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O GRUPO ADONHIRAMITA DE ESTUDOS

apresenta

12 VIBRAÇÕES ARGENTINAS
NO RITO ADONHIRAMITA
Sergio Emilião
MI - F R+C
OBSERVAÇÕES
• A apresentação foi baseada no Ritual do Grau de Aprendiz Maçom, Rito Adonhiramita, publicado
pelo Grande Oriente do Brasil - GOB – Edição 2009
• Os comentários refletem apenas a opinião pessoal do apresentador
• O conteúdo desta apresentação não representa a posição oficial do Grande Oriente do Brasil nem
de qualquer Potência Simbólica ou Filosófica na qual o Rito Adonhiramita é praticado
• A apresentação se refere às Sessões Ordinárias
• Todas as dúvidas podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à Secretaria Geral de
Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil

AVISO LEGAL
O ingresso na sala virtual desta apresentação implica na tácita concordância com a íntegra do que
dispõe a Lei Geral de Proteção de Dados, Lei Federal n° 13.709, de 14.08.2018
INTRODUÇÃO

• O sino assumiu ao longo dos tempos o simbolismo de sinal, de alerta


• Na ausência de tecnologia nos períodos anteriores da História foi
utilizado diversas vezes como sinal sonoro de emergência, um
alarme
• Mas também foi adotado como instrumento litúrgico, ligado à
diversas religiões e escolas filosóficas
• Não é exatamente um instrumento musical, mas pode reproduzir
qualquer uma das notas da escala musical, e por vezes é utilizado
nas orquestras sinfônicas
• Na Maçonaria, alguns Ritos utilizam-se dos sinos ou de instrumentos
similares, porém, com simbolismos distintos
• O Rito Adonhiramita inseriu o sino em seus rituais emprestando-lhe
conotação simbólica material e mística ao mesmo tempo
• As Doze Vibrações Argentinas são uma etapa obrigatória em todas as
sessões do Rito Adonhiramita
ESCOPO
• O que é vibração?
• O que significa “Argentinas”?
• O Ritual de 1896
• O tímpano
• A origem dos sinos
• O sino na tradição judaica
• O sino no cristianismo
• O sino na Idade Média
• O sino na Maçonaria Operativa
• O sino na Maçonaria Especulativa
• O sino no Rito Adonhiramita
• A Compilação Preciosa
• A inserção nos rituais
• O número DOZE
• Desde o meio-dia até a meia-noite
• As 12 casas zodiacais
• Os sete Chakras Principais
• Os cinco Chakras Secundários
• Três segundos de intervalo
• A postura dos obreiros
• A posição no Templo
O QUE É VIBRAÇÃO?
• Resumindo os conceitos científicos, vibração é todo movimento
que se repete em intervalos de tempo, regulares ou irregulares
• Este é um aspecto interessante, pois de plano vemos que as
vibrações só podem ser percebidas quando associadas ao
conceito de tempo, e isto está diretamente associado ao
simbolismo das Doze Vibrações Argentinas
• Esse movimento forma ondas, ou senoides, que possuem menor
ou menor amplitude em relação a um eixo horizontal, é a
frequência
• O espectro da luz, por exemplo, só é perceptível pelo olho
humano quando suas ondas de propagação se encontram no
intervalo de 50 a 60 ciclos por segundo
• O som também é recebido assim pelos nossos ouvidos
• Esses intervalos são denominados ritmo
• Tanto o som como a luz são formas de energia
• Foi através do som que o Logos Divino se expandiu e deu
origem ao Universo, e foi através da luz que adquirimos sua
percepção, como vimos na etapa anterior da Abertura da Loja no
Rito Adonhiramita
• Os místicos entendem que toda manifestação se dá através de
frequências vibratórias, e é justamente o ritmo dessas
frequências que estabelece a natureza da matéria, da mais sutil à
mais densa
O QUE SIGNIFICA “ARGENTINAS”?
• A expressão Argentinas não se refere a nossos vizinhos na América do Sul,
embora o nome do país tenha as mesmas raízes
• Argentum é a designação em latim para a prata
• A prata é um elemento químico, que possui o número atômico 47 na tabela
periódica, e é classificada como um metal de transição, sendo representada pela
sigla Ag
• Dentre todos os metais, a prata é a melhor condutora de correntes elétricas
• A prata foi amplamente utilizada pelo homem, tanto como moeda, como na
fabricação de diversos utensílios, como por exemplo na fabricação dos espelhos
• É um metal amplamente utilizado para a fabricação de instrumentos musicais,
notadamente os de sopro
• Por conta de sua cor e brilho foi associada à noite e à Lua
• Também está associada aos mistérios e à polaridade negativa e feminina
• No meio místico entende-se que a prata seja auxiliar na concentração e na
reflexão. Ambos são objetivos das Vibrações Argentinas
• A prata era um dos metais utilizados na fabricação dos sinos medievais, e era
justamente a adição de maior quantidade de prata na liga que proporcionava um
timbre de melhor qualidade na época
• Ou seja, Argentinas se refere à prata, e, portanto parece diretamente ligada às
vibrações que produzimos em nossas sessões
O RITUAL DE 1896
• Pelo que vimos, o lógico é que as pancadas executadas pelo
Cobridor Interno em nossas sessões sejam produzidas numa
superfície metálica, de prata, para produzir o efeito argentino
• No entanto, no ritual publicado em 1896 pelo Grande Oriente do
Brasil temos a seguinte descrição:

“Neste momento deve-se ouvir 12 vibrações argentinas, partidas de


um tympano, oculto em uma das portas lateraes do Templo (...)”

• Desde então, textos semelhantes vem sendo gravados em nossos


rituais, colocando-se o tímpano como uma opção alternativa
• Na minha opinião isso é um erro que merece correção nos
próximos rituais
O TÍMPANO
• O tímpano é um instrumento musical de percussão, assim como o
sino
• Porém, é da família dos membrafones, ou seja, a percussão se dá
sobre uma película tensionada de couro natural ou sintético, e não
sobre uma superfície metálica
• Embora possa ser afinado em conformidade com as notas da
escala musical, produz um som abafado, “seco”, ´próprio para a
marcação dos compassos musicais
• É um tambor, por assim dizer
• E como todo instrumento deste gênero, produz excitação
• Instrumentos congêneres eram utilizados nas embarcações da
antiguidade para marcar o ritmo dos remadores
• É claro que produz vibrações no ar, mas com certeza não são
argentinas
• Além do mais, o tímpano ao longo da história sempre esteve mais
ligado à prática militar que à liturgia
A ORIGEM DOS SINOS
• Os objetos que deram origem aos sinos atuais na verdade eram um pouco
diferentes na antiguidade, mais parecidos com chocalhos de mão
• A primeira referência de seu uso data de 2500 a.C. na Suméria
• No Egito recebeu a denominação de seshesht
• Vem do Egito antigo seu uso cerimonial e litúrgico, sendo utilizado nos
rituais dedicados à deusa Hator, da música, da fertilidade e do amor
carnal
• Também eram utilizados em ritos funerais dos faraós
• Foram adotados pelos gregos e romanos, que lhes deram a denominação
de seistron e sistrum, respectivamente
• Eram fabricados em metal, pedra e até em madeira, e tinham formato de
capela, oval ou em arco, em homenagem aos chifres bovinos de Hator. Foi
deste formato que os sinos atuais derivaram
• Instrumentos semelhantes são utilizados atualmente por diversas
religiões em sua liturgia, como o catolicismo e o candomblé, por exemplo
• Ou seja, os primeiros sinos da história eram instrumentos de mão
O SINO NA TRADIÇÃO JUDAICA
• Os hebreus na verdade eram egípcios monoteístas que saíram de lá
para fundar uma nova nação, e trouxeram com eles o uso do
seshesht, que adaptaram à seu culto religioso
• Na tradição judaica ela aparece na Éfode, veste do sumo sacerdote,
na forma de pequenos sinos atados à bainha da túnica
• Ao que parece, a intenção era que eles soassem como campainhas
quando o sumo sacerdote se movimentasse
• A tradição preceituava que estes pequenos sinos deviam ser de
ouro, e entremeados de borlas em formato de romãs
• Serviam para que o sumo sacerdote entrasse no Sanctum
Sanctorum sem que morresse
• A partir daí, o som dos sinos, embora ainda em pequenas
dimensões, passa a significar uma relação direta entre o sacerdote
e a divindade, conceito que será herdado pelo cristianismo
O SINO NO CRISTIANISMO
• A ideia de utilizar um objeto de uso similar aos sinetes em grandes dimensões
na sua doutrina, que são os sinos, parece ter nascido na igreja católica, embora
outras correntes cristãs também o utilizem, portanto, grosso modo, passou a
ser um ícone cristão
• O catolicismo lhe emprestou um simbolismo bem variado
• Como sinalizador sonoro, e proclamador de anúncios, está relacionado ao
evento da Anunciação, quando a Virgem Maria é comunicada pelo Arcanjo
Gabriel que dará à luz Jesus Cristo
• Surge daí o conceito do sino proporcionar a comunicação entre o céu e a terra,
entre o material e o espiritual, entre o humano e o divino
• Isso estabeleceu a prática de se tocar os sinos às 6:00, 12:00 e 18:00 horas, que
são denominadas a hora do angelus
• A maioria das igrejas católicas possui uma torre com um ou mais sinos, que
tocam em horários específicos, geralmente anunciando as missas, funerais,
casamentos e até mesmo as horas
• Na igreja católica cada uma destas ocasiões exigem um toque diferente,
executado com dobras e intervalos definidos, que justamente indicam a quem
ouve, e evidentemente conhece os padrões, que tipo de aviso está sendo feito
• Na doutrina cristã os sinos tem a capacidade de espantar demônios, que ficam
atordoados com o toque dos sinos
O SINO NAS RELIGIÕES

• No hinduísmo o sino simboliza o ouvido, e tudo o que pode ser


percebido pela audição. Quem entra num templo deve tocar o
sino para anunciar sua chegada aos deuses e purificar suas
energias. Segundo os hindus, o som dos sinos é uma partícula
do mantra OM, que teria sido o som da criação do Universo
• No islamismo o sino representa a repercussão do poder divino, e
marca a limitação das condições temporais
• No budismo os sinos simbolizam as vozes divinas. Os budistas
defendem que seu som tem propriedade calmante e torna o
ambiente propício à meditação
• Para os chineses está associado ao som dos tambores e ao
barulho dos trovões
O SENTIDO MÍSTICO DO SINO

• Nas diversas correntes místicas, o sino está vinculado à percepção do som e das
vibrações, e representa a harmonia do Universo
• Algumas correntes entendem que o som dos sinos é purificador, e tem a
propriedade de eliminar energias destrutivas
• O Feng-Shui usa o Sino dos Ventos para amplificar e tornar benéficas as energias do
Elemento AR
• É utilizado na wicca no início e encerramento de determinados rituais, associado ao
Elemento AR e ao leste
• Embora possa reproduzir qualquer uma das notas musicais, geralmente os sinos
tocam a nota SI, sétima da escala, estimulando o Chacra Coronário, Sahasrara
Chakra, na frequência de 495Hz
O SINO NA IDADE MÉDIA
• No período medieval não havia ordenação jurídica nem civil nos
povoados e cidades
• A autoridade emanava diretamente dos reis ou dos senhores
feudais
• Era a igreja quem cuidava da ordenação moral e ética dos
habitantes dos povoados. Detinha o conhecimento e ensinava a
quem convinha, coroava e destronava reis, e até mesmo declarava
guerras
• Todo povoado, portanto, possuía uma igreja na sua praça central
• Eram os sinos das igrejas que informavam as horas e os
acontecimentos principais das localidades
• Os sinos eram utilizados como mensageiros, alarmes, convites, etc.
• Era o toque dos sinos que ordenava a vida nas comunidades
medievais
• Por isso sua denominação foi retirada do latim signus, sinal, marca,
símbolo
O SINO NA MAÇONARIA OPERATIVA

• Nossos ancestrais operativos eram construtores de templos, e


esses templos eram cristãos, logo, havia neles uma torre e um
campanário, onde eram instalados os sinos
• O som dos sinos, portanto, fazia parte de seu cotidiano
• Como as horas do dia eram determinadas pelo toque dos sinos nas
catedrais, é bem provável que suas jornadas de trabalho fossem
reguladas por eles
• Mas não há registro do uso dos sinos pelas corporações medievais
de pedreiros, muito embora seja possível que utilizassem o objeto
para convocação ao trabalho e ao descanso, como fazemos nas
sessões do Rito Adonhiramita
• Não entendo que o uso dos sinos nos rituais maçônicos tenha se
originado das guildas de pedreiros medievais, mas com toda
certeza estavam familiarizados tanto com seu uso quanto com seu
simbolismo
O SINO NA MAÇONARIA MODERNA

• O sino não faz parte da ritualística de todos os Ritos, portanto, seu


uso não é uma prática universal na Maçonaria
• Apenas alguns Ritos usam, ou usaram no passado, os sinos em
suas sessões
• O Rito Brasileiro, por exemplo, utiliza campainhas em suas sessões,
com um simbolismo bem semelhante ao do Rito Adonhiramita, mas
não igual
• Até onde sei, o uso do sino nas sessões maçônicas é exclusivo do
Rito Adonhiramita, ao menos com o simbolismo que os ritualistas
lhe atribuíram
• Por tudo que vimos até aqui, seu uso pelo Rito Adonhiramita auxilia
no comportamento místico e religioso, que são sua principal
característica
O SINO NO RITO ADONHIRAMITA
• O Rito Adonhiramita utiliza o sino no processo de
Abertura da Loja, e também no encerramento dos
trabalhos
• Ele é tocado pelo Cobridor Interno, com procedimento
estabelecido no Ritual
• Ocorre em todas as sessões, independentemente de sua
natureza
• É uma etapa obrigatória e que compõe a dramatização da
criação do Universo
• Nas etapas anteriores vimos os obreiros e o Templo
serem purificados pela Cerimônia da Incensação
• Após isso, o Logos Divino de expande e o Universo
torna-se perceptível ao homem através da manifestação
da Luz no Cerimonial do Fogo
• Para que possamos compreender melhor o mecanismo
universal e cósmico, resta apenas desenvolver o
conceito da temporalidade
• Isto é realizado através das Doze Vibrações Argentinas, o
tempo é a quarta dimensão
AS PARTES DO SINO

• Os sinos, desde a antiguidade, sempre foram produzidos com metais, o que leva a crer que os primeiros sinos
datem da Idade do Bronze
• Isso nos remete a um personagem familiar, Tubalcain
• Ao contrário de outros instrumentos, que podem ser fabricados sozinhos pelos luthiers, os sinos requerem o
trabalho de uma equipe de profissionais de diversas áreas
• Seu formato, o volume interno da câmara, a espessura das paredes, tudo influencia na sonoridade dos sinos
• São necessários cálculos matemáticos avançados para se projetar um sino
A COMPILAÇÃO PRECIOSA

• Na Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita não há menção quanto à


execução das Doze Vibrações Argentinas
• Quando o Venerável Mestre pergunta ao Primeiro Vigilante que horas são, ele
simplesmente responde, sem qualquer pausa ou etapa ritualística entre as
falas
• Também não há menção ao Cobridor Interno, apenas ao Irmão Experto
• Portanto, e ao que parece, na época da formalização do Rito Adonhiramita, a
etapa ritualística das Doze Vibrações Argentinas não existia
A INSERÇÃO NOS RITUAIS

• A descrição das Doze Vibrações Argentinas surge pela primeira vez na


página 5 do ritual de 1896 publicado pelo Grande Oriente do Brasil
• Portanto, é a primeira das chamadas cerimônias místicas que compõem a
liturgia das sessões Adonhiramitas a ser inserida nos rituais
• Neste ritual já consta a presença do Cobridor Interno, embora em posição
diferente, ficava atrás do Segundo Vigilante, e como vimos, não é
mencionado um sino, mas sim um tímpano
• A partir desta edição do ritual, as Doze Vibrações Argentinas vêm sendo
mantidas nas publicações seguintes até nossos dias
O NÚMERO 12

• Já que estão inseridas em nossos rituais, resta examinarmos porque são doze as pancadas no sino
• O número DOZE é um número místico por natureza
• Não determina apenas as horas do dia e da noite
• O DOZE está associado ao Ciclo Cósmico
• Esse entendimento se manifesta de diferentes modos nas Escolas Iniciáticas, na mitologia dos povos, e nas
próprias religiões
• O DOZE, em síntese, representa tudo aquilo que o homem pode apenas observar, sem ser capaz de interferir ou
modificar
• É o DOZE que nos remete à pequenez de nossa existência perante a grandiosidade do Universo
DESDE O MEIO-DIA ATÉ A MEIA-NOITE
• A primeira referência que se faz com relação ao DOZE é justamente
o período das horas do dia e da noite, correspondendo ao período
simbólico de trabalho dos maçons nas Lojas, “desde o meio-dia,
até a meia-noite”
• Portanto, a percepção imediata que se faz das Doze Vibrações
Argentinas é o convite ao trabalho e ao repouso, após encerrada a
jornada
• Alguns autores associam essa expressão e sua inserção nos
rituais maçônicos como originária dos Mistérios Persas, afirmando
que os sacerdotes masdeístas, os “Adoradores do Fogo”,
trabalhavam em períodos de 12 horas nos templos, findos os quais,
se reuniam para participar de uma refeição grupal, que por sua vez
teria sido a origem dos nossos ágapes atuais
• Independentemente da veracidade desta afirmação, as Doze
Vibrações Argentinas se referem exatamente aos equinócios, os
períodos em que o eixo da Terra se posiciona numa vertical perfeita
em relação ao Sol, tornando o dia de igual duração à noite. Uma
alusão à harmonia, ao equilíbrio e à igualdade entre os seres
humanos
AS 12 CASAS ZODIACAIS
• Nos Templos Adonhiramitas, e isso ocorre desde os primeiros rituais, não
existem Colunas Zodiacais na sua decoração
• Alguns autores defendem que elas foram substituídas pelas Doze Vibrações
Argentinas, exatamente porque é o Sol, e não o homem, que trafega pelos
signos do zodíaco
• O homem apenas percebe as consequências desse trânsito solar, através do
efeito sobre a Natureza, a separação das estações e meses do ano e das
características comuns aos nascidos sob a regência de cada um dos signos
segundo a astrologia
• Cada um dos doze signos, segundo a astrologia, se refere a um tipo de
personalidade do ser humano. Sob o ponto de vista místico, é necessário que o
homem esteja sob a influência de todos eles, progressivamente, para atingir sua
plenitude
• Este conceito norteia algumas correntes místicas quanto ao padrão das
reencarnações
• A Maçonaria é um culto solar, e os cultos solares se caracterizam justamente por
conta disso, o Sol, décimo terceiro elemento, é o “elemento modificador”,
aquele que altera as circunstâncias através de seu trânsito
• Esse conceito foi absorvido pelo cristianismo, representado por Jesus e seus 12
apóstolos, e também nas lendas arturianas, onde havia na Távola Redonda 12
cadeiras e uma vazia, à espera do cavaleiro misterioso que traria a paz a
Camelot
OS SETE CHAKRAS PRINCIPAIS

• Alguns autores defendem que as Doze Vibrações Argentinas estimulam cada


um dos nossos sete Chacras Principais e cinco Chacras Secundários
• Estes centros de energia seriam abertos no processo de Abertura da Loja, e
fechados no encerramento dos trabalhos, justamente durante as Doze
Vibrações Argentinas
• Eles seriam estimulados ou adormecidos progressivamente a cada uma das
vibrações, iniciando pelos Inferiores e terminando pelos Superiores
• A Ordem seria inversa no encerramento dos trabalhos
• Os Sete Chacras Principais são: Básico ou Raiz, MULADHARA; Esplênico,
SWADISTHANA, umbilical, MANIPURA, cardíaco, ANAHATA, laríngeo
VISUDDAH, frontal, AJÑA, e coronário SAHASRARA
• Os Chacras inferiores estão alinhados com as energias telúricas e aos Quatro
Elementos
• Os Chacras superiores estão alinhados com as energias Cósmicas e o éter
• As sete primeiras vibrações promovem simbolicamente a junção do material e
espiritual
OS CINCO CHAKRAS SECUNDÁRIOS

• As vibrações restantes pretendem estimular cinco dos Chacras Secundários


ou Menores
• A intenção dos ritualistas teria sido, após estimular a recepção e a circulação
das energias sutis em nosso corpo, dirigir e energizar determinadas partes do
corpo para nossos trabalhos
• Neste cinco Chacras estão incluídos o das mãos e o dos pés, com os quais
formaremos as esquadrias
• Dos tornozelos e joelhos, requeridos na marcha e quando estamos sentados
• E dos ombros, sobre os quais executaremos dois dos três estalidos na
Aclamação
• Estaria assim, simbolicamente, o maçom harmonizado com as energias sutis
O NUCTEMERON
• Apolônio de Tiana é um personagem controverso
• Alguns assumem como real e outros como uma tentativa de se criar uma figura
mística que rivalizasse com Jesus
• Sua biografia foi escrita por Flavio Filóstrato
• Teria nascido na Capadócia, no ano 2, e morrido no ano 98 em Éfeso
• Teria sido discípulo da Escola de Pitágoras, e viajado pelo Oriente, onde teria
aprendido sobre ciências ocultas
• São atribuídas a ele diversas obras de cunho místico, e segundo alguns autores
muitas foram destruídas pela igreja
• Mas restou uma, que existe e foi bastante difundida pelos hermetistas, que se chama
Nuctemeron
• A expressão Nuctemeron significa literalmente “o dia e a noite”, alguns a traduzem
como “O Dia de Deus que Resplandece nas Trevas” e seria uma referência à
Centelha Divina que habita cada um de nós
• Nesta obra ele ministra seus ensinamentos, numa linguagem bastante hermética por
sinal, entre as doze horas de um relógio, atribuindo a cada uma delas um passo ou
um degrau na elevação espiritual do homem
• Pode não haver uma associação direta com as Vibrações Argentinas, mas
certamente é uma relação mística com as doze horas dos trabalhos da Loja
OS 12 TRABALHOS DE HÉRCULES
• Alguns autores associam o número DOZE ao mito grego dos 12 Trabalhos de Hércules
• A narrativa seria uma alegoria demonstrando a evolução da alma humana, associando à
passagem do Sol pelos signos do zodíaco a um atributo do ser humano
• Os trabalhos de Hércules são uma expiação, um mergulho em sua própria alma em busca
de aliviar sua culpa pela morte de seu mentor, o filósofo Lino
• Assim teríamos:
• As éguas devoradoras de homens se relacionam ao signo de Áries, e a obtenção do
controle mental
• O touro de Creta ao signo de Touro, e ao domínio do Plano Material
• Os pomos de ouro ao signo de Gêmeos, e a compreensão de si mesmo, vencendo os
aspectos da dualidade
• A captura da corsa ao signo de Câncer, e ao conhecimento intuitivo
• O leão de Nemeia ao signo de Leão, e à individualidade
• O cinturão de Hipólita ao signo de Virgem, o primeiro passo para a espiritualidade
• O javali de Erimanto ao signo de Libra, e à justiça
• A hydra de Lerna ao signo de Escorpião, e à morte do ego para o surgimento da
consciência cósmica
• Os pássaros de Estínfalo ao signo de Sagitário, e ao valor do silêncio
• A morte de Cérbero ao signo de Capricórnio, a porta para o reino espiritual
• A limpeza dos estábulos de Augia ao signo de Aquário, à purificação e ao amor
• O gado de Gerião ao signo de Peixes, e à mente superior
TRÊS SEGUNDOS DE INTERVALO

• O ritual determina que cada vibração seja espaçada de três segundo entre si
• Evidentemente a intenção é que cada uma delas seja percebida de forma
individual e isolada, notadamente se as associarmos ao simbolismo que
vimos anteriormente
• Mas por que três, e não cinco ou sete
• É claro que o TRÊS é um número bastante significativo na Doutrina Maçônica,
e penso que a justificativa possa estar exatamente aí
• Se multiplicarmos os três segundos de intervalo pelas doze pancadas no sino,
chegaremos ao total de 36 segundos para realização desta etapa
• 3 x 12 = 36 _ 3 + 6 = 9 _ 9 = 3 x 3
• Se considerarmos que as Vibrações Argentinas foram introduzidas no final do
século XIX em nossos rituais, e que no ritual de 1836, o primeiro editado no
Brasil, existe a justificativa que o número de cargos em Loja jamais deve
ultrapassar nove, justamente por representar o 3 x 3, veremos que esta
hipótese não é absurda
A EXECUÇÃO DAS BATIDAS
• O efeito das vibrações deve ser percebido dentro do Templo, e não fora dele, o
que quer dizer que as pancadas não devem ser violentas
• Se levarmos em consideração que deve ser observado o intervalo de 3
segundos entre cada vibração, torna-se claro que as pancadas devem seu
sutis, para que a reverberação não interfira na percepção de cada uma delas,
ou seja, não cause ressonância
• O que se pretende é que os obreiros agucem sua audição para ouvi-lo, isso
auxilia bastante na concentração, e por isso as vibrações são executadas no
mais absoluto silêncio
• O modo de executar as pancadas varia de acordo com as características do
sino utilizado
• Existem modelos que são acionados pelo badalo, através de um cordel ou
corrente, ou por meio de uma haste de metal, uma espécie de martelete, que
provoca a vibração de fora para dentro
• Não existe padronização com relação ao sino, mas o comum é que seja de
pequenas dimensões, uma miniatura por assim dizer
• O sino é instalado ao lado da porta do Templo, de modo que o Cobridor
Interno possa acioná-lo sem embaraço, preferencialmente sentado, e
mantendo a espada aterrada ao solo
A POSTURA DOS OBREIROS
• A postura dos obreiros durante a execução das Vibrações Argentinas é a
mesma que se adota durante a sessão
• Aparentemente foi inspirada nas estátuas egípcias dos faraós, que podem ser
vistas no Templo de Luxor
• Esta posição é uma versão ocidental da posição da ioga oriental
• Braços e pernas ficam em esquadria, assim como a coluna vertebral
• Essa postura proporciona relaxamento dos músculos através da distribuição
igual das cargas, e auxilia a concentração
• Além de tudo, empresta certo ar de seriedade, compostura e disciplina, que é
igualmente desejável
• Alguns maçons fecham os olhos e executam respirações cadenciadas para
auxiliar o processo, mas esta não é uma previsão dos rituais, embora nada
impeça que seja praticada
• O que se pretende é que todos procurem se desligar dos problemas do mundo
profano e se concentrem no que vai ocorrer durante a sessão
• Parece simples, mas funciona
• O mais importante é que seja mantido o mais absoluto silêncio, apenas as
vibrações devem ser ouvidas
A POSIÇÃO DO SINO NO TEMPLO
CONCLUSÃO
• As Doze Vibrações Argentinas são a primeira das cerimônias
místicas inseridas nos rituais Adonhiramitas
• Ainda que rejeitemos as associações místicas, resta claro o
simbolismo espiritual e religioso
• Isso reforça a forte influência cristã, presente desde a
Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita
• Esta é a etapa ritualística que encerra a percepção do Universo
pelo homem, obtida através do conceito do tempo
• O espaço físico e os obreiros foram purificados durante a
Cerimônia da Incensação
• O Universo foi percebido através da expansão e desdobramento
da Luz
• A compreensão do mundo que nos cerca está simbolizada nas
Doze Vibrações Argentinas
• Resta ao maçom demonstrar esse entendimento e iniciar seu
trabalho no Plano Material, à Glória do Grande Arquiteto do
Universo
• Isto será simbolizado na Abertura do Livro da Lei, que encerra o
processo de Abertura da Loja no Rito Adonhiramita
O Grupo Adonhiramita de Estudos foi idealizado
por maçons praticantes do Rito. Agrega Irmãos de
todos os Ritos, em todos os Graus e Qualidades,
membros das Potências Simbólicas Regulares,
unidos pelo propósito de fomentar a pesquisa, a
troca de conhecimento, e o debate sobre nossa
Doutrina, história, ritualística e liturgia.
Os temas tratados se referem ao Grau de Aprendiz.

Todos são bem-vindos! Caso haja interesse em


participar, basta solicitar a inclusão no chat.

Agradecemos a todos pela participação, e contamos


com a presença em nossas próximas palestras.
Que o Grande Arquiteto do Universo nos guie e ilumine!

BOA NOITE!

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