FEDERADA E JURISDICIONADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL
TEMPLO “FRANCISCO MURILO PINTO” RUA LIMA, Nº 1.133 – BEVERLY FALLS PARK OR∴ DE FOZ DO IGUAÇU – PARANÁ RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO
EDUARDO HENRIQUE SCHERER APR∴ MAÇ∴
O PAINEL DO GRAU DE APRENDIZ
Foz do Iguaçu- Paraná
NOVEMBRO 2022 Painel do Grau de Aprendiz
Quando fui iniciado na maçonaria, passei algumas sessões curioso com o
painel, pois ao sentar ao Norte, não conseguia ver o seu conteúdo. Somente quando iniciei a apresentação dos trabalhos, ao ficar entre colunas, é que pude ver os seus detalhes. Com o decorrer dos estudos, tanto os meus, quanto observando os dos irmãos, foi possível perceber que praticamente tudo que se falava estava exibido nesse quadro. Nele está a representação de uma loja maçônica, com todos os conhecimentos e instrumentos de trabalho que compõem o grau de Aprendiz e que nos remetem aos tempos da Maçonaria Operativa e da construção dos grandes templos da humanidade. Apesar de sermos hoje uma sociedade de livres pensadores em busca da virtude, somos, acima de tudo, obreiros, e os símbolos que herdamos dos nossos antepassados ainda constituem o corpo e a alma da nossa ordem. Cada item constante no Painel do Aprendiz tem uma simbologia e, como citei em outro trabalho, tem o objetivo de facilmente nos lembrar de um ensinamento ou uma conduta que desejamos seguir.
Todos os instrumentos de trabalho do aprendiz Maçom, na visão material,
são ferramentas de transformação da Natureza, já na visão simbólica, nos levam à transformações morais e espirituais. Alguns, pela sua natureza, necessitam da força; outros, mais precisos e delicados, requerem para o seu manuseio a sabedoria e o conhecimento. Todos estes artefatos nos conduzem, através do esforço e dedicação, da escuridão para a luz, da ignorância à sabedoria e dos vícios à virtude. No princípio, qualquer local podia ser transformado em um Templo Maçônico, visto que o painel era desenhado no chão durante as sessões. Posteriormente foi feito sobre um tapete que era desenrolado quando os trabalhos começavam e só mais tarde que foi transformado em um quadro. Inicialmente não havia consenso nos símbolos, cada Loja desenhava a seu modo. Com o tempo várias tentativas de uniformização foram feitas até chegar no resultado atual, ainda com algumas variações entre os ritos, especialmente com relação à localização dos itens*. Contendo, como falei, o resumo dos principais ensinamentos da maçonaria perante o Grau de Aprendiz, o painel deste grau é rígido e emoldurado, estando nele presentes os seguintes elementos: O Esquadro, símbolo da retidão de caráter, equidade, dever e justiça; O Compasso, simbolizando a justiça, o comedimento e as qualidades espirituais e do conhecimento humano O Nível, símbolo da igualdade entre os homens O Prumo, o emblema do equilíbrio, representa a correta orientação do julgamento, sem parcialidade para qualquer lado A Pedra Bruta; a Pedra Polida e a Prancheta que simbolizam, respectivamente, os aprendizes, os companheiros e os mestres. A Pedra Bruta representa as imperfeições do aprendiz que, desbastando-a, será capaz de transformá-la na Pedra Polida, deixando-a cúbica e recebendo o seu primeiro aumento de salário ao ser elevado ao grau de companheiro. A prancheta indica que o Mestre guia os Aprendizes no trabalho a ser executado, traçando o caminho que eles devem seguir para o aperfeiçoamento. Ela apresenta dois símbolos, a Cruz Quadrupla (duas paralelas que se cruzam) e a Cruz de Santo André (em formato de xis)? O Sol e a Lua, que são na verdade como um único símbolo, se opõem e se completam, representando a dualidade claro e escuro, bem e mal, certo e errado. O Sol representa a luz, fonte da vida, e também a luz da razão, do intelecto, do conhecimento. A Lua, reflexo da luz original, representa o princípio feminino do universo, a constância e a regularidade. As estrelas simbolizando o passado e lembrando-nos de que precisamos conhecer bem a nossa história para que possamos pensar o futuro. A forma como estão dispersas no painel representa os muitos maçons que estão distribuídos pelo mundo e que é dever do Maçom levar a luz onde reinam as trevas. O Malho* e o Cinzel*, os instrumentos simbólicos do aprendiz Maçom, sendo que o primeiro representa a força necessária para executar qualquer trabalho e o segundo representa a razão e o conhecimento, que juntos são capazes de desbastar a Pedra Bruta. As três janelas representando as aberturas para iluminação do templo, localizadas no Oriente, no Ocidente e no Sul onde ficam o Venerável, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante, as luzes da loja. São cobertas por uma rede de arame, que separa o que está fora do que está dentro, ou seja, as sessões não devem ser perturbadas por eventos externos e o que dentro se realiza não deve ser divulgado no mundo profano. A corda de sete nós representando a corda de 81 nós que circunda o templo, simbolizando a união fraternal entre os maçons e a comunhão de ideais e objetivos da maçonaria. Os três degraus, que representam a idade do Aprendiz. Corresponde ao tempo que os Maçons Operativos necessitavam para serem elevados ao Grau de Companheiro. O pórtico, simbolizando a entrada do templo, tendo acima o Delta Luminoso, usada pela sua forma triangular, figura considerada perfeita por ter lados e ângulos iguais e, principalmente pela sua estabilidade. Também representa a presença permanente do G.A.D.U. As colunas B e J que estão situadas logo na entrada do templo maçônico. A coluna “B”, de “Boaz”, está localizada à esquerda da entrada do tempo, é a Coluna da Força, onde ficam os Aprendizes e está sob responsabilidade do Primeiro Vigilante. A coluna “J”, de “Jaquim”, está localizada à direita, é a Coluna da Beleza, onde ficam os companheiros sob responsabilidade do Segundo Vigilante As romãs dispostas sobre as colunas podem ter diversos significados, porém sobretudo representam a união dos irmãos. A orla dentada, simboliza também a união dos maçons. Cada triângulo expressa a espiritualização dos Maçons que, partindo da individualidade, se unem de forma indissolúvel, em torno de um ideal. A alternância entre o branco e o preto remete ao piso mosaico, que por meio desse contraste entre as cores, representam os opostos, como o bem e o mal, as luzes e as trevas. Também nos lembram da diversidade humana e como a Maçonaria reúne homens de diversas culturas, religiões e origens.
Em resumo, o Painel do Grau de Aprendiz, é o símbolo da continuidade dos
princípios da Maçonaria ao longo do tempo, e a garantia de que os ideais Maçons se mantenham, independente do meio em que vivemos. Ele é a síntese esotérica, histórica e filosófica do primeiro grau. Representa o caminho que o aprendiz deve trilhar até atingir, pelo trabalho e observação, o domínio de si mesmo.