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Loja Maçônica Elias Gabriel


Aprendiz Maçom Fernando Carvalho de Assis Araújo
Trabalho Maçonaria – Painel do Grau de Aprendiz

O seguinte trabalho tem como objetivo explicar e analisar a


simbologia existente no painel de grau Aprendiz. Para início dessa
análise vou iniciar pelo termo painel. Qual o seu significado? A palavra
Painel de acordo com o dicionário maçônico afirma que,
“A origem da palavra é espanhola,
significando pano no sentindo de quadro, ou seja,
quadro de pano. Nas lojas maçônicas, especialmente
as simbólicas, cada um dos três Graus possui um
Painel próprio. (..) esses painéis são confeccionados com material rígido em formato
quadro, medindo aproximadamente, 50 X 80 centímetros, sem medidas exatas e
rigorosas” (Camimo, Dic. Maçônico, 2018)

Pode se afirmar que as antigas Lojas Ingleses chamavam o painel de “Tábuas de Delinear”,
simbolizando a prancheta sobre o qual o mestre maçônico traçava linhas e delineava desenhos. O
Painel da Loja representa o caminho que o Maçom deve trilhar para atingir o ideal maçônico, assim
possibilitando o aperfeiçoamento moral para chegar ao Grau de Mestre. Portanto, o painel resume
todos os símbolos que devem conhecer um aspirante à iniciação. Assim, representa o conjunto de
símbolos e alegorias que em cada grau o Maçom deve aprender e compreender.
O Painel de Grau Aprendiz é como a Loja, formato quadrilonga, seu comprimento vai do
Oriente ao Ocidente e sua largura é de Norte ao Sul, estes são descritos no painel com os pontos
cardeais no lado do painel. De acordo com Pereira, “a sua profundidade é da superfície ao centro da
Terra, e sua altura da Terra (Pavimento) ao Céu (Abóbada Celeste)” (Pereira, p.27 / 2022) Assim essa
representação, significa a universidade da Maçonaria e mostra a caridade (amor) do Maçom não tem
limites, a não ser os determinados pela prudência.
O Painel do Aprendiz apresenta um circunscrito por uma Orla Dentada, que aparece em
todas as lojas circundando o pavimento mosaico. Simboliza assim a união que deve existir entre todos
os homens, especialmente entre os maçons e quando o amor fraternal dominar todas as nações e
todos os corações. Ilustra o princípio da atração universal, significando o amor e representado com os
seus múltiplos dentes, os planetas que gravitam ao redor do Sol, assim como os povos reunidos em
torno de um chefe, ou os filhos em volta do pai. Portanto, os maçons reunidos em torno da Loja, que
cujos ensinamentos e moral aprendem para espalhá-lo aos quatro cantos do universo. Enfim simboliza
os laços fraternais que todos os maçons são unidos.
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No Painel ainda consta nos seus cantos quatro borlas (botões dos quais pendem fios em
forma de campânula), o significado desses quatros cantos com as campânulas representa a
Temperança, Justiça, Coragem e Prudência.
A temperança “significa o equilíbrio das ações; ser temperante é contentar-se com o
suficiente, envolve o ato de alimentar-se, de beber, de alegrar-se, do lazer, do sexo; enfim, não basta
que o maçom seja Temperante numa só espécie, há de ser Temperante em tudo, evitando o fanatismo,
a gula, a licenciosidade e no que respeita o todo o excesso” (Dic. Maçônico; p. 383) Assim, a
Temperança é considerada a virtude cardeal. Sem ela a prudência virá astúcia, a sabedoria carece de
medida; a fortaleza excede-se em seus fins; e a própria justiça raia a iniquidade. Os principais
elementos da temperança é a Moderação e a Honestidade. Mas assim existe os atos deve ser
exercido, que correspondem às virtudes da continência, da humidade e mansidão e da clemência e
por fim da modéstia.
A Justiça consiste numa vontade firme e constante de respeitar todos os direitos e de
cumprir todos os deveres. Os elementos da Justiça é evitar o mal e fazer o bem. A justiça requer a
todos de retidão, o homem justo age corretamente, de forma altruísta. Os atos de virtude da Justiça
correspondem aos diferentes deveres que a razão prescreve, seja para com Deus, seja para com os
pais e os superiores. Compreende o respeito pelas pessoas, pela verdade, por promessas e contratos.
Em suma, é a prática da lei do amor é a base de toda a justiça.
Coragem (Fortaleza) é a firmeza da alma contra tudo o que a molesta neste mundo. É
uma qualidade mental que leva o homem a enfrentar perigos ou oposições com intrepidez, calma,
firmeza e propósito. Envolve ousadia, bravura, arrojo, fortaleza, temeridade, resolução. A coragem
repousa sobre a integridade e a honestidade do indivíduo. Assim a fortaleza resulta de quatro virtudes
secundárias: a magnanimidade, magnificência, a paciência e a perseverança. A magnanimidade
consiste os grandes empreendimentos, mas em razão da sua excelência e a despeito das suas
dificuldades. A magnificência compraz – se a realizar as grandes obras que a magnanimidade
concebe. Assim, com a paciência e com a perseverança, que homem não se assusta. A perseverança
vai sempre diante e a paciência nunca recua.
Prudência é a noção daquilo que se deve fazer. Já que ela é uma virtude da razão prática
ordenada para a direção da conduta. Assim o seu objetivo é o agir humano. A prudência consiste no
uso habilidoso do conhecimento, no exercício da sabedoria. Trata – se de um cuidado habitual de
evitar os erros e seguir os mais sábios na ação acerca de qualquer questão. Portanto, a sabedoria é o
conhecimento do todo, bem como a capacidade de aplicar esse conhecimento de forma correta e justa
em qualquer situação.
As virtudes cardeais são os centros em torno dos quais se ordenam todas as outras
virtudes morais. Mas todas essas virtudes devem estar em convívio com as outras. Assim os maçons
possam reunir condições para desbastar as deformações de seu caráter. Não se pode esquecer de
mencionar o Pavimento Mosaico, que é um ornamento da Loja, constituído por ladrilhos
alternadamente pretos e brancos. Simboliza as classes, opiniões e os sistemas religiosos que se
confundem na Maçonaria, sendo o emblema da estreita união que deve existir entre todos os Maçons.
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O ladrilho branco é o emblema da alma pura do iniciado, o preto é o dos vícios e das paixões a que
está sujeito o profano. Além de representar o bem e o mal, que está semeado no caminho da vida e
os contrastes apresentados pelas coisas do mundo.
No painel do grau de Aprendiz apresenta a Abóbada Celeste, se encontrando o Sol e a
Lua.
O sol é o símbolo da majestade, da religião, da vida, da luz intelectual, representada a
potência de Deus. A sua radiação no círculo simboliza os seus efeitos, os seus raios retos equivalem
a luz que se propaga. É o reservatório central da luz, da vida, o amor, o poder e a sabedoria. Para o
Maçom o Sol representa a luz intelectual que está constante procura, por fim é a autoridade e a
Verdade Divina.
A Lua, criada para iluminar a noite. Por não ter luz própria, reflete a luz que vem do Sol, e
assim ilumina a noite. A Lua representa o princípio feminino, a constância, a regularidade, a afeição, a
obediência, a evolução e a luz emanada da moral.
As estrelas simbolizam a abóbada celeste, significando a universalidade da maçonaria e
a sua transcendência. Assim o céu estrelado é sempre um convite à meditação, devido a sua quietude
e pelo profundo silêncio que conduz a paz e tranquilidade do espírito.
No Ocidente encontramos as duas colunas, os três degraus.
As Colunas representam pelas letras B e J, a Letra J ser refere a Jachin, e significa ele
estabelecerá. E na outra coluna B, que significa Booz, na força. As duas palavras reunidas significam,
portanto, que Deus estabeleceu – se na força, solidamente, o templo e a religião, e que Ele é o Centro.
Na coluna B, se posiciona o primeiro vigilante, simboliza também a força que o Maçom prescinde para
suplantar as dificuldades e reveses da vida. E na Coluna J, Simboliza a beleza que adorna todas as
ações do Maçom, para seu aperfeiçoamento e progresso, nesta coluna se posiciona o 2ª Vigilante.
Além dessas duas colunas, existe mais uma, a Coluna da Sabedoria, que na loja é representada pelo
Venerável Mestre, que por sua vez, senta-se na cadeira de Salomão, e que teve a sabedoria de
construir, contemplar e dedicar o templo de Jerusalém ao serviço de Deus. Assim, o Venerável Mestre
deve orientar a sua Loja e seus obreiros com Sabedoria.
No alto das colunas se encontram as romãs, de acordo com Filardo:“As romãs
semiabertas nos capitéis das colunas, divididas internamente por compartimentos cheios de
considerável número de sementes, sistematicamente dispostas e intimamente unidas, lembram a
fraternidade que deve haver entre todos os homens e, sobretudo entre os Maçons” (fonte:
https://bibliot3ca.com/o-painel-de-aprendiz/ ) Portanto, As romãs representam assim, a família
maçônica universal, cujos membros estão ligados harmonicamente pelo espírito da ordem e da
fraternidade.
Os três degraus podem se afirmar que “(...) representa os três Graus Simbólicos da
Maçonaria, caminho ao qual o iniciado deve percorrer para encontrar a perfeição. Lembra também em
seu número a idade do Aprendiz Maçom.” (fonte: https://docplayer.com.br/48333942-A-g-d-g-a-d-u-o-
painel-do-grau-de-aprendiz-macom.html)
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O Esquadro é o símbolo da retidão, além de ser uma das joias, exprime que o homem
deve sujeitar suas ações a essa qualidade, constituindo a virtude que precisa existir em todo o homem
de bem. Representa a Justiça e a Gratidão. Para o Maçom representa a retidão na sua conduta, na
sua ação, sendo o emblema da perfeição de sua obra e de seu caráter. Portanto, é o emblema da
moralidade.
O Compasso é considerado também umas das joias que se coloca sobre o livro Sagrado
existente no Altar. Combinando com o Esquadro, simboliza o equilíbrio e a vida correta, a média do
homem justo é o símbolo do próprio Deus. Assim, pode se afirmar que o homem, por natureza, é
dotado de um compasso podendo, sem qualquer instrumento, imitar o círculo natural da vida. O
Compasso é a representação das qualidades espirituais e do conhecimento humano; é por isso que,
independentemente do trabalho realizado, a Maçonaria limita a abertura do Compasso a 90 graus, ou
um quarto de circunferência, para mostrar que o conhecimento humano é limitado, em relação à
Sapiência Divina, representada pelos 360 graus da circunferência. O Compasso, o Esquadro e o Livro
da Lei formam o conjunto denominado “As Três Grandes Luzes da Maçonaria”. No Grau de Aprendiz
os ramos do Esquadro cobrem as hastes do Compasso, mostrando que, nesse Grau, a materialidade
suplanta a espiritualidade, ou que a mente ainda está subjugada pelos preconceitos e pelas
convenções sociais, sem a necessária liberdade para pesquisar e procurar a Verdade.
O nível é o símbolo da igualdade maçônica a que estão sujeitos todos os Maçons que não
se distinguem por outro título senão de irmão. O Nível lembra que todas as coisas devem ser
consideradas com igual serenidade e o seu simbolismo tem como corolário noções de medida,
imparcialidade, tolerância e igualdade, como também o correto emprego dos conhecimentos. É o
símbolo da igualdade social.
O Prumo é o símbolo da atração e da retidão, significa que o Maçom deve possuir retidão
de julgamento que nenhum afeto de interesse ou de família, deve desviar. É o emblema da pesquisa,
em profundidade, da base e do equilíbrio.
A prancheta representa a onde o Mestre Maçom vai traçar os planos e projetos nas obras,
guiando os Aprendizes e os Companheiros nos mistérios da Arte Real e no significado dos seus
Símbolos. A prancheta mostra a cruz de Sto. André e a cruz quádrupla, que são as chaves do alfabeto
maçônico.
No Centro do Painel se encontra a Pedra Bruta, Pedra Polida, Maço, Cinzel.
A Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito e do coração, que o Maçom se deve
esforçar para corrigir. No momento da sua iniciação maçônica, o Aprendiz encontra-se no seu estado
bruto na Natureza, e com os instrumentos que lhe são dados, ele próprio desbastará a sua Pedra
Bruta, tornando-a a mais perfeita possível, imprimindo-lhe uma personalidade sua e única.
A Pedra Polida Representa o Companheiro, simboliza o homem desbastado e polido de
sua aspereza, educado e instruído, pronto para ocupar seu lugar na construção de um mundo melhor.
O seu simbolismo surge de si mesma, pois uma pessoa polida é aquela que soube vencer os próprios
defeitos e refletir o que adquiriu dos demais obreiros, com humildade e proveito.
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O Maço é o símbolo da força dirigida ou controlada. Simboliza a vontade ativa do Aprendiz,


firme e perseverante, não teimosa e obstinada. O Maçom é considerado o emblema da inteligência
que age, persevera e dirige o pensamento, e anima a meditação daquele que, no simbolismo da
consciência a Verdade. É o símbolo do espírito que unido à inteligência, age sobre a força para
subjugar a matéria. É o emblema do trabalho e da força material. Por fim, é a representação da Lógica,
sem a qual não pode haver raciocínio e pela qual se pode conhecer ciência.
O Cinzel é o simbolismo da escultura e da arquitetura, significa também o progresso
humano, da razão, do julgamento. É o emblema do senso crítico, do discernimento na investigação e
deve, sob os golpes do Maço, afastar o supérfluo, corrigir os erros e da forma ao informe. É a
ferramenta que determina a justa aplicação da Sabedoria.
Outros elementos aparecem no painel de aprendiz tais como:
O Delta, a quarta letra do alfabeto grego, representado como triângulo equilátero, figura
tida como perfeita por ter seus ângulos e lados perfeitamente iguais. O DELTA Para os antigos
representava a providência, velando pelos homens na tradição judaico-cristã, considera o olho inscrito
num triângulo como o símbolo de Deus.
As letras do nome hebraico de Deus – iôd, he, vav e hé, lidas da direita para a esquerda,
que é o sentido da escrita hebraica – ou, pelo menos, a primeira letra iôd; isso, pelo sinal, seria o
correto, nos Ritos Teístas, embora seja mais usado o Olho Onividente, que é mais próprio dos Ritos
racionalistas, que o assimilam ao Olho da Sabedoria, de Hórus. Assim, nos Ritos Teístas – a
esmagadora maioria – O Delta simboliza a Sabedoria Divina e a presença de Deus (para os Ritos ditos
racionalistas, simboliza a Sabedoria humana). Por isso, o Delta é o máximo símbolo presente em um
Templo Maçônico.
As três janelas significam que os Profanos não têm acesso ao Templo, e que os
Aprendizes, durante seus estágios nesse Grau, dele não podem se ausentar, daí os significados das
grades nessas janelas. Simbolizam o itinerário do sol em seu curso diário. A Janela do Oriente permite
a passagem da luz da aurora, tão suave e agradável que induz os Obreiros ao trabalho, daí a razão
do Venerável tomar assento no Oriente. Pela Janela do meio-dia passa a luz do meridiano, cujo calor
intenso convida à recreação; ao meio-dia tem assento o Segundo Vigilante, a quem cabe observar o
sol no meridiano, chamar os Obreiros para o trabalho e mandá-los à recreação. Pela Janela do
Ocidente entra a luz do sol poente, já enfraquecida, que convida à oração e ao repouso. No Ocidente
toma assento o Primeiro Vigilante, a quem cabe solicitar o encerramento dos Trabalhos.
A Corda dos 81 nós, na Maçonaria possuem várias interpretações de acordo com o
número de nós. Quando em número de sete, representam as artes liberais, a saber: Gramática,
Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. É o símbolo da união indissolúvel entre
os irmãos. Os nós entrelaçados são 7 e representam os 81 nós da cadeia de união. A Cadeia envolve
aspectos emocionais, filosóficos, esotéricos e espirituais. Segundo a numerologia o nº 7 é o símbolo
da sensatez, do estudo, da filosofia. É na Cadeia de União que se transmite a Palavra Semestral ou
se invoca sobre algum Irmão necessitado, forças vitais para afastar a enfermidade ou sua aflição.
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No centro do Painel do Aprendiz, vê-se uma Porta, situada entre as Duas Colunas,
representando a Porta do Templo. Este Templo, por ser cópia do Templo de Salomão, é construído
em formato retangular e, estando o Venerável sempre colocado no Oriente e em lado oposto à entrada,
conclui-se que a Porta do Templo se situará sempre no lado do Ocidente. Por isso, é frequentemente
denominada de Porta do Ocidente, representando que no seu limiar não existe luz (o Sol põe-se no
Ocidente), mas somente trevas; ou seja, o mundo profano. Simboliza a porta de entrada para atingir a
perfeição e o conhecimento da verdade. Ao adentrar no Templo, que representa o universo, o Aprendiz
torna-se apto, pelo estudo, pelo trabalho, pela prática da filantropia, enfim, por uma formação moral e
intelectual livre, a tornar-se um verdadeiro Maçom.
Pode se concluir que o Painel do Grau de Aprendiz é todo o caminho que o iniciado deve
percorrer durante a sua fase de aprendiz, praticando a humildade e perseverança. Assim, criando
condições para se torna futuramente um bom mestre Maçom. Mas sem esquecer, que essa sua base
apresentada no painel é de fundamental importância para toda a sua existência na Ordem Maçônica.

Fontes:
Internet:
https://bibliot3ca.com/o-painel-de-aprendiz/
https://docplayer.com.br/48333942-A-g-d-g-a-d-u-o-painel-do-grau-de-aprendiz-
macom.html
https://colunasdepiratininga.org.br/o-painel-do-grau-de-aprendiz/
Livros:
BOUCHER, Jules. Capitulo IV: O Quadro Aprendiz. In: A Simbólica Maçônica, ou arte
Real Reedita e Corrigida de Acordo com as Regras da Simbólica Esotérica e Tradicional. 2ª ed.
Pensamento, São Paulo, 2015
CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico. 5ª ed. Editora Madras, São Paulo, 2018.
CAMINO, Rizzardo da, Capítulo 08 – O Painel In.: Ritualística Maçônica. 2ª ed. Madras,
São Paulo, 2022.
PEREIRA, Edil Eduardo. Capitulo 06 – Painel do Grau. In.: Grau 1: Da Maçonaria
Aprendiz Maçom. Madras, São Paulo. 2022

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