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Versão 1
(Na tua folha de respostas, indica claramente a versão do teste. A ausência desta indicação implica a
anulação do grupo II.)
GRUPO I
2. Explicita o sentido da última estrofe, tendo em conta a sua relação com as outras duas.
3. Refere, fundamentando com expressões do texto, três marcas características da poesia de Caeiro, a
nível temático, presentes neste poema.
Versã o 1
Pá gina 1/3
B
Num texto expositivo com um mínimo de 80 e um máximo de 130 palavras, elabora uma reflexão sobre a
temática apresentada na afirmação, referindo-te à disciplina que o poeta adota perante a consciência aguda da
efemeridade da vida.
GRUPO II
Álvaro de Campos queixava-se do facto de uma grande constipação alterar todo o sistema do universo.
Mas uma grande constipação (Álvaro de Campos sabia-o, mesmo a espirrar até à metafísica) não é nada
que não se trate com um pouco de verdade e aspirina. Agora um crash no computador! Imagens e
palavras colapsam de súbito no ecrã e tudo à nossa volta se desmorona, verdades e certezas, razões e
5 convicções. Tentamos, primeiro, compreender, mas um crash de computador é, por definição, algo para
além de qualquer forma de compreensão. Depois experimentamos desesperadamente tudo o que
sabemos, ou julgamos saber, sobre computadores, desligamos a corrente, voltamos a ligá-la, carregamos
em todas teclas que temos à mão, do esc ao enter, do ctrl ao alt, do break ao delete, telefonamos a
amigos e conhecidos que julgávamos experts no assunto e que, afinal, sabem tanto quanto nós, e
10 descobrimos por fim que estamos irremediavelmente sozinhos.
[…]
Foi assim que numa destas madrugadas, com a dead line da crónica à porta, fiz uma descoberta
terrível: já não sabia escrever à mão. Como diabo poderia escrever a crónica à mão? Como contaria eu
3200 caracteres? E sem mail, como a enviaria? Triste condição, diria Álvaro de Campos, para um cronista
15 menor! A crónica era feita afinal de bem frágil matéria (para já não falar do cronista…)
Enquanto esperava por algum obscuro milagre (os crashs de computador têm o condão de renovar a
nossa fé em milagres), tentava lembrar-me da última vez que escrevera uma carta à mão ou da última
carta manuscrita (ou mesmo escrito à máquina) que recebera. Veio-me à memória um poema de Jacques
Prévert: “Um homem escreve uma carta de amor à máquina / e a máquina responde-lhe, etc.” (talvez o
20 poema não seja bem assim, mas é a distante memória que tenho dele…) e dei comigo a perguntar-me se
haverá ainda gente a escrever cartas de amor. E se, havendo, serão escritas em Times, em Arial ou em
Garamond, em corpo 10 ou em corpo 12, em itálico ou em negrito, alinhadas ou justificadas… Ou se terão
antes a perplexa forma de SMS, com um número máximo de caracteres e “emoticons” em vez de palavras
(sorrisos de parênteses, beijos de asterisco). Todas as cartas de amor são / ridículas. / Não seriam cartas
25 de amor se não fossem / ridículas; serão essas cartas de amor ainda melancolicamente ridículas,
formatadas e modeladas, “correcção automática” de gramática e ortografia, “descrições inteligentes” e
sugestões de conclusões “automáticas”?
Ora aí está talvez um assunto para crónica, pensei. Encontrei uma caneta e, tacteando, desatei a
escrever como se o fizesse pela primeira vez. É provável que a contagem dos caracteres (sim, contei-os à
30 mão, um a um, espaços e tudo!) não tenha sido muito rigorosa, mas no fim fitei o computador com
sobranceria. Não digo que tenha sido por isso, mas não é que recomeçou a funcionar?
1. Para cada um dos cinco itens que seguem, indica a alínea correta de acordo com o sentido do texto.
1.4. No excerto que vai desde “É provável (…)” até “recomeçou a funcionar?” (ll. 29-31), o uso do
modo conjuntivo
A. veicula a certeza do enunciador face ao que afirma.
B. confere ao conteúdo do enunciado o caráter de uma conjetura.
C. marca o caráter assertivo do enunciado.
D. expressa uma relação lógica de causa-efeito.
3. Classifica a oração “que a contagem dos caracteres não tenha sido muito rigorosa” (ll. 29/30).
GRUPO III
Albert Einstein
Versã o 1
Pá gina 3/3
Num texto bem estruturado, com um mínimo de cento e cinquenta e um máximo de trezentas palavras,
apresenta uma reflexão sobre o tema: o papel da tecnologia na sociedade atual.
Para fundamentares o teu ponto de vista, recorre, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando cada um deles
com, pelo menos, um exemplo significativo.
FIM
Versã o 1
Pá gina 4/3