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GRUPO I
Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.
Educação Literária
PARTE A
Leia o texto.
Ah quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
5 Dentro do meu coração!
1. Refira o efeito expressivo resultante das repetições que se verificam nos versos 2 e 11.
M
2. Explique o valor simbólico das palavras “cego” (versos 9 e 14) e “nau” (versos 8 e 15), tendo em conta a sua
relação com o sujeito poético.
PARTE B
Notas
1
cuido – penso.
2
cara – estimada; prezada.
4. Considerando as quadras, identifique dois momentos temporais distintos, associando cada um deles a diferentes
estados de espírito do sujeito poético.
No último terceto, o carácter a) do poema surge evidenciado, entre outros aspetos, pelo uso da
b) , tal como se constata no verso 12. Nesta última estrofe, o sujeito poético manifesta uma atitude de
c) .
a) b) c)
PARTE C
Escrita
7. Escreva uma breve exposição sobre a dimensão patriótica e a sua expressão simbólica em Frei Luís de Sousa,
de Almeida Garrett.
A sua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento, em que aborde a dimensão patriótica e a forma simbólica como esta se concretiza na
obra, explorando, pelo menos, dois aspetos;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
GRUPO II
Leitura e Gramática
Leia o texto e as notas.
Fernando Pessoa é hoje conhecido entre o povo e as escolas como um poeta que tinha heterónimos.
Almada Negreiros provou-o pelo menos em relação ao primeiro destes grupos quando gravou as imagens
daqueles à porta da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Datada do dia 13 de janeiro de 1935,
menos de um ano antes de morrer, Pessoa escreveu uma carta a Adolfo Casais Monteiro. Críticos e público
5 chamam a essa carta “Carta sobre a génese dos heterónimos”. Nela, Pessoa responde a três perguntas de
Casais Monteiro que dizem respeito respetivamente ao plano de publicação das suas obras inéditas, à
génese dos seus heterónimos e ao ocultismo. O primeiro e o terceiro aspetos, que aliás ocupam menos de
um terço da carta, causam hoje menos comoção que o segundo. O primeiro, porque as obras inéditas que
entretanto se conheceram não podiam possivelmente caber nos planos de publicação que o seu autor tinha.
10 O terceiro, porque, sendo embora exótico, podia ser deixado por conta do segundo.
Está assim explicada a designação que a carta passou a ter e, também, que a carta tenha sido usada
muitas vezes como evidência de que Pessoa é um poeta diferente dos outros poetas. Está também explicado
que as reações céticas1 à carta tenham sido reações ao segundo aspeto da carta, isto é, à explicação da
génese dos heterónimos de Fernando Pessoa feita pelo próprio.
15
Há porém duas maneiras de se ser cético a respeito da carta que, embora possam ser combinadas, não é
certo que sejam compatíveis. A primeira é a de demonstrar que a carta de Pessoa não diz a verdade porque
existem evidências independentes que apontam para o contrário. Foi por exemplo brilhantemente tentada a MPAG12DP©
propósito da alegação2 que Pessoa faz na carta de que no dia 8 de março de 1914 escreveu “trinta e tantos
poemas a fio” de O Guardador de Rebanhos. A segunda maneira de se ser cético é a de sugerir que não é
20 certo que a carta diga qualquer coisa, ou pelo menos só qualquer coisa. Enquanto o primeiro tipo de céticos
tende a não duvidar daquilo que a carta diz para que possa duvidar da verdade daquilo que a carta diz, o
segundo tende a duvidar da ideia de que a carta diga alguma coisa. Por isso, o primeiro tipo de céticos
pertence ainda ao grupo dos crentes na carta. Como os crentes não céticos, não tem dúvidas acerca daquilo
que a carta diz. Mas, ao contrário destes, acha que a carta diz algumas coisas que não são verdade. O
25 segundo grupo de céticos distingue-se do primeiro e dos crentes em geral porque duvida daquilo que a carta
diz e, portanto, não faz recomendações acerca da sua veracidade ou falsidade. Uma outra diferença, prática,
existe entre estes dois grupos. O primeiro não se interessa pela maneira como a carta está escrita porque
percebe aquilo que ela quer dizer. O segundo, porque não percebe bem aquilo que a carta quer dizer, só se
interessa pela maneira como a carta está escrita. Que eu pertenço desgraçadamente ao segundo grupo é
30 sugerido pelo facto de todas as expressões entre aspas deste artigo citarem o texto da carta, para mim
intrigantemente obscuro.
Miguel Tamen, “Pessoa's Alberto Caeiro”, in Portuguese Literary & Cultural Studies, 1999, pp. 19-20
Notas
Marca a página 12 Teste de avaliação – Unidade 1
1
céticas – (reações) de dúvida.
2
alegação – referência.
2. A expressão “Está assim explicada a designação que a carta passou a ter” (linha 11) revela que
(A) o nome atribuído à carta foi da responsabilidade do seu destinatário.
(B) o nome surgiu num momento posterior ao da conceção da carta.
(C) foi o emissor da carta a decidir a sua designação.
(D) foi necessário clarificar a designação atribuída pelo seu emissor.
5. Os vocábulos destacados em “O primeiro, porque as obras inéditas que entretanto se conheceram não podiam
possivelmente caber nos planos de publicação que o seu autor tinha.” (linhas 8 e 9) contribuem para
(A) a coesão gramatical interfrásica, em ambos os casos.
(B) a coesão lexical por reiteração, no primeiro caso, e coesão gramatical referencial, no segundo caso.
(C) a coesão gramatical referencial, em ambos os casos.
(D) a coesão gramatical referencial, no primeiro caso, e coesão gramatical interfrásica, no segundo caso.
7. Classifique a oração “que as reações céticas à carta tenham sido reações ao segundo aspeto da carta” (linhas
12 e 13) e identifique a sua função sintática.
Marca a página 12 Teste de avaliação – Unidade 1
GRUPO III
Escrita
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, faça
a apreciação crítica do cartoon abaixo apresentado, da autoria de Agim Sulaj.
FIM