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O GRUPO ADONHIRAMITA DE ESTUDOS

apresenta:

O TEMPLO
ADONHIRAMITASergio Emilião
MI - F R+C
OBSERVAÇÕES
• A apresentação foi baseada no Ritual do Grau de Aprendiz Maçom, Rito Adonhiramita, publicado pelo Grande Oriente do Brasil –
GOB, edição 2009
• Os comentários refletem apenas a opinião pessoal do apresentador, e não a posição oficial do Grande Oriente do Brasil nem de
qualquer Potência Simbólica ou Filosófica na qual o Rito Adonhiramita é praticado
• Todas as dúvidas podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à Secretaria Geral de Orientação Ritualística do Grande
Oriente do Brasil, e nos departamentos correspondentes nas demais Potências

AVISO LEGAL
O ingresso na sala virtual desta apresentação implica na tácita concordância com a íntegra do que dispõe a Lei
Geral de Proteção de Dados, Lei Federal n° 13.709, de 14.08.2018
INTRODUÇÃO

• A maioria dos Ritos trata o espaço de suas reuniões com a denominação de


templo, o que é no mínimo curioso, pois a Maçonaria e as religiões jamais
foram parceiras, apesar de perseguirem objetivos semelhantes
• Para nós, maçons contemporâneos, isso parece evidente, mas nem sempre
foi assim
• O conceito de templo é bastante moderno na Maçonaria especulativa, pelo
menos, no que diz respeito à sua configuração física e decoração
• Cada Rito desenvolveu um simbolismo próprio com respeito à forma de
seus templos, que vem sendo modificada, ou aperfeiçoada, através dos
tempos
• Minha intenção nesta apresentação, é abordar, de forma resumida, como
esse conceito se inseriu na Doutrina Maçônica, e apresentar, de forma
particular, seu simbolismo no Rito Adonhiramita na atualidade, nos termos
do que dispõem nossos rituais, evidentemente, acrescentando meu ponto
de vista pessoal à narrativa
ESCOPO
• A Origem dos Templos
• Os Templos das Antigas Civilizações
• Os Templos Egípcios
• Os Templos Gregos
• Os Templos dos Hebreus
• Os Templos Cristãos
• As Catedrais Góticas
• A Catedral de Colônia (ALE)
• Os Salões das Primeiras Lojas
• Os Primeiros Ambientes Maçônicos
• A Inserção dos Templos na Maçonaria
• A Lenda do Terceiro Grau
• O Templarismo
• A Religiosidade
• A Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita
• A Evolução dos Templos Maçônicos
• Os Rituais Brasileiros
• O Templo Adonhiramita
• Conclusão
A ORIGEM DOS TEMPLOS
• Os templos, como sabemos, são locais sagrados, dedicados à divindade
• Nesse sentido, penso existir uma analogia bastante interessante com
relação aos Templos Maçônicos. Esses locais, desde a antiguidade, foram
consagrados pelo homem, e não pelos deuses
• Nenhum deus jamais veio à Terra para erigir um edifício para sua adoração,
todos eles, ao longo dos séculos, foram construídos pelo homem. Essa é
uma das ligações com o período que chamamos de operativo
• Também aludem ao momento em que o homem se tornou sedentário,
fundando os primeiros povoados, dando origem às sociedades, e ao inter-
relacionamento. Isso se conecta com a própria arquitetura
• O homem primitivo percebeu que os altares ao ar livre não eram eficientes,
pois seu uso dependia das condições climáticas. Mas como adorar a
divindade então? Era necessário abriga-lo, “trazer para dentro”
• O Rito Adonhiramita, em particular, desenvolveu sua liturgia exatamente em
função de três Altares
• As primeiras civilizações pretendiam, a seu modo, conviver com o divino,
trazer os deuses para junto dos seus, para as suas famílias
• A divindade “descia” de sua morada nos céus, um caminho inverso ao que
comumente entendemos ser a ligação espírito x matéria
• Esse conceito foi se modificando com os séculos, assim como os templos,
e na Maçonaria não foi diferente
OS TEMPLOS DAS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES

• Provavelmente, os ambientes mais elaborados, ou ao menos


exclusivamente dedicados à adoração da divindade, tiveram origem na
civilização sumério-acadiana
• Muitos dos conceitos modernos de templos derivam daí, evidentemente
temperados com as características próprias de cada religião
• Nesse sentido, houve uma derivação entre as religiões orientais e
védicas e as ocidentais
• No meu entendimento, o conceito que temos de um Templo Maçônico
está relacionado especificamente à cultura ocidental, e não apenas à
tradição judaico-cristã, mas também às influências dos egípcios e
gregos
OS TEMPLOS EGÍPCIOS
• A suntuosidade e majestade dos templos parece ter
prosperado no antigo Egito
• Não é nenhuma surpresa, pois para os antigos egípcios, a
religião não apenas se misturava, mas andava de braços dados
com a organização social e política
• Os faraós eram encarnações dos deuses, conceito que foi
parcialmente absorvido pelos hebreus, que tinham seus
líderes, e mais tarde reis, indicados por IAVEH, e ungidos pelos
profetas
• Mais tarde, após o cristianismo ser adotado como religião
oficial de Roma, esta tradição chegou à Idade Média, onde os
reis eram coroados, e destronados, pela igreja
• Com relação aos templos egípcios, interessa particularmente
para nós maçons, a decoração destes, efetuada por meio de
símbolos
• O “Olho que Tudo Vê”, talvez um dos símbolos mais difundidos
na Maçonaria moderna, tem clara inspiração no Olho de Hórus
• Alguns pesquisadores defendem a ideia de que o piso
quadriculado de nossos Templos atuais, e em especial do
Pavimento Mosaico, tiveram origem no Egito, no Templo de
Karnac, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo
• Segundo Guillemain de Saint-Victor, na obra “As Origens da
Maçonaria Adonhiramita”, os principais fundamentos da
doutrina de nosso Rito vem do antigo Egito, e em especial, da
atuação dos sacerdotes
OS TEMPLOS GREGOS

• Para nós, ocidentais, foi na Grécia antiga que os templos


ganharam importância arquitetônica
• Todos os cânones de proporções, ritmo e harmonia destas
edificações deram origem ao que chamamos de Arquitetura
Clássica
• Esses princípios arquitetônicos foram compilados e
normatizados pelo arquiteto romano Vitrúvio, no século I a.C.
• Porém, todas estas proporções, que abrangem o Retângulo
Áureo, e o número Phi, 1,618, foram estabelecidas
anteriormente pelos egípcios
• As próprias colunas, que deram origem às Ordens de
Arquitetura, abordadas na Doutrina Maçônica, foram
inspiradas nos templos egípcios
• A influência do estilo arquitetônico dos templos gregos é
constante no universo maçônico. A maioria das fachadas dos
edifícios maçônicos, e das ilustrações referentes aos nossos
templos, reproduzem o estilo grego, ou clássico, de
arquitetura
OS TEMPLOS DOS HEBREUS
• Os hebreus não se notabilizaram pelas construções. Na maior
parte de sua história foram um povo nômade, composto por tribos
de pastores
• Mas há uma única construção em especial que chama a atenção, o
Templo de Jerusalém, notadamente para a Maçonaria
• Esse edifício, segundo o relato bíblico, teve origem no Livro do
Êxodo, que narra a trajetória dos hebreus pelo deserto, após terem
saído, não por acaso, do Egito
• Segundo a Bíblia, o próprio IAVEH teria passado diretamente a
Moisés o projeto deste espaço de adoração e culto, que
originalmente era uma tenda móvel, o Tabernáculo do Deserto
• Os Templos Adonhiramitas da atualidade têm alguns elementos
inspirados no Tabernáculo do Deserto: os candelabros; o Altar dos
Perfumes, e o Altar dos Juramentos, para os hebreus Altar dos
Sacrifícios, ou Holocaustos
• Após fixarem-se na Terra Prometida, é erguido um edifício fixo,
estruturado em pedras, o Templo de Jerusalém
• Embora não haja comprovação arqueológica desta edificação, a
narrativa bíblica se refere a três edifícios distintos:
1. O primeiro Templo, erguido no reinado de Salomão, e totalmente
destruído por ordem de Nabucodonosor;
2. O segundo Templo, erguido por Zorobabel, após o retorno do
cativeiro da Babilônia, e
3. O terceiro Templo, reformado e ampliado por Herodes, o Grande,
nos tempos de Jesus, e completamente destruído pelos romanos
no ano 70
OS TEMPLOS CRISTÃOS

• O cristianismo, e a igreja católica em particular, parecem ter sincretizado essas três vertentes
arquitetônicas, a egípcia, a grega, e a judaica, em seus templos
• Foi acrescido ao padrão arquitetônico o símbolo máximo da religião, a cruz, que pode ser
observada com clareza nas plantas das catedrais, notadamente nas de estilo gótico
• Ao observar a planta de uma catedral católica, veremos alguns elementos de nossos Templos
atuais, claramente inspirados no traçado:
1. Um local de maior destaque na parede do fundo, a ábside (6), correspondendo ao Altar da
Sabedoria;
2. A localização do Altar dos Juramentos (5);
3. O deambulatório (7), por trás da ábside, correspondendo ao espaço de circulação atrás do
retábulo;
4. O transepto (2), mais elevado que o piso da nave, correspondendo ao Oriente;
5. As naves laterais (3), correspondendo às bancadas do Norte e do Sul;
6. A nave principal (1), em nível mais baixo, correspondendo ao Ocidente;
7. O nártex (4), correspondendo ao Átrio
• Como defendo, a ritualística Adonhiramita não foi exatamente inspirada na Teosofia, ou em
Leadbeater, mas sim na liturgia católica
COMPARAÇÃO DAS PLANTAS
AS CATEDRAIS GÓTICAS
• Por mais que os britânicos insistam em afirmar que a
reconstrução de Londres, após o incêndio, em 1666, represente o
apogeu das corporações de pedreiros, não é isso que a História
mostra
• Toda revolução cultural e filosófica que a Europa sofreu teve início
na região da atual Alemanha
• Dentre os principais eventos relacionados a revolução cultural
alemã, pós Idade Média, destaco:
1. Invenção da imprensa (1439)
2. A Reforma Protestante (1517)
3. Os Manifestos Rosacruzes (1617)
• Apesar da reforma do coro da Catedral de Saint Denis, em 1135, na
França, ser apontada como a primeira obra do estilo gótico de
arquitetura, ao que parece, o estilo nasceu na Alemanha, já que o
verbete gótico se refere aos godos, povo germânico
• E foi exatamente o estilo gótico de arquitetura que notabilizou as
corporações de pedreiros
• O “segredo”, era o conhecimento das técnicas de construção dos
arcos botantes, dos tetos de elevada altura, dos arcos ogivais, dos
belíssimos vitrais, etc.
• As catedrais góticas materializavam a pequenez do homem diante
do Universo
A CATEDRAL DE COLÔNIA
• Uma catedral gótica, em particular, é de interesse para nossa análise, a
Catedral de Colônia, na Alemanha, iniciada em 1248, e que levou nada
menos que 600 anos para ser concluída
• Segundo Oscar Argollo, autor maçônico das primeiras décadas do
século XX, na obra intitulada “O Segredo da Maçonaria”, foi encontrado
um ritual maçônico composto de 7 Graus, que chamou de “egípcio
antigo”, praticado pelos pedreiros construtores da Catedral de Colônia,
em 1613, já no período de transição para o modo especulativo, que
considerava ser a origem dos rituais Adonhiramitas
• Coincidência ou não, Saint-Victor, na edição de 1785 da Compilação
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, ao descrever o Stekenna, faz a
seguinte colocação:

“Os sete selos que estão nesse livro designam os sete Graus da
Maçonaria; e o Cordeiro, que é o Stekenna, deitado sobre ele, mostra-nos
que como só Ele é digno de romper os selos, somente o verdadeiro
Rosacruz goza do privilégio de ler o livro, que contém a Doutrina completa
dos maçons, e de penetrar em seus mistérios mais secretos.”

• Não parece ter sido por acaso, que Saint-Victor incluiu no segundo
volume da Compilação, um ritual de origem alemã, de Cavaleiro
Noaquita ou Prussiano, que acabou se tornando o décimo terceiro e
último Grau original do Rito Adonhiramita
• Aliás, durante muito tempo, nós, maçons Adonhiramitas, fomos tratados
como Cavaleiros Noaquitas
OS SALÕES DAS PRIMEIRAS LOJAS

• Os ambientes de reunião dos maçons no início do século XVIII não


eram templos, eram espaços adaptados em tavernas, pátios de igrejas,
escolas, etc.
• Não havia, ainda, a associação deste espaço com uma catedral ou
igreja, o que eles simbolizavam, através dos desenhos no chão,
tapetes, e instrumentos espalhados no local, eram os alojamentos dos
pedreiros, as Lodges, aliás, a expressão Loja, que utilizamos desde
sempre, vem daí
• Essa simulação de ambiente ainda é mantida pelo Ritual de Emulação
• A ritualística, se é que existia, devia ser bastante simples, muito mais
próxima de disciplina de movimentos do que qualquer outra coisa
• O conceito de templo vai surgir bem depois, e como sabemos, varia
entre os Ritos
OS PRIMEIROS AMBIENTES MAÇÔNICOS
• Ao contextualizar a sociedade britânica e europeia do início do século XVIII,
veremos que uma classe de intelectuais, filósofos, cientistas, pesquisadores,
ou seja, a elite cultural das nações, estava incomodada com a opressão
religiosa e política, e, sobretudo, com a restrição à liberdade de pensamento
• Portanto, parece razoável supor que esta nova associação, a Maçonaria,
pretendesse ser um foro de debate de ideias, onde a censura seria estabelecida
apenas pelos padrões éticos e morais vigentes
• Neste raciocínio, é igualmente lógico deduzir que os primeiros ambientes
exclusivamente maçônicos fossem projetados para se comportarem como uma
tribuna, em formato de arena, onde o orador pudesse se dirigir a todos os
presentes de uma área central
• O Senado romano era assim
• Mas a Ordem era secreta, a porta de acesso precisava ser vigiada, além do que,
uma construção de formato circular chamaria demais a atenção
• Parece que optaram por um ambiente retangular, ou quadrado, em formato de
ferradura ou “U”, permitindo a vigília do acesso
• Essa configuração espacial apresentava ainda a vantagem de ser confundida
com um sindicato, associação de estudos, ou algo afim, lembrando que a
decoração destes ambientes ainda era muito simples, no que diz respeito aos
símbolos maçônicos
• Ao que tudo indica, esses primeiros espaços formais de reuniões maçônicas,
foram inspirados no Parlamento Inglês, com duas bancadas frente a frente, e
uma posição de destaque na parede de fundo
• A expressão Sala dos Passos Perdidos indubitavelmente vem daí
A INSERÇÃO DOS TEMPLOS NA MAÇONARIA
• A inserção do conceito de templo na Maçonaria moderna não se deu de uma hora para outra, foi paulatina,
resultado de um processo que somente se consolidou no século XX
• Dentre as presumíveis razões para sua adoção pelos Ritos, destaco:

O TEMPLARISMO A RELIGIOSIDADE

A LENDA DO TERCEIRO GRAU


A LENDA DO TERCEIRO GRAU

• A adoção da terceira e definitiva versão da Lenda do Terceiro Grau na Maçonaria foi o principal fator de transformação dos
rituais, da doutrina, e dos Templos
• A Lenda incorporou ao simbolismo doutrinário o Templo de Jerusalém, erguido por Salomão
• A partir daí, e até hoje, isso causa enorme confusão entre os maçons
• A Lenda do Terceiro Grau é uma alegoria, uma ficção
• Não há sequer vestígios arqueológicos da existência desse edifício, o que temos se refere ao templo reformado por Herodes, o
Grande, e destruído pelos romanos no século I
• A narrativa bíblica não coincide com a lenda maçônica, não há arquiteto, e tampouco reuniões maçônicas nos tempos de
Salomão
• Aliás, o rei Salomão não frequentava o interior do templo, apenas os sacerdotes levitas faziam isso. Comparativamente, o que
fazemos hoje em nossas sessões, era feito pela população comum do lado de fora dele
• Não havia audiências em seu interior, Salomão não possuía um trono ou uma cadeira ali
• As Colunas eram vestibulares, ficavam do lado de fora
• Apesar disso, vemos muitos dos elementos de nossos atuais Templos, atrelados ao Templo de Salomão: as Colunas “J” e “B”,
o Altar dos Juramentos (Holocaustos), o Altar dos Perfumes, os Candelabros, as Romãs
• Mas é importante que tenhamos consciência de que tudo isso é doutrinário, simbólico. Nossos Templos não reproduzem o
Templo de Salomão
O TEMPLARISMO
• Apesar da Maçonaria moderna não ser uma evolução da Ordem dos Cavaleiros
Templários, a influência sofrida pelo templarismo é incontestável, e está
diretamente ligada à Lenda do Terceiro Grau, mas também envolve vários outros
mitos, sem comprovação histórica
• Diz-se que os nove nobres que se apresentaram a Balduíno II em Jerusalém, em
1118, e que fundaram a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de
Salomão, situaram sua sede nas ruínas do Templo de Salomão
• Nada fizeram com relação à defesa dos peregrinos, ou no combate aos
sarracenos, mas aparentemente trabalharam como arqueólogos que sabiam o que
procuravam
• Após 9 anos nessa lide, dirigiram-se ao Vaticano, e em entrevista com o Papa
Honório II, sem motivo aparente ou declarado, foram ordenados e transformados
na mais poderosa ordem de cavaleiros da Idade Média
• As versões e lendas sobre supostos tesouros e conhecimentos encontrados por
esses cavaleiros são inúmeras, e resistem aos séculos
• Essa fórmula de mistério caía como uma luva para uma organização secreta, que
estimulava a imaginação popular com relação aos segredos e mistérios que se
passavam dentro dos Templos. Os maçons, assim como os Templários, possuíam
um conhecimento incomum e valioso, que era transmitido a membros
criteriosamente escolhidos na sociedade. Uma união perfeita entre as lendas e a
imagem da Maçonaria para os profanos
• Dessa maneira, como os Templários viviam em templos, e neles transmitiam seu
conhecimento secreto, os maçons assim também passaram a fazer
• Nesse sentido, sim, a Maçonaria é uma Ordem Templária
A RELIGIOSIDADE
• O último fator que levou à adoção do conceito de templo pela Maçonaria
moderna foi a religiosidade
• Ressalte-se que nem todos os Ritos comungam dessa característica, o que
não é o caso, evidentemente, do Rito Adonhiramita
• Mas comprovadamente os rituais maçônicos sofreram não apenas
influência das diversas religiões, mas também de princípios herméticos,
rosacruzes, martinistas, cabalistas, e metafísicos de um modo geral, que
levaram a incluir no rol dos elementos de sua Doutrina a espiritualidade
• Se falamos de espiritualidade, e por conseguinte em divindade, a quem
tratamos como Grande Arquiteto do Universo, parece razoável que nossas
reuniões ocorram num local consagrado à divindade, um templo
• Os Templários adotaram o Salmo 115 como divisa, e a Maçonaria, por sua
vez, adaptou para a expressão “Á Glória do Grande Arquiteto do Universo”
• Nós, Adonhiramitas, implementamos esse entendimento, quando ao
término de nossas sessões, declaramos ser a ELE devido “o que fizemos
de bom, de útil, e de glorioso (...)”
• Numa aparente presunção, parece que essa prece de encerramento resume
o pensamento Adonhiramita de que estamos nesse plano da existência
para aperfeiçoar a Grande Obra de Deus
• Não vejo local mais apropriado para essa tarefa que num templo
A COMPILAÇÃO PRECIOSA

• A obra de referência do Rito Adonhiramita, a Compilação Preciosa, não descreve o


Templo fisicamente, há apenas menção à divisão do espaço das reuniões em três
ambientes distintos, a Sala dos Passos Perdidos, o Átrio, e o Templo em si
• Com relação à porta de entrada, existe a observação de que deve ser dupla
• Tudo leva a crer que os Templos Adonhiramitas não eram diferentes dos demais Ritos
praticados na França
• Nos Templos desse período não havia diferença de nível entre o Ocidente e o Oriente,
mas existia desníveis em relação aos Altares das Dignidades
• O Altar da Sabedoria ficava três degraus acima do piso, o do Primeiro Vigilante dois, e
o do Segundo Vigilante um
• O revestimento de piso provavelmente era igual em todo o recinto, o Squared Floor,
quadriculado em preto e branco
A EVOLUÇÃO DOS TEMPLOS
• Como vimos até aqui, os Templos Maçônicos foram se modificando ao longo dos tempos, e ainda o serão, em função das
constantes atualizações dos rituais
• Mas a partir de determinado momento, ao final do século XIX, estes espaços parecem ter assumido um aspecto mais regular, sem
grandes variações
• Isto também não ocorreu por acaso, e dentre os fatores que levaram a isso destaco:

O FIM DAS PERSEGUIÇÕES


O ESTABELECIMENTO DE À MAÇONARIA
ESTADOS DEMOCRÁTICOS DE
DIREITO

A INDIVIDUALIZAÇÃO
A LIBERDADE DOS RITUAIS
RELIGIOSA
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
• Desde a fundação da Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717,
o governo das nações passou por grandes transformações, e a
Maçonaria, ou melhor dizendo, os maçons, tiveram participação ativa e
relevante neste processo
• O despotismo e tirania dos monarcas deu lugar, na maioria dos países,
a estados democráticos de direito, onde os cidadãos possuem a
liberdade civil garantida
• Atualmente nossas Lojas possuem personalidade jurídica, CNPJ,
endereço fixo, páginas na internet e redes sociais, usamos adesivos
nos veículos, botons, chaveiros, adereços maçônicos, etc.
• Não somos mais uma sociedade secreta, e nem precisamos ser. Apenas
nossos rituais, Toques, Palavras e Sinais, permanecem objeto de algum
sigilo
• As Lojas deixaram de ser núcleos de conspiração
• A liberdade de pensamento e de expressão são reais na maioria das
nações
• Essa circunstância possibilitou a construção de espaços e edifícios
cada vez mais requintados e decorados com o simbolismo maçônico, o
que favoreceu a adoção de Templos mais adequados aos rituais
O FIM DAS PERSEGUIÇÕES

• Uma das consequências do estabelecimento do estado democrático de direito


nas nações foi a extinção das perseguições políticas à Maçonaria
• Só no caso do Brasil, vimos isso acontecer duas vezes, em 1818, com a edição
do Decreto de D. João VI que proibia as atividades das chamadas sociedades
secretas, e em 1822, quando o Imperador D. Pedro I, paradoxalmente Grão-
Mestre do Grande Oriente Brasílico, suspendeu as atividades maçônicas no
recém fundado país
• A partir da implementação dos regimes democráticos, as Lojas Maçônicas
deixaram de ser uma ameaça para os governos, pois os cidadãos comuns, por
si mesmo, adquiriram a permissão para decidir suas escolhas
• Este, portanto, foi outro fator relevante para que os Templos Maçônicos
pudessem ser construídos de forma mais livre, e adequada aos preceitos da
Doutrina
• A Maçonaria finalmente saía de seus “esconderijos”
A LIBERDADE RELIGIOSA

• Outro aspecto decorrente do estabelecimento das democracias foi a tolerância


religiosa
• Nos países democráticos cada cidadão adquiriu o direito de cultuar o “Deus
do seu entendimento”
• Embora não haja uma religião universal, esta pluralidade de crenças e fés, em
convivência harmônica, aproximava as sociedades dos objetivos descritos por
James Anderson, nas Constituições de 1723, todos iguais independentemente
da escolha religiosa
• Com raras exceções, a Maçonaria deixou de ser combatida e atacada pelas
religiões
• Estava aberto o caminho para que fosse idealizado e materializado o Templo
que os ritualistas julgavam correto para a Glória do Princípio Criador e Único,
a quem chamamos de Grande Arquiteto do Universo
A INDIVIDUALIZAÇÃO DOS RITUAIS

• Este fator não foi consequência direta da implantação da democracia,


mas talvez seja o mais relevante para a formatação atual dos nossos
Templos
• Com maior liberdade para trabalhar e pensar, os ritualistas se
dedicaram a modificar e aperfeiçoar os rituais
• Os Templos, evidentemente, ocupam um lugar de destaque tanto na
Doutrina quanto na ritualística
• Assim, progressivamente, os Templos Maçônicos ganharam a
personalidade de cada Rito, a tal ponto de causar transtornos quando
temos que utilizar espaços compartilhados
• A partir do momento em que os Templos assumiram a personalidade de
cada Rito, a identidade visual e física das doutrinas tornou-se mais
explícita
• No caso do Rito Adonhiramita, essas personalizações foram muitas
OS RITUAIS BRASILEIROS

• Com relação ao Rito Adonhiramita, a primeira imagem, e descrição mais detalhada de


um Templo, surge no ritual de Aprendiz Maçom de 1963, publicado pelo GOB
• Este foi exatamente o período em que o Rito Adonhiramita adotou características
ritualísticas e litúrgicas bem distintas dos demais, que foram consolidadas na edição
seguinte, publicada em 1969
• Como podemos observar, não estão assinalados o Altar dos Juramentos, da Chama
Sagrada, e dos Perfumes
• No Oriente, as posições do Orador e Secretário, e também das fileiras dos Mestres
Instalados, é elevada em relação ao piso, correspondendo ao primeiro degrau do Altar
da Sabedoria
• Não há indicação do Pavimento Mosaico, e o piso do Ocidente é assentado na
diagonal, em ângulo de 45°
O TEMPLO ADONHIRAMITA
OS ELEMENTOS DO TEMPLO
• Nos termos do nosso ritual, os Templos Adonhiramitas são compostos de três ambientes: dois externos, a Sala dos Passos Perdidos
e o Átrio, e um interno, que é o Templo propriamente dito
• Consta do ritual uma relação de itens obrigatórios no Templo

1. O piso quadriculado no Ocidente, e liso, na cor branca no Oriente


2. Quatro degraus no Ocidente
3. Três degraus no Oriente
4. Uma balaustrada separando o Oriente do Ocidente
5. A parede curva atrás do Retábulo
6. Um Retábulo, no Oriente
7. Altar da Sabedoria
8. Altar dos Juramentos
9. Altar da Chama Sagrada
10. Altar dos Perfumes
11. Um Dossel
12. Altares da Força e da Beleza
13. Mesas para as demais Dignidades (4)
14. Pavimento Mosaico
15. Duas Colunas, “J” e “B”
16. Duas bancadas no Ocidente, Norte e Sul
17. Duas bancadas no Oriente, Nordeste e Sudeste
18. Abóbada Celeste
19. Corda de 81 Nós
20. Paredes azuis
21. A Câmara de Reflexões como anexo
SALA DOS PASSOS PERDIDOS E ÁTRIO

• Originalmente a Sala dos Passos Perdidos era a denominação do ambiente exatamente anterior ao Átrio, onde os Irmãos
visitantes eram submetidos a exame de regularidade pelo 1° Experto
• Atualmente o termo ganhou uma concepção mais abrangente, correspondendo a todo o mundo exterior ao Templo
• Recebe essa denominação exatamente porque os caminhos do profano são incertos, sem direção, repletos de dúvidas, e
ansiedade, tal como ocorria com aqueles que não tinham o direito de participar das sessões do Parlamento Britânico
• No Rito Adonhiramita essa condição é potencializada
• O Átrio é o ambiente intermediário entre o Templo e a Sala dos Passos Perdidos, onde formamos o cortejo de entrada, ou
Procissão
• Funciona como uma espécie de zona de descompressão, onde o Mestre de Cerimônias diligentemente nos convida para a
reflexão, nos estimulando a deixar do lado de fora do Templo todas as preocupações do dia a dia
• Algumas Lojas, por conta do exíguo espaço físico, tem a possibilidade deste ambiente existir prejudicada
Luz

Templo

SAGRADO
Espiritual

Átrio

NEUTRO
Umbral - Descompressão

Sala dos Passos


Perdidos
PROFANO
Material

Trevas
O FORMATO RETANGULAR
• As dimensões e formato de nossos Templos na maioria das vezes é apenas simbólica
e doutrinária
• O ritual estabelece que nossos Templos devem ter o formato em planta de um
quadrilongo, ou retângulo formado pela Proporção Áurea – 1,618, compreendendo a
soma de três retângulos, dois no Ocidente e um no Oriente
• Nossos ancestrais operativos entendiam que esta proporção é uma espécie de código
da Natureza, repetido em diversos organismos e espaços físicos. Julgavam que ao
construir espaços nesta proporção possibilitaria a harmonização com o Universo. O
pensamento místico segue esta mesma linha de raciocínio
• Não possui vãos, aberturas ou janelas. As janelas aparecem apenas na ilustração do
Painel do Grau
• O piso do Ocidente é quadriculado, em lajotas pretas e brancas de modo alternado, em
padrão ortogonal de assentamento, formando esquadrias, ou ângulos retos, seguindo
a orientação dos Pontos Cardeais
• Oriente e Ocidente são separados por uma balaustrada
• Não existem Colunas Zodiacais
• Por trás do Retábulo deve haver espaço para circulação
• A porta de acesso é frontal, no centro da parede do Ocidente, e deve ser dupla
• A parede de fundo, no Oriente, atrás do Retábulo, deve ser curva. A intenção desta
curvatura é provocar uma ilusão de ótica, sugerindo maior profundidade e infinitude
• Doutrinariamente possui largura do Norte ao Sul, comprimento do Ocidente ao Oriente,
altura do chão ao zênite, e profundidade do chão ao centro da Terra
• Isso quer dizer que o Templo é um microcosmo, porém, o que está sendo aludido é a
universalidade da Doutrina Maçônica, a amplidão que o conhecimento do Universo,
alcançado pela mente humana pode proporcionar ao maçom, que é um livre pensador
AS PAREDES AZUIS

• O Rito Adonhiramita, juntamente com o Rito Moderno, são chamados de Ritos


Azuis, e essa denominação tem tudo a ver com a cor das paredes internas de
nossos Templos
• Ocorre que esses dois Ritos, embora de origem francesa, seguiram as
orientações da Grande Loja de Londres e Westminster, fundada em 1717, e
batizada pejorativamente de Grande Loja dos Modernos, pela corrente
escocesa, que se intitulou Grande Loja dos Antigos
• A Grande Loja dos Modernos adotou a cor azul, de onde vem a designação de
Lojas Azuis para os Graus Simbólicos, as Blue Lodges
• É claro que a cor azul traduz uma série de outras interpretações, científicas e
místicas, mas originalmente, a razão da escolha não foi tão permeada de
glamour, por assim dizer
A ABÓBADA CELESTE

• Os tetos de nossos Templos reproduzem um céu simbólico, e não físico


• Nele estão dispostos astros em posições correspondentes aos cargos da Loja,
e elementos doutrinários da Maçonaria, por assim dizer
• O objetivo dos ritualistas é associar os conceitos dos antigos astrônomos
sobre os astros às virtudes maçônicas e atribuições dos cargos, é um céu
imaginário, ideal, que não possui qualquer correspondência com o céu físico
em nenhuma região do planeta
• Sua superfície, a exemplo da parede de fundo do Templo, deve ser curva,
abobadada, para imprimir no observador a ilusão ótica de profundidade
• Deve ter uma lâmpada no centro, que não possui qualquer conotação mística,
ela representa o Sol no seu ponto mais alto do firmamento, o zênite, o meio-
dia, o momento em que todos os homens, por conta da perpendicularidade do
Sol, tem a sombra projetada sobre si mesmos, ou seja, iguais, do mesmo
tamanho
• É esse ponto luminoso na Abóbada que os Vigilantes observam de suas
posições, o “meio-dia completo”
OS DEGRAUS

• Quatro são os degraus localizados no Oriente, e que levam


ao Oriente, simbolizando as Quatro Virtudes Cardeais, ou
Cardinais, PRUDÊNCIA, CORAGEM, JUSTIÇA e
TEMPERANÇA
• São essas virtudes que possibilitam o convívio harmônico e
fraterno entre os seres humanos
• O quarto degrau corresponde ao piso do Oriente
• Três são os degraus do Oriente, que elevam o Altar da
Sabedoria, e se referem às três Virtudes Teologais,
ESPERANÇA, FÉ e CARIDADE
• O terceiro degrau corresponde ao nível do Altar da
Sabedoria
• Ao todo, temos em nossos Templos sete degraus
AS COLUNAS

• As Colunas de nossos Templos são invertidas em relação ao REAA


• “J” fica à esquerda de quem entra, correspondendo à Coluna do Norte, onde sentam os Aprendizes: e “B” à direita,
correspondendo à Coluna do Sul, onde sentam os Companheiros
• Ambas são ocas, na cor de bronze, e no estilo Coríntio de arquitetura, devem ser encimadas cada uma por três romãs
entreabertas, que simbolizam o grande número de maçons e sua união
• No Rito Adonhiramita não há os globos celeste e terrestre
• São posicionadas em paralelo, ou seja, perpendicularmente às bancadas do Norte e do Sul
• O Altar do 1° Vigilante está na Coluna “B”, deve ser elevado dois degraus do piso do Ocidente, e deve possuir uma Pedra Cúbica,
ou Polida em sua base
• O Altar do 2° Vigilante está situado na Coluna “J”, e deve ser elevado um degrau em relação ao piso do Ocidente. Na sua base
deve existir uma Pedra Bruta
O RETÁBULO

• Atrás da cadeira do venerável Mestre deve ser instalado um Retábulo,


com fundo azul, tendo em seu eixo, na parte superior o Delta Sagrado,
com o Olho que Tudo Vê nele inserido, e nas laterais o Sol e a Lua
• Ao lado da Lua estão dispostas sete estrelas representando as Plêiades
• Deve existir espaço para circulação entre o Retábulo e a parede de
fundo do Templo
O DOSSEL

• Acima do Altar da Sabedoria deve


existir um Dossel revestido de tecido
azul-celeste e dotado de franjas
douradas
A CORDA DE 81 NÓS

• Nas paredes laterais e de fundo do Templo, deve ser exibida a Corda de 81 Nós, que
deve terminar aberta, em duas borlas, junto à porta de entrada
O PAVIMENTO MOSAICO

• No centro do piso do Ocidente está localizado o Pavimento


Mosaico
• Não se pisa sobre ele, nem com a Loja fechada, é considerado um
local sagrado para nós Adonhiramitas
• Sobre ele deve repousar apenas o Painel do Grau
A CÂMARA DE REFLEXÕES

• Como dito anteriormente, a Câmara de Reflexões é um anexo dos Templos


Adonhiramita
• Consiste num ambiente sem janelas, com apenas uma porta, tendo como mobiliário
uma mesa e uma cadeira ou banco
• Não deve receber iluminação externa, sendo iluminada apenas por uma lâmpada de
brilho fraco e opaco
• Suas paredes e teto devem ser pretos, contendo os painéis comuns a todos os Ritos, e
o indispensável V.I.T.R.I.O.L.
• Nela também são colocados os itens de decoração: um esqueleto ou crânio humano,
uma ampulheta, um recipiente com sal, outro com enxofre e outro com água, além de
um pão
• Na Câmara de Reflexões do Rito Adonhiramita não há o mercúrio
CONCLUSÃO
• O conceito de templo não nasceu com a formalização da Maçonaria
Especulativa, foi se inserindo nela com o passar do tempo
• Atualmente, a maioria dos Ritos denomina os espaços de reunião como
Templos, e como vimos existem vários motivos para isso
• Independentemente das características específicas que cada Rito assumiu, de
modo geral o conceito dos Templos Maçônicos é mais doutrinário e simbólico
do que físico
• Parafraseando a Lei da Correspondência da Hermética, “assim como o que está
em cima, está embaixo”, o que está dentro também está fora, e os verdadeiros
templos cultuados pela Maçonaria são nossos Templos Interiores
• É neles que arde a Centelha Divina, chamada de Nous, Ayn-Soph, Prana. Força
Vital, e tantos outros nomes. É neles que devemos trabalhar e aperfeiçoar. Essa
é nossa Grande Obra
• Rogo ao Grande Arquiteto do Universo que permaneça nos guiando nessa
tarefa, para que possamos cada vez mais polir nossas Pedras Brutas, para que
possamos refletir sua Verdadeira Luz com maior intensidade, e assim, iluminar
os espaços físicos, os Templos materiais, nos quais nos reunimos
O Grupo Adonhiramita de Estudos foi idealizado por
maçons praticantes do Rito. Agrega Irmãos de todos os
Ritos, de todos os Graus e Qualidades, membros de
Potências Simbólicas Regulares, unidos pelo propósito
de fomentar a pesquisa, a troca de conhecimento, e o
debate sobre nossa Doutrina, história, ritualística e
liturgia.
Os temas tratados se referem ao Grau de Aprendiz.

Todos são bem-vindos! Caso haja interesse em participar,


basta solicitar a inclusão no chat.
Agradecemos a todos pela participação, e contamos com a
presença em nossas próximas palestras.

Que o Grande Arquiteto do Universo nos guie e ilumine!

BOA NOITE!

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