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(1189? a 1434)
(D. Dinis)
CONTEXTO HISTÓRICO
A LÍRICA TROVADORESCA
Foi da Provença, região situada no sul da França, que veio a nova
moda poética,que consistia na composição de poemas para
serem cantados. A Provença, onde se falava a lang d'oc, é
considerada o centro de irradiação do lirismo ocidental. Daí, os
trovadores espalhavam-se pelas cortes da Europa, divulgando
sua arte poética, de cunho marcadamente individualista,
exaltando os encantos da natureza e as virtudes da mulher
amada, a quem prestava um serviço, submetido a um código de
obrigações, que exigia o segredo sobre a identidade da dama e a
mesura, que implicava o autodomínio sobre as emoções.
Todos os textos poéticos dessa primeira época medieval eram,
aliás, acompanhados de música e de coro. O trovador (poeta)
compunha a letra e a música e, o jogral (menestrel),
acompanhado de alaúde, flauta, harpa ou lira, se encarregava de
exibi-las. Geralmente, eram cantigas líricas, em que o
sentimento amoroso predominava. Os trovadores costumavam
pertencer à pequena nobreza, embora alguns reis tivessem sido
poetas.
Os trovadores portugueses mais importantes foram, além de
Paio Soares de Taveirós, que lançou a pedra fundamental da
literatura em língua portuguesa, Martim Codax, João Garcia de
Guilhade, Airas Nunes, Afonso Sanches e Bernardo de Bornaval.
O tema mais constante da poesia trovadoresca foi o amor
impossível já que, normalmente a dama ou era casada ou
pertencia a uma classe superior à do trovador. Como esse amor
nunca se realizava, convertia-se em admiração, em exaltação
das virtudes da mulher desejada. Por ser um relacionamento
semelhante ao do senhor feudal com seus vassalos, esse amor
impossível ficou conhecido como vassalagem amorosa. Essas
características justificam a presença de um forte lirismo
representado pela “coita d’amor” (coitado, em galego-
português, representava apaixonado, aflito, sofrido).
Evidenciava-se no espírito do trovador um estado de tensão
entre o real e o ideal. Enquanto de um lado a idealização da
beleza física e espiritual da amada atraía quase que
irresistivelmente o poeta, do outro lado, a condição social muito
mais elevada do objeto de seus sonhos criava um abismo que
impedia qualquer possibilidade de aproximação.
Para o entendimento dessa concepção revolucionária do amor ao
mesmo tempo espiritual e adulterino, surgiram várias teses,
apresentadas por Natália Correia em seu ensaio introdutório à
publicação dos Cantares dos trovadores galego-portugueses. A
tese mais sugestiva é a apoiada no antigo mito do Andrógino ou
Hermafrodita, o ser bissexuado, o arquétipo humano anterior à
separação do elemento masculino do feminino. A Grande Mãe
partenogenética representa o princípio estável em cujo seio o
filho é gerado, que é o princípio estável, pois nasce, morre e
renasce. De outro lado, a figura do homem poderoso, mitificado
em Júpiter, representa o princípio do autoritarismo,
personificado no pai, no marido ou no governante.
A gênese da concepção revolucionária do amor trovadoresco é
encontrada em um sentimento anterior ao sexo, sendo a mulher
concebida como mãe, em quem a criança sente residir o princípio
da segurança para a sua conservação. Essa estratificação infantil
de segurança encarnada na mãe, projeta-se na vida adulta, toda
vez que o homem se sente angustiado pela opressão das forças
sociais que ameaçam o seu direito à liberdade ou poem em
perigo a conservação de sua individualidade.
A exaltação das virtudes da mulher idealizada representaria, a
nível do inconsciente coletivo, o desejo de reconquistar a força
do ser andrógino arquetípico, para poder lutar contra a opressão
das instituições políticas e sociais patriarcalmente estruturadas.
O servilismo do trovador em relação à dama representa o amor
cortês, uma expressão de duplo sentido, podendo ser o amor
educado e comedido ou o típico amor da Corte.
Embora as cantigas trovadorescas pareçam primitivas e
espontâneas, utilizavam requintados recursos formais,
principalmente nas cantigas de amor, que desapareceram junto
com a moda do trovadorismo. Desses recursos, os mais
freqüentes foram:
TIPOS DE CANTIGA
Cantigas de Amor
Cantigas de Amigo
Cantigas Satíricas
Cancioneiros
A Prosa ficcional
FILMOGRAGRIA
Referência bibliográfica:
ttp://geocities.yahoo.com.br/veluhdias/periodosliterarios.index.html
Trovadorismo II
A primeira época Literatura Portuguesa tem origem obscura,
mas supõe-se que instalou-se na península ibérica por origem
provençal. Sua primeira obra é A Ribeirinha, cantiga de Escárnio
de Amor de Paio Soares Taveirós. A língua usada ainda não é
português, mas galego-português, um romanço (língua de
origem latina) falada na costa da península ibérica. Divide-se o
Trovadorismo em quatro partes: Cantigas de Amor, de Amigo, de
Escárnio e de Maldizer. As poesias eram chamadas cantigas,
canções ou cantares por serem associadas à música, e
apresentadas cantadas. Infelizmente, as partituras das músicas
se perderam quase todas, sobrando nos dias de hoje apenas
cinco, escritas por Martim Codax. Sobrevivem até hoje em
coletâneas renascentistas (Cancioneiros). As Cantigas que
seguem tem seu número referentes a sua publicação no
Cancioneiro da Vaticana
Cantigas de Amor
Cantigas de Amor contém uma confissão amorosa feita pelo
trovador a uma dama inacessível a quem trata por senhor
(significando "senhora" em termos modernos). A dama é
inacessível ou por estar em classe social mais elevada ou porque
o trovador despreza sua posse em favor do amor que sente. O
exemplo a seguir é a canção número 97 e foi escrita por El-rei D.
Dinis.
Cantigas de Amigo
Cantigas de Amor contém a profissão de amor de uma mulher do
povo, cujo amigo ("amigo" significa "amante, "namorado") está
em serviço militar ou é um trovador que a abandonou. Cantigas
de Amigo transpiram realismo, enquanto as de Amor são
extremamente idealizadas. O exemplo que segue é a Cantiga
número 462 e foi escrita por Aires Nunes.
http://www.estudiologia.hpg.ig.com.br/trovador.htm
http://geocities.yahoo.com.br/veluhdias/periodosliterarios.index.html