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1ª SÉRIE DISCIPLINA: LITERATURA PROFESSOR(A): FERNANDA

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

DATA DA ENTREGA: 05/04/2024 SEXTA-FEIRA 1º TRIMESTRE AVALIAÇÃO: TAREFA (TA)

Orientações:
1- Cada estudante receberá o Cartão de respostas personalizado.
2- Entregar preenchido o Cartão de respostas das tarefas até o dia 05 de abril, sexta-feira, 17:00 na
recepção. No ato da entrega, o estudante assinará uma lista que documentará a entrega.
3- Desenvolver as tarefas com compromisso, capricho e qualidade. Tarefas incompletas, copiadas ou feitas
por terceiros, não serão reconhecidas como válidas;
4- Realizar as tarefas somente em folhas de caderno ou sulfite. Tarefas sem identificação (nome, série e
turma), não serão reconhecidas como válidas;
5- Enviar somente o desenvolvimento das respostas no aplicativo “Tarefas e recados” do Portal Edros –
Poliedro;
6- Resolver todos os exercícios a caneta preta ou azul e apresentar o desenvolvimento das respostas.

Firmo, o vaqueiro
No dia seguinte, à hora em que saía o gado, estava eu debruçado à varanda quando vi o cafuzo que preparava
o animal viajeiro:
– Raimundinho, como vai ele?…
De longe apontou a palhoça.
– Sim.
O braço caiu-lhe, olhou-me algum tempo comovido; depois, saltando para o animal, levou o polegar à boca
fazendo estalar a unha nos dentes: “Às quatro da manhã…
Atirei um verso e disse, para bulir com ele: Pega, velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo velho e doente, não
era homem para deixar um verso no chão… Fui ver, coitado!… estava morto. E deu de esporas para que eu não
lhe visse as lágrimas.

1) A passagem registra um momento em que a expressividade lírica é reforçada pela


a) plasticidade da imagem do rebanho reunido.
b) sugestão da firmeza do sertanejo ao arrear o cavalo.
c) afetividade demonstrada ao noticiar a morte do cantador.
d) situação de pobreza encontrada nos sertões brasileiros.
e) preocupação do vaqueiro em demostrar sua virilidade.

Texto para a questão 2.

Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la, fazemos uso dos nossos
próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que tem sua origem nos nossos próprios modos de
viver e de pensar. Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato , nos afete, torna-se, deste modo, arte
moderna.
As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. Não nos dirigimos a elas diretamente, mas
contornamo-las. Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova visão; nem se deve supor que um
ponto de vista mais recente é mais eficiente do que um anterior. Cada aspecto surge na sua altura própria, que
não pode ser antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu significado não está perdido porque o significado
que uma obra assume para uma geração posterior é o resultado de uma série completa de interpretações
anteriores. Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.

2) De acordo com o texto, a compreensão do significado de uma obra de arte pressupõe


a) o reconhecimento de seu significado intrínseco.
b) a exclusividade do ponto de vista mais recente.
c) o acúmulo de interpretações anteriores.
d) a consideração de seu caráter imutável.
e) a explicação definitiva de seu sentido.
3) Qual dos textos abaixo apresenta linguagem comum, ou seja, que visa passar somente uma informação, de
modo objetivo, usando o sentido denotativo?
a) Em fenômeno raro, meteoro explode duas vezes no céu do Rio Grande do Sul. Fenômeno, que foi o primeiro
do ano, havia sido observado apenas uma vez em 2021, dentre mais de 18 mil meteoros registrados.
b) Uma parte de mim/ é todo mundo:/ outra parte é ninguém:/ fundo sem fundo. (Ferreira Gullar)
c) Amo-te tanto, meu amor... não cante/ O humano coração com mais verdade.../ Amo-te como amigo e como
amante/ Numa sempre diversa realidade. (Vinicius de Moraes).
d) Ingredientes: 2 conflitos de gerações/ 4 esperanças perdidas/ 3 litros de sangue fervido [...] Modo de
preparar: [...] leve a mistura ao fogo/ adicionando dois conflitos/ de gerações às esperanças/ perdidas (Nicolas
Behr).
e) Como se ama o silêncio, a luz, o aroma, /O orvalho numa flor, nos céus a estrela, /No largo mar a sombra de
uma vela, /Que lá na extrema do horizonte assoma; (Gonçalves Dias).

4) Leia o texto de Aristóteles a seguir:


Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou qualquer outro criador de imagens, imita sempre
necessariamente uma das três coisas possíveis: ou as coisas como eram ou são realmente, ou como dizem e
parecem, ou como deviam ser. E isto exprime-se através da elocução em que há palavras raras, metáforas e
muitas modificações da linguagem: na verdade, essa é uma concessão que fazemos aos poetas.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução e Notas de Ana Maria Valente. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004. p. 97.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir:

I. O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso, deve usar o mínimo de metáforas e priorizar
o acesso às ideias inteligíveis.
II. O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por referência, mas não precisa se ater a esses
fatos apenas.
III. O poeta pode imitar as coisas considerando a opinião da maioria e pode também elaborar fatos usando
várias formas de linguagem.
IV. O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas dizem sobre os fatos, mesmo que não haja
certeza sobre eles.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

5) Os gêneros literários são empregados com finalidade estética. Leia os textos a seguir.
Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
(Camões, L. V. de. Sonetos. Lisboa: Livraria Clássica Editora. 1961. Fragmento.)

Porém já cinco sóis eram passados


Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca doutrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.
(Camões, L. V. Os Lusíadas. Abril Cultural, 1979. São Paulo. Fragmento.)

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a classificação dos textos.


a) Épico e lírico.
b) Lírico e dramático.
c) Lírico e épico.
d) Dramático e épico.
e) Dramático e dramático.
6) Sabendo que os gêneros literários se dividem em três categorias, numere a segunda coluna de acordo com
a primeira.

1. Dramático
2. Épico ou Narrativo
3. Lírico
( ) expressam sentimentos e emoções, são permeados pela função poética da linguagem.
( ) há a presença de um narrador, responsável por contar uma história na qual as personagens atuam em um
determinado espaço e tempo.
( ) há a predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa, além da exploração da musicalidade das palavras.
( ) são próprios para a representação e apreendem a obra literária em verso ou prosa, passíveis de encenação
teatral.

A sequência correta é
a) 2, 3, 1, 2.
b) 3, 2, 3, 1.
c) 3, 1, 2, 2.
d) 1, 1, 2, 3.
e) 1, 2, 2, 3.

Saber Viver
“Não sei…
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.”
(Cora Coralina)

7) O trecho acima é uma estrofe do poema “Saber Viver” de Cora Coralina. Das frases abaixo a que representa
o sentido conotativo é:

a) Não sei…
b) se a vida é curta .
c) se não tocarmos o coração das pessoas.
d) Mas sei que nada do que vivemos.
e) ou longa demais para nós.

8) Na tirinha acima, o sentido conotativo no 2º quadro é utilizado para:


a) demonstrar a solução dada pela personagem no último quadro.
b) destacar o interesse das pessoas em situações de extrema pobreza.
c) manifestar o sentimento da personagem no segundo quadro.
d) minimizar o susto das personagens ao encontrarem com um mendigo.
e) indicar a importância da melhoria de vida das pessoas pobres.
Texto para a questão 9.

Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de
atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um,
reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa
leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista.
(LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993)

9) Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da
metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto
a discorrer sobre o ato da leitura.
b) ressaltar a importância da intertextualidade.
c) propor leituras diferentes das previsíveis.
d) apresentar o ponto de vista da autora.
e) focar a participação do leitor.

Texto para a questão 10

Essa lua enlutada, esse desassossego


A convulsão de dentro, ilharga
Dentro da solidão, corpo morrendo
Tudo isso te devo.
E eram tão vastas
As coisas planejadas, navios,
Muralhas de marfim, palavras largas
Consentimento sempre.
E seria dezembro.
Um cavalo de jade sob as águas
Dupla transparência, fio suspenso
Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
E tudo se desfez no pórtico do tempo
Em lívido silêncio.
Umas manhãs de vidro
Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
Também isso te devo.
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. Das Letras, 2018.

10) No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo,
aflora o
a) cuidado em apagar da memória os restos do amor.
b) mosaico de alegrias formado seletivamente.
c) desejo reprimido convertido em delírio.
d) arrependimento dos erros cometidos.
e) amadurecimento revestido de ironia e desapego.

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