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apresenta:
O TEMPLO
ADONHIRAMITASergio Emilião
MI - F R+C
OBSERVAÇÕES
• A apresentação foi baseada no Ritual do Grau de Aprendiz Maçom, Rito Adonhiramita, publicado pelo Grande Oriente do Brasil –
GOB, edição 2009
• Os comentários refletem apenas a opinião pessoal do apresentador, e não a posição oficial do Grande Oriente do Brasil nem de
qualquer Potência Simbólica ou Filosófica na qual o Rito Adonhiramita é praticado
• Todas as dúvidas podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à Secretaria Geral de Orientação Ritualística do Grande
Oriente do Brasil, e nos departamentos correspondentes nas demais Potências
AVISO LEGAL
O ingresso na sala virtual desta apresentação implica na tácita concordância com a íntegra do que dispõe a Lei
Geral de Proteção de Dados, Lei Federal n° 13.709, de 14.08.2018
INTRODUÇÃO
• O cristianismo, e a igreja católica em particular, parecem ter sincretizado essas três vertentes
arquitetônicas, a egípcia, a grega, e a judaica, em seus templos
• Foi acrescido ao padrão arquitetônico o símbolo máximo da religião, a cruz, que pode ser
observada com clareza nas plantas das catedrais, notadamente nas de estilo gótico
• Ao observar a planta de uma catedral católica, veremos alguns elementos de nossos Templos
atuais, claramente inspirados no traçado:
1. Um local de maior destaque na parede do fundo, a ábside (6), correspondendo ao Altar da
Sabedoria;
2. A localização do Altar dos Juramentos (5);
3. O deambulatório (7), por trás da ábside, correspondendo ao espaço de circulação atrás do
retábulo;
4. O transepto (2), mais elevado que o piso da nave, correspondendo ao Oriente;
5. As naves laterais (3), correspondendo às bancadas do Norte e do Sul;
6. A nave principal (1), em nível mais baixo, correspondendo ao Ocidente;
7. O nártex (4), correspondendo ao Átrio
• Como defendo, a ritualística Adonhiramita não foi exatamente inspirada na Teosofia, ou em
Leadbeater, mas sim na liturgia católica
COMPARAÇÃO DAS PLANTAS
AS CATEDRAIS GÓTICAS
• Por mais que os britânicos insistam em afirmar que a
reconstrução de Londres, após o incêndio, em 1666, represente o
apogeu das corporações de pedreiros, não é isso que a História
mostra
• Toda revolução cultural e filosófica que a Europa sofreu teve início
na região da atual Alemanha
• Dentre os principais eventos relacionados a revolução cultural
alemã, pós Idade Média, destaco:
1. Invenção da imprensa (1439)
2. A Reforma Protestante (1517)
3. Os Manifestos Rosacruzes (1617)
• Apesar da reforma do coro da Catedral de Saint Denis, em 1135, na
França, ser apontada como a primeira obra do estilo gótico de
arquitetura, ao que parece, o estilo nasceu na Alemanha, já que o
verbete gótico se refere aos godos, povo germânico
• E foi exatamente o estilo gótico de arquitetura que notabilizou as
corporações de pedreiros
• O “segredo”, era o conhecimento das técnicas de construção dos
arcos botantes, dos tetos de elevada altura, dos arcos ogivais, dos
belíssimos vitrais, etc.
• As catedrais góticas materializavam a pequenez do homem diante
do Universo
A CATEDRAL DE COLÔNIA
• Uma catedral gótica, em particular, é de interesse para nossa análise, a
Catedral de Colônia, na Alemanha, iniciada em 1248, e que levou nada
menos que 600 anos para ser concluída
• Segundo Oscar Argollo, autor maçônico das primeiras décadas do
século XX, na obra intitulada “O Segredo da Maçonaria”, foi encontrado
um ritual maçônico composto de 7 Graus, que chamou de “egípcio
antigo”, praticado pelos pedreiros construtores da Catedral de Colônia,
em 1613, já no período de transição para o modo especulativo, que
considerava ser a origem dos rituais Adonhiramitas
• Coincidência ou não, Saint-Victor, na edição de 1785 da Compilação
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, ao descrever o Stekenna, faz a
seguinte colocação:
“Os sete selos que estão nesse livro designam os sete Graus da
Maçonaria; e o Cordeiro, que é o Stekenna, deitado sobre ele, mostra-nos
que como só Ele é digno de romper os selos, somente o verdadeiro
Rosacruz goza do privilégio de ler o livro, que contém a Doutrina completa
dos maçons, e de penetrar em seus mistérios mais secretos.”
• Não parece ter sido por acaso, que Saint-Victor incluiu no segundo
volume da Compilação, um ritual de origem alemã, de Cavaleiro
Noaquita ou Prussiano, que acabou se tornando o décimo terceiro e
último Grau original do Rito Adonhiramita
• Aliás, durante muito tempo, nós, maçons Adonhiramitas, fomos tratados
como Cavaleiros Noaquitas
OS SALÕES DAS PRIMEIRAS LOJAS
O TEMPLARISMO A RELIGIOSIDADE
• A adoção da terceira e definitiva versão da Lenda do Terceiro Grau na Maçonaria foi o principal fator de transformação dos
rituais, da doutrina, e dos Templos
• A Lenda incorporou ao simbolismo doutrinário o Templo de Jerusalém, erguido por Salomão
• A partir daí, e até hoje, isso causa enorme confusão entre os maçons
• A Lenda do Terceiro Grau é uma alegoria, uma ficção
• Não há sequer vestígios arqueológicos da existência desse edifício, o que temos se refere ao templo reformado por Herodes, o
Grande, e destruído pelos romanos no século I
• A narrativa bíblica não coincide com a lenda maçônica, não há arquiteto, e tampouco reuniões maçônicas nos tempos de
Salomão
• Aliás, o rei Salomão não frequentava o interior do templo, apenas os sacerdotes levitas faziam isso. Comparativamente, o que
fazemos hoje em nossas sessões, era feito pela população comum do lado de fora dele
• Não havia audiências em seu interior, Salomão não possuía um trono ou uma cadeira ali
• As Colunas eram vestibulares, ficavam do lado de fora
• Apesar disso, vemos muitos dos elementos de nossos atuais Templos, atrelados ao Templo de Salomão: as Colunas “J” e “B”,
o Altar dos Juramentos (Holocaustos), o Altar dos Perfumes, os Candelabros, as Romãs
• Mas é importante que tenhamos consciência de que tudo isso é doutrinário, simbólico. Nossos Templos não reproduzem o
Templo de Salomão
O TEMPLARISMO
• Apesar da Maçonaria moderna não ser uma evolução da Ordem dos Cavaleiros
Templários, a influência sofrida pelo templarismo é incontestável, e está
diretamente ligada à Lenda do Terceiro Grau, mas também envolve vários outros
mitos, sem comprovação histórica
• Diz-se que os nove nobres que se apresentaram a Balduíno II em Jerusalém, em
1118, e que fundaram a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de
Salomão, situaram sua sede nas ruínas do Templo de Salomão
• Nada fizeram com relação à defesa dos peregrinos, ou no combate aos
sarracenos, mas aparentemente trabalharam como arqueólogos que sabiam o que
procuravam
• Após 9 anos nessa lide, dirigiram-se ao Vaticano, e em entrevista com o Papa
Honório II, sem motivo aparente ou declarado, foram ordenados e transformados
na mais poderosa ordem de cavaleiros da Idade Média
• As versões e lendas sobre supostos tesouros e conhecimentos encontrados por
esses cavaleiros são inúmeras, e resistem aos séculos
• Essa fórmula de mistério caía como uma luva para uma organização secreta, que
estimulava a imaginação popular com relação aos segredos e mistérios que se
passavam dentro dos Templos. Os maçons, assim como os Templários, possuíam
um conhecimento incomum e valioso, que era transmitido a membros
criteriosamente escolhidos na sociedade. Uma união perfeita entre as lendas e a
imagem da Maçonaria para os profanos
• Dessa maneira, como os Templários viviam em templos, e neles transmitiam seu
conhecimento secreto, os maçons assim também passaram a fazer
• Nesse sentido, sim, a Maçonaria é uma Ordem Templária
A RELIGIOSIDADE
• O último fator que levou à adoção do conceito de templo pela Maçonaria
moderna foi a religiosidade
• Ressalte-se que nem todos os Ritos comungam dessa característica, o que
não é o caso, evidentemente, do Rito Adonhiramita
• Mas comprovadamente os rituais maçônicos sofreram não apenas
influência das diversas religiões, mas também de princípios herméticos,
rosacruzes, martinistas, cabalistas, e metafísicos de um modo geral, que
levaram a incluir no rol dos elementos de sua Doutrina a espiritualidade
• Se falamos de espiritualidade, e por conseguinte em divindade, a quem
tratamos como Grande Arquiteto do Universo, parece razoável que nossas
reuniões ocorram num local consagrado à divindade, um templo
• Os Templários adotaram o Salmo 115 como divisa, e a Maçonaria, por sua
vez, adaptou para a expressão “Á Glória do Grande Arquiteto do Universo”
• Nós, Adonhiramitas, implementamos esse entendimento, quando ao
término de nossas sessões, declaramos ser a ELE devido “o que fizemos
de bom, de útil, e de glorioso (...)”
• Numa aparente presunção, parece que essa prece de encerramento resume
o pensamento Adonhiramita de que estamos nesse plano da existência
para aperfeiçoar a Grande Obra de Deus
• Não vejo local mais apropriado para essa tarefa que num templo
A COMPILAÇÃO PRECIOSA
A INDIVIDUALIZAÇÃO
A LIBERDADE DOS RITUAIS
RELIGIOSA
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
• Desde a fundação da Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717,
o governo das nações passou por grandes transformações, e a
Maçonaria, ou melhor dizendo, os maçons, tiveram participação ativa e
relevante neste processo
• O despotismo e tirania dos monarcas deu lugar, na maioria dos países,
a estados democráticos de direito, onde os cidadãos possuem a
liberdade civil garantida
• Atualmente nossas Lojas possuem personalidade jurídica, CNPJ,
endereço fixo, páginas na internet e redes sociais, usamos adesivos
nos veículos, botons, chaveiros, adereços maçônicos, etc.
• Não somos mais uma sociedade secreta, e nem precisamos ser. Apenas
nossos rituais, Toques, Palavras e Sinais, permanecem objeto de algum
sigilo
• As Lojas deixaram de ser núcleos de conspiração
• A liberdade de pensamento e de expressão são reais na maioria das
nações
• Essa circunstância possibilitou a construção de espaços e edifícios
cada vez mais requintados e decorados com o simbolismo maçônico, o
que favoreceu a adoção de Templos mais adequados aos rituais
O FIM DAS PERSEGUIÇÕES
• Originalmente a Sala dos Passos Perdidos era a denominação do ambiente exatamente anterior ao Átrio, onde os Irmãos
visitantes eram submetidos a exame de regularidade pelo 1° Experto
• Atualmente o termo ganhou uma concepção mais abrangente, correspondendo a todo o mundo exterior ao Templo
• Recebe essa denominação exatamente porque os caminhos do profano são incertos, sem direção, repletos de dúvidas, e
ansiedade, tal como ocorria com aqueles que não tinham o direito de participar das sessões do Parlamento Britânico
• No Rito Adonhiramita essa condição é potencializada
• O Átrio é o ambiente intermediário entre o Templo e a Sala dos Passos Perdidos, onde formamos o cortejo de entrada, ou
Procissão
• Funciona como uma espécie de zona de descompressão, onde o Mestre de Cerimônias diligentemente nos convida para a
reflexão, nos estimulando a deixar do lado de fora do Templo todas as preocupações do dia a dia
• Algumas Lojas, por conta do exíguo espaço físico, tem a possibilidade deste ambiente existir prejudicada
Luz
Templo
SAGRADO
Espiritual
Átrio
NEUTRO
Umbral - Descompressão
Trevas
O FORMATO RETANGULAR
• As dimensões e formato de nossos Templos na maioria das vezes é apenas simbólica
e doutrinária
• O ritual estabelece que nossos Templos devem ter o formato em planta de um
quadrilongo, ou retângulo formado pela Proporção Áurea – 1,618, compreendendo a
soma de três retângulos, dois no Ocidente e um no Oriente
• Nossos ancestrais operativos entendiam que esta proporção é uma espécie de código
da Natureza, repetido em diversos organismos e espaços físicos. Julgavam que ao
construir espaços nesta proporção possibilitaria a harmonização com o Universo. O
pensamento místico segue esta mesma linha de raciocínio
• Não possui vãos, aberturas ou janelas. As janelas aparecem apenas na ilustração do
Painel do Grau
• O piso do Ocidente é quadriculado, em lajotas pretas e brancas de modo alternado, em
padrão ortogonal de assentamento, formando esquadrias, ou ângulos retos, seguindo
a orientação dos Pontos Cardeais
• Oriente e Ocidente são separados por uma balaustrada
• Não existem Colunas Zodiacais
• Por trás do Retábulo deve haver espaço para circulação
• A porta de acesso é frontal, no centro da parede do Ocidente, e deve ser dupla
• A parede de fundo, no Oriente, atrás do Retábulo, deve ser curva. A intenção desta
curvatura é provocar uma ilusão de ótica, sugerindo maior profundidade e infinitude
• Doutrinariamente possui largura do Norte ao Sul, comprimento do Ocidente ao Oriente,
altura do chão ao zênite, e profundidade do chão ao centro da Terra
• Isso quer dizer que o Templo é um microcosmo, porém, o que está sendo aludido é a
universalidade da Doutrina Maçônica, a amplidão que o conhecimento do Universo,
alcançado pela mente humana pode proporcionar ao maçom, que é um livre pensador
AS PAREDES AZUIS
• Nas paredes laterais e de fundo do Templo, deve ser exibida a Corda de 81 Nós, que
deve terminar aberta, em duas borlas, junto à porta de entrada
O PAVIMENTO MOSAICO
BOA NOITE!