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O GRUPO ADONHIRAMITA DE ESTUDOS

apresenta

BREVE HISTÓRIA
DO RITO ADONHIRAMITA
Sergio Emilião
MI - F R+C
OBSERVAÇÕES

• A apresentação foi baseada em documentos históricos relacionados ao Rito Adonhiramita, originários da França, EUA,
Inglaterra, Portugal e Brasil
• Os comentários refletem apenas a opinião pessoal do apresentador, e não a posição oficial do Grande Oriente do Brasil nem de
qualquer Potência Simbólica ou Filosófica na qual o Rito Adonhiramita é praticado

AVISO LEGAL
O ingresso na sala virtual desta apresentação implica na tácita concordância com a íntegra do que dispõe a Lei Geral de Proteção
de Dados, Lei Federal n° 13.709, de 14.08.2018
INTRODUÇÃO

• A origem histórica do Rito Adonhiramita, pelo menos até esse momento,


permanece imprecisa
• A principal razão é a escassa literatura dedicada, cujos motivos serão
expostos nesta apresentação
• O que vemos nos textos relacionados ao assunto são opiniões pessoais
dos pesquisadores, evidentemente coerentes, mas baseadas na maioria
das vezes na especulação, na dedução, pois há muitas lacunas a serem
preenchidas
• Esta apresentação não fugirá desse roteiro, o que apresentarei são
minhas conclusões baseadas em pesquisas e documentos históricos,
bem como em rituais, artigos e livros, acessíveis nesta data, ou seja, não
é nada definitivo
• Não há aqui, portanto, a pretensão ou presunção de proclamar a verdade
absoluta
• Minha intenção é apenas apresentar elementos que possam auxiliar no
entendimento das possíveis origens do Rito Adonhiramita
• Rogo ao Grande Arquiteto do Universo, que num futuro próximo
possamos ter acesso a documentos e provas que sejam conclusivas, e
que eu possa revisar não apenas esta apresentação, mas também meu
ponto de vista



Introdução
O Conceito dos Pesquisadores
As Características do Rito
ESCOPO
• A possível Origem Alemã
• O Nome Adonhiramita
• O Catecismo dos Franco-Maçons
• A Conclusão de Travenol
• Os Livros dos Reis e das Crônicas
• Adonhiram x Hiram Abif
• A Oposição dos Ritualistas
• A Formalização do Rito
• Flávio Josefo
• Adon + Hiram
• O Autor da Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita
• O Barão de Tschoudy
• Guillemain de Saint-Victor
• As Lojas de Adoção
• As Origens da Maçonaria Adonhiramita
• O Stekenna e sua Origem
• O Número de Graus Original
• O Declínio na França e Migração para Portugal
• A Chegada ao Brasil
• As Evidências no Brasil do Século XIX
• O Período Anterior a 1822
• A Evolução nos Séculos XIX, XX e XXI
• Conclusão
O CONCEITO DOS PESQUISADORES

• Não há consenso entre os pesquisadores com relação à origem do Rito Adonhiramita


• Alguns argumentam ser originário dos rituais de Kilwinning, York e Clermont, assim como a
própria Maçonaria francesa o foi, de modo geral
• Outros o apontam como um simples desdobramento do Rito de Perfeição, ou Heredon, “Monte
Místico”, originário da Escócia e bastante praticado na França
• Mas há também quem aponte suas origens na Alemanha, e na influência exercida pelo Rito da
Estrita Observância Templária, e do Conselho de Cavaleiros do Oriente, sobre alguns ritualistas
Adonhiramitas
• Mesmo assim, existem autores que o classificam como um dos Ritos mais antigos praticados
no período denominado especulativo
• Talvez, na verdade, ele seja o resultado da soma de todas estas hipóteses, aliás, esta é a minha
opinião
• Ao que parece, o Rito Adonhiramita surgiu de uma tendência, de uma corrente da Maçonaria
europeia, que possuía um entendimento diferenciado da Lenda do Terceiro Grau, e a partir de
então, desenvolveu rituais próprios, repletos de críticas às outras práticas
• Mas na verdade, essa interpretação não é relevante em relação à Doutrina Maçônica, pois
sequer a Lenda do Terceiro Grau foi modificada, além da identidade do arquiteto do Templo
• Seu perfil foi desenhado através de outras influências, caracterizando-o como um Rito místico,
teísta, religioso, dramático na liturgia, utilizando a música em abundância em suas sessões
• Foi praticado por pouco tempo na Europa, e sua evolução ocorreu no Brasil
AS CARACTERÍSTICAS DO RITO

• Dentre os adjetivos com os quais o Rito Adonhiramita é definido, o temos como


espiritual, metafísico, religioso, tradicionalista e ortodoxo
• Mas também somos chamados algumas vezes de supersticiosos e invencionistas.
É um direito de quem nos observa
• Creio que a culpa seja nossa, pois na maioria das vezes não somos capazes de
descrever a Doutrina. Por essa razão julgo primordial que estudemos cada vez mais
sobre o Rito
• Outros entendem que estas são características modernas, e não originais. Nesse
sentido pretendo demonstrar que há evidências que sugerem que sempre foi assim
• É um Rito Teísta, marcado pela fé de seus praticantes, pela musicalidade das
sessões, e pela requintada liturgia, comparável ao que costumamos chamar de
magia cerimonial
• Quando pesquisamos sobre suas origens, a compreensão dessas características
vai se tornando cada vez mais clara, o que se acentua para os praticantes de outros
Ritos, quando em visita às nossas Lojas
A POSSÍVEL ORIGEM ALEMÃ
• Estamos habituados a buscar as origens da Maçonaria moderna na Inglaterra, pois
evidentemente, foi lá que a Ordem foi regulamentada, mas a atuação dos “pedreiros
livres” abrangia praticamente todo o território europeu
• A Alemanha, por exemplo, teve papel de destaque na revolução do pensamento
europeu, através da invenção da imprensa, da Reforma Protestante, e do surgimento
dos movimentos rosacruzes, talvez possamos encontrar algo mais lá
• Oscar Argollo, autor maçônico das primeiras décadas do século XX, na obra intitulada
“O Segredo da Maçonaria”, associa o Rito Adonhiramita à construção da Catedral de
Colônia, na Alemanha, iniciada em 1248
• Segundo Argollo, teria sido descoberto um ritual, que ele chamou de “Primitivo do
Egito”, que era praticado pelos maçons do período de transição do modo operativo
para o especulativo, em 1613, composto de 7 Graus
• Afirma o autor, que este ritual seria a origem dos rituais Adonhiramitas
• A afirmação é surpreendente, mas não julgo impossível
• Primeiramente porque Argollo certamente teve acesso a alguma fonte que
fundamentasse sua tese, que é totalmente diferenciada do senso comum
• E em seguida, por algumas coincidências que veremos no decorrer da apresentação
• De toda forma, por mais parecido que esse ritual possa ser com a prática
Adonhiramita, com certeza absoluta esse Rito não tinha essa denominação no século
XVII
O NOME ADONHIRAMITA
• A denominação de Adonhiramita se deu após a adoção da terceira e definitiva
versão da Lenda do Terceiro Grau, sem precisão de data, mas com certeza no
período compreendido entre 1725 e 1744
• A versão da Lenda do Terceiro Grau adotou o Templo de Jerusalém, erguido
pelo rei Salomão, como base doutrinária, nos termos da narrativa do Primeiro
Livro dos Reis, e Segundo Livro das Crônicas, ambos da Bíblia
• Mas esbarrava num sério entrave, a narrativa bíblica não atribuía a nenhum
personagem a qualificação de arquiteto do Templo
• Isso é uma questão teológica, pois de acordo com a Bíblia, o projeto do Templo
é de autoria do próprio IAVEH
• Dessa forma, surgem dois candidatos ao título, e por conseguinte ao
protagonismo da Lenda do Terceiro Grau, já que Salomão e Hiram, rei de Tiro,
eram governantes e não construtores: Adonhiram e Hiram Abif
• Isso deu origem a duas vertentes maçônicas, os maçons que defendiam
Adonhiram como arquiteto do Templo formaram a chamada Maçonaria
Adonhiramita, e os que escolheram Hiram Abif, a Maçonaria Hiramita
• Neste sentido, é importante frisar que não estamos ainda falando de Ritos, mas
de Lojas, e de maçons, que se posicionaram de uma ou outra maneira
• A corrente Adonhiramita só se consolidou em Rito após 1781
O CATECISMO DOS FRANCO-MAÇONS

• Na primeira metade do século XVIII, a tentativa da igreja de desvendar os


segredos maçônicos era comum na Europa
• Em 1744, um abade chamado Louis Travenol, que alguns autores apontam como
maçom, e músico da Ópera de Paris, publica sob o pseudônimo de Leonard
Gabanon, uma obra intitulada Catechism des Franc-Maçons, ou Le Secrets des
Franc-Maçons, ainda inédita na língua portuguesa
• Na verdade, essa obra não possui qualquer relação com o Rito Adonhiramita em
si, apesar de reproduzir o pensamento dos maçons e ritualistas Adonhiramitas
da época
• Também não assinala o início da prática do Rito, mas apenas expõe uma linha de
pensamento comum
• Nela, Travenol faz uma exegese dos textos bíblicos, e associando a Lenda do
Terceiro Grau à narrativa dos Livro dos Reis e das Crônicas, aponta Adonhiram
como provavelmente sendo o Mestre Arquiteto aludido na Lenda do Terceiro
Grau, ou seja, emite sua opinião
A CONCLUSÃO DE TRAVENOL

“O autor (está se referindo ao ritualista que desenvolveu a Lenda do Terceiro Grau)


está certo em dizer que não se trata de Hiram, rei de Tiro, entre os franco-maçons, mas
também não é, como ele afirma, deste Hiram, admirável trabalhador de metais que
Salomão mandou trazer de Tiro, e que fundiu as duas Colunas de bronze que estavam na
porta do Templo (...)
Que relação um fundidor de metais poderia ter com a fraternidade dos franco-
maçons, que nada tem em comum com ourives, serralheiros, ou fundidores de
caldeirões? Mas, além do fato de não ser provável que esteja entre eles Hiram, Rei de Tiro,
nem Hiram, o fundidor de metais, todos concordam que é em memória do arquiteto do
Templo de Salomão que eles fazem todas as cerimônias; e principalmente aquelas que
observam na recepção dos Mestres. Além disso, como podemos estar enganados, se as
Escrituras nos ensinam que quem executou a obra para a construção do Templo de
Salomão se chamava Adoniram? É verdade que Josefo em sua História dos Judeus diz
que seu nome é Adoram. Mas essa diferença não deve confundi-lo com Hiram rei de Tiro,
nem com Hiram, o fundidor de metais. Não há, portanto, nenhuma dúvida de que aquele
cuja memória os franco-maçons honram é chamado de Adoniram ou Adoram (...)”
OS LIVROS DOS REIS E DAS CRÔNICAS

• Como afirmei, e sabemos, estes dois livros são a base da Lenda do Terceiro Grau
• O Livro dos Reis, chamado de M’lakhim no hebraico possui nas versões modernas
dois volumes
• O Livro das Crônicas, Dibré Hayyâmim (“assunto dos dias”) no hebraico, também
é dividido em duas partes
• Cronologicamente, o Livro dos Reis é anterior ao Livro das Crônicas
• Em síntese, o Livro das Crônicas reescreve a construção do Templo de Jerusalém,
adicionando maiores detalhes
• Os originais foram escritos em hebraico, e primeiramente traduzidos para o grego,
na versão que foi denominada Septuaginta, pois foi escrita por uma comissão de
70 sábios judeus, e mais tarde versados para o latim, chamando-se Vulgata Editio,
tendo como tradutor o bispo Jerônimo de Strídon
• Após isso, muitas outras traduções e versões foram feitas, possivelmente
distorcendo os textos originais
• Desta forma, surgem grafias diferentes para os personagens envolvidos na
polêmica em nosso idioma, Adoniram, Adonirão, Aduram, Adurão, e Hiram, Hirão,
e Huram
• Nesta apresentação, utilizei a versão para o português da edição de 1611 da Bíblia
do Rei James, por entender possuir maior probabilidade de ter sido utilizada na
época
ADONHIRAM
• 1 Reis, 5; 14-16
“E o rei Salomão levantou uma leva de gente oriunda de todo o Israel; e a
leva era de trinta mil homens”.
“E ele os enviou para o Líbano, dez mil por mês, em alternância; um mês
eles estavam no Líbano, e dois meses em casa; e Adonirão estava sobre a leva.
(...)
“Além do chefe dos oficiais de Salomão (Adonhiram) que estavam acima do
trabalho, três mil e trezentos, os quais dominavam sobre o povo que trabalhava na
obra”.
• 1 Reis, 6; 14
“Assim, Salomão construiu a casa (de Deus), e a terminou”.

• 1 Reis, 7;13
“E o rei Salomão mandou retirar Hirão de Tiro”.

• 1 Reis, 10; 18
“Então, o rei Roboão enviou Adorão, que estava sobre o tributo; e os filhos
de Israel o apedrejaram com pedras, de modo que morreu. Porém, o rei Roboão
apressou-se em subir na sua carruagem, e fugiu para Jerusalém”.
HIRAM ABIF

• Antes de tudo ressalto que o personagem não é chamado de Abiff na Bíblia, apenas de
Hiram

• 1 Reis, 7; 14-51

• 2 Crônicas, 2; 13-14
“Envia-me (é Salomão quem solicita), agora, portanto, um homem perito para
trabalhar em ouro, e em prata, e em bronze, e em ferro, e em púrpura, e escarlate, e azul, e
que possa ser hábil em entalhar com os peritos que estão comigo em Judá e em Jerusalém,
aos quais Davi, o meu pai, proveu”.
“E agora eu envio um perito (Hiram rei de Tiro é quem afirma), dotado de
entendimento, Hirão, o pai (...) o filho de uma mulher das filhas de Dã, e o seu pai era um
homem de Tiro, perito no trabalho em ouro, e em prata, em bronze, em ferro, em pedra, e
em madeira, em púrpura, em azul e em linho fino, e em escarlate; também para entalhar
toda sorte de entalhes, e para desvendar toda intervenção que lhe for apresentada, com os
teus peritos, e com os peritos do meu senhor David, teu pai”.
A OPOSIÇÃO DOS RITUALISTAS
• Os ritualistas que desenvolveram a Lenda do Terceiro Grau tinham algumas
certezas, e outras tantas incertezas
• Eles sabiam que Adonhiram e Hiram Abiff eram personagens diferentes na
narrativa bíblica
• Também sabiam que nenhum dos dois é mencionado como arquiteto do
Templo de Jerusalém
• Alguns passaram a defender que Adonhiram, embora não fosse arquiteto,
trabalhou durante a construção do templo, como uma espécie de supervisor
ou mestre de obras, e, portanto, deveria ser o escolhido
• Outros tantos argumentavam que Hiram Abif, que também não era
arquiteto, era um escultor, um fundidor de metais, que fez o Mar de Bronze,
as colunas e os candelabros dente outros itens. Poderia ser associado a
Tubalcain, Bezaleel e Aoliabe das versões anteriores, estaria ligado aos
elementos simbólicos da Maçonaria, portanto, deveria ser o eleito
• O que eles fizeram, portanto, foi uma simples escolha, justificada de forma
lógica por cada uma das duas correntes, de acordo com seu ponto de vista
• Como sabemos, a corrente Hiramita prevaleceu na maioria dos Ritos
• Pelo que sei, atualmente além do Rito Adonhiramita, apenas o Rito Sueco
Trinitário atribui à Adonhiram a identidade de arquiteto do Templo de
Salomão
• No entanto, segundo alguns pesquisadores, o Rito Francês, chamado no
Brasil de Moderno, durante certo tempo comungou da mesma opinião em
relação à Adonhiram
A FORMALIZAÇÃO DO RITO
• Entre 1781, e 1782, é publicada a primeira edição da obra Recueil Précieux de la Maçonnerie
Adonhiramite, traduzida como Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita para o
português. Não é exatamente um ritual como conhecemos atualmente, mas um conjunto de
perguntas e respostas, acrescidos de algumas notas e observações, mas se tornou a obra de
referência para o Rito Adonhiramita, e também seu marco formal
• A obra é assinada por Guillemain de Saint-Victor, e no primeiro dos dois volumes que a
compõem, referente ao catecismo do Grau de Mestre, expõe seu entendimento sobre o
arquiteto do Templo:
“Muitos, sem saber muito porque, fundaram o Grau de Mestre com base em Hiram, sábio artista
na metalurgia, que a Bíblia diz-nos ter sido filho de Hur, tírio, e de uma viúva da tribo de Nephtali.
Vários outros, menos instruídos ainda, quiseram substituir Hiram, rei de Tiro, quando apareceu
impresso um catecismo em que se estabeleceu o nome simbólico, sob o qual o Grau de Mestre
devia ser fundado. Uma parte pretendia que devia ser Hiram, e a outra queria que tivesse sido
Adonhiram. Os adeptos do primeiro supunham que o nome Adon era um apelido dado a Hiram
quando ele terminou os trabalhos de bronze, ou após sua morte, e acreditando estarem bem
instruídos para os Altos Graus, ousavam concluir que a Bíblia e todos os autores sagrados
tinham se enganado, e que era preciso ler Hiram, grande arquiteto do Templo.
Os que respeitavam a Santa Escritura refutavam essas asserções e tratavam seus autores
de inovadores; então os dois partidos trocavam injúrias, acusavam-se reciprocamente de
ignorantes (...)
As Escrituras dizem positivamente, no décimo quarto versículo, do quinto capítulo, do
Terceiro Livro dos Reis, que era Adonhiram. Josefo e todos os autores sagrados dizem o mesmo
e distinguem-no para não deixar dúvida em relação à Hiram, tírio, artesão de metais. Assim, é
Adonhiram quem deve ser honrado (...)”
FLÁVIO JOSEFO
• Tanto Travenol, como Saint-Victor, citam Flávio Josefo, considerado o maior historiador
judeu da antiguidade, para justificar suas conclusões. Este é o texto da obra “História dos
Judeus”, de Josefo

“A superintendência dessa empresa (a construção do Templo de Jerusalém) foi dada a


Adorão. Setenta mil desses estrangeiros, moradores no reino de que falamos, traziam pedras
e outros materiais, segundo o que o rei Davi tinha determinado. Oitenta mil outros eram
pedreiros, e entre eles havia três mil e duzentos que eram como chefes dos demais. Antes de
trazer essas pedras, de tamanho enorme, destinadas para os alicerces, eles as cortavam no
monte, e os operários mandados pelo rei Hirão faziam o mesmo no que se referia ao seu
trabalho”.
(...)
“Quando o grande corpo do edifício ficou pronto, Salomão mandou dividi-lo em duas partes,
uma das quais, chamada o Santo dos Santos, ou Santuário, tinha vinte côvados de
comprimento. Era particularmente consagrada a Deus, e não era permitido a ninguém lá
entrar. A outra parte, que tinha quarenta côvados de comprimento, era chamada Santo do
Templo e destinada aos sacerdotes”.
(...)
Para tudo o que acabamos de falar, mas principalmente para os trabalhos em ouro, prata e
cobre, Salomão serviu-se de um artista admirável, chamado Hirão, que mandou buscar em
Tiro. Seu pai chamava-se Ur. Embora morasse naquela cidade, era descendente de israelitas,
pois sua mãe era da tribo de Naftali”.
ADON+HIRAM
• Alguns autores permanecem argumentando que o nome Adonhiram
é uma aglutinação do prefixo hebraico ADON, que significa Senhor,
com o nome próprio Hiram
• Desse modo, o personagem seria o mesmo dos demais Ritos,
apenas batizado com um título que poderia ser traduzido por
“Excelso Hiram”, “Hiram Consagrado ao Senhor”, “Senhor Hiram”, e
por aí afora
• Porém, e como vimos, essa hipótese já existia antes de 1781, e o
próprio Saint-Victor rotulava aqueles que assim pensavam como
ignorantes
• Ou seja, nenhum de nós, Adonhiramitas, deveria alimentar tal dúvida,
já que em seu nascedouro, marcado pela edição da Compilação
Preciosa, a questão era esclarecida pelo reformador do Rito
• Em relação à grafia, vimos também que o personagem bíblico é
grafado alternativamente como Adoniram, Adonirão, Adurão,
Aduram, e Adorão, todos sem o “H”, que parece ter sido mantido em
nosso idioma em fidelidade à Compilação Preciosa, que por sua vez,
pode ter tido seu título influenciado pelo pensamento equivocado
que acabei de mencionar
O AUTOR DA COMPILAÇÃO PRECIOSA
• Não parece haver dúvida de que os textos da Compilação Preciosa existiam antes da
publicação da obra
• O próprio vocábulo recueil, que pode ser também traduzido como coleção para o
português, indica uma reunião de textos pré-existentes
• Porém, não há unanimidade ou consenso entre os pesquisadores sobre a autoria desses
textos
• Uns defendem a hipótese de Guillemain de Saint-Victor, que assina a obra, e outros
apontam para Louis Theodore Henry, o Barão de Tschoudy
• Originalmente Tschoudy era considerado o autor, e assim permaneceu por quase 200
anos, porém, Alec Mellor, autor maçônico nascido no século XX, plantou a semente da
dúvida
• No meu entendimento, os argumentos utilizados para sustentar sua hipótese são muito
frágeis. O primeiro consiste no fato de que Tschoudy já havia falecido quando a
Compilação foi publicada, portanto, não poderia ser seu autor; e o segundo, que Jean
Marie Ragon confundiu a Compilação com outra obra, a Estrela Flamígera, esta sim, de
autoria incontestável de Tschoudy
• Ora, as obras póstumas são abundantes na literatura, se por exemplo, eu achar um
caderno com poemas de Fernando Pessoa e publica-los, não vou me tornar seu autor
• Ragon pode ter sido um autor polêmico por seu perfil ocultista, mas não era ignorante o
suficiente para confundir duas obras tão distintas
• Ademais, Tschoudy não é mencionado nenhuma vez na Compilação. De onde teria saído
essa associação? Se o “erro” era tão flagrante assim, por que razão os praticantes do
Rito Adonhiramita não corrigiram antes?
• Parece haver algo mais a ser desvendado ainda sobre essa questão
O BARÃO DE TSCHOUDY
• Existe literatura razoável, apesar de não se caracterizarem-se como biografias, de Louis Theodore
Henry, o Barão de Tschoudy, incluindo seu retrato
• Nasceu em 21 de agosto de 1727, em Metz, na França, e faleceu em 28 de maio de 1769, aos 42 anos,
em Paris. Usava o pseudônimo, ou talvez Nome Histórico, de “Cavaleiro de Lussy”
• Seus pais eram Claude Henry Tschoudy, e Louise Roaut de Assy
• Foi advogado, militar na Suíça, e conselheiro do parlamento de Metz
• Foi Iniciado em Nápoles, na Itália, em 1751, cidade em que foi preso por publicar panfletos criticando
a perseguição da igreja aos maçons, tendo fugido e se exilado na Holanda
• Foi Venerável Mestre de uma Loja em Haia, e Grão-Mestre das Lojas das Sete Províncias, na Holanda
• Residiu também na Rússia, onde em 1755 presidiu uma Loja em São Petersburgo, e foi conselheiro
da imperatriz Elizabeth da Rússia
• Retornando à França, em 1762, filiou-se ao Conselho dos Cavaleiros do Oriente, quando produziu os
rituais do Soberano Conselho de Príncipes Maçons Rosacruzes
• Dentre suas ideias, defendia que a Maçonaria tinha origem no antigo Egito
• Entre 1762 e 1765, juntamente com Jean Baptiste Pirlet, reescreveu todos os rituais do Conselho dos
Cavaleiros do Oriente, incluindo nos rituais a Estrela Flamejante
• Em 1766 publicou a obra L’Etoile Flamboyant, e também um sistema completo de Graus Maçônicos
Alquímicos, que foram absorvidos pelos Altos Graus do Rito de Memphis-Mizraim
• É atribuída a ele, também, a autoria do ritual de Cavaleiro Escocês de Santo André, inserido como
Grau 29 do REAA, e posteriormente incorporado à hierarquia de Graus Adonhiramitas, em 1973
• Segundo pesquisadores, era contrário à publicação de seus rituais, o que justifica para seus
defensores, a edição da Compilação Preciosa somente após sua morte
• Não há dúvida de que realmente existiu, que era escritor, ritualista, e que possuía uma erudição
notável para sua época
GUILLEMAIN DE SAINT-VICTOR
• Diferentemente de Tschoudy, pouco, ou nada sabemos sobre Louis Guillemain de Saint-Victor, o
“Cavaleiro de Todas as Ordens”, como ele assina
• Alguns pesquisadores apontam seu nascimento por volta de 1735 em Paris, na França. Sua
morte e local de ocorrência são ignorados
• Tudo que temos sobre esse enigmático personagem são referências em bibliotecas da França e
Inglaterra, referindo-se às duas obras por ele assinadas, a “Compilação Preciosa da Maçonaria
Adonhiramita”, incluindo os rituais de Adoção, e as “Origens da Maçonaria Adonhiramita”
• Aliás, afirma-se que foi alvo de processo de plágio, por parte do Conde Saint-Gelaire, em relação
à publicação do ritual da Ordem dos Cavaleiros Prussianos, constante do Ritual de Clermont, e
também dos rituais de Adoção, ou Lojas Femininas. Localizar esses autos seria fantástico
• Não há registro ou referências à sua Iniciação, Lojas das quais foi membro, nem de qualquer
outra atividade maçônica, o que é no mínimo curioso para alguém que formalizou um Rito
• Essas circunstâncias, associadas a diferenças de estilo existentes entre as redações dos
catecismos, notas de rodapé, e mesmo da obra posterior, As Origens da Maçonaria
Adonhiramita, levaram alguns pesquisadores a aventar a hipótese de Saint-Victor tratar-se de
um pseudônimo, ou de um personagem criado simplesmente para assinar as obras do Rito.
Pessoalmente, sou partidário dessas hipóteses
• Nesse raciocínio, o ano de 1735 faria referência ao nascimento do Rito, e não de um bebê. Faz
algum sentido, se considerarmos que foi provavelmente nessa época, logo após a adoção da
versão definitiva da Lenda do Terceiro Grau, que se instaurou o debate entre Adonhiram e Hiram
Abif
• De toda sorte, mesmo que se trate de um personagem real, penso que nem ele, nem Tschoudy,
foram os criadores do Rito Adonhiramita, mas sim seus reformadores
AS LOJAS DE ADOÇÃO

• Talvez seja surpresa para alguns, mas na edição de 1785 da Compilação Preciosa, que é
mais elaborada que as anteriores, contendo inclusive ilustrações, estão inseridos
rituais completos de todos os Graus para Lojas femininas, as Lojas de Adoção
• Portanto, Saint-Victor, e provavelmente os maçons praticantes do Rito Adonhiramita à
época, não eram contrários à presença feminina na Maçonaria, o que volta a aproximar
o Rito Adonhiramita do Rito de Memphis-Mizraim, como já ocorrera com os rituais de
Tschoudy
• Talvez este tenha sido um dos fatores que levaram o Rito Adonhiramita ao declínio na
França
• Contudo, apesar desse claro e aberto posicionamento, não há notícias da fundação de
Lojas da Adoção Adonhiramitas na França, e nem em Portugal, ou Brasil, a qualquer
época
AS ORIGENS DA MAÇONARIA ADONHIRAMITA

• Desde a primeira edição da Compilação Preciosa, Saint-Victor, no prefácio, promete a


publicação de uma obra sobre as origens do Rito, que em seu julgamento era algo
relevante, e que explicaria a Doutrina
• Essa obra foi publicada em 1787, e se chama “A Origem da Maçonaria Adonhiramita”
• Nessa obra, ainda inédita em nosso idioma, Saint-Victor associa a origem do Rito
Adonhiramita ao antigo Egito, referindo-se ainda aos druidas, magos persas, e à mitologia
grega
• Em vista disso, parece que a tese de Argollo sobre a inspiração no Ritual Primitivo do Egito,
da Catedral de Colônia, não é desprezível
• Da mesma forma, fortalece a hipótese de participação de Tschoudy na reforma dos rituais
Adonhiramitas, uma vez que essa também era sua opinião
• Mas o que me parece mais importante, é a comprovação de que o Rito nasceu, ou foi
formalizado, com as características místicas e religiosas que demonstra hoje em dia, e que
este perfil não foi implantado pela reforma de 1963
• Creio que a publicação desta obra em português seja de imenso valor para o estudo do
Rito, e torço para que isso ocorra com a maior brevidade possível
O STEKENNA
• Na edição de 1785 da Compilação Preciosa, que me referi antes, surge o símbolo
pelo qual o Rito Adonhiramita passou a ser conhecido, o Stekenna, juntamente
com seu significado
• Na verdade não é um símbolo maçônico, e tampouco de alguma Tradição
Iniciática, é um símbolo cristão, amplamente utilizado pela Igreja Católica, e se
refere ao Livro das Revelações, o Apocalipse de João Evangelista, simbolizando
Jesus
• É possível ver reproduções deste símbolo em várias igrejas católicas
• Por assim dizer, não foi uma criação de Saint-Victor ou de qualquer ritualista
Adonhiramita, mas sim uma apropriação de imagem, ou, se preferirmos, uma
adaptação, ou associação com a doutrina Adonhiramita
• Embora alguns pesquisadores defendam que esse verbete vem do grego, o que é
uma possibilidade, ele não é encontrado nos dicionários de qualquer idioma
• Muitos defendem a hipótese de tratar-se de uma leitura equivocada da caligrafia
de Saint-Victor, que teria pretendido gravar Shekinah, a presença de IAVEH sobre
o propiciatório da Arca da Aliança, segundo os hebreus, o que poderia ter sido
corrigido na posterior e última versão da obra, em 1787, mas talvez tenha passado
desapercebido da revisão
• Seja lá qual for a razão de sua adoção, é assim que nós, Adonhiramitas chamamos
esse símbolo
A ORIGEM DO STEKENNA

• Como afirmei, o Stekenna tem sua origem no Livro das Revelações (5: 1-6)

“E vi um rolo de pergaminho na mão direita do que estava sentado no trono; e o rolo


achava-se escrito por dentro e por fora, e estava fechado com sete lacres. Um anjo
poderoso com uma forte voz estava gritando esta pergunta: quem é digno de quebrar os
lacres deste rolo e abri-la? Mas ninguém, em todo o céu, nem na terra toda, nem dentre os
mortos, tinha permissão para abrir e ler o rolo. Então eu chorava desalentado, porque
ninguém em parte alguma era digno; ninguém podia contar-nos o que o rolo dizia. Porém
um dos vinte e quatro Anciãos me disse: pare de chorar, porque, olhe! O Leão da tribo de
Judá, a Raiz de Davi, venceu, e mostrou que é digno de abrir o rolo e quebrar os sete lacres.
Eu olhei e vi ali um Cordeiro de pé, diante dos vinte e quatro Anciãos, na frente do trono e
dos Seres Viventes; e no Cordeiro, havia feridas fluentes; e haviam causado a morte. Tinha
sete chifres e sete olhos, que representam o Divino Espírito de sete aspectos, enviado a
todas as partes do mundo.
A DESCRIÇÃO DA COMPILAÇÃO
• Infelizmente a resolução da imagem da edição de 1785 da Compilação
Preciosa não é nítida, mas o Stekenna está representado na ilustração
que descreve outros símbolos, assinalado como “figura 6”, circundada
pelo círculo amarelo
• A descrição de Saint-Victor é a seguinte:

“Os sete selos que estão nesse livro designam os Sete Graus da Maçonaria;
e o Cordeiro deitado sobre ele que é o Stekenna, mostra-nos que como só
ele é digno de romper os selos, somente o verdadeiro Rosa-Cruz goza do
privilégio de ler o livro que contém a doutrina completa dos maçons e de
penetrar em seus mistérios mais secretos”.

SAINT-VICTOR, Guillemain, Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, Vol I – 1875

• Ou seja, Saint-Victor associa o cordeiro ao Cavaleiro Rosacruz, último


Grau da hierarquia original do Rito
• O curioso é que ao associar aos sete selos, o faz aludindo os “Sete
Graus da Maçonaria”, o que parece referendar a hipótese de Argollo
sobre o ritual de 7 Graus da Colônia, praticado em 1613
A INTRODUÇÃO DO STEKENNA NO BRASIL
• A primeira aparição do Stekenna no Brasil ocorreu no Ritual de 1896,
publicado pelo Grande Oriente do Brasil
• A ilustração, no entanto, é um pouco diferente da que conhecemos
atualmente
• Mostra uma Cruz de Jerusalém ao fundo, sobreposta pelo Cordeiro
repousando sobre o Livro dos Sete Selos. No centro da cruz há uma
imagem não muito nítida, que pode representar um coração, uma rosa ou
mesmo uma Pedra Bruta
• Se qualquer uma destas hipóteses for verdadeira vemos novamente uma
associação com o Grau de Cavaleiro Rosacruz, o nec plus ultra, último da
hierarquia original do Rito Adonhiramita, conforme já citado na Compilação
Preciosa
A EVOLUÇÃO DO STEKENNA

• Com o passar do tempo o Stekenna foi se modificando


• A Cruz de Jerusalém deu lugar a uma emanação de raios em todos os
sentidos, denominada esplendor
• Os esplendores, na iconografia cristã, são derivados do sincretismo do
cristianismo com o Solus Invictus e o mitraísmo, implementado por
Constantino I
• Resumidamente, representa os raios do sol, associando-os com a
divindade. No antigo Egito havia representações do deus Rá, associado
ao Sol, com alguma semelhança
• É exatamente essa ramificação de raios, partindo do centro da imagem
que reforça a hipótese do verbete Stekenna tratar-se de uma corruptela do
termo hebraico Shekinnah
• É exatamente isso que vemos de forma estilizada nos brasões da maioria
das Potências Filosóficas Adonhiramitas
O NUMERO ORIGINAL DE GRAUS
• As edições da Compilação Preciosa reúnem catecismos de 12 Graus, assim dispostos em dois
volumes:

Grau 1 – Aprendiz Maçom Grau 5 – Primeiro Eleito, ou Eleito nos Nove


Grau 2 – Companheiro Maçom Grau 6 – Segundo Eleito, ou Eleito de Perignan
Grau 3 – Mestre Maçom Grau 7 – Terceiro Eleito, ou Eleito dos Quinze
Grau 4 – Mestre Perfeito Grau 8 - Pequeno Arquiteto
Grau 9 – Grande Arquiteto, ou Companheiro Escocês
Grau 10 – Mestre Escocês
Grau 11 – Cavaleiro da Espada do Oriente e da Águia
Grau 12 – Cavaleiro Rosa-Cruz

• Saint-Victor afirma, nesta mesma edição, que o Grau 12, Cavaleiro Rosa-Cruz, seria o NEC PLUS
ULTRA, expressão latina que significa “nada há além”, o que levou alguns autores, dentre eles
Albert Pike, a entenderem ser este o último Grau
• Ocorre que a obra é encerrada com a publicação da tradução para o francês de um ritual do Grau
de Cavaleiro Prussiano, ou Noaquita, que Saint-Victor assinala como um anexo, uma
“curiosidade” por assim dizer
• Apesar disso, no exame do próprio ritual, Saint-Victor explica que “(...) Os Cavaleiros Prussianos,
como reconhecimento e acreditando poder confiar seus mistérios apenas aos descendentes de
Adonhiram...”
• Isto foi encarado como uma espécie de “Grau Honorífico”, e mesmo que tenha sido um erro de
interpretação, como afirmou Pike, o Rito Adonhiramita sempre foi praticado com 13 Graus, desde
1781
• No Brasil éramos tratados como “Rito dos Treze Graus”, e chamados de Cavaleiros Noaquitas
O DECLÍNIO NA FRANÇA
• Embora alguns autores afirmem ter sido o Rito mais praticado na Europa, sua prática
na França, por exemplo, foi muito breve, e na década seguinte já havia sido
erradicado
• Muitos fatores, como a religiosidade, a presença de nobres e aristocratas nas Lojas,
e a simpatia pela presença feminina, podem ter colaborado para isso. Mas a verdade
é que a sociedade francesa estava em plena ebulição
• Havia luta contra o despotismo, a instituição do Estado laico, democrático, e da
extinção da influência da igreja
• Nessa época as Lojas maçônicas eram formadas pela elite, nobres e aristocratas,
inimigos dos revolucionários. Muitos maçons foram executados, e outros fugiram
para países vizinhos e suas colônias, incluindo o Brasil
• A classe média, oprimida pelo autoritarismo, e principal fomentadora da Revolução
Francesa, dominou as Lojas, inserindo os conceitos liberais e racionalistas na
Doutrina Maçônica
• O lema original, Amor Fraternal, Alívio e Verdade, foi substituído pelo ideal
revolucionário, Liberdade, Igualdade e Fraternidade
• Provavelmente por conta de sua religiosidade e conservadorismo, o Rito
Adonhiramita migrou para Portugal, onde teve mais aceitação por tratar-se da maior
nação cristã da época, e para suas Colônias, notadamente para o Brasil
• Mas a Maçonaria portuguesa sofreu perseguições políticas e religiosas, e desta
maneira, por volta de 1802, o Rito Adonhiramita inicia sua migração para o Brasil,
passados apenas 20 anos desde sua formalização na França
• Este é um dos fatores que levaram à escassez de literatura dedicada e pesquisas,
certamente o Rito Adonhiramita foi encarado pelos maçons europeus como mais um,
dentre tantos outros Ritos, cujo futuro era a extinção total
• Felizmente para nós não foi o caso, e a semente plantada em nossa terra floresceu
A CHEGADA AO BRASIL
• Há rumores da prática no Brasil desde o final do século XVIII, incluindo as teorias sobre a
fragata La Preneuse, e do capitão francês Larcher, que teria fundado Lojas Maçônicas na
costa do nordeste brasileiro desde 1795, incluindo a famosa Loja Cavaleiros da Luz, na
Bahia, em 1797
• Dão conta disso documentos do Arquivo Público da Bahia, publicados pelo historiador e
maçom Francisco Borges de Barros, primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da Bahia
• Esta hipótese foi contestada por um grupo de pesquisadores da UNB, que examinando
documentos da marinha francesa, constatou que nessa época, a fragata Preneuse
navegava nas águas da Ilha de França, e não mais sob o comando de Larcher, cuja atuação
no Brasil seria a de espião, mapeando a costa brasileira com vistas à uma invasão
francesa
• Muitos autores dos séculos XIX e XX, apontavam a Loja Reunião, fundada em 1801, em
Niterói, no Rio de Janeiro, e obediente ao Grande Oriente da Ilha de França, hoje Ilhas
Maurício, como praticante do Rito Adonhiramita
• Outros apontam para a Loja Commércio e Artes, fundada em 1815, sob obediência do
Grande Oriente Lusitano, reerguida em 2 de junho de 1821, com o título de Commércio e
Artes na Idade da Razão
• Porém, essas afirmações atualmente são objeto de contestação, tendo em vista não
existirem atas e documentos que possam comprova-las
• Essa escassez de documentos certamente foi ocasionada pelo Decreto de D. João VI, de 30
de março de 1818, que proibiu a Maçonaria no Brasil. A forte perseguição aos maçons fez
com que muitas atas e documentos fossem destruídos
• Formalmente, a publicação do primeiro Ritual Adonhiramita em solo brasileiro, pelo
Grande Oriente do Brasil, ocorreu em 1836
AS EVIDÊNCIAS NO BRASIL DO SÉCULO XIX

• Tudo que foi produzido em termos de história da maçonaria brasileira, nos séculos XIX e
XX, identificando o Rito Adonhiramita como primaz da Maçonaria brasileira era aceito até
pouco tempo. Atualmente este fato é contestado, surgindo a possibilidade desta condição
pertencer ao Rito Moderno, cuja prática, notadamente na época, era muito similar
• Portanto, a maioria dos argumentos da literatura assumiu a condição de evidência
• Apesar de alguns maçons, de ambos os Ritos, encararem essas pesquisas como a disputa
de um troféu, acho a discussão extremamente saudável e desejável, pois vem trazendo à
tona fatos relevantes da história da Maçonaria no Brasil
• O que vou apresentar a seguir, são as evidências que sugerem a existência da prática
Adonhiramita nas terras brasileiras, na ocasião da fundação do Grande Oriente Brasílico,
atual Grande Oriente do Brasil, primeira Potência Simbólica do Brasil independente,
ocorrida em 1822
• São elas:

1. O uso de Nomes Históricos


2. O Ritual de 1822, das Lojas Fundadoras
3. As Atas de 1832, e
4. O Calendário Adonhiramita
OS NOMES HISTÓRICOS
• O uso de Nomes Históricos, que já foram chamados de Nomes Heroicos e Apellidos, é uma das características do Rito
Adonhiramita
• Os três principais personagens dos primórdios da Maçonaria no Brasil, e também de nossa independências, possuíam Nomes
Históricos
• Ocorre que há época, essa prática também era comum ao Rito Moderno, o que desqualifica essa evidência como prova

D. Pedro I
José Bonifácio de Andrada e Silva Joaquim Gonçalves Ledo Irmão Guatimozim
Irmão Pitágoras Irmão Diderot
O RITUAL DAS LOJAS FUNDADORAS

• Em 2012, ano em que comemorava 190 anos de fundação, o GOB publicou uma edição
do ritual praticado em 1822, que batizou de “Ritual de 1822, das Lojas Fundadoras”
• Respeitável Loja de São João Commércio e Artes na Idade do Ouro N°001
• Respeitável Loja de São João União e Tranquilidade N°002
• Respeitável Loja de São João Esperança de Nichteroy N°003
• O texto é semelhante ao da Compilação Preciosa, mas igualmente do Regulador
Maçom, publicado na França de 1801
• Dentre as semelhanças existentes entre a prática dos Ritos Adonhiramita e Moderno,
está, por exemplo a Bateria do Grau
• Porém, nos Rituais Adonhiramitas há uma pergunta a mais no processo de Abertura da
Loja, em relação ao Regulador do Maçom: “Para que nos juntamos?”, e esta pergunta
consta do Ritual das Lojas Fundadoras
• Apesar de poder ser considerada uma evidência mais concreta, as dúvidas ainda não
estão totalmente dirimidas
AS ATAS DE 1832
• Na ata da 10ª reunião do Supremo Conselho de Montezuma, em 1832, Joaquim
Gonçalves Ledo, se pronunciando como membro da comissão incumbida de
conferir Altos Graus, faz a seguinte observação:

“(...) havendo a Gr Loj accordado dar o gr de Eleito Secr aos IIr filiados nos
nossos quadros, constituidos em os ggr de MMestr PPerf.: 1º, 2º e 3º Eleitos pela
Maçonaria dos 13…” era por ora impossível porque “… tendo a Maçonaria dos 7
reduzido os ggr desde Mestr Perf até Eleito dos 15 ao de Eleito Secret.: não havia
os necessarios reguladores para a iniciação deste gr”

• No texto, “Maçonaria dos 13” se refere ao Rito Adonhiramita, e “Maçonaria dos 7”


ao Rito Moderno
• O que vemos é uma justificativa para o não reconhecimento de maçons oriundos
do GOB, detentores do 13° Grau, Cavaleiro Noaquita, exclusivo do Rito
Adonhiramita, pela total ausência de rituais que pudessem executar tal
reconhecimento, ressaltando que esta condição ocorria porque os rituais utilizados
nos primórdios do GOB eram manuscritos
• Se havia maçons decorados com Grau 13 no GOB, não resta dúvida de que o Rito
Adonhiramita era praticado
• O que a interpretação desta ata sugere, é que em algum momento, o GOB adotou o
Rito Moderno por carência de rituais Adonhiramitas dos Altos Graus
O CALENDÁRIO ADONHIRAMITA
• Como sabemos, um calendário diferente, inspirado na tradição hebraica, tornou-se o Calendário Adonhiramita. Uma de suas
características é a diferença na contagem dos dias, em relação ao calendário gregoriano
• Este calendário era utilizado nas primeiras atas do GOB, e uma interpretação equivocada por parte do Visconde de Rio Branco, levou
a adoção, em 1957, do dia 20 de agosto como Dia do Maçom, considerando que o discurso de Gonçalves Ledo teria ocorrido aí,
quando na verdade aconteceu dois dias depois da proclamação da independência, no dia 9 de setembro de 1822, aos vinte dias do
sexto mês de 5822 EV
• Não é considerada uma prova concreta, mas fica a pergunta, se o Rito Adonhiramita não era o praticado pelo GOB, por que usar seu
calendário, de decodificação um tanto complexa?

CORRESPONDÊNCIA ENTRE O CALENDÁRIO ADONHIRAMITA E O CALENDÁRIO GREGORIANO

1° MÊS 2° MÊS 3° MÊS 4° MÊS 5° MÊS 6° MÊS


NISAN IIAR SIVAN TAMUZ AB ELUL

de 21 de março de 21 de abril de 21 de maio de 21 de junho de 21 de julho de 21 de agosto


a 20 de abril a 20 de maio a 20 de junho a 20 de julho a 20 de agosto a 20 de setembro

7° MÊS 8° MÊS 9° MÊS 10° MÊS 11° MÊS 12° MÊS


TISRI KESVAN KISLEV TEBET SHEVAT ADAR

de 21 de setembro de 21 de outubro de 21 de novembro de 21 de dezembro de 21 de janeiro de 21 de fevereiro


A 20 de outubro a 20 de novembro a 20 de dezembro a 20 de janeiro a 20 de fevereiro a 20 de março
O PERÍODO ANTERIOR A 1822
• Se não podemos afirmar com certeza que o Rito Adonhiramita foi o fundador do GOB, pela
inexistência de evidências mais concretas, o mesmo não se pode dizer do período anterior a 1822, ou
seja, durante o Brasil Colônia
• Faz parte do acervo do Museu da GLUI, em Londres, um ritual Adonhiramita, que na verdade é uma
tradução da Compilação Preciosa, efetuada por Hipólito José da Costa, o maçom brasileiro mais
proeminente na Europa do início do século XIX
• Este ritual pertencia ao Grande Oriente da Bahia, que é reconhecido pela GLUI como a primeira
Potência brasileira, fundada em 1813, e anterior ao GOB
A MAÇONARIA BRASILEIRA EM 1809

• Existe uma publicação não maçônica,


promovida pela igreja, e datada de 1809, que
se refere à Ordem como “tenebrosos”,
“iluminados” e “jacobinos”
• O texto reproduzido na imagem à direita
menciona Adonhiram como arquiteto do
Templo, o que sugere a prática do Rito
Adonhiramita no Brasil nesse período
O RITUAL DA COMMÉRCIO E ARTES 1836
• A imagem à esquerda é a reprodução de trecho do ritual da
Loja Commércio e Artes de 1836, após o reerguimento do
GOB (página 23)
• A da direita é da Compilação Preciosa (edição de 1787,
página 12)
• Os trechos assinalados em amarelo são exatamente iguais
• Isso nos leva a duas hipóteses, ou a Commércio e Artes
praticava o Rito Adonhiramita, ou ambos os Ritos,
Adonhiramita e Moderno, praticavam os mesmos rituais e
instruções nesse período, notadamente no que diz
respeito a considerar Adonhiram como arquiteto do
Templo
O TEXTO COINCIDENTE

• Este é o texto comum à Compilação Preciosa e o ritual de 1831 da Loja Commércio e Artes

“(...) a Maçonaria não é outra coisa senão o símbolo de toda a natureza; que sua moral é a
homenagem que se deve prestar ao Criador do universo e que, entre nós, esta homenagem é
praticar a nossa religião; e que, nos primeiros tempos do Cristianismo, apenas se fazia
prosélitos após tê-los batizado.
Quando esses recém-iniciados vinham à Loja, faziam-lhes a pergunta em questão, esperando
que sua resposta (Venho da Loja de São João) queira dizer, expressamente, acabo de
purificar-me pelas águas do Batismo. Ninguém ignora que tenha sido São João que instituiu
este sacramento: assim, não é justo que a pergunta sobre os deveres de uma Ordem seja
baseada na primeira ação que esta Ordem exige?”

Saint-Victor, Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, Volume I, Filadélfia, EUA, 1787


O RITUAL DE 1833 DA
COMMÉRCIO E ARTES

• O que afirmei anteriormente, com relação à utilização de rituais semelhantes


pelos Ritos Adonhiramita e Moderno, nos primórdios da Maçonaria brasileira
regular, pode ser verificado neste compêndio de rituais, referentes aos três
Graus Simbólicos, publicado pela Loja Commércio e Artes em 1833
• Há gravada nele a informação de que os textos foram adaptados das
traduções e anotações feitas por Hipólito José da Costa, ou seja, da
Compilação Preciosa, como vimos anteriormente
• O exame dos textos e instruções guarda enorme similaridade com o Rito
Adonhiramita
A EVOLUÇÃO NO SÉCULO XIX
• Como sabemos, a partir do século XIX, e até a primeira década deste século, o Rito
Adonhiramita foi praticado exclusivamente no Brasil
• Foi aqui, em solo brasileiro, que ele prosperou e aperfeiçoou seus rituais, aliás,
com total liberdade, já que não havia comparação com a prática de outros países
• Passou por um período de declínio após o fechamento do GOB em 1822
• Porém, com a fundação do Grande Oriente do Vale dos Beneditinos, em 1831, as
Lojas praticantes do Rito Adonhiramita se multiplicaram, tendo todas sido
absorvidas posteriormente pelo GOB, após sua reinstalação
• Em 1839, o GOB, através de sua Constituição, criou um departamento para tratar
dos Altos Graus dos Ritos Adonhiramita e Moderno, que chamou de Colégio dos
Ritos Azuis, ressaltando que nesta época, tanto os Graus Simbólicos quanto os
Filosóficos eram gerenciados pelas Potências Simbólicas
• Em 1873, com a promulgação de nova Constituição, é criado, no âmbito do GOB, a
figura das Oficinas-Chefe dos Ritos, sendo fundado o Grande Capítulo dos
Cavaleiros Noaquitas, apartado do Rito Moderno. No meu entendimento, é a partir
daí que os dois Ritos começam a diferenciar seus rituais
• O primeiro ritual Adonhiramita a apresentar peculiaridades ritualísticas, foi
publicado em 1896. Nele, surgem a descrição das Doze Vibrações Argentinas, e a
Cena da Traição, das Sessões Magnas de Iniciação
A REFORMA DO SÉCULO XX

• O perfil atual do Rito Adonhiramita foi construído no século passado, notadamente


após a década de 1960
• Em 1951, em nova reforma constitucional, o GOB adotou os critérios do Conselho
da Lausanne, e as Oficinas-Chefe dos Ritos passam a gerenciar apenas os Graus
Filosóficos, ficando os três Graus Simbólicos sob a tutela do GOB
• É fundado então, o Mui Poderoso e Sublime Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para
o Brasil que passa a atuar como Potência Filosófica do Rito Adonhiramita no Brasil
• A descrição da ritualística e liturgia que conhecemos hoje tem início com o ritual de
1963, publicado pelo GOB, e foram complementadas na edição de 1969
• A partir daí, as alterações, modificações, ou aperfeiçoamentos, se preferirmos,
passam a ser em número reduzido
• As descrições mais detalhadas das etapas das sessões têm início na edição de
2003 dos rituais Adonhiramitas pelo GOB, que passam a ser coloridos
• Em 1973, é fundado o Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, e o Rito adota
33 Graus, em hierarquia semelhante a do REAA
• No entanto, em 1991, é fundado o Sublime Grande Capítulo Adonhiramita, que
retorna a prática dos treze Graus originais
O RITO ADONHIRAMITA NO SÉCULO XXI

• Em 2010, o Rito Adonhiramita faz o caminho de retorno à Europa, e passa,


oficialmente a ser praticado em Portugal
• A partir de 2013, surgem novas Potências Filosóficas, iniciando pela fundação do
Supremo Conselho Adonhiramita do Brasil, SCAB
• Em 2016, é fundado o Supremo Conselho do Grau 33 da Grande Loja Adonhiramita
do Rio Grande do Sul
• Em 2020, é fundado o Supremo Patriarcado do Rito Adonhiramita do Brasil,
SUPRAB
• Em relação aos Graus Simbólicos, o Rito Adonhiramita é praticado atualmente por
Lojas do GOB, da COMAB, e da CMSB, cobrindo praticamente todos os estados da
federação
• Nós, do Grupo Adonhiramita de Estudos, com a colaboração de todos os membros,
estamos realizando um censo das Lojas Adonhiramitas brasileiras, e esperamos
que os dados obtidos possam fornecer subsídios para melhor conhecimento da
prática do Rito em nosso país na atualidade
AS POTÊNCIAS FILOSÓFICAS

Excelso Conselho da Supremo Conselho


Maçonaria Adonhiramita Adonhiramita do Brasil
1973 Sublime Grande Capítulo 2013
33 Graus Adonhiramita do Brasil 33 Graus
1991
13 Graus

Supremo Conselho do Grau 33 da Grande Supremo Patriarcado do Rito Adonhiramita


Loja Adonhiramita do Rio Grande do Sul do Brasil
2016 2020
33 Graus 33 Graus
A PRÁTICA NAS POTÊNCIAS SIMBÓLICAS
CONCLUSÃO
• Ainda que não haja consenso em relação ao Rito Adonhiramita ser o primaz do
Grande Oriente do Brasil, existem provas documentais que o classificam como o
Rito mais antigo praticado em solo brasileiro, ainda no período do Brasil Colônia
• Assim, de um modo ou de outro, O Rito Adonhiramita está intimamente ligado à
fundação do GOB, que neste ano comemora 200 anos de fundação
• Torço para que essa “disputa” pela primazia seja sempre saudável, e que possa
nos trazer maiores esclarecimentos sobre os primórdios da Maçonaria em nosso
país
• O mais importante de tudo é saber que nada do que foi exposto aqui é definitivo,
mas apenas um resumo das informações que consegui coletar até esta data
• Nós, praticantes do Rito Adonhiramita devemos nos orgulhar de termos sido a
Pátria que manteve acesa a chama da Doutrina Adonhiramita por mais de 200
anos, mas devemos estar conscientes da responsabilidade de permanecer
escrevendo sua história para as futuras gerações, através de cada uma de nossas
Lojas
• Rogo ao GADU, que nos fortaleça nessa missão, e inspire em cada um de nós, e
cada vez mais, o espírito fraterno, para que possamos nos unir, sem quaisquer
barreiras que nos impeçam
• O sucesso, sem dúvida é do Rito, e a Glória, do GADU, mas os passos serão
sempre nossos
BIBLIOGRAFIA

• SAINT-VICTOR, Guillemain de, Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, Filadélfia, EUA,


edições de 1781 a 1787
• SAINT VICTOR, Guillemain de, Origens da Maçonaria Adonhiramita, Paris, 1787
• Ritual do 1° Grau, Aprendiz Maçom, Grande Oriente do Brasil, edições de 1836 a 2009
• TRAVENOL, Louis, Catecismo dos Franco-Maçons, Paris, 1744
• Ritual do 1° Grau, Aprendiz Maçom, da Loja Commércio e Artes na Idade do Ouro, 1831
• Rituais dos Graus 1 a 3, da Loja Commércio e Artes na Idade do Ouro, 1833
• PIRES, Joaquim da Silva, Rituais Maçônicos Brasileiros, 1996
• Página oficial da Grande Loja Unida da Inglaterra, GLUI, Museu Maçônico
• Os Pedreiros Livres e os Iluminados, Impressão Régia, Rio de Janeiro, 1809
• Bíblia do Rei James, 1611, edição em português
• JOSEFO, Fávio, História dos Judeus, CPAD
• VIEIRA, David Gueiros, O Protestantismo, a Maçonaria, e a Questão Religiosa no Brasil, UNB, 1980
• ARGOLLO, Oscar, O Segredo da Maçonaria, Rio de Janeiro, 1942
• RAGON, Jean Marie Baptiste, Ortodoxia Maçônica
• PINTO, Teixeira, A Maçonaria na Independência do Brasil 1812-1823, Editora Salogan, Rio de Janeiro,
1961
• Arquivos do Grande Oriente do Brasil
• ALMEIDA, William, Pequena História da Maçonaria no Brasil
O Grupo Adonhiramita de Estudos foi idealizado por maçons
praticantes do Rito. Agrega Irmãos de todos os Ritos, em todos
seus Graus e Qualidades, membros de Potências Simbólicas
Regulares, unidos pelo propósito de fomentar a pesquisa, a troca
de conhecimento, e o debate sobre nossa Doutrina, história,
ritualística e liturgia, nas plataformas WhatsApp e Telegram.
Os temas tratados se referem exclusivamente ao Grau de
Aprendiz Maçom.

Todos são bem-vindos! Caso haja interesse em participar, basta


solicitar a inclusão no chat.

Agradecemos a todos pela participação, e contamos com sua presença


em nossas próximas palestras.

Que o Grande Arquiteto do Universo nos guie e ilumine!

GRUPO ADONHIRAMITA DE ESTUDOS BOA NOITE!


DIFUNDINDO A DOUTRINA ADONHIRAMITA

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