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As '·Constituições de Anderson
Os· Landmarques da Fra_nco-lvt"açqnaria
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Seguido de:
AS CONSTITUIÇOES DE ANDERSON:
a) As antigas Leis Fundamentais IOld Charges).
b_)\'1:~As Antigas Obrtgações ou Regulamentos Gerais
-.::.: ~de 1721.

OS J.ANDMARQUES DA F~AN.CO-MAÇONARIA
( Algumas Classificações)

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GRANDE ORIENTE DO BRASIL
ESTANTE MAÇONICA - V. 1
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LIVRO 1 . O APRENDIZ~ MAÇOM.

LIVRO 2. AS CONSTITUIÇÕES_ DE ANDERSON:


a) As Antigas Leis Fundamentais IOld Charges).
b) As Antigas Obrigações ou Regulamentos
Cerais de 1721.

LIVRO 3. OS LANDMARQUES DA ORDEM, segundo


Mackey, Findei, Pourid e Grant.
O Grande Oriente do Brasil inicia, com o pre-
sente volume, a publicação de uma série de livros
úteis à cultura maçônica no Brasil. úteis e necessários.
Todos sabemos quanto é escassa a bibliografia
maçônica em língua portuguêsa. Pouco se publicou
até hoje e, mesmo assim, difícil é encontrar-se uma
obra que possa ser considerada ortodoxa, porque al-
guns arrivistas se camuflaram de maçons. O mal é
. grande, sobretudo quanto aos neófitos, que não po-
dem distinguir o joio entre o trigo. ·
A atual Administração do Grande Oriente pre-
tende dar a lume, anualmente, quatro obras maçô-
nicas, pelo menos. Obviamente, água de boa fonte.
É nosso intuito fazer com que os Obreiros da Arte-
-Real no Brasil disponham, em breve, de uma bíblío- ,
teca especializada, abrangendo os campos essenciais
da matéria maçônica: doutrina e filosofia, simbolo-
gia, legislação e história.
Vale do Rio de Janeiro (GB), dezembro de 1966
E:. V:., 144.o da fundação do Grande Oriente do
Brasil.
ALV ARO PALMEIRA
Grão-Mestre Geral

'i
A Comissão, instituída pelo Ato n." 2761. de 1965, composta
doa Irmãos João de Araujo Pedrosa. Jonas Rodrigues Barreto.
Mirabeau César Santos, Roberto Alves e Idezío Rodrigues Cor-
rêa Junior, colaborou no lançamento do presente volume.
CARATER DE AUTENTICIDADE

N.•.C. ~ .l .~/_971" (::. J,·.


A presente edição de "O Aprendiz - Maçom"
de Cairu (Henrique Valadares) é seguida pelas Cons-
tituições de Anderson em suas duas partes essencíaís:
as Antigas Leis Fundamentais (Old Charges) e as
- Antigas Obrigações ou Regulamentos Gerais de 1721
e, ainda, por quatro das mais conceituadas codífíca-
ções de Landmarques da Ordem.
O Grande Oriente do Brasil crê, assim, tornar
ainda mais interessante o pequeno grande livro de
Henrique Valadares.
HENRIQUE VALADARES
(Notas biográficas)

Henrique Valadares red'giu o precioso opú.çculo


"O Aprendiz-Maçom" em novembro de 1896. Era;
na época, Grcride Secr.etário Geral do Grande Oríen-
te do Brasil. Discretamente usou as iniciais H:. V:.
e· 'seu nome h'istórico: Cairw, e fraternalmente, trans-
mitiu ao Grande Oriente os direitos de propriedade.
"'Henriqu,e Valada.res foi um eminente cidadão e
um dos maiores Maçons, que já teve o _Brasil. Deixou
uma fólha admirável de serviços à Pátria e à Ordem.
Nasceu em 15 de março de 1852, no Piauí. Ma-
triculou-s.e na Escola Militar, onde f êz um curso bri-
lhantíssimo, conquistando o título de Engenheiro mi-
litar. Obteve depois -o lugar de lente da referida Es-
colà e nesse cargo revelou sempre superior cultura e
era, por todos, respeitado.
Esteve no primeiro plano da campanha abolicio-
nista e lutou pela implantação da RepúbZ.:ca. Foi dis-
cípulo estimado de Benjamin Constant.
Acompanhou e fortal.eceu a ação de Floriano Pei-
xoto ('rpaçom), na consolidação do nóvo r.egime. 'Foi
, Prefeito do então Distrito Federal, até 1894• e, depois,
Deputado F.ederal pelo seu Estado. ~-
Faleceu em 9 de novembro de 1903 no Rio de Ja-
neiro, em conseqüência do cump1(mento de seu dever 0

de soldado. ·
No Acre, os brasileiros revoltados contra ô's boli-
vianos haviam proclamado a jndependência do terrj-

8
tório e o barão do Rio Branco (maçom) se _esforçava
por concluir um Acôrdo com a República irmã. Hen-
rique Valadares fôra em.fado ao Amazonas e Acre,
em fevereiro de 1903, em mi.ssão especial, como De-
legado MiLitar, mas lá, afact:gado com o insano tra-
balho e o clima .então inóspito, adoeceu gravemente,
regressou ao Rio e veio a morrer, logo depois, sem ter
tido .a satisfação de assistfr à a:ssinaturá do Tratado
de Petrópolis, concertado em 17 de novembro de 1903,
o qual pôs fim à questão acreana.
Seu entêrro constituiu uma imponent.e consagra-
ção. O Pr.esidente da República e o Ministro das Re-
lações Exte-11:ores enviaram representantes. O Minis-.
tro da Guerra, nosso Ir:. Marechal Argolo, Depu-
tados, Senadores, Oficiais Generais e outras autori-
dades civis e militares compareceram pessoalmente
ao ato fúnebre. O Grão-tãestre General Quintino
Bocaiuva e os Grandes Dignitários da Ordem ~tive-
ram presentes, b.em co"?'-o numerosas delegaçõés de
Oficinas.
Em certo ponto do trajeto, os alunos da Escola
Militar fizeram parar o coche e à mão transportaram
o corpo de seu ex-m.estre até a sepultura, no cem:té-·
rio de São João Batista.
O Dr. He-nrique Valadares, Gen.eral de Divisão,
foi reformado com honras de Marechal do Exército.
Na" vida maçônica, H:. V:. iniciou-se na Aug:.
Loja "Cruzeiro do Sul II", ao Oriente de Urnguaia-
na, Rio Grande do Sul, em 24 de junho de 1874. Vi:.
veu três decênios de vida maçônica.
Grãnde .e nobre Obreiro. Sereno e p:rme. Tra-
balhador incansável. As Lojas o disputavam para seus
Quadros e assim recebeu, de muitas, os títulos de
Membro Honorário, Filiando Livre .e Benemérito.
Galgou os mais elevados postos maçônicos e atin-
giu a digrv'.dade de Grande Secretário Geral. O "Bo-
9
l.etim" do Grande Oriente, durante anos a fio, ficou ,.
qwase inteiramente .a seu cargo e há, em seus nú-
meros, exceLentes artigos e comentáriós de sua lavra,
com a assinatura H. V.
Em reconhecimento de seu extraordinári.o tra-
balho, no Simbobismo e no Fitosofisrno, a Assembléia
Geral do Grande Oriente conferiu-lhe o título de Be-
nemérito da Ordem e m.a:s tarde o de Grãó-Mestre
Grande-Comendador Honorário, êste pelo Decreto
n.0 147, de 22 de jameiro de 1898. O Grande Oriente
era, na época, uma Potênda-Mista. Serviu com os·
preclaros Grão-Me·stres Antônio Joaquim de Macedo
Soares e Quintino Boca'iuva.
Ocupou os cargos de Grão-Mestre Adjunto e Lu-
gar-Tenente Comendador desde junho de 19(!1 até
quando se transportou ao Oriente Eterno.
Era Garante de Amizade do Grande Oriente de
França e do Supremo Conselho do Egit~, ju~to ao
Grande Orjente e Supremo Conselh_oC'do' Brasil.
O ilust.re e operoso Henrique Vaia~/ês teve em
vida a consagração de ver o seu nome civil e o s.eu ·
nome histórico adotados como títulos distintivos de
três Lojas maçônicas do Grande Oriente do Brasil.
. A. P.

10
Livro 1 - O APRfNDIZ-MACOM
~:
/l'C
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AO LEITOR

Aquêle que se inicia na Maçonaria nem sempre


encontra quem lhe ministre tôdas as explicações
necessárias relativamente aos trabalhos ordinários
de uma Loja. .
A curiosidade e ó desejo de aprender e conhecer
levam o .nôvo Aprendiz a inquirir a todo o momento
sôbre as práticas mais insignificantes. Disso resulta
que, o Aprendiz vai procurar essas explicações nos
livros que pode .encontrar no mercado, fazendo aqui-
sição mais ou menos dispendiosa de obras. muitas
vêzes pouco criteriosas e mesmo mentirosas.
Para satisfazer a·' essa necessidade reconhecida
e- preencher essa lacuna, procuramos organizar o
presente opúsculo, em que serão encontradas aque-
las explicações, que, não estão, consignadas nos Ri-
tuaís-e obras congêneres.
Não é um trabalho metódico e preparado a ca-
pricho. É, porém, o fruto da boa vontade dé um
Maçom que deseja ver a uniformidade e a regula-
ridade nos trabalhos das Oficinas do Grande Oriente
do Brasil. É, portanto, um arrôjo desculpável.

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1896, E:. V:.


......•••. H. V.
(C A Y R U)

12
'~ .
1

O APRENDIZ-MAÇOM
DA MAÇONARIA

A Maçonaria é uma Instítuíçâo essencialmente


caritativa, filantrópica, filosófica e progressista, tem
por objetivo a indagação da verdade, o estudo da
moral e a prática da solidariedade, trabalhando pelo
melhoramento material e moral e pelo aperfeiçoa-
mento intelectual da Humanidade.
Sua divisa é: Liberdade, Igualdade e Fraterni-
dade.
Seus princípios são: tolerância, respeito mútuo
e liberdade absoluta de consciência.
Considerando o trabalho um dos deveres essen-
ciais do homem, ela honra igualmente o trabalho
manual e o trabalho intelectual.
O desideratum da Maçonaria é estender a todos
os membros da Humanidade os laços fraternais que
ligam os maçons em tôda a superfície do globo. ·
O Maçom tem por dever, em qualquer cir-
cunstância, ajudar e proteger a , seu Irmão, mesmo
com risco da própria vida, defendendo-o contra a
injustiça.
Máximas Recomendadas

Não faças a outrem o que não quiseres que te


façam.
Cumpre o teu dever, aconteça o que acontecer.
13
A tolerância não vai ao ponto de proteger atos
imorais.
Pratica o auxílio aos fracos, a justiça a todos, a
dedicação à Pátria e à família e a dignidade para
contigo.
RITOS
O Grande Oriente do Brasil tem adotado e san-
cionado os ritos:

Escocês Antigo e Aceito;


Adoniramita; ·
Moderno ou Francês;
York. (1)
Os Ritos Adoniramita e Moderno chamam-se
também Ritos. Azuis. (2)
Os três primeiros graus, em todos. os ritos, de-
nominam-se Aprendiz, Companheiro e Mestre.
( 1) "O Aprendiz-Maçom" foi escrito, quando o Grande Ori-
ente do Brasil era uma Potência Mista, unido ao Supremo Con-
selho do Rito Escocês Antigo e Aceito e aos Grandes Capí-
tulos dos demais Ritos. O Grão-Mestre do Grande Oriente era
simultâneamente o Presidente dessas Oficinas - Chefes de Rito.
Desde 1951. porém, o Grande Oriente do Brasil segue a
organização maçônica universal e o Símbolísmo está inteiramente
separado do Filosofismo, cada qual com seu Govérno Soberano·
e Exclusivo. Além dessa circunstância, hã o fato de ter a parte
propriamente administrativa do Grande Oriente recebido algu-
mas alterações, com o decorrer do tempo.
Dai a necessidade das várias notas explicativas, que a seguir
se vão ler, para que o neófito sempre tenha a. informação reti-
ficada ou exata, como é preciso.
As últimas Constituições do Grande Oriente do Brasil têm
sancionado, além dos quatro Ritos acima referidos, mais dois
Ritos: o Schroeder e o Brasileiro.
(2) A expressão "Ritos Azuis" é tradicional e deve ser
mantida. O Rito Escocês possui várías cõres e é impróprio cha-
má-lo de Rito Vermelho.

14
O Maçom investido do grau de Mestre fica na
posse de todos os direitos maçônicos, pelo que se
lhe expede um certificado ou título que se deno-
mina Diploma.
Além dos três primeiros graus, os diversos ri-
tos possuem outros graus. O rito de York confere
aos que ocuparam o cargo de Venerável 9 título
de Pa <Master, que não é realmente um nôvo grau,
ma" uma h'ierarquia no próprio grau.
rito Escocês Antigo e Aceito possui trinta
e três graus, o Adoniramita tem treze. e o Moderno
ou Francês apenas sete. Esses graus têm os seus cor-
respondentes nos outros ritos (3).
As denominações são:

No Rito Escocês Antigo e Ace:to

4.o - Mestre Secreto


5.0 - Mestre Perfeito
6.o - Secretário Íntimo
7.o - Preboste e Juiz
8.0 - Intendente dos Edifícios
9.0 - Mestre Eleito dos Nove
10.0 - Ilustre Eleito dos Quinze
11.0 - Sublime Cavaleiro Eleito
12.o - Grão-Mestre Arquiteto
13.o - Real Arco
14.o - Grande Eleito Antigo
15.0 - Cavaleiro do Oriente ou da Esnada
16.o - Príncipe de Jerusalém ·
17.0 - Cavaleiro do Oriente ou do Ocidente

(3) Nesses números: 33, 13 e 7 estão incluídos os tr~s


graus iniciais ( de Aprendiz, Companheiro e Mestre) . chamados
graus simbólicos. de exclusivo govêmo e jurisdição do Grande
Oriente do Brasil.
15
18,º - Cavaleiro Rosa-Cruz
19.o - Grande Pontífice Sublime Escocês
20.0 - Mestre "Ad Vitam"
'21.º - Noaquita ou Cavaleiro Prussíano
22.0 - Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do
Líbano
23.o - Chefe do Tabernáculo
24.o - Príncipe do Tabernáculo
25:o - Cavaleiro da Serpente de Bronze
26.o - Príncipe da Mercê
27.o - Comendador do Templo
28.o - Cavaleiro do Sol ou Príncipé Adepto
29.o - Grande Escocês de Santo André da Escócia
30.o - Gra.nde Eleito Cavaleiro Kadosch
31.o - Grande Inquisidor Inspetor Comendador
32.o - Príncipe do Real Segrêdo
33.º - Soberano Grande Inspetor Geral (4)

No Rito Adoniramita:

4~0 - ;Mestre Perfeito, corresponde no Rito Esco-


cês ao 5.o.
5.º - Primeiro Eleito, Eleito dos Nove ou Pequeno
Eleito, corresponde no Rito Escocês ao 6.o.
6.o - Segundo Eleito ou Eleito de Perpignan, cor-
responde no Rito Escocês ao 10.o.
7.º - Terceiro Eleito ou Eleito dos Quinze, cor-
responde no Rito Escocês ao 11.0.
8.o - Àprendiz Escocês ou Pequeno Arquiteto,
corresponde no Rito Escocês ao 12.0.

( 4) Modernamente, o Soberano Supremo Conselho do Rito


Escocês concede ao grau 33 o titulo de "Grande Inspetor Geral"
e ao membro do Supremo Conselho o titulo de "Soberano Grande
- - Inspetor Geral".

16
g_o - Companheiro Escocês ou Grande Arquiteto,
corresponde no Rito Escocês ao 14.0.
10.º - Mestre Escocês, corresponde no Rito Esco-
cês ao 15.0.
11.0 - Cavaleiro da Espada, do Oriente ou da Águia,
corresponde no Rito Escocês ao 17.0.
12.o - Cavaleiro Rosa-Cruz, corresponde no Rito
Escocês ao 18.o.
13.o - Noaquita ou Cavaleiro Prussiano, correspon-
de no Rito Escocês ao 21.0.

No Rito Moderno ou Francês:

4.0 Eleito Secreto, correspondendo .ao 9.0 Esco-


-
cês e ao 5.o Adoniramita.
5.º - Eleito Escocês, correspondendo ao 14.o Es-
cocês e ao 9.0 Adoniramita.
6.0 - Cavaleiro do Oriente, correspondendo ao 17.o
Escocês e ao 11.0 Adoniramita.
7.o - Cavale.ro Rosa-Cruz correspondendo ao 18.º
Escocês e ao 12.o Adoniramita.

*
Nos Ritos Escocês e no Adoniramita é fórmula
obrigatória em todos os documentos - "A Glória
d» Grande Arquiteto do Universo". No rito Moderno
a fórmula é: "Liberdade. Igualdade. Fraternidaôe ".
Esta fórmula pode também ser adicionada à adota-
da nos ritos Escocês e Adoniramita.
As diferentes agremiações maçônicas têm o no-
me genérico de Oficinas, recebendo denominações
especiais conforme os graus que podem conferir.
Loja é a Oficina que confere os três primeiros
g-raus, que são chamados simbólicos. Efetua os seus
trabalhos ordinários no grau de Aprendiz, funcio-

17
nando nos outros dois quando tenha de conferi-los,
ou para instrução.
Capitulo é a Oficina que trabalha no grau de
Rosa-Cruz, conferindo êste grau e os anteriores desde
o 4.0. É constituído sempre em uma Loja que tenha
no mínimo trinta e três membros efetivos, dos quais
sete pelo menos estejam colados no grau de Rosa-
-Cruz. A Loja, enquanto não tem o seu Capítulo,
denomina-se Simbólica e, depois de possuir Capí-
tulo, passa a denominar-se Capitular. (5). -
Conselho é uma Oficina do Rito Escocês, que
trabalha no grau de Cavaleiro Kadosch 30:. e con-
fere êste grau e os anteriores desde o 19.0 , aos mem-
bros das Lojas que lhes são subordinadas. Confere,
também, os graus 4.o ao 14.o aos OObr:. das Lojas
não Capitulares ou Simbólicas que lhes são subor-
dinadas.
Consistório é uma Oficina do Rito Escocês que
trabalha no grau 32: ., conferindo os graus 31 e 32 aos
maçons das Lojas de sua jurisdição.
Como agremiações maçônicas há também as
Grandes Oficinas Chefes de Rito, que são:

a) Supremo Conselho do Rito Escocês;


b) Grande Capítulo dos Noaquitas, pari o- Ríte
Adoniramita;
c) Grande Capítulo do Rito Moderno.

(5) Não há mais Lojas Capitulares RO Grande Ortcns, do


Brasil. O Simbolismo está inteiramente separado do Filosofismo.
As Lojas Simbólicas ou Lojas-Base nacla têm que ver com a cons-
tituição e o funcionamento dos Capitulos, Conselhos de Kadosch
e Consistórios.
:e:. conveniente saber que entre a Loja Simbólica e o Capi-
tulo pode haver a Loja de Perfeição, conferindo os graus do
4.º ao 14.º. Nesse caso, o Capitulo só se encarrega dos graus-
do 15.º ao 18.º.

18
J!;ssas Granues Uficmas concedem ou negam
autorização para a regularização das Oficinas do
Rito que se tiverem instalado. (6).
O Supremo Conselho confere o grau 33 aos
membros das Lojas do Rito e os graus 31 e 32 das -
Lojas que não forem subordinadas a Consistório.
Os dois Grandes Capítulos servem de Capítulo
às Lojas não capitulares do respectivo Rito. (7).
O dos Noaquitas confere moos o grau de Noa-
quita aos Obreiros das Lojas do Rito Adoniramita.
As Oficinas têm títulos constitutivos que lhes
são expedidos pelas Grandes Oficinas Chefes de
Rito, e êsses títulos denominam-se:
Breve Constitutivo, para as Lojas. (8).
Carta Capitular, para os Capítulos.
Carta Constitutiva, para os Conselhos.
Patente Constitutiva, para os Cpnsistórios.
Os maçons têm igualmente títulos dos diversos
graus ou de concessões honoríficas, que se denomi-
nam:
Diploma, para o grau de Mestre, expedido pelas
Lojas. ,
Breve, · para o grau de Rosa-Cruz, expedido pela
Grande Oficina-Chefe de Rito.
Patente, para os graus superiores ou concessões
honoríficas dadas pela Assembléia Geral ou por

( 6) As Lojas Simbólicas ou Lojas-Base, em qualquer Rito,


têm a sua criação e regularização só dependentes do Grande Ori-
ente do Brasil.
(7) Não há mais Lojas Capitulares também nos Ritos Ado-
niramita e Moderno. Hã Capítulos, independentes das Lojas-Base
ou Simbólicas.
( 8) Nenhuma Loja-Base ou Simbólica não mais recebe qual-
quer titulo constitutivo emanado de Grande Oficina Chefe de
Rito e sim do Grande Oriente do Brasil, que lhe expede a Carta
Constitutiva.

19
Grandes Ofidnas, ·e expedida pela Assembléia Ge-
ral OI,!. pela respectiva Grande Oficina .. (9)
Dos graus para os quais a lei não obriga a ex-
pedir título especial, pode ser passado, pela Oficina
ou Grande Oficina que o conferir, um documento
que se denomina Certificado.
Nos Diplomas, Breves e Patentes há o Ne Va-
rietur, que indica o lugar onde o Ir:., a quem se
refere o documento, deverá assinar o seu nome,
servindo esta assinatura para confronto e verifíca-,
ção da identidade do portador do mesmo.

Cobridor do Grau de Aprendiz - Rito


Escocês Antigo e Aceito

Sinal de Ordem - Estando de pé, levar a mão


direita abaixo da garganta, tendo os quatro dedos
unidos e estendidos, e o polegar separado formando
uma esquadria.
Faz-se êste sinal sempre que se estiver de pé
durante os trabalhos.
Sinal Gutural - Estando à Ordem, levar a mão
direita horizontalmente até ao ombro direito e de-
pois deixá-la cair ao longo do corpo, formando assim
uma esquadria. Voltar depois ao sinal 1e Ordem.
:tste sinal recorda o juramento presta.do ao ini-
ciar-se: de consentir em ter a garganta cortada no
caso de perjúrio.
Toque - Tomar com a mão direita a do Ir:.,
tocar levemente com a extremidade do polegar a
primeira falange do dedo índex, dando por um mo-
vimento imperceptível a bateria do grau; isto é, três
(9) A ÃSS«-mbléia Geral. hoje denominada Soberana As-
sembléia Federal Legislativa. não expede nenhum grau e ~lm tí-
tulos honertftcos. recompensas maçônicas e Insígnias de distinção.

20
pancadas iguais, espaçadamente. Responde-se do
mesmo modo. . ',
Palavra Sagrada - Pode ser pedida dizendo-se:
Dai-me a palavra sagrada, ou, depois de dar o toque,
cravar ligeiramente a unha do polegar no dedo ín-
dex do Ir:. a quem se deseja interrogar.>,
Em qualquer dos casos, o interrogado responde:
"Não vos posso dar senão soletrada: dai-me ~ pri-
meira letra e eu vos darei a segunda."
Aquêle que interroga, dá então, a primeira le-
tra e o dnterrogado a segunda, e assim alternadamen>
te até a última, e depois pratica-se o mesmo, sílaba ,
por sílaba.
A palavra é - B:. Z:.
Palavra de Passe - Não há neste Rito.
Marcha - Estando à Ordem, dar três passos
para a frente começando com o pé esquerdo e unin-
do o direito em esquadria a cada passo, de modo a
ter os calcanhares unidos. No fim do terceiro passo,
deve achar-se na altura dos Vigilantes e aí faz o
sinal gutural como cumprimento. em primeiro lugar
ao Venerável e depois aos dois Vigilantes, na ordem
hierárquica.
Bateria - O - O - O.
Aclamação - Huzzé! Huzzé! Huzzé!
Idade - Três anos.
Insígnia - Aventai de pele branca com a abeta
levantada.

Ritos Adoniram4ta e Francês (chamados


também ritos azuis)
'
Nestes ritos· há as seguintes modüicações:
Toque - Faz-se por três pancadas também, sen-
do, porém, duas rápidas e uma um pouco espaçada.
Palavra Sagrada - A palavra é J:. N:.
21
Palavra de Pcsse - Esta é dada .ao Cobridor,
fazendo-se o toque.i E NIAKLABUHT.
Marcha - Faz-se do mesmo modo, rompendo-
-se com o pé direito.
Bateria,- 00-0.
Aclamação - Liberdade, Igualdade e Fraterni-
dade, no Rito mod:.

PALAVRA SEMESTRAL

A Palavra Semestral é comuin a todos os Ritos,


e só vigora nas Lojas do Brasil.
Essa palavra é dada pelo Sob:. Grão-Mestre
Geral da Ordem em junho e dezembro de cada ano
e mandada às Lojas que estiverem em dia com as
suas obrigações com o Grande Oriente.
A um Maçom, que se apresenta como visitante
em uma Loja do Brasil, pode ser exigida a Pala-
vra Semestral e o visitante fica na obrigação de dar
a Palavra do semestre corrente ou pelo menos, a
do anterior; e se não o fizer. poderá ser-lhe recusado
assistir aos trabalhos, salvo se se justificar.
Abraço - O abraço fraternal que os 'Maçons se
dão consiste cm passar o braço direito por cima do
ombro esquerdo do Irmão e o braço esquerdo por
baixo do braço direito do mesmo; estando os dois
nessa posição batem brandamente com a mão di-
reita as pancadas que constituem a bateria do grau.
Feito isto, invertem-se as posições dos braços. isto é,
passa-se o braço esquerdo por cima do ombro direito
do Irmão e o braço direito por baixo do braço es-
querdo do mesmo; estando os dois nessa posição.
dá-se a bateria do grau como no primeiro amplexo.
Por fim, inver-tem-se novamente as posições dos
braços. voltando-se à pnimeira posição e repete-se a
formalidade da bateria.
22
Aplausos - Os aplausos fazem-se por bateria
tirada pelo Venerável, ou pelos Vigilantes, ou ainda
pelo Mestre de Cerimônias.
A bateria é simples ou tríplíce.
Para a,plaudir por uma bateria simples, estando
de pé e à ordem, faz-se o sinal gutural, depois do
que se dá a bateria do grau, conforme o Rito, com
os dedos unidos e estendidos da mão direita sôbre
a palma aberta da mão esquerda. Depois de fazer a
bateria, dão-se três estalos com o polegar e o dedo
médio da mão direita, sendo o primeiro na altura
do ombro esquerdo, o segundo na altura do direito
e o terceiro neste mesmo lado, na altura da cabeça,
formando-se assim uma esquadria. (10).
A bateria tríplice é a bateria simples feita por
três vêzes.
As vêzes a bateria é de luto ou de dor, quando
se quer manifestar pesar; neste caso, a bateria, ao
invés de ser executada sôbre a palmai da mão es-
querda, se-lo-á sôbre o ante-braço esquerdo, sem
ruído. Na bateria de luto, os malhetes devem bater
sôbre um objeto qualquer que torne a pancada surda.
Há também a bateria incessante, usada no Ritó
Escocês para aplaudir os Maçons do último grau ·e
em todos os ritos para o Sob:. Gr:. Mestr:. e para
seu Adjunto. Esta bateria faz-se por três salvas de
nove palmas, seguindo-se a cada uma os estalos usa-
dos n~ outras baterias. Nos aplausos, por tríplice ou
incessante bateria, é uso o Venerável levantar três
vivas, ao invés da aclamação do Ritual. 1!:sses vivas
poderão ser dados depois da bateria completa ou
nos intervalos em que se executam os estalos. (11).

( 10) Presentementes, os estalos estão abolidos.


( 11 ) 8 conveniente repetir que os estalos estão . abolidos.

23.
Quando os aplausos são dirigidos a algum dos
membros da Loja, os vivas poderão ser:
1.0 - Ao Ir:. ·
2.0 - A Loj:.
3.o - Ao Grande Oriente e à Grande Oficina-
-Chefe do Rito.

Quando, porém, são dirigidos a Maçons de ou-


tras Lojas, os vivas deverão ser:
1.0 - A êsses Maçons.
2.0 - Às suas Lojas.
3.o - A todos os Maçons espalhados pela super-
fície da Terra.

Tratando-se do Soberano Grão-Mestre ou seu


Adjunto, e do Sob:. Gr:. Com:. ou seu Lug:. Ten:.
(ou do Grande Inspetor dos demais Ritos), os vivas
deverão ser:
1.0 - Ao Sob:. Gr:. Mestr:. ou seu Adj: ., e ao
Sob:. Gr:. Com:. ou seu Lug:. Ten:. (ou
ao Grande Inspetor). '
2.0 - Ao Grande Oriente e à Grande Oficina-
-Chefe do Rito.
3.o - A Família Maçônica Universal.

INSTRUÇÕES DO GRAU DE APRENDIZ


RITO ESCOC:tS

P:. - Entre vós e mim existe alguma coisa?


R:. - Sim Ven:. Mestr: ., um culto.
P:. - Que culto é êsse?
R:. - É segrêdo, Ven:. Mestr:.
P:. - Que segrêdo é êsse?
R:. - A Maç:.
P:. - Sois Maçom?
24
R:. - Os meus Ilr:. como tal me reconhecem.
P:. -- O que é preciso para ser Maçom?
R:. - Ser livre e de bons costumes.
P:. - Como vos preparastes para ser recebido
Maçom?
R:. - Principiei a preparar-me pelo coração.
P:. - Aonde fostes depois levado?
R:. - A uma câmara contigua à Loja.
P:. - Como estáveis preparado?
R:. - Nem nu, nem vestido. Tiraram-me todos os
metais e fui conduzido à porta do Templo por
um amigo, que depois reconheci como Irmão.
P:. - Como soubestes que estáveis à porta do Tem-
plo, se estáveis vendado?
R:. - Porque ali me fizeram parar e fui depois
admitido.
P:. - Como fostes admitido?
R:. - Por uma grande pancada.
P:. - Que vos disseram?
R:. - Quem vem lá? Ao que respondi: - um pro-
fano que quer ser iniciado na Ord:. Maç:. e
admitido nesta Aug:. Loj:. dedicada a S. João.
P: . - E como pudestes conceber tal esperança?
R:. - Porque sou livre e dotado de bons costumes.
P:. - Que vos disseram então?
R:. - Que declarasse o meu nome, pátria, idade,
qualidade civil e profissão.
P:. ~ Que vos mandaram fazer depois?
R:. - Mandaram-me entrar.
P:. - Como entrastes?
R: . - Tendo a ponta de uma espada ou de um pu-
nhal assentada no peito.
P:. - Que vos perguntaram?
R:. - Se sentia ou via alguma coisa.
25
P:. - Que respondestes?
R:. - Que sentia, porém, nada via.
P.: - Por quem fostes recebido depois de vossa
entrada?
R:. - Pelo Ir: . 2.0 Vig:.
P:. - Que vos fêz êle?
R:. - Entregou-me ao Ir:. Exp: ., que me mandou
ajoelhar e tomar parte em uma oração que
o Ven:. recitou.
P:. - Que vos perguntaram depois dessa oração?
R:. -. Em quem punha a minha confiança.
P:. - Que respondestes?
R:. - Que a depositava em Deus.
P:. - Que vos fizeram depois?
R:. - Pegaram-me pela mão direita, fizeram-me
levantar, disseram-me que nada receasse e
sem temor seguisse a mão que me guiava.
P:. - Aonde vos conduziu êsse guia?
R:. - Fez-me praticar três viagens .
. P:. - Onde encontrastes o primeiro obstáculo?
R:. - No meio-dia, por traz da Col:. do 2.o Vig: .,
onde bati levemente três pancadas.
P:. - Que resposta vos deram?
R:. - Perguntaram-me quem vem lá?
P:. - Que respondestes?
R:. - O mesmo que havia respond.do à porta da
entrada.
P:. - Aonde encontraste o segundo obstáculo?
R:. - Por traz do l,o Vig: ., no Ocidente, onde bati,
também, três pancadas e dei depois as mes-
mas respostas às suas perguntas.
P:. - Aonde encontrastes o terceiro obstáculo?
R:. - Por traz do Ven: ., onde bati da mesma forma
e dei as mesmas respostas.
P:. - O que vos foi ordenado então?
26
R:. - Mandarem-me conduzir ao Ir:. 1.0 Vig: ., no
no Ocidente, para ser instruído.
P:. - Que instrução vos deu êle?
R:. - Ensinou-me a dar os primeiros passos no ân-
1
j
gulo de um quadrilongo, a fim de que pu-
desse chegar ao Altar e ali prestar a minha
obrigação.
P:. - Onde a prestastes?
R:, - No Altar dos Juramentos, com o corpo for-
mando uma esquadria, a mão direita sôbre a
Const:. Maçon: ., a Bíblia, o Compasso e o
Esquadro, a mão esquerda segurando um
compasso, apoiado no peito esquerdo, e ali
prestei o juramento solene dos Maçons,
P:. - Depois de prestado êsse juramento, que vos
disseram?
R:. - Perguntaram-me que mais queria.
P:. - Que respondestes?
R:. - A Luz.
P:. - Quem vos deu a Luz?
R:. - O Ven:. e todos os IIr:.
P:. - Quando recebestes a Luz, o que vistes?
R:. - A Constituição, o Esquadro e o Compasso. (12)
P:. - Que vos disseram significar estas luzes?
R:. - Três Grandes Luzes da Maçonaria.
P:. - Explicai-mas.
R:. - A Const:. regula e governa a nossa Loja; o
Esquadro as nossas ações e o Compasso nos
ensina a regular os movimentos do nosso co-
ração e a sermos justos para com todos os
homens e principalmente com os nossos IIr:.
P:. - Que vos mostraram depois?
( 12) Há uma retificação a fazer: as Três Grandes Luzes
da Maçonaria são: o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso,
mas o Livro da Lei não é a lei administrativa e sim a Lei Moral:
a Bíblia, o Alcorão, etc., são livros da Lei Moral,

27
R:. - Três SSubl:. LLuz:. da Maç: .: o Sol, a Lua
e o Ven:. da Loja.
P: . - Que vos fizeram depois?
R:. - O Ven:. me tomou pela mão direita, deu-me
o Toque e a Palavra, e disse-me: levantai-vos,
meu Ir:.
P:. - Que números, compõem uma Loja, meu Ir:.?
R: . - Três, cinco e sete.
P:. - Por que razão o número três compõe uma
Loj:.?
R:. - Porque foram três os MMestr: . na construção
do templo de Salomão.
P:. - E o número cinco, porque?
R: - Porque todo homem deve possuir cinco sen-
tidos.
P: . - Quais são os cinco sentidos?
R:. - O ouvido, o olfato, a vista, o, paladar e o tato.
P:. - Para que servem na Maç:.?
R:. - Três dentre êles para muito
P:. - Explicai-me os seus usos.
R:. - A vista, paira ver os sínaís,. o tato para sentir
o toque e reconhecer os Ilr:. tanto nas trevas
como na luz, e o ouvido para ouvir a Palavra.
P:. - Porque razão o número sete compõe uma
Loj:.?
R:. - Porque sete são as ciências liberais .
. P:. - Dizei-me quais são.
R:. - A Gramática, a Retórica, a Lógica, a Aritmé-
tica, a Geometria, a Música e a Astronomia.
P:. - De que utilidade são estas Ciências na Maç: .?
R:. - A Gramática nos ensina a escrever e a falar.
P:. - Que nos ensina a Retórica?
R:. - A arte de falar e de discorrer sôbre quais-
quer objetos (13).
---,.(-,-, -c=-rover a omissão. P:. - Que nos ensina a Lógica?
13'"'")---P
R :. - A disciplina do espírito, levando-o a raciocinar com fir-
meza e decisão.
28
P: . -
Que nos ensina a Aritmética'?
R: . -
O valor dos números.
P:. -
Que nos ensina a Geometria?
R:. ---
A medir a Terra, para, nela, marcarmos o
pedaço que nos pertence na grande partilha
da Humanidade.
P:. - Que nos ensina a Música?
R:. - A virtude dos sons.
P: . - Que nos ensina a Astronomia?
R:. - O conhecimento dos corpos celestes.
P: . - Que forma tem a vossa Loj: . ?
R: . - A de um quadrilongo.
P:. - De que largura é vossa Ofic:.?
R:. - Do Oriente ao Ocidente.
P:. - De que comprimento?
R:. - Do Sul ao Norte.
P:. - De que altura?
R:. - Da terra ao Céu.
P:. - Que profundidade tem?
R:. - Da superfície ao centro da Terra.
P:.'- Por que? ,
R:. - Porque a Maçonaria é universal e o Universo
uma Loja, , ·
P:. - Por que razão a nossa Loj: . está situa-la do
Oriente ao Ocidente?
R:. - Porque assim estão tôdas as LLoj:.
P:. - E por que?
R:. - Porque o Evangelho principiou a ser pregado
no Oriente e estendeu-se depois ao Ocidente.
P:. - Quem sustenta a vossa Loj:.?
R: . - Três grandes CCol: .
P:. - Como se chamam?
R:. - Sabedoria, Fôrça e Beleza.
P:. - Quem representa o Pilar da. Sabedoria?
R:. - O Venerável, no Oriente. ,
P:. - Quem representa o Pilar da Fôrça?
29
R:. - O 1.0 Vig: ., no Ocidente ..
P:. - Quem representa o Pilar da Beleza 1
R:. - O 2.0 Vig: ., no Meio-Dia.
P:. - Por que representa o Ven:. o Pilar da Sabe-
. doria? .
R:. - Porque dirige os OObr:. e mantém a ordem.
P:. - Por que representa o 1,0 Yig:. o Pilar da
. Fôrça? .
R:. -,, Para pagar os OObr: ., cujos salários são a
fôrça e manutenção de sua existência.
P:. -'- Por que representa o 2.o Vig:. o Pilar da Be-
leza? ;
R:. - Para fazer repousar os OObr: ., fiscalizá-los
no trabalho, a fim de que ao Ven:. resultem
honra e glória. (14).
P:. - Por que a Loja é sustentada por três CCol:.?
·R:. - Porque a Sabedoria, a Fôrça e a Beleza, são
o complemento de tudo: sem elas nada é_
duradouro.
P:. - Por que?
R:. - Porque a Sabedoria inventa, a Fôrça susten-
ta e a Beleza adorna.
P,. - Está coberta a nossa Loja?
R: . -- Sim, Resp: . Mestr: . , por uma abóboda celes-
te de variegadas nuvens.
P:. - De onde sopram os ventos para os Maçons?
R:. - Do Oriente para o Ocidente.·
RITO MODERNO OU FRANC:ES

P:. - Sois Maçom? ·


R:. - Meus Ilr:. como tal me reconhecem.

( 14) Melhor seria, se se dissesse:


"a fim de que resulte honra ao Ven:. e glória ao Gr:. Arq:.
do Universo". ·

30
Í-,,i, .....4 O que é um Maçom?
B.:: - t um. homem livre e de bons costumes, que
prefere a tôdas as coisas a justiça e a ver-
dade, e que, desprendido dos preconceitos do
. vulgo, é igualmente amigo do rico e do po-
' bre, se são virtuosos.
p·:. - O que é a Maçonaria?
Jl.:. ~ í: uma Instituição que tem por fim estabele-
.· cer a justiça na humanidade e fazer imperar
a fraternidade.
P;º~ - Quais são os seus princípios?
· R;. - A Tolerância, o Respeito Mútuo e a Liberda-
dade absoluta de Consciência.
· P:. - Qual é a sua divisa?
. R:. - Liberdade! Igualdade! Fraterrsidade!
P:. - Não convém corroborá-la por um quarto
•, · têrmo?
R:. - Sim, pela Solidariedade.
P:. - Quais são os deveres dos Maçons?
Rt. - Independentemente do dever de auxílio e
socorro aos seus !Ir:., o Maçom deve traba-
: lhar sem descanço pela realização dos fins
- diil Maçonaria. :tle deve estudar com cuidado
tôdas as questões que agitam as sociedades
humanas, procurar a sua solução pelas vias
pacíficas e propagar em redor de si os co-
nhecimentos que tiver adquirido. Deve ser
;,0
bom, justo, digno, dedicado, corajoso, isento
de orgulho. e de ambição, livre de todo o pre-
conceito e tôda a servidão, pronto a todos
os sacrifícios pelo triunfo do direito e da
verdade .
1
P: . - Como poderei reconhecer que sois Maçom?
R: . - Por meus sinais, palavras e toques,
P:"; - Como se faz o sinal?
. R;. - Pela Esquadria, Nível e Perpendicular
(Faz-se)
31
. P: . - Que significa? . .
R:. - Que eu prefiro ter o pescoço cortado a re-
velar os segredos que me foram confiados.
- Simbolicamente signifüca - a igualdade
e a retidão.
P: . - Dai o Toque ao Vig: . d.:. vossa Col: . (Depois
de recebido) Vig:. - O Toque está justo,
R:. M:.
P:. - Dai-me a palavra de Passe.
R:, -T:.
P: , - Que significa essa palavra?
R:. - t o nome do primelro homem que, segundo
a lenda bíblica, trabalhou em metais.
P:. - Dai-me a Palavra Sagrada.
R: . - (Faz-se pelo modo usado) .
P:. - Que significa essa palavra?
R:. - Estabilidade, firmeza. É o nome de uma Col:.
do Templo de Salomão, junto da qual rece-
biam os Aprendizes o seu salário.
P:. - Tendes outra palavra de reconhecimento?
R:. - Há ainda a palavra semestral. Na época de •.
cada solstício, 9 Grão-Mestre dirige aos Ve-
neráveis a palavra destinada a afirmar a re-
gularidade dos membros (ia Loja. Esta pala-
vra é comunicada em Loja, segundo as re-
gras estabelecidas, não deyendo ser pronun-
ciada senão em voi baixa e em lugar ma-
çônico. · .
P:. - Por que razão, no grau que possuís, o~ Ma-
çons se servem do número três, notadamen-
te no Toque, na Marcha, na Bateria, na Acla-
mação e no Abraço que ê!es se dão?
· R:. - Porque o ternário tem um caráter slmbôlíco
desde a mais remota antiguidade. Para os
antigos iniciados significava: Criação, con-

32
servaçào, destruição. Para nós simboliza o
passado, o presente e o futuro.
P:. - Por que razão é o triângulo o nosso emblema?
R:. - Porque reune três em um; porque formado
por três linhas e três ângulos, é na Geometria
a figura principal, e porque servindo para
medir as maiores distâncias, é uma das bases
da ciência humana.
P:. - Por que vos fizestes receber Maçom?
R:. - Porque eu estava nas trevas e desejava luz.
A sociedade em cujo meio vivemos é apenas
meio civilizada. As verdades essenciais ainda
estão para ela cercadas de sombras espêssas;
os .preconceitos e a ignorância cegam-na; a
fôrça ainda sobrepuja ao direito. Acreditei
e ainda creio que é nos Templos maçônicos,
consagrados ao trabalho e ao estudo por ho-
mens experimentados e escolhidos que deve
existir a maior soma de verdade e de luz.
P:. - Por que tínheis os olhos vendados, quando fos-
tes introduzido em Loja, no dia da vossa ini-
ciação?
R:. - Para precisar o sentido dai iniciação, que é
a passagem das trevas à luz.
P:. - O que vos fizeram praticar em Loja, quando
tínheis os olhos vendados?
R:. - Interrogaram-me por três vêzes e fizeram-me
praticar três viagens.
P:. - Qual é a significação dessas viagens?
R:. - Representam as três fases ascendentes da vida
humana e o desenvolvimento prático do prin-
cípio de solidariedade. Significam, também,
que a descoberta da verdade exige esforços
repetidos.
P:. - Qual é a sígnífícaçâo das espadas com as

33
. pontas voltadas para vós, quando vos desven-
daram?
. R:. - Anunciaram-me que os Maçons tornar-se-iam
meus defensores, se a minha vida ou a mi-
nha honra fossem ameaçadas. Anunciaram-me,
também, que eu encontraria neles, vingado-
, res da Maçonaria e de suas leis, se eu faltas-
.sé ao cumprimento de minhas promessas, ou
se me afastasse da senda dos meus deveres.
·P:. - As espadas que empregamos em diversas cir-
cunstâncias, têm, de um modo geral, alguma
significação simbólica?
R:. - Têm duas. Antes de 1789 simbolizavam a
igualdade. - Nessa época, com efeito, só os
nobres e os titulares de certos ofícios tinham
o direito de trazer a espada em público. Cada
Ir:., qualquer que fôsse seu nascimento, ou
a sua posição social, tendo o direito de trazer
a espada em Loj: ., essa prática servia para
indicar que todos os homens são iguais.
- Em segundo lugar, a espada é o símbolo
do combate que o homem deve sustentar para
defender a justiça e a verdade.
O Maçom, mais do que ninguém, deve lutar
constantemente contra a injustiça e contra a
mentira, devendo lutar sempre com armas
leais, de que é a espada o tipo tradicional.
P:. - Que significa o esquadro sôbre o qual puses-
tes a mão, para fazerdes a vossa promessa
solene? ·
R:. - O Esquadro é o emblema da retidão e do di-
reito.
P:. - P9r que razão o Ven: ., ao iniciar-vos, deu
um par de luvas para ofertardes à mulher
que mais estimais?
34
R:. - Porque não admitimos· mulheres à iniciação
maçônica, mas tributamos homenagens às
suas virtudes e delas nos lembramos em nos-
sos trabalhos. '
P:. - De que espécie de trabalho é emblema o
avental que trazeis?
R:. - De todo trabalho intelectual ou manual.
P:. - Quais são o comprimento e a largura da Loja?
R:, - Seu comprimento é do Oriente ao Ocidente
e sua largura do Meio-Dia ao Norte.
P:. - Que significam essas dimensões?
R:. - Que a Maçonaria é universal e um dia se
estenderá a tôda a Humanidade.
P:. - Por que razão é o Oriente a parte principal?
R: . - Porque a luz surge do Oriente e é preciso
orientar-se para achar sua verdadeira direção.
P:. - Por que os Aprendizes tomam lugar ao Norte?
R:. - Sendo o Norte a parte menos esclarecida,
êsse lugar lembra aos Aprendizes que devem
estudar e instruir-se. (15).
P:. - Que significa o triângulo luminoso,' colocado
no Oriente e o ôlho que nêle existe?
R:. - t:sse triângulo é o emblema da ciência que
esclarece e há de esclarecer cada vez mais
os homens. O ôlho aberto representa a sabedo-
ria que observa e que prevê. O emblema do
triângulo com ôlho aberto, remonta à mais
alta antiguidade, pois foi empregado pelos pri-
meiros sábios da índia e pelos Druidas gau-
leses.
P:. - Que lembram as duas colunas à entrada do
Templo? '

( 15) Afirmação controversa. No hemisfério sul, a par-te


r.ortc dêsse hemisfério é a mais esclarecida.

35
R: . _,,. Lembram duas grandes colunas de bronze,
ôcas, nas quais, durante a construção do Tem-
plo de Salomão, guardavam-se os instrumen-
tos preciosos, assim como os metais destina-
dos ao pagamento, e perto das quais os ope-
rários recebiam o seu salário.
P:. - Que signi:filcam as romãs entreabertas nos ca-
pitéis das colunas?
R:. - t:sses frutos, divididos internamente por com-
partimentos cheios de um número considerá-
vel de grãos, sistemàticamente dispostos, re-
presentam a família maçônica, cujos mem-
bros são todos harmônicamente ligados pelo
espírito de ordem e de fraternidade .
P:. - Por que se chama Loj:. · a vossa oficina?
R:. - t:sse nome nos foi transmitido tradicional-
mente pelos Maçons construtores da Idade
Média, que assim designavam o lugar fecha-
do e reservado em que se reuniam só os ini-
ciados, nos arredores de um grande edifício
em construção.
P: . - Onde fôstes recebido Maçom?
R:. - Em uma Loj: .. justa e perfeita:.
P:. - O que é preciso para que uma Loj:. seja
justa e perfeita?
R:. - Três a dirigem, cinco a iluminam, sete a tor-
nam justa e perfeita.
P: . - Explicai essa · resposta.
R:. - Os três são: O Ven:. e os VVig:. - êsses
três oficiais com o Orad:. e o Secr:. são as
cinco luzes da Loj:. - É preciso que sete
membros da Loja, pelo menos, estejare reu-
nidos, para poderem trabalhar regularmente.
P:. -'- A que horas abrimos e fechamos os nossos
trabalhos?
36
R:. - Alegoricamente, os nossos trabalhos abrem-se
ao meio-dia e fecham-se à meia-noite .
P:. - Por que?
R:. - É um duplo símbolo de regularidade. Meio-
dia é a hora astronômica por excelência, o
momento do dia que menos varia, determi-
nado pela passagem do sol no zenith. Para
começar um trabalho à hora fixa é necessá-
rio esperar êsse instante preciso. - Come-
çando ao meio-dia, o nosso trabalho prolon-
ga-se durante doze horas seguidas, para indi-
car que o Maçom deve empregar metade do
seu tempo em tornar-se útil, em instruir-se.
Nossas horas alegóricas referem-se à tradi-
ção segundo a qual Zoroastro, um dos primei-
ros fundadores dos mistérios da antiguidade,
recebia os seus discípulos ao meio-dia nos dias
de sessão e os despedia à meia-noite, depois
da ceia fraternal com que terminava os tra-
balhos.
P:. - Em que trabalhais como Aprendiz?
R:. - Em desbastar a pedra bruta.
P:. - Que entendeis por isso?
R:. - Entendo adquirir os primeiros conhecimentos
maçônicos e também fazer-me progredir, es-
forçando-me por adquirir as qualidades de
um bom Maçom.
P:. - Que se faz em Loj: .?
R:. - Combatem-se a tirania, a ignorância, os pre-
conceitos e os erros; glorificam-se o direito,
a justiça, a verdade, a razão. É o que os an-
tigos formulários traduzem por estas pala-
vras: levantam-se templos à virtude e cavam-
-se masmorras ao vício.
P:. - Por que os Maçons fazem uso de símbolos e
empregam uma linguagem alegórica?
37
R:. - Por imitação das antigas iniciações; e também
porque o símbolo e a alegoria, falando ao
mesmo tempo aos sentidos e ao espírito, à
imaginação e à razão, servem para melhor
gravar na memória as idéias que exprimem.
P:. -,-
Que idade tendes?
R:. -
Três a:nos.
P:. -
Onde recebeis o vosso salário?
R:. -
Na coluna "J"
P: . .;_
Que ambicionais?
R:. -
Aspiro a honra de ser admitido entre os
Companheiros.
Ven:. - Trabalhai e perseverai.

ENTRADA E SAfDA DA LOJA

Para entrar no templo, depois de abertos os tra-


balhos, deve-se bater na respectiva porta as panca-
das da maneira estabelecida para representarem a
"' bateria do grau, de modo a serem ouvidas pelo co-
bridor. O cobridor comunicará então em voz baixa
ao 2.0 vigilante, dizendo: "batem regularmente (ou
maçônicamente) à porta do templo". O 2.0 vigilan-
te, batendo uma pancada de malhete, fará igual co-
municação a.o 1.0 vigilante e êste do mesmo modo
ao Venerável. O Venerável, dando outra pancada.
dirá: "vêde quem assim bate; se fôr membro do
quadro, franqueai-lhe o ingresso, anunciando antes
o seu grau ou qualidade." Esta ordem será trans-
mitida da mesma forma pelos vigilantes até o co-
bridor- (16). ·
( 16) Em Loja Simbólica o grau maior é o de Mestre. O
autor referia-se à época em que os graus do Filosofismo tinham
jerarquia em Loja Simbólica, o que hoje só ocorre em' casos es-
peciais, conforme o Protocolo de Recepção.

38
O cobridor, informando-se então, abrirá a porta
do templo, dizendo em voz alta o grau- ou qualidade
do Irmão, se por isso tiver êle direito a alguma for-
malidade especial na recepção.
Concedido o ingresso, o Irmão colocar-se-á ·à
ordem e· dará os passos que constituem a marcha
do grau, indo ficar entre os vigilantes e aí exe-
cutará o sinal gutural em cumprimento ao Venerá-
vel, ao 1,0 e ao 2.o vigilantes, depois do que irá
ocupar o lugar que lhe competir. Essa saudação
será sempre correspondida pelo Venerável e pelos
vigilantes. (17).
Se o Irmão que entra é alguma das luzes da
Loj:. ou tem grau que lhe dê. direito a assento no
Oriente, o Venerável, à vista do aviso do cobridor,
dirá: "De pé e à ordem" e assim todos se conser-
varão até que o recém-chegado ocupe o seu lugar,
sentando-se todos logo que o Venerável o mande
por uma simples pancada de malhête ..
Se na ocasião em que o Irmão bater à porta
do templo, estiver sendo lida a Ata ou se proceda a
alguma votação, o cobridor baterá do mesmo modo
do lado interior e isso significará que deve aguardar
a ocasião oportuna.
Quando qualquer Irmão quiser sair do templo
durante os trabalhos, deverá solicitar licença para
fazê-lo, para o que dará uma pancada com as pal-
mas das mãos e estenderá o braço direito para a
frente ou, pondo-se de pé e à ordem, dirá: -:- "per-
missão para cobrir o templo." Essa permissão será
dada pelo Venerável aos que tiverem assento no
Oriente e por intermédio dos respectivos vigilantes
aos que tiverem assento nas colunas, ou diretamente

(17) O Venerável e os Vigilantes devem retribuir a sau-


dação com um aceno de cabeça, porque o sinal gutural só se faz
de pé e à ordem.
39
pelos vigilantes se para isso tiverem delegação do
Venerável. Concedida a permissão, o Irmão colo-
car-se-á à ordem e dirigir-se-á para entre colunas,
na altura dos vigilantes e aí fará as saudações pelo
sinal· gutural como na entrada e retirar-se-á. O
Venerável mandará: "de pé e à ordem," se a isso
tiver direito o Irmão.
Se o Irmão não pretende voltar aos trabalhos
deverá dirigir-se antes ao hospitaleiro e concorrer
com sua espórtula para o Tronco de Beneficiência,
caso ainda não o tenha feito.
O Mestre de Cerimônias e o Experto, no desem-
penho de suas funções; são recebidos sem que o Ve-
nerável mande de pé e à ordem, caso tenham grau-
ou título que a dsso lhes dê direito.
É também uso quando qualquer Irmão tem de
descer do Oriente para as colunas, ao chegar pró-
ximo a grade, voltar-se para o Venerável e fazer-
-lhe a saudação com o sinal gutural.
PRESIP:€NCIA DE OFICINA
Uma vez aberta a sessão de uma Oficina pelo'
Ma.çom a quem couber de direito, êle só poderá ser
substituído na presidência, mesmo nos casos for-
tuitos, por aquêle que se lhe se~ir no direito de
abrir os trabalhos, segundo a precedência estabele-
cida em lei. Isso Importa em que muitas vêzes. o
substituto do Venerável, da sessão não se)a o Maçom
que esteja servindo de 1.0 ou 2.0 Vigilante ..
MEST!lE DE CERIMONIAS
~ êste um cargo da mais alta importância para
a boa execução do cerimonial dos rituais e essa é a
razão porque muitas vêzes, principalmente nas ses-

40
iões solenes, são convidados para o desempenho de
tais funções os maçons antigos, mais práticos e re-
vestidos dos graus mais elevados.
O Mestre de Cerimônias deve ser por demais
correto na execução da - marcha e das baterias do
grau, estando sempre atento para o bom desempenho
de suas atribuições.
Essas atribuições são muito variadas, já nas sim-
ples sessões econômicas ou familiares, já nas sessões
magnas e solenes.
É por seu intermédio que o Venerável faz pre-
encher os lugares em Loj: . antes da abertura dos
trabalhos, se não quiser fazê-lo diretamente ou por
intermédio dos Vigilantes em suas colunas. Para isso,
o Mestre de Cerimônias, quando receber essa in-
cumbência, certificar-se-á da presença dos funcio-
nários efetivos ou de seus substitutos legais e con-
vída-los-á a ocuparem os lugares que lhes compe-
tem. Depois convidará para ocuparem os demais lu-
gares ainda vagos a Irmãos que tenham alguma prá-
tica das obrigações de tais cargos, podendo convidar
aquêles que não tenham tal prática quando se tra-
tar de sessão econômica.
Uma vez preenchidos os lugares, o Mestre de Ce-
rimônias dará parte disso ao Venerável e irá ocupar
o seu lugar.
Depois de abertos os trabalhos, quando o Vene-
rável submeter a Ata à votação, deverá levantar-se
do seu lugar, verificando o resultado dai votação,
dar parte ao Venerável, dizendo: "foi aprovada"
ou "não foi aprovada". Do mesmo modo procederá
em tôda e qualauer votação simbólica. Denois dessa
participação é que o Venerável proclamará o resul-
tado da votação.
Aprovada a Ata, o Mestre de Cerimônias diri-
gir-se-á ao altar do Secretário, de quem receberá o
41
livro de atas, que vai apresentar ao Venerável e
às demais Luzes, segundo a sua ordem hierárquica,
para que cada uma delas assine a ata que acabou
de ser aprovada. ,
Depois da leitura do expediente, o Mestre de Ce-
rimônias terá de fazer correr o Saco de Propostas
e Informações, quando o Venerável determinar.
Nessa ocasião, o Mestre de Cerimônías, segu-
rando o saco respectivo, irá postar-se entre colunas
na altura dos Vigilantes e aguardará a ordem do Ve-
nerável para fazer a coleta das propostas. Recebida
essa ordem dirigir-se-á ao Venerável e às outras
Lúzes, segundo a sua ordem hierárquica e depois
aos Irmãos com assento no Oriente, na coluna do
1.0 Vigilante e na coluna do 2.o v,;gilé:nte. A cada
um dos Irmãos apresenta o saco, que tem seguro
com as duas mãos nos extremos da bôca, fazendo
ligeiramente com êle o sinal gutural. Terminada a
coleta, dirigir-se-á novamente entre colunas e à or-
dem do Venerável irá ao Oriente, onde depositará
no altar do Venerável o conteúdo do saco, em pre-
sença do Orador e do Secretário, voltando depois
ao seu lugar.
Se tiver de se proceder a qualquer votação, d is-
tribuí, na ocasião devida, duas esferas, uma branca
e uma preta, a cada um dos obreiros presentes.
Quando, em qualquer .discussâo, algum Irrnâo
tiver de apresentar proposta, emenda, aditivo, mo-
ção ou indicação, será o Mestre de Cerimônias quem
a entregará ao Venerável, Orador ou Secretário, con-
forme o caso, recebendo-a do Irmão que a formulou.
Na formação da Cade.a de União, o Mestre de
Cerimônias ficará entre os Vigilantes, dos quais rc- ·
ceberá a Palavra Semestral. que irá comunicar ao
Venerável. Se nessa ocasião, tiver sido recebida pa-

42
lavra nova,. será êle quem queimará o cartão que a
contiver escrita e isso entre colunas.
Do mesmo modo, incumbir-se-á de queimar qual--
quer peça ou coluna gravada de que a Loja não
tenha querido tomar conhecimento.
Compete-lhe convidar os Irmãos que devem for-
mar as comissões que o Venerável mandar nomear
para a recepção de visitantes ou de filiandos, tendo
em vista as prescrições estabelecidas em lei.
Nessas comissões, o seu lugar será sempre à
frente, dirigindo-as.
• Quando tenha de ser proclamado e aplaudido
qualquer . Irmão que tenha sido filiado, regularizado
ou iniciado, o Mestre de Cerimônias acompanha-lo-á
durante a formalidade e só fará os aplausos de agra-
decimento. Por essa ocasião pedirá a palavra- para
agradecer os aplausos que. forem dirigidos ao Irmão,
se êste o não fizer, e tirar a bateria.
Sempre que estiver entre colunas, o Mestre de
Cerlmônias pedirá a palavra diretamente ao Vene-
rável, dando uma pancada com as palmas das mãos.

HOSPITALEIRO

As atribuições dêste funcionário são bem defini-


das em lei. Não cogitaremos, portanto, de explicá-las,
mas sim de dar as suas obrigações em Loja, que são
bem limitadas, visto que apenas tem de fazer a
coleta das espórtulas para o Tronco de Beneficência.
Na ocasião oportuna, quando o Venerável lho
ordenar, o Hospitaleiro, segurando a respectiva bôl-
sa, irá postar-se entre colunas e praticará tudo o
que é recomendado ao Mestre de Cerimônias, quando
tem de fazer correr o Saco de Propostas e Infor-
mações.
43
_ / Depois da coleta, estando entre colunas, dirigir-
/_se-á por ordem do Venerável, ao altar do Orador,
a quem apresentará a bôlsa e ajudará a verificar o
produto da coleta, que deverá ser-lhe entregue.
É conveniente que cada Loja tenha um livro de
talões onde se faça a declaração do produto do Tronco
de Beneficiência em cada sessão, assinando o talão
o Hospitaleiro, e a parte que é destacada sendo assi-
nada pelo Orador, podendo ser esta rubricada pelo
Venerável.
Se antes da coleta qualquer Irmão pedir licença
para retirar-se, o Hospitaleiro apresentar-lhe-â a
bôlsa ou tronco, salvo se ainda o Irmão tiver de
voltar. Se depois da coleta, entrar algum obreiro, pro-
cederá do mesmo modo.

EXPERTOS

O 1.0 e o 2.0 Expertos substituem os Vigilantes,


mas não lhes assiste o direito de, nessa qualidade,
substitu'irem o Venerável.
O 1.0 Experto tem a atribuição de recolher a
votação . por esferas nos escrutínios secretos e as
outras atribuições estabelecidas nos rituais e na lei.
Para recolher as esferas nessa votação o 1.0 Ex-
perto, empunhando a urna apropriada, procederá
como o Mestre de Cerimônias quando faz circular
o Saco de Propostas e Informações. Depois de .pro-
clamado o resultado da votação, recolherá as demais
esferas sem formalidades.
O 2.o Experto tem uma obrigação especial, que é
a de apresentar, na Sala dos Passos Perdidos, o livro
aos visitantes para que êstes o assinem, recebendo
dêles nessa ocasião os seus Diplomas para que se
possa fazer confronto da assinatura do "ne varie-
tur" com a do livro. Depois disso, o Experto dírí-
44
gir-se-á ao Templo e apresentará ao Venerável, ou a
quem êste designar, o livro e documentos.
No Rito Adoniramita, havendo um só Experto,
cabem-lhe as funções do l,o e 2.0 Expertos dos outros
ritos.
O 3.o Experto substitui aos 1.0 e 2.o Expertos,
não tendo, porém, por isso, direito de substituir os
Vigilantes.

VOTAÇõES

.\s votações são simbólicas ou de escrutínio.


A votação simbólica consiste em estender o bra-
ço direito com a mão aberta e a palma voltada para
o chão, no caso de querer dar aprovação. Para re-
provar não é preciso fazer sinal algum.
Essa votação poderá também ter lugar ficando
os Irmãos de pé e à Ordem, ou conservando-se senta-
dos, conforme as ordens do Venerável.
Para as votações de escrutínio secreto, cada Ir-
mão, tendo recebido do Mestre de Cerimônias uma
esfera branca e outra negra, depositará a esfera
branca, se quiser aprovar, ou a esfera negra se qui-
ser reprovar, na urna que lhe fôr apresentada pelo
1.0 Experto. A outra esfera será depositada na urna
que lhe fôr apresentada em seguida à proclamação
do resultado da votação.
Há ainda o escrutínio nas eleições, votando-se
por meio de cédula, que se depositará em urna co-
locada no altar do Venerável.
Os aprendizes e companheiros têm direito de \
/ ,atar, mas não podem ser votados nas eleições para .
1

t reenchimento de cargos. Não podem também ocupar 1


argos nas sessões.
45
f
!
Os aprendizes que tiverem menos de três meses
de iniciados, não Podem ser juízes nas sessões de jul-
gamento. (18).
PROCLAMAÇÕES

As proclamações em Loja são feitas pelo Vene-


rável e repetidas pelos Vigilantes.
Quando se tiver de fazer a proclamação ou aplau-
sos em relação a êsses três funcionários ,não pode-
rão. êles intervir nos anúncios ou convites.
Se tiver de se proclamar ou aplaudir ao Vene-
rável ou presidente da sessão, o 1.0 vigilante, pe-
dindo a palavra dirá: - Ir:. 2.0 Vig:. e Orad:. anun-
cfai, na coluna J (ou B) e no Oriente assim como
anuncio na coluna B (ou J), que proclamo o Ir:.,
etc., . ou convidai. . . a unirem-se a mim para me
ajudarem a aplaudir o Ir: . . . . . . etc.
:tsse anúncio é repetido pelo 2.0 Vigilante · e
depois pelo Orador. O Orador diz então: "Ilr:. que
abrilhantais o Oriente, eu vos anuncio ou convido,
etc."
Se se tratar do 1.0 Vigilante, o Venerável dirá:
"Ir:. 2.0 Vig:. e Orad: ., convidai os Ilr:. das vossas
colunas ou anunciai, etc." O anúncio ou- convite
será repetido pelo 2.0 Vigilante e depois pelo Orador.
O Orador dirá então: "Ilr:. que .condecorais a co-
luna J (ou B). etc."
Tratando7se do 2.0 Vigilante, os anúncios ou con-
vites serão feitos pelo Venerável, pelo 1.0 vigilante
e pelo Secretário, fazendo êste o anúncio para a
coluna do 2.0 vigilante.
Tratando-se ao mesmo tempo dos dois Vigilântes,
os anúncios ou convites serão feitos pelo Venerável,
( 18) Convém conferir essas informações sõbre aprendizes
e companheiros com o nõvo Regulamento Geral.
pelo Orador e pelo Secretário, dirigindo-se êste às
colunas em cujo tôpo têm assento no Oriente.
Nesses anúncios atender-se-á sempre a ordem
hierárquica de quem os fizer. .~

ESTRí:LAS

Chamam-se assim as luzes com que são recebi-


dos os visitantes ou os membros da Loja em certas
solenidades, como nas sessões de posse.
Para isso empregam-:se tochas.
As estrêlas serão sempre em número ímpar, con-
duzidas pelos membros da comissão de recepção e,
por ocasião da entrada no Templo deverão os Irmãos
que as conduzir formar alas, ficando em número
maior do lado da coluna do 1.0 Vigilante.
Não é correto que as estrêlas sejam sustenta-
das por Irmãos que estejam dentro do Templo, mas
sim pelos que formam a comissão de recepção, que
deverá iluminar o caminho desde a Sala dos Passos
Perdidos ao vestíbulo do Templo. (19).

ABóBADA DE AÇO
A abóbada de aço pratica-se estando os Irmãos
das colunas de pé e cruzando no alto as pontas das
espadas com as dos Irmãos que lhes ficam em frente
na coluna oposta.
A abóbada de aço é simples quando em cada
coluna há sómente uma fileira de Irmãos cruzando
as espadas.
A abóbada é dobrada quando em cada coluna
formam duas fileiras cruzando as espadas.
Não é correto bater com as espadas.
( 19) Convém ver o Protocolo de Recepção do Grande Orí-
ente do Brasil.
47
. No Oriente só a comissão de recepção forma a
abóbada, que será sempre simples. (20).

MALHETES BATENTES

Os Maçons têm direito a ser recebidos com ba-


teria de malhetes, quando possuírem o grau que
a isso lhes dê direito, segundo o que está fixado
em lei.
A bateria simples é executada com o malhête
pelo Venerável e repetida pelos Vigilantes.
Na bateria tríplice, cada um dos três funcioná-
rios dá do mesmo modo três vêzes a bateria simples.
A bateria .íncessante termina somente quando
aquêle a quem é dirigida toma o lugar que lhe
cabe. Quando, neste caso, o Venerável tem de dei-
xar o seu lugar para oferecer o malhete, os Vigi-
lantes continuarão a executar a bateria até que do
mesmo modo ocupe o lugar aquêle a quem se faz
a recepção. (21).
CADEIA DE UNIAO

A Cadeia de União forma-se para receber nova


Palavra Semestral nas sessões magnas de iniciação,
regularização e filiação.
0, Venerável, colocado no Oriente, na frente do
seu altar e tendo aos lados o Orador e o Secretário;
cruzará os braços segurando com a mão direita a
mão esquerda do Irmão que estiver à sua esquerda
e com a esquerda segurando a direita do que esti-
ver à sua direita, e assim praticarão todos os Ir-

- mãos, cada um em sua coluna. Em frente ao Vene-


(20)
(21 /
Convém ver o Protocolo de Recepção.
Convém consultar o Protocolo de Recepção.

48

1 ~
rável, ficarão os Vigilantes, entre os quais estará
o Mestre de· Cerimônias.
Disposta assim a Cadeia, o Venerável transmi-
tirá ao ouvido, em primeiro lugar, ao Orador e de-
pois ao Secretário, a Palavra Semestral que será
do mesmo modo transmitida pelas duas colunas até
chegar ao Mestre de Cerimônias. Este funcionário,
desde que tenha recebido a palavra das duas colu-
nas, deixará o seu lugar e, colocando-se à ordem,
dirigir-se-á ao Venerável e comunicar-lhe-à ao ou-
vido a palavra recebida, voltando em seguida ao
seu lugar.
O Venerável, antes de desfazer a cadeia, pro-
nunciará então as seguintes palavras:
- "Esta cadeia simbolisa a uníãe que deve rei-
nar entre todos os Maçons e o meio de conservá-la
para sempre consiste na amizade, na concórdia e na
tolerância."
Ao transmitir' a palavra, o Venerável poderá
fazê-lo sómente ao Orador e nesse caso a palavra
será transmitida pelo 1.0 vigilante ao Mestre de
Cerimônias e por êste ao 2.o vigilante e assim cir-
culará até ao Venerável.
Quando forem duas as palavras, o Veneráveldará
a primeira ao Orador e a segunda ao Secretário,
e assim circularão em tôrno da cadeia. Se as pala-
vras chegarem alteradas, o Venerável. fará que cir-
culem de nôvo, até serem dadas justas e perfeitas.
Os visitantes não podendo tomar parte na ca-
deia, deverão afastar-se por ocasião de ser ela for-/
...··
mada, ,
Estando presente o Grande Venerável ou o Ve-,, ,
nerável de Honra, o seu lugar na cadeia será entre
o Venerável e o Orador ou aos lados do Venerável,
se forem dois.
49
' Quando tiver h::.vido · ínicíaçâo, o Venerável ex-
plicará o fim da Palavra Semestral.

. VISITANTES
O Maçom, que quiser visitar uma Loja, só po-
derá fazê-lo, quando ela realize Sessão Magna.
No dia e hora fixados, vestidos de prêto e mu-
nido de suas insígnias e de seus títulos maçônicos,
um _pelo menos, o Maçom apresentar-se-á no local
das sessões, fazendo-se reconhecer, se não fôr apre-
sentado por um obreiro do quadro ou conhecido.
Chegado ao local, aguardará na Sala dos Passos
Perdidos que lhe sejam pedidos os seus títulos e
então fará entrega de um dêles, assinando nessa
ocasião o livro que lhe fôr apresentado pelo 2.0
Experto.
Se na Sala dos Passos Perdidos, os obreiros do
quadro ou outros visitantes já estiverem revesti-
dos de suas insígnias, deverá também colocar as
suas, procurando assim não destoar· do que en-
contrar.
Para entrar no Templo, acompanhará a comis-
são, que seguirá na frente dirigida pelo Mestre de
Cerimônias.
Ao entrar no Templo, se o Ven~rável estiver co-
berto, poderá também cobrir-se, se o seu grau a isso
lhe der direito; se o Venerável, porém, estiver des-
coberto, tendo grau que lhe dê êsse direito, deverá
também descobrir-se.
Se pelo seu grau, e visitante tiver de receber a
oferta do Malhete para dirigir os trabalhos, compe-
te-lhe delicadamente agradecer e recusar a honra.
Se, entretanto, o Venerável insistir, não deverá
recusar: o Venerável não deve,· por isso, insistir
na oferta do malhete, no caso em que queira dírí- ·

50
gir os trabalhos ou quandq saiba que o visitante
não deseja presidir.
Os visitantes são recebidos pelo Mestre de Ceri-
mônias ou por êste acompanhado de comissões, se-
gundo as prescrições estabelecidas . na lei.
Quando o visitante não tenha direito a assento
no Oriente, deverá manter-se entre colunas para
responder às perguntas ritualísticas. _
Essas perguntas e as respectivas respostas são:
I P:. - Donde vindes?
,
1;'
R:. - De uma Loja de São João, Ven:. Mestr:.
P:. - Que trazeis, meu Ir:.?
R:. - Amizade, paz e prosperidade a todos os meus
Ilr:.
P:. - Nada mais trazeis?
R::. - O Ven:. da minha Loja vos saúda por três
vêzes três.
P:. - Que se faz em vossa Loja?
R:. - Levantam-se templos à virtude e cavam-se
masmorras ao vício.
P:. - Que vindes aqui fazer?
R:, - Vencer as minhas paixões, submeter a minha
vontade e fazer novos progressos na Maçon:.
P:. - Que desejais, meu Ir:.?
R:. - Um lugar entre vós.
:tle vos é concedido. Ir: . Mestr: . de CCer: . , con-
duzi os. _nossos amados Ilr:. aos lugares que lhes
competem.
Se o visitante tem direito a assento no Oriente,
não pára entre colunas senão o tempo necessário
para saudar ao Venerável e aos Vigilantes. Feito
isto, dirigir-se-á para o -Oríente, a cuja entrada, "'
aguardará a saudação que lhe será dirigida pelo Ve-
nerável.
51
A Comissão de recepção terá em vista não de-
morar o visitante entre colunas, pelo qµe marcha-
rá logo para o Oriente, onde formará alas.
Quando o Venerável tira a bateria de aplausos
aos visitantes, compete a um dêsses, em geral o
mais graduado, solicitar permissão para agradecer
êsses aplausos, juntamente com o Mestre de Ceri-
mônias.
No caso de ser concedida a permissão. os dois
, Ilr:. irão entre colunas, conservando-se os outros
visitantes em seus lugares, se forem muitos, mas
acompanhando os aplausos de agradecimento.
Logo que o Venerável faz cobrir êsses aplausos,
retiram-se os dois Irmãos para os seus lugares.
Nos aplausos de agradecimento não tomam par-
tE: os membros da Loja.
Se entre os visitantes houver algum a quem
o Venerável não possa permitir que agradeça os
aplausos, não será concedida essa permissão, mes-
-rno que seja solicitada por obreiro de grau inferior.
Quando se realizar alguma solenidade na qual
tenham de ser admitidas senhoras, elas serão recebi-
das por uma comissão sem número determinado,
que terá ingresso mesmo sem estar incorporada.
Suprimem-se então os sinais E: baterias,' poden-
do-se adotar convenc:onais, como salvas de palmas
para os aplausos.
Nas solenidades a que compareçam senhoras,
deve o Venerável. antes de encerrar os trabalhos.
mandar a comissão acompanhá-las novamente à Sala
dos Passos Perdidos. Essa formalidade poderá sei·
também para os irmãos visitantes. (22).

( 22) Ainda nesse assunto. convém ver o· Protocolo d~ Rc-


cepção do Grande Oriente do Brasil.

52
LEIS MAÇONICAS

A Maçonaria regula-se por princípios ínvaríá-


veis e imutáveis em tôda a superfícíe do Globo, os
quais formam, o estatuto geral de cada Rito.
Além dêsses princípios, há outros yariáveis, es-
tabelecidos pelas diferentes agremiações em cada
uma das nações, os quais formam a Constituição
Maçônica da Nação ou País, cujas corporações ma-
çônicas constituem um conjunto que se denomina
Potência Maçônica.
Tomando por base a sua Constituição, tôda Po-
t.ência Maçônica formula o seu Regulamento Geral,
onde são desenvolvidos os princípios estabelecidos
na Constituição. :tsse Regulamento compreende em
geral duas partes: a lei administrativa e a lei penal.
Em algumas Potências; ainda é permitido a
agrupamentos de Lojas. que formem agremiação se-
melhante à Província, Departamento ou Estado, or-
ganizarem a sua Constituição particular baseada na
Constituição e no Regulamento Geral.
As Lojas, enfim, é concedido adotarem um regu-
lamento particular, baseado na Constituição e no Re-
gulamento Geral. Ficam assim assemelhadas ao Mu-
nicípio ou comuna.
Resumindo-se, vê-se que sempre há a observar:
1.0 - O Estatuto Geral do Rito;
2.0 - A Constituição Maçônica;
3.o - O Regulamento Geral da Ordem;
4.o - O Regulamento Particular da Loja. (23)

(23) Separados o Simbolismo e o Pilo~fismo. não hã Es-


tatuto Geral do Rito a observar, nas Lojas Simbólicas ou Lojas-
Base.
53
REGULAMENTO PARTICULAR
Tôda Loja é obrigada por Lei- a organizar o seu
Regulamento ou Regimento Particular, baseado na
Constituição e no Regulamento Geral da Ordem.
:tsse Regulamento deverá estabelecer as pres-
crições relativas às suas finanças, suas sessões e sua
disciplina interior.
Deverá fixar as distinções entre os diversos
membros constituindo-os em categorias diversas, e
o modo de passar de uma para outra categoria.
Quanto às suas finanças, estabelecerá a contri-
buição mensal dos seus obreiros e a tabela dos emo-
lumentos de admissão e dos graus simbólicos e ca-
pitulares, as jóias de remissão, de benemerência e
outros. Regulará também o modo de conceder be-
neficências, socorros e pensões. (24).
Em relação às sessões, deverá designar a época
em que terão lugar as sessões de eleição, as de fi-
nanças, as de instrução e outras, bem assim o modo
de regular os trabalhos em cada uma.
Para sua disciplina interior, criará disposições
com o fim de manter a ordem no edifício e no
Templo, podendo fixar penas que a lei considera dis-
ciplinares, como sejam as advertências, multas, etc.
Em geral os membros de uma Loja são divididos
em duas classes:
1.a - Membros efetivos ou ativos.
2.a - Membros honorários.
Os membros efetivos ou ativos gozam de todos
os direitos e estão sujeitos aos ônus que o Regula-
mento Geral e o Particular estabelecem.

(24) Não há, nas Lojas Simbólicas, emolumentos relativos


a graus capitulares.

54
Os membros honorários são ,m embros efetivos de
'outras Lojas, aos quais se concede- por êsse título,
apenas o direito de assistirem às sessões e tomarem
parte nas discussões, mas não nas votações e nas
regalias concedidas aos efetivos.
Os membros efetivos formam, po-r sua vez, di-
versas categorias, que são:
1.a - Membros Cotizantes, sujeitos ao pagamento
das mensalidades;-
2.a - Membros Remidos, dispensados por quaisquer
circunstâncias do pagamento de · mensalidades
efetivamente;
3.a - Membros Beneméritos, das categorias ante-
riores que mereceram essa distinção por ser-
viços especiais;
4.ª _:_ Membros Benfeitores, idem;
5.a - Membros Grandes Beneméritos e Grandes Ben-
Ie.tores, que se destacaram por serviços rele-
vantes;
6.a - Filiandos Livres, membros de outros quadros
que são admitidos com êsse título por servi-
ços importantes que tenham prestado, sendo
isentos do pagamento da jóia de filiação e de
mensalidades. (25). :tsse título pode ser tam-
bém- dado aos membros das categorias ante-
rtores nas mesmas condições.
O Regulamento Particular deve definir a quem
cabe o direito de propor o que disser respeito à ca-
tegoria dos membros das Lojas, os trâmites que a
proposta deva seguir, ó modo por que deve ser dis-
~ /
(25) A atual Constituição do Grande Oriente do Brasil
suprimiu a categoria dos filiandos livres, respeitados os direitos
adquiridos.

55
cutida, como deve ser votada, se em votação simbó-
lica · ou secreta, e a maioria necessária para a apro-
vação. •
TRAJE

O traje dos Maçons nas sessões econômicas não


é de rigor. Nas sessões magnas, porém, exige-se que
seja prêto. Nas solenidades deve-se trazer gravata
branca, luva branca, casaco ou smoking.
No traje de casaca é tolerado o colête branco,
exceto em Sessão J;'únebre.
Nas visitas a Irmãos enfermos ou recém-chega-
dos, deve-se trazer vestuário prêto,
No enterramento de um maçom, a que se queira
comparecer nesse caráter, o traje deve ser prêto,
gravata branca, fita de crepe no braço esquerdo,
um pouco abaixo do ombro, e um ramo de acácia
na mão, e na falta uma saudade ou uma perpétua,
ou enfim uma flor qualquer na falta daquelas (26).

INICIANDOS

O candidatos à iniciação deverão ser avisados


por seus . proponentes, que são os seus padrinhos,
das obrigações que têm a cumprir.
Assim, o padrinho fica· na obrigação de preve-
nir o candidato dó dia, hora e lugar em que deverá
se achar, de 1::1ue deverá trazer vestuário prêto e
bem assim da quantia que terá de despender com
a sua ín.ciação, segundo o que estiver fixado pela
Loja, e da quantia que é de praxe depositar no tron-
co de benemerência. ·
(26) O Autor escrevia em 1896. Hoje há alguma tolc-
rãncía no tocante ao traje, podendo o prêto ser substttutdo por
azul-martnbo ou outra cõr escura e dispensando-se a casaca ou
smokinq, · A gravata preferida ê a preta, em vez da branca.
56
Deve ficar isso muito recorn~µ4-a.d ~ para que u
candidato não passe qualquer vexãtrte, devido a des-
cuido · do seu proponente.

ABREVIATURAS

Nos escritos maçônicos é usual empregar a abre-:


viatura das palavras, suprimindo-lhes alguma ou al-
mas das letras finais e conservando as que forem
necessárias para a leitura fácil e boa compreensão
do sentido da frase. A supressão é indicada por três
pontos dispostos elo seguinte modo: .
É regra geral que a supressão se faça sempre
no meio de uma sílaba e que a primeira letra su-
primida seja uma vogal e a última deixada uma
consoante.
Há algumas exceções :. esta regra, como sejam:
Ir:. (Irmão) que deveria ser Irm:. Mest:. (Mestre)
que deveria ser Mestr:. (também usado).·
O plural dos nomes é representado nas palavras
abreviadas repetindo a inicial respectiva: assim:
Loj:. - Loja; LLoj:. - Lojas.
A abreviatura de certas palavras pode muitas
vêzes dar lugar à confusão; neste caso o uso tem
consagrado o modo de fazer essa abreviatura, e as-
sim damos alguns exemplos:
Am:. - amor, Amér:. - América, Amiz:. -
amizade, Amp:. - Amparo, Arq:. - arquiteto, Ar-
quit:. - arquitetura, Arquiv:. arquivista, Car:. -
caro, Caríd: . - caridade, Cariss:. - caríssimo,
Dign: , - digno, Digníd: ,' - dignidade, Dignit:. -
dignitário, L:. - Luz, Loj:. - Loja, M:. - Maçom,
Maç:. - Maçonar;a ou maçônico, Mestr:. - Mestre,
O:. - oeste ou ocidente, Or:. - oriente, Orad: . -
orador, Ord:. - Ordem, Resp:. - respeitável, Res-
peitab:. - respeitabilíssimo, Secr:. - secretá.rio,
57
Secret: . - secrei.rta, Tes: • . ,_ tesoureiro, Tesour:.
- tesouraria, Un:. · - união· ou unido, tJnid: .' -......
unidade, Unfü. - unitário, Univ:. · - Universo ou
universal, Ven:. - Venerável, Venerab:. - Venera-
bilíssimo.
Uma abreviatura muito usada é 1 :, I que signi-
fica: Loja ou Quadro.

CALENDARIOS

Muitos são os calendários adotados pelos Maçons.


Os Maçons do Rito Escocês Antigo e Aceito, em
geral seguem o calendário hebraico, alegando que
foi usado na Maçonaria, desde o tempo dos cruzados.
O ano hebraico é lunissolar, sendo regulado pelo
tempo em que a Terra faz a sua revolução em tômo
doSol: é dividido em meses lunares, que correspon-
dem ao tempo em que a Lua faz a sua revolução
em roda da Terra.
Como uma lunação tem lugar em cêrca de 29
dias, 12 horas e 44 minutos, e como cada dia é cada
mês· começam e terminam à meia-noite, alguns me-
ses devem ter só 29 dias e outros · 30 dias.
.Os 12 meses lunares não · completam, .porêm, o
tempo de um ano solar, havendo ·um excesso de.
11 dias, visto que o ano lunar tem 354 dias e o
solar 365. Isto dá lugar a que alguns . anos lunares
tenham 13 meses.
O ano hebraico começa em dois períodos dife-
rentes, fazendo-se a distinção de ano eclesiástico e
ano civil. O ano eclesiástico começa no mês Nisan
ou logo depois da lua nova, que se segue ao equi-
nócio de março e serve para regular a época das
festas religiosas dos judeus. O ano cívíl começa no

58
mês Tisri ou por ocasião da l~Si · nova seguinte ao
equinócio de setembro e é usádo em todos os as-
suntos civis, legais e históricos, sendo êste tam-
bém o adotado pelos Maçons.
Os meses hebraicos são os seguintes, os quais
correspondem aos do · calendário gregoriano, adiante
declarados:
1.º Tisri , . . . 30-setembro, outubro e novembro.
2." Khesvan ou
Marchesvan 29-outubro e novembro.
3.· Kíslev .. 30-novembro e dezembro.
·4." Tebeth . 29-dezembro e janeiro.
5." Schebet 30-janeiro e fevereiro.
6-" Adar . 29-fcvcreiro e março.
Veadar [Intcrcalado l 30-março e abril.
7.º Nisan 30-março, abril e maio.
8.º ljar . . 29-abril. maio e junho.
9.º Sívan . 30-maio. junho e julho.
10.º Tamuz 29-junho. julho e aqôsto.
11.º Ab .. 3U-Julho, agõsto e setembro.
12.º Elul , 29-agõsto, setembro e outubro.

O .mês Veadar (2.0 Adar) só faz parte dos anos


que têm 13 meses, tendo sempre 30 dias.
O ano de 12 meses denomina-se ano comum
e pode ser de três espécies, a saber: ordinário, com
354 dias; deficiente ou defectivo, com 353 dias; abun-
dante com 355 dias.
O ano de 13 meses chama-se ano intercalar e
pode ser também de três espécies, que são: ordiná-
rio, com 384 dias; deficiente com 383 dias; abundante
com 385 dias.
Nos anos deficientes, o mês Kislev tem apenas
29 dias, nos abundantes o mês Khesvan tem 30 dias.
É preciso decorrer o espaço de 19 anos para que
as fases da lua tornem a suceder nos mesmos dias
dos meses do ano solar civil; êsse espaço de tempo
é o que se chama ciclo lunar.
59
Por êsse motivo, em um período de 19 anos, são
considerados intercalares os seguintes anos do ca-
lendário hebraico: 3.o, 6.o, a.o, 11.0, 14.o; 17.o e 19.0.
Para achar o ano hebraico correspondente a um
ano dado da era cristã, junta-se 3760 ao número que
representa o ano dado, se precede ao comêço do mês
Tisri e 3761 se é depois dessa época.
Exemplo:
1898 + 3760 - 5656.
o· ano de 1896 da era cristã corresponde ao ano
hebraico 5656 . até ao comêço do mês Tisri e depois
dêsse mês será 5657.
Tendo o ano hebraico e querendo saber o seu
lugar comum ou intercalar, divide-se o número que
representa o ano dado por 19 e o resto indica o seu
lugar no ciclo. Quando o resto fôr nulo, significa
que é o último do ciclo.
Exemplo:
5657 + 19. Resto 014.
-~ \ ç. (::-,µ.;, ~

O resto 14 significa que o ano hebraico 5657, ·


que começa no ano da era cristã 1896, é o 14.o do
ciclo, sendo, portanto um ano intercalar ou de 13
meses. '
Para os Maçons d9 Rito Moderno ou Francês,
março é o primeiro mês do ano maçônico. O Grande
Oriente de França forma o ano, começando-o no pri-
meiro dia do mês .de março e dá aos meses o número
de dias. que têm segundo o calendário gregoriano,
determinando a série dos dias e dos meses por ordem
numérica.
A época da criação que se supõe, .segundo o Gê-
nesis, ser de 4000 anos antes da era cristã, é pelos

60
Maçons do Rito Moderno ou Francês adotada com a
denominação de "Verdadeira Luz".
Entre nós é isso também observado. Exemplo:
15 de novembro de 1896 será 15.o d.a do 9.0 mês do
ano da V:. L:. 5896.
Outros Corpos Maçônicos do mesmo Rito regu-
lam o ano maçônico segundo .o curso tias estações.
Para êsses o primeiro dia do ano é o 21 de março do
calendário gregoriano, tempo do equinócio. Os me-
ses e os dias são designados por ordem numérica,
começando cada mês no dia 21. Quanto à era, obser-
vam o que acima ficou dito.
15 de novembro de 1896 será 26.0 dia do 8.o
mês do ano da V:. L:. 5896.
A1gumas Grandes Lojas do Rito ,Escocês adotam
exclusivamente a era cristã, começando para elas o
ano em t.o de janeiro.
Exemplo: , , .
15 de novembro· de 1896 será 15 de novembro
de 1896, E:. V:.
A vista do que nos ensinam a geologia e a pale-
ontologia, não se pode admitir a criação do mundo
fixada em 4000 anos antes de Cristo, sendo ela mais
antiga de muitos milhares de anos. Alguns Corpos
Maçônicos, como os Grandes Orientes da Itália e
da Hungria, datam os seus documentos sem deter-
minar os milhares, escrevendo simplesmente dêste
modo: ano da V:. L:. 000. 896, que representa o ano
de 1896 da era cristã.
Damos ainda a data de alguns Ritos no ano de
1896:
Ano lucis, .A:. L:. 5896; Rito de York, maçonaria sim-
bólica de três graus.
Ano inventionis, A:. Inv:. 2426; Rito de York, Ordem
do Real Arco, de quatro graus.
61
r.s

Ano ordinis, A:. O:. 776; Rito de York, Ordem dos


Cavaleiros Templários, de três graus.
Ano múndí, A:. M:. 5656-5657; Rito Escocês Antigo
e Aceíto, trinta e três graus.
Ano lucis, V:. L:. 5896; Rito Moderno ou Francês,
de 'sete graus.
ALFABETOS MAÇôNICOS
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*'
Palavras escritas conforme o segundo sistema
EMBLEMAS E ALEGORIAS

Sôbre a maior parte dos emblemas e alegorias


usados pelos Maçons, encontra-se a sua explicação
e significação nos rituais.
. Entretanto, há alguns que, apesar disso, não po-
demos deixar de aqui referir.
Na Câmara das Reflexões devem prender a aten-
çfü~ do iniciando o esqueleto humano, a ampulheta
e o galo.
O esqueleto humano foi em tempos remotos em-
pregado para experimentar a coragem do candidato;
era essa a primitiva prova: Hoje, porém, é o emblema
da verdadeira ígualdadeç a sua presença serve para
indicar ao candidato o têrmo fatal de todos os mem-
bros da humanidade, qualquer que seja a camada
social. de que cada um faça parte.
A ampulheta, mostrando pelo escoamento da
areia o decorrer do tempo, e o galo, geralmente tido
cceno o símbolo da vigilância, servem para indicar ao
iniciando que deve estar vigilante no papel que tem
a desempenhar n::1; sociedade, tendo em vista que o
tempo não pára.
O pelicano, tirando de suas entranhas o alimento
para os filhinhos, é o mais belo símbolo do amor
matemo.
A colmeia de abelhas é um importante exemplo
do trabalho regular e ordenado.

VOCABULARIO ESPECIAL

Abater colunas - Diz-se de uma Oficina que


deixou de funcionar.
Adormecer - Com a mesma significação de aba-
ter colunas.
63
Aumento de salário - Elevação de um grau a
. outro.
Balaustre - Ata da sessão.
Chover - Estar presente algum profano.
Cobrir o Templo - Sair do Templo. .
Coluna gravada - Proposta ou prancha deposi-
tada no saco de propostas.
Coluna de harmonia ;_ Irmãos ou senhoras que
se encarregam da parte musical em qualquer soleni-
dade maçônica.
Estrêla - Tocha que serve para a introdução no
Templo de Maçons de altos graus ou cargos elevados.
Goteira - Indivíduo que, não pertencendo à Ma-
çonaria, está . entre Maçons. '\
Gravar - Escrever. ·
Livro de arquítetura - Livro de Atas.
Loja-mãe - Aquela em que o Maçom foi iniciado.
Lowton - Filho menor de Maçom que passou
pela cerimônia da adoção ou batismo maçônico; com-
pletando dezoito anos de idade, assiste-lhe o direito
de ser iniciado se satisfizer as condições da lei. Tem
direito de assistir às sessões de instrução e solenida-
des maçônicas .
Maçom irregular - 1.0, aquêle que, iniciado fora
de Loja por um maçom de grau elevado, não regula-
rizou a sua situação entrando em uma Loja; (27)
2.0, o Maçom que, depois de regular, deixou de
pertencer a uma Loja, pelo · menos por mais de seis
meses;
3.o, o eliminado de uma Loja (chama-se também
"Maçom posto a coberto" ou "Maçom coberto";

(27) Outrora era permissível a um Maçom isolado, de·


grau Rosa-Cruz ou superior, iniciar profano. em situações que a
lei estabelecia. No Brasil tal prática veio até a Constituição Je
Macedo Soares ( 1900) , que a consignou.

64
4.o, o expulso da Ordem.
Medalha cunhada - Dinheiro ou moeda.
Metais - Capitais da Oficina.
Peça de arquitetura - Discurso escrito. Não é
correto chamar-se "peça de arquitetura" ao discurso
que não fôr lido.
Polir - Escrever; redigir.
Prancha - Ofício ou carta maçônica.
Profano - O indivíduo que não é Maçom.
Receber a luz - Iniciar-se na Maçonaria.
Recreação - Suspensão- momentânea dos traba-
lhos em uma sessão.
Traçar - Escrever; redigir.
Trolhar - Examinar o toque e palavras.
Ver a luz - Iniciar-se na Maçonaria.
Viúva - É alegoricamente a mãe comum, que
dá origem ao tratamento de Irmãos aos Maçons, que
são por isso chamados "Filhos da Viúva."

HINO MAÇôNICO
Da luz que de si difunde
Sagrada filosofia
Surgiu no mundo assombrado
A pura Maçonaria.

Maçons. alerta,
Tende firmeza,
Vingai direitos
Da natureza .

Da razão parte sublime


Sacros cultos merecia
. Altos Heróis adoraram
A pura Maçonaria.

65
Maçons, alerta, · etc.

Da razão suntuoso Templo


Um grande Rei erigia,
Pol então lnstituida
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

Nobres Inventos não morrem,


Vencem do tempo a porfia,
Hã de os séculos afrontar
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

Humanos sacros direitos


Que calcara a tirania
Vai ufana restaurando
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

• Da luz depósito augusto


Recatando a hipocrisia,
Guarda em si com zêlo santo
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

Cautelosa esconde e nega


A profana gente lmpla
Seus mistérios majestosos
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

66
~
Do Mundo o Grande Arquiteto,
Que o mesmo Mundo alumia,
Propicio protege, ampara
A pura Maçonaria.

Maçons, alerta, etc.

MODELOS

PROPOSTA DE UM INICIANDO (28)

No alto: "A Gl:. do Gr >, Ar:. do Univ:." (nos Ritos Esc:.


e Adon i.) ou "Liberdade. Igualdade e Fraternidade" (no Rito
Moderno).
À Aug:. e Resp:. Loj:.
$:. S:. Si.

Proponho para ser iniciado nesta Aug:. Of:. o profano P .•


. . . . . . . . . . . . . . natural de (Pais em que nasceu). nascido em
.............. , solteiro ( casado ou viúvo), profissão .. - .
. . . . . . . , .... , residente à rua

(28) Outrora, só havia proposta de iniciação por Maçom


do Quadro. Modernamente, porém, é o próprio candidato que r~
quer, com o endõsso "de um membro do Quadro, como se seque:
Ao Presidente da Loja Maçônica .
O abaixo assinado, sendo candidato à iniciação nessa Loja.
vem , • -esntar-vos as necessárias referências. que faz de próprio
punho, a saber: ·
Nome . . . . estado civil . . . . natural de . . . . nascido em
.... de . . . . de .... profissão . . . . que cx~rcc a (local) ....
residência atual . . . . residência anterior . . . . (Data) . . . . de
.... de ....
Ass.) - F .
Julgando o candidato ( nornc ) possuidor dos requisitos
0
exigidos pelo art. 1 . da Constituição, subscrevo meu apoio à sua
petição.
Traç:. em luq : , ocult t.. aos de de .
Ass.) .

67
Traç i, cm lug:. oc: .. aos de de .
E:. V:.
F : gr -'.

PROPOSTA DE FILIAÇAO

( No alto. como na proposta de iniciação)

À Aug:. e Rcsp.. Lo] i. Cap:. (29)

S:. S:. s:.


Proponho para ser filiado nesta Aug:. Of:. o Rt·sp:. Ir : . do
gr. . . . . . . . P , natural de . , .
( Pais cm que nasceu) , nascido em ·. . . . . . de .
de . . . . . .. solteiro ( casado ou viúvo). profissão .
residente à rua _ mcmbr:. at t. da
Aug:. Lo]: ao Or:"de ' ..•.
. .· em de de .
Traç:. em lug:. oc:., aos de de .
F gr .

ATA DA INSTALAÇAO DA LOJA

A GL:. do GP.:. ARQ:. DO UNlV:.


ou
• LIBERDADE. IGUALDADE, FRATERNIDADE

Aos .... dias do mês de .... do ano de , E:. V:.


nesta cidade ( ou vila) de .... , à rua •....• n." às •••• ho-
ras da . . . . estando presentes os Ilr:. abaixo assinados tQIDllram
0
os lugares de Ven:; o Ir:. P ..... l.º V1g:. o Ir:. F .... , 2. Vtg:.
o Ir:. P .... , Orad:. o Ir:. P .•.. , etc.
O Ir '. P· ..... tendo exposto o motivo da presente reunião
que era a instalação de uma Loj:. neste Or:. foi unànimemente
aceito:
( 29) Não há mais . Lojas Capitulares no Grande Oriente
do Brasil. Nem os · proponentes de iniciação ou filiação usam
grau. porque só os Mestres Maçons podem fa;ê-lo e todos ·têm
o grau 3. ' ..

68
I.º - Que a Loj:. solicitasse sua regulariz:ação no Rír.. Esc:.
Ant:. e Ac:. (ou em outro).
2.• - Que adotasse para seu titulo distintivo .
Usaram da palavra os llr: ..... e F . . . . (e o mais que
tiver ocorrido).
E para constar. foi traçado o presente balaustre que, sendo
lido e aprovado, vai assinado por todos os presentes.
O Ven:. int:. F.
O I.º Vig:. int: .. F.
O 2.• Vig:. íntt , F.
O Orad ". int:. F.
O Secr '. int:. F.
O Tes:. int:. F.
F.
F.

PLACET
No alto: A GL:. DO GR:. ARQ:. DO UNIV:.
nos Ritos Esc:. e Adonir:. ou.

LIBERDADE. IGUALDADE. FRATERNIDADE


no Rito Francês
Lo] i. Capt. N , ao Or t. de Estado de _(30).
Nós, o Ven:. e mais LL:. desta Aug:. e Resp:. 0':. cer-
tificamos que o II:. e Resp '. Ir i. F ..... g: ..... natural de
( pais em que nasceu), nascido em . . . . de . . . . . . . . . . de .... ,
solteiro ( casado ou viúvo), profissão , tendo solicitado
demissão de Membt. At:. do nosso 1=-1, foi-lhe esta concedida,
estando no gôzo de todos os direitos maçônicos.
Em firmeza do que lhe expedimos o presente certificado c!e
Placet, por estar quite.
Dado o traç : . no Or:. de . . . . . Estado de . . . . aos .
dias do mês do ano da V:. L:. 589 de de
.... E:. V:.
O Vent.

O I.º Vig:. O 2-" Vig:.

í 30) Vide a- observação anterior sob o n.º 29.

69
.................. - .
O Orad:. O Secr:.

O Tes:. Sei:. e tim:. por nós


············ ········· ...
Chance.
• QUEIXA

Acusação feita por um obreiro qualquer contra outro obreiro·


ou contra uma Loja é uma queixa. Se essa acusação é feita pelo
Orador, por ato próprio ou por deliberação da Loja, é uma
denúncia.
A queixa ou denúncja, que será dirigida ao Venerável, é
formulada em duas vias para os fins que a Lei determina. Ela
deve conter uma exposição clara do fato em tódas as suas cir-
cunstâncias, concluindo por capitular o delito e as circunstâncias
agravantes que concorrem, sendo acompanhada do rol de testemu-
nhas que justificam a acusação.
A conclusão sempre deverá ser:
P. que o Ir:. F: ..... cometeu o delito previsto no § ....
oú §§ . . . . do art, . . . . ou dos arts, . ... , com as circunstân·
elas agravantes definidas no § . . . ou §§ . . . do art. . .. , etc.
Não se mencionarão circunstâncias justificativas e atenuan-
tes, porque êsse papel cabe . à defesa. ·
Se houver documentos comprobatívos de acusação, poderão
ser reunidos à queixa ou denúncia no ato da sua apresentação
ou durante a formação da culpa e sumário.

'10

.

livro 2 - AS CONSIITUICÕfS Df ANDfRSON


• • \
O LIVRO DAS CONSTITUIÇOES DE ANDERSON
(1723) EM SUAS DUAS PARTES
FUNDAMENTAIS

A Grande Loja de Londres adotou em 1717 os rituala de


Ashmole e pediu a Anderson, em 1721. que fizesse uma com-
pilação dos antigos preceitos e regulamentos gerais da Maço -
naría.
Andcrson (Jacó Anderson) era doutor em filosofia e prega-
dor presbiteriano em Londres. Teve colaboradores da mais alta
valia, entre êles, Payne e Desaguliers, que haviam sido, respec-
tivamente, 2.0 e 3.· Grão-Mestres da Grande Loja (o primeiro
Grão-Mestre, em 1717, fõra António Sayer).
O trabalho. uma vez concluído, sofreu o exame de uma Co-
missão de 14 doutos; foi aprovado com pequenas modificações e
publicado em 1723 sob o titulo: '"As Constituições dos Franco-
-Maçons contendo a História, Obrigações, Regulamentos, ete., da
Muito Antiga, Reta e Venerável Pratemidade. Para o uso das
Lojas."
O livro das Constituições contém: I.º uma dedicatória do
Ir:. Desagullers; . 2.º uma curta história da Maçonaria, desde a
criação do mundo; 3. Os Antigos Deveres ou Leis Fundamentais
0

(Old Charges) em 6 capítulos; 4. as 39 Antigas Obrigações ou


0

Regulamentos Gerais de 1721, reunidos por Georges Payne; S.•


a aprovação do Livro; 6. finalmente, quatro Cantos Maçónicos:
0

hino do Mestre, hino dos Vigilantes, hino dos Companheiros e


hino dos Aprendizes.
E.'158 prtmeíra edição do Livro das Constituições ( 1723) é
ainda hoje a reconhecida como ortodoxa por tõda a Maçonaria
anglo-saxõnica e americana, constitui o suporte doutrinário dessas
Potências e é a Carta seguida por todos os Maçons regulares
cm todo o mundo.
:e: preciso não confundir o Livro das Constituições com o.,
Landmarques da Ordem, dos quais há várias compilações, entre
elas a mais conhecida é a de Mackey, publicada em 1858.
Vamos reproduzir, na íntegra, as Antigas Leis Pundamentals
(Old Charges) e, em seguida, as Antigas Obrigações ou Regula-
mentos Gerais de 1721, Isto é, as duas partes fundamentais do
Livro das Constituições. ·

73
1. AS ANTIGAS LEIS FUNDAMENTAIS
(OLD CHARGES)

As antigas Leis Fundamentais (Leis Gerais da


Sociedade) ou Regras para os Franco-Maçons, extraí-
das dos antigos documentos das Lojas de Ultramse,
da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, para uso das
Lojas de Londres, as quais devem sempre ser lidas
nas cerimônias de recepção de novos irmãos, e sem-
pre que o venerável mestre o ordene: '

1 - O que se refere a Deus e à Reliciio


O maçom está obrigado, por vocação, a praticar
a moral; e se compreender seus deveres, nunca se
converterá em um estúpido ateu nem em irreligio-
so libertino. Apesar de nos tempos antigos os maçons
estarem obrigados a praticar a religião que se obser-
vava nos países em que habitavam, hoje crê-se mais
conveniente não lhes impor outra religião senão aque-
la que todos os homens aceitam, e dar-lhes completa
liberdade com referência às suas opiniões particula-
res. Esta religião consiste em ser homens bons e leais,
quer dizer, homens honrados e justos, seja qual fôr
a diferença de nome ou de convicções. Dêste modo a
Maçonaria se converterá em um centro de união e é
o meio de estabelecer relações amistosas entre pes-
soas que, fora dela, teriam permanecido "separadaa
(ou não se conheceriam).

li - Da autoridade civil, superior e inferior


O maçom deve ser pessoa pacífica, submeter-se
às leis do País onde estiver e não deve tomar parte
nem deixar-se arrastar nos motins ou conspirações

74
deflagradas contra a paz e a prosperidade' "· (}o povo,
nem mostrar-se rebelde à autoridade inferior, "porque
a guerra, o derramamento de sangue e as perturba-
ções da ordem, têm sido sempre funestas para a Ma.
çonaria. Assim é que na antiguidade, os reis e os
príncipes se mostraram muito bem dispostos para
com a Sociedade, pela submissão e fidelidade de que
os maçons deram constantes provas no cumprimento
de seus deveres de cidadão e em sua firmeza em opor
sua conduta digna a caluniosas acusações de seus
adversários: êsses mesmos reis e príncipes não se
recusaram a proteger os membros da Corporação e
defender· a integridade da mesma, que sempre pros-
perou em tempo de paz. Segundo estas doutrinas,
se algum Ir:. se convertia em um perturbador da
ordem pública, ninguém devia ajudá-lo na realiza-
ção de seus propósitos e pelo contrário devia ser corri-
padecido por ser um desgraçado. Mas por êste fato
e ainda que a Confraria condenasse sua rebelião,
para se evitar dar ao govêrno motivo de alguma
suspeita ou de descontentamento, sempre que o re-
belado não pudesse ser censurado por outro crime,
não podia ser excluído da Loja, permanecendo in-
violáveis suas relações com esta, bem como os direitos
de que como maçom gozava.

Ili - Das Lojas

A Loja é o lugar onde os maçons se reunem


para, trabalhar, e por extensão, se. dá êsse nome a
tôda assembléia de maçons regularmente constituí-
da; todos os !Ir:. devem fazer parte de uma Loja e
submeter-se' aos seus regulamntos particulares e às
leis gerais. As lojas são individuais ou gerais e a me-
lhor maneira de distinguir estas distintas formas é

75
visitá-las e estudar os atuais regulamentos da Loja
Geral ou Grande Loja a êste anexos.
Antigamente os Mestres e os membros dessas Lo-
jas não podiam se ausentar nem deixar de assistir aos
seus trabalhos quando convocados, sem incorrer em
severo castigo, a menos que dessem ciência aos Ve-
neráveis e Vigilantes das causas que os haviam im-
pedido de cumprir com êste dever.
As pessoas admitidas na qualidade de membros
das Lojas devem ser homens bons e leais, de nasci-
mento livre, de idade madura e razoável, de boa -
reputação; é proibido admitir na Maçonaria, escra-
vos, mulheres e homens imorais, cuja conduta seja
motivo de escândalo. '

IV- Dos Veneráveis, Vigilantes, Companheiros e


Aprendizes
Entre os maçons a preferência não se pode ba-
sear senão exclusivamente no verdadeiro merecimen-
to pessoal, deve- se cuidar com especial atenção que
os proprietários que ordenam as construções, sejam
servidos à sua completa satisfação; deve-se procurar
que os Ilr:. não tenham de se envergonhar de sua
obra e que a Real Associação (Royal Craft) não perca
a consideração de que goza. Por esta razão os Vene-
ráveis e Vigilantes devem ser eleitos tendo em conta,
mais que sua idade, seus méritos pessoais. É impossí-
vel tratar tôdas essas cousas por escr.to. Cada Ir:.
deve estar em seu lugar e aprender êstes princípios,
segundo o método adotado em cada confraria: deve-
-se entretanto, ter em conta, pelos Aspirantes, que ne-
nhum Mestre pode aceitar um Aprendiz, se não tem
trabalho para êle, se não é um jovem perfeito, sem
deformidade alguma física, e sem nenhum defeito

76
que o torne incapaz de instruir-se em sua arte, de
servir ao seu Venerável e de chegar a ser por sua vez
Ir:. e Mestre, quando tenha decorrido o tempo de
seu aprendizado.
Deve ser também filho de pais honrados para
que, se possuir outras qualidades, possa chegar e
obter o posto de Vigilante, de Venerável de uma
Loja, de Grande Vigilante e de Grão-Mestre de tôdas
os Lojas, segundo os seus méritos e virtudes.
Os Vigilantes têm de ser membros da Corporação
e os Veneráveis devem ter desempenhado antes o car-
go de Vigilantes; os Grandes Vigilantes devem ter
sido antes Veneráveis de Lojas e por fim o Grão-
-Mestre deve ser membro da Confraria antes da elei-
ção e possuir o caráter perfeito de maçom.
O Grão-Mestre deve ser nobre de nascimento,
ou então ocupar uma posição excepcional, uma edu-
cação perfeita ou sábio distinguido, um arquiteto há-
bil, filho de país honrados e ainda as Lojas devem
reconhecer nêle um valor real: e, para que possa
preencher os deveres de seu cargo de um modo mais
perfeito, autoriza-se-lhe designar e nomear um Depu-
tado, que deve ter sido Venerável de uma Loja. O
Deputado do Grão-Mestre tem o dever de realizar
todos os atos que são de competência do Grão-Mes-
tre, seu superior, nos impedimentos dêste ou por
sua ordem.
Todos os IIr:. das antigas Lojas estão obrigados
a prestar obediência a tôdas estas determinações e a
todos os governantes superiores e subalternos, em
seus diversos cargos, de acôrdo com as antigas leis
e regulamentos e executar as ordens com humildade,
amor, reverência e alegria.

77
/

V -- Do regulamento da corporação · durante os ,


trabalhos

Durante os dias de trabalho todos os maçons


devem trabalhar lealmente, para que melhor desfru-
tem o dia de festa. O Companheiro de mais conhe-
cimento e experiência deve ser eleito na qualidade
de Mestre ou Superintendente dos trabalhos da cons-
trução, coordenados pelo proprietário, e os que tra-
balham sob suas ordens devem chamá-lo Mestre. Os
companheiros devem evitar tôda inconveniência de-
sonesta e linguagem pouco decente e se chamarão
mutuamente !Ir:. ou Companheiros e devem se con-
duzir cortêsmente, tanto dentro, como fora da Loja.
O Venerável deve empreender os trabalhos do
proprietário nas condições mais justas e equitativas
e empregar o que a êste pertença como se se tratasse
de seus próprios bens: e não dar a cada Aprendiz ou
Companheiro mais salário do que realmente mereça.
Venerável e maçons todos devem ser fiéis ao pro-
prietário que os empregue e lhes pague religiosa-
mente o seu salário, bem· como executar os trabalhos
com consciência, quer trabalhe por diária ou con-
tratos.
Nenhum Ir:. deve mostrar-se enciumado da pros-
peridade do outro, nem atormentá-lo ou procurar
tirar-lhe seu trabalho, quando fôr capaz de executá-
-lo: porque ninguém poderá terminar um trabalho
começado por outro em condições tão vantajosas
como o que começou, a não ser que possua um co-
nhecimento profundo dos planos e desenhos da cons-
trução.
Se um Vigilante é eleito entre os Companhei-
ros, deve ser fiel ao Venerável e aos Companheiros;
na ausência do Venerável velará cuidadosamente no

78
---------------------,.
interêsse do proprietário pela boa execução dos tra-
balhos e seus Ilr:. devem obedecer-lhe.
Todos os maçons receberão seu salário com
reconhecimento, sem murmúrio nem observações e
não abandonarão o seu Venerável sem que a obra
esteja terminada. Deve-se ensinar a obra aos Ilr:.
jovens para que aprendam à empregar bem os mate-
riais para que por meio desta fraternal ens.nança se
consolide entre êles a mais estreita amizade; todos
os utensílios empregados nos trabalhos devem ser
1
aprovados pela Grande Loja.
Nos trabalhos exclusivos da Maçonaria não se
deve empregar nenhum operário: e também os ma-
çons não devem trabalhar senão com os seus com-
panheiros, a não ser que se vejam obrigados a isto
por uma necessidade premente: tão pouco poderão
comunicar seus ensinamentos a obreiros, que não
pertençam à Fraternidade.

VI - Da conduta
1.0 - Na Loja organizada:

Não se deve instituir comissão particular algu-


ma nem realizar reuniões sem ter obtido autorização
do Venerável; não se deve tratar nenhuma questão
inoportuna ou inconveniente nem interromper a pa-
lavra do Venerável ou dos Vigilantes ou de qualquer
Ir:., que esteja falando com o Venerável. Tão pouco se
deve empregar frases jocosas enquanto a Loja se
ocupe de assuntos sérios, nem usar em caso algum
linguagem pouco honesta, e em tôdas as ocasiões de-
ve-se dar ao Venerável, Vigilantes e Companheiros o
testemunho de respeito que merecem e que todos lhes
devem.

79
Se íôr apresentada uma queixa contra um Ir: .,
o acusado deve submeter-se ao juízo e decisão da
Loja, que é o tribunal real, regularmente chamado a
julgar estas diferenças, a menos que caiba à Grande
Loja tomar conhecimento. Em tais casos deve-se cui-
dar em que não se interrompam por estas ocasíões
os trabalhos do proprietário e se chegar a haver uma
suspensão forçada deve-se tomar uma decisão de
acôrdo com as circunstâncias. Tão pouco se deve re-
correr aos tribunais de justiça profana para venti-
lar assuntos da Maçonaria, a não ser que a Grande
Loja reconheça e declare ser de absoluta necessidade
2.0 - Conduta que se d.eve obsertJar quando a
Lo;a este;a fechada, porém reurnidos ainda os Ilr: .:
Os Ilr:. podem dedicar-se a prazeres inocentes
e recrem--se segundo os meios de cada um, porém
procurando evitar os excessos de todo gênero, espe-
cialmente na mesa. Também devem abster-se de dizer
ou fazer alguma coisa que possa ferir ou romper a boa
harmonia, que deve sempre reinar entre todos; por
esta razão não se deve levar a estas reuniões ódios
privados, nem motivo algum de discórdia e sobre-
tudo, deve-se evitar discussões sôbre religião e po-
lítica, sôbre n~cionalidade, pôsto que os Maçons,
como anteriormente dissemos, não professam outra
religião, que a universal e pertencem a todos os po-
vos, a tôdas as línguas e são inimigos de tôda em-
prêsa contra o. govêrno constituído; a inobservân-
cia dêstes preceitos tem sido e será sempre funesta
à prosperidade das Lojas.
Em todo o tempo a. observância dêste artigo do
Regulamento tem sido imposta com grande seve-
ridade e mais especialmente depois da reforma da

80
Igreja Anglicana, quando o povo inglês se separou
da comunhão da Igreja Romana.

3.o - Regras de conduta quando os Ilr:. se en-


contrem fora da Loja, sem presença de profanos:
Devem saudar-se amistosamente e, conforme
está disposto, dar-se o nome de Ilr: ., comunicar-se
reciprocamente as notícias que possam lhes ser úteis,
tendo o cuidado de não serem observados nem ouvi-
dos; devem evitar tôda a pretensão de elevar-se sôbre
os demais, e dar a cada um a manifestação de res-
peito que se outorgaria a qualquer um, mesmo que
não fôsse Maçom; porque ainda quando todos os Ma-
çons, na qualidade de Ilr: ., estejam na mesma altura,
a Maçonaria não despoja ninguém das honras de que
gozava antes de ser Maçom, até pelo contrário, au-
menta estas honrarias, principalmente quando forem
merecidas, pelo bem da Confraria, que deve honrar
aquêles que merecem e condenar os maus costumes.
4.o - Conduta que se dev.e observar diante da-
quêles que não são Maçons:
Devem ser os Maçons circunspectos em suas pa-
lavras e obras, a fim de que os profanos, ainda os
mais observadores, não possam descobrir o que não
seja oportuno que aprendam; algumas vêzes deve-se
aproveitar o rumo que toma a conversação para fa-
zê-la recair na Confraria e fazer com tal motivo seu
elogio.
5.o - Regras de conduta que se deve observar em
sua própria casa .e na vizinhança:
Os Maçons devem conduzir-se como convém a
um homem prudente e de boa moral, não se ocupar

81
de assuntos da Loja com sua família, com os paren-
tes e com os amigos, e não perder de vista, em ne-
nhum· caso, que o mérito próprio e o da Confraria
estão unidos; isto por motivo que não podemos expôr
aqui. Não se devem descuidar dos próprios interês-
ses, permanecendo ausentes de sua casa depois das ho-
ras da Loja; evitem-se igualmente a embriaguez e
os maus .costumes, para que não se vejam abandona-
das as próprias famílias, nem privadas daquilo a que
têm direito de esperar dos maçons, e para que êstes
não se vejam impossibilitados para o trabalho.

6.o - Da conduta que se d.eve observar com um


Ir: . estrangeiro;
É preciso interrogá-lo com precaução e do modo
que a prudência recomenda, a fim de não ser enga-
nado pela falsa aparência e pela ignorância.
Se entenderdes que alguém deseja enganar-vos,
rechaçai-o com desprêso e tende cuidado de não fazer
nenhum sinal de reconhecimento.
Se descobrirdes, porém, que é um verdadeiro Ir: ..
deveis tratá-lo como tal e se tem necessidade deveis
proporcionar-lhe socorros ou indicar-lhe os meios de
obtê-los; deveis dar-lhe alguns dias de trabalho ou
recomendá-lo para que se possa instalar; mas não
estais obrigado a fazer por êle mais do que vossos
recursos permitam, devendo tão sómente preferir um
Ir:. pobre que seja um homem honrado a. outra qual-
quer pessoa que se encontre em iguais condições.
Enfim, deveis conformar-vos a tôdas estas prescri-
ções, assim como a quantas vos sejam comunicadas
por outros meios: deveis praticar a caridade .íraternal,
que é a pedra fundamental, a chave, o cimento e a
glóría de nossa antiga Confraria: deveis evitar tôda
discussão, tôda discórdia e todo propósito calunioso,

82
tôda maledicência; não permitir que em. vossa pre-«
sença se ataque a reputação de um Ir: . respeitável e,
em tal caso, deveis defendê-lo, prestando-lhe tal ser-
viço tanto quanto permitam vosso valor e vosso In-
terêsse e se algum Ir: . vos prejudicar de qualquer
modo deveis levar vossa queixa à vossa Loja ou a do
dito Ir:. apelando, se fôr preciso, à Grande Loja em
sua assembléia trimestral e em últímo caso à assem-
bléia anual, segundo o bom e antigo costume obser-
vado por nossos antepassados em todos os paises. Não
deveis intentar processo algum, a menos que o caso
não possa ser resolvido de outra forma, e deveis aco-
lher com deferência os conselhos amistosos do Vene-
rável e de vossos Companheiros, se tratarem de evitar
que compareçaís em juízo diante de estranhos. Em
todo caso, deveis procurar oferecer todos os meios
para facilitar a ação da -justiça, para que possais
ocupar-vos com tôda a tranquilidade dos assuntos· da
Confraria. Quanto aos Ilr: . e Companheiros, que te-
nham entre si algumas divergências, o Venerável e
os Companheiros pedirão conselho aos Ilr: . que co-
nheçam o_ Direito, para propor uma solução amis-
tosa, que as partes em litígio aceitem com agrade-
cimento. Se êstes meios não produzirem resultados,
aceitar-se-á que entrem em questão, porém, reprí-
- mindo tôda a cólera, abstendo-se de fazer ou dizer
coisa alguma que possa ferir a caridade fraternal ou
interromper a reciprocidade das boas relações e isto
com o objetivo de que todos sintam a ínfluênc.a be-
néfica da · Maçonaria.
Desta maneira têm seguido sempre desde o prin-
cípio do mundo todos os bons e fiéis maçons e assim
seguirão os que nos sucederem para o futuro.
Assim seja. ?

83
J

2. ANTIGAS OBRIGAÇôES OU REGULAMENTOS


GERA.lS DE 1721
Para uso das Lojas de Londres e Westminster.
Conforme a 1.a edição do Livro das Constituições de
Anderson. Contêm 39 preceitos.
I - O Grão-Mestre ou o seu Deputado tem auto-
ridade e direito não só de estar presente à reunião
de qualquer Loja, como de presidi-la, tendo o Vene-
rável da Loja à sua esquerda e determinar que seus
Grandes Vigilantes ocupem os cargos de Vigilantes.
Os Grandes Vigilantes não têm direito de ocupar
os cargos de Vigilantes senão em presença do Grão-
-Mestre e por sua ordem. O Grão-Mestre, se ausen-
tes os Grandes Vigtlantes, pode determinar que os Vi-
gilantes da Loja ou quaisquer outros Ilr:. desempe-
nhem essas funções.
II - O Venerável de uma Loja tem direito e aü-
toridade para reuni-la em qualquer emergência ou
circunstância, bem como designar o local de suas
reuniões normais,
No caso de doença, morte ou ausência obrigada
do Venerável, o 1.0 Vigilante deve agir como Vene-
rável acidental, se não estiver presente nenhum Ir: .
que já tenha sido Venerável da Loja, pois então a
autoridade do Venerável reverterá para o último ex-
-Venerável presente, o qual, porém, não .poderá agir
enquanto o 1.0 Vigilante, ou em- sua falta o 2.0 Vigi-
lante, não tiver reunido a Loja.
III - O _Venerável, ou um dos Vigilantes, ou
outro qualquer Irmão por sua ordem, deve ser o
guarda do livro de seus Regulamentos, da relação
dos Obreiros, bem como da lista das Lojas da cida-
de, com o local e horas de suas reuniões, e das notas
sôbre a atividade da Loja, merecedoras de registros.
84
IV - Nenhuma Loja pode iniciar mais de 5 pro-
fanos de uma vez. O candidato deve ter mais de 25
anos e não ter senhor (ser dono de si mesmo) , salvo
com permissão do Grão-Mestre ou de seu Deputado.
V - Nenhum profano pode ser iniciado sem
ciência da Loja com um mês de antecedência e sem
que se tenha feito oportunas investigações, relativas
à honradez, reputação e capacidade do candidato,
salvo com permissão do Grão-Mestre ou de seu Depu-
tado.
VI - Ninguém poderá ser recebido aprendiz
de uma Loja, nem a ela filiar-se, sem o consenti-
mento unânime de seus membros, presentes quando
se proponha o candidato e aos quais o Venerável
deve expressamente pedir a opinião e que se devem
manifestar, consentindo ou não, mas unânimemente.
:E:sse direito não está sujeito à dispensa, porque os
membros da Loja são os melhores juízes neste par-
ticular. Se um membro sem unanimidade fôsse im-
posto à Loja, êle poderia causar desarmonia ou per-
turbada a liberdade dos Ilr:. e até poderia causar
a dispersão da Loja, o que deve ser evitado por -...
todos os bons e verdadeiros Irmãos.
VII - Cada nôvo Ir:. em seu ingresso, deve
estar corretamente vestido e todos os Irmãos pre-
sentes. O iniciando deve dar um óbulo à sua vontade,
para socorro dos Ilr:. indigentes ou necessitados,
além do pagamento das taxas constantes do Regula-
mento particular da Oficina. :tsse óbulo será entre-
gue à guarda do Venerável ou de um dos Vigilantes,
ou do Tesoureiro, se um houver sido escolhido pelos
Irmãos. O candidato deve solenemente prometer obe-
decer às Obrigações e às Regras, bem como a outras
exigências, que lhes sejam feitas em tempo e lugar
convenientes.
85
VIII - Nenhum grupo de !Ir:. deve retirar-se
da Loja em que foram iniciados ou admitidos como
membros, a menos que seja por se ter a Loja tor-
nado muito numerosa e, neste caso, só com o con-
sentimento do Grão-Mestre ou de seu Deputado.
Retirando-se dessa forma, devem logo filiar-se
em outra Loja de sua escolha, se dela tiverem obtido
o consentimento unânime, ou obter do. Grão-Mestre
permissão para fundar uma nova Loja. Se um gru-
po de Ilr:. fundar uma Loja sem o consentimento
do Grão-Mestre, as Lojas regulares não são obriga-
das a ajudá-la, nem a reconhecê-los como Ilr:. bons
e regularmente constituídos, nem a aceitar seus atos
e feitos, mas devem considerá-los rebeldes enquanto
não se submeterem às condições que o Grão-Mestre.
em sua prudência, estipular e lhes seja dada Carta
Constitutiva; o que deve ser comunicado a tôdas
as Lojas, como é de costume fazer, quando mais uma
Loja tem que ser acrescida à relação.
IX - Se um Ir:. proceder mal deve ser devida-
mente admoestado duas vêzes pelo Venerável, ou
por um Vigilante, em Loja aberta, e se não refrear
sua imprudência e submeter-se obediente aos con-
selhos dos Ilr:. desfazendo o que os molesta, deve
ser eliminado, de acôrdo com o Regulamento da Loja
ou como a Grande Loja em sua grande prudência
resolva na Assembléia trimestral, o que deve ficar
registrado para futuras resoluções análogas.
X - A maioria de cada Loja, quando reunida,
tem o direito de dar instruções ao Venerável e aos
Vigilantes, em relação ao que hão de dizer nas As-
sembléias trimestrais e anual da Grande Loja, por-
que o Venerável e os Vigilantes são seus represen-
tantes e devem interpretar o pensamento dos !Ir: .

86
XI - Tôdas as Lojas devem observar os mes-
mos usos, tanto quanto possível. Para isso e para
cultivar as boas relações entre os Maçons, alguns
membros de cada Loja devem ser escalados para
visitar · as demais, tão freqüentemente quanto con-
veniente.
XII - A Grande Loja(*) se constitui e é for-
mada pelos Veneráveis e pelos Vigilantes de tôdas
as Lojas sob a presidência do Grão-Mestre, que tem
à sua esquerda o Deputado e os Grandes Vigilantes
em seus respectivos lugares. A Grande Loja deve
reunir-se trimestralmente nos dias de São Miguel,
Natal, Nossa Senhora(**), em lugar conveniente,
designado pelo Grão-Mestre, não podendo assisti-la
nenhum Irmão que não seja membro dela, salvo
com permissão do Grão-Mestre e, neste caso sem di-
reito de votar nem de dar opinião, senão com per-
missão solicitada e concedida, . ou por determinação
da Grande Loja.

Todos os assuntos da Grande Loja devem ser


decididos por maioria de votos, tendo cada membro
um voto e o Grão-Mestre dois, salvo se a Grande

( *) Na época só havia a Grazde Loja de Londres. Não


havia Grandes Orientes.
A expressão "Grande Oriente" é antiga, mas veio depois:
o Grande Oriente de França foi fundado em 1772. A expressão
designou também, outrora, a sede de Grandes Corpos Escoce-
ses: ""Grande Oriente de Bordeus"' (1762), "Grande Oriente de
Berlim" ( 1786); êste era a sede do Supremo Conselho de Fre-
derico II.
( * *) O dia de São Miguel é 29 de setembro; Natal, 25 de
dezembro; Nossa Senhora (Anunciação), 25 de março. O dia de
São João Batista ( 24 de junho) era consagrado à reunião anual,
"com banquete ou não", a fim de escolher o nõvo Grão-Mestre.

87
Loja deixar ao Grão-Mestre o poder de agir e resol-
ver a seu crítérto em algum assunto urgente.
XIII - Nas reuniões trimestrais todos os assun-
tos concernentes à Fraternidade devem ser resolvi-
dos, os de caráter geral como os referentes às Lojas
e aos Ilr: ., pela discussão tranqüila e exame rigo-
roso e ponderado; somente nelas os Aprendizes serão
elevados a Companheiros e os Mestres exaltados,
salvo com dispensa especial; os desentendimentos
entre os Ilr: . que não puderam ser solucionados, ou
acomodados particularmente, ou pelas Lojas, devem
também ser considerados e resolvidos; o Ir:. que se
julgar injustiçado pela decisão de seu tribunal, pode
apelar para a reunião anual seguinte, deixando seu
apêlo escrito com o Grão-Mestre, ou com seu Depu-
tado, ou um Gr:. Vigilante; os Veneráveis, ou os
Vigilantes das Lojas devem informar sôbre os novos
membros aceitos por elas, desde a última comunica-
ção da Grande Loja. Deve haver um livro, guardado
pelo Grão-Mestre, ou seu Deputado ou melhor por
um Ir: . designado para Secretário pela Grande Loja.
no qual estejam registrados os nomes de tôdas as
Lojas, os dias e locais de suas reuniões normais, os
nomes de todos os membros e as atividades da Gran-
de Loja que possam ser registradas.
· Nessas reuniões deve ainda ser estudada a mais
prudente e eficaz forma de obter e empregar os
meios com que socorrer algum Ir:. necessitado. As
Lojas devem ter também seu próprio fundo de cari-
dade para os Ilr:. pobres, de acôrdo com seu Regu-
lamento particular, até que em contrário seja resol-
vido (em nôvo Regulamento), juntando seus fundos
de caridade ao da Grande Loja, nas reuniões trimes-
trais ou na anual, a fim de ser estabelecido um fun-
do comum, para melhor amparo dos Irmãos pobres.

88
Um Ir:. de notórios recursos deve ser escolhido
para Tesoureiro, o qual por suas funções fica mem-
bro da Grande Loja e pode ser presente a seus tra-
balhos e trazer o que às suas atribuições fôr neces-
sário. A êle deve ser entregue o dinheiro arrecadado
para caridade ou para qualquer outro fim pela Gran-
de Loja, e por êle deve ser escriturado em um livro
com gastos e receitas, de forma a avaliar-se o movi-
mento. :E :sse Tesoureiro, não pode votar para a es-
colha do Grão-Mestre, nem dos Vigilantes, embora ·
tenha voto nas demais tlecisões.
Da mesma forma o Secretário deve ser membro
da Grande Loja por seu ofício e votar nas decisões,
exceto para a escolha do Grão-Me<;tre e dos Vigi-
lantes. .
O Tesoureiro e o Secretário terão, cada um, um
auxiliar que deve ser um Ir:. Companheiro, mas que
não pode ser membro da Grande Loja, nem nela ma-
nifestar-se, salvo com permissão, ou quando deter-
minado.
O Grão-Mestre e o Deputado devem dirigir o
trabalho do Tesoureiro e do Secretário, bem como
o de seus auxiliares, para que tenham seus livros
em ordem e conheçam o expediente a fazer em qual-
quer ocasião.
Um outro Ir:., que deve ser um Companheiro,
será designado para Guarda da Porta da Grande
Loja, mas não será membro dela. Essa função será
melhor explanada com outras, quando, em nôvo
Regulamento, as necessidades tiverem delas dado me-
lhor conhecimento.
XIV - Se a Grande. Loja reunir-se extraordi-
nàriamente, ou em suas reuniões normais trimestrais
ou anual, e o Grão-Mestre e seu Deputado estive-
rem ausentes, o Venerável de uma Loja, mais anti-

89
go maçom presente, assumirá a presidência como
Grão-Mestre "pro-tempere", e fica investido de to-
dos os poderes e honras, se não estiver presente um
Ir:.· que tenha sido Grão-Mestre ou Deputado do
Grão-Mestre, porque, neste caso, o mais nôvo ex-
-Grão-Mestre, ou ex-Deputado Grão-Mestre presente
deve tomar a presidência, na ausência do Grão-Mes-
tre e do Deputado em exercício. ,
XV - Na Grande Loja só os Grandes Vigilan-
tes, se presentes, podem ocupar seus lugares. Se au-
sentes, o Grão-Mestre, ou quem presidir os traba-
lhos, designará dois Vigilantes para ocuparem os
cargos dos Grandes Vigilantes, sendo os lugares dos
Ilr:. designados preenchidos por dois Companheiros
da mesma Loja a que êles pertenceram, escalados,
pelo respectivo Venerável e se isso não fôr feito, o
Grão-Mestre deve chamá-los, para que a Grande Loja
fique sempre completa. _
XVI - Os Grandes Vigilantes, bem como outro
qualquer Ir: ., . devem, antes de dirigir-se ao Grão-
-Mestre, entender-se com o Deputado, seja sôbre os
assuntos das Lojas, seja sôbre os dos Ilr: ., salvo S"'
o Deputado se negar a opinar; neste caso, ou quan-
do houver desentendimento entre o Deputado e os
Grandes Vigilantes, ou outros Ilr:. ambas as partes
devem concordar em dirigir-se ao Grão-Mestre, que
poderá fàcilmente dirimir a controvérsia e pôr têr-
mo à discórdia, em virtude de sua grande autoridade,
O Grão-Mestre só por intermédio do Deputado
pode conhecer dos assuntos referentes à Maçonaria,
salvo em casos especiais em que tenha em contrá-
rio preferido, pois se o recurso ao Grão-Mestre fôr
considerado irregular, êste pode determinar aos llr:.
Gr:. Vig:. ou ao Ir:. que foi seu autor, levá-lo ao
Deputado, que .deve prepará-lo com urgência e sub-
metê-lo ao Grão-Mestre.
90
XVII - O Grão-Mestre, o Deputado, os GGr: .
VVig: ., o Tesoureiro, o Secretário, ou quaisquer ou-
tros que ocupem lugares "pro tempore", não podem
ser ao mesmo tempo Venerável ou Vigilante de uma
Lo;ja, mas logo que, com honorabilidade, deponham
êsses Grandes Cargos, voltam aos cargos ou funções
de que foram afastados em suas Lojas, em virtude
da designação referida.
XVIII - Se ausente o Deputado do Grão-Mes-
tre, por doença ou qualquer motivo justo, o Grão-
-Mestre pode nomear um Deputado "pro tempore",
mas não podem ser afastados de suas funções os que
forem eleitos pela Grande Loja· Deputados e Grandes
Vigilantes, senão por motivos imperiosos e por deli-
beração de sua maioria. O Grão-Mestre, se estiver em
desinteligência com algum dêles, deve convocar a
Grande Loja e expôr-lhe a situação, pedindo conse-
lho, e nesse caso a Grande Loja, se não puder re-
conciliá-los, deve ajudar ao Grão-Mestre, permitin-
do-lhe exonerar o Deputado do Grão-Mestre ou
Grande Vigilante e escolher outro Deputado imedia-
tamente, elegendo a Grande Loja outro Gra:nde Vi-
gilante, se fôr o caso, para que a harmonia seja
preservada.
XIX ~ Se o Grão-Mestre abusar de seu poder e
tornar-se indigno da obediência e subordinação das
Lojas, deverá então ser estabelecida a necessária
regra, pois não tendo havido até agora tal situação,
todos os Grão-Mestres tendo sido até hoje dignos
dêsse alto cargo, não ocorreu a necessidade de fazer
essa previsão ..
XX - O Grão-Mestre com seu Deputado e Gran-
des Vigilantes devem ir pelo menos uma vez, em
visita, às Lojas, durante seu mandato.
91
XXI- Se o Grão-Mestre morrer durante-o man-
dato, ou ~e por doença, ausência, ou outro qualquer
motivo, não puder desíncumbír-se de suas obriga-
ções, o Deputado ou, em sua ausência, o 1.0 Grande
Vigilante, ou na ausência dêste, o 2.0 Grande Vigi-
lante, 'ou, por fim, na ausência de todos êsses. três
quaisquer Veneráveis das Lojas da Obediência, de-
vem reunir a Grande Loja imediatamente para re-
solver em conjunto a emergência, enviando dois · de
seus membros a convidar o último dos Grão-Mestres
para reassumir o cargo, que pelo ocorrido a êle re-
verte. Se êste recusar, será convidado o imediatamen-
te anterior e assim sucessivamente; se nenhum ex-
-Grão-Mestre fôr encontrado, o Deputado do Grão-
Mestre, então, deve agir como o chefe, até nova
escolha de Grão-Mestre; se não houver Deputado,
o mais antigo Venerável assim agirá.
XXII - Os Ilr:. das Lojas de Londres e suas
cercanias. e os de Westminster realizarão anualmente
uma reunião com um bànquete.em um local conve-
niente, no dia de S. João Batista, ou no dia de São
João Evangelista, se assim resolver em nôvo Regu-
lamento a Grande Loja, pois nos últimos tempos tem-
-se reunido no dia. de São João Batista.
Faz-se necessário, porém, que a maíoría dos Ve-
neráveis e dos Vigilantes, com o Grão-Mestre, seu'
Deputado e os Grandes Vigilantes tenham resolvido
na reunião trimestral, realizada três meses antes,
que haja banquete e reunião geral de todos os Ilr: .,
pois se o Grão-Mestre ou a maioria dos Veneráveis
foreni contrários a êle, não deve· ser realizado.
Mas quer haja ou não banquete para todos os
Ilr: ., a Grande Loja deve reunir-se em local conve-
niente anualmente no dia de São João, ou, se êsse
dia cair em domingo, no dia seguinte, a fim de es-

92
colher todos os anos um Grão-Mestre e os Grandes
Vigilantes.
XXIII - Se o Grão-Mestre e a maioria dos Vene-
ráveis resolverem que haja o grande banquete, de
acôrdo com o antigo e louvável costume dos maçons,
os Grandes Vigilantes terão o cuidado de preparar
os ingressos, selados com o sêlo do Grão-Mestre, e
distribuí-los, recebendo por êles as contribuições;
comprar o material do banquete, procurar um local
apropriado e conveniente; providenciar tudo que se
faça necessário à sua realização. .
Mas para que não sejam sobrecarregados os dois
Grandes Vigilantes e para que tudo seja providen-
ciado satisfatoriamente, o Grão-Mestre ou seu Depu-
tado poderá escolher e nomear um certo número de
Mestres de Banquete, conforme julgue conveniente,
para agir em concêrto com os Grandes Vigilantes,
sendo tudo que se relacione com o banquete por
êles resolvido por maioria de votos, salvo se o Grão-
-Mestre ou o Deputado, interferir por alguma orga-
nização ou providência especial.
XXIV - Os Grandes Vigilantes e os Mestres de
Banquete devem oportunamente solicitar do Grão-
-Mestre, ou de seu Deputado, instruções sôbre o que
devem fazer. Se o Grão-Mestre e seu Deputado esti-
verem ausentes, por doença ou outro motivo, êles
devem solicitar dos Veneráveis e Vigila:ntes das Lojas
que em conjunto lhes dêm conselho e ordens, ou que
1 tomem a seu cargo a tarefa. Os Grandes Vigilantes
e os Mestres de Banquetes devem prestar conta de
todo o dinheiro recebido e das despesas feitas, ime-
diatamente após o banquete, ou quando a Grande
Loja achar conveniente sua prestação de contas.
Se o Grão-Mestre não preferir tomar à sua res-
ponsabilidade a solução, pode em tempo útil con-
ri1
vocl~ todos os . Veneráveis e Vigilantes . para con-
sultá-los sôbre a organização do. banquete, ou qual-.
quer circunstância emergente ou acidental a êle re-
ferente.
XXV - Os Veneráveis devem indicar um Com-
panheiro discreto e experiente de suas respectivas
Lojas, para compor uma Comissão, que será orga- ·
nizada com um de cada Loja e que se reunirá em
local. apropriado, paira receber cada pessoa que ·trou-
xer ingresso para o banquete, com poderes para exa-
miná-las se acharem necessário, a fim de admiti-las
ou não conforme concluirem. Para evitar .enganos,
não devem, porém, recusar nenhuma pessoa, sem
que tenham ouvido antes os demais Ilr: ., expondo;
- lhes as razões, para que nenhum Ir:. verdadeiro seja
recusado, nem um falso, ou simples pretendente
admitido.
Esta Comissão deve se reunir no local do ban-
quete, no dia de São João, antes que qualquer pes-
soa com ingresso se apresente.
XXVI - O Grão-Mestre deve designar dois ou
mais Irmãos de valor, para porteiro, ou guarda da
porta, os quais também, por óbvias razões, devem
se achar cêdo no local do banquete e devem ficar
sob as ordens da Comissão.
XXVII - Os Grandes Vigilantes ou os Mestres,
de Banquete devem designar antecipadamente certo
número de IIr:. para servirem a mesa, conforme [ul- '
guem necessário e suficiente, pedindo para isso, se·
quiserem, conselho aos Veneráveis e Vigilantes das
Lojas sôbre os Ilr:. mais capazes para isso, pois só
Maçons livres e aceitos devem servir nesse dia;
para que a reunião seja Iívre e harmoníosa, ·
XXVIII - Todos os membros dá Grande Loja
devem estar no local muito antes da refeição, com
94
o Grão-Mestre, ou seu Deputado, e reunirem-se re-
tirados, a· fim de: ·
1.0 - Receber apelos devidamente encaminhados,
como ac.ma dito, para ser o apelante ouvido e o asun-
to amigàvelmente solucionado, antes do jantar, se pos-
sível; se isso não fôr conseguido, o assunto deve ficar
adiado, até que o nôvo Grão-Mestre seja eleito; se
não puder também por êle ser resolvido depois do
jantar, poderá ser atribuído a uma Comissão espe-
cial, que deve ajustá-lo com calma e fazer um re-
latório a ser apresentado à Grande Loja na seguinte
reunião trímestral, para que o amor fraternal seja
preservado. ·
2.0 - Prevenir qualquer desgôsto ou desentendi-
mento presumível nesse dia, para que não se per-
turbe ou interrompa a alegria do Grande Banquete.
3.o - Resolver qualquer coisa que se prenda ao
decôro e austeridade da Grande Assembléia e pre-
venir qualquer indecência ou maneiras impróprias,
sendo a Assembléia promíscua.
4.o - Receber qualquer boa ou momentosa mo-
ção sôbre assunto importante, trazido das Lojas pelos
seus representantes :,_ Veneráveis e Vigilantes.
XXIX - Após êsses assuntos discutidos, o Grão-
-Mestre e seu Deputado, os Grandes Vigilantes, os
Mestres de Banquete, o Grande Secretário, o Grande
Tesoureiro e seus auxiliares e todos os mais devem
retirar-se, deixando sós os Vigilantes e os Venerá-
veis das Lojas, para se consultarem amigàvelmente
sôbre a eleição de um nôvo Grão-Mestre, ou conti-
nuação do atual, se isso não tiver sido resolvido no
dia anterior. Se forem unânimes pela continuação do
atual, devem mandar-lhe pedir para comparecer à
reunião, sendo-lhe humildemente solicitado que contí-

95
nue a fazer-lhe as- honras de governá-los no ano se-
guinte; após o jantar, será dado a conhecer se o Grão-
-Mestre aceitou ou não o pedido, pois o resultado
não deve ser conhecido senão pela eleição.
XXX - Depois disso, todos os Veneráveis, Vi-
gilantes e demais Ilr:. podem se entreter, em con-
junto, ou se preferirem, ficar sós até a hora do jan-
tar, quando todos os IIr:. devem ocupar seus luga-
res à mesa.
XXXI - Algum tempo depois do jantar, a Gran-
de Loja se reune, não em caráter privado, mas em
presença de todos os IIr: . Se entre êles alguns não
fazem parte dela, êsses não podem falar, a menos que
lhes seja solicitado, ou consentido.
, XXXII - Se o Grão-Mestre em exercício, na
sessão privativa dos Veneráveis e Vigilantes, antes
do jantar, tiver consentido em continuar por mais um
ano no cargo, um dos membros da Grande Loja, para
êsse fim designado, fará a apresentação de S. Exce-
lência aos IIr:. e, voltando-se para o Grão-Mestre,
em nome da Grande Loja, humildemente lhe pedirá
para fazer à Fraternidade a honra (se de nascimen-
to nobre), ou (se não fôr nobre), a grande bondade
de continuar a ser o Grão-Mestre no ano seguinte.
S. Excelência dando, por uma reverência, ou por
um ligeiro discurso, assentimento, o referido Ir:. de-
legado da Grande Loja, proclama-o Grão-Mestre e
todos os membros da Loja devem saudá-lo na devida
forma. A todos os demais Ilr:. é permitido por al-
guns minutos proclamarem sua satisfação e fazer vo-
tos de congratulações.
xxxrq - Mas se os Veneráveis e Vigllantes
tiverem resolvido, na sessão privada antes do jantar,
ou no dia anterior, não continuar com o mesmo Grão-
-Mestre, ou se êste não aceitou o convite, então o
- 96
Grão-Mestre que finda deve designar seu sucessor
para o ano seguinte, o qual, se unânimernente aceito
pela Grande Loja e se presente será proclamado e
saudado como nôvo Grão-Mestre, como acima dito,
e imediatamente instalado, pelo último Grão-Mestre,
conforme o uso.
XXXIV - Se, porém, essa indicação' não fôr
unânimemente aceita, o nôvo Grão-Mestre deve ser
escolhido imediatamente por escrutínio, cada Vene-
rável e Vigilante escrevendo seu próprio nome, e
também o Grão-Mestre que termina escreve o seu.
Se o nome do Grão-Mestre que termina o man-
dato fôr retirado da urna, por sorte, ou casualmente,
será ô Grão-Mestre do ano seguinte. Se êle estiver
presente, será logo proclamado, saudado e felicitado,
como dito acima e depois instalado pelo último Grão-
-Mestre, de acôrdo com o uso.
XXXV - O Grão-Mestre que continua, ou o nôvo
instalado, conforme o acontecido, em seguida escolhe
e nomeia seu Deputado, que pode ser o último ou
um nôvo, o qual será também proclamado e saudado.
O Grão-Mestre deve também escolher os novos
Grandes Vigilantes, os quais, se unânimemente acei-
tos pela Grande Loja, devem ser proclamados, sau-
dados e felicitados, como acima; mas se não forem ,__
aceitos, êles. devem ser escolhidos, por escrutínio,
da mesma forma que foi feito para o Grão-Mestre. De
forma semelhante - deve ser feito para os Vigilantes
das Lojas, se a escolha dos Veneráveis não satis-
fire~ ·
XXXVI - Se o Ir:. escolhido pelo Grão-Mestre
para seu sucessor, ou o escolhido pela maioria da
Loja, estiver ausente do grande Banquete, por do-
ença, ou por outro qualquer- motivo, não pode ser
aclamado Grão-Mestre, salvo se o último Grâo-Mes-
97
tre, ou algum dos Veneráveis ou Vigilantes puder
garantir pela honra de Ir: . que a referida pessoa,
assim nomeada ou escolhida, aceitará realmente o
cargo; neste caso, o último Grão-Mestre agirá como
substituto, nomeando o Deputado e os Vigilantes
em seu nome, e também em seu nome receberá as
honras, homenagem e felicitações habituais:
XXXVII - O Grão-Mestre permitirá depois a
qualquer Ir:. Companheiro ou Aprendiz, falar diri-
gindo-se a êle, ou fazendo votos pelo bem.da Frater-
nidade. O discurso poderá ser considerado, ou dei-
xado à consideração a Grande Loja na próxima reu-
nião ordinária ou eventual.
XXXVIII - Terminada a palavra, o Grão-Mes-
tre ou o Deputado; ou algum Ir:. por êle designado,
deverá falar aos Ilr: ., dando-lhes conselhos e orien-
tação.
, Por fim, após atos que não podem ser escritos
em nenhuma linguagem, os Ilr:. se retirarão, ou fi-
,_ carão em palestra no local.
XXXIX - Tôdas as reuniões têm poder ineren-
te e autoridade para fazer novos regulamentos ou
alterar êstes, para o real bem da Fraternidade, desde
que, porém, respeitados cuidadosamente os antigos
Landmarques e que tais alterações e novos regula-
mentos tenham sido propostos e aprovados n,31 tercei-
ra reunião trímestral precedente ao grande Banquete
anual e que tenham sido apresentados escritos à lei-
tura de todos os Ilr:. antes do jantar, mesmo para
,o mais nôvo Aprendiz; sendo necessária a aprova-
ção e o consentimento da maioria para que sejam
postos em vigor e obriguem a todos, o que deve ser
proposto pelo nôvo Grão-Mestre, depois de instala-
do, como foi feito e obtido pàra êste Regulamento,
submetido a cêrca de 150 llr: . , que o aprovaram, no
dia de São João Batista do ano de 1721.
98
_,------------------~

Livro 3 • OS LANDMARQUtS DA ORDtM


\
OS ·LANDMARQUES DA ORDEM

( Algumas Cla.sificaçõea)

A palavra .. landmarque" .(landmark) é composta de dois


têrmos: .. land .. , que significa solo, terra, território, povo, nação,
pais, e .. mark" que é limite, indicação, testemunho. A Biblia
emprega .a palavra landmarque e ela recorda as marcas ou sinais,
sagrados e invioláveis, que dividiam as terras de diferentes donos.
Em Maçonaria, a· palavra landmarque designa· os usos, prá-
ticas e tradições, que se consideram princípios fundamentais dá'
Instituição. São os antigos e universais costumes da Ordem, os
·quais pouco a pouco ficaram estabelecidos como regras de ação.
0_11 landmarques constituem a Lei não escrita da Maçonaría, A
Lei tradicional. ·
Os landmarques delimitam o que é Maçonaria e o que não
é Maçonaria: o que estiver nos landmarques, • ou dentro dêles,
é Maçonaria regular; o que estiver fora dos landmarques não
·é Maçonaria ou é Maçonaria espúria. São os .. limites ... O Livro
das Constituições de Anderson refere-se aos .. antigos Landmar-
{/ -iues .. , que devem _ser .. respeitados cuidadosamente .. ,
Para que uma regra ou norma seja considerada landmarque
tem que reunir em si vários requisitos:
, a) ailtiguidade, .isto é, deve existir desde um tempo imemo-
rial. Por isso, se hoje as Autoridades maçônicas pudessem reu-c,,
nír-se e decretar uma lei universal, esta não seria absolutamente
um landmarque.
b) espontaneidade e géneralidade, isto é, o landmarque · não
i ·tem autor conhecido, não se origina de nenhuma autoridade pes-
soal, só é landmarque todo uso universal. de origem desconhecida.
e) invariabilidade e irrevogabilidade, isto ·é, todo landmar-
que é inalterável.
Os tratadistas maçõnícos não são conformes entre si quanto
ao número e grandeza dos landmarques. Há, por isso, várias
classificações ou codificações, sendo a mais conhecida a· de Albert
G. Mackey, que foi a primeira. em 1858:'- Mackey é o autor de
uma famosa .. Enciclopédia da Franco-Maçonaria".

101
CLASSIFICAÇÃO DE MACKEY

"I -· De todos os landmarques, o mais legítimo


e universalmente admitido é o método · ou processo
de reconhecimento, que não admite variação.
II - A divisão da Maçonaria em três graus é
um landmarque que se tem conservado melhor que
nenhum outro.
Em 1813, a Grande Loja da Inglaterra reivin-
dicou êste landmarque, reafirmando que a Antiga
Ordem Maçônica consistia nos três graus de Apren-
dizes, Companheiro e Mestre Maçom, incluindo o
Real Arco. · ' ,
III - A lenda do terceiro grau é um impor-
tante landmarque, cuja integridade tem sido respei-
tada, pois não há Rito maçônico praticado em qual-
quer país ou língua em que não se ensinem os ele-
mentos essenciais dessa lenda. Poderão, variar as pa-
lavras e com' efeito variam constantemente, .rnas a
lenda permanece substancialmente a !llesma.
IV - O govêrno da . Ordem por um Presidente
chamado Grão-Mestre, eleito por .tôda a Fraterni-
. dade, é outro landmarque da Maçonaria.
A alguns parece que a eleição do Grão-Mestre
dimana de uma Lei decretada pela .Grande Loja da
Inglaterra, porém isso não procede, uma vez que o
cargo presidencial é um landmarque da Maçonaria,
se considerarmos que já encontramos o título e o
cargo de Grão-Mestre· em documentos anteriores à
fundação da Grande Loja da Inglaterra .

l V - Outro landmarque da Maçonaria é a prer-


rogativa do Grão-Mestre de presidir tôda reunião
maçônica onde e quando se realize.
Em conseqüência dessa Lei, o Grão-Mestre ocupa
a presidência, chamada na Inglaterra de "trono", em
todas as sessões da Grande Loja; também preside às
'li'.
102
reuniões das Lojas de sua Obedíêncía quando pre-)
sente nelas. -
VI _:_ Outro importante landmarque da Maço-
naria é a prerrogativa do Grão-Mestre de outorgar
a dispensa para concessão de gr~us.
A lei estatutária da Maçonaria requer o tempo
de um mês ou de outro determinado período entre
a proposta do interessado e sua recepção.
Mas é privilégio do Grão-Mestre a dispensa do
tempo de prova e ordenar que o candidato se inicie
imediatamente.
VII - 1!:ste landmarque consiste na prerrogati-
va do Grão-Mestre de conceder permissão para fun-
dar e manter Lojas, com o direito de conferir os três
graus, reunindo um número suficiente de MM:. MM:.
As Lojas assim constituídas se· chamam "Lojas Li-
cenciadas" e são estritamente da iniciativa do Grão-
-Mestre, por cuja autoridade se criam e somente
subsistem a seu talante, podendo ser dissolvidas a
qualquer momento.
Sua existência pode ser de um dia, um mês ou
de um ano, mas qualquer que seja sua duração, .de-
vem sua existência unicamente, ao Grão-Mestre.
VIII - A prerrogativa do Grão-Mestre de "fazer
Maçons à vista" ou criar Maçozs, é um landmarque
inteiramente relacionado com o anterior.
Não se deve entender que o Grão-Mestre possa
retirar-se com um profano a um aposento privado e
iniciá-lo ali, sem a ajuda de ninguém. Não possui
tal prerrogativa; e sem dúvida a muitos se afigura
ser êste o significado da expressão: "fazer Maçons
à vista". O verdadeiro e único modo de exercer êste
privilégio, consiste em que o Grão-Mestre convoca
não menos de seis Mestres, reúne-os em Loja, e sem
prova prévia e tão somente com o candidato à vis-
ta, confere o grau ou os graus e em seguida dissolve

103
a Loja e despede os !Ir:. E as Lojas assim formadas
se chamam "Lojas de emergência".
IX - Outro landmarque é a necessidade de os
maçom; se congregarem em Lojas. Isto não significa
que o landmarque prescreva a permanente organi-
zação de Lojas subordinadas, que é uma das carac-
terísticas atuais da Maçonaria.
O que prescreve o landmarque é que todos os
maçons se reunam periódicamente, e chama de Lojas
a essas reuniões, que em outros tempos eram cir-
cunstanciais e se dissolviam, uma vez cumprido o
objetivo da convocação, separando-se os !Ir: . para
voltar a se reunirem quando o exigissem as circuns-
tâncias.
X - É, também, um landmarque da Maçonaria
o govêrno da Loja, presidida por um Venerável e
dois Vigilantes. Para demonstrar a influência desta
antiga lei, observemos de. passagem, que não se pode
reconhecer como Loja a reunião de Maçons com
presidente e vice-presidentes. A presença de um
Venerável e dois Vigilantes é tão essencial para a
validade da organização de uma Loja, como a ga-
rantia duma Constituição o é atualmente.
XI - A necessidade de cada Loja ao reunir-se
estar devidamente a coberto, é um landmarque im-
portante, o qual nunca se deve esquecer. A necessi-
dade desta lei deriva do caráter esotérico da Maço-
naria. Como Instituição Secreta, suas portas devem
estar guardadas da intromissão de profanos, pelo
Guarda do Templo, e esta lei deve estar em vigor,
desde a origem da Maçonaria.
XII - O direito representativo de cada Ir:. nas
Assembléias Gerais da Ordem é outro landmarque.
Antes, estas reuniões eram feitas uma vez por ano
e se chamavam de Assembléias Gerais, a que assis-
tiam todos os maçons, inclusive os Aprendizes. Mo-
104
dernamente nas Assembléias Gerais a representa-
ção é feita através de Delegados eleitos e nas Gran-
des Lojas pelos _veneráveis e Vigilantes.
XIII - É direito de todo maçom apelar ou recor-
rer à Grande Loja (ou ao Grande Oriente) de qual-
quer decisão dos IIr:. reunidos em Loja. É um land-
marque sum2,mente essencial para a manutenção da
justiça e impedir a opressão.
XIV - O direito de todo maçom de visitar e
ocupar seu devido lugar em qualquer Loja é um
inquestionável landmarque da Ordem. Chama-se o
"Direito de Visita", reconheéido sempre como ine-
rente direito que cada maçom pode ~xercer, pois as
Lojas são consideradas como divisões conve11cionais
da família universal maçônica.
XV - Nenhum maçom visitante pode entrar
numa Loja sem ser devidamente tralhado, segundo
a tradição, a menos que o conheça pessoalmente al-
gum membro da Loja, o qual responda pelo visitante.
XVI - Nenhuma Loja pode intrometer-se no
assunto interno de outra Loja, nem conferir graus
a membros de outra Loja. Indubitàvelmente é um
landmarque muito antigo, fJJndamentado no capital
princípio da cortesia e benevolência fraternal, ina-
lienável em nossa Instituição.
XVII - Todo maçom está sujeito às leis e regu-
lamentos da Jurisdição em que reside, ainda que não
seja membro de alguma Loja. O estado de inativo,
que de per si já é uma ofensa à Maçonaria, não exi-
me~ çom da obediência às leis jurisdicionais.
XV · - Êste landmarque exige do candidato à
inic ao certas formalldades: que seja homem de
boa origem, sem defeitos físicos nem mutilação cor-
poral. Uma mulher, um aleijado ou um nascido em
escravidão, não estão qualificados para ingressar na
Maçonaria.
105

XIX - A crença no Grande Arquiteto do Uni-
verso é um dos mais importantes landmarques da
Ordem. Sempre se considerou essencial que a nega-
ção dessa crença é impedimento absoluto e insupe-
rável para a iniciação.
XX - Subsidiária desta crença em Deus, como
landmarque da Ordem, é a crença na imortalidade
da alma humana e na vida futura. O ritual não assi-
nala tão explicitamente esta crença como a crença
em Deus; mas está implícita em todo o simbolismo
maçônico.
XXI - Também é um landmarque um "Livro
da Lei", parte indispensável das alfaias de uma Loja.
Digo "Livro 'da' Lei" propositadamente, porque não
é exigível que em tôdas as partes seja a Bíblia. En-
tende-se por "Livro da Lei" aquêle volume que,
segundo a religião do país, crê-se que contenha a
vontade revelada do Grande Arquiteto do Univer-
so. Resultando daí que as Lojas dos países cristãos
usem ·a Bíblia, e num país cuja religião dominante
fôsse o judaísmo bastaria o Velho Testamento e nos
países maometanos o Alcorão.
XXII ... ;_ A igualdade de todos os maçons em Loja,
é outro landmarque da Maçonaria, ainda que esta .
igualdade não subverta as categorias instituídas pe- 11
los · usos e costumes dá Ordem. Um rei, um nobre, \
um cavaleiro recebe o respeito que merece, na suà
elevada posição social; mas a doutrtna da- igualdade
maçônica nos induz a reunirmo-nos na Loja, como
filhos de um Pai comum, sôbre o nível que nos en-
caminha à meta predestinada, que na Loja merece
mais respeito que as grandes riquezas materiais, pois
a virtude e o conhecimento são a base das honras
maçônicas e receberão recompensa preferencial.
Quando, encerrados os trabalhos da Loja, saem os
Ilr:. de seu aprazível retiro para misturar-se mais
106
uma vez no mundo profano, cada um reassume sua
posição social e goza dos privilégios da categoria
assinalada pelos costumes sociais.
XXIII - O segrêdo da Instituição é outro land-
marque importante, e consiste na conservação secre-
ta dos conhecimentos havidos pela iniciação. A Ma-
çonaria não é sociedade secreta no conceito lógico,
estrito, daquelas associações, cujos propósitos são res-
guardados rigorosamente do conhecimento público,
e cujos membros são desconhecidos, que trabalham
nas trevas, maldosamente, e cujas operações se ocul-
tam à vista pública.
Ela é secreta, corno uma Sociedade que possui
certa soma de conhecimentos peculiares, um método
de se reconhecerem seus membros e vários ensina-
mentos, que só se comunicam aos que tenham pas-
sado por uma forma estabelecida de iniciação eso-
térica.
Durante séculos assim existiu e existirá a Maço-
naria corno secreta, pois se fôsse sociedade pública
não duraria muitos anos.
XXIV - Outro landrnarque da Ordem é o esta-
belecimento de uma ciência especulativa sôbre urna
arte operativa, e o uso simbólico e explicação dos
têrmos dessa Arte, com propósito de ensinamento
Digite
portantooa texto aquià construção do magnífico edi-
moral. O. Templo de Salomão foi o berço da Ordem,
referência
fício, aos materiais e ferramentas nêle empregados
e aos artistas que intervieram na obra, são partes
indispensáveis do corpo da Franco-Maçonaria.
XXV - O último landmarque, coroa de todos
êles, é a inalterabilidade dos landmarques anteriores.
Não se lhes pode nada acrescentar ou subtrair, nem
os modificar.

107
Tal como os recebemos de nossos antecessores
somos solenemente obrigados a transmítí-los a nos-
sos sucessores. "Nolumus leges mutarí ".

Além de Mackey, há várias outras classificações.


Entre elas publicamos as de Findei, Pound e Grant.
J. G. Findei, um dos maiores clássicos em Ma-
çonaria, autor da notável "História da Franco-Maço-
naria" (1866), fixou os landmarques em 9. São êles:

CLASSIFICAÇÃO DE FINDEL

l - A obrigação de cada Maçom de professar a


religião universal em que todos os homens de bem
concordam (1.ª obrigação da Constituição de An-
derson).
2 - Não existem na Ordem _ diferenças de nasci-
mento; raça, côr, nacionalidade, credo religioso ou
político.
3 - Cada iniciado torna-se membro da Fraterni-
dade Universal, com pleno direito de visitar outras
Lojas.
4 - Para ser iniciado é necessário ser homem li-
vre e de bons costumes, ter liberdade espiritual,
cultura geral e ser maior de idade.
5 - A igualdade dos Maçons em Loja.
_ 6 -'- A obrigatoriedade de solucionar tôdas as di-
vergências entre· os Maçons dentro da Fraternidade.
7 - Os mandamentos da concórdia, amor fra-
ternal e tolerância. Proibição de levar para a Ordem
discussões sôbre assuntos de religião e política.
8 - O sigilo 'sôbre os assuntos ritualísticos e os
conhecimentos havidos na iniciação. ·
9 - O direito de cada Maçom de colaborar na
legislação maçônica, o direito de voto e o de ser
representado no Alto Corpo.
108
O. H. Roscoe Pound, autor da conceituada "Ju-
risprudência Maçônica", também fixa o número de
Iandmarques em 9. Ei-los:
CLASSIFICAÇÃO DE POUND
1 - Crença em Deus. ,
2 - Crença na imortalidade da alma (na "imu-
tação da personalidade") . '-
3 - Um "Livro da Lei" como parte integrante
e indispensável dos utensílios de cada Loja.
4 - A lenda do terceiro grau.
5 -:- O segrêdo.
6 -11 O simbolismo da arte da construção.
7 - Que o Maçom seja homem livre e de ida-
de viril. Mais dois devem ser anexados:
.8 - O govêrno da Loja pelo Venerável e os
dois Vigilantes. ,
9 - O díreito de visitação para o Maçom que
tenha seus documentos legais.
Várias outras codificações de landmarques foram feitas. Al-
gumas muito sumlirias: 3 e 5 Jandmarques. outras , muito exten-
sas: 10 e mesmo 52, como a de H. B. Grant.
A classificação de Grant vai publicada abaixo e nela o autor
liberalizou muito o conceito tradicional de· landmarque. porque
alguns não se revestem de universidade e imemorabilic;lade.

CLASSIFICAÇÃO DE GRANT
1 - Antigamente teve a Maçonaria um duplo
caráter operativo e especulativo. Hoje é especulativo
e abrange um sistema de moral e ética, religião e filo-
sofia, relacionado com o progresso social, ético e in-
telectual do homem. ,
-2 - A Franco-Maçonaria compreende os graus
de Aprendiz, Çompanheiro e Mestre, conferidos em
Lojas regulares, segundo Ritos e cerimônias secretas.
109
3 - O segrêdo é elemento essencial da Franco-
-Maçonaria e todo maçom está ligado por indissolú-
veis laços a manter secretos os sinais, toques, pala-
vras e tudo quanto ocorre na Loja (exceto em casos
de traição e assassinato) e a não divulgar os segredos
que um Ir: . lhe confie.
4 - Escrever ou imprimir a parte esotérica da
Maçonaria em palavras, sílabas ou sinais, é contrá-
rio aos princípios da Fraternidade.
5 - As promessas de um Maçom não contrariam
seus deveres para com Deus, seu País, sua família,
seu próximo, nem para consigo mesmo. Somente
obrigam a sua consciência e ações.
6 - 1: absolutamente indispensável a crença no
Supremo Ser a quem os homens chamam de Deus,
e ns maçons dão o nome de Grande Arquiteto do
Universo e como tal o reverenciam.
~ 7 - Crer na imortalidade da alma e na ressur-
reição numa vida futura.
8 - Em Loja é indispensável a presença do "Li-
vro da Lei", o Esquadro e o Compasso.
9 - Os dogmas fundamentais da Maçonaria são:
Fraternidade, Amor, Beneficência e Verdade.
10 - As virtudes cardiais da Franco-Maçonaria ,
são: Prudência,_ Justiça, Fortaleza e Temperança.
11 - O avental de pele branca de carneiro é a
insígnia do Maçom.
12 - O esquadro e o compasso são símbolos ma-
çônicos de moralidade.
13 - O dia de São João Batista, 24 de junho, e
o dia de São João Evangeltsta, 27 de dezembro, são
festas maçônicas. Em uma delas se efetua a eleição
anual dos oficiais.
14 - A Assembléia Geral ou Grande Loja é o
supre::no Corpo Legislativo, Judicial e Executivo da
110
Ordem em todos os assuntos de caráter maçônico que
se suscitam em sua jurisdição territorial e é cons-
tituída de representantes de tôdas as Lojas de sua
Jurisdição.
15 - Uma Loja é uma corporação de maçons
regularmente organizada, com Carta Constitutiva
que a autoriza a trabalhar segundo as leis e costumes
da Ordem.
16 - Cada Loja Grande ou subordinada, quan-
do se reune em sessão, deve estar devidamente orna-
mentada, coberta e aberta antes de começar os tra-
balhos.
17 - Os Franco-Maçons se reunem em Loja sô-
bre o nível da igualdade e tratam-se fraternalmen-
te na reunião.
18 - Uma Loja devidamente instalada tem o di-
reito de instruir seus representantes na Assembléia.
19 - Não se podem discutir, nem tratar em Loja,
questões sectárias de política ou religião.
20 - Um Maçom em boas relações com alguma
Loja regular de Maçons, poderá visitar outras Lojas
contanto que não perturbe os trabalhos da Loja
visitada.
21 - Um Maçom não pode frequentar uma Loja
irregular nem conversar sôbre os segredos da . Ma-
çonaria com um -Maçom irregular, nem com o que
tenha seus direitos suspensos ou expulso da Ordem.
22 - O Grão-Mestre é o chefe executivo da Or-
dem e o Presidente da Fraternidade que o elegeu
e a cujas leis deve obedecer.
23 - O Grão-Mestre pode presidir tôdas as Lojas
de sua Jurisdição.
24 - O Grão-Mestre pode suspender de seu cargo
o Venerável de uma Loja e reter sua Carta Consti-
tutiva.
111
- --~- . -~~-.---,--

25 - Os oficiais de uma Loja são: o Venerável,


o I.o Vigilante, o 2.0 Vigilante, "I'esoureiro, Orador,
Secretário, 1.0 Diácono; 2.0 Diácono, Mestre de Cerl-
rnôniaj, e Trolhador. · ·
26 - O Venerável é o chefe da Loja, e como pre-
sidente a governa de conformidade com as Leis e
costumes da Ordem, e pode convocá-la sempre que
julgue conveniente.
27-'- O Venerável deve ter desempenhado o car-
go de Vigilante, .exceto se a Loja é de recente for-
mação ou se não houver ex-Venerável ou ex-Vi-
gilante dispostos a servir.
28 - O Venerável por fôrça de seu ofício deve
ser 1.,1m dos representantes de sua Loja, na Assem-
bléia.
29 - O Venerável de uma Loja passa a ser ex-
-Venerável no término de seu mandato.
30 - Os Vigilantes de uma Loja devem ter o
grau de Mestre. ,
31 - Na ausência do Venerável fará suas vêzes
o primeiro Vigilante; na ausência de ambos o segun-
. do Vigilante. Se os três estão ausentes, ocupará a
presidência o ex-Venerável mais jovem entre os que
se achem presentes e sejam membros da Loja le-
galmente convocada.
32 - Os Oficiais de uma Loja Grande ou subor-
dinada exercerão seus cargos até que seus sucessores
sejam eleitos legalmente e, se lhes dê posse dó cargo.
Também cessará êsse direito se forem legalmente
des~ · ídos.
33 - Um Ma.çom não deve convidar nenhum
pro no a solicitar ingresso na Maçonaria, porque
todo. candidato deve se oferecer voluntàriamente, sem
estranha solicitação.
112
Ç') O candidato deve ser homem livre, maior
Je ~ de bons costumes, íntegro fisicamente e
sem defeito que o impeça de receber e comunicar
os Mistérios da Maçonaria.
35 - A única recomendação que pode ostentar
um~ andidato são suas qualidades internas.
li: indispensável a indagação das qualida-
de sicas, intelectuais e morais do candidato. '
37 .:._ Para a elevação aos graus de Companheiro
e Mestre é necessário o exame das qualidades do
candidato.
38 - O voto unânime de todos os maçons pre-
sentes em uma Sessão de Loja, expresso por meio de
bolas, é necessário para a admissão de um candidato '
à Iniciação ou à Filiação. -
39 - Um Maçom deve ser justo e verdadeiro, e
de conduta conforme aos princípios fundamentais da
lei moral.
40 - Todo Maçom déve obedecer às leis do.país
onde reside.
41 - Nenhum Maçom deve reconhecer ninguém
como maçom, sem prévio exame de trolhamento ou
informação legal.
42 -'.Um Maçom está obrigado a não mostrar nem
dar a entender em presença de profanos ou de maçons
de um grau inferior, os sinais, toques e palavras de
passe que não devam conhecer.
, 43 - Todo Maçom é obrigado a· pertencer a uma
Loja regular, assistir a suas reuniões e contribuir para ..
se~tento. . -
4 - Não poderá ser adttlitido em uma Loja um
ma m como membro ativo, se não apresentar o cer-
tificado de "quite-Placet " e de informações satisfa-
tórias.
113
-~ · -.~-··~------------•... --
45 - O Maçom deve submeter-se aos acordos
de urna Loja, embora possa recorrer à Assembléia.
46 - Um Maçom deve ser fiel a seus Ilr: .: ins-
truí-los, aconselhá-los, defendê-los e assisti-los; po-
rém nunca suplantá-los nem traí-los.
47-'-- Um Maçom deve respeitar a mulher, filha,
mãe, irmã, ou criada de outro Maçom.
48 - O Maçom deve ser diligente nos negócios e
pagar rigorosamente suas dívidas justas.
49 .;_ 0 Maçom deve obedecer às instruções de
sua Loja.
. 50 - As penalidades usuais na Maçonaria são:
multa, repreensão, suspensão temporária dos direitos
maçônicos e expulsão. .•
51 -'Não se poderá sentenciar a nenhum Maçom
sem ouvi-lo, a menos que se negue a comparecer ou
se desconheça seu paradeiro.
j
52 - .. Todo Mestre Maçom tem direito a entêr-
ro com honras maçônicas.
Êstes Antigos Landmarques foram recompi\ados_
com provas evidentes em 1889.

114

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. .-}

t N D 1 CE
1 . O Aprendiz-Maçom . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

"?.. As Constituições de Anderson . . . . . . . . . 71


-- As Antigas Leis Fundamentais (Old
Charges) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
>

- As Antigas Obrigações ou Regulamen-


tos Gerais de 1721 . . . . . . . . . . . . . . . 84
3. Os Landmarques da Ordem . . . . . . . . . . . . 99
- Classificação de Mackey . . . . . . . . . . 102

- Classificação de Findei 108

- Classificação de Pound ............ 109

- CJassificação de Grant 109


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