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AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA

ESTRELA DO OESTE II - Nº 31

ORIENTE DE ASSIS CHATEAUBRIAND - PR

PEÇA DE ARQUITETURA

TRABALHO DE APRENDIZ MAÇOM

O PRIMEIRO VIGILANTE

IRMÃO CHRISTIAN GUILHERME GOLDONI


MESTRE MAÇOM
ASSIS CHATEAUBRIAND, PR, ABRIL, 2019
A.’.G.’.D.’.G.’.A.’.D.’.U.’.
S.’.S.’.S.’.

O PRIMEIRO VIGILANTE

Antes de começar a expor o trabalho sobre este tema, me foi dada uma
idéia de outro tema que pretendo abordar num futuro próximo, que fala sobre
os Cavaleiros Templários e a Maçonaria, conforme sugestão do Irmão
Ronaldo num bate papo informal no fumódromo.

Ir. Ronaldo lembre-se, não me esqueci de vosso pedido.

Porém, o Irmão Colturato, em nossa reunião administrativa no início


deste ano, fez uma sugestão de que os trabalhos fossem direcionados aos
Irmãos que possuem cargos administrativos em Loja, para que eles
apresentassem e falassem sobre seus respectivos cargos, para que pudéssemos
assim orientar e instruir a todos os Irmãos quanto a importância destes nobres
cargos, do mais simples ao mais importante que é o do V.M.

E ficando os Irmãos Mestres que não possuem cargos com temas livres.
Assim, foi acatado a idéia do mesmo.
AOS MAÇONS:

“A Felicidade exige valentia...


“Posso ter defeitos, viver
ansioso e ficar irritado algumas
vezes, mas não esqueço de que
minha vida é a maior empresa
do mundo, e posso evitar que ela
vá à falência.” Ser feliz é
reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de
crise. Ser feliz é deixar de ser
vítima dos problemas e se tornar
um autor da própria história. É
atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um
oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada
manhã pelo milagre da vida. Ser
feliz é não ter medo dos próprios
sentimentos. É saber falar de si
mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança
para receber uma crítica, mesmo
que injusta.

Augusto Cury”

À MINHA FAMÍLIA
A felicidade não está em
viver, mas em saber viver.
Não vive mais o que mais
vive, mas o que melhor vive.

Mahatma Gandhi
O PRIMEIRO VIGILANTE

Em específico hoje falaremos mais sobre o 1º Vigilante, porém há uma


extensa literatura dando conta sobre os Vigilantes em uma Loja Maçônica.
Desta forma, encontramos diversas referências históricas, porém ninguém
pode se arvorar ao direito de ser o intérprete único e exclusivo do cabedal
histórico que dá origem a essas funções dentro da Ordem.

Antes de entendermos a verdadeira função do 1º Vigilante na


Maçonaria devemos compreender o sentido da palavra Vigilante que quer dizer:

O que vigia ou está com atenção. = ATENTO, CAUTELOSO, DILIGENTE

A ampla simbologia maçônica, que evoluiu para interpretações morais e


místicas no seu avanço especulativo nasceu na sua maioria dos costumes e da
organização das Corporações de Ofício, de Corporações de Construtores,
basicamente fundamentada em suas funções e trabalho. Nos rituais, podemos
entender muito destas razões. Entre as Corporações de Ofício da Idade Média,
hoje englobadas, sob o rótulo de Maçonaria de Ofício ou Operativa,
destacava-se a dos Canteiros, ou esquadrejadores de pedras, ou seja, os
obreiros que tornavam cúbica a pedra bruta, dando-lhe cantos, para que ela
pudesse se encaixar nas construções.

Canteiro é o operário que trabalha em Cantaria, palavra derivada de


canto, já que a função é fazer os cantos, ou ângulos retos na pedra. Os
canteiros costumavam delimitar os seus locais de trabalho que, por extensão,
acabaram sendo chamados de: “canteiros de obras”, denominação encontrada
até hoje, cercando-os com estacas fincadas no chão e nas quais eram
introduzidos aros de ferro, que se ligava a outros elos, formando uma corrente.

A abertura dessa cerca estava na parte ocidental do recinto de obras.


Transpondo-se essa cerca, encontrava-se, bem na entrada, na parte frontal, ou
lateral, um barracão, que funcionava como uma espécie de almoxarifado, onde
eram guardados os planos da obra, o material de trabalho e os instrumentos
necessários. Como responsável por todo esse material, havia um operário
graduado, que era o Warden (em Inglês), ou seja, Zelador, ou Vigilante.
Do ponto de vista iniciático e esotérico ao fazer-se uma comparação da
Maçonaria com a Astronomia cumpre informar que o Sol surge do Oriente
(LESTE), onde tem assento o Venerável Mestre, passando em seguida ao
Meio-dia/Meridiano (SUL), onde se encontra o 2º Vigilante, para finalmente
se pôr no Ocidente (OESTE), onde se situa o 1º Vigilante. Portanto, as três
Luzes de uma Loja Maçônica originam-se de uma única fonte, o que
substancia constituírem, Venerável Mestre e Vigilantes, um único foco.

Assim, estes três oficiais; O venerável Mestre, O 1º Vigilante e o


2º Vigilante são denominados "As Três Luzes". Os Vigilantes são os
colaboradores diretos do Venerável Mestre para ministrar instruções aos
Aprendizes e Companheiros, contribuindo para que estes compreendam os
princípios e valores maçônicos. Em uma loja maçônica, os Vigilantes são
cargos que vem imediatamente após o Venerável Mestre, Sendo estes
três cargos os elementos que exercem as funções de maior
responsabilidade da Loja. Normalmente, são designados para as funções de
Vigilantes maçons experientes, que já exerceram outras funções em Loja e
que, por isso, bem a conhecem.

Vigilantes são os dois Oficiais de uma Loja maçônica, que, por


ordem h i e r á r q u i c a s e g u e m a o Ve n e r á v e l M e s t r e , s e n d o s e u s
eventuais, legais e legítimos substitutos, a o q u a l , s u c e d e m- n o n a
presidência dos trabalhos durante os impedimentos, no caso de Sessões
Econômicas, conforme se vê no Cap. III – Dos Membros das Lojas e sua
Competência, no Art. 68 Par. 2º, pag. 21 do Regulamento Geral da G.L.P.,
aliás, esse tem sido objeto de algumas controvérsias de interpretações distintas
dentro da doutrina maçônica.

É imperioso mencionar que os Vigilantes são a autoridade máxima em


suas respectivas Colunas tendo inclusive a prerrogativa da prioridade do uso
da palavra ao solicitá-la, utilizando-se do Malhete que envergam e também
podem falar sentados, conforme previsto no Art. 111 a 116 do Regulamento
Geral, combinado com o Item 8. 1 a 8.7 do manual de Execuções Ritualísticas,
ambos da G.L.P. publicados respectivamente em 06 abril, 2013 e 13 junho de
2015.

O 1º Vigilante é o assessor direto do Venerável-Mestre, a quem solicita


a palavra diretamente por um golpe de malhete, conforme já explicado e a
recebe de igual modo. Tem o dever de dirigir e orientar a Coluna dos
Aprendizes.
O 1º Vigilante Portador do segundo Malhete, em termos genéricos e
de forma interpretativa, conforme o previsto no Capítulo IV, art. 13º do
Estatuto da Loja Maçônica Estrela do Oeste II n 31, de 2015, é o Primeiro
vice-presidente da loja, representa Hiram rei de Tiro, não a pessoa física, o
primeiro vigilante simboliza a Força, governa durante as horas de trabalho de
uma loja maçônica. A sua coluna é a Dórica, que representa a força, quando
está trabalhando ela esta levantada, quando esta em descanso a coluna esta
abaixada do qual se exsurge a energia positiva e o vigor que impulsiona à
continuidade dos Trabalhos da Loja. É a segunda ponta do triângulo com o
vértice para cima. Sua Joia é o Nível Maçônico, da qual falaremos mais a
frente, representa a igualdade social. Seu lugar em Loja é no Ocidente ao
Norte.

Sendo pela ordem hierárquica, o segundo Oficial da Loja, cabe ao 1º


Vigilante ministrar instrução aos Aprendizes. Saliente-se ainda que o 1º
Vigilante responde diretamente ao Venerável Mestre. O que vale dizer que
nenhum outro Oficial de Loja poderá dar-lhe qualquer ordem.

O 1º Vigilante quando em substituição ao Venerável-Mestre, pode usar


os paramentos de Venerável? Respondendo objetivamente ao questionamento
ele não pode. Pois, o 1º Vigilante, em substituição ao Venerável Mestre, não
está credenciado a exercer em sua plenitude o cargo, pois o mesmo não foi
eleito e nem instalado para tal. O avental do Venerável Mestre indica a
qualidade do cargo, quer dizer, ele foi eleito e instalado para ocupar tal
posição. A joia do Venerável Mestre pertence, também, ao cargo, consistindo
no Esquadro, que indica o senso de retidão, que deve nortear a sua conduta.
Os Punhos é o símbolo do poder, que será exercido pelo Maçom eleito,
instalado e empossado no referido cargo. Com a sua escolha (eleição) pelos
obreiros da Loja, com os paramentos de Venerável Mestre (Avental, Joia e
Punhos), culminando com a sua instalação e posse, o Mestre Maçom recebe a
mais elevada honra que uma Loja pode conferir aos seus membros. Assim,
cargo de Venerável Mestre tem início e termino de seu mandato, conforme
legislação da G.L.P. Enquanto a sua substituição é provisória, excepcional, em
caráter não efetivo.

No caso de Sessões envolvendo Colações de Graus, Iniciações,


Elevações e Exaltações, pelo fato de não ter sido eleito V. M., e não por não
ter sido instalado – a condução da Sessão ficará a cargo do V. M. mais
recente. conforme se vê no Art. 68 e no Par. 1º, pag. 21, do Regulamento
Geral da G.L.P.
Comentar sobre a questão do Primeiro Vigilante ser M.I.???

Porém que fique claro que no caso de um impedimento definitivo por


parte do Venerável Mestre e faltando mais de 12 (doze) meses o 1o. Vigilante
convocará a Loja para nova eleição, conforme Art. 88 e 89 da Constituição da
G.L.P., combinado com o Art. 312 e 313 do Regulamento Geral da G.L.P. Em
faltando menos de 12 (doze) meses assumirá o Primeiro Vigilante, conforme o
mesmo regramento citado anteriormente e assim, sucessivamente.

A Joia do 1° Vigilante é o Nível Maçônico. Essa ferramenta é formada


por um esquadro justo, com ângulo no ápice de 90°, utilizada tanto para traçar
linhas paralelas na horizontal, como para se verificar a horizontalidade de um
plano. É um instrumento menos completo que o Esquadro, porém mais que o
Prumo, e, por tal razão, é conferido ao 1° Vigilante, aquele que naturalmente
pode assumir o lugar do Venerável-Mestre, em caso de sua ausência.

Objetivamente o Nível é o instrumento destinado a determinar a


horizontalidade de um plano. Ao inseri-lo na ordem simbólica provoca a
reflexão acerca da igualdade, base do direito natural. Não permite aos Maçons
deixar esquecer que todos somos irmãos - filhos da mesma Natureza e que
devemos nos interagir com igualdade fraterna.

Todos são dignos de igual respeito e carinho, seja aquele que ocupa o
mais elevado grau da Ordem, seja o que se acha iniciando sua vida
maçônica. O Nível lembra que ninguém deve dominar os outros. O exemplo
da morte, que é o maior e inevitável nivelador de todas as efêmeras grandezas
humanas, reduzindo todos ao mesmo estado, o Nível nos faz lembrar que a
fraternidade deve ser praticada entre os irmãos com igualdade, sem distinções,
ainda que estas existam dentro da organização hierárquica da Ordem.

Sem adentrarmos em detalhes ritualísticos, mas é indispensável dizer


que uma das mais importantes tarefas do 1o. Vigilante é a de por determinação
do Venerável Mestre, solicitar ao Ir.´. Guarda do Templo que verifique se se
estamos a coberto, posto que a partir de então passa-se a chamada Cobertura
Espiritual do Templo onde a harmonia, a paz e a corrente fraterna sob a
proteção do Grande Arquiteto do Universo devem estar materializadas. Feito
isto, o 1o. Vigilante verifica se todos os presentes em Loja são Maçons,
conforme previsto nos rituais e explicado no Manual de Execuções
Ritualísticas, da G.L.P., Item 7.6 – Circulação dos Oficiais especificamente no
Item 7.6.1. pag. 31.
Ao 1º Vigilante, conforme o Art. 70 do Regulamento Geral da G.L.P.,
compete:

I – anunciar em sua coluna as ordens do V.M. e transmitir a este o que


lhe for comunicado pelo 1º Vigilante;

II – manter a ordem e o silêncio em sua Coluna;

III – não consentir que os Obreiros passem de uma para outra Coluna
sem sua permissão;

IV – conceder aos obreiros de sua coluna o uso da palavra solicitada,


observando a ordem hierárquica, uma vez autorizado pelo V.M.;

V – opinar sobre a elevação de Aprendiz e Companheiro;

VI – só permitir licença para cobertura definitiva do Templo de obreiro


da sua Coluna depois de autorizado pelo V.M., determinando ao Hospitaleiro
a apresentação do Tronco da Solidariedade ao Irmão.

Compete-lhe, ainda, residuariamente, na ritualística e legalmente


falando:

• comunicar ao Venerável que reina silêncio em ambas as Colunas;

• instruir os Obreiros de sua Coluna (Aprendizes), propondo o aumento


de seus salários;

• instruir os Maçons sob sua responsabilidade de acordo com o Ritual;

• pedir o retorno da Palavra diretamente ao Venerável quando solicitado


por Obreiros de ambas as Colunas.

• Substituir o V.M.
Conclusão

Finalizando, esse hábito dos trabalhadores medievais, principalmente


dos canteiros, além de ser a origem da Cadeia de União e até da Corda de
Oitenta e um Nós, deu, também, origem ao cargo Primeiro de Vigilante de
uma Oficina Maçônica, o qual, além de outras funções, deve, simbolicamente,
ao fim do dia de trabalho, pagar aos obreiros o salário da jornada diária,
despedindo-os, então, contentes e satisfeitos, por terem recebido sua paga
(ensinamentos), conforme conteúdo dos Rituais.

Quero aqui deixar registrado que sinto uma enorme admiração por todos
nesta Loja, pois aqui eu aprendi a ser um Maçom com “M” Maiúsculo,
aprendi e aprendo maçonaria no dia a dia com todos vocês.

Acredito que posso ter sido injusto com um ou outro Irmão, por não
citá-lo ou mencioná-lo de forma mais completa no texto deste trabalho como o
Irmão gostaria, porém saibam que nas nossas conversas, sejam elas doces ou
amargas, como o gosto da bebida da taça sagrada, tenho a todos em meu
coração, pois é uma honra para eu poder ter a alegria de viver entre vós.

Boa noite e obrigado meus irmãos...

Suas ordens foram cumpridas V.M.


BIBLIOGRAFIA

CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro:


Editora José Olympio, 1999.

FILHO, José Ábila. Moderno Dicionário Enciclopédico Brasileiro – Educacional. 9ª


Edição: Editora Educacional Brasileira S. A. – Jun de 1984.

FIGUEIREDO, JOAQUIM GERVÁSIO DE: Dicionário de Maçonaria – Seus mistérios,


seus Ritos, sua Filosofia e sua História. São Paulo, Editora Pensamento – 14ª Edição,
2004.

Constituição da Grande Loja do Paraná – 03 dezembro 2011.

Regulamento Geral da Grande Loja do Paraná – 06 abril 2013.

Estatuto da Loja Maçônica Estrela do Oeste II n º 31 – 14 Maio 2015.

Ritual do Grau de A. M. do R.E.A.A. da Grande Loja do Paraná – 2013.

Manual de Execuções Ritualísticas – 13 junho 2105.

INTERNET, Sites:

https://pt.scribd.com/doc/159646754/A-Origem-Dos-Vigilantes por Pedro Paulo:

Os Vigilantes de Uma Loja Maçônica – ORIGENS E CONCEITOS


Newton Agrella JB News – Informativo nr. 1.903 – Rio Branco (AC) – quarta-feira, 16 de
dezembro de 2015 Pág. 15/32

https://www.gob.org.br/faq/01-o-primeiro-vigilante-quando-em-substituicao-ao-veneravel-
mestre-pode-usar-os-paramentos-de-veneravel/

Postado por Ir.'. Humberto Siqueira Cardeal às 10:00, Quinta feira, 18 agosto de 2011.

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