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Disciplina: Língua Portuguesa 1 Turma: Informática 1 VALOR: 10,0

Professor: Saulo Lopes de Sousa Data: 01/07/2019


NOTA:
Alunos(as):

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM (2º BIMESTRE)

Questão 1
Leia o texto abaixo.
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O SAL DA LÍNGUA
A nossa língua é feita por todos. Cada falante do português se
apropria da língua e, no mesmo movimento, a transforma, para si e para
todos. Mas não é por acaso que as variantes só conquistam legitimidade e
lugar nos dicionários depois de se verem consagradas pelas obras
literárias. É que, por muito que desagradem aos populistas da linguagem,
as variantes impostas pelo uso popular sempre foram aceitas pela norma
só depois de ratificadas (contra toda a resistência dos puristas) pelas
“elites” cultas. Guimarães Rosa, por exemplo, não nos traz, por si só, a fala
dos sertões, porque produz obras de arte literárias. Mas, em retorno, as
suas obras contribuem para a legitimação, complexa e contraditória,
daquela fala no âmbito da elaboração da respectiva norma.
A importância disto a que chamamos Literatura e Poesia para a vida
da Língua tem vindo a ser posta em causa por um tecnicismo pragmático
e nivelador. Não admira que num recente concurso público um candidato
não tenha sido capaz de reconhecer a ironia num texto de Eça de Queirós.
Ora, um sistema de ensino que não dê realce à dimensão literária da língua
cria cidadãos mais facilmente manipuláveis por quaisquer discursos de
dominação. (...)
Não podemos desprender, com gesto altaneiro, a língua da literatura.
É na expressão literária que se vive a complexidade da língua nos próprios
limites do pensamento. Sem essa complexidade, sem esse jogo e essa
ambiguidade, todos nós ficaremos empobrecidos, porque diminuídos na
nossa liberdade de inventar possíveis.
(Eugênio de Andrade. Jornal de Letras, Artes e Ideias – Instituto Camões, n. 88, julho de 2005,
suplemento n. 907, Ano XXV. Adaptado).
Na opinião do autor do texto, a aceitação de variantes populares está
condicionada:
a) a mudanças sociolinguísticas.
b) a seu uso efetivo na Literatura.
c) à forte pressão dos populistas.
d) a sua presença em dicionários.
e) à imposição dos puristas.
Questão 2
Leia o texto que segue.
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Já na segurança da calçada, e passando por um trecho em obras que
atravanca nossos passos, lanço à queima-roupa:
— Você conhece alguma cidade mais feia do que São Paulo?
— Agora você me pegou, retruca, rindo. Hã, deixa eu ver... Lembro-
me de La Paz, a capital da Bolívia, que me pareceu bem feia. Dizem que
Bogotá é muito feiosa também, mas não a conheço. Bem, São Paulo, no
geral, é feia, mas as pessoas têm uma disposição para o trabalho aqui,
uma vibração empreendedora, que dá uma feição muito particular à
cidade. Acordar cedo em São Paulo e ver as pessoas saindo para trabalhar
é algo que me toca. Acho emocionante ver a garra dessa gente.
R. Moraes e R. Linsker. Estrangeiros em casa: uma caminhada pela selva
urbana de São Paulo. National Geographic Brasil. Adaptado.
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Ao reproduzir um diálogo, o texto incorpora marcas de oralidade, tanto de
ordem léxica, caso da palavra “garra”, como de ordem gramatical, da
mesma maneira que:
a) “lanço à queima-roupa”.
b) “Agora você me pegou”.
c) “deixa eu ver”.
d) “Bogotá é muito feiosa”.
e) “é algo que me toca”.
Questão 3
O site Desencannes, que veicula peças (criadas pelos próprios organizadores
da página ou surgidas nas agências publicitárias durante a fase de criação
de uma campanha) que, pelos mais variados motivos, não poderiam ser
usadas, expôs a seguinte mídia impressa:

Se veiculada, a campanha publicitária teria como recurso principal:


a) o uso de termos pejorativos para definir o cliente, a fim de conquistar
compradores menos intelectualizados para o dicionário.
b) o elogio ao dicionário num tom mais coloquial, com fins de
popularização do uso do produto em classes menos intelectualizadas.
c) a ênfase ao peso e ao tamanho e, por consequência, ao grande número
de palavras presentes no dicionário.
d) a retomada humorística de uma famosa expressão a respeito dos
dicionários, cuja ambiguidade remete a um elogio em tom coloquial.
e) a relação entre o termo “burro” e o uso inadequado da preposição “pra”
em vez de “para”, falha que seria evitada pelo uso do produto.
Questão 4
Em Linguística, considera-se que há gêneros mais tipicamente da língua
escrita, enquanto outros são típicos da língua falada. Acerca dessas duas
modalidades, de uso da língua, analise as proposições a seguir.
1) Podemos estabelecer uma relação estrita entre essas modalidades e o
grau de formalidade escolhido: os textos escritos representam a linguagem
formal, enquanto os textos falados, a linguagem informal.
2) A modalidade escrita é menos dinâmica, pois nosso sistema alfabético
de escrita prevê a representação de um mesmo fonema sempre com a
mesma letra.
3) Embora sejam, ambas, comunicativamente relevantes em nossa
sociedade moderna, os modos de realização de cada uma são distintos.
4) A aquisição da língua escrita pressupõe o domínio de uma técnica,
enquanto a língua falada é adquirida "naturalmente", na interação social.
Estão corretas:
a) 1, 3 e 4.
b) 1, 2 e 3.
c) 3 e 4.
d) 2 e 4.
e) 1 e 2.
Questão 5
Observe a imagem a seguir e indique a alternativa correta.
a) A palavra pneus, na fala da mulher, está no sentido denotativo.
b) A palavra pneus, na fala do mosquito, está no sentido literal, portanto
denotativo.
c) A palavra pneus está no sentido conotativo em ambas as falas.
d) A palavra pneus, na fala da mulher, está no sentido figurado, portanto
denotativo.
e) A palavra pneus está no sentido literal em ambas as falas.
Questão 6
Das estrofes a seguir, a que apresenta traços da estética do Trovadorismo
é:
a) "Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi á jurado?
Ai, Deus, e u é?"
b) "Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainha de chamalote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura:
Vai fermosa, e não segura."
c) "Competir não pretendo
Contigo, ó cristalino
Tejo, que mansamente vais correndo
Meu ingrato destino
Me nega a prateada majestade,
Que os muros banha da maior cidade."
d) "A cada canto um grande conselheiro
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro."
e) "Deus, ó Deus!. .. Quando a morte à luz me roube
ganhe um momento o que perderam anos
saiba morrer o que viver não soube."
Vocabulário
testo: tampa do pote
chamalote: tecido de lã e seda
vasquinha: saia que se vestia por sobre toda a roupa
de cote: de uso diário
fermosa: formosa
do que mi á jurado: sobre o que me jurou

Questão 7
Leia atentamente o texto seguinte.
Considerando que o texto anterior é uma cantiga de amor, é correto
afirmar, sobre esse tipo de produção poética, que:
a) o trovador, de acordo com as regras do amor cortês, ao cantar a alegria
de amar na cantiga de amor, revela em seus poemas o nome da mulher
amada.
b) o homem, nesse tipo de composição poética, nutre esperanças de, um
dia, conquistar a mulher amada, que, mesmo sendo imperfeita, é o objeto
do seu desejo.
c) a cantiga de amor, na lírica trovadoresca, caracteriza-se por conter a
confissão amorosa da mulher, que lamenta a ausência do namorado que
viajou e a abandonou.
d) o trovador, na cantiga de amor, coloca-se no lugar da mulher que sofre
com a partida do amado e confessa seus sentimentos a um confidente
(mãe, amiga ou algum elemento da natureza).
e) o homem apaixonado, na cantiga de amor, sofre e coloca-se em posição
de servo do “senhor” (não existia a palavra “senhora”), divinizando a
mulher amada, o que torna quase sempre a sua cantiga um lamento,
expressão do sofrimento amoroso.
Questão 8
Leia o poema abaixo.
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Senhor feudal
Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia.
Oswald de Andrade
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O título do poema de Oswald remete o leitor à Idade Média. Nele, assim
como nas cantigas de amor, a ideia de poder retoma o conceito de:
a) fé religiosa.
b) relação de vassalagem.
c) idealização do amor.
d) saudade de um ente distante.
e) igualdade entre as pessoas.
Questão 9
Leia o poema abaixo.
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Ai dona fea! foste-vos queixar
porque vos nunca louv’em meu trobar
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
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Assinale a informação correta a respeito do trecho de João Garcia de
Guilhade:
a) É cantiga satírica.
b) Foi o primeiro documento escrito em galego português (1189)
c) Trata-se de cantiga de amigo.
d) Foi escrita durante o Humanismo (1418-1527)
e) Faz parte do Auto da Feira.
Questão 10
Nas mais importantes novelas de cavalaria que circularam na Europa
medieval, principalmente como propaganda das Cruzadas, sobressaem-se:
a) as namoradas sofredoras, que fazem bailar para atrair o namorado
ausente.
b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja
Católica (por quem lutam).
c) as namoradas castas, fieis, dedicadas, dispostas a qualquer sacrifício
para ir ao encontro do amado.
d) os namorados castos, fieis, dedicados que, entretanto, são traídos pelas
namoradas sedutoras.
e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos da fé cristã.
Questão 11
Considere o personagem Balian, do filme Cruzadas (2012).

As narrativas que descrevem as lutas dos cruzados envolvem sempre um


herói muito engajado na luta pela cristandade. Dentre as características de
Balian, que o fazem um herói típico das novelas de cavalaria, pode-se
destacar o(a):
a) fragilidade.
b) medo.
c) cortesia.
d) solidão.
e) saudosismo.
Questão 12
Das alternativas abaixo, só não se pode dizer que há uma representação da
arte medieval em:
a) b) c)
d) e)

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