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Trata-se também de uma forma de universalizar a comunicação, eis que pessoas que falam
idiomas diferentes podem ter acesso ao mesmo significado. Ainda se pode dizer que a
simbologia é uma forma de proteger conhecimentos, pois seu significado pode fazer sentido
somente para um determinado grupo, que não o revela a ninguém.
Para o estudioso profano, as três colunas em análise neste trabalho se referem meramente às
ordens arquitetônicas gregas, no contexto da arquitetura clássica, como um sistema que
dotava uma edificação de características e estilo próprios, proporcionando linguagem estética,
buscando harmonia, unidade e proporção, com vistas ao resultado visual da obra.
A coluna Dórica é considerada a ordem por excelência, aquela que seria a origem das outras.
Seu nome remete aos “dórios”, povo que ocupou a Grécia Peninsular a partir de 1200 a.C..
De fato, é a mais antiga, remontando a 600 a 550 a.C., época dos mais antigos vestígios de
templos gregos conhecidos.
Foi a mais utilizada nas grandes obras gregas. É também a de formas mais simples. Tem a
altura de oito vezes o diâmetro da sua base.
O fuste (parte mais longa, entre o capitel e a base) é apoiado diretamente no solo, sem
pedestal. No seu contorno há vinte caneluras ou meias-canas, formando arestas em seus
limites. O seu capitel é formado por uma grande moldura em forma de taça.
A coluna Jônica é historicamente posterior à Dórica, tendo como época referencial a partir do
século V a.C.. Seu nome remete aos “jônios”, e sua mais importante presença visível na
atualidade são os templos da Acrópole de Atenas. Tem sua altura em nove vezes o diâmetro
de sua base, tendo o fuste assentado sobre um pedestal. Apresenta 24 estrias separadas por
um filete, e não aresta viva, como é o caso da coluna Dórica. O seu capitel (parte superior) é
caracterizado por uma dupla espiral em voluta.
Por fim a coluna Coríntia, surgiu entre os séculos V e IV a.C.. A nomenclatura deriva de
Corinto, cidade que rivalizava com Atenas, cultural e economicamente. Esta coluna tem sua
altura em dez vezes o diâmetro de base, e seu fuste pode ser liso ou estriado. Suas caneluras
são de 20 a 32, sempre em número divisível por 4. Seu capitel é o mais adornado e de maior
beleza plástica.
OS TRÊS PILARES DA MAÇONARIA
A maçonaria, ao adotar as colunas gregas em sua simbologia, obviamente foi muito além de
questões geométricas ou de proporção. Entregou às três colunas significados condizentes com
suas formas, bem mais profundos e importantes. Para a maçonaria, a coluna Jônica representa
a Sabedoria, a Dórica a Força, e a Coríntia a Beleza. São essas colunas, com tais
características, que sustentam simbolicamente a loja de Apr∴
A coluna Dórica representa a Força, e como tal é relacionada ao 1º. Vig∴. Cabe a ele
“pagar o salário dos Obreiros, o que constitui a força e o sustentáculo de toda ocupação”.
Força é o motor da Sabedoria, é ela quem agirá para que o plano seja executado de forma
efetiva. Mas a Força deve agir conforme as instruções da Sabedoria, caso contrário o resultado
será defeituoso ou nulo.
A representação das colunas pode ser entendida como ponto de equilíbrio intelectual dentro da
loja, já que os trabalhos dos obreiros são apresentados entre colunas. Esta exposição entre a
trindade da sabedoria, da força e da beleza mostra o que ensina Platão em sua obra a
Republica: “Todo governante sábio busca na força seu equilíbrio, na beleza sua expiração e na
sabedoria seu conforto”.
Conclusão
O edifício espiritual da Maçonaria descansa sobre estas colunas simbólicas. A Sabedoria
concebe a construção, ordena o caos, cria e determina a realização. A Força executa o projeto,
segundo instruções da Sabedoria.
Contudo, não basta ser a edificação bem projetada e bem executada. É preciso ser bem
adornada pela Beleza.
Sendo assim, todo Maç∴ deve ter essas qualidades Sabedoria, que orienta, Força, que executa
e Beleza, que embeleza as ações, para que possa realizar com exatidão os seus trabalhos de
fraternidade e caridade para com a sociedade.