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apresenta:
O CHAPÉU DO MESTRE
NO RITO ADONHIRAMITA
Sergio Emilião
MI - F R+C
OBSERVAÇÕES
• A apresentação foi baseada no Ritual do Grau de Aprendiz Maçom, Rito Adonhiramita, publicado pelo Grande Oriente do Brasil –
GOB, edição 2009
• Os comentários refletem apenas a opinião pessoal do apresentador, e não a posição oficial do Grande Oriente do Brasil nem de
qualquer Potência Simbólica ou Filosófica na qual o Rito Adonhiramita é praticado
• Todas as dúvidas podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à Secretaria Geral de Orientação Ritualística do Grande
Oriente do Brasil, e nos departamentos correspondentes nas demais Potências
AVISO LEGAL
O ingresso na sala virtual desta apresentação implica na tácita concordância com a íntegra do que dispõe a Lei
Geral de Proteção de Dados, Lei Federal n° 13.709, de 14.08.2018
INTRODUÇÃO
• O uso do chapéu na Maçonaria é um assunto polêmico e controverso
• Há correntes favoráveis e contrárias, independentemente de sua adoção pelos Ritos
• Diferentemente de outros Ritos, no Rito Adonhiramita o uso de chapéu é obrigatório para
todos os Mestres, não apenas para o Venerável, e em todas as sessões, nos três Graus
Simbólicos, ou seja, faz parte do seu traje
• Também faz parte da ritualística, sendo manuseado em diversas oportunidades durante as
sessões
• Por essa razão, absorveu um simbolismo muito mais intenso e abrangente, se comparado
aos demais Ritos
• Isso torna a literatura dedicada bastante escassa, e o que encontramos, na maioria das
vezes, são artigos e pesquisas de autores praticantes de outros Ritos, que não se
aprofundam no significado místico e esotérico que essa peça assume no Rito Adonhiramita
• Mesmo em nosso Rito há divergências sobre o formato e o próprio uso ritualístico
• Apesar de ser um item exclusivo do Grau de Mestre Maçom, ele é conhecido por todos
desde o Grau de Aprendiz, portanto, apesar de não ser conveniente o aprofundamento de
seu simbolismo, creio que as bases e fundamentos de seu uso podem e devem ser
abordados no Grau de Aprendiz, principalmente para que na ocasião propícia os novos
Mestres adquiram uma peça afinada com a Doutrina Adonhiramita
• Minha intenção nesta apresentação, é abordar as origens históricas do chapéu, as
principais hipóteses sobre os motivos que levaram à sua adoção na Maçonaria,
particularmente no Rito Adonhiramita, e examinar seu simbolismo na atualidade,
evidentemente, acrescentando minha interpretação pessoal
ESCOPO
VITÓRIA
TRABALHO
CONQUISTA
MÉRITO
DIGNIDADE
DISTINÇÃO
ELEGÂNCIA
LIDERANÇA
PODER JUSTIÇA
O CHAPÉU DO MAGO
• Como afirmei, o chapéu do mago, ou de bruxa, como aquele famoso chapéu falante dos filmes de
Harry Potter, são um capítulo à parte no simbolismo dos chapéus
• Todos conhecemos o modelo, são chapéus cônicos, pontiagudos, que na Idade Média eram chamados
hennings, e usados por donzelas
• Embora não seja este o modelo adotado pela Maçonaria, julguei interessante abordar nesta
apresentação, por conta de seu simbolismo, que me parece muito próximo a um dos conceitos
aplicados pelo Rito Adonhiramita
• Eu penso que uma abordagem mais abrangente só possa ser feita nos Graus Superiores, mas creio
que possa simplificar a explicação
• O cone é uma figura geométrica de rotação. Se pegarmos um triângulo e rotacioná-lo em seu eixo
vertical obteremos um cone
• Se observarmos essa figura do topo, veremos um círculo com um ponto no centro, a primeira
representação conhecida que o homem fez para a divindade. A emanação da Origem para todos os
pontos em igual extensão
• O simbolismo desse chapéu cônico está associado à intenção do mago de canalizar as Energias
Cósmicas para sua cabeça
• Ou seja, ainda que com sentido pouco diferente, vemos uma ideia muito semelhante nos chapéus
utilizados nas diversas religiões, e sob este aspecto místico, algo parecido com o conceito
Adonhiramita
O CHAPÉU E A SABEDORIA
• Ainda falando sobre os chapéus dos magos, por serem estudiosos da Natureza, dos
fenômenos naturais e sobrenaturais, das chamadas forças ocultas, os magos, desde a
antiguidade, assumiram a característica de serem seres humanos sábios
• Por conta disso, o chapéu assumiu também a conotação de SABEDORIA
• Certamente alguns se lembrarão de um personagem de histórias em quadrinhos criado por
nosso Irmão Walt Disney, o Professor Pardal
• Tendo em vista que Disney era maçom, talvez não tenha sido por acaso que associou ao
personagem um chapéu, o “Chapéu Pensador”, que ele utilizava para estimular seu cérebro
e criar suas invenções
• É evidente, que por estar posicionado sobre nossa cabeça, que por sua vez guarda o
cérebro, fonte de nossa intelectualidade, que o chapéu tenha assumido ora a posição de
elemento estimulador de ideias, ora como catalisador de influências e energias externas,
que alterarão nosso comportamento
• Este mesmo princípio, utilizado de modo inverso, deu origem ao “chapéu de burro”, que era
dado aos alunos pouco estudiosos até meados do século XX
O CHAPÉU NA MAÇONARIA
• Certamente o chapéu não fazia parte dos trajes maçônicos no início do século
XVIII
• Aliás, a adoção dos chamados trajes maçônicos se deu paulatinamente, com
forte contribuição dos Ritos de origem francesa, como o Adonhiramita, por
exemplo
• Creio ser possível que alguns maçons frequentassem as sessões do século XVIII
usando chapéus, notadamente cartolas, que eram uma peça representativa de
elegância, bom gosto e distinção, mas não creio que constasse dos rituais
• Embora não possamos afirmar serem referentes ao Rito Adonhiramita, as
ilustrações que conhecemos desse período não exibem maçons usando chapéus
• Ao que parece, a instituição do chapéu na Maçonaria ocorreu entre o final do
século XIX e início do século XX, “de fora para dentro”, ou seja, da moda do
mundo profano, assim como o terno, e a partir daí ganhou simbolismos
diversificados em função dos Ritos que adotaram seu uso
A INTRODUÇÃO NOS RITUAIS
Rito Escocês Retificado Rito Escocês Antigo e Aceito Rito Shröeder e York
Chapéu Tricorne Desabado Cartola
O CHAPÉU ADONHIRAMITA
1. Cobrir parcialmente a fronte do maçom, de modo a dificultar sua identificação, o que teria
sido de grande utilidade nos períodos em que a Maçonaria sofreu perseguições;
2. Emprestar ao maçom um ar de mistério, ao proporcionar sombra sobre seus olhos, e
3. Sinal de humildade. O abaixar das abas simboliza o reconhecimento de que devemos a
todo custo combater a soberba e a vaidade, maiores inimigos dos maçons
• Sem entrar no mérito destes simbolismos, no meu entendimento, eles não se aplicam ao
Rito Adonhiramita, portanto, esse não deve ser o modelo de nossos Mestres
• E por que é utilizado por alguns Mestres Adonhiramitas?
• Em primeiro lugar, porque nas década de 1970/80, o Rito Adonhiramita viveu um período
de expansão, e nessa época, muitos maçons praticantes do Rito Escocês Antigo e Aceito
se filiaram às Lojas Adonhiramitas, trazendo consigo a prática que conheciam e julgavam
correta. Isso ainda ocorre
• Nessa mesma época, grupos de Mestres Adonhiramitas se dedicaram a difundir e
expandir o Rito Adonhiramita no território brasileiro, e fizeram muitas viagens. Ocorre que
o chapéu é uma peça inconveniente para ser transportada como bagagem, notadamente
se não nos dispusermos a leva-los na cabeça
• Assim, por comodidade, transportar um chapéu de feltro, que pudesse ser facilmente
dobrado, e posteriormente desdobrado, tornou-se mais prático
• Infelizmente, na minha opinião, rompeu-se uma tradição
O CHAPÉU E O CHAKRA CORONÁRIO
1. Símbolo de CONQUISTA, pelo maçom ter atingido o último degrau da Maçonaria Simbólica
2. Símbolo de DISTINÇÃO, colocando o Mestre hierarquicamente acima de Companheiros e
Aprendizes
3. Sinônimo de RESPONSABILIDADE, pois ao atingir o Grau de Mestre, o maçom assume
deveres e compromissos mais amplos
4. Simbolicamente, representa a PROTEÇÃO quanto à influências negativas em seu
pensamento, pois o Mestre Adonhiramita permanece coberto a maior parte das sessões, só
retirando o chapéu nos momentos em que a Emanação Divina simbolicamente se intensifica
no Templo
5. Sinônimo de HUMILDADE, pois ao usar o chapéu, tal qual os judeus, o Mestre Adonhiramita
reconhece que há “ALGO MAIOR”, o Grande Arquiteto do Universo, que rege toda a
Manifestação de modo onisciente e onipresente, e que nossa capacidade intelectual não é
suficiente para compreendê-Lo
POR QUE TODOS OS MESTRES USAM CHAPÉU?
• NÃO
• Não existe qualquer ritual ou cerimônia especial
• O chapéu é uma peça de vestuário, que faz parte da indumentária do Mestre
Adonhiramita
• Não é uma peça “mágica”, e tampouco atribui ao Mestre algum poder sobrenatural ou
metafísico
• É apenas um símbolo
• Mas deve ser escolhido com carinho e cuidado com respeito
• O chapéu é o símbolo da evolução do maçom no Rito Adonhiramita
PODEMOS MUDAR DE CHAPÉU?
• SIM
• Os chapéus não são indestrutíveis, e sofrem desgaste natural provocado pela ação do
tempo e do uso
• Quando isso ocorrer, o Mestre poderá simplesmente comprar outro, e usar
imediatamente sem a necessidade de qualquer outra medida
• Aliás, além de todo o simbolismo atrelado à peça, o chapéu é um item do vestuário,
representa elegância e distinção, não é desejável que usemos chapéus esfarrapados
• Além de depor contra nossa personalidade, o uso de chapéus em mau estado de
conservação atinge a imagem da Loja e do próprio Rito
• Lembro que o chapéu será sempre preto
CONCLUSÃO
• O uso de chapéus pelos Mestres Adonhiramitas é mais que uma característica do
Rito, é uma TRADIÇÃO
• A tradição é o elemento mais importante para manter um Rito vivo. Sempre
caberá a nós essa missão de preserva-la
• Como vimos, há um exuberante simbolismo nessa tradição
• Penso que os Mestres Adonhiramitas deviam usar seus chapéus com saudável
orgulho. São um símbolo de distinção
• Eles representam uma conquista, a chegada ao último degrau dos Graus
Simbólicos
• O chapéu não nos transforma em super homens, pelo contrário, nos trazem um
fardo de responsabilidade, nos lembrando que somos seres imperfeitos
• Firmo minha posição, de que é urgente a padronização do chapéu Adonhiramita.
Se o chapéu faz parte de nossa indumentária, ou do nosso “uniforme”, deve ser
igual para todos. Imaginem uma tropa em que cada soldado use uma cobertura
diferente
O Grupo Adonhiramita de Estudos foi idealizado por
maçons praticantes do Rito. Agrega Irmãos de todos os
Ritos, de todos os Graus e Qualidades, membros de
Potências Simbólicas Regulares, unidos pelo propósito
de fomentar a pesquisa, a troca de conhecimento, e o
debate sobre nossa Doutrina, história, ritualística e
liturgia.
Os temas tratados se referem ao Grau de Aprendiz.
BOA NOITE!