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LITERATURA GREGA

- TIRTEU, MIMNERMOS, ARQUÍLOCO,


ALCEU E SAFO (século VII a.c.):
POÉTICA - Apenas fragmentos.
- HOMERO (+- século VIII a.c.). É de Homero - TEÓGNIS (século VI a.c.). Teógnis,
que nossa história deve partir; é em Homero que aristocrata que perdeu a situação na vida política
começa a tradição da cultura grega. Seu pela vitória da democracia na sua cidade, foi um
testemunho é o mais antigo documento que poeta lírico grego que retratou as intensas
podemos, proveitosamente, compulsar acerca da tensões políticas dentro de Mégara durante o
educação arcaica. Como disse Platão, Homero século VI. Suas obras retratam a chegada de
foi, no mais pleno sentido, o educador da "outros homens" que desafiaram e desalojaram
Grécia. Homero nasceu em algum lugar da ex-membros da elite. Suas obras demonstram
Jônia, antigo distrito grego da costa ocidental da que o aumento da urbanização entre a população
Anatólia, que hoje constitui a parte asiática da rural em torno de Mégara resultou em pressões
Turquia. Não se sabe ao certo quando nasceu, sociais aumentadas dentro da cidade. Seus
mas estudiosos apontam que viveu em algum escritos são pensados por estudiosos modernos
momento entre 950 e 850 a.C. Para alguns para representar amplamente o ponto de vista
estudiosos, ele pode ter sido contemporâneo ao aristocrático da elite megariana.
Rei Davi de que falam as Sagradas Escrituras. Obras:
Os poemas homéricos transmitidos oralmente - Apenas fragmentos.
foram colocados em forma escrita em algum
momento entre os séculos VIII e VI a.C.. Alguns - PÍNDARO (518 – 446 a.c.). Píndaro foi um
estudiosos acreditam que foram ditados a um poeta lírico grego de Tebas; é o mais difícil dos
escriba pelo poeta e que nossas versões autores gregos. Os seus hinos costumam referir-
herdadas da Ilíada e da Odisseia eram, em sua se à cidade na qual o vencedor nasceu ou à
origem, textos ditados oralmente. Outros família à qual pertence, e os mitos particulares
estudiosos afirmam que, depois que os poemas da cidade ou da família constituem o conteúdo
foram criados no século VIII, eles continuaram do poema. Sua poesia é um ponto de encontro
a ser transmitidos oralmente com considerável para deuses, heróis e homens afim de
revisão até serem escritos no século VI. demonstrar que os homens são capazes de
Nenhum autor clássico alcançou jamais fama grandes coisas, mas que o deus é sempre
tão indiscutida. O nome de Homero tornou-se superior à mais elevada condição humana. É
sinônimo de poeta. poesia de aristocratas que se educam para
Obras: merecer a sua posição; mas o poeta lhes observa
- Ilíada; que a sua ética depende da sanção divina. Quase
- Odisseia. todas as odes de vitória de Píndaro são
celebrações de triunfos conquistados por
- HESÍODO (século VIII a.c.). Hesíodo foi um competidores em festivais pan-helênicos, como
poeta grego da Antiguidade, sua poesia é a os Jogos Olímpicos.
primeira feita na Europa na qual o poeta vê a si Obras:
mesmo como um tópico, um indivíduo com um - Epinícios ou Odes Triunfais. Chegaram-
papel distinto a desempenhar. Autores antigos nos um total de 45 epinícios, divididos em
creditavam a ele e a Homero a instituição dos quatro livros, conforme o nome dos jogos que
costumes religiosos gregos, e os acadêmicos celebravam: Olímpicas, Píticas, Neméias e
modernos referem-se a ele como uma das Ístmicas.
principais fontes para a religião grega, as
técnicas agriculturais, o pensamento econômico, O TEATRO GREGO
a astronomia grega arcaica e o estudo do tempo. O teatro grego, de origem religiosa, teve
Obras: início em Atenas, na Grécia, por volta de 550
- Teogonia; a.c. As tragédias – e, em certo sentido, também
- Os Trabalhos e os Dias; as comédias – foram representadas assim como
- O Escudo de Héracles (?).
se realizam festas litúrgicas a partir das não de indivíduos. Por isso, é capaz de
celebrações realizadas para o deus Dioniso. Do representar os grandes conflitos na Cidade e
grego, o termo tragédia (tragoedia) é formado decidi-los por reinterpretações do mito.
pelas palavras, “tragos” (bode) e “oidé”, Obras:
(canção). Seu significado é “canção ao bode”, - Os Persas;
pois nas celebrações a Dionísio (Canto ao - Sete Contra Tebas;
Bode), um bode era sacrificado para oferenda e, - As Suplicantes;
além disso, os homens se vestiam de sátiros. Do - Oresteia – (Agamenon, As Coéferas e As
Grego, o termo comédia (komoidia), significava Eumênides);
um “espetáculo divertido”. Trata-se, portanto, - Prometeu Acorrentado.
de um gênero teatral crítico baseado em sátiras,
e que abordava diversos aspectos da sociedade - EURÍPIDES (480 – 406 a.c.). Eurípides não
grega de maneira cômica. Vale lembrar que o pertence ao “partido” religioso-político de
termo teatro (theatron), do grego, significa Ésquilo; Aristófanes viu isso bem. Na tragédia
“local onde se vê” ou “lugar para olhar”. esquiliana, os heróis representam coletividades;
O verdadeiro fim do teatro grego – assim na tragédia euripidiana, são indivíduos.
reza a tese sociológica – era a sanção duma Eurípides também se tornou "o mais trágico dos
modificação da ordem social por meio de uma poetas", concentrando-se na vida interior e nos
reinterpretação do mito. Esta interpretação do motivos de seus personagens de uma forma até
teatro grego não pode ser, evidentemente, de então desconhecida. Único entre os escritores de
aplicação geral. Não se aplica, pelo menos em Atenas, Eurípides demonstrou simpatia pelos
parte, ao teatro de Eurípides; só nesse sentido membros sub-representados da sociedade.
esse grande poeta representa a decadência do Mostrou-nos a realidade da guerra, criticou a
teatro grego. Mas já quanto a Sófocles há religião e falou dos excluídos: as mulheres, os
dúvidas das mais sérias: o sentido do seu teatro escravos e os velhos. Já não se trata do
não é, evidentemente, social, mas religioso: restabelecimento de ordens antigas, ou do
duma religião antropocêntrica. Talvez seja estabelecimento de novas ordens, mas da
mesmo impossível dar uma interpretação geral oposição sistemática do indivíduo contra as
do teatro grego, porque não o conhecemos ordens estabelecidas. Por isso, Aristófanes
suficientemente. Só conhecemos o teatro considerava Eurípides como espírito subversivo,
ateniense, e deste apenas poucas peças, de três como corruptor do teatro grego e o fim da
dramaturgos. Mas entre eles está o maior de tragédia ateniense.
todos, aquele que criou o verdadeiro teatro Obras:
grego e já representa o seu apogeu. O sentido - Alceste;
profundo do teatro grego revela-se em Ésquilo. - Medeia;
- Os Heráclidas;
- ÉSQUILO (525 – 456 a.c.). Ésquilo foi um - Hipólito;
dramaturgo da Grécia Antiga. É reconhecido - Andrômaca;
frequentemente como o pai da tragédia, é o mais - Hécuba;
antigo dos três trágicos gregos cujas peças ainda - As Suplicantes;
existem. Ésquilo é poeta duma época na qual - Electra;
religião e política, Estado e família se - Héracles;
confundem, porque os elementos dessa equação - As Troianas;
ainda têm feição arcaica. O Estado, em Ésquilo, - Ifigênia;
é uma federação de famílias da mesma raça, - Íon;
ligadas pelo culto dos mesmos deuses. São - Helena;
conceitos primitivos, de aristocracia homérica, - As Fenícias;
governando a Polis, a Cidade. Mas essa Cidade - Orestes;
de Atenas está-se democratizando, e com o - As Bacantes.
advento de novas classes sociais modificam-se
os conceitos de culto e de direito. O teatro de - ARISTÓFANES (446 – 385 a.c.). Também
Ésquilo trata, desse modo, de destinos coletivos, conhecido como "O Pai da Comédia", foi dito
que Aristófanes recriou a vida da Atenas antiga consciente e de repórter corajoso, ao mesmo
de forma mais convincente do que qualquer tempo. Narrando as guerras persas, Heródoto
outro autor. Seus poderes de ridículo eram criou uma porção de recordações inesquecíveis
temidos e reconhecidos por seus e lugares-comuns escolares: Leônidas e as
contemporâneos. Comenta em diálogos Termópilas, Salamina, Maratona. Revela-se, aí,
mordazes e inteligentes todos os temas o retor. Mas Heródoto criou também uma
importantes da época – a Guerra do Peloponeso tradição indestrutível quanto ao Oriente: a
entre Atenas e Esparta, os métodos de educação, sabedoria misteriosa dos sacerdotes egípcios, a
as discussões filosóficas, o papel da mulher na luxúria dos reis da Assíria, os palácios,
sociedade, o surgimento da classe média. Todas labirintos, haréns, oráculos, grandes crimes e
as comédias de Aristófanes têm assunto político. grandes profecias – aqui a retórica é substituída
Aristófanes é conservador: o seu ideal é a pela reportagem, no mais alto sentido da
identificação de Estado e Religião, como em palavra; e não é esta a única tradição literária
Ésquilo; de corpo e espírito, como em Píndaro. que iniciou. Na obra de Heródoto encontram-se
Aristófanes não é profundo. Não tem ideologia insertos numerosos contos, lendas, narrações
bem definida. O seu conservantismo é um tanto folclóricas, em que revela a arte consumada
sentimental, elogiando os “bons velhos tempos” dum grande novelista; narra sem comentários
e denunciando o “modernismo” perigoso dos morais nem explicações psicológicas os
“intelectuais” e dos “socialistas”. acontecimentos fabulosos, que parece aceitar
Obras: como verdade histórica. Ele é amplamente
- Acharnoi; considerado como o primeiro escritor a tratar
- Os Cavaleiros; assuntos históricos usando um método de
- As Nuvens; investigação sistemática - especificamente,
- As Vespas; coletando seus materiais e organizando-os
- A Paz; criticamente em uma narrativa historiográfica.
- Os pássaros; Por isso, ele é frequentemente referido como "O
- Lisístrata; pai da História", um título que lhe foi conferido
- As Tesmoforiantes; pela primeira vez pelo orador romano Cícero,
- Ekklesiazusas do século I a.C.
- Plutos. Obras:
- História.
- SÓFOCLES (496 – 406 a.c.). Sófocles
representa a tentativa de mediar entre os - TUCÍDIDES (460 – 396 a.c.). Tucídides foi
extremos; e quando a mediação se revelou um historiador e general ateniense. Escreveu
impossível, o grande poeta trágico cantou uma a História da Guerra do Peloponeso, da qual
elegia suave e dolorosa, irresistível, que pareceu foi testemunha e participante, em que, em
à posteridade síntese perfeita. Por isso, Sófocles oito volumes, conta a guerra entre Esparta e
foi sempre o poeta preferido dos partidários do Atenas, ocorrida no século V a.C.. Foi
equilíbrio puramente estético: dos classicistas. apelidado de pai da "história científica" por
Obras: aqueles que aceitam suas afirmações de ter
- Ajax; aplicado padrões estritos de imparcialidade,
- Antígona; coleta de evidências e análise de causa e
- As Traquínias; efeito sem referência à intervenção dos
- Édipo Rei; deuses. Tucídides não moraliza; e já não
- Electra; conhece intervenção do mito. A sua tragédia
- Filoctetes; historiográfica de Atenas é a primeira
- Édipo em Colono. tragédia moderna cuja ação se rege por
motivos puramente humanos, e dos quais o
- HERÓDOTO (484 – 425 a.c.). Propondo-se mais poderoso é a ambição do poder: em
explorar, antes de narrar os acontecimentos Atenas, em Esparta, e em toda parte.
bélicos, o mundo desconhecido fora das cidades Tucídides é o Maquiavel do mundo antigo:
gregas, Heródoto realizou obra de patriota só a política prática importa a esse político
militante – mas é um Maquiavel às avessas. - Eutidemo (Da Erística);
Tucídides é um estoico avant la lettre; o reino - Fédon (Da Alma);
da política ideal renovar-se-á, talvez em outra - Simpósio (O Banquete ou Do Bem);
nação, em outra época que ele não verá. - República;
Talvez na Utopia. - Fedro (Da Beleza);
Obras: - Parmênides (Das Formas);
- História da Guerra do Peloponeso. - Teeteto (Da Ciência);
- Sofistas (Do Ser);
- PLATÃO (427 – 347 a.c.). A construção dessa - Político (Da Realeza);
utopia – que é, entre os gregos, um programa - Crítias (Da Atlântida);
imediato – foi a maior preocupação da filosofia - Timeu (Da Natureza);
grega. Com os sofistas e Sócrates, a filosofia - Filebo (Do Prazer);
torna-se “retórica”, isto é, analisa a composição - Leis.
dos fatos morais, cujo fim último é a
moralização das almas; “salvação” que parece - ISÓCRATES (436 – 338 a.c.). Isócrates foi
religiosa e que se enquadra na renovação do um orador e retórico ateniense, um dos dez
mito. O mito – Platão é o maior criador de mitos oradores áticos. Foi o orador político do
na literatura universal – é o fundamento da partido conservador, o qual se bateu pela
Cidade grega. Os mitos platônicos são criações aliança das cidades gregas e pela manutenção
poéticas em cuja realidade o seu autor da paz. Chamado de o Pai da Oratória,
acreditava. A filosofia de Platão é dogmática: implantou a Retórica no currículo escolar de
baseia-se num a priori, a existência das ideias e Atenas, e foi o primeiro a escrever discursos
o seu reflexo na nossa mente. Platão ajudou a que serviam de modelo a seus discípulos.
construir os alicerces da filosofia natural, da Enquanto que em Platão a retórica não
ciência e da filosofia ocidental, e também tem passava, como se vê em Fedro, de simples
sido frequentemente citado como um dos aplicação da dialética, Isócrates concebe-a
fundadores da religião ocidental, da ciência e da como uma arte autônoma – a arte suprema. O
espiritualidade. O assim chamado programa de educação retórica de Isócrates
neoplatonismo de filósofos como Plotino e enfatizava a habilidade de usar a linguagem
Porfírio influenciou Santo Agostinho e, para resolver problemas práticos; ele quis
portanto, o cristianismo, bem como a filosofia prover sua arte de um conteúdo de valores.
árabe e judaica. No plano histórico, Platão foi Sua eloquência não é neutra do ponto de
vencido; ele não conseguiu impor, à vista moral, mas tem, particularmente,
posteridade, seu ideal pedagógico; considerando alcance cívico e patriótico. Também ele
as coisas no seu conjunto, foi Isócrates quem canalizou tal ambição para o seu ensino,
triunfou, quem se tornou o educador da Grécia impondo-se, como tarefa, educar homens
e, depois, de todo o mundo antigo. capazes de executarem, um dia, seu próprio
Obras: ideal em matéria de bom governos. Sob esse
- Íon (Da Ilíada); aspecto, seu êxito foi ainda maior que o de
- Hípias (Da Mentira, Do Belo); Platão, à semelhança da Academia, e até mais
- Protágoras (Dos Sofistas); proficuamente do que esta, sua escola foi um
- Apologia de Sócrates; centro de formação de homens políticos.
- Críton (Do Dever); Discursos:
- Laques (Da Coragem); - Contra Eutino;
- Lísis (Da Amizade); - Contra Calímaco;
- Cármides (Da Sabedoria); - Contra Loquites;
- Eutífron (Da Santidade); - Sobre o Tronco do Cavalo;
- Trasímaco; - Eginético;
- Górgias (Da Retórica); - O Demônico;
- Menexêno (Do Epitáfio); - Contra os Sofistas;
- Mênon (Da Virtude); - Contra Helena;
- Crátilo (Da Etimologia); - Busiris;
- Panegírico; - Sobre o Chersones;
- Platense; - Sobre a Coroa.
- A Nícloces;
- Nícloces; - XENOFONTE (430 – 354 a.c.). Foi um
- Evágoras; soldado e historiador grego, autor de diversos
- Arquidamos; diálogos socráticos, além de importantes obras
- Sobre a Paz; sobre história, educação e teoria política. Após
- Aeropagítico; deixar Sócrates, Xenofonte juntou-se aos
- Antídosis; mercenários gregos que tornaram-se aliados de
- A Filipe; Ciro, o jovem, príncipe da Pérsia, que buscou
- Panatenaico. sua ajuda a fim de, por meio de um golpe de
estado, destituir seu irmão e rei Artaxerxes II.
Cartas: Após serem derrotados na batalha de Cunaxa (-
- A Dionísio, o Velho; 401 a.C.), Xenofonte liderou a retirada dos
- A Filipe I e II; mercenários gregos, tendo sido bem sucedido
- A Antípatro; nesta tarefa. Posteriormente foi para a Ásia e
- A Alexandre; encontrou-se com Agesilau, rei de Esparta, de
- Aos Filhos de Jáson; quem se tornou amigo e a quem cedeu os
- A Timóteo; soldados e mercenários de Ciro. Muito do que
- Aos Magistrados de Mitelene; se sabe hoje sobre a sociedade espartana vem
- A Arquidamo. das obras de Xenofonte - a biografia real do rei
espartano Agesilau e a Constituição dos
- DEMÓSTENES (384 – 322 a.c.). Demóstenes lacedemônios.
foi um preeminente orador e político grego de Obras:
Atenas. Sua oratória constitui uma importante - Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates;
expressão da capacidade intelectual da antiga - Econômico;
Atenas, e providencia um olhar sobre a política - A Constituição dos Atenienses;
e a cultura da Grécia durante o século IV a.C.. - O Banquete;
A filologia histórica do século XIX não - Apologia de Sócrates;
compreendeu a política belicosa de Demóstenes - Anábase;
contra a Macedônia, nem a sua resistência - Ciropédia;
contra a unificação da Grécia; afinal, - Helênicas;
Demóstenes foi condenado como reacionário. - Memorabilia;
Só unificando-se podia a Grécia cumprir a sua - Constituição de Esparta;
última grande tarefa histórica, a helenização do - O Comandante de Cavalaria;
Oriente, e quem se opôs a esse determinismo da - Da Equitação;
história universal foi vencido, como reacionário. - Agesilau;
Na verdade, Demóstenes era antiimperialista. - As Rendas;
Os planos de expansão oriental preocupavam-no - Hieron (tratado filosófico).
menos do que o nível ético e político da
civilização grega. - MENANDRO (342 – 292 a.c.). Menandro foi
Obras: o principal autor da Comédia Nova, última fase
- Contra Androção; da evolução dramática ateniense, que exerceu
- Contra Leptines; profunda influência sobre os romanos Plauto e,
- Contra Timócrates; sobretudo, Terêncio. A Grécia daquele tempo já
- Contra Aristócrates; não é o centro do mundo. As suas cidades estão
- Filípicas; ainda cheia de rumor levantino, e nas suas
- Pro os Megalopolitanenses; escolas ainda se conserva a arte e o pensamento
- Pró Rhodes; dos antepassados. Mas este tesouro já não cresce
- Olínticas; e aquele rumor já não tem sentido político. A
- Pró Paz; vida torna-se burguesa. Os cidadãos são
- Sobre a Embaixada; comerciantes abastados e os seus filhos
constituem uma jeunesse dorée, ocupada em - Persa,
aventuras amorosas com escravas. A vitória - Pseudolus,
esportiva, que Píndaro cantara, é substituída - Rudens,
pela vitória sobre o pai: cumpre arrancar-lhe, - Stichus,
com a ajuda de um escravo astuto, o dinheiro - Trinummus,
para comprar a “pequena”. Eis o mundo do - Truculentus,
comediógrafo Menandro, representante - Vidularia.
principal da “comédia nova”, ao lado de
Filêmon, Dífilo e Apolodoro. - TERÊNCIO (184 – 159 a.c.). Públio Terêncio
Peças completas ou quase completas: Afro foi um dramaturgo e poeta romano, autor
- Aspis (O Escudo); de pelo menos seis comédias. Pouco apreciado
- Díscolo (O Misântropo); pelo público romano, que preferia as farsas mais
- Epitrepontes (Os Árbitros); vivas e coloridas de Plauto, foi mais apreciado
- Misoumenos (O Homem que Ela Odeia); na Idade Média e na Renascença, sendo muito
- Perikeiromene (A Moça dos Cabelos imitado até os tempos de Molière. Foi esse
Cortados); comediógrafo romano quem criou o lema do
- Samia (A Garota de Samos); humanismo grego: “Homo sum; humani nihil a
- Sikyonioi; me alienum puto.”
- Heros. Obras:
- Hécira;
- PLAUTO (254 – 184 a.c.). Tito Mácio Plauto - Heauton Timorumenus;
foi um dramaturgo romano que viveu durante o - O Eunuco;
período republicano. Suas comédias estão entre - Formião;
as obras em latim mais antigas preservadas até - Os Adelfos.
os dias de hoje, são quase todas adaptações de
modelos gregos para o público romano, tal - CALÍMACO (305 – 240 a.c.). Calímaco foi
como ocorria na mitologia e na arquitetura. O um poeta, bibliotecário, gramático e mitógrafo
seu mundo é o das pequenas cidades grego. De suas mais de 800 obras, apenas 6
mediterrâneas de então: comércio florescente, hinos, 64 epigramas e alguns fragmentos
burgueses imbecis, pais avarentos, filhos chegaram até nós. Seus epigramas estão entre as
devassos ou tímidos, escravos astutos e grandes criações do gênero, e seus poemas
pérfidos, escravas ternas ou espertas, parasitos elegíacos foram, mais tarde, elogiados e
indolentes, sargentos grosseiros. É o pequeno utilizados como fonte de inspiração por gregos e
mundo grego. Mas Plauto sabia romanizá-lo e pelos poetas romanos, Catulo, Ovídio e
latinizá-lo até à perfeição. Dos temas de Plauto Propércio. Calímaco já é menos poeta original
vive todo o nosso teatro popular. Plauto é um do que humanista. O humanismo moderno é um
dos autores mais influentes da literatura ideal; o humanismo grego é realidade; e a
universal: diferença baseia-se no fato de que o conceito da
Obras: realidade é mais amplo nos gregos,
- Amphitruo, compreendendo também as realidades criadas
- Asinaria, pelo espírito humano.
- Aulularia, Obras:
- Bacchides, - Epigramas;
- Captivi, - O Banho de Palas;
- Casina, - O Caracol de Berenice;
- Cistellaria, - Epopeia sobre Teseu;
- Curculio, - Écia;
- Epidicus, - As Origens;
- Menaechmi, - Hécale.
- Mercator,
- Miles gloriosus, - TEÓCRITO (séc. III a.c.). Teócrito foi o
- Mostellaria, poeta grego de maior destaque no período
helenístico. O grego não conheceu romantismo; - Nikias e Crasso;
quando pretendeu evadir-se do mundo ideal da - Eumenes e Sertorius;
“Cidade”, já agonizante, tornou-se realista - Agesilaos e Pompeu;
bucólico, como Teócrito. E esse realismo só se - Alexandre Magno e Júlio César;
transformaria em evasionismo quando aquele - Phokion e Catus Uticencis;
mundo ideal já não existia. - Agis e Kleomenes e os Graco;
Obras: - Demóstenes e Cícero;
- Nos chegaram Idílios Bucólicos e Mimos. - Demétrio Poliorketes e Marco Antônio;
- Dion e Bruto.
- HELIODORO (século III d.c.). Enfim, com a - Obras Morais:
perda definitiva da realidade grega, vencerá o - Como Distinguir um Adulador de Um
elemento romanesco. Surge um novo gênero: o Inimigo;
romance de aventuras. A mais célebre dessas - Como se Tornar Um Líder;
obras foi, durante séculos, as Histórias - Como Tirar Proveito de Seus Inimigos;
Etiópicas de Theagenes e Chariclea, de - Como Distinguir o Bajulador do Amigo;
Heliodoro. - Da Educação das Crianças;
- Da Abundância de Amigos;
- POLÍBIO (200 – 120 a.c.). Políbio foi um - Relatos Sobre o Amor;
historiador e geógrafo da Grécia Antiga, famoso - Relatos do Amor;
pela sua obra Histórias, que cobre a história do - De Superstitione;
mundo Mediterrâneo no período de 220 a.C. a - De Curiositate;
146 a.C.. O grande historiógrafo pretende - De sera numinis vindicta;
explicar por que os romanos venceram o - De jacie quae in orbe lunae apparet;
mundo. - De defectu oraculorum;
Obras: -De cohibenda ira;
- Histórias: obra historiográfica composta -Quaestiones conviviales;
por 40 volumes. Apenas os 5 primeiros - Preceitos Conjugais;
chegaram inteiros até nós. - De Isi et Osiride;
-Quaestiones graecae;
- PLUTARCO (46 – 120 d.c.). Lúcio Méstrio - Quaestiones romanae,
Plutarco foi um historiador, biógrafo, ensaísta e
filósofo platônico grego, conhecido
principalmente por suas obras Vidas Paralelas, O MUNDO ROMANO
uma série de biografias de ilustres gregos e
romanos, e Obras Morais, uma coleção de - JÚLIO CÉSAR (100 – 44 a.c.). Caio Júlio
ensaios e discursos. Plutarco cria a biografia. César foi um patrício, líder militar e político
Agora só o indivíduo importa: romano que desempenhou um papel crítico nos
Obras: eventos que levaram ao fim da República
- Vidas Paralelas: Romana e a ascensão do Império Romano.
- Teseu e Rômulo; Muito da historiografia das campanhas militares
- Licurgo e Numa; de César foi escrita por ele próprio ou por fontes
- Sólon e Valério Publicola; contemporâneas dele, a maioria, cartas e
- Temístocles e Camilo; discursos de Cícero e manuscritos de Salústio.
- Péricles e Quintus Fabius Maximus; Sua biografia foi posteriormente melhor escrita
- Alcebíades e Coriolano; pelos historiadores Suetônio e Plutarco. César é
- Timoleon e Paulo Emílio; considerado por muitos acadêmicos como um
- Pelopidas e Maracelo; dos maiores comandantes militares da história.
- Aristides e Cato; Obras:
- Philopoemen e Flamínio; - Comentários das Guerras Gálicas;
- Pirro e Mário; - Comentários da Guerra Civil.
- Lisandro e Sulla;
- Kimon e Lucullus;
- SALÚSTIO (86 – 34 a.c.). Caio Salústio Obras:
Crispo foi um historiador, político e senador - Discursos Políticos:
romano do período republicano, um dos grandes - Em Defesa de Róscio de Améria;
escritores e poetas da literatura latina. Quando, - Contra Verres;
nos últimos anos da República, a corrupção se - Sob o Comando de Cneu Pompeu;
introduziu entre os generais e governadores, e - Sobre as Leis Agrárias;
quando demagogos anarquistas se aproveitaram - Catilinárias;
da situação para arengar às massas urbanas, - Pro Murena;
formadas pelo êxodo rural, dos latifúndios, - Em Defesa de Rabírio Póstumo;
então as elites cultas, vivendo da corrupção - Em Defesa de Milão;
geral e no meio dela, indignaram-se e se - Em Defesa de Marcelo;
alegraram simultaneamente, como se dissessem: - Em Defesa de Ligário;
“Esses sargentos e burocratas encontrarão o fim - Em Defesa do Rei Deiotaro;
merecido na revolução social, que será, no - Filípícas;
entanto, o fim da nossa própria vida, culta
porque abastada.” Eis o espírito, ambíguo entre - Discursos Forenses:
indignação moral e corrupção espiritual, em que - Em Defesa de Sêxtio;
Salústio descreve as discussões turbulentas no - Em Defesa de Cecina;
Senado, na época da revolução anarquista de - Em Defesa de Cornélio Sulla;
Catilina, e a corrupção criminosa dos generais e - Em Defesa de Árquias, o Poeta;
governadores romanos, na época da conquista - Em Defesa de Célio.
da África.
Obras: - Obras Teóricas:
- A Conjuração de Catilina; - Sobre o Orador;
- Guerra Jugurtina. - Bruto;
- Orator ad Brutum.
- CÍCERO (106 – 43 a.c.). Marco Túlio Cícero
foi um advogado, estadista, escritor, orador e - Cartas:
filósofo da República Romana, eleito cônsul em - Cartas a Ático;
63 a.C.. Sua influência na língua latina foi tão - Cartas a Bruto;
imensa que durante séculos, todos os homens - Cartas a Amigos;
cultos, os “letrados” da Europa inteira, falaram e - Cartas ao Quinto Irmão.
escreveram a língua de Cícero; e pode-se
afirmar que a sua influência criou o tipo do - Obras Filosóficas:
homme de lettres. Contudo, Cícero não é um - O Sonho de Cipião;
filósofo profundo. Assim como na política, não - Sobre as Leis;
sabe decidir-se entre as ideologias, todas - Do Sumo Bem e do Sumo Mal;
exigentes e demasiadamente dogmáticas. - Academica;
Abraçando o cepticismo moderado da Academia - Discussões Tusculanas;
Nova, não rejeita porém inteiramente a religião - Sobre a Natureza dos Deuses;
tradicional, interpretando-lhe o credo como - Catão, o Velho;
suma de símbolos de verdades mais profundas; - Sobre a Amizade;
levando a vida despreocupada de um epicureu - De Divinatione;
culto e abastado, é no entanto capaz de afirmar - Sobre a Amizade;
sinceramente a moral estoica, ao ponto de - Dos Deveres;
morrer assim como ela o exige. Afinal, Cícero, - Da República;
sem criar um sistema filosófico, criou a
“filosofia”, a atitude dos intelectuais em muitos - LUCRÉCIO (97 – 54 a.c.). Tito Lucrécio
séculos. E de outra maneira, mais coerente, não Caro foi um poeta e filósofo romano, sua única
teria sido possível introduzir filosofia política na obra conhecida é o poema filosófico Da
política romana. natureza das coisas, uma obra didática sobre os
princípios e a filosofia do epicurismo. Da
natureza das coisas teve uma influência prazeres e as suas melancolias que o preocupam.
considerável sobre os poetas augustanos, Nas tempestades do mundo lá fora, Horácio
particularmente Virgílio e Horácio. Fala da conserva a cabeça e o bom senso: o que importa
teoria atomística, da pluralidade dos mundos, da é o homem, o indivíduo. Não é romano típico,
cosmologia, antropologia e sexualidade, mas é poeta romano típico.
terremotos, enchentes, vulcões e outros Obras:
fenômenos da Natureza que se explicam de - Sátiras;
maneira científica, e cujas consequências fatais - Arte Poética;
não justificam a superstição, da qual tiram - Odes;
proveito os sacerdotes. Em Lucrécio encontram- - Epístolas;
se quase todas as teorias do positivismo - Epodo.
científico.
Obras: - TIBULO (54 – 19 a.c.). Álbio Tibulo foi um
- Sobre a Natureza das Coisas. poeta latino escritor de elegias, pertencente à
ordem equestre, e era notável por sua boa
Com Cícero e Lucrécio acaba uma fase aparência e elegância. Pouco se sabe sobre a
decisiva da literatura romana: a tentativa de vida de Tibulo, existem apenas algumas
introduzir espírito filosófico na política ou na referências a ele por escritores posteriores e uma
religião de Roma não foi, depois, repetida. A curta biografia de autoridade duvidosa. Recebeu
literatura romana volta-se para individualismo prêmios por seu desempenho militar. A sua
algo evasionista que lhe convém, produzindo poesia, porém, é pacifista e tem saudade da paz
uma série admirável de poetas líricos, poetas e da simplicidade dos velhos costumes
menores, sim, mas por isso mais perto da poesia camponeses romanos.
lírica moderna do que qualquer poeta lírico Obras:
grego. Catulo, o mais velho entre eles, é o - Corpus Tibullianum.
maior.
- VIRGÍLIO (70 – 19 a.c.). Públio Virgílio
- CATULO (84 – 54 a.c.). Caio Valério Catulo Maro pelo sublime sentido da arte e pela
foi um sofisticado e controverso poeta romano influência que exerceu ao longo dos séculos, foi
do período final da República Romana. Suas o maior poeta de Roma, bem como o mais
obras sobreviventes ainda são amplamente lidas completo e sincero intérprete do grande
e continuam a influenciar a poesia e outras momento histórico que, desde a morte de Júlio
formas de arte. César, leva à fundação do Principado e do
Obras: Império por Augusto. Em comparação com o
- Poemas. “gênio popular” Homero, Virgílio foi
considerado como poeta da decadência, de falsa
- HORÁCIO (65 – 8 a.c.). Quinto Horácio dignidade, incapaz de representar a vida real. É
Flaco foi um poeta lírico e satírico de enorme verdade que Virgílio pertence a uma época de
prestígio em Roma. Horácio deixou Roma, decadência; e é justamente por isso que não quer
possivelmente após a morte de seu pai, e reproduzir a realidade que lhe pretendem impor.
continuou sua educação formal em Atenas, um É artista, inventa um mundo ideal, melhor,
grande centro de aprendizagem no mundo superior. Apresenta-nos santos e heróis
antigo, onde chegou aos dezenove anos de artificiais, porque não existem outros.
idade, matriculando-se na Academia fundada Obras:
por Platão. Não é o maior, mas o mais completo - Éclogas (Bucólicas);
dos poetas romanos. titânico. É um poeta culto, - Geórgicas;
ligeiramente epígono, ligeiramente romântico. E - Eneida.
não só culto, mas que sabe viver, e que se retira,
em tempos de guerra civil e perturbação social, - TITO LÍVIO (59 a.c. - 17 d.c.). Tito Lívio foi
para a vila no campo e para a poesia. Estaremos um historiador romano, autor da obra Ab urbe
em presença de um evasionista? Não. Ele é condita (Desde a fundação da cidade), onde
antes um grande egoísta. São apenas os seus tenta relatar a história de Roma desde o
momento tradicional da sua fundação, 753 a.C., oposição está claro em Lucano, que morreu
até o início do século I da Era Cristã. Lívio não como conspirador contra Nero.
é uma fonte de primeira ordem. É inexato, não Obras:
tem espírito crítico, aceita lendas e invenções - Farsália.
patrióticas, vê tudo do ponto de vista de um
aristocrata romano, não tem perspectiva - SÊNECA (4 – 65 d.c.). Lúcio Aneu Sêneca foi
histórica. Gosta de engrandecer os um filósofo estoico e um dos mais célebres
acontecimentos, como se a cidadezinha bélica, oradores, escritores e intelectuais do Império
meio selvagem, dos primeiros tempos já tivesse Romano. Conhecido também como Sêneca, o
sido a “Urbs” do Império. São resultados dessa Jovem, sua obra literária e filosófica, tida como
teatralização os famosos episódios que modelo do pensamento estoico durante o
conhecemos da escola – Rômulo e Remo, o Renascimento, inspirou o desenvolvimento da
rapto das Sabinas, os Horácios e Curiácios, a tragédia na dramaturgia europeia renascentista.
morte de Lucrécia, a revolta de Coriolano, a Ao invés de filosofar na segurança da cátedra de
virtude cívica de Cincinato, Ápio e Virgínia, a uma universidade, ele teve que lidar
invasão dos gálios, Aníbal “ante portas” e em constantemente com pessoas não cooperativas e
Cápua, a morte de Sofonisba e a obstinação de poderosas, e enfrentar o desastre, o exílio, a
Catão. À idealização da história romana saúde frágil e a condenação à morte. Sêneca não
corresponde o estilo solene, às vezes poético, foi influenciado pela religião cristã; foi, muito
quase sempre monótono. Lívio escreve o ao contrário, o cristianismo, em sua atitude
comentário em prosa daquelas odes patrióticas. ética, que foi profundamente influenciado pelo
Afinal, não pretendeu dar historiografia exata, estoicismo de Sêneca, transformando porém o
mas uma história exemplar; não como foi, mas suicídio em martírio. O que Sêneca tinha em
como devia ser. comum com os cristãos da Igreja primitiva era a
Obras: angústia. A mesma angústia que invade as suas
- Ab Urbe Condita (Desde a Fundação da tragédias, alterando completamente o espírito
Cidade). dos seus modelos gregos, transformando-os em
quadros grandiosos de tirania sangrenta, medo,
- OVÍDIO (43 a.c. - 17/18 d.c.). Públio Ovídio pânico e terror sinistro.
Naso foi um poeta romano que viveu durante o Obras:
reinado de Augusto. Ele compôs poesia épica e - Tiestes;
elegíaca. É considerado um mestre do dístico - Troianas;
elegíaco e é tradicionalmente colocado ao lado - Agamemnon;
de Virgílio e Horácio como um dos três poetas - Édipo;
canônicos da literatura latina. - Fenícias;
Obras: - Medeia;
- Amores; - Hipólito;
- Heroides; - Fedra;
- Arte de Amar; - Hércules Enlouquecido;
- Remedia Amoris; - Hércules no Eta;
- Fastos; - Octávia.
- Metamorfoses; - Aprendendo a Viver;
- Tristes; - Da Vida Feliz;
- Cartas Pônticas. - Sobre a Tranquilidade da Alma;
- Sobre a Brevidade da Vida;
- LUCANO (39 – 65 d.c.). Marco Aneu Lucano - Como Manter a Calma;
foi um poeta romano, nascido na província da - Tratado Sobre a Clemência;
Bética. Apesar de sua vida curta, é tido como - Cartas de Um Estoico;
uma das figuras de maior destaque do período - Cartas Morais a Lucílio;
clássico do latim. Sua juventude, além de sua - Sobre a Constância do Sábio;
proficuidade, fizeram com que se destacasse - Sobre a Ira.
entre os poetas da época. O sentido político da
- FEDRO (século I d.c.). Caio Júlio Fedro foi - MARCIAL (40 – 104 d.c.). Marco Valério
um fabulista romano nascido na Macedônia, Marcial foi um poeta romano da Hispânia, mais
Grécia. Filho de escravos, foi alforrado pelo conhecido por seus doze livros, Epigramas,
imperador romano Augusto. Poucos fatos são publicados em Roma entre 86 e 103 d.C.,
conhecidos sobre ele com certeza, e havia pouca durante os reinados dos imperadores
menção de seu trabalho durante a antiguidade Domiciano, Nerva e Trajano. Nestes poemas
tardia. Foi somente com a descoberta de alguns curtos e espirituosos, ele satiriza alegremente a
manuscritos imperfeitos durante e após o vida na cidade e as atividades escandalosas de
Renascimento que sua importância emergiu, seus conhecidos, e romantiza sua educação
tanto como autor como na transmissão das provinciana.
fábulas. Fedro, como introdutor da fábula na Obras:
literatura latina, redigia suas fábulas, - Epigramas;
normalmente sérias ou satíricas, tratando das - O Livro dos Espetáculos.
injustiças, dos males sociais e políticos,
expressando as atitudes dos fortes e oprimidos, - ESTÁCIO (45 – 96 d.c.). Públio Papínio
mas ocasionalmente breves e spanertidas, Estácio foi um poeta da Roma Antiga. Seu estilo
explicando-nos, todavia, porque teve tanto é uma mescla de influências gregas e romanas.
sucesso, séculos depois, pela sua simplicidade, Exaltando sua educação, seu bom gosto, seu
na Idade Média. O escravo, tanto na literatura recato, seu amor pelas artes, pela filosofia, pela
como no direito romano, não tem existência amizade e pela família, mas também
legal. Assim aparecem os escravos na sátira de comprazendo-se em seu estilo de vida
Petrônio. magnificente, o poeta elenca os principais
Obras: valores da classe privilegiada.
- Fábulas. Obras:
- Silvae;
- PETRÔNIO (século I d.c.). Tito Petrônio - Thebais;
Árbitro foi um escritor e político romano, - Aquileida.
mestre na prosa da literatura latina e satirista
notável. Não existem provas seguras acerca da - JUVENAL (60 – 140 d.c.). Décimo Júnio
identidade de Petrônio, mas acredita-se que se Juvenal foi um poeta e retórico romano. Juvenal
trate de Tito Petrônio Árbitro (Titus Petronius considerava a literatura mitológica ridícula por
Arbiter), distinto frequentador da corte do estar muito longe do clima moral corrupto em
imperador Nero. O escravo, tanto na literatura que vivia a sociedade romana em seu tempo:
como no direito romano, não tem existência considerava a sátira indignada não só sua musa,
legal. É objeto entre outros objetos, e um objeto mas também a única forma literária capaz de
do qual se abusa. Assim aparecem os escravos denunciar a abjeção da humanidade
na sátira de Petrônio, sátira sem moralismo, contemporânea. Mens sana in corpore sano
porque o satírico participa da moral do seu ("mente sã em corpo são") é uma citação latina,
ambiente: novos-ricos, pederastas, parasitos, derivada da Sátira X do poeta Juvenal. No
levando uma vida devassa em bordéis e estações contexto, a frase é parte da resposta do autor à
de águas. questão sobre o que as pessoas deveriam desejar
Obras: na vida.
- Satíricon. - Sátiras (16).

- PÉRSIO (34 – 62 d.c.). Aulo Pérsio Flaco foi - SUETÔNIO (69 – 140 d.c.). Caio Suetônio
um poeta satírico da Roma Antiga, adepto do Tranquilo foi um historiador romano que viveu
estoicismo. De origem etrusca, mostrou em suas no início da era imperial. Sua obra sobrevivente
obras, poemas e sátiras, uma visão de mundo mais importante é um conjunto de biografias de
estoica, aliada a um senso crítico forte contra os 12 governantes romanos sucessivos, de Júlio
abusos de seus contemporâneos. César a Domiciano, intitulado Vidas dos Doze
Obras: Césares.
- Sátiras. Obras:
- A Vida dos Doze Césares. característico estilo irônico, com o qual ele
frequentemente ridicularizava superstições e
- TÁCITO (55 – 120 d.c.). Públio Cornélio práticas religiosas.
Tácito foi um historiador, orador e senador Obras:
romano, e é considerado o maior expoente do - Diálogos dos Mortos;
gênero historiográfico da literatura latina. As - Diálogos dos Deuses;
porções sobreviventes de suas duas maiores - Diálogos das Cortesãs;
obras — Anais e Histórias — tratam dos - Assembleia dos Deuses;
reinados dos imperadores Tibério, Cláudio, - Caronte;
Nero e os imperadores do ano dos quatro - Menipo;
imperadores (69 d.C.), um período de tempo - Hermotimo;
que se estende da morte de Augusto, em 14 d.C., - Zeus Tragediógrafo;
até a Primeira guerra romano-judaica em 70. - Leilão de Vidas;
Obras: - Elogio da Mosca;
- História; - Julgamento das Vogais;
- Anais; - Elogio da Pátria;
- Agrícola; - Eu, Lúcio;
- Germânia. - História Verdadeira;
- Pé Ligeiro;
- PLÍNIO, O VELHO (23 – 79 d.c.). Caio - Epigramas.
Plínio Segundo foi um naturalista, historiador, - Os Amigos da Mentira;
gramático, administrador e oficial romano. - O Mestre da Retórica;
Colecionador assíduo de fatos e materiais, sem - A Morte de Peregrino;
chegar a uma visão coerente da Natureza, um - Como se Deve Escrever História.
positivista cheio de superstições. O estudo da
Natureza levou-o ao mesmo pessimismo do qual - APULEIO (125 – 180 d.c.). Lúcio Apuleio foi
Lucrécio fugiu para a Natureza. um retórico e filósofo romano de origem
Obras: africana.
- História Natural. Obras:
- Metamorfoses;
- PLÍNIO (61 – 114 d.c.). Caio Plínio Cecílio - Eros e Psiquê;
Segundo foi um advogado, escritor e magistrado - Sobre a Doutrina de Platão;
romano. Escreveu uma coleção de 371 cartas em - Tratado do Mundo;
dez livros, dos quais os nove primeiros - Apologia.
consistem em 247 cartas enviadas a vários
amigos, enquanto o décimo contém a
correspondência imperial com Trajano, - MARCO AURÉLIO (121 – 180 d.c.). Marco
principalmente aquela realizada durante o Aurélio Antonio Augusto foi um imperador e
governo da Bitínia e Ponto; a obra é de grande filósofo romano. Seu reinado foi marcado por
valor, pois é um dos poucos documentos guerras na parte oriental do império contra os
remanescentes a respeito da relação entre o partas, e na fronteira norte, contra os germanos.
escritório imperial e os governadores Foi o último dos cinco bons imperadores, e é
provinciais. Em particular, a carta 96 é o único lembrado como um governante bem-sucedido e
documento oficial que sobreviveu do culto; dedicou-se à filosofia, especialmente à
comportamento das autoridades romanas para corrente filosófica do estoicismo, e escreveu
com os cristãos. uma obra que até hoje é lida, Meditações, que
Obras: foi escrito para afugentar a obsessão desse
- Cartas Completas. homem poderoso com a ideia da morte.
Obras:
- LUCIANO (125 – 190 d.c.). Luciano de - Meditações.
Samósata, Mesopotâmia, foi um retórico e
satírico sírio, que é mais conhecido por seu
- AUSÔNIO (310 – 395 d.c.). Décimo Magno cristã do Medievo. Ele nasceu cerca de um ano
Ausônio foi um poeta e político romano. Seus depois de Odoacro depor o último imperador
poemas mais conhecidos são Mosella, uma romano do Ocidente e se declarar rei da Itália.
descrição do rio Moselle, e Ephemeris, um Obras:
relato de um dia típico de sua vida. Seus muitos - A consolação da Filosofia;
outros versos mostram sua preocupação com - Opuscular Sacra;
sua família, amigos, professores, círculo de - De Arithmetica;
conhecidos e seu prazer no manuseio técnico da - De Musica;
métrica. - De Trinitate;
Obras: - Traduções de Euclides e Aristóteles.
- Ephemeris;
- Mosella.

- CLAUDIANO (370 – 404 d.c.). Cláudio


Claudiano foi um poeta e senador romano,
partidário do General Stilicho. Egípcio de
nascimento e grego de língua, ele aprendeu a
língua latina com os textos de autores clássicos.
Nessa linguagem ele escreveu quase todas as
suas obras. Poeta oficial do ministro Stilicho,
que já é um bárbaro germânico, Claudiano é
tímido demais para dizer coisas novas. É pagão
– um dos últimos num mundo já batizado – e é
patriota romano, considerando a “colaboração”
com o inimigo germânico como a última
salvação possível.
Obras:
- Do Rapto de Prosérpina;
- Panegíricos;
- Epigramas;
- Idílios;
- Poemas Políticos.

- NONNOS (século V d.c.). Nonnos de


Panópolis foi um poeta épico grego. Ele é
conhecido por ter composto a Dionisíaca, um
poema épico sobre o deus Dionísio, e a
Metábole, uma paráfrase do Evangelho de João.
Obras:
- Dionisíaca;
- Metabole Kata Ioannou.

- BOÉCIO (480 – 524 a.c.). Nasceu em Roma


por volta do ano 480, quando o Império
Romano do Ocidente vivia os seus últimos anos,
e quando na Europa a Antiguidade Clássica já
cedia lugar à Idade Média. Anício Mânlio
Torquato Severino Boécio foi um filósofo,
poeta, estadista e teólogo romano. Venerado
como mártir pela Igreja Católica Romana, e um
dos fundadores da Escolástica, suas obras
tiveram uma profunda influência na filosofia

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