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Grande Oriente do Brasil

ARLS Honra e Virtude, n° 3834

Venâncio Aires, 22 de Setembro de 2011 EV


Caros Irmãos,

SFU

Apresento-lhes meu trabalho, no Grau de Aprendiz, sob título de:

“A CORDA DE 81 NÓS”

A humanidade em geral aprendeu e evoluiu através da utilização de símbolos. Assim a


“corda de oitenta e um nós” é um símbolo presente nos Templos maçônicos, e é encontrada no
alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas Zodiacais. O “nó” central dessa corda que
deve estar acima do Trono de Salomão (cadeira do V.’,M.’.), representa o número UM, a
unidade indivisível, sagrando-se por representar ainda o Criador, princípio e fundamento do
Universo. Dessa forma a corda conta ainda com quarenta “nós”, eqüidistantes (representando a
igualdade entre Irmãos) de cada lado que se estendem pelo Norte e pelo Sul, onde os extremos
da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas,
representando a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou Moderação). Embora alguns afirmem
que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a formação das borlas,
simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos
candidatos que desejem receber a Luz Maçônica, que se interessem pelo estudo da Verdade,
como também para todos os conhecimentos e novas idéias que elevem a espiritualidade do
Homem, porém a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura
significa que a Ordem Maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às
novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da
humanidade. As borlas separadas na entrada do Templo funcionam como captores da energia
pesada dos Irmãos que entram, devolvendo-lhes esta energia sob forma leve e sutil quando de
sua saída.
A origem e a simbologia da corda de 81 nós reporta a várias razões: A estrutura dos
“nós” (melhor denominados “laços”) representa o símbolo do infinito –¥–. Agrimensores
egípcios usavam a cordas com “nós” para declinarem os terrenos a serem edificados, sendo que
os “nós” demarcavam os pontos específicos das construções, onde deveriam ser necessárias
aplicações de travas, colunas, encaixes, representando, portanto, os pontos de sustentação. Uma
das possíveis origens da “corda de 81 nós”, ocorre quando em 1773, por ocasião da palavra
semestral em cadeia de união em Paris, tomava posse Louis Phillipe de Orleans, como Grão-
Mestre da Ordem Maçônica, na França, onde estavam presentes 81 irmãos em união fraterna, e
a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas. Quando queremos fazer uma reunião
importante, tomamos cuidado para que não haja interrupção ou intromissão de estranhos no
recinto. Fazemos isto, colocando vigias e fechando as portas. Em suma, cercamos o local e
estabelecemos o que podemos chamar de cordão de isolamento. Os 81 laços, por serem em
forma de infinito, simbolizam também, cada um deles, o Grande Arquiteto do Universo. A
expressão algébrica do infinito multiplicado pelo zero é igual a um - significa que Deus, em sua
forma dinâmica. age sobre si mesmo. Isto é, Deus em seu estado de inércia - produziu o Um, ou
seja, o Universo. Nos Templos maçônicos, o número 81 simboliza também os princípios
místicos de todas as tradições esotéricas, por ser o 81 o quadrado de 9, que por sua vez é o
quadrado de 3, número perfeito e símbolo da Divindade. O número 81 é o quadrado de 9, que,
por sua vez, é o quadrado de 3, número Perfeito, para todas as antigas civilizações; Três eram os
filhos de Noé; Três os varões que apareceram a Abraão; Três os dias de jejum dos judeus
desterrados; Três as negações de Pedro; Três as virtudes teolegais (Fé; Esperança e Amor).
Além disso, as tríades divinas sempre existiram, em todas as religiões. Também não poderíamos
deixar de citar a tríplice argamassa das oficinas Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Os 81
laços que estão no teto, portanto, próximos do céu, tem ligação com os 81 anjos que visitam
diariamente a Terra, A cada 20 minutos, um anjo desce à Terra e dá sua mensagem aos homens.
São 72 visitas no curso do dia, se levarmos em conta que a cada hora teremos 3 anjos, em 24
horas, teremos 72 anjos. Agora, somando 72 anjos aos nove planetas que nos influenciam
diariamente chegamos ao número 81. Como temos nove variações comportamentais segundo a
Psicologia, teremos 81 variações de comportamento. Podemos, então dizer em estudo livre, que
esta corda mostra também os 81 comportamentos que uma pessoa pode ter em uma existência,
sendo então a representação do indivíduo e suas mudanças humorais.
Já os 40 laços, de cada lado que se estendem pelo Norte e pelo Sul, em ambos os lados
da porta ocidental de entrada, lembra que este número marca a realização de um ciclo que leva a
mudanças radicais. A Quaresma dura 40 dias. Jesus levou 40 dias em jejum e tentações. Os
Hebreus vagaram 40 anos no deserto. Quarenta foram os dias que durou o dilúvio. Quarenta
dias passou Moisés no monte Sinai. Os 40 laços representam os 40 dias que Jesus usou para
preparar-se para a morte terrestre e os 40 dias que ficou entre nós após a ressurreição,
preparando-se para a Eternidade. Em numerologia, 40 é o número da penitência e da
expectativa. A protetora Corda Maçônica, inicialmente riscada do chão, elevou-se depois para
junto dos tetos dos Templos, significando a elevação espiritual dos Irmãos.
A corda é um elemento que pode ser composto pelos mais diferentes materiais e que
tem a finalidade de prender, separar, demarcar ou unir. Os 81 laços representam a laçada como
um "8" deitado, lembrando ao Maçom que é preciso tomar muito cuidado para não puxá-la
transformando-a em nó, o que significaria a interrupção e o estrangulamento da fraternidade que
deve existir entre os Irmãos. A Corda simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir,
entre todos os Maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e objetivos da
Maçonaria, que evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta.

A lição primordial que nos resta é que a corda é a imagem da união fraterna que liga,
por uma cadeia indissolúvel, todos os Maçons, simbolizando o segredo que deve rodear nossos
augustos mistérios, assim como representa a Cadeia de União permanente pela busca da
proclamada Fraternidade.

IrGiovane Wickert – Aprendiz Maçom

BIBLIOGRAFIA: CAMINO, Ricardo de. Dicionário Maçônico. São Paulo, SP. Madras Editora.
2006. SPOSTI, Alderico Natal. A Corda de 81 Nós. Londrina, PR. A Trolha, Agosto 1997.
CASTELLANI, JOSÉ. O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática. Editora A
Trolha, 2ª edição, 1995 e a Internet.

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