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Teste de avaliação 2018 /2019

Português 10º Ano


Critérios gerais de classificação
• As respostas ilegíveis são classificadas com zero pontos.
• Em caso de omissão ou de engano na identificação de uma resposta, esta pode ser
classificada se for possível identificar inequivocamente o item a que diz respeito.
• Se for apresentada mais do que uma resposta ao mesmo item, só é classificada a
resposta que surgir em primeiro lugar.
• A classificação das provas nas quais se apresente, pelo menos, uma resposta escrita
integralmente em maiúsculas é sujeita a uma desvalorização de cinco pontos.
Fatores de desvalorização − correção linguística

Fatores de desvalorização Desvalorização (pontos)


• Erro inequívoco de pontuação
• Erro de ortografia
(incluindo erro de acentuação, uso indevido de letra
minúscula ou de letra maiúscula e erro de
1
translineação)
• Erro de morfologia
• Incumprimento das regras de citação de texto
ou de referência a título de uma obra
• Erro de sintaxe
2
• Impropriedade lexical

GRUPO I ORALIDADE (30 PONTOS)

1. Visiona “Códice Calixtino – Caminho de Santiago”, anotando, numa folha de rascunho, a


informação mais relevante. Responde às questões abaixo, seguindo as instruções dadas.
Assinala a opção correta.
1.1. Na introdução do texto, (3 pontos)

a. recorre-se à comparação entre o presente e o passado.


b. explica-se em que consiste a Rota Jacobina.
c. apresenta-se genericamente o Códice Calixtino.
d. relata-se o percurso de peregrinos atuais a Santiago de Compostela.

1.2. No âmbito da peregrinação a Santiago de Compostela, a Rota Jacobina é avaliada como


(3 pontos)
a. penosa. c. isenta de riscos.
b. estimulante. d. acessível.

1.3. Entre a informação apresentada por Ramón Yzquierdo Perrín e Pablo Arribas Briones estabelece-se uma
relação de (3 pontos)
a. oposição. c. contraste.
b. redundância. d. complementaridade.

1.4. Inicialmente, a Catedral de Santiago é referida (3 pontos)

a. pelo valor arquitetónico.


b. pelo arquivo histórico.
c. pela função religiosa.
d. pelo carácter social e económico.

1
1.5. De acordo com o texto, o Pórtico da Glória (3 pontos)

a. é referido no Códice Calixtino.


b. foi mandado construir por Santiago.
c. é um elemento de destaque na Catedral de Santiago.
d. não se reveste de valor artístico.

1.6. O Códice Calixtino apresenta um caráter predominantemente (3 pontos)

a. político. c. religioso.
b. literário. d. turístico.

2. Indica se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F) . (12 pontos)

a. O texto aborda dois temas dominantes: as peregrinações a Santiago de Compostela e o


Códice Calixtino.
b. Na Idade Média, as cerimónias efetuadas na Catedral de Santiago tinham mais impacto do
que têm atualmente.
c. A transladação do corpo de Santiago, de Jerusalém para Compostela, é considerada o
conteúdo mais famoso do Códice Calixtino.
d. O Livro V do Códice Calixtino terá sido escrito por Aymeric Picaud.

e. No Livro V do Códice Calixtino, Navarra e Galiza são encaradas positivamente.

f. Na última parte do texto apresentam-se os objetivos que moviam as peregrinações a


Santiago de Compostela.

GRUPO II Parte A EDUCAÇÃO LITERÁRIA (30 PONTOS)

1. Indica, de entre as afirmações seguintes, as verdadeiras (V) e falsas (F) e corrige as falsas.

1.1 A língua portuguesa tem origem no latim.


1.2 As línguas germânicas fazem parte do superstrato do português.
1.3 Podemos verificar três fases da evolução do português: o português antigo, o galaico- português e o
português clássico.
1.4 A poesia trovadoresca é produzida a partir do séc.XII.
1.5 O trovador, homem nobre, compunha as cantigas e animava os saraus da corte.
1.6 Os dois cancioneiros que coligem a poesia trovadoresca são: O Cancioneiro da Biblioteca Nacional
e o da Ajuda.
1.7 Cantigas de Amigo, de Amor e de Escárnio e Maldizer são os três géneros de cantigas trovadorescas.
1.8 A Cantiga de Amigo é de origem estrangeira.
1.9 O sujeito poético da cantiga de amigo é a mãe da donzela.
1.10 A natureza, nas cantigas de amigo, é apenas um cenário de encontros amorosos.

2
GRUPO II Parte B EDUCAÇÃO LITERÁRIA (40 PONTOS)

Lê a cantiga de amigo que se segue e responde às questões apresentadas.

Pois nossas madres van a San Simon

Pois nossas madres van a San Simon


de Val de Prados candeas queimar1,
nós, as meninhas, punhemos de andar
con nossas madres, e elas enton
queimen candeas por nós e por si
2
e nós, meninhas, bailaremos i .

Nossos amigos todos lá irán


por nos veer, e andaremos nós
3
bailando ante eles, fremosas en cós ,
4
e nossas madres, pois que alá van,
queimen candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.

Nossos amigos 5
irán por cousir
como bailamos, e podem veer
bailar moças de bon parecer,
e nossas madres pois lá queren ir,
queimen candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.

Pero de Viviâez

1 acender velas; fazer promessas;


2 aí;
3 sem manto;
4 lá
5 contemplar.

1. Mostra como são diferentes os objetivos que levam as “madres” e as “meninhas” a San Simon de
Val Prados. (10 pontos)

2. Comenta a importância da dança na concretização dos objetivos das “meninhas”. (10 pontos)

3. Explica por que razão se pode afirmar que o sujeito poético desta cantiga se distingue do das
cantigas que analisaste anteriormente. (10 pontos)

4. Classifica esta cantiga de amigo, tendo em conta a forma e o conteúdo. Justifica. (10 pontos)

3
GRUPO III LEITURA / GRAMÁTICA (50 PONTOS)

Lê atentamente o texto apresentado:


A História do Português
Contar a história do Português é mostrar as mudanças linguísticas que lhe foram dando forma. Que as línguas
mudam, é uma evidência: as dificuldades que encontramos na leitura de textos medievais revelam-nos como o
Português Antigo era diferente do que ouvimos, falamos e escrevemos atualmente. E embora a mudança linguística
seja frequentemente vista como uma espécie de decadência por muitos falantes que resistem à inovação, assumindo
5 uma atitude de defesa da ‘pureza’ da língua supostamente ameaçada, seja por um qualquer acordo ortográfico, por
um novo dicionário ou pela influência das telenovelas, a verdade é que se o Português não tivesse sofrido mudanças
ainda falaríamos como Afonso Henriques.
No processo de mudança linguística interagem dois tipos de condicionalismos: um interno à própria língua
(inerente ao sistema linguístico) e um externo (extralinguístico). Se a língua se organiza como um sistema dinâmico
em permanente busca do equilíbrio, as suas estruturas poderão ser, elas próprias, causadoras de mudança. Oposições
10 que não se revelem funcionais podem desaparecer, já que um princípio de economia tenderá a eliminar
redundâncias, ou novas oposições podem ser criadas no sentido de preencher lacunas que um princípio de clareza
necessária à comunicação tenderá a colmatar. Por outro lado, sendo a variação inerente à fala, uma ou mais variantes
podem coexistir sem que haja mudança; mas esse estado de variação pode resolver-se se, dado um determinado
conjunto de fatores condicionantes, linguísticos e/ou extralinguísticos, uma das alternativas se impuser.
15 Circunstâncias históricas, mudanças sociais ou políticas podem também condicionar a mudança linguística. Uma
causa externa de mudança linguística é, por exemplo, a fragmentação política: a formação de reinos na Península
Ibérica – e a criação de fronteiras políticas – contribuiu grandemente para a constituição de fronteiras linguísticas e,
portanto, para a fragmentação dialetal do Latim Hispânico, de que resultaram as várias línguas ibéricas. (…)
Se as circunstâncias históricas, sociais e culturais mudam – em algumas épocas paulatinamente, em outras quase
20 abruptamente – as necessidades expressivas dos falantes também se modificarão. E a língua (melhor: uma
determinada gramática da língua) pode deixar de servir as necessidades dos seus utentes. Envelhece, portanto.
Envelhecer, no caso da língua, não conduz à morte mas à mudança. Cada nova fase da língua consiste não só na
inovação, mas essencialmente na seleção de variantes que já existem na língua. Aceites por um determinado grupo
socialmente prestigiado, as variantes selecionadas serão generalizadas a toda a comunidade. Constitui-se, assim, um
25 novo estádio de evolução da língua, cuja ‘estabilidade’ sofrerá novos e perpétuos sobressaltos. Mas porque a língua
procura esses patamares de estabilidade, o resultado de cada mudança linguística será sempre tendencialmente a
constituição de uma norma, de um sistema organizado que, fatalmente, se tornará arcaico quando uma nova norma
se afirmar.

30 Esperança Cardeira, in O Essencial sobre a História do Português

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.5., seleciona a única opção que permite obter uma
afirmação correta.
1.1. A história do português
A. mudou a partir da idade média e do português antigo.
B. é curta e a língua recentemente foi ameaçada por um novo acordo ortográfico.
C. fica registada nos dicionários e é marcada pela influência das telenovelas.
D. é feita de mudanças que se foram realizando ao longo dos tempos.

1.2. A língua muda


A. porque sofre diversas influências do exterior.
B. por fatores internos e externos.
C. porque os falantes não falam corretamente.
D. por influência política.
1.3. As circunstâncias históricas, sociais e culturais
A. modificam-se constantemente e originam a fragmentação política.
B. podem melhorar a mudança linguística.
C. dão origem a novas necessidades dos falantes.
D. provocam mudanças lentas e paulatinas.

4
1.4. A língua
A. envelhece e vai morrendo.
B. envelhece mas renova-se.
C. morre abruptamente.
D. envelhece e deteriora-se.

1.5. A frase: «Constitui-se, assim, um novo estádio de evolução da língua, cuja ‘estabilidade’ sofrerá
novos e perpétuos sobressaltos.» (ll. 28-29) significa que
A. as mudanças linguísticas são cíclicas e ininterruptas.
B. a estabilidade da língua só existe no estádio inicial.
C. o latim foi substituído pelo português.
D. a língua tem de ultrapassar constantes perturbações antes de morrer.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.


2.1. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada na frase «E embora a
mudança linguística seja frequentemente vista como uma espécie de decadência por muitos falantes» (ll. 4-
5).
2.2. Classifica a oração sublinhada: «Contar a história do Português é mostrar as mudanças
linguísticas que lhe foram dando forma.» (l. 1).
2.3. Divide e classifica as orações da frase: «Se as circunstâncias históricas, sociais e culturais
mudam – em algumas épocas paulatinamente, em outras quase abruptamente – as necessidades
expressivas dos falantes também se modificarão» (ll. 23-25).
2.4. Identifica os processos fonológicos da evolução do galego-português para o
português moderno nas seguintes palavras, presentes na cantiga que analisaste:
A. candeas > candeias
B. i > aí
C. veer > ver
D. alá > lá

GRUPO IV ESCRITA (escolhe UMA das opções) (50 PONTOS)

A. Usando a tua imaginação e considerando o teu conhecimento da vida na Idade Média,


continua a narração do episódio que se segue. Escreve um texto bem estruturado de cerca
de 200 palavras.

Chego à Idade Média depois de uma viagem numa máquina do tempo. Passeando por ruelas de
terra batida, avisto a igreja. Faz calor e as pessoas estão reunidas no adro. Estarão à espera de
alguma coisa? De repente, olham todos na mesma direção e as crianças puxam as mães para a
frente. Aproximo-me para ver. Tinham chegado os jograis!

OU

B. As cantigas de amigo e as cantigas de amor são a expressão do lirismo trovadoresco português.

Num texto de cerca de 200 palavras, explicita o papel da mulher nestes dois tipos de poesia. O
texto deve incluir uma introdução, que contextualize o papel da mulher na época; um
desenvolvimento, no qual refiras especificamente o papel do elemento feminino nas cantigas de
amigo e nas cantigas de amor, exemplificando; e uma conclusão que recupere as ideias
fundamentais.

FIM

5
CORREÇÂO

GRUPO I

Critérios específicos de classificação

Item Cenário de resposta


1.1. a.
1.2. a.
1.3. d.
1.4. b.
1.5. c.
1.6. c.
a. V
b. F
c. F
2.
d. V
e. F
f. V
Na Idade Média, as cerimónias efetuadas na Catedral de Santiago tinham
b. tanto impacto como têm atualmente (sendo apreciadas pela sua
espetacularidade).
2.1
O conteúdo mais famoso do Códice Calixtino é o Guia do Peregrino (Livro V),
. c.
relativo às condições do caminho.
No Livro V do Códice Calixtino, os Bascos e Navarra são encarados
f.
negativamente, ao passo que Galiza e Santiago o são positivamente.

Grupo II Parte A
1.1 A língua portuguesa tem origem no latim.
1.2 As línguas germânicas fazem parte do superstrato do português.
1.3 Podemos verificar três fases da evolução do português: o português antigo, o
galaico- português e o português clássico. …e o português contemporâneo.
1.4 A poesia trovadoresca é produzida a partir do séc.XII.
1.5 O trovador, homem nobre, compunha as cantigas e animava os saraus da corte.
1.6 Os dois cancioneiros que coligem a poesia trovadoresca são: O Cancioneiro da
Biblioteca Nacional e o da Ajuda. … três… e o cancioneiro da Vaticana.
1.7 Cantigas de Amigo, de Amor e de Escárnio e Maldizer são os três géneros
de cantigas trovadorescas.
1.8 A Cantiga de Amigo é de origem estrangeira. … autóctone.
1.9 O sujeito poético da cantiga de amigo é a mãe da donzela. …é a menina, a donzela.
1.10 A natureza, nas cantigas de amigo, é apenas um cenário de encontros
amorosos. … é sobretudo a confidente da menina.

1 V
2 V
3 F
4 V
5 V
6 F
7 V
8 F
9 F
1 F
0
6
GRUPO II PARTE B
1. As madres vão em romaria, rezar e “queimar candeas”, ou seja, cumprir
promessas religiosas; as filhas querem divertir-se e dançar…

2. As “meninhas” querem dançar em frente dos amigos para poderem ser


alvo da sua atenção e agrado…

3. Trata-se de um sujeito poético no plural…

4. Romaria/bailia e cantiga de refrão…

Grupo III
LEITURA / GRAMÁTICA
Item

1.1. D

1.2. B

1.3. C

1.4. B

1.5. A

2.1. Complemento agente da passiva.


2.2. Oração subordinada adjetiva relativa.
Oração subordinante: «as necessidades expressivas dos falantes também
se modificarão».
2.3. Subordinada adverbial condicional: «Se as circunstâncias históricas, sociais
e culturais mudam – em algumas épocas paulatinamente, em outras quase
abruptamente –».
candeas> candeias – epêntese (sinérese);
i> aí – prótese
2.4.
veer> ver – crase
alá> lá - aférese

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