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Notas e destaques do
É por esta razão que assinala no prefácio do livro: “...em vez de uma coleção
de histórias de literaturas, pretendeu-se esboçar a história dos estilos
literários, como expressões dos fatores sociais, modificáveis, e das
qualidades humanas, permanentes. Os critérios da exposição historiográfica
são, portanto, estilísticos e sociológicos”.
Introdução
Destaque (amarelo) - Posição 1935
O registro dos livros é substituído pela história das obras e das ideias.
NACIONALISMO
Ilíada e da Odisseia:
A Ilíada e a Odisseia eram usadas, nas escolas gregas, como livros didáticos;
O enredo das duas epopeias é como a própria vida humana: não foi
inventado; tudo devia ter acontecido assim.
A presença dos deuses homéricos, que são, por definição, ideais humanos,
revela não só a condição humana, mas também a capacidade dos homens de
superá-la.
Hesíodo86
Tirteu88
Mimnermos89
Teógnis90
Arquíloco91.
Alceu92,
Safo93,
Píndaro canta o mito para estabelecer uma ligação entre os feitos dos deuses
e dos heróis de outrora e o feito esportivo do dia: para demonstrar que os
homens são capazes de grandes coisas, mas que o deus é sempre superior à
mais elevada condição humana. É poesia de aristocratas que se educam para
merecer a sua posição; mas o poeta lhes observa que a sua ética depende da
sanção divina.
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Ésquilo99
Eurípides100
Aristófanes101
de Heródoto103
Mas se Plauto113 só
Dos temas de Plauto vive todo o nosso teatro popular. Plauto é um dos
autores mais influentes da literatura universal.
Mas a literatura romana tem justamente “les qualités de ses défauts”. Devia
ser literatura de evasão, porque não tinha nada com a realidade no meio da
qual surgiu. O espírito grego cria as suas realidades: Estado e poesia, religião
e teatro estão no mesmo plano; a distinção entre realidade material e
realidade espiritual, para o grego, não tem sentido. A realidade romana é
construção em material dado. É realidade econômica, política, jurídica,
administrativa. O romano não criou o seu mundo; encontrou-o, dominou-o,
continuou a dominá-lo, pensando em termos administrativos. A realidade
espiritual, importada de fora, é uma planta exótica em Roma; e os que
pretendem viver nela só podem fazê-lo como um alto funcionário que nas
horas de ócio se entrega a caprichos de diletante, ou como um boêmio que se
afasta das ocupações sérias da vida.
Afinal, não pretendeu dar historiografia exata, mas uma história exemplar;
não como foi, mas como devia ser.
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Na verdade, Sêneca não foi influenciado pela religião cristã; foi, muito ao
contrário, o cristianismo, em sua atitude ética, que foi profundamente
influenciado pelo estoicismo de Sêneca, transformando porém o suicídio em
martírio.
Tácito152.
velho Plínio153,
Plínio154,
Luciano155,
Luciano155,
Apuleio156,
Marco Aurélio157.
O livro inteiro das Meditações foi escrito para afugentar a obsessão desse
homem poderoso com a ideia da morte.
Ausônio158.
Claudiano160,
Nonnos161,
Boécio162
DARK AGE
LITURGIA
INÍCIO DO FEUDALISMO
A pobre vida terrestre é superada por outra vida, espiritual e mais real. É o
único momento da história ocidental moderna que tem semelhança, se bem
que longínqua, com o “realismo” grego, capaz de construir mundos ideais e
de transformá-los em realidades.
EPOPEIA CELTA
Kriemhild vinga uma perfídia monstruosa, repetindo-a por sua vez, e no fim
ela é, chorando e desesperando, uma espécie de Grande Mãe das mitologias
primitivas, lamentando o fim da era dos deuses noturnos. O Nibelungenlied é
o canto fúnebre do mundo germânico pagão. Revela que no século XIII o
cristianismo ainda não tinha penetrado a fundo na alma alemã.
PENSAMENTO ALEGÓRICO
SÍMBOLO E ALEGORIA
Capítulo I O “TRECENTO”
Destaque (azul) - Posição 7526
RENASCENÇA ITALIANA
BOLSA DE VALORES
HUMANISMO ECLESIÁSTICO
Na verdade, só uma Idade Média dilacerada por lutas de classe, como todas
as outras épocas do passado, é compreensível, porque humana.
ESTADO X IGREJA
Roman de la Rose.
pobreza em Arcádia. Só um fator da vida real não pode ser elidido por
nenhuma alegoria: a morte. Daí a obsessão fúnebre da época.
Capítulo I O “QUATTROCENTO”
Destaque (azul) - Posição 9708
GLÓRIA
Será fácil afirmar que esse individualismo causou a ruína política da Itália;
outros motivos mais fortes intervieram para isso. Mas o individualismo
impediu, até Maquiavel, a formação de uma doutrina política coerente.
Quanto à vida pública, havia três atitudes diferentes, conforme as classes: a
evasão, atitude da aristocracia vencida; a retirada para a vida particular e
econômica, atitude da burguesia; e a revolução democrática, atitude popular
que assume – o que é muito significativo – feição de revolta religiosa contra
o paganismo das classes altas da sociedade. Serão as atitudes de Sannazzaro,
Alberti e Savonarola.
A Arcadia é o sonho de uma vida mais feliz, mais pura; não um sonho
fantástico, mas sonho de um artista consciente.
A ameaça do povo cristão estava dirigida contra duas forças até então
inimigas ou separadas: a Igreja e o humanismo. O caso Savonarola acabou
com a rivalidade entre elas. Igreja e humanistas, igualmente ameaçados,
concluirão uma aliança; e essa aliança é o que constitui o espírito do
“Cinquecento”.
Capítulo II O “CINQUECENTO”
Destaque (azul) - Posição 10491
MAQUIAVEL
dos seus Ricordi politici e civili que irritou os patriotas italianos de todos os
tempos.
Edmund Spenser546
Dogma e liturgia significavam pouco para ele, porque tinha na alma outra
religião: o estoicismo, que não era, para ele, erudição morta, e sim uma
norma de viver, para conservar, nas tempestades das guerras de religião, o
equilíbrio
ENSAIO LITERÁRIO
O seu ideal secreto foi a “Terceira Igreja” dos intelectuais esclarecidos, uma
Igreja de pacificação europeia.
“Utopia” é, segundo o sentido literal do neologismo grego, “um país que não
fica em parte alguma”. Utopia é uma sátira audaciosa contra as devastações
causadas pela transição do feudalismo para a nova economia, sátira de um
sábio conservador, católico,
e até hoje, alguns críticos negam, além de uma imitação superficial da arte
italiana, a existência de uma Renascença espanhola636, o que explicaria a
situação particular da Espanha dentro do quadro da civilização europeia, ao
lado da Rússia, que também não conhecia a Renascença.
Um alemão não pode dizer vinte palavras sem empregar uma expressão
bíblica, quer dizer, luterana, e isto se aplica também aos católicos, que
durante a unificação linguística do século XVIII adotaram a língua de Lutero.
A unidade real da nação alemã ainda é duvidosa: até onde existe, é obra da
Bíblia luterana.
LÍNGUA INGLESA
jesuítas.
Das obras desses mestres é abstraída a nossa ideia do que é barroco, uma
ideia fortemente antitética: arquiteturas majestosas e martírios com
pormenores sádicos, grande teatro aristocrático e ladrões em tavernas sujas,
paisagens de academismo arcádico e orgias frenéticas, ostentação vazia e
visões místicas.
Caravaggio,
Para chegar a conceitos mais exatos, é preciso deixar a região das artes
mudas. Tiram-se conclusões mais precisas da análise das teorias estéticas da
época.
FIM DA RENASCENÇA
JERUSALÉM LIBERTADA
sacra falhou em toda a parte onde o assunto foi imposto; só venceu no país
do inconformismo religioso.
Em parte, essas epopeias são realmente produtos de oposição: mas não contra
a epopeia séria, nem contra a aristocracia, e sim contra a pretensão da
aristocracia, já domesticada nas cortes, de manter as tradições do seu passado
bárbaro e bélico856.
de Télémaque.
ROUSSEAU
A História era o reino do caos irrazoável, daquilo que não podia ser
transformado em ciência: Descartes rejeitou a historiografia como
acientífica. Da tarefa que a Razão abandonara – tornara compreensível o caos
dos fatos históricos – encarregou-se a dramaturgia.
CATARSE
NIILISMO
Capítulo I O ROCOCÓ
Destaque (amarelo) - Posição 26502
Paul Hazard a descreveu, de Crise da Consciência Europeia1144.
Por que metrificar o que se pode dizer melhor em prosa? Pela primeira vez, a
própria literatura está em questão.
Jean-Baptiste Rousseau foi o poeta francês mais lido do século XVIII e até à
revolução romântica;
Gibbon sabia que muitas outras ruínas sobreviriam, nesse caminho, e uma
angústia íntima lhe dizia que a casa aristocrática do gentleman inglês
também seria ameaçada. Contra essa angústia defendeu-se Gibbon pela
ironia, desmoralizando o passado consagrado.
O estilo solene, algo barroco, de Gibbon não deve iludir a crítica: a History
of the Decline and Fall of the Roman Empire não é um grande panorama
retórico da história universal, e sim uma obra de erudição séria. Onde Gibbon
errou, não o fez por leviandade ou por espírito sectário, mas porque a ciência
da sua época não lhe podia oferecer a documentação suficiente. Entre
A History of the Decline and Fall of the Roman Empire é, em forma épica, a
maior das tragédias históricas do Barroco; ou, antes, do Neobarroco, porque
a eliminação do “mito religioso” do Barroco pelo racionalismo cartesiano já
tornara incompreensível a catástrofe, privando-a da “catarse”.
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PROGRESSO X IGREJA
Porém o mero progressismo não basta para conferir sentido à história; seria
apenas pessimismo histórico às avessas. Era preciso substituir os objetivos
misteriosos da Providência divina por outros valores finais da história; sem
isso, o progressismo seria logo desmentido pelos fatos, voltando o
pessimismo barroco. E se o pessimismo histórico do Barroco fosse despido
dos seus acentos religiosos, então voltaria a ideia pagã dos ciclos históricos
nos quais a humanidade se movimenta, chegando aos cumes da civilização só
para voltar, logo depois, às origens bárbaras da História e recomeçar de novo.
É a ideia de Maquiavel e Políbio. Eis o problema de Vico.
ANACICLOSE
A influência dos cafés na literatura é tão grande ou maior que a dos salões.
JOHN BULL
Por isso, Alexander Pope1292 gozou durante o século XVIII de uma fama
imensa e internacional; depois, negaram-lhe a própria qualidade de poeta.
Samuel Johnson1293,
Shaftesbury1341.
Na nova sociedade utilitarista que então se esboça, não há lugar para o artista
que, tendo perdido os protetores aristocráticos, se retira para a boêmia dos
cafés literários. A literatura está livre das cadeias da estética classicista;
A arte clássica não procura produzir obras originais, mas imitar a natureza
como ela é e se inspirar em autores classificados como perfeitos. Mimese é o
nome atribuído à noção de imitação da arte utilizada pelos artistas clássicos.
Esse pensamento filosófico foi muito difundido por Platão e Aristóteles.
ESTÉTICA
ECONOMIA
Essa teoria dos valores – o valor dos objetos depende das necessidades
subjetivas – aplicou-a Galiani à política e à psicologia.
CONDUTA X RAZÃO
Mas o ambiente que o rodeia tem outro clima: é a melancolia dos literatos
boêmios, retirados da sociedade aristocrática e, no futuro, excluídos da
sociedade burguesa. A contradição íntima em Rousseau explica o paradoxo
dos pré-românticos reacionários ou neutros e dos panfletários radicais,
racionalistas, otimistas e por isso fiéis do classicismo. Ao mesmo tempo
desaparece o problema cronológico do pré-romantismo. Assim como
Rousseau precede a Revolução, assim também o pré-romantismo precede
Rousseau. A revolução política e a revolução literária não coincidem. A
atitude pré-romântica já vem, como revela o caso de Muratori e Gravina, do
Neobarroco, e acompanha sempre o racionalismo da Ilustração, desde os
começos do século. O pré-romantismo torna-se poderoso, preponderante já
muito antes da revolução política, entre 1740 e 1760; coincide com uma
revolução social que, por sua vez, não coincide com a revolução política,
nem cronologicamente nem nos seus motivos e fins.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A “Elegy” seria o idílio mais nobre que existe em qualquer língua, se fosse
um idílio. Na verdade, o key-word do poema, forgetfulness, encerra o
protesto indignado contra o esquecimento do poor, ao qual o mundo negou
Fortune e Fame. É o protesto do plebeu Gray que deveu tudo aos seus
próprios esforços, que rejeitou proteção aristocrática e até a dignidade do
poet laureate. Gray é o poeta clássico da revolução agrária; mas gravou-se na
memória da nação, porque never spoke out o que sentiu. Era um inglês
típico. O momento idílico da poesia de Gray aparece em toda a pureza, não
da forma mas do sentimento, no Deserted Village (1770), de Goldsmith1377,
descrição comovida e sentimental da paisagem da revolução industrial e por
isso muito popular. A própria revolução – ou antes as consequências dela –
aparece, e em versos clássicos, na poesia de Crabbe1378, que é por isso um
dos poetas menos populares da Inglaterra; mas dos mais fortes.
Crabbe é o poeta da miséria da qual Gray fora o artista. O ciclo do idílio pré-
romântico estava fechado.
MILAGRE E POESIA
MISTICISMO E RACIONALISMO 🤝
WILLIAN BLAKE
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GENTRY E DISSENTERS
RACIONALISMO X DOGMA
ROMANCE MODERNO
Fielding está exatamente entre Defoe e Dickens; tem as qualidades dos dois,
sem os seus defeitos, é o mais equilibrado de todos, quase um deus do
romance realista;
RESTIF DE LA BRETONE
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Era um escritor instintivo, e por isso capaz de dizer coisas que os teóricos
pré-românticos da “literatura instintiva” dissimularam. Mas por este caminho
só era possível chegar até à decomposição da literatura, e não à revolução.
Entre as condições da revolução estava a aliança entre o libertinismo pré-
romântico dos sentimentos e o radicalismo consciente da inteligência. Essa
aliança anuncia-se – em parte realiza-se – em Diderot1506. A sua obra é tão
imensa como incoerente:
Grande parte da sua obra foi, porém, publicada só depois da sua morte ou
depois da Revolução ou mesmo na primeira metade do século XIX. Diderot,
homem genial que se esgotou em fragmentos e sugestões, é menos uma força
motriz da história intelectual do que um sintoma da situação à qual essa
história chegara.
The Age of Reason encobre uma true theology, uma nova religião da
humanidade.
ROUSSEAU
puritanismo.
MISTICISMO
O teatro, isto é, a poesia em movimento físico, significou para ele, como para
todo o século XVIII, o cume mais alto da literatura.
Como os Antigos Imaginaram a Morte (Wie die Alten den Tod gebildet) –
demonstrando que os antigos representaram a Morte, não como esqueleto
horrível, mas como irmã do sono e como gênio consolador – marca época na
história do espírito europeu: em vez do protesto racionalista contra o
cristianismo, surge o protesto estético, neopagão, de um novo helenismo.
Com Lessing só, a literatura alemã teria ficado, mais uma vez, isolada na
Europa pré-romântica. Paradoxalmente, o papel de incorporar a literatura
alemã à literatura europeia não coube ao grande europeu Lessing, mas ao
patriota cristão Klopstock.
POESIA E DEUS
Goethe1565 pertence ao “Sturm und Drang” pelas suas obras mais populares:
GOETHE
SCHILLER
Napoleão leu o Werther nada menos que sete vezes, Chateaubriand o imitará,
no René. Na França surgirá até um Werther às avessas, o Julien Sorel, de
Stendhal. E houve, na Itália, o Werther patriota, o Jacopo Ortis, de Foscolo.
BILDUNGSRELIGION
REVOLUÇÃO E CLASSICISMO
O PRECURSOR DO ROMANTISMO
Ugo Foscolo1604, uma das mais nobres figuras da literatura italiana, foi
patrício de Chénier:
JANE AUSTEN
Jane Austen foi uma moça provinciana inglesa; viveu sempre no seio da
família. Relações familiares, noivado e casamento, são os seus únicos temas.
O seu panorama do mundo era tradicionalista, o da gentry da Inglaterra de
1800: rei, aristocracia, “upper middle class”, as autoridades civis, militares e
da Igreja anglicana em perfeita harmonia dos poderes, mesmo que fossem
indignos ou ridículos os representantes dessa hierarquia.
Goethe1621,
Hermann und Dorothea – belíssimo idílio, mas pouco mais do que isso – em
que já atua a outra influência alheia: a Revolução. Hermann e Dorothea
fogem da Revolução, na qual os instintos bárbaros despertaram de novo; o
instinto conservador do artista Goethe reagiu, desde então e definitivamente,
contra toda a política. Tomou a mesma atitude de indiferença meio hostil
contra a Revolução, contra o nacionalismo alemão e contra as reivindicações
liberais.
“Bildung”, “formação”, eis a grande lição que Goethe deixou e que lhe
justifica o “egoísmo”; o ideal da cultura universal do homem, o ideal da
Renascença, chegou em Goethe ao auge e ao fim. Enquanto se pode dizer
que “a lição de Goethe” não é permanente, só não é porque não será eterna a
civilização que com os gregos começara. Goethe é o último grande
individualista da Renascença que com ele acabou. Vico afirmara que depois
dos heróis vêm os homens; depois de Goethe vieram os burgueses. Morreu
dois anos depois da Revolução de Julho.
No polo oposto está Hölderlin1627, e o seu caso é tanto mais sério quanto é
certo tratar-se não de um talento, e sim de um gênio; tanto mais sério que o
seu mergulhar na loucura não representa um caso pessoal, mas simboliza o
último conflito entre classicismo e cristianismo antes de ambos
desaparecerem, provisoriamente, da literatura europeia. Hölderlin, um dos
maiores poetas da Alemanha e da literatura universal de todos os tempos, foi
muito maltratado pela posteridade.
CLASSICISMO X CRISTIANISMO
SCHILLER
SCHLEIERMACHER E HUMBOLDT
EUROPEIZAÇÃO DA ALEMANHA
INDIVIDUALIDADES DO ROMANTISMO
NIETZSCHE EM SCHLEGEL
FICHTE
andarmos, iremos sempre para casa.” Isto é: para a morte. Novalis será o
maior poeta da morte.
SCHELLING
VON KLEIST
Entre 1650 e 1800, a França é, com respeito à literatura, uma China fechada,
um “Império do Meio”. Quem rompeu esse isolamento foi Napoleão: as suas
CHATEAUBRIAND
MADAME De STAEL
Fox, pelos loucos, como Blake, e pelos utopistas, como Godwin. Contra os
afrancesados reagiram outros afrancesados, aristocratas do “ancien régime”,
com a mordacidade da sátira classicista.
BURKE
COLERIDGE
DE MAISTRE
LAMARTINE
WALTER SCOTT
COOPER
Os discípulos de Walter Scott são, quase todos, conservadores como ele; mas
é um conservantismo moderado, menos de orgulho aristocrático do que de
preconceitos da classe média, admirando a beleza do passado, porque
receavam a decadência moral pela invasão das ideias avançadas. O romance
histórico torna-se reacionário, no próprio sentido da palavra, quando é
expressão de uma classe dirigente ainda poderosa e já ameaçada.
ALEXANDRE HERCULANO
ALEXANDRE DUMAS
BULWER
COLLINS
POE
REAÇÃO DA ALEMANHA
ARNIM
ADAM MÜLLER
MANZONI
IRMÃOS GRIMM
ESLAVOFILISMO
ESLAVISMO X LIERALISMO
coerentemente, ao luteranismo.
Franz Grillparzer1853 é o poeta mais completo do seu país; a sua obra é uma
verdadeira enciclopédia da história e do caráter austríaco;
KIERKEGAARD
LITERATURA RUSSA
discípulo de De Maistre.
BIELINSKI
GOGOL
É tanto mais estranho que o próprio Gogol não se tenha conservado fiel a
esse programa: na sua última obra, Escolha da correspondência com amigos,
rebentou em visões apocalípticas de fim da civilização e do mundo, ajoelhou-
se perante o retrato do tzar e os ícones da Igreja ortodoxa. Gogol acabou em
loucura religiosa.
Com efeito, Gogol, o pai da literatura realista, não é realista; dá quase sempre
caricaturas monstruosas ou burlescas da vida russa. Os seus “heróis” são,
todos eles, caricaturas; o falso inspetor Chlestakov e o comprador de almas
mortas Tchitchikov são criaturas monstruosas da corrupção política e da
corrupção social; e até Akaki Akakievitch, o triste herói do Capote, é uma
caricatura burlesca e comovente dos humilhados da terra russa. Tampouco é
Gogol realista com respeito ao estilo; em vez de descrever a realidade,
deforma-a; e essas deformações fornecem o humorismo intenso da sua obra.
BYRON
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SCHOPENHAUER
PUCHKIN
STENDHAL
Em Stendhal, a arte é a porta aberta para uma vida mais rica; em Mérimée, a
arte é um meio para fixar os momentos flutuantes da vida, e só os essenciais
– daí a substituição do romance pelo conto.
POETA DO RISORGIMENTO
LERMONTOV
Shelley1938 era uma natureza tão misteriosa e é um poeta tão importante que
a análise mais acurada se impõe.
Shelley era demoníaco; pareceu angélico porque era belo e jovem – a sua
vida inteira foi o que em outros só é uma fase da adolescência;
ROUSSEAU X THOUREAU
FEMINISMO
ROMANTISMO DE OPOSIÇÃO
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Até aí, Lesskov não é muito diferente da chamada “literatura dos senhores
rurais”, à qual Turgeniev e Tolstoi também pertencem. Mas Lesskov não era,
como eles, um senhor rural; nem era um intelectual. Era um pequeno-
burguês, caixeiro-viajante a serviço de uma firma inglesa; e como pequeno-
burguês, era reacionário. Não ignorava a necessidade de reformas; ao
contrário, pretendeu contribuir ao progresso russo por meio de vasta
atividade didática, escrevendo brochuras e folhetos sobre o comércio de
livros, a iluminação a gás e o uso de adubos artificiais, como um Gotthelf.
Mas o progresso político inspirava-lhe medo, e quando a agitação política
dos estudantes revolucionários rebentou em conspirações e atentados contra
o sistema tzarista, Lesskov escreveu dois romances ultrarreacionários,
denunciando e advertindo. A consequência foi um artigo violento do crítico
radical Pissarev, pedindo o ostracismo de Lesskov; e assim foi feito. Durante
vinte anos, Lesskov continuou a escrever, mas sempre “fora da literatura”.
Viajava pela Rússia inteira, conheceu o país como nenhum outro dos grandes
escritores da sua época, descobriu e imortalizou classes e camadas do povo
russo que não aparecem em Gogol e Turgeniev, nem em Tolstoi e
Dostoievski:
DICKENS
Por isso, a atitude social de Dickens parece-se muito mais com a de George
Sand do que com a atitude de Mrs. Gaskell2015, sempre classificada como
discípula sua,
Dickens não é liberal nem socialista, mas democrata. E por motivos especiais
colaboram assiduamente nessa luta democrática as feministas – é aí que
reaparece a influência de George Sand. O feminismo de George Sand perdeu,
fora da boêmia literária de Paris, os aspectos libertinos; ficavam só as
reivindicações de uma educação mais prática das filhas, de maior igualdade
de direitos jurídicos, de acesso a diversas profissões para as mulheres.
FEMINISMO
ELIZABETH GASKELL
Mary Barton é, assim como The Song of the Shirt e The Cry of the Children,
um dos reflexos do primeiro movimento revolucionário dos operários
ingleses, do Chartismo2032.
Não foi nunca outra coisa senão um puritano escocês, furioso contra a
civilização profana dos infiéis;
IMPERIALISMO - DISRAELI
BALZAC
GUIZOT
THIERS
SUE
O povo de Paris e o povo alemão são os verdadeiros heróis dos seus dramas
Napoleon oder die hundert Tage (Napoleão ou Os Cem Dias) e Die
Hermannsschlacht – sobretudo o primeiro é uma obra notável.
GEORG BUCHNER
JOVENS HEGELIANOS
GIUSEPPE VERDI
BIELINSKI
HEGEL
Bruno Bauer tornou-se cada vez mais radical em matéria teológica, chegando
a negar a existência histórica de Jesus; mas – alemão típico, recusou-se a tirar
conclusões em matéria política. Mais tarde, a sua atitude apolítica
transformou-se em atitude reacionária: o anticristão acusou os judeus da
fundação do cristianismo odiado, declarou-se antissemita; acabou como
propagandista jornalístico de Bismarck, em cujo “Reich” viu realizado o
“verdadeiro” socialismo. Bauer não quisera dar o passo decisivo do
pensamento à ação. Atacou-o por isso, e deu esse passo um outro “jovem
hegeliano”, Karl Marx2088. “Os filósofos só interpretaram o mundo de
maneiras diferentes; mas é preciso transformá-lo”, dizia Marx, em 1845, nas
Thesen ueber Feuerbach. Quer dizer, a Filosofia tornou-se ação. Para esse
fim, o substrato ideal da dialética de Hegel foi substituído por um substrato
material; mas não foi o materialismo de Feuerbach que prestou esse serviço,
e sim o materialismo dos economistas do capitalismo inglês, cujas
consequências sociais se revelaram ao mesmo tempo em A situação do
operariado na Inglaterra (1840), de Friedrich Engels. A dialética, aplicada à
história social, revelou a lei da evolução histórica: a luta de classes. E a
utopia dos socialistas franceses transformou-se em consequência fatal da
história do capitalismo. Em 1847, Marx e Engels já tinham elaborado o
“socialismo científico” do Kommunistisches Manifest.
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POESIA POLÍTICA
PROUDHON
ASCENSÃO DO CAPITALISMO
SISTEMAS BURGUESES
FREYTAG
ESPÍRITO VITORIANO
MACAULAY
DARWIN
PARNASIANISMO
PROVÍNCIA
PARNASES BRASILEIROS
A boêmia podia agir contra a poesia burguesa dos parnasianos porque era de
origem antiburguesa.
GUSTAVE FLAUBERT
É literatura tão séria, tão bem documentada como uma obra da ciência,
realizando o ideal parnasiano da poesia científica. Com efeito, o trabalho
preparatório de Flaubert consistiu em uma documentação muito mais exata
do que os estudos meio fantasiosos de Balzac de “fisiologia da sociedade”.
HERZEN
PROMETEU - MATERIALISMO
INTELIGENTZIA RUSSA
BAKUNIN
Com Herzen e Bakunin acaba o hegelianismo russo, que sempre fora meio
eslavófilo. Inicia-se a época do positivismo, mais do positivismo inglês de
Mill do que do francês de Comte, e do utilitarismo; quer dizer, do
radicalismo político, que se julgava socialista, mas serviu, nesse momento
histórico, às aspirações da burguesia. O grão-mestre do radicalismo russo foi
Tchernichevski2190.
GONTCHAROV
TURGUENIEV
Turgeniev, não tendo uma “filosofia”, não sabe dar uma interpretação da
vida. Os seus personagens não são porta-vozes do autor;
Os outros países não lhe imitaram a estrutura política, a aliança dos poderes
feudais com a grande burguesia industrial. Ao contrário, uma onda de
liberalismo radical passou pela Europa de Gambetta, Gladstone e Crispi. A
burguesia ocidental estava enfraquecida; e os intelectuais de origem
pequeno-burguesa prometeram uma nova “Era das luzes”, de
“Enlightenment”. Estavam eles, como a pequena burguesia inteira,
gravemente ameaçados pela rápida industrialização; daí o conteúdo
principalmente político e intelectual, mas pouco social, do seu radicalismo.
SCHOPENHAUER
Quanto mais o humanismo clássico perdeu, tanto mais era preciso procurar
outros modelos no passado: não apenas na Itália, como fizeram tantos
JACOB BURCKHARDT
WAGNER
EÇA DE QUEIRÓS
Eça é um grande realista; o seu panorama de Portugal difere muito das cenas
violentamente sentimentais do romântico Camilo Castelo Branco.
GEORGE ELIOT
MATTHEW ARNOLD
FUSTEL DE COULANGES
ANTERO DE QUENTAL
HAMSUN
HERZE
TCHERNICHEVSKI
Rússia tzarista: num país sem imprensa livre, sem universidades livres, até
sem púlpito livre, o romance desempenhou as funções do jornal, da tribuna e
da cátedra de sociologia.
ZAMIATIN
TURGUENIEV
TOLSTOI
Tolstoi foi, sem dúvida, um homem que durante a vida inteira procurou, com
zelo fanático, a Verdade.
Tolstoi renegará toda arte – e até a própria vida, quando sem fins morais,
perde o sentido: em A Morte de Ivan Ilitch, a teoria do “homem inútil” de
Turgeniev transforma-se em teoria da “inutilidade da vida”, isto é, da vida do
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egoísmo sem finalidade superior: essa novela é uma das obras mais
comoventes e mais pungentes da literatura universal, talvez a obra-prima de
Tolstoi, a única em que a arte combina, sem resto, com a ideia
propagandística: é preciso mudar de rumo, integralmente. Essa mudança de
rumo é o tema de Ressurreição, do romance da conversão moral do
aristocrata inútil a pregador da verdade evangélica;
ZEROMSKI
RAUL BRANDÃO
Na Rússia, Taine era o guia dos radicais; nem então nem mais tarde alguém
pensava em reivindicá-lo como mestre do nacionalismo. Nem era preciso. A
teoria mesológica de Taine veio de Herder, com cujo pensamento os russos
tinham relações especiais, desde os dias do eslavofilismo. Enquanto os
“ocidentalistas”, formados na filosofia de Hegel, reconheceram em Taine o
determinista histórico, conservavam-se os eslavófilos fiéis à teoria de Herder,
reveladora de um grande futuro da raça eslava. E enquanto as reformas
políticas e sociais do tzar Alexandre II só levaram ao aburguesamento
econômico da Rússia, lançando os intelectuais radicais na aventura do
niilismo e do terrorismo, fortaleceu-se o eslavofilismo, antigamente tão
literário e pacífico, transformando-se em programa político, imperialista; em
pan-eslavismo2495. O grande teórico eslavófilo Khomiakov2496 já tinha
radicais russos, que estavam então muito longe ainda do socialismo marxista.
Nos Demônios, identificou o liberalismo dos pais e o anarquismo dos filhos.
FASCISMO
O naturalismo acabou porque não era capaz de criar um novo estilo; isso será
tarefa do simbolismo.
Capítulo I O SIMBOLISMO
Destaque (azul) - Posição 58941
O interesse dos simbolistas pela religião, ou, antes, por todas as formas, por
mais esquisitas que fossem, da religiosidade e do misticismo, era outro
atentado contra a indiferença do liberalismo em matéria religiosa e contra o
ateísmo dos naturalistas.
Enfim, a pretensão dos simbolistas de trazer ao mundo uma poesia nova não
harmonizou bem com o sentimento de fadiga reinante entre eles, ao ponto de
se proclamarem “poetas da Decadência”, falando de “Fin du siècle” como se
fosse o Fim do Mundo.
Wilde2523 colocou, conforme sua própria confissão, “seu talento nas suas
obras e seu gênio na sua vida”. Por isso, a maior parte das suas obras são
“period pieces”, cheias de esprit ou, melhor, de wit; mas apenas
significativas como expressões do espírito da sua sociedade e da sua época;
só tem importância histórica.
OSCAR WILDE
ANATOLE FRANCE
A maior parte das obras de France carece, por assim dizer, de peso
específico; não são levianas, como afirmavam os seus inimigos, mas leves.
Menos os quatro romances da Histoire contemporaine. Ali também, os
personagens são ligeiramente caricaturados, como numa anedota maliciosa,
mas a apresentação do ambiente é digna de Balzac. Ali France está dentro da
realidade da Terceira República. Houvera o caso Dreyfus, a tentativa de
revogar os princípios de 1789; então, o burguês parisiense, ameaçado na sua
liberdade democrática de ler e escrever à vontade, se revoltou. Voltou ao
jacobinismo dos seus antepassados; e como o jacobinismo francês tem a
tendência de evoluir cada vez mais para a esquerda, o parnasiano tornou-se
radical, socialista e, enfim, comunista.
SIMBOLISMO - NEOROMANTISMO
MALLARMÉ
VERLAINE
RICARDA HUCH
TCHEKOV
Tchekhov é o único dos grandes realistas russos que não escreveu romances.
Mas suas centenas de contos formam, em conjunto, um panorama completo
da Rússia de 1900, como fragmentos de um espelho quebrado. Passam-se em
todas as províncias do país imenso, de modo que Bruford pôde desenhar um
mapa geográfico da obra tchekoviana. Todas as classes estão representadas
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SOLOVIEV
CRUZ E SOUSA
ALPHONSUS DE GUIMARAENS
EUGÊNIO DE CASTRO
HERMAN GORTER
HENRIETTE ROLAND
SOCIALISMO HOLANDÊS
SIMBOLISMO - NEORROMANTISMO
ESTÉTICA SIMBOLISTA
SUPER - HOMEM
VERHAEREN
Não houvera “fin du siècle”. O dia 1º. de janeiro de 1900 passou sem o
colapso do “Empire à la fin de la décadence”; tampouco se verificou o “Gran
Soir” que os anarquistas predisseram aos burgueses assustados. Os séculos
da cronologia não coincidem com os séculos da historiografia. 1910 está
mais perto de 1880 do que de 1920. A “Fin du siècle” ainda não foi o
verdadeiro fim do século XIX.
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TEOREMA DA GERAÇÃO
EPIGONISMO
RILKE
Thomas Mann2763
THOMAS MANN
CASO DREYFUS
KNUT HAMSUN
Pan, a história do fim trágico do tenente Glahn, que levou nas montanhas da
Noruega a vida conscientemente imoralista de um deus grego ou, antes, de
um nietzschiano de 1900.
GEORGE SOREL
LEON BLOY
CHESTERTON
GUMILOV
WILLIAM JAMES
PRAGMATISMO - POSITIVISMO
NEONACIONALISMO FRANCÊS
FUSTEL DE COULANGES
Pela primeira vez desde a Revolução, grande parte dos intelectuais franceses
adere à Direita. Em 1899, fundam a associação “La Patrie Française”, e
Barrès anota no seu diário: “Tous les intellectuels ne sont pas d’un seul côté.”
Na tentativa de uma edição das suas obras completas, Maurras abriu com
aquele panfleto antidemocrático o volume principal, intitulado Romantisme
et Révolution.
VISÃO DE MAURRAS
BENEDETTO CROCE
italiano, Giambattista Vico. A teoria dos ricorsi foi então, por volta de 1910,
de surpreendente atualidade: ideias semelhantes foram defendidas por
George Sorel, que tinha muitos adeptos no sindicalismo italiano. O próprio
Croce manteve, durante anos, correspondência intensa com o teórico do
sindicalismo que será o precursor do fascismo.
FASCISMO
JÚLIO VERNE
H. G. WELLS
BERNARD SHAW
NACIONAL SOCIALISMO
Europa do século XX, com todas as qualidades e defeitos que essa definição
inclui.
PROFETA DO NAZISMO
MARCEL PROUST
Uma massa humana, que até então só fora considerada fundamento imóvel
da hierarquia social, revelou-se em movimento e agitação; o nomadismo do
jovem Gorki é expressão disso. O homem russo, sofredor passivo desde os
começos da grande literatura realista, ainda sofredor passivo em Tchekhov,
torna-se, em Gorki, ativo. É o fim definitivo dos “homens inúteis”, dos
“homens supérfluos” de Puchkin, Turgeniev e Gontcharov, representantes da
“literatura dos senhores rurais”.
Algo como o Moody da prosa, com qualidades artísticas bem menores, seria
Winston Churchill2955, que se tornara famoso com três romances históricos
sobre momentos decisivos na evolução dos Estados Unidos.
LIMA BARRETO
Enfim, o romancista brasileiro deve parte das suas qualidades àquilo que foi
a desgraça da sua vida: a boêmia. Lima Barreto é precursor do modernismo
brasileiro que se revoltará em 1922, no ano da morte do romancista. Pois a
boêmia é, no princípio do século XX, o núcleo inicial das revoltas literárias.
era das lutas de classe. Em 1911, Piet Vlag fundou a revista socialista
Masses, da qual se dizia que as massas não a leram porque o socialismo
ideologicamente pouco seguro dos colaboradores se dirigiu antes aos
boêmios sofisticados. É a revista para a qual o grande jornalista John
Reed2981 escreveu a célebre reportagem Dez dias que abalaram o mundo,
sobre a revolução bolchevista de 1917.
Trata-se, pois, de um prazo de incubação que vai de entre 1905 e 1910 até
1914 e 1918, tendo a revolução literária coincidido com importantes
acontecimentos e modificações na estrutura política e social do mundo. A
guerra de 1914/1918 está no centro desses acontecimentos, entre as crises
marroquina e balcânica, de um lado, a revolução russa e a revolta do
fascismo italiano, do outro.
Para definir a vanguarda modernista falta mais um elemento; e este pode ser
fornecido pelo papel que o imperialismo desempenhou depois de 1905 e
1914: rompeu o famoso Equilíbrio europeu, o político, o econômico, o
social, e, enfim, o equilíbrio espiritual em que se baseava a literatura de
1900.
Nasceu dentro de uma boêmia que, ela mesma, não era modernista.
FUTURISMO
FUTURISMO - FASCISMO
MARINETTI
APOLLINAIRE
A revista Die Aktion (A Ação), foi fundada em 1910 por Franz Pfemfert,
sindicalista revolucionário, um dos mais destemidos lutadores contra o
militarismo prussiano; e a sua ação política terá, em 1914 e 1918, tudo o que
não era epígono.
FRANZ KAFKA
ROBERT WALSER
ALEKSEI TOLSTOI
A obra perfeita é o romance histórico Pedro, o Grande: pode passar por uma
das obras capitais do realismo socialista.
KONSTANTIN FEDIN
OLIECHA
REBREANU
HASENCLEVER
MANUEL BANDEIRA
STEFAN ZWEIG
PIRANDELLO
VIRGINIA WOLF
ALDOUS HUXLEY
Scott Fitzgerald3211. Este, sim, foi grande escritor, dono daquela coisa rara
que é um estilo inteiramente pessoal.
FITZGERALD
ERNST HEMINGWAY
Já atrás das orgias absurdas dos americanos exilados em Paris, em The Sun
Also Rises, aparece a sombra assustadora; A Farewell to Arms é a epopeia da
morte sem glória; Death in the Afternoon é o cântico da morte absurda, na
“Plaza de Toros”; enfim, em For Whom the Bell Tolls a morte tem sentido:
“It tolls for thee.”
OSWALD SPENGLER
T.S. ELIOT
Com Eliot, a poesia voltou a ser digna de ser feita por homens e lida por
homens. Desde Eliot, a poesia voltou a ser um poder na vida espiritual do
tempo; e, sendo o tempo árido e estéril como o “Waste Land”, a poesia tinha
que ser, antes de tudo, satírica.
Dentro da Rússia, uma posição eliotiana foi ocupada pelo grande poeta
Pasternak3237. Sua atitude ideológica pouco importa: conseguiu, no início
da Revolução, aderir ao comunismo sem sacrificar sua liberdade íntima nem
trair sua inquietação espiritual; e depois, no romance Doutor Zivago
sacrificará a ideologia à liberdade espiritual sem se tornar reacionário;
BORIS PASTERNAK
ALAIN
Alain foi o Sócrates de Paris entre as duas guerras. Ao seu lado fez figura de
profeta clamando no deserto o intratável Julien Benda3278, defendendo
contra a influência corrosiva do irracionalismo bergsoniano o mais rígido
classicismo-racionalismo da tradição francesa; e denunciando, como
“trahison des clercs”, a exploração indevida dessa tradição pelos reacionários
da “Action française”.
JULIEN BRENDA
JULES ROMAIN
A velha Áustria só foi pátria perdida para os que não tiveram outra pátria
para aderir a ela: para os judeus austríacos. Um deles, Joseph Roth3286,
escritor de rara força evocativa do estilo, meio irônico, meio sentimental, e
de profunda seriedade, deixou numa trilogia de romances o monumento da
monarquia habsbúrgica, à qual ficou fiel até o fim.
JOSEPH ROTH
BORGESE - FASCISMO
Só exatamente dez anos depois do armistício aquele horror foi evocado pelo
alemão Remarque3290.
ERNST JUNGER
GEORGE ORWELL
CARL ZUCKMAYER
HERMAN KASACK
HER TERLINCK
CECÍLIA MEIRELES
LAMPEDUSA
FRANÇOIS MAURIAC
GEORGE BERNANOS
FERREIRA DE CASTRO
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Testemunhos literários dessa nova situação são: a novela Karl und Anna, de
Leonhard Frank3547,
LEONHARD FRANK
ANTONIO GRAMSCI
CHOLOKHOV
PAUSTOVSKY
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HERMANN BROCH
ROBERT MUSIL
ALFRED DÖBLIN
ALBERT CAMUS
SOLJENITZIN
IONESCO
Epílogo
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