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À Gl.'. Do G.'. A.'. D.'. U.'.

A.'. R.'. L.'. S.'.


AMOR E FRATERNIDADE 3719
G.L.O.I.S.P
S.'. S.'. S.'.

FERRAMENTAS DO APRENDIZ

IIR.'.: Fioravante de Castilho Moreira


Grau: APRENDIZ MAÇOM - A.’.M.’.
Or.'. GRANDE LOJA INDEPENDENTE DE SÃO
PAULO, 27 DE FEVEREIRO DE 2023 E.'. V.'.
FERRAMENTAS DO APRENDIZ

“O homem é como uma pedra bruta, cheia de


irregularidades, ásperas, imperfeições. Assim como o
talhador lapida e transforma a pedra bruta tornando-a
polida, assim também a pessoa se deve lapidar, tirar de si
inúmeras arestas irregulares deixando apenas aquelas
arestas necessárias a lhe dar uma forma regular e perfeita.
Polir a pedra bruta, desbastar todas as arestas imprecisas,
para poder ser simbolizado por uma forma geométrica
regular nos seus múltiplos aspectos, a pedra cúbica.”

Quando de minha iniciação, onde tive o primeiro contato com o Cinzel e o Malhete, e com
base nesta citação acima, cabe a cada um de nós, descobrir a delicada diferença entre a pedra não
trabalhada e a pedra cúbica, polida. Cabe ao aprendiz descobrir esta diferença para que nós possamos
aprimorar a cada dia, cultivar a fraternidade, manter-se em liberdade e sermos tolerantes em busca da
igualdade.

Portanto, a lição que podemos tirar através dos instrumentos recebidos na nossa iniciação
Maçónica: o Malhete, o Cinzel e a Régua de 24 polegadas é que se os levarmos conosco onde quer
que estivermos e, se realmente os utilizarmos no nosso dia a dia, alcançaremos o nível mais elevado
da pedra cúbica: a luz, a harmonia, o bem, a união do espírito divino e da matéria, a união do positivo
e do negativo, o silêncio, a união dos quatro elementos, o entendimento, a conversão de valores.

Com este deverá ser o objetivo de todo A.’.M.’., deste momento em diante, seguir as
instruções de nossos V.’.M.’. estudar e seguir as sábias palavras de Salomão, usar das nossas
ferramentas e ter a capacidade de ver, perceber claramente, aquilo que necessitamos mudar, em nós
mesmos, para que o nosso meio seja também aletrado. Este é o verdadeiro sentido simbólico do
“desbastar a pedra bruta.

Diante do significado filosófico e simbólico dos instrumentos de trabalho do Primeiro Grau


de Aprendiz Maçom representa os conceitos fundamentais sobre a vida e o trabalho do homem, a sua
natureza tríplice – corpo, mente e espírito.

O Malhete

O Malhete (ou martelo rudimentar) foi o primeiro instrumento imaginado pelo homem primi-
tivo para mover a matéria de um lugar para o outro no plano material (GOMG, 2004), inaugurando a
era das ferramentas, na qual coisas alheias ao próprio corpo começaram a ser utilizadas pelo homem
para conseguir seus intentos. Até então, o homem era o maço de si mesmo, utilizando seus próprios
músculos como ‘instrumento’ de força. Com a sua evolução, foi se apoderando dos maços da natureza
e de sua força, potencializando suas energias para o alcance de seus objetivos (PESSANHA, 2008).

Como instrumento que serve para descarregar golpes, o Malhete representa o método mais
simples da aplicação da força (e do poder) e simboliza, na Maçonaria, todas as forças físicas, morais,
mentais e espirituais. O poder do Maço é ilimitado, pois dentro de cada pessoa existe uma reprodução
do G.’.A.’.D.’.U.’., cujo poder é onipotente (GOMG, 2004).

O Malhete representa a força, a energia necessária para a execução de qualquer trabalho. A


energia é fundamental para a própria existência do mundo, pois nada existe sem energia (DANIEL,
2008). Na construção de sua auto escultura, o Aprendiz precisa da força e da energia do Malhete para
que as ações planejadas (Régua de 24 PP.’.) possam ser efetivamente realizadas.

O CINZEL

O Cinzel possui o poder de cortar, dar forma, abrir caminho através da matéria. Para isso,
necessita ter um fio cortante e resistente, de maneira a receber e transmitir a força que lhe for aplicada
pelo Malhete, e de acordo com a obra que com ele o Aprendiz será capaz de realizar (GOMG, 2004).
O Cinzel significa a capacidade de enxergar aquilo que é preciso mudar, deve ser a autocrítica do
Maçom que, apoiada pela força de vontade, fará com que consiga o desbaste necessário de sua ‘pedra
bruta’ (DANIEL, 2008).

Para tanto, o Aprendiz-Maçom deve possuir qualidades morais, sentimentos bons e generosos
(linha da virtude), uma mente bem-dotada e educada (linha da direção) e uma natureza espiritual pura
e profunda (linha do discernimento), os quais serão utilizados em suas obras. Além disso, deve dirigir
e concentrar a energia a um ponto definido, a obra final, para que a força não se disperse e o resultado
seja alcançado, sem nunca se desviar do caminho traçado (PESSANHA, 2008).

A RÉGUA DE 24 PP.’.

A Régua de 24 PP.’. consiste no mais fundamental e transcendental de todos os instrumen-


tos de trabalho do Aprendiz, já que sem a sua aplicação não é possível o emprego de nenhum outro
instrumento. No trabalho desenvolvido pelo Aprendiz, a Régua de 24 PP.’. serve para medir e traçar
sobre a ‘pedra bruta’ o corte a ser efetuado. Em outras palavras, sem a aplicação adequada da Régua
de 24 PP.’. e de suas propriedades diretivas, de nada servirá os outros instrumentos de trabalho do
Aprendiz – o Malho (símbolo da vontade, determinação e força executiva) e o Cinzel (símbolo da
razão e do discernimento). A aplicação prática da Régua de 24 PP.’. significa preparar com preci-
são, planejar de forma clara e definida todo trabalho a ser executado pelo Maçom.

A origem da palavra régua é francesa (règle) e significa “lei ou regra”. Remete-nos a idéia
do traçado reto e da medida (REIS, 2008). A função da Régua de 24 PP.’. é medir a longitude, base
de todas as medidas, que permite compreendermos o que é cada objeto (GOMG, 2004), avaliarmos
o transcurso do tempo e registrarmos seus fenômenos em movimento (PESSANHA, 2008).

Como instrumento de medida pode ser utilizada para comparar e aferir os resultados alcan-
çados mediante o que foi planejado, além de permitir definir parâmetros de ação quando do des-
baste da ‘pedra bruta’ (DANIEL, 2008). A Régua de 24 PP.’., portanto, guia o Aprendiz na realiza-
ção de seu trabalho, permitindo-lhe planejar suas ações e criar regras, leis e padrões de conduta nor-
teadores de seus objetivos.

As 24 polegadas da régua (tamanho de um passo normal de ± 75 cm) representam o total de


horas de um dia, e significam que o Aprendiz deve viver o dia com critério e planejamento (régua)
sabendo também dividir seu tempo entre o trabalho, o lazer, a espiritualidade e o descanso físico e
mental. REIS (2008) cita o filósofo grego Demócrito, que no século V a.C. escreveu “Ocupe-se de
pouco para ser feliz”, significando administrar o tempo frente às diversas tarefas do dia a dia, e que
uma única coisa deve ser feita por vez.

Nos dias de hoje a preocupação com a administração do tempo, representada na lição das 24
polegadas, é fundamental, dada a dinâmica da vida cotidiana, onde é preciso reconhecer e aceitar
nossos limites e aprender a priorizar e eliminar atividades que desperdiçam um dos recursos mais
valiosos que o ser humano possui e que não pode ser recuperado, o tempo.

A utilização da Régua de 24 PP.’. como instrumento de trabalho auxilia o Aprendiz a plane-


jar suas atividades, estabelecer metas e realizá-las em ordem de prioridade.

Conclusão

Os três instrumentos de trabalho do A.’.M.’. podem ser destacados como as três principais
ferramentas que representam as principais Luzes da L.’., sendo : a Régua de 24 PP.’. corresponde à
Sabedoria do Venerável Mestre quando do planejamento e direção dos trabalhos que devem estar
ajustados à perfeição e à beleza da obra de arquitetura que se realiza em cada sessão da Loja; o Ma-
lhete corresponde à força e transmissão de energia realizada pelo 1º Vigilante em sua missão, cujo
equilíbrio e discernimento deverá saber usá-lo no momento próprio; e o Cinzel corresponde ao 2º
Vigilante, que representa a beleza e a forma como o Maçom cinzela a ‘pedra bruta’.

Portanto diante deste estudo, sobre as ferramentas do aprendiz, posso concluir que, os três
instrumentos de trabalho do A.’. devem ser utilizados de forma conjunta e integrada. Por sua vez a
Régua de 24 Polegadas, representa para os M.’. operativos, o tempo para medir e delinear seus traba-
lhos, esforços, já o Malhete, para que o A.’. M.’. este serve para ensinar a ele que tem que ter habili-
dade e destreza, razão e o Cinzel que dá forma os trabalhos na P.’.B.’. fazendo com que o A.’.M.’. ao
lapidar tenha a educação e a perseverança, para o trato fino de seu polimento, desta forma ele irá
adquirir o hábito da Virtude, a iluminação da inteligência e a purificação da Alma.

Destaca-se à correspondência entre o (GOMG, 2004; ROSENHAIM).

BIBLIOGRAFIA:

• DANIEL, Jorge Otavio. Desbastando a Pedra Bruta. Disponível em <https://www.macona-


ria.net>. Acesso em 07/08/2008.
• GOMG – Grande Oriente de Minas Gerais. Ritual e Instruções de Aprendiz-Maçon do Rito
Escocês Antigo e Aceito. 1ª edição. Belo Horizonte: Grande Oriente de Minas Gerais, 2004.
• MADEIRA, Mário Sérgio. Instrumentos de Trabalho do Aprendiz. Criciúma: Grande Ori-
ente de Santa Catarina, Loja Nova Aurora n.41, setembro de 2001.
• MOREIRA, Fábio Teddy. Ser Aprendiz. Disponível em <https://www.maconaria.net>.
Acesso em 07/08/2008.
• PESSANHA, Harry. 2º trabalho: Instrução do Primeiro Grau. Disponível em
<http://www.ictys.kit.net/Maat/haprediz1.htm>. Acesso em 07/08/2008.
• REIS, Álvaro Botelho. A Régua de 24 Polegadas. Disponível em <https://www.macona-
ria.net>. Acesso em 07/08/2008.
• RITUAL DO APRENDIZ, PODER CENTRAL, GLOISP,
• ROSENHAIM, Olman. 3ª Instrução: Instrumentos de Trabalho Régua, Maço e Cinzel – Pe-
dra Bruta. In: Instruções para Aprendizes: 24 lições – Meditando sobre a Pedra Bruta. 2ª edi-
ção, p.43-49

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