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Letras e Letras

Termos para o estudo da poesia

Ambigüidade: Apresenta dois sentidos. Em crítica literária,


consiste em toda nuança verbal, posto ligeira, que dê lugar a
diferentes reações ao mesmo fragmento de linguagem.

Anagrama: É a transposição de letras. É usado para encobrir a


identidade de personagens reais. Diz-se do vocábulo, nomes
próprios.

Arte pela arte: A arte visa exclusivamente a proporcionar prazer


estético, ou seja, desconhece fins utilitários, como a moral, a
política, a educação. Essa expressão remonta a Aristóteles, que
recusa admitir propósitos didáticos para o fenômeno estético.

Alexandrino: O verso alexandrino é composto de doze sílabas.


Em geral, o verso mais longo, em estrofes isométricas, é o
alexandrino. É raramente empregado na poesia moderna.

Balada: Esse termo tem sentido poético e apareceu no século


XIII. É a mais primitiva manifestação poética. Acredita-se que a
balada na Idade Média não seria acompanhada de movimentos
coreográficos. É uma forma literária mista, pois reúne elementos
de poesia dramática e lírica bem como narrativa.

Cantiga: Eram os poemas contados e acompanhados de


instrumentos musicais e dança.

Tipos de cantigas: - Gênero lírico: cantigas de amigo e de amor;


- Gênero satírico: cantigas de escárnio e cantigas de maldizer;
- Cantiga de amigo: possui raízes na península Ibérica, seu tema
mais freqüente é o lamento amoroso da moça cujo namorado
partiu para a guerra contra os árabes;
- Cantiga de amor: possui raízes na poesia provençal (de
Provença, região do sul da França), nos ambientes finos e
aristocráticos das cortes francesas, portanto, prendem-se a
certas convenções de linguagem e de sentimentos;
- Cantiga de escárnio e de maldizer foi a primeira experiência da
literatura portuguesa na sátira. Não eram tão presas às
convenções como as cantigas de amor e amigo e buscaram um
caminho poético próprio, explorando diferentes recursos
expressivos. Voltaram-se para a crítica de costumes, tendo como
alvo diferentes representantes da sociedade medieval
portuguesa.

Cesura: Limite rítmico no interior de um verso, teoricamente


seguido de um descanso. [A cesura corta um verso alexandrino
em dois hemistíquios: "Nada é tão belo quanto a verdade, só a
verdade é amável." (Boileau)]

Carpe Diem: Colher, gozar o dia. Horácio aconselhou Leucónoe a


gozar o momento presente, visto ser incerto o dia de amanhã.
Transposto para o lirismo amoroso, o motivo adquiriu conotação
especial: o poeta adverte a bem amada de que a vida corre
ligeira na direção da morte, e sugere que ambos usufruam do
amor enquanto é tempo.

Dissonância: Som ou conjunto de sons desagradáveis ao ouvido,


é a junção de sílabas ou palavras que soam mal.
Écloga: Difere do idílio por nele intervirem os diálogos. São
poemas dialogados nos quais o poeta cede a palavra a
interlocutores.

Elegia: Pequeno poema lírico sobre um tema freqüentemente


terno e melancólico. Na antigüidade, peça em verso composta
por hexâmetros e pentâmetros alternados.

Enjambement: É a passagem para o verso seguinte, de uma ou


de várias palavras que completam o sentido do precedente.
(disse também cavalgamento)

Escansão: É o processo de divisão dos versos em sílabas


poéticas.

Estribilho: É um conjunto de versos repetidos em forma de


estrofes ou integrando as estrofes de um poema.

Estrofe ou estância: É um agrupamento de versos. O número de


versos agrupados em cada estrofe pode ser variado.
Idílio: É uma composição em monólogo, que celebra os encantos
da vida bucólica, impregnada quase sempre de sentimento
amoroso. É uma espécie literária muito ao gosto dos poemas
arcádicos.

Lira e Lírica: A palavra lírica origina-se de lira, instrumento


musical muito utilizado pelos gregos a partir do século VII a.C.
Chamava-se lírica a canção que se entoava ao som da lira. Havia,
portanto, entre o som e a palavra uma junção que perdurou até o
século XV, quando os poemas se distanciaram da música e
passaram a ser lidos ou declamados.

Madrigal: É uma espécie lírica italiana bem antiga. A princípio


apresentava uma forma fixa (verso decassílabo, com dois ou três
tercetos, acompanhados de um ou dois dísdicos; e ainda,
tercetos com versos heróicos seguidos de um verso isolado, tal
como na "terzarinha") mas, já no século XVI encontra-se o
madrigal mais simplificado, constituído apenas de uma estrofe
curta, não ultrapassando, em geral, o número de dez versos, e
empregando de preferência a redondilha ou a decassílabo
alternado com o heróico quebrado. O madrigal exprime
pensamentos graciosos, numa discreta e galante confissão de
amor.

Métrica: É a medida dos versos, isto é, o número de sílabas


poéticas que apresentam.

Ode: Em grego significa "canto". Era um cântico composto de


estrofes simétricas, próprio para ser entoado com música e
coros. O ode marca o terceiro período da literatura grega.

Pé: São os restos quantitativos puros. Pé é a menor partícula


estrutural do verso.

Refrão: Frase vocal ou instrumental de tamanho e forma


determinados, que se repete a intervalos regulares nas canções
e composições estróficas.

Rondó: É um poema que apresenta apenas quadros (quartetos)


ou quadras combinadas com oitavas (estrofe com oito versos).

Soneto: É um poema de forma fixa, isto é, apresenta a mesma


estrutura de construção: duas quadras ou quartetos (estrofe
com quatro versos) e dois tercetos (estrofe com três versos)
Tropo: São palavras e expressões que apresentam-se em sentido
translado e não próprio. Entre os tropos estão:
1) Alegoria
2) Antonomásia
3) Catacrese
4) Imagens
5) Metáfora
6) Metonímia
7) Símbolo
8) Sinédoque

Metáfora: É uma comparação elíptica, ou "um símile comprido"


(Murry)
"A vida é combate." (Gonçalves Dias)
O verso acima seria comparação se apresentasse o nexo ou
conectivo indicador da similaridade: - A vida é como um
combate.]
José Oiticica no seu "Curso de Literatura" acusa três elementos
que entram na criação da metáfora: o comparante, o comparado
e o análogo.
"Da lua a teia amarela.
Estende as malhas de luz." (Castro Alves, in "Virgem dos últimos
amores")
Comparante: uma aranha.
Comparado: a teia amarela da lua.
Análogo: estende as malhas.

Alegoria: É uma seqüência de metáforas, pode ser pura que se


confunde com o enigma ou mista pois propicia a identificação do
que foi figurado com o real significado. Em literatura, a alegoria
informa determinadas espécies genéricas como a fábula, o
apólogo e a parábola.
"A vida é uma ópera e uma grande ópera." Machado de Assis

Aliteração: É a repetição constante de um mesmo fonema


consonantal.
Ex.: Brancos bacantes bêbadas o beijam. (Aliteração em b)
Augusto dos Anjos

Assonância: É a repetição constante de um mesmo fonema


vocálico e de sílabas semelhantes, mas não idênticas.
Ex.: Ó Formas alvas, brancas, Formas claras (assonância do
fonema vocálico |a|) Cruz e Sousa
Anáfora: É a repetição da mesma palavra ou expressão no início
de frases, períodos ou versos.
"Qual do cavalo voa, que não desce;
Qual, co'o cavalo em terra dando, geme;
Qual vermelhas as armas faz de brancas;
Qual co'os penachos do elmo açoita as ancas." Camões

Anástrofe: É o hipérbato atenuado em que a inversão se dá entre


as palavras relacionadas entre si.
"Que importa do nauta o berço." Castro Alves

Anacoluto: É a rupção sintática entre as partes do período.


"Eu, não me importa a desonra do mundo." Camilo Castelo
Branco

Antítese: Ocorre quando aparecem dois termos na frase que se


opõe mas são do mesmo campo semântico.
"Desceu os pântanos com os tapires, subiu os Andes com os
condores."
Castro Alves

Antonomásia: É um caso especial de metonímia. Consiste na


substituição de um nome próprio por uma circunstância ou
qualidade que a ele se refere intrinsicamente como um epíteto.
"O genovês salta os mares..." (Castro Alves) genovês=Colombo

Apóstrofe: É a interrupção que faz o orador para dirigir-se a algo


ou alguém.
"Deus, oh Deus, onde estás que não respondes?"

Assíndeto: É a omissão das conjunções ou conectivos aditivos.


"E homem, há de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!" Billac

Catacrese: É o emprego abusivo ou indevido de um termo. É pela


catacrese que se justificam expressões como: embarcar num
trem, sabatina (para qualquer dia da semana), enterrar uma
agulha no dedo, etc.

Eco: Sucessão de vocábulos com final semelhante, são as rimas


coroadas.
"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse..." (Eugênio
de Castro)
Elipse: É a supressão de um termo que o contexto permite
identificar.
"Tristeza não tem fim, felicidade sim." Vinícius de Moraes

Eufemismo: São palavras que atenuam outras que teriam idéia


triste.
"Sino da paixão, pelos que lá vão." Manuel Bandeira

Gradação: Pode ser chamada de clímax. É a acumulação


progressiva de uma idéia, pensamento ou tema.
"Vive só para mim, só para a minha vida.
Só para o meu amor!" Olavo Billac

Hipérbato: É a inversão da ordem direta (sujeito, verbo e objeto)


"Que os tribunais não podem rever os atos políticos, não
contestei, não contesto." Rui Barbosa

Hipérbole: É a figura que engrandece ou diminui


exageradamente a verdade.
"Vida que, eterna, ainda que seja pouca!" Alphonsus Guimaraens

Ironia: É a expressão que sugere o contrário do que significa.


"A excelente D. Inácia era mestre na arte de judiar de crianças."
Monteiro Lobato

Metonímia: Relação de contigüidade (e não de semelhança)


entre o termo próprio e o termo figurado.
As Willians pisaram fundo em Interlagos. (Willians pode ser o
carro ou o piloto do carro)

Onomatopéia: "Uuááááá", Tenta reproduzir o som de choro de


alguém. Em textos literários, a onomatopéia pode ser bastante
expressiva.
Ex.: "Ó rodas, ó engrenagens, R-R-R-R-R eterno!" (Fernando
Pessoa)

Paranomásia: É a aproximação de palavras com significados


diferentes.
"Os magnetos atraem o ferro, e os magnatas o oiro." Padre
Vieira

Perífrase: O objeto não é nomeado, mas é facilmente identificado


pois o contexto é conhecido.
O milionário da informática. (Bill Gates)
O poeta dos escravos. (Castro Alves)

Personificação: Também chamado de prosopopéia, atribui


características humanas a seres irracionais ou inanimados.
"Sinos do Bonfim, por que choras assim?" Manuel Bandeira

Pleonasmo: Redundância de termos para dar mais força à mesma


idéia.
"e aí dançaram tanta dança, que a vizinhança toda despertou."
Chico Buarque

Polissíndeto: Uso reiterado de conectivos em coordenação.


"Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!" Billac

Quiasma: Processo estilístico que consiste em formar um


antítese, dispondo em ordem inversa e cruzada os elementos
que a constituem.
Ex.: Há pessoas que não comem para viver, mas vivem para
comer

Silepse: Dá-se na concordância. Consiste em fazer a


concordância de uma palavra ou expressão não diretamente com
outra expressa, mas com a idéia que esta sugere. É também
chamada concordância semiótica ou figurada.
ex.: gênero
"Conheci uma criança... mimos e castigos pouco podiam com
ele".(Garret)

Símbolo: É a imagem que vale por um sinal, ou conforme Hugh


Walpole, "uma palavra usada referencialmente".
Ex.: Mitologia grega:
Hércules (em referência à força);
Narciso (à vaidade);
Baco (ao vinho).

Símile: Ou comparação é o confronto de dois ou mais objetos em


que depreendemos algum ponto de contato.
ex.: "E à tarde, quando o sol - condor sangrento -
No ocidente se aninha sonolento
Como a abelha na flor..." (Castro Alves)

Sinestesia: É a evocação de impressões sensoriais pela palavra.


Ex.: "Tarde de olhos azuis e de seios morenos.
Ó tarde linda, ó tarde doce que se admira,
Como uma tone de pérolas e safira.
Ó tarde como quem tocasse um violino..." (Emiliano Perneta)

Zeugma: É um tipo de supressão de palavras, ocorre pois esta


palavra já foi empregada anteriormente.
Ex.: "Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores."
(Gonçalves Dias, Canção do Exílio)

Termos para o estudo da poesia

Ambigüidade: Apresenta dois sentidos. Em crítica literária,


consiste em toda nuança verbal, posto ligeira, que dê lugar a
diferentes reações ao mesmo fragmento de linguagem.

Anagrama: É a transposição de letras. É usado para encobrir a


identidade de personagens reais. Diz-se do vocábulo, nomes
próprios.

Arte pela arte: A arte visa exclusivamente a proporcionar prazer


estético, ou seja, desconhece fins utilitários, como a moral, a
política, a educação. Essa expressão remonta a Aristóteles, que
recusa admitir propósitos didáticos para o fenômeno estético.

Alexandrino: O verso alexandrino é composto de doze sílabas.


Em geral, o verso mais longo, em estrofes isométricas, é o
alexandrino. É raramente empregado na poesia moderna.

Balada: Esse termo tem sentido poético e apareceu no século


XIII. É a mais primitiva manifestação poética. Acredita-se que a
balada na Idade Média não seria acompanhada de movimentos
coregráficos. É uma forma literária mista, pois reúne elementos
de poesia dramática e lírica bem como narrativa.

Cantiga: Eram os poemas contados e acompanhados de


instrumentos musicais e dança.

Tipos de cantigas: - Gênero lírico: cantigas de amigo e de amor;


- Gênero satírico: cantigas de escárnio e cantigas de maldizer;
- Cantiga de amigo: possui raízes na península Ibérica, seu tema
mais freqüente é o lamento amoroso da moça cujo namorado
partiu para a guerra contra os árabes;
- Cantiga de amor: possui raízes na poesia provençal (de
Provença, região do sul da França), nos ambientes finos e
aristocráticos das cortes francesas, portanto, prendem-se a
certas convenções de linguagem e de sentimentos;
- Cantiga de escárnio e de maldizer foi a primeira experiência da
literatura portuguesa na sátira. Não eram tão presas às
convenções como as cantigas de amor e amigo e buscaram um
caminho poético próprio, explorando diferentes recursos
expressivos. Voltaram-se para a crítica de costumes, tendo como
alvo diferentes representantes da sociedade medieval
portuguesa.

Cesura: Limite rítmico no interior de um verso, teoricamente


seguido de um descanso. [A cesura corta um verso alexandrino
em dois hemistíquios: "Nada é tão belo quanto a verdade, só a
verdade é amável." (Boileau)]

Carpe Diem: Colher, gozar o dia. Horácio aconselhou Leucónoe a


gozar o momento presente, visto ser incerto o dia de amanhã.
Transposto para o lirismo amoroso, o motivo adquiriu conotação
especial: o poeta adverte a bem amada de que a vida corre
ligeira na direção da morte, e sugere que ambos usufruam do
amor enquanto é tempo.

Dissonância: Som ou conjunto de sons desagradáveis ao ouvido,


é a junção de sílabas ou palavras que soam mal.
Écloga: Difere do idílio por nele intervirem os diálogos. São
poemas dialogados nos quais o poeta cede a palavra a
interlocutores.

Elegia: Pequeno poema lírico sobre um tema freqüentemente


terno e melancólico. Na antigüidade, peça em verso composta
por hexâmetros e pentâmetros alternados.

Enjambement: É a passagem para o verso seguinte, de uma ou


de várias palavras que completam o sentido do precedente.
(disse também cavalgamento)

Escansão: É o processo de divisão dos versos em sílabas


poéticas.
Estribilho: É um conjunto de versos repetidos em forma de
estrofes ou integrando as estrofes de um poema.

Estrofe ou estância: É um agrupamento de versos. O número de


versos agrupados em cada estrofe pode ser variado.
Idílio: É uma composição em monólogo, que celebra os encantos
da vida bucólica, impregnada quase sempre de sentimento
amoroso. É uma espécie literária muito ao gosto dos poemas
arcádicos.

Lira e Lírica: A palavra lírica origina-se de lira, instrumento


musical muito utilizado pelos gregos a partir do século VII a.C.
Chamava-se lírica a canção que se entoava ao som da lira. Havia,
portanto, entre o som e a palavra uma junção que perdurou até o
século XV, quando os poemas se distanciaram da música e
passaram a ser lidos ou declamados.

Madrigal: É uma espécie lírica italiana bem antiga. A princípio


apresentava uma forma fixa (verso decassílabo, com dois ou três
tercetos, acompanhados de um ou dois dísdicos; e ainda,
tercetos com versos heróicos seguidos de um verso isolado, tal
como na "terzarinha") mas, já no século XVI encontra-se o
madrigal mais simplificado, constituído apenas de uma estrofe
curta, não ultrapassando, em geral, o número de dez versos, e
empregando de preferência a redondilha ou a decassílabo
alternado com o heróico quebrado. O madrigal exprime
pensamentos graciosos, numa discreta e galante confissão de
amor.

Métrica: É a medida dos versos, isto é, o número de sílabas


poéticas que apresentam.

Ode: Em grego significa "canto". Era um cântico composto de


estrofes simétricas, próprio para ser entoado com música e
coros. O ode marca o terceiro período da literatura grega.

Pé: São os restos quantitativos puros. Pé é a menor partícula


estrutural do verso.

Refrão: Frase vocal ou instrumental de tamanho e forma


determinados, que se repete a intervalos regulares nas canções
e composições estróficas.
Rondó: É um poema que apresenta apenas quadros (quartetos)
ou quadras combinadas com oitavas (estrofe com oito versos).

Soneto: É um poema de forma fixa, isto é, apresenta a mesma


estrutura de construção: duas quadras ou quartetos (estrofe
com quatro versos) e dois tercetos (estrofe com três versos)

Tropo: São palavras e expressões que apresentam-se em sentido


translado e não próprio. Entre os tropos estão:
1) Alegoria
2) Antonomásia
3) Catacrese
4) Imagens
5) Metáfora
6) Metonímia
7) Símbolo
8) Sinédoque

Metáfora: É uma comparação elíptica, ou "um símile comprido"


(Murry)
"A vida é combate." (Gonçalves Dias)
O verso acima seria comparação se apresentasse o nexo ou
conectivo indicador da similaridade: - A vida é como um
combate.]
José Oiticica no seu "Curso de Literatura" acusa três elementos
que entram na criação da metáfora: o comparante, o comparado
e o análogo.
"Da lua a teia amarela.
Estende as malhas de luz." (Castro Alves, in "Virgem dos últimos
amores")
Comparante: uma aranha.
Comparado: a teia amarela da lua.
Análogo: estende as malhas.

Alegoria: É uma seqüência de metáforas, pode ser pura que se


confunde com o enigma ou mista pois propicia a identificação do
que foi figurado com o real significado. Em literatura, a alegoria
informa determinadas espécies genéricas como a fábula, o
apólogo e a parábola.
"A vida é uma ópera e uma grande ópera." Machado de Assis

Aliteração: É a repetição constante de um mesmo fonema


consonantal.
Ex.: Brancos bacantes bêbadas o beijam. (Aliteração em b)
Augusto dos Anjos

Assonância: É a repetição constante de um mesmo fonema


vocálico e de sílabas semelhantes, mas não idênticas.
Ex.: Ó Formas alvas, brancas, Formas claras (assonância do
fonema vocálico |a|) Cruz e Sousa

Anáfora: É a repetição da mesma palavra ou expressão no início


de frases, períodos ou versos.
"Qual do cavalo voa, que não desce;
Qual, co'o cavalo em terra dando, geme;
Qual vermelhas as armas faz de brancas;
Qual co'os penachos do elmo açoita as ancas." Camões

Anástrofe: É o hipérbato atenuado em que a inversão se dá entre


as palavras relacionadas entre si.
"Que importa do nauta o berço." Castro Alves

Anacoluto: É a rupção sintática entre as partes do período.


"Eu, não me importa a desonra do mundo." Camilo Castelo
Branco

Antítese: Ocorre quando aparecem dois termos na frase que se


opõe mas são do mesmo campo semântico.
"Desceu os pântanos com os tapires, subiu os Andes com os
condores."
Castro Alves

Antonomásia: É um caso especial de metonímia. Consiste na


substituição de um nome próprio por uma circunstância ou
qualidade que a ele se refere intrinsicamente como um epíteto.
"O genovês salta os mares..." (Castro Alves) genovês=Colombo

Apóstrofe: É a interrupção que faz o orador para dirigir-se a algo


ou alguém.
"Deus, oh Deus, onde estás que não respondes?"

Assíndeto: É a omissão das conjunções ou conectivos aditivos.


"E homem, há de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!" Billac

Catacrese: É o emprego abusivo ou indevido de um termo. É pela


catacrese que se justificam expressões como: embarcar num
trem, sabatina (para qualquer dia da semana), enterrar uma
agulha no dedo, etc.

Eco: Sucessão de vocábulos com final semelhante, são as rimas


coroadas.
"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse..." (Eugênio
de Castro)

Elipse: É a supressão de um termo que o contexto permite


identificar.
"Tristeza não tem fim, felicidade sim." Vinícius de Moraes

Eufemismo: São palavras que atenuam outras que teriam idéia


triste.
"Sino da paixão, pelos que lá vão." Manuel Bandeira

Gradação: Pode ser chamada de clímax. É a acumulação


progressiva de uma idéia, pensamento ou tema.
"Vive só para mim, só para a minha vida.
Só para o meu amor!" Olavo Billac

Hipérbato: É a inversão da ordem direta (sujeito, verbo e objeto)


"Que os tribunais não podem rever os atos políticos, não
contestei, não contesto." Rui Barbosa

Hipérbole: É a figura que engrandece ou diminui


exageradamente a verdade.
"Vida que, eterna, ainda que seja pouca!" Alphonsus Guimaraens

Ironia: É a expressão que sugere o contrário do que significa.


"A excelente D. Inácia era mestre na arte de judiar de crianças."
Monteiro Lobato

Metonímia: Relação de contigüidade (e não de semelhança)


entre o termo próprio e o termo figurado.
As Willians pisaram fundo em Interlagos. (Willians pode ser o
carro ou o piloto do carro)

Onomatopéia: "Uuááááá", Tenta reproduzir o som de choro de


alguém. Em textos literários, a onomatopéia pode ser bastante
expressiva.
Ex.: "Ó rodas, ó engrenagens, R-R-R-R-R eterno!" (Fernando
Pessoa)
Paranomásia: É a aproximação de palavras com significados
diferentes.
"Os magnetos atraem o ferro, e os magnatas o oiro." Padre
Vieira

Perífrase: O objeto não é nomeado, mas é facilmente identificado


pois o contexto é conhecido.
O milionário da informática. (Bill Gates)
O poeta dos escravos. (Castro Alves)

Personificação: Também chamado de prosopopéia, atribui


características humanas a seres irracionais ou inanimados.
"Sinos do Bonfim, por que choras assim?" Manuel Bandeira

Pleonasmo: Redundância de termos para dar mais força à mesma


idéia.
"e aí dançaram tanta dança, que a vizinhança toda despertou."
Chico Buarque

Polissíndeto: Uso reiterado de conectivos em coordenação.


"Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!" Billac

Quiasma: Processo estilístico que consiste em formar um


antítese, dispondo em ordem inversa e cruzada os elementos
que a constituem.
Ex.: Há pessoas que não comem para viver, mas vivem para
comer

Silepse: Dá-se na concordância. Consiste em fazer a


concordância de uma palavra ou expressão não diretamente com
outra expressa, mas com a idéia que esta sugere. É também
chamada concordância semiótica ou figurada.
ex.: gênero
"Conheci uma criança... mimos e castigos pouco podiam com
ele".(Garret)

Símbolo: É a imagem que vale por um sinal, ou conforme Hugh


Walpole, "uma palavra usada referencialmente".
Ex.: Mitologia grega:
Hércules (em referência à força);
Narciso (à vaidade);
Baco (ao vinho).
Símile: Ou comparação é o confronto de dois ou mais objetos em
que depreendemos algum ponto de contato.
ex.: "E à tarde, quando o sol - condor sangrento -
No ocidente se aninha sonolento
Como a abelha na flor..." (Castro Alves)

Sinestesia: É a evocação de impressões sensoriais pela palavra.


Ex.: "Tarde de olhos azuis e de seios morenos.
Ó tarde linda, ó tarde doce que se admira,
Como uma tone de pérolas e safira.
Ó tarde como quem tocasse um violino..." (Emiliano Perneta)

Zeugma: É um tipo de supressão de palavras, ocorre pois esta


palavra já foi empregada anteriormente.
Ex.: "Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores."
(Gonçalves Dias, Canção do Exílio)

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