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A.·.R.·.L.·.S.·.

SCHRÖDER de Piracicaba – SP
A.·.G.·.D.·. G.·.A.·.D.·.U.·.

O TAPETE NO RITO SCHRöDER

A.·.M.·. SYLVIO DONEGÁ

PIRACICABA
ÍNDICE
Capitulo 1 - Origem do rito Schroder.
Capitulo 2 - Oficina e vestimenta.
Capitulo 3 - O tapete no rito Schroder.
Capitulo 4 - Ferramentas representadas no tapete.
Capitulo 5 - Conclusão.
Referencias biográficas.

CAPÍTULO 1 – ORIGEM DO RITO SCHRODER


A maçonaria alemã em torno de 1760 passava por grandes influências externas aonde sua
pureza estava se perdendo, tudo isso em meio de grandes movimentos filosóficos, nessa
época o debate sobre o conhecimento humano estava em seu ápice através de grandes
pensadores.

No meio desse caldeirão fervente de ideias surge nosso irmão Friedrich Ludwig Schroder,
reconhecido pelo profundo conhecimento em história e rituais da maçonaria um
proeminente líder Maçônico, na vida profana foi um ator, diretor e reformador das artes
cênicas na Alemanha.

Em busca de restaurar a essência da tradição maçônica, removendo todo excêntrico e vícios


que estavam desnaturalizando a maçonaria nessa época.

Em 1790 Schroder lidera a comissão de estudos composta por grandes pensadores e vultos
históricos para elaborar um novo ritual para a Grande Loja Provincial da Baixa-Saxônia,
subordinada à Grande Loja de Londres.

Em 29 de junho de 1801, através de uma assembleia geral os Veneráveis Mestres das Lojas
de Hamburgo aprovaram por unanimidade o novo Ritual, o qual leva seu nome RITO
SCHRODER.

Schroder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes. Por isso, enfatizou no seu
Ritual o ensinamento dos valores morais e a difusão do puro espírito humanístico, baseado
no racionalismo sobre uma metodologia e um forte sistema de ensino. Preservando a
importância dos símbolos e resgatando a essencia que afirma ser a verdadeira Maçonaria
dos “Três Graus de São João”.

CAPÍTULO 2 – OFICINA E VESTUARIO


Na objetividade do rito a oficina é o Templo Schröder, que requer apenas uma sala fechada,
as grandes Luzes sobre o Altar, as pequenas Luzes em torno do Tapete, que representa a
planta do Templo, os oficiais com seus instrumentos de trabalho e lugares para acomodar
os participantes da seção.

O vestuário se compõe em traje social, luvas brancas representando a pureza, gravata


borboleta branca, cartola igualando a todos e também o avental de acordo com o grau do
portador.

CAPÍTULO 03 – O TAPETE NO RITO SCHRODER


O tapete do rito Schroder tem sua origem no antigo costume Maçônico aonde os irmãos
traçavam no chão com carvão antes do início do trabalho e após o fim dos trabalhos esses
símbolos eram apagados, devido a perseguições da época.
Apesar de serem conceitualmente simples, os símbolos presentes no Tapete têm denso
significado filosófico de modo a utilizar os símbolos primordiais para a elevação moral e
humanista.
A loja do rito Schroder e despojada de símbolos, os quais ficam concentrados no tapete.
O tapete representa a “Planta do Templo de Salomão”, por ser a planta de trabalho
significa que a obra está em constante construção.
No tapete temos toda a representação simbólica do rito Schroder.

Capitulo 04 – FERRAMENTAS REPRESENTADOS NO TAPETE


PEDRA BRUTA
Representa a imperfeição algo que precisa ser trabalhado eliminando arrestas e
esquadrejando sendo o início do aperfeiçoamento moral, compreendendo as virtudes e
principalmente trabalhando para colocar em pratica no seu dia a dia, almejando sua
lapidação. Exigindo vontade e discernimento.
PEDRA POLIDA
Já sem arrestas e consolidando seus sentimentos a luz da maçonaria em contínuo
aperfeiçoamento, devera polir a pedra com profundeza de observação, saber usar com
retidão os conhecimentos adquiridos, realizando e suportando atividades construtivas.
TEOREMA DE PITAGORAS
Representação Gráfica da 47ª Proposição de Euclides: conhecida como Teorema de
Pitágoras, simboliza o Mestre da Loja. Esse e um dos mais misteriosos símbolos, atrelado a
perfeição. No mundo profano Pitágoras diz que o quadrado da hipotenusa e igual a soma
dos quadrados dos catetos representando a perfeição numérica. O triângulo, por suposto,
representa o esquadro. Portanto, o teorema de Pitágoras, em conjunto com todas as outras
ferramentas representam o símbolo que conduz à perfeição.
ESQUADRO
Por ser o símbolo do Venerável Mestre, significa a Justiça, sendo o símbolo do dever e do
direito, o esquadro representa perfeição arquitetônica! Proporcionando encaixes justos e
perfeitos, retidão vertical e horizontal, demonstrando retidão e principalmente a ação do
homem sobre a matéria e também sobre si mesmo.
NIVEL
Tem por objetivo igualar, ou seja, representa a imparcialidade e tolerância. Sendo nivelado
o maçon tem um comportamento homogêneo. O Nível lembra que todas as coisas devem
ser consideradas com igualdade e o seu simbolismo tem como princípio noções de medida,
imparcialidade, tolerância, como também o correto emprego dos conhecimentos.
PRUMO
Representando o caminho único da verdade, por manter o equilíbrio possibilita verificar a
correta fundamentação do crescimento intelectual garantindo a estabilidade da obra.

MURO
Nele estão os nichos que abrigam todas as ferramentas utilizadas na execução da Obra.
Simboliza o entorno do local de trabalho, visando proteger os trabalhos das vistas profanas.
Também serve para conter os vícios do lado de fora para o erguimento do templo e as
virtudes do lado de dentro.
PORTAS
“Representam as portas do Templo de Salomão da qual historicamente derivam os templos
das igrejas e Maçonaria” – Ritual de aprendiz pag. 91. Elas são 03, que estão localizadas no
Oeste (Ocidente), no Sul e no Leste (Oriente), tendo como uma das interpretações da sua
simbologia os respectivos pontos cardeais e a representação visual da jornada solar.
Simbolizam também as posições dos três principais oficiais da Loja: 1º Vigilante, 2º Vigilante
e o Venerável Mestre, os quais zelam pela segurança da Obra e têm suas ferramentas
representadas ao lado esquerdo de cada porta sendo, respectivamente, Nível, Prumo e o
Esquadro. A porta do Ocidente também representa a porta do Templo.
CEU
A representação do céu e as posições das portas têm relação direta uma vez que: (1) a
porta do Oriente, local do Venerável Mestre, indica a abertura da Loja, onde observamos o
céu limpo simbolizando o nascer do sol, início da jornada dos trabalhos e onde encontra-se
a “Luz da Sabedoria” proveniente do Venerável Mestre; (2) a porta do Sul indica o meio-
dia, local do 2º Vigilante, responsável pela condução dos trabalhos e determinação do
momento de descanso dos obreiros, colocando-se sentado de frente para os mesmos,
representados pelas Joias Fixas; (3) a porta do Ocidente, local do 1º Vigilante, indica o
fechamento da Loja, onde observamos o céu escuro, simbolizando onde o Sol se põe, e
onde, simbolicamente, estão os que ainda não encontraram o conhecimento maçônico
pleno. Simbolicamente também podemos interpretar nesta graduação de cor a jornada
maçônica rumo à Luz quando relacionamos com as posições das Joias Fixas.
MARTELO PONTIAGUDO
Ferramenta de cabeça dupla, com um martelo (ou malho) em um dos lados e um cinzel no
outro. É utilizado pelo Aprendiz Maçom do Rito Schröder para desbastar a Pedra Bruta até
torná-la cúbica, permitindo a correta fixação do Esquadro da Verdade e confirmando ser
uma pedra aproveitável na Obra. Simboliza a força de vontade (representada pelo malho) e
o discernimento (representado pelo cinzel), ambos atuando para transformar e moldar o
caráter do homem.
REGUA
O registro arqueológico mais antigo de uma régua data de cerca de 2650 A.C., na cidade
suméria de Nippur. Essa régua, feita de cobre, trazia medidas em cúbitos, uma medida
bíblica, que tinha 24 dígitos (6 palmos por 4 dedos). A régua, vem do latim regula, que
também significa livro de regras morais ou religiosas. No Ritual de Aprendiz do Rito
Schröeder, ela é relacionada com o saber do dividir o tempo com sabedoria, e termos
noção da verdadeira dimensão das coisas. Assim como, também, a busca da própria
convicção; a precisão na execução e a retidão de conduta. É uma das mais importantes
ferramentas de trabalho do Maçom, uma vez que o Aprendiz a utiliza, em conjunto com o
Martelo Pontiagudo, para traçar e marcar a Pedra Bruta para o desbaste. Aqui cabe uma
reflexão, de que nunca devemos nos medir pela régua de outrem ou utilizarmos da nossa
régua para medir os demais, uma vez que o desbaste deve ser realizado por cada um em
sua própria pedra bruta e, assim, encontrar o seu próprio caminho para a construção de
seu Templo interior.
TROLHA
Com seu formato pontiagudo nos traz um entendimento de ferramenta de proteção da
obra contra más influências; representa também, a união, pois com ela, mistura-se a massa
de forma homogênea, ligando os Irmãos que são as pedras da Obra espiritual da
Maçonaria.

CAPÍTULO 5 – COMCLUSÃO
Está claro que o Tapete é um tema que tem muito a ser explorado e esta peça de
arquitetura não tem o intuito de ser conclusiva, nem mesmo de exaurir o conteúdo, haja
visto que são diversas as simbologias e correlações do tapete ao longo de toda a jornada
maçônica e deixam em aberto um enorme potencial para continuar sendo estudado e
explorado em cada Grau.

Para nós, como aprendizes, nos foi passado o conhecimento em um dado momento e este
trabalho teve o intuito de trazer estes ensinamentos, não só para os recém iniciados como
também para os demais irmãos de outros graus, com o que mais de informações e
descobertas foi possível, para que cada novo trabalho possa continuar agregando
conhecimentos e engrandecendo a obra, a fim de manter este ciclo sempre vivo.

São nestes momentos de estudo em Loja que podemos exercitar não só a transmissão do
conhecimento escrito como, principalmente, o falado, assim como sempre foi a tradição na
Maçonaria, onde notavelmente através deste tipo de compartilhamento, gerando
reflexões e discussões é possível obter o verdadeiro aprendizado maçônico.

Por fim, é importante refletir e compreender o quanto, no Rito Schröeder, tudo gira em
torno do tapete, não há um templo físico ornamentado com símbolos em suas paredes e
ambiente. O foco está no tapete, tornando qualquer lugar em nosso templo pois, na
verdade, podemos entender que as colunas são os irmãos, obreiros da Loja, que podemos
levar sempre junto conosco para construirmos juntos o nosso Templo, não importa o lugar
que seja.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BOUCHER, Jules, A SIMBOLICA MAÇONICA.
 FIGUEIREDO, Joaquim, DICIONARIO MAÇONICO.
 JUNG, Carl, O HOMEM E SEUS SIMBOLOS.
 PERIODICO, MINUTO MAÇONICO.
 RITUAL DE APRENDIZ, RITO SCHRODER.

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