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MANOEL TAVARES DE OLIVEIRA n2396 - RM


Fundada em 20.08.86
GOB-GOSP

“Painel do Aprendiz”

Um pouco da História

É preciso voltar no tempo, aos primórdios da Maçonaria Especulativa,


época em que inexistiam ou começavam a se estabelecer rituais
específicos para entender as origens dos quadros para os respectivos
graus. Antes do início das sessões os símbolos maçônicos eram
gravados no piso com carvão, seja em grutas, galpões ou mesmo ao
ar livre, pois não haviam lugares específicos para a realização das
reuniões.
Ao término das sessões os símbolos eram apagados sem deixar
qualquer tipo de vestígio.
Mesmo após a construção dos primeiros templos destinados
exclusivamente às reuniões maçônicas manteve-se por algum tempo
a tradição de desenhar com carvão no piso os símbolos herdados da
Maçonaria Operativa.
Atribui-se a John Harris (1791-1873), famoso gravador e miniaturista
inglês, a criação do primeiro Quadro fixo que veio substituir os
desenhos no piso. Harris pintou sobre uma tela que não era
emoldurada justamente para ser desenrolada no Oriente em direção
ao Ocidente (tradição mantida por alguns Ritos até hoje).
Posteriormente, o painel transformou-se em quadro emoldurado o
qual após a sessão era recolhido a uma estante, para permanecer
fora de vista dos Irmãos.
O que teria inspirado John Harris a criar o primeiro quadro, foi o fato de que pouco tempo antes a gravação
com carvão no piso ter sido substituída, em alguns Ritos, pela gravação sobre a "Prancheta da Loja".
Da mesma forma que os desenhos no piso a gravação na Prancheta também era provisória, pois era
apagada ao término da sessão. Sendo a prancheta de lousa ou de madeira escura, para o desenho, o
carvão era substituído pelo giz.
Contudo, Harris, para conservar a tradição teria criado o primeiro painel desenhando os símbolos na cor
negra, para manter a fidelidade com as primeiras gravuras em carvão, tendo sido este o modelo de quadro
adotado pelo Rito Moderno.
Atualmente o Painel é emoldurado e faz parte da decoração da loja durante os trabalhos, devendo ser
posicionado a frente da mesa do Venerável Mestre de forma que todos os Irmãos que olhem para o Oriente
possam vê-lo e, simbolizando o grau em que a oficina está composta.

Composição do Painel do Aprendiz e seus ensinamentos

O Esquadro
É o emblema da retidão e do direito. Emite a idéia inflexível da imparcialidade, precisão de caráter e da
moralidade.

O Nível
É o símbolo da igualdade, da igualdade fraterna com que todos os Maçons se reconhecem. Lembra que em
Loja todos terão igual tratamento e que nenhuma distinção será reconhecida.

O Prumo
O Prumo ou Perpendicular é o símbolo da pesquisa em profundidade do conhecimento e da verdade.
Simboliza também o equilíbrio, a prudência e a retidão, de Justiça e de Consciência. Lembra aos iniciados
que todos os seus atos e pensamentos devem ser justos e medidos para o levantamento de um templo
moral, justo e perfeito.
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MANOEL TAVARES DE OLIVEIRA n2396 - RM
Fundada em 20.08.86
GOB-GOSP

A Prancheta
É um retângulo sobre o qual são indicados os esquemas que constituem a chave do alfabeto maçônico.
Apesar da Prancha de Traçar não ter todo o seu conteúdo simbólico representado no primeiro grau, ela
figura no Painel para lembrar que o Aprendiz não deve ignorar seu uso e deve exercitar-se esboçando nela
suas idéias.

A Pedra Bruta
Simboliza as imperfeições do ser humano sobre as quais o Aprendiz deve trabalhar para corrigir. Também
está relacionada com a infância.

A Pedra Cúbica
Símbolo da obra-prima, do aperfeiçoamento de si mesmo pelo controle das paixões e dos impulsos. Também
é símbolo da idade madura, mais serena e calma.

O Compasso
Representa o pensamento nas diversas formas de raciocínio. Quando associado ao esquadro simbolizam o
espírito e a matéria, respectivamente.

O Sol, a Lua e as estrelas


O Sol e a Lua representam o antagonismo da natureza – dia e noite, afirmação e negação, o claro e o escuro
– que, contraditoriamente, geram o equilíbrio e a unidade, pela conciliação dos contrários.
As diversas estrelas distribuídas irregularmente simbolizam a universalidade da Maçonaria e lembram que os
Maçons espalhados por todos os continentes, devem, como construtores sociais, distribuir a luz de seus
conhecimentos àqueles que ainda estão cegos e privados do conhecimento da verdade (propagar ao redor
de si os conhecimentos que tiver adquirido).

O Maço e o Cinzel
Dois instrumentos inseparáveis simbolizando a vontade e o discernimento, respectivamente. São os
instrumentos de trabalho do Aprendiz no desbaste da pedra bruta. Funcionando separadamente, em geral
não produzem um trabalho satisfatório, não garantem que o trabalho se conclua, não asseguram que a meta
seja alcançada.

As três janelas
Três janelas estão representadas no Quadro do Aprendiz: A primeira ao Oriente, a segunda ao Meio-Dia e a
terceira ao Ocidente. Elas simbolizam o caminho aparente do Sol ao longo da carreira do dia. A do Oriente
traz a doçura da aurora, suave e agradável, convidando o obreiro para o trabalho; pela do Sul ou meio dia,
passa um calor mais intenso, que induz à recreação; pela do Ocidente entram os últimos lampejos de luz, do
Sol poente, sempre mais fraca e que incita ao repouso.Nenhuma janela se abre para ao Norte relembrando
aos aprendizes que estão no local menos esclarecido e que devem instruir-se para adquirir as qualidades de
um bom maçom.

Os três degraus
Os Três Degraus representam a idade do Aprendiz, correspondente ao tempo que os Maçons Operativos
necessitavam para serem elevados. Somente após vencer os Três Degraus é que o Aprendiz atingia a
entrada da obra que se estava construindo. A passagem do mundo profano para o plano iniciático não pode
ser realizada diretamente. Os três degraus representam, sucessivamente, o plano físico ou material, o plano
intermediário, chamado de "astral", e o plano psíquico ou mental. Esses três planos correspondem à divisão
ternária do ser humano em corpo, alma e espírito. No grau de Aprendiz, o ternário é encontrado em toda
parte: na sua idade, em sua marcha, em sua bateria e em muitos outros ensinamentos.

A Porta e o Delta
Entre as duas Colunas, situa-se a Porta do Templo, encimada por um frontão triangular, o Delta Luminoso, a
figura perfeita. A porta do Templo é representada em tamanho menor do que as colunas traduzindo a idéia
de que deve ser baixa, e de que é necessário curvar-se para adentrar ao templo, não em sinal de humildade
ou penitência, mas sim demonstrando a dificuldade da passagem do mundo profano para o plano iniciático.
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MANOEL TAVARES DE OLIVEIRA n2396 - RM
Fundada em 20.08.86
GOB-GOSP

As Colunas “J” e “B”


Em primeiro plano vemos as duas Colunas, que marcam os limites entre os iniciados e o mundo profano.
Simbolizando todos os opostos, e a unidade através do contraponto da atração e do equilíbrio. Lembram
duas grandes colunas de bronze ocas, nas quais, durante a construção do Templo de Salomão, os operários
recebiam o seu salário.

As romãs
Sobre cada Coluna encontram-se as romãs. Os seus inúmeros grãos representam toda família maçônica e a
polpa transparente os laços fraternos e de ideais que nos unem.

A Corda de sete nós


Os nós entrelaçados são a imagem da união fraterna que liga todos os maçons do mundo, sem distinções
sociais, raciais, políticas ou religiosas. Seu entrelaçamento simboliza também o segredo que deve rodear
nossos mistérios. Para outros autores os sete nós representam todas artes e ciências liberais que o maçom
deve estudar.

Conclusão

Em síntese podemos afirmar que o Painel do Aprendiz representa a planta do templo quando a loja está
composta no primeiro grau e onde está também condensada toda organização simbólica necessária para a
instrução do grau de aprendiz.

Rogério Alegrucci - M∴M∴


CIM 247473 05/08/2008

Bibliografia

- Ritual do 1o Grau – Aprendiz do Rito Moderno – GOB, Edição 1999


- Castellani, José. e Costa, Frederico Guilherme. Manual do Rito Moderno (Grau de Aprendiz). A
Gazeta Maçônica, 1991.
- Peça “O Painel do Grau de Aprendiz”, pelo Ir∴ Carlos Alcino Valadão, Or∴ de Aracaju – SE
- MUNIZ, André Otávio Assis. Novo Manual do Rito Moderno – Grau de Aprendiz (Completo). A
a
Gazeta Maçônica, 1 Edição, 2007.
- Peça “Painel do Grau de Aprendiz Maçom”, pelo Ir∴ Francisco de Paula Vieira Silva
- Peça “Painel do Aprendiz”, pelo Ir∴ Fábio Sérgio do Amaral – A∴R∴L∴S∴ Theobaldo Varoli
Filho - Or∴ de São Paulo-SP
- Peça “Painel do Grau de Aprendiz Maçom”, pelo Ir∴ Hélio César Barros Barroso - A∴R∴L∴S∴
Bandeira Branca - Or∴ de São Paulo-SP

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