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Resumo de Cultura Clássica Greco-Romana – prof.

Rívia Fonseca
Grécia ...
Poesia Épica – (Memória)
Sec. IX -VIII a. C.
A abertura padrão da poesia épica “ in média res” ( expressão latina) quer dizer “no meio da
situação “ ( ou seja não contextualizada).
Trata da relação entre os homens e os deuses. Construção literária do herói - ex: Odisseu
(Ulisses)
Hércules (força)
Enéias (herói latino)
É possível perceber em toda a literatura grega elementos trágico que vai buscar a humanidade
para a obra. Ressaltando a , fragilidade do ser humano , levando a perceber que não há controle
sobre a vida mortal.
Conceitos sobre o destino pré-estabelecido :
Moira (entre os Gregos representava o destino)/ Ilíada e Odisseia (Homero)
Descrita na Ilíada como uma norma localizada acima de tudo e de todos. Na Odisséia ela já
representa as fiandeiras, perdendo seu papel singular e conquistando um valor tríplice.
Fatum (entre os romanos representava o Destino)/ Eneida (Virgílio)

Poesia épica ( ἐπύλλιον, plural: ἐπύλλια, epyllia), ou Epopeia é um gênero da literatura em que
se celebra uma acção grandiosa e heroica, na qual se exprime um mito colectivo.

Epopeia é uma narrativa que apresenta, com maior qualidade os fatos originalmente contados
em versos, a saber as características: personagens, tempo, ação, espaço. Também pode conter
factos heroicos muitas vezes transcorridos durante guerras.

Epopeia é um poema épico ou lírico. Um poema heroico narrativo extenso, uma coleção de
feitos, de fatos históricos, de um ou de vários indivíduos, reais, lendários ou mitológicos. A
epopeia eterniza lendas seculares e tradições ancestrais, preservada ao longo dos tempos pela
tradição oral ou escrita. A epopeia exalta um povo que é representado por um herói (exemplo:
Os Portugueses em Lusíadas).

Os primeiros grandes modelos ocidentais de epopeia são os poemas homéricos a Ilíada e a


Odisseia, os quais têm a sua origem nas lendas sobre a guerra de Troia.

Segundo Aristóteles, a epopeia é a imitação de homens superiores, em versos com metro único e
forma narrativa, diferindo assim das tragédias. As epopeias não possuem limite de tempo ou
espaço, tornando-se ilimitadas, diferindo assim das tragédias, que possuem tempo determinado,
como por exemplo o período de um dia inteiro.
Os primeiros épicos foram produtos de sociedades pré-letradas e tradições poéticas de história
oral. A fonte mais provável para os textos escritos das epopeias de Homero foi o ditado de uma
apresentação oral.[2] Os épicos homéricos, as primeiras obras da literatura ocidental, eram
fundamentalmente uma forma poética oral.

Íliada (Homero)
Épico fundador da tradição literária ocidental, obra ancora-se em um universo mítico que
influenciou diversos campos das artes e do conhecimento.

“Aira, Deusa, celebra do Peleio Aquiles o irado desvario, que aos Aqueus tantas penas trouxe, e
incontáveis almas arrojou no Hades.”
Com esses versos inicia-se a “Ilíada“, que, junto com a “Odisséia“, ambas atribuídas a Homero,
lançou as bases da literatura ocidental. Ao discorrer sobre uma realidade vasta e profunda, esses
dois poemas épicos não só contribuíram para moldar uma nação e uma cultura mas também
causaram impacto duradouro no que veio depois.
Composta de 24 cantos e quase 16 mil versos hexâmetros (versos constituídos de seis pés
métricos), a “Ilíada” exibe uma precisão, uma beleza e uma unidade temática incomparáveis.
Não é à toa que principie com a menção à ira sofrida pelo grego Aquiles, filho da deusa Tétis e
do rei Peleu: a cólera do herói durante a Guerra de Tróia é o fator que desencadeia toda a ação.
Como afirma o professor Trajano Vieira, a guerra entre gregos e troianos é, no poema, “um
aspecto de outra luta mais intensa, travada no interior dos próprios personagens”.
Eneida – Virgílio
Eneida é um grande poema épico que foi escrito no século I a.C. pelo poeta romano Virgílio e
publicado após sua morte em 19 a.C. Ele escreveu a obra durante 12 anos.
Eneida narra a história de Roma, desde a origem, o poder e a expansão do Império Romano. A
obra recebe esse nome uma vez que está relacionada com as façanhas e feitos realizados pelo
herói troiano: Enéas.

Estrutura da Obra
Eneida foi escrita em latim, em versos e com uma métrica singular. Ou seja, com seis grupos de
três sílabas, sendo duas breves e uma longa. Esse tipo de métrica é chamado de hexâmetro
datílico.
Virgílio a produziu dessa maneira, uma vez que a sonoridade da epopeia incluía um esquema
rítmico para ser lido em voz alta. Ele se inspirou nas epopeias clássicas gregas do poeta
Homero: asobras Ilíada e Odisseia.
Hexâmetro datílico (AO 1945: dactílico) (do grego: εξ, héx, “seis”, e μέτρον, métron,
“medida(s)”) ou hexâmetro heróico é uma forma de métrica poética ou esquema rítmico. É
tradicionalmente associado à poesia épica, tanto grega quanto latina, como por exemplo a Ilíada
e a Odisseia de Homero e a Eneida de Virgílio. É a mais antiga e importante forma usada na
poesia épica da Grécia Antiga.[1][2]
O dactílico se assemelha à forma de um dedo, com uma sílaba longa seguida por duas curtas
A poesia grega usava metros distintos, combinações de sílabas longas (l) e breves (b). Estas
formava uma estrutura básica dos versos, chamados pés. Cada pé era constituído pela sucessão
de longas e breves e comportava dois “tempos”, um mais elevado e um mais baixo. A sucessão
padronizada de pés emprestava ao verso um ritmo característico, lento e solene, ou vivaz e
agitado, e assim por diante. O site Grécia Antiga descreve que os pés mais importantes:

Dáctilo: l b b
Anapesto: b b l
Iambo: b l
Troqueu: l b
Espondeu: l l
Peon: l b l
Eis a estrutura métrica do primeiro verso da Ilíada de Homero, composto por volta de -750: Um
dáctilo (dactilus, em grego “dedo”) é uma sequência de três sílabas poéticas, a primeira longa e
as duas seguintes breves. Portanto, o verso hexâmetro dactílico ideal consiste de seis (do grego
hexa) pés, sendo cada um dáctilo. Tipicamente, porém, o último pé do verso não é um dáctilo,
mas sim um espondeu ou um troqueu, ou seja, a penúltima sílaba é sempre longa e a última
silaba pode ser breve ou longa.

Na realidade, é difícil dispor as palavras nesta métrica, então poetas podem substituir os dáctilos
por espondeus, que são pés com duas sílabas longas. Tradicionalmente o quinto pé em um verso
é um dáctilo verdadeiro. Cerca de uma linha em vinte de Homero tem um espondeu no quinto
pé. Esta linha é conhecida como espondaica. Uma linha de hexâmetro dactílico pode ser
diagramada da seguinte maneira (Note que “¯” é uma sílaba longa, “u” é uma sílaba breve e
“U” pode ser uma longa ou duas breves):
¯U|¯U|¯U|¯U|¯uu|¯¯

Poesia Lírica – (Coração)


Sec. VI a. C.
É um gênero de poesia que surgiu na Grécia Antiga, recitada em forma de canto e,
normalmente, acompanhada pela sonoridade de algum instrumento musical, como a flauta ou a
lira. O nome “lírica” (do latim lyricu) se originou a partir deste último.
Atualmente, a poesia lírica não está diretamente relacionado com a música, mas através das
chamadas “sílabas poéticas”. Manteve-se a musicalidade dos versos por meio de uma série de
recursos, como as aliterações, os vocábulos e as rimas.
Outra particularidade é a presença do chamado “eu-lírico”, a “voz” existente na obra que
assume o papel de expressar as emoções, pensamentos e sentimentos profundos do autor.
Existem diversos tipos de poesia lírica, conforme como são estruturadas e os temas que são
abordados, como por exemplo:
Soneto: formado por 14 versos (4 estrofes), donde 2 são quartetos (estrofe constituída por 4
versos) e 2 tercetos (estrofe formada por 3 versos);
Elegia: poemas cuja temática é a morte, o amor não correspondido e outros sentimentos que
remetem a tristeza. Do grego, a palavra elegia significa “canto triste”;
Écloga: poesia que retrata a vida bucólica no campo, composta predominantemente por
diálogos;
Ode: poema de exaltação, normalmente exaltando alguns personagens, por exemplo;
Idílio: parecido com a écloga, pois também fala sobre a vida no campo, mas com a ausência de
diálogos;
Hino: semelhante ao ode, pois também tem a função de exaltar e glorificar, mas neste caso se
referindo as divindades e a pátria.
Características do gênero lírico
Eu-lírico;
Lirismo (sentimentalismo);
Subjetividade;
Musicalidade, uso da métrica e de rimas;
Uso de analogias e figuras de linguagens
Expressões que aparecem na poesia Lírica que retomam expressões latinas :
“Carpem Diem” – “Colhe o dia “
“Fugere Urbem” – “Fugir da cidade”
“Aurea Mediocritas” – “Justa medida”
“Inutilia Trincar” – “Corta as coisas inúteis”
“Locus amoenus” – “lugar ameno”
O poema bucólico é aquele que está repleto de ingenuidade, ausente de malícia. A maioria dos
temas trazem à tona a vida campestre ou pastoril. O caráter dos costumes rurais, a dimensão
poética da paisagem, o que também pode ser encontrado no Romance Pastoril. Neste gênero
existem dois temas centrais: a idealização da natureza e o amor como tema principal.
O Arcadismo foi um movimento literário do século XVIII que tinha como tema nos seus
escritos descrições bucólicas da natureza.
Alguns exemplos de poemas dessa época são:
A poesia bucólica tem dois tipos de amores :
“Amor indignus” – aquele amor sofrido
“Amor furor” – paixão desmedida , enlouquecida

Claudio Manoel da costa –


Características das Obras de Cláudio Manuel da Costa
Linguagem simples
Lirismo
Bucolismo
Pastoralismo
Culto à natureza

Obras Completas de Florbela Espanca.


Em geral, o tema das poesias da autora é o amor e tudo aquilo que ele traz. Assim, aparecem
muitas vezes ingredientes que pertencem às relações amorosas como a saudade, a solidão, a
tristeza, o desejo e a sedução.
A forma preferida por ela para escrever seus poemas é o soneto. E foram os seus versos que a
fizeram famosa.
A prosa dela é menos conhecida e se expressa pelos contos, as cartas e sua contribuição na
imprensa. Nos contos, assim como na poesia, Florbela Espanca é confessional, ou seja, revela
muito quem foi Florbela Espanca e sobre sua vida..

Ana Cristina Cesar (1952-1983) foi uma escritora e crítica brasileira. Publicou livros de poesia
com teor intimista e foi muito influenciada pelo modernismo.
Suas obras, além de integrarem o movimento da poesia marginal, têm um teor muito intimista e
quebram a forma tradicional da poesia, usando versos sem métrica ou rima, linguagem informal
etc. Seu livro mais famoso se chama A teus pés (1982).
Caio Valério Catulo (Caius Valerius Catulus) relacionou-se com as figuras mais famosas de sua
época, como Cícero, o historiador Cornélio Nepos e o próprio Júlio César. Contudo, a maior
presença em sua curta vida foi a da amante, Clódia, que em seus poemas recebe o nome de
Lésbia, nome inspirado em Safo, a poetisa grega. Segundo as poucas informações de que os
estudiosos dispõem, Catulo parece ter começado a escrever na adolescência, publicando seus
poemas separadamente ou em pequenos conjuntos, até formar uma coletânea, dedicada a
Cornélio Nepos. Maior poeta lírico da Roma antiga De acordo com o professor João Angelo
Oliva Neto, “Catulo pertenceu a um grupo de poetas e intelect.

Quinto Horácio Flaco (Quintus Horatius Flaccus) foi um filósofo, poeta e escritor de sátiras e
críticas em Roma Antiga.
Principais características de seu estilo literário:
- Escreveu sátiras e críticas.
- Presença da melancolia, relacionada à curta duração da vida.
- Obras marcadas pela presença da tolerância e moderação.
- Uso de métricas líricas.
- Os principais temas abordados em seus textos tratavam de alegria, amizade, vinho e amor.
Estes temas estavam ligados à vida rural.
- As sátiras estão mais ligadas à vida urbana e as loucuras dos homens que vivem nas cidades.
Sua obra pode ser dividida em quatro gêneros:
Sátiras ou sermones — Retrata ironia de seu tempo dividida em dois livros escritos em
hexâmetros. Baseado em assuntos literários ou morais, discute questões éticas.
Odes ou Carminas — Divididos em quatro livros de longos poemas líricos sobre assuntos
diversos, geralmente sobre mitologia. Também em hexâmetros.
Epístolas ou cartas — Dois livros feitos de coleções de cartas sobre vários assuntos. Dentre elas
destaca-se a maior, a Epístola aos Pisões, conhecida como Arte Poética.
Epodos ou iambos — Um livro somente, com 17 pequenos poemas líricos escritos na mocidade
sobre assuntos de Roma e imitava, tanto na métrica quanto no estilo satírico, o poeta Arquíloco.

Safo é uma das poucas vozes femininas cujo trabalho sobreviveu desde a Antiguidade.
Sabe-se que Safo pertencia a uma família aristocrática. Alguns textos antigos fazem referência a
pessoas que parecem ser seu marido e sua filha, embora não seja possível ter certeza absoluta da
existência deles.
Com o passar dos anos, suas obras completas se perderam: só o que restou é um punhado de
poemas completos e alguns fragmentos transcritos em papiros antigos.
Safo diagnosticou o “mal do amor” milhares de anos atrás, explica Reynolds
No fragmento 31, ela enumera os sintomas físicos do desejo. Enquanto observa a pessoa que
ama flertar com outro homem, o narrador da poeta fica calado, sente frio e calor por todo o
corpo e escuta um zumbido em seus ouvidos. As sensações são tão intensas que ele acha que vai
morrer.
Este fragmento é um exemplo de um poeta que escreve sobre o custo físico que o desejo cobra
de nós:
Os poemas de Safo jogam com nossas expectativas sobre o gênero e provocam perguntas sobre
a sexualidade.
O fragmento 31, mencionado acima, se refere a alguém que está vendo uma bela jovem e
invejando o homem que fala com ela.

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