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FERRAMENTAS DO APRENDIZ
Quando de minha iniciação, onde tive o primeiro contato com o Cinzel e o Malhete, e com
base nesta citação acima, cabe a cada um de nós, descobrir a delicada diferença entre a pedra não
trabalhada e a pedra cúbica, polida. Cabe ao aprendiz descobrir esta diferença para que nós possamos
aprimorar a cada dia, cultivar a fraternidade, manter-se em liberdade e sermos tolerantes em busca da
igualdade.
Portanto, a lição que podemos tirar através dos instrumentos recebidos na nossa iniciação
Maçónica: o Malhete, o Cinzel e a Régua de 24 polegadas é que se os levarmos conosco onde quer
que estivermos e, se realmente os utilizarmos no nosso dia a dia, alcançaremos o nível mais elevado
da pedra cúbica: a luz, a harmonia, o bem, a união do espírito divino e da matéria, a união do positivo
e do negativo, o silêncio, a união dos quatro elementos, o entendimento, a conversão de valores.
Com este deverá ser o objetivo de todo A.’.M.’., deste momento em diante, seguir as
instruções de nossos V.’.M.’. estudar e seguir as sábias palavras de Salomão, usar das nossas
ferramentas e ter a capacidade de ver, perceber claramente, aquilo que necessitamos mudar, em nós
mesmos, para que o nosso meio seja também aletrado. Este é o verdadeiro sentido simbólico do
“desbastar a pedra bruta.
O Malhete
O Malhete (ou martelo rudimentar) foi o primeiro instrumento imaginado pelo homem primi-
tivo para mover a matéria de um lugar para o outro no plano material (GOMG, 2004), inaugurando a
era das ferramentas, na qual coisas alheias ao próprio corpo começaram a ser utilizadas pelo homem
para conseguir seus intentos. Até então, o homem era o maço de si mesmo, utilizando seus próprios
músculos como ‘instrumento’ de força. Com a sua evolução, foi se apoderando dos maços da natureza
e de sua força, potencializando suas energias para o alcance de seus objetivos (PESSANHA, 2008).
Como instrumento que serve para descarregar golpes, o Malhete representa o método mais
simples da aplicação da força (e do poder) e simboliza, na Maçonaria, todas as forças físicas, morais,
mentais e espirituais. O poder do Maço é ilimitado, pois dentro de cada pessoa existe uma reprodução
do G.’.A.’.D.’.U.’., cujo poder é onipotente (GOMG, 2004).
O CINZEL
O Cinzel possui o poder de cortar, dar forma, abrir caminho através da matéria. Para isso,
necessita ter um fio cortante e resistente, de maneira a receber e transmitir a força que lhe for aplicada
pelo Malhete, e de acordo com a obra que com ele o Aprendiz será capaz de realizar (GOMG, 2004).
O Cinzel significa a capacidade de enxergar aquilo que é preciso mudar, deve ser a autocrítica do
Maçom que, apoiada pela força de vontade, fará com que consiga o desbaste necessário de sua ‘pedra
bruta’ (DANIEL, 2008).
Para tanto, o Aprendiz-Maçom deve possuir qualidades morais, sentimentos bons e generosos
(linha da virtude), uma mente bem-dotada e educada (linha da direção) e uma natureza espiritual pura
e profunda (linha do discernimento), os quais serão utilizados em suas obras. Além disso, deve dirigir
e concentrar a energia a um ponto definido, a obra final, para que a força não se disperse e o resultado
seja alcançado, sem nunca se desviar do caminho traçado (PESSANHA, 2008).
A RÉGUA DE 24 PP.’.
A origem da palavra régua é francesa (règle) e significa “lei ou regra”. Remete-nos a idéia
do traçado reto e da medida (REIS, 2008). A função da Régua de 24 PP.’. é medir a longitude, base
de todas as medidas, que permite compreendermos o que é cada objeto (GOMG, 2004), avaliarmos
o transcurso do tempo e registrarmos seus fenômenos em movimento (PESSANHA, 2008).
Como instrumento de medida pode ser utilizada para comparar e aferir os resultados alcan-
çados mediante o que foi planejado, além de permitir definir parâmetros de ação quando do des-
baste da ‘pedra bruta’ (DANIEL, 2008). A Régua de 24 PP.’., portanto, guia o Aprendiz na realiza-
ção de seu trabalho, permitindo-lhe planejar suas ações e criar regras, leis e padrões de conduta nor-
teadores de seus objetivos.
Nos dias de hoje a preocupação com a administração do tempo, representada na lição das 24
polegadas, é fundamental, dada a dinâmica da vida cotidiana, onde é preciso reconhecer e aceitar
nossos limites e aprender a priorizar e eliminar atividades que desperdiçam um dos recursos mais
valiosos que o ser humano possui e que não pode ser recuperado, o tempo.
Conclusão
Os três instrumentos de trabalho do A.’.M.’. podem ser destacados como as três principais
ferramentas que representam as principais Luzes da L.’., sendo : a Régua de 24 PP.’. corresponde à
Sabedoria do Venerável Mestre quando do planejamento e direção dos trabalhos que devem estar
ajustados à perfeição e à beleza da obra de arquitetura que se realiza em cada sessão da Loja; o Ma-
lhete corresponde à força e transmissão de energia realizada pelo 1º Vigilante em sua missão, cujo
equilíbrio e discernimento deverá saber usá-lo no momento próprio; e o Cinzel corresponde ao 2º
Vigilante, que representa a beleza e a forma como o Maçom cinzela a ‘pedra bruta’.
Portanto diante deste estudo, sobre as ferramentas do aprendiz, posso concluir que, os três
instrumentos de trabalho do A.’. devem ser utilizados de forma conjunta e integrada. Por sua vez a
Régua de 24 Polegadas, representa para os M.’. operativos, o tempo para medir e delinear seus traba-
lhos, esforços, já o Malhete, para que o A.’. M.’. este serve para ensinar a ele que tem que ter habili-
dade e destreza, razão e o Cinzel que dá forma os trabalhos na P.’.B.’. fazendo com que o A.’.M.’. ao
lapidar tenha a educação e a perseverança, para o trato fino de seu polimento, desta forma ele irá
adquirir o hábito da Virtude, a iluminação da inteligência e a purificação da Alma.
BIBLIOGRAFIA: