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À.’.G.’.D.’.G.’.A.’.D.’.U.’.

V.’.M.’. Ir.’. Aderval Cavalcante de Albuquerque

Ir.’. 1º V.’. Ir.’. José Nunes Furtado

Ir.’. 2º V.’. Ir.’. Paulo Fernandes Santana

Past.’. Master Ir.’. Júlio César Campanhoni

Meus Queridos IIr.’.

O Painel de Loja do Aprendiz Maçom

Boa noite!
Queridos irmãos, me foi solicitado falar sobre o Painel de Loja do aprendiz maçom, o qual passo a discorrer.

A Maçonaria seguindo os métodos dos antigos filósofos egípcios desenvolve seus ensinamentos por meio de
símbolos e alegorias, escondendo, assim, aos olhos dos profanos, seus segredos e seus mistérios. Todavia, o
segredo da Maçonaria só poderá ser apreendido depois de muito estudo e reflexão, o segredo maçônico é
incomunicável, pois reside essencialmente no simbolismo dos ritos, sinais, emblemas e palavras. Estes,
embora possam ser conhecidos e divulgados, só serão compreensíveis pelos iniciados.

O Painel, como é chamado no Rito Escocês Antigo e Aceito – REAA –, é um quadro onde estão figurados os
principais símbolos do grau. Embora o Painel sintetize os mistérios do grau e indique os símbolos que devem
ser estudados pelos iniciados, a bem da verdade, não se tem dado a devida importância a esse estudo.

Primitivamente os símbolos que caracterizavam as reuniões maçônicas nos canteiros de obras eram
desenhados no chão. Em geral, eram representados pelas ferramentas dos Maçons Operativos, as colunas e o
pórtico do templo do rei Salomão. Posteriormente, quando os maçons passaram a se reunir em locais
fechados, especialmente em tavernas, a prática de se desenhar no chão foi gradativamente sendo substituída
– em razão dos desenhos em alguns casos não se apagarem com facilidade após o término da sessão ou por
danificarem o assoalho dos estabelecimentos.

Nossos antepassados utilizavam um tecido, semelhante a pequenos tapetes, que após o término da sessão
eram enrolados e ficavam sob a égide de um dos membros. Essa alteração caracterizou uma importante
evolução, pois além dos painéis de tecido serem mais práticos, os símbolos ficavam menos expostos às vistas

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profanas, podiam ser confeccionados com mais capricho e dentro de princípios estéticos mais bem
elaborados.

Assim, alguns Irmãos puderam extravasar seus dotes artísticos, os Painéis foram se sofisticando e se tornando
peças não só de prática ritual, mas também de apurada beleza, ao menos em relação aos antigos desenhos
feitos toscamente no chão.

Se procurarmos em algum Ritual que tenha sido baseado no editado por Mário Behring em 1928, não nos
assustemos. Encontraremos dois painéis da loja de aprendiz. Isso mesmo! Ao procurarmos nas primeiras
páginas do nosso Ritual vemos o 1° Painel (página 4), com o título “Painel Simbólico do Aprendiz Maçom” que,
na loja, fica próximo ao altar dos juramentos, na câmara do meio. Agora, mais adiante (página 11),
encontramos o segundo painel intitulado como sendo o “Painel Alegórico do Aprendiz Maçom”, localizado
próximo ao altar dos perfumes, no oriente. Então, qual é o Painel original do Rito Escocês Antigo e Aceito? De
onde saiu esse outro Painel, e por quê?

O Painel original do REAA é o Painel Alegórico (página 11), onde se vê a Corda com nós, a tábua com uma
cerquilha e um “X” e as três janelas. Esses são claramente símbolos relacionados ao REAA.

Já o Painel Simbólico (página 4), onde vemos as três colunas e a Escada de Jacó, é original do Ritual de
Emulação. Trata-se do Painel de Aprendiz pintado por John Harris em 1845 para a famosa “Loja Emulação de
Aperfeiçoamento”, a qual realizou, naquele ano, uma espécie de concurso entre artistas maçons para a
escolha do seu Jogo de Painéis para os Graus Simbólicos. A Loja Emulação tinha passado mais de 20 anos
utilizando Painéis diversos quando realizou essa escolha, a qual persiste até hoje. Mas como esse Painel do
Ritual de Emulação foi parar dentro do Ritual do REAA?

Quando da fundação das Grandes Lojas brasileiras, Mário Behring, à frente do Supremo Conselho do Grau 33
do REAA, necessitava fornecer os Rituais dos Graus Simbólicos para que as recém-criadas Grandes Lojas
pudessem trabalhar. Os conhecimentos do Irmão Mário Behring não se restringiam ao REAA, tendo sido
também um grande conhecedor do Rito de York, Rito Moderno e do Ritual de Emulação. Como uma forma de
aproximar as Grandes Lojas brasileiras da Grande Loja Unida da Inglaterra e das Grandes Lojas Americanas,
Mário Behring incluiu diversas características do Ritual de Emulação e do Rito de York aos seus rituais do
REAA. Alguns dos “empréstimos” do Ritual de Emulação foram as Colunetas e o Jogo de Painéis.

O mais interessante é que o GOB sofreu essa influência e também passou a adotar os Painéis do Emulação nas
Lojas do REAA, corrigindo isso depois de mais de 50 anos, em 1981, com o resgate do painel antigo. Também,
por conta disso, alguns Grandes Orientes da COMAB também utilizam os Painéis do Emulação no REAA.

Sempre há discussão, por parte dos Irmãos, se as Grandes Lojas deveriam “corrigir” essa e outras
modificações em seus Rituais. Porém, o entendimento majoritário é de que não foram enganos, erros, e sim
modificações intencionais de Mário Behring, fundador das Grandes Lojas brasileiras. Tanto que a ilustração do
Painel original foi mantida no Ritual. Os rituais editados em 1928 foram frutos da criação das Grandes Lojas,
fazendo parte de sua história. Nesse ponto de vista, não há porque modificá-los.

Tal correção representaria rever todos os manuais do REAA das Grandes Lojas. No caso dos aprendizes, as
Instruções exploram elementos alegóricos e simbólicos, presentes nos dois painéis e dá uma noção do quão
complicado seria essa revisão, deixando de lado aspectos históricos.

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A primeira Instrução explora os elementos do painel simbólico (página 4). A segunda Instrução apresenta os
significados do painel Alegórico (pagina 11). O nosso manual faz um mix de alegorias e símbolos, também
presentes nas demais instruções. Isso pode causar certa confusão, mas o observador atento irá perceber que
tudo está interligado e os significados são complementares e não concorrentes.

Portanto, o maçom que queira fazer progressos pelo trabalho e pela observação deve trilhar os caminhos
orientados pelos painéis alegórico e simbólico, os quais passamos a discutir de modo sucinto.

PAINEL ALEGÓRICO:

Por estar próximo ao altar dos perfumes no Oriente, o desenho deste aparece naturalmente como se fosse
refletido por um espelho e tem formato quadrilongo, cuja vasta extensão representa a universalidade de
nossa instituição e nos mostra que a caridade do maçom não deve ter limites, a não ser os ditados pela
prudência.

1. Os três degraus que conduzem ao trono


A passagem do Mundo Profano para O Mundo Maçônico não pode ser realizada diretamente e estes degraus
representam simbolicamente as etapas a que se deve submeter o Iniciado, ou seja, os três degraus
representam sucessivamente, o plano físico ou material, plano intermediário, chamado de "astral", e por
último o plano psíquico ou mental. Esses três "degraus" correspondem à divisão ternária do ser humano em
Corpo, mente e Espírito. Sendo necessário que o Aprendiz busque a sua libertação das mazelas do Mundo
Profano e desta forma consiga desbastar a pedra bruta e transformá-la em pedra polida, para sua ascensão
moral e espiritual.
2. A porta de entrada do templo
A porta do Templo, que se abre num muro encimado por um frontão triangular, situa-se entre as duas colunas
B e J. Simbolicamente, a porta do Templo deve ser muito baixa para que o profano, ao ingressar no Templo,
tenha que curvar-se, não em sinal de humildade, mas para assinalar a dificuldade da passagem do mundo
profano para o plano iniciático.
3. O delta radiante
Está no Oriente, de onde se emana toda a luz. Representa a tríade divina: no campo físico, a criação; no
campo astral, o Princípio Criador; e, no plano espiritual, o Deus, o Grande Arquiteto do Universo. Interpretado
também como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A presença, a permanência e a vigilância divina sobre todos.
É o emblema do ser ou da vida, de onde irradia toda a luz e o conhecimento.
4. As duas colunas B e J
As duas colunas de bronze foram erigidas à entrada do Templo de Salomão e em Loja representam os dois
pontos solsticiais. A coluna B ou "Booz" à esquerda e a Coluna J, “Jachin” à direita para quem entra no templo.
As duas colunas assinalam os limites do mundo criado, os limites do mundo profano, de que a vida e a morte
são a contradição extrema de um simbolismo que tende para um equilíbrio que jamais será conseguido. As
forças construtivas não podem agir, senão, quando as forças destrutivas tiverem terminado sua tarefa. Essas
forças opostas são “necessárias”, uma à outra. Não se pode conceber a Coluna B sem a Coluna J, o calor sem o
frio, a luz sem as trevas, etc.
5. Três romãs entreabertas em cima de cada capitel
Pela divisão interna mostra os bens produzidos pela influência das estações. Representam as Lojas e os

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maçons espalhados pela superfície da terra e suas sementes, intimamente unidas, nos lembram a
fraternidade e a união que devem existir entre os homens.
6. O esquadro e compasso
Estas duas "ferramentas" unidas no Painel do Aprendiz representam a justa medida que deve presidir a todas
as nossas ações, que não podem se afastar da Justiça e nem da retidão, que regem todos os atos dos Maçons.
Representando ainda o signo mais conhecido, pelo qual se identifica a Maçonaria universalmente.
O Esquadro é usado pelo Aprendiz como seu único e verdadeiro signo, marcando-o a cada passo que dá no
decorrer de sua marcha em direção ao Altar. Também na posição de Ordem do Grau de Aprendiz, está
ostentando quatro Esquadros, que representam astronomicamente quatro cortes no diâmetro do circulo
zodiacal, dividindo em quatro partes que correspondem cada uma delas à respectiva estação do ano de
conformidade com a inclinação do Sol em sua carreira.
O Compasso é considerado um Símbolo da espiritualidade e do conhecimento humano. Sendo visto como
Símbolo da espiritualidade, sua posição sobre o Livro da Lei varia conforme o Grau. No Grau de Aprendiz, ele
está embaixo do Esquadro, indicando que existe, por enquanto, a predominância da Matéria sobre o Espírito.
A abertura indica o nível de conhecimento humano, sendo esta limitada ao máximo de 90º, isto é, ¼ do
conhecimento. A sua Simbologia ainda é muito mais variada, podendo ser entendido como símbolo da Justiça,
com a qual devem ser medidos os atos humanos. Simboliza a exatidão da pesquisa e ainda pode ser visto
como símbolo da imparcialidade e infalibilidade do Todo Poderoso.
7. O nível
O NÍVEL como instrumento simbólico da igualdade, tem uma tradição muito importante e uma força muito
grande dentro da Simbologia Maçônica. Como parte do triangulo, um dos tripés que sustentam toda a
estrutura filosófica de nossa Ordem, ele é o emblema de um dos maiores princípios da Maçonaria. Aquele que
foi emprestado para a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aquele que considera todo os homens
iguais, independentemente de crenças religiosas, credos políticos, raças ou condição social. É o NÍVEL que nos
faz tratarmo-nos de Irmãos e, em nossos Templos, sentarmos lado a lado, patrão e empregado, pai e filho,
General e Tenente, rico e pobre, sem nenhuma pretensão.
8. O prumo
O PRUMO, conhecido como perpendicular no passado, é o símbolo da retidão, da Justiça e da Equidade.
Também simboliza o equilíbrio. Se o NIVEL simboliza a Igualdade entre os homens, o PRUMO significa que o
Maçom deve possuir uma retidão de julgamento - seja essa ligação em grau de parentesco ou amizade. A
perpendicular é também o símbolo de profundidade e de conhecimento. Quando o Aprendiz completa o seu
tempo e após apresentar seu trabalho sobre o Grau, diz-se que está apto para passar da "Perpendicular ao
Nível".
9. A pedra bruta
Representa o homem sem instrução, com suas asperezas de caráter, devidas à ignorância em que se encontra
e às paixões que o dominam. Simboliza as imperfeições do espírito e do coração que o Maçom deve se
esforçar para corrigir.
O Aprendiz, pela sua iniciação maçônica, que representa um novo nascimento, reencontra o estado da
natureza; ele se liberta das mazelas do mundo profano e passa por um processo de purificação, onde
reencontra a liberdade de pensamento.
Esta nova etapa em sua vida, tem como objetivo principal a sua transformação, e este se dá através do
trabalho do desbaste de sua própria "pedra bruta", com os instrumentos que lhe são fornecidos, visando
tornar esta justa e perfeita, em todas as suas medidas e forma. Ela é vista como a "matéria-prima!" existente
para a elaboração da "Obra".

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Simboliza a matéria apta a ser trabalhada; simboliza o "meio" para atingir o "fim" sagrado da transmutação do
Ser.
10. A pedra polida ou cúbica
Simboliza o homem instruído, que dominando suas paixões e abandonando os preconceitos se liberou das
asperezas e assim pode contribuir mais como um tijolo social para um mundo mais justo e perfeito.
A Pedra Cúbica, o hexaedro, é a obra-prima que o Aprendiz deve realizar. Materialmente, é difícil, com o
Maço, o Cinzel e o Esquadro, realizar um Cubo perfeito que a primeira vista não parece revelado.
A Pedra Cúbica do Painel do Aprendiz é encimada por uma pirâmide quadrangular e se chama "Pedra Angular
Pontiaguda". Essa pedra simboliza o saber do homem aplicados em atos de piedade e virtude, o progresso
que eles devem fazer na instituição e em seus relacionamentos com os Irmãos.
11. A Prancheta da loja
Tal como a Pedra Bruta é uma representação do aprendiz e a Pedra Cúbica representa o Companheiro, a
Prancheta da loja simboliza o Mestre. É o instrumento pelo qual os mestres guiam os aprendizes no trabalho
indicado, traçando o caminho a ser seguido para seu próprio aperfeiçoamento, que possibilitará,
consequentemente, o progresso na Arte Real. Também serve para nos recordar que devemos nos empenhar
na busca de conhecimentos, para que no futuro saibamos, através dela, traçar nossos planos de trabalho,
estabelecer objetivos e empenhar-nos em conquista-los com habilidade e preparo quando chegarmos ao grau
de mestre maçom.
12. O maço e o cinzel
Instrumentos do Aprendiz, são apresentados no Painel de forma unida, portanto essa associação indica a
vontade e a inteligência, a força e o talento, a ciência e a arte, a força física e a força intelectual, quando
aplicadas em doses certas, permitem que a Pedra Bruta se transforme em Pedra Polida.
O Maço simboliza a vontade do Aprendiz. Não é uma massa metálica, pesada e brutal, pois a vontade não
deve ser nem obstinação, nem teimosia. Ela deve ser apenas firme e perseverante. Mas o homem não pode
agir diretamente sobre a Matéria; o Cinzel servirá, então, de intermediário. Este deverá ser amolado
frequentemente, isto é, deverá rever continuamente os conhecimentos adquiridos. Não deixá-los embotar. O
Maço age de forma descontínua. Isso mostra que o esforço não pode ser perseguido sem interrupção e, por
outro lado, que uma pressão contínua sobre o Cinzel tirar-lhe-ia toda a sua precisão.
13. O sol, a Lua e as Estrelas
Representam o antagonismo da natureza - dia e noite, afirmação e negação, claro e escuro, presente na vida
maçônica do Aprendiz, ensinando o equilíbrio pela consciência dos contrários.
O Sol é o vitalizador essencial, a fonte da luz e da vida, tanto dos animais como dos vegetais, nasce no Oriente,
de onde vieram os ensinamentos da arte real.
A Lua, representa o amor, o princípio passivo e o feminino, simboliza a constância e a obediência, levanta-se
quando o Sol se deita e reina sobre as estrelas, não com sua própria luz, mas refletindo a luz solar.
O Sol, ativo, fica à esquerda, e a Lua, passiva, fica à direita do Painel.
Na Loja os trabalhos são abertos simbolicamente ao Meio-Dia, quando o Sol esta no Zênite, e fechados à
Meia-Noite, quando ele está no Nadir; nesse momento, supõe-se que a Lua esteja em seu pleno esplendor.
As Estrelas, simbolicamente representam a universalidade da Maçonaria, mas ressaltando na forma irregular
em que são distribuídas, que os Maçons, espalhados por todos os recantos da terra, devem, como
construtores sociais, distribuir a luz de seus conhecimentos àqueles que ainda estão cegos e privados do
conhecimento da Verdade.
14. As três janelas
As janelas são em número de três e estão posicionadas no sentido da marcha do sol, simbolizam as

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principais horas do dia, nascer, meridiano, e por do sol, assim, como em loja, os três principais dirigentes. A
primeira janela, ao nascer do sol, está posicionada no oriente, posição do Venerável Mestre, que tem o poder
de abrir, dirigir e esclarecer a loja nos seus trabalhos. A segunda janela encontra-se na coluna do meio dia,
onde tem acento o irmão 2º Vigilante, para melhor observar o sol no seu meridiano, chamar os obreiros para
o trabalho e manda-los à recreação. A terceira janela encontra-se no por do sol, no ocidente, tal qual o irmão
1º Vigilante, para fechar a loja, pagar os obreiros e despedi-los contentes e satisfeitos.
Em observância a estes significados, os trabalhos dos aprendizes maçons começam ao meio dia e termina à
meia noite. Os aprendizes são colocados na coluna do Norte porque têm necessidade de serem esclarecidos.
Eles recebem, assim, toda a luz da janela do meio dia.
15. Cordão de 7 nós e a borla pendente em cada ponta
Os sete nós do cordão ou voltas simbolizam os sete anos exigidos antigamente ao aprendiz maçom para o
compromisso no primeiro grau, sendo cinco anos encerrado no Templo, para o qual entrava após dois anos de
observação. Os laços também simbolizam o amor fraterno que deve existir e prevalecer entre os irmãos. Os
sete nós ainda representam as artes liberais, sendo a Gramática, a Retórica, a Lógica, a Aritmética, a
Geometria, a Música e a Astronomia, as quais os aprendizes devem desenvolver visando o aperfeiçoamento.
Seu entrelaçamento simboliza também o segredo que deve rodear nossos mistérios. Sua extensão circular e
sem descontinuidade indica que o império da Maçonaria, ou o reino da Virtude, compreende o Universo no
símbolo de cada uma de nossas Lojas.

Passemos agora, ao painel SIMBÓLICO de modo bem resumido e aproveitando elementos apresentados no
painel alegórico:

1. Três grandes colunas


A Loja maçônica é sustentada por três colunas: Sabedoria, Força e Beleza. A sabedoria é a orientadora do
trabalho maçônico; a Força é o que anima e sustenta em todas as oportunidades, e a beleza dota as ações
agradáveis aos olhos e ao coração, dando-lhes sentimentos.

Essas colunas são arquitetonicamente invisíveis, porém são representadas a Sabedoria pelo Venerável Mestre,
que, por sua vez, senta-se na Cadeira ou Trono de Salomão; a Força, pelo Primeiro Vigilante, que reflete a
força que o rei de Tiro, Hirão, usou para conseguir a construção material do templo; e a Beleza, pelo Segundo
Vigilante, que espelha a Hiram Abiff por seu delicado trabalho de ornamentação do Templo.

“Todo esse simbolismo nos indica que, na obra fundamental de nossa construção moral, devemos trazer para
a superfície, para a Luz, todas as possibilidades das potências individuais despojando-nos das ilusões da
personalidade. E, nesse trabalho, só poderemos ser Sábios se possuirmos Força; mas ser Sábio com Força,
sem ter Beleza é triste, porque é a Beleza que abre o mundo inteiro à nossa sensibilidade”.

2. O teto da Loja
Representa a abóboda celeste de cores variadas, o céu, o infinito. Para atingi-la o caminho é pela escada de
Jacó em que cada degrau representa uma das virtudes exigidas do maçom em busca da perfeição moral. Em
sua base, centro e topo destacam-se três símbolos (a cruz, a ancora e o cálice) representando a fé, a
esperança e a caridade, virtudes morais que devem ornar o espírito e o coração de qualquer ser humano,
principalmente no maçom, que não esquecerá jamais de depositar a fé no Grande Arquiteto do Universo, a
esperança no aperfeiçoamento moral e a caridade para com seus semelhantes.
Essas virtudes serão estimuladas e potencializadas sob a proteção das três colunas que sustentam os
trabalhos em loja. A Fé é a Sabedoria do espírito, sem a qual o homem não concretizará seus
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sonhos; a Esperança é a Força do espírito, que serve de amparo e ânimo nas dificuldades e barreiras
encontradas no caminho da vida e; a Caridade é a beleza que enfeita o espírito e aquece o coração para que
neles encontrem morada os puros sentimentos humanos.

3. Interior da Loja
O interior da loja é composto de Ornamentos, Paramentos e Joias.
a. Ornamentos
i. Mosaico ►Diversidade e antagonismo, mas devem prevalecer a harmonia e laços
fraternos.
ii. Delta Luminoso
iii. Orla dentada ► Simboliza a atração pelo amor, os maçons reunidos e unidos no seio da
loja
b. Paramentos
i. Livro da Lei ► nosso código moral que nos anima e nos governa.
ii. Compasso e Esquadro
c. Joias
i. Três móveis
1. Esquadro
2. Nível
3. Prumo
ii. Três fixas
1. Prancha da Loja
2. Pedra Bruta
3. Pedra Polida
d. Borlas nos cantos externos ►Pendentes dos cantos da Loja nos lembram as virtudes cardeais:
TEMPERANÇA, JUSTIÇA, CORAGEM e PRUDÊNCIA que, diz nossa tradição, foram sempre
praticadas por nossos antigos Irmãos.

Em conclusão, as ferramentas do aprendiz devem ser utilizadas no quadril sob o sagrado triangulo em que a
loja assenta os seus fundamentos: Sabedoria que orienta, força que impele e beleza que executa.

O maço (vontade) e o cinzel (inteligência), por si só não garantem um trabalho eficiente, mas a associação de
ambos nos certifica que a vontade e inteligência, força e talento, ciência e arte, força física e força intelectual,
quando aplicadas em doses certas, permitem que pedra bruta se transforme em pedra polida e sejamos, a
cada dia, homens melhores.

E para não fugir daquilo que sou, um provocador, os símbolos maçônicos expressam seus ensinamentos
somente para os corajosos, sinceros e perseverantes maçons, pois a Esfinge, com sua boca aberta ou fechada
é uma insinuação daquilo que só será descoberto por quem intelectualmente escuta e vê com os ouvidos e
olhos da compreensão. Quem não possui esta intelecção jamais saberá o misticismo que concerne a boca da
esfinge, assim como não desvendará os símbolos maçônicos, se não fizer até a exaustão, os estudos afetos.

Além disso, compreendida a mensagem que os símbolos e alegorias nos proporcionam, o estágio seguinte é
sua aplicação. A prática em momento algum pode se distanciar do discurso ou vice-versa. Corremos o risco de
cair na hipocrisia.

Assim, meus irmãos, principalmente os aprendizes, parafraseando Thomas Edison, a maçonaria é 100% de

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inspiração e 200% de transpiração, porque ser justo e perfeito caiu de moda. Aí eu pergunto, permitiremos
isso?

Que o G.’.A.’.D.’.U.’. a todos Ilumine e Guarde.

Obrigado!

Maringá, 10 de junho de 2015.

José Adolfo Nicchio


Mestre Maçom

BIBLIOGRAFIA:

CAMINO, da Rizzardo. Simbolismo do Primeiro Grau. Madra, São Paulo, SP, 2011.

GLP. Ritual do Grau de Aprendiz Maçom – REAA. Curitiba, PR, Setembro/2012.

QUADROS, Bruno Pagan. O Pensador do Primeiro Grau, A Trolha, Londrina, PR, 2007.

LINKS INTERNET:

http://www.revistauniversomaconico.com.br/tempo-de-estudos/os-paineis-do-reaa-do-grau-de-aprendiz/
http://pt.scribd.com/doc/88567980/1-MATERIAL-DE-PESQUISA-SOBRE-OS-PAINEIS-DO-GRAU-DE-APRENDIZ-MACOM#scribd

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