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Nome: Eduardo Ota Sano

Símbolos
A quantidade de informação descrita indiretamente neste Templo, que aqui nos
encontramos, determinados pela simbologia maçônica, é de tão grande importância para o
polimento da pedra bruta, que nada mais justo que eventualmente discorrermos sobre estes
assuntos.
Hoje, escolhi três símbolos, que adornam a nossa casa, bem evidentes e muito
importantes para a nossa construção. O primeiro deste é a corda com 81 nós.

Corda de 81 nós:
Antes de discorrermos sobre o significado da corda com os 81 nós, precisamos
compreender o que cada elemento deste símbolo, de forma isolada, representa.
A corda é um dos símbolos mais antigos e possui um significado religioso, místico e
filosófico. Podendo ter diferentes significados, de acordo como é apresentada (p.ex
amarrada a cintura, no pescoço, no ombro, na cabeça, etc).
Em um sentido místico ela está diretamente associada à conexão da consciência humana
e a essência espiritual, a sagrada ligação da matéria e o espírito. Tendo também o
significado da vida que está indo em direção a morte.
Já os nós, em um sentido mais filosófico, pode corresponder a união ou a desunião dos
povos, sendo assim, representam a união fraternal de todos que fazem parte da maçonaria,
em todo o mundo.
Mas sua origem na maçonaria remete aos antigos canteiros, que no esquadrar da pedra
bruta, cercavam seu local de trabalho com estacas, as quais eram presas com anéis de
ferro, que por sua vez uniam-se uns aos outros através de elos, deixando apenas uma
abertura na entrada.
Mas eu lhe pergunto, e os nós? temos dispostos na loja 81 nós, o número 81 é o
quadrado de 9 que por sua vez é o quadrado de 3, número perfeito e de valor místico para
todas as antigas civilizações (p.e. 3 eram os filhos de Adão, 3 os dias de jejum dos judeus
desterrados, etc).
Estes nós são divididos por um único nó central logo acima do altar de Salomão, que
representa especificamente o um, número de unidade indivisível, o símbolo de Deus,
princípio e fundamento do universo; desta maneira é considerado um número sagrado.
Para cada lado da corda estão 40 nós, e o 40 é o número simbólico da penitência e da
expectativa (p.e. 40 dias durou o dilúvio, 40 dias durou o jejum de jesus, etc)
A corda finaliza-se logo próximo à entrada com uma borla de cada lado, representando
justiça (ou equidade) e prudência (ou moderação).
Sendo assim, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir
entre todos os maçons do mundo; representando, também, a comunhão de ideias e de
objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte
do planeta, simbologia que eu, assim como todo Maçom deveria, ter em seu subconsciente
em todas as circunstâncias e fases da sua vida.

Romãs:
Por ficar acima dos olhos dos obreiros, é uma simbologia pouco percebida e falada,
porém representa o que há de mais essencial na nossa instituição.
Analisando de forma objetiva, é uma fruta bem peculiar comparada com as demais, possui
cascas duras e resistentes, muitas e muitas sementes de tamanhos e formatos variados,
porém todas com o mesmo sabor.
As cascas duras e resistentes, representam a Loja em si, o Templo onde abrigam todos os
nossos irmãos, as sementes de formatos diferentes, representam os distintos irmãos que
nossa fraternidade possui e o mesmo sabor de todas as sementes, determina que todos
somos iguais. Deste modo não importa o tamanho das sementes, mas que todos tenham o
mesmo sabor.
Em uma visão mais ampla, o fruticultor, representado pelo Venerável Mestre, é
responsável por zelar para que a "árvore" venha a produzir frutos não afetados pelas
pragas, zelando não apenas pela casca, mas pela unidade como um todo. Deste modo,
assumimos que todos recebemos da mesma seiva, apesar de sermos todos distintos e que
acima de tudo estamos protegidos pelo sigilo, representado pela pele que envolve os grãos.
Portanto, quando um grão perde a pele que as protege, todas as sementes secarão ou até
mesmo apodrecerão.

O Esquadro e o Compasso:
O Esquadro é um instrumento de desenho utilizado na construção civil, para proporcionar
linhas retas e verticais com acurácia de 90 graus. Simbolicamente denota a retidão e a ação
do homem sobre a matéria e sobre si mesmo, sendo assim, sua conduta deve ser guiada
pela linha reta. Simboliza também a moralidade e as coisas concretas. Este símbolo é
utilizado pelo V.M. demonstrando que ele é o responsável por guiar a loja em termos
retilíneos, seu braço direito maior que o esquerdo, demonstra que o V.M. age ativamente
neste processo de forma inflexível com imparcialidade e precisão de carácter.
Já o Compasso é um instrumento de desenho que faz arcos e círculos, ou serve para
transferir medidas. É o símbolo do Espírito, do pensamento nas diversas formas de
raciocínio. O círculo traçado com o compasso em si, simboliza as lojas, já o círculo com seu
ponto central, o Sol.
Estes instrumentos unidos denotam a dualidade passiva e ativa dos símbolos, sendo o
compasso móvel e o esquadro um instrumento estático. Que, quando utilizados em loja
podem, a depender de como são posicionados, determinar o grau em que a loja está
trabalhando. Sabendo que o esquadro representa a materialidade do homem e o Compasso
sua espiritualidade, fica fácil o entendimento do porquê os trabalho de um iniciado
discorrem enquanto o esquadro está sobreposto ao compasso, assim como entende-se que
com o desenvolvimento do homem, no nível de companheiro, os instrumentos se cruzam e
em um nível superior (Mestre), a espiritualidade (Compasso) se encontra sobre a
Materialidade (Esquadro).

Disposições finais:
Deste modo, observando atentamente os símbolos estudados acima, entendemos cada
vez mais os preceitos maçônicos da LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE dos
quais pretendo aprimorá-los com o passar dos anos, e assim conseguir aplicá-los
diariamente em nossa rotina até que se torne inconscientemente executável.
Bibliografia:

Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001

CASTELLANI, J. Dicionário Etimológico Maçônico. 1 ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990.

CAMINO, R. da.Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006

Leadbeater, C. W.; A vida oculta na Maçonaria (Philadelphia: McClure, 1917).

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