuário: Termo específico do Rito de Memphis-Misraim. É a Direção do Rito como
um todo, seguindo antigas Tradições. Mizraim-Mênphis: Rito criado com a reunião dos dois ritos,
com conotação mais voltada ao Mizraim.

O RITO BRASILEIRO
Alguns estudiosos falam de sua instalação em 1864 no Estado de Pernambuco, com o nome de
Maçonaria Especial do Rito Brasileiro. Oficialmente tem-se a data de 23 de dezembro de 1944
como de sua criação, através do Decreto nº 500 do Soberano Grão-Mestre Lauro Sodré. Dos
diversos ritos praticados pela Maçonaria Regular, em todos os recantos da Terra, o Rito Brasileiro
é um deles. O Rito Brasileiro há muito tempo é Regular, Legal e Legítimo. Acata os Landmarks e
os demais princípios tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país.

Teria sido o embrião do Rito Brasileiro o apelo feito por um irmão Lusitano, um Cavaleiro Rosa
Cruz, no ano de 1864, dirigido aos Orientes Lusitano e Brasil, no sentido de que fosse criado um
Rito novo e independente, mantendo os três graus simbólicos, de acordo com a tradição
maçônica, comum a todos os ritos e, os demais, altos graus, fossem diferenciados com
características nacionais. Em 1878, em Recife surgiu a Constituição da Maçonaria do Especial
Rito Brasileiro com aval de 838 obreiros, presidido pelo comerciante José Firmo Xavier, para as
Casas do Circulo do Grande Oriente de Pernambuco. Esta Constituição era Maçonicamente
totalmente irregular, pois a mesma além de se assentar sob os auspícios de sua Majestade
Imperial Dom Pedro II, Imperador do Brasil, da Família Imperial e sua Santidade Sumo Pontífice o
Papa, nela estava incluído vários preceitos negativos, como por exemplo: A admissão somente
de Brasileiros natos, e em seu artigo quarto afirmava que uma das finalidades do Rito era
defender a Religião Católica e sustentar a Monarquia Brasileira. Evidentemente o Rito não
prosperou, pois era Irregular.

Atualmente o Rito Brasileiro é uma realidade vitoriosa. Possui organização e doutrina bem
estruturada, que muito se diferencia da organização e doutrina incipientemente propostas ao
longo de sua história. Solidamente constituído é praticado por mais de 150 Oficinas Simbólicas
distribuídas por quase todas as unidades da Federação.

O RITO ADONHIRAMITA
Criado pelo Barão de Tschoudy, ilustre escritor, em Paris, França, no ano de 1766. De caráter
místico e cerimonial, atualmente só está em funcionamento no Brasil; Este rito se originou em
1878 em Recife, com o primeiro movimento maçônico brasileiro, ficou adormecido até que em
1976 por iniciativa de Lauro Sodré, Grão Mestre, deu o caráter de regular, legítimo e legal para o
rito. Este sofreu ainda atualizações, para a sua forma atual. Ao lado do Rito Moderno, o Rito
Adonhiramita foi um dos primeiros introduzidos no Brasil, precedendo, por pouco tempo, o
primeiro, no início do século XIX.

Embora, no início do século XIX, o rito tenha tido muita aceitação, ele acabaria, logo, sendo
praticamente ignorado, pois, quando, depois do fechamento do Grande Oriente Brasílico --- a 25
de outubro de 1822 --- foi reerguida a Maçonaria brasileira, em 1830 e 1831, através de dois
troncos, o Grande Oriente Brasileiro e o Grande Oriente do Brasil, respectivamente, nenhuma
Loja adotou o rito. Ele só seria reintroduzido em 1837, quando foi fundada a Loja "Sabedoria e
Beneficência", de Niterói, regularizada a 16 de janeiro de 1838, na jurisdição do Grande Oriente
do Brasil, vindo a abater colunas em 1850. A segunda Loja "Firmeza e União" surgiria em 1839,
ano em que a Constituição do Grande Oriente do Brasil instituía o Grande Colégio de Ritos, para
abrigar os Altos Graus dos ritos então praticados: Moderno, Adonhiramita e Escocês Antigo e
Aceito.

Em 1863, ocorreria uma dissidência, no Grande Oriente do Brasil, liderada por Joaquim Saldanha
Marinho, sendo criado o Grande Oriente do Vale dos Beneditinos --- que, depois de uma
fracassada tentativa de reunificação, passou a se denominar Grande Oriente "Unido" --- em
alusão ao seu local de funcionamento. Nesse Grande Oriente, o Rito Adonhiramita floresceu,
chegando, o número de suas Lojas, a suplantar o do Grande Oriente do Brasil: neste, foram
fundadas as Lojas "Aliança", em 1869, e "Redenção", em 1872, perfazendo três Lojas do rito.

Em 15 de abril de 1968, era assinado, entre o Grão-Mestre do Grande Oriente, Álvaro Palmeira, e
o então Grande Inspetor do Sublime Grande Capítulo, Josué Mendes, um Tratado de Aliança e
Amizade entre as duas Obediências. Com a morte, em 1969, de Josué Mendes, Aylton de
Menezes assumiu o cargo de Grande Inspetor, tratando de alterar, totalmente, a estrutura
administrativa do rito, que, há muito, não era mais praticado em qualquer outro país do mundo.
Com isto, de acordo com sua Constituição, promulgada a 2 de junho de 1973, o Sublime Grande
Capítulo passou a se denominar Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, enquanto o
Grande Inspetor assumia o título de Magnífico Patriarca Regente. Conforme os termos da
Constituição, os poderes e autoridades do Sublime Grande Capítulo eram transmitidos ao
Excelso Conselho, embora o tratado de 1968, com o GOB, tivesse sido feito em nome do Grande
Capítulo. Além da alteração administrativa, os graus adonhiramitas eram, então, aumentados de
treze para trinta e três.

Em 1973, por uma cisão no Grande Oriente do Brasil, surgiram os Grandes Orientes estaduais
independentes, ou autônomos. Alguns criaram Lojas adonhiramitas, mas não promoveram essa
modificação estrutural, surgida no âmbito do Grande Oriente do Brasil. Foi o caso da pujante
Maçonaria Adonhiramita do Grande Oriente de Santa Catarina, depois transformada em Oficina
Chefe do rito, em âmbito nacional, para todos os Grandes Orientes independentes, que já
promoveu diversos encontros estaduais e nacionais, com pleno sucesso. Ali, a Oficina Chefe do
Rito continua sendo o Sublime Grande Capítulo, é dirigida por um Grande Inspetor e adota o Rito
Adonhiramita original, sem o acréscimo de graus.

Não foram feitos muitos rituais adonhiramitas dos graus simbólicos, no Brasil (menos ainda nos
Altos Graus). Os primeiros utilizados, na primeira metade do século XIX, eram, simplesmente,
uma tradução feita da "Compilação Preciosa". Somente em 1873, diante da iminente criação do
Grande Capítulo Noachita, é que o Grande Oriente do Brasil editaria o Regulamento dos Graus
de Aprendiz, Companheiro e Mestre. Esse regulador dos três graus simbólicos seria reeditado em
1916 e em 1938. Depois disso, surgiriam novas edições, com mais frequência. As práticas
ritualísticas do Rito Adonhiramita são, seguramente, das mais belas, entre as dos diversos ritos
praticados em nosso país. Se o Rito Schroeder é, sem dúvida nenhuma, o mais simples e
objetivo, o Adonhiramita é o mais complexo e o de maior riqueza cênica, não só nas cerimônias
magnas de iniciação, elevação e exaltação, mas até nas sessões mais simples, quando nenhuma
das práticas próprias do rito é omitida.
OUTROS RITOS MAÇÔNICOS
Além destes ritos que tem a sua presença de forma mais marcante no mundo e no Brasil, existem
mais de cem outros ritos, como por exemplo: Rito do Anel Luminoso: fundado em 1780 e tendo
com visão reviver a escola de Pitágoras; Rito dos Cavalheiros do Oriente: Sua origem remontava
a maçonaria primordial baseada nas tradições egípcias; Rito dos Arquitetos da África: surgiu na
Áustria em 1787 e dedicava-se a investigações históricas sobre a maçonaria; Rito de Heredom:
surgiu na França em 1758 e tinha como foco os Cavaleiros Templários; Rito Platônico: Fundado
em 1842 se espelhava na academia Platônica; Rito Eclético Lusitano : Foi uma tentativa de
constituir um rito próprio e exclusivo dos maçons portugueses. Foi elaborado em 1838 durou
pouco mais de 23 anos e foi incorporado ao Rito Francês. Muitos outros ritos são conhecidos na
história da maçonaria, muitos destes serviram de alicerce para os ritos hoje largamente
praticados.

Muitos outros se perderam nas areias do tempo, mas independente dos ritos e obediências e por
trás de todos eles estavam os nossos irmãos que defenderam e propagaram a maçonaria pelos
quatros cantos da terra e é em honra a estes irmãos que prestamos hoje homenagem nos filiando
e seguindo o nosso rito nos empenhando em nos tornarmos pessoas melhores e tornar o mundo
melhor para que possamos contribuir na elaboração da obra cujo alicerce foi forjado há muitos
anos atrás pelo suor e sangue dos verdadeiros maçons.

Que o Grande Arquiteto do Universo, Supremo Reparador dos Mundos, possa sempre nos
iluminar em nossa obra e abrir a nós as portas do conhecimento, e quando ao fim de nossa vida
chegar possa permitir que nos unamos a sua luz de onde um dia saímos.

Or.'. de Itapema, 02 de Setembro de 2002 E.'.V.'.


A.'.R.'.L.'.S.'. PEDRA CINTILANTE, 60
G.'.O.'.S.'.C.'./C.'.O.'.M.'.A.'.B.'.
F.'. D.'., A.'. M.'.

Bibliografia:
Apostila de Informações Preliminares.
Coleção da Maçonaria Simbólica do Rito Adonhiramita.
CASTELLANI, José. Curso Básico de Liturgia e Ritualística. Ed. A Trolha 2a. Ed. - 1997.
CAMINO, Rizzardo da. Dicionário Maçônico. São Paulo. Ed. Madras. 2001.
SILVA, Pedro. História e Mistério dos Templários. Rio de Janeiro Ed. Ediouro. 2001.
ARDITO, João Antonio.Maçonaria Lendas Mistérios e Filosofia Iniciática. Rio de janeiro. Ed.
Madras. 2002.

REVOLUÇÃO FRANCESA
REVOLUÇÃO FRANCESA* 

Esta semana as democracias do mundo inteiro registram e comemoram mais um aniversário da


Revolução Francesa, acontecimento que marcou para sempre as relações dos homens com o
Estado e dos homens entre si. 

Sempre se ouviu nos meios maçônicos que a Revolução Francesa foi uma obra da Sublime
Instituição.

Assim, por estarmos próximo do dia 14 de Julho, data que se comemora a Queda da Bastilha,
entendemos pertinente trazer alguns comentários, tanto sob o prisma da importância histórica em
caráter geral, como sob o ângulo da Maçonaria, em particular.
Inicialmente é preciso deixar claro que qualquer análise que se faça sobre fatos históricos, a
mesma deve ser feita de acordo com o contexto do momento em que eles aconteceram, sob
pena de interpretações distorcidas.

É sob tal enfoque que procuramos elaborar este trabalho.

Com efeito, a França daqueles anos encontrava-se em total desequilíbrio. Cerca de 26 milhões
de pessoas sustentavam o luxo de uma pequena minoria de nobres estimada em 400.000
pessoas que reservavam para si a maior parte da riqueza produzida no país, bem como as
funções mais importantes do Estado.

A Monarquia arrecadava, o Clero não pagava impostos e ainda arrecadava o dizimo e quem
realmente pagava impostos era a classe burguesa e os membros pobres do chamado Terceiro
Estado(1).

Ao lado disso, a fome era o verdadeiro flagelo do povo francês e como resultado, eram comuns
os saques, roubos e uma série de outras barbáries, sem que no horizonte se vislumbrasse
qualquer perspectiva de melhora.

Naquela altura dos acontecimentos, a superioridade moral e intelectual não estava mais ao lado
da realeza, do clero e da nobreza.

Através de seus filósofos, de seus representantes, de seus homens de ciência, o povo se


apossara dessa superioridade, principalmente porque produzia riquezas e se conscientizou dessa
realidade.

Montesquieu, d'Alambert. Diderot, Voltaire(2), dentre outros, deixaram- se impregnar pelas idéias
dos livre-pensadores ingleses, influindo por sua vez na parte filosófica do movimento.

Contudo a maior influência foi exercida por Jean Jacques Rousseau, através do livro "O contrato
social", onde pregava a doutrina de que todos os homens são iguais.

A inquietação social e política, aliada a problemas financeiros graves, persuadiu Luis XVI a
convocar os Estados Gerais no início de 1789, ato que ajudou a desencadear os acontecimentos.

Entre as principais exigências do Terceiro Estado estavam as sessões conjuntas dos Três
Estados e a votação nominal dos deputados, já que ele era majoritário(3). 0 Clero e a Nobreza
não aceitavam tais reivindicações.

Certo de que representava a maioria do povo francês, o Terceiro Estado declarou-se, a 17 de


junho de 1789, em Assembléia Nacional, sendo que Luis XVI decidiu não só anular as decisões
do Terceiro Estado como impedir suas reuniões no Palácio de Versailhes. 

A 20 de junho, chegando à sala de reuniões e encontrado-a fechada, os deputados ocuparam


parte das dependências e elaboraram um juramento, se comprometendo a não se separarem até
que a França tivesse uma Constituição. 

O rei perdera o controle sobre os acontecimentos; o que se iniciara com o objetivo de resolver a
crise econômica estava mergulhando a monarquia na mais grave crise política de sua história.

Após ter tentado por todos os meios dissolver a Assembléia, Luis XVI procurou ganhar tempo
ordenando ao clero e à aristocracia que participassem da elaboração do texto constitucional. Dois
dias depois, a Assembléia Nacional era proclamada Assembléia Nacional Constituinte.
Alarmado com o rumo político da França e sem meios para controlá-lo, Luis XVI enviou tropas do
Exercito para cercar o local de reunião dos constituintes. O povo de Paris reuniu-se em praça
pública para acompanhar as notícias da Assembléia reunida em Versalhes.

No dia 8 de julho, os deputados solicitaram ao rei a desmobilização das tropas. Em resposta, Luis
XVI afirmou que os soldados estavam ali apenas para prevenir desordens.

Três dias depois, demitiu Necker, ministro favorável às reformas que tinha a simpatia popular,
nomeando para o seu lugar o barão de Breteuil, um nobre de tendência muito conservadora.

Quando a notícia chegou a Paris provocou grande indignação. Formarem-se milícias burguesas e
grupos de populares começaram a procurar armas para enfrentar as tropas reais.

No dia 14 de julho o provo tomou de assalto o arsenal do governo, apoderando-se de 32.000


fuzis. Em seguida, a massa rumou para a Bastilha, prisão política e símbolo da prepotência real,
que foi tomada e literalmente arrasada.

Estes, suscintamente, os fatos históricos.

Como se vê, a revolta armada eclodiu espontaneamente e é bem provável que se o povo não
tivesse tomado aquela atitude, a Assembléia Nacional Constituinte encontraria uma fórmula
negociada para solucionar a crise institucional então instalada.

Afirmou um historiador que "a Revolução Francesa, que surpreendeu, pela sua subitaneidade
irresistível, aqueles que foram os autores e os beneficiários como aqueles que dela foram vítimas,
preparou-se lentamente durante um século e mais. Saiu do divórcio, a cada dia mais profundo,
entre as realidades e as leis, entre as instituições e os costumes, entre a letra e o espírito".

As revoluções não se improvisam e nem surgem de repente. Há sempre uma fase mais ou menos
longa de incubação e assim ocorreu com a Revolução Francesa.

Desta maneira, a Revolução não foi outra coisa senão o resultado da evolução do pensamento. O
clima para a revolução estava há muito tempo preparado. Faltava apenas o pretexto e este foi o
episódio da queda da Bastilha, que também pode ser considerada como uma "anarquia
espontânea".

Então, porque se afirma que a Revolução Francesa foi obra da Maçonaria?

Naquela noite de 14 de julho de 1789 foi votada a definitiva abolição do sistema feudal, e no dia
26 publicou-se a famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Entre eles estavam o direito à liberdade, sob todas as formas, a igualdade de todos perante a lei
e o dever de fraternidade e solidariedade, princípios da soberania popular.

Ao abolir o antigo regime, foram nacionalizadas as terras da Igreja e o país dividido em


departamentos, a serem governados por assembléias eleitas.

Evidentemente que aqueles que perderam seus privilégios elegeram os culpados por essas
perdas.

O mais célebre desses acusadores foi o Padre Barruel que escreveu o livro "Memória para servir
à História do Jacobinismo", editado em 1797 e também conhecido como a "Bíblia da
Antimaçonaria".
De outro lado, muitos Maçons, ou pelo pouco conhecimento dos fatos históricos e dos princípios
da ordem ou por mero fanatismo, acataram a versão de que a Revolução Francesa foi concebida
dentro das Lojas Maçônicas e este mito ainda persiste.

Entre as acusações mais fortes que o Padre Barruel faz ao espírito maçônico do seu tempo, esta
em considerar que o grande objetivo da Maçonaria era a Igualdade e a Liberdade, porque,
segundo os Maçons, todos os homens são iguais e Irmãos e todos os homens são livres.

Aqui abre-se um parêntesis. As palavras LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, se


tornaram um lema da maçonaria contemporânea, porém, segundo vários autores, o lema não tem
origem maçônica.

Os que apoiam a origem maçônica afirmam que ele foi utilizado como divisa da Revolução
Francesa de 1789.

Uma pesquisadora de nome B. F. Hyslop examinou uma grande quantidade de diplomas


maçônicos publicados ente 1771 e 1779 na Biblioteca Nacional de Paris e não encontrou mais
que dois, somente, onde as três palavras estão reunidas.

Quase todos os diplomas registram SAUDE, FORÇA, UNIÃO, ou falam do templo onde reina "o
Silêncio, a União e a Paz".

De outra parte, segundo diversos autores, inicialmente o lema da Revolução Francesa era:
Liberdade, Igualdade, ou Morte. Somente com a Segunda República, em 1848, é que o lema iria
se transformar em Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Afirma-se que a maçonaria francesa na segunda metade do século XIX foi quem adotou o lema
da Segunda República, o qual acabaria se difundindo entre os maçons que trabalhavam sob
influência da cultura francesa, em todo o mundo.

Voltando ao tema, segundo um historiador citado por ASLAN, as circulares do Grande Oriente da
França invocam a Igualdade e a Liberdade como princípios reguladores e declaram que são as
bases fundamentais da Ordem.

Numa época em que a divisão de classes era tão severa, parece natural que estas doutrinas se
apresentassem com forte cunho de revolucionárias.

Quanto às acusações do Padre Barruel, penso que seja oportuno a elaboração de outro trabalho,
em continuidade a este(4).

Já em relação à crença dos Maçons, que se auto proclamam os autores da Revolução Francesa,
a pesquisa realizada por NICOLA ASLAN autoriza dizer que os irmãos que assim pensam estão
equivocados.

A afirmação parte da simples razão de que jamais o Grande Oriente de França descumpriria os
preceitos supremos da instituição, quais sejam os seus Landmarks, notadamente aqueles
conhecidos como os Deveres de um Maçom e que constam das constituições maçônicas de 1723
- também chamados Landmarks de Anderson. 

Encontramos ali que o Maçom deve ser pessoa pacífica, submeter-se às leis do país onde estiver
e não deve tomar parte nem deixar-se arrastar por motins ou conspirações deflagradas contra a
paz e a prosperidade do povo, nem mostrar-se rebelde à autoridade, porque a guerra, o
derramamento de sangue e as perturbações da ordem têm sido sempre funestas para a
Maçonaria. 
Tiveram, pois, razão os próceres da Maçonaria quando proibiram dentro do âmbito das Lojas,
discussões sobre política e religião. Sabiam por experiência própria, depois de dois séculos de
guerras civis político-religiosas, que tanto a religião como a política, são crenças que se
radicalizam com facilidade, pondo em perigo os princípios de fraternidade, tornando os homens
inimigos entre si.

Todavia, quando os Maçons queriam agir no campo da política, como têm direito de fazê-Io todos
os cidadãos de uma nação, pertençam eles a qualquer agremiação religiosa, filosófica, cultural ou
recreativa, tomavam para fazê-Io, os maiores cuidados para que a sua Loja não fosse
transformada em palco de polêmicas violentas, que dividissem os irmãos em campos diversos, e
acabasse com a harmonia que deve reinar numa Loja Maçônica.

Por isso, os que perseguiam objetivos diferentes daqueles preconizados pelas Lojas Maçônicas,
criavam fora do âmbito das mesmas, as associações que se encarregariam de pugnar pela idéia
por eles objetivada.

Essas associações eram dirigidas por Maçons, mas estavam abertas aos profanos desejosos de
militar em prol de um ideal nobre e humanitário e raras foram as oficinas que, neste particular,
deixaram de reconhecer os estatutos da Ordem.

Haviam também sociedades secretas, em cujo seio eram permitidas as discussões de caráter
político e religioso. Muitos dos que participavam destas sociedades tornaram-se maçons e outros
profanos foram iniciados na Sublime Ordem e receberam influência daqueles que pregavam os
ideais de Liberdade e Igualdade.

Particularmente na França, uma dessas sociedades que mais influenciou seus adeptos era
conhecida por "Iluminados da Baviera", liderados por Adão Weisshauph, professor de Direito
Canônico da Universidade de Ingolstadt e que tinha sido aluno da congregação jesuíta, sendo
que mais tarde foi admitido maçom.

O mesmo aconteceu na Itália, onde a Maçonaria tinha-se constituído em privilégio das classes
elevadas e instruídas, assumindo um cunho aristocrático e doutrinário. Quando os italianos
iniciaram a sua campanha para a unificação de sua pátria, surgiu o Carbonarismo.

Com efeito, não houve, como se apregoa, dentro dos templos maçônicos, uma deliberação para
que fosse deflagrada uma revolta contra o status quo. 

Quanto ao papel exercido pelo Grande Oriente de França na direção e na orientação dos
acontecimentos políticos, afirma ASLAN que ele foi absolutamente nulo, e isto se deu por razões
de disciplina interna de de equidistância entre as várias maneiras de pensar das Lojas e dos
Maçons.

Outro argumento contundente no sentido de que a Revolução Francesa não foi obra da
Maçonaria é que após implementadas as reformas sobrevieram os anos negros, em que a Ordem
foi vítima dos revolucionários, anos nos quais, segundo ASLAN, se viu Maçons sacrificarem os
seus próprios Irmãos, alucinados que estavam pelo poder, porque o poder, durante aquele triste
período, era também a garantia de vida.

Em que pese todos estes fatos, não podemos esquecer que a Revolução Francesa foi a matriz
onde foram geradas as franquias e as liberdades que são o ornamento da civilização ocidental(5).

Para finalizar, alega-se que no Brasil a Maçonaria foi política e que as primeiras Lojas Maçônicas
surgidas no país foram simples sociedades políticas.
Na verdade, pouco se conhece quanto à primitiva Maçonaria ~ Brasileira, mas é também verdade
que muito clube estritamente político passou por Loja Maçônica, graças à imaginação dos
escritores, e porque não dizer, dos fanáticos.

Contudo, na Inglaterra dos princípios do Século XVIII, o problema mais agudo era moral, e por
isso o primeiro landmark começava com a palavra: Um Maçom é obrigado, pela sua dependência
à ordem a obedecer a lei Moral.

Na América, o problema se apresentava com aspectos diferentes. Tratava-se de liberar o Novo


Mundo do colonialismo europeu. Essa é a razão por que no continente americano a Maçonaria
assumiu tendências nitidamente políticas.

Um comentário final, que é a síntese do exaustivo trabalho de pesquisa empreendido pelo Irmão
NICOLA ASLAN, e que pode ser utilizado frente a uma infinidade de outras lendas que cercam a
Maçonaria: 

Se a Revolução Francesa tivesse sido concebida dentro das Lojas Maçônicas, os seus mentores
teriam simplesmente agido flagrantemente de forma contrária às leis máximas da Sublime
Instituição, o que retiraria do ato qualquer motivo de regozijo pelos maçons. 

Como um dos preceitos de nossa Ordem é a investigação constante da verdade, cabe como uma
luva a afirmação de Henri Poincaré, matemático francês (1854-1912), no sentido de que "duvidar
de tudo ou crer em tudo são duas soluções igualmente cômodas, que nos dispensam, ambas, de
refletir.

Esta deve ser a nossa postura. 

--------------------------------------- 

*Este trabalho é uma síntese do Capítulo II da obra "Landmarques e Outros Problemas


Maçônicos de Nicola Aslam, acrescido de informações pesquisadas na Enciclopédia Conhecer e
na revista maçônica "Consciência", editada pela Grande Loja do Mato Grosso do Sul.

(1) A França era organizada em três classes: O Primeiro Estado (a realeza), o Segundo Estado (o
clero) e o Terceiro Estado (a burguesia e os demais do povo). 

(2) Voltaire foi iniciado a 7 de abril de 1778 e veio a falecer menos de dois meses depois, a 30 de
maio, com a idade de 84 anos.

(3) 291 pertenciam ao Clero, 270 à Nobreza e 584 ao Terceiro Estado, sendo que destes, 477
eram Maçons.

(4) Segundo um autor, no Século XVII o clero da França possuía 9.000 castelos, 250.000 granjas,
900.000 jeiras de vinhedos (medida agrária francesa que varia de 3.419 a 5.107m2). A estimativa
é de que o clero tinha a posse de um sétimo dos bens imobiliários da França. Possivelmente
grande parte destes bens foras propriedade da Ordem dos Templários.

(5) Entendo que os ideais da Maçonaria podem muito bem ter sido defendidos no âmbito da
Assembleia Nacional Constituinte, principalmente na elaboração do texto da Declaração Universal
dos Direitos do Homem e do Cidadão, visto o grande número de deputados pertencentes à
Ordem.
SÂO JOÂO
SÃO JOÃO
(uma pequena história)

É comum ouvirmos a pergunta: Qual é o padroeiro da Maçonaria, São João Batista, São João
Evangelista ou São João da Escócia?

Os regulamentos maçônicos determinam comemorações festivas nas datas de 24 de junho (São


João Batista), para as Lojas Simbólicas, e, dia 27 de dezembro (São João Evangelista), para os
corpos superiores ou filosóficos.

As Lojas dos primeiros graus da Maçonaria são chamadas de “Loja de São João”, e deriva do
título usado durante a Idade Média, pelas corporações de construtores,que formavam a Confraria
de São João.

Assim como os chamados pagãos festejam seus deuses, os cristãos seus santos, a Maçonaria
tem suas datas consagradas a São João Batista e São João Evangelista.

A festa de São João no dia 24 de Junho é marcada por “fogos e fogueiras” que, ainda são
queimadas em muitas regiões, e o folclore é rico em tradições relacionadas com esta festa,
principalmente no Brasil.

São também muitos graus consagrados a São João de 24 de junho e o de 27 de dezembro.

Possuem razões históricas, com fundamento esotérico, Isto é, “oculto”, segundo dizem os livros
maçônicos, considerados na época como herejes.
Na jurisdição de algumas potências, de vários outros países foi introduzido, em alguns rituais, o
São João da Escócia. Isto veio a alterar o primordial sentido de São João na Maçonaria.

Este fato deve-se, talvez, à influência do nome dado a uma Loja de Marselha em 1751, pouco
antes da revolução que passou a ser considerada Loja Mater de Marselha, após a canonização
de um príncipe escocês, cavaleiro das cruzadas de Jerusalém, como São João Esmoler,
conhecido como São João da Escócia.

A Maçonaria já existia mesmo antes da constituição de 1717. São João da Escócia data de 1751.
O Grande Oriente da França inspirou-se na Loja Mater de Marselha, provavelmente ao inserir nos
seus rituais o São João da Escócia, como seu padroeiro.

Há vários nomes de São João dado às Lojas do mundo. Citarei aqui algumas:

- São João da Palestina, título dado a uma Loja, fundada em Paris no ano de 1780 pela Loja
Mater da Escócia.

- São João de Boston, denominação dada à 1ª Grande Loja americana, no ano de 1733.
- São João de Edimburg, nome dado em 1736 à Grande Loja da Escócia, berço da Maçonaria
moderna naquele país.

São João Batista, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima da Virgem Maria, foi chamado de
“precursor” porque preparou os caminhos de Jesus.

Ele foi chamado de Batista, porque batizava no Jordão.

João, o precursor, pregava a renúncia e o arrependimento. A Ordem Maçônica desempenha, ela


também, num sentido, o papel de precursora e pode fazer-nos lembrar o combate espiritual que
João Batista travou contra os publicanos e a multidão.

João, o precursor, era considerado um personagem perigoso, para a época, por suas ideias de
fraternidade e de justiça.

Herodes Antipa, irritado com suas advertências por causa de sua união com Herodíades, sua
sobrinha, e a mulher de seu irmão, lançou-o na prisão de Maqueronte para, mais tarde, manda-lo
decapitar.

Reverencia-se sua degolação no dia 29 de agosto.

João Evangelista era filho do pescador Zebedeu e de Salomé, parente da mãe de Jesus, irmão
mais novo de Tiago Maior.

Natural de Betsaida sobre o Lago de Generasé. Exercia, na mocidade, a profissão de pescador.


Foi discípulo de São João Batista e juntou-se ao Divino Mestre, juntamente com André.

Depois da ascenção do Senhor, João permaneceu em Jerusalém até a morte de Maria, pregando
o cristianismo na Judéia e na Samaria; mais tarde, depois da morte de São Paulo, vivia em Éfeso,
onde formou seus discípulos, entre eles os bispos de Pápias, Inácio de Antioquia e Policarpo de
Smirna.

Sob o império de Domiciano, foi desterrado para a Ilha de Patmos, de onde regressou para Éfeso
durante o governo de Nerva, vindo a falecer no tempo de Trajano, com a idade de 100 anos
aproximadamente.

Diz-se ainda, que os Templários celebravam suas festas mais importantes no dia de São João, e
que a Maçonaria nada mais fez do que perpetuar um costume da ordem dos Templários.

Na realidade, nada permite supor qualquer filiação entre a ordem dos Templários e a Maçonaria.

A alma da Maçonaria é a dedicação que os irmãos oferecem uns aos outros.

O amor fraterno é a luz que ilumina a Loja, e por isto, São João passou a ser considerado o
Patrono da Maçonaria.

Evidentemente, sem o cunho vulgar que se imprimem aos santos, em busca de proteção vinda
dos céus.

A Maçonaria foi bem inspirada ao dar esse nome às suas Lojas, em razão dos múltiplos sentidos
que lhe podem ser atribuídos.

De onde vindes?
De uma Loja de São João J.´. e P.´.
Ary Lima Marques
Loja Aquidaban nº 54 
Ponta Porá - MS

TIRADENTES
TIRADENTES, O HERÓI DA LIBERDADE 

“Eu sou o Brasil; sou a revolução! O meu corpo será destruído, mas minha ideia viverá, ressurgirá
noutros heróis, amadurecerá, até que um dia os brasileiros possam recolher os seus frutos”.

No final do século XVII, o ideal de independência animava corações e mentes de brasileiros. O


Alferes Silva Xavier, em constante contato com o povo nas Capitanias de Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo e Bahia, conhecia bem a realidade nacional e comungava dos anseios de
liberdade, soberania e progresso das populações rurais e urbanas da colônia. Revoltavam-lhe o
drama vivido por seus irmãos e a sangria de recursos que o colonizador infligia à Nação.

Aliado a esta revolta o ideário liberal-republicano, que aportava no País naquele final de século,
normalmente através de Irmãos Maçons, Tiradentes torna-se um revolucionário.

A SENTENÇA DE TIRADENTES

“Portanto, condenam o réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que
foi da tropa paga da Capitania de Minas Gerais, a que com baraço e pregão seja conduzido pelas
ruas públicas ao lugar da forca e nela morra de morte natural para sempre e que depois de morto
lhe seja cortada a cabeça e levada à Vila Rica, onde em lugar mais público seja pregado em um
poste alto até que o tempo a consuma; o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregado em
postes pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e de Sebolas, onde o réu teve as suas
infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações até que o tempo também os
consuma. Declaramos o réu infame, e infames seus filhos e netos, tendo-os, e seus bens aplicam
para o fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada e que
nunca mais no chão se edifique; e que não sendo própria, será avaliada e paga ao seu dono,
pelos bens confiscados, e no mesmo chão se levantará um padrão pela qual se conserve em
memória a infâmia deste abominável réu”.

A leitura da sentença de morte de Tiradentes permite inferir sobre o temor que sua liderança e
suas idéias causavam, daí a violência do libelo. Durante várias décadas, este temor, bem
como, influência de historiadores lusitanos fizeram relegar a um plano secundário o significado da
Inconfidência Mineira na História da Pátria e o papel de Tiradentes no movimento.

O alferes foi a alma da Inconfidência Mineira e seu líder inconteste. Sua palavra, eivada de fé,
idealismo e fervor cívico, entusiasmou a Nação e plantou a semente da independência. Mesmo
após sua morte, foi a chama que manteve aceso o ideal que viria a se materializar em 7 de
setembro de 1822.

TIRADENTES NUNCA USOU BARBA

Descobriu-se depois de 200 anos da morte de  Joaquim José da Silva Xavier que ele nunca usou
barba, como é retratado em esculturas, pinturas e nos livros de história do Brasil. Segundo o
secretário-geral do Instituto Histórico de Minas Gerais, professor Herbert Sardinha Pinto,
decidiram que seria conveniente que o mineiro enforcado em 1792 fosse lembrado à imagem e
semelhança de Cristo. “Assim como Jesus foi crucificado para redimir os pecados da
humanidade, Tiradentes foi enforcado para remissão do povo brasileiro”.

TIRADENTES FOI MAÇON?

A única documentação realmente válida para o estudo da conjura, é representado pelos autos da
devassa cujos originais estão na Biblioteca Nacional, tendo sido enfeixados em sete volumes de
uma publicação do Ministério da Educação, em 1936. Fora disso, só existem depoimentos orais
dos contemporâneos do movimento, relatados por historiógrafos, que se ocuparam do assunto,
que não pode ser confirmada.

Alguns autores dizem que Tiradentes foi Maçon, como Joaquim Norberto e Joaquim Felício dos
Santos na obra “Memórias do Distrito Diamantino”, escrita em 1861, no Serro Frio, hoje
Diamantina. Quem teve o privilégio de embaralhar a verdadeira história maçônica do Brasil, foram
os IIr.´. Tenório D’Albuquerque e o profano Tito Livio Ferreira, que lançaram seus livros
“maçônicos” a partir de 1953/54. Devotado aos livros, vivendo para eles, e deles, pois que “os
direitos autorais que recebo para a inveja de muitos garantem-me a subsistência de minha
família, e me permitem todos os anos, uma viagem ao estrangeiro”.

Era esse, portanto, o seu ideal de escritos maçônicos e profano, como ainda hoje o é de seus
usufrutuários e de seus imitadores.

De acordo com os registros encontrados, não há possibilidade de Tiradentes ser Maçon, pois
naquela época não existia loja regular sendo a primeira em 1801 no Rio de Janeiro, loja “reunião”,
filiada ao Oriente da Ilha de França. Há alguns autores que concordam com a existência de lojas
regulares na época, mas na província de Pernambuco e Paraíba, em 1796.

Sabe-se que Tiradentes nasceu em Minas Gerais e esteve no Rio tornando impossível que tenha
sido Maçon, de acordo com os registros existentes. Há alguns autores que concordam com a
inexistência de lojas regulares na época e terminam em dizer que os conjurados eram todos
maçons “pois naquele tempo era costume de se dar título de maçon por comunicação sem as
provas iniciáticas em Loja Composta”.

Ora isso não é verdade, pois tanto de acordo com as Artigos obrigações gerais de 1721, das
Constituições de Anderson, quando com todas as classificações de Landmarques nem o Grão-
Mestre tem a prerrogativa de criar maçons por comunicação. O oitavo landmarque da
classificação de Mackey (que é a única que aborda o caso), diz que uma das prerrogativas do
Grão-Mestre é “fazer maçons à vista”, todavia, não significando que isso possa ser feito em
qualquer lugar, pois deve o Grão-Mestre, convocar pelo menos seis mestres, reunindo-os em loja,
com candidato à vista.

Que o motivo de caráter autonomista, surgido em Vila Rica foi inspiração maçônica, não há a
menor dúvida, pois a idéia da revolta foi trazida ao Brasil por estudantes mineiros, que se
encontravam na Europa e que lá foram iniciados na maçonaria. Sendo eles José Alves Maciel,
José Joaquim de Meira e Domingos Vidal Barbosa.

Quanto a Tiradentes é claro que foi um grande patriota, inflamado, exaltado na defesa de seus
ideiais, altruísta, inteligente, ou seja, enfim, um grande homem e um nome brilhante na História
do Brasil.

Para encerrar, é preciso que se destaque, à bem da verdade histórica, que o verdadeiro líder da
inconfidência mineira foi, realmente, um maçon: José Álvares Maciel, que só não tem, em nossa
história o mesmo brilho que Tiradentes, porque somente este, assumindo toda a culpa pela
revolta, foi executado, tornando-se o proto-mártir da independência.
A SUBSTITUIÇÃO DO CORPO DE TIRADENTES

Há uma outra corrente que afirma que realmente Tiradentes era Maçon e que o “poder invisível”
da Maçonaria da época teria conseguido substituir o corpo do Irmão Tiradentes antes de ser
degolado e dividido em quartos. Lembro, entretanto que não se pode confirmar esse dado.

O LOCAL DA EXECUÇÃO

Tiradentes foi executado no Rio de Janeiro e o corpo dividido foi levado à cavalo para Minas
Gerais, onde só chegou após 22 dias.

Ir.´. Arlindo Gomes


Loja XV de Novembro nº 50
Campo Grande (MS).

A ORIGEM DO RITO ESCOCÊS


A Origem do Rito Escocês 
Autor: Ir.'. Kurt Prober

Ao contrário do que vulgarmente se acredita, o RITO ESCOCÊS nada tem a ver com o Estado da
ESCÓCIA, pois na época do aparecimento deste rito, as Lojas de lá trabalhavam no Rito de
YORK, como em toda a Grã-Bretanha.

Afirmam certos historiadores tradicionais, mas sem jamais terem podido comprová-lo ou
documentá-lo, que a criação de graus "inefáveis" deste rito se teria procedida logo depois da
terminação da primeira Cruzada (1099 D. C.), na Escócia, na França e na Prússia,
simultaneamente. Mas tudo isto é pura fantasia, bastando dizer que a Prússia então, como
Estado, ainda nem existia. Houve isto sim, a criação de inúmeros "títulos" honoríficos de "Ordens
de Cavalaria", mas estas nada tinham a ver com a Maçonaria.

É muita vontade de criar uma falsa antiguidade, hoje em dia muito usual na Arte Real, e muito
similar, á idéia de ANDERSON, ao publicar, depois de sua famosa CONSTITUIÇÃO DE 1723,
uma nebulosa "HISTÓRIA PATRIARCAL DA MAÇONARIA" (começando em 3785 A. C. E
terminando na Inglaterra em 1714 DC). É a conhecida "Maçonaria Romanceada", que
sistematicamente nos é apresentada pelos nossos editores "especialistas", em traduções de
literatura estrangeira barata, por não estarem os historiadores patrícios dispostos a pesquisarem
a história da maçonaria AUTÊNTICA, e com isenção de animo nem a nossa história querem
analisar.
Mas o que a maioria destes escritores fez, foi escrever a história da maçonaria "NA" Escócia,
começando pelo famoso EDITAL da Cidade de Edinbourgh, de 1415, permitindo a constituição de
uma "Corporação de Franco-Burgueses", e a Arte Real, que se foi desenvolvendo depois disto.

Fato é, que o RITO ESCOCÊS surgiu na FRANÇA, e isto depois de lá ter sido introduzida a
Maçonaria Inglesa, naturalmente do Rito de YORK.

A primeira Loja foi instalada em 1 de junho de 1726, na adega "AU LOUIS D'ARGENT", á rua dos
Açougueiros (rue de Bucherie), de propriedade do inglês "HURE", loja esta que teria sido fundada
por Lord DERWENTWATER e Ld. HARNOUESTER.

Em 17 de maio de 1729 foi instalada uma segunda Loja, fundada pelo filantropo francês André-
François Lebreton, numa outra adega da mesma rua. Só em 1732 surge a LOGE DE BUSSY, sob
jurisdição inglesa, que recebeu o N° 90 e o nome de "KING'S HEAD AT PARIS" e foi
provavelmente sucessora da "Louis D'Argent". E até 1735 mais três lojas foram ai fundadas sob a
jurisdição da Gr. Loj. Inglesa.

Consta, que por volta de 1728 teria sido fundada a Grande Loja de França, pelo menos é isto que
ela mesma afirma em sua nova Constituição de 1967 (Ref. F-1967,936), mas o que se sabe é
apenas, que entre 1728/30 um "Ordre des Francs-Maçons dans le Royaume de France"
organizou o seu "Regulamento Geral", dentro dos moldes da Organização Inglesa, elegendo para
seu primeiro Gr.: M.: o Príncipe Philippe de WHARTON, ex-Gr.: M.: da Grande Loja de Londres,
que em 1728 se tinha refugiado em Paris.

Foi ele sucedido por James-Hector Mac Leane, Cavaleiro "Baronnet D'ECOSSE", em 27 de
dezembro de 1735. E foi este que fixou todos estes fatos para a posteridade, num manuscrito
recentemente encontrado na Biblioteca Nacional de Paris, e já falando ele de GRANDE LOJA, de
modo que é mais do que provável, ter este titulo sido adotado um pouco antes pelo seu
antecessor, digamos entre 1730/35. Em seguida o supremo malhete passou para as mãos de
Charles Radclyffe, "4° Conde de Derwentwater", em 27 de dezembro de 1736, e depois para o
Duque D'AUSTIN, neto de Madame de MONTESPAN, em 1738.

E tanto isto é verdade, que ANDERSON em seu "New Book of Constitution", impresso em
Londres em 1738, á página 195 diz textualmente o seguinte:

"... Todas ESTAS Lojas Estrangeiras (... Acabara de relacionar as Lojas inglesas no
estrangeiro...) estão sob a proteção de nosso Grão Mestre da Inglaterra; entretanto, a Loja antiga
da cidade de Nova York, e as Lojas da ESCÓCIA, da Irlanda, da França e da Itália, tendo
declarado a sua Independência, tem "os seus próprios Grão Mestres: Muito embora tenham as
MESMAS CONSTITUIÇÕES, Obrigações Regulamentos, etc., de seus Irmãos da Inglaterra,
estando igualmente zelando pelo estilo Augustiano e os segredos da antiga e honorável
fraternidade..."

Logicamente outras Lojas e talvez mesmo outras potências administrativas foram surgindo logo, e
a índole latina foi imediatamente modificando e alterando a ritualística da maçonaria tradicional
inglesa, para o seu gosto por demais rígida e sem dar o destaque ás castas governantes e
militares, que sentiram a necessidade de se projetarem sobre os maçons burgueses.

Se na Inglaterra, aonde a Arte Real já vinha de longe, depois de 3 séculos de lutas religiosas e
políticas, o povo já tinha encontrado o seu MODUS VIVENDI dentro da tolerância, a que
prudentemente se tinha adaptado o clero aristocrático, os presbiterianos e os anglicanos, isto já
não acontecia na França, onde a maçonaria era cousa nova.
Assim por volta de 1730/35 surgiu na França o Rito Francês e o Rito ESCOCÊS nos graus
simbólicos, Pouco tempo depois foram inventados os graus "inefáveis", que paulatinamente foram
sendo acrescentados ao "MAITRE ECOSSAIS".

Já em 1742, afirmam os historiadores contemporâneos, estava formada a "Maçonaria


ESCOCESA", organizada pelo "Conseil des Empereurs d'Orient et d'Occident, Grande e
Souveraine Loge Ecossaise Saint Jean de Jerusalem", uma subsidiaria surgida no seio da
Grande Loja de França, que organizou o Rito Escocês, também adotando o sufixo ANTIGO E
ACEITO, usado pela primeira vez por ANDERSON, em sua Nova Constituição de 1738.

E quando finalmente foi eleito para Gr.: M.: o Conde de CLERMONT, Louis de Bourbon, em 1743,
havia na França uma verdadeira inflação de Lojas, mais de DUZENTAS, como nos contam
historiadores da época, mas sendo muitas delas "Ordens de Cavalaria".

No ano de 1758 fundou-se em Paris um novo Corpo Maçônico, que recebeu o nome de
CAPÍTULO, ou "Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente", e NOVE Comissários deste
Corpo elaboraram, o que se tornaria conhecido como a CONSTITUIÇÃO DE BORDEAUX, de 21
de setembro de 1762 (6° Dia da 3a Semana 7a Lua Ano 57621, que introduzia um sistema de
RITO ESCOCÊS de 25 GRAUS. Mas a pacificação, que se tinha pretendida, não foi duradoura, e
já em 1767 a Grande Loja de França adormecia.

Somente em 22 de outubro de 1773 a maçonaria francesa voltou a reunir-se em "Grande Loja


Nacional", acabando por fundar o Grande Oriente de França, tendo como Gr.: M.: o Duque de
CHARTRES.

A maioria dos Diretórios ESCOCESES se incorporaram ao Gr.: Or.: de França, enquanto alguns
fundaram a Grande Loja de CLERMONT, de vida efêmera.

Deve ser mencionado aqui, que muitos escritores do passado, e ainda alguns "copistas" dos
nossos dias, costumam citar o nome do Barão ANDREAS MICHAEL RAMSAY (nascido em 1686,
iniciado na HORN LODGE, de Londres, em Março de 1730 (Ref. F-1973,937), e falecido em 6 de
maio de 1743), como "inventor" do Rito Escocês dos "altos graus". Entretanto, basta a leitura de
seus discursos como Gr.: Orador que era da Gr.: Loja de França, e especificamente o
pronunciado em 21 de março de 1737, para termos a prova da incongruência de tal afirmação,
pois disse textualmente o seguinte:

-... A atividade da Maçonaria, resumida nos TRÊS graus (... Evidentemente os simbólicos...), e só
estes reconhecemos, pode ser considerada perfeitamente suficiente..."

Pronunciamento este, que bem prova a sua ojeriza aos graus inefáveis, que já então existiam.
Provavelmente o simples fato de ter sido ele membro da "Ordem de São Lazaro de Jerusalém",
da qual era Gr.: Mestre o Regente FELIPE DE ORLEANS, da educação de cujos filhos esteve
RAMSAY encarregado entre 1715/24, Ordem de que ele recebeu o titulo de "Cavaleiro Baronnet
D'ECOSSE", e ainda o fato de ter sido ele um grande estudioso e filósofo, por certo bastou aos
historiadores profanos para lhe atribuírem essa "paternidade. Para melhor se compreender a
confusão que existe, basta citar que se conhece "quatro" versões dos Discursos de RAMSAY: de
1738 (Haya), 1741 (Paris), 1742 (Frankfurt s. M. E de 1743 (Londres).

Vá lá que RAMSAY tenha colaborado na elaboração das bases para o rito ESCOCÊS nos TRÊS
graus simbólicos, mas nem isto pôde ainda ser comprovado. E de passagem se diga aqui, que a
primeira Loja de Perfeição, de que se tem noticia, foi criada em Bordeaux, em 1744, portanto um
ano depois do passamento de Ramsay.
Lastimavelmente a Revolução Francesa, ao contrário do que habitualmente·se afirma, dispersou
os Franco-Maçons, que só a partir de 1799 foram paulatinamente se reagrupando no Grande
Oriente de França, que neste ano foi REERGUIDO.

Em 12 de outubro de 1804 os grandes oficiais do Rito ESCOCÊS se reuniram, e em nova reunião


de 22 de outubro de 1804, de Grande Consistório, formaram uma GRANDE LOJA ESCOCESA
DE FRANÇA DO RITO ANTIGO E ACEITO, elegendo o príncipe Luiz Napoleão para Gr.: M.: e
para seu Representante-Presidente o Conde Alexandre-François-August de GRASSE-TILLY, mas
já em Dezembro do mesmo ano este estabeleceu um acordo com o Grande Oriente de França,
delegando-lhe poderes para administrar, além dos 3 graus simbólicos, também os graus
"inefáveis" de 4 até 18 (Rosa-Cruz).

Mas quando em Julho de 1805 o Grande Oriente de França resolveu também administrar os
restantes graus filosóficos, de 19 em diante, houve um rompimento entre as duas jurisdições, que
só pôde ser sanado em 1821, quando o Rito Escocês Antigo e Aceito se reorganizou totalmente
na França.

A atual Grande Loja de França só em 7 de novembro de 1894 foi RECONSTITUÍDA, quando 60


(sessenta) Lojas do Supremo Conselho decidiram separar o SIMBOLISMO do Sistema
FILOSÓFICO dos Altos Graus. Portanto, na verdade era "Potência NOVA".

Fonte: História do Supremo Conselho do Grau 33.: do Brasil


Editôra: Livraria Kosmos Editora
Página: 3-5
Data: 1981

REFLEXÕES SOBRE A INICIAÇÃO


REFLEXÕES SOBRE A INICIAÇÃO 
Hercule Spoladore – LOJA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS “BRASIL”

Costumamos ler com freqüência, ou mesmo ouvir em Lojas que certos Irmãos por certas
condições peculiares já eram maçons antes de serem iniciados, pois já agiam como se fossem
membros da Ordem. Achamos que esta afirmação é apenas uma força de expressão, pois
literalmente ela não é verdadeira.

Se ser maçom é sinônimo se ser bom, íntegro, justo, crer em Deus e outros tantos epítetos, então
o mundo seria uma imensa Loja, pois existe um número muito grande de homens que poderiam
ser maçons, o que realmente não ocorre, portanto não é verdade.

O que realmente acontece é que existem milhões de homens que preenchem os requisitos que a
Maçonaria exige, mas só serão maçons se ao serem iniciados quer no dia de sua Iniciação, ou
quer com o passar do tempo quando vivenciarão realmente sua Iniciação, é que verdadeiramente
se tornarão maçons, a qual é uma condição muito especial, espiritual, e também muito pessoal de
cada um.
Alguns são realmente muito marcados e sensibilizados no dia marcado pela Loja do seu
recebimento na Ordem. Todo simbolismo empregado, dirigido, toda a técnica iniciática, a privação
da visão pela venda, por algumas horas, estimulará outros sentidos de tal maneira que quer
queira ou não, o iniciando será obrigado a se colocar numa introspecção de tal ordem que sua
mente se tornará receptiva recebendo os ensinamentos previamente preparados que agirão de
forma inevitável em cada um, sempre de maneira pessoal, pois cada qual dadas as suas
concepções metafísicas receberá estas impressões na sua consciência íntima ou seja no seu EU
profundo. Haverá então uma extrapolação de energias positivas durante a experiência, onde
transfundir-se-á  em dado momento a natureza do ser único e pessoal, impulsionando o iniciando
a encontrar novos caminhos do espírito. Será uma maneira dele conhecer o seu mundo interior
sem barreiras, de tal forma que terá uma visão mais realista e coerente do universo em que vive.
O seu EU se reverterá numa massa compacta de harmonia, impulsionando-o a novas
realizações. Aí o maçom perderá sua linguagem habitual, comum linear e unívoca. Não saberá
explicar o que se passou consigo. A linguagem do EU profundo, ou da consciência dupla
descoberta durante a Iniciação é algo vivido. Não pode ser dito. A mente criará condições
insuperáveis e intransponíveis em que ele mesmo que queira, não saberá explicar a outrem o que
está acontecendo. Este é o verdadeiro segredo maçônico e não aqueles que se propalam nas
Lojas de toques sinais e palavras e que também os profanos acreditam como tal.

Ato contínuo, dando-se prosseguimento à cerimônia iniciática no momento majestoso de se


receber a Luz, quando então o já maçom poderá enxergar com os olhos físicos, ocorrerá o que
alguns autores chamam de “choque iniciático”. Aliás, a retirada da venda marca a reentrada do
iniciando no mundo comum. Alguns Irmãos referem depois, sobre esta passagem, que a retirada
da venda lhes foi um tanto desagradável, porque a suspensão da visão durante aquelas horas e
tudo o que sentiram e ouviram foram momentos tão seus, tão íntimos, tão mágicos que ao
perceberem  que estavam novamente em comunidade, deixaram de ser um para ser mais um.

Já tivemos a oportunidade de ver Irmãos viverem no dia de sua Iniciação todo o esplendor e toda
a profundidade inciática, que mesmo após a cerimônia, estavam num estado emocional parecido
ao transe, tais foram as impressões sentidas e vividas.

É obvio, que estamos discorrendo sobre Iniciações sérias, tecnicamente bem feitas e bem
executadas pelas Lojas que assim procedem. Todos os ensinamentos iniciáticos não devem se
restringir tão somente ao dia da Iniciação. Eles deverão impregnar o maçom por toda a vida. Não
poderão ser apagados ou esquecidos.

Entretanto, ao lado destes maçons que se tornam praticamente iniciados no dia de sua Iniciação,
há outros que jamais serão iniciados, apesar de terem passado pelo mesmo processo. Estes
acham que a seqüência iniciática até poderia ser dispensada, pois é muito longa, se sentem mal
com a venda nos olhos, etc. Estes vieram buscar na Maçonaria uma associação de auxilio mútuo,
de esportes, vieram buscar uma sociedade de banquetes, de festas, como se ela fosse um clube
social ou mesmo um clube de serviço. Usarão aventais vistosos, saberão realizar os mesmos
sinais que seus Irmãos, conhecerão as palavras, usarão até orgulhosos o famoso distintivo do
esquadro-compasso na lapela, poderão até serem assíduos às Sessões Todavia, aquela
metamorfose espiritual que a Maçonaria tentou incutir neles mesmo que eles tentem a enganar a
si próprios, mostrando-se solícitos, ou mesmo até generosos em movimentos de beneficência, ela
jamais ocorrerá. Culpa de quem?  Da Maçonaria?  Difícil avaliar.

Achamos que a verdadeira Iniciação dependerá do Iniciando e de mais ninguém.

Dependerá muito mais do que este homem veio buscar na Ordem e não do que ele pensa estar
procurando. As vezes querer não é sentir.

A Maçonaria apenas mostra o caminho. Ela representa um meio. O fim é o próprio Irmão. Se o
Irmão não achar a Verdade em si próprio, ninguém a achará por ele.
Se o maçom for pequeno espiritualmente, nem usando avental bordado a ouro, fará dele um
verdadeiro maçom.

Krishnamurti disse: “ eu sustento que a Verdade é uma terra não trilhada e que não a alcançareis
por nenhum caminho, nenhuma religião, seita...”. Por analogia, o maçom é que se iniciará a si
mesmo procurando a sua Verdade.

Existe um grupo de homens bastante restrito, fechado, que só se iniciará verdadeiramente na


Ordem pelo Conhecimento. Ao referirmos esta palavra Conhecimento, não queremos apenas
dizer a somação intelectual de dados, fatos e informações por um processo de memorização,
mas sim a um enorme esforço de conscientização e espiritualidade que agem gradualmente
como agente catalisador de uma metamorfose interior.

Tratam-se de homens que muito embora, não deixaram de ficar marcados profundamente pela
experiência de várias horas que durou sua Iniciação, porem entendem e concordam que ela foi
apenas o inicio de uma jornada, dado a sua sensibilidade e desejo de aprender e tendo um
sentido aguçado de pesquisa, com muito esforço e com elevado senso crítico a respeito de tudo
que os cerca, de tal forma que tudo após passar pelo sua censura, pelo seu julgamento será
aceitado ou rejeitado.

Então, somente após aprenderem por dedução própria o que é realmente Maçonaria, começará a
haver nele aquela abertura espiritual é que vão se tornando realmente Iniciados. Esta visão deve
ser reciclada dia a dia. O Conhecimento real levará o Irmão a uma espiritualidade tal, sendo este
o mais elevado escopo da Ordem.

Dos abismos de sua consciência, mergulhando para dentro de seu interior, bem no fundo de sua
personalidade arcaica, irá surgir o verdadeiro Iniciado, o qual a cada revelação tanto mais se
aproximará da perfeição.

Na acepção mais profunda e verdadeira a Iniciação é em última análise, um processo de


regeneração espiritual e moral, através do conhecimento gradativo lento e seguro das normas
que governam o equilíbrio interior do maçom na mesma vibração que o universo exterior.

Londrina - 29.04. l986                              Hercule Spoladore

CÂMARA DAS REFLEXÕES


A CÂMARA DE REFLEXÃO 

É a lei: todo ser, antes de ver a luz, tem que se formar, enclausurado em ambiente de
recolhimento. Só depois de ver a luz é que se inicia a sua aprendizagem e aperfeiçoamento,
mercê de um processo contínuo, até que sobrevenha a morte material. Assim uns passam pelo
ovo, pelo casulo; outros pela semente, pelo ventre materno. Assim também o Maçom, ainda
profano, antes de ser iniciado, passa pela Câmara de Reflexões, o "útero " de sua Loja mãe.

Mergulhado na escuridão de sua ignorância, o profano vai ali meditar sobre a sua vida, tomando
como padrões símbolos existentes naquele gabinete: o pão e a água; o enxofre, o sal e o
mercúrio; a bandeirola "Vigilância e Perseverança"; os ossos, a caveira, a foice e a ampulheta; a
sigla V.I.T.R.I.O.L.; as perguntas cujas respostas irão compor seu testamento.

Tal simbologia fundamenta-se toda no Hermetismo: trata-se da primeira fase da Grande Obra, a
Putrefação, que não ocorre somente no interior do Ovo Filosófico, criação que não é apenas
inerente ao homem, mas também e, principalmente, à natureza operante.

A Câmara de Reflexão, dessa forma, faz as vezes de útero, onde se dá a maravilha da criação,
imediatamente antes da iniciação, que é o nascimento, o conhecimento da luz.
A grandiosidade da Criação Maçônica, que ocorre nessa câmara fechada e quase totalmente
escura, é análoga à iniciação dos Essênios, identificando a união de Deus com a alma, como o
princípio de toda a vida mística.

Há também a analogia dessa câmara com a Caverna Sagrada dos Templários, onde o ambiente
tétrico e sinistro do "Clima do Norte" somavam-se emblemas da morte. E era na dicotomia gerada
pelo Norte e o Meio-Dia que os Templários fundamentavam seu esoterismo, incutindo nos
iniciados a existência de uma outra vida: "nada se perde, tudo se renova!".

Na Câmara de Reflexão, além dos símbolos já citados, o profano vê projetadas contra a parede
negra as advertências de que a curiosidade não justifica a sua presença ali; de que o sentimento
de medo deve fazê-lo retroagir; de que somente a perseverança o conduzirá das trevas para a
luz.

O pão e a água são emblemas da simplicidade que há de orientar a trajetória do recipiendário


prestes a iniciar-se. Não representam tão somente os alimentos do corpo, como também os do
espírito, porquanto o trigo moldado pela água simboliza, segundo muitas crenças a carne do
Deus sacrificado. 

É o alimento indispensável ao feto em desenvolvimento, é a mesma fonte de força que


possibilitou Elias galgar o monte Oreb, energia que, da mesma forma, possibilitará ao iniciando
vencer as provas a que será submetido é o maná que mobiliza a vontade de transpor o deserto
da ignorância.

O Enxofre, o Sal e o Mercúrio sugerem os três princípios herméticos contidos em qualquer corpo:
o Espirito; a Sabedoria e a Ciência; a ousadia e a Vigilância, posto que o mercúrio se materializa
na figura de um galo. Este ser, itimorato por natureza, anuncia a chegada da Luz, ao mesmo
tempo que se faz sentinela e guardião contra a influência profana.

A bandeirola, condutora das duas palavras "Vigilância e Perseverança" , faz saber ao futuro
Maçom que, a partir daquele momento, ele deve permanecer atento e concentrar-se nos múltiplos
significados sugeridos pelos símbolos, cuja compreensão só será conseguida através da
paciência e da vontade.

Os ossos, a Caveira, a Foice e a Ampulheta são referências a Saturno, portanto ao chumbo-


metal. Simbolizam a morte do profano transmudado para a vida espiritual a metamorfose do
chumbo em ouro; é o despojamento do antigo homem que se prepara para um novo nascimento.

O "V.I.T.R.I.O.L." que acrescido de um "O" final significa sulfúreo, pedra ácida, pedra oculta e
vulcânica do fundo da terra, condensa a frase latina: "VISITA INTERIORA TERRAE
RECTIFICANDOQUE, INVENIES OCCUNTUM LAPIDEM (Visita o interior da terra e, retificando,
encontrarás a Pedra Oculta).É o chamamento do eu profundo, à alma, através do silêncio e da
meditação".

Respondendo sobre as obrigações, que deve a Deus. À Humanidade, à sua Pátria, à Família, a
seus semelhantes e a si próprio, o profano procede ao testemunho de suas intenções filosóficas,
contraindo assim uma prévia obrigação. Tal testemunho passa a ser seu testamento, pois,
sabedor de sua morte para a vida profana, o iniciado naturalmente terá que fazer aquele
juramento.

É nessa Câmara ou Caverna terrível, solene e escura, que se passa o primeiro momento em que
se desvendam os olhos do recipiendário. Ali ele medita solitário sobre o que se vê, seu vigia é a
morte, na qual ele deve pensar; não obstante, deve também pensar na nova vida uma vez que
lhe são feitas perguntas sobre Deus, sua Nação, sua Família, o resto dos Homens e ele próprio.

Somente depois desta experiência maravilhosa, de vivenciar a primeira morte, o recipiendário


estará pronto, para as demais provas.
(autor desconhecido)

A ORIGEM DA PALAVRA IRMÃO


A Origem da Palavra Irmão 
(Ir Valdemar Sansão)

Esse tratamento existe em todas as sociedades iniciáticas e nas confrarias, em que o seu
significado é a condição adquirida com a participação de um mesmo ideal baseado na amizade. É
o tratamento que se davam entre si os maçons operativos.

A origem do cordial tratamento de "Irmão" afirma que esse tratamento foi adotado e nunca mais
olvidado pelos maçons, desde os tempos de Abraão, o velho patriarca bíblico. Reza a história que
estando ele e sua mulher Sara no Egito, lá ensinavam as 7 ciências liberais (gramática, lógica e
dialética, matemática, geometria astronomia e música), e contou entre os seus discípulos com um
de nome Euclides. Tão inteligente que não demorou nada em tornar-se mestre nas mesmas
ciências, ficando por isso bastante afamado como ilustre personagem.

Então Euclides, a par com suas aulas, estabeleceu regras de conduta para o discipulado; em
primeiro lugar cada um deveria ser fiel ao Rei e ao país de nascimento; em segundo lugar,
cumpria-lhes amarem-se uns aos outros e serem leais e dedicados mutuamente. Para que seus
alunos não descuidassem dessas últimas obrigações, ele sugeriu a eles que se dessem,
reciprocamente, o tratamento de "Irmãos" ou "Companheiros".

Aprovando inteiramente esse costume da escola de Euclides, a Maçonaria resolveu sugeri-lo aos
seus iniciados, que receberam-no com todo agrado, sem nenhuma restrição, passando a ser uma
norma obrigatória nos diversos Corpos da Ordem.

De fato, traduz uma maneira de proceder muito afetiva e agradável a todos os corações dos que
militam em nossos Templos. Assim passaram os Iniciados ao uso desse tratamento em todas as
horas, quer no mundo profano, quer no maçônico.

O Poema Regius, que data do ano de 1390, aconselha os operários a não se tratarem de outra
forma senão de "meu caro Irmão". Por isso o tratamento de Irmão dado por um maçom a um
outro, significa reconhecimento fraternal, como pertencente à mesma família.

Os maçons são Irmãos por terem recebido a mesma Iniciação, os mesmos modos de
reconhecimento e foram instruídos no mesmo sistema de moralidade. Além da amizade fraternal
que deve uni-los, os maçons consideram-se Irmãos por serem, simbolicamente, filhos da mesma
mãe, a Mãe-Terra, representada pela deusa egípcia Ísis, viúva de Osíris, o Sol, e a mãe de
Hórus.

Assim os maçons são, também, simbolicamente, Irmãos de Hórus e se autodenominam Filhos da


Viúva.

Durante a Iniciação quando o recipiendário recebe a Luz, seus novos Irmãos juram protegê-lo
sempre que for preciso. A partir daquele momento, todos que a ele se referem o tratam como
Irmão. Os filhos de seus novos Irmãos passam a tratá-lo como "Tio" e as esposas de seus Irmãos
passam a ser sua "Cunhada". Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da
Ordem e a família maçônica.

A Maçonaria não reconhece qualquer distinção entre raças, crenças, condições financeira ou
social entre seus obreiros. Há séculos vem a Sublime Instituição oferecendo a oportunidade aos
homens de se encontrarem e colherem os frutos do prazer de conviver sempre em paz, em união
e concórdia, como amigos desinteressados, dentro de um espírito coletivo voltado à prática do
bem, guiados por rígidos princípios morais, sem desavenças e dissensões.

Os membros de nossa Ordem aprendem a destruir a ignorância em si mesmos e nos outros; a


ser corajosos contra suas próprias fraquezas, lutar contra seus próprios vícios e também contra a
injustiça alheia.

São estimulados a praticarem um modo de vida que produza um nível elevado em suas relações
com seus Irmãos, aos quais dedicam amizade sincera e devotada. São fiéis cumpridores de todo
dever cujo cumprimento lhes seja legalmente imposto ou reclamado pela felicidade de sua Pátria,
de sua Família e da Humanidade.

Jamais abandonará sua prole, seus Irmãos e seus amigos, no perigo, na aflição ou na
perseguição. Sobre o coração do maçom está o símbolo do amor, da amizade, da razão serena e
perseverante.

O que o distingue na vida profana é sua aversão à iniquidade, à injustiça, à vingança, à inveja e à
ambição, sendo ele constante em fazer o bem e em elogiar seus Irmãos.

O verdadeiro Irmão é aquele que interroga sua consciência sobre seus próprios atos, pergunta a
si mesmo se não violou a lei da justiça, do amor e da caridade em sua maior pureza; se não fez o
mal e se fez todo o bem que podia; se não menosprezou voluntariamente uma ocasião de ser útil;
se ninguém tem o que reclamar dele. E quando não tem uma palavra que auxilie, procura não
abrir a boca... (Se for falar, cuida para que suas palavras sejam melhores que o seu silêncio).

O Irmão, possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem
esperança de recompensa, retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e
sacrifica sempre seu interesse à justiça.

Ele é bom, humano e benevolente para com todos, sem preferência de raças nem de crenças,
abraça o branco e o preto (pois não é a cor, mas sim o talento e a virtude que faz um homem
elevar-se por sobre os demais), o rico e o pobre, o jovem e o velho, o sábio e o ignorante, o nobre
e o plebeu, porque vê Irmãos em todos os homens.

Porém, devemos observar que nem o rico, o príncipe ou o sábio, devem "descer" para o
nivelamento. Não descendo ao nível deles mas, sim, ajudando-os a se levantarem e poderem
melhor enxergar o horizonte. É caminhando que se faz o caminho. Pensando, agindo, sentindo,
sofrendo, aprendendo e corrigindo. Fazendo melhor em seguida. Se comprometendo a sempre
ensinar aos capazes, o que se aprendeu. Capacitando-os. Perpetuando a GNOSE adquirida.
Quem deverá "subir" é o pobre; pobre no sentido de ser CARENTE. Acontece de existir entre os
ricos de recursos materiais, os pobres de sabedoria, ignorantes de conhecimento, de altruísmo e
complacência.

O verdadeiro Irmão não tem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; compreendendo, nem
condena. Portanto perdoa, e anula as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios que já
tenha recebido, porque sabe que com a mesma sábia compreensão que deixou de condenar,
assim será tratado intimamente, na sua própria causa de compreensão, como réu de sua
consciência, quando essa lhe julgar.

Não se compraz em procurar os defeitos alheios, nem em colocá-los em evidência. Se a


necessidade a isso o obriga, procura sempre motivar o bem que pode atenuar o mal.

Não se envaidece nem com a fortuna, nem com as vantagens pessoais, porque sabe que tudo o
que lhe foi dado apenas o direito da posse, pertence ao mundo e por poder dessa força natural,
se desmerecido, tudo pode lhe ser retirado.

Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, ele os trata com bondade e
benevolência, porque são seus iguais perante o Grande Arquiteto do Universo; usa de sua
autoridade para erguer-lhes o moral e não para os esmagar com o seu orgulho; evita tudo o que
poderia tornar sua posição subalterna mais penosa.

O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo em
cumpri-los conscienciosamente.

O verdadeiro Irmão respeita em seus semelhantes todos os direitos dados pelas leis da Natureza,
como gostaria que os seus fossem respeitados.

Aplicando os ensinamentos maçônicos, tanto no interior dos Templos como no seio da sociedade
profana, dentro de suas possibilidades, colabora para a edificação do Templo da civilização
humana.

Afinal, se cultiva a liberdade, a igualdade e a fraternidade, tem por obrigação, abrir mais os seus
braços, entrelaçar seus Irmãos e oferecer sua convivência fraterna, sua influência, seu trabalho
de auxílio, com harmonia, paz, concordia e fraternização, dentro e fora do Templo.

Enfim, o verdadeiro Irmão saberá fazer o Bem sem ostentação, mas não sem utilidade para
todos. Onde quer que o pobre reclame o combate sem descanso aos exploradores dos fracos, o
auxílio e proteção à criança ou à mulher, o Irmão é obrigado a fazer obra maçônica. É-lhe
proibido fechar os olhos aos deserdados da sorte.

Porém, só quando se encontra revestidos de todas essas virtudes é que pode dizer: "Meus
Irmãos como tal me reconhecem" – frase mais ouvida e citada dentro da Loja e também fora dela
– como forma de identificação.

Curioso, no entanto, é que ao sermos reconhecidos como Irmãos, o outro abre o sorriso e os
braços, como se fosse um velho conhecido. Esse é um sentimento de irmandade, é muitas vezes,
mais forte que entre Irmãos de sangue.

Nossa Ordem precisa de Irmãos verdadeiros, aqueles que têm orgulho de pertencerem à Sublime
Instituição e estão dispostos a sacrifícios pessoais em benefício dela.

O Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS, ouve nossos rogos e nos mostra o caminho que a
Ele conduz, continua a nos proporcionar a dádiva da aproximação de valorosos Irmãos que nos
socorrem em nossas dificuldades, se interessam por nós, nos escrevem, telefonam para saber
como estamos, trocam e-mails e assim, não nos deixam experimentar a depressão e a solidão.

Nossas Lojas Maçônicas são portos seguros, colos de mãe para enxugamento das lágrimas e o
consolo de nossas dores, num ambiente de luz, paz e amor, pois é sublime reunir em seu seio,
católicos, evangélicos, espíritas, maometanos, israelitas, budistas, e a todos dizer: " Aqui vossas
disputas não encontrarão eco. Aqui, não ofendereis a ninguém e ninguém vos ofenderá."

Meu Irmão, se eu me esquecer de você, nunca se esqueça de mim! Conte comigo. Eu conto
consigo.
"O maior cargo em maçonaria é o de verdadeiro Irmão."

A ESPADA
A ESPADA 

Com um simbolismo vastíssimo, a ESPADA é um dos acessórios mais usados nas cerimônias
Maçônicas.

No seu aspecto mais vulgar, é a arma da vigilância por meio da qual o iniciado procura defender
os nossos Augustos mistérios de toda intromissão violenta do mundo profano. 

Origem
A origem da Espada, como objeto Maçônico, vem da construção do Templo de Zorobabel,
erguido em substituição ao grande Templo de Salomão destruído por Nabucodonosor. Os
construtores tinham, ao lado da ferramenta, sempre a Espada vigiando os inimigos, mercê a
proteção obtida do rei da Pérsia, Ciro. 

Significado: De Ordem Material e de Ordem Simbólica.

De Ordem Material:
Funciona como uma arma de plantação e de defesa efetiva da Oficina podendo, inclusive,
transformar-se em arma de ataque.

A Espada divide-se em três partes principais e cada uma tem o seu simbolismo: 

-a Empunhadura;
-a Cruz;
-a Lâmina ou Folha. 

Tipos de espadas:

Espada comum ou ordinária;


Espada Flamejante.

Espada comum:
Apresenta uma estrutura própria, segundo medidas convencionais. Sua lâmina deve ter setenta e
cinco centímetros de comprimento por três de largura, sendo de aço com dois fios, terminando
em ponta triangular de cinco centímetros. O seu punho simula um "cordão torcido", rematado por
um "Crânio" e sob o punho uma cruz (cruzeta) formada por um cubo e dois braços. Sobre o cubo,
um esquadro cruzado por um compasso. Poucas são as Lojas que têm Espadas Maçônicas, pois
aproveitam Espadas militares fora de uso. 

Espada Flamejante: (flamígera)


É idêntica à Espada comum em tamanho, estrutura e características, à exceção da lâmina que
deve ter uma forma ondulada e semelhante às línguas de fogo. A origem dessa Espada está nas
escrituras sagradas, onde se diz que o anjo que expulsou Adão e Eva do Paraíso guardou as
portas com uma Espada Flamígera ou de Fogo. 

De Ordem Simbólica:
Quem usa a Espada dentro da Loja?
A Espada está presente nos três graus, mas sempre como parte integrante da liturgia. Nem o
aprendiz, nem o companheiro utiliza Espada como parte integrante de suas indumentárias. O seu
uso é exclusivo para os Mestres.

Espada comum: - simbolismo no geral.

Em que situações é usada dentro da Loja?

É usada nas sessões normais dos três graus pelo Guarda do Templo interno e pelo Cobridor
externo. Também é empregada habitualmente pelos Mestres por ocasião da recepção de
autoridades e visitantes ilustres, formando a abobada de aço.

A Espada dentro do Templo é símbolo de proteção Divina e de justiça. A Espada ainda


representa o verbo, a palavra e o próprio homem.

Espada comum: - Simbolismo por partes.

O cordão torcido que forma a Empunhadura da Espada é uma alegoria da força e da firmeza dos
sagrados princípios da eqüidade e da razão, indicando, pela sua forma, que a ação é constante
na propagação de seus ensinamentos.

O "Crânio" que arremata a Empunhadura é uma alegoria da morte, castigo que deveria ser
imposto àqueles que faltam aos seus juramentos ou atraiçoam os seus princípios.

O "Corpo e as Folhas" de acento representam a Loja. As esferas terrestres e celestes que se


observam sobre as faces laterais são representações da força material e da intuição.

A Folha da Espada é de dois gumes, porque um representa os direitos e o outro os deveres dos
quais é o mais valioso sustentáculo.

A bainha da espada, dentro do esoterismo, é considerada o emblema das virtudes morais.


Espada Flamejante: - Simbolismo no geral

Em que situação é usada?

Para certos cerimoniais, devendo ser manejada pelo Venerável Mestre para empossar Maçons
em certos cargos administrativos e receber os neófitos após seu juramento.

A Espada Flamejante tortuosa é o símbolo que permanece no altar do Venerável Mestre, que a
usa para os juramentos. Coloca a Espada, como o faziam os antigos reis e imperadores para
sagrar fiéis e cavaleiros.

Simboliza o silêncio, o sigilo e a segurança e deve ser flamígera, porque esses três preceitos são
dirigidos em todas as direções . 

A Espada Flamígera simboliza as irradiações de calor da ciência maçônica, que pelo fogo purifica
aqueles que dela devam tomar conhecimento. Quando o Maçom presta os seus juramentos, o faz
em direção a todos os "ventos", pois ao pronunciá-los, emite vibrações sonoras que em ondas
atingem todos os pontos do Cosmo.

Compilado de trabalho de autoria do Ir.´. José Oscar de Souza


Loja Colunas da Lei Nº 55
GLMEMS -Campo Grande- MS

O QUE VINDES AQUI FAZER?


O QUE VINDES AQUI FAZER?

Meus irmãos, este trabalho é dedicado principalmente aos irmãos aprendizes, que iniciados
recentemente nos nossos augustos mistérios, estão frequentando as sessões e ficam sem
entender o que está acontecendo. Muitos se frustram nas primeiras sessões, achando que aqui
ele não está vendo nada de interessante. São muitos homens de "bem", vestidos a rigor, batendo
martelos e com uma conversa que não faz muito sentido.

Desde há muitos séculos existiram as fraternidades que transmitiram seus conhecimentos


herméticos a poucos escolhidos. A palavra "esotérico" tem raiz grega e foi criada por Sócrates,
quando dava instruções filosóficas em sua casa, reservadas a um grupo seleto e restrito de
amigos que tinham a capacidade de compreender e entender os seus propósitos metafísicos. Por
isso "esotérico" tem o sentido de hermético, fechado, escondido e reservado e estes também
serão os de nossa ordem maçônica. Ou seja, são poucos os escolhidos dentro de nossa
sociedade, homens aparentemente livres e de bons costumes, que poderão ao longo do tempo
desvendar e apreender o nosso simbolismo.

O símbolo e a alegoria surgiram com o ser humano, que também não passa de um símbolo do
universo. Toda a história da humanidade, com todo o seu progresso nos é mostrada através de
alegorias e símbolos, entre os quais o homem sempre viveu.

Logicamente não serão os ícones, os símbolos, as alegorias ou o ritual que mudarão nossa
personalidade, mas sim, a interpretação e a compreensão de suas verdades e a posterior prática
das virtudes neles incorporadas.

Agora que se tornaram maçons, participantes dessa nobre instituição que há muitos anos vêm
tentando mudar e melhorar o caráter do ser humano, para que tenhamos uma sociedade mais
justa, mais fraterna e solidária, vocês terão alguns símbolos e palavras que os identificarão como
maçons, assim quando chegarem em uma loja maçônica de qualquer potência e em qualquer
lugar do mundo lhes serão exigidos a sua identificação como maçons, conforme páginas 14 e 15
de nosso ritual.

E dentre outras coisas lhe será perguntado:

O que vindes aqui fazer?

Ao que o irmão responde:

Vencer minhas paixões, submeter minha vontade e fazer novos progressos na maçonaria.

Meus irmãos, tudo na vida é baseado em símbolos, alegorias, signos, emblemas e rituais. A
escrita é um símbolo. A comunicação entre pessoas é feita através da associação da fala aos
símbolos que a pessoa associa para lembrar o que é, expressando ideias e emoções para si
mesmo ou para outros. Mesmo na conversação metafísica existe um simbolismo por associação.

A nossa rotina diária, o nosso cotidiano, também é um ritual, cheio de símbolos e alegorias. Na
Maçonaria também temos nossos símbolos, signos, emblemas e nossas alegorias a serem
entendidos e nosso ritual que deve ser seguido.

Dentro do próprio ritual existem vários símbolos filosóficos que ao longo do tempo passarão a
identificar e entendê-los plenamente.

Quando de suas iniciações, vocês pediram a Luz, e vos foi dada a Luz.

Foi-lhes dada a luz física. Ou seja, estavam vendados e viram a Luz.

Mas o que buscamos na Maçonaria é a Luz verdadeira, a Luz espiritual que é a compreensão do
mundo à nossa volta e dos seus antigos mistérios. Mistérios estes, herdados de nossos
antepassados que hoje tentamos decifrar. As chaves destes enigmas foram perdidas no tempo,
na época da tradição e transmissão oral, quando não era registrado o conhecimento senão
através de ícones, gravuras, alegorias e símbolos.

Buscamos ver através e além da Luz. Buscamos ver adiante das coisas. É olhar um símbolo e ver
além dele o que nossos antepassados quiseram nos transmitir, é o tirar o véu para que se veja
claramente o que está atrás do véu.

O que lhes pedimos é paciência, persistência e que estejam com o coração e mente abertos para
que, ao começarem a decodificar estes símbolos eles possam mudar para melhor as suas
personalidades.

Quase tudo na Maçonaria é baseado no número três.

Inicialmente temos o trilogismo máximo da Maçonaria que são: Liberdade, Igualdade e


Fraternidade.

Quando responderam: Vencer minhas paixões, submeter a minha vontade e fazer novos
progressos na Maçonaria. Aqui existe outro trilogismo.

No mundo profano somos considerados um pedra bruta, ou seja, uma jóia rara da criação do
Grande Arquiteto do Universo, mas, cheio de agregados indesejáveis e de arestas imperfeitas e
que devem ser lapidadas para que se produza um quadrado ou retângulo perfeito. E, em sendo
perfeito encaixará perfeitamente na construção do edifício, não deixando espaço nenhum, e nem
será necessário alguma argamassa para fazer o seu ajuntamento.

Vencer minhas paixões.

A Maçonaria Universal propõe edificar a "Cidade Humana", um mundo ideologicamente perfeito,


do qual o homem virtuoso será ao mesmo tempo, o beneficiário e o organizador.
E este propósito também é nosso. O que estamos tentando construir é o edifício perfeito dentro
do ser humano, ou seja, é tirando e eliminando as arestas de nossos vícios e lapidando as
nossas paixões que poderemos ser um ser humano melhor para nossos familiares, nossa
sociedade e para nós mesmos.

É mudando nossos hábitos, atos e comportamento que transformamos o mundo em nossa volta.
É a busca da perfeição e a prática das virtudes que nos transformarão em seres humanos
melhorados.

Quando alguém quer ter músculos fortes, pratica exercícios físicos até conseguir o seu objetivo.
Quando alguém deseja melhorar o seu caráter, iluminar o seu espírito e a sua alma deve praticar
todas as virtudes diariamente, e é isto que vindes aqui fazer. Não é só dentro da loja que
devemos ser perfeitos, devemos sim, ser perfeitos para o mundo, só assim, mudando primeiro a
nós mesmos é que conseguiremos dar o primeiro passo para uma humanidade melhor: praticante
da caridade, mais fraterna, mais solidária e com mais amor entre todos os irmãos.

Porquê tirar e eliminar as arestas de nossos vícios e lapidar nossas paixões?

Porque nossos vícios são hábitos desregrados que adquirimos ao longo de nossas vidas e são
perfeitamente descartáveis, pois, podemos viver sem eles.

Porquê somente lapidar nossas paixões?

Porque nossas paixões fazem parte do ser humano. São emoções e sentimentos que estão
escondidas em nosso âmago. Vêm enraizadas dentro do humano e sem elas o ser humano não é
nada. Por isso devemos somente aplainá-las, desbastando a parte podre; sufocando a parte má
para que prevaleça a parte boa.

Sabemos que o bem e o mal estão dentro de cada ser humano. Ele faz aflorar o que quiser.
Nossas paixões são as nossas emoções mais profundas que se levadas a um alto grau de
intensidade sobrepõe à lucidez e à razão. E o ser humano é um ser emocional, por isso devemos
controlar nossas emoções com uma disposição firme e constante para a prática do bem e assim
conseguiremos vencer nossas paixões.

Submeter a minha vontade.

Porquê submeter a minha vontade?

Já dissemos que o ser humano é emocional e racional, que pode ou não praticar atos em
obediência e a um impulso ou a motivos ditados pela razão.

Entretanto, através do livre arbítrio o ser humano é livre para ser e fazer o que quiser sem dar
satisfações a ninguém e nem prestar contas a ninguém a não ser a ele próprio. Lógico que
devemos assumir as responsabilidades pelos nossos atos e sofrer as consequências de nossas
más ações. Mas, somos livres, ou achamos que somos livres.
Esta pretensa liberdade é que devemos trabalhar. Na verdade não somos livres, somos escravos
de nossos vícios e de nossas paixões que controlam a nossa vida. Somos escravos do nosso
cotidiano, da rotina estafante do dia-a-dia, de nosso trabalho, do relógio, de nossas famílias, de
nossos amigos e de nossos inimigos, de nossos sonhos, de nossas falsas promessas, do Poder
Constituído, das Leis e da nossa vontade.

Este submeter a minha vontade, não quer dizer submeter a minha vontade à vontade de outros,
mas, sim submeter a minha vontade à minha vontade. É ter controle sobre minhas emoções e
minha vontade de praticá-las. É fazer minha razão subjugar minha vontade, sujeitando,
entregando e rendendo-se ao bom senso e à prudência, ponderando minhas ideias, tendo um
raciocínio lógico e juízo perfeito em minhas ações. Ter emoções e vontade saudáveis aprimoram
o seu relacionamento consigo mesmo e irradia vida e felicidade ao seu redor.

Então, devemos submeter a nossa vontade, nosso livre arbítrio praticando boas ações, tendo
bons pensamentos em relação a todos que nos cercam e isto indiretamente a Maçonaria tentará
colocar dentro de cada um de vocês, através do desvendar do simbolismo filosófico de nossa
ordem. É submetendo, ou seja, controlando a nossa vontade que seremos livres dos vícios e das
paixões desregradas.

Fazer novos progressos na Maçonaria.

A Maçonaria não é religião, não é Igreja e não é escola, é uma instituição iniciática e eclética que
conclama toda a humanidade a viver fraternalmente, todos como irmãos.

Os progressos que vier a fazer dentro da Maçonaria só dependerão dos próprios irmãos, como já
disse Jesus Cristo "é buscando que encontrarão" "é batendo que se abrirão". Cabe a cada irmão
buscar a perfeição maçônica e por conseguinte a perfeição humana. Através de muito estudo e
trabalho é que poderão fazer novos progressos na maçonaria, ou ficarão como muitos, batendo
martelos por muitos anos sem entenderem porque estão na Maçonaria.

Cabe aqui uma pequena história que reflete o teor de nossas palavras:

Conta-se que certo funcionário de uma empresa ferroviária, estando prestes a se aposentar,
acertou sua substituição, colocando seu filho em seu lugar. Seu serviço e sua responsabilidade
era caminhar diariamente ao longo dos trilhos e na ida e na volta ia batendo nos trilhos com uma
marreta de cinco quilos, verificando assim se os trilhos estavam bem presos aos dormentes. Ele,
pessoa simplória havia passado trinta anos fazendo aquele trabalho e o conhecia muito bem. No
primeiro dia de trabalho de seu filho, saiu todo feliz a explicar-lhe o que era o seu ofício. Saíram
então, marretando os trilhos, e o pai explicava ao filho como deveria ser a pancada no vergalhão
do trilho, passaram-se as horas, em dado momento o filho pergunta ao pai:

- Pai, porquê e para quê é feito este tipo de trabalho?

O pai em sua simplicidade respondeu-lhe:

- Não sei, eu recebi ordens de bater nos trilhos e fiz isso durante todos os dias nestes trinta anos
de trabalho e agora me aposento e passo a ti o meu trabalho.

Meus irmãos, na Maçonaria é a mesma coisa, se não procurares as respostas para as suas
inquietações e seus anseios mais profundos ficarão toda a vida batendo marreta nos trilhos sem
saber o porquê.

Cabe a cada um procurar e questionar, estudar e refletir sobre toda a nossa filosofia, procurando
tirar de cada símbolo uma lição de vida, de cada dia em loja um aprendizado, de cada bater de
martelo um novo som, pois, não existem dias iguais como não há ser humano igual, cada dia em
loja é diferente do último, à medida que forem participando das sessões, aparentemente simples,
suas mentes irão alargando para receber o conhecimento implícito no simbolismo e na filosofia
maçônica.
Muito obrigado,

Luiz Antônio Lima - Mestre Maçom

JUSTO E PERFEITO
JUSTO E PERFEITO
A expressão “Justo e Perfeito” é encontrada pela primeira vez no L.’. L.’., mais especificamente
no Livro de Gênesis, onde é retratada a história do Dilúvio.

O G.’. A.’. D.’. U.’., que é Deus, “arrependendo-se de ter criado o homem”, eis que havia se
esquecido de praticar o bem trilhando pelos caminhos da iniquidade corrompendo a humanidade,
resolveu destruir a terra com um Dilúvio de proporção imensurável.

No capítulo 6, versus 9, encontramos:


“Esta é a história de Noé. Noé era um homem Justo e Perfeito no meio dos homens de sua
geração. Ele andava com Deus”.
Em Gênesis, capítulo 7, versus 1-3, assim o G.’. A.’. D.’. U.’. se manifesta:
O Senhor disse a Noé:" Entre na arca, tu e toda a tua casa, porque te reconheci JUSTO diante
dos meus olhos, entre os de tua geração.”

Mas onde, quando e como surgiu para a maçonaria ?

A expressão: "justo e perfeito", segundo José Castellani, remonta às organizações medievais de


canteiros (trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra bruta). Como os
bons profissionais eram muito requisitados, havia muita rivalidade entre as corporações, valendo,
nesse caso, até a sabotagem do trabalho, a qual consistia em penetrar no terreno do concorrente
e fazer um leve desbastamento da pedra já cúbica, difícil de constatar pelo olho humano, porém,
quando usada na construção, daria diferença, comprometendo aquele núcleo de pedreiros e
maculando sua imagem.

Assim, no fim do dia de trabalho, por ordem do Máster (o proprietário, ou um seu preposto), um
Warden (zelador, ou vigilante), media a horizontalidade da obra, com o nível, enquanto o outro
media a perpendicularidade, com o prumo, e, se tudo estivesse em ordem, comunicavam ao
Master: "tudo está justo e perfeito".

Na manhã do dia seguinte, a operação era repetida, da mesma maneira, para prevenir eventuais
sabotagens durante a noite, pois da forma cúbica das pedras, dependia a estabilidade das
construções.
Se tudo estivesse "Justo e Perfeito" os trabalhos eram iniciados.

A expressão “Está tudo justo e perfeito” também é utilizada como cumprimento e reconhecimento
entre os maçons, inclusive de graus dos IIr.’..

Mas será que está TUDO JUSTO E PERFEITO com a atual Maçonaria? E as queixas de IIr.’. de
que nada vai bem na Maçonaria de hoje, que ela anda meio que adormecida.

Está sim Tudo Justo e Perfeito, pois a Maçonaria de hoje ainda permanece como a Maçonaria de
ontem. Sua filosofia é eterna assim como seus ensinamentos. O que mudou então?

Como disse nada mudou na Maçonaria, mudou sim a atitude de alguns IIr.’. que não conseguem
assimilar seus ensinamentos deixando de incorporá-los no seu templo interior, ou seja, não os
praticam, não andam na sina das virtudes, muitas vezes vilipendiando-a, deixando de ser um
maçom autêntico. São os vaidosos, anti éticos e hipócritas que vivem em nosso meio. Esses
profanos de avental se esquecem de renunciar ao TER para passar a acreditar e ter atitude, no
SER. Essa é a essência do que acontece na Maçonaria de hoje. Não levam consigo para o
mundo profano os preceitos e ensinamentos da sublime Arte Real. Muito pelo contrário, trazem
do mundo profano todas as imperfeições possíveis semeando a desarmonia na Loja, pregando a
desagregação entre os IIr.’. e o desequilíbrio nos nossos trabalhos.

Quando passamos pelo ritual da iniciação maçônica, renunciamos ao TER passando a SER útil
aos nossos pares, órfãos e viúvas que é o grande objetivo da Maçonaria. Ninguém nos obrigou a
assumir esse sério compromisso, mas quando o assumimos juramos sempre buscá-lo a fim de
contribuir para o engrandecimento do nosso EU interior e contribuirmos para o bem estar da
Humanidade.

Portanto, temos que colocar em prática no mundo profano a doutrina e os ensinamentos


maçônicos transformando-os em uma filosofia de vida, como muito trabalho e ação.

O Grande Maçom Albert Pike, nos deixa uma lição. Assim ele discorre:

“É surpreendente ver como os homens falam das virtudes e da honra e não pautam suas vidas
nem por uma nem por outra. A boca exprime o que o coração devia ter em abundância, mas
quase sempre é o inverso do que o homem pratica”.

Bilbiografia:
Dicionário de Termos Maçônicos – Ir.’. José Castellani e
Bíblia Sagrada
Postado por Irineu Bianchi às 04:0

O USO DA PALAVRA
O USO DA PALAVRA
Nossas reuniões às vezes tornam-se cansativas, monótonas e enfadonhas em algumas de suas
passagens, em alguns de seus momentos, o que traz-nos preocupação, pois, o que desejamos é
que elas sejam o mais agradáveis possíveis, despertando em nós o prazer e o desejo de
estarmos juntos todas as semanas. É certo que vimos à loja para vermos os irmãos, batermos
papos informais, etc. Mas principalmente queremos é fazer maçonaria; trabalharmos como
verdadeiros obreiros da causa da maçonaria e, portanto, queremos participar de reuniões
produtivas, agradáveis, que nos tragam algo a acrescentar, enfim, que nos façam sentir-nos úteis
e melhorados.

Notamos que às vezes a principal causa de termos reuniões cansativas desse tipo, está na
dificuldade de alguns irmãos, de fazer bom uso da palavra. Por isso achamos oportuno
dissertarmos um pouco sobre o assunto.

Algumas pessoas tem uma facilidade toda especial de se comunicar, em expor suas idéias, em
dominar conversas. Pessoas que falam com clareza, organizam suas idéias, seus pensamentos e
os transmitem de forma clara e didática.

Mas falar bem não é privilégio de uns poucos que nascem com esse dom. Mesmo os que tem
dificuldades de se expressar, especialmente diante de uma assembléia, podem desenvolver essa
arte através de técnicas relativamente simples.

O nervosismo é o inimigo numero um de quem fala, e ele é fruto principalmente, da insegurança e


do despreparo do que se vai falar. Em primeiro lugar é preciso que se tenha domínio do assunto a
ser exposto, pois, para que se transmita satisfatoriamente uma idéia, é preciso conhecê-la bem.
Não se deve levantar e pedir a palavra só por obrigação (obrigação entre aspas), sem saber
direito o que se vai falar, sem ter feito pelo menos uma mentalização de seus assuntos e ter
avaliado se este são de interesse dos ouvintes. Há casos de se ouvir por tempo demasiadamente
longo, irmãos que dissertam sobre assuntos que não interessam a mais ninguém senão a eles
próprios.

Um bom critério de filtrarmos as nossas palestras, nossas falas, é o de nos perguntarmos antes:
Será que esse assunto interessa a eles, os que irão ouvir ?

Vale também lembrar que quando falamos muito, acabamos por levar outros irmãos a abdicarem
da palavra por sentirem já ter esgotado o limite de tolerância dos ouvintes.
Muitas vezes assuntos mais importantes e interessantes a todos, não são colocados por esse
motivo.

Ao falar, é preciso fazê-lo sempre com clareza, pronunciando as palavras distintamente, evitando
a monotonia da voz, mudando o ritmo, trocando a expressão, variando, falando depressa ou
devagar, aumentando e diminuindo o tom da voz, dirigindo o olhar aos diversos pontos da platéia,
pois se fala a todos, e por fim, observando se os ouvintes estão interessados. Deve-se fugir de
dois graves defeitos muito comuns: o laconismo, resumindo demasiadamente a história sem os
detalhes e floreamentos necessários; ou o prolixismo estendendo demais o assunto, com
enormes rodeios, tornando o assunto fatídico, maçante. Como sempre, no meio termo é que está
a virtude.

E o encerramento? Como terminar? Esta é uma das sérias dificuldades - A conclusão precisa ser
preparada (mentalizada), é o arremate da fala. Pode-se terminar com um apelo ou uma breve
retrospectiva do que se falou, o que ajuda as pessoas a acompanharem nosso raciocínio
mediante breve recapitulação.

Em resumo, a palestra apresenta-nos três problemas distintos, classificados como probleminha,


problema e problemão: 

O primeiro é o PROBLEMINHA, que é começar a falar. A solução é preparar-se bem e a inibição


estará quebrada.

O segundo é o PROBLEMA, que consiste em dar boa condução ao assunto, cuidando para ser
claro e objetivo, não incidindo nos comuns erros de redundância e da repetição.

O terceiro é o PROBLEMÃO, PARAR - Parar é o problemão; para o qual, a solução talvez seja
imaginar que se está enchendo um balão e que este pode estourar.

Para terminar, faço lembrar a analogia do discurso e da minissaia em três pontos:

1º - Ambos devem ter conteúdo;

2º - Devem ser tão longos que cubram as necessidades; 

3º - Devem ser tão curtos que agradem a todos. 

J.F.S. Abreu
GRAU DO POMBO
GRAU DO POMBO 

Coral Gables Lodge, 260, The Florida Mason.

Esta é uma estória real que ocorreu em Loja da Maçonaria Simbólica. Um Irmão da Loja Coral
Gables nº. 260 me relatou os seguintes fatos:

Alguns anos atrás, a Loja estava tendo problemas com um bando de pombos que resolveu fazer
seus ninhos no telhado da Loja. Estes pombos trouxeram um imenso mau cheiro com seus
dejetos, que por sua vez,atraíram a mais variada gama de insetos. O Venerável Mestre e os
outros Oficiais da Loja ficaram alarmados com a situação e formaram uma comissão para tratar
do problema dos pombos.

A comissão se reuniu em busca de uma solução definitiva para a remoção dos pombos. A
primeira coisa que a comissão fez foi ir até o telhado e amarrar tiras de tecido em vários locais
para tentar assustar os pombos. Este reforço não funcionou e os pombos permaneceram no
telhado.

A comissão então, como planejado, comprou algumas corujas falsas e cs colocou em várias
áreas de telhado, novamente tentando assustar os pombos. Novamente estes esforços não
surtiram efeito e os pombos não só permaneceram, como se multiplicaram, de modo que já
cobriam o telhado.

Após várias tentativas infrutíferas, a comissão contratou uma companhia especializada em


remoção de pombos, que inclusive garantia por escrito que expulsaria os pombos ou então
devolveriam o dinheiro. Essa companhia foi até o prédio da Loja e passou as semanas seguintes
tentando retirar os pombos. Todas as tentativas falharam e a companhia devolveu o dinheiro da
Loja.  

Meus Irmãos, eu fico feliz em lhes dizer que o problema dos pombos não teve um final triste.
Ocorre que no mês seguinte o Poderoso Grão-Mestre dos Maçons da Flórida foi a Miami para
tratar de alguns negócios maçônicos e foi até a Loja de Coral Gables para uma visita não oficial.
Após o término da sessão e da loja ter sido fechada, os Oficiais, membros e visitantes foram para
o refeitório, onde tinha sido preparado um jantar. Próximo ao fim do jantar o Grão-Mestre
perguntou ao Venerável Mestre da Loja como estavam os trabalhos maçônicos da Loja. O
Venerável contou ao Grão-Mestre que todos os assuntos da Loja e todos os trabalhos ritualísticos
estavam se desenvolvendo dentro dos princípios da Maçonaria e que o único problema que a
Loja tinha eram os pombos no telhado. O Venerável relatou todas as tentativas fracassadas de
expulsar os pombos, que a situação estava saindo do controle e que a Loja não conseguia
encontrar uma solução para acabar com este problema.  
 Meus Irmãos, talvez possa parecer estranho, mas todos os Irmãos da Loja de Coral Gables
podem confirmar que o que vocês irão ler em seguida é a mais pura verdade que aconteceu
naquela Loja. Após ouvir o relato do Venerável, o Grão-Mestre se levantou e disse que ele
poderia resolver o problema dos pombos naquele exato momento. O Grão-Mestre pediu que lhe
mostrassem a escada para o telhado e, sendo seguido em cortejo pelo Venerável e pela
Comissão dos Pombos, subiu até o teto da Loja. Lá, o Grão-Mestre viu os milhares de pombos,
elevou as mãos para o céu e pronunciou as seguintes palavras:  

 “Pelos poderes que me foram investidos. Eu declaro todos os pombos Past Masters ( ex vm
imediatos) desta Loja”.  

Mal o Grão-Mestre acabou de falar estas palavras, todos os pombos levantaram vôo e
desapareceram e nunca mais voltaram para a Loja. 

Obrigado, meus Irmãos, pela sua atenção de ler e compreender esta importantíssima peça da
sabedoria maçônica. Eu sei e acredito que todos vocês entendem o Grau do Pombo...

Manual do Companheiro Franco Maçom:

Estudo Interpretativo dos Símbolos e Alegorias Do Segundo Grau Maçônico


Primeira parte

O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA
MAÇONARIA MODERNA
O grau de Aprendiz, busca a resposta à pergunta (de onde viemos?) e a esse grau compete o
estudo das origens primeiras da nossa ordem, as quais tivemos buscando no primeiro Manual
desta série, assim também é especial a competência do segundo grau simbólico em responder à
pergunta (quem somos ?), estudando a história da Maçonaria Moderna.
Os princípios da Maçonaria, conforme os conhecemos atualmente, se devem principalmente ao
estado de decadência em que se encontravam, ao fim do século XVII, os antigos grupos de
construtores, assim como as demais corporações de ofício, que tinham florescido nos séculos
anteriores, alcançando o seu apogeu próximo ao fim da idade média. As causas dessa
decadência foram por um lado a diminuição do fervor religioso que seguiu a Reforma, de maneira
que a construção das igrejas foi cedendo seu lugar a outros edifícios profanos, tanto públicos
como privados; e também por um grau maior de especialização dos operários nos respectivos
trabalhos, e a falta de conveniência por parte desses, de seguirem reunindo-se em associações
organizadas para a prática de uma arte determinada.
Precisamente por esta razão, no mesmo século XVII, havia se estendido a prática de admitir nos
grupos de construtores, membros honorários (maçons aceitos), ainda inteiramente estranhos à
prática da arte de construir, porém que cooperavam para proverem materialmente e moralmente
esses grupos. O dia em que estes maçons-aceitos começaram a prevalecer sobre os de ofícios, e
se lhes concederam cargos de direção (dos quais estavam excluídos anteriormente), foi
precisamente o ponto que assinalou a transformação conhecida com nome de maçonaria
operativa em especulativa; ainda que o desenvolvimento de um caráter teve de ser mais gradual,
entretanto de nenhuma maneira necessariamente implicado pela presença dos membros
honorários, apesar do número destes.

A GRANDE LOJA DE LONDRES

Assim foi que, em 1717, os escassos membros remanescentes de quatro lojas londrinas, que
tinham os seus lugares de permanência (segundo o costume naquela época), em quatro
diferentes hospedarias, decidiram celebrar juntos na hospedaria do Manzano sua reunião anual
de 24 de junho (dia de São João Batista). Nessa reunião, que depois se tornou tradicional por
essa razão histórica, sem que os seus participantes pudessem dar-se conta disso, tratando de
buscar uma solução para as suas condições, que nos últimos tempos se encontravam cada vez
menos prósperas. Os presentes decidiram juntar-se na, que depois (em 1738) passaram a
chamar uma Grande Loja, elegendo para presidi-la oficiais especiais, que deviam promover a sua
prosperidade. Esses foram: Antônio Sayer, homem desconhecido e de modesta condição,
inteiramente estranho ao ofício de pedreiro, que foi nomeado Grão Mestre; Jacob Lamball,
carpinteiro; José Elliot, capitão; foram eleitos grandes vigilantes1.
Dados que essas Lojas não eram as únicas então existentes (algumas das outras, como de
Preston chegaram até os nossos dias) não há dúvida de que de nenhuma maneira poderia tratar-
se então de eleger a um "Grão Mestre dos Maçons", que para tal não tinham autoridade, se não
apenas dessas quatro Lojas, não se podendo sequer assegurar-se que tal título foi efetivamente
utilizado nessa ocasião, ainda que poderia muito bem ter sido; com esta atribuição restrita. Sem
dúvida, somente depois, e por mérito de homens que, sob diversas circunstâncias foram atraídos
à essa "Grande Loja", que as denominações de Grão Mestre e Grande Loja adquiriram real
significado e importância.
O desenvolvimento futuro de nossa Instituição, a partir dessa modesta reunião, não estava de
nenhuma forma condicionado à mesma, e só se deve à Força Espiritual que aproveitou e vivificou
esse pequeno e modesto agrupamento do qual brotou um movimento que se estendeu para toda
a superfície da terra. Sempre são, pois, as idéias, as que operam no mundo, por sobre os
indivíduos que se fazem seus meios, veículos e instrumentos. É na força das idéias, que animam
e inspiram os homens, que se deve todo o progresso e toda a obra ou instituição de alguma
importância, por traz daqueles que aparecem exteriormente como seus fundadores e expoentes.
No que particularmente se refere à Maçonaria, não há dúvida que suas origens mais verdadeiras,
vão muito além desses homens de boa vontade e de medíocre inteligência que unicamente se
preocuparam em salvar suas lojas da decadência que as ameaçava, por meio da união das
mesmas. Deve-se buscar essas origens na Idéia Espiritual central, que oculta no seu cerne, o
verdadeiro segredo maçônico, assim como das demais idéias relacionadas com aquela, das quais
se fez, em diferentes momentos e circunstâncias especiais.
A essa idéia central, ainda oculta e secreta para a maioria de seus adeptos, também devemos o
conjunto de tradições, alegorias, símbolos e mistérios, que tem vindo se apropriando, e em parte
criando e modificando, para embelezar e dar maior brilho a seus trabalhos, cujas origens, como a
de seus cerimoniais, são antiquíssimos, tendo nos sido transmitindo através de diferentes
civilizações que se desenvolveram sucessivamente sobre o nosso planeta. Desse ponto de vista
está perfeitamente justificado o empenho dos primeiros historiadores maçônicos, começando com
Anderson, e dos que fizeram ou adaptaram os seus rituais, para relacionar nossa instituição com
todos os movimentos espirituais e tradições místicas iniciáticas da antigüidade, segundo também
tratamos de faze-lo no manual do Aprendiz.
Pois se é certo que a Maçonaria Moderna tem sua iniciação nessa fortuita agremiação de quatro
Lojas que juntando-se, puderam salvar-se da dissolução a que pareciam inevitavelmente
destinadas - como são todas as coisas que não sabem renovar-se quando chega o momento
oportuno - e que, dessa maneira prosperaram muito além de suas expectativas, não é menos
certo que souberam recorrer em segredo a herança de todos os segredos, mistérios e tradições,
assim como souberam fazer-se o receptáculo das grandes e nobres idéias que constituem um
fermento vital e um impulso renovador no meio em que atuavam.
E se pela natureza da obra pode-se reconhecer o artista que a concebeu e realizou, julgamos a
Maçonaria pela mística beleza de seu conjunto simbólico- ritual, a essa obra sem dúvida não se
pode dar outro qualificado que não o de Magistral. em sua essência mais íntima e profunda,
qualquer que possa ser sua filiação exterior e aparente, não pode ser se não Obra de Mestre na
acepção mais profunda da palavra. Essa essência íntima é o Logos, ou verdadeira palavra que
deve buscar-se em toda Loja Justa e Perfeita, a idéia espiritual que nela se deve realizar.
Essa mesma idéia, cujas latentes possibilidades foram depois se desenvolvendo - a maioria delas
esperam ainda a oportunidade para vir à luz - tem sido a semente da árvore poderosa que
representa a Maçonaria Moderna : um meio destinado ao reconhecimento e à prática da
fraternidade, um crisol de idéias e um movimento libertador das consciências e dos povos.
PRIMEIROS DIRIGENTES

Nas sucessivas assembléias solsticiais de 1718 e 1719 foram eleitos Grandes Mestres da Grande
Loja de Londres, respectivamente, Jorge Payne e Juan Teófilo Desagulier, o primeiro dos quais
tomou novamente o malhete presidencial de 1720.
A esses dois homens se devem, o nascimento da Grande Loja e o impulso espiritual renovador,
assim como as linhas ideológicas que depois caracterizaram a Maçonaria Moderna. O primeiro,
ex-funcionário governamental, homem muito ativo, enérgico e de posições liberal, parece haver
sido levado à sociedade, a que levou o prestígio de sua personalidade e de suas numerosas
relações sociais, por sua à afeição pelas antigüidades. O segundo, nascido em La Rochelle e filho
de um pastor Hugonote, teólogo e jurista, amigo pessoal de Newton e vice-presidente da Real
Sociedade de Londres, contribuiu sobre tudo, especialmente em colaboração com Anderson, para
o desenvolvimento de sua parte ideológica.
Esses também foram os que atraíram para a Sociedade outras eminentes personalidades como
Duque de Montague quem, em 1721, aceitou a nomeação de Grão-Mestre, sucedendo G. Payne.
A eleição, feita com a representação de 12 Lojas, de um membro da nobreza, foi sem dúvida
muito acertada quanto ao objetivo de assegurar para a Ordem prestígio e prosperidade material:
tornou-se, pois, moda o pertencer à Maçonaria, buscando-se nela uma espécie de título de
reputação e honradez.
Se fez então necessária a formulação de uma maneira mais clara e completa dos estatutos e
regulamentos da Ordem, sobre a base das antigas Constituições colecionadas por G. Paynes, e
das "General Regulations " compiladas pelo mesmo no segundo ano de sua presidência. Desta
forma, o Duque de Montague solicitou ao Rev. Jaime Anderson, que foi valiosamente assistido
em sua obra por G. Paynes e J. T. Desagulier, para os quais colocou "as antigas constituições
Góticas" em uma forma nova e melhor.
Assim nasceu o Livro das Constituições dos Franco-Maçons, tratando da história, deveres e
regulamentos daquela antiquíssima e mui-venerável Fraternidade. O manuscrito foi examinado
pela primeira vez por uma comissão de 14 Irmãos, nomeada no fim do mesmo ano de 1721 pelo
Duque Montague, e foi aprovado em 25 de março seguinte, com as emendas sugeridas pelos
mesmos, depois do que ordenou a sua impressão, estando 24 Lojas representadas na
assembléia.
O livro foi publicado e foi presenteado solenemente por Anderson na assembléia da Grande Loja
que se verificou no dia 17 de janeiro de 1723, sendo então confirmado e proclamado Grão-Mestre
o Duque de Wharton, quem se havia feito nomear como tal no dia 24 de junho do ano anterior,
numa assembléia convocada irregularmente por ele mesmo. Foi sucedido pelo Conde de
Dalkeith, continuando-se depois com o mesmo costume de eleger-se para o cargo de Grão-
Mestre um membro destacado da nobreza.

A CONSTITUIÇÃO DE ANDERSON

A Obra de Anderson foi sempre considerada nos ambientes Maçônicos com muita benevolência,
sem indagar-se até que ponto seu livro das constituições correspondia com a Obra "Las Antiguas
Constituciones Góticas" que não nos foram transmitidas, e passando por cima das faltas, erros,
omissões e invenções que pudessem conter.
A história legendária das origens Maçônicas que aqui se relata, repousa, como é natural, sobre A
Bíblia, livro que para os povos anglo-saxãos foi sempre objeto especial de veneração. Caim e
seus descendentes como os descendentes de Seth, se consideram como os primeiros
edificadores, mencionando-se a continuação a Arca de Noé, que mesmo sendo de madeira foi
fabricada segundo os princípios da geometria e das regras da Maçonaria.
Noé e seus três filhos foram, assim, "verdadeiros Maçons que, depois do dilúvio, conservaram as
tradições e artes dos antediluvianos e a transmissão ampla a seus filhos. Depois do qual, se
menciona os Caldeus e os Egípcios e aos descendentes de Jafet que emigraram as ilhas
"Gentiles", como todos igualmente hábeis na Arte Maçônica. Considera-se os israelenses, ao sair
do Egito, como todo um povo de maçons, bem instruídos sob a liderança de seu Grão-Mestre,
Moisés, que as vezes os reuniu numa loja geral e regular".
Finalmente se fala na construção do Templo de Jerusalém, por Salomão, sendo Hiran o Mestre
da Obra. Também a Nabucodonosor, depois de haver destruído e saqueado esse mesmo
Templo, lhe é atribuído haver posto o seu coração na Maçonaria, construindo as muralhas e os
edifícios da sua cidade, auxiliado pelos hábeis artífices da Judéia e de outros países que haviam
sido levados cativos para a Babilônia.
Também cita-se os gregos, a Pitágoras, os Romanos e os Saxões, que com natural disposição
para a maçonaria, apressaram-se a imitar os Asiáticos, Gregos e os Romanos na instalação de
Lojas, traçando-se uma história sumária sobre o desenvolvimento da Arte maçônica na Inglaterra.
Somente na segunda edição da obra, redigida no ano de 1738, se dava escassas notícias sobre a
fundação da primeira Grande Loja que teve lugar em 1717, dizendo-se somente na primeira
edição que naquela época, em Londres e em outros lugares floresciam diversas e dignas lojas
individuais que celebravam um conselho trimestral e uma junta geral anual para nelas conservar
sabiamente as formas e os usos da mui antiga e venerável Ordem, cuidar devidamente a Arte
Real e conservar a argamassa da Fraternidade, afim de que a Instituição parecesse uma
abóbada bem ajustada.

DEVERES MAÇÔNICOS

Segue uma compilação dos Deveres de um Franco-Mação "retirados de antigos documentos",


que tratam:
1- de Deus e da religião,
2- do chefe de estado e dos seus subordinados,
3- das Lojas,
4- dos Mestres, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes,
5- dos trabalhos das Oficinas,
6- da conduta em Loja bem como fora da mesma, em passos perdidos, em presença de profanos,
no lar e na vizinhança.

No que concerne a Deus e à Religião dizem : "um maçom está obrigado, como tal, a obedecer a
lei moral; e, se bem compreende a Arte, nunca se será um ateu estúpido, nem um libertino
irreligioso.
"Ainda que, antigamente, os maçons estiveram obrigados, em cada país, a praticar a
correspondente religião, qualquer que fosse, estima-se atualmente oportuno que se lhes imponha
outra religião, fora daquela sobre a qual todos os homens estão de acordo, deixando-lhes toda a
liberdade no que concerne as suas opiniões particulares. Assim, pois, é suficiente que sejam
homens bons e leais, honrados e probos, qualquer que sejam as confissões e convicções que os
constituam".
"Assim a maçonaria será o centro de união e o meio para estabelecer uma sincera amizade entre
pessoas as quais, fora dela, sempre estiveram mantidas mutuamente afastadas".
Sobre o assunto da autoridade civil escreve : "O Maçom é um sujeito tranqüilo diante dos poderes
civis, em qualquer lugar em que resida ou trabalhe; nunca deve estar implicado em complôs e
conspirações contra a paz e contra a prosperidade da nação, nem comportar-se incorretamente
com os magistrados subalternos, porque a guerra, o derramamento de sangue e as insurreições
foram em todo o tempo funestas para a Maçonaria ...
"Se algum Irmão viesse a insurrecionar-se contra o estado, deveria se cuidar de favorecer sua
conversão, ainda que tendo piedade dele, com um desgraçado. Sem dúvida, se não está
envolvido em nenhum outro crime, a leal fraternidade, ainda que desaprovando sua rebeldia, fiel
ao governo estabelecido, sem dar-lhe motivo de desconfiança política, não poderia expulsá-lo da
Loja, já que suas relações com ela são indispensáveis ".
E sobre a conduta na Loja nos recomenda : "que vossos desgostos e pleitos não passem nunca
do umbral da Loja; mais ainda : evitar as controvérsias sobre religião, nacionalidades e política,
pois, em nossa qualidade de maçons não professamos mais que a Religião Universal antes
mencionada. Por outro lado, somos de todas as nações, de todos os idiomas, de todas as raças,
e se excluirmos toda política é por razão de que nunca contribuiu no passado para a prosperidade
das Lojas, nem o fará no futuro ".

A ESSÊNCIA DA MAÇONARIA MODERNA

Destes estratos se depreende a orientação estabelecida naquele tempo pelo movimento que
produziu a maçonaria moderna cujos princípios fundamentais podem ser formulados, como se
segue:
1) um reconhecimento implícito da Universalidade da Verdade acima de toda opinião crença,
confusão ou convicção.
2) a necessidade de obedecer a lei moral, como caraterística e condição "sine qua non" da
qualidade de maçons.
3) a prática da tolerância em matéria de crenças, opiniões e convicções.
4) o respeito, o reconhecimento e a obediência às autoridades constituídas, desaprovando-se
toda forma de insurreição ou rebeldia, ainda que não se considere como crime que mereça a
expulsão da Loja.
5) a necessidade de fazer nas Lojas um trabalho construtivo, buscando o que une os Irmãos e
fugindo daqueles que os dividem.
6) A prática de uma fraternidade sincera e efetiva, sem distinção de raça, nacionalidade e religião,
deixando fora das Lojas toda luta, questões ou diferença pessoal.
7) Considerar e julgar os homens por suas qualidades interiores, espirituais, intelectuais e morais,
muito mais que pelas distinções exteriores da raça, posição social, nascimento e fortuna.
A promulgação destes princípios realmente universais (que constituem a essência do humanismo
e cuja perfeita aplicação faria desaparecer todas as diferenças entre os homens, todo motivo de
luta e de inimizade, fazendo reinar em toda a parte a Harmonia e a Paz), no livro de Anderson foi
o que atraiu à Sociedade um número crescente de simpatizantes e ocasionou sua rápida
expansão e difusão em todos os países.
Todos os idealistas se sentiram no dever de colaborar com ela, encontrando na mesma um
campo de ação e uma riqueza exterior, apropriados para expressar e realizar suas particulares
idéias e propósitos. Assim foi como convergiram a ela os homens mais distintos da época e se
concentraram muitos esforços até então isolados e separados.

MULTIPLICAÇÃO DAS LOJAS

Por um duplo impulso da exposição dos Princípios e de prestígio pessoal de seus Grandes
Mestres, assim como dos que se haviam agrupados ao movimento, as Lojas se multiplicaram
rapidamente: as doze Lojas que haviam tomado parte na eleição do duque de Montague
ascenderam a 20 no fim do ano, e 49 Lojas foram representadas na assembléia de 1725.
Mas não deve crer-se que nesse número foram compreendidas todas as Lojas então existentes:
muitas das que existiam em 1717 não aderiram ao movimento iniciado pelo nascimento da
Grande Loja por várias razões, entre elas a de crer usurpada a autoridade dela, e preferiram
permanecerem independentes. Algumas Lojas não aprovaram as novidades introduzidas no Livro
das Constituições, sustentando a obrigação da crença em Deus e a fidelidade as práticas
religiosas; isto, assim como outras razões, produziu, como veremos, um cisma que conduziu a
fundação de outra Grande Loja.
Além de incrementar-se na Inglaterra, Escócia e Irlanda, o número de Lojas, passou de pronto a
multiplicar-se sobre o continente, estendendo-se o movimento em todo o mundo civilizado.
As primeiras Lojas que se constituíram fora da Inglaterra, a base do modelo Inglês (já existia
antes e depois da fundação da Grande Loja), foram constituídas em geral por maçons isolados;
desejosos de propagar o ideal maçônico, em virtude do direito que acreditavam ser inerente a
essa qualidade.
Toda vez que um maçom isolado, desejoso de formar uma Loja, não podia juntar-se com outro,
ou com outros dois para formar uma loja simples, iniciavam um profano que julgavam digno de
pertencer a Ordem; os dois juntos procediam a iniciação de um terceiro, formando-se assim a
Loja simples, que sucessivamente podia fazer-se justa e perfeita.
Assim, pois, no primeiro período, a maioria das Lojas se formaram simplesmente em virtude
desse natural direito maçônico, independente de toda carta patente ou da autoridade de uma
Grande Loja, cuja autoridade não reconhecida por todos, reservando-se outras Lojas, e fazendo
expedir mais tarde uma patente regular.
Um local qualquer, disposto para a ocasião, com a condição de que pudesse fechar-se e estar
abrigado das indiscrições profanas, era tudo o que se necessitava para as reuniões, traçando-se
no solo cada vez, com giz, os desejos simbólicos que os transformavam no Templo dos mistérios
maçônicos.
Assim, pois, muitas destas Lojas, que contribuíram na formação de maçons e a rápida
propagação da Ordem em sua nova orientação, puderam forma-se e dissolver-se sem desejar
nenhum traço ou recordação. Por conseqüência é muito difícil fixar com segurança a data do
começo da Maçonaria Moderna nos diferentes países: como sempre, as origens se acham
envoltas na obscuridade.
O trabalho das Lojas, segundo dos costumes ingleses, consistia essencialmente nas recepções
ou iniciações, que se fazia com grande cuidado e atenção, já as que se alternavam com muita
freqüência festividades e ágapes fraternais consolidando-se ao redor de uma mesa comum o
espírito de igualdade e da solidariedade entre seus membros. Não se havia introduzido o costume
de tratar diferentes temas, e especialmente se fugir de todas as discussões que pudessem
comprometer a harmonia e o bom entendimento entre os irmãos. Sem dúvida, sempre se
praticava alguma forma de beneficência.
Por essa razão as Lojas se constituíram especialmente nas hospedarias que costumavam ser
freqüentadas por pessoas distintas. Ali se alternava a vida exterior de sociedade com os íntimos
trabalhos de ritual. Como a Inglaterra, também a França encontramos as primeiras Lojas das
quais se tem notícias históricas, instaladas em hospedaria. Duas delas foram constituídas,
respectivamente em 1725 e 1729, em Paris, na casa de um hospedeiro inglês cuja hospedaria
levava o nome de "Au Louis d'Argent"; a última delas obteve em 1733 a carta patente número 90
da Grande Loja de Londres. Nesse mesmo ano as Oficinas que pertenciam a Grande Loja
chegaram ao número 109. Nessas Lojas também se pronunciaram homens eminentes, e durante
o Grão-Mestrado do duque de Wharton os maçons impuseram a mostrar-se em público com suas
insígnias simbólicas.

O DESENVOLVIMENTO NA INGLATERRA

A Loja de York foi talvez a mais importante entre as que não reconheceram a autoridade da
Grande Loja londrina e se mantiveram apartadas. Considerada como a Oficina mais antiga,
fazendo remontar suas origens ao ano 600, na qual o Rei Edwin havia se assentado "como Grão-
Mestre". Em 1725 assumiu o título de "Grande Loja de York ", dizendo que seu Grande Mestre
devia ser reconhecido como tal em toda Inglaterra; mas no fundo nem teve outras Lojas sob sua
dependência até 40 anos depois.
Essa Grande Loja, que professava e praticava os mesmos princípios que a Grande Loja de
Londres, não foi a mesma a causa de dificuldades; mas o que foi bastante a que se opôs em
1751 e se constituiu praticamente em 1753. Nasceu ela principalmente pela iniciativa de um
irlandês, Lorenzo Dermot (na Irlanda, desde 1724, já se havia fundado uma Grande Loja
semelhante da de Londres), iniciado em Dublin em 1740, na qual, visitando uma Oficina londrina
em 1748, não ficou muito satisfeito com as inovações que encontrou nos rituais. Formou então
um movimento que teria por objetivo uma maior fidelidade aos usos antigos, e sete Lojas se
uniram em Londres desde 1751, fundando uma Grande Loja da qual foi Grande Secretário.
A nova Grande Loja distinguia os seus membros com o nome de Ancient Masons (velhos
maçons), em contraposição com os "Modern Masons" (maçons modernos) da qual se constituiu
em 1717, baseando sua constituição sobre outra que se supunha datada do ano de 926.
Não prosperou essa Grande Loja menos que a outra, a qual fixou uma séria competência (dado
que a denominação de antigos angariava maiores simpatias que a dos modernos), chegando a
ter em 1813, quando finalmente se uniram as duas Grandes Lojas, entre as quais quase não
havia nenhuma diferença, 359 Oficinas sob sua jurisdição.
Foram constituídas por estas duas Grandes Lojas muitas Lojas regimentais, formadas por
militares e que se transladavam com eles, e também algumas Lojas marítimas, a bordo dos
navios de guerra.
Além das Grandes Lojas citadas existia em Edimburgo a Grande Loja da Escócia, fundada por 34
Lojas em 1736.

A MAÇONARIA NA FRANÇA

Depois da Inglaterra a França foi o primeiro país no qual fincou suas raízes a Maçonaria
Moderna. Lojas maçônicas isoladas fundadas por ingleses, parecem haver existido neste país
desde antes de 1700 ; mas tal fato não tem veracidade histórica.
As primeiras quatro Lojas parisienses, sobre as que se tem notícias certas, se reuniram em 1736,
estando presentes cerca de 60 membros, e procedendo-se pela primeira vez a eleição de um
Grande Mestre na pessoa de Charles Radcliff, conde de Derwentwater, fundador que foi da
primeira Loja na hospedaria Au Louis d'Argent. Devendo este abandonar o país, foi elegido em
1783, em uma segunda assembléia, como Grande Mestre ad vitam, Louis de Pardaillon, duque
de Antin, quem aceitou o cargo, apesar de o Rei Luis XV ter ameaçado com a Bastilha ao francês
que a aceitara.
Principia nessa época as primeiras graves hostilidades contra a Maçonaria, tanto de caráter
político como religioso. As primeiras suspeitas nasceram quando ela já não se limitava a reunir
entre si elementos estrangeiros, se não que admitia igualmente a membros da nobreza e
cidadãos ordinários, fraternizando mutuamente com toda aparência de conspiração. Então as
Lojas foram vigiadas e se chegou até a suspende-las, aprendendo-se os Maçons e a todos que
os hospedassem; sem dúvida, tudo isto não obstruiu seu processo, e as lojas seguiram reunidas,
aumentando-se as precauções e até o lance a que se expunham, mas atrativo em pertencer a
mesma.
Tampouco impediram seu processo da bula de Clemente XII e os meios que se usaram para
difamar a Maçonaria e colocá-la em ridículo, como já se havia feito na Inglaterra; quando em 1743
morreu prematuramente o duque de Antin, havia na França mais de 200 Lojas, 22 das quais
atuavam em Paris.
Remonta a essa época, e precisamente a 21 de março de 1737, o famoso discurso de Andrés
Miguel Ransay, Grande Orador da Ordem, pronunciado durante uma recepção, e que tanta
importância teve depois por suas múltiplas repercussões, as quais ocasionaram por um lado a
concepção e criação daquela famosa obra que foi a Enciclopédia, e pelo outro movimento
conhecido com o nome de Mestres Escoceses, que principiaram em juntar um quarto grau
privilegiado (isto também havia sido feito pela Grande Loja dissidente fundada na Inglaterra em
1751, com o nome de Real Arco), que depois se multiplicou em uma série de graus
suplementares que queriam reproduzir as antigas Ordens cavalheirescas, crescendo até os 33
graus atuais do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Essa última novidade não foi a princípio muito bem acolhida, e um artigo das Ordenanças Gerais
da "Grande Loja Inglesa da França" (como assim se chamava então) não reconhecia os Mestres
Escoceses, quanto aos direitos ou privilégios acima dos três graus de Aprendiz, Companheiro e
Mestre. Sem dúvida, doze anos mais tarde, repudiando-se o nome da Grande Loja Inglesa,
substituído pelo nome simples de "Grande Loja da França", e revisando-se os Estatutos de Lojas,
o privilégio de permanecer cobertos nas posses, assim como o direito de inspecionar as Lojas
restabelecendo a ordem quando fora necessário.
O conde de Clermont, que em 1743 havia sido eleito em substituição ao duque de Antin, não
levou a sério o cargo aceito, e até transcorridos os primeiros quatro anos não se atreveu a
ostentar o título de Grande Mestre. Para esquivar sua responsabilidade elegeu em princípio um
substituto que não foi mais ativo que ele, e depois um intrigante mestre de dança que levantou
veementes protestos, e recusa pela maioria dos componentes da Grande Loja a reunir-se sob sua
presidência. Apesar de haver sido, em 1762, revogado seu cargo e substituído pelo Deputado
Grande Mestre e não obstante a boa vontade deste, não se pode evitar a anarquia, que levou as
Lojas a autonomia mais completa, dissolvendo-se praticamente a Grande Loja; esta, por mandato
do rei, foi suspensa em 1767, quatro anos antes da morte do conde de Clermont.
Nessa ocasião foi novamente convocada, sendo eleito como Grande Mestre o duque de Chartres.
E como desde um princípio não se faziam demasiadas ilusões os maçons franceses sobre suas
funções essencialmente honoríficas, se nomeou também, como Administrador Geral, ao duque de
Luxemburgo, destinado a substituí-lo efetivamente.
O duque de Luxemburgo, que teria então 33 anos, tomou como muito zelo e ardor seu cargo,
elaborando um plano completo de reorganização, convocando em Assembléia, para aprová-lo, os
representantes de todas as Lojas da França. Ficou assim constituída a Grande Loja Nacional,
sendo representadas permanentemente nas mesmas, por meio de disputas (eleições), todas as
Lojas, juntas a autoridade central direta que tomou o nome de Grande Oriente da França.
Também se pôs fim ao privilégio dos Mestres de Lojas, que se consideravam até então vitalícios,
estipulando-se que todas as oficinas elegeriam anualmente seus oficiais.
Como nem todas as Lojas reconheceram essas reformas, se formou também, em oposição ao
Grande Oriente, a Grande Loja de Clermont, que reconhecia igualmente como Grande Mestre o
Duque de Chartres.
Também tiveram existência na França, nessa época, vários ritos e ordens mais ou menos
relacionadas com a Maçonaria, entre aos quais o rito do "Elu Cohen" fundado por Martinez de
Pasquallis (Elu Cohen significa sacerdote eleito), que teve entre seus adeptos o célebre Louis
Claude de Saint-Martin, chamado de o Filósofo Desconhecido. Igualmente deve ser notado o rito
de Menfis-Misraim ou Maçonaria Egípcia fundada por José Bálsamo, mais conhecido com o nome
de Conde de Cagliostro, que admitia a mulher e compreendia 96 graus.
Várias associações destinadas a dar à mulher a participação nos trabalhos maçônicos foram
criadas cerca do século XVIII; e em 1774 a Maçonaria concordou oficialmente em reconhecer a
Maçonaria de Adoção, com o rito especialmente elaborado para a mulher, constituindo-se então
muitas Lojas femininas.
Desde 1773 a 1789 tomou a Maçonaria na França um impulso formidável, passando de 600 o
número das Lojas, sem contar cerca de 70 Lojas regimentais.
Se fizeram iniciar na Maçonaria homens mais conhecidos da época, entre eles Voltaire, com
idade de 80 anos, que foi recebido em 1778, apresentado por Franklin e Court de Gebelin, sendo
a assembléia presidida pelo célebre astrônomo Lalande. Com a revolução a Maçonaria
suspendeu na França suas atividades. Se lhe atribui erroneamente haver participado diretamente
na revolução, se bem é certo que participou na revolução intelectual que a precedeu, com a
afirmação do trinômio liberdade-igualdade-fraternidade que, interpretado profanamente, pode ter
sido causa indireta de muitos excessos. Mas um conhecimento mais profundo da verdadeira
essência da Instituição, e de como deva realmente interpretar-se esse trinômio, colocam-na
acima de toda efetiva responsabilidade daquele cataclisma, do qual foi também uma das vítimas.

PRIMEIRO ANÁTEMA

O primeiro anátema contra a Maçonaria foi lançado como vimos, em 1738, pelo papa Clemente
XII, havendo preocupado muito o clero de então, de que "homens de todas as religiões e de todas
as seitas, satisfeitos com a pretendida aparência de certa classe de honradez natural, se aliam
em estreito e misterioso laço". O segredo maçônico (cuja verdadeira natureza tratamos de por em
evidência nestes manuais) foi o ponto de acusação contra a Ordem. Os homens em geral, e
ainda mais as autoridades, divagam e desconfiam e tem medo de tudo aquilo que não
compreendem: a crença no mal (o verdadeiro pecado original do homem) lhes faz supor que ali
deva esconder-se algo mal e indesejável, e portanto atribuem facilmente más intenções ainda que
onde não há o menor traço delas. Assim nasce a suspeita, e dessa passa facilmente à acusação,
à condenação e à perseguição.
A encíclica não teve o mesmo efeito em todos os países: ainda que os Estados Pontifícios e a
Península Ibérica, a qualidade de maçom se castigou até com a pena da morte (e não faltaram à
Maçonaria seus mártires), na França, pelo contrário, nem essa encíclica nem a seguinte (que o
Parlamento francês recusou registrar) foram tomadas em consideração: prelados e sacerdotes
continuaram sendo recebidos nas Lojas, dado que tal qualidade lhe abria facilmente suas portas.
Uma segunda bula papal, publicada em 1751, por Benedicto XIV, foi também causa, nos países
acima mencionados, de perseguições sangrentas, considerando-se isto como se fôra um crime, o
privilégio de pertencer a Ordem.
PRIMEIROS ANÁTEMAS

O primeiro anátema contra a Maçonaria foi lançado como dissemos, em 1738, pelo papa
Clemente XII, houve muita preocupação do clero de que "homens de todas as religiões e de
todas as seitas, satisfeitos com a pretendida aparência de certa classe de honradez natural, se
aliam no estreito e misterioso laço". O segredo maçônico (cuja a verdadeira natureza tratamos de
pôr em evidência nestes manuais) foi o ponto de acusação fundamental contra a Ordem. Os
homens em geral, e ainda mais as autoridades, teimam desconfiar e ter medo de tudo aquilo que
não chegam a compreender: a crença no mal (o verdadeiro pecado original do homem) faz supor
que ali esconde algo de mal e indesejável, e portanto atribuem facilmente más intenções onde
não há o menor traço delas. Assim nasce a suspeita, e desta passa-se facilmente à acusação, à
condenação e à perseguição.
A encíclica não teve o mesmo efeito em todos os países: enquanto nos Estados Pontifícios e na
Península Ibérica, a qualidade de maçom se castigou com pena de morte (e não faltaram a
maçonaria seus mártires), na Franca, pelo contrário, nem esta encíclica nem a seguinte (que o
Parlamento francês recusou registrar) foram tomadas em consideração: prelados e sacerdotes
seguiram recebendo nas Lojas, dado que tal qualidade abriria facilmente suas portas. Uma
segunda bula papal, lançada em 1751, por Benedito XIV, foi também causa, nos países acima
mencionados, de perseguições sangrentas, considerando nesses como se fosse um crime, o
privilégio de pertencer a Ordem.

O EXÓRDIO NA ITÁLIA

A Maçonaria conforme o uso inglês foi introduzida na Itália em torno do ano de 1733, por Charles
Sackville em Florença, em princípio unicamente entre os ingleses que visitavam as Academias,
aos que não tardaram em juntarem-se vários italianos entre os mais cultos.
A idéia se propagou rapidamente, primeiro em Toscana e depois em toda a península. Fundou-se
uma Loja em Livorno, na que trabalharam harmoniosamente, católicos, protestantes e judeus e
que, precisamente por tal razão, não tardou em excitar as suspeitas do clero romano, preocupado
pela nascente sociedade na qual via sobre tudo um perigo para sua hegemonia espiritual. E essa
foi a origem da encíclica em eminente da qual acabamos de falar.
O anátema pontifical não pode ser contrário ao auge da Maçonaria, que seguiu difundindo-se,
naquela mesma época, pelas principais cidades da Itália setentrional. Porem um Maçom
florentino, Tommaso Crudili, denunciado involuntariamente pela indiscrição entusiasta de um
abade companheiro de Loja, teve de pagar com a tortura e com a morte (apesar de haver sido
posto em liberdade pela enérgica intervenção do duque Francisco Esteban, iniciado na Haya em
1731) o crime de pertencer a Sociedade.
Em Nápoles a Maçonaria floresceu notavelmente, constituindo-se ali, cerca da metade do século,
uma Grande Loja, enquanto as demais oficinas da península dependiam de Londres. Não teve
nenhuma restrição sob o reinado de Carlos VII, porem não ocorreu o mesmo com seu sucessor
Fernando IV, que chegou a odiar a Instituição por sua mesma debilidade de caráter, tendo medo
das provas da iniciação. Sem dúvida, os maçons napolitanos receberam durante certo tempo a
ajuda e proteção inesperada da rainha Carolina, que fez num princípio revogar o editorial,
suprimindo-se as sanções penais contra os maçons (1783); porem, depois, a morte de sua irmã
Maria Antonieta na revolução francesa foi causa dessa simpatia se mudar totalmente.

NA PENÍNSULA IBÉRICA

A península ibérica tem, indubitavelmente a primazia no martirológio maçônico, em que o


privilégio de haver iniciado a perseguição contra os maçons corresponda melhor ao clero católico
da Holanda que, desde 1734, iniciou com suas calúnias as massas ignorantes, fazendo que fosse
invadida uma Loja em Amsterdã, destruindo-se móveis e cometendo violência contra as pessoas.
Por causa da perseguição que lhe foi imposta, assim que as primeiras lojas foram constituídas em
1726 e 1727, respectivamente em Gibraltar e Madri, tardou na Espanha quase meio século antes
de que pudesse constituir uma Grande Loja, sob o reinado de Carlos III, mais liberal que seu
predecessor, o qual havia autorizado o desterro dos maçons e dado carta branca a Inquisição.
Quase ao mesmo tempo que na Espanha, (1727) foi introduzida a Maçonaria em Portugal pelo
capitão escocês sir George Gordon; porem desde de 1735 se empenhou em derramar sangue
dos maçons por obra de um Frater fanático que denunciou 17 irmãos por conspirações e heresia.
Desde de então os pedreiros livres foram caçados, condenados à morte e atormentados nas
formas mais bárbaras, até o reinado de José I.
Em Madri, os primeiros maçons foram arrastados e conduzidos aos cárceres da Inquisição em
1740: oito deles foram condenados às galeras, os demais a diferentes penas. A Maçonaria foi
tolerada e pode prosperar unicamente durante o mencionado reinado de Carlos III (1759-1788),
depois do qual se proibiu todo trabalho maçônico até a entrada dos franceses em 1808.
No ano de 1750 também floresceu a Maçonaria por algum tempo em Portugal, sendo primeiro
ministro do rei José I, Sebastião de Carvalho, depois marquês de Pombal, que foi iniciado em
Londres em 1744. Esse ministro foi muito benéfico para o país ao qual deu uma constituição mais
liberal, abolindo a Inquisição e desterrando os jesuítas. Porem após a morte do rei, eles se
vingaram fazendo-o cair em desgraça com a rainha Maria I e, depois de ser condenado à morte e
anistiado teve o ex-ministro que abandonar Lisboa na idade de 78 anos.
Renovando, a rainha Maria, a lei de João V contra os maçons, estes foram novamente
perseguidos: alguns puderam escapar, porem outros tiveram que sofrer por vários anos as penas
da Inquisição. Apesar disso, algumas Lojas seguiram trabalhando em certos barcos ingleses
ancorados no porto, um dos quais se fez célebre como a Fragata Maçônica. Em que não se
ousara proceder de uma maneira direta a execução dos maçons apreendidos, muitos deles
morreram nas masmorras.

NA ALEMANHA E ÁUSTRIA

Se bem que Lojas maçônicas de caráter mais transitório existiram na Alemanha anteriormente
(sem falar, naturalmente, das antigas corporações de construtores de igrejas), a primeira que teve
certa a importância e duração parece ter sido a que foi fundada em Hamburgo em 1737, com o
nome francês de Société des acceptés Maçons Libres de la Ville d’Hambourg. O barão de Oberg,
Venerável da mesma, teve no ano seguinte a fortuna e a honra de iniciar na Ordem ao príncipe
herdeiro Frederico da Prussia. Enquanto o pai dele, então reinante, sempre se opôs a introdução
da Maçonaria em seus estados, Frederico se fez desde o princípio seu protetor, e ao subir ao
trono em 1740 declarou publicamente sua qualidade de Maçom.
A iniciativa do jovem imperador se deve a fundação em Berlim da Loja Os três Globos, que em
1744 foi elevada a categoria de Grande Loja. Desde então a maçonaria pode desenvolver-se
livremente naquele país e se estabeleceram Lojas nos principais povoados alemães.
Em Viena foi fundada em 1741, pelo bispo de Breslau, a Loja Os três Cânones a que pertenceu o
imperador Francisco I, que foi iniciado em La Haya, em 1731, por Desaguliers, recebendo mais
tarde na Inglaterra o grau de Mestre. O imperador protegeu a Maçonaria da qual se fez protetor
numa ocasião, quando, em 1743, foram arrastados por ordem de Maria Teresa os membros de
uma Loja. Durante a segunda metade do século, na Alemanha como na Franca, houve um
especial fervor na criação de graus suplementáreis aos três simbólicos e maçônicos propriamente
ditos, relacionando a Maçonaria com a Ordem do Templo, a qual se pretendeu reconstruir, e com
outras tendências místicas da mesma época.
Nasceu assim entre outras, a Ordem da Estrita Observância, fundada em 1754, pôr J.B. von
Hund, que se bem não sobreviveu a morte de seu fundador (em 1776), não deixou de ter certo
êxito e ampla ressonância, também fora da Alemanha, durante sua breve existência, e seguiu
exercendo sua influência em outras ordens, como na Martinista, que a sucederam. Todas essas
ordens, de efêmera duração, tiveram sem dúvida uma influência decisiva na criação do Rito
Escocês, primeiro em 25 e logo em 33 graus, cuja a instituição foi falsamente atribuída ao mesmo
imperador Frederico, que parece não ter possuído outros graus que os três primeiros,
desaprovando ademais a introdução de outros graus. Entre os homens mais celebres que, no
século XVIII, se iniciaram na Maçonaria na Alemanha, e escreveram entusiasmadamente sobre a
Ordem, citamos Lessing e Goethe que foram recebidos nela em 1771 e em 1780,
respectivamente.

NOS DEMAIS PAÍSES DA EUROPA

Na Bélgica a primeira Loja segundo o uso inglês foi a Perfeita União, estabelecida em 1721, que
converteu-se depois na Grande Loja Providencial.
Na Holanda já havia Lojas em 1725, que se regularizaram dez anos mais tarde sob a jurisdição
da Grande Loja de Londres. Em 1757a Grande Loja Providencial tinha treze oficinas e em 1770
se fez independente.
Na Suíça a cidade de Genebra e sua região foram os primeiros onde se formaram Lojas
Maçônicas; a vida da Sociedade foi ali muito ativa, porem não menos agitada por causa das
sisões internas que esgotaram suas energias.
Na Suécia a primeira Loja foi constituída em redor de 1735 pelo conde Axel Ericson Vrede-
Sparre, que foi iniciado em Paris quatro anos antes. Como conseqüência da encíclica papal, o rei
Frederico I ameaçou castigar com a morte a participação em reuniões maçônicas, retardando
assim o desenvolvimento da Instituição. Depois, sem dúvida, os reis da Suécia se distinguiram
em proteger a Ordem, sendo atualmente uma de suas características que os monarcas daquele
pais unem a essa qualidade de Grão Mestres. Uma Grande Loja se constituiu em 1761,
reorganizando-se em 1780 com um rito especial de 12 graus, que rege na atualidade.
Na Polônia, introduzida em 1739, foi proibida pouco depois e tardou em propagar-se até o ultimo
quarto do século. As Lojas reconheciam em primeiro a autoridade do Grande Oriente da Franca,
e em 1785 se fundou em Varsóvia um Grande Oriente nacional, que chegou a ter em poucos
anos mais de 70 oficinas.
Falam que a Maçonaria foi introduzida na Rússia por Pedro o Grande, iniciado numa Loja de
Londres. De todos os modos é certo que, em 1731, o capitão Juan Phillips foi nomeado Grão
Mestre Provincial da Rússia pela Grande Loja da Inglaterra, ao qual sucedeu em 1740 Jaime
Keith, que então servia no exercito russo. Vários aristocratas russos, comerciantes e marinheiros
se fizeram então maçons.
Mais tarde a idéia maçônica recebeu um notável impulso pelo celebre gravador Lorenzo Natter,
que em Florença conheceu o Lorde Sackville. Nesta época de florescimento, a Maçonaria russa
foi muito influenciada pelos sistemas e ritos alemães, e duas figuras dominantes foram nela, o
professor Eugênio Schwarz e o escritor Nicolas Novikov.
Característica da Maçonaria Russa foi o desenvolvimento de benéficas atividades em favor das
massas populares, combatendo o analfabetismo e a falta de cultura, mediante a impressão e
difusão de muitas obras de autores estrangeiros, fundação de escolas, hospitais e outras
instituições, e iniciativa de beneficência.
A segunda metade do século dominavam dois sistemas rivais, o inglês e o sueco, cuja a união se
logrou em 1776. A Maçonaria, num princípio protegida por Catarina II, foi depois repudiada por
essa Imperatriz, e sua atividade se restringiu notavelmente a fins do século, sendo depois
proibida por completo durante o reinado de Pablo I.
Desde de então a vida da Maçonaria na Rússia foi muito precária e ocasional: teve a efêmera
esperança de poder ressurgir sob o regime de Kerensky, porem encontrou no Bolchevismo um
inimigo ainda mais implacável que a monarquia derrotada, motivando-se esta última perseguição
pelo fato de tratar-se de uma instituição tipicamente burguesa.
Também se estendeu a Maçonaria inglesa, em seu primeiro século de vida, em Constantinopla,
Egito, Pérsia e Índia, até chegar a África do Sul. Em Calcutá a primeira Loja foi fundada em 1728
por sir Jorge Pombret, e a esta seguiram depois muitas outras nas principais cidades daquele
pais. Cerca da metade do século XVIII havia Lojas em todas as partes do mundo.

NA AMÉRICA

Na América a primeira Loja parece ter sido fundada em Louisburg (Canadá) em 1721. Quando
em 1730 Daniel Coxe era Grão Mestre Provincial em New Jersey das colônias inglesas da
América, se estabeleceram várias Lojas e a imprensa deu conta do acontecimento.
Benjamin Franklin fez em 1734 a primeira edição americana do Livro das Constituições de
Anderson, e no mesmo ano foi eleito Grão Mestre. A atividade maçônica se expandiu assim
rapidamente.
A divisão inglesa entre Antigo e Moderno Maçons, não deixou de refletir-se em suas colônias,
particularmente na América, onde assumiu um caráter especial pelos acontecimentos políticos
que culminaram na Guerra da Independência, contando-se entre os modernos especialmente os
funcionários, conservadores e partidários do governo inglês, e entre os antigos, os impulsores da
Independência.
Apesar de que os trabalhos das Lojas não tiveram um caráter verdadeiramente político (os
Templos sempre foram lugares de reunião onde os mesmos adversários se acolhiam
fraternalmente), nas Lojas dos "antigos" foi concebida e se concretizou a idéia da União
Americana. A maioria dos que levaram a cabo a independência desse país foram maçons, como
o demonstra o fato de que 53 dos 56 que entregaram a declaração de Independência ostentaram
tal título.
Washington foi iniciado em 1752, e durante toda sua existência tomou parte muita ativa na vida
maçônica: todos os atos de sua vida pública levam impressos os imortais princípios da Instituição.
Quando foi eleito Primeiro Presidente dos Estados Unidos, prestou seu juramento sobre a Bíblia
da St. John’s-Lodge, e em 1793, quando se colocou a primeira pedra do Capitólio, apareceu com
as insígnias de Venerável honorário de sua Loja.
A atividade maçônica não sofreu nenhuma interrupção durante a campanha da Independência,
senão que constituíram nos partidos muitas Lojas regimentais que contribuíram notavelmente a
manter a união e o espirito de solidariedade entre seus membros, fazendo mais íntimos os laços
da disciplina exterior.
Também entre os adversários de ambos campos, o reconhecimento da recíproca investidura
maçônica deu lugar a muitos atos de generosidade e, assim como em outros países tal
circunstância punha em perigo vida e liberdade, aqui não, poucos deveram uma ou outra coisa ao
fato de serem maçons.
Estes fatos, à parte que teve a Ordem no movimento de independência, explicam a extraordinária
difusão que teve depois a Maçonaria nesse pais, no qual se contam atualmente 82 por 100 dos
maçons do mundo inteiro.

A MAÇONARIA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX

A princípios do século XIX se observa em qualquer lugar um novo florescer do Ideal Maçônico.
Enquanto nos Estados Unidos se constitui definitivamente o Rito Escocês em 33 graus (1801),
que tão boa acolhida devia ter depois em todo o mundo (apesar de estar hoje demonstrado que o
rei Federico da Prussia, ao qual se atribui sua fundação, na data de 1786, pouco antes de seu
descenso, nada teve a ver no assunto), na Inglaterra as duas Grandes Lojas rivais se fundem em
1813, na Grande Loja Unida que desde de então seguiu sem interrupção a frente dos maçons da
Grã Bretanha.
Na Franca, ressuscita com o advento napoleonico, em que dominada pela vontade então
imperante, que lhe impuseram seus Grãos Mestres, aspirando fazer da mesma um instrumento
do governo. Por esta razão, em que se encheram de funcionários, nem todos os antigos maçons
voltaram a renovar seus trabalhos. E ao estender-se a dominação francesa lhe deu curto
parênteses de liberdade nos países onde estava então perseguida: em Espanha, Portugal,
Áustria e Itália.
Durante as diferentes guerras que tiveram lugar nesse agitado período da história européia, foram
muitos os episódios nos quais se revelou a influência benéfica da Maçonaria, eliminando os
ressentimentos e ódios nacionais, e estabelecendo por cima destes os fundamentos de uma
Fraternidade Universal e de uma comum compenetração que talvez seja a única base de uma
paz duradoura entre as nações.
Muitos são os rasgos de heroísmo com os quais os maçons, sobre os campos de batalha,
conseguiram com o perigo da sua, salvar a vida e dar liberdade a inimigos, que se revelaram
como irmãos. E isto se verificava igualmente nos dois campos contundentes, sem exceção.
Este sentimento de Humanidade, bem pode constituir-se uma acusação pelos que estão cegados
pela visão estreita de um nacionalismo mal entendido, constitui uma das melhores
demonstrações da influência, sempre benéfica da Instituição: não fazem, por certo, o mesmo os
que comungam uma mesma religião, quando se encontram e se reconhecem como tais no campo
de batalha.

NOVAS PERSEGUIÇÕES

Com a queda de Napoleão, empenharam novamente na Espanha e Portugal as mais cruéis


perseguições contra os Maçons, onde a Sociedade teve que viver uma vida secreta e
extremamente agitada. Se bem que desde 1868, com o duque Amadeo de Saboya e com a
Republica proclamada depois, pode na Espanha desenvolver-se livremente por alguns meses, as
perseguições e hostilidades se renovaram logo, em que pese não numa forma tão bárbara e
violenta como as anteriores. O mesmo sucedeu em Portugal, onde o Grande Oriente Lusitano,
constituído desde 1805, não pode trabalhar livremente até 1862.
O anti-maçonismo se estendeu nesta época em toda Europa: na mesma Inglaterra, o ministro
Liverpool pediu em 1814, sem conseguir, sua supressão. Esta se fez efetiva na Áustria até 1768,
assim como na Rússia praticamente seguiu sendo por mais de um século (apesar de várias
tentativas esporádicas e das 30 Lojas, aproximadamente, que puderam existir durante a
guerra),depois de um curto período de florescimento, entre 1803 e 1822.
Os papas Pio VII, Leão XII, Pio VIII e Pio IX, continuaram confirmando os anátemas de seus
predecessores, e numa forma mais violenta o fez em 1884 Leão XIII, definindo-a, em sua
encíclica Humanum genus, como opus diabuli. As palavras do chefe da Igreja tiveram, como é
natural, larga ressonância no clero romano, que iniciou, de todas as maneiras possíveis, uma
vasta campanha contra a Maçonaria, a qual unicamente se deve (apesar do caráter eclético da
Instituição, que nunca pode ser anti-religiosa) a um caráter decididamente anti-clerical.
Todas estas acusações mostram uma falta de conhecimentos da verdadeira natureza e intentos
de nossa Augusta Sociedade, apesar de que seus princípios foram várias vezes declarados
publicamente, em obras das quais não há dúvida se encontram exemplares na mesma Biblioteca
Vaticana. É suficiente dizer que o papa Leão XIII atribui a Sociedade comprometer seus
membros, obrigando-os a uma obediência absoluta, para estar seguros de que aqui não pode
referir-se à Maçonaria conhecida pelos maçons, senão mais bem a Companhia de Jesus, cuja a
imitação nossa Instituição não foi por certo forjada.
O efeito não deixou de fazer sentir nos países católicos: na Bélgica se declarou uma perseguição
aberta aos maçons, alem de serem excomungados, foram danados material e moralmente. Na
França se formaram bandos de fanáticos que iam recorrendo a diferentes populações, com o
objetivo de renegarem os maçons, porém não conseguiram o êxito pretendido. E quando em
1861, numa circular relativa as sociedades, o ministro Pessigny, se atreve a por no mesmo nível a
Maçonaria com as sociedades católicas, eminentes arcebispos levantaram sua voz contra essa
tolerância que consideravam como monstruosa impiedade, sem obter mais sinal de êxito.
Unicamente durante o reinado de Luís Felipe, até 1848, a Maçonaria teve na França um período
de relativa decadência.

OS "CARBONARIOS"

Em vários Estados da Itália, a Maçonaria continuou sendo perseguida nesta época, que preparou
a unidade e independência do país: desta os maçons se fizeram especialmente campeões, e é
muito provável que foram alguns deles que fundaram a sociedade secreta dos carbonari
(carbonários), de caráter exclusivamente político, que foi então erroneamente confundida com a
Ordem.
Nasceram os carbonários (1) no sul da Itália, propondo-se a liberação e independência da
península do jugo estrangeiro, adaptando uma linguagem simbólica no qual suas oficinas se
chamavam cabanas, suas reuniões vendas, seus agregados bons primos, sendo o dever destes a
caça dos lobos do bosque, ou seja a luta contra a tirania. Em seu apogeu, na segunda metade do
século passado, a sociedade chegou a ter na Itália quase um milhão de aderentes.
Os mesmos carbonários faziam, sem dúvida, remontar as origens de sua sociedade para o ano
1000 aproximadamente, surgindo então com finalidades de ajuda recíproca, no meio da geral
preocupação do fim do mundo, na parte mais setentrional da Itália (cerca dos Alpes orientais).
Outra sociedade política, de inspiração maçônica a Giovana Itália (Jovem Itália) fundada por José
Mazzini, o imortal autor daquele livrinho que se chama "Os deveres do homem", cujo o ideal
estava compreendido no trimonio Dios-Patria-Humanidade, e que foi o principal preparador moral
da independência daquele pais.

EXTENSÃO DA MAÇONARIA NO NOVO CONTINENTE

Tampouco os Estados Unidos ficaram isentos da onda anti-maçonica que cercara a Europa sobre
nossa Instituição, com muito efeitos diferentes. Foi causa deste, o assunto Morgan, originado pelo
fato de que, em 1826, alguns maçons imprudentes cometeram o erro de raptar, com o único fim
de dissuadir-lhe de seu intento, a um certo William Morgan, canteiro de ofício, que queria publicar
um livro sobre a Maçonaria, com todos os detalhes dos rituais, símbolos e sinais de
reconhecimento. Seu raptores foram condenados e Morgan reaparece alguns anos depois, se
celebraram em todas as partes comícios de protestos, culpando os irmãos de assassinato. Se
publicaram muitos periódicos anti-maçônicos e os maçons foram boicotados nos empregos
públicos e privados. Por esta razão muitas Lojas cessaram voluntariamente seus trabalhos.
Porém a opinião pública não tardou em dar-se conta do erro, e quando o presidente Andrew
Jackson defendeu abertamente a Ordem Maçônica proclamando-a como uma Instituição que tem
por objetivo o bem da humanidade, se realizou novamente seu prestigio, e desde 1838 seu
progresso e extensão seguiram ganhando continuidade. No primeiro quarto do século XIX a
Maçonaria se estendeu igualmente em toda a América Latina, onde empenhou em fincar suas
raízes desde do século precedente, porém sem alcançar a extensão lograda nos Estados da
União Norte Americana. Assim a encontramos estabelecida em 1815 em São Tomas, em 1819
em Honduras, em 1821 em Cuba, em 1822 no Brasil (onde neste fato foi recebido maçom o
imperador dão Pedro I, depois nomeado Grão Mestre), em 1823 em Haiti, em 1824 em Colômbia
e em 1825 no México. É digna de notar especialmente a fundação, em 1814, em Buenos Aires,
por iniciativa de São Martin e outros maçons, da Loja "Lautaro", cujos os membros se fizeram
promotores do movimento libertador que conduziu a independência dos diferentes estados da
América do Sul. Nos anos sucessivos foi estabelecendo-se também na Austrália, remontando-se
ao século anterior sua introdução nas ilhas de Java e Sumatra.

A SEGUNDA METADE DO SÉCULO

Apesar das excomunhões da Igreja e da intensa campanha clerical contra ela, a Maçonaria
seguiu estendendo-se na segunda metade do século, progredindo em quase todos os países. Na
Itália tomou nova força quando, depois da "Expedição dos Mil", Garibaldi foi eleito Grão Mestre ad
vitam.O mesmo escreveu, em 1867, que os maçons eram a "parte escolhida do povo italiano".
Dois anos depois da tomada de Roma, em ocasião da morte de Mazzini, apareceram pela
primeira vez, em 1872, os estandartes maçônicos pelos quais da Cidade Eterna.
Na França, depois de ter, nos estatutos de 1849, proclamado obrigatória "a crença em Deus e na
imortalidade da alma", mais tarde (depois da terceira República, na qual a Maçonaria levou a
cabo uma atividade realçadamente política, fazendo um alto labor patriótico) em 1877, foi
revisado este artigo, suprimindo-se esta clausula, e com a mesma também suprimindo-se a
invocação A\ L\ 0\ G\ D\ G\ A\ D\ U\ .
Este acontecimento atraiu sobre o Grande Oriente da França a estigmatização das Potências
Maçônicas anglosaxonicas, encabeçadas pela Grande Loja Unida da Inglaterra, que
considerando minadas com esta supressão as mesmas bases da Instituição, recusaram
reconhecê-lo. Três anos depois se verificou uma cisão entre as Lojas dependentes do Supremo
Conselho, constituindo-se estas em "Grande Loja Simbólica Escocesa": mais tarde o Supremo
Conselho achou oportuno conceder a autonomia a todas as Lojas nos três graus simbólicos,
terminando-se em 1897 a cisão com a constituição de uma "Grande Loja da França".
Enquanto na Áustria estava proibida toda atividade maçônica, na Hungria puderam constituir-se
várias Lojas, que se reuniram em 1870 na Grande Loja, enquanto paralelamente se desenvolvia a
atividade de um Supremo Conselho para administração dos graus superiores. Todos os
Supremos Conselhos do Rito Escocês se reuniram num Convento em Lausana, em 1875, com o
objetivo de proceder a unificação universal do Rito, adaptando-se às Grandes Constituições que
atualmente o regem. Depois desta data os Supremos Conselhos seguiram reunindo-se em cada
quinquênio.
Sem dúvida, na mesma Suíça este Rito não pode estender-se, reconhecendo a Grande Loja
Alpina, constituída em 1844, unicamente aos três graus simbólicos.
Na Alemanha um dos acontecimentos mais salientes da Maçonaria, que não cessou de progredir
durante todo o século, foi a admissão dos judeus, que estavam antes excluídos naquele pais
pelas Grandes Lojas locais. Tampouco nesse pais deixou de exercer-se a campanha anti-
maçonica, porém em troca, seguiu vendo-se honrada a Ordem pelo favor de príncipes e
imperadores que alcançaram a dignidade de Grão Mestres.
Não pode omitir-se nesta simples exposição da vida maçônica no século passado uma breve
informação da campanha difamatória de Leo Taxil, da qual muito se aproveitaram os adversários
de nossa Instituição, e cujo epílogo pretende demonstrar com toda clareza quão fundamentadas
são as acusações que se fazem à Ordem.
Foi este o pseudônimo de um tal Gabriel Pages que, depois de ter sido educado por Jesuítas
numa casa de correção, se fez anti-clerical e por breve tempo foi maçom, ficando unicamente no
primeiro grau e não visitando sua Loja mais que três vezes. Publicou, a partir de 1885, uma série
de obras anti-maçonicas, que causaram grande impressão e nas quais (como confessou mais
tarde) se propôs unicamente explorar a credulidade alheia.
Nessas obras, quase de todo fantástica, disse que os maçons se dedicam ao culto do diabo, e
muitos outros absurdos pelo estilo. Vários eclesiásticos caíram na rede, que culminou em 1896
com um êxito sem precedentes no Congresso anti-maçonico de Trento, com mais de 700
delegados, no qual Leo Taxil foi calorosamente aplaudido. Porem todos que creram tiveram uma
merecida lição, quando no ano seguinte declarou publicamente haver logrado com suas obras "a
maior mistificação da época moderna".
Sem dúvida os mistificados não se deram por vencidos, e seguiram e seguem em sua campanha
difamatória, da qual é certo que nossa Ordem, em que não oponha mais que o silêncio, não pode
deixar de sair definitivamente vencedora, pela simples força da Verdade que proclama e é, assim
como por seu labor construtivo. Assim é como no mesmo campo dos adversários da Maçonaria
se observa já uma troca de tática, enquanto os mais inteligentes reconhecem que a calúnia e a
difamação não podem perdurar muito tempo (1).

A MAÇONARIA ANGLOSAXONICA

A maçonaria se acha hoje espargida sobre todo o globo, entre os povos de todas as raças. Sem
dúvida, o povo anglo-saxão, o iniciador da idéia em sua atuação moderna, tem uma supremacia
indiscutível de superioridade numérica e organizadora, pois em comparação com os maçons
anglosaxões os demais constituem uma exígua minoria. Inglaterra segue a frente do movimento
como custódia e defensora da antiga tradição, e sua Grande Loja Unida é a continuação direta da
que se constituiu em 1717. Formam parte da mesma membros da família real, da nobreza e do
clero e homens de todas as crenças e todas as profissões, trabalhando em perfeita harmonia com
a tolerância mais completa de suas opiniões individuais. Se contam, dependendo da Grande Loja
Unida, mais de 900 Lojas com quase um milhão de maçons, repartidos em 70 Grandes Lojas
Provinciais, entre as quais 26 se acham nas colônias. A Grande Loja sustenta muitas instituições
de beneficência.
1 Não cremos que se deva dar demasiada importância a sua temporária eclipse quase completa
na Europa, devido a instalação e o triunfo dos regimes totalitários. Cremos melhor que a
Maçonaria ganhará deste parênteses de inatividade, e que ressurgirá inteiramente renovada, e
mais forte eficiente, para enfrentar-se com a tarefa social que a incube.
Nos Estados Unidos cada Estado tem sua Grande Loja, com um total de 17.000 Lojas e mais de
três milhões de maçons. Se praticam todos os ritos, com predominância do Rito Escocês de 33
graus, e há Lojas por onde quer. Os Templos Maçônicos colossais, que se acham nas principais
cidades, dão uma idéia do predomínio e magnitude do movimento. Se dá nas Lojas americanas
uma importância fundamental a idéia da fraternidade de todos os homens, independentemente de
suas respectivas crenças e opiniões, reunindo-se volumosas somas para instituições culturais e
de beneficência. No Canadá há mais de 1000 Lojas repartidas em 9 grandes Lojas. Na Austrália
as Lojas se constituíram inicialmente a obediência das três Grandes Lojas da Inglaterra, Escócia
e Irlanda, formando depois sete Grandes Lojas independentes com vários centenas de Lojas.

A MAÇONARIA EUROPÉIA

Na França segue atuando (1) o Grande Oriente e a Grande Loja em forma independente porem
sem hostilidade, com um total de mais de 600 Lojas e 100 capítulos. Alem disso há um Supremo
Conselho para a administração dos graus superiores dos membros dependentes da Grande Loja,
enquanto este tem como mesmo objetivo um Grande Colégio dos Ritos.
Também na França se acha estabelecida a organização maçônica internacional ou Co-maçonaria
conhecida com o nome de "Direito Humano", com centenas de oficinas espalhadas por todo o
mundo, praticando o Rito Escocês em 33 graus. Esta organização considerada irregular pelas
demais potências maçônicas, se caracteriza pela admissão da mulher em seus trabalhos, em
paridade com o homem. O movimento se originou em 1882, com a iniciação de Maria Deraismes
feita pela Loja Os Livres Pensadores na Província de Paris, a qual 11 anos mais tarde se fez
promotora da nova organização. Atualmente o movimento está estritamente ligado com a
Sociedade Teosófica.
1. Até a conquista alemã em 1940 que, como é sabido, impôs a supressão da Ordem.
Outras Lojas adaptaram os mesmos princípios admitindo a mulher em seus trabalhos, e uma
Grande Loja Mista se separou em 1914 da Co-maçonaria.
Na Espanha havia, antes da guerra recente a instauração do regime Franquista, mais de cem
Lojas organizadas em Grandes Lojas regionais, dependendo de um só Grande Oriente e outras
tantas no Grande Oriente Lusitano, com tendência decididamente democrática, sendo todas estas
Lojas outros tantos centros de educação liberal, como natural reação a opressão secular da
Igreja. As de Espanha favoreceram abertamente a efêmera república socialista, contra os
"rebeldes" quem de antemão decretaram a supressão da Ordem.
Na Itália havia, em 1922, mais de 500 Lojas sob a dependência do Grande Oriente, constituído a
imitação da organização francesa, e um número menor a obediência da Sereníssima Grande Loja
Nacional, dependendo de um Supremo Conselho em antagonismo com o Grande Oriente. Ao fim
deste ano se originou um movimento entre as Lojas desta última obediência, chegando a maioria
destas a unir-se com o Grande Oriente. Sem dúvida, seguiram subsistindo os dois corpos
antagonistas, até que, ao cabo de dois anos, se desencadeou a ofensiva do fascismo contra a
Maçonaria, cuja a supressão decretara Mussolini, apesar de haver em geral a Maçonaria
favorecido o movimento fascista, e de haver uma maioria de maçons até entre os membros do
Grande Conselho do partido.
Atualmente numa forma provisória, o Grande Oriente da Itália se reconstituiu em Londres,
esperando o dia em que seja possível renovar livremente sua atividade na península cisalpina.
Circulam, sem dúvida, noticias no sentido de que a Maçonaria siga existindo na Itália dentro do
regime fascista, e especialmente entre os oficiais do exército.
Na Suíça a Grande Loja Alpina constitui uma aliança de Lojas simbólicas autônomas, cuja
atividade se desenvolve principalmente no campo prático favorecendo as instituições nacionais e
ocupando-se dos grandes problemas internacionais. Um plebiscito de inspiração nazista, que
queria acabar com a Ordem na república helvética, foi decidido, pouco antes da última guerra, em
favor da mesma.
Na Bélgica havia 24 Lojas sob a dependência de um Grande Oriente e um Supremo Conselho
para os graus superiores, seguindo um caminho análogo da Maçonaria Francesa. O Grande
Oriente da Holanda tinha em suas dependências mais de 100 Lojas muitas delas nas colônias; a
Maçonaria holandesa se aproxima da inglesa por seus princípios e fidelidade ao ritual,
perseguindo o ideal da fraternidade e da paz universal.
A Maçonaria Alemã compreendia, antes do triunfo "nazista", 9 Grandes Lojas reunidas em
federação (Grosslogenbund) com várias centenas de Lojas e dezenas de milhares de maçons. Se
caracterizam por sua variedade e pela importância dada ao lado especulativo, filosófico e
educativo, da Instituição. Havia muitas Lojas decididamente cristãs, considerando "a mais alta
manifestação divina na vida e nos ensinamentos do Mestre de Nazareth"; e alem disso um
Grande Loja chamada Ordem Maçônica do Sol Nascente, com sede em Hamburgo, considerada
pelas as demais como irregular. Depois de mais de um século de proibição, pode a Maçonaria
reativar na Áustria seus trabalhos, constituindo-se em 1918 a Grande Loja de Viena que
funcionou regulamente até anexação da Áustria feita pela Alemanha.
Outra Grande Loja se constituiu em 1920 em Checoslováquia, enquanto na Hungria a Grande
Loja que pode antes desenvolver-se livremente, chegando em 1919 a ter 93 oficinas, foi
suprimida definitivamente em 1920, sendo seu edifício ocupado pela força pública.
Nos países escandinavos domina o Rito Sueco em 12 graus de inspiração mística cristã,
adaptado também pela Grande Loja Nacional da Alemanha. Se admitem, por conseqüência,
unicamente os cristãos e o Grão Mestre é o príncipe reinante com o titulo de Vicarius Salomonis
(nome do ultimo grau).
Esta concretização da Maçonaria, é eminentemente aristocrática e contava recentemente com
cerca de 50 Lojas na Suécia, 16 na Noruega e 12 na Dinamarca.
Na Rússia a Maçonaria existiu secretamente a princípios do século XX. Tendo sido descoberta
pela polícia, teve que suspender seus trabalhos; depois de uma curta revivescência durante a
guerra, no que chegou a ter em 1947 cerca de 30 Lojas, foi novamente suprimida com o triunfo e
a instalação sangrenta do regime bolchevique, como "o engano mais contrário e infame que faz
ao proletário um burguesia inclinada para o radicalismo".
Na Romênia existia também uma dezena de Lojas fundadas pelo Grande Oriente da França e
reunidas na Grande Loja independente.
Em Belgrado existiam, a princípios do século, várias Lojas de diferentes sistemas que em 1912 se
submeteram a um Supremo Conselho. Em 1919 se constituiu a Grande Loja de Sérvios, Croatas
e Eslovenos Iugoslavos a semelhança da Suíça. A Maçonaria servia foi injustamente acusada de
tomar parte no atentado de Sarajevo, que originou a guerra européia.
Na Grécia havia antes de sua ocupação pela Alemanha e Itália um Grande Oriente com cerca de
20 Oficinas e na Bulgária uma Grande Loja, nascida em Sofia de uma Loja regularmente
instalada pela Grande Loja da França antes da primeira guerra européia.
Em Constantinopla havia, antes do advento da nova política nacionalista, vários grupos de Lojas
de diferentes nacionalidades, além do Grande Oriente da Turquia que se constituiu depois da
guerra européia, cessando recentemente sua atividade, de uma maneira aparentemente
"espontânea", para comprazer ao regime imperante.

ASIA E ÁFRICA

Na Síria a Maçonaria é muito próspera, contribuindo notavelmente à fraternidade e ao bom


entendimento entre os homens de diferentes raças e crenças.
Entre os diferentes povos da Ásia, a Maçonaria se acha muito difundida especialmente na Índia,
onde as Lojas foram implantadas pelas três Grandes Lojas da Inglaterra, Escócia e Irlanda. Nos
templos maçônicos se igualam admiravelmente as diferenças de raças, casta e religião, e a
Instituição realiza nesse pais um labor verdadeiramente benéfico.
A Maçonaria inglesa foi introduzida igualmente na China e, em 1888, no Japão.
No Egito há uma Grande Loja Nacional e mais de 50 oficinas. Outra Grande Loja existe na
República da Libéria, desde de 1850. Noutras partes da África há lojas dependentes das
organizações maçônicas estabelecidas na Inglaterra, França e Holanda.

NA AMERICA LATINA

No México a Maçonaria se acha atualmente num período de reorganização: há em todo pais


vários centenas de Lojas sob a obediência de diferentes Grandes Lojas, entre as quais as
principais são a Grande Loja Vale do México e a Grande Loja Unida Veracruz. Há um supremo
Conselho que trabalha em harmonia com a Grande Loja Vale do México e outras Grandes Lojas
que competem com esta na mesma jurisdição do distrito Federal.
Recentemente muitas LL\ independentes, e outras que anteriormente se separaram, foram
regularizadas no Vale do México.
Além desse Supremo Conselho reconhecido, há no pais outros três, de cada um dos quais
depende certo número de corpos filosóficos: o do Norte (Monterrey), o do Sul (Yucatan)e um
Supremo Conselho Nacional na capital.
Deve também sinalar-se o Rito Nacional Mexicano em nove graus, que suprime a formula A\ L\ G\
D\ G\ A\ D\ U\ substituindo com outra (Ao triunfo da Verdade e Progresso do Gênero Humano),
assim como o uso da Bíblia. Admite a mulher e ha apartado outras inovações, nem todas
igualmente felizes no ritual.
Se pratica o princípio da "autonomia das lojas"e há muitas Lojas independentes que trabalham
amistosamente e admitem visitantes de qualquer obediência. O rito dominante é o escocês. Os
trabalhos se dirigem para a solução dos grandes problemas sociais e o melhoramento das
condições da vida do povo.
Se atribui injustamente a maçonaria mexicana de haver determinado a luta religiosa no pais; a
maioria dos maçons se mantiveram neutros nessa luta, que deve considerar-se como reação
natural ao domínio da Inglesa nos séculos passados.
O desejo de unificar a Ordem, sentido por muitos Ir \ de diferentes obediências, e que pudera
realizar-se por meio de um Grande Oriente, como órgão central coordenador, não pode, todavia,
levar-se ao fim por falta de uma adequada cooperação.
Em Cuba há uma Grande Loja e um Supremo Conselho fundados em 1859 com um número
aproximado de 200 oficinas. Em Porto Rico há igualmente uma Grande Loja com 37 Lojas; em
Haiti um Grande Oriente fundado em 1824, com 64 lojas e um número quase igual de capítulos e
aéropagos; em São Domingo um Supremo Conselho, fundado em 1861, com uma dezena de
Lojas.
Um Supremo Conselho da América Central foi fundada também em São José de Costa Rica em
1870: em 1899 se constituiu uma Grande Loja que conta com uma dezena de oficinas. Igual
número contam a Grande Loja de Panamá e a de Salvador. Também em Guatemala há uma
dezenas de Lojas sob a jurisdição de uma Grande Loja que substituiu a Grande Oriente de
Guatemala, fundado em 1887.
Na Colômbia existe um Supremo Conselho desde 1827, há alem dessa, recentemente não
menos de três Grandes Lojas antagônicas, que em 1938 anunciaram sua unificação. Também em
Bogotá, por iniciativa da maçonaria colombiana, se lançou nestes anos a idéia de uma
Confederação Maçônica Latino Americana.
Na Bolívia e Venezuela o número de Of\ aparece muito reduzido, dependendo na primeira de um
Supremo Conselho fundado em 1833, e na segunda de um Grande Oriente fundado em 1865 e
de duas Grandes Lojas mais recentes.
No Brasil a Maçonaria estava até pouco tempo, muito estendida e ativa, com cerca de 400 Lojas
e um número considerável de oficinas dos graus superiores, dependentes de um Grande Oriente
e de um Supremo Conselho que se fundiram em 1882. A Maçonaria se fez promotora neste pais
da luta contra a escravidão.
No Peru e no Chile, como na Suíça, a Maçonaria se limita unicamente aos três graus simbólicos:
há duas Grandes Lojas (a primeira das quais se remonta ao ano 1831 e a segunda a Maio de
1862) que contam com mais de 50 oficinas entre dois países. Estes realizam um trabalho muito
sério e ativo em beneficio de seus respectivos países.
No Uruguai há um Supremo Conselho e um Grande Oriente, fundados em 1855, com vinte Lojas
aproximadamente. Com a participação do G... A... U... continua o Oriente do Uruguai, foi
constituído também em 1859, um Grande Oriente Argentino, que se dissolveu em 1886 e se
reconstituiu em 1895, do qual dependem atualmente mais cem Lojas. Alem disso há aqui como
em outras partes da América, várias Lojas a obediência de Grandes Lojas e Grandes Orientes
estrangeiros.

O DOMINIO MUNDIAL DA MAÇONARIA

Muito se escreveu e falou recentemente, através de inimigos de nossa Instituição e de sua


orientação libertadora das consciências, sobre o domínio internacional que a Maçonaria exercia
ou quis exercer, como fim principal de sua organização. Se diz especialmente que, na
organização maçônica, com seus altos graus nos diferentes países, se encontra a obediência
oculta da chamada "internacional hebraica", que tem por fim derrubar todos os governos e de
maneira especial as monarquias, estabelecendo uma República Universal com o domínio dos
judeus sobre toda a terra.
Se citam a este propósito os "Protocolos dos Sábios de Sion", nos quais particularmente se
afirma esta oculta conexão entre a Maçonaria e o judaísmo, e que encontraram um eco em vários
ambientes nacionalistas, especialmente na França e Alemanha, aproveitando vivamente a
ocasião os anti-maçons para lançar novos dardos contra a Instituição. Alguns deles, como
Ludendorff, chegaram as afirmações mais ridículas, como por exemplo a da equivalência do
avental maçônico com a circuncisão judaica.
No mesmo campo de nossos adversários, se levantaram vocês para declararem lealmente o
absurdo dessas invenções e lendas que se apoiam na ignorância do que é realmente nossa
Instituição. No mesmo Congresso anti-maçonico de Trento, foram pronunciadas as palavras
"Falsa é a idéia de um direção central de todas as Lojas do mundo: falsa é a idéia de chefes
desconhecidos e falsa também é a dos segredos não esclarecidos todavia...".
Enquanto aos judeus é suficiente dizer que constituem uma exígua minoria na Instituição, e que
foram e seguem sendo excluídos em vários ritos, como por exemplo o Sueco, e estão por
conseguinte muito longe de poder exercer uma decidida influência. A Bíblia obrigatória em quase
todos os países e aberta no Evangelho de São João, prova a evidência do caráter mais cristão
que judaico da Maçonaria Moderna, assim como prova certo grau superior.
E no que se refere à unidade de mando necessária para este domínio, pode assegurar-se que
não existe: as diferentes organizações maçônicas nacionais se limitam unicamente a reconhecer-
se mutuamente sobre a base dos princípios comuns a seus trabalhos e atividade, e este
recíproco reconhecimento está muito longe de ser universal.
Também a Associação Maçônica Internacional de Genebra, não tem maior autoridade que a
Sociedade das Nações tinha sobre seus componentes, e tampouco logrou em reunir efetivamente
a todos os Grandes Corpos que representam oficialmente a Ordem.
Alem disso, este suspeito mando ou domínio, estas ordens que os maçons receberam
ocultamente e obedeceram cegamente, são fatos contrários a essência e aos princípios da
Sociedade, que quer libertar os homens e não fazer deles outros tantos escravos. Liberta-los
especialmente dos erros, do vícios e dos prejuízos, encaminhando-os para a senda da Verdade e
da Virtude.
O único e verdadeiro "laço universal entre os maçons está constituído pelos Princípios que os
unem, na medida que cada maçom individualmente os reconhece e põe em prática, e o único
"domínio" que a Maçonaria aspira, é a da Verdade, fazendo obra de Fraternidade, de Paz e
Cooperação, entre os homens e os povos

Segunda parte

O SIGNIFICADO DA CERIMONIA DE RECEPCÃO


Cita-se algumas vezes a palavra iniciação no segundo e terceiro graus, assim como nos
seguintes; este termo impróprio, dado que não se pode ser iniciado na Maçonaria mais que uma
vez, quando se ingressa nela no grau de Aprendiz. Depois do qual, um caminho de progresso em
diferentes etapas, cada uma das quais precisamente corresponde a um grau maçônico, ou seja,
uma mais perfeita compreensão e realização do significado da iniciação maçônica.
Por esta razão, em muitos dos Mistérios Antigos, assim como corporações construtoras, há uma
só e única cerimonia com a qual se admitia os candidatos nos ensinamentos esotéricos, ou bem,
no grêmio dos que participam da Arte.
Na Maçonaria não havia, segundo alguns, até por algum tempo depois da fundação da Grande
Loja de Londres, mais que dois graus, depois do qual, com o desenvolvimento ritualistico, se viu a
conveniência da divisão ternária, que ficou como uma das principais características de nossa
Ordem. Em que na prática, o descuido em que se acha o formoso grau do que tratamos neste
Manual, demonstre como os três graus não são ainda efetivos. Qualquer que seja a realidade a
este propósito, e apesar de que algumas vezes pode perder-se de vista a necessária graduação
do verdadeiro esforço nas etapas sucessivas, só com as quais pode conseguir-se um verdadeiro
resultado em qualquer caminho, dita graduação se impôs em todos os tempos e toda a forma de
atividade, em todo campo prático ou especulativo.
Em qualquer arte ou ensinamento, em qualquer hierarquia social, iniciática ou religiosa,
necessariamente houve e haverá constantemente, sob diferentes nomes e ainda sem nomes
especiais, Aprendizes, Companheiros e Mestres; correspondendo o primeiro grau ou etapa ao
ingresso ou período de noviço, o segundo a prática que faz o artista (e portanto um verdadeiro
companheiro no grêmio ou hierarquia em que se encontra), e o terceiro ao domínio completo ou
magistério da Arte, que dá a capacidade de ensinar, dirigir e guiar aos demais.
Assim pois, a divisão em três graus fundamentais é tão necessária e natural que sempre se
chega a ela, praticamente de uma maneira ou de outra. Não menos necessária aparece (o que
não corresponde ao presente "Manual" examiná-lo detidamente) a adição de graus
suplementares, que constituam uma melhor realização do programa dos primeiros, e apesar de
se repudiar, ou não se queira reconhecê-los, sempre reapareceram numa forma ou noutra. A
Maçonaria sempre os teve, ainda que nem sempre se distinguiram exteriormente.
A necessidade de uma Cerimônia de recepção em cada grau se faz evidente com o progresso da
organização: a perfeição destas cerimônias é quase sempre um resultado natural do esforço e da
prática constante, de um trabalho coletivo no qual toda inovação deve ser examinada e provada
por muitos, antes de que possa adotar-se ou repudiar-se em definitivo, um trabalho, enfim, que
tende mais bem que a crer ex nihilo e a priori, a realizar um Plano preexistente, que não pode ser
outro que o mesmo Plano do Grande Arquiteto, qualquer que seja a concepção ou interpretação
individual deste termo simbólico.
A cerimônia de recepção neste segundo grau, completamente estranho, com toda probabilidade,
às corporações medievais das quais tomou diretamente sua origem a Maçonaria Moderna, foi o
resultado de um trabalho de elaboração coletiva que se fez na primeira metade do século XVIII.
Um resultado muito feliz por certo, que mostra uma perfeita competência de seus autores
incógnitos, como se pode julgar pelo o que iremos expondo nas páginas seguintes, assim como
por sua imediata aceitação e difusão universal.

O MESTRE INSTRUTOR

Nas corporações de canteiros e pedreiros, o noviço para sua aprendizagem sob o guia de um
mestre da arte ao qual se confia para que faça dele um obreiro capacitado, obrigando-se este a
servi-lhes por certo números de anos, sendo todo o trabalho realizado durante este tempo por
conta de seu mestre.
Uma vez que o aprendiz cumpriu o tempo fixado e seu mestre estava satisfeito dele, este o
apresentava aos demais como um obreiro devidamente preparado, e ao qual se podia confiar
qualquer trabalho, e desde deste momento podia ser contratado livremente recebendo o salário
que lhe correspondia.Viajava então para praticar a arte e aperfeiçoar-se na mesma e, a medida
que crescia sua habilidade no uso dos diferentes instrumentos, chegava a emancipar-se
gradualmente das regras que havia respeitado em seus primeiros passos, adquirindo a
genialidade que fazia dele um artista.
A cerimônia de recepção no segundo grau maçônico reflete em seu simbolismo estas etapas de
trabalho e de experiência que constituem o programa iniciático do companheiro, a mística fórmula
que deve este compreender e realizar por meio do esforço pessoal, que é a base de todo o
progresso.
Igualmente em toda a forma de ensinamento teórica ou prática, e de maneira especial no
ensinamento iniciático, o noviço ou discípulo tem que se submeter ao guia particular de um
Mestre Instrutor que dirija e vigie seus passos e esforços sobre a senda de progresso, até que
alcance a capacidade de caminhar por si mesmo, sem a necessidade de que seus passos sejam
continuamente vigiados.
Assim se fazia nas iniciações antigas, confiando-se todo neófito a um guia particular que lhe
instruía e respondia por ele, e por meio da instrução recebida e das capacidades adquiridas,
quando seu instrutor o achava conveniente, lhe dava ou reconhecia o segundo grau que fazia do
misto um ponto ou "vidente", preparado e capacitado para realizar a segunda parte do programa,
encaminhando-se gradualmente por seus próprios esforços e sob a guia de sua própria Luz
interior, para o Magistério.
O mesmo deveria fazer-se em todas as Lojas Maçônicas, quando se queira levar a cabo um labor
efetivo, sem deixar nunca aos Aprendizes entregues a si mesmos, ou ao cuidado geral do
Segundo Vigilante. Uma vez reconhecidas suas capacidades e tendências particulares, o Mestre
da Loja deveria confiar cada Aprendiz a um Mestre Instrutor, ocupado diretamente de sua
instrução e progressos. E só quando a juízo deste os avanços são efetivos e há compreendido o
essencial da Doutrina Maçônica do primeiro grau, e seria proveitoso os estudos dos novos
símbolos que se relacionam com o segundo. Então deveria propor, na Câmara respectiva, para
um aumento de salário.
Como o curto prazo dos simbólicos cinco meses que se lhe assina a estância no primeiro grau, é
em geral insuficiente para que se adquiram os conhecimentos indispensáveis para sacar proveito
de um novo estudo, é desejável, para o bem da Instituição e dos mesmos interessados, que se
prolongue este prazo a um ano quando menos, pois só com esta condição se evitará que se
encham de elementos maçonicamente inexperientes, as colunas de Companheiros e Mestres. De
que pode servir ao Aprendiz adquirir privilégios e conhecimentos deste grau quando todavia não
estudou e meditou o suficiente o simbolismo e o significado do grau de Aprendiz?

EXAME DO CANDIDATO

É, pois de importância essencial, o exame do candidato, como conditio sine qua non para que se
lhe permita ascender o segundo grau. E este exame não deve se limitar-se a uma pura
formalidade, com se faz em algumas Lojas, sendo o conhecimento fundamental do que se
relaciona com o primeiro grau a base necessária de todo progresso ulterior.
Este exame se faz, como se costuma, na Câmara do Aprendiz, para que todos se dêem conta do
progresso dos candidatos, e sirva ao mesmo tempo de lição e estímulo para os demais, com o
guia do Catecismo que se acha anexo a toda Liturgia.
Quando o exame comprova no candidato uma compreensão e um amadurecimento suficientes,
segundo a opinião unanime de todos os componentes da Segunda Câmara, se procede então a
Cerimônia de Recepção.
O exame do candidato corresponde, pois, no segundo grau, a estância no quarto de reflexão do
primeiro grau, sendo naturalmente, por não tratar-se mais de um profano, as condições muito
diferentes. Em vez da solidariedade e da semi-obscuridade de um pequeno quarto negro, o
candidato se encontra aqui num Templo iluminado, no meio de seus irmãos, que ouvem e julgam
suas contestações, que mostram o que é e sabe. E em vez de ser despojado de seus metais,
deve aqui luzir e fazer presentes a todos seus novos conhecimentos e aquisições.

PREPARAÇÃO

Assim como a preparação do candidato ao grau de Aprendiz há de ser material e moral, a


preparação ao grau de Companheiro será especialmente moral e intelectual. Não tem, pois, uma
verdadeira razão simbólica o descobrimento do peito nem do pé do lado direito, nem do joelho
esquerdo, nem a corda enroscada ao redor do braço, que se usam nas Lojas anglosaxonicas,
para a recepção neste grau, (por simetria com a iniciação do Aprendiz); tampouco tem razão de
existir a venda sobre um dos olhos para o que já viu a Luz.
A venda da ilusão que cega e ofusca ao entendimento do profano deve cair para sempre de seus
olhos, e agora se pede que os abram mais ainda para ver as coisas como realmente são em sua
íntima essência, por debaixo da aparência exterior.
A preparação mais verdadeira foi em toda a sua carreira de aprendiz, na qual seu progresso em
virtude maçônica, por meio do esforço constante, dirigido segundo seu mais elevado Ideal lhe
conduz mais perto da Verdade, a uma compreensão mais profunda da realidade das coisas.
Desta compreensão adquirida por seus próprios esforços, deve dar prova no interrogatório ao que
se submete na Segunda Câmara, necessariamente diferente do exame preliminar que o fez
passar na primeira.
No interrogatório do profano admitido na iniciação, se pede especialmente que aclare suas idéias
sobre o vício e a virtude. No segundo estado deve fazer-se o mesmo com as faculdades da alma
com as que se descubra a Verdade e a prática a Virtude. Pois assim como o Aprendiz deve
chegar a verdade por meio da Virtude, o Companheiro é chamado a praticar a Virtude por meio
de seu conhecimento da Verdade.
As perguntas são em geral cinco, variando mais ou menos segundo os rituais e o grau de
compreensão iniciática de seus autores. A pergunta sobre a natureza e essência da vida não
muito apropriada para este grau, sendo reservada aos Mestres esclarecer os Mistérios da Vida e
da Morte.
Em nossa Liturgia para o grau de Companheiro, as cincos perguntas se relacionam com o
pensamento, a consciência, a inteligência, a vontade e o livre arbítrio, definindo-se nos termos
seguintes cada um destes íntimos reconhecimentos de suas faculdades que se requerem do
aspirante a Companheiro.

O PENSAMENTO

O pensamento é a faculdade que temos de conhecer as coisas e nos relacionar-mos intimamente


com elas: a faculdade por meio do qual nossa mente plasma uma imagem das coisas exteriores,
que percebe por meio dos sentidos, e na base a qual forma conceitos e idéias mais ou menos
particulares ou gerais, concretas ou abstratas, com mais ou menos claridade segundo seja a
intensidade da impressão e da reflexão.
Dado que tudo no Universo é vibração, podemos dizer também que o pensamento é vibração da
mente, assim como o som é do ar, a luz do éter, com a eletricidade, o calor, etc. Estas vibração
mental afeta uma forma e um aspecto particulares, com os quais os reconhecemos interiormente
nesta consciência (1).
Por conseguinte, o pensamento é o produto da atividade de nossa mente estimulada pela ação
exterior dos sentidos ou interior da vontade, e desta atividade adquirimos consciência em
diferentes graus, segundo se manifesta interiormente a luz de nosso eu e interiormente o
percebemos nessa luz.
Assim como há pensamento consciente há também pensamento subconsciente, que está mais
alem do raio da consciência, o qual se desenvolve na forma mais ou menos automática,
relacionando-se sempre com o pensamento consciente, do que representa como uma penumbra,
um reflexo ou ressonância obscura, porem não por esta razão inteligente.
(1)Um refinamento particular da visão física, chamado clarividência astral ou mental permite
reconhecê-los também exteriormente, fazendo que os pensamentos apareçam como realidades
visíveis. Ver a este respeito a abundante literatura teosófica.

A CONSCIÊNCIA

O estudo do pensamento leva naturalmente ao da consciência, a qual se refere a segunda


pergunta, sendo esta causa direta ou indireta de todo pensamento, seja consciente, seja reflexo
ou subconsciente.
Consciência (no latim conscientia) vem de conscire que significa "dar-se conta", "perceber",
"fazer-se sábio", "adquirir conhecimento" de algo. É a faculdade central e primordial de nosso ser,
o que chamamos nosso eu e que é o fundamento permanente de todas nossas experiências. É o
fulcro interior e o centro de gravitação indistintamente de todas as manifestações de nossa
personalidade. A celebre frase de Descartes "cogito, ergo sum" expressa, no fundo uma
inexatidão. Na realidade não somos porque pensamos, senão melhor, pensamos porque somos:
o fato de ser é fundamental, sendo anterior a nossa capacidade de pensar. Em vez de ser uma
necessária demonstração de nossa existência, pensar numa consciência da mesma: e o fato de
ser, anterior a toda outra consideração. Se não fossemos, tampouco poderíamos pensar que
pensamos, nem portanto que somos. Enquanto somos, pensamos, e adquirimos consciência de
nossos pensamentos.
Base de todas nossas faculdades, nossa consciência é a luz interior que nos ilumina, "aquela luz
que ilumina a todo homem que vem a este mundo", que dizer a percepção da realidade objetiva.
Sem ela seríamos simplesmente autômatos inconscientes, incapazes de pensar, saber, julgar,
querer, eleger e dirigir-mos. Seu desenvolvimento, ou melhor dito liberação e expressão,
caracteriza no homem o desenvolvimento de suas mais elevadas possibilidades.

A INTELIGÊNCIA

Estreitamente relacionada com o pensamento e com a consciência, se acha a inteligência,


palavra que provem do latim intelligere, que dizer, inter-legere ou inter-ligare "ler dentro" ou
entreligar". É pois, a faculdade de ler ou penetrar dentro da aparência das coisas, entre-ligando-
as e reconhecendo o laço ou nexo interior que as une e manifesta sua "gênesis" origem nas
diferentes analogias.
Por meio de sua Inteligência - ou consciência aplicada ao pensamento - o homem chega a
conhecer a verdadeira natureza do mundo que o rodeia, de si mesmo e todas as coisas que caem
sob seus sentidos; compara estas coisas, as classifica, as distingue e as relaciona umas com as
outras e se forma assim conceitos e idéias sempre mais abstratas e gerais, retirados do particular
e concreto. Assim, pode descobrir, reconhecer e formular as Leis e Princípios que governam o
Universo, assim como os que governam seu próprio ser interior, sua própria vida íntima psíquica,
intelectual e espiritual.
A inteligência, é pois, o uso consciente que fazemos de nossa faculdade de pensar, sendo este
uso consciente do pensamento o que nos distingue dos seres inferiores (que também pensam,
porem com um grau inferior de consciência, e portanto, de inteligência), e ao mesmo tempo
caracteriza e mede o desenvolvimento ou grau de manifestação da consciência.
Desde da inteligência instintiva, quase automática, que caracteriza o reino mineral, determinando
a afinidade atômica e governando a formação dos cristais assim como a atividade físico-química,
passamos a um grau superior de inteligência (igualmente instintiva, porem menos automática) no
reino vegetal, cujas funções são mais complexas e mais livres, em que seja difícil falar de
liberdade nos reinos inferiores, segundo o sentido humano da palavra.
Certo grau rudimentar de liberdade se manifesta naquela inteligência que produz a afinidade
eletiva, que é a causa da seleção e evolução das espécies, seja no reino vegetal como no animal.
Chegamos assim aos instintos da vida animal, e, destes, a inteligência humana, caracterizada
pela razão consciente que pode ascender do concreto ao abstrato, da percepção puramente
física, ao discernimento de uma realidade metafísica.

A VONTADE

Companheira da inteligência e de seu desenvolvimento, em seus estados sucessivos, a Vontade


é a faculdade de desejar e querer. A vontade é a gêmea da Inteligência: enquanto esta é a
faculdade passiva e luminosa de nosso ser, a que determina e guia nossos juízos, a Vontade é
aquela faculdade ativa por excelência, que nos impulsiona a ação, traduzindo-se em esforço
construtor ou destrutivo, segundo a particular direção da Inteligência. As duas faculdades estão
assim constantemente relacionadas e se determinam e influenciam mutuamente.
O Pensamento, dirigido pela Inteligência, prepara a linha ou direção na qual se canaliza e
segundo a qual atua a Vontade, enquanto esta, por sua vez determina e dirige a atividade
intelectiva do pensamento, sendo a Consciência o centro motor estático determinante das duas.
Assim como há consciência e subconsciência, pensamento consciente e pensamento consciente
e, portanto, inteligência racional como instintiva, há também uma vontade instintiva ou automática
ao lado da vontade inteligente ou racional. A primeira é a que constitui nossos desejos e nossos
impulsos, em comum com os animais e seres inferiores, enquanto a segunda é o resultado da
reflexão, o fruto de uma determinação inteligente.
Por sua íntima natureza, o progresso destas duas faculdades deve estar constantemente
relacionado. A marcha do aprendiz, indica este processo: a cada passo do pé esquerdo
(passividade, inteligência, pensamento), deve corresponder um igual passo do pé direito
(atividade, vontade, ação) em esquadro, ou seja em acordo perfeito com o primeiro.

O LIVRE ARBITRIO

Como coroamento e conseqüência necessária do estudo das faculdades humanas, chegamos ao


problema do determinismo e do livre arbítrio, um problema sobre o qual muito se discutiu doutos e
sábios em todos os tempos, pois de sua solução depende a irresponsabilidade ou
responsabilidade do homem e, portanto, a utilidade de todo esforço.
A solução deste problema é de importância fundamental para o maçom, pois se o homem não for
livre em suas ações e determinações a Maçonaria, como Arte Real da Vida, não teria razão
nenhuma de existir. O Companheiro, que reconheceu interiormente a verdadeira natureza de
suas faculdades, se acha agora perfeitamente capacitado para resolver-se.
É sem dúvida, que a vontade, e por conseqüência a atividade do homem e o fruto de suas ações,
se acham determinados pelo o que ele pensa, julga e vê interiormente. Assim pois, o que o faz
único e como obra em determinadas circunstância, o que elege constantemente (seja esta eleição
consciente ou inconsciente, depende de sua maneira de pensar, de sua claridade de mente, de
seu juízo e de seus conhecimentos.
Por conseqüência, livre arbítrio e liberdade individual existem para o homem em proporção do
desenvolvimento de sua Inteligência e de seu Juízo.
Para o homem inteiramente dominados por suas paixões, instintos, vícios e erros, não existe o
livre arbítrio, como existe para o homem iluminado e virtuoso. Os instintos e as paixões
determinam constantemente seus atos assim como os do animal e o ata ao julgo de uma
fatalidade que é a conseqüência ou concatenação lógica das causas e dos efeitos, ou seja a
dupla reação interior e exterior de toda ação.
Mas para quem se esforça constantemente em dominar-se e dominar suas paixões, elegendo
constantemente o mais reto, justo e elevado, o livre arbítrio, no sentido mais amplo da palavra, é
uma realidade, pois por meio desse esforço se liberta dos vínculos que atam ao homem instintivo
a seus erros e paixões: conhece a Verdade e a Verdade o faz livre.
Portanto, assim como o homem passa do domínio do instinto ao domínio da inteligência, e da
cega obediência a suas paixões a uma clara e inteligente determinação ou, em outras palavras,
de erro e a Verdade e do vício a Virtude, assim passa igualmente do domínio da fatalidade que é
própria de sua natureza instintiva ou inferior, ao domínio da liberdade, própria de sua natureza
divina ou superior, e esta se afirma constantemente sobre aquela.
Este é o caminho da liberdade que a Maçonaria indica aos homens nas diferentes viagens ou
etapas de seu simbólico progresso. Caminho e progresso que se realizam por meio do esforço
individual sobre a Senda da Verdade e da Virtude, as duas colunas que dão acesso ao Templo da
Divina Perfeição de nosso Ser.

AS CINCO VIAGENS

Assim como um primeiro discernimento entre o vício e a virtude e entre o erro e a verdade, foi
necessário ao Aprendiz antes de poder viajar ou progredir do Ocidente ao Oriente e das trevas
para a Luz, assim também o reconhecimento de suas faculdades, por meio das quais o
Companheiro começa a contestar a pergunta Quem somos? é condição necessária para
empreender as viagens ou etapas de progresso que o esperam nesta segunda fase de sua
carreira maçônica.
As viagens são em número de cinco, como as faculdades que acabamos de examinar, e há um
estreito paralelo entre estas faculdades e os instrumentos que ao aspirante (já potencialmente
Companheiro) deverá levar em cada viagem, ou melhor dizendo, nas quatros primeiras que se
efetuam (como o do Aprendiz) do Ocidente ao Oriente passando pelo Norte, e logo de regresso
do Oriente ao Ocidente pelo Sul.
Como o Aprendiz, o Companheiro também deve proceder do mundo concreto, ou do domínio da
realidade objetiva, ao mundo abstrato ou transcendente, o mundo dos Princípios e das Causas,
atravessando a região obscura da dúvida e do erro (o Norte) para voltar pela região iluminada
pelos conhecimentos adquiridos (o Sul), constituindo cada viagem uma nova e diferente etapa de
progresso e realização.

A PRIMEIRA VIAGEM

Na primeira viagem ou etapa de seu progresso, o novo companheiro leva os dois instrumentos
com os quais fez seu trabalho de aprendiz, trabalho que agora o incube de prosseguir com a nova
habilidade que foi o resultado de toda a aprendizagem.
O malho e o cinzel, por meio dos quais o pedreiro desbasta a pedra bruta, "aproximando-a a uma
forma em relação com seu destino", são para o maçom as duas faculdades gêmeas da vontade e
da determinação inteligente, sobre a qual a primeira tem que aplicar-se para produzir um
resultado aproveitável na Obra de Construção Individual, meta de seus esforços.
O primeiro destes dois instrumentos utiliza a força da gravidade, com a massa metálica de que se
compõem, para produzir um efeito determinado: a desagregação ou fratura de outra massa de
pedra ou matéria bruta, menos homogênea e resistente que a massa metálica que sobre a
mesma que se aplica. É uma força ou Poder cujo efeito seria constantemente destrutivo, senão
se aplicar com extremo cuidado e inteligência.
Assim é daquelas naturezas humanas nas quais o lado energético ou volitivo tomou um
desenvolvimento exagerado e indevido, em relação com o poder diretor da inteligência.
Possuídos por uma idéia exclusiva a que animam com todo o fogo de sua natureza passional,
porem sem o discernimento necessário para uma sábia lição, estes seres constituem um perigo
constante para a estabilidade do edifício social, se outros não sabem dominá-los e dirigir útil e
construtivamente suas energias. São, como se chamam no termo oriental, as naturezas rajásicas
nas quais prevalece o elemento ativo do enxofre e constituem a casta dos chatrias, a qual
pertencem os revolucionários e guerreiros, as naturezas impulsivas e rebeldes de todas as raças.
Em comparação com o malho, o cinzel tem uma massa metálica limitada; porém sua têmpera e
agudez o fazem distinguir nitidamente do primeiro, enquanto se grava numa forma determinada
sobre a matéria bruta na qual o aplicamos, cortando-a em vez de quebra-la e faze-la em pedaços,
como o faria por si só o malho.
Por outro lado, a resistência e homogeneidade da massa metálica de que se compõem o fazem
especialmente adaptável para suportar, em seu extremo superior, os golpes do malho, e
transmiti-lo como efeito útil sobre a matéria em que obra, separando da mesma um fragmento
determinado, melhor que destrui-la cega e não inteligentemente.
Sem dúvida, o cinzel sem o malho, que aplica sobre ele mesmo a energia da massa de que se
compõem, seria igualmente ineficiente e incapaz de produzir por si só aquele trabalho a que esta
destinado, em colaboração com o segundo. Assim ocorre com aquelas naturezas puramente
intelectuais, que elaboram continuamente planos e projetos, porém, por falta de energia, nunca
põem prática, condenando-se a inércia e sujeitando-se passivamente as condições e
circunstâncias, as vontades que as utilizam e das que se fazem servir-lhes como instrumentos,
assim como das pessoas e coisas que as rodeiam.
Pevalecem nestas naturezas tamásicas (1) o elemento passivo e feminino do sal, e constituem a
casta dos vaysias, comerciantes, artistas e empregados, nos quais domina a inteligência
elaborativa e que, sabiamente dirigidos e utilizados, formam a força silenciosa, inteligente e
trabalhadora de uma nação. Na primeira viagem aprende o Companheiro, como conclusão de
seus esforços como Aprendiz, o uso combinado dos dois instrumentos, ou seja o uso harmônico
da vontade impulsiva e da determinação inteligente, com as quais se acham em condição de
fazer da matéria prima de seu caráter, ou da pedra bruta de sua personalidade profana (quitando-
lhe suas asperezas e partes supérfluas) uma pedra lavrada, ou seja uma obra de arte.
A capacidade de usar em perfeita harmonia, com suficiente reflexão e discernimento, estas duas
faculdades gêmeas, constituem as naturezas sátvicas nas que prevalece o elemento equilibrante
ou mercúrio (satva), ou seja a inteligência iluminada pelo discernimento do Real. Este nos põem
por cima da luta entre os pares de opostos e realiza em nós a Pedra Filosofal: a perfeita união do
Amor e da Sabedoria, que nos dá o cetro do Poder verdadeiro e durável, prerrogativa da casta
dos brahmanes, ou diretores espirituais da sociedade (2).
(1). Mais propriamente deveria dizer-se satva-tamásicas, e pela anterior satva-rajásica, ou seja,
respectivamente, a inteligência passiva (sem poder diretivo independente), e dominada pelos
impulsos, a paixão e a ambição.
(2). Uma correspondência simbólica mais perfeita que a anterior, baseada sobre as três gunas,
das quatro castas hindus, se encontra em sua correlação com os quatros elementos,
correspondendo o Ar aos Brahmanes, o Fogo aos Chatrias, a Água aos Vaysias e a Terra aos
Sudras.
A SEGUNDA VIAGEM

Os instrumentos levados na segunda viagem pelo Obreiro que se iniciou nos princípios da Arte
são de uma natureza inteiramente diferente das dois com que fez seu primeiro trabalho: enquanto
os primeiros são dois instrumentos pesados para um trabalho material, aqui teremos dois
instrumentos mais ligeiros de precisão para um objetivo intelectual: a régua e o compasso.
Com estes, alem de verificar e dirigir o trabalho feito com os anteriores (como o fazem o escultor
e o artista consumados, transformando a pedra bruta em arte) o Companheiro se adestra nos
primeiros elementos daquela Geometria, que é um dos objetivos de seu estudo e que nos da
Chave da Arte da Construção, ajudando-nos para interpretar os planos do Divino Arquiteto dos
mundos.
A régua e o compasso não são simplesmente dois instrumentos de medida, em que a medida da
terra ou mundo objetivo, seja o significado originário da palavra Geometria, senão melhor criativos
e cognitivos, dado que, por meio deles podemos construir quase todas as figuras geométricas,
começando pelos dois elementares, que são a linha reta e o círculo.
Todas estas figuras tem para o maçom uma importância construtiva no domínio moral e
intelectual. A linha reta que nos traça a régua, é o emblema da direção retilínea de todos nossos
esforços e atividades, na qual devem inspirar-se nossos propósitos e aspirações: o maçom nunca
deve separar-se da exatidão e inflexibilidade da linha reta de seu progresso, que o indica
constantemente o mais justo, sábio e melhor e que nunca deve desviar-se de seu Ideal como da
fidelidade aos Princípios que se propôs seguir, representados pelos pontos pelos quais a linha
esta formada.
O círculo mostra e define ao alcance do raio de nossas atuais possibilidades, ou seja o campo de
ação dentro do que devemos atuar e dirigir-nos sabiamente, na direção inflexível indicada pela
linha reta que passa constantemente por seu centro. Aprendemos assim a uniformizar
constantemente nossa conduta ao mais nobre e elevado, adaptando-nos ao mesmo tempo a
nossas condições e necessidades atuais e fazendo o melhor uso das oportunidades e
possibilidades que se nos dispensam no raio de nossa ação.
Em outras palavras, a união do círculo com a reta, traçados respectivamente pelo compasso e a
régua, representa a harmonia e o equilíbrio que devemos aprender a realizar entre as
possibilidades infinitas de nosso ser e a realidade das condições finitas e limitadas na qual nos
encontramos, conciliando o domínio do concreto com o abstrato, para uma sempre mais perfeita
e progressiva manifestação do Ideal no material.
Alem disso a Régua indica uma perfeita união que traçamos ou realizamos em cada momento, no
presente (como uma linha entre os dois pontos nos quais esta compreendida) entre o passado e
o porvir, sendo mesmo o presente a necessária conseqüência do primeiro e preparação do
segundo.
Assim pois, em que tudo o que agora fazemos ou encontramos sobre nosso caminho esta
passivamente determinado pelo o que fomos e o passado que temos esquecido, a eleição ativa
que fazemos no presente de nossa linha de ação, é a que determinará seu êxito definitivo como
resultante da força passiva do passado e de nossa própria atitude no presente.
Por conseguinte, não são tão importantes para nós as coisas e condições em que nos
encontramos atualmente, como é nossa atitude interior acerca das mesmas, que é a que
determina o que saldará em definitiva delas. Qualquer que seja a condição ou circunstância em
que nos encontramos, representa um ponto desde o qual devemos traçar (por meio da régua de
nossa conduta) uma linha reta para outro ponto que dependerá por completo de nossa livre
eleição, em que pode ser esta influenciada por nossos esforços, desejos e aspirações passadas.
E, enquanto ao compasso, suas duas pernas e os dois pontos sobre os quais se aplicam nos
permitem reconhecer e traçar a relação justa e perfeita que existe constantemente entre nosso eu
e o mundo ambiente que nos rodeia, medindo com discernimento o alcance daqueles pontos que
elegemos para traçar sobre os mesmos, com a ajuda da régua de que temos falado, nossa linha
de conduta em harmonia com o Plano do Grande Arquiteto, que é a Lei Suprema de nossa vida.
Assim aprendemos a vencer com industria e paciência todos os obstáculos que encontramos
sobre nossa senda, servindo-nos dos mesmos como pontos de partida, oportunidades, meios e
degraus para o nosso progresso.

A TERCEIRA VIAGEM

Conservando a régua em sua mão esquerda, o Companheiro, em sua terceira viagem, depõem o
compasso para substitui-lo por uma alavanca, que apoia com a mão direita sobre a espada do
mesmo lado.
Este quinto instrumento, que é como o compasso esta caracterizado pelos dois pontos sobre os
que se aplica (potência e resistência) e um terceiro que o serve de ponto de apoio, tem, em
comparação com o precedente, uma função eminentemente ativa, já que com seu auxilio
podemos mover e levantar os objetos mais pesados, aplicando sobre os mesmos uma força
apropriada. Representa por tanto, o meio ou possibilidade que nos oferece, com o
desenvolvimento de nossa inteligência e compreensão (o braço extremo ou potência da alavanca)
para regular e dominar em qualquer momento a inércia da matéria e a gravidade dos instintos,
levando-os e movendo-os para ocupar o lugar que os corresponde na Construção de nosso
Edifício Individual.
As duas mãos, que devem aplicar-se sobre este instrumento para que o esforço seja mais efetivo,
representam as duas faculdades (ativa e passiva) da vontade e do pensamento, que devem aqui
cooperar - como o uso do malho e do cinzel - concentrando a força se seus músculos sobre o
extremo livre da alavanca.
Qual é, pois, este meio, essa faculdade maravilhosa que remove todos os obstáculos e os leva
onde queremos levá-los, sem a qual as duas mãos juntas não poderiam levantar os objetos
pesados sobre os quais aplicamos?
Desde um ponto de vista geral, a alavanca pode considerar-se como símbolo de toda a
Inteligência humana em seu conjunto, que tem seu fulcro, ou ponto de apoio natural, no corpo
físico, sobre o qual atua, na medida eficiente de seu desenvolvimento, para produzir todas as
ações, sendo a Vontade a Força ou potência que sobre ela se aplica, e que a mesma Inteligência
faz efetiva. A Vontade é a sua vez, expressão do potencial espiritual do Ser, manancial imanente
de toda atividade, cuja particular natureza a inteligência determina. O Companheiro, em outras
palavras, se serve da alavanca, toda a vez que por meio de sua inteligência determina, planeja e
executa uma ação particular que manifeste objetivamente o íntimo desejo de seu coração (a
potência animadora, aplicada sobre a alavanca).
De uma maneira mais particular, sem dúvida, podemos ver na alavanca um símbolo bastante
apropriado e expressivo da Fé, a faculdade que aplica, apoiando-se no fulcro da consciência
individual, o Potencial Divino - e portanto infinito do Ser até levantar e mover as alegóricas
montanhas das dificuldades. Nos disse o Evangelho que, para produzir esse resultado, é
suficiente a Fé que se encontra dentro de um grão de mostarda; isto quer dizer que as mais
pequenas sementes de Fé pode crescer, quando seja aplicada inteligentemente, até produzir os
efeitos mais maravilhosos que possa imaginar, realizando-se assim, de uma maneira efetiva, a
fachada hipotética de Arquitetes. Quando se possui essa alavanca da Fé, até o mundo pode ser
levantado e transformado, por meio da força ativa de uma nova idéia propulsora. Todos os
homens que possam deixar na história e na humanidade uma pegada mais profunda de sua
atividade, fizeram uso, efetivamente, da misteriosa alavanca, com a qual pode ser posta em
movimento, e até ser utilizada, a inércia natural das massas, cuja primeira resistência se
transforma depois em poder propulsor.
O pensamento sem a vontade, e a vontade sem o pensamento seriam igualmente incapazes de
atualizar a Força Infinita da Fé, que para ser efetiva deve ser iluminada por um Ideal, e dirigida
pelo motivo mais elevado, nobre e desinteressado, que a cada qual o seja dado alcançar, sem
sombra de dúvida, por parte da inteligência, sem que haja vacilação nenhuma no objeto que nos
anima.
É igualmente inútil este instrumento, senão lhe aplica a Vontade com absoluta firmeza e
perseverança de propósito, assim como o Pensamento, em vez de concentrar-se sobre o mesmo
com iluminado discernimento, se deixa desviar por considerações errôneas e falsas crenças que
o aleijariam daquela clara visão em que consiste a clarividência do iniciado.
A régua com a qual entrou pela primeira vez na segunda Câmara, não deve portanto separar-se
nunca do Companheiro em seus esforços por meio deste novo utensílio que o ajudará a realizar o
que de outra maneira seria impossível, multiplicando suas forças em proporção direta das
necessidades, ou seja do objeto ou objetos sobre os quais se aplica. A régua é, pois, aquele
instrumento de direção sem o qual nunca poderemos fazer uma obra definida e efetivamente
construtora: nossa vida se torna um caos (como seria um Universo sem Leis) quando possuímos
uma régua justa e segura para todos nossos esforços e ações.

A QUARTA VIAGEM (1)

O iniciado seguira levando a régua em sua quarta viagem, acompanhando-a esta vez com o
esquadro, o sexto e último instrumento cujo o uso deve aprender nestas peregrinações que tem
por objeto outorgar-lhe aquela experiência, que necessita para poder encaminhar-se para o
Magistério em sua própria arte.
Assim como a união coordenada da régua com o compasso indica a capacidade de dar cada
passo, em vista do objeto que nos propomo-nos, com perfeita retidão, dentro do limite de nossa
atuais possibilidades, assim igualmente sua ação com o esquadro representa a necessária
retificação de todos nossos propósitos e determinações, segundo o critério e Ideal que nos
inspira, assim como as ações que realizam aqueles.
Particularmente, o esquadro unido a régua ensina ao maçom que o fim nunca justifica os meios,
só pode obter-se um resultado satisfatório quando os que se empenham estejam em harmonia,
com a finalidade em que unidos se propõem. Assim, por exemplo, é um erro crer que pode obter-
se e gerar a paz por meio da guerra, dado que a guerra se apoia em pensamentos de ódio,
inimizade e violência, enquanto para a primeira se necessita sobre tudo amizade, simpatia,
compreensão e cooperação.
1) Deve-se notar que nas viagens de número par (2 e 4) se levam instrumentos passivos, e nas
impares instrumentos ativos.
Considerado isoladamente, o esquadro é um símbolo equivalente ao místico Tua dos egípcios,
quer dizer, a união do nível com o prumo, por meio dos quais se constrói o muro e se levanta um
edifício, em prumo com as Leis que governam toda construção, depois de verificar
cuidadosamente a perfeita retidão dos ângulos triedos das pedras que se empenham, de maneira
que possam estas ocupar exata e rigorosamente o lugar que a cada qual corresponda. Assim é
que pode também substituir por estes dois instrumentos combinados.
A régua em união com o esquadro, representa também a perfeita medida dos materiais que
usamos na elevação do edifício, que além de estar ajustado em todos seus ângulos, há de ser
bem proporcionados em suas três dimensões, segundo o lugar onde se aplicam para lograr com
seu conjunto a homogeneidade, estabilidade e harmonia do edifício que se levanta, e cuja
ausência acusaria obreiros inexperientes, aos que não pode confiar-se um trabalho de
importância.
A pedra cúbica, ou seja a individualidade justamente desenvolvida em todas as suas faces, não é
precisamente o que se necessita para o Edifício Social: uma pedra deste gênero constitui a
exceção, e seria condenada ao isolamento por não poder aproveitar-se na união com as demais.
O que melhor se necessita para o propósito construtor da Maçonaria, é uma pedra em perfeito
esquadro em suas seis faces, qualquer pode ser o desenvolvimento comparativo das mesmas,
com tal,que haja proporção e paralelismo entre seus diferentes lados, respectivamente verticais e
horizontais, para que possam utilmente aproveitar-se e por-se no lugar que lhe corresponde, com
a ajuda do nível e do prumo.
Não devemos, pois, os maçons, buscar uma uniformidade absoluta em nossas idéias, idéias e
convicções, conformando nossa visão as limitações estreitas de um tipo preestabelecido, com os
quais nos converteríamos noutros tantos ladrilhos, que se bem são bem úteis e pode aproveitar-
se nas construções correntes, não o seria igualmente para um edifício grandioso e imponente,
como é aquele Templo Simbólico que levantamos, com nossos esforços unidos, a Glória do
Divino Arquiteto do Cosmos cuja a perfeição e beleza dependem igualmente da inteligente
variedade dos materiais que se empregam, assim como da sábia coordenação e combinação dos
mesmos, de acordo com um Plano Magistral no qual há lugar para pedras das formas e
dimensões mais complexas e variadas.
Devemos, por conseguinte, desenvolver e trabalhar a pedra de nossa personalidade naquela
forma que melhor se adapta, segundo sua particular natureza, para ocupar o lugar mais
apropriado no Edifício da Humanidade e da Criação, e expressando nela, como melhor podemos,
aquela parte que nos é dado fazer patente do Gênio Sublime do Artífice, do qual somos outras
tantas manifestações.

A QUINTA VIAGEM

Este Gênio Individual no qual se revela a verdadeira capacidade do artista é o que o


Companheiro trata de buscar na quinta viagem que, a diferencia das precedentes, se cumpre sem
o auxilio de nenhum instrumento e numa direção oposta a qual se seguiu até agora: para trás e
sob a ameaça de uma espada posta sobre seu peito.
Que significa esta troca completa de direção e de atividade? É uma nova etapa de progresso que
se cumpre de uma maneira misteriosa, em oposição com as Leis e Regras seguidas até aqui, ou
é um verdadeiro regresso inevitável para todos, apesar dos esforços realizados para alcançar
nosso ser mais elevado? Por que razão abandonou o Companheiro também a régua simbólica
com a qual fez sua entrada na segunda Câmara?
Esta viagem, e a maneira misteriosa como se cumpre, tem muitos sentidos e encerra uma
profunda doutrina, intimamente relacionada com o número cinco que faz esta viagem
particularmente peculiar no grau de Companheiro.
Em primeiro lugar, se cumpre sem nenhum instrumento. Isto significa que, fazendo-se adestrado
no uso dos seis instrumentos fundamentais da construção, a saber, o malho, o cinzel, a régua, o
compasso, a alavanca, e o esquadro que correspondem as seis principais faculdades, tem agora
que buscar sua sétima faculdade central, que corresponde a letra G (a sétima letra do alfabeto
latino), cujo o perfeito conhecimento o conduzirá ao Magistério. Representa, em outras palavras,
o novo campo de estudo e de atividade que se abre ao artista experimentado no uso dos
diferentes instrumentos, para expressar uma fase superior de suas habilidades, e ao iniciado,
uma vez que há dominado sua natureza inferior e se adestrou no uso de suas diferentes
faculdades, com aquisição de novos poderes que representam a multiplicação de seus talentos.
Indica, portanto, um novo gênero de trabalho, em que deve adestrar-se, e no qual todos os
instrumentos empregados até agora, ainda a mesma régua, são supérfluos, dado que se trata de
atividade puramente espiritual, qual é a meditação que conduz a contemplação da Realidade, a
qual chagará ascendendo os cinco degraus de que a continuação falaremos.
O abandono da régua representa aquele estado de completa liberdade que se consegue uma vez
que se ha dominado os sentidos e as paixões inferiores e o individuo se abre a percepção
daquela Luz Interior (simbolizada na Estrela Flamejante) que faz inútil toda regra externa.
Chega, pois um momento, na evolução individual, no qual todas as regras, ensinamentos e
ajudas exteriores, que até então foram de suma utilidade, já não servem, e quase constituem um
obstáculo para seu progresso ulterior. Devem então abandonar-se, convertendo-se o Artista no
instrumento do Gênio Divino que atua nele, buscando uma perfeita expressão do Ideal em que se
manifesta, e fazendo-se igualmente o Iniciado veículo e expressão daquela Luz que aparece e
daquela Voz que se faz ouvir dentro de seu próprio coração.

A RETROGRADAÇÃO

A retrogradação característica da quinta viagem tem também vários sentidos, que se oferecem a
nossa meditação. Fundamental entre eles nos parece a necessidade de revisar o caminho
recorrido, correspondendo em certa maneira a nossa faculdade da memória, com a qual
analisamos retrospectivamente os diferentes acontecimentos de nossa vida. É uma revisão
completa de toda nossa atividade e de nossos esforços (de todo nosso curriculum vitae) a que se
impõem neste momento evolutivo, para poder passar adiante.
Outro sentido não menos importante é a da retrogradação aparente que se cumpre
inevitavelmente em vários aspectos da vida individual, como a primeira conseqüência da
liberdade desacostumada, efeito do abandono de todas as regras e limitações. Há, muitas vezes,
efetivamente, uma recaída em vícios, defeitos e erros que pareceriam serem definitivamente
superados; sem dúvida, se trata de fenômenos transitórios, pois chega um momento em que o
movimento de retrocesso tem que deter-se, empenha então um novo progresso, sobre uma base
mais firme, mais sólida e segura.
Como o número cinco representa também a queda do homem (ou seja a involução do Espirito ou
do eu nos laços da ilusão, que o fazem num primeiro momento escravos da aparência material
das coisas), é natural que haja também nesta viagem este sentido da queda ou involução, que se
manifesta na vida do Iniciado como preliminar necessário de uma mais completa regeneração
espiritual.
Se compara, também, esta retrogradação do Companheiro em sua quinta viagem, a
retrogradação aparente do sol que, depois do Solstício de Verão, empenha um movimento no
sentido inverso, em relação com o anterior, distanciando sempre mais, em sua declinação, do
hemisfério boreal, incrementando assim a noite e o frio, que se fazem mais evidentes segundo
nos afastamos do equador em direção do polo, até a noite de seis meses que caracteriza a região
circumpolar.
Finalmente esta retrogradação tem um sentido filosófico digno de nota, já que a medida em que
nos acercamos a realidade, reconhecemos que esta sempre se manifesta e procede no sentido
inverso da aparência.
Um exemplo físico desta Verdade encontramos no duplo movimento aparente do Sol ao redor da
terra e do Zodíaco, que é na realidade a aparência invertida do movimento de rotação e revolução
da terra; enquanto o sol se levanta para nós ao Oriente e se põem ao Ocidente, passando pelo
Sul, e nos faz ver em sentido inverso, nos doze meses, os doze signos do Zodíaco, na realidade
é a terra que gira sobre si mesma e ao redor do Sol, do Ocidente ao Oriente, e passando de Libra
a Aries nos seis meses de luz crescente e de Aries a Libra nos meses de luz decrescente.
Assim havendo realizado o Companheiro, suas quatro primeiras viagens, segundo o movimento
aparente do sol, realiza a última inversamente, segundo o movimento real da terra, ingressando
definitivamente no campo da realidade, e cessando assim de ser escravo da aparência externa.

A ESPADA SOBRE O PEITO

Nesta revisão do caminho recorrido, a espada apontada sobre seu peito recorda ao novo
companheiro seu ingresso no Templo, na cerimônia de iniciação como Aprendiz. Este é,
efetivamente, um dos sentidos simbólicos da mesma.
Como na iniciação do Aprendiz, a espada sobre o peito indica fundamentalmente a dor que
sempre nos faz "dirigir para dentro", pensar, reflexionar, discernir e saber. Não pode existir
sabedoria que não se faça de alguma maneira amadurecido com a dor; assim como também
todos nossos sentidos e faculdades nasceram e se manifestaram evolutivamente sob seu
estímulo benéfico.
Para o Companheiro, a espada do Experto que o impulsiona em seu movimento retrógrado,
representa sobre tudo, aquela irrefreável desejo que nasce em seu mesmo coração e o
impulsiona a abandonar todas as regras que seguiu até então, para conquistar a liberdade que
lhe aparece como Bem Supremo e como a coisa mais desejável. Ao mesmo tempo, nasce uma
espécie de remorso que esconde em si o constante anelo de progresso inerente em todo ser
humano, e que o segue constantemente naquela recaída, que é a primeira conseqüência da
liberdade que acreditou poder conquistar abandonando as regras seguidas até então; este
mesmo remorso, esta voz da consciência que representa a espada, e faz sentir sempre mais forte
a regra interior que será para ele desde agora Lei Suprema de sua conduta.
Portanto mais que uma ameaça, a espada representa uma indicação: mostra ao Companheiro
onde tem de buscar de agora em diante a régua perdida, a lei de sua conduta, e o novo
instrumento (o sétimo instrumento necessário na Grande Obra de Construção Individual) que em
seu próprio coração, nas profundezas de seu eu, no centro se seu Ser, deve haver efetivo, com o
reconhecimento de sua verdadeira natureza, e com a intuição que o faz canal e veículo da
Inspiração Divina. Este é o sentido real da espada que se acha apontada sobre seu peito, já não
para ameaçá-lo, senão para guia-lo a reconhecer o privilégio de sua Divina Liberdade e fazer de
tal privilégio o uso mais sábio e mais inteligente.
Assim, pois, mostra a espada ao novo Companheiro a necessidade de conhecer-se a si mesmo,
para que possa assim contestar a pergunta Quem somos?, que é o problema iniciático deste
grau.

OS CINCO DEGRAUS

Enquanto que as primeiras três viagens terminam próximas ao Segundo Vigilante, ao término da
quarta e da quinta viagens o aspirante é conduzido junto ao Primeiro Vigilante, que lhe pede,
primeiro, o toque e logo a palavra de Aprendiz. Isto significa que antes de receber, o aspirante
deve dar tudo que possui ou conhece; além disso com o toque demonstra ter passado pelos
primeiros três anos ou etapas de seu progresso, representados pelas três viagens, e com a
palavra reafirma o Ato de Fé, representado pelo sentido dessa palavra, a qual adquire uma
importância especial depois da quinta viagem.
Ao passar da coluna do Norte para a do Sul, ou da perpendicular ao nível, onde termina para ele
a orientação do Segundo Vigilante e inicia-se a orientação do Primeiro Vigilante, estando entre
ambos, já se observa desde da quarta viagem, depois de ter provado na terceira viagem, com o
uso da alavanca em união com régua, ter conseguido a perfeição como Aprendiz, pondo em ação
e fazendo operativa a Fé, que é a qualidade que especialmente deve desenvolver-se neste grau,
em união com a retidão dos propósitos.
O esquadro que se une à régua na quarta viagem, mostra também o domínio do nível, que se
impõem sobre o prumo, que dizer, a necessidade de um perfeito equilíbrio e de uma constante
estabilidade e firmeza em seus propósitos e aspirações, qualidades muito bem expressas pelo
simbólico Edifício que se constrói com o auxilio destes instrumentos. O prumo se transforma
assim no Tau sagrado, sobre o qual há de brilhar a Estrela de sua Chispa Divina.
Para subir ao trono do Primeiro Vigilante precisa subir os cinco degraus, emblemáticos das cinco
etapas ou viagens até agora recorridos. Estes degraus podemos representá-los de diferentes
cores, em correspondência com o elementos e experiências das provas iniciáticas.
A primeira é negra, e corresponde a prova da terra. Recorda ao aspirante a Câmara de Reflexão,
na qual foi introduzido para a necessária preparação ao grau de Aprendiz, e lhe mostra a
necessidade de visitar o interior da terra, penetrando na realidade das coisas que se esconde
atrás de sua aparência ou forma exterior.
A segunda é azul e corresponde à prova do ar. Recorda a primeira viagem do Aprendiz e a
necessidade de enfrentar-se com os prejuízos e os erros, as correntes contrárias do mundo,
permanecendo firme em seu juízo e em seus convencimentos espirituais, como uma torre que
não vacila e não se desapruma sobre o ímpeto dos furacões mais violentos.
A terceira é branca e corresponde a prova da água. Recorda a segunda viagem do Aprendiz, e
que deve o iniciado dominar e acalmar constantemente as ondas das paixões que brotam em seu
coração, mantendo-se constantemente sereno e tranqüilo em meio os combates, das lutas e das
violências exteriores.
A quarta é vermelha, e corresponde à prova do fogo. Recorda a terceira viagem do Aprendiz e
mostra ao iniciado seu dever de libertar-se igualmente da fria indiferença e da exaltação impulsiva
e necessariamente passageira, fazendo que seu entusiasmo seja um fogo sereno e constante
que, como o do organismo em perfeita saúde (livre da frieza da morte e do ardor da febre) produz
um benéfico calor vital permanentemente ascendido na invencível aspiração para o Melhor.
A quinta é incolor e policroma, correspondendo a quinta essência. Se refere ao novo elemento
que se apresenta em forma especial ao consideração do Companheiro, correspondendo ao
Princípio Universal no que se originam os quatro primeiros elementos e no que se resolvem. É o
principio da Luz e da Palavra, o veículo do Verbo, no que segundo nos diz o Ev\ de S\ J\ , se
encontra a origem primeira de todas as coisas e de todos os seres: "Todas as coisas por ele
foram feitas e sem ele nada do que foi feito existiria".

A ESTRELA FLAMEJANTE

Chegado ao quinto degrau de sua simbólica ascensão, o Iniciado adquire aquela iluminação ou
visão espiritual, que faz dele um vidente e o capacita para discernir a Estrela Flamejante que
brilha diante e por cima dele, na parte mais íntima de seu ser.
Esta Luz ideal, proveniente de seu Ser Espiritual o ilumina agora com toda a claridade e guia com
acerto seus passos na Senda do Progresso, que o converterá em "mais que homem", no
verdadeiro Mestre em toda a extensão da palavra.
A Estrela (emblema do homem perfeito ou do Arquétipo Divino do Homem, do verdadeiro Filho de
Deus feito ou emanado diretamente Dele, e por sua imagem e semelhança) tem cinco pontas que
correspondem aos quatro elementos e a quinta essência dos que acabamos de falar, ou seja dos
metais ordinários ou faculdades comuns do homem: o prumo de seus instintos materiais, o
estanho de sua compostura vital, o cobre de seus desejos e o ferro de seu templo, aos quais se
unem o mercúrio filosófico da Inteligência Soberana que todo o amálgama e o domina.
Representa em si aquele místico pentagrama que foi eleito pelos Magos como o símbolo do
Poder Soberano do Iniciado, ante o qual toda a natureza se inclina e obedece, reconhecendo
aquela Imagem Divina que, refletindo a verdade e a Nobreza, faz fluir o melhor de si, com sua
única presença, todos os demônios dos prejuízos e dos erros, dos instintos e das paixões.
Como todo emblema, é suscetível de reversão e, enquanto sua posição direita mostra o
Pentagrama Luminoso do Ideal, o homem que adquiriu um domínio perfeito e equilibrado sobre si
mesmo, podendo-se escrever no mesmo a figura humana direita, com a cabeça para cima,
Quando sua posição se inverte, o erro e o pecado, a Ilusão da matéria simbolizada pelo sexo que
toma seu domínio sobre a cabeça, triunfam e fazem ao homem o escravo de seus lúbricos
instintos e das paixões animais, que também representa uma cabeça de bode inscrita num
pentagrama invertido.

A LETRA "G"

Dentro da Estrela Flamejante se encontra um signo ou hieróglifo, que se identifica muito bem com
a letra G do alfabeto latino, em que seu significado originário fora talvez um pouco diferente. A
letra G se acha exatamente no centro do pentagrama, e é digno de nota que, inscrevendo no
mesmo a figura humana, tal centro corresponde exatamente as partes genitais.
É, pois, em extrema evidência, a relação fundamental desta letra com o gênesis e a "geração" em
todos seus aspectos, representando em primeiro lugar o Centro Criador, origem de toda
manifestação as diferentes expressões da Força Criadora, manifestada tanto no homem como
nos demais seres viventes, por meio dos órgãos da geração.

A Força Criadora, que se acha no centro de todo ser e de toda coisa, e que produz na ordem
natural orgânica a geração, tem uma importância fundamental no duplo processo da involução e
evolução, como o demonstra também a lenda bíblica da queda do homem, associada com o uso
indevido desta Força, procedente da misteriosa Árvore da Vida. Efetivamente, segundo seja
usada, esta Força, pode conduzir ao homem tanto a degeneração como a regeneração; esta
última é privilégio do Iniciado, que havendo dominado os sentidos, canaliza a força geradora para
o objetivo supremo da criação: o engendramento ou produção dentro do mesmo homem de um
ser superior, o verdadeiro Mestre.
Este argumento da degeneração e regeneração será tratado mais extensamente noutro "Manual"
desta Série, com o qual essencialmente se relaciona. Ao companheiro unicamente o compete
saber que, segundo o seu uso reto ou distorcido, esta Força conduz ao homem a liberação do
Espírito ou a Escravidão da Matéria, ao domínio nele da Realidade ou da Ilusão. Medite pois,
sobre seu profundo sentido, reconhecendo no mesmo um Principio Divino que, ainda pervertido
pela ignorância, tem o Poder de enobrecer ao homem e impulcioná-lo sempre mais acima, sobre
a simbólica escada do sonho de Jacob, que une a Terra da materialidade e da ilusão com o Céu
da realidade espiritual.

GEOMETRIA - GÊNIO - GNOSE

A mesma raiz de geração se acha expressa no grego Geo que significa "terra" no sentido de
"geradora" ou "mãe dos viventes"; desta palavra vem geometria, que significa literalmente
"medida da terra", ou seja, em seu sentido mais amplo: "estudo das Leis ou Princípios
Matemáticos Fundamentais, que constituem a medida interior da criação manifesta ou mundo
fenomenico (terra)".
O grego gê é de um valor quase igual ao do latim natura, que tem a mesma etimologia
(originalmente gna-tura), significando a "engendradora " ou "produtora" por excelência, e portanto
a "mãe" do universo visível. Por conseqüência, geometria é sinônimo de "naturimensura", ou seja
"estudo da medida interna da natureza, e dos Princípios Matemáticos aos quais se reconduz e
por cujo meio se faz manifesta a criação".
Aqui não se esgota, sem dúvida, seu significado: Geometria ou ge-meter, é também um
equivalente de Deméter ou "Diva Mater", enquanto significa a Mater Genetrix da natureza.
Precisamente assim deveriam entendem os antigos helenos ao usar esta palavra que claramente
nos apresenta a origem de todas as coisas visíveis na pura Ciência das Formas, que é também a
ciência das medidas e das proporções, dado que mãe e medida são palavras neste caso
etmologicamente equivalentes.
É, pois, evidente, a estrita relação significativa entre geração e geometria, sendo esta última a
medida da primeira, enquanto nos mostra os Princípios Matemáticos que presidem a Criação
Universal das coisas. Igualmente evidente se faz a nossa consideração etimológica e filosófica a
conexão da geração com gênio e gnoses, outro dos importantíssimos significados da letra G.
No Gênio (palavra derivada da mesma raiz gê ou gen) encontramos pois a mais elevada e
sublime manifestação da geração: a criação ou produção do que pode haver de mais belo,
atrativo e agradável, de tudo o que eleva ao homem e o conduz mais próximo de sua natureza
divina. A Ciência, a Arte e a Religião, em todos os seus aspectos, são igualmente obra do Gênio
do Homem, do engenho ou genialidade humana do que no homem é mais que homem e tende a
fazer dele um Magistrado.
O cultivo do Gênio (de seu próprio gênio ou genialidade inata) deve ser, pois, o objeto
fundamental do Companheiro, já que unicamente na medida na qual seu próprio Gênio se
manifesta, pode verdadeiramente aspirar ao Magistério e chegar a realizá-lo. Este é o sentido de
sua regeneração, por meio da letra G, ocultada e revelada na estrela flamejante de seu Ideal.
A etimologia de gnose mostra o estreito parentesco entre as duas classes de ideais que se
agrupam nos dois verbos "engendrar "conhecer". A raiz gno (em sánscrito jña) do grego gnose e
do latim gnosco ou cognosco, nomen (de gnomen), notus (de gno-tus), nobilis (de gno-bilis), é
muito semelhante a raiz gê ou gen (sânscrito já ou jan) da qual temos visto derivar-se geometria,
gen-eratio, gen-ius e na-tura. Efetivamente, todo processo de conhecimento é uma interna
"geração de idéias", uma geração que se produz na mente, outra palavra que mostra a idêntica
relação entre as duas classes de idéias, portanto deriva do grego metron "medida", com o
sanscrito manas e matra e com o latin memini, minitus, mensura, etc., da mesma raiz ma-me ou
man-men da qual deriva "mãe" (em latim mater, grego meter, sânscrito matara), por ser a mente
verdadeira "mãe das idéias".
Gnose é, pois sinônimo de conhecimento ou "ciência" (de sci-re conhecer, saber"), referindo-se
melhor que ao conhecimento profano e a ciência ordinária, àquela verdadeira ciência ou
sapiência, que se acha constantemente comprovada pela direta experiência individual e é
consciência interior da realidade e, portanto, patrimônio e prerrogativa dos iniciados na senda da
Verdade.
A aquisição da Gnose, por meio do Gênio Individual, será por conseqüência. objeto dos esforços
do Companheiro, esforçando-se em interpretar, com seu estudo e prática da Geometria, o Grande
Mistério da Geração Universal.

GRAVITAÇÃO - GRAÇA - GOZO

A Gnose conduz a reconhecer a Lei Universal da Gravitação (de gravis: grave) que par o Iniciado
tem um sentido mais intimo e profundo que para o profano, já que não se limita a considerar as
relações entre os corpos físicos (celestiais e terrestres) senão que abarca o domínio moral e
espiritual, numa compreensão mais perfeita daquela Realidade, da qual vemos em qualquer parte
as manifestações e sentimos e expressamos constantemente a presença e a vida.
A Força da Gravidade é pois, para o Iniciado, aquela Lei de Amor ou atração universal, que
conduz toda coisa e impulsiona todo ser para aquele centro que cada qual reconhece e sente
interiormente como mais grave, ou seja, que manifesta uma vida mais profunda, ativa e real.
O estudo e a perfeita compreensão desta Lei é, por conseqüência, de uma importância soberana
para a Arte Real da Construção Individual e Universal, enquanto esta Arte tem de ser
praticamente uma constante elevação ou edificação de ideais, pensamentos, palavras, propósitos
e ações. Esta elevação não se pode conseguir, se não tiver sua base que se edifica sobre a Lei
do Amor que une todas as coisas por laços invisíveis de sua unidade originária, e as atrai
mutuamente segundo suas reciprocas afinidades para uma finalidade harmônica.
Só o Mestre, com o estudo da música e da astronomia pode, portanto, chegar a compreensão
perfeita desta Lei, que da ao espiritual (o Gênio em nós) o Centro do Poder e o domínio sobre
toda gravidade ou atração material. E o Companheiro se converte em Mestre na medida em que
a compreende e a pratica.
A compreensão da Lei da Gravitação abre a mente do Iniciado a Graça Divina, e o faz partícipe
de todas as Bênçãos, das quais a Suprema Realidade é Causa e Fonte Perene: sintonizado com
a Lei do Amor se estabelece numa atitude de "não resistência"e ativa e sincera benevolência;
assim chega a mais perfeita harmonia com o universo, e se transforma no Canal para a
manifestação da Graça, da Sabedoria e de todos os Bens, uma expressão sempre mais elevada
e radiosa da Vida Una, da qual é Centro, Veículo e Instrumento.
Esta transfiguração do ser humano, esta verdadeira metamorfose, que foi equiparada a da
crisálida em mariposa, é fonte e origem do gozo ou Beatitude: aquele contentamento íntimo,
aquela felicidade inefável que pertence ao ser e que é manifestada em nosso interior, segundo
logramos estar em harmonia com o mais Elevado em nós. O Iniciado que realiza em si mesmo,
realiza a Grande Obra que é constantemente o objeto final de todos os Mistérios e segue sendo
Meta Suprema da Maçonaria: adquire aquela Paz Sublime que se estende sobre ele como um
Manto de Glória, o Verdadeiro "velocino de ouro" objeto da expedição dos Argonautas.
De modo que quando a letra G revele-nos individualmente em seu séptuplo sentido - prêmio e
resultado do perfeito conhecimento dos anteriores - cessaremos de ser homens, havendo
realizado o Supremo Magistério, que leva consigo a Conquista da Imortalidade sobre a terra e o
domínio completo sobre toda a natureza.

TENTAÇÃO

Havendo concluído sua quinta e última viagem, o Companheiro se encontra novamente no


Ocidente, entre as duas colunas, na mesma posição de seu primeiro ingresso na segunda
Câmara, de onde não lhe dão a conhecer as responsabilidades e deveres implícitos no privilégio
do grau de Companheiro, perguntando-lhe se acha disposto a cumprir com eles.
Como ao Aprendiz, se lhe dá o poder e plena liberdade de elevação, sendo esta uma
característica da Maçonaria em todos seus graus. Esta elevação se acha muito bem simbolizada
pelas mesmas colunas entre as quais se encontra, e que tem para ele o idêntico sentido que as
duas mulheres, representadas aos dois lados de um jovem na sexta carta dos naipes conhecidos
com o nome de taro.
A mulher que se encontra a esquerda, bela, sorridente e provocativa, é a imagem do prazer e da
malícia, que se esforça em atraí-lo para seu lado; a que se encontra a sua direita, serena, nobre e
austera, representa o dever, e o mostra a senda da virtude.
Em cada etapa importante de seu progresso, tem constantemente o iniciado que eleger entre
duas sendas, enfrentando-se com a tentação de abandonar seus esforços para o melhor, suas
aspirações superiores, seguindo o caminho em aparência mais fácil, que consiste em deixar livre
curso a suas paixões e apetites, em vez de discipliná-los e sacrificá-los sobre a senda do Ideal
que brilha diante dele, como a Estrela Flamejante da que acabamos de falar.
Esta eleição entre os dois caminhos, em que se apresenta em todos os graus da carreira
iniciática, é especialmente importante para o Companheiro, que representa o segundo grau da
iniciação, enquanto neste estado a eleição num ou noutro caminho depende do grau de
discernimento individual, sendo constantemente o progresso efetivo proporcionado ao
desenvolvimento desta importantíssima faculdade.

O JURAMENTO
Eleito o Reto Caminho da Verdade e da Virtude, lhe abre novamente a senda do Oriente, até que
chegue diante da área, aonde tem que dobrar o joelho esquerdo, significando com ele o domínio
adquirido sobre seus instintos e paixões conservando a direita em esquadro, como prova de
retidão e firmeza de sua Vontade, para tomar somente a obrigação inseparável deste grau, na
que permanece segundo a cumpre.
A primeira obrigação do Companheiro é um grau maior de discrição, do que se exigiu ao
Aprendiz: não deve o Iniciado do Segundo Grau calar-se unicamente em presença dos profanos
sobre os Mistérios da Ordem, senão que deve cuidar de não revelar aos Aprendizes o que não
lhes pertence conhecer. Quer dizer, que não deve falar aos iniciados que se encontram em seus
primeiros esforços, de coisas que não podem compreender e suportar e que, por conseguinte,
melhor que proveitosas, lhes seriam inúteis e daninhas: "os lábios da Sabedoria devem
permanecer mudos a não ser para os ouvidos da compreensão", proporcionando o Iniciado suas
palavras a exata medida do entendimento de quem os ouve.
A segunda e terceira se referem a seus deveres para com a Ordem e seus Irmãos, dos quais
promete ser fiel e leal companheiro, defendendo-os, socorrendo-os e livrando-os, quando estiver
em seu poder, de todo perigo que os ameace.
A quarta e a quinta são seus deveres de Maçom para consigo mesmo: esforça-se
constantemente sobre a Senda da Verdade e da Virtude, servindo-se dos instrumentos dos quais
aprendeu o uso, e mantendo-se fiel ao Ideal mais elevado de sua consciência.
A disciplina do silêncio que lhe exige, a semelhança dos pitagóricos, com os quais tem o iniciado
deste grau especial parentesco, o fará exercitar-se mais proveitosamente no estudo e na reflexão,
progredindo na Lógica que entre as sete artes, o Companheiro especialmente deve conhecer,
exercitando-se alem disso, por meio da mesma, na Aritmética e na Geometria.
O grau maior de fidelidade à Ordem que lhe exige um melhor e mais profundo conhecimento de
seu caráter e finalidades, o farão na mesma um Obreiro útil, verdadeiro companheiro de seus
iguais e Mestres, confirmando com um propósito mais definido e uma maior habilidade sua boa
vontade de Aprendiz, e cooperando com eles na Grande Obra de Construção Universal que
constitui o objeto social da Instituição.
Finalmente, seus esforços constantes para o Bem e sua fidelidade ao Ideal, com aquela firmeza e
perseverança que o diferenciam do Aprendiz, são as qualidades que farão evidente a parte mais
nobre e elevada de seu ser, fazendo brilhar sua própria luz interior, a chispa Divina que constitui
sua Mônada Imortal, franqueando-se progressivamente o Caminho do Magistério.

O CORAÇÃO ARRANCADO

Antes que faltar a seu juramento, o Companheiro prefere "que lhe arranque o coração,
destroçando-o e jogando-o aos abutres". Que representa este coração arrancado e qual é o
significado simbólico dos abutres?
Esta penalidade alegórica, a que o Companheiro se condena no caso de infidelidade as
obrigações que acaba de contrair (ou seja, dos deveres implícitos em sua nova qualidade, aos
que acaba de reconhecer) tem um notável parecer com o mítico castigo de Prometeu quem,
depois de haver formado os primeiros homens, mesclando a terra com a água (a semelhança do
Eloin hebraico), sobe ao Céu com a ajuda de Minerva (a Sabedoria ou Princípio da Inteligência)
para roubar ali, o Fogo Sagrado, a Chispa Divina que devia animá-los, e a quem por tal
atrevimento, condena Júpiter, o Deus Pai da Criação, a ser atado nas montanhas do Cáucaso, de
onde um abutre tinha que devorar-lhe constantemente as entranhas. Vulcano (o forjador dos
metais nas entranhas da terra) se acha encarregado da execução da sentença; enquanto
Hércules (a Força Heróica que triunfa de todos os obstáculos) se converte depois em seu
libertador, matando o abutre, ou seja o pensamento negativo que atormentava seu coração,
condenado-lhe a um estado de impotência (as cadeias que o atam).
É evidente que deve existir uma analogia entre a pena simbólica do Companheiro e este relato
mitológico.
O coração é, pois, o símbolo da Vida que anima ao organismo (formado de pó e de água, que
dizer, produto da evolução natural dos elementos, desde baixo até em cima, desde o mais denso
ao mais sutil) assim como do Centro Interior do homem; de seu ser, se sua consciência, de seu
eu. Aqui se manifesta a Chispa Divina, o fogo sagrado que Prometeu, evidentemente símbolo do
impulso evolutivo, arrebata em sua ascensão ao Céu, e que representa o discernimento da
realidade superior que constitui o Mundo Divino, com a ajuda do Princípio Inteligente que é a
Mente Universal, emanada diretamente de Júpiter.
Enquanto o castigo não pode ser senão conseqüência da prostituição das mais elevada conquista
do mesmo Impulso Evolutivo, o que produziu o homem e cuja natureza o diferencia dos demais
seres da natureza fazendo que preponderem nele seus ideais (a Chispa Divina) sobre suas
paixões, desejos e tendências materiais (a água e a terra) que constituem seu ser inferior.
Júpiter não representa neste caso nenhum príncipio de despótica vingança, senão unicamente a
Lei Impessoal, segundo a qual cada indivíduo se decreta seu próprio castigo, pela inobservância
da mesma. E Vulcano, o executor material do castigo, representa aqueles metais ou qualidades
ordinárias do homem, que o escravizam ou atam ao Cáucaso da matéria, até que não se
amalgamam no mercúrio filosófico da iniciação.
O abutre é o símbolo do remorso interior e do anseio que se ainda no coração do homem, com a
consciência de sua escravidão e o desejo de sua liberação, que se realiza pelos esforços do
Iniciado, personificado por Hércules, quem, com a força que nasce com conhecimento de sua
divina origem acode a libertar ao homem inferior, que é ele mesmo, da escravidão da matéria,
destruindo a ilusão devoradora da Vida de seu coração.
O Companheiro, fiel a seu Ideal, deve, pois, cuidar de não prostituir sua vida entregando-se às
paixões, fazendo-a pasto ou alimento de seus desejos ou instintos inferiores, a escravidão do que
e o remorso consecutivo seriam seu próprio castigo. Isto é o que significa o juramento.

CONSAGRAÇÃO

Ao juramento segue a consagração que se faz, a semelhança da do Aprendiz, "pelos golpes


misteriosos do grau" que nesta Segunda Câmara são, como é natural, diferentes.
O recipiendário segue ajoelhado, sob a abóbada de aço formada por todos os irmãos presentes,
evidente símbolo de seus pensamentos mais elevados que convergem por cima de sua cabeça,
representando a Força Impessoal da coletividade que se acha junto a ele por laços de irmandade,
que o sustenta, o inspira e o incita a progredir, em proporção de sua mesma fidelidade ao Ideal e
a Instituição.
Sua posição de joelhos não constitui de nenhuma maneira um ato de humilhação em relação com
os presentes, senão tão só uma disposição adequada de receptividade em presença do Mistério
que tem que cumprir-se nele neste momento culminante da Cerimônia, e do qual o Rito da
Consagração é simplesmente a representação exterior.
Assim como o batismo da igreja pode de certa maneira comparar-se com a iniciação do Aprendiz,
a cerimônia da confirmação tem analogia com a consagração do Companheiro: se trata, pois, de
um ato solene e sagrado, no qual se administra ao recipiendário a crisma ou união que o
consagra em definitivo como membro fiel da Ordem, depois de uma Aprendizagem no que
adquiriu um melhor conhecimento dela e pôs a prova sua firmeza e perseverança manifestando a
real natureza de seus propósitos.
Não pudera, portanto, receber-se devidamente a consagração numa posição distinta: as Forças
Espirituais que convergem neste momento por cima de sua cabeça, representadas pelas
espadas, devem receber-se numa especial disposição interior, a qual se acompanha uma
adequada posição exterior, que ao mesmo tempo é símbolo da primeira.
Os golpes misteriosos que soam sobre sua cabeça e suas costas, representam o momento final
na qual ditas Forças se manifestam do interior ao exterior e de cima para baixo, e vibra então em
todo sua personalidade, desde a cabeça a ponta dos pés, um som novo, uma nova tonalidade,
uma manifestação mais luminosa de sua Divina Essência: o Companheiro Maçom nasceu neste
momento no recipiendário, que se converteu, por seus próprios esforços, em Obreiro e Militante
da Inteligência Criadora, e que, com sua atividade construtiva ao serviço de seus semelhantes,
tomará parte, com esta nova investidura, na Grande Obra da Construção Universal.

A COLOCAÇÃO DO AVENTAL
A participação na Grande de Obra, de uma maneira diferente da do Aprendiz, leva consigo a
necessidade de colocar-se de modo distinto o "vestuário de trabalho" representado pelo avental:
a lapela triangular levantada no primeiro grau, deve agora dobrar-se dirigindo sua ponta para
baixo.
Enquanto o Aprendiz, por ser, inexperiente em sua obra de desbastar a pedra bruta de seu
próprio caráter e dominar suas paixões, tem a necessidade de cobrir-se e proteger-se também na
região epigástrica (que se considera como o assento dos instintos animais), esta necessidade
desapareceu para o artista que se fez experto em seu trabalho e, aprendendo dominar-se, pode
descobrir sem perigo tal região.
Além disso, enquanto o triângulo com a ponta voltada para cima representa o fogo ou o elemento
ativo do enxofre que tem que despertar em si e que deve animá-lo, assim como suas mais
elevadas aspirações nas que tem que fixar constantemente o olhar para sustentar-se e dirigir-se,
cessa esta necessidade para o Companheiro, que se estabilizou firme e irrevogavelmente em
seus propósitos e cuja fidelidade é sua qualidade mais característica. O triângulo dirigido com a
ponta para baixo representa agora a água ou elemento passivo do sal, quer dizer, seu nível de
equilíbrio ou condição de igualdade, que á a conseqüência da firmeza e da perseverança em
seus primeiros esforços.
Representam assim os dois triângulos, respectivamente, o prumo e o nível que caracterizam os
dois graus: a Força que o primeiro busca em sua Palavra Sagrada por meio de seu conhecimento
do real; estabelecimento na consciência de tal Força, presente dentro de seu próprio coração,
que com sua firmeza, fidelidade e perseverança, quer conseguir o segundo.
No centro da lapela deveria representar-se, neste grau, o pentagrama ou estrela que o simboliza,
imagem do ideal ativo presente em seu ser que se acha estabelecido na condição de equilíbrio,
firmeza e igualdade indicada pela lapela dobrada sobre o avental.
Está muito difundido também o costume de dobrar de um lado, neste grau, a parte inferior do
avental, para indicar que o Companheiro não é, um maçom completo. Este costume, estranha por
certo às corporações medievais das quais herdou seu simbolismo a Maçonaria Moderna,
representa a nosso juízo uma superficialidade, por quanto o maçom completo ou Mestre, tem
outros signos e emblemas que o diferenciam do Companheiro.
O Obreiro da Liberdade e do Progresso, Companheiro de seus Mestres e de seus semelhantes,
deve levar como distintivo seu avental perfeitamente estendido, dobrando unicamente a parte
superior para distinguir-se do Aprendiz, como símbolo de sua ativa participação no Trabalho
Construtor que é o objetivo de nossa Instituição.

A MARCHA E O SIGNO

Aos três passos cuidadosamente medidos do Aprendiz, o Companheiro acrescenta outros dois
distintos dos precedentes, o primeiro dos quais o faz desviar da região do Sul, e o segundo o
reconduz em linha reta sobre seus primeiros esforços. Evidente alusão, esta, ao significado
simbólico de sua quinta viagem, assim como a liberdade peculiar que caracteriza este grau, cuja
conquista é conseqüência da fidelidade na prática da Arte.
Os cinco passos da marcha, que recordam suas cinco viagens, se repetem nos cinco golpes do
toque da bateria, assim como no signo de reconhecimento. Aqui, os dois golpes sobre o dedo
seguinte, indicam um progresso, na "capacidade de reconhecer a qualidade real" que se esconde
sob a aparência exterior de uma pessoa - progresso que se fará sempre mais evidente com sua
conduta na carreira maçônica.
Enquanto aos golpes, enquanto os primeiros mostram sua fé de Aprendiz, os dois seguintes,
perfeitamente distintos dos anteriores, patenteiam a esperança que resulta de seu
estabelecimento na Verdade.
O sinal de Companheiro (um dos mais belos e profundos que possam imaginar) não é
unicamente uma recordação do juramento, como nos diz em sua primeira e mais elementar
acepção.
O esquadro e a estrela (símbolos de suas duas últimas viagens) se acham aqui perfeitamente
combinados: o esquadro fecha com a mão direita, descida até o coração, indicando assim que o
Companheiro não se limita a frear e retificar suas expressões exteriores, senão que sua
capacidade de dominar-se se estendeu aos movimentos interiores da alma, no mesmo centro de
sua vida, de seu ser e de sua individualidade. E a mão esquerda, aberta e levantada, forma
aquele Pentagrama que os ocultistas consideram como o símbolo do poder, do domínio da
Quintaessência sobre o Tetrado dos elementos, da Inteligência sobre os instintos e as tendências
inferiores.
A mão esquerda levantada mostra também o Ideal sobre o qual se fixa constantemente a
Inteligência, que é a parte naturalmente passiva e feminina de nosso ser. O esquadro na mão
direita representa a Vontade, o lado ativo ou masculino do ser, constantemente dirigida para
expressar fiel e retamente, em atividade construtora, os desejos e as aspirações mais nobres do
coração.
O movimento que se faz com este sinal não representa, tão só o ato de "arrancar-se o coração e
jogá-lo aos abutres"; mas também pode ver no mesmo o esforço ativo para realizar o ideal na
vida e nas condições materiais, que caracteriza a atividade ou trabalho do iniciado e do artista.
Por conseguinte, o signo do Companheiro se refere principalmente a atividade laboriosa inspirada
por um Ideal superior que deve caracterizar constantemente este grau em qualquer campo de sua
vida, em todas as condições e circunstâncias em que sozinho possa encontrar-se. Este é o
ensinamento constante que deve dar o signo do grau a todo verdadeiro Companheiro que aspira
a realizar em si mesmo o privilégio de dita qualidade, esforçando-se constantemente em fazer
que sua visão se expresse em todos os propósitos e ações, traduzindo-se numa vida fecunda e
ativa e num trabalho sempre benéfico para seus semelhantes.

A PALAVRA DE PASSE

A palavra de Passe recorda ao Companheiro como se consegue o acesso efetivo do primeiro ao


segundo grau maçônico.
O significado de espiga (símbolo de sua própria maturidade, assim como da fecundidade e
utilidade de seus esforços) a relaciona evidentemente com os Mistérios de Eleusis, e é muito
provável que seja simplesmente a tradução do grego stachys, que tem o mesmo significado e
cuja a etimologia provem da raiz sta "estar" considerando-se a espiga como "o que está" ou
"estacionado" na posição alcançada.
Em hebraico sua etimologia a relaciona com a raiz semítica SBL que significa "verter, derramar,
espargir, proceder" da qual se deriva também shabil "senda, caminho", e além disso, "espiga",
significa também "ramo, corrente de água". Neste mesmo idioma, separando-se a palavra em
suas duas partes, alguns lhe dão o sentido de produzir a pedra preciosa, sentido que
indubitavelmente tem alguma importância para nós.
Também se considera como uma hebraização de Cibeles (que representa a terra fecunda e
produtiva muito considerada nos Mistérios) ou do grego sibo lithon ou sebo lithon,
respectivamente "cultivo ou honra a pedra" significado análogo ao segundo que temos
encontrado em sua etimologia hebraica.
Finalmente, o latim spica tem o significado de "agudez, penetração" e se relaciona com o verbo
spécere "mirar" (em sanscrito spac, com o mesmo sentido), relacionando esta palavra, em sua
acepção latina, com a capacidade de ver, penetrar o fundo das coisas, própria do iniciado.
Assim, pois, esta palavra reúne em si os significados de "estabilidade produtora, caminho
fecundo, amadurecimento elevado, produção preciosa, penetração clarividente", que todos
podem atribuir-se vantajosamente como símbolos do que significa realmente o místico passo do
primeiro grau ao segundo.
A espiga, que se acha representada também no céu, como a estrela luminosa da constelação de
Virgo, é o símbolo comum a todos os Mistérios da antigüidade, e por esta razão, como também
por ser a etimologia mais direta da palavra, deve colocar-se em primeiro lugar entre os diferentes
sentidos da Palavra de Passe do Companheiro. Além disso, que nos ritos eleusis, a encontramos,
por exemplo, nos de Ísis, de Atil e de Mitra: espigas e papoulas adornam os cabelos da deusa
egípcia, e na mesma religião católica a espiga tem seu papel na representação simbólica da
Eucaristia.
Nos Mistérios de Eleusis, se comparava o iniciado com a espiga de trigo, produto fecundo da
esforço vertical e da atividade laboriosa que impulsionou o grão escondido na terra a germinar
abrindo-se seu caminho no sentido oposto a força de gravidade, em direção dos rios benéficos do
sol, até que chega o momento em que este esforço ascendente se termina e amadurece num
fruto que por si mesmo foi sempre emblema de utilidade e fecundidade: formosa imagem da vida
humana, do homem que cresce por seus próprios esforços, com o objetivo de madurar numa
atividade sempre mais útil e fecunda para seus semelhantes.
O estado de crescimento da planta, por meio do laborioso esforço vertical (no sentido oposto a
gravidade de seus instintos e paixões) corresponde evidentemente ao estado de Aprendiz, que se
transforma em Companheiro, quando se estabelece na altura alcançada, para poder amadurecer
e frutificar.

A PALAVRA SAGRADA

O estudo da Palavra Sagrada nos leva a compreender mais intimamente em que consiste esta
condição de estabilidade e firmeza que caracteriza ao Companheiro.
A Palavra Sagrada do Companheiro é a terceira pessoa do verbo hebraico KUN que significa
"estar firme, fundar, estabelecer". Dita palavra pode, pois, traduzir-se: "(El) estabelece ou
estabelecerá, fundará, confirmará". Relacionada com a Palavra Sagrada do Aprendiz, que
significa "No El a força" e que denota a Fé numa Realidade ou Poder Superior, a Palavra do
Companheiro tem evidente sentido paralelo e complementar de Esperança, reposta nesta mesma
Força ou Realidade interiormente reconhecida, que se estabelece ou confirma efetivamente num
resultado particular, objetivo ao mesmo tempo da Fé e da Esperança.
Em outras palavras, para chegar a ser verdadeiramente operativa e fecunda a simples Fé do
Aprendiz, deve estabelecer-se interiormente uma condição de absoluta firmeza, sem que haja
sombra alguma de dúvida ou vacilação, pois só com esta condição pode produzir os resultados
milagrosos que se atribuem a Fé e que São Paulo enumera numa de suas epístolas.
O estabelecimento interior de uma condição de absoluta confiança no Poder da Realidade e em
sua prática atuação em vista de um resultado particular, conduz naturalmente a "esperança" ou
expectativa de sua efetividade.
Assim, pois, estas duas palavras, intimamente relacionadas uma com a outra, nos iniciam no
reconhecimento e no uso efetivo do Poder Supremo, da Força Universal da Criação, que sempre
procede e atua de dentro para fora, manifestando exteriormente, expressando em nosso próprio
mundo objetivo as condições ou consecuções interiores que se estabeleceram em nosso foro
individual.
As quatro letras de que se compõem esta palavra significam respectivamente: "m... - p... - m... -
p...". Este conjunto nos manifesta uma curiosa correspondência com o mesmo signo do
Companheiro, que por sua vez pode mui bem interpretar-se em perfeita correlação com o sentido
da Palavra Sagrada.
A mão aberta e levantada, formando com a palma o signo do Pentagrama, representa muito bem
a Inteligência que se eleva interiormente nas regiões transcendentes do Mundo Divino,
estabelecendo-se um íntimo contato ou relação entre a Consciência Individual e a Cósmica. O
Fogo Sagrado de Prometeu, ou seja, a Força da Realidade, pode então descer no homem,
estabelecendo sem seu coração, que se acha em atitude receptiva ou passiva (muito bem
simbolizada por uma mão horizontal ou um peixe), aquela condição interior, da qual se converte
em veículo ou instrumento na manifestação exterior. Pois, como disse Emerson: "Esta Energia
não desce no homem, senão a condição de uma inteira possessão".

Terceira parte

FILOSOFIA INICIÁTICA DO GRAU DE COMPANHEIRO


Contestando por seus próprios esforços a pergunta: De onde viemos?, o Iniciado do primeiro grau
é conduzido a reconhecer a Unidade do Princípio da Vida, a Dualidade de sua manifestação nos
pares dos opostos e complementares e a Lei do Ternário que faz fecunda esta Dualidade e
reproduz ao infinito essa mesma Unidade na Multiplicação da criação.
Ao iniciado do segundo grau, analogamente lhe compete buscar uma satisfatória resposta a
segunda pergunta da Esfinge, Quem somos?, estudando o enigma de seu próprio ser sob o
tríplice aspecto de "produto da evolução da natureza", de "ser individual dotado de
autoconsciência e razão"e de "expressão ou manifestação direta da Vida única, para a qual tende
constantemente com seu progresso".
O Companheiro se enfrenta assim com o gnothi seautón (conhece-te a si mesmo!) dos iniciados
helenos, e nesta contestação, que deve ser individual para que seja individualmente satisfatória,
não pode oferecer lhe nenhuma ajuda os diferentes dogmas e crenças, positivas ou negativas,
pelos quais as religiões e ciências profanas só adormecem as consciências.
Como com a peneira em Eleusis se separavam os grãos amarelos do trigo (consagrados a Ceres)
das negras sementes de papoula (consagradas a Morfeu), assim compete ao Companheiro
discernir claramente entre a clara semente da Verdade que conduz a fonte de Mnomosine, a
memória ou conhecimento da Realidade, cuja bebida se consegue a imortalidade e a negra
semente do erro que conduz ao Letes, a Fonte do esquecimento que produz a morte da
consciência, sepultada na ilusão da matéria (1).
A contestação a pergunta: Quem somos?, por meio da Lógica, da Aritmética e da Geometria, e
sob o tríplice ponto de vista de que temos falado, o conduz naturalmente ao estudo das
propriedades dos números quatro, cinco e seis e dos conceitos filosóficos e geométricos que se
relacionam com os mesmos.
Meditando sobre estes números e relacionando-os com as propriedades de seu ser, à luz dos
conhecimentos adquiridos com os três primeiros, por meio daquele discernimento que mede e
determina constantemente o progresso iniciático, chegará a orientar-se neste Caminho
(simbolizado por cinco viagens) e descortinando as trevas da aparência, que como o véu de Ísis,
escondem a Verdade ao entendimento profano, alcançara o Oriente, de onde resplandece a
Estrela luminosa e, em seu centro, a Letra sagrada, fonte dessa Luz.
Porém este resultado não se consegue lendo muito sem meditar, nem escutando sem refletir,
senão escutando e lendo com "discernimento", e aprendendo a pensar por si mesmo,
exercitando-se só, constantemente no uso de seus próprios instrumentos mentais, com os quais
fará perfeitamente justas, planas e polidas as seis faces do Cubo simbólico de sua
Individualidade.
(1) Esta relação da Verdade com a memória e do erro com o esquecimento de nossa própria
natureza divina, está muito claramente ilustrada pela palavra que se usa em grego para expressar
a Verdade, aletheya, literalmente "não esqueço".

O NÚMERO QUATRO

Assim como o número um, simbolizado pelo ponto, indica o espaço potencial sem dimensões, e o
número dois, determinando a linha, mostra a primeira dimensão, o número três, formando com o
triângulo a primeira figura plana, determina, junto com o plano, o espaço bidimensional.
Analogamente, o número quatro constitui com as três linhas e os três planos que se encontram
no vértice de um ângulo triedro, o espaço tridimensional de nossa experiência objetiva.
Assim, pois, enquanto os três primeiros números se referem mais especialmente aos Princípios
que governam o Universo e a Origem Primeira das coisas (Mundo Divino no qual existe em
principio e do qual procede e se desenvolve desde o interior ao exterior toda manifestação
objetiva) o número quatro nos introduz no reino da experiência sensível, determinando as três (ou
seis) dimensões do espaço.
Os primeiros quatro números determinam, alem disso, as quatro figuras fundamentais do
simbolismo hermético: o círculo, formado por todo ponto isolado convertido em centro de
atividade, manifestando-se desde de dentro para fora: a cruz formada por duas linhas (duas
manifestações duais ou bipolares da Unidade) que se conjugam ou secionam retamente; o
triângulo determinado por três pontos ou três linhas que produzem seus três ângulos ou aspectos;
o quadrado, que com quatro pontos e quatro linhas, determina e circunscreve igualmente quatro
ângulos. E a soma dos quatro forma o número dez, que não nos compete examinar aqui.

O TETrAGRAMA
As quatro figuras anteriores tem uma evidente correspondência com as quatro letras do
tetragrama, nome hebraico da Divindade que não se permitia pronunciar, e cuja perfeita
vocalização não pode ser conhecida senão pelo iniciado em sua compreensão.
A primeira letra, iod, a mais pequena do alfabeto hebraico, corresponde evidentemente com o
ponto, origem e centro de todo círculo, ou seja, com princípio Originário de toda manifestação.
A segunda, he, representando uma expiração, corresponde com a manifestação, que conduz aos
dois Princípios, complementares ou antinômicos, que integram o ângulo e a cruz.
A terceira, vo, formada pelo ponto que desce em linha vertical, mostra a Unidade que se produz e
chega criativa no Binário (indicado por he) produzindo-se assim o Ternário ou triângulo, que
representa as três propriedades universais da atividade, da inércia e do ritmo. É o ponte ou nexo
que conecta a Dualidade da manifestação com o Princípio Originário e a faz fecunda e produtiva -
o Amor que une ao Pai e a Mãe, engendrando o Filho.
A quarta letra, que é um he duplicado, expressa a manifestação visível, originada pelos dois
Princípios que constituem a manifestação latente, ou seja a Cruz que se concretiza e realiza em
forma contingente no quadrado.
Chegamos assim a compreender o sentido da "Tétrada, fonte perene da Natureza", da que nos
fala Pitágoras através dos Versos Áureos, como do Supremo Mistério da criação.
As quatro fases criadoras representadas nas quatro letras do Nome do Ser criador, correspondem
gramaticalmente: ao sujeito de uma preposição (caso nominativo do nome ou pronome); o
atributo, que denota a atividade ou maneira de ser própria do sujeito (verbo, ou bem adjetivo que,
por sua qualidade, denota e implica a tal atividade); ao objeto dessa atividade ou maneira de ser
(complemento direto expresso pelo caso acusativo); ao complemento indireto, de termo ou
relação, que especifica as circunstâncias da ação.
Estes quatro elementos da oração aparecem com toda clareza no primeiro versículo do Gêneses:
1. Deus (sujeito).
2. Criou (atributo).
3. o céu e a terra (complemento direto).
4. no principio (complemento indireto).

OS QUATRO ELEMENTOS

Se correspondem também as quatro letras do Nome Sagrado com os quatro elementos,


representados simbolicamente pelos quatro braços da Cruz e formados pela polarização do
mercúrio, Akasha ou Quintaessência, nascida da união do Princípio Masculino ou Ativo (o
enxofre) com o Princípio Feminino e Passivo (o sal), que correspondem, respectivamente, com a
linha vertical e horizontal da Cruz.
A polarização do mercúrio (o centro da cruz) segundo a linha vertical do enxofre, produz
respectivamente o fogo ou princípio de expansão (que origina a força centrifuga e toda forma de
irradiação) como polaridade negativa (que origina a força centrípeta e toda forma de movimento,
rotação ou translação). A mesma polarização, segundo a linha horizontal do sal, produz a água
ou princípio de umidade, união ou solução em seu aspecto positivo, e a terra ou princípio do seco,
coesão e separação em seu lado negativo; a primeira é, portanto, a força que dissolve em si e
reúne as substâncias - formando-se ou nascendo assim em seu seio a vida orgânica -, enquanto
a segunda desagrega e separa, com sua mesma coesão, as diferentes substâncias, solidificando-
as e individualizando-as, como aparece no processo de cristalização.
Os quatro elementos assim diferenciados aparecem em cada uma das quatro triplicidades, das
quais, segundo a Astrologia, resulta formando o Zodíaco, circunscrição ou expressão circular de
todo universo.
No homem, encontramos uma análoga polaridade, correspondendo o Fogo ao peito e ao coração
que produz o calor vital, o Ar e as pernas que movem o organismo, a Água ao lado direito e a
função assimilativa, tipificando no fígado, a Terra no lado esquerdo e na função dissimilativa,
evidenciada na parte descendente do intestino que se encontra de tal lado. Simbolicamente a
mão direita corresponde ao princípio que liberta ou dissolve e a esquerda ao que ata ou coagula.
No homem (ou microcosmo), como na natureza (ou Macrocosmo), a essência Primordial (una e
trina), resulta naturalmente crucificado pelos quatro elementos, assim como pelas quatro direções
do espaço que tradicionalmente lhes correspondem:
O Oriente, assento de Agni e de Prana (a função respiratória), que corresponde com o fogo;
O Ocidente, assento dos Martus e de Apana (a função dissimulava), que corresponde ao ar;
O Sul, assento de Indra e de Viana (a função formativa), que corresponde com a terra;
O Norte, assento de Varuna e de Samana (a função assimilativa), que corresponde com a água
(1).
(1) Estas correspondências, segundo a tradição oriental, se encontra no Maitrayana Brahmana
Upanishad.

O QUATERNÁRIO

Os quatro elementos dos que acabamos de falar definem e circunscrevem o reino ou domínio do
Quaternário, simbolizado pelo quadrado, que naturalmente representa a quadratura de todo
círculo, ou ciclo de manifestação.
Este quaternário é aquele que delimita e constitui toda a natureza, da qual os elementos
constituem os princípios ativos, que resultam das três qualidades (Rajas ou Enxofre, princípio de
atividade, Tamas o Sal, principio de Resistência, Satva ou Mercúrio, princípio rítmico), e no que
estas operam. São estes quatro elementos, junto com os quatro pontos cardeais e as quatro
dimensões e instesianas, os quatro braços de Brahma, a Divindade Criadora, e a cruz que
determina se faz, por seu movimento ou atividade cíclica, resvala e roda, aparecendo tal como no
Zodíaco: a Roda da Fatalidade que ata os seres, na medida de sua inconsciência, ao
determinismo aparentemente cego da Lei de ação e reação; e a Roda da Fortuna, quando se
fazem livres, manifestando sua consciência e livre arbítrio.
Relacionando os elementos com as estações, podemos fazer corresponder o Ar com a
Primavera, que estimula os ventos, o Fogo com o Verão, quando o sol resplandece com mais
força e plenitude, a Água com o Outono, que manifesta a produtividade que caracteriza esse
elemento, e a Terra com o Inverno, quando a vida se retira e descansa no seio deste elemento,
preparando-se para um novo ciclo de crescimento e produtividade.
No mundo moral, o Fogo corresponde naturalmente com a vontade e a imaginação; o ar com o
pensamento, o juízo e a reflexão; a Água com o sentimento, a emoção e a sensação; e a Terra
com a percepção, o sentido prático e a ação. O domínio do primeiro faz aos homens enérgicos,
entusiastas, violentos e dominadores; o segundo os faz inteligentes, amantes do estudo e
buscadores da Verdade; o terceiro elemento os faz particularmente sensitivos e impressionáveis;
o quarto os fazem industriosos e laboriosos, tenazes e perseverantes. O fogo se acompanha,
além disso, com o temperamento bilioso, o ar com o temperamento sangüíneo, a água com a
tendência linfática e a terra com o temperamento nervoso, aspiração para o mais nobre e
elevado.
Correspondem, além disso, com os quatro elementos - o mesmo que com os quatro Vedas, os
quatro Evangelhos e as quatro Verdades - os quatro animais sagrados que constituem a Cruz
Zodiacal, formando a Esfinge e a Coroa dos Magos:
O Touro, iluminado por Aldebaran, representa a terra, fecunda e produtiva;
O Leão com Régulo, que representa o fogo prepotente, atrevido e voraz da paixão;
A Águia com Antares, indica a água exaltada como aspiração para o mais nobre e elevado;
O Filho do Homem, que resplandece por baixo de Altair, representando o ar que confere a
consciência e o conhecimento da Verdade.

O QUADRADO

Assim como o triângulo é a expressão da trindade, o quadrado é a expressão do quaternário. O


primeiro define e circunscreve o Mundo Divino; o segundo representa e sintetiza em si mesmo a
Natureza. O mesmo Zodíaco, sínteses das influências cósmicas, pode representar-se
subdividindo em triângulos o espaço compreendido entre dois quadrados, formando o conjunto a
figura conhecida com o nome de "planta da nova Jerusalém", usada pelos astrólogos medievais
para seus horóscopos.
Um quadrado foi sempre considerado com a imagem de um Templo perfeito, e com um quadrado
se representa em geral o Templo de Salomão. O Templo Maçônico, imagem simbólica do
Universo, é um quadrilongo estendido do Oriente ao Ocidente (ou seja, na direção da luz) e
compreendido entre o norte e o sul. Todos os templos da antigüidade, e especialmente os que em
sua construção levam o selo de uma mão mestra, estão caracterizados por uma orientação
semelhante.
O quadrado, é pois, depois do círculo, a mais perfeita entre as figuras planas, por ter quatro lados
iguais e em perfeita esquadria uma com a outra, reproduzindo seus quatro ângulos os 360° da
circunferência; por esta razão se fala da quadratura do círculo, porem não de sua triangulação.
Esta perfeita retidão de todos seus ângulos é a que permite calcular sua superfície pela simples
multiplicação de seus lados.

A PIRÂMIDE

A união do ternário com o quaternário realiza um perfeito quinário na pirâmide, que constitui o
plano arquitetônico dos grandiosos monumentos que nos voltam a antigüidade egípcia, mudas
testemunhas da Sabedoria Construtora, da que podemos nos gabar, ser como maçons, os
herdeiros. Assim como o delta (ver a este propósito o "Manual do Aprendiz") pode considerar-se
como a projeção do tetraedro sobre um de seus lados, assim também o quadrado como o ponto
central, símbolo da Loja Maçônica, é analogamente a projeção de uma pirâmide de base
quadrada.
Na Pirâmide vemos o ternário divino que se realiza em cada uma de suas faces, correspondentes
aos quatro elementos, cada um dos quais aparece em sua triplicidade (segundo as três gunas ou
qualidades de atividade, inércia e ritmo) exatamente como o Zodíaco. As quatro linhas que unem
as faces, mostram as qualidades comuns aos elementos de dois em dois: masculinos e
femininos, positivos e negativos; e as quatro linhas inferiores representam os quatro elementos no
mesmo plano (o plano do Templo Perfeito), em correspondência com as quatro direções
cardinais.
O vértice superior indica a Quintaessência, o quinto principio ou elemento, que corresponde ao
Verbo Inteligente manifestado na Loja, da qual se originam os quatro e na qual desaparecem; e
também o Princípio Originário do Universo, "por meio do qual todas as coisas foram feitas".
A Loja é por conseqüência, com a Pirâmide, uma representação perfeita do Universo em seus
princípios ou elementos constituintes. Além disso, é o emblema de toda construção perfeita e de
toda perfeita Obra Humana ou Social. Por esta razão a pedra cúbica, símbolo da perfeição em si
mesma, se só fazer terminar em uma pirâmide. E uma pirâmide é também o emblema de toda
perfeita organização social, na qual cada membro ocupa seu grau e o lugar que lhe corresponde,
cumprindo assim com seu dever e sua missão na vida.
Também o triângulo deve seu valor especial ao fato de formar parte de um quadrado. Imagem da
pedra cúbica, e o plano ideal de todos os edifícios, o quadrado é, portanto, o emblema de toda
realização e de toda Obra Perfeita. Nossos "aventais" tem a forma de um quadrado; quadrangular
é a Ara no centro de nossos Templos; e a mesma Loja se representa por um quadrado com um
ponto no meio, que corresponde a Ara e representa o Verbo, o elemento vital animador que
caracteriza a atividade maçônica dentro do domínio dos quatro elementos, ou seja de suas quatro
direções cardinais.

A QUINTESSÊNCIA

Este quinto elemento, superior aos quatro primeiros (a Quintaessência ou mercúrio filosófico dos
alquimistas) nos faz passar do quaternário ao quinário, e do domínio da matéria ao da Vida e da
Inteligência. Foi, pois, no quinto dia, ou seja, pela obra deste quinto elemento quando, segundo o
Gênesis, apareceram os animais sobre a terra.
Falando dos quatro elementos, os temos feito originar do mercúrio, que representa a
Quintaessência ou quinto elemento, por efeito de sua dupla polarização nos quatro braços da
cruz; o mesmo mercúrio teve sua origem na união do enxofre com o sal, representados pelas
duas linhas vertical e horizontal que concorrem a formá-la. Este "mercúrio" (que não deve
confundir-se de nenhuma maneira com o metal do mesmo nome) corresponde, por conseguinte,
ao centro da Cruz, que é o ponto de intercessão dos dois Princípios ou elementos primordiais,
que levam na simbologia hermética o nome do Sol e da Lua, além disso de ser o ponto de origem
dos quatro elementos ordinários.
Além de ser o princípio neutro dos quatro elementos formativos da matéria e, por conseqüência,
de toda manifestação material, o mercúrio filosófico, também representa a vida que se funde em
tal elementos, alem da energia que os anima, o princípio inteligente que se expressa em dita vida
e realiza no homem suas possibilidades superiores.
Há pois que considerar cinco fases distintas na manifestação da mesma Quintaessência:
primeiro, a de sua origem; segundo, como origem dos quatro elementos; terceiro, a energia que
os compenetra, permanecendo o centro estático equilibraste dos mesmos; quarto, a vida que os
anima, e quinto, a inteligência que governa a vida orgânica e se serve da mesma para suas
possibilidades superiores.

A ORIGEM DA VIDA

A origem da vida se acha assim descrito no fragmento hermético conhecido com o nome de
Tábua de Esmeralda:
"O Sol é o Pai, a Lua é a Mãe, o Vento o levou em seu seio, a Terra é a Nutris:
O Pai de tudo, o Telesma, esta aqui: sua força inteira é convertida em terra".
O Sol e a Lua, se referem respectivamente ao enxofre e ao sal, assim como a suas
manifestações positivas no fogo e na água; o ar, princípio negativo do enxofre, se converte,
mediante o alento, no veículo do fogo vital e da mesma vida, e finalmente a terra, assinalada pela
água materna, que mantém as características do organismo e sua individualidade, concorre a
dar-lhe forma e consistência.
Enquanto ao princípio da vida (o "Pai de tudo ou "Telesma") é o mesmo mercúrio nascido pela
união do enxofre com o sal, ou seja do Sol com a Lua.
Seria difícil condensar em tão poucas palavras uma sabedoria mais profunda: os enigmas dos
quais a ciência profana busca em vão a solução, se acham resolvidos desde séculos e milênios
para os iniciados na compreensão da natureza intima das coisas, que dizer, para os que não se
contentam com um estudo, indagação e observação puramente exterior, senão buscam a
essência metafísica da aparência material ou fenomenica, e por meio de sua inteligência
ingressam no Santuário da Natureza Naturante, da qual a Natureza Naturada, estudada pela
ciência ordinária, é simplesmente a manifestação exterior ou visível.

OS CINCO TATVAS

Os quatro elementos, em união com a Quintaessência, formam os cinco Tatvas ou Bhutas, os


princípios elementais da matéria física, segundo a filosofia tradicional da Índia: Akasha, Vayu,
Tejas, Apas e Prithivi, que se traduzem ordinariamente como Éter, Ar, Fogo, Água e Terra. Não
há necessidade de dizer que estes princípios não devem confundir-se com suas manifestações
materiais, ou sejam os estados da matéria, que se tomam unicamente como símbolos dos
mesmos.
Deles os Upanishads nos falam nos seguintes termos: "O universo é originado pelos tatvas,
sustentado pelos tatvas, e se dissolve nos tatvas". Estes tatvas tem, pois simultaneamente valor e
importância como princípios cósmicos, energéticos e vitais, enquanto produzem a matéria, a
anima com suas energias (emanando cada um deles uma particular modalidade vibratória em
seus átomos e moléculas), ao mesmo tempo que presidem as diferentes funções orgânicas e
regram as manifestações da vida em seus diferentes aspectos.

Akasha, o princípio etéreo do "espaço", da a cada coisa, forma ou expressão da vida, o lugar
correspondente para sua manifestação: é o veículo do Verbo ou do som (Shabda), em sua
essencial primordial. Sua vibração se acha representada por um círculo cheio de pontos, imagem
do espaço, cuja a existência se relaciona com sua manifestação. Preside os órgãos do ouvido e
da voz e a função orgânica diretora da vida conhecida com o nome de Udana, que regula a saúde
e a enfermidade. É amargo e sua cor é o branco ou índigo escuro.
Vayu (etmológicamente "vento") é o princípio do "movimento" e da locomoção. Sua vibração se
acha representada por uma esfera, quer dizer, pela forma que naturalmente se produz em toda
matéria em movimento. Preside a função orgânica conhecida com o nome de Prana ou
respiração, o órgão do tato, as mãos como órgãos de ação e todo movimento e atividade do
organismo. Sua cor é azul ou verde e seu sabor ácido.
Tejas ou Agni, o Fogo, é o princípio de "expressão", veículo da luz e do calor. Sua vibração
representa com um triângulo, enquanto procede para cima e forma ângulos agudos. Preside a
função orgânica de Samana ou nutrição, o órgão da vista e dos pés, como órgãos da ação. Sua
cor é vermelho e seu sabor picante.

Apas (as águas) é o princípio de solução. Sua vibração se irradia para baixo e está representada
por um semicírculo ou semi-lua, manifestando o movimento ondulatório próprio do liquido
elemento, que se move com toda facilidade, sem perder nunca sua unidade. Preside a função
conhecida como Viana ou formação, o órgão do gosto e o reprodutor. Sua cor é branco prata ou
violeta e seu sabor salgado.

Prithivi é o princípio de coesão, produzindo a solidez característica da terra neste estado. Se


representa portanto por um quadrado que corresponde a forma particular de sua vibração, que
procede por ângulos retos. Preside a função vital Apana, ou excreção, ao olfato entre os sentidos,
e ao ânus entre os órgãos ativos. Sua cor é amarelo e seu sabor doce; seu som, grave.
Cada um destes cinco elementos deve ser considerado como a expressão física de um princípio
(ou modalidade vibratório-formativa) metafísico ou mental, que o corresponde, chamado
tanmatra. E isto a sua vez não seriam outras coisas senão diferenciações do primeiro princípio
universal da objetividade, chamado Praktri ou Shakti, sendo este em sua natureza essencial
simplesmente o poder de Purusha ou Shiva, o princípio universal da consciência ou subjetividade
de todo o existente.

A ROSA E A CRUZ

Também se relacionam com o quinário o símbolo da Rosa e da Cruz, emblema conhecido de um


importante grau superior. A rosa - o quinto elemento, e em si mesma, por suas cinco pétalas, um
quinário ou o pentagrama -, representa a vida nascida na cruz dos quatro elementos que forma a
matéria, aos que anima com suas folhas (a vida vegetativa) que se estende sobre os quatro
braços da cruz.
A rosa na cruz constitui uma perfeita união do quinário com o quaternário, ou seja dos cinco
elementos que expressam a vida (ou tatvas dos que acabamos de falar) com suas manifestações
materiais que integram o mundo dos objetos. Como pentagrama em meio da cruz, a rosa
representa ao homem crucificado ou expresso nos quatro elementos materiais, e seus cinco
sentidos, por meio dos quais se manifesta e obra sua inteligência, no reino de tais elementos. E
também a Natureza que expressa sua quíntupla potencialidade criadora dentro das quatro
direções ou dimensões do mundo fenomenico.
Quanto ao significado iniciático e místico do símbolo da Rosa e da Cruz, nos reservamos
examiná-lo detidamente no VIII Manual desta série.

OS CINCO SENTIDOS

Cumpre-nos dizer algo, todavia, sobre os cinco sentidos e as cinco funções ativas, simbolizados
uns e outros nas cinco pontas do pentagrama e representados, respectivamente, em nove e sete
órgãos distintos. São estes, evidentemente, com as cinco funções vegetativas (respiração,
digestão, circulação, expressão e reprodução) as mais características expressões do quinário,
que é o número que preside a todas as manifestações da vida, especialmente animal, que se
encontra no homem sob o domínio de um princípio superior.
A observação da "vida psíquica" dos animais em suas fases mais elementais, nos leva a
reconhecer como primeiro sentido a percepção indistinta de uma presença em geral distanciada e
relacionada com o espaço, para o qual se formou um órgão cujo o desenvolvimento pode mui
bem ter sido anterior a capacidade de mover-se.
Paralelamente com este órgão se desenvolveu a capacidade de expressar-se por meio de ruídos
instintivos que evolucionaram finalmente na voz humana.
O órgão da vista nasceu depois, como evolução daquela sensibilidade a ação da luz, que é muito
evidente também no reino vegetal, manifestando-se a ação dos diferentes raios em distintos
pigmentos que se desenvolveram sob sua influência, análogos aos que se encontram também em
nossos olhos.
Paralelamente a vista se desenvolveu a capacidade de mover-se ou estender-se em determinada
direção, faculdade que manifestam também as plantas, crescendo em direção a luz, que estimula
seu movimento.
O órgão do tato, apesar de que pareça o mais material, não é o primeiro na escala evolutiva,
estando relacionado com a faculdade de por-se em contato e, por onde, de "ir" em determinada
direção, impulsionando-o a ele uma percepção anterior de diferente natureza. Este órgão é um
complemento evidente da vista e do ouvido, enquanto por meio do mesmo nos é dado assegurar-
mos da realidade física ou tangível do que vemos ou ouvimos.
Assim como o órgão da vista impulsiona naturalmente a tocar o que um vê, desenvolvendo as
mãos em sua dupla função de órgãos ativos e sensitivos (função especialmente característica do
homem) e os pés para mover-se na mesma direção, assim também esta capacidade fez
evolucionar o gosto, ao que podemos considerar como uma espécie de tato refinado que nos
permite reconhecer por seus sabores as diferentes substâncias, em sua relação de afinidade com
as substâncias que integram nosso organismo, distinguindo especialmente as que melhor podem
aproveitar-se neste como materiais de construção.
Os órgãos de geração tem uma manifesta afinidade como o tato e o gosto, prevalecendo o
primeiro dos dois (como expressão dos elementos masculinos fogo e ar, derivados do enxofre) no
órgão masculino, e o segundo (expressão análoga dos elementos femininos água e terra,
derivados do sal) no feminino.
Enquanto o sentido do olfato, ou seja a capacidade de reconhecer a natureza das substâncias
difundidas no ar, é um dos últimos na escala evolutiva, já que tem um desenvolvimento distinto
unicamente nos animais superiores, paralelamente com a função respiratória, e é provável que se
ache destinado a refinar-se, especialmente na espécie humana. A faculdade ativa que o
corresponde, a de emitir odor, é evidentemente a mesma função excretora relacionada
intimamente com a faculdade genésica, como aparece também naquelas plantas e alguns
animais (como o cervo e o almisqueiro) que a desenvolvem em forma mais atrativa, tanto que se
caçam para apossar-se de seu perfume.

A INTELIGÊNCIA

Por meio dos sentidos se desenvolve a inteligência (o sexto sentido ou "sentido interior",
chamado Buddhi na terminologia indica) que corresponde ao centro do Pentagrama, ou seja a
consciência individual e a faculdade de perceber e reproduzir interiormente os objetos da
sensação. Com sua Inteligência, e segundo o desenvolvimento da mesma, o homem chega a
conhecer mais ou menos intimamente todas aquelas coisas que por meio dos mesmos sentidos
se lhe revelam.
Os hindus fazem corresponder a cada órgão da sensação ou sentido exterior uma análoga
faculdade ou sentido interior, por meio do qual se efetua a percepção correspondente. Portanto
nossa mente pode representar-se por uma estrela de cinco pontas que indicam seus cinco
sentidos, enquanto ao centro permanece a consciência com sua tríplice faculdade de reconhecer
as percepções, reconhecer-se a si mesma e reconhecer as relações entre todas estas coisas.
Esta faculdade é a da inteligência em seus diferentes graus de desenvolvimento, que
caracterizam um diferente grau de elevação ou evolução sobre o reino animal.
Primeiro existe a simples faculdade de perceber por meio dos sentidos, as coisas exteriores
formando-se um "reflexo" interior que reproduz a sensação como percepção. Várias percepções
que se referem a um mesmo objeto se condensam em um local, ou seja na recepção interior das
mesmas como unidade, que origina a memória. Estes dois primeiros estados se produzem no
homem igual que nos animais.
Vem depois a faculdade de emitir conceitos concretos, reunindo-se ou sintetizando-se numa só
imagem interior vários locais da mesma natureza, ou que tem algo em comum entre eles. Assim,
por exemplo, depois de ver vários cavalos, se forma um único conceito geral do cavalo que não
corresponde a nenhum destes cavalos particulares, senão que os sintetiza e os compreende
todos em uma única idéia; o mesmo pode dizer-se de todas outras coisas. Esta faculdade é
própria do homem e tem sua expressão natural no linguajar articulado que manifesta as idéias e
que se diferencia portanto do linguajar não articulado dos animais que expressa unicamente as
impressões.
O mesmo linguajar mostra o desenvolvimento desta faculdade nas diferentes raças. Assim, por
exemplo, o fato de alguns povos tenham uma palavra para designar a vaca branca, outra para a
vaca negra e outra para a vaca de cor, sem ter uma só palavra genérica para designar a vaca,
mostra que lhes falta a idéia ou conceito geral de "vaca". Os povos intelectualmente mais
evoluídos o são também e sobre tudo na faculdade de expressar em seus idiomas conceitos e
idéias gerais, em preferência dos conceitos e idéias particulares, considerados como aspectos
daqueles. Isto explica também a natural prioridade do politeísmo sobre o monoteísmo, toda vez
que a imaginação predomine sobre a reflexão e a razão, e como aquele sempre prevalece entre
as massas populares, de uma forma ou de outra, e só uma exígua minoria pode chegar a formar
uma idéia mais universal da Divindade como sínteses preantimonica e Unidade Transcendente e
Absoluta do todo existente.
As primeiras duas destas faculdades, a percepção e a memória, são primordialmente
subconscientes, em que constituem a base necessária das faculdades propriamente conscientes.
A terceira, a imaginação ou concepção, constitui o laço de união e ponte, por assim dizer, entre a
consciência e a subconsciência: sua atividade caótica ou semi caótica nos sonhos e no estado de
hipnose, nos faz ver com toda claridade até onde pode chegar, toda vez que não seja regulada
pela consciência e dirigida pela razão.

A RAZÃO

A Inteligência se desenvolve e evolui com a faculdade de abstrair e generalizar, procedendo


constantemente do particular para o geral, da visão concreta a percepção abstrata, do símbolo a
realidade que nesta se revela, do domínio da forma ao da essência, e do fenômeno a sua causa,
ou seja do Ocidente ao Oriente simbólico.
Assim chegamos ao quarto e quinto graus que representam a evolução do poder intelectivo,
caracterizados respectivamente pela capacidade de conceber idéias gerais e abstratas. Por
exemplo, da idéia particular do cavalo e das outras idéias relativas a seres semelhantes,
evoluciona a idéia geral de "animal",e desta, a sua vez, a idéia abstrata da "vida", comum a todos
os seres manifestados, sem aplicar-se particularmente a nenhum deles.
Com esta faculdade de comparação e abstração, se acompanha a de formar juízos das coisas,
ou seja, a razão que diferencia a inteligência humana da inteligência puramente instintiva dos
animais.
Razão (do latim ratio) é uma palavra que tem originariamente vários sentidos, sendo entre eles
fundamental o de "divisão, parte ou medida" que implica exatidão e precisão, aplicando-se por
extensão àquela faculdade da inteligência por meio da qual apreciamos devidamente as coisas e
julgamos retamente delas e de suas recíprocas relações.

De acordo com a simbologia maçônica, a Razão vem a ser o esquadro ou norma que se une a
"faculdade compreensiva"da Inteligência, representada pelo compasso. A união perfeita destes
dois instrumentos ou faculdades conduz ao homem a Verdade, representada pela letra G que em
união com a estrela, se encontra entre o esquadro e o compasso.
A lógica é o caminho que nos conduz a essa Verdade, enquanto, por meio do silogismo ou união
dos dois discursos ou juízos, sacando dos mesmos uma determinada conclusão, forma aquela
cadeia ou concatenação inteligente que, como a cadeia de união de nossos templos, parte do
Ocidente simbólico para conduzir ao Oriente da Realidade, ou seja a uma perfeita compreensão
dos Princípios que governam as coisas visíveis.

A INTUIÇÃO

Sem dúvida, o poder da Inteligência e da Razão se acham constantemente relacionados com o


desenvolvimento da faculdade de abstração, sendo seus limites individuais os mesmos limites
alcançados no indivíduo por essa faculdade.
A aritmética e a geometria, sobre as quais o Companheiro há de exercitar-se com o auxilio da
lógica, se referem principalmente a disciplina das idéias abstratas e universais, só por meio das
quais podemos chegar ao relacionamento da Verdade que forma a meta de nossas aspirações
filosóficas.
Neste caminho e mediante seu exercício chegamos a um ponto no qual os instrumentos
ordinários da Inteligência cessa de servir-nos. Aqui muitos se desorientam, e vendo inúteis os
meios de que se serviram proveitosamente para alcançar este estado se retiram decepcionados,
na crença de que não é possível prosseguir adiante.
Efetivamente, todas as regras usadas até agora se confundem as línguas em certo ponto da
construção da Torre de Babel, de acordo com a lenda bíblica, já que é certo que nenhuma
medida humana pode alcançar e medir o infinito. Assim, se considera este limite, marcado pela
mesma Aritmética e a Geometria, como o non plus ultra do conhecimento humano, e se põe aqui
as barreiras entre o conhecível e o incognoscível.
Porém onde não chega a razão alcança o poder da Inteligência, a faculdade destinada no homem
a formar a mística escada que une a Terra com o Céu. uma nova faculdade tem que manifestar-
se e desenvolver-se aqui, constituindo o sexto grau na evolução da Inteligência: a faculdade da
intuição.Enquanto todos os esforços cumpridos até agora procedem de baixo para cima, a
Intuição vem de cima para baixo, como uma nova luz ou compreensão sintética e imediata, que
conduz a superar os limites fixados por Hércules da Inteligência Racional: discernindo esta Luz
pode assim lograr e estabelecer-se no sexto grau da mística escada, adquirindo uma nova
consciência da realidade de si mesmo e de todas as coisas.
Em outras palavras, o poente simbólico entre a Geometria e a Gnoses, significadas pela letra G,
pode e deve franquear-se por meio do Gênio individual, que nos guia neste caminho, e que Dante
em seu poema imortalizou como Beatriz, ou seja a intuição da Realidade Supra-sensível e por
onde beatífica, que guia ao homem aonde cessa o poder da Razão simbolizado por Virgílio, uma
vez que temos chegados com esta ao extremo limite que a Inteligência Racional pode alcançar.

AS CINCO ORDENS DE ARQUITETURA

As cinco ordens de arquitetura estudados pelos antigos construtores, caracterizados por suas
colunas, segundo aparecem na ilustração, podem servir como uma representação material dos
cinco estados da inteligência, dos que acabamos de falar.
Estas colunas se distinguem principalmente pelos capitais, ou seja por sua capacidade
sustentadoura do edifício mental que as coroa, na que se demonstra uma constante evolução, até
um limite que não pode superar-se sem destruir as Leis ou regras da Harmonia e da Beleza.
O Toscano e o Dórico - os dois mais sólidos e simples - mostram a Inteligência rudimentária
baseada sobre as percepções e a memória das mesmas, que o homem tem em comum com os
animais. O Jônico indica os conceitos concretos elaborados sobre os primeiros, o Coríntio e o
Composto, as idéias gerais e abstratas que provem das idéias mais particulares e concretas,
expressando respectivamente a imaginação, o juízo e a compreensão.
Enquanto o edifício simbólico, construído pelos esforços da Inteligência Individual, sua forma
afeta melhor a imagem da Pirâmide da qual já falamos, que apoia sua base tetragonal sobre a
observação do mundo fenomenico, e desde o estudo dos fatos, por meio dos quais chega a
formar-se seus conceitos, passa a inferir e reconhecer as Leis que os governam, e por estas os
Princípios fundamentais e primordiais, representados pelas ciências matemáticas, que nos
introduzem no domínio da Metafísica, quer dizer, na compreensão da Realidade Transcendente
simbolizada no ponto que constitui o Vértice da Pirâmide, o Oriente e a Origem primeira de toda
Verdade, como de toda Realidade.
A Pirâmide truncada, símbolo dos conhecimentos puramente fenomenicos.
A Torre de Babel, símbolo dos esforços mal dirigidos fenomenico.
Passamos assim desde o domínio das ciências naturais, que constituem a parte inferior da
Pirâmide da Gnose, ao das ciências físicas e matemáticas que informam sua parte média, e
destas as ciências metafísicas por meio da quais se constituem sua parte superior, e sem as
quais cairia truncada com a Torre de Babel, exemplo típico de toda construção que não se acha
dirigida pela Sabedoria que provem do conhecimento das Causas e do discernimento do Real.

O PENTAGRAMA

No podemos deixar o estudo simbólico do número cinco sem examinar também o pentágono que,
em união com estrela de cinco pontas ou pentagrama, o expressa geometricamente.
O pentagrama é uma figura muito usada pela Natureza em suas construções minerais e
orgânicas: tem face pentagonal várias espécies de cristais, e também afetam estas forma muitas
folhas e células vegetais e animais. A mesma rosa primitiva forma um pentágono, com suas cinco
pétalas, como podemos ver no símbolo da Rosa na Cruz.
A solidez do conjunto desta figura geométrica a fez também eleger mais de uma vez pelos
construtores de fortes, pois seus ângulos obtusos oferecem mais resistência que os de uma
construção quadrada.
A mesma Estrela Flamejante sai da sombra de um pentágono que a circunscreve e que
representa mui bem as forças latentes da Natureza e a região obscura da mente que constitui o
subconsciente na qual se destaca brilhante e luminosa, segundo expressa a pura luz da
Consciência.
Unindo-se dois ou três de seus vértices dividimos o pentágono, respectivamente, num triângulo e
um quadrilátero ou em três triângulos. A primeira figura mostra a união do ternário com o
quaternário e apresenta analogia com o avental maçônico; a segunda é outro emblema do
ternário ou trindade.

A SECÃO ÁUREA

A união do pentágono e do pentagrama tem também importância enquanto a proporção existente


entre o lado do pentágono e a linha que une seus vértices alternados (delimitando o pentagrama)
nos da com exatidão essa seção áurea, conhecida pela matemática desde os tempos mais
antigos, sobre a qual se fundava o cânon estético de várias civilizações, como aparece na
escultura e arquitetura tanto grega como egípcia, e nas obras dos grandes mestres do
renascimento.
Essa proporção constante, que a estrela de cinco pontas põem igualmente em evidência (sendo a
proporção da distância entre duas de suas pontas e cada uma das cinco linhas que servem para
traçá-la), se acha indicada matematicamente pela fórmula:

Ö 5 + 1 = 1,618
2
Tal proporção áurea é tal que, quando se divide uma linha segundo a mesma em duas partes
desiguais, corresponde a proporção entre estas, como a proporção entre a maior e a linha inteira.
Um corpo humano perfeito parece obedecer-lhe, sendo a seção áurea determinada, pelo que se
refere a altura, pelo umbigo; a mesma proporção pode observar-se, de diferente maneira, na
relação entre suas diferentes partes.
Daqui a importância que davam ao pentagrama, entre outros, os pitagóricos, sendo a estrela de
cinco pontas o emblema de sua escola (por meio do qual seus discípulos também acostumavam
reconhecer-se), e a importância que igualmente tem não só entre os arquitetos e artistas dos
séculos passados, senão também como emblema secreto das fraternidades construtoras de
todos os tempos, especialmente medievais, pois nesse símbolo esta escondido um dos mais
apreciados segredos da Arte.
E também na Arte Real da Vida, que deve ensinar-nos a Maçonaria moderna e futura, esta seção
e proporção áurea, que obedece a Lei do Pentagrama, nos indica a áurea medida e o justo meio
que devemos buscar em todas nossas atividades e relações, para que em nossa existência se
manifeste toda a Beleza e Harmonia que se encontra em seu Plano Divino.

O NÚMERO SEIS

Com seu ponto central, emblema da consciência e da faculdade da intuição que nasce no centro
da Inteligência, o pentagrama mostra o passo do número cinco ao número seis, nascendo este
número (como a sexta das cinco primeiros da mesma maneira que a vida nasce e evolui (a
semelhança da rosa disposta no meio da cruz) no reino dos quatro elementos que concorrem a
formar os corpos inorgânicos.
Com o número seis ingressamos, pois, no domínio da razão humana, ou seja da Inteligência que
atua sobre a base dos cinco sentidos e das cinco primeiras faculdades no uso de uma faculdade
superior, ou seja da Inteligência que atua sobre a base dos cinco sentidos e das cinco faculdades
no uso de uma faculdade superior a mesma razão, e que, a diferencia desta, se manifesta
diretamente desde o íntimo de nossa própria consciência.

6 G
Como emblema da inteligência limitada do homem e de sua bipolaridade que a converte
facilmente em escrava da ilusão dos sentidos, o número cinco que a representa, mostra a queda
do homem no poder de tal ilusão, aquela queda que se acha simbolizada na lenda da serpente
relatada no terceiro capítulo da Gêneses.

v i v h
Em contraposição, o número seis representa sua regeneração ou redenção, com o nascimento
nele, em manifestação ativa, de um princípio superior a sua inteligência ordinária, sobre a qual
não tem poder a ilusão ou tentação dos sentidos, adquirindo, com o desenvolvimento da tal
princípio, o discernimento entre o real e o ilusório, que o conduz a progredir constantemente na
senda da Verdade e da Virtude, libertando-se assim por completo do erro e do vício, de toda
escravidão exterior e do mal em todas suas formas.
Este número seis é a mesma letra G que se acha no Centro do Pentagrama. Também da forma
exterior dos dois signos o evidencia e não se pode dizer com segurança qual dos dois foi mais
original e primitivo; só deve notar-se que a cifra que nós usamos para o número seis num
princípio significou (e todavia significa na Índia, de onde se derivou) o número sete.
Podemos ver neste símbolo o arco evolutivo que une o ponto superior (imagem da Essência
Divina) com o círculo de sua própria manifestação para cima, estabelecendo-se numa disposição
receptiva (representada pela linha horizontal da letra G) para expressá-la ou refleti-la.
É igualmente digna de nota a semelhança que há entre a letra gama do alfabeto grego com a
cifra 6 do árabe e com a letra hebraica vo que também tem o valor numérico seis. Tal letra
representa mui bem um esquadro no que se unem uma perpendicular ao nível exatamente
segundo o significado que tem estes no grau de Companheiro.

O HEXAGRAMA

O estudo do número seis nos leva ao conhecimento do hexagrama ou estrela de seis pontas,
formada por dois triângulos entrelaçados, que constitui um símbolo familiar aos ocultistas,
geralmente conhecido sob o nome de Selo de Salomão ou "signo do Macrocosmo", em
contraposição com a estrela de cinco pontas, chamada pentagrama ou "signo do microcosmo".

<>
A estrela de cinco pontas, que acabamos de estudar se refere, pois, mais particularmente ao
homem, chamado microcosmo ou "mundo pequeno" pelos antigos filósofos, enquanto a de seis
pontas, que atualmente vamos considerar, é analogamente o símbolo do Universo, chamado
também Macrocosmo ou "grande mundo", sendo uma fiel representação se sua gêneses e
geometria.
Os dois triângulos se representam ordinariamente como branco ou vermelho o de cima e negro
ou azul o de baixo, indicando respectivamente a força ascendente e descendente, o principio
masculino ou ativo do enxofre, e o princípio feminino e passivo do sal, e as duas astes verticais,
dirigidas em sentidos opostos, que produzem a elevação centrifuga expressa pelo Fogo e o ar, e
a gravidade centrípeta manifesta especialmente na Água e na Terra.
Deste símbolo fundamental se derivam quatro signos para cada um dos quatro elementos:
O fogo se acha representado pelo triângulo ascendente do enxofre; o ar é o mesmo triângulo
cortado ou temperado pela linha horizontal da água, representada pelo triângulo com a ponta
para baixo, e a terra vem a ser água secada pela linha horizontal do fogo.

Entrelaçando uma suástica no meio dos dois triângulos, como aparece no gravado, se faz mais
evidente a relação dos dois Princípios, simbolizados pelos mesmos, com os quatro elementos.
Outra correlação do hexagrama com a cruz se acha representada no símbolo indicado a direita,
usado como emblema distintivo da Ordem Martinista.

O hexagrama expressa muito bem o princípio de analogia e correspondência universal formulado


no axioma hermético: "o que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é
como o que está em cima", representando neste caso os dois triângulos o mundo divino e mundo
material, enquanto que no centro dos dois a estrela vem a representar o mundo subjetivo ou
interior do homem, intermédio e veículo para a manifestação de um com o outro (1).
(1) Ver o "Manual do Aprendiz"para a descrição dos três mundos: Objetivo ou fenomenico,
Subjetivo ou interior, Divino ou transcendente.
Esta particularidade faz especialmente fácil sua construção geométrica, com o auxilio do
compasso, e por esta mesma razão pode subdividir-se em seis triângulos equiláteros, cujo angulo
chamado Sextil, é o angulo que se abre (ou deverá de abrir-se) o compasso, como emblema
maçônico, por ser esse ângulo um símbolo universal da Harmonia. Quando estes seis ângulos se
acham retos, essas mesmas três linhas cruzadas e perpendiculares indicaram as 6 direções do
espaço.
Também pode subdividir-se o hexágono segundo as duas linhas que constituem a base dos dois
triângulos do hexagrama, resultando assim o quadrilongo de nossas Lojas maçônicas,
compreendido entre dois triângulos.
O hexágono é uma figura muito usada na arquitetura, tanto pelo homem como pela Natureza,
sendo a figura harmônica por excelência, a que se produz mais naturalmente do círculo, como o
demonstram as mesmas células das colmeias. Por esta razão tomam esta forma, na arquitetura
orgânica, muitas células vegetais e animais; porém sobre tudo a obedecem os minerais; como
pode observar-se especialmente nos cristais e nos agregados moleculares.

O CUBO

O cubo se relaciona, por suas duas faces, com o número seis - o segundo entre os cinco sólidos
regulares -, que tanta importância tem no simbolismo maçônico por ser o único entre estes que,
pelo paralelismo e a retidão de suas faces, perpendiculares as seis direções do espaço, pode
utilmente aproveitar-se na construção
O Aprendiz, como o Companheiro, devem igualmente dirigir seus esforços para produzir ou por
em evidência aquele cubo perfeito, idêntico a pedra filosofal, por meio da qual se realiza o
Magistério, ou seja a perfeição individual, que conduz ao homem a um estado evolutivo mais
adiantado que o estado humano ordinário. Por esta razão, o cubo perfeito, ou seja a perfeição da
Grande Obra maçônica representa ao Mestre, melhor que ao Companheiro.
Sem dúvida, sendo esta perfeição cúbica um estado melhor isolado, com relação a humanidade
ordinária o Companheiro (em que se considere como ideal) se conformará em seu estado atual
com o que mais se adapta e melhor pode obter-se de sua pedra pessoal e limitada, aproveitando-
a em toda sua extensão; porém polindo todas as suas faces, para que venham lisas e paralelas e
possam ser assim da maior utilidade no Edifício Social ao que esta destinada e de onde tem que
encher uma função particular. Só quando seja inteiramente experto em seu trabalho, pode aspirar
a perfeição cúbica, que fará dele algo mais que um simples companheiro de seus irmãos.
Porem, sem dúvida, sempre representa o cubo o Ideal da perfeição humana, enquanto se
apresente com absoluta igualdade, retidão e paralelismo tetragonal nas três dimensões da vida
material, moral e espiritual, enquanto em geral a primeira, que corresponde a longitude, prevalece
no estado e atividade ordinários da humanidade.
A estas mesmas três dimensões se refere o uso de nossa "régua de vinte e quatro polegadas"
por meio da qual devem medir-se proporcionalmente a longitude, largura e altura da pedra,
segundo o lugar particular do edifício que tem que ocupar. A primeira deve ser suficiente para que
possa o indivíduo encher todas as obrigações inerentes a seu estado ou posição; a segunda deve
assegurar sua estabilidade, ao mesmo tempo que a do edifício em que se coloca; e a terceira
fazer com que seus esforços contribuam a elevar o meio em que se encontra segundo a elevação
que logra alcançar, buscando seu contato intimo e individual com a Suprema Realidade.
Enquanto ao número fixo de vinte e quatro polegadas, alusão evidente as vinte quatro horas do
dia, mostra que estas devem igualmente aproveitar-se segundo as mesmas dimensões da pedra,
dividindo oportunamente o tempo dedicado ao trabalho (longitude da pedra), ao descanso
(latitude) e o consagrado a cultura e a elevação espiritual, necessária para que a pedra individual
possa contribuir a sua própria elevação e a do edifício social.
Representando ao homem dentro de um cubo, podemos formar-mos uma idéia das três
dimensões nas quais a individualidade se desenvolve em sua atividade cotidiana: a longitude
corresponde ao alcance de suas mãos; a largura de seus pés, que asseguram a cada passo
estabilidade e equilíbrio, e a altura ao de sua cabeça, que mostra a elevação de sua visão.
O alcance de suas mãos determinará a qualidade e perfeição de seu trabalho e sua utilidade
como força construtora no meio em que atua; o alcance dos pés determinará seu progresso e a
efetividade e valor de seus esforços; o alcance da cabeça seu Ideal e a capacidade de realizá-lo.
Estendendo num mesmo plano as seis faces do cubo nos apresenta outra vez o símbolo da Cruz,
como perfeita medida da extensão do homem, ou seja de suas faculdades e poderes e de suas
capacidades ativas e realizadoras, indicadas pelas duas dimensões verticais, em união com a
horizontal.
O homem na cruz vem a ser, por conseguinte, aquele que realiza em si mesmo e em sua
existência cúbica perfeição, que, como temos dito, se identifica com o Magistério. É, pois, um
símbolo iniciático antiquíssimo e da maior importância, em que mui poucos o entendem em sua
verdadeira significação.

O TEMPLO MAÇONICO

O estudo do hexágono e do cubo nos conduz outra vez (1) ao templo simbólico de nossos
trabalhos em seu duplo aspecto de representação do Universo e do homem.
(1) Ver sobre este tema também o que temos dito no "Manual do Aprendiz".
Como o Universo aparece geralmente a nossa observação em forma esférica ou circular,
podemos pensar que esta forma seria muito mais adaptada para representá-lo. Efetivamente,
muitos Templos antigos são circulares ou se aproximam a tais ou melhor, como por exemplo,
vários hipogeus ou templos subterrâneos da Índia, assim escavados para representar o ovo de
Brahma, outro símbolo do mundo.
Também a cúpula hemisfério de muitas igrejas e catedrais é uma evidente alusão a abóbada
celeste e patenteia que esta simbólica representação foi o motivo dominante em todas as
construções deste gênero. Enquanto a forma de cruz das basílicas, tão pouco se distancia deste
simbolismo, por representar a mesma - os quatro braços da Divindade Criadora, por meio dos
quais o Universo se constrói.
No que se refere mais particularmente ao Templo Maçônico, cuja forma mais apropriada é a de
um duplo cubo, representa uma quadratura do Universo, da mesma maneira que na pedra cúbica
representa ao homem, exatamente como um planisfério simboliza perfeitamente o globo terrestre
e a disposição respectiva das terras e dos mares.
Mais ainda, podemos dizer que o pavimento da Loja corresponde exatamente ao planisfério,
enquanto indica a superfície da terra. Seguindo esta analogia se considerou dito pavimento como
uma perfeita imagem geográfica do mundo conhecido pelos antigos, quer dizer, o mundo circum-
mediterraneo, pondo-se as duas colunas sobre o estreito de Gibraltar, exatamente onde teriam
que estar as de Hércules. Grécia teria assim o lugar privilegiada da área (talvez disputando-o com
a Itália Meridional ou Magna Grécia) e a Síria, com os países que rodeiam ao Oriente.
Porém dita representação não é menos interessante e simbólica se tomar-mos o planisfério
inteiro, pondo as duas colunas no extremo ocidente, sobre as duas Américas e a área no Egito ou
na Síria, origem de nossos mistérios. Enquanto ao Oriente, se acha compreendido entre
Austrália, China, Japão e o Oceano Pacífico.
Analogamente, o teto da Loja é uma representação da abóbada estrelada do Céu, como o
demonstram os doze signos zodiacais representados nos dois lados Norte e Sul, sobre outras
tantas colunas. Estas colunas, que unem a terra com o céu na Arquitetura Cósmica, são
emblemáticas dos doze tipos zodiacais, por meio dos quais, no ser do homem se realiza esta
união.
Assim, pois, enquanto o pavimento da Loja representa a superfície do globo terrestre e seu teto a
da esfera côncava do céu, suas paredes estão formadas pelos mesmos maçons. As simbólicas
colunas que sustentam o Templo e que se apoiam, com seus embasamentos, sobre a terra da
vida material, enquanto seus capitéis se levantam livres no céu, representam o titânico esforço do
iniciado convertido em Obreiro da Inteligência Universal, para compreender e realizar seus planos
sobre a terra.

O TEMPLO DA VIDA

O Templo Maçônico não é simplesmente uma imagem do Universo, senão também uma
representação do Templo da Vida Individual, que cada um de nós, por seus esforços, levanta em
si mesmo para a glória ou expressão do Supremo Princípio ou Grande Arquiteto.
Esta glória do Grande Arquiteto, que cada Maçom deve esforçar-se constantemente em encarnar,
é outro significado da letra G, não menos importante que os sete sentidos de que temos falado ao
interpretar o significado da cerimônia de recepção.
E nos conduz mui próximo da interpretação que os maçons anglosaxões dão a esta mesma letra,
quer dizer God ou Deus.
Nós somos outras tantas manifestações da Vida Divina, que busca constantemente uma sempre
mais perfeita expressão de si mesma em nossa consciência e personalidade, em tudo o que
somos e fazemos. Por esta razão, toda nossa vida e atividade é um esforço construtor que, uma
vez bem dirigido, se resolve num conjunto harmônico que revela uma arquitetura particular, que
bem pode chamar-se Templo, individualmente levantado a Glória do Divino Princípio que mora
"nos céus" de nosso ser, e do que somos ao mesmo tempo construtores, sacerdotes e devotos.
Esta alegoria que considera ao ser humano e a sua vida e atividade como um Templo, é
antiquíssima. Encontramos particulares referências sobre a mesma nos Evangelhos, cujo
conjunto pode considerar-se como a mais explícita declaração de tudo o que se acha expressado,
em forma mais obscura e de difícil interpretação, nos livros do Antigo Testamento, e nas Escritura
de outras religiões, já que todas indistintamente tem um valor simbólico.
Jesus fala muitas vezes de seu corpo como de um Templo, e promete reconstrui-lo em três dias
depois de sua destruição, São Paulo faz referência a esse mesmo Templo em sua primeira
epistola aos Corintios (3-16) nos termos seguintes: "Não sabeis que sois o Templo de Deus, e
que o Espírito de Deus mora em vós?".
Tal palavras mostram como este simbolismo do Templo, considerando como tal ao homem
mesmo, devia ser então bastante conhecido e difundido, e é de crer que São Paulo falou dele a
iniciados, melhor que aos profanos, como de coisas que eles podiam entender perfeitamente.
Reconhece pois o Companheiro esta gloriosa qualidade de sua vida individual que, qualquer que
seja sua aparência exterior, nunca pode chegar a ser indigna ou mesquinha, uma vez que a
reconheça como direta expressão do Único Princípio do Universo Estrutura do Cosmo, como o é
também, em diferentes graus, a vida de toda coisa e de todo ser.

OS CINCO PRINCÍPIOS DO HOMEM


O estudo que de nós mesmos devemos fazer em nosso grau de Companheiros nos conduz a
reconhecer em nós cinco princípios distintos que concorrem a formar a complexa Arquitetura de
nosso ser.
Estes cinco princípios construtivos do homem podem muito bem simbolizar-se nas três partes
constitutivas de toda coluna: base, fuste e capitel, e o pedestal e a arquitrave ou cornijamento que
completam a arquitetura de um edifício.
Começando de baixo acima, o pedestal que se apoia sobre a terra da vida material, representa
evidentemente nosso corpo físico visível, a manifestação exterior ou cortical de nosso ser, por
meio do qual nos consideramos como seres orgânicos, dotados de vida e de razão.
A base que descansa sobre aquela aparece como um simples duplo ou duplicado do corpo, feito
de maneira que pode sustentar o fuste da coluna que constitui a expressão personal de nossa
individualidade inteligente. A base corresponde, portanto, ao duplo do corpo ou "alma sensível",
chamado também corpo astral pelos teósofos e ocultistas e periespirito pelos espiritas.
Enquanto o corpo é o órgão da ação, a Alma sensível é o instrumento interior da sensação e da
emoção que recebe e transforma em sensações as impressões exteriores e reflete em emoção
ou "movimento interior"todo impulso ativo e evolutivo.
O fuste da Coluna constitui com razão a parte mais desenvolvida no edifício de nossa arquitetura
individual por ser a que no estado evolutivo humano predomina por sua importância e valor.
Representa, pois nossa Mente ou Inteligência, assento da individualidade e origem da
personalidade, ou seja o princípio presente, no que vivemos nossa vida interior, elaborando ou
preparando no mesmo os planos de nossa atividade ou construção externa.
Nosso "eu" é o oco central da Coluna, que tem que ser individualmente perfurado em toda a
extensão da mesma, para que possa estabelecer aquela perfeita comunicação de cima abaixo e
de baixo acima que caracteriza a evolução superior do homem, e faz do fuste da coluna a
verdadeira Arvore da Vida do que nos fala simbolicamente o Gêneses, e sobre o qual nos
reservamos dizer algo mais noutro volume desta série. (1)
(1). V. o Man. do Mestre Secreto e do Cavaleiro Rosacruz.
Efetivamente, a Coluna Individual do iniciado deve ser oca, e neste se distingue das colunas
profanas nas que predomina a inércia obscura e subconsciente de sua massa material. Por meio
dos toques, pode o Maçom assegurar-se desta qualidade interior que produz uma ressonância
correspondente, com a que se distingue ao iniciado do profano, incapaz de "ressoar" ou
responder ao toque simbólico da Verdade.
Quanto melhor e mais desbloqueado seja o oco interior, melhor será em correspondência a
qualidade do metal em que se transforma a pedra, e mais clara e harmônica a ressonância
emitida. Porque a verdadeira coluna do Companheiro é metálica, e precisamente de bronze (o
metal que melhor conserva sua pureza interior), e não de pedra, como a do Aprendiz.
Sobre toda coluna deve haver, ademais, um capitel, de uma qualquer das cinco ordens, devendo,
naturalmente, o fuste da coluna estar em harmonia com o tipo de capitel que se acha destinado a
suportar. O capitel corresponde, por conseqüência, ao princípio que coroa transcendendo e
completando nossa Inteligência ordinária manifestando-se nesta como a luz da Intuição.
Este Princípio, que corresponde ao Nous platônico e ao Daimon socrático, é nossa Alma
Espiritual, origem do Gênio individual que o Companheiro deve esforçar-se em buscar em sua
última viagem e que determina a beleza e perfeição do capitel da coluna e da ordem ou grau
evolutivo ao que pertence.
Dito princípio é o "Cristos" ou "Crestos" dos iniciados gnósticos, do que nos fala São Paulo como
algo que há de crescer e manifestar-se individualmente em nós, fazendo-nos (com seu batismo
do Fogo e do Espírito Santo) cristãos no sentido iniciático da Palavra. Por meio do mesmo nos
relacionar-mos com o arquitrave, ou seja o Espírito, ou Príncipio Universal da Vida, ou Quinto e
Supremo Príncipio impessoal do homem, do qual sua Coluna individual há de ser uma sempre
mais clara, perfeita e gloriosa expressão.

NOSSA ARQUITETURA INDIVIDUAL

A Vida em si mesma (a vida orgânica em suas diferentes manifestações) pode e deve considerar-
se como uma imensa Obra de Construção, que continuamente se levanta sobre a matéria bruta
ou inerte, com a cooperação de todas as inteligências, de que todos os seres conscientes ou
inconscientes, cada um dos quais busca uma expressão apropriada a sua natureza interior que
deve elevar-se constantemente, na mesma medida desta.
O Universo é uma imensa construção na que infinidade de obreiros trabalham sob as ordens e
seguindo os planos de um mesmo Grande Arquiteto.
Nossa arquitetura orgânica é uma expressão particular desta Obra Construtora que se manifesta
universalmente, segundo os mesmos princípios, nas formas mais diferentes da vida vegetal,
animal e humana, em distintas raças ou ordens apropriadas para as distintas categorias de seres.
Nossa arquitetura vital se distingue da dos animais, com os quais oferece mais pontos de contato
por sua posição vertical, que também a acerca a dos vegetais, pois como nestes, o progresso ou
crescimento individual procede verticalmente, ou seja em sentido oposto a força da gravidade da
terra, por que se refere a constituição e ao crescimento material; e a lei de gravidade dos
instintos, erros, vícios e paixões, enquanto a constituição moral e ao crescimento espiritual.
Assim como as plantas crescem e se elevam na direção do zênite, assim também nos devemos
crescer e elevar-nos segundo nosso zênite espiritual. O prumo é assim um dos utensílios
indispensáveis na arquitetura individual, pois sem ele, ou seja sem o Ideal elevado sobre o qual
fixar nossa mira, a construção não ficaria a prumo, curvando-se até a mais estrita obediência e
passiva escravidão aos instintos, paixões e necessidades materiais que caracterizam aos
animais.
A diferença deste, que são como plantas que se libertaram da imobilidade vegetal - pois o
impulso fundamental da vida vegetal é para o crescimento e a expansão, enquanto nos animais
se aumenta a dupla capacidade de sentir e mover-se - para dirigir-se horizontalmente levando
para adiante a cabeça que corresponde as "raízes" vegetais, o homem se volta novamente a
linha vertical, porém como uma planta invertida, elevando para cima a raiz que, como centro
unificador e diretor da existência individual, se transformou em "cabeça".
E assim como a planta tem que sustentar constantemente o esforço de seu crescimento por uma
continua produção interior de novas camadas concêntricas e a paralela extensão de seus ramos
em suficiente amplitude, assim também nosso crescimento individual se faz efetivo na medida em
que chegamos a realizar nossos ideais e manifestá-lo na vida, por meio da mais fecunda
atividade de todas as nossas faculdades produtivas.
Desta maneira, por seus próprios esforços ativos nossa construção orgânica e moral cresce e
alcança a suficiente amplitude, que lhe permite elevar-se alcançando o nível que corresponde a
efetividade de tais esforços.
Nossa Arquitetura Individual é, pois, uma construção complexa que se exerce igualmente no
campo da matéria orgânica, onde tem seu pedestal e na estrutura interior onde tem seu fuste
para elevar-se para o céu que constitui o zênite de todos os esforços e aspirações: crescemos na
medida da elevação destas e da efetividade daqueles, cooperando com a natureza exterior e com
as Leis de nossa estrutura orgânica e espiritual para que o Templo que levantamos diariamente
seja digno e perfeita expressão do Espírito que em nos mora para fazer manifesta sua Glória.

OS INSTRUMENTOS DA CONSTRUÇÃO

Para toda construção se necessita de instrumentos adequados. Sem dúvida, dado o caráter
especial de nossa arquitetura individual, tal instrumentos se buscam, como nos ensina, no interior
da mesma. Efetivamente, as colunas de bronze que caracterizam o grau de Companheiro, estão
ocas para conter os instrumentos da construção e guarda-los junto com o salário que constitui a
recompensa de seus esforços. Portanto, tampouco a recompensa ou salário deve buscar-se no
resultado exterior, senão melhor que aquele crescimento interior, a raiz da qual o resultado
exterior tem que amadurecer inevitavelmente, como o fruto no ramo quando chega a estação
oportuna.
Estes instrumentos são os mesmos que adquiriu o Companheiro, o conhecimento e o uso, no
curso de suas viagens, instrumentos mentais e espirituais que só podem encontrar-se e
desenvolver-se no oco de sua coluna individual. Ao malho, o cinzel, a régua, a alavanca, o
compasso e o esquadro só se agregar o prumo e o nível, dos quais já temos aprendido a
simbólica função, além disso uma trolha, uma espada, uma prancheta para traçar e uma corda
com nós. Um total de doze instrumentos ou faculdades cuidadosamente guardados no interior
das colunas, como o verdadeiro tesouro individual do Obreiro.
A trolha é o instrumento construtor que o obreiro perfeito terá constantemente em sua mão direita,
como o objeto de fixar ou estabelecer em seu lugar definitivo, por meio de cimento ou argamassa,
as pedras elegidas e oportunamente elaboradas para a construção, depois de haver-se
assegurado (com o auxilio do prumo e do nível) que sua disposição seja justa e perfeita.
Representa, portanto, o espírito de união e solidariedade e aquela benevolência iluminada, com
os quais teremos que fixar as pedras do simbólico edifício que levantamos por meio de nossos
esforços individuais e coletivos. Espírito que se faz tanto mais necessário quanto menos perfeitas
são as pedras ou materiais com os que temos que contar para a construção.
Enquanto a espada, se trata da arma de vigilância por cujo meio o Iniciado tem que defender-se
de toda intrusão violenta do mundo profano nos augustos trabalhos da Ordem. Este instrumento
deve ter-se com a mão esquerda, por achar-se a direita ocupada constantemente com a trolha no
labor ativa da construção; além disso, a mão esquerda simboliza a faculdade passiva do
pensamento, com a qual unicamente pode relacionar-se o uso maçônico de uma arma que
poderia aparecer fora de seu lugar numa Instituição eminentemente pacífica como a Maçonaria.
Também a espada é para o maçom uma faculdade, indicando seu discernimento, ou seja, a
capacidade de penetrar dentro das aparências e reconhecer a Realidade, o coração e a natureza
mais íntima e profunda de todas as coisas. É o pensamento iluminado e o Poder da Verdade,
com o que se vence, se destroi e se dissolve a ilusão em cada um de seus aspectos; é o místico
instrumento que tem sido dado em sua quinta viagem, enquanto contemplava a Estrela da
Individualidade, diante do qual todo fantasma e toda sombra desaparecem como por encanto.
A prancheta para traçar é um utensílio em cujo uso se revela o Mestre, e com o qual traça os
planos da Construção. Sem dúvida, o Companheiro deve conhecê-lo e adestrar-se no uso que lhe
corresponde, pois só assim se fará capaz de interpretar esses planos e cooperar com inteligência
a sua realização; em que sem chegar a dominá-la completamente, deve exercitar-se nos
princípios daquela Geometria que explica a gênesis individual e universal, desenvolvendo o Gênio
iniciático que conduz a sublimidade da Gnoses. E isto não pode fazer-se sem a prancheta
simbólica que, por sua natureza delicada, deve guardar com especial cuidado no tesouro de seus
instrumentos ou potencialidades latentes.
Finalmente, a corda com os nós, tem, como o círculo mágico, a dupla função de isolar aos
Iniciados das influencias profanas e de estreitar mais intimamente o laço de união invisível
exteriormente que os une no interior, por meio de seus mesmos ideais e aspirações.
Perfeitamente tensa, serve ademais aos maçons para assegurar a retidão das paredes de sua
simbólica construção.
Porém em seu significado mais verdadeiro e profundo, representa nossa própria consciência
interior, ou seja a capacidade de relacionar todas as imagens e concepções mentais, as idéias
interiores e as percepções exteriores, o mundo dos sentidos com o domínio da Suprema
Realidade, nossa própria personalidade com a Individualidade que na mesma se expressa, o que
permanece eternamente com o que constantemente aparece.
É algo assim como o "fio de Ariadne" da Intuição que nos da o sentido da Unidade, nos põe em
harmonia com o Plano Divino, e nos permite dirigir justamente todos nossos passos no labirinto
da vida, fazendo ao mesmo tempo harmônica e feliz construção da existência.

AS TRÊS JANELAS

Enquanto o Templo não tem no grau de Aprendiz nenhuma janela, significando-se com isto que a
luz ha de se buscar unicamente no interior, o companheiro reconhece e utiliza no mesmo três
janelas que se abrem respectivamente ao Oriente, ao Ocidente e ao Meio dia e servem, segundo
nos diz, para iluminar aos obreiros quando vêem ao trabalho, enquanto trabalham e quando se
retiram.
Estas janelas se referem, evidentemente, a Luz que o Companheiro, depois de havê-la buscado
em seu foro interno em seu estado de Aprendiz, se acha agora em grau de perceber, e as novas
capacidades intelectivas que se desenvolveram nele, e que o permitem agora sentar-se na região
clara do Sul, podendo suportar a plena luz do Sol e julgar as coisas com maior profundidade.
A janela do Oriente representa seu conhecimento metafísico da Realidade do universo e dos
Princípios e Leis que o governam, constituindo o fundamento geométrico-genético da "realidade
objetiva". Esta se percebe e reconhece pela janela do Ocidente, símbolo da ciência física, do
conhecimento e da experiência exterior das coisas. Enquanto a janela do Meio-dia, se refere,
como é evidente, a seu próprio mundo interior, a sua consciência e inteligência, por meio das
quais trabalha, elaborando e relacionando interiormente os materiais e conhecimentos obtidos do
exterior em harmonia com os planos (Princípios e Leis) reconhecidos através da janela do
Oriente.
As três janelas denotam, por conseqüência, três distintos gêneros de experiência que podem
considerar-se como três mundos distintos: o Mundo Divino, ou experiência da realidade
transcendente, o Mundo Interior ou experiência da realidade subjetiva, e o Mundo Exterior ou
experiência da realidade objetiva, segundo os quais o Companheiro tem que Orientar o Templo
de sua vida individual, para que seja constantemente iluminado em seus três lados ou gêneros de
atividade, quando ingressa no Templo, enquanto trabalha nele, e quando se retira.
O ingresso no Templo corresponde, pois, a capacidade de abstrair-se das coisas e imagens
exteriores, concentrando sua atenção na Realidade Transcendente que constitui o Mundo Divino.
A janela através da qual se percebe esta simbólica Luz do Oriente, ou seja, da origem das coisas,
se acha dentro de nos mesmo "eu", ao Oriente ou origem de nossa vida e de nosso ser. A
percepção desta Luz, ou seja o impulso vital de nosso Ser Espiritual, é a que marca ou assinala o
início da atividade maçônica.
O trabalho é a mesma atividade interior de nossa Inteligência, iluminada pelo desenvolvimento
(Meio dia) de suas faculdades mentais: a lógica e a memória, a percepção e o juízo, a
compreensão e o discernimento, relacionando os Princípios com suas expressões visíveis e as
Causas com os Efeitos. E quando o sol se acerca ao Ocidente, que dizer, quando a Realidade
nos apresenta unicamente em sua aparência exterior, é quando saímos de nosso íntimo
Santuário, para enfrentar-mos com o mundo da matéria.
As horas que transcorrem entre o meio dia e o por do sol, são portanto as que caracterizam o
mais proveitoso e fecundo trabalho do Companheiro, quando podem colocar-se em seus lugares
os materiais preparados pelos Aprendizes nas horas da manhã. Ou seja, simbolicamente, tirar
proveito das luzes, experiências e conhecimentos adquiridos, aplicando-os construtivamente.
Neste trabalho se esforça o Companheiro em "ajudar os Mestres", posto que até que não haja
adquirido a capacidade de sentar-se ao Oriente, estabelecendo-se no estado de consciência
superior que caracteriza o Magistério, deve forçosamente limitar-se a aplicação dos planos ou
ensinamentos que recebe, empenhando-se por meio das mesmas em alcançar a perfeição. E se
dedica a esta tarefa com alegria fervor e liberdade, caracterizando esta atitude mental todo
esforço efetivo sobre a senda do Progresso.

AS LETRAS DO ALFABETO

Há as cinco primeiras letras do alfabeto, estudadas pelo Aprendiz, o Companheiro se acha em


condição de agregar as sete seguintes que se referem mais particularmente a simbologia seu
grau. A sexta letra do alfabeto latino não tem seu correspondente no grego clássico, em que o
teve no primitivo, fazendo-se conservado na numeração com o nome de digama. Sua forma é de
um duplo esquadro (ou "duplo gama", como o diz a palavra grega); por esta razão se refere mais
especialmente ao segundo grau e, em relação com a letra precedente, indica os dois passos que
o Companheiro tem que aumentar a marcha do primeiro grau, para indicar seu progresso com
respeito ao Aprendiz.
A letra hebraica vau que lhe corresponde, com o valor fonético de ú, ou v, significa "unha, garra,
gancho", e mostra (como temos dito a propósito do tetragrama) o Verbo ou Terceiro elemento
primordial (o Mercúrio derivado do Enxofre e do Sal) que reproduz a Unidade Fundamental e a
faz fecunda e criadora. Ademais se relaciona com o número 6 e com o hexagrama.
Da letra G já temos falado amplamente; no alfabeto latino é uma manifesta modificação da letra C
(1). Porém sua forma mostra uma inegável relação (em que não de origem) com a letra grega
theta, e a correspondente hebraica e fenícia, que ocupa o nono lugar em tais alfabetos,
representando, respectivamente, o hieróglifo do Sal e a cruz no círculo, que dizer, o mundo
manifestado nos limites do espaço.
(1) No primitivo alfabeto latino a letra C tinha o mesmo valor do grego gamma e do fenício guimel,
ou seja, de G. Porém, confundindo-se os dois sons guturais, se usou com freqüência em lugar de
K, até que o substituiu completamente. Então, para distinguir a gutural sonora da tênue, se
modificou essa letra e se pôs em lugar da Z que já não se usava. Reintroduzida esta última, para
transcrever palavras gregas (junto com X e Y), se pôs ao final do alfabeto, como esta atualmente.
O lugar da letra G se acha ocupado em grego e fenício pela Z e em hebraico pela letra
correspondente zain. Esta última tem o nome de arma e a forma particular de uma espada
flamígera, da qual pode muito bem haver-se derivado nossa cifra para o número sete; nesta cifra,
assim como na letra Z podemos ver uma imagem dos últimos passos do Companheiro.
A oitava letra, H, nos da uma imagem bastante clara das duas colunas com o nível que
representa o simbólico passe de uma a outra. Em seu nome hebraico e fenício significa também
"sebe, recinto", levando a nossa mente a representação de um Templo formado por dois
esquadros e o hieróglifo da Loja, como especialmente o evidencia a forma fenícia da letra.
A nona letra latina corresponde a décima nos demais alfabetos a nossa cifra 1 (assim como o alef
árabe) com o significado de Unidade em geral e Príncipio Criador em particular. Representa
também a unidade de consciência ou seja nosso eu, do que tem o valor na língua inglesa: em sua
forma minúscula (i) pode ver-se o Princípio Divino em nós, representado pelo ponto, que se acha
separado em nossa consciência ordinária, enquanto a formula maiúscula (I) mostra a perfeita
união do "eu" inferior com o "eu" superior, ou seja, da individualidade com a personalidade, que
se alcança com o Magistério. Recorde-se a este propósito o que temos dito com referência ao
oco das colunas, com o qual este símbolo tem manifesta relação.
Seu nome hebraico significa "mão", particularmente uma mão levantada, correspondendo ao
Princípio Divino ou Ideal, inspirador e criador da vida, signo de reconhecimento do Iniciado em
geral e do Companheiro em particular.
Enquanto a décima letra latina (J), derivada da precedente, acentua ainda mais com sua cauda
de expressão da individualidade na personalidade, que corresponde a sua parte inferior. Também
pode representar a alavanca que em união com a régua, indicada pela letra I, leva o
Companheiro em sua terceira viagem.
A décima primeira letra (K) mostra a união da régua e do esquadro aprendida pelo mesmo
Companheiro em sua quarta viagem, por meio da qual se realiza uma reta elevação ou perfeita
edificação. Seu nome hebraico significa "palma" da mão, referindo-se mais particularmente a
posição da mão direita no signo do Companheiro.
A mesma referência a respeito da disposição das duas mãos neste signo podemos vê-la na forma
hebraica da décima segunda letra, cujo nome tem o significado de "aguilhão" e representa o
estimulo ou incentivo ideal do Iniciado que o impulsiona a progredir na forma indicada.
Finalmente, a letra L em sua forma latina, grega e fenícia representa, respectivamente, um
esquadro e um compasso, os dois instrumentos por meio dos quais se efetua o traspasse ou
exaltação ao terceiro grau maçônico.

Quarta parte

APLICAÇÃO MORAL E OPERATIVA DA DOUTRINA SIMBOLICA DESTE GRAU


O grau de Companheiro é um grau essencialmente operativo enquanto se refere a Religião do
Trabalho, de uma maneira mais especial que os outros graus, indicando a necessidade daquele
para todo o ser humano, como condição indispensável e meio de seu progresso.
O Aprendiz tem que aprender com o fim de efetuar um trabalho útil, efetivo e construtivo. Só
quando sabe trabalhar pode esperar que se lhe admita no segundo grau e se lhe reconheça como
Obreiro do Progresso e da Liberdade e portanto companheiro de todos os que, como ele,
trabalham pela Glória do Grande Arquiteto, ou seja em harmonia com seus planos (os que se
esforçam reconhecer intimamente) para levar a cabo a Grande Obra de Construção Individual e
Social que constitui o objeto de nossa Ordem.
Os Maçons não são, pois, filósofos que se perdem em absurdas investigações, e em estéreis
utopias: para o verdadeiro maçom, todo estudo deve ter um fim efetivamente prático e
construtivo, todo Ideal um valor vital e operativo que deve realizar-se com sua aplicação. Este
esforço de aplicar e realizar o Ideal na vida prática é a característica e o objeto fundamental do
grau de Companheiro, como mostra seu próprio signo de reconhecimento.
Nunca se converterá o Companheiro em Mestre, no verdadeiro sentido da palavra, até que não
se haja feito digno deste trabalho, como resultado de sua atividade e de seus estudos, fazendo
adquirido a experiência e as capacidades que só podem conduzi-lo para adiante e fazer dele algo
mais que um companheiro: o primeiro entre seus semelhantes, que sabe instrui-los e dirigi-los por
sua compreensão mais profunda e elevada.

A RELIGIÃO DO TRABALHO
O Maçom deve considerar o trabalho de uma maneira completamente diferente de como o
considera o homem vulgar: para este o trabalho é uma necessidade e quase uma escravidão, um
jugo que pesa sobre ele pela força das circunstâncias, ao que deve sujeitar-se para viver.
Enquanto o homem ordinário trabalha para viver escravo de suas necessidades e de seus
desejos, o Maçom deve viver para trabalhar, que dizer, para fazer uma obra ou um labor,
expressando o Ideal que faz dele um artista diferenciando-lhe do artífice.
O espírito com o qual o homem ordinário considera o trabalho se acha pois, expresso na
maldição bíblica: "Do suor de seu rosto comerás o pão". Esta maldição, personificada
simbolicamente na Bíblia, quando se interpreta com o esquadro da Razão e o compasso da
Compreensão representa simplesmente a voz ou expressão impessoal da lei sob cujo o efeito ou
causalidade se coloca o homem por si mesmo, escolhendo trabalhar como escravo da Ilusão
exterior para satisfazer seus instintos, necessidades, desejos e paixões, a raiz de sua
desobediência a voz da Realidade, a única que pode indicar-lhe a senda da Liberdade.
Longe de ser uma maldição, o trabalho é para o Maçom o primeiro e fundamental objeto da
existência terrena, fonte de todos os Bens e de todas as Bem-dizeres. O avental branco que se
usa, como distintivo de sua qualidade, representa o novo espirito com o qual deve dedicar-se a
seu próprio trabalho ou atividade, na qualidade de Obreiro da Inteligência Universal, com a que
tem o privilégio e a honra de cooperar, interpretando e realizando seus planos na medida de sua
compreensão e habilidade.
Estes planos são as idéias ou Ideais Construtores que se manifestam em sua Inteligência para
realizar-se em sua vida, e, segundo adquire a capacidade de expressá-los, se liberta
automaticamente de toda escravidão exterior, por ser a verdadeira Liberdade, obediência ao que
de mais elevado há em nossa alma e em nosso ser. O homem é, pois, escravo, segundo obedece
a seus impulsos inferiores e a ilusão exterior; e se faz livre em proporção com sua capacidade de
elevar-se sobre os primeiros por meio da Virtude, e sobre a segunda por meio da Verdade.
A cor branca do avental é um símbolo da pureza das intenções com os quais se predispõem a
Obra, já não com o único fim de satisfazer seu egoísmo ou suas necessidades, ou seja mirando a
utilidade pessoal que pode sacar de sua atividade, senão principalmente com o objeto de buscar
a glória ou expressão da mesma Inteligência construtora, ou Grande Arquiteto do Universo em
sua própria atividade, qualquer que seja. Este intento superior, expresso pelo branco, é o que
caracteriza ao Maçom e o diferencia do profano.
A qualidade de Maçom não se adquire, pois, por meio de um reconhecimento exterior, pagando
determinados direitos e sofrendo determinadas cerimonias, ou pertencendo fielmente a
determinado Corpo ou Obediência. Este é só o símbolo do Maçom. Enquanto a qualidade
verdadeira ha de ser individualmente realizada com seus próprios esforços por cada Maçom,
aplicando as qualidades exteriormente recebidas ou reconhecidas. Por conseqüência, o homem
que obra maçonicamente, conformando-se com sua vida e atividade aos mesmos Princípios e
Ideais que a Maçonaria ensina simbolicamente a seus adeptos, é muito mais digno do apelativo
de Maçom, em que nunca foi exteriormente iniciado ou recebido em nossa Instituição, que aquele
que limita dita dignidade ao nome e a uma observância puramente formais.
"Nobreza Obrigada". Cumpra, pois, seu dever, todo Maçom que quer ser digno deste nome e
cuide de exaltá-lo e enobrecê-lo constantemente em sua atividade e em sua vida.

NOSSA ARTE: SACERDOTAL E REAL


Conheça o Maçom o caráter sacerdotal e real de sua Arte, aquela Ars Régia, da qual os mesmos
reis podem vangloriar-se de ser adeptos, por quanto constitui talvez o maior lustre e o melhor
distintivo da verdadeira realeza. Saiba o Maçom que esta qualidade, bem entendida e realizada, o
faz "igual aos reis " um verdadeiro Melquizedeque ou Rei de Justiça, "sacerdote do Altíssimo", o
seja Iniciado e Ministro do Poder Supremo (1).
(1) Veja as referencias a este Bíblico personagem, no Gêneses XV, 17-20, Salmo CX, 4 e
Hebreus V,VI,VII.
Em que na época atual o triunfo dos ideais democráticos haja relegado a condição de rei a um
puro formalismo exterior, ou simples relíquia do passado, a qualidade real que se encerra em tal
nome, uma vez seja individualmente realizada, será sempre o privilégio mais apreciável e a
característica de toda Individualidade Superior.
Rei é pois, quem rege, ou seja o contrário de escravo. Reger é dominar, "exercer autoridade e
domínio", autoridade e domínio que hão de ser retos, justos e perfeitos, ou seja o domínio do
superior sobre o inferior. As palavras regra e retitude tem mesma etimologia que rei: reinar é pois
obrar retamente, ou seja conforme a uma regra superior. O atributo zedeck "justiça, retitude"
agregado ao hebraico melek "rei" para formar o nome de Melquezideck, significa "o Rei por
excelência" enquanto tal qualidade o caracteriza como tal.
É interessante também notar que se agrega o título de Rei de Salem, quer dizer: "Rei de
Integridade, Paz e Perfeição", qualidades estas que encarna o verdadeiro Adepto da Arte Real,
sacerdote ou ministro da Suprema Realidade.
Cada um de nós, cada Maçom e cada homem, pode ser, por própria eleição, rei ou escravo em
seu próprio domínio individual, segundo conforme sua conduta a Regra da Retitude, convertendo-
se em sacerdote do mais elevado Ideal que intimamente se revela e que tem o poder de levar em
sua vida o reino da justiça, da paz e da perfeição.
A este mesmo reino individual se refere Jesus quando nos disse, em seu Sermão da Montanha
(Mateus VI, 24-33):
"Ninguém pode servir a dois senhores; Com efeito, ou odiará a um e amará o outro, ou se
apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus (a Realidade) e a
Mammon (a Ilusão, o dinheiro).
"Portanto os digo: Não os oprimais por vossa vida, pelo que haveis de comer nem por vosso
corpo, que haveis de vestir: não é a vida mais que o alimento, e o corpo que o vestido? ...
"Porque os gentios (profanos ou pagãos no sentido de escravos da ilusão) buscam todas estas
coisas; que vosso Pai celeste (o Princípio de vida em nós) sabe que todas estas coisas tem
necessidade.
"Mas busca primeiro o Reino de Deus e sua Justiça (ou retitude), e todas estas coisas lhe serão
agregadas".
Esta há de ser, pois, a atitude do Verdadeiro Maçom ou Obreiro do Grande Arquiteto, buscando
primeiro (em seu esforço para executar planos) sua Glória ou expressão, e por onde, seu Reino:
o reino da Real em sua consciência individual, o reino da Retidão e da Justiça em sua vida. Assim
se converterá ele também num verdadeiro Melquezideck, "Rei de Salem, Sacerdote do Altíssimo".

"VIVER PARA TRABALHAR"

Viver para trabalhar é aqui o ideal característico e distintivo do Maçom. Fazer de sua vida o meio
e a oportunidade para a realização de um Ideal superior, para uma obra ou atividade construtiva
em beneficio de seus semelhantes.
Buscar primeiro o trabalho ou obra por si mesmo, como oportunidade para expressar, exercer e
desenvolver seus talentos numa atividade útil para os demais, e enquanto ao salário esperá-lo
como "as coisas acrescidas" ao Reino da Retidão e do Principio Ideal em sua consciência e em
seus pensamentos, palavras e ações, com o firme reconhecimento de que "Nele esta a força" e
que, por onde, "O estabelecera" tudo o que há de ser estabelecido para a Perfeição tanto interior
como exterior de seu Reino ou Templo.
Construtor e Sacerdote de um Templo Ideal, Rei ou reitor responsável de um Reino de Justiça e
Retidão, o Companheiro Maçom nunca deve esquecer este glorioso privilégio, que o converte em
artista da inteligência Universal, e em Obreiro da Liberdade e do Progresso, cooperando com o
mesmo Grande Arquiteto, para a expressão dos planos que constituem a Grande Obra Universal
da Criação.
Criar não tem, pois, o sentido de produzir ex-nihilo que o deram etmológicamente os teólogos
para justificar suas teorias, senão que significa fundamentalmente, "fazer, manifestar ou
expressar" (da raiz indo-europeu KR, de onde vem o sanscrito karoti "fazer"e Karma "ação")
desde o interior a do exterior, desde o reino da Realidade Invisível ao da Aparência Visível.
Nesta Obra ou atividade criadora manifestada em todo o Universo, o Iniciado nos Mistérios da
Construção é a vez interprete e cooperador, segundo se deixa guiar por seu Ideal Construtivo que
a Inteligência Universal expressa diretamente nele e que constitui sua parte e responsabilidade
no Grande Plano da Manifestação, que obra constantemente em todos os reinos da vida material
e moral, individual e social.
Todo indivíduo, assim como toda a sociedade e o Universo em seu conjunto, é um Templo
levantado a Glória ou expressão de tal Inteligência; e é privilégio do Maçom ser cooperador
consciente e voluntário de tal Inteligência, em vez de deixar-se guiar pelas ilusões exteriores que
o fariam escravo das considerações materiais, pronunciando sobre si mesmo a bíblica maldição
que conduz aos homens a ‘trabalhar para viver".
Viver para trabalhar, é fazer do trabalho uma religião, um privilégio e uma gloriosa oportunidade:
eis aqui, pois, o Magno Ideal que a Maçonaria revela a seus adeptos, como um dos principais (e,
talvez o mais importante) de seus místicos segredos. Reconhecer no Trabalho a fonte de todos
os bens e o remédio para todos os males; um Manancial de paz, alegria e felicidade, objeto em
lugar de ser meio necessário para a vida e um dever que pesa sobre o homem vulgar como
maldição, exaltando-se e enobrecendo-o em sua qualidade de cooperação consciente, inteligente
e voluntário com o mesmo Grande Arquiteto do Universo. Eis aqui o mérito maior e a mais
sublime entre as finalidades de nossa Augusta Instituição.O descanso, seja o descanso depois do
trabalho diário, como também o descanso desejado de uma vida ociosa, resultado de certo
número de anos de atividade, cessa de ser para o maçom uma finalidade e se converte na
conseqüência de seu trabalho e o meio de reparar suas forças e preparar-se para um novo dia de
mais iluminação, fecunda e elevada atividade, segundo o exemplo do mesmo Grande Arquiteto.

OS CINCO SENTIDOS
A especial importância que tem os cinco sentidos no grau de Companheiro não se deve
unicamente ao fato de que se referem ao número cinco. Efetivamente, se o considerar-mos, na
união com as faculdades ativas, como instrumentos de trabalho e meios pelos quais se realiza a
vida consciente e voluntária do homem veremos por que razão se estudam especialmente neste
grau.
São, pois os sentidos, as janelas pelas quais o Templo de nosso ser e de nossa vida individual se
abre no mundo exterior e se relaciona com o mesmo. Destas janelas o Obreiro do Progresso e da
Liberdade deve aprender a fazer uso inteligente e construtor para que, em vez de ser como o são
para o homem vulgar, as cadeias que o atam ao poder da Ilusão, se convertam em úteis
instrumentos de atividade e, por meio do discernimento, em meio de constante progresso moral e
espiritual.
Nosso Templo, no qual se abrem, é uma maravilha de construção elevada por nossa vida
individual e pelo impulso evolutivo da natureza, a Glória do Principio Divino que mora em nós, que
nos guia e ilumina, para que manifestemos aquela perfeição na que fomos criados, como
princípios espirituais "a sua imagem e semelhança".
Nossos sentidos são instrumentos desta mesma construção, a que as impressões
constantemente recebidas contribuem diariamente. Ainda mais, a arquitetura de nosso organismo
físico, e também de nossa mente, deve considerar-se, no processo evolutivo no que se originou,
começando pelas formas mais rudimentárias da vida, como o resultado, ou a acumulação e
concentração, de todas as impressões recebidas do exterior, assim como das relações ou
impulsos que procedem de nosso interior.
Por conseguinte, é de importância vital para o companheiro aprender o uso mais reto e judicioso
de cada um destes instrumentos exteriores da construção orgânica, em união com os
instrumentos interiores que se acham no oco da simbólica coluna da que temos falado
precedentemente.
A VISÃO
Por sua importância construtora, devemos considerar a vista com preferência aos demais
sentidos, estando estes mais ou menos subordinados as impressões daquela. Por conseqüência,
quem se acha privado do dom de ver a luz do dia, nunca poderá ser um verdadeiro maçom ou
construtor iluminado na Grande Obra da vida individual e social.
Assim como a Maçonaria Simbólica se acha intimamente relacionada com a faculdade de ver a
Luz interior do Real, e dirigir segundo esta percepção suas construções ou atividade mentais,
assim também a obra de construção orgânica da vida em todas suas formas, se acha
intimamente relacionada com esta faculdade de perceber a luz exterior, em que esta percepção
pode ser, num principio, obscuro e subconsciente, como parece ser nos vegetais.
Entre os animais, assim como no homem, o particular desenvolvimento do órgão da vista, é um
índice de sua maneira de ser e, respectivamente, de seus particulares instintos e de seu
desenvolvimento mental e espiritual. A mesma cor de Íris denota a particular tonalidade da visão
interior e, como é sabido, esta cor tem uma íntima relação com a do cabelo e a do pele. Segundo
se modifica a visão interior das coisas, também se modifica em correspondência da vista física e,
por reflexo natural, também se modificam os hábitos e as qualidades especificas da construção
orgânica. Uma luz especial nos da, sobre o sentido da vista, as palavra evangélicas: "Lâmpada do
corpo é o olho; assim que, se teu olho for sincero, todo teu corpo será luminoso; mais se ter olho
for mau, todo seu corpo será tenebroso. Assim que, se a luz que há em ti são trevas, quantas
serão as mesmas trevas?" (Mateus VI, 22-23).
Efetivamente, podemos dizer que nossas capacidades, tanto físicas como mentais, nossa mesma
vida e a constituição de nosso organismo se constróem e desenvolvem no mesmo sentido e
segundo o caráter particular de nossa visão. Este não quer dizer que o somos dependa
exclusivamente do que vemos exteriormente ou do que nos rodeia; a pesar de que o que vemos
exteriormente esta muito longe de não ter importância, o valor construtivo e soberano da visão
essencialmente firme em nossa particular maneira de ver as coisas, a que depende do que
somos.
Há, pois, entre o que vemos e o que somos, uma constante ação e reação: o que vemos,
influenciando nossa mente e nossa imaginação, determina em grande parte o que somos, o que
pensamos e sentimos de nos mesmos; modifica igualmente nossa visão, tanto interior como
exterior. Por esta razão, duas pessoas distintas enfrentadas com a as mesmas coisas, condições
e circunstâncias, as verem e consideraram de uma maneira completamente diferente e esta visão
e consideração interior fará que tais sejam para elas efetivamente.
Se a visão de uma pessoa é enferma, que dizer, fixa ou concentrada na enfermidade, seu corpo
estará igualmente enfermo, e sua vida exterior refletirá igualmente, todo outro defeito de sua
visão interna. Em compensação, a vista sã fará sãos igualmente o corpo e as condições da vida
exterior. Não é pois, exagerado, dizer que nossa visão é nossa lâmpada e que segundo sua luz,
nosso corpo e nossa vida estarão igualmente ou na luz, ou nas trevas.

ATITUDE POSITIVA E NEGATIVA


Respeito a relações e recíprocas influencia entre a visão exterior e a interior, prevalecerá esta ou
aquela segundo seja positiva ou negativa a atitude do individuo. As pessoas negativas ou
passivas, são as que se acham influenciadas mais fortemente pelo ambiente e as circunstâncias
e por conseqüência chegam facilmente vitimas das condições, pessoas e coisas que as rodeiam:
uma enfermidade contagiosa, e igualmente um vício ou outro contágio moral ou material, se
transmitira mais facilmente entre esta classe de pessoas.
A atitude positiva da individualidade, em troca, faz a um sempre menos receptivo e influenciável
desde o exterior e conduz, pelo contrário, a um domínio sempre mais completo e efetivo sobre o
ambiente e as circunstâncias.
O caráter da atitude interior do individuo pode conhecer-se facilmente. Enquanto as pessoas
negativas dão uma importância soberana as circunstâncias, e lançam a culpa as pessoas, coisas
e condições que as rodeiam, lamentando-se constantemente o não ser de seu agrado, a
personalidade na qual prevalece uma atitude positiva fará exatamente o contrário: nunca se
lamentará ou lançara a culpa a nada de quanto o aconteça, senão melhor escusará a todos e a
tudo, e em vez de ver as coisas como aparecem, se esforçará em ver e buscar constantemente
nas mesmas a realização de seu mais alto Ideal.
Deste exemplo pode inferir-se claramente se a personalidade é negativa, naturalmente escrava
das circunstâncias exteriores, e por onde do que se chama fatalidade ou destino, ou bem livre,
segundo prevalece e domina a visão interior sobre o exterior.
Noutras palavras, a personalidade negativa obrará e regulará constantemente sua maneira de
ser, suas considerações, palavras e ações, segundo as circunstâncias; enquanto a personalidade
positiva obrará segundo seus princípios, convicções e crenças em qualquer condição ou
circunstância.
O desenvolvimento positivo da Individualidade, que liberta ao homem das deficiências, erros e
debilidades da personalidade é, pois, um dos fins principais da iniciação retamente entendida.
Pode dizer-se que o grau iniciático efetivo de cada qual é o grau de liberdade individual
conseguido pelo eu em relação com seus impulsos inferiores e as influencias exteriores. Nisto
consiste aquela verdadeira virtus ou Força Interior (em sanscrito virya) que faz ao Iniciado
soberanamente livre de todo vício interior e de todo vínculo exterior e, por onde, verdadeiramente
Rei de seu próprio domínio individual.
Esforçando-se no domínio da visão, ou seja, exercitando-se em ver toda coisa, pessoa ou
circunstância seu mais elevado ideal espiritual (note a derivação das palavras idéia e ideal,
através do grego, da mesma raiz vid que significa em latim "ver"e em sanscrito "saber"), sem
deixar nunca influenciar ou corromper por sua visão externa a visão interior, o Companheiro
progredira por esta Senda e, corrigindo constantemente seus erros de perspectiva, ocasionados
pelas mesmas influencias exteriores, se converterá num verdadeiro vidente, sinônimo de Iniciado
no sentido mais pleno e profundo da palavra.

A VISÃO CONSTRUTORA
A atividade individual de cada qual é o campo mais apropriado para o exercício desta visão
espiritual que, uma vez desenvolvida em toda sua plenitude, dá ao homem o domínio mais
completo sobre as condições e circunstâncias externas.
Qualquer atividade, qualquer obra exterior, é, pois, resultado e expressão da visão interna: tudo o
que o homem fez em todas as ordens da vida é o que primeiro realizou, ou se revelou em sua
intima visão. Toda arquitetura e todo Templo é a exteriorização ou realização de uma idéia ou
visão anterior e interior.
O mesmo ocorre com a arquitetura vital de nosso organismo e a arquitetura moral e mental de
nossa vida: segundo vemos, pensamos, determinamos e fazemos, e segundo a atitude da
consciência, determinada pela visão, nossa vida e nossas circunstâncias tomam este ou aquele
derrotado.
Nunca se fará bastante fincar o pé nesta importância da visão interna para a vida individual:
apesar de que o homem se sinta ligado, condenado ou limitado pelas circunstâncias e as
condições de sua vida, na realidade os limites e travas exteriores existem para ele unicamente na
medida em que sua visão interior esta ligada ou limitada por seus erros e pela incompleta ou
imperfeita apreciação que possui das coisas.
Para quem entende e realiza o significado da visão, toda a vida, as circunstâncias e as condições
se converteram em preciosas oportunidades para o exercício de uma visão construtora e
inteligente, que porá em suas mãos o Cetro do Poder. Então todo limite exterior, todo laço ou
trava caíram a seus pés e se converteram em meios e instrumentos de seu progresso.
Seja, pois, a mais inspirada visão construtora em tudo o que pensa e faz, objeto constante das
esforços do Companheiro.

A AUDIÇÃO
Paralelamente a visão, deve o homem constantemente exercitar e desenvolver o ouvido, com o
objetivo de não ser mais escravo deste que daquele sentido, senão que o sirvam ambos para
alcançar e desenvolver as mais elevadas possibilidades de seu ser e manifestá-las em sua
existência.
Assim como o que vemos nos influencia no que somos e se reflete na dupla arquitetura exterior
de nosso organismo e de nossa vida, o que ouvimos determina o que pensamos e cremos, sendo
base de nossa Fé e confiança em todos seus aspectos, tanto positivos como negativos. Segundo
o que vemos, sabemos: segundo o que ouvimos conhecemos, e da mesma maneira que nossa
ciência efetiva depende de nosso discernimento individual e da faculdade de ver interior e
exteriormente, assim também a soma de nossos conhecimentos depende de nosso individual
entendimento sobre o que ouvimos, ou seja nos faz presente por meio da voz e do som tanto
exterior como interiormente.
Há, pois, vozes de distintas natureza que constantemente chegam a nossos ouvidos e, segundo
as escutamos, dirigem construtivamente ou destrutivamente o curso de nosso pensamentos, de
nossas determinações, palavras e ações.
Da mesma maneira que há vozes exteriores que se apresentam a nossa compreensão ou
incompreensão como simpáticas ou antipáticas, amigas ou inimigas, justas ou falsas, verdadeiras
ou enganosas, também há uma voz interior, análoga a visão interior de que temos falado, que
constitui em nos o critério de nosso conhecimento, e segundo o escutamos nos libertamos de cair
em erro.
Assim como o Templo se determina e constrói por meio da visão, assim também a Loja se faz e
realiza por meio do ouvido ou do entendimento. A Loja é o lugar onde se manifesta e se escuta o
logos, o Verbo ou palavra: é pois o lugar secreto da compreensão que se encontra sobre a ara ou
altar levando por nossos pensamentos no Templo íntimo do ser.
Cuidemo-nos das palavras que tocam a porta do Templo de nosso ser, para ingressar na Loja de
nosso entendimento.
Assim como o Guarda templo deve de estar à porta de todo templo maçônico para examinar, por
meio do ouvido inteligente a verdadeira qualidade dos que querem ingressar na Loja, assim
também esta sempre o guardião interior em seu lugar, a porta do Santuário de nossa
Consciência, para vigiar as palavras e pensamentos que queiram ingressar, para que se admitam
unicamente palavras e pensamentos construtores. Só os pensamentos construtores conhecem a
verdadeira palavra da verdade, e podem vibrar em harmonia com o Verbo Divino que brilha sobre
a Ara de nosso ser.
Livremo-nos especialmente de escutar palavras de desarmonia e de discórdia que nos afastam
daquela justa e perfeita conexão que constitui a base da sociedade, o cimento da compreensão
que deve existir entre todas as pedras que compõe o simbólico edifício da humanidade, assim
como o de nossa Augusta Instituição, semeando em nossos corações a cizânia da divisão.
Que o guardião Interior de nosso critério esta constantemente alerta, à porta de nossa
consciência, para distinguir e separar o erro da verdade, assim como com o crivo sagrado se
separam em Eleusis as benéficas sementes alimentícias do trigo, das tóxicas sementes
adormecedoras da papoula!

LER E OUVIR

Ler e ouvir. O mesmo cuidado e critério que pomos em examinar e separar com o crivo do
entendimento as palavras que escutamos, devemos aplicá-los em nossas leituras, elegendo-as
oportunamente para que sejam efetivamente construtoras no Templo de nossa individualidade
inteligente.
Devemos, pois, despejar todas as leituras inúteis, quer dizer, as que não sirvam de alento para
nossa alma, nem de estímulo para nossa inteligência ou de necessária informação: as leituras
que não respondem a uma destas três finalidades, nunca podem ter para nós e para nossa vida
importância construtora, e é muito melhor eliminá-las de antemão que gastar nelas um tempo que
podemos empregar mais utilmente em qualquer outra forma.
Isto se faz muito mais necessário hoje, com a impressão econômica e a larga circulação dos
periódicos, que noutro tempo.
Por outro lado, de nada serve ler muito, pois o que realmente sabemos e conhecemos não
depende do que lemos, senão do que pensamos. Nossas leituras devem servir-nos
principalmente para "aprender a pensar", e um livro ou qualquer leitura nos é útil na medida em
que chegue este objeto fundamental. Assim é que, quando o temos lido, não somos exatamente
os mesmos do que antes éramos, senão que nossa mente se abriu a uma nova compreensão e
maior inteligência, e nos sentimos melhor dispostos e animados para enfrentar-mos com as
tarefas e deveres de nossa vida diária.
Pelo contrário, são inúteis dissolventes todas aquelas leituras que nos afastam de nossos
deveres e responsabilidades atuais e especialmente as que excitam as paixões animais,
estimulam ao vício, adormecem as consciências ou exercem uma influência deprimente e
mórbida sobre nossa imaginação. Nunca pode ser edificante a descrição do vício, da
enfermidade, do crime e da perversidade, o exaltamento do que há em nós de mais baixo,
negativo e inferior, ou que simplesmente debilite nossos mais altos ideais e nos afaste daquela
exaltada visão construtora que faz possível nosso progresso.
Por conseguinte, se somo sábios, deveram ter o último lugar entre nossos livros as novelas e
todo o que constitui pura literatura, limitando-nos a umas poucas realmente escolhidas. Em troca
deveram estar preeminentes em nossa biblioteca as obras que elevam, enobrecem e fortificam o
espírito, nos inspiram e iluminem nossa senda diária e contribuam em fazer-nos realmente
melhores.
Tão pouco devemos esquecer que toda leitura em geral, e especialmente a leitura que se leva a
cabo sem pensar, deixando que nossa mente e nossa imaginação sejam passivamente
dominadas pelo o que lemos, é um incentivo para o desenvolvimento de nossa atitude negativa,
por enquanto nos faz mais ou menos escravos do pensamento alheio. Por conseguinte, ler sem
pensar é o que, sobre tudo, devemos constantemente evitar: muito melhor seria, se a leitura
sabiamente disciplinada não fora um maravilhoso estimulante espiritual e um meio de progresso
intelectual, pensar sem ler: ser pobres em conhecimentos adquiridos, porém ricos em
originalidade, intuição e compreensão da Verdade.
Lemos, pois, se o desejamos, e sentimos essa necessidade; porém escolhendo com
discernimento nossas leituras, assim como escolhemos nossos alimentos, e nunca simplesmente
para encher nossa mente de pensamentos e pontos de vistas alheios.
Falando dos "pobres de espírito", como dos que podem mais facilmente alcançar o Reino dos
Céus (que é também o Reino da verdade) Jesus se referia, evidentemente a esta pobreza
intelectual, simbolizada em nossa Instituição pelo despojo dos metais, mediante a qual se abre
mais facilmente em nos o entendimento espiritual e a percepção direta da Verdade.

A VOZ INTERIOR
Quanto menos se fixa nossa atenção sobre as vozes exteriores e menos se deixa guiar por elas,
tanto mais se faz receptiva a Voz Interior, chamada também a Voz do Silêncio por ser o silêncio
dos sentidos, fixa a consciência no que esta dentro de nós, a condição necessária para sua
manifestação. Esta voz, que provem de nosso próprio Espírito, ou seja, da parte mais elevada e
real de nosso ser, não tem nada a ver com as vozes de diferente origem e natureza que uno pode
escutar interiormente, e sua característica essencial é a que nos indica sempre o melhor e o mais
nobre e digno, o que nos faz progredir, o que nos liberta e nos eleva.
Esta Voz não nos impõe nada, de uma maneira que pode chamar-se autocrática; não nos ata
nem nos força sobre um determinado caminho, com severa inflexibilidade. Porém ao mesmo
tempo, com a autoridade da Verdade, nos liberta da dúvida e da incerteza e nos indica com toda
claridade o melhor caminho, a mais reta, justa e conveniente linha de ação em cada
circunstancia; também nos ensina como soltar-mos dos laços que nos atam a nossas tendências
inferiores, e como despejar nossa senda dos obstáculos que sobre a mesma se encontrem. Se
acha sempre presente em nossa consciência, em que só podemos ouvi-la quando nos pomos em
condição de receptividade, cessando de escutar as vozes exteriores e calando nossos mesmos
pensamentos. Assim como a agulha da bússola esta constantemente dirigida para o norte, assim
também esta bússola de nosso ser se acha constantemente dirigida para o vértice de nossas
mais elevadas possibilidades.
"Escutar esta voz", é para o Companheiro uma necessidade vital, por ser Guia mais seguro sobre
o qual pode uno contar em qualquer momento e em toda circunstância. A espada apontada sobre
o peito, no decurso da quinta viagem, precisamente indica esta necessidade vital.
É a voz do Gênio Individual que se acha no centro da mística Estrela de nosso ser: o Princípio no
que temos nosso Gêneses como seres conscientes e individualizados e cuja missão é conduzir-
mos a plenitude Gnoses, a íntima realização da Verdade.

O TATO
Por meio do tato o Maçom reconhece as asperezas da pedra bruta ou semi-lavrada e se acha
assim em condição de retificá-las, conseguindo a perfeito alisamento que fará ressaltar e porá em
evidência seu tetrágono de pureza.
Porém o tato do Maçom iniciado nos secretos mistérios de sua Arte, não pode limitar-se a esta
observação superficial: por meio do toque, com o que os maçons dos diferentes graus se
reconhecem, se acha em condição de penetrar com sua inteligência até o fundo das coisas, e
assim reconhecer a qualidade interior de toda pedra com a qual se acha em contato, qualidade
que passará constantemente inadvertida pelo profano.
Conhecer as qualidades interior das coisas, penetrar mais além de sua aparência é, pois, o fim e
objeto real deste sentido que, em que pareça menos nobre que seus refinados irmãos, não é por
isso menos importante que eles enquanto nos permite pormos em contato com as demais coisas
e estabelecer uma íntima relação com as que nos rodeiam.
Um tato refinado é uma qualidade necessária para todo verdadeiro maçom; por esta razão,
quando teriam que dedicar-se às suas mais rudes tarefas, nossos predecessores operativos
protegiam suas mãos com as luvas simbólicas que também com o hoje em dia se presenteavam
ao neófito, no primeiro dia de sua iniciação, para que conserve, com a pureza das mãos, a pureza
de seus intentos, qualquer seja o gênero de trabalho em que as ocupe e qualquer que sejam as
circunstâncias.
Um tato refinado, tanto moral com materialmente, é pois, o distintivo de toda natureza superior e
se revela na forma das mãos, e particularmente das dedos que atentamente examinados, nos
dão úteis indicações sobre a inteligência e qualidades morais de seu possuidor. A falta de tato, ou
um tato grosseiro é, pelo contrário, característica das naturezas vulgares. Reconhecendo por
meio deste sentido, as intimas qualidades das pessoas com as quais nos achamos em contato,
podemos guiar-mos mais sabiamente em nossa relações com elas.

Atuar com o tato é coisa de maior importância, pois disso depende o êxito ou o fracasso em
determinadas circunstâncias. Porém, sobre tudo, deve servir-nos o tato para evitar que nossas
próprias asperezas possam ferir a nossos semelhantes; por esta razão o maçom prudente põe
todo seu empenho em eliminá-las. Só assim pode estar seguro de não lastimar a nada.
Conhecendo melhor, em sua íntima natureza, a nossos semelhantes, ademais de ter um guia em
todos nossos atos, se faz mais fácil vibrar em simpatia com eles e estabelecer aqueles laços de
fraternidade e amizade mediante os quais nos manifestamos como seus verdadeiros
companheiros. Estamos também em condição de ajudá-los efetivamente, sempre que seja útil e
necessário.
Em que não seja dado ao Companheiro realizar as possibilidades mais elevadas deste sentido,
se lhe concede em troca o conhecimento que, por meio do tato, lhe é possível expressar seus
sentimentos e aquela solidariedade que se revela mediante o contato de duas mãos que
estreitam materialmente o laço de simpatia e a benevolência recíproca que as une: assim como o
ouvido é o meio pelo qual adquire e se estabelece a Fé, com a vista se realiza a Esperança, e
pelo tato se revela o Amor.
Seja, portanto, sua mão direita, constantemente inspirada pelo que de mais nobre há em seu
coração, enquanto a esquerda se levanta a altura de seu mais alto Ideal, para que em todo
contato se manifeste e se expanda a chama interior que caracteriza sua qualidade de verdadeiro
Companheiro, para quantos reconhece como irmãos.

O GOSTO
Por meio do gosto, em sua condição normal e natural, se reconhece a qualidade nutritiva e
assimilável dos alimentos, e seu conseguinte utilidade na Obra de Construção de nosso
organismo material, obra que não se acaba até o último dia da existência terrenal. É pois,
necessário, que o Maçom aprenda o uso devido deste sentido, de que depende em grande parte
a saúde e pureza de seu Templo orgânico e vivente.
Uma ofensa a este sentido (que em nosso Templo material tem o ofício de Guarda-templo) assim
como a seu próprio Templo, faz quem avaliza brutalmente o alimento pela garganta, tragando-o
avidamente, antes que seja devidamente preparado na Sala de passos perdidos da boca, para
ingressar em tal Templo.
Todo bocado de alimento deve, pois, permanecer placidamente em tal Sala o tempo necessário
para despojar-se de sua qualidade profana e adquirir a de verdadeiro construtor no Templo em
qual deseja ingressar.
Portanto, o alimento há de ser devidamente ensalivado, dissolvendo-se inteiramente suas
consistência externa, assim como se dissolve a do candidato no Quarto de Reflexão, para adquirir
aquela perfeita fluidez que lhe permite passar como iniciado e tomar parte construtivamente no
labor do organismo.
Esta é a única maneira por meio da qual o Templo que mostra vida orgânica levanta a Glória do
Grande Arquiteto, seja construído com pedras perfeitamente lavradas, e possa converter-se num
mais perfeito veículo de nossa Individualidade, em meio de um toque adequado, de cada uma de
suas partículas.
Nunca esqueça, pois, o Companheiro, sua categoria e responsabilidade de construtor consciente
do Templo de sua vida material, e não dispense tão facilmente, como o faz o profano, o Guarda-
templo de seu dever e ofício, desde o momento em que se abrem e até que não se encerrem os
trabalhos diários de alimentação. Se é a razão pela qual muitos templos chegam ineptos para as
funções as quais estão destinados e caem prematuramente em ruínas.
Sem dúvida, a função do gosto não se limita a vigilância que deve exercer sobre nossos
alimentos materiais, senão que, como a dos precedentes sentidos, tem também um aspecto
moral e espiritual que o Companheiro deve tomar em devida consideração.
Nosso gosto deve estender-se, pois, a tudo o que o ingressa no Templo de nossa vida interior, a
tudo o que elegemos para nossa vida exterior, a tudo o que fazemos, como expressão de nossa
Generalidade Individual, e a tudo o que é objeto de nossa atenção ou atividade. E não há de ser,
como não deve sê-lo no Templo orgânico, um gosto superficial, senão que deve penetrar na
íntima constituição de cada coisa e fazê-la perfeitamente assimilável por nosso ser.
Assim como toda construção material revela o gosto particular do arquiteto, assim também nosso
organismo revela nossos gostos alimentícios, e nossa vida e nossas obras patenteiam o gosto
espiritual de nossa Individualidade.

O OLFATO
O olfato se acha estreitamente relacionado com o gosto, cujas funções comparte. Podemos dizer
que é o Guardião Exterior de nosso Templo orgânico, enquanto ao primeiro melhor lhe compete a
função e o privilégio de Guarda Interior: o olfato, pois, muitas vezes, nos faz eleger ou rechaçar
os alimentos antes de degustá-los, advertindo-nos com antemão de sua qualidade inapta para a
função eminentemente construtora a qual unicamente hão de ser destinados.
Igualmente nos indica o grau de pureza, e respirabilidade do ambiente em que nos encontramos,
e nos adverte dos venenos que podem falar-se nos eflúvios atmosféricos e que atentam a saúde
e eficiência funcional do organismo.
Como o ar que respiramos tem uma especial influência sobre a parte mais sutil e delicada de
nosso organismo, sobre o sistema nervoso e Etérico, e, por onde, sobre nossa inteligência,
enquanto afeta seu poder de expressão, sua claridade ou sua torpeza e morbidez, é assim, de
extrema importância que tenhamos em conta suas advertências, evitando todo ambiente impuro.
Em tal sentido deve particularmente combater-se a atitude daqueles irmãos que, em vez de
encontrar em nossas reuniões simbólicas uma oportunidade para dominar seus vícios, prostituem
o lugar sagrado em que se encontram com a nicotina que o faz mais ou menos irrespirável para
os demais e para si mesmo, afastando aquela elevação que ali deveria reinar constantemente.
Pelo contrário deve gabar-se a costume, que se vá estendendo cada vez mais, de perfumar
sobriamente com incenso o lugar durante as reuniões, pois este odor, além de ser agradável,
tende a elevar os pensamentos e a atitude espiritual dos presentes e favorece a concentração da
mente e sua claridade, enquanto confere ao ambiente uma tonalidade superior, predispondo aos
irmãos a uma atitude mais conforme com as finalidades da Ordem.
Como os demais sentidos, tem o olfato também um aspecto moral e espiritual, que não devemos
descuidar.
O odor representa, pois, o que cada ser e cada coisa manifesta ou expressa a seu redor no
ambiente que o rodeia: toda forma orgânica faz manifesto, por meio do odor que desprende, seu
próprio estado de vida ou de morte, sua condição de saúde ou enfermidade, sua alegria e sua
tristeza. Igualmente há odor de vício e de virtude (é conhecido o odor de santidade), odor de
verdade e de erro, odor de bondade e de maldade, odor de serenidade e de inquietude, de paz e
de luta, de harmonia e de desarmonia.
Por conseguinte, o Companheiro terá o dever de refinar seu olfato espiritual, para estar em
condições de reconhecer a qualidade e natureza do ambiente em que se encontra e do ar que
respira, introduzindo-o em seu próprio Templo Individual.
Porém, sobre tudo, tem de vigiar seu próprio odor, pois este manifesta o que ele é. Por seu
próprio odor, refletido em todas suas ações, se conhecerá melhor a si mesmo, e terá assim um
auxilio mui oportuno para responder a pergunta: Quem somos?, que tem particular importância
para seu grau.
É sabido que as diferentes raças humanas se distinguem entre si por seu odor, e todos sabem,
ademais, como os cães e outros animais podem distinguir por meio do odor a diferentes
indivíduos da espécie humana, e também, quando menos em parte, suas atitudes. Nem todos
sabem sem dúvida, que nossas mesmas emoções podem manifestar-se fisicamente por meio de
um odor característico, e é por esse odor que o medo, por exemplo, irrita e excita a certos
animais, predispondo a quem o expele a ser assaltado por estes.
Ainda mais, cada pensamento, cada atitude da mente, o mesmo que cada individualidade, tem
seu próprio odor, em que raramente se acha perceptível fisicamente; porém, nosso olfato mental
no faz a miúdo capazes de reconhece-los, e assim como se explicam certos casos de telepatia e
pressentimentos. Este nos faz ver ainda mais a importância de cuidar nosso odor, que facilmente
pode trair-nos, dado que não pode a menos de revelar o que interiormente, e especialmente em
nosso ser subconsciente, somos.

NOSSOS TALENTOS
Todos indistintamente temos talentos ou faculdades pelas quais há de se expressar nosso ser
interior e revelar-se, numa forma sempre mais plena e perfeita, nossa Individualidade. Algumas
destas faculdades são evidentes ou ativas, outras se encontram num estado latente ou potencial,
e esperam a ocasião de manifestar-se e revelar-se a Luz em atividade produtiva.
Tarefa fundamental da existência é o uso de nossas faculdades e capacidades atuais; por meio
do uso estas se desenvolvem e se fazem sempre mais perfeitas e eficientes, e se manifestam
progressivamente as que se encontram em nos em estado todavia latente, das que não temos
ainda conhecimento e consciência.
Devemos fixar bem nossa atenção sobre o fato de estas faculdades ou talentos se desenvolvem
e multiplicam pelo uso. A este uso precisamente alude a parábola que se encontra no capítulo
XXV de Mateus e no capítulo XIX de Lucas.
Cada um de nós é como aqueles servos que receberam de seu dono um cinco, os outro dois e o
último um talento, "cada qual conforme a sua faculdade" para que fizera dos mesmos um uso
adequado, do que deviam dar-lhe conta a seu regresso. O primeiro e o segundo empregaram
seus talentos e os redobraram, recebendo depois os elogios de seu senhor, que o disse a cada
um deles: "Bem, bom servo e fiel; sobre pouco hás sido fiel, sobre muito te porá".
Enquanto ao último, temerosos da cólera de seu senhor por si haverá perdido, escondeu o talento
recebido na terra, e seu dono, como castigo retomou ao seu regresso, para dá-lo ao que já tinha
dez.
Assim é de nós: temos recebido de nosso dono (o Princípio da Vida que mora em nós) a um,
cinco, o outro dois e outro um só talento. Porém, qualquer que seja o número e a qualidade
destas faculdades e potencialidades íntimas que temos recebido desde o nascimento, como
herança de um passado do que temos perdido a memória, todas indistintamente nos hão sido
entregadas para o uso: se as usamos, crescerão e se multiplicarão, desenvolvendo-se em nós as
que se encontram todavia latentes, e receberemos os elogios de nosso Senhor que representa
nosso próprio Ser interior, o mesmo que a Lei Causativa da vida. Porém se fazermos como
aquele servo, que havendo recebido um só talento (por não ser capaz de usar mais) o escondeu
na terra, ou seja, descuidamos fazer o melhor uso de todas nossas faculdades, esta se atrofiam,
e será como se não as tivéssemos.
O número dos Talentos mostra evidentemente o grau de desenvolvimento de nossa inteligência e
de suas possibilidades, que caem escondidas na terra do esquecido se não fazemos delas um
uso constante, porém que nos dará, ao contrário, o poder e a capacidade de adquirir outras novas
e mais preciosas.
Não pode tão pouco o número cinco deixar de referir-se aos cinco sentidos que desenvolvem a
Inteligência na plenitude simbolicamente indicada no grau de Companheiro e representados pelas
cinco pontas da Estrela.
A primeira destas faculdades é a consciência: por meio dela podem desenvolver-se todas as
demais; da consciência se desenvolve a percepção ou capacidade de ver e compreender. São as
duas faculdades elementares, das quais o servo com dois talentos desenvolveu outras duas: a
memória e a imaginação.
O homem com cinco talentos, que corresponde ao Companheiro Maçom, possui, além destas
quatro faculdades elementares, o juízo ou razão, simbolizado no estudo da lógica (pois com as
quatro primeiras não se pode conhecer mais que a gramática), por meio da qual se acha no grau
de adquirir novos e mais preciosos talentos, que se desenvolvem desde o centro causativo da
Estrela a sua periferia operativa.
Estará assim em condição de desenvolver plenamente também a compreensão e a intuição, e por
meio destas se fará forte também na retórica, que é a arte de expressar o pensamento em
genialidade criadora e construtora.
A intenção esotérica da parábola dos talentos se faz, pois, claramente manifesta, por meio dos
números 5 e 10 que, respectivamente, representam a plenitude potencial e operativa das
faculdades do homem, e maçonicamente o Companheiro que realiza suas possibilidades com
Mestre Perfeito. Os homens de um e de dois talentos evidentemente representam ao profano e
ao aprendiz, demostrando o segundo a capacidade de progredir que permanece todavia latente
no primeiro.
Como aplicação operativa da parábola dos talentos, se deve ademais fazer fincar pé sobre o
ponto que toda nossa vida tem com objeto especial, seu uso e seu desenvolvimento; que para
este objeto cada circunstância é sempre, naquele momento, para nós, a oficina mais apropriada;
e que, no fim, todas as dificuldades nas que um pode encontrar-se num momento dado, tem por
causa a falta de uso de algum talento todavia oculto na terra potencial de nosso ser, para cujo
desenvolvimento essa dificuldade representa a oportunidade, e por cujo o desenvolvimento e uso
unicamente pode essa dificuldade solucionar-se.

A AUTO-CULTURA
A auto-cultura ou cultura de um mesmo, em suas múltiplas acepções será por conseguinte objeto
dos esforços do Companheiro, com o fim de desenvolver suas faculdades e potencialidades
latentes que, como temos dito, devem manifestar-se progressivamente da letra G que constitui o
centro de sua Estrela individual.
A auto-cultura se baseia, pois, sobre o reconhecimento de que em nós se encontra, em estado
latente, o germe de todas as possibilidades e que devemos empenhar por adquirir consciência
delas para que se convertam em poderes ativos e qualidades operativas em nossa vida. O uso de
uma determinada faculdade, pressupõe naturalmente um primeiro grau de consciência da
mesma, patenteado no desejo ou vontade de expressá-la; e o esforço para o uso, ativa e
exterioriza este desejo potencial. Por sua vez, todo uso contribui ao maior desenvolvimento da
consciência da faculdade, que desta maneira se expressa em nós desde o interior ao exterior, e
se faz evidente por seus efeitos, ou produtos visíveis da atividade da mesma faculdade;
persistindo no uso, tal faculdade se possui de uma maneira sempre mais plena e completa e, com
seu amadurecimento, abre o caminho para a expressão de novas faculdades, e das
possibilidades que naturalmente germinam delas.
Por conseguinte a Auto-cultura é uma ciência e uma arte que se aplica na vida, e pode dizer-se
que é idêntica, praticamente, a Ciência e a Arte Real que nossa Instituição nos revela por meio
dos símbolos da construção.
Cultivar-se a si mesmo, desenvolver as faculdades, potencialidades e poderes que se encontram
em estado latente em nosso ser, é uma tarefa que compete ao Maçom em todos os graus, e a
mesma iniciação pode considerar-se como ingresso na consciência de uma determinada
faculdade ou poder. Há pois, efetivamente, uma distinta iniciação por cada uma das faculdades e
potencialidades latentes em nosso ser, por meio das quais nos convertemos em aprendizes
daquela mesma faculdade; progredindo no uso dela passamos do grau de aprendiz ao de
companheiro e, uma vez que dominamos por completo, somos mestres daquela faculdade, que
se converteu num poder que se exerce em nossa vida.

A EXPRESSÃO DOS TALENTOS


Toda nossa vida e todo nosso ser são também uma progressiva manifestação desde dentro para
fora, ou seja, a potencialidade espiritual latente, a capacidade ativa e consciente, e desta a
atividade exterior que faz evidente uma faculdade ou poder, traduzindo-o em efeitos visíveis.
Esta é a Lei Soberana que preside a todo desenvolvimento, a todo o que em nossa vida pode
manifestar-se e que nunca é obra da causalidade, senão sempre expressão de uma atividade ou
estado de consciência íntima, o efeito visível de uma Causa Invisível que se acha em nosso ser.
Nada vem por si mesmo, senão que todo se produz ou é atraído desde dentro, por efeito de um
correspondente estado de consciência, ou maneira e condição de ser.
Assim se expressam em nós nossos talentos: uma aspiração indefinida é o primeiro impulso com
o que tocam a porta de nossa consciência, manifestando-se, uma vez reconhecidos, numa
aspiração ou um desejo determinado e preciso. Este desejo produz o esforço e ambos reforçam e
fazem sempre mais clara a consciência do talento, por meio do qual chega o mesmo a possuir-se
num estado todavia rudimentar e, por meio do uso, se desenvolverá depois em toda plenitude.
De nada serve, pois esperar passivamente algo do exterior; unicamente podemos fazê-lo
segundo este "algo"que se estabelece em nossa mesma consciência, como talento, faculdade ou
poder ativo, que realiza em nós interiormente a condição necessária para sua manifestação
exterior. De nada serve resignar-se inativamente a condições ou necessidades exteriores que não
sejam de nosso agrado: o que devemos fazer é buscar dentro na expressão do talento
correspondente, a capacidade, a força e o poder, por cujo o meio podemos atrair para nós o que
desejamos e libertar-mos das condições que nos limitam e demais coisas indesejáveis. Em vez
de obstáculos e dificuldades, devemos considerar a estas como oportunidades para a expressão
dos talentos correspondentes, que só podem desenvolver-se e converter-se em poderes ativos
com o uso que os faz da latência a potência.
Não se refere esta Lei unicamente as qualidades interiores, senão também se aplica as coisas e
condições externas.
Qualquer coisa que podemos desejar, qualquer condição ou circunstância, tem sua raiz e o poder
ativo que pode atraí-la ou manifestá-la ao redor de nós num talento correspondente de que
devemos adquirir a consciência, a expressão e o uso. E no processo de manifestar tal talento
cresceremos em harmonia com as possibilidades que o mesmo nos concede.
A riqueza, as honras, e a satisfação de uma determinada ambição ou desejo, não podem lograr-
se senão na medida em que um se esforça no desenvolvimento e o uso de seus próprios
talentos, pois todo - todo indistintamente - deve manifestar-se primeiro dentro, como consciência
e atividade, depois do qual podemos esperar ver sua expressão exterior nas condições
desejadas, formadas e atraídas para nos por aquele determinado estado de consciência ou
condição interior que, por haver-se estabelecido, como potencial ativo, se faz fecundo e produtivo.
Tudo o que podemos desejar, querer ou ambicionar deve ser, por conseguinte, o primeiro impulso
iniciador para a expressão de nossos talentos individuais no trabalho ou atividade particulares
que se acham mais adequados a sua plena manifestação.
Com o que acabamos de ver sobre os sentidos e talentos estamos agora em melhores condições
de compreender a Religião do Trabalho, sobre a qual especialmente deve concentrar-se a
atenção do Companheiro, para o uso operativo dos princípios adquiridos com o estudo.

NOSSA ATIVIDADE
Nossa atividade ha de ser a que melhor expresse nossos talentos individuais e nos revele nossas
mais elevadas e melhores possibilidades.
Para cada ser humano, e especialmente para quem aspire a progredir, ha algo em que pode
esforçar-se melhor que em toda outra coisa, algo que ele pode fazer melhor que os demais, e no
qual pode, por conseguinte, ter mais êxito e fortuna. Não é esta, pois, uma deusa cega, qual se
figuram os homens vulgares, e a venda que cobre os olhos é, em realidade, uma imagem da
ignorância dos que não conhecem a Lei justa e perfeita que governa a todo ser e a toda coisa,
tanto as que nos parecem mais importantes, como as que consideramos insignificantes.
Tenha pois o Companheiro, um Alto Ideal de sua atividade e aspire sem medo para ele, para o
que melhor encha suas aspirações e desejos. Porém saiba também que seu poder de logra-lo
estriba primeiro em que, por meio de tal atividade se proponha, como coisa fundamental, ser
melhor e mais útil para seus semelhantes; e segundo, que é igualmente necessário que se faça
digno dele, possuindo a capacidade e estando em condições de fazer devidamente todas as
obrigações que se relacionam com essa particular atividade.
Sem dúvida, qualquer pode ser esta atividade ideal, conforme a suas mais elevadas aspirações,
não deve este conduzi-lo a despreciar sua atual ocupação seja qual for o gênero da mesma, ou
descuidar seus atuais deveres. Tão pouco há de conduzi-lo a recusar ligeiramente uma particular
atividade ou trabalho que se lhe apresente e que possa fazer utilmente.
Ao contrário, nosso trabalho atual, e aquele que espontaneamente se nos oferece, em que se nos
apareça inteiramente distinto do que havemos desejado, devemos considerá-lo como o meio e a
oportunidade que se nos deparam para desenvolver os talentos de que mais necessitamos na
atualidade, e ao mesmo tempo como o único, mais direito e melhor caminho que pode conduzir-
nos a realização de nosso Ideal, apesar de que não vemos na atualidade sua razão de ser.
Sem deixar de aspirar constantemente para o melhor e mais elevado, segundo indica o compasso
de sua inteligência, seja ao mesmo tempo régua prática do Eclesiastes (IX-10) : "Tudo o que vem
a mão para fazer, faça, segundo tuas forças". Tudo quanto nos apresenta, em qualquer momento
é, pois, nossa oportunidade para aquele dia, e nunca deve o Companheiro descuidar das
oportunidades, por ser estas os meios para desenvolver e multiplicar com o uso, indistintamente,
todos os talentos que possuímos ou necessitamos.
Qualquer coisa que façamos, devemos realizá-la "segundo nossas forças", quer dizer, o melhor
que podemos. Pois sua utilidade direta, o simbólico e melhor salário que podemos sacar de nosso
esforço, é nosso próprio desenvolvimento na direção do trabalho oferecido a nossa oportunidade.
Quem se encontra temporariamente desocupado, faça-se estas duas perguntas:
O que de melhor posso fazer? em que posso usar meus talentos atuais e desenvolver minhas
possibilidades latentes?
O que é que posso fazer agora que seja mais útil para meus semelhantes e as pessoas que me
rodeiam?
Fixe sua mira ali onde se concentram todas as aspirações mais profundas de sua alma, e
disponha-se agora mesmo a proceder neste caminho. Faça este trabalho "segundo suas forças",
o melhor que pode, cessando de preocupar-se por suas necessidades imediatas ou longínquas, e
concentrando toda sua atenção no esforço ou atividade, pois a solução de seu problema não
pode encontrar-se senão no uso atual de seus talentos.

ALEGRIA, FERVOR, LIBERDADE


Qualquer seja sua obra ou atividade, o Companheiro deve fazê-los com alegria, fervor e
liberdade. Eis aqui três condições que não devem esquecer-se nunca, pois do contrário
viveremos constantemente desfraldados de nosso melhor salário. Segundo posso o Companheiro
afastar de si toda preocupação relativa a seu salário material, concentrando toda a atenção na
obra, e fazendo-a à Glória do Grande Arquiteto, ou seja com expressão de seu ser mais elevado
e de suas internas faculdades, e como cooperação com o mesmo Princípio Construtor do
Universo e do Ser, como individual entrega para expressão de um dos planos perfeitos dessa
Grande Inteligência: qualquer que seja a natureza humilde ou elevada de sua obra, melhor
saberá cumprir com sua tarefa, e se encontrará capaz de fazer frente a todas suas necessidades
e deveres, dado que o G.: A.: jamais esquece de seus fiéis obreiros.
A alegria é uma expressão natural de nossa alma, uma luz que se faz interiormente afastando de
si toda sombra e iluminando nosso mundo interior, um raio de sol que penetra na estância mais
íntima de nosso ser.
E que melhor expansão e alegria pode existir em nossa alma, que aquela que acompanha a
expressão de nossas faculdades mais elevadas? O trabalho feito a Glória do Grande Arquiteto, é
pois, Fonte inesgotável da Paz, verdadeiro Gozo e Alegria, remédio soberano para toda forma de
tristeza, melancolia e enfermidade moral.
O fervor nasce do empenho da atenção que pomos na obra: é um fogo que se ascende em nós,
um calor que invade toda nossa alma e afasta o cansaço, a preguiça e o aborrecimento, como o
benéfico calor que se produz em nosso organismo por sua harmônica atividade.
Qual o melhor fervor pode, pois, produzir-se em nós que aquele que produz naturalmente do
conhecimento e da realização interior de que estamos cooperando com o mesmo Grande
Arquiteto do Universo para a expressão de um de seus planos? Como pode haver um entusiasmo
são, equilibrado, sereno e imperturbável, que afasta de si toda preocupação moral e material,
senão fazendo do mesmo trabalho a mais prática entre as religiões?
Este reconhecimento nos liberta igualmente de toda forma de escravidão, interior como exterior,
econômica como moral: nos dá aquele perfeita e soberana liberdade que não nos seria possível
conquistar efetivamente de outra maneira.
Seja nossa atividade pessoal independente, ou sujeita as ordens de um patrão ou superior, qual é
na realidade nosso verdadeiro Chefe, Mestre e Superior, senão o mesmo Grande Arquiteto do
Universo, nosso Pai e o Princípio de Vida que mora em nós? Que outra liberdade mais absoluta
das preocupações materiais podemos conseguir, fora da que se realiza por meio do
reconhecimento profundo de nossa alma que, ao trabalhar sob suas ordens e para a expressão
de seu Plano Perfeito no mundo, tem que prover-nos de tudo o que necessitamos para nosso
mesmo trabalho, assim como para a ávida material, exigindo-nos só por Nele a confiança mais
completa, absoluta, serena e imperturbável?
A afirmação que nasce da união das duas palavras sagradas do Aprendiz e do Companheiro,
complemente, este, necessário da primeira, estabelecerá em nós aquele perfeito estado de
consciência que nasce da Fé e da Esperança que se unem em uma só Força Onipotente e
Invencível, sendo o ato de fé da Religião do Trabalho que todo verdadeiro Maçom deve esforçar-
se por realizar e fazer efetivo em sua vida.

OS "TALENTOS" MATERIAIS
Além dos talentos espirituais ou interiores, ha que considerar os talentos materiais ou exteriores
com os quais pode um ser dotado pelas circunstâncias e que, como os primeiros, o foram
confiados unicamente para o uso, sendo por conseguinte o uso inteligente e sábio dos mesmos,
feito com toda justiça e equidade, a primeira condição para que possa só conservar sua
possessão, e para que se lhe multipliquem.
O que não se usa, acaba por perder-se, ainda com o direito de tê-lo. Unicamente o uso sábio e
inteligente pode garantir uma possessão, qualquer que seja sua natureza espiritual, moral ou
material.
Esta Lei Soberana nos explica a razão espiritual e a perfeita justiça dos chamados "golpes de
fortuna", pelos quais chega um a perder quanto tinha - bens, possessões, posição social, honra e
dinheiro -, da mesma maneira que se atrofiam as faculdades ou talentos interiores que não se
exercem: sempre ha, pois, uma profunda razão e uma finalidade fundamental benéfica, que se
escapa a observação superficial, revelando-se a uma mais atenta consideração de toda coisa e
acontecimento.
Em todo sucesso de nossa vida, em todo o que se verifica em redor de nós, ha uma lógica oculta
que se nos revela na medida em que penetramos através da aparência e reconhecemos o lado
interior das coisas. Pois, como temos dito, toda coisa exterior tem uma raiz interna, da que se
produz e se manifesta exteriormente: secando-se e desaparecendo a raiz, a árvore também tem
que secar-se e morrer, com todas seus ramos, folhas, flores e frutos.
Igualmente a semente que se desenvolve em nosso ser íntimo, por mínima que seja, pode
desenvolver-se e produzir a árvore maior e esplendida. Cada talento é uma tal semente, ima
potencialidade interior ou ideal de infinitas possibilidades concretas.
Faça, pois, o Maçom, o uso mais sábio dos talentos materiais, dos quais é atualmente possuidor:
profissão, posição, riqueza, posses, oportunidades. Seja um, sejam dois ou cinco talentos, faça
cada qual o melhor uso que pode dos mesmos, desde o ponto de vista mais elevado, para que
redunde em beneficio tanto de si mesmo como de seus semelhantes. Pois deles deve dar conta a
Quem se lhes confiou e segundo seu uso pode conserva-los e multiplica-los, e igualmente perde-
los.
Tudo o que um possui, seja qual for seu título para tal posse, há de servir para o bem de todos,
sendo útil para coletividade, o ambiente e a sociedade em que se encontra. O mesmo deve
ocorrer com seus talentos interiores como com os exteriores. Isto pode e deve entender o
Companheiro muito melhor que o Aprendiz, por ser menos escravo que este do egoísmo e da
ignorância profanos.
Este é o mais verdadeiro comunismo que a Maçonaria quer realizar, por meio de seu poder
espiritual, e que não deve confundir-se com a interpretação profana de tal palavra, entendida e
realizada geralmente por meios exclusivamente materiais: não se despoje a nada do que possui,
senão unicamente aprenda a despojar-se do egoísmo (que é a terra na que o servo infiel
temeroso sepultou seu único talento) e fazer assim o uso mais sábio, inteligente e proveitoso de
todos os talentos de que lhe dotaram a Natureza e a Vida, por seu próprio mérito e pelas
circunstâncias.

DEVERES DO COMPANHEIRO
A qualidade de Companheiro é, como temos dito, a confirmação da de Aprendiz; neste segundo
grau se faz portanto mais íntimo seu nexo com a Instituição, da que compreende melhor as
finalidades e, por conseguinte, lhe compete uma melhor e mais fiel observância de seus deveres
de Maçom.
Deve especialmente distinguir-se, e ser um modelo para os Aprendizes, por sua assiduidade e
exatidão nos trabalhos da Loja a que pertence, não permitindo que nenhuma razão profana seja
tão forte de impedir-lhe sua constante e fiel assistência nas conquistas, afastando-se deste
primeiro e mais elementar dever para a Instituição.
A efetividade e o valor dos trabalhos de uma Loja depende, em primeiro lugar, da fidelidade e
assídua assistência de todos seus membros: quem transgrida este primeiro dever, negando a
Oficina a que pertence a cooperação de sua presença nas conquistas, que, se por si só é
suficiente a demonstrar sua boa vontade, quando falta sem grave motivo, demonstra da mesma
maneira que é indigno de pertencer a sua Loja, e a Instituição.
A Maçonaria é, pois, a resultante do esforço coletivo e cooperativo de todos seus membros
indistintamente, que se agregam em Lojas segundo suas recíprocas afinidades ideais, para poder
assim levar a cabo um labor comum. Cada membro deve ser tal em toda a extensão do término,
levando constantemente, segundo suas forças, a função que lhe compete, como o membro de um
organismo, que cessaria de ser tal quando a atividade e presença de alguma de suas partes se
suspendera por intervalos regulares ou irregulares.
Dada a importância da fiel assistência nos trabalhos, nunca deveria conceder-se o aumento de
salário ao Aprendiz que não demonstre esta primeira e necessária condição para ser um bom
maçom, pois nunca pode converter-se em tal, quem não cumpre com tal dever elementar. O
salário efetivo e desejável para todo maçom é, pois, a verdadeira compreensão da Arte em sua
profunda essência e em suas finalidades universais, e esta compreensão (que é o segredo real
da Instituição) não se consegue senão como prêmio ou salário da fidelidade e da perseverança
individuais.
O interesse das conquistas é igualmente a resultante do interesse individual de seus membros
em concorrer fielmente as mesmas, primeiro com sua pontual assistência, e segundo com a
cooperação ou entrega ideal, de acordo com suas capacidades, interesses e atividades. As
conquistas se farão sempre mais interessantes quando todos os membros de uma oficina
concorram regularmente e levem o tributo de seus talentos, fomentando-se as discussões
serenas e construtivas, num ambiente de perfeita tolerância e cordialidade.
Pois em que não seja pelas discussões que pode chegar-se a Verdade, com a convicção pessoal
de cada um dos que escutam, estas servem para estimular a pensar e refletir e a opinião
individual, serenamente expressa por cada um dos presentes com perfeita tolerância da opinião
dos demais, constitui uma ótima matéria prima para o trabalho pessoal dos ouvintes.
Por outro lado, não é indispensável possuir uma inteligência brilhante e uma clara penetração
para ser um bom maçom e levar uma contribuição apreciável e efetiva as conquistas. A presença
silenciosa de quem esta animado por um verdadeiro espírito de fraternidade e cooperação, assim
como pelo desejo de progredir na compreensão das finalidades da Ordem e converter-se num
bom maçom, não deve considerar-se por nenhum motivo como menos valiosa e desejável que
aquela cooperação intelectual mais brilhante, porém não sempre igualmente sólida em sua base
moral e filosófica. Esta última é, pois, a que faz ao verdadeiro maçom, e a melhor inteligência de
nada serve quando falta este sólido fundamento sobre o qual unicamente pode ser edificada essa
preciosa qualidade.
O pensamento em si mesmo (especialmente se baseia sobre uma profunda convicção fraternal) é
uma força poderosa, sobre tudo se acha convenientemente expressa num verbo exterior
adequado. E o Companheiro que, em vez de esforçar-se em brilhar diante de seus irmãos por
seus conhecimentos e dotes intelectuais, põe todo seu empenho em converter-se interiormente
num bom maçom, assistindo a todas as conquistas e levando constantemente a cooperação de
sua boa vontade, será sempre uma sólida coluna de sua Loja e da Ordem.

ATIVIDADE MAÇÔNICA
A pontual e fiel assistência aos trabalhos simbólicos que se realizam na Instituição, constitui a
primeira e fundamental atividade maçônica. Não pode, pois, considerar-se maçonicamente
desperto ou ativo quem limite sua atividade maçônica ao envio regular da contribuição que a Loja
a que pertença haja fixado para seus membros, evadindo o primeiro e mais essencial dever de
sua presença nas conquistas da Oficina da que se fez membro.
Em nenhum lugar, e especialmente em nossa Ordem e na condição de maçom, como o indica
este mesmo nome, pode só receber senão na medida em que da. Primeiro precisa dar, depois
pode só esperar da Lei o prêmio ou salário correspondente, a condição de que não se preocupe
demasiado do que pode ou deve receber, dado que, de outra maneira, pudera defraudar-se a si
mesmo da compensação merecida.
Todo Maçom deve, pois, preocupar-se unicamente do que pode e deve dar, e pelo que se refere
a seu salário ou resultado de seus esforços, seja pessoalmente ou como obra realizada, deve
deixá-lo por inteiro a Lei de Compensação.
O Companheiro deve especialmente ocupar-se em cumprir seu dever de dar a Instituição o tributo
de sua atividade e de seus talentos individuais, pois nisto especialmente consiste seu trabalho de
ajudar aos Mestres: o Caminho que conduz ao Magistério é precisamente o desenvolvimento da
qualidade e capacidade de dar os melhores esforços e a constante colaboração de uma boa
vontade, para fazer uma eficiente obra construtora.
Quanto mais se desenvolve na capacidade de dar, tanto mais se acerca o Companheiro à
qualidade de Mestre, em que se realiza a plenitude maçônica, exaltando-se no Magistério as
capacidades ativas e os talentos operativos que no segundo grau simbólico devem de ser
reconhecidos e expressados. Pelo contrário, quem na Maçonaria se esforça unicamente em sacar
algum benefício, seja de ordem moral, intelectual ou material, cairá para sempre em estado de
Aprendiz e, ademais, dificilmente conseguirá efetivamente o que busca, especialmente se trata de
vantagens e proveito pessoais. Aqui, como em todos os campos, antes de poder receber algo
precisa haver aprendido a dar o melhor possível e o mais desinteressado que se possa.
Se toda a atividade de um Maçom deve realizar-se à Glória do Grande Arquiteto, com maior
razão há de ser nossa atividade dentro da Instituição, na qual devemos estar constantemente
animados e inflamados pelos ideais elevados e as sublimes finalidades da Ordem, fazendo-nos
dignos públicos, obreiros e militares fiéis em sua pacífica e construtora batalha no Progresso da
Liberdade e do Bem da humanidade.
Os trabalhos maçônicos devem ter por fim essencial ascender esta chama de entusiasmo
benéfico e construtor, que caracteriza ao verdadeiro maçom, por meio do conhecimento dos
Ideais e finalidades da Instituição. Por isto é necessário que os trabalhos se façam com fidelidade
e fervor verdadeiramente religiosos.
Em que a Maçonaria não seja uma religião, quanto menos no sentido ordinário da palavra, não
deve por isto praticar-se menos religiosamente. O Maçom deve compenetrar-se do caráter
realmente sagrado da Ordem, e a primeira condição para que isto possa realizar-se será uma
constante observância religiosa do dever de pontual e assídua assistência as conquistas.
A eficiência da atividade maçônica se achará constantemente diminuída toda vez que seus
membros faltem à pontual assistência, não estando presentes à hora em que se fixou abrir os
trabalhos; ademais, todos os membros de uma Oficina deveriam estar presentes desde a
abertura até o término dos mesmos, permitindo-se unicamente aos visitantes ingressar a Loja
depois que os trabalhos se acham abertos, o mesmo que cobrir o Templo (se o desejam), antes
do término ritual.
Em toda atividade coletiva é, pois, necessária, uma disciplina a que todos os que participam da
mesma devem submeter-se, senão se quer que sejam estéreis os esforços e pobres os
resultados. Esta disciplina é a que representa simbolicamente a régua, segundo a qual deve
guiar-se e proceder cada maçom, e que aqui consiste em que todos estejam presentes
precisamente à hora indicada, cumprindo ademais cada qual fielmente com seu particular dever,
tarefa ou missão. Assim os companheiros que compõe uma Loja serão realmente tais na obra
comum de fazer sempre mais efetiva e fecunda a atividade da mesma e da Ordem.

COOPERAÇÃO
Elemento inseparável de toda atividade maçônica é, ademais, o espírito de cooperação, que
sobre tudo deve caracterizar a qualidade de Companheiro. Em que faça também uma obra
individual que a cada maçom lhe incube levar a cabo, de acordo com sua particular compreensão
dos ideais e objetivos da Instituição, a Obra da Maçonaria é essencialmente coletiva, e
precisamente faz possível e resulta realmente efetivamente por meio da individual e universal
cooperação de seus membros, unidos em seu coração pela fidelidade a esses ideais.

Cooperar é "obrar unicamente", ou seja - trabalhar em unidade - de espírito, de intentos, de


finalidades e de esforços. Isto não significa que deva de fazer uma absoluta uniformidade no
ponto de vista e na visão individual das inteligências - ou seja, a unidade planejada e imposta de
fora e caracterizada pela unilateralidade e o fanatismo - senão melhor aquela unidade que se
realiza por meio da elevação dos pontos de vista individuais e limitados, e por a superação destas
limitações.
A cooperação maçônica há de ser, sobre tudo, o resultado natural de tratar de elevar nossa mira
ideal para os planos perfeitos do G.: A.:, cooperando à realização desses planos, segundo sejam
individualmente compreendidos, precisamente como o mostra o signo do Companheiro. Melhor
que imposta de fora, tem que ser, quanto menos até, que seja possível, espontaneamente
aceitada, desejada e reconhecida de dentro, como aquilo que nos põe em harmonia com o Plano
e nos depara o privilégio de cooperar para sua realização.
Os pontos de vista são pois, mais divergentes enquanto sejam imperfeitos e afastados do que é
espiritualmente verdadeiro e real; se acercam e se unificam quando este seja o objetivo essencial
da busca e do esforço. Buscando o ideal e o real, encontramos a Unidade; buscando a perfeição
de nosso próprio ideal encontraremos a unidade com o ideal também de nossos companheiros e
irmãos. Esta é a cooperação iluminada que se faz efetiva por meio da cooperação, e que se
realiza por meio da fé, da Esperança e do Amor.
Encontramos um exemplo desta cooperação ideal na simbólica Construção do Templo na que se
resumem e unificam todas as aspirações maçônicas. O Plano desta fábrica alegórica não pode
ser-nos dado senão pela mesma Inteligência Criadora que planejou todo o universo em seu
conjunto, e estabeleceu as leis que regem a existência, atividade e evolução de cada ser, de cada
átomo e de cada coisa. Se nos pomos interiormente em harmonia com esta Inteligência (nosso
primeiro dever na iniciação como aprendizes) encontraremos também nosso lugar neste Plano, e
também adquiriremos o conhecimento daquela parte do mesmo Plano que particularmente nos
concerne.
Identificando pelo momento a construção desse Templo com a atividade maçônica, sabemos que
empenhamos com participar na mesma por meio do trabalho que logramos fazer sobre nossa
própria pedra individual, "desbastando-a e acertando-a a uma forma em relação com seu
destino". Unicamente quantas pedras individuais hajam sido assim trabalhadas (retificadas pelo
que se refere as seus ângulos e arestas, alisados com relação a suas faces), podem tomar um
lugar estável e cumprir com sua finalidade construtora no edifício ao que naturalmente pertencem,
e com o qual assim se identificam. As pedras que tomam seu lugar e mutuamente cooperam na
estabilidade do edifício: eis aqui o verdadeiro sentido da cooperação maçônica.
Cada obreiro tem assinada uma tarefa particular que consiste, ao início, em "desbastar a pedra
bruta, ajustando-a a uma forma em relação com seu destino". Se trata aqui de um trabalho
individual, feito por cada qual segundo sua visão particular e por meio de seus próprios esforços,
no que tem que desenvolver-se, e manifestar-se livremente sua genialidade artística.
Cada qual trabalha sua pedra segundo seu próprio Ideal e visão particular, que não é outra coisa
que o modelo e as justas medidas que lhe foram assinadas pelo Arquiteto, que ele aceitou
livremente por estar conforme com sua especialidade ou faculdade de visão individual.
Todas as pedras lavradas se transportam assim da Construção, onde há Obreiros expertos e
Mestres Construtores que conhecem perfeitamente o Plano do Arquiteto ou a parte do mesmo
que particularmente lhes concerne e que se encontra em condição de por cada pedra no lugar
previamente determinado. Assim o edifício se levanta com a cooperação de todos, e se acham as
vezes expressos o Plano Geral do Arquiteto e a habilidade e genialidade individual de cada
obreiro, igualmente fatores necessários e indispensáveis de sua atual realização.

OBRA INDIVIDUAL E COLETIVA


Existe naturalmente uma íntima relação entre a obra individual e a coletiva, dado que a perfeição
desta última apoia: primeiro, no maior grau de perfeição e eficiência que se alcance nos esforços
individuais; e, segundo, na mais sábia, perfeita e eficiente coordenação de todos os esforços,
utilizando da melhor maneira os talentos e as capacidades individuais.
O simbólico trabalho da pedra que a cada qual é atribuído - ou seja, o desempenho da tarefa a
cada qual corresponde na obra coletiva, representada pelo Templo onde se eleva a Glória do
Princípio da Vida e da mesma Inteligência Construtora -, será tanto melhor enquanto em cada
esforço isolado haja uma clara e perfeita visão do conjunto da Obra, e a percepção de sua
essencial Unidade. O sentido desta unidade é precisamente aquele que unicamente pode unificar
os esforços que a Sabedoria impessoalmente planeja e dirige, e a Força executa, para a Beleza,
Harmonia e Satisfação sejam manifestas na própria perfeição do resultado.
A percepção da Unidade da Obra é o que eleva e coordena as visões individuais, em cada uma
das quais tem que refletir-se, em um de seus infinitos aspectos, a própria visão da Inteligência
Diretora, Ideal ou Plano Divino que preside à obra. Unicamente assim, quando cada obreiro se
esforça em "desbastar sua pedra" de acordo com sua mais elevada visão ideal e sua percepção
íntima da unidade desse Ideal que dirige e anima a todos os obreiros, será a Sabedoria a que
orienta construtivamente a todos os obreiros, manifestando-se Força e Ardor nos trabalhos, a raiz
dessa mesma orientação. 1 Eficiência e Harmonia no resultado, no que se encarna objetivamente
o Ideal transcendente, que se há realizado e reconhecido subjetivamente.
1 Com relação a este ponto, uma paralelo interessante e sugestivo nos oferece a corrente
elétrica, que é a Força que se faz manifesta num fio, como conseqüência da Unidade de
orientação de todas suas moléculas.
Em outras palavras, para que haja verdadeira e eficiente cooperação numa obra, deve de haver
um Ideal, Plano ou Visão que inspire e dirija as mesma; e para que essa obra seja maçônica se
necessita, ademais, como primeira condição, que esse mesmo Ideal, Plano ou Visão seja
realmente sábio, ou seja expressão dessa Sabedoria que Minerva simboliza em nossos templos,
a que se devem todas as obras grandes, formosas e duradouras em todos os campos da vida e
da atividade humana.
A segunda condição é que esse Ideal, Plano ou Visão guie tanto individual como coletivamente
aos obreiros, de maneira que, como conseqüência da orientação que recebem, se transforme em
Força operativa no campo da ação e da vida prática (o Ocidente, onde a mesma Força
simbolicamente reside) para que cada um trabalhe para sua realização.
Terceira condição é que a Força trabalhe constantemente em harmonia com a Sabedoria,
executando seus planos, ou seja, que a Orientação recebida acompanhe toda a obra, sendo
unicamente em virtude de tal cooperação da Vontade com a Inteligência, da Prática com a Teoria
e do Material com o Ideal, que a mesma obra resultará formosa e harmônica em seu conjunto e
em cada uma de suas partes ou elementos.
Sabedoria, Força, Beleza: eis aqui os três princípios diretivos, a trindade operativa, que
respectivamente faz possível, eficiente e satisfatória toda atividade cooperativa, e em geral toda
obra humana - os três critérios que permitem a melhor coordenação hierárquica das vontades e
das inteligências, dos esforços e das atividades, dos planos e de sua realização. Quando esses
três elementos sejam reconhecidos como ideais diretivos de todas as sociedades e atividades
humanas, destronando-se o domínio, hoje todavia importante, dos critérios e considerações
materiais, desapareceram todos os conflitos, se solucionaram felizmente as dificuldades, e a paz,
a prosperidade, o progresso e a felicidade reinarão entre os homens.
É necessário começar, por conseguinte, por reconhecer este ideal, e ajustar-nos ao mesmo no
íntimo de nosso coração, e nos acercarmos assim ao dia de seu pleno reconhecimento e
realização exterior. Sendo este princípio o que governa todo o universo, é inevitável também seu
reconhecimento e triunfo na vida e na atividade dos homens.

OBRA SOCIAL DA MAÇONARIA


Este conceito da cooperação maçônica é o que faz possível a Obra Social da Instituição, cuja
exata natureza e cuja base, que é a perfeita liberdade individual, não pode ser compreendidas
pelos profanos, em virtude desta mesma qualidade que os afasta do Templo Simbólico de seus
Mistérios, cuja porta só pode abrir-nos nosso grau de compreensão.
A raiz de sua natureza eminentemente orientadora, a Obra Social que explica a Maçonaria não
pode ser nunca dirigida - segundo se entende no mundo profano -, por nenhum particularmente
de seus membros, seja qual fora seu grau maçônico e o posto, cargo ou responsabilidade que se
lhe haja conferido.
Cada maçom tem que trabalhar individualmente, de acordo com sua própria visão ideal e sob sua
exclusiva responsabilidade, oferecendo-lhe a Instituição o campo no que pode afinar, forjar com
outros HH.: - dado que a todos os unem os laços da amizade e da solidariedade - os ideais e os
planos de uma determinada atividade exterior, que deve constituir, de acordo com sua própria
interpretação, sua parte no Plano do G.: A.:, a pedra particular no Templo que a Maçonaria
levanta constantemente, por meio de toda sua obra, ao progresso da sociedade e da
humanidade.
O reconhecimento de um Grande Arquiteto e de seu Plano Perfeito para a Humanidade, e o
esforço individual para a compreensão e realização deste Plano, serão, por conseguinte, a base
de toda atividade social realizada pela Maçonaria em seu conjunto, e de toda verdadeira Obra ou
Ação Maçônica. Não pode ser maçônica nenhuma atividade suja base se afaste de tais
princípios.
Além de ser impessoal, no sentido em que cada obreiro deve esforçar-se em compreender e
realizar impessoalmente a porção do plano que lhe foi individualmente atribuído pelo Grande
Arquiteto, a Obra Social da Maçonaria deve distinguir-se por seu caráter universalmente
construtor.
Assim pois, não pode ser maçonicamente nenhuma obra ou atividade demolidora, dissolvente ou
destrutora ou que tenda a dividir o conjunto da Sociedade e da Humanidade; e os maçons devem
distinguir-se por fazer onde quer, obra construtiva, espargindo constantemente o cimento da
Tolerância, da Fraternidade e da Solidariedade entre todas as pedras e fragmentos que
concorrem a formar o vasto Edifício Social e Humano - homens individualmente e seus diferentes
agrupamentos.
Sendo construtora, a Obra e Atividade da Maçonaria será sempre pacífica, seja no interior de
uma determinada Nação ou Sociedade, seja no que concerne as relações entre raças, povos e
nações. Mais que internacional, a Obra Social da Maçonaria há de ser universal, pois não deve
limitar-se a que se estreitam mútuos vínculos entre nações, senão que, considerando toda
Humanidade como um só organismo, deve esforçar-se em que desapareçam por completo os
prejuízos e barreiras ilusórias que as dividem.
Combatendo o erro e o obscurantismo com a Luz da Verdade, e a escravidão dos povos e das
massas por meio da iluminação individual, a Obra de nossa Instituição será constantemente
libertadora e elevadora, sem ser instigadora ou favorecedora de nenhuma forma de violência, por
ser estas contrárias a seus princípios de Liberdade e Fraternidade e a suas finalidades de
pacifismo construtor.
A liberdade deve, pois, conseguir-se libertando aos indivíduos e aos povos dos erros, vícios e
ilusões que os escravizam, por meio de um ensinamento, uma prensa e uma educação mais
iluminadas, difundidas e eficientes. Por esta razão é especialmente necessário que, como o
místico sal da terra ou a benéfica levedura evangélica, a Maçonaria estenda a Orientação
Elevadora de seus Princípios, que tem por fundamento a Verdade e a Virtude no campo da
Educação pública e privada.
Sua influência e obra pacífica e construtiva não deve limitar-se, por um mal entendido sentimento
do dever ou espírito patriótico, dentro das fronteiras de um país determinado, pois nenhum dever
pode estar por cima do dever fundamental de humanidade e nenhum patriotismo verdadeiro em
contraste com a Verdade da Unidade Espiritual e Moral da Família Humana. Além de afastar as
possibilidades de guerras de qualquer natureza, e favorecer as mais harmônicas e justas
relações, os Maçons individualmente, aplicaram todo seu poder e influência em diminuir os
horrores de toda conflagração civil ou internacional.
No campo profissional e político, a Maçonaria deve estender a influência de sua Obra
constantemente moralizadora, por meio da orientação de seus Princípios que são os que devem
governar aos povos como aos indivíduos, indicando a cada qual a Senda do Bem, da Retidão e
da Justiça, elevando a compreensão do dever e da responsabilidade individual, como membros
privilegiados daquele imenso organismo, constituído pela Humanidade em seu conjunto, para
cujo bem estar, progresso e elevação deve esforçar-se em cooperar.

COMO DEVEM RESOLVER-SE OS CONFLITOS


Também no campo industrial, comercial e econômico, a Maçonaria fará que se estenda aquelas
benéficas idéias inovadoras que realizem uma verdadeira e melhor cooperação entre as
diferentes classes e indivíduos interessados com o objetivo de que cada qual se eleve sobre a
visão estreita e limitada de um egoísmo ilusório, igualmente contrário ao bem individual e coletivo,
fazendo-se reconhecer que cada qual consegue seu mais real e melhor benefício, quando mais
se preocupa com melhor e mais útil para os demais e coopera com todos seus esforços para
lograr o Bem da coletividade em geral e de seus indivíduos em particular.
Assim como anti-humana e suicida, para a humanidade em seu conjunto, é a luta fratricida entre
os povos, assim igualmente anti-social é a chamada "luta social" entre os dois termos
complementares melhor que antitéticos - porque são necessários e indispensáveis um para outro
-, de capital e trabalho, que melhor deveriam considerar-se, respectivamente, como o poder
diretivo e a capacidade produtiva. A Lei verdadeira da vida, ainda desde um ponto de vista
puramente Biológico, e o fator principal do progresso individual como social, é pois, a
Cooperação, em cujo o espírito bem entendido não há problema nem conflito que não possa
resolver-se construtivamente.
No espírito de cooperação, pode, pois, resolver-se da maneira mais satisfatória para ambos os
lados, e mais útil para a sociedade, esse conflito entre capital e trabalho que, em qualquer de
suas formas, aparece constantemente como uma ameaça e uma força destruidora do Bem e a
Riqueza individual e social: tudo pode e deve compor-se harmônica e serenamente, no espírito da
solidariedade maçônica e humana, por meio de uma melhor compreensão e uma maior boa
vontade entre as partes em conflito e contra seus mútuos interesses.
Desta maneira se acharam igualmente resolvidos os problemas da interrupção forçosa, originado
por uma pretendida secasses de trabalho, da superprodução e da desocupação dado que na
realidade a Sociedade necessita a cooperação de todos os membros que a integram, e o que faz
falta é uma melhor compreensão desta necessidade, esforçando-se os que podem em dar
trabalho a todos os que o necessitam, cooperando igualmente a seu próprio interesse e ao bem
da Sociedade, a qual receberá o duplo benefício da utilidade de muitos de seus membros
forçosamente inativos, que em vez de ser para os demais uma carga e uma fonte de dificuldades,
se farão cooperadores na riqueza, prosperidade e bem estar de todos.
Isto diminuirá, por conseqüência, a necessidade de Instituições e Obras de Beneficentes e fará
mais úteis e eficientes as que existem. Pois em que os maçons particularmente e a Sociedade em
geral, tenham o dever de cooperar para a ajuda e o sustento dos que se achem desprovidos do
necessário, o cumprimento mais efetivo deste dever não consiste em obras piedosas que, ao
oferecer um remédio, sirvam muitas vezes para estender o mal que precisamente desejam
combater; senão em processar para atividade construtiva aos indivíduos que necessitem uma
ajuda e as mesmas Instituições de Benefícios, cujo principal finalidade deveria ser a de educar
para o trabalho e procurá-lo.
Finalmente deve cessar a luta e a oposição entre a Maçonaria e a Religião, que foi lamentável
prerrogativa dos países dominados pelo catolicismo, e que tem sua origem numa fundamental
incompreensão. Já que, melhor que ser opostas e antagônicas em suas finalidades, Maçonaria e
Religião estão feitas para compenetrar-se, cooperar e beneficiar-se mutuamente, pois a
Verdadeira Maçonaria e a Verdadeira Religião formam ambas os dois aspectos inseparáveis de
uma mesma coisa, as duas colunas igualmente necessárias do Templo Espiritual da
Humanidade.
Que sejam por ambos lados os ataques e as calunias e que, elevando-se e compreendendo-se
reciprocamente, se unam fraternalmente em sua finalidade comum, cooperando igualmente no
Nome, a Glória e sob os Auspícios de um mesmo Ser e Poder Supremo, em cujo Infinito Amor ha
lugar para todos quantos elaboram com desinteresses por seus Ideais, que são todos
indistintamente seus filhos, e portanto irmãos.
O homem de Fé sincera, seja Maçom ou membro fiel de uma determinada confissão religiosa (e
especialmente se reúne em si as duas qualidades), será sempre um fiel e desejável Companheiro
para seus irmãos, praticando a Maçonaria com fervor religioso e realizando na Religião sua
finalidade maçônica ou construtiva.

CONCLUSÃO
Nos temos nos esforçado em dar nestas páginas ao Companheiro Maçom uma idéia, a mais clara
possível, do que significam os símbolos, cerimônias e instrumentos que se relacionam com seu
grau, e da Doutrina Iniciática que se deriva da interpretação dos mesmos.
Estamos muito longe de crer que com ele os símbolos disse tudo o que tinham que dizer: muito
todavia pode dizer-se e deduzir-se sobre o tema efetivamente inesgotável da interpretação
iniciática e filosófica do Simbolismo Maçônico. Nosso objetivo fundamental foi e é, pois, o de fazer
pensar e refletir individualmente, por ser esta a única maneira com a qual pode só acercar-se à
verdade.
Noutras palavras, não desejamos que quem nos leia considere nossa interpretação como
definitiva, como algo que deve unicamente estudar-se e aprender, como se faz com os livros de
textos nas escolas. O livro do texto da Maçonaria é e será para sempre seu simbolismo, que cada
maçom deve esforçar-se em estudar e interpretar individualmente. Assim, pois, com nossa obra,
queremos unicamente oferecer um guia aos que queiram indicar-se em sua compreensão, para
que, estudando e reflexionando sobre o dito, possa cada qual chegar, por seus próprios esforços,
mais além do sentido imediato de nossas palavras, e descobrir-se assim aquele Segredo
Maçônico que é o tesouro que se guarda como salário dentro do oco misterioso das duas
colunas.
Comparando o conteúdo do presente volume com o de nosso precedente "Manual do Aprendiz",
se convencerá o leitor de que a Doutrina Maçonaria é uma progressiva revelação da Verdade e
que, em que se encontra já toda potencialmente expressa no primeiro, em cada grau maçônico
encontramos uma nova, mais profunda, e mais adiantada etapa, de sua revelação. Isto se fará
patente também nos próximos "Manuais", que formam em seu conjunto distintos tomos de uma
única Obra, constituindo cada qual a introdução necessária para poder entender e compreender o
seguinte.
Na progressiva revelação cada grau e etapa é igualmente importante: nisto consiste a igualdade
fundamental entre todos os graus maçônicos, igualdade que deve seguir reinando soberana na
Maçonaria, apesar da necessária graduação das etapas de esforço e realização.
O Aprendiz que realiza perfeitamente seu grau é assim, espiritualmente, o igual do Companheiro,
e este o igual do Mestre; já que cada grau há igualmente um aprendizado ou estado incipiente,
um estado ativo e operativo de companheiro, e um estado de perfeição ou magistério.
Assim pois, o Maçom verdadeiramente sábio não será nunca o que se propõe escalar todos os
graus no mais curto tempo possível, senão pelo contrário, quem concentre todos seus esforços
para entender e realizar perfeitamente aquele grau ou etapa na qual atualmente se encontra,
sendo esta a maneira mais efetiva para alcançar um progresso verdadeiro. A larga permanência
num grau será assim, para ele, a oportunidade e o privilégio para melhor realizar as
possibilidades daquele grau, que por nenhum motivo hão de conceituar-se inferiores às dos graus
superiores.
Melhor que aspirar a um grau superior, deve só fazer-se superior a seu próprio grau, sendo esta
superioridade íntima a base real de toda superioridade efetiva. E isto não se aplica unicamente a
Maçonaria, senão também a vida em todos seus aspectos, da qual aquela é uma fiel e profunda
representação simbólica: em qualquer carreira, estado ou condição, será sábio quem, melhor que
aspirar a um melhoramento ou promoção exterior, se esforce em alcançar o máximo proveito no
estado ou condição atual em que se encontre, até que chegue a superar interiormente seu próprio
estado, e por conseguinte mais capaz de assumir de uma maneira eficiente as maiores
responsabilidades que se lhe ofereçam.
A Maçonaria é, pois, uma Ciência e uma Arte que deve constantemente aplicar-se na vida:
entendam isto o Companheiro e o Maçom de qualquer grau. Assim levará nossa Augusta
Instituição sua missão vital para todo ser humano, e se converterá em meio poderoso de
Progresso e Elevação Social.

 CORDA DE OITENTA E UM NÓS


“A corda de oitenta e um nós”
À Glória do Grande Arquiteto do Universo
A CORDA DE OITENTA E UM NÓS

Iniciaremos nossa pesquisa neste dia, exortando que a Maçonaria é uma Instituição filosófica,
filantrópica dotada de um esoterismo místico e uma natural simbologia que nos conduzem a uma
reflexão profunda através de simples utensílios profanos. Dessa feita atribuir um significado
próprio aos símbolos é de sublime importância para os aprendizes, pois é neles que nos
apoiamos e com eles que trabalhamos.

A humanidade em geral aprendeu e evoluiu consoante a utilização de símbolos, hoje são


utilizados certamente em todas as áreas do conhecimento, e até mesmo na dicção de uma
simples palavra, que por uma convenção arbitrária atribuímos às letras, palavras e idiomas sons
distintos; sujeitos a uma determinada interpretação. Na vida maçônica esta regra ocupa um lugar
de destaque, senão vejamos, assim que adentramos ao Templo nossos olhos são guiados
espontaneamente a todos os símbolos presentes e dispostos harmoniosamente, assim, de modo
a obter um profícuo esclarecimento, buscamos o início, o significado da própria palavra símbolo.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira – “Símbolo. [Do gr. Symbolon, pelo lat. Symbolu] S. m 1.
Aquilo que por um princípio de analogia representa ou substitui outra coisa; 2 Aquilo que por sua
forma e natureza evoca, representa e substitui, num determinado contexto, algo abstrato ou
ausente; 3 Aquilo que tem valor evocativo, mágico ou místico; 4 Objeto material que, por
convenção arbitrária, representa ou designa uma realidade complexa...”

Assim a “corda de oitenta e um nós” é um símbolo presente nos Templos maçônicos, e é


encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas Zodiacais, conforme estatuído
no R\E\A\A\. A corda será preferencialmente de sisal, sua disposição inicia-se com a colocação e
a observação do “nó” central dessa corda que deve estar acima do Trono de Salomão (cadeira do
V\M\) e acima do dossel, se ele for baixo; ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto,
sua significação representa o número UM, unidade, indivisibilidade, sagrando-se por representar
ainda o Criador, princípio e fundamento do Universo. Dessa forma a corda conta ainda com
quarenta “nós”, eqüidistantes, de cada lado que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos
da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas,
representando a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou Moderação), muito embora existam
Templos na França que apresentam cordas com doze “nós” representando os signos do Zodíaco.

Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do
templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para
acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a Luz Maçônica, porém a
interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem
Maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas idéias, que
possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade, já que
não pode ser Maçom aquele que rejeita as idéias novas, em benefício de um conservadorismo
rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Na busca do significado esperado, remontemos no tempo... na Grécia antiga os cabelos longos


das mulheres eram usados para fazerem as cordas necessárias para a utilização na defesa das
cidades. Já os agrimensores egípcios usavam a cordas com “nós” para declinarem os terrenos a
serem edificados, sendo que os “nós” demarcavam os pontos específicos das construções, onde
deveriam ser necessárias aplicações de travas, colunas, encaixes, representando, portanto, os
pontos de sustentação. Também fora utilizada, na Idade Média, como instrumento para medir e
demonstrar dimensões e proporções da cúpula que se desejava construir através da sombra
sabiamente provocada por uma luz. Incontestavelmente ela é um elemento que pode ser
composto pelos mais diferentes materiais e que tem a finalidade de prender, separar, demarcar
ou em nosso caso “unir”. Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros
trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra informe medieval, que cercava
o seu local de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez,
ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local.

Uma das possíveis origens da “corda de 81 nós”, ocorre quando em 23 de agosto de 1773, por
ocasião da palavra semestral em cadeia da união na casa "Folie-Titon" em Paris, tomava posse
Louis Phillipe de Orleans, como Grão-Mestre da Ordem Maçônica, na França, onde estavam
presentes 81 irmãos em união fraterna, e a decoração da abóbada celeste apresentava 81
estrelas.

Contudo encontramos ainda, na Sociedade dos Construtores (Maçonaria Operativa), que foi o
embrião na Maçonaria como conhecemos hoje, a herança da “corda” que era desenhada no chão
com giz ou carvão, fazendo parte alegoricamente parte de um Painel representativo dos
instrumentos utilizados pelos Pedreiros Livres. Agora nas reuniões maçônicas, seguindo o ritual,
é pedido ao Irmão Guarda do Templo que verifique se o Templo está "coberto" em sua parte
externa, das indiscrições profanas, somente iniciando os trabalhos após sua confirmação.
Seguindo a isto a protetora Corda Maçônica saiu do chão e elevou-se aos tetos dos Templos,
significando a elevação espiritual dos Irmãos, que deixaram de trabalhar no chão com o cimento e
passaram a trabalhar no plano superior com o cimento místico que é a argamassa da
Espiritualidade. Esta corda é que oferece-nos proteção através da irradiação de energias pela
"Emanação Fluídica" que abriga e sustenta a "Egrégora" (corpo místico) formada durante os
trabalhos em Templo através da concentração mental dos Irmãos, evitando que ondas de energia
negativa desçam sobre os presentes na reunião. As borlas separadas na entrada do Templo
funcionam como captores da energia pesada dos Irmãos que entram, devolvendo-lhes esta
energia sob forma leve e sutil quando de sua saída.

A estrutura dos “nós” (melhor denominados “laços”) representa o símbolo do infinito –¥– e a da
perpetuação da espécie, simbolizando na penetração macho/fêmea, determinando que a obra da
renovação é duradoura e infinita. Este é um dos motivos pelos quais os laços são chamados
"Laços de Amor", por demonstrar a dinâmica Universal do Amor na continuidade da vida. Os
átomos detêm toda a sabedoria do Mundo, porque ele gera e cria novas propostas para a
evolução humana. A Corda de 81 laços representa a laçada como um "8" deitado, lembrando ao
Maçom que é preciso tomar muito cuidado para não puxá-la transformando-a em nó o que
significaria a interrupção e o estrangulamento da fraternidade que deve existir entre os Irmãos. Os
81 laços são apresentados nos Templos Escoceses do Brasil e Paraguai, cuja Maçonaria foi
originada da nossa

Depois de analisada a natureza dos símbolos, a disposição simbólica da “corda de oitenta e um


laços” no Templo, assim como sua origem nesta sublime Instituição passemos a uma retida
análise consoante ao número 81, representado através dos laços eqüidistantes, senão vejamos:
Esotericamente, a “corda de oitenta e um laços” simboliza a união fraternal e espiritual, que deve
existir, entre todos os Maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e objetivos
da Maçonaria, que evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta.

“Para que um símbolo se torne de fato um símbolo são necessárias várias interpretações,
justificativas e significados” já lecionavam carinhosamente os “velhinhos” da A\R\L\S\“Barão de
Ramalho”, e é dessa maneira que a máxima se justifica, vez que mais uma vez encontramos
várias teorias acerca do tema proposto.

Nesse contexto, inicialmente abstrairemos o laço central que é a representação G\A\D\U\ entre
seu passado e o seu futuro, representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus,
princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número
sagrado. Destarte passemos às laterais com 40 laços, e lembramos que este número marca a
realização de um ciclo que leva a mudanças radicais. A Quaresma dura 40 dias. Ainda hoje
temos o hábito medicinal de colocar pessoas ou locais sob "quarentena" como se nela estivesse
a purificação dos males antes existentes. Jesus levou 40 dias em jejum e tentações. Os Hebreus
vagaram 40 anos no deserto. Quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4).
Quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28). Os 40 laços representam
os 40 dias que Jesus usou para preparar-se para a morte terrestre e os 40 dias que ficou entre
nós após a ressurreição, preparando-se para a Eternidade.

Ato contínuo analisemos as justificativas simbólicas no próprio número 81 que segue os princípios
místicos da Cabala, senão vejamos: o número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o
quadrado de 3, número Perfeito, bastante estudado em Escolas Esotéricas e de alto valor místico,
para todas as antigas civilizações; Três eram os filhos de Noé; Três os varões que apareceram a
Abraão; Três os dias de jejum dos judeus desterrados; Três as negações de Pedro; Três as
virtudes teolegais (Fé; Esperança e Amor). Além disso, as tríades divinas sempre existiram, em
todas as religiões: Shamash, Sin e Ichtar, dos Sumérios - Osiris, Isis, Horus, dos Egípcios -
Brahma, Vishnu e Siva, dos Hindus - Yang, Ying e Tao, do Taoismo - Pai; Filho e Espírito Santo,
da Trindade Cristã. Também não poderíamos deixar de citar a tríplice argamassa das oficinas
Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

E ainda, os comportamentos humanos tem valores numéricos, de acordo com as letras de seus
nomes. As letras são divididas em três grupos de 9 letras, cada letra com 3 chaves, a saber: o
valor numérico que lhe é próprio; o som que lhe é próprio; e a figura que a caracteriza. Como
temos nove variações comportamentais segundo a Psicologia, teremos 81 variações de
comportamento. Podemos, então dizer em estudo livre, que esta corda mostra também os 81
comportamentos que uma pessoa pode ter em uma existência, sendo então a representação do
indivíduo e suas mudanças humorais.

No ritual do Grau 20 do Supremo Conselho do Grau 33 do Paraná encontramos uma explicação


para os 81 laços; na página 35, ao perguntar-se o porquê dos 81 laços, responde-se que Hiram
Abiff tinha 81 anos quando foi assassinado. Também encontramos no Artigo II da Constituição
dos Princípios do Real Segredo para os Orientes de Paris e Berlim, edição de 1762; para se
chegar ao Grau 25, naquela época, eram necessários 81 meses de atividades maçônicas. A
Cosmogonia dos Druídas, resumidas nas Tríades dos Bardos antigos, eram em número de 81 (as
Tríades) e os três círculos fundamentais de que trata esta doutrina, tem como valor numérico o 9,
o 27 e o 81, todos múltiplos de 3. Ragon, em seu livro "A Maçonaria Hermética", no rodapé da
página 37, diz em uma nota, que segundo o Escocês Trinitário, o 81 é o número misterioso de
adoração dos anjos. Assim, segundo Oswaldo Ortega, da Loja Guartimozim de São Paulo, à luz
do Esoterismo, ele cita que os 81 laços que estão no teto, portanto, próximos do céu, tem ligação
com os 81 anjos que visitam diariamente a Terra, com mostram as Clavículas de Salomão, e se
baseiam nos 72 pontos existenciais (os 72 nomes de Deus), da Cabala Hebraica modificada. A
cada 20 minutos, um anjo desce à Terra e dá sua mensagem aos homens. São 72 visitas no
curso do dia, se levarmos em conta que a cada hora teremos 3 anjos, em 24 horas, teremos 72
anjos. Agora, somando 72 anjos aos nove planetas que nos influenciam diariamente chegamos
ao número 81. Sabemos que estes anjos podem nos ajudar se os chamarmos pelos nomes no
espaço de tempo que nos visitam. E eles estão representados no teto do Templo, através dos 81
laços.

Pontofinalizando encontramos ainda outra denominação à “corda”, ou seja, “Borda Dentada”,


traduzida pela corda de nós (laços de amor) que rodeia o “Quadro de Aprendiz” (3 ou 7 laços),
assim como o “Quadro de Companheiro” (5 ou 9 laços) terminada com uma borla em cada
extremidade e que per si mereceria um estudo próprio. Não obstante ao explicitado, a lição
primordial que nos resta é que a corda é a imagem da união fraterna que liga, por uma cadeia
indissolúvel, todos os Maçons, simbolizando o segredo que deve rodear nossos augustos
mistérios, assim como representa a Cadeia de União permanente pela busca da proclamada
Fraternidade, tão bem explicitada no Salmo 133.

Justo e Perfeito

“A ponte entre o humano e o divino: - o justo e perfeito.” 

“...há um encontro entre o divino e o humano. Assim como em A 


criação de Adão, os dedos dos homens tocam os dedos de Deus...”

Durante a abertura ritualística da sessão em grau de aprendiz, o 1o. Diácono sobe os degraus do
trono, pelo norte, com passos normais e coloca-se em frente ao Venerável Mestre, fazendo a
saudação. O Venerável Mestre dá-lhe , ao ouvido direito, a Palavra Sagrada, letra por letra. O 1o.
Diácono dirige-se ao 1o. Vigilante, transmite-lhe a Palavra Sagrada da forma que recebeu e volta
ao seu lugar. O 1o. Vigilante a envia ao 2o. Vigilante, do mesmo modo, por intermédio do 2o.
Diácono, que volta a seguir ao seu lugar. Então, o 2o. Vigilante, após um golpe de malhete,
assegura: tudo está justo e perfeito na Coluna do meio-dia, Irmão 1o. Vigilante, ao tempo em que
este último, também acionando o malhete, registra: tudo está justo e perfeito em ambas as
Colunas, Venerável Mestre.
Imagine-se que, neste passo da Sessão, o Venerável Mestre, após ouvir a assertiva de que tudo
está justo e perfeito em ambas as colunas, indagasse ao Irmão 1o. Vigilante: por que, meu
Irmão ? A partir dessa hipotética pergunta – por que justo e perfeito ? – passamos à elaboração
deste trabalho, como se fosse uma resposta a tal indagação.
Segundo o Pod:. Irm:. José Castellani, em seu Dicionário de Termos Maçônicos, trata-se de “um
termo originariamente usado, entre Maçons, para significar que tudo está em ordem e correndo
bem, que não há problemas. Posteriormente, registra o Autor que tal prática se tornou usual, a
expressão passou a ser utilizada para o reconhecimento entre Maçons: um diz, casualmente,
durante uma conversa, ‘tudo justo’; se o interlocutor for Maçom, afirmará que está ‘tudo justo e
perfeito’, podendo acrescentar, como muitos fazem, ‘em amb:. as ccol:.’.
E prossegue o Autor, em sua obra referida, afirmando “que a expressão tem origem nas
associações de artesãos construtores, hoje englobadas sob o título de Maçonaria de Ofício, ou
Maçonaria Operativa, para distingui-la da Maçonaria dos Aceitos, associação maçônica, sem
laços profissionais de união”.
“Desde remotos tempos, os construtores sempre verificaram a exatidão das construções com o
prumo, ou Perpendicular, e com o Nível, proclamando, ao constatar essa exatidão, que “tudo está
justo e perfeito”. É por isso que, no Rito Escocês Antigo e Aceito, que tem a transmissão da
Palavra Sagrada, com o Prumo (instrumento do 2o. Vigilante) e com o Nível (instrumento do 1o.
Vigilante), declaram, ao Venerável Mestre, o chefe da construção, que tudo está justo e perfeito
em ambas as colunas.”
Vê-se, pois, que a expressão ‘tudo está justo e perfeito’ veio de épocas pretéritas, originária da
chamada Maçonaria de Ofício, possuindo à época a finalidade de atestar a exatidão da obra,
após verificações empreendidas com o Prumo e o Nível, instrumentos de ambos os Vigilantes,
respectivamente, em informação que era transmitida ao Venerável Mestre, Chefe da obra.
Transformando-se a Maçonaria, de Operativa em Especulativa, por não mais agregar apenas
construtores de profissão, mas construtores no sentido simbólico, do templo moral e social da
humanidade, segundo o atual conceito da Instituição, é intuitivo que a expressão teria deixado de
possuir aquele significado, uma vez que não mais estamos construindo edifícios ou catedrais. O
nível hoje é símbolo da igualdade e, juntamente com o prumo, formam uma esquadria.
Recorrendo-se à língua portuguesa, quase nada há de interessante, onde o vocábulo ‘justo’
significa ‘conforme à justiça, à equidade, à razão; ou ainda, imparcial, íntegro ou exato e preciso.
De qualquer forma, ‘justo’ é um adjetivo e como tal pode ser usado, por exemplo, para se dizer
‘homem justo’, nunca se dirá, em português, tudo justo, como também não se diria ‘tudo virtuoso’.
Já o ‘perfeito’ exprime um tempo de verbo, passado, e é também um adjetivo a indicar a reunião
“de todas as qualidades concebíveis, ou a superação do mais alto grau numa escala de valores”.
Igualmente soa estranho dizer-se “está tudo perfeito”, uma vez que também é adjetivo, servindo
para modificar um substantivo, como ‘objeto perfeito’, ‘jóia perfeita’, ‘obra de arte perfeita’, no
sentido de que nestes não se observa nenhum defeito. Certo é, todavia, que a expressão “tudo
justo e perfeito”, por estas razões, aparenta não estar correta segundo a língua portuguesa,
faltando-lhe um ou dois substantivos como, v.g., ‘aquele homem justo construiu uma obra
perfeita’.
Na linguagem jurídica, a expressão ‘justo’, que ‘é derivada do latim ‘justus’, entende-se o que é
conforme o direito e a justiça. É o que é legítimo, próprio, adequado, eqüitativo.” Já o ‘perfeito’,
‘do latim perfectus , é empregado na terminologia jurídica, precisamente no sentido literal ou de
origem: quer exprimir o que está concluído, segundo as regras legais, para que produza os
efeitos desejados’, é utilizado na expressão ‘ato jurídico perfeito e acabado’.
Abandonando tais conceitos, poucos esclarecedores para os nossos objetivos maçônicos, surge-
nos a perspectiva de partir para a análise do tema, por intermédio de conceitos filosóficos de
‘justiça’ e ‘perfeição’, em busca oblíqua das bases da nossa expressão ‘justo e perfeito’.
Nesta área, tem-se que ARISTÓTELES, ‘a partir da concepção realística, finalista e teleológica do
mundo, vê a justiça como uma virtude. Ele é o filósofo que levou a análise do conceito de justiça
mais longe, até hoje, tendo influenciado todo o pensamento ocidental sobre esse tema’. O
filósofo, fundador da ética como ciência, em meio à crise ética grega, examina a justiça como
uma excelência moral fundamental, a maior das virtudes, na Ética a Nicômaco, Livro V, partindo
do comportamento justo e do injusto, proclama a justiça distributiva e corretiva, dentre outras
distinções e conceitos.
ARISTÓTELES (384-322 aC), relembrando, nasceu em Estagira, cidade macedônica de
população grega. Discípulo de PLATÃO (497-347 aC) na Academia, em Atenas, foi, depois,
mestre de Alexandre da Macedônia. Retornando a Atenas, em 335 aC, fundou o Liceu.
Como novo centro filosófico, o Liceu foi o marco da independência doutrinal de Aristóteles, frente
aos ensinamentos de Platão. Embora não totalmente opositor de seu mestre – cuja filosofia se
acha impregnada por um idealismo ético intransigente – posto que muitos dos elementos
característicos do platonismo são encontrados no pensamento do estagirita, Aristóteles preferiu o
caminho do ‘realismo de um moderado termo médio e um espírito analítico apegado aos fatos –
divergência que se tornou lugar comum entre os estudiosos do pensamento dos referidos
filósofos.
O primeiro conceito filosófico de justiça foi produzido pelos pitagóricos. Esse conceito, embora
não expresse a verdade integral, dá ênfase à igualdade, ou seja, justiça é, antes de tudo,
igualdade, quer dizer, equivalência entre termos contrapostos. É, também, reciprocidade, posto
que ‘pode se assemelhar ao número quadrado, isto é, ao igual multiplicado pelo igual, eis que ela
devolve o mesmo pelo mesmo. 
Na “Ética a Nicômano”, Aristóteles, para formular a teoria da justiça, não parece se afastar da
idéia tradicional de que ela é uma virtude ética por excelência, tal como vista por Platão, e
procura os diversos sentidos possíveis da palavra, notadamente legitimidade (significando
sintonia com as leis) e igualdade.
Deve-se observar, que de modo diverso do visto na “República’ de Platão, a justiça de Aristóteles
é exposta tendo em conta uma distinção entre justiça completa e justiça particular. A primeira
consistiria da virtude perfeita, voltada para proveito do próximo. A justiça particular, por seu turno,
tem uma acepção mais restrita, que considera o princípio da igualdade, de sorte que a que se
defina “como justo o que é conforme à igualdade, sendo o injusto a desigualdade; cada um
recebe o que lhe é devido.
As virtudes são classificadas em virtudes dianoéticas ou intelectuais e virtudes éticas ou morais.
Nesse contexto, a justiça se enquadra entre as virtudes éticas. E, como valor ético, a justiça é
virtude essencialmente social, que se realiza na comunidade.
A questão que inicia o problema da justiça, em “Ética a Nicômano”, é a investigação a respeito de
que espécie de ações se ocupam, precisamente, a justiça e a injustiça; em que sentido a justiça é
a observância de um meio-termo: e quais são os extremos entre os quais o justo é um meio
termo.
Nessa busca, a justiça é retratada como ‘a disposição da alma graças à qual as pessoas se
dispõem a fazer o que é justo, a agir justamente e a desejar o que é justo. Injustiça, então, é a
disposição da alma graças à qual elas agem injustamente e desejam o que é injusto.
O preceito geral de comedimento, tendo-se a justiça como modo de tratar os homens, traduz-se
pela ‘idéia de que a conduta reta consiste em não enxergar para um demais ou para um
demenos, em manter, portanto, o doirado meio-termo. Na sua análise da ética, Aristóteles,
valendo-se do método matemático-geométrico, logra, cientificamente, determinar as virtudes a
perquirir o que seja moralmente bom. Tem-se, então, que a virtude se situa entre dois extremos,
ou dois vícios, um por excesso e outro por defeito. Conseqüentemente, exemplificando-se, ‘a
virtude da coragem é o meio termo entre o defeito da covardia (um por demenos de ânimo) e o
defeito da temeridade (um por demais de ânimo). Daí a famosa teoria de mesotes, que na prática,
para explicar a virtude da justiça, pressupõe-se que conduta reta é o meio-termo entre o agir
injustamente e o ser tratado injustamente. A ética dessa teoria, no entanto, apenas aparenta
resolver o problema, como observa Kelsen, posto que se limita a ‘confirmar que é bom o que,
segundo a ordem social existente, é bom’, mantendo-se a ordem social estabelecida, deixando
sem resposta o que é injustiça.
A justiça é uma virtude que induz a que se dê a cada um o que é seu, seja pela autoridade
(justiça distributiva), seja nas relações privadas (justiça comutativa). Nisso repousa a sua
dimensão particular.
A primeira classe de justiça é a distributiva. Ela é explicada, na Ética a Nicômano, como a justiça
que se aplica na repartição das honras e dos bens, e tem em vista que cada um dos associados
receba, de tais honras e bens, uma porção adequada a seu mérito.
Aristóteles, reafirmando o princípio da igualdade, enfatiza que, se as pessoas não são iguais não
poderão ter coisas iguais. A justiça distributiva, consiste, assim, de uma relação não proporcional,
a qual o filósofo, artificialmente, assevera tratar-se de uma proporção geométrica. 
Já no tocante ao vocábulo perfeição, curiosas ponderações vêm de Platão, na obra ‘O Banquete’,
ele põe-nos perante uma conversa entre um companheiro de Apolodoro e o filósofo. Apolodoro
ouvira anteriormente a Aristodemo uma narrativa em que relatava um convívio no qual este último
estivera presente e que decorrera em casa de Ágaton por ocasião das celebrações de vitória da
tragédia deste e sua conseqüente ‘coroação’. Propondo-se satisfazer a curiosidade do
companheiro de Aristodemo relativamente ao convívio, relata-lhe o que o próprio Aristodemo
dissera ter visto e ouvido. Entre outros tinham participado nesse festim Ágaton, Sócrates,
Alcibíades e ainda Aristófanes..
Durante o convívio é proposto por Erixímico, em nome de Fedro, a execução de elogios ao Amor.
Aceito por todos torna-se este o tema central do festim.
Proferido em seguida ao de Erixímaco, o discurso de Aristófanes faz-nos penetrar numa
atmosfera de sonho e de idealidade onde a dynamis, ‘poder’, do amor se liberta de todas as suas
implicações sociais ou cosmológicas, para encontrar na physis a sua origem remota e verdadeira.
Exprime-se assim a definição de amor como ‘saudade de um antigo estado’, símbolo de
PERFEIÇÃO, que os seres atuais, reduzidos a metades, em vão tentam recuperar.
Aristófanes começa o seu discurso dando a conhecer a natureza humana e as suas mutações.
Pois a nossa antiga natureza não era tal como a de hoje e sim diversa, apresentando-nos desta
forma o mito do Andrógino, símbolo da perfeição.
Este ser, um dos três gêneros da espécie humana, partilhava das características de ambos...
macho e fêmea e encontra-se agora desaparecido. O Andrógino era dotado de uma forma ‘inteira
e globular’, com membros e órgãos duplicados em relação a homens e mulheres. Os seres
constituintes deste gênero caminhavam erectos e, se fosse esse o seu desejo, em dois sentidos.
Caso quisessem correr a toda a brida ‘apoiados nos seus membros, que eram então oito,
poderiam faze-lo velozmente em círculo”.
Também em relação à sua origem o Andrógino apresenta-se como ser perfeito, visto que ‘o
macho foi inicialmente um rebento do Sol; a fêmea da Terra; e da Lua; a espécie que reunia as
características dos outros dois, dado que também a Lua partilha da natureza do Sol e da Terra’.
Dotados ainda de uma terrível força e resistência e, além disso, de uma imensa ambição(...)
começaram a conspirar contra os deuses’. A solução encontrada por Zeus foi a de dividi-los ao
meio, retirando-lhes a sua antiga forma perfeita, o que levou a que ‘cada metade’, com saudades
da sua própria metade não mais aspirasse do que a fundir-se num só ser”.
Aristófanes afirma então que ‘dessa época longínqua data, sem dúvida alguma, a implantação do
amor entre os homens – o amor que restabelece o nosso estado original (PERFEITO) e procura
fazer de dois um só, curando assim a natureza humana.
Aos amantes que encontram a metade da qual tinham sido separados é dada esperança através
de uma especulação. O autor do elogio afirma que, por exemplo, Hefesto, ao observa-los tão
unidos seria capaz de ‘fundi-los e solda-los numa só peça, de tal modo que passassem a ser um
só’, solucionando desta forma o anseio provocado pela nossa antiga natureza constituída por um
todo. Apresenta-se assim a ‘veneração’ dos deuses como auxílio em busca da forma uma e
perfeita anteriormente tida.
Em seguida, há menção a um discurso pelo qual Platão faz a ponte entre o ser humano e o amor,
enquanto desejo de algo ausente que, à partida, não permite completar o ser: “...ao falarmos do
amor, não deixaste de concordar que era a privação do Bem e do Belo que o faziam desejar
essas mesmas qualidades que lhe faltavam...” O Amor, enquanto operador de junção do que está
separado, é ‘um gênio poderoso... intermediário entre o humano e o divino, cujas atribuições são
‘as de um intérprete e mensageiro dos homens junto dos deuses e dos deuses junto dos homens
preenchendo por inteiro o espaço entre uns e outros, permitindo que o Todo se encontre unido
consigo mesmo.
No final da argumentação conclui-se que, ‘em resumo: o amor é o desejo de possuir o Bem para
sempre’ e que o ‘alvo do Amor não é de fato o Belo, mas Gerar e criar no Belo’. Ao homem que
contempla ‘o Belo pelos meios que o tornam visível, será dado gerar, não já imagens de virtude,
pois não é já a imagens que se apega, mas a virtude verdadeira’, o que faz com que, caso haja
alguém de entre os homens que possa tornar-se imortal, esse alguém seja precisamente ele.

C O N C L U S Õ E S
Na busca da assimilação da inteireza e significado de tais valores – justiça e perfeição – justo e
perfeito, vê-se a necessidade de examina-los sob a ótica da filosofia, ‘para ampliar a
compreensão da realidade’
Fiquemos com a ótica de Aristóteles quanto à justiça, como uma ‘excelência moral fundamental’,
um fim social tal qual a igualdade, a liberdade e a fraternidade, esta última substituindo a alusão
do filósofo à ‘democracia e o bem-estar’.
No que concerne à perfeição (e ao perfeito), autores de épocas distintas, discorrem sobre o amor,
sobre o belo estético, e a idéia, perfeita em si mesma (Platão), dando azo ao sublime*: ‘faculdade
originária de conceber pensamentos elevados, numa riqueza espiritual interior que ultrapassa os
limites do usual, diretamente relacionada com o êxtase.’
Os filósofos ao prescrutar o sentido de tais expressões, sentem que elas, em seus significados
mais elevados, muitas vezes escapam à compreensão humana e aí porque a menção e o
paralelo com a justiça e a perfeição divinas e a busca de comparações em decorrência da
dificuldade de se estabelecer conceitos precisos. 
Certamente que ao afirmarem, Vigilantes e Venerável Mestre, que tudo está ‘justo e perfeito’, não
se referem ao justo da função jurisdicional e nem ao perfeito da obra arquitetônica – prumo e
nível, mas sim a valores ainda mais elevados, como as virtudes dos códigos morais e éticos, o
perdão, a lealdade, a fidelidade supremas e, bem assim, a perfeição que o Maçom busca e que
dá à sua Instituição o título de Sublime Ordem, e isto no contexto das dimensões simbólicas do
templo, que representa o próprio Universo.
No aprofundamento destes temas, observará o Irm:. uma verdadeira ponte entre valores do
humano e do plano divino, como observou o filósofo Platão.

* do latim sublimis, composto de sub-limen: ‘o que está suspenso na arquitrave da porta’, o lintel
entre duas colunas (OED), origem na arquitetura, o que está acima da cabeça do homem.

BIBLIOGRAFIA:

Trabalho O CONCEITO ARISTOTÉLICO DE JUSTIÇA – Evanna Soares – Doutoranda em Direito


(UMSA); - colhido via internet.
Artigo O TEMPO DE VIEIRA: O ESPIRITUAL E O HUMANO NO V IMPÉRIO
Luis Filipe Silvério Lima – Apresentado no Simpósio Sujeito na História – PUC/SP
O CONCEITO DE ‘PERFEIÇÃO’: Platão, Edmund Burke e Jorge de Sena - 
Trabalho de Emanuel Morgado – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Estudos Alemães;
BREVE CONSIDERAÇÕES SOBRE A JUSTIÇA NO PENSAMENTO DE
ARISTÓTELES E KANT – Firly Nascimento Filho – Mestre em Direito – PUC/RIO;
O SUBLIME E O BELO – de Longino a Edmund Burke – Helena Barbas –
SERMÃO DO MANDATO (1643) – de Padre Antonio Vieira –
BOBBIO, Norberto et all. Dicionário de Política, p. 662
MONCADA, L. Cabral de . Filosofia do Direito e do Estado, p. 28
DE PLACIDO E SILVA – Vocabulário Jurídico – Editora Forense.
KELSEN, Hans. A Justiça e o Direito Natural.
CASTELLANI, JOSÉ – Dicionário de Termos Maçônicos –
Textos de 1 a 6 obtidos em Texto Fonte: Editoração Eletrônica – via internet.

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