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apresenta
AS COLUNAS
NO RITO ADONHIRAMITA
J Sergio Emilião
B
MI - F R+C
OBSERVAÇÕES
• A apresentação foi baseada no Ritual do Grau de Aprendiz Maçom, Rito Adonhiramita, publicado pelo Grande
Oriente do Brasil – GOB, edição 2009
• Os comentários refletem apenas a opinião pessoal do apresentador, e não a posição oficial do Grande Oriente
do Brasil nem de qualquer Potência Simbólica ou Filosófica na qual o Rito Adonhiramita é praticado
• Todas as dúvidas podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à Secretaria Geral de Orientação
Ritualística do Grande Oriente do Brasil, e nos departamentos correspondentes nas demais Potências
AVISO LEGAL
O ingresso na sala virtual desta apresentação implica na tácita concordância com a íntegra do que dispõe a Lei
Geral de Proteção de Dados, Lei Federal n° 13.709, de 14.08.2018
INTRODUÇÃO
• A posição das Colunas nos Templos Adonhiramitas é uma das
características do Rito
• O Rito Francês, ou Moderno, também adota este mesmo
posicionamento
• Sendo assim, a primeira conclusão a que se chega é que não há
nenhum sentido místico nesta opção, já que os Ritos que a adotam
são antagônicos em relação à questão do misticismo na doutrina
maçônica
• Por que foram colocadas no interior dos Templos, e o que elas são?
• Qual o seu simbolismo?
• Quando, e porque foram inseridas nos rituais?
• Esta posição está certa ou errada?
• Embora o estudo das Colunas seja mais aprofundado no Grau de
Companheiro, elas são vistas pelos Aprendizes, e algumas
informações são apresentadas. Não cometerei nenhuma indiscrição
• Existem muitas correntes e explicações sobre as Colunas nos
Templos Maçônicos. Nenhuma delas me satisfez por completo
• Minha intenção é apresentar as hipóteses existentes sobre a adoção
deste elemento, e sua posição no Rito Adonhiramita, e minha
opinião pessoal sobre a real razão dessa escolha
O QUE SÃO COLUNAS?
• De modo geral, colunas são elementos arquitetônicos estruturais, de sustentação
de lajes e vigas
• São sinônimos de pilares
• São uma evolução dos mastros de madeira que sustentavam as lonas de cobertura
das tendas das primeiras civilizações
• A partir da obra De Architectura, do arquiteto romano Vitruvius, as colunas,
diferentemente dos pilares, tiveram adicionadas a conotação de elementos
decorativos, o que passou a diferenciá-las dos pilares
• Algumas colunas, inclusive, deixaram de possuir a função estrutural para se
tornarem simples elementos decorativos, como as colunas vestibulares do Templo
de Jerusalém, por exemplo
• Neste último caso, as colunas se aproximam do conceito dos menires, obeliscos e
totens da antiguidade
• Há ainda a conotação de elemento vertical, que deu origem às expressões coluna
de fumaça, coluna de ar, e coluna de fogo, por exemplo
• Em nossos rituais, as colunas traduzem um pouco de cada um destes conceitos
O ABRIGO
“Hurão fundiu duas grandes colunas de bronze, cada uma com oito metros e dez centímetros de altura e cinco metros e quarenta
centímetros de circunferência, medidas com o fio de doze côvados. Ele fez também dois remates de bronze fundido que foram fixados
no alto das colunas, cada capitel destes media dois metros e vinte e cinco centímetros de altura. O alto de cada coluna era adornado
com arranjos artísticos de correntes entrelaçadas, sete em cada capitel. Assim fez as colunas; e fez ainda duas fileiras de romãs de
bronze fundido em redor sobre uma rede, para cobrir os remates que estavam no alto das colunas; assim fez cada um dos capitéis. Os
remates que foram fixados no alto das colunas do pórtico tinham o formato de lírios, e mediam um metro e oitenta centímetros de
altura. Nos remates das duas colunas, acima da parte que tinha formato de taça, próximo ao arranjo de correntes, foram instaladas
duzentas esculturas de romãs, enfileiradas ao redor. Hurão colocou essas duas grandes colunas de bronze na frente da entrada do
Templo. A que ficava no lado sul se chamava Iahim, Jaquim, Ele estabelece. A que ficava no lado norte se chamava Bôaz, Ele é
poderoso. Os capitéis no alto tinham o formato de lírios. E assim a obra da grandes colunas foi concluída.
(1 Reis, 7, 15-22)
“Ergueu na frente do templo duas colunas que, juntas, tinham cerca de dezesseis metros, cada uma tendo em cima um capitel com
dois metros e vinte e cinco centímetros. Da mesma forma fez guirlandas, correntes, para o Debir, o santuário interior, e mandou que
fossem fixadas no alto das colunas, e também mandou esculpir cem grandes romãs para adornar as guirlandas. Em seguida levantou
as colunas na frente do templo, uma ao sul, outra ao norte; à que se ergueu à direita, na parte sul deu-lhe o nome de Iahin, isto é, Ele
firma. E à que ficava à esquerda, ao norte chamou Bôaz, isto é, n’Ele há o poder”.
(2 Crônicas, 3, 15-17)
AS COLUNAS DO RITUAL
“Existe de cada lado da entrada, por dentro, uma coluna bronzeada, oca, de ordem
Coríntia, cujo capitel suporta três romãs maduras entreabertas. No fuste da coluna da
esquerda, de quem adentra ao Templo, está gravada a letra "J" e, no fuste da coluna
da direita, a letra "B".
(Ritual do Grau 1, Rito Adonhiramita, GOB, 2009, pág. 23)
“Numa infinidade de Lojas, dá-se como significação da palavra dos aprendizes (...) e
para a de Companheiro (...) São erros imperdoáveis, contrários é razão, às leis da
Maçonaria e à Sagrada Escritura: primeiramente, todos os Maçons concordam com
o que, a sabedoria procura inventar e a força, sustentar. Ora, não é ridículo querer
sustentar o que ainda não existe? Em segundo lugar, a base da Maçonaria é a
sabedoria; e a última prova que elimina todas as réplicas é que as interpretações
dos nomes próprios da Bíblia dizem expressamente que é a Coluna J que diz
sabedoria e que a Coluna B diz força: isto não é suficiente?
(Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, Volume I, 1787, pág.41)
“É fácil perceber-se, pelas respostas que se deve dar e que devem ser conhecidas apenas
dos Mestres. a razão mais simples e mais forte para isso é que um aprendiz não deve
conhecer senão a sabedoria designada pela Coluna J; um Companheiro, apenas a
sabedoria e a força, emblema das duas Colunas; e somente o Mestre deve conhecer a
Beleza, isto é, o prêmio das coisas sublimes. Também não se deve entender por
"sustentar" que o universo está conservado, porque é Belo. Os antigos cavaleiros estavam
bem longe de pensar que Deus admirava suas próprias obras; eles convenceram, pelo
contrário, de que Deus não podia enganar-se, e que tudo que fazia era perfeito. Se os
primeiros autores que escreveram sobre a maçonaria tivessem tido o cuidado de fazer
relembrar que esses filósofos só admitiam um aspirante ao Grau de Mestre, no final de
sete anos, que esse aspirante devia empregar esse tempo para instruir-se em todas as
ciências úteis ao gênero humano e a penetrar, tanto quanto possível, nas verdades da
natureza, e que então esses cavaleiros convenciam-se de que um homem cheio de
conhecimentos não podia ser impedido de admirar a ordem e a beleza do universo, se
esses autores, digo, tivessem chamado a atenção para isso, sem dúvida, muitos Mestres
hoje não falariam da beleza no Grau de Companheiro que sob, o pretexto de instruí-Ios,
abusaram da boa fé desses Mestres”.
(Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, Volume I, 1787, pág. 58)
• As primeiras Lojas especulativas reuniam-se em locais improvisados, tavernas, átrios e pátios de igreja, etc.
• É evidente, portanto, que não havia nem colunas, nem qualquer decoração fixa
• Assim como ocorreu com outros elementos, as Colunas surgem a partir do momento em que as Lojas
construíram locais específicos para suas reuniões
• As fontes mais utilizadas pelos pesquisadores para imaginar como eram esses primeiros Templos são as obras,
Maçonaria Dissecada, Três Batidas Distintas, e J & B
• Essas obras não indicam claramente a posição original das Colunas
• Alguns autores, com base na interpretação do Ritual de Edimburgo, de 1696, defendem que a posição original
era a adotada pelo Rito Adonhiramita, e ao que tudo indica, é verdade
• Mas essa posição contrariava a descrição dos livros bíblicos, assim, vão surgir diferentes teses para justificar
essa escolha
A MANUTENÇÃO DO SIGILO
• A primeira, e mais simplista hipótese da inversão das Colunas, baseia-se na
preocupação dos maçons quanto à manutenção do sigilo das reuniões, após a
publicação de Prichard, pois após a leitura da obra, um falso maçom poderia se infiltrar
nas Lojas e se passar por um Iniciado
• É claro que a indiscrição de Prichard provocou não apenas rebuliço na Maçonaria do
século XVIII, como certamente originou a modificação de certas práticas originais
• Mas não creio que as Colunas tenham tido sua posição invertida em alguns Ritos por
conta disso
• Como vimos, as primeiras Lojas não se reuniam em Templos, a Maçonaria Dissecada
foi publicada em 1730, poucas Lojas haviam construído seus Templos
• Ademais, a posição das Colunas jamais foi item de reconhecimento, me parece uma
troca inócua, se pautada nessa razão
• Penso que os Ritos adotaram as posições das Colunas de forma diferente em função
de escolha subjetiva, evidentemente baseada em argumentos que julgavam
convincentes
• E o questionamento é justamente por conta da narrativa bíblica, que indica J à direita
de quem entra, e B, por sua vez, à esquerda
• Se é assim, por que razão originalmente estavam invertidas?
• São essas hipóteses que vamos investigar
A INVERSÃO DOS PLANOS NA GEOMETRIA
BOA NOITE!