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Nome do aluno (a):_______________________________________ 1º Ano Nº ____

Professor Pedro Alcântara


Língua Portuguesa e Literatura Data ___/___/_____

AVALIAÇÃO BIM_I NOTA_____


QUESTÃO 1
No mundo non me sei parella,
mentre me for como me vai,
ca iá moiro por vós – e ay!
mia sennor branca e vermella,
queredes que vus retraya
quando vus eu vi en saya!
Mau dia me levãtey,
que vus enton non vi fea!

Os versos acima são da cantiga conhecida como “A ribeirinha”, de autoria do trovador Paio Soares de Taveirós.
Essa cantiga data do ano de 1189 ou 1198 e é tida como o mais antigo documento literário de Portugal.
Coloque V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas a seguir, feitas a propósito de aspectos históricos da
língua portuguesa, a partir do que o texto revela.
( ) O texto pertence à fase do chamado “português arcaico”, cujo início se deu no século XII.
( ) O idioma é o galego-português, devido à unidade linguística que, nessa época, havia entre a Galícia e
Portugal.
( ) O texto apresenta palavras do dialeto moçárabe, em uma fase de transformação do latim em português.
( ) O texto pertence à fase do chamado “português pré-arcaico”, que vai do século X ao final do século XII.
Assinale a alternativa que relaciona a sequência correta de V e F de cima para baixo.
a. V – V – F – F
b. V – F – V – F
c. F – F – V – V
d. F – V – F – V
e. F – F – F – V
QUESTÃO 2
Em 29 de outubro de 1969, aconteceu a primeira transmissão a distância entre computadores, um experimento
precursor da internet e particularmente do que hoje chamamos de e-mail. O feito foi realizado entre a
Universidade da Califórnia e o Instituto de Pesquisa Stanford, em Menlo Park. O texto resultante dessa primeira
mensagem foi “LO.” – inicialmente tentava-se transmitir a palavra LOGIN, mas a conexão foi interrompida. Essa
tentativa de estabelecer comunicação e testar o canal receptor mais se aproxima da função da linguagem
denominada
a) conativa.
b) metalinguística.
c) expressiva.
d) fática.
e) referencial.
QUESTÃO 3
Leia o texto e responda.
Aluguel mais caro de SP é de cortiço

Moradias antigas, [...] os cortiços têm banheiros coletivos, cozinhas no quarto e servem de casa para pessoas com renda em torno
de R$ 700,00. Mesmo em condições precárias, os moradores dos cerca de 2 mil imóveis que funcionam como pensões informais
[...] pagam o mais alto valor de aluguel por m2 da capital paulista. [...] “O aluguel dos cortiços nunca perdeu a vitalidade. Ele
atende pessoas sem acesso ao mercado formal, que não têm fiador nem carteira assinada para alugar uma casa e precisam
morar no centro, perto de onde estão empregos e serviços sociais”, explica [...] o arquiteto Luiz Kohara. Opções baratas de
residências desde o fim do século XIX, [...] cortiços respaldaram o desenvolvimento econômico da metrópole, garantindo aluguel
barato para imigrantes europeus [...]. A partir de 1960, mesmo com a multiplicação de favelas na periferia, os cortiços resistiram e
atravessaram o século como a principal alternativa para pessoas de baixa renda [...]. “Comparando o preço por m2, o cortiço é
caro. Mas os valores mensais cabem no bolso das famílias mais pobres”, afirma Alonso Lopez.
MANSO, Bruno Paes. O Estado de S. Paulo, 12 abr. 2009, Cidades.

De acordo com a ênfase que se queira dar a um texto, predominam nele diferentes funções de linguagem.
Sabendo disso, podemos dizer que, nesse texto, predomina a função
a) fática, pois, a todo momento, o autor mostra-se preocupado com o canal de comunicação, testando-o.
b) metalinguística, pois o autor está preocupado em refletir sobre a língua portuguesa.
c) referencial, pois o autor preocupa-se em fazer referência a fatos, com o objetivo de transmitir
informações.
d) emotiva, pois o mais importante, no texto, é o retrato das emoções do autor em relação à vida dos
moradores do cortiço.
e) biconativa, já que o autor pretende convencer o leitor a apoiar a construção de novos cortiços.

QUESTÃO 4
Observe os elementos da comunicação e, considerando as afirmações, assinale a alternativa correta: Ao
chegar em casa, um pai fumante encontra sobre a mesa da sala o seguinte bilhete:

“Pai, apague o cigarro antes que ele queime sua vida! Seu filho Marcelo.”
I. Emissor: o filho.
II. Receptor: o pai.
III. Canal: língua portuguesa.
IV. Código: mídia impressa.
V. Contexto ou referente: vício do cigarro.
VI. Mensagem: “Apague o cigarro antes que ele queime sua vida”.
a) Somente I está correta.
b) Somente I, II e IV estão corretas.
c) Somente I, II, III e V estão corretas.
d) Somente I, II, V e VI estão corretas.
e) Somente I, III, IV e V estão corretas.

QUESTÃO 5

O Classicismo, nas sociedades em que esteve presente como ideal estético, expressava a estrutura mental dos
grupos que dispunham dos meios de produção material e, ao mesmo tempo, dos meios de produção intelectual.
BRANDÃO, Domingos. Classicismo e antagonismos sociais. Belo Horizonte: UFMG, 1987.

Nos termos propostos pelo autor, elementos estéticos valorizados em períodos como o Renascimento europeu
refletem a
a. simetria harmoniosa característica da beleza absoluta.
b. superioridade cultural inerente aos povos gregos
c. relação histórica entre produção artística e ideologia.
d. preocupação formal típica dos momentos de ruptura.
e. imitação da Antiguidade como norte do trabalho artístico.

QUESTÃO 6
O texto a seguir é um poema da literatura portuguesa.
Leia-o e faça o que se pede.

Per ribeira do rio


vi remar o navio
e sabor hei da ribeira.

Per ribeira do alto


vi remar o barco
e sabor hei da ribeira.

Vi remar o navio,
i vai o meu amigo
e sabor hei da ribeira.

Vi remar o barco,
i vai o meu amado
e sabor hei da ribeira.

I vai o meu amigo,


quer-me levar consigo
e sabor hei da ribeira.

I vai o meu amado,


quer-me levar de grado
e sabor hei da ribeira.
João Zorro.
Disponível em: <https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga. asp?cdcant=1176&pv=sim>. Acesso em: ago. 2021.

Julgue cada afirmação como verdadeira (V) ou falsa (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência
correta.
I. ( ) A presença das palavras amigo e amado em um mesmo poema registra uma mescla da cantiga de
amigo com a de amor, reflexo do momento de transição trovadoresca, na passagem da Idade Média
para a Moderna.
II. ( ) O texto privilegia o modelo da cantiga de amigo trovadoresca, o que se comprova pela ausência do
amigo (amado) e pelo uso do paralelismo e do refrão.
III. ( ) A forma atual como foram grafadas algumas palavras permite-nos enquadrar o poema lido no
período literário que vai do século XVII ao final do século XIX.
a) V – V – F
b) F – V – F
c) F – F – V
d) F – F – F
e) V – F – V

QUESTÃO 7
Não é característica da cantiga de amigo
a. eu lírico masculino.
b. saudade do amado.
c. técnica do paralelismo.
d. intimidade com a natureza.

QUESTÃO 8
Assinale a alternativa correta.
a. A cantiga de escárnio contém crítica direta a alguém.
b. A cantiga de maldizer apresenta linguagem agressiva.
c. A cantiga de maldizer, em geral, não denomina a pessoa de quem se fala mal.
d. A cantiga de escárnio relaciona-se mais com zombaria do que com ironia.

QUESTÃO 9
Para responder às questões de 10 a 13, leia o excerto de Auto da barca do inferno, do escritor português Gil
Vicente (1465?-1536?). A peça prefigura o destino das almas que chegam a um braço de mar onde se
encontram duas barcas (embarcações): uma destinada ao paraíso, comandada pelo anjo, e outra destinada ao
inferno, comandada pelo diabo.
Vem um frade com uma moça pela mão […]; e ele mesmo fazendo a baixa começou a dançar, dizendo

FRADE Tai-rai-rai-ra-rã ta-ri-ri-rã; Tai-rai-rai-ra-rã ta-ri-ri-rã; Tã-tã-ta-ri-rim-rim-rã, huha!


DIABO Que é isso, padre? Quem vai lá?
FRADE Deo gratias! Sou cortesão.
DIABO Danças também o tordião?
FRADE Por que não? Vê como sei.
DIABO Pois entrai, eu tangerei e faremos um serão. E essa dama, porventura?
FRADE Por minha a tenho eu, e sempre a tive de meu.
DIABO Fizeste bem, que é lindura! Não vos punham lá censura no vosso convento santo?
FRADE E eles fazem outro tanto!
DIABO Que preciosa clausura! Entrai, padre reverendo!
FRADE Para onde levais gente?
DIABO Para aquele fogo ardente que não temestes vivendo.
FRADE Juro a Deus que não te entendo! E este hábito não me val?
DIABO Gentil padre mundanal, a Belzebu vos encomendo!
FRADE Corpo de Deus consagrado! Pela fé de Jesus Cristo, que eu não posso entender isto! Eu hei de ser condenado? Um
padre tão namorado e tanto dado à virtude? Assim Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado!
DIABO Não façamos mais detença embarcai e partiremos; tomareis um par de remos.
FRADE Não ficou isso na avença.
DIABO Pois dada está já a sentença!
FRADE Por Deus! Essa seria ela? Não vai em tal caravela minha senhora Florença? Como? Por ser namorado e folgar c’uma
mulher? Se há um frade de perder, com tanto salmo rezado?!
DIABO Ora estás bem arranjado!
FRADE Mas estás tu bem servido.
DIABO Devoto padre e marido, haveis de ser cá pingado…
VOCABULÁRIO
Baixa: dança popular no século XVI. Deo gratias: graças a Deus. Tordião: outra dança popular no século XVI.
Tanger: fazer soar um instrumento. Clausura: convento. Hábito: traje religioso. Val: vale. Mundanal: mundano.
Detença: demora. Avença: acordo. Ser pingado: ser pingado com gotas de gordura fervendo (segundo o
imaginário popular, processo de tortura que ocorreria no inferno).
QUESTÃO 10
No excerto, o escritor satiriza, sobretudo,
a) a compra do perdão para os pecados cometidos.
b) a preocupação do clero com a riqueza material.
c) o desmantelamento da hierarquia eclesiástica.
d) a concessão do perdão a almas pecadoras.
e) o relaxamento dos costumes do clero.

QUESTÃO 11
No excerto, o traço mais característico do diabo é
a. o autoritarismo, visível no seguinte trecho: “Não façamos mais detença”.
b. a curiosidade, visível no seguinte trecho: “Danças também o tordião?”.
c. a ironia, visível no seguinte trecho: “Que preciosa clausura!”.
d. a ingenuidade, visível no seguinte trecho: “Fizeste bem, que é lindura!”.
e. o sarcasmo, visível no seguinte trecho: “Pois dada está já a sentença!”.

QUESTÃO 12
Com a fala “E eles fazem outro tanto!”, o frade sugere que seus companheiros de convento
a) se consideravam santos.
b) estavam preocupados com a própria salvação.
c) estranhavam seu modo de agir.
d) se comportavam de modo questionável.
e) o repreendiam com frequência.
QUESTÃO 13
Assinale a alternativa cuja máxima está em conformidade com o excerto e com a proposta do teatro de Gil
Vicente.
a) “O riso é abundante na boca dos tolos.”
b) “A religião é o ópio do povo.”
c) “Pelo riso, corrigem-se os costumes.”
d) “De boas intenções, o inferno está cheio.”
e) “O homem é o único animal que ri dos outros.”

QUESTÃO 14
Leia o texto e assinale a alternativa correta.
Quase todas as literaturas se iniciam por obras em verso.[...] a poesia surge mais cedo do que a prosa literária.
Não é difícil explicar este facto: nas civilizações do passado, a mais corrente forma de comunicação e de
transmissão da obra literária não é a escrita, mas oral. Antes de se fixarem no bronze, na pedra, no papiro, no
papel ou no pergaminho, as histórias, as narrativas e até os códigos morais e jurídicos gravavam-se na
memória dos ouvintes; e havia artistas que se encarregavam de as divulgar, os aedos e rapsodos entre os
Gregos, os bardos entre os Celtas, os jograis entre os povos românicos medievais. O verso é, inicialmente,
entre outras coisas, uma forma de ritmar a fala que facilite a memória [...].
SARAIVA, António José; LOPES, Óscar. História da literatura portuguesa.
17. ed. Porto: Porto Editora, 2001.
a. Nas cantigas medievais, o eu lírico é sempre um homem, e as mulheres são apenas objetos dos textos.
b. Há, no texto, referências explícitas a artistas típicos do período trovadoresco da literatura portuguesa.
c. As cantigas expressam a realidade social do período medieval, incluindo as narrativas heroicas.
d. A vassalagem amorosa é característica comum às cantigas de amor e às cantigas de amigo.
e. Neoplatonismo e coita são elementos comuns a todos os tipos de cantiga medieval.

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