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Índice

Módulo 7 ................................................................................. 3
Unidade 1 ........................................................................................... 3
Unidade 2 ........................................................................................... 15
Unidade 3 ........................................................................................... 19
Unidade 4 ........................................................................................... 23
Unidade 5 .......................................................................................... 28

Módulo 8 ................................................................................. 30
Unidade 1 ........................................................................................... 30
Unidade 2 ........................................................................................... 43

Módulo 9 ................................................................................. 52
Unidade 1 ........................................................................................... 52
Unidade 2 ........................................................................................... 60
Unidade 3 ........................................................................................... 75
Módulo 7 Unidade 1 (1.1.) – extinção da aviação militar e naval (art.º 198).
Sanções de natureza territorial:
– renúncia provisória à soberania sobre o território do
Págs. 12 e 13
Sarre (art.º 49);
DOC. 1 – perda da Alsácia e da Lorena (art.º 51);
1. A gravura ilustra o impacto planetário da Primeira – perda da cidade de Danzig (art.º 102);
Guerra Mundial, coincidindo a sua publicação com a fase – renúncia à posse de colónias (art.º 119).
mais longa e violenta do conflito, a guerra das trincheiras Sanções de natureza material:
(1915-1917).
– perda das minas de carvão do Sarre (art.º 45);
DOC. 2 – submissão da Alemanha às imposições que a “Comis-
1. Propostas: são de reparações” definisse e o pagamento das indem-
nizações ou reparações de guerra (art.º 233).
– redução dos armamentos (ponto 4);
– evacuação do território russo (ponto 6); DOC. 5

– restauração da soberania da Bélgica (ponto 7); 1. No seu discurso final de apoio à Sociedade das Na-
– restituição da Alsácia-Lorena à França (ponto 8); ções, Wilson defende que a organização devia incluir
– evacuação da Roménia, da Sérvia e do Montenegro “todas as grandes nações beligerantes do mundo, bem
(ponto 11). como as mais fracas”, acreditando que o entendimento
entre elas resultaria na erradicação da guerra (Doc. A). To-
davia, muitos consideraram o programa do Presidente
Pág. 14 americano demasiado ambicioso para a época, prevendo
um trabalho “muito pesado” para a Sociedade das Na-
DOC. 3
ções na mediação dos diferendos que logo se fizeram
1. As consideráveis perdas territoriais dos impérios russo, sentir no pós-guerra (Doc. B).
alemão, austro-húngaro e otomano, decorrentes do pri-
meiro conflito à escala mundial, vão ao encontro da ideia
de Poincaré de que “a justiça rejeita os sonhos de con- Págs. 18 e 19
quista e imperialismo” (Doc. B). Efetivamente, várias nacio- DOC. 6
nalidades, outrora subjugadas por aqueles grandes impé-
1. Aspetos:
rios, alcançam a sua emancipação (Doc. C). No entanto, “o
direito […] das minorias étnicas e religiosas” (Doc. B) não foi – ausência de negociações de paz entre a Alemanha e os
inteiramente respeitado, o que conduzirá a uma contesta- vencedores (“Mas uma paz sem negociações prévias,
ção das fronteiras definidas nos tratados de paz, como se uma paz ditada como a de Versalhes”);
pode comprovar pelas várias zonas de litígios e de ten- – perda de territórios e de habitantes (“A paz de Versa-
sões assinaladas no mapa (Doc. C). lhes roubou-nos mais de setenta mil quilómetros quadra-
dos e mais de sete milhões de habitantes”);
– constituição dos Estados polaco e checoslovaco dota-
Págs. 16 e 17
dos de maiores forças militares (“a Polónia e a Checoslo-
DOC. 4 váquia […] receberam o direito […] de aumentar livremente
as suas forças militares”);
1.
– redução do exército alemão a uma mera força policial
Sanções de natureza militar:
(“o nosso exército […] ficou reduzido a uma mera força de
– proibição de construir fortificações nas margens do
vigilância, capaz apenas de manter a ordem interna”).
Reno e de manter forças armadas nessa região (art.os 42
2. Por um lado, Afonso Costa demonstra a sua indignação
e 43);
perante a ausência de Portugal, país que combateu ao
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– diminuição dos efetivos do exército alemão (art.º 160);


lado dos Aliados, “nos agrupamentos criados pela Confe-
– controlo do fabrico de armas e material de guerra rência” de Paz, enquanto eram reconhecidos “direitos a
(art.os 168 e 171); países neutros”. Por outro lado, alerta para o risco de o
– limitação da frota naval (art.º 181); país não ser contemplado com as indemnizações de

3
guerra devidas pela Alemanha, o que agravaria a “situa- dos impérios alemão, austro-húngaro, otomano e russo

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ção financeira de Portugal”. (Doc. A) apareceram novos Estados: Polónia, Checoslová-
3. A criança que chora simboliza uma Alemanha humi- quia, Áustria, Hungria, Jugoslávia, Turquia, Finlândia, Es-
lhada pelas cláusulas do Tratado de Versalhes perante os tónia, Letónia, Lituânia (Doc. B);
olhares sobranceiros dos líderes italiano (Vittorio Or- – [novas fronteiras] reconfiguração do mapa político eu-
lando), inglês (Lloyd George), francês (Clemenceau) e ropeu, com a integração de novos territórios nas frontei-
americano (Wilson). A inscrição “Turma de 1940” é já uma ras dos países vencedores, como a Alsácia-Lorena (Doc. A)
previsão do autor da caricatura das consequências que que, pelo Tratado de Versalhes, foi cedida pela Alemanha
tal atitude perante a Alemanha poderia ter na eclosão de à França (Doc. B);
um novo conflito mundial. – [princípio das nacionalidades] enquanto no Doc. A vá-
rias minorias estão subjugadas ao poder autocrático dos
DOC. 7
grandes impérios, no Doc. B há uma afirmação do princípio
1. Razões: das nacionalidades, com a multiplicação de novos Esta-
– a posição do Senado americano contra a participação dos na Europa de Leste;
dos EUA na Sociedade das Nações (Doc. A); – [questão das minorias nacionais] o pós-guerra não re-
– a incapacidade da Sociedade das Nações de evitar solveu totalmente o problema das minorias nacionais ou-
novas guerras e até um segundo conflito à escala mun- trora integradas nos diferentes impérios (Doc. A), passando
dial (“Não acredito na Sociedade das Nações […] e pre- algumas a estar integradas nos novos Estados, caso dos
vejo que uma nova guerra terá lugar, dentro de poucos Eslovenos, Croatas, Bósnios e Sérvios relativamente à Ju-
anos” – Doc. B). goslávia (Doc. B).

Págs. 20 e 21 Págs. 22 e 23

Comparar… dois mapas históricos DOC. 8

A Europa política em 1914 e a Europa política em 1920 1. Aspetos:


1. b) pela afirmação das nacionalidades e das democra- – desaparecimento de uma elevada percentagem da po-
cias. pulação ativa masculina, com particular incidência na Ale-
2. c); b); d); a). manha, na Áustria-Hungria, na Rússia e em França (Doc. A);
3. – milhões de feridos (Doc. B), muitos incapacitados para o
trabalho;
Doc. A Doc. B
Impérios Novos Estados – destruições materiais (Doc. C);
– “crise económica” (Doc. D);
Alemão Polónia, Checoslováquia, Áustria
– morte de “milhares de jovens escritores e de jovens artis-
Austro-Húngaro Áustria, Hungria, Checoslováquia, tas” (Doc. D), com claras repercussões na cultura europeia.
Polónia, Jugoslávia
DOC. 9
Otomano Turquia
1. Fatores:
Russo Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia – desvalorização acentuada do marco (“Não só se desva-
lorizou a moeda”; “No final de 1922, […] o dólar valia cerca
4. Tópicos:
de quinhentos marcos”; “Em agosto, o dólar atingiu o mi-
– [regimes políticos] enquanto no Doc. A – a Europa polí- lhão de marcos”);
tica em 1914 – predominam os regimes políticos autoritá-
– subida acentuada dos preços OU inflação (“No final de
rios e semiautoritários, no Doc. B – a Europa política em
1922, os preços tinham aumentado pouco a pouco até
1920 – há uma prevalência do modelo político demolibe-
chegarem a um valor entre dez e cem vezes superior ao
ral (OU das democracias parlamentares) resultante da vi-
dos preços anteriores à guerra”; “Meio quilo de batatas
tória dos Aliados sobre os impérios autocráticos na Pri-
que, num dia, custava cinquenta mil marcos valia cem mil
meira Guerra Mundial;
no dia seguinte”) OU “hiperinflação” (imagem);
– [novos Estados] em resultado do desmembramento

4
– aumento do custo de vida sem uma correspondente pelas forças do czar Nicolau II em 1905, no chamado Do-
atualização dos salários (“O custo de vida começara a mingo Sangrento (Doc. A);
subir descontroladamente”; “Um salário de sessenta e – proliferação do descontentamento às forças militares,
cinco mil marcos, trazido para casa na sexta-feira, não como foi o caso da revolta dos marinheiros do couraçado
chegava para comprar um maço de cigarros na quinta- Potemkin devido às más condições a bordo (Doc. B);
-feira seguinte”); – intensificação da agitação social nas vésperas de 1917, prin-
– emissão maciça de moeda, para aumentar os meios de cipalmente nas grandes cidades russas (“Ele contou toda a
pagamento OU para pagar dívidas (“O Reichsbank deixou efervescência social de Petrogrado e de Moscovo” – Doc. C);
de imprimir notas”); – miséria das classes populares devido ao aumento do
– agitação social (“os habitantes dos bairros mais pobres, custo de vida (“Falou do descontentamento do povo que,
privados de qualquer forma de pagamento, serviram-se desde há meses, fazia fila para obter o pão, cujo preço
dos punhos e saquearam as mercearias”). triplicara” – Doc. C);
– ausência de uma Constituição que fundamentasse a
Págs. 24 e 25 governação (“Disse que um conselho de família se reu-
nira e o encarregara de pedir respeitosamente a Sua Ma-
DOC. 10 jestade que concedesse uma Constituição” – Doc. C);
1. Aspetos: – governação autoritária e autocrática do czar Nicolau II
– aumento das exportações americanas para a Europa (“No dia da minha coroação jurei o poder absoluto” – Doc. C).
durante e após a guerra (exemplo do armamento – Doc. A); DOC. 13
– posse da maior quantia de reservas de ouro (2529,6
1. Grupos sociais:
milhões de dólares, em 1921 – Doc. B);
– imagem 1 – nobreza OU alta burguesia;
– dependência europeia dos capitais americanos OU
papel central dos EUA na garantia da estabilidade econó- – imagem 2 – povo OU proletariado.
mica e financeira da Europa e do mundo (Doc. C);
– financiamento das economias estrangeiras através dos Págs. 28 e 29
investimentos e da concessão de créditos (“Os Estados
DOC. 14
Unidos tornaram-se […] os financiadores do mundo: os
banqueiros de Nova Iorque detêm agora investimentos, 1. Forças sociais:
em todas as partes do mundo” – Doc. C); – operários (“A greve dos operários”);
– ascendente dos EUA sobre os governos estrangeiros – estudantes (“Entre os manifestantes observava-se um
(“têm à sua mercê governos que, com um simples gesto, número considerável de jovens estudantes”);
podem levar à bancarrota”– Doc. C). – militares (“Deve assinalar-se que entre as unidades mili-
DOC. 11 tares chamadas para esmagar as desordens se observa
simpatia pelos manifestantes”).
1. “No domínio externo, há paz […] e o entendimento de
2. Evidências:
que os problemas que há pouco tempo pareciam tão si-
nistros estão a ceder ao toque da amizade.” – respeito da liberdade individual (política e religiosa, de
expressão, de reunião – ponto 2);
– defesa da igualdade dos homens e dos povos perante
a lei (fim das restrições baseadas na origem social e ét-
nica – ponto 3);
Módulo 7 Unidade 1 (1.2.) – defesa da soberania nacional baseada no exercício da
cidadania sem restrições financeiras (reivindicação do su-
frágio universal, direto e secreto – pontos 4 e 6);
Págs. 26 e 27
– defesa da governação alicerçada numa Constituição
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DOC. 12 (ponto 4).


1. Problemas:
– descontentamento popular violentamente reprimido

5
15 – corrupção e abusos dos funcionários do governo sobre

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DOC.

os camponeses e operários (Doc. B);


1. A Alemanha esperava que Lenine derrubasse o Go-
verno Provisório, defensor da permanência da Rússia na – má governação (Doc. B);
Primeira Guerra Mundial. A convicção dos Alemães era a – envolvimento ruinoso na guerra com o Japão (Doc. B);
de que, uma vez no poder, Lenine retirasse a Rússia do – governação autoritária e autocrática, em que o czar rei-
conflito, o que permitiria à Alemanha concentrar o seu es- nava arbitrariamente pela graça divina (Docs. B e C);
forço de guerra na frente ocidental. – ausência de liberdade política, de reconhecimento da
2. Aspetos: soberania nacional e de uma Constituição que fundamen-
– entrega do “poder ao proletariado” (pontos 2 e 5); tasse a governação (Doc. B);
– nacionalização da economia, nomeadamente “de todas – participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial (Doc. B).
as terras no país” (ponto 6); 3. A abdicação do czar Nicolau II.
– adoção da designação “comunista” para o nome do 4. O Governo Provisório saído da Revolução de Fevereiro
partido (ponto 9); rapidamente encontrou resistência às suas medidas, so-
– criação de uma “Internacional revolucionária” OU uma bretudo dos sovietes, que exigiam a saída da Rússia da
Internacional operária (ponto 10). Primeira Guerra Mundial e o fim da propriedade privada.
O poder oscilava, assim, entre o Governo Provisório, no
qual se destacaria Kerensky, e os sovietes, como o de Pe-
Págs. 30 e 31 trogrado (“os verdadeiros senhores da situação, os líde-
DOC. 16 res do Soviete de São Petersburgo [Petrogrado]”).
5. A decisão de Jorge V de não permitir o exílio da família
1. A “dualidade de poderes”, isto é, a tensão entre o Go-
imperial russa na Inglaterra (Doc. E) revelar-se-ia trágica
verno Provisório e os sovietes (“Só mais tarde soubemos
para os Romanov. Depois de um período de cativeiro na
que o povo, na rua, quisera linchá-los” [aos membros do
Sibéria (Doc. F), foram fuzilados na noite de 17 para 18 de
Governo Provisório] – Doc. A) terminou com a Revolução
julho de 1918 (Doc. G).
de Outubro e a chegada dos bolcheviques ao poder
(Docs. B e C). 6. Tópicos de resposta:
– discrepância entre a magnificência da família imperial
DOC. 17
russa (Doc. A) e a miséria dos camponeses e operários rus-
1. A propriedade agrária (de proprietários laicos e religio- sos (Doc. B);
sos – Doc. B) foi “abolida […] sem qualquer indemnização” – oposição ao governo autocrático do czar Nicolau II
(Doc. A, ponto 1) e entregue a comités agrários e aos sovie- (Docs. B e C);
tes (Doc. A, ponto 2). Passou a vigorar a propriedade cole-
– aumento da contestação política, com propostas de
tiva em lugar da propriedade privada.
realização de “eleições para uma Assembleia Consti-
tuinte” (Doc. B);
Págs. 32 e 33 – reivindicações dos operários de São Petersburgo, em
1905, violentamente reprimidos pelas tropas do czar –
Dossiê Domingo Sangrento (Doc. B);
Os últimos anos dos Romanov – exploração dos operários sujeitos a longos horários de
1. Domingo Sangrento. trabalho e a baixos salários (Doc. B);
2. Fatores: – críticas à participação da Rússia na Primeira Guerra
– opulência da família imperial russa (Doc. A), em contraste Mundial (“Abaixo a guerra” – Doc. C);
com as condições de vida e trabalho dos operários e – recrudescimento da contestação social em fevereiro de
camponeses (Docs. B e C); 1917, com a realização de várias greves dos operários de
– miséria da classe operária, sujeita a duras condições de Petrogrado (Doc. C);
trabalho, com longos horários e baixos salários (Doc. B); – adesão dos militares às manifestações de fevereiro de
– inexistência de direitos dos trabalhadores OU recusa 1917 (Doc. C);
do patronato em negociar com os trabalhadores (Doc. B); – abdicação do czar Nicolau II na sequência da Revolu-
ção de Fevereiro de 1917 (Doc. D);

6
– prisão da família imperial russa por decisão do Governo Pág. 36
Provisório (Doc. F);
DOC. 21
– fuzilamento dos Romanov, em julho de 1918, menos de
um ano depois da chegada dos bolcheviques ao poder 1. Etapas:
(Doc. G). – instauração de uma ditadura do proletariado, regime
que concederia amplos direitos ao proletariado e “uma
série de restrições à liberdade para os opressores, os ex-
Págs. 34 e 35 ploradores, os capitalistas”;
DOC. 18 – repressão dos opositores ao projeto bolchevique de
uma sociedade sem classes (“Estes devem ser abatidos a
1. Uma paz “imediata, sem anexações e indemnizações
fim de libertar a humanidade da escravatura assalariada;
de guerra” (Doc. A).
é preciso quebrar a sua resistência pela força”);
2. O ideal bolchevique de paz não se concretizou, porque
– concretização do ideal de uma sociedade sem classes
as Potências Centrais, nomeadamente os impérios ale-
OU “sociedade comunista”, depois de quebrada “a resis-
mão e austro-húngaro, anexaram vários territórios perdi-
tência dos capitalistas”.
dos pela Rússia na sequência da sua retirada da Primeira
Guerra Mundial. 2. Medidas:
– requisição de cereais aos camponeses por destacamen-
DOC. 19
tos de operários e soldados (“[…] trabalhei no esquadrão
1. Medidas: de aquisição que recolhia o pão dos kulaks” – Doc. B);
– abolição da “propriedade privada da terra” (ponto 1); – repressão dos opositores à campanha de requisição de
– controlo estatal sobre as “fábricas, minas, caminhos de cereais (“[…] ajudava os esquadrões do exército […] a apa-
ferro e demais meios de produção e de transporte” (ponto 2); nhar quem disseminasse agitação kulak” – Doc. B);
– nacionalização “de todos os bancos” (ponto 3). – combate ao analfabetismo (Doc. C).
2. Evidências:
– resistência de proprietários e empresários às medidas to- Pág. 38
madas pelos bolcheviques (“resistência dos exploradores”;
DOC. 22
“possibilidade de restauração do poder dos exploradores”);
– criação do Exército Vermelho, com vista à concretiza- 1. Críticas:
ção do projeto bolchevique (“Decreta-se o armamento – incapacidade da governação do Partido Comunista para
dos trabalhadores, a formação de um Exército Vermelho solucionar a grave situação da Rússia no final da guerra
socialista de operários e camponeses […]”). civil (“O Partido Comunista, que governa o país, desligou-
-se das massas e revelou-se incapaz de as tirar de um es-
DOC. 20
tado de ruína geral”);
1. Intervenientes: – desvalorização das reivindicações dos operários por
– o Exército Vermelho OU os Vermelhos, apoiados pelos parte do Partido Comunista (“Ele também não atendeu às
bolcheviques e pelo proletariado russo (“Os operários de reivindicações dos operários”).
Petrogrado e de Moscovo levantam-se cada vez com maior 2. Lenine abandonou o comunismo de guerra devido ao es-
unidade”; “poder dos operários e dos camponeses”); tado de “ruína extrema” (Doc. C) a que havia chegado a
– o Exército Branco OU os Brancos, que reuniam os opo- URSS, quer pelos milhões de russos mortos na Primeira
sitores russos da governação bolchevique (“São os capi- Guerra Mundial e na guerra civil (Doc. A), quer pela crise na
talistas, os latifundiários, os kulaks”; “os socialistas revolu- agricultura (“má colheita de 1920” – Doc. C) e na indústria
cionários de direita, os mencheviques e os atuais (“Estamos tão arruinados, tão abalados pelo fardo de guerra,
socialistas revolucionários de esquerda”), apoiados por que não podemos dar ao camponês os produtos industriais
países estrangeiros: França, Inglaterra, EUA, Japão (“Os em troca do trigo de que temos necessidade” – Doc. C).
inimigos externos da República Socialista Soviética da 3. Medidas:
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Rússia são o imperialismo anglo-francês e o imperialismo


– fim da obrigatoriedade de entrega das colheitas OU da
nipónico-americano”).
requisição de géneros, substituída pelo pagamento de
um “imposto em géneros”;

7
– permissão de os camponeses venderem os seus exce- 25

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DOC.

dentes, a fim de os estimular na produção OU restabele-


1. Motivos:
cimento de “uma certa liberdade de comércio”;
– “dificuldades económicas” do pós-guerra;
– restabelecimento da “pequena indústria”, impulsionada
– influência das conquistas do proletariado soviético
por uma cedência parcial ao “capitalismo privado”;
(“[…] os trabalhadores estavam também a observar com
– permanência do controlo estatal sobre “os transportes
interesse as experiências económicas, políticas e sociais
e a indústria pesada”.
do Estado dos trabalhadores soviéticos”).
4. O ideal de uma sociedade sem classes.

Págs. 40 e 41

DOC. 23
Módulo 7 Unidade 1 (1.3.)
1.
Objetivos:
– unir os partidos revolucionários do proletariado OU Pág. 42
coordenar a luta dos partidos operários a nível mundial; DOC. 26
– fazer a revolução comunista OU proletária a nível mun-
1. Serão consideradas corretas as respostas pertinentes
dial;
e devidamente justificadas, de acordo com a sensibili-
– expandir o bolchevismo OU o comunismo a partir da dade do aluno.
Rússia Soviética;
2. As duas perspetivas da guerra assemelham-se. O qua-
– concretizar o internacionalismo proletário; dro de Otto Dix apresenta um cenário dantesco de des-
– fazer triunfar o marxismo-leninismo. truição, sofrimento e morte. Os corpos esventrados e pu-
“Inimigos”: trefactos, o esqueleto empalado, a figura assustadora do
– o imperialismo; homem da máscara de gás, o autorretrato espectral do
pintor, que arrasta consigo um companheiro ferido ou
– as monarquias;
morto, os cadáveres que jazem no painel inferior, consti-
– as classes privilegiadas;
tuem uma condenação veemente da guerra. No mesmo
– o Estado burguês OU representativo da burguesia; registo, as palavras transcritas no texto exortam a uma
– a propriedade burguesa OU privada. visão realista da guerra, em que apenas se encontram
“ventres abertos, figuras arquejantes, membros retalha-
DOC. 24
dos, mães que choram”. Constitui um testemunho claro
1. Razões: sobre a forma como a guerra altera o ser humano, des-
– falta de apoio das forças militares e populares (“Foram pertando-lhe os instintos mais ferozes.
abandonados pelos marinheiros, pelos soldados, pelas
forças de segurança, pela milícia popular”);
Pág. 43
– fraqueza da liderança do movimento revolucionário (“E
a sua força foi paralisada pela indecisão e fraqueza dos DOC. 27
seus dirigentes”; “[…] ilusão que tiveram nos seus chefes,
1. O texto de Paul Valery exprime bem o contraste entre a
que se mostraram incapazes e fracos”);
mentalidade confiante e o orgulho civilizacional que mar-
– superioridade dos movimentos contrários ao avanço do cou o período anterior à Primeira Guerra Mundial e a in-
bolchevismo na Alemanha (“E foram ainda abafados pela certeza que se instalou após a carnificina da guerra. Va-
alma contrarrevolucionária das camadas retrógradas do lery remete para uma civilização ocidental descrente da
povo e das classes possidentes”); sua valia (“Há a perdida ilusão de uma cultura europeia e
– falta de “experiência revolucionária” do proletariado a evidência da incapacidade do conhecimento para sal-
alemão; var o que quer que seja, sem qualquer tipo de certeza
– oposição dos sociais-democratas alemães (“curados da quanto ao seu futuro”; “Ninguém poderá dizer o que es-
sua fé na social-democracia, que os abandonou vergo- tará amanhã vivo ou morto […]”).
nhosamente”). 2. Serão consideradas corretas todas as respostas que

8
vão ao encontro do comentário pedido. exclusivamente reservada ao homem. O sufrágio femi-
Entre as várias respostas possíveis, o aluno tanto poderá nino, que permite à mulher um papel ativo na política,
corroborar as previsões do autor, aludindo às ditaduras subverte estes rígidos princípios de submissão das mu-
que marcaram o século XX, nomeadamente no período lheres. A mudança provocou rejeição e crítica social,
que medeia entre as duas guerras mundiais como, inver- como está patente na completa inversão dos tradicionais
samente, poderá referir o aprofundamento das democra- papéis feminino e masculino: o marido apresenta-se sub-
cias, registado no decurso do século XX. misso e ocupado com os trabalhos domésticos; a mulher
assume a autoridade da família e a esfera pública.

Pág. 44
Pág. 47
DOC. 28
DOC. 30
1. O documento refere explicitamente que “a geração
mais velha” atribuía os comportamentos irreverentes dos 1. O valor do trabalho feminino é apresentado em duas
jovens ao impacto provocado pela guerra (“Todos vós vertentes:
“gritais”: é o resultado da guerra!”). − no documento escrito é visto como um direito da mu-
Da mesma forma, a signatária do texto, que se assume lher e uma condição imprescindível à sua emancipação.
como flapper, culpa a guerra de ter destruído os “alicer- Desta independência financeira resultaria, segundo Ana
ces espirituais” dos mais jovens, provocando neles per- de Castro Osório, a progressiva alteração das leis e dos
plexidade e perturbação. valores sociais;
2. A emancipação feminina está patente: − no cartaz valoriza-se o trabalho feminino numa vertente
− na maior liberdade de comportamentos de que a flapper, mais social, vendo-o como necessário ao esforço comum
retratada na capa da revista Life (Doc. A), constitui o exemplo de guerra.
extremo: num fato de banho ousado para a época, fuma
com displicência; Pág. 48
− na aceitação, pela sociedade, da prática de atividades
DOC. 31
até aí quase exclusivamente reservadas aos homens aos
homens, como o desporto de competição, por exemplo 1. As feministas reivindicam o direito:
(Doc. B), ou as saídas ao ar livre (Doc. A); − à instrução (Doc. B);
− na revolução da moda feminina, que se tornou mais − ao trabalho socialmente valorizado com igual remune-
leve e prática, permitindo uma vida mais ativa e mais livre ração (Doc. B);
(Docs. A, C e D). − ao voto (Doc. C);
− à prática de atividades consideradas “masculinas”,
Pág. 46 como a aviação (Doc. D).
DOC. 29

1. As feministas: Pág. 49
− recorreram aos meios legais, protestando contra a dis-
DOC. 32
criminação e endereçando petições ao Parlamento (como
se deduz da comparação com a Revolução Americana); 1. − Primeiro país a instituir o sufrágio feminino: Nova Ze-
lândia (1893);
− praticaram uma “guerrilha de destruição continuada”,
destruindo ou danificando bens públicos − os cabos de − região do globo onde o direito de voto das mulheres foi
telégrafo e telefone, as vitrinas da sala das joias da Coroa, instituído mais tardiamente: Médio Oriente.
por exemplo – e privados: os vidros das janelas dos clu-
bes londrinos de elite, a casa do político Lloyd-George, na
Págs. 50 e 51
qual colocaram uma bomba.
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2. A sociedade burguesa do século XIX remetia a mulher Comparar… dois documentos escritos
para a esfera do lar e para a autoridade do marido. A es- Distinguir aspetos em oposição
fera pública, em que se inclui a política, estava
1. c)

9
2. Características:

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Legitimidade do Legítimo. As mulheres Ilegítimo. As mulheres não
− Distinção entre as capacidades do homem e as da mu- sufrágio estão sujeitas às mesmas participam no exército nem em
feminino leis que os homens, pelo outras atividades, pelo que não
lher, com consequente divisão dos papéis sociais: “a ex-
que devem participar na devem ser chamadas a opinar
tensão do direito de voto às mulheres colocará em cima sua elaboração. sobre elas.
delas um fardo para cujo cumprimento não têm, em geral,
Impacto do voto Benéfico. Nefasto. A inclusão das mulheres
nem capacidade nem disposição.”; “A condução de as- feminino na vida nos cadernos eleitorais
suntos políticos exige determinadas qualidades mentais política desequilibraria a vida política.
das quais a mulher está menos dotada do que o homem”;
Impacto do voto Positivo. A situação das Negativo. As mulheres
“Acrescentar aos cadernos eleitorais milhares de votan- feminino na mulheres melhoraria assumiriam mais um fardo e
tes que serão movidos sobretudo pelo sentimento seria situação das significativamente. colocar-se-iam numa posição
mulheres em indigna.
uma grave ameaça ao equilíbrio da política nacional”; “As particular
mulheres podem ser poupadas à vida política, não só por-
que são incapazes de fazer o trabalho do homem […] mas Impacto do voto Positivo. A participação Negativo. As mulheres
feminino na feminina em atividades necessitam de todo o tempo
também porque os homens são incapazes de fazer o tra- família fora da esfera do lar disponível para as suas funções
balho delas.”; tornará as mulheres familiares, pelo que a dedicação
melhores esposas, mães à política não lhes permitirá
− Atribuição ao homem, em exclusivo, das funções de e donas de casa. cumprir devidamente as funções
chefia e decisão: “Há muitas razões para recusar o voto Facilitará também a em que são “excelentes”.
passagem de testemunho
parlamentar às mulheres “; “Se as mulheres votarem para da luta pela liberdade e
o Parlamento poderão, com lógica, ser excluídas dos car- as lições colhidas por
cada geração.
gos públicos?”; “Nenhum país civilizado foi, até hoje, go-
vernado por uma mulher”; 5. Embora ambos emanados de organizações femininas,
− respeito pelas convenções e pela ordem estabelecida: os dois panfletos veiculam opiniões opostas sobre o di-
“Acrescentar aos cadernos eleitorais milhares de votan- reito de sufrágio feminino: no Doc. A − Panfleto da Women’s
tes que serão movidos sobretudo pelo sentimento seria Social and Political Union − defende-se acerrimamente o
uma grave ameaça ao equilíbrio da política nacional”; direito de voto das mulheres; no Doc. B − panfleto da
“Devemos pensar muito bem antes de forçar a Inglaterra Women's National Anti-Suffrage League − rejeita-se limi-
a esta experiência sem precedentes”; “As mulheres […] narmente a concessão desse mesmo direito.
que não o desejam [o voto] são a esmagadora maioria”; Cada um dos panfletos fundamenta a sua opinião. Assim,
− valorização da família, em que a mulher desempenhava enquanto no Doc. A se considera que o sufrágio feminino
um papel determinante no cuidado do lar: “Poderemos traria benefícios à vida política em geral, já que “as deci-
afirmar que a generalidade das mulheres tem tempo para sões que se baseiam na concertação dos pontos de vista
dar à causa pública?”; “O trabalho da mulher em prol do dos homens e das mulheres são mais acertadas do que
seu lar tem mais componentes do que o simples arranjo as que se baseiam apenas no ponto de vista de apenas
da casa, mas todas elas de acordo com as peculiaridades um destes grupos”, no Doc. B afirma-se que o voto femi-
femininas”. nino “seria uma grave ameaça ao equilíbrio da política na-
3. Enquanto no Doc. A se defende enfaticamente a con- cional”, já que as mulheres são movidas mais pelo senti-
cessão do direito de voto às mulheres, em igualdade com mento do que por motivos racionais.
os homens, no Doc. B rejeita-se liminarmente o voto femi- Do mesmo modo, os dois panfletos refletem opiniões
nino nas eleições parlamentares. opostas no que respeita ao impacto que o sufrágio femi-
4. nino teria na situação das mulheres. Enquanto o docu-
mento sufragista considera que a condição feminina me-
Aspetos Doc. A Doc. B lhoraria significativamente viabilizando melhores salários
(“enquanto a mulher não tiver estatuto político, estará
Aptidão/ Considera as mulheres Afirma a inaptidão das mulheres
capacidade da capazes de exercerem o para o exercício do sufrágio. sempre no fim da escala salarial”) , alterando leis injustas
mulher para direito de voto em (“no passado, os legisladores não fizeram leis iguais para
exercer o igualdade com os
sufrágio homens. as mulheres e para os homens. E essas leis não serão al-
teradas até que a mulher vote” ) e participando em cargos
públicos, por exemplo (“são-lhes negadas oportunidades
no funcionalismo público”), no panfleto antissufragista a
participação política é vista como um fardo que se impõe

10
às mulheres e ao qual devem ser poupadas (“a extensão desprovido de conversação (“A maravilha da ciência que
do direito de voto às mulheres colocará em cima delas deveria trazer-nos novos pontos de vista, novas conce-
um fardo para cujo cumprimento não têm, em geral, nem ções de vida, degenerou na maioria dos lares em mera
capacidade nem disposição”; “as mulheres podem ser desculpa para deixar de conviver”).
poupadas à vida política”). Inversamente, o artigo do jornal O Século, exalta a rádio,
considerada “a maravilha das maravilhas”, e o seu papel
cultural. Considera que a rádio apaga distâncias, pondo “o
Pág. 52
homem instantaneamente em contacto com o universo” e
DOC. 33 constitui uma imensa mais-valia cultural, ao ponto de a
1. Evidências: classificar como “o maior instrumento de cultura e civiliza-
ção descoberto até hoje pelo génio humano”.
− organizam-se grandes travessias aéreas com o patrocí-
nio dos governos − o Governo Português substitui os 2. Ao divulgar notícias, música, peças de teatro e outras
aviões perdidos de Gago Coutinho e Sacadura Cabral. temáticas, fazendo-as chegar a todo o tipo de lares e pes-
soas, a rádio proporciona um conjunto comum de infor-
− a viagem dos dois aviadores é seguida e noticiada com
mações molda gostos e estimula práticas, pelo que se
entusiasmo pelos jornais brasileiros (“se o Lusitânia lo-
torna um veículo de homogeneização cultural.
grar atingir Fernando Noronha, como acreditamos, será
mais um sucesso extraordinário, obtido pelos gloriosos DOC. 36
filhos da nação irmã.”);
1. As estrelas de cinema: Greta Garbo, John Gilbert, Ru-
− o texto refere os “festejos” que se prepararam para sau- dolfo Valentino.
dar a chegada dos dois aviadores;
2. O cinema exerce influência nos valores, nas modas,
− refere também a “fama e de triunfo deslumbrantes” que nas atitudes, contribuindo para a alteração das mentalida-
é possível atingir com as grandes viagens aéreas; des: a forma de vestir, de estar, de falar das estrelas cine-
− a foto do interior do avião comercial, mostrando o con- matográficas tornou-se num modelo a seguir.
forto de que gozam os passageiros, atesta a importância
conferida a estas viagens.
Pág. 56

DOC. 37
Pág. 53
1. Einstein mostrou que o espaço e o tempo não são uni-
DOC. 34
dades absolutas, que existem independentemente da
1. Inovações técnicas: matéria e do observador. O facto de o tempo não correr
− máquina fotográfica; “de forma regular e simultânea em todo o universo” e de,
− belinógrafo; como provou Einstein, o passado, presente e futuro coe-
xistirem, abalou profundamente as conceções da Física
− telefone;
clássica.
− avião;
2. “Os homens de ciência […] põem em dúvida que a ciên-
− “carros-laboratório”;
cia saiba realmente alguma coisa”.
− técnicas de impressão.

Pág. 57
Pág. 54
DOC. 38
DOC. 35
1. O recalcamento traduz-se no esquecimento involuntá-
1. Do artigo da revista The Forum ressalta um profundo rio de um facto doloroso; o método da catarsis/psicaná-
desencanto face à rádio. Segundo o autor, tendo gerado lise consiste em trazer o facto recalcado ao consciente e
muitas expectativas (“Lembra-se, há alguns anos atrás, analisá-lo.
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como todos nós sentimos uma espécie de vaga euforia,


2. O Positivismo alicerça-se na mais estrita racionalidade
quando a maravilha da rádio despertou a nossa aten-
e na capacidade de a ciência tudo conhecer. A conceção
ção?”), acabou por se revelar prejudicial à cultura e à so-
do espaço e do tempo como grandezas relativas, a per-
ciabilidade, transformando o ouvinte num ser passivo e
ceção de um microcosmos onde reina o caos, bem como

11
a existência de uma zona profunda da mente que o su- − subversão das proporções e da perspetiva;

ETHA12RQM @ Porto Editora


jeito não controla, abalam a crença positivista na ordem e − cores fortes e contrastantes;
previsibilidade dos fenómenos físicos e psíquicos. − expressões e posturas com forte emotividade.

Págs. 58 e 59 Pág. 64
DOC. 39
DOCS. 42 e 43
1. “Nessa altura, o Sol da Arte brilhava apenas em Paris”. 1. Semelhanças:
2. O texto de Chagall refere “a revolução do olhar”, a “luz- − cor: liberdade na aplicação da cor, que muitas vezes
-liberdade” que proporcionava “a revolução técnica”. O não concorda com a realidade; utilização de cores puras
quadro de A. Lhote mostra a tela do pintor em cima do e agressivas; manchas cromáticas uniformes e contras-
cavalete. Nela pode ver-se o modelo transfigurado, numa tantes; sombras obtidas pela aplicação de manchas de
clara rutura com a arte académica. cores mais escuras;
3. No cubismo. − desenho: distorções e reforço dos contornos através de
um traço contrastante; esbatimento dos volumes; redu-
Págs. 60 e 61 ção às linhas essenciais do objeto;
− composição: aparentemente descuidada; distorção dos
DOC. 40
efeitos de perspetiva.
1. Diferenças:
− Contrariando os preceitos académicos, os fauvistas − Fauvismo: sem preocupações sociais; temas ligeiros.
descuram o desenho e o perfeito acabamento do quadro,
− Expressionismo: arte interventiva, com uma função so-
simplificam as formas e esbatem os volumes. As figuras
cial acentuada; temas pesados, por vezes apresentados
parecem toscamente delineadas e os pormenores desa-
de forma chocante.
parecem;
− “Donatello” – às esculturas delicadamente esculpidas
que se encontravam no centro da sala onde expunham Pág. 65
os fauves – por comparação com as obras do escultor DOC. 44
renascentista Donatello; − “feras” − os quadros de cores
1. Serão de considerar corretas as respostas em que o
fortes e agressivas (fauvistas) que se expunham na
aluno apresente uma análise pessoal, ainda que incom-
mesma sala;
pleta, da obra, remetendo, de forma coerente, para as-
− por desprezarem a técnica aprendida nas academias e
petos concretos da mesma.
utilizarem cores fortes e contrastantes, os quadros pare-
ciam desenhos de crianças e arte primitiva.
Págs. 66 e 67

Págs. 62 e 63 DOC. 45

DOC. 41 1. Elementos:
− A fusão entre as figuras e o fundo OU a ausência de
1. Objetivos:
perspetiva;
− reivindicar a liberdade artística, promovendo a repre-
− a geometrização das formas;
sentação, “sem falsificações” do impulso criador;
− a distorção das formas (visível nos rostos das mulheres
− atrair a jovem geração de artistas;
da direita, sobretudo);
− lutar contra o conservadorismo dos poderes vigentes.
− os vários ângulos de visão;
2. Aspetos:
− a interceção e sobreposição de planos.
− traço distorcido;
2. Características:
− reforço do contorno;
− simplificação das formas, que se assemelham a sólidos
− desenho simplificado, reduzido aos traços essenciais,
geométricos;
por vezes quase grotesco;

12
− paleta cromática reduzida; 2. Serão consideradas válidas as respostas que expri-
− subversão das leis da perspetiva. mam a opinião pessoal do aluno, desde que devida-
mente fundamentada.

Pág. 68
Pág. 73
DOC. 46
DOC. 50
1. Diferenças:
− os objetos representados no quadro de Braque (Doc. A) 1. − Delaunay, Contrastes simultâneos: Sol e Lua: abstra-
espraiam-se por todo o espaço de tela, sem definição dos cionismo sensível;
seus limites; nas telas reproduzidas no Doc. B, embora − Malevich, Suprematismo com triangulo azul e retângulo
ainda se notem planos seccionados, os contornos são negro: abstracionismo geométrico;
definidos (sobretudo na obra de Juan Gris) e os objetos − Vantongerloo, Construção das relações entre os volu-
mais claramente percetíveis; mes: abstracionismo geométrico (De Stilj).
− as obras do Doc. B utilizam outros materiais além da tinta de
óleo e do suporte de tela – corda, encerado, papéis;
Pág. 74
− a obra de Picasso inclui letras bem percetíveis (journal)
que não existem na obra de Braque; DOC. 51

− a tela de Juan Gris recorre a contrastes cromáticos, ine- 1. Temas:


xistentes na obra de Braque. − o movimento/velocidade;
− as máquinas (carro, comboio, avião);
Pág. 69 − a eletricidade;
− a agitação da grande cidade;
DOC. 47
− a grande fábrica.
1. Nota: pela seleção das obras que exige, o dossiê per-
mitirá consolidar os conhecimentos adquiridos sobre a DOC. 52

corrente cubista, bem como ampliar os conhecimentos 1. O Futurismo e o Cubismo aproximam-se:


dos alunos sobre os pintores mencionados. − na decomposição do objetos;
− na sobreposição dos planos;
Págs. 70 e 71 − na representação simultânea de vários ângulos de
visão.
DOC. 48
Afastam-se:
1. A extraordinária beleza de um quadro feito de manchas
− nos temas: a vida frenética da cidade, as máquinas, as
de cor.
luzes elétricas, por exemplo, não fazem parte da temática
2. − A música e a pintura são linguagens universais, isto é,
cubista, mais dedicada a objetos estáticos, com predomí-
tocam todos os seres humanos, independentemente da
nio de naturezas-mortas;
cultura em que estão inseridos;
− na tentativa de representação do movimento/velocidade,
− as cores de uma tela produzem vibrações semelhantes
inexistente no cubismo;
aos sons de uma peça musical;
− na paleta cromática, geralmente mais sóbria nos cubistas.
− tanto a música como a pintura constituem uma forma de
transmitir a emoção do artista (o “elemento interior” da
obra de arte) ao espectador. Pág. 75

DOC. 53

Pág. 72 1. Concordam. A tela de Carrà procura reproduzir o movi-


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DOC. 49 mento do cavalo, mostrando visões sucessivas das patas


que criam formas triangulares (“um cavalo que corre não
1. A representação objetiva da realidade OU a represen-
tem quatro patas mas vinte, e os seus movimentos dão
tação da beleza universal.
triangulares”).

13
Pág. 76 Págs. 80 e 81

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DOC. 54 DOC. 57

1. Representa o próprio ato de caminhar (não uma pessoa 1. De acordo com André Breton, o modelo da obra de arte
específica). Ainda de acordo com o site do museu, “esta será “puramente interior”, isto é, deverá revelar a mente
seria uma forma ideal: uma figura em constante movi- do artista.
mento, imersa no espaço, conectada com as forças que 2. Aspetos:
sobre ela se exercem”. − as pequenas formas, inexistentes no mundo real, que
2. Serão consideradas corretas e completas as respos- povoam as telas de Tanguy e Miró;
tas que integrem os itens requeridos. − as paisagens insólitas, que criam um ambiente mágico;
− as manchas de cor extensas e lisas, que acentuam a ir-
Pág. 77 realidade dos ambientes;
− a iluminação, que acentua a “surrealidade” dos mundos
DOC. 55
representados;
1. Características:
− os títulos que, ou deixam o espectador perplexo (caso
− o tema da sublevação popular, enunciado no Manifesto da obra de Tanguy) ou acentuam o contraste entre o
de Marinetti e citado no título do documento; mundos real e o mundo mágico da tela.
− o enquadramento do tema na grande cidade, que serve
de cenário à sublevação;
Pág. 82
− a sensação de dinamismo, dada pela forma triangular
em que se agrupa a massa dos trabalhadores e pelo seu DOC. 58
prolongamento em sucessivas linhas vermelhas; 1. Serão consideradas válidas as respostas que expri-
− o contraste entre de cores intensas, particularmente o mam a opinião pessoal do aluno, desde que devida-
amarelo e o vermelho, que conferem dinamismo e emoti- mente fundamentada.
vidade.

Págs. 84 e 85
Págs. 78 e 79
Analisar… uma pintura modernista
DOC. 56
O ciclista, 1913
1. Contestar a sociedade e as suas realizações, nomeada-
1. d).
mente a arte, que pretendiam destruir, criando, para isso,
2. A – 2, 6; B – 1, 5, 7; C – 3, 4.
a “antiarte”.
3. a); d).
4. Futurismo.
2. Meios:
5. Características da pintura modernista patentes no quadro:
− textos provocatórios;
− novos temas, neste caso, o movimento/dinamismo do
− desconstrução da linguagem;
mundo moderno, representado pelo bicicleta que rola e
− transformação da obra de arte em algo absurdo, insólito;
também pelo espaço urbano em que se insere;
− recurso ao acaso como meio de obter o insólito, sem
− desconstrução dos objetos, seccionando-os e justapondo-
sentido;
-os em repetições sucessivas que sugerem o movimento;
− utilização de materiais degradados (lixo);
− ausência das linhas clássicas da perspetiva – tendência
− transformação de objetos industriais em peças de arte. para o retorno à bidimensionalidade da tela;
3. Serão consideradas válidas as respostas que expri- − inclusão de letras/palavras sobrepostas aos objetos re-
mam a opinião pessoal do aluno, desde que devida- presentados, numa anarquia aparente;
mente fundamentada.
− gosto pelo insólito: a mão aponta para o lado direito,
criando um claro contraste com a direção do movimento;
– paleta cromática reduzida, neste caso, praticamente li-
mitada a castanhos e azuis.

14
Módulo 7 Unidade 2 (2.1.) – intervenções dos militares na vida política, como “o ge-
neral Pimenta de Castro”, que instituiu uma ditadura (Doc. B)
OU como Sidónio Pais, que instituiu a “República Nova”
Págs. 90 e 91
(Doc. C).
DOC. 1
DOC. 4
1. A expressão “milagre de Tancos” refere-se à rapidez do
1. Argumentos:
“período de instrução” (Doc. A) do CEP (Corpo Expedicio-
nário Português) em solo nacional, de modo a preparar os – travar a crise generalizada que assolava Portugal (“im-
soldados portugueses para a participação na Primeira pedir a sua total ruína”; “entravar a marcha para o abismo”);
Guerra Mundial, conflito que já estava na fase da guerra – constituir um “governo forte” que desse continuidade ao
das trincheiras (Doc. B). trabalho do Presidente Sidónio Pais, entretanto assassinado;
2. Efeitos: – restabelecer a confiança dos portugueses (“o regresso
– pesadas baixas no conflito, atingindo 36% do total de ao regime anterior representa a única esperança capaz
mobilizados (Doc. C); de alentar o espírito nacional”);

– inflação OU subida dos preços dos bens de primeira – aproveitar a influência de “D. Manuel junto à corte e
necessidade (Doc. D); chancelarias inglesas”, de modo a compensar o papel su-
balterno de Portugal na Conferência de Paz.
– aumento do custo de vida OU “carestia da vida” (Doc. D)
devido à escassez de bens de consumo.
Págs. 94 e 95
DOC. 2
DOC. 5
1. Problemas:
1. Os católicos envolveram-se na luta político-partidária,
– agravamento do défice das contas públicas, desde o
criando o Centro Católico Português, partido que se apre-
início da Primeira Guerra Mundial e no imediato pós-
sentou às eleições de 10 de julho de 1921, e serviram-se
-guerra (1914-1923) – Doc. A;
também da imprensa para fazer eco do seu descontenta-
– aumento da emissão monetária (Doc. B) para fazer face
mento, como foi o caso da revista A União (Doc. A). Por sua
às crescentes dívidas e à quebra das receitas do Estado
vez, os operários e as suas organizações sindicais recor-
(Doc. A);
reram à greve para reclamarem melhores condições de
– desvalorização do escudo relativamente à libra, especial­ trabalho e de vida (Doc. B).
mente a partir de 1919 (Doc. B);
DOC. 6
– subida galopante dos preços OU inflação, com impacto
no agravamento do custo de vida (Doc. B). 1. A instabilidade social da Primeira República repercutiu-
-se nos assaltos a estabelecimentos comerciais, nos con-
Págs. 92 e 93 frontos com as autoridades e nos atentados bombistas.

DOC. 3
Págs. 96 e 97
1. Fragilidades: DOC. 7
– divisões no seio do Partido Republicano OU lutas polí- 1. Comparação:
tico-partidárias (Doc. A);
– [regime político] enquanto no Doc. A – posição da Fede-
– incapacidade de suster as investidas de setores mais ração Maximalista Portuguesa – se defende o princípio
conservadores, como os católicos (Cardeal de Lisboa – marxista da ditadura do proletariado, considerado “o me-
Doc. A) OU os monárquicos (Paiva Couceiro, D. Manuel II e
lhor caminho para o comunismo”, no Doc. B – posição dos
D. Amélia – Doc. A); setores mais conservadores – assume-se uma posição
– sujeição dos diferentes governos republicanos a um clara contra o bolchevismo, contrapondo a defesa da “de-
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clima constante de greves (Doc. A); mocracia”, do republicanismo e do liberalismo (“Conserva-


– vulnerabilidade dos políticos e dos partidos republica- dores, sim, mas verdadeiramente republicanos e liberais”);
nos às críticas da imprensa (caricatura do jornal O Zé – – [igualdade social] enquanto no Doc. A é apresentada a
Doc. A); vontade de trilhar o “caminho para o comunismo” com o
objetivo de alcançar o ideal de uma sociedade sem clas-
ses, no Doc. B é feita a apologia de valores mais

15
“conservadores” e “moderados”, criticando-se os que de- Módulo 7 Unidade 2 (2.2.)

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fendem a “igualdade invetivando os outros”;
– [recurso à violência] enquanto no Doc. A se defende Pág. 100
uma luta do proletariado no “campo doutrinário e legal”,
9
desaconselhando-se atos de violência, no Doc. B acusa-se
DOC.

as forças de esquerda de fazerem uso da violência, “arre- 1. Columbano, um dos mais insignes pintores naturalistas
messando bombas” aos adversários políticos. portugueses:
DOC. 8 – ocupa o alto cargo de diretor do Museu de Arte Con-
temporânea, o que denota não só o prestígio do pintor,
1. O general Gomes da Costa alega que a intervenção mi-
como a identificação da “arte contemporânea” com a pin-
litar foi uma consequência do estado a que o país havia
tura naturalista;
chegado (“Mas vi que não havia outra solução para os
– em 1930, quando as vanguardas tinham já subvertido o
males da pátria. Na nossa frente abria-se um pântano.”) e
universo artístico europeu, um artigo de jornal, sob o tí-
do descrédito do Exército pelas autoridades políticas
tulo “Apoteose de Columbano”, acompanha a exposição
(“Todos os partidos se apostavam em rebaixar o Exér-
que homenageia o pintor;
cito”; “Fizeram pouco do Exército”).
– nesse mesmo artigo, Columbano é avaliado como estando
muito acima dos movimentos de vanguarda que, segundo o
Págs. 98 e 99
autor, não encontraram ainda “formas apresentáveis”.
Analisar… uma banda desenhada
Manecas ministro, banda desenhada Quim e Manecas, Pág. 101
do suplemento humorístico O Século Cómico, Stuart DOC. 10
Carvalhais, 1917
1. Serão considerados válidos os dossiês que contem-
1. Primeira República (1910-1926).
plem os requisitos expressos no enunciado da questão.
2. c) Democrático.
3. c); a); b); d). Págs. 102 e 103
4. II e V.
DOC. 11
5. Fatores:
1. Aos artistas que, em Paris, protagonizaram as correntes
– instabilidade política OU governativa traduzida na su-
de vanguarda
cessão de governos ao longo dos 16 anos da Primeira Re-
pública (o mandato do Manecas dura um dia); 2.

– sobreposição das ambições pessoais dos agentes polí- – O texto de Manuel Bentes (Doc. A) expressa claramente
ticos ao interesse nacional OU incapacidade de dar res- a ânsia de total liberdade de criação, uma das caracterís-
posta aos problemas do país, provocando sentimentos ticas mais presentes nas vanguardas artísticas do início
de desilusão (a rapidez com que Manecas aceita o con- do século XX. Reforça ainda a vontade de fugir “aos dog-
vite na primeira vinheta e o reconhecimento da incapaci- mas do ensino, às imposições dos mestres”;
dade de manter o cargo na última vinheta); – os pintores naturalistas, como Alberto de Sousa, acusam
– carestia de bens de consumo OU racionamentos OU os humoristas de terem um “traço pouco nacional” (Doc. B);
especulação de preços devido à participação portuguesa – Cristiano Cruz demarca-se, a si e aos restantes “novos
na Primeira Guerra Mundial (quarta vinheta); humoristas”, da arte “tradicional” (“O Sr. Sousa […] queria-
– instabilidade social OU aumento dos protestos e da -nos eternamente agarrados ao tradicional”), recusando
agitação social como consequência do agravamento das copiar os mestres conceituados (“copiando-lhes a ma-
condições de vida (quinta e sexta vinhetas); neira de ser do seu espírito e, embebidos na sua obra,
plagiando-lhes... o traço”);
– vulnerabilidade dos governos devido ao ambiente de
desordem e de agitação social (sétima vinheta). – as palavras de ordem “Guerra à bota de elástico” remetem
para o quebrar da tradição e do conservadorismo, identifi-
cado com essa peça de vestuário, própria da burguesia.

16
3. Pág. 109
Cristiano Cruz, Cena de Guerra: DOC. 16
– desenho esquemático;
1. A obra de Eduardo Viana, A ponte de D. Maria: vista da
– contorno reforçado, típico do expressionismo; cidade do Porto (Doc. 8), mostra um colori smo muito mais
– relativa monocromia (azul) e manchas de cor empastada; intenso do que Autorretrato num grupo (Doc. 7), que se de-
– esbatimento da perspetiva. senvolve em tons acastanhados; a aplicação da cor é
Jorge Barradas, desenho da capa da revista ABC: também diferente: mais percetível e empastada em
Viana, pincelada mais lisa na tela de Almada.
– bidimensionalidade do fundo monocromático;
– traço simplificado e algo caricatural; Pág. 110
– ausência de pormenor do desenho;
DOC. 17
– aplicação de cores lisas, sem claro-escuro (sombras).
1. Mário Eloy, Poeta
– a aplicação de cores fortes, discrepantes da realidade;
Pág. 105
– a distorção das figuras.
DOC. 12
Júlio Reis Pereira, O Matemático:
1. Serão consideradas corretas e completas as biografias
– a estilização e alongamento das figuras;
que contemplem os requisitos expressos no enunciado
– a distorção das proporções;
da questão.
– a sobreposição de planos, particularmente visível no
Pág. 106 pavimento.
DOC. 13 Vieira da Silva, Ateliê – Lisboa:

1. A novela de Almada e a pintura de Viana partilham o – a geometrização de linhas;


mesmo tema; Almada é, simultaneamente, pintor e nove- – o registo abstracizante do espaço representado.
lista; Amadeo propõe-se mediar a edição da novela. Dominguez Alvarez, Casario e figuras de um sonho:
2. Poderão ser apresentadas pelos alunos, entre outras – a simplificação do traço;
obras: – a ausência de todo o pormenor;
– Fillette Aux Pastèques (A Rapariguinha da Melancia), – a estilização das figuras;
1915, Museu de Arte Moderna da cidade de Paris. – a aplicação de manchas de cor compacta.
– Marché Au Minho (Feira no Minho), 1916, Centro Geor- 2. Será de aceitar a opinião veiculada pelo aluno, desde
ges Pompidou (Nota: existem numerosos estudos prepa- que fundamentada por aspetos que manifestamente de-
ratórios desta obra); corram da sua sensibilidade estética.
– Danseuse (Dançarina), 1916, col. privada.

Pág. 111
Pág. 107
DOC. 18
DOC. 14
1. António Pedro desenvolveu também uma intensa ativi-
1. A crítica, muito negativa e contundente, de A Capital, em
dade ligada ao teatro. Foi fundador, diretor e encenador
que os poetas de Orpheu eram identificados com uma “ca-
da mais antiga companhia de teatro portuguesa, o TEP
tegoria de indivíduos que a ciência definiu e classificou
(Teatro Experimental do Porto), criado em 1951.
dentro dos manicómios, mas que podem sem maior perigo
andar fora deles”, deu a pretendida notoriedade à revista, – Foi na galeria de arte de António Pedro, em Lisboa, que
tornando-a, nas palavras de Pessoa, “o assunto do dia em a pintora Vieira da Silva fez a sua primeira exposição indi-
Lisboa” e esgotando rapidamente a edição. vidual no nosso país.

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DOC. 15

1. Serão consideradas corretas as respostas que corres-


pondam à tarefa pedida no enunciado.

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Págs. 112 e 113 – diminuição da pobreza: “[…] a experiência americana do

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bem-estar humano […] está próxima de abolir a pobreza”
Comparar… duas obras de pintura (Doc. A);
1. Ambos os pintores são portugueses. As duas obras – desenvolvimento de uma sociedade voltada para o
pertencem às primeiras décadas do século XX. consumo (Doc. B).
2. A obra de Amadeo representa o cortejo da procissão
DOC. 2
do Corpo de Deus, em Amarante, distinguindo-se os clé-
rigos e outros participantes devidamente paramentados, 1. “O homem que lava as janelas dos escritórios do corre-
o cavaleiro São Jorge e o dragão. tor […] está a pensar em converter as suas poupanças la-
boriosamente acumuladas em algumas ações […].”
A obra de Malhoa representa igualmente um ato proces-
sional, com os seus estandartes religiosos, dando prota-
gonismo às personagens populares que, neste ato reli- Pág. 120
gioso, pagam promessas, participando de joelhos. DOC. 3
3. Afirmações:
1. Consequências:
– b); e).
– endividamento dos investidores: “Estava a apostar à
4. a) 2; 3; 6; b) 1; 4; 5. margem”; “Fui ao banco e levantei todo o dinheiro que
5. Doc. A – Modernismo OU Cubismo; Doc. B – Naturalismo. tinha” (Doc. A);
6. Embora próximas no tema, as duas obras tratam-no de – falência de empresas: “Tinha-me interessado tanto pelo
forma muito diferente: mercado que deixei afundar o meu próprio negócio” (Doc. A);
– [representação/aproximação ao real] enquanto a obra – suicídio de muitos acionistas e empresários: “Pensei
de Amadeo desconstrói a realidade, dando dela a visão em suicidar-me, porque não tinha mais nada” (Doc. A); “de-
multifacetada e pessoal do pintor que, num primeiro im- sespero dos investidores” (Doc. B).
pacto, torna a cena pouco reconhecível, o quadro de Ma-
lhoa mantém a tradição renascentista da representação, Pág. 121
reproduzindo uma cena facilmente identificável e pró-
xima da realidade observada; Analisar… um gráfico
– [formas] na obra de Amadeo, as formas são geometri- Valor de mercado das empresas cotadas na Bolsa de
zadas e angulosas, reduzidas ao essencial, predomi- Nova Iorque (1925-1931)
nando as linhas direitas; de forma oposta, Malhoa usa um 1. c) era da prosperidade.
desenho clássico e realista, com modelação das formas
2. Herbert Hoover.
através do claro-escuro e atenção ao pormenor;
3. b) especulação bolsista.
– [perspetiva/relação figuras-fundo] na Procissão Cor-
4. III e V.
pus Christi subvertem-se as leis da perspetiva: os planos
decompõem-se e intersetam-se, sendo difícil separar as 5. Fatores:
figuras e o meio que as envolve. Ao contrário, Malhoa uti- – dificuldades de recuperação dos setores industriais
liza a perspetiva linear e aérea, individualizando as figu- americanos afetados pela crise de 1920-21;
ras e delimitando claramente os planos. – desemprego crónico provocado pela mecanização da
agricultura e da indústria;
– desequilíbrio entre a produção e o consumo (OU crise
de superprodução);
Módulo 7 Unidade 3 (3.1.)
– descida dos preços (OU deflação) provocada pela satu-
ração dos mercados (OU acumulação de stocks);
Págs. 118 e 119
– recurso maciço ao crédito da parte das empresas, dos
DOC. 1 consumidores e dos investidores americanos;
1. Liberalismo económico. – especulação financeira sobre o valor das ações das
2. Evidências: empresas, com uma cotação em bolsa muito acima do
seu valor real (gráfico – nos primeiros meses de 1929,
– redução do desemprego: “O desemprego […] está em
o Produto Nacional Bruto americano começa a cair
vias de desaparecer” (Doc. A);

18
abruptamente, mas as ações das empresas cotadas na Módulo 7 Unidade 3 (3.2.)
Bolsa de Nova Iorque continuam em alta);
– situação de pânico que levou os investidores a porem Pág. 126
à venda milhões de ações a 24 de outubro de 1929
6
(“quinta-feira negra”) e a 29 de outubro (“terça-feira
DOC.

negra” – gráfico); 1. Fases do New Deal:


­ descida vertiginosa da cotação das ações em bolsa, a
– – 1.ª fase – “recuperação da crise”;
partir de outubro de 1929 (gráfico), provocada pela falta – 2.ª fase – implementação de “reformas sociais”.
de compradores.
2. A criação de agências estatais, como a National Reco-
very Administration (Doc. B) e a Public Works Administra-
Págs. 122 e 123 tion (Doc. C), responsáveis pela recuperação da indústria
DOC. 4 americana e pela construção de obras públicas, respeti-
vamente, visou o relançamento da economia americana,
1. Evidências:
no âmbito da primeira fase do New Deal. Já o Social Se-
– aumento do número de desempregados: de 1,6 milhões, curity Act (Doc. D) foi uma lei que instituiu medidas de cariz
em 1929, para 12 milhões em 1933 OU da taxa de desem- social, como o pagamento de reformas e de subsídios de
prego de 3,2%, em 1929, para 24%, em 1933 (Docs. A e B); desemprego, no decorrer da segunda fase do New Deal.
– drama das famílias migrantes na procura de emprego
noutras paragens (Doc. B); Págs. 128 e 129
– proliferação dos casos de miséria nos centros urbanos
e nas suas periferias (Doc. C); Analisar… um filme histórico
– crescimento do crime organizado (exemplo do gângster Cinderella Man
Al Capone – Doc. C1). 1. O período de prosperidade dos anos 20 OU “loucos
anos 20” OU “Roaring Twenties”,
Págs. 124 e 125 2. Aspetos:
DOC. 5 – más condições de habitação;
– fraca alimentação;
1. Evidências:
– incapacidade de pagar as dívidas de luz, aquecimento
– declínio das trocas comerciais internacionais: Doc. A e
e alimentação;
Doc. E (“contração do comércio mundial”);
– desemprego.
– diminuição das vendas de matérias-primas da Ásia, da
América Central e do Sul e de África aos Estados Unidos 3. a) ao craque da Bolsa de Nova Iorque.
(Doc. A); 4. O facto de Jim Braddock estar desempregado, não
– destruição de stocks nos países produtores de maté- conseguindo convites para combates nem trabalho como
rias-primas: “Por uma solução transitória do nosso pro- estivador.
blema cafeeiro, atira-se ao mar e ao fogo o produto do 5. Herbert Hoover e Franklin Roosevelt.
nosso labor e sofrimento” (Doc. B); 6. d) New Deal.
– descapitalização da Europa em virtude da retirada dos 7. Fases:
capitais americanos (Doc. A), o que conduziu à falência de – expansão – nos anos do pós-guerra, a economia ame-
empresas e à progressão do desemprego: Doc. C e Doc. E ricana conheceu um extraordinário crescimento, sobre-
(“situação de desemprego generalizado”; “Os elevadíssi- tudo a partir de 1921, aspeto bem patente nos primeiros
mos níveis de desemprego”);
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minutos do filme;
– descida acentuada dos preços OU deflação nos países – recessão – o crash da Bolsa de Nova Iorque, em 1929,
europeus: Doc. D e Doc. E (“ocorreu uma imparável queda pôs fim à era de prosperidade americana, mergulhando o
dos preços”). país numa profunda crise que se prolongou nos anos 30,
período que ficou conhecido como a Grande Depressão;
a segunda parte do filme, a mais longa, aborda os proble-
mas sociais que afetaram os Estados Unidos nesses anos,
principalmente o drama do desemprego;

19
– recuperação – a eleição de Roosevelt como presidente – ascensão de regimes fascistas em Itália (Docs. A e C) e na

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e o seu programa de relançamento da economia, o New Alemanha (Doc. C);
Deal, devolveram a confiança ao povo americano, aspeto – implantação de ditaduras conservadoras na Europa
bem representado na última parte do filme, com o re- Ocidental e de Leste (Docs. B e C);
gresso vitorioso de Jim Braddock aos ringues e a melho- – “estado de crise generalizado” no imediato pós-guerra
ria das condições de vida da sua família. (Doc. B);
– expansionismo alemão nos finais da década de 30,
Pág. 130 com a anexação da Áustria e da Checoslováquia (Doc. C).
DOC. 7

1. Características: Págs. 134 e 135

– liberdade sindical e direito à greve: “os empregadores DOC. 9


reconhecem […] o direito de todos os trabalhadores aderi- 1. Oposição:
rem livremente a um sindicato profissional”; “A delegação
– ao liberalismo: porque é “anti-individualista” e consi-
patronal compromete-se a não aplicar sanções por motivo
dera que o indivíduo se deve submeter ao Estado, em
de greve” ( capa da revista francesa Regards — Doc. A);
lugar de ser o Estado a servir o indivíduo (Doc. A);
– aumento dos salários e estabelecimento de salários mí-
– à democracia: porque rebate princípios e práticas de-
nimos: “Os salários reais dos trabalhadores […] serão rea-
mocráticas, nomeadamente a igualdade entre os cida-
justados no regresso ao trabalho” (Doc. A); “alterar a ten-
dãos e o sufrágio universal, bem como a liberdade polí-
dência de desvalorização dos salários rurais, verdadeiros
tica e sindical (Doc. B);
salários de fome, fixando salários mínimos” (Doc. B);
– ao socialismo: porque contesta a luta de classes e de-
– direito a férias pagas (Doc. A);
fende a preservação da “propriedade particular” (Doc. C).
– melhoria da situação dos agricultores através de novos
2. Evidências:
contratos de arrenda­mento e da coletivização de terras:
“Para a reforma da propriedade da terra, aprovarão uma – discursos e paradas militares em cenários históricos e
nova Lei de Arrendamentos. Estimularão as formas de coo- monumentais, como o Coliseu de Roma (imagem);
peração e fomentarão as explorações coletivas” (Doc. B); – enaltecimento de períodos históricos gloriosos (“Por-
– realização de obras públicas como motor do desenvol- que se se tira aos ingleses o smoking, encontrar-se-ão os
vimento económico e combate ao desemprego: “Os re- bárbaros primitivos que foram dominados pelas legiões
publicanos consideram as obras públicas […] um grande fortes de César e de Cláudio”; “a verdade é que nós
meio para investir em setores da economia voltados para somos o povo que tem nas suas veias a maior parte do
a produção de riqueza e fonte de progresso” (Doc. B); sangue dos antigos romanos”).

– amnistia de presos políticos espanhóis: “os partidos co-


ligados comprometem-se a conceder uma ampla amnis- Págs. 136 e 137
tia dos delitos político-sociais cometidos depois de no- DOC. 10
vembro de 1933”; “Para devolver às suas famílias os
1. Estratégias:
30 000 presos” (Doc. B).
– atenção a detalhes, como o vestuário (“A correção de
Mussolini, no vestuário, vê-se que foi conseguida, estu-
dada, artigo por artigo, como um decreto.” – Doc. A);
Módulo 7 Unidade 3 (3.3.) – aproveitamento do poder da imagem, através do re-
curso à fotografia (Doc. A1);
Págs. 132 e 133 – encenação dos discursos (Doc. A2);

DOC. 8
– representações artísticas idealizadas do líder (pintura
do Doc. B);
1. Aspetos:
– redação de obras panfletárias (exemplo: Mein Kampf –
– demonstrações de força dos setores mais conservado- Doc. B);
res das sociedades europeias, defensores de soluções
– promoção do culto da personalidade (“Cultivar a perso-
autoritárias: Marcha sobre Roma (Doc. A) OU putsch de
nalidade […] é a condição essencial para a reconquista
Munique (Doc. B);
das grandezas e do poder da nossa raça” – Doc. B).

20
Pág. 138 Págs. 142 e 143
DOC. 11 DOC. 13

1. Meios: 1. Aspetos:
– criação de organizações juvenis para rapazes e rapari- – recurso à propaganda para promover a crença na “su-
gas (Doc. A); perioridade” da raça ariana (Docs. A e B);
– recurso ao ensino como forma de inculcar nas crianças – aplicação de métodos pseudocientíficos no processo de
e nos jovens os princípios fascistas (Doc. B); seleção dos Alemães que se enquadravam nas característi-
– criação de associações de tempos livres de enquadra- cas definidas pelo regime nazi para a raça ariana (Doc. C);
mento dos trabalhadores (Doc. C). – segregação social OU eliminação das pessoas com de-
ficiência (Doc. D);
Págs. 140 e 141 – exclusão social e repressão dos homossexuais (Doc. E);

DOC. 12
– eliminação de minorias étnicas, como os Roma e os
Sinti OU “ciganos” (Doc. F);
1. Evidências:
– perseguições aos Judeus: “se os Judeus […] me inju-
– perseguição e eliminação de opositores políticos: “as riassem, isso era a minha maior honra” (Doc. G).
suas tropas de assalto […] abatiam quase todos os dias
um ou dois adversários políticos” (Doc. A);
Págs. 144 e 145
– recurso à propaganda como forma de incutir a violência
contra determinadas minorias: “Os Alemães foram escla- DOC. 14

recidos, através de panfletos, cartazes e concentrações, 1. Manifestações:


de que fora um erro terem considerado os Judeus como – propagação de ideias antissemitas através de obras
seres humanos.” (Doc. A); panfletárias (Doc. A);
– criação de milícias armadas, como as SA, na Alemanha – boicote às atividades económicas dos Judeus (Doc. B);
(Doc. A), e a Milícia Voluntária para a Segurança Nacional,
– proibição, imposta pelas Leis de Nuremberga (Doc. C), de
em Itália (Doc. B);
qualquer tipo de relacionamento entre arianos e Judeus;
– aparelho policial repressivo OU criação de polícias polí-
– privação da nacionalidade pelas Leis de Nuremberga
ticas (como a Gestapo, na Alemanha – Doc. A2) para garan-
(Doc. C);
tir o totalitarismo de Estado através do controlo da popu-
lação pela vigilância social OU pela denúncia OU pela – concentração forçada dos Judeus em guetos, como o
violência: “um decreto de Hindenburg […] conferia à polí- de Lodz, na Polónia (Doc. E);
cia plenos direitos para efetuar buscas domiciliárias, con- – generalização dos atos de violência (Doc. E);
fiscar e prender.” (Doc. A); – uso obrigatório e vexatório da estrela de David (Doc. E);
– criação de campos de concentração: “As brigadas de – deportação dos judeus para os campos de concentra-
intervenção já andavam por todo o lado a arrancar as víti- ção e extermínio, como o de Auschwitz (Doc. E).
mas da cama, a primeira grande remessa com destino
aos primeiros campos de concentração” (Doc. A); Págs. 146 e 147
– enaltecimento da força e da virilidade como qualidades
DOC. 15
indispensáveis do estereótipo de homem fascista: “O fas-
cismo aspira a que o homem seja ativo e comprometido 1. Medidas:
na ação, com todas as suas forças: pretende-o cons- – segregação dos Judeus em guetos, como o de Varsó-
ciente, de modo viril, das dificuldades que tal acarreta, e via, na Polónia (Doc. A);
pronto a afrontá-las” (Doc. B); – política de deportação (Docs. A e C) dos Judeus para
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– defesa do militarismo e do belicismo: “o fascismo […] campos de concentração, onde eram sujeitos a trabalhos
recusa o pacifismo”; “Apenas a guerra […] imprime um forçados (“As outras foram selecionadas e utilizadas no
cunho de nobreza aos povos que têm a coragem de a trabalho forçado das indústrias dependentes do campo”
enfrentar” (Doc. B). – Doc. B) OU ao extermínio em massa (“dois milhões e qui-
nhentas mil vítimas foram exterminadas pelo gás e depois
cremadas” – Doc. B);

21
– deportação para campos de concentração de minorias 20

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DOC.

étnicas (“No total foram deportados de Westerbork […]


1. Consequências:
250 ciganos holandeses para os campos de concentra-
– expropriação dos kulaks (“Os kulaks foram expropria-
ção […]” – Doc. C).
dos” – Doc. A), passando as suas terras e instrumentos
DOC. 16 para os kolkhozes (“os meios de produção dos kulaks
1. O Yad Vashem, em Jerusalém, foi fundado em 1953, passavam agora […] para os camponeses integrados nos
sendo um Centro Mundial para a Memória do Holocausto. kolkhoses” – Doc. A) OU quintas coletivas (Doc. B);
Em 1963, este organismo lançou um projeto mundial de – propagação da fome a várias regiões da URSS, nomea-
atribuição do título de “Justos entre as Nações” a todos damente na Ucrânia (Doc. C).
aqueles que ajudaram os Judeus no período mais trágico
da sua história, escondendo-os em suas casas, providen- Págs. 152 e 153
ciando-lhes falsas identidades ou colaborando nas suas
DOC. 21
fugas de guetos e prisões. Aristides de Sousa Mendes
recebeu este título postumamente, em 1966, devido aos 1. Condições:
milhares de vidas salvas pelos vistos que emitiu no de- – recursos naturais no território da URSS que pudessem ser
sempenho do cargo diplomático de cônsul em Bordéus. utilizados como matérias-primas e fontes de energia nas in-
dústrias (“São precisas […] riquezas naturais suficientes no
Pág. 148 país”: minério de ferro, carvão, petróleo, trigo, algodão”);

DOC. 17
– poder político forte focado nas necessidades do povo
russo (“É preciso que exista um poder que tenha o desejo
1. Medidas: e a força de aproveitar estes imensos recursos naturais
– lançamento de iniciativas que visavam a autossuficiên- em proveito do povo”);
cia de produtos alimentares, como os cereais (“batalha – apoio do proletariado às políticas implementadas pelo
do trigo” – Doc. A); Estado soviético (“É preciso ainda que este poder usufrua
– aposta numa política colonial que visava a exploração do apoio de milhões de operários e de camponeses”);
de matérias-primas dos territórios sob domínio italiano – regime imune aos problemas do capitalismo (“É preciso
(caso da Etiópia – Doc. B). ainda que exista um regime isento das doenças incurá-
DOC. 18 veis do capitalismo”);

1. As indústrias do armamento e automóvel. – investimento no desenvolvimento técnico da indústria


soviética (“É tempo de nos virarmos para a técnica. […] O
essencial é termos um desejo […] de nos tornarmos se-
nhores da técnica, senhores da ciência da produção”).
2. Grande Depressão.
Módulo 7 Unidade 3 (3.4.)
DOC. 22

Págs. 150 e 151 1. Evidências:


DOC. 19 – demonstrações públicas de “fidelidade” ao líder
(“Aplausos frenéticos transformados em ovação”);
1. Receios:
– recurso à propaganda como forma de instituição e prá-
– abuso do poder por parte de Estaline (“O camarada Es-
tica do culto da personalidade (cartaz).
taline […] concentrou nas suas mãos um poder ilimitado”);
– tendência para a burocracia por parte de Trotsky (“Ele […]
Págs. 154 e 155
peca por um excesso de segurança e por uma dedicação
exagerada ao lado puramente administrativo das coisas”); DOC. 23
– divisionismo no Partido Comunista provocado pelos 1. Carácter totalitário do regime estalinista:
dois líderes (“Estas duas qualidades dos dois chefes […]
– culto da personalidade de Estaline (Docs. A e B);
serão capazes de provocar a divisão e […] a cisão pode
– enquadramento das massas, através de organizações
acontecer quando menos se espera”).
juvenis (Doc. A);

22
– instauração de processos políticos contra membros do exceção […] poderia envolver um absolutismo pior do que
próprio Partido Comunista (Docs. B, C e D); aquele que antecedera os regimes liberais”; “Tal Estado
– repressão política e ideológica sobre os opositores: po- seria […] incompatível por natureza com o génio da nossa
lícia política (NKVD) e deportações OU criação de um sis- civilização cristã”), no Doc. D – perspetiva de Bernardino
tema concentracionário, o Gulag (Doc. E). Machado – o Estado Novo é conotado com os regimes
totalitários da época, estabelecendo-se também uma
comparação com o período do absolutismo régio (“É o
regresso ao passado absolutista”; “Aí surgiram já os nazis
abraçados a Salazar”);
Módulo 7 Unidade 4 (4.1.)
– [plebiscito à Constituição] enquanto no Doc. C se salienta
que a aprovação da Constituição de 1933 resultou de uma
Págs. 160 e 161
consulta popular (“Constituição aprovada pelo plebiscito
DOC. 1 popular”), no Doc. D considera-se que as condições de reali-
1. Aspetos: zação do plebiscito não permitiram uma livre opinião sobre
a Constituição (“a ditadura convocou a nação a um plebis-
– a inclusão, na primeira página deste semanário, da se-
cito para a votação de nova Constituição, tendo extorquido
guinte observação: “Este número foi visado pela Comis-
aos eleitores o direito de discutirem e arrancando-lhes […] a
são de Censura”;
liberdade de voto”; “Todos têm de a aprovar, inclusiva-
– a repetição da palavra “direita”, numa alusão à orienta-
mente os que não votarem”; “Trama-se […] perpetuar com o
ção política do regime instituído em 28 de maio de 1926.
simulacro de plebiscito o arbítrio ditatorial”);
DOC. 2 – [posição face à ditadura] enquanto no Doc. C, não obs-
1. “[…] por ocasião do 2.º aniversário do 28 de Maio […].” tante o reconhecimento da existência de aspetos seme-
2. Como ministro das Finanças, o principal objetivo de Sala- lhantes “com outros regimes”, se argumenta que a Consti-
zar passava pelo equilíbrio orçamental (“nós subordinamos tuição de 1933 é a garantia da originalidade do Estado
tudo, neste momento, à necessidade do equilíbrio das con- Novo relativamente aos regimes totalitários (“A Constituição
tas públicas”), através de “aumentos de receitas e reduções […] repele […] tudo o que direta ou indiretamente proviesse
de despesas”. desse sistema totalitário”), no Doc. D o Estado Novo é des-
crito como um regime ditatorial e antidemocrático que não
respeita os direitos individuais (“a ditadura usurpou o
Págs. 162 e 163
poder”; “perseguição inquisitorial […] contra a nossa demo-
DOC. 3 cracia”; “a força contra o direito. Não há lei nem justiça”).
1. “O homem que hoje chefia o Governo é o mesmo que,
tendo há quatro anos nesta sala pedido à Nação um Págs. 164 e 165
pouco de confiança, a recebeu dela tão completa que foi DOC. 5
possível […] lançar as bases da reconstrução financeira e
económica de Portugal.” 1. Evidências:
– defesa de valores morais ancorados no respeito pela
DOC. 4
trilogia “Deus, Pátria e Família” (Doc. A);
1. Constituição de 1933, Ato Colonial, Estatuto do Traba- – exaltação e comemoração do passado histórico nacional:
lho Nacional e “programa” [Bases Orgânicas] da União “Nós somos filhos e agentes duma civilização milenária que
Nacional. tem vindo a elevar e converter os povos a uma conceção
2. Comparação: superior da própria vida”; “nesta romagem, para exaltação
– [totalitarismo do regime] enquanto no Doc. C – perspe- do sentimento da independência nacional” (Doc. A);
tiva de Salazar – se defende que o Estado Novo não se – subalternização do papel da mulher na sociedade, rele-
identifica com os regimes totalitários no controlo exercido gada para o trabalho doméstico: “Deixemos, portanto, o
sobre toda a vida social e individual, argumentando que homem a lidar com a vida no exterior, na rua. E a mulher a
essa posição seria pior do que a adotada pelos regimes defendê-la, a trazê-la nos seus braços, no interior da
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absolutistas do Antigo Regime e resultaria num afasta- casa” (Doc. B);


mento dos ideais cristãos (“É preciso afastar de nós o im- – importância atribuída à religião católica (imagem do Doc. A
pulso tendente à formação do que poderia chamar-se o e Doc. C).
Estado totalitário”; “O Estado que subordinasse tudo sem
23
Módulo 7 Unidade 4 (4.2.) – reforço do poder executivo na Constituição de 1933,

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com a atribuição de vastas competências ao Governo e,
mais especificamente, ao Presidente do Conselho (Doc. B);
Págs. 166 e 167
– centralização do poder nas figuras do Presidente da
6
República (Carmona) e do Presidente do Conselho (Sala-
DOC.

1. A fundação da nacionalidade na Idade Média (Doc. A2) e a zar), resultando num verdadeiro “presidencialismo bicé-
expansão marítima (“para onde se desenvolveu a sua força falo” (Doc. C);
de expansão, descobrindo novos territórios” – Doc. B). – subalternização do poder legislativo ao executivo, bem
patente na falta de escrutínio do Governo pelos deputa-
Págs. 168 e 169 dos da Assembleia Nacional (Doc. D).

DOC. 7
Págs. 170 e 171
1. Críticas:
DOC. 8
– instabilidade económico-financeira crónica resultante
da debilidade dos sectores produtivos e do desequilíbrio 1.
das finanças públicas: “uma das maiores desorganiza- – organismos que compunham a Nação portuguesa: fa-
ções que em Portugal se devem ter verificado na econo- mílias; juntas de freguesia; câmaras municipais; corpora-
mia, nas finanças”; ções OU corporações económicas, morais e culturais;
– instabilidade política OU lutas político-partidárias: “divi- – “corpo supremo do Estado”: Câmara Corporativa;
sões e ódios dos homens e [...] interesses particulares – documentos que instituíram a organização corporativa
dos grupos”; “Divisões intestinas, […] desordem constitu- do Estado Novo: Constituição de 1933 e Estatuto do Tra-
cional”; balho Nacional.
– carácter parlamentar do regime republicano OU supre-
DOC. 9
macia do poder legislativo sobre o poder executivo: “o
enfraquecimento [do Estado] é a característica geral dos 1.
regimes políticos dominados [...] pelo espírito partidário e – ideologia perfilhada pela União Nacional: nacionalismo;
pelos excessos e desordens do parlamentarismo”; – as ideologias condenadas: o socialismo e o liberalismo.
– incapacidade governativa OU défice de autoridade do
Estado devido à sujeição do poder executivo ao legisla- Pág. 172
tivo, resultando na queda de sucessivos governos e pre-
10
sidentes: “uma época de [...] fraqueza do Estado”; “o en- DOC.

fraquecimento [do Estado] é a característica geral dos 1. À semelhança de outros regimes autoritários, o Estado
regimes políticos dominados pelo liberalismo individua- Novo procedeu a um enquadramento das massas através
lista ou socialista”; do ensino e de organizações destinadas a diferentes fai-
– desordem pública e clima de agitação político-social xas etárias, difundindo, entre outros, os seguintes ideais:
permanente, com frequentes episódios de violência polí- – nacionalismo – na exaltação do passado histórico, no-
tica OU golpes militares: “as arremetidas da desordem”; meadamente nos símbolos da Mocidade Portuguesa
“divisões intestinas”; “sucessivas revoluções”; (bandeira de D. João I – Doc. A);
– incapacidade de o regime republicano corresponder, – conservadorismo – na defesa da trilogia “Deus, Pátria,
nas suas realizações, às expectativas criadas, minando a Família”, através de organizações milicianas, como a Le-
confiança dos cidadãos nas instituições: “fizeram perder gião Portuguesa (“afirma solenemente o seu respeito
a fé no Estado”; “o País caiu na «apagada e vil tristeza» do pelo património espiritual da nação: a fé, a família, a moral
poeta e parecia ter desistido de viver um grande pensa- cristã” – Doc. B) e do ensino (Doc. C);
mento de renovação interior”. – corporativismo – na tentativa de ir além da criação de
2. Evidências: corporações económicas (“O legionário professa os prin-
– adoção de uma posição antiparlamentar por Salazar, cípios da renovação económica e social do Estado Cor-
ainda como ministro das Finanças: “O Poder Executivo […] porativo” – Doc. B; “A organização corporativa da Nação
sem dependência de quaisquer indicações parlamenta- não deve limitar os seus objetivos ao campo das preocu-
res” (Doc. A); pações de ordem meramente material.” – Doc. D);

24
– anticomunismo – na tentativa de conter a ameaça bol- receitas”), Afonso Costa critica a política financeira do Es-
chevique, através de organizações como a Legião Portu- tado Novo e a obsessão de Salazar relativamente aos im-
guesa (“O legionário repudia e combate em todos os postos (“O erro dele foi querer equilibrar o Orçamento só
campos as doutrinas subversivas, nomeadamente o co- criando receitas e sobrecarregando com novos impostos
munismo” – Doc. B). um país empobrecido”);
– [obra financeira do Estado Novo] enquanto Salazar de-
Págs. 174 e 175 fende a estabilidade da sua obra financeira, iniciada no
período da ditadura militar (“tudo o que se fez em meia
DOC. 11
dúzia de anos”), Afonso Costa considera que as opções
1. Carácter repressivo e violento do Estado Novo: de Salazar no domínio financeiro agravam ainda mais a
– imposição da censura prévia OU controlo da imprensa (“o difícil situação do país (“A obra […] feita pelo atual titular
jornal é o alimento espiritual do povo e deve ser fiscalizado das Finanças, Oliveira Salazar, foi exatamente o contrário
como todos os alimentos”), proibindo-se a difusão de infor- do que ele próprio prometera. […] E cada vez será pior.”).
mações consideradas “inconvenientes” pelo regime (Doc. A);
– criação de uma polícia política OU da Polícia de Vigilân- Págs. 178 e 179
cia e Defesa do Estado (PVDE), responsável pela identifica-
DOC. 13
ção e repressão dos focos de oposição ao regime (Doc. B);
– supressão dos direitos individuais, nomeadamente dos 1. Medidas:
presos políticos (Doc. C); – construção de barragens, de modo a obter a água es-
– abertura de prisões políticas, como a de Caxias (Doc. C), sencial para a irrigação dos solos, “água no geral precá-
e do campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde ria, ao mesmo tempo desperdiçada e insuficiente e irre-
(Doc. D), onde os opositores eram sujeitos a maus-tratos. mediavelmente cara” (Doc. A);
– fomento das atividades do setor primário OU da agri-
cultura através da promoção de campanhas como a da
fruta (Doc. B) OU a do trigo (Doc. C);

Módulo 7 Unidade 4 (4.3.) – incentivo à produção através da propaganda às dife-


rentes campanhas em cartazes (Doc. B) e na imprensa
(“Confia-se que a ação patriótica da imprensa se compro-
Pág. 176
vará mais uma vez como condição essencial para o bom
DOC. 12 êxito da Campanha do Trigo” – Doc. C);
1. Comparação: – envolvimento dos “fabricantes de maquinaria agrícola” e
– [obra financeira da Primeira República] enquanto no dos “fabricantes de adubos” na Campanha do Trigo (Doc. C);
Doc. A Salazar acusa os governos da Primeira República – atribuição de prémios de cultura (“prémios estabeleci-
de terem delapidado as poupanças do país (“nós vimos dos por lei para as searas aprovadas para semente” –
da época doirada em que, por uma interessante ilusão de Doc. C) e produção (“serão instituídos três prémios nacio-
contabilidade, nos achámos a gastar não os rendimentos, nais e trinta prémios distritais para o lavrador que obtiver
mas os capitais acumulados pela Nação”), no Doc. B o mais elevado rendimento por hectare de terra” – Doc. C).
Afonso Costa afirma que, enquanto Ministro das Finanças 2. O cartão-postal, com um forte pendor nacionalista, apela
durante a Primeira República, conseguiu equilibrar as ao aumento da produção de trigo (“Promover o aumento da
contas do Estado (“Quando eu estive dirigindo as finan- produção agrícola”), numa lógica de autossuficiência deste
ças, consegui o «equilíbrio que salva» e com um «supera- cereal (“até às necessidades do consumo”) e consequente
vit» real”); redução da dependência externa (“evitando assim a saída
– [impostos] enquanto Salazar defende que a cobrança de para o estrangeiro de importantes caudais de ouro”). A
impostos é uma forma de manter as contas equilibradas e frase inscrita no cartão-postal reforça esta visão autárcica
que uma descida dos mesmos só poderia ocorrer quando de que a autossuficiência de trigo era a melhor garantia da
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houvesse um aumento das receitas, situação ideal que o independência alimentar face ao estrangeiro.
país ainda não havia alcançado (“O Estado só poderá liber-
tar os contribuintes desses impostos quando as suas des-
pesas previstas forem satisfeitas, integralmente, pelas suas

25
Págs. 180 e 181 – os empresários teriam de obedecer aos ditames do Es-

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tado Novo – “pretendem apenas habilitar as iniciativas
DOC. 14
privadas a fazer tudo o que é do seu direito e dever e
1. Obras públicas: avançar até onde aquelas condições lhes permitem ir”.
– estradas (“a estrada” – Doc. A), como a estrada marginal
DOC. 16
Lisboa-Cascais (Docs. B3 e C);
– pontes (“a ponte” – Doc. A), como a Ponte da Arrábida 1. O princípio da luta de classes.
(Doc. B1) e a Ponte Salazar, atual Ponte 25 de Abril (Doc. B2); 2. Funções:
– escolas (“a escola” – Doc. A); – representação dos trabalhadores (sindicatos nacionais)
– restauro de monumentos nacionais (Docs. A e C); e dos patrões (grémios): “Os sindicatos nacionais de em-
pregados e operários e os grémios formados pelas enti-
– portos (“as obras de Leixões para a cidade do Porto” –
dades patronais”; “representam legalmente toda a cate-
Doc. A);
goria de patrões, empregados ou assalariados”;
– aeroportos (“os magníficos trabalhos do Aeroporto de
– defesa dos seus “interesses perante o Estado e outros
Lisboa” – Doc. C);
organismos corporativos”;
– Estádio Nacional (“o sonho-realidade de um grandioso
– negociação de “contratos coletivos de trabalho”.
Estádio Nacional” – Doc. C);
3. A mensagem do cartaz é um apelo do regime para que
– melhoria da rede telegráfica e telefónica (“a linha tele-
os trabalhadores não se deixem influenciar pelos ideais
gráfica ou telefónica” – Doc. A).
comunistas OU marxistas.
2. A expressão significa que as obras públicas promovi-
das pelo Estado Novo foram mais uma forma de propa-
Págs. 184 e 185
ganda do regime, que assim se vangloriava: de promover
o prestígio do país a nível nacional e internacional (“pres- DOC. 17
tígio que conquistou perante nacionais e aos olhos do 1.
Mundo inteiro”); de estimular a economia nacional (“mais
Justificação para a posse do Império Colonial:
rico na ordem material, pela própria riqueza que é o so-
matório das variadíssimas construções executadas em – o desempenho de uma missão histórica, que advinha
todo o Império”); de diminuir o desemprego, contribuindo da posse do Império Colonial há cinco séculos: “É da es-
para a melhoria das condições de vida de muitas famílias sência orgânica da Nação Portuguesa desempenhar a
(“aproveitamento de muitos milhares de braços e salário função histórica de possuir e colonizar domínios ultrama-
para o sustento de inúmeras famílias”); de levar a cabo rinos” (Doc. A); “facto histórico da colonização através de
uma política de obras públicas que a Primeira República cinco séculos” (Doc. C);
descurara (“Nada disto havia antes de 1926” – cartaz). – o dever “de civilizar as populações indígenas” (Doc. A)
que habitavam esse Império;

Pág. 182 – o dever de exercer influência moral e religiosa no Impé-


rio: “exercendo também a influência moral que lhe é ads-
DOC. 15
trita pelo Padroado do Oriente” (Doc. A);
1. Segundo Salazar, para promover a industrialização do – a inalienabilidade dos territórios ultramarinos OU das
país, competia ao Estado: assegurar a ordem pública; va- colónias, que faziam parte integrante do território nacio-
lorizar a moeda; facilitar o crédito; desenvolver os meios nal: “É na verdade com o mesmo critério de nação, agre-
de comunicação; negociar pautas alfandegárias que pro- gado social diferenciado, independente, soberano, […]
tegessem a indústria nacional através de maiores taxas sem distinções de situação geográfica, que nós conside-
sobre as importações, por exemplo; negociar bons trata- ramos, administramos, dirigimos as colónias portugue-
dos de comércio para o país; controlar os trabalhadores, sas.”; “Somos uma unidade jurídica e política”; “perante
evitando as greves. os outros países somos simplesmente a unidade, um só e
2. o mesmo em toda a parte” (Doc. B);
– a indústria não constituiria a prioridade do Estado Novo – – o acesso a matérias-primas e o desenvolvimento do co-
“Não fez o governo tudo nem é meu propósito que alguma mércio e da indústria: “desejamos caminhar para uma uni-
vez neste domí­nio da indústria seja tal a sua situação”; dade económica […] pelo desenvolvimento da produção
e intensa permuta das matérias-primas, dos géneros

26
alimentícios e dos produtos manufaturados entre umas e externamente, o momento nacional evocador que Portugal,
outras partes deste todo” (Doc. B); “A maioria dos portu- no meio dos destroços atuais da Europa, está vivendo”).
gueses não tem a menor ideia sobre a realidade da sua
grandeza […] sob o ponto de vista material” (Doc. C). Págs. 188 e 189
Ideias/Sentimentos que se procuravam incutir:
Dossiê
– ideia de que Portugal era um país grande, uma vez que o
seu território não se confinava ao continente europeu: capa Propaganda na Era dos Extremos

da revista Portugal Colonial (Doc. B); “Tal como o Minho ou a 1. Rádio, cinema, fotografia, cartazes e manuais escolares.
Beira é, sob a autoridade única do Estado, Angola ou Mo- 2. Princípios:
çambique ou a Índia” (Doc. B); “facto contemporâneo de con- – culto ao chefe: o Führer, na Alemanha nazi (Docs. B1 e D),
servarmos ainda um grande Império” (Doc. C); e o Duce, na Itália fascista (Doc. C1);
– respeito pelo papel desempenhado por Salazar na ma- – enquadramento das massas: “A radiodifusão é o meio
nutenção do Império Colonial: “por singular coincidência mais moderno e eficaz para influir nas massas” (Doc. B);
dos acontecimentos cabe àquele que há três anos fez pu- – nacionalismo: “uma política da Nação, para bem da
blicar o Ato Colonial, dirigir hoje, como chefe do Governo, Nação e com os olhos postos na Nação”; “objetivo supe-
as melhores saudações ao Ministro das Colónias e aos rior da nossa política nacionalista” (Doc. B);
Governadores dos nossos domínios do ultramar” (Doc. B);
– racismo nazi (Doc. C2).
“O facto dá-se quando outro homem vinha realizar no
país inteiro a mais extraordinária obra de reconstrução 3. Antissemitismo.
nacional dos últimos cem anos” (Doc. C); 4. Princípios:
– visão nacionalista do direito histórico de Portugal possuir – anticomunismo: “O comunismo […] tende à subversão
um Império Colonial e de civilizar as suas populações: “É da de tudo e na sua fúria destruidora não distingue o erro e
essência orgânica da Nação Portuguesa desempenhar a a verdade, o bem e o mal, a justiça e a injustiça”;
função histórica de possuir e colonizar domínios ultramari- – conservadorismo: “não reconhecemos liberdade con-
nos e de civilizar as populações indígenas que neles se tra a Nação, contra o bem comum, contra a família, contra
compreendam” (Doc. A); “facto histórico da colonização atra- a moral”; “profundo amor à sua Pátria”;
vés de cinco séculos” (Doc. C). – nacionalismo: “como o dos que a fizeram e pelos sécu-
los fora a engrandeceram”.
5. Tópicos de resposta:
– recurso aos principais meios de comunicação da pri-
Módulo 7 Unidade 4 (4.4.) meira metade do século XX: rádio (Doc. B), cinema (Doc. C),
fotografia (Doc. D) e imprensa (Doc. E);
Pág. 186 – enquadramento das massas, começando logo pelas
DOC. 18 crianças e jovens nas escolas: “Reflito no método comu-
nista: apoderar-se das crianças desde a creche, acompa-
1. A expressão “política do espírito” refere-se ao conjunto
nhá-las no jardim de infância, depois na escola […]. Tê-las
de iniciativas culturais destinadas a desenvolver a menta-
sempre na mão através de uma propaganda incessante!”
lidade dos portugueses, a incutir-lhes os ideais do Estado
(Doc. A); “Queremos […] que a família e a escola imprimam
Novo e a propagandear o regime.
nas almas em formação […] aqueles altos e nobres senti-
2. Princípios: mentos que distinguem a nossa civilização” (Doc. F);
– nacionalismo, ao explorar a singularidade e a grandeza – difusão dos princípios veiculados pelos regimes totalitá-
da História de Portugal, insistindo-se na sua longa duração rios e autoritários, tais como: culto ao chefe (Docs. B, C e D);
como nação independente (“Unidade Nacional de Oito Sé- nacionalismo (“objetivo superior da nossa política nacio-
culos”) e na sua obra pioneira na expansão marítima (ima- nalista” – Doc. B); racismo (Doc. C2); antissemitismo (Doc. E);
gem da construção do Padrão dos Descobrimentos); anticomunismo (“O comunismo […] tende à subversão de
– culto ao chefe, considerando Salazar, o Presidente do
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tudo e na sua fúria destruidora não distingue o erro e a


Conselho, o principal responsável pelo evento (“V. Ex.ª não verdade, o bem e o mal, a justiça e a injustiça” – Doc. F);
foi apenas o inspirador, o orientador e o criador espiritual conservadorismo: (“não reconhecemos liberdade contra
desta obra […] mas que foi e é mais do que isso: o espírito, o a Nação, contra o bem comum, contra a família, contra a
prestígio, a ação que tornaram possível, interna e moral”; “profundo amor à sua Pátria” – Doc. F).

27
MÓDULO 7 Unidade 5 (5.1.) – evitar a propagação da guerra civil espanhola ao terri-

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tório português (“a Legião Portuguesa manifestou e acen-
tuou a firme vontade de não permitir nunca, na sua terra,
Págs. 194 e 195
igual tragédia e igual batalha”).
DOC. 1

1. Frente Popular. Pág. 198


2. Enquadramento das massas. DOC. 5
3. “Houve obstáculos, a deserção da frota foi um golpe […].”
1. Evidências:
DOC. 2 – perseguição aos opositores políticos (“A Vitória seria
1. Argumentos: em vão […] se déssemos liberdade de ação aos eternos
– possibilidade de o conflito alastrar ao restante conti- dissidentes”);
nente europeu (“o risco de envolver a Europa numa – defesa de um regime antiliberal (“A Vitória seria em vão
guerra”); […] se déssemos liberdade de ação […] aos defensores de
– agravamento da situação em Espanha, com sérias conse- uma economia liberal que facilitava a exploração dos fra-
quências para os civis (“prolongar os horrores dessa guerra cos pelos mais fortes.”);
e aumentar os sofrimentos do infeliz povo espanhol”). – oposição ao comunismo (“o espírito judaico que permi-
2. Espanha. tia a aliança do grande capital com o marxismo”);
– antissemitismo, responsabilizando os Judeus pelos pro-
blemas da Espanha (“o espírito judaico que permitia a
Págs. 196 e 197
aliança do grande capital com o marxismo […] não se ex-
DOC. 3 tirpa num dia”).
1. Evidências:
– envolvimento da URSS, ao lado dos republicanos (Doc. 3B), Págs. 199 a 201
através do envio de soldados e armamento (Doc. 3A);
– integração de voluntários de várias nacionalidades nas
Dossiê
forças republicanas, as chamadas Brigadas Internacio- A guerra civil espanhola na literatura e na arte
nais (Doc. 3C), com quartel-general em Albacete (Doc. 3A); 1. Aspetos:
– apoio dos regimes fascistas alemão e italiano às forças – expansão do fascismo na Europa dos anos 30 (“Havia
nacionalistas (Doc. 3D), através do envio de soldados e ar- anos que os chamados países democráticos cediam pe-
mamento OU do bombardeamento de cidades espanho- rante o fascismo, em tudo.”);
las (Doc. 3A). – imperialismo japonês (“Tinha-se permitido que os Japo-
DOC. 4 neses fizessem o que lhes apetecera na Manchúria.”);
– instituição de um regime totalitário na Alemanha (“Hitler
1. Consequências:
ascendera ao poder e tratara de chacinar adversários po-
– prolongamento da guerra civil espanhola (“Esta luta de
líticos, de todas as cores.”);
potências dentro da Espanha está […] prolongando a
– colonialismo italiano (“Mussolini bombardeara os Abexins”).
Guerra Civil”);
2. Forças em confronto:
– corrida ao armamento pelas grandes potências euro-
peias, nomeadamente Alemanha, Itália, França e Inglaterra – republicanos (“por causa das ideias políticas de meu
(“Esta luta de potências dentro da Espanha está […] promo- pai, que era republicano”);
vendo uma corrida de armamentos cada vez mais intensa.”). – nacionalistas (“E eles fuzilaram-na juntamente com meu
2. Argumentos: pai” OU “Eu contava que eles também me matassem”).

– combater o avanço do comunismo na Europa Ocidental 3. Os regimes totalitários italiano e alemão apoiaram as
(“Foi como que um erguer de lanças, neste baluarte do forças nacionalistas lideradas por Franco, enviando para
Extremo‑Ocidente, ante os perigos da investida vermelha Espanha soldados e armamento. A face mais visível da
no país vizinho” OU “Representou uma espécie de nobre sua participação no conflito foi o bombardeamento de vá-
e ardente cruzada, aposta à ofensiva das hordas do mar- rias cidades espanholas, atingindo alvos civis, realidade
xismo internacional”); que pintores como Picasso (Doc. C) e Horacio Ferrer (Doc. D)
imortalizaram nas suas telas. Estaline também acabou por

28
permitir o envolvimento da URSS no conflito ao lado dos – produção de armamento (“As fábricas de munições ale-
republicanos, nomeadamente com o envio de soldados e mãs trabalhavam a todo o vapor.”).
aviões (Doc. D). 2. Estratégia de Hitler:
4. Semelhanças: – política de alianças com as ditaduras fascistas (“Entendeu-
– as duas telas integraram o pavilhão espanhol da Expo- -se com Mussolini e constituiu o Eixo Berlim-Roma.” – Doc. B);
sição Universal de Paris de 1937; – exploração da política de apaziguamento das democra-
– a representação de bombardeamentos de cidades es- cias europeias (“[…] a política agressiva e de infração con-
panholas: Guernica (Doc. C) e Madrid (Doc. D); duzida por Hitler baseou-se […] na desunião e timidez da
– o sofrimento patente nas expressões faciais das mulheres; França e da Grã-Bretanha” – Doc. B), bem patente nas ce-
– as crianças como principais vítimas do conflito; dências da Inglaterra e da França à Alemanha previstas
no Acordo de Munique (Doc. C);
– o olhar de algumas figuras em direção ao céu, suben-
tendendo-se os bombardeamentos. – aproveitamento da posição isolacionista dos Estados
Unidos (“isolamento dos Estados Unidos” – Doc. B);
5. Início da guerra civil espanhola OU Golpe de Estado
em Espanha OU Golpe militar em Espanha – negociação de um pacto de não agressão com a URSS,
deixando o caminho aberto para a expansão alemã a
6. Consequências:
leste da Europa (Doc. D).
– prisão;
– fuzilamento;
Págs. 204 e 205
– exílio.
DOC. 7
7. Envolvimento estrangeiro na guerra civil espanhola:
– países democráticos – participação de voluntários ao 1. Evidências:
lado das forças republicanas, como foi o caso do escritor – mobilização de soldados africanos e asiáticos pelos
e jornalista inglês George Orwell (Doc. A); respetivos impérios coloniais (“Porque a França não está
– Estados fascistas – a Itália de Mussolini e a Alemanha sozinha! […] Tem um vasto Império atrás de si.” – Doc. A);
de Hitler apoiaram declaradamente os nacionalistas de – adesão de vários países do mundo às duas alianças
Franco, bombardeando várias cidades espanholas, como que se defrontaram no conflito: as Potências do Eixo e os
Guernica e Madrid (Docs. C e D); Aliados (Doc. C);
– URSS – Estaline, ainda que de forma calculista, autori- – batalhas em terra, no mar e no ar (Docs. B e C);
zou o apoio à causa republicana, através do envio de ar- – bombardeamentos indiscriminados de cidades, provo-
mamento e soldados (Doc. D). cando vítimas civis (Doc. B).
DOC. 8

1.

MÓDULO 7 Unidade 5 (5.2.) – Itália – em julho de 1943, os Aliados desembarcam na


Sicília, iniciando a libertação da Itália do regime fascista;
com o apoio alemão, Mussolini ainda se manteve no
Pág. 202
poder no norte do país, mas acabou por ser capturado
DOC. 6 por resistentes italianos, sendo fuzilado a 28 de abril de
1. Violações da Alemanha às cláusulas do Tratado de 1945 (Doc. A);
Versalhes: – Alemanha – em abril de 1945, o Exército Vermelho
– ocupação/anexação de territórios (a Renânia, em 1936 avançou sobre Berlim; durante dias, travaram-se sangren-
OU a Áustria, em 1938); tos combates nas ruínas da capital alemã (Doc. A); perante
a inevitabilidade da derrota nazi, Hitler suicidou-se no seu
– aumento do número de soldados nas fileiras do exér-
bunker, a 30 de abril; no dia 8 de maio, a Alemanha capi-
cito (“O Exército alemão, agora em plena base metódica
tulava, terminando a guerra na Europa;
de serviço militar obrigatório e reforçado por ardentes vo-
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luntários, crescia mês após mês”); – Japão – o conflito continuou no Pacífico, onde a resis-
tência japonesa levou o presidente americano Harry Tru-
– modernização da aviação militar (“A Força Aérea alemã
man a ordenar, em agosto de 1945, o lançamento de duas
manteve e melhorou continuamente a superioridade que
bombas atómicas sobre o Japão: a primeira atingiu
conseguira em relação à Grã-Bretanha.”);

29
Hiroxima, no dia 6, e a segunda Nagasáqui, no dia 9; o – a capital, Berlim, situada na zona soviética, foi dividida em

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imperador Hirohito capitulou no dia 2 de setembro de quatro setores de ocupação, sujeitos às mesmas potências;
1945 (Doc. B). – estabeleceu-se um Conselho Aliado, com a função de
coordenar a atuação das quatro potências ocupantes;
– promoveu-se a desmilitarização e desnazificação da
Alemanha.
MÓDULO 8 Unidade 1 (1.1.) DOC. 4

1. A URSS. Incorporou os países bálticos e uma vasta área


Pág. 10
da Polónia, entre outros ganhos territoriais.
DOC. 1

1. Alemanha, Itália e Japão. Pág. 14


2. A URSS: DOC. 5
– é um dos países signatários do Pacto das Nações Unidas; 1. Objetivos:
– assume uma posição destacada, como o comprova o – manter a paz (“Resolvidos a preservar as gerações vin-
primeiro plano em que se encontra a sua bandeira no car- douras do flagelo da guerra”);
taz, ombreando com a do Reino Unido (Doc. A); – defender os direitos humanos e a igualdade entre os
– participa, com os Estados Unidos e o Reino Unido, nas sexos (“[…] reafir­mar a fé nos direitos fundamentais do
conferências interaliadas (veja-se a Conferência de Tee- Homem […] na igualdade de direitos dos homens e das
rão, 1943) – Doc. B; mulheres”);
– assume preponderância na Europa de Leste (Doc. C). – fazer cumprir o Direito Internacional, assegurando a
igualdade entre as nações (“estabelecer condições sob
Pág. 11 as quais […] o respeito pelos tratados e outras fontes de
direito internacional possam ser mantidos”);
DOC. 2
– promover o progresso social e económico (“promover o
1. Orientações progresso social e melhores condições de vida;”).
– erradicação dos vestígios das ditaduras fascista e nazi; – promover relações amistosas e a cooperação entre os
– respeito pela vontade dos povos relativamente ao seu países ( Art. 1.º Ponto 2);
futuro político; – promover a “igualdade de direitos” entre os povos do
– ocupação da Alemanha pelas três potências participan- mundo e o princípio da autodeterminação.
tes na Confe­rência; 2. Sociedade das Nações (SDN).
– obrigatoriedade de pagamento de indemnizações de
guerra pela Alemanha. Pág. 15
2. A caricatura mostra Roosevelt, Estaline e Churchill, líde-
DOC. 6
res dos EUA, URSS e Reino Unido, respetivamente, a refa-
zer o mapa da Europa, com se de um puzzle se tratasse. 1. Refere-se aos atos praticados durante a Segunda
O poder adquirido com a vitória na Segunda Guerra Mun- Guerra Mundial, especialmente pelas tropas nazis e japo-
dial deu às três potências a possibilidade de redefinir nesas.
fronteiras e deli­mitar áreas de influência (Doc. C) nos paí- 2. O documento refere expressamente “o progresso so-
ses vencidos ou libertados das forças do Eixo. cial”, “melhores condições de vida”, bem como a promo-
ção do ensino e da educação.
Pág. 12 3. Nota: A nota biográfica pedida integra a rubrica “mu-
lheres notáveis” – separador 5 do Dossiê do Professor –
DOC. 3
e pode constituir um trampolim para um estudo mais
1. A Alemanha perdeu a soberania, que foi distribuída por aprofundado, na área da Cidadania.
EUA, Reino Unido, França e URSS;
– cada uma destas potências ficou encarregue de uma
zona específica do território alemão;

30
Pág. 16 Pág. 21
DOC. 7 DOC. 10

1. A Assembleia Geral. 1. Quer a Doutrina Truman, quer a Doutrina Jdanov consi-


2. Estados Unidos da América, União Soviética, Reino deram que o mundo se divide entre dois campos distintos
Unido, França e China. e opostos: o das sociedades capitalistas e o das socieda-
3. Diogo Freitas do Amaral. Presidiu à quinquagésima ses- des comunistas.
são da Assembleia Geral das Nações Unidas (1995-1996). – Os dois políticos consideram que um dos modelos
reúne virtudes funda­mentais, enquanto o outro enferma
de defeitos de base, que o tornam condenável.
Págs. 18 e 19
– As doutrinas divergem quanto à avaliação de cada um
DOC. 8
dos sistemas: o presidente dos Estados Unidos considera
1. Cortina de ferro – imagem usada por Churchill para ex- que o mundo socialista assenta na opressão, na falta de
primir o completo isolamento dos países do Leste euro- liberdades individuais, numa imprensa controlada, contra-
peu sob a influência de Moscovo. pondo-o aos governos representativos e às garantias in-
2. Os países da Europa de Leste, ocupados pelas forças dividuais das democracias ocidentais; o político russo ro-
nazis no decurso da Segunda Guerra Mundial, foram li- tula as democracias liberais de “imperialistas” e
bertados dessa ocupação pelo exército da URSS (Exér- “antidemocráticas”, acusando-as de pretenderem fomen-
cito Vermelho). tar uma nova guerra.
A situação de força militar permitiu à União Soviética refor- – Tanto Truman como Jdanov afirmam que o campo
çar a posição dos partidos comunistas desses mesmo paí- “mau”, a que se opõem, se pretende expandir e que com-
ses e promover a instauração de regimes socialistas. pete aos respetivos países a liderança da resistência a
Deste modo, esvaiu-se o acordado em Ialta sobre o res- essa expansão: os EUA encabeçam o mundo capitalista
peito a ter pela vontade dos povos no processo de re- enquanto a URSS dirige o mundo socialista.
construção da Europa.
3. “[…] tornaram-se todo-poderosos em Varsóvia, em Pág. 22
Praga, em Belgrado, em Bucareste, em Sófia”. DOC. 11

1. No seu discurso de março de 1947 (Doc. 10), Truman


Pág. 20 afirma que o auxílio dos Estados Unidos às nações amea-
DOC. 9 çadas pelo comunismo revestirá uma natureza essencial-
mente económica.
1. A manutenção do próprio regime democrático, amea-
çado pelo regime totalitário (soviético). Essa assistência é materializada no Plano Marshall, plano
de assistência financeira às economias europeias, des-
2. O das democracias liberais (identificado com os Esta-
truídas pela guerra.
dos Unidos e as democracias europeias) e o dos países
comunistas (identificado com o regime soviético). Uma vez que a miséria é sempre um campo propício à
difusão das ideias socialistas, o programa de recupera-
De acordo com Truman, as democracias liberais respei-
ção económica transforma-se numa forma eficaz de con-
tam os direitos do indivíduo, nomeadamente a liberdade
ter o avanço do comunismo
de expressão e de religião, e regem-se por um governo
livremente eleito e representativo da população. Inversa- 2. O plano de ajuda à Europa, enquanto plano de com-
mente, Truman imputa ao regime comunista a falta de li- bate à miséria, deveria ser estendido a todos os países,
berdades individuais, o controlo dos meios de comunica- inclusivamente à União Soviética. Caso contrário, coloca-
ção, eleições viciadas e a opressão do povo. ria em causa as boas intenções dos Estados Unidos. Ora,
a ajuda à União Soviética não obteria a aprovação do
3. A caricatura mostra o Tio Sam (representação dos EUA)
Congresso, o que inviabilizaria o projeto.
a levar ajuda financeira à Grécia e à Turquia, transpondo
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o oceano, de olhos vendados, sobre um estreito tronco


de árvore. Os olhos vendados e a iminência de queda no
abismo remetem para os perigos da “nova política ex-
terna americana”.

31
Pág. 23 Também os efeitos económicos do ERP são apresenta-

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dos de forma oposta: a família que, no cartaz alemão, es-
DOC. 12
pera a ajuda americana mostra o quanto ela é necessária
1. Propõe-se coordenar a cooperação entre os países so- para minorar a penúria do pós-guerra. Também as legen-
cialistas nas áreas económica e técnico-científica; essa das, que enfatizam a palavra “ajuda”, o tamanho do fardo
cooperação contribuirá para aperfeiçoar o funcionamento que simboliza a ajuda prestada e a parede azul em re-
da economia socialista e conduzirá ao desenvolvimento construção reforçam os efeitos positivos do Plano Mar-
económico. shall. Inversamente, a caricatura soviética mostra a casa
2. Reino Unido e França que representa a Europa a desmoronar-se cada vez mais,
sob os interesses do capitalismo americano. Completa-
Págs. 24-25 mente desinteressado da situação real da “Casa Europa”,
o americano (presidente Truman ?) compraz-se no lucro
Comparar… duas imagens de propaganda que o ERP dará ao capitalismo americano (simbolizado
1. b); a); c); d). pelo cifrão que sai do charuto), pelo que a caricatura so-
2. a)-2; 4 b)-1; 5 c)-3; 6; 7. viética considera negativos os efeitos económicos do
Plano Marshall.
3. c).
4. O cartaz alemão dá uma imagem positiva do Plano Mar-
shall, considerando-o uma efetiva ajuda para reconstru-
ção europeia. Inversamente, a caricatura soviética mostra
o Plano Marshall como uma forma dissimulada de domínio
MÓDULO 8 Unidade 1 (1.2.)
dos Estados Unidos, sem efeitos positivos na economia.
5. Pág. 26
DOC. 14
Caricatura soviética
Tópicos Cartaz alemão (Doc. A)
(Doc. B)
1. O desrespeito das potências ocidentais pelas decisões
Visão da América Positiva. A América contribui Negativa. A América, sob o
tomadas sobre a gestão conjunta do território alemão (na
para a reconstrução europeia signo do dólar Conferência de Potsdam, por exemplo). Acusam os Oci-
e é a terra da liberdade. (capitalismo), mantém a
dentais de, desrespeitando esses acordos, pretenderem
Europa subjugada.
constituir na Alemanha um Estado autónomo.
Efeitos políticos do A liberdade – simbolizada Submissão e 2. Afirmações:
Plano Marshall pela Estátua da Liberdade – esmagamento da Europa
e a persistência das pelos Americanos. – “O objetivo era evidente: forçar os Ocidentais à reti-
instituições democráticas. rada, ficando toda a cidade sob o seu controlo”;

Resultados Positivos. O Plano Marshall Negativos ou nulos. A casa


– “Os aliados ocidentais responderam a esse desafio
económicos (ERP) contribui para a “Europa” continua em com uma ponte aérea […] que salvaguardou a liberdade
reconstrução europeia ruínas, enquanto os seus
da população de Berlim Ocidental”.
(parede, em primeiro plano) e líderes procuram
corresponde às necessidades vislumbrar o que a – “Berlim permanecia um bastião do Ocidente”.
da população. esmaga.

6. As duas imagens veiculam mensagens opostas sobre Págs. 28-29


as intenções políticas do Plano Marshall e os seus efeitos
na reconstrução económica da Europa. Enquanto o cartaz Dossiê
da RFA apresenta, como símbolo da América, a célebre O Muro de Berlim
Estátua da Liberdade, conotando, pois, a ajuda americana 1. Motivos:
com a preservação das liberdades características das de-
– o desrespeito das fronteiras e da soberania da RDA
mocracias ocidentais, a caricatura da revista Krokodil mos-
pelas potências ocidentais;
tra uma América opressora (simbolizada pela personagem
– o boicote à economia socialista, através do aliciamento
que esmaga a casa da Europa e cujas feições lembram as
de mão se obra qualificada, entre outros meios;
do presidente Truman), que encontra no Plano Marshall
uma forma de dominar os países europeus – note-se a di- – a proteção contra uma eventual invasão/aniquilação da
ferença de escala entre a personagem que simboliza a RDA pelas potências capitalistas.
América e os líderes europeus que olham pelas janelas. 2. A fuga, para o Ocidente, de cidadãos da RDA.

32
3. De acordo com a caricatura, o Muro funciona como uma Págs. 30-31
proteção inexpugnável da pátria socialista, intransponível
DOC. 15
para o imperialismo americano (a águia fere-se ao tentar
derrubá-lo) e para o Estado alemão rival (RFA), que se es- 1. Expansão do comunismo Europa de Leste sob a égide
cuda na América e se identifica como nazi (note-se a cruz da URSS; progressivo antagonismo entre Moscovo e os
suástica no capacete de Adenauer). Já a capa da revista países ocidentais; eclosão da primeira crise grave, o Blo-
Time mostra o Muro como uma negra prisão, atrás da qual queio de Berlim.
são encarcerados, contra vontade, os cidadãos da Alema- 2. Conter o comunismo.
nha Oriental. As mãos feridas pelo arame farpado e que 3. Afirmações:
procuram, em vão, atingir o outro lado do muro, conotado – “Precisamos de aliados e segurança coletiva.”;
com a liberdade, bem como a coroa de flores, ilustram
– “Devemos confiar principalmente num sistema de segu-
bem a prisão e a morte que o muro representa.
rança comum tão capaz de reprimir quem nos quiser ata-
4. Circundava toda a área de Berlim Ocidental. car que desmotive os agressores.”;
5. A expressão exprime a solidariedade para com a popu- – “A forma de deter as agressões é a resposta conjunta e
lação de Berlim Ocidental, cercada pelo Muro, e o orgu- vigorosa das nações livres.”
lho posto nessa solidariedade.
6. Tópicos de resposta: Págs. 32 e 33
– a capital da Alemanha, Berlim, que se situa na zona de
DOC. 16
ocupação soviética, foi dividida em quatro setores, sob
administração de cada uma das quatro potências ocu- 1.
pantes da Alemanha: URSS, EUA, Reino Unido e França; – Ambas as organizações reiteram o seu propósito de
– a progressiva deterioração das relações entre ociden- atuar em conformidade com a Carta das Nações Unidas e
tais e soviéticos conduziu a um primeiro medir de forças, com o direito internacional.
o Bloqueio de Berlim: entre 1948 e 1949, as autoridades – Ambas reafirmam as suas intenções pacíficas.
soviéticas bloqueiam todos os acessos terrestres a Ber- – Ambas consideram que, caso se verifique um ataque
lim, procurando forçar a retiradas de Americanos, Britâni- armado contra um dos países que integram a aliança,
cos e Franceses. Os Ocidentais conseguem resistir, abas- esse ataque será considerado um ataque contra todos os
tecendo a cidade através de uma gigantesca ponte membros e suscitará uma resposta conjunta.
aérea, e permanecem em Berlim;
– após a formação de dois Estados rivais – a RFA e a RDA Pág. 36
– Berlim mantém-se no centro da discórdia;
DOC. 18
– a possibilidade de passar de um setor para outro dentro
de Berlim propicia a fuga para o Ocidente de um número 1. O cartaz contesta a tão apregoada liberdade das demo-
muito significativo de cidadãos da RDA. Depois de um pe- cracias liberais, centrando-se na sociedade americana,
ríodo de grande tensão, o problema é solucionado pelas que caracteriza como uma sociedade subordinada aos in-
autoridades socialistas com a construção de um muro que teresses do capitalismo (o cifrão do dólar omnipresente),
isola toda a área de Berlim Ocidental (Docs. A a C); repressiva (o polícia ameaçador sobrepõe-se à amorda-
– o muro que divide a cidade, cortando ruas, praças e çada Estátua da Liberdade), racista, onde os cidadãos são
separando famílias, transforma Berlim no símbolo tangível manipulados por notícias falsas, e onde não existe liber-
dade de pensamento nem de expressão.
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de um mundo bipolar. A confrontação entre o mundo co-


munista e o mundo capitalista, que marcou as décadas 2. De acordo com o senador McCarthy, os comunistas,
que se seguiram ao segundo pós-guerra, está bem ex- aos quais imputam os piores defeitos, estão determina-
pressa no icónico discurso de Kennedy (Doc. D). dos a destruir o governo americano. Esta ideia é refor-
çada pelo cartaz do documentário, em que se afirma “Ou
vermelhos… ou mortos” e se exibe um Kruschev ameaça-
dor, liderando o “plano de terror” que, supostamente, pre-
tende “pôr o mundo de joelhos” face ao comunismo.

ETHA12RQM-3 33
Pág. 37 Pág. 41

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DOC. 19 DOC. 22

1. O macartismo gerou uma onda de histeria anticomu- 1. O acordo apenas limita a construção de mísseis e ram-
nista, que agitou profundamente a América, criando um pas de lançamento, deixando em funções, e sujeitos a
clima favorável a uma sentença extrema na condenação manutenção, todos os já existentes.
do casal acusado de espionagem pró-soviética.
Pág. 42
Pág.38 1. Os Soviéticos:
DOC. 20 – lançam o primeiro satélite (Sputnick 1);

1. Os quadros evidenciam o crescimento paralelo do ar- – lançam o segundo satélite, com um animal a bordo
mamento nuclear das duas superpotências. Estados Uni- (Sputnick 2);
dos e União Soviética tentam superiorizar-se mutuamente – colocam em órbita o primeiro astronauta (Gagarin);
no que concerne à sua capacidade bélica. Qualquer nova – fazem o primeiro voo de duas naves sincronizadas
arma desenvolvida por uma das duas superpotências (VostoK 3 e 4);
tem, como resposta, o desenvolvi­mento de um engenho – colocam no espaço a primeira tripulação de três astro-
semelhante ou superior que, por sua vez, desencadeia a nautas (Voskhod 1);
produção de novas armas, ainda mais potentes. Deste
– realizam o primeiro passeio espacial (Alexei Leonov);
modo, o número de armas cresce e diversifica-se, num
– fazem a primeira alunagem não tripulada (Luna 9);
curto espaço de tempo.
– levam a cabo a primeira acoplagem entre duas naves
O segundo quadro põe em evidência um aumento expo-
(Soyuz 4 e 5).
nencial em gastos com a Defesa, entre 1950 e 1970, anos
que correspondem ao período da Guerra Fria.
Pág. 43
2. Consiste em mostrar ao inimigo que qualquer ataque
terá uma resposta destruidora, a fim de o dissuadir de DOC. 24
atacar. Esta política obriga a um esforço constante de su-
1. A superioridade do seu sistema OU a superioridade do
periorização face ao bloco contrário.
socialismo ou do capitalismo.
3. Os conselhos da Defesa Civil afiguram-se, à primeira
vista, incompreensíveis, dada a impossibilidade de sobre-
Pág. 44 e 45
viver a um ataque nuclear com as medidas simples que o
texto e as imagens veiculam. Analisar… um filme histórico
A Ponte dos Espiões
Pág. 40
1. A intensa competição com a União Soviética e o mo-
DOC. 21 delo comunista tornava “um dever patriótico” valorizar o
sistema político e social americano, tornando-o, aos olhos
1. Tanto o discurso de Kennedy como a carta de Kruschev
da opinião pública, um sistema modelar, pautado pela jus-
deixam bem claro que, durante a crise, se considerou seria-
tiça e pelo humanitarismo.
mente a possibilidade de partir para um confronto nuclear.
2. Presumivelmente, Rudolf Abel trabalharia para a agên-
Diz Kennedy: “ Não nos encolheremos perante esse risco
cia de informação e segurança soviética, a KGB (equiva-
[de uso de armas nucleares] sempre que ele tiver de ser
lente soviético da CIA).
encarado de frente”
3. O casal Julius e Ethel Rosenberg foi condenado por
Escreve Kruschev: “conflito que implicava […] o choque
crime de espionagem a favor da União Soviética, em 1951,
das superpotências e a sua transformação numa guerra
e executados em junho de 1953. Terão, com as informa-
mundial em que seriam utilizadas armas termonucleares
ções fornecidas “ao inimigo”, acelerado o desenvolvi-
e mísseis. […]. Se […] nos tivéssemos recusado a concluir
mento da primeira bomba atómica soviética.
um acordo […] provavelmente a guerra teria eclodido, fa-
zendo milhões de mortos”. Os Rosenberg foram os primeiros a sofrer a pena de
morte por um crime deste género, em parte vítimas do
clima de histeria e perseguição aos comunistas durante o
macartismo (c. 1950-1957).

34
4. b) Guerra Fria. MÓDULO 8 Unidade 1 (1.3.)
5. O Juiz Warren alude ao sistema político, social e eco-
nómico americano, sistema liberal e capitalista, que iden- Pag. 46
tifica com a “civilização”. A este “estilo de vida” contra-
25
põe-se o modelo comunista, protagonizado pela União
DOC.

Soviética que, pretensamente, manobrava para impor o 1. Liberdade:


comunismo no mundo inteiro. – de pensamento: “uma sociedade política fundada na li-
6. “Duck and Cover” tinha por objetivo alertar as crianças berdade de pensar”;
para um eventual ataque nuclear da União Soviética a ter- – de expressão: “ […] de escrever”;
ritório americano. Fornecia informações sobre o que fazer
– de associação: “ [….] de nos reunirmos livremente e dos
em caso de tal eventualidade.
nos associarmos livremente.”;
7. Características da Guerra Fria:
– de escolha dos governantes: “Queremos eleições livres,
– antagonismo entre dois sistemas políticos, sociais e um Governo responsável perante o povo”.
económicos – o comunismo e o capitalismo liberal – que
DOC. 26
pretendem impor-se como modelo a seguir pelos povos
do mundo: “Estamos numa batalha pela civilização. Este 1. Setor económico:
espião russo veio ameaçar o nosso estilo de vida”(Juiz – o direito ao trabalho;
Warren); “ O que faz de nós americanos? Só uma coisa. – o direito à atividade sindical;
[…] O livro de regras. Chamamos-lhe Constituição […]”
– a nacionalização dos setores-base da economia.
(Donovan, dirigindo-se ao agente da CIA que o persegue
Esfera social:
na noite de tempestade);
– a igualdade entre os dois sexos, garantida por lei;
– diabolização do inimigo – neste caso, os comunistas –,
aos quais são atribuídas as piores intenções – patente – a igualdade no trabalho, independentemente da ori-
por exemplo, na hostilidade face ao advogado que ousa gem, opiniões ou crença;
defender um espião comunista (disparos contra a casa; – o direito à proteção social do Estado (Segurança Social);
hostilidade no comboio) e na indignação gerada pela segurança material, proteção na saúde, ensino gratuito.
pena, considerada branda, atribuída a Rudolf Abel;
– espionagem mútua, com o objetivo de antecipar os mo- Pag. 47
vimentos do lado contrário: Rudolf Abel, espião soviético;
DOC. 27
aviões U2, secretos (base no Afeganistão), para obtenção
de imagens do território soviético; “Têm homens como eu 1. As empresas nacionalizadas constituiriam, ou um mo-
a fazer o mesmo pelo vosso país” (palavras de Abel a Do- nopólio, ou teriam as características de um serviço nacio-
novan, durante o primeiro encontro, na prisão) nal público.

– corrida ao armamento: “As informações que recolherem


podem dar-nos vantagem numa guerra termonuclear” (ex- Pags. 48 e 49
plicação aos pilotos escolhidos para comandarem os DOC. 28
novos aviões U2);
1. Doença: Instituição de um Serviço Nacional de Saúde,
– sensação de iminência de um conflito nuclear: “ As pes-
gratuito e universal (Docs. B e C);
soas estão assustadas. Estão a construir abrigos contra
Ignorância: instituição de um ensino público (“Essa tradi-
bombas para nos protegermos de pessoas como este
ção exprime-se também nas instituições. Penso na es-
homem” (Mary Donovan, durante a refeição familiar); ima-
cola” – Doc. C);
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gens da explosão atómica, vistas pelas crianças, na es-


cola; campanha Duck and Cover; preocupação demons- Miséria: ajuda material do Estado (“A Segurança Social é a
trada pelo filho de Donovan em tomar precauções para a garantia, dada a cada um, de que disporá, em todas as
possível bomba nuclear. circunstâncias, dos meios necessários para assegurar a
sua própria existência e a da sua família em condições
dignas”– Doc. C).
2. A resposta decorre da opinião do aluno e serão de
aceitar todas as que, com pertinência e lógica, foquem o
tema pedido.

35
Pág. 50 Pág. 54

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DOC. 29 DOC. 32

– progresso tecnológico e sua rápida difusão ( “A taxa de 1. Características:


renovação industrial atinge hoje um ritmo impressio- – abundância para grande parte da população;
nante”) OU investimentos avultados na investigação; – consumo de bens supérfluos;
– utilização massiva do petróleo como fonte de energia – predisposição para gastar (em vez do aforrar);
(gráfico);
– generalização das compras a crédito;
– publicidade, que estimula ao consumo (“enquanto
– prazer do consumo;
novas ferramentas publicitárias ajudavam as empresas
– relevância da publicidade.
transnacionais a ampliar a sua quota de mercado” ; anún-
cio publicitário ao MG); 2. A resposta decorre de um comentário pessoal do
aluno. Serão de aceitar todas as respostas que, com per-
– aceleração dos transportes e das comunicações (“Im-
tinência e lógica, foquem o tema pedido.
portantes avanços na navegação, nos transportes aéreos,
na computação e nas comunicações”);
Pág. 55
– constituição de grandes multinacionais.
DOC. 33

Pág. 51 1. O texto contrapõe a América da abundância, próspera,


DOC. 30
com um elevado nível de vida, que constituiu a imagem
que se associa a este país, a uma outra realidade ameri-
1. Diminui a mão de obra empregada no setor. cana, a América da pobreza em que, apesar de não se
morrer de fome, a vida não atinge a dignidade esperada
Pág. 52 num país rico. Nesta América da pobreza vivem “qua-
DOC. 31
renta ou cinquenta milhões de cidadãos”.

1. Págs. 56 e 57
– O peso do setor primário na economia diminui de forma
DOC. 34
contínua, acelerando­-se a descida a partir de 1950.
– O peso do setor secundário cresce lentamente ou es- 1. Fatores: ­
tagna até aos anos 30. Entre esta data e o início da dé- – a libertação dos países de Leste pelo Exército Vermelho
cada de 70, o ritmo de crescimento ace­lera-se, mantendo, (Doc. A);
porém, no conjunto dos três setores, a segunda posição – a ideia de que o socialismo constituía um ideal oposto
que detinha no início do século. do nazismo (Doc. C);
– O setor dos serviços faz um percurso inverso ao do – a crença de que cada país poderia livremente escolher
setor primário: o seu peso económico passa da terceira a sua forma de socialismo (Doc. C).
posição para a primeira, registando um crescimento mais 2. A Constituição checoslovaca:
acelerado a partir dos anos 50.
– partilha a ideologia socialista, considerando que o
2. Explica-se pelo progresso tecnológico e pela especiali- poder pertence às classes trabalhadoras, lideradas pelo
zação da agricultura. Mais mecanizada, especializada e operariado;
abandonando o empirismo de outrora, a agricultura vê
– considera o Partido Comunista como o único e legítimo
crescer a sua produtividade, o que lhe permite libertar
representante dos trabalhadores;
mão de obra.
– exclui o multipartidarismo e todas as manifestações que
3. A estabilidade das condições económicas. O baby
possam pôr em causa o regime socialista;
boom corresponderá a um período de progresso e esta-
– atribui ao Estado, numa lógica de ditadura do proleta-
bilidade económica
riado, o exclusivo do ensino e dos meios de comunicação;
4. O baby boom:
– adota o sistema de economia planificada.
– estimula o consumo: alimentos para bebé, roupas…;
3. A supremacia soviética está patente no tamanho da
– estimula o setor da construção e dos serviços: escolas,
bandeira, agigantada relativamente a todas as outras.
serviços de saúde…;
– Representa o mundo capitalista (identificado pelo dólar),
– aumenta e rejuvenesce, a médio prazo, a população ativa.
destruído pelo avanço do socialismo.
36
Pág. 58 – desinteresse e indiferença dos trabalhadores das uni-
dades agrícolas.
DOC. 35

1. Características:
Pág. 62
– o partido único – os estudantes reivindicam eleições
1. O melhor desempenho das economias planificadas re-
com vários partidos;
lativamente às economias de mercado OU a superiori-
– a inexistência de direito à greve como forma de reivindi- dade do sistema socialista sobre o sistema capitalista.
cação profissional – uma vez que o Partido Comunista se
2. Enquanto no sistema capitalista o consumidor é ali-
assume como representante dos interesses dos trabalha-
ciado para o consumo através de uma grande (excessiva)
dores, a greve, como forma de reivindicação, não faria
quantidade de bens, de montras e lojas apelativas e de
sentido num regime comunista;
uma publicidade agressiva e sempre presente, que cria a
– o controlo dos meios de comunicação pelo Estado. necessidade do supérfluo (sociedade de consumo), na
2. Momentos-chave da revolução húngara: União Soviética, mesmo a distribuição de bens essenciais
– manifestações de rua, reivindicando um novo governo, é insuficiente, gerando grandes filas de espera para a
chefiado por Imre Nagy; compra de alimentos, por exemplo. As lojas são pouco
– um novo governo, sob a chefia de Nagy, assume o poder; atrativas e a atenção dos consumidores não é desper-
tada para os produtos que nelas existem.
– invasão da Hungria pelas tropas soviéticas e derrube
do governo de Nagy.
3. “A contrarrevolução teria depois aniquilado as forças Pág. 63
populares e entregado a independência da Hungria aos 1. A Nomenklatura é constituída pelos altos burocratas do
imperialistas colonizadores”. regime, cuja ascen­são decorre, sobretudo, da adesão e
fidelidade aos princípios do partido. Desta elite de buro-
cratas, ciosos dos seus privilégios, emanam as decisões
Pág. 59
económicas mais relevantes, tomadas à distância e, mui-
DOC. 36 tas vezes, sem suporte técnico adequado. Assim, em
1. Os países do leste europeu sob influência soviética (de- lugar de possuírem uma dinâmica própria que as torne
mocracias populares) não são livres de abandonar o bloco competitivas, as unidades de produção das economias
socialista. A vontade de mudança de regime é vista por planificadas estão dependentes de uma morosa e pouco
Moscovo como o resultado do imperialismo do Ocidente eficiente cadeia de autoridade, o que prejudica o seu de-
que, num contexto de Guerra Fria, pretende ampliar a sua sempenho.
área de influência e “minar o sistema socialista”.
Págs. 64-65
Págs. 60 e 61
Analisar… um texto longo
DOC. 37
Discurso de Geórgiy Malenkov na sessão do Soviete Su-
1. Evidências: premo da URSS, 8 de agosto de 1953
– apenas três anos depois do fim da guerra, na URSS, a 1. d).
produção era já superior à de 1940 e, em 1952, no setor 2. b).
metalúrgico e energético, superava-a largamente (70%
3. A economia de direção central soviética organizava-se
mais em ferro fundido, 80% mais em carvão, por exemplo);
por planos, geralmente quinquenais, que estabeleciam as
– a taxa de crescimento da produção industrial da URSS, opções económicas e as metas a atingir naquele prazo
no decurso dos anos 50, superou sempre os 10%; de tempo (cinco anos).
– as taxas de crescimento do PIB das economias planifi- 4. De acordo com o discurso de Malenkov, as debilidades
cadas de Leste atingiram, em média, os 7%; económicas da URSS centram-se sobretudo na área da
– proliferaram as cidades industriais, como Pavlodar. agricultura, dos bens de consumo e da habitação. Entre
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2. Bloqueios: os fatores que para tal concorrem, contam-se:


– gestão deficiente das terras coletivizadas (kolkhoses e – os elevados custos de produção e o pouco empenho
sovkhoses); dos responsáveis locais do Partido em implementarem
– formação inadequada dos quadros de pessoal agrícola; medidas para os reduzir (“os delegados do Partido e os

37
Sovietes locais implementam de forma insatisfatória as di- Características de índole política:

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retivas e não tomam medidas para melhorar o trabalho e a – domínio do Partido Comunista nas estruturas do Estado
direção das empresas, de forma a eliminar bloqueios”; “Há ( Malenkov discursa perante o Soviete Supremo; “A uni-
falta de empenho em reduzir os custos de produção.”); dade de ferro do Partido, a liderança do Partido no Es-
– o fraco investimento na produção de bens de consumo tado, a força e o poderio do Estado e os interesses do
(“O governo e o Comité Central do Partido consideram povo são inseparáveis”);
essencial aumentar o investimento na indústria ligeira e – assunção do mundo socialista e do socialismo como
na produção alimentar”); um ideal, onde impera a democracia e a justiça (“A nossa
– a má gestão das quintas coletivas (“Há ainda um nú- causa é invencível!”);
mero elevado de quintas coletivas e até de regiões intei- – união do mundo socialista (“A União Soviética dá uma
ras em que a agricultura é negligenciada.”); importância primordial ao reforço das relações com os
– o desleixo com que são olhadas as obras habitacionais, países democráticos.”);
financiadas pelo Estado (“Muitas autoridades locais não – visão do mundo capitalista como um mundo hostil, com
têm prestado a devida atenção à construção de habitações. intenções agressivas, além de antidemocrático; necessi-
[…] Muitos construtores adotaram a má prática de deixarem dade de reforçar o bloco socialista (“estarmos prontos a
as casas incompletas ou acabadas com descuido”). vibrar um golpe esmagador contra qualquer agressor”;
5. A frase evidencia a divisão do mundo em dois blocos, identificação dos países democráticos com os países so-
cada um deles chamando a si as qualidades da democra- cialistas, elencados no antepenúltimo parágrafo).
cia e da paz que o outro, alegadamente, não teria. Identi-
ficada com o “campo da democracia e da paz”, a URSS
assumiu a liderança do bloco comunista, fazendo-o ex-
pandir-se geograficamente. No antepenúltimo parágrafo MÓDULO 8 Unidade 1 (1.4.)
são elencados os países que, na altura, integravam o
mundo socialista, sob a égide soviética.
Págs. 66 e 67
6. “A fim de garantirmos a segurança da nossa Pátria e
1. Década de 60.
estarmos prontos a vibrar um golpe esmagador contra
2. Setor da eletrónica.
qualquer agressor”;
3. Vantagens:
– “A nossa causa é invencível”
– maior dedicação ao trabalho OU maior produtividade;
7. Características de índole económica:
– ausência ou esbatimento de reivindicações sindicais;
– economia de direção central, planificada, com naciona-
lização dos meios de produção (alusão ao “quinto plano – motivação acrescida para fazer frente a situações de
quinquenal” e às suas realizações; referência às “lojas do crise.
Estado”);
– investimento maciço na indústria pesada, fornecedora Págs. 68 e 69
de máquinas e ferramentas, bem como material de guerra DOC. 41
(“o Partido começou por orientar a tarefa da industrializa-
1. Mao acusa Kruschev:
ção para o desenvolvimento da indústria pesada […]. Sem
isto não teríamos condições de garantir a independência – de se ter afastado do verdadeiro comunismo (identifi-
do país”; “a indústria pesada emprega 70% de todos os cado com o mar­xismo-leninismo);
operários industriais”); – de não atuar de acordo com os interesses do proleta-
– atraso agrícola (“Há ainda um número elevado de quin- riado, mas em favor de uma minoria privilegiada, espécie
tas coletivas e até de regiões inteiras em que a agricul- de burguesia gerada pela per­versão do verdadeiro co-
tura é negligenciada”); munismo;
– produção insuficiente de bens de consumo (“Constitui – de servir os interesses do imperialismo internacional;
tarefa urgente aumentar consideravelmente, em dois ou – de atuar de forma despótica e desleal.
três anos, o abastecimento da população em alimentos e 2. Após o afastamento da União Soviética, a China posi-
artigos industriais”). ciona-se como uma terceira potência, pronta a liderar e a
servir de exemplo aos países recém-descolonizados.

38
Pág. 70 Contexto:
DOC. 42 – Europa destruída pela Segunda Guerra Mundial;
– subalternização da Europa face às duas superpotên-
1. Fator de união: a herança civilizacional comum; fator de
cias, na cena inter­nacional;
desunião: os nacionalismos exacerbados.
– afirmação/união dos países da Europa Ocidental por
2. Ficariam fora dessa união política. Churchill vê a união
contraponto aos países de Leste, unidos pelo socialismo.
da Europa sem o Reino Unido, que permaneceria ligado
“à família dos povos britânicos”, em especial à sua antiga Objetivos:
colónia, os Estados Unidos. – evitar novos conflitos armados entre as nações da Europa;
3. Promover a expansão económica através da harmoni- – preservar a identidade cultural e os valores europeus;
zação das políticas dos vários Estados e da criação de um – estimular o crescimento económico;
espaço económico integrado. – ombrear com as duas superpotências na cena interna-
cional.
Dossiê
Etapas relevantes:
A construção europeia (1949–1979)
– constituição da Comunidade Europeia do Carvão e do
1. Valores:
Aço (CECA) – 1951 – englobando seis países: França, Ale-
– liberdade individual. manha, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo e Itália;
–primado das Leis. – constituição da Comunidade Económica Europeia –
– liberdade política OU livre participação política. Tratado de Roma – 1957 – agregando os mesmo países
2. As duas produções estão na base da indústria de ar- da CECA;
mamento. Perdendo cada um dos países o controlo indi- – funcionamento efetivo da união aduaneira/circulação
vidual sobre a produção siderúrgica, não será possível de mercadorias dentro do espaço comunitário – 1968;
desenvolver, unilateralmente, um arsenal bélico. – entrada na Comunidade de mais três países – Irlanda,
3. O Plano Schuman, que levou à constituição da CECA, é Reino Unido e Dinamarca – 1971;
visto como um casamento de conveniência, sob o signo – constituição de um órgão de carácter federal – Parla-
do dinheiro (cujo símbolo assina a “liturgia” do casa- mento Europeu – através de sufrágio universal – 1979.
mento) e, como tal, um projeto que serve os interesses
capitalistas. Lembra-se o carácter nazi da Alemanha (sím-
bolos no toucado e colar da noiva) e, implicitamente, os
horrores da Segunda Guerra Mundial, agora esquecidos
MÓDULO 8 Unidade 1 (1.5.)
face aos interesses económicos, que propiciam a remili-
tarização da Alemanha.
Pág. 74
4. Pontos em comum:
– a existência de duas superpotências que regulam a DOC. 43

vida internacional; 1. A posição da URSS e dos Estados Unidos converge na


– a necessidade de uma Europa forte, capaz de contrariar necessidade de descolonizar. Os motivos invocados são,
o bipolarismo e ter voz ativa na política mundial. no entanto, algo diferentes: enquanto a URSS relaciona
5. Realizações: os movimentos nacionalistas com a crise do sistema capi-
talista e a revolta dos povos dominados contra um sis-
– progresso económico;
tema que promove as desigualdades, os Estados Unidos
– alargamento geográfico da comunidade;
lembram o seu próprio passado colonial e a natureza hu-
– funcionamento democrático dos órgãos federais; manista da civilização ocidental.
– fim da conflitualidade militar entre os países da comuni-
DOC. 44
dade.
ETHA12RQM @ Porto Editora

6. Introdução: referência ao projeto europeu como um 1. Na Ásia.


projeto ainda em curso, nascido da vontade de unir uma 2. Caracteristicas:
Europa dilacerada por duas guerras, no curto espaço de – foi uma descolonização tardia (ocorreu após 1965);
uma geração. – deu origem a conflitos (descolonização violenta).

39
Pág. 76 2. A ONU tomou a decisão de dividir a Terra da Palestina

ETHA12RQM @ Porto Editora


em dois Estados, um árabe (palestiniano) e outro judeu.
DOC. 45
Determinou ainda que ninguém fosse discriminado, inde-
1. Além do boicote económico a que alude o documento, pendentemente do Estado em que habitasse.
da lista poderão constar:
3. A partilha da Palestina teve consequências diversas: os
– marchas e procissões; Judeus contaram com um novo Estado soberano, o Es-
– exibição de símbolos; tado de Israel, proclamado em maio de 1948. O conflito
– petições de grupo ou de massas; iniciou-se de imediato entre os dois povos, uma vez que
– renúncia às honras; os Árabes não aceitaram a constituição de um Estado ju-
daico na terra que diziam pertencer-lhes. O Estado árabe
– jejum;
nunca chegou a constituir-se, boa parte do território que
– sit-in;
lhe foi atribuído pela ONU encontra-se ocupado pelos Is-
– exposição voluntária à repressão; raelitas e registou-se um êxodo maciço de palestinianos.
– desobediência civil (desrespeito pelas leis considera- Até hoje, o conflito entre os dois povos permanece aberto.
das injustas e ilegítimas). 4. Tópicos de resposta:
2. “A Liberdade da Índia deve ser o símbolo e o prelúdio – dois povos diferentes consideram ter direito à mesma
da liberdade de todas as outras nações asiáticas sob o terra: os Judeus, que a consideram a sua terra de origem,
domínio estrangeiro”. apesar de dela terem sido expulsos nos tempos do Impé-
DOC. 46 rio Romano; e os Árabes da Palestina (Palestinianos), que
habitam a terra há séculos, consideram que esta faz parte
1. São evocados:
integrante do mundo árabe;
– os textos fundamentais dos Estados Unidos e do libera-
– a decisão tomada pela ONU, de divisão da terra em
lismo europeu (Declaração de Independência e Declara-
dois Estados, não foi aceite pelos Palestinianos;
ção dos Direitos do Homem e do Cidadão, respetiva-
mente), que proclamam o direito à liberdade e a igualdade – o Estado de Israel foi proclamado em 1948. Imediata-
do género humano. Levados à letra e aplicados também mente após a proclamação, iniciou-se um conflito armado
aos povos colonizados, implicam o direito do povo do – a Primeira Guerra Israelo-Árabe – cuja vitória pertenceu
Vietname decidir livre­mente o seu destino; a Israel;

– o abandono a que os Franceses votaram a Indochina, – na sequência desse conflito, centenas de milhares de
aquando da ocupação do Japão; árabes deixaram as suas terras e casas, tornando-se refu-
giados nos países vizinhos;
– a vontade do povo do Vietname em romper com a tu-
tela francesa. – o Estado de Israel ocupou boa parte dos territórios des-
tinados pela ONU ao Estado Árabe e não cumpriu as de-
mais decisões da ONU respeitantes ao regresso desses
Págs. 78-79
refugiados;

Dossiê – o Estado Árabe nunca chegou a constituir-se;

A difícil questão da Palestina – o conflito permanece ativo.

1. Os dois povos reivindicam o seu direito à Palestina. Os


Judeus lembram que ela é a “Terra Prometida” ao Povo de Pág. 80
Israel, que foi outrora habitada pelos Israelitas e que a “Pa- DOC. 47
lestina Moderna” é, pois, a “terra reencontrada” (cartaz); já
1. A expressão “Bom negro” refere-se ao negro coloni-
os Árabes consideram a Palestina “uma parte importante
zado, humilde e cumpridor das ordens do colonizador.
do mundo árabe”, que deve tornar-se, em breve, indepen-
dente. Argumentam contra a ocupação da Palestina pelos 2. Nkrumah refere a não-violência, advogada por Gandhi,
Judeus, afirmando que, embora lamentem o Holocausto, a como uma das formas – a forma preferível – de obter a
sua responsabilidade não pertence aos árabes da Pales- independência.
tina, e que resolver o problema dos judeus da Europa 3. Para Ben Bella, a verdadeira independência implica de-
atribuindo-lhes terra árabe, seria resolver uma injustiça senvolvimento e justiça social.
“com outra injustiça”.

40
Pág. 81 MÓDULO 8 Unidade 2 (2.1.)
DOC. 48

1. A Resolução 1514 condena explicitamente o colonia- Pág. 88


lismo, sob qualquer pretexto, instando que seja posto fim DOC. 1
a todas as medidas que visem reprimir o acesso à auto-
1. Evidências:
determinação dos povos dominados. Preconiza a
– o baixo nível de vida, patente no baixo consumo de
indepen­dência imediata e completa dos territórios sob
energia, de aço, de carne, de leite, de gorduras e de pro-
domínio estrangeiro, de acordo com a vontade dos
teínas, em geral (texto);
povos, expressa em eleições livres.
– a baixa taxa de escolarização (texto);

Pág. 82 – o diminuto número de médicos por habitante;


– a elevada taxa de mortalidade perinatal e infantil (texto
DOC. 49
e tabela), superada pela da Jugoslávia, mas 5 vezes maior
1. As nações recém-descolonizadas consideram-se um do que a da Suécia, mais do que o dobro da grega e su-
mundo independente, com posições e interesses próprios, perior, em cerca de 69%, à da Espanha (tabela).
que não coincidem nem com os do bloco capitalista nem
DOC. 2
com os do bloco comunista. Afirmam, pois, a sua identidade.
1. A imagem documenta um Portugal rural pobre e subde-
DOC. 50
senvolvido (os pés descalços dos trabalhadores, o
1. Fatores: enorme esforço físico do transporte a pé das uvas recém-
– a diminuição da ajuda dos países ricos; -vindimadas). Esta situação explica-se:
– o aumento dos juros dos empréstimos que os países – pelo isolamento das povoações do interior (“Há no País
mais pobres se veem obrigados a contrair; mais de 8000 povoações com população superior a 150
– a deterioração dos termos de troca: enquanto os produ- habitantes que não têm acesso rodoviário, podendo por
tos exportados pelos países pobres descem de preço, os isso considerar-se isoladas”);
produtos que importam (e que constituem exportações – pela dificuldade em obter máquinas e adubos (“A falta
dos países mais desenvolvidos) aumentam de preço. de estradas carroçáveis torna penosa e cara a difusão
2. Dominação económica. dos adubos, praticamente impossível a assistência téc-
nica e tira o interesse à produção, na medida em que im-
3. A ordem económica mundial descrita pelo presidente
pede a sua fácil drenagem pelos mercados”);
da República da Argélia é estabelecida pelos países ricos
e funciona de acordo com os seus interesses. São estes – pela enorme prevalência de propriedades agrícolas muito
que determinam os preços e as condições de mercado, pequenas (menos de 5 ha – tabela B), que não potenciam
uma vez que têm, nas suas mãos, o poder económico: rendimentos suficientes para investir na modernização;
constituem os grandes mercados de consumo, produzem – pela baixa produtividade da agricultura portuguesa,
a maioria dos produtos industriais e são também os maio- mesmo nos produtos base (cereais), patente na tabela C.
res fornecedores de serviços. Assim, estão em posição 2. Aspetos:
de regular o mercado mundial segundo os seus interes- – o rendimento do trigo e da cevada não só não cresce,
ses. Esta posição vantajosa aumenta os lucros dos países como até diminui, nas décadas de 50 e 60, ao contrário
desenvolvidos e esmaga as economias mais débeis, per- do que se verifica nos restantes países europeus.
petuando o subdesenvolvimento e a pobreza (“disto re-
– o mesmo acontece com a produção cerealífera, que é
sulta que uns não parem de enriquecer, enquanto outros
ETHA12RQM @ Porto Editora

menor em 1973 do que em 1950, em qualquer dos quatro


se afundam no empobrecimento”). Este fenómeno de do-
cereais considerados no quadro.
minação económica que drena, “por uma multiplicidade
de canais, os recursos dos países do Terceiro Mundo”, foi
denunciado como um verdadeiro “neocolonialismo”.

41
Pág. 90 Pág. 94

ETHA12RQM @ Porto Editora


DOC. 3 DOC. 5

1. 1. Fatores:
– 1969 a 1971. – a progressiva industrialização do país;
– França, Brasil e Alemanha. – a migração para as cidades;
– As regiões Norte e Centro do país. – a emigração.
2. A expressão refere-se à emigração clandestina, que 2. A manutenção do regime autoritário, tradicionalista e
implicava a passagem pela Espanha franquista e um virado para si mesmo, não se coadunava com a emergên-
longo e duro caminho através dos Pirenéus, até ao des- cia de uma população urbana, “em contacto com o
tino final, geralmente a França. mundo exterior, com acesso a fontes de informação mo-
3. O progressivo crescimento das remessas dos emigran- dernas e a modelos de consumo próprios das socieda-
tes reflete o crescimento do fluxo migratório, no decurso des industrializadas”.
dos anos 60, bem como a mentalidade do emigrante por-
tuguês, cujo objetivo é regressar à terra, construir uma Págs. 96-97
casa e viver dignamente.
Dossiê
Págs. 92 e 93 Mudam-se os tempos, mudam-se os costumes
1. Efeitos:
DOC. 4
– aumentou o poder de compra das famílias que perma-
1. Setores:
neceram nas aldeias;
– setor siderúrgico;
– diminuiu a mão de obra em serviços modestos e mal
– construção naval; pagos, uma vez que as famílias já não sentem a pressão
– produção de energia; da miséria;
– transportes; – permitiu escolarizar os mais novos, o que os desviará
– infraestruturas (portos, aeroportos, pontes). do trabalho agrícola, na opinião do articulista do Diário de
2. No texto refere-se explicitamente o fim da autarcia (“re- Lisboa;
jeitando a autarcia”) e advoga-se “a adesão dos nossos – tornou mais “vaidosas” as mulheres do campo.
empresários às realidades concorrenciais mundiais”. 2. Vindos de outra realidade política e social, os turistas
3. Crescimento económico português trazem consigo outros costumes e mentalidades, até
Entre 1953 e 1973: então desconhecidos dos Portugueses.

– o PNB (Produto Nacional Bruto) elevou-se de 61 315 3. Os habitantes de Vilar de Mouros estavam, como acon-
milhões de escudos para 163 577 milhões de escudos tecia na generalidade das aldeias portuguesas, “habitua-
(quadro 1); dos à quietude e à repetição do mundo rural”, pelo que
consideravam “estranhos, muito estranhos”, os jovens da
– as taxas médias de crescimento do PIB oscilaram entre
cidade, desinibidos, de cabelos compridos, que chega-
4,7 e 8% ao ano (quadro 2).
ram para assistir ao festival.
Atraso do nosso país relativamente aos demais países
4. Evidências:
europeus.
– o vestuário moderno e ousado – biquíni, minissaia, cal-
– Apesar deste crescimento, o nosso país não conseguiu
ças à boca de sino (“Os cabos de mar já não tinham con-
diminuir a distân­cia que o separava dos países da OCDE,
vicção para impor a interdição do biquíni” – Doc. C);
cujo rendimento per capita era, em 1973, praticamente o
dobro do rendimento português, mantendo-se até atrás – programas televisivos em que se ousavam “conversas
dos países europeus menos desenvolvidos, como Espa- picantes” (Doc. C);
nha e Grécia. – programas de rádio que difundiam a música pop;
– a organização de um festival pop, semelhante aos que
se organizavam no estrangeiro (Doc. D);
– a “liberdade amorosa” dos jovens (Doc. D);

42
– o arrojo de três mulheres, que escreveram um livro em Pág. 100
que abordavam a vida sexual feminina (Doc. E).
DOC. 8
5. Aspetos que comprovam a modernização da socie-
1. Não existiam em Portugal as condições indispensáveis
dade portuguesa:
à realização de “eleições livres”:
– maior escolaridade, fenómeno que se verifica mesmo
– liberdade de imprensa/liberdade de expressão;
nas aldeias, onde, fruto das remessas de dinheiro dos
emigrantes, se abre a possibilidade de mandar os jovens – liberdade de reunião;
para o liceu e para as escolas técnicas (Doc. A); – possibilidade de formação de partidos políticos;
– abertura ao turismo (Doc. B); – possibilidade de controlar os cadernos eleitorais;
– maior politização dos jovens, aos quais chegam as Cita- – mantinha-se a repressão e as prisões políticas.
ções de Mao Tsé Tung – Livro Vermelho (Doc. C); 2. Bonita por fora, mas podre por dentro, a maçã tanto
– adoção da moda internacional, mais livre e ousada para pode aludir às eleições de 1945, anunciadas como elei-
as mulheres – biquíni, minissaia, por exemplo – e para os ções livres, mas, na verdade, viciadas e motivo de poste-
homens – cabelos compridos (Doc. C); riores represálias, como à personalidade de Salazar, na
– uniformização de gostos musicais entre jovens portu- aparência um líder íntegro, mas, na verdade, o chefe de
gueses e estrangeiros (Docs. C e D); um regime autori­tário e repressivo.

– organização de festivais pop com a participação de es-


trelas da música internacional (Doc. D); Pág. 101
– maior liberdade amorosa e sexual (Docs. D e E). DOC. 9

1. A candidatura de Norton de Matos oferece: o fim do


carácter repressivo do regime e a instauração de uma
democracia; medidas de cariz económico-social, com
MÓDULO 8 Unidade 2 (2.2.) vista a melhorar as condições de vida das classes traba-
lhadoras; a reforma do ensino público e a ampliação da
Pág. 98 segurança social.

DOC. 6 A candidatura de Óscar Carmona oferece a continuidade do


regime e da obra de Salazar (“Dois homens, uma só obra”).
1.
– A vitória dos Aliados e consequente derrota dos países
Pág. 102
do Eixo na Segunda Guerra Mundial deu força aos siste-
mas democráticos parlamentares. Salazar considera inútil DOC. 10

contrariar esta vaga democratizadora, decidindo, por 1. A candidatura de Humberto Delgado gerou enorme en-
isso, convocar eleições legislativas. tusiasmo e abalou a solidez do regime salazarista. A com-
– Considera os atos eleitorais inúteis e os ideais demo- prová-lo:
cráticos um retrocesso no pensamento político. – o número muito largo de apoiantes que acorrem a sau-
dar o general (Doc. A);
Pág. 99 – a votação que obteve nas eleições, suficientemente
DOC. 7 alta para obrigar à fraude eleitoral (Doc, B);
– o eco que as eleições portuguesas tiveram nos órgãos
1. Sobre o facto de Portugal ter conseguido manter-se
de comunicação estrangeiros (Doc. B).
fora da Segunda Guerra Mundial.
ETHA12RQM @ Porto Editora

2. A mudança de regime (“[…] a abdicação da razão de


Pág. 103
ser da atual situação”) OU a instauração de uma demo-
cracia que revista a forma de “um parlamentarismo parti- DOC. 11
dário, demagógico e tumultuário”.
1. Aspetos:
– o afastamento entre os católicos e a Igreja, pela ligação
desta última ao regime salazarista;

43
– o progressivo distanciamento entre o Estado Novo e os contribuição para o PIB praticamente duplicou, o que per-

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valores da Verdade e da Justiça; mite concluir a aposta no desenvolvimento industrial da
– a persistência de níveis de pobreza elevados, ao arre- colónia.
pio do que se passava na Europa, nesta época em acele-
rado crescimento económico. Pág. 108
DOC. 14
Pág. 104
1. “A fim de defender Angola e com ela e integridade da
DOC. 12 nação”.
1. De acordo com os dois textos, os Portugueses revelam
excelentes qualidades como colonizadores, a saber: Pág. 109
– uma excecional facilidade de adaptação ao clima dos 1.
trópicos, o que permite a sua permanência nessas re- – Os três estudaram deixaram a respetiva colónia e vie-
giões; ram estudar em Portugal;
– uma grande capacidade para fundirem a sua cultura – os três são fundadores de movimentos nacionalistas.
com a cultura indígena;
– uma atitude que favorece a miscigenação entre as po- Págs. 110-111
pulações brancas e as populações autóctones.
2. À expressão está subjacente a ideia de que, mercê de Dossiê
uma colonização com características únicas, Portugal in- “Servir no Ultramar”– a guerra contada por quem a viveu
cutiu, nos povos dominados, o senti­mento de pertença a 1. Doc. A: descreve uma emboscada de extrema violência,
uma pátria comum (“Um nativo de Angola […] sabe que é que fez vários mortos.
português”; a atitude da criança, que “parece expressar
Doc. B: refere “os feridos gravíssimos de ontem – três su-
[…] o orgulho de ser português” – Doc. D).
jeitos cheios de balas”.
Os Portugueses constituiriam, pois, uma nação multirra-
Doc. C: relata o resgate de um ferido à beira da morte, sem
cial, dispersa pela Europa, África e Ásia – do Minho, ex-
condições de assistência médica.
tremo norte de Portugal, a Timor, o mais longínquo territó-
Doc. D: lembra a excelência de soldados negros, afirmando
rio português (veja-se o mapa escolar – Doc. B e a
que “muitos soldados do continente estarão neste mo-
afirmação “a metrópole a as colónias formam um só terri-
mento vivos graças ao seu sacrifício, por vezes até à
tório, uma só nação, um só Estado”, reforçada pelos carta-
morte”.
zes da manifestação – Doc. C).
2. Os soldados portugueses lutavam noutro continente,
longe dos lares e das famílias, muitos em situação de iso-
Págs. 106 e 107
lamento. Daí a importância de receber notícias da família
DOC. 13 e dos amigos.
1. “ […] real elevação destas [das gentes das colónias] e 3. Cruz Vermelha.
sua integração com os elementos étnicos alienígenas na 4. A afirmação insere-se na ideia de um estado unitário
Pátria comum, naquela harmoniosa comunidade multirra- plurirracial e pluri­
continental, que se estenderia “do
cial que tradicionalmente nos temos proposto e esfor- Minho a Timor”, ideia veiculada pelo Estado Novo com o
çado por criar”. fim de preservar as nossas possessões africanas, amea-
2. Aspetos: çadas pela segunda vaga de descolonizações.
– os progressos da urbanização OU o número de edifí- 5. Razões da Guerra:
cios construídos; – segunda vaga descolonizadora – descolonização do
– o dinamismo agrícola; continente africano;
– o progresso industrial; – apoio da ONU à descolonização;
– a rede ferroviária; – recusa do governo português em aceitar o princípio da
– as infraestruturas portuárias. autodetermi­nação dos territórios ultramarinos;
3. Nos 12 anos considerados no quadro, o valor da produ- – constituição de movimentos nacionalistas nos territó-
ção industrial aumentou mais de oito vezes e a sua rios africanos.

44
Frentes e forças envolvidas: – a ideologia salazarista, que se considera “brilhante”
– a guerra de África travou-se em três frentes: Angola (Doc. A);
(início – 1961); Guiné (início – 1963) e Moçambique (início – a falta das liberdades democráticas fundamentais (“Há
– 1964); que pedir a todos sacrifícios, inclusive nalgumas liberda-
– estiveram envolvidos no conflito as forças do exército des que se desejavam ver restauradas” – Doc. A);
português, que se confrontaram diretamente com os vá- – a possibilidade da oposição democrática concorrer aos
rios movimentos de libertação: em Angola, a FNLA (ante- atos eleitorais (Doc. B).
riormente UPA), o MPLA e a UNITA; na Guiné, o PAIGC; Renovação:
em Moçambique, a FRELIMO; – a afirmação da vontade de renovar, rejeitando “o apego
– num contexto de Guerra Fria, os movimentos de liberta- obstinado a fórmulas ou soluções” de Salazar (Doc. A);
ção tiveram o apoio de forças estrangeiras, nomeada- – o regresso de exilados, como Mário Soares, recém-re-
mente da URSS. gressado de São Tomé (Doc. B);
– os efetivos portugueses foram crescendo ao longo dos – maior liberdade de atuação para a oposição democrá-
anos e eram constituídos por forças mistas de portugue- tica e esperança no regresso da “vida política do povo
ses e africanos; português ao nível de maturidade, de capacidade, que os
Condições de combate: oito séculos da sua história tantas e tantas vezes invoca-
– frentes de combate longínquas e muito extensas; dos, lhe dão o pleno direito de exigir.” (Doc. B).
– guerra de guerrilha, sujeita a emboscadas;
– guerra travada na mata, território hostil e desconhecido; Pág. 116
– precaridade de condições, de que é exemplo a assis- DOC. 18
tência aos feridos em combate.
1. Aspetos:
– manutenção da censura;
Págs. 112 e 113
– persistência da repressão política e da tortura;
DOC. 16
– existência de prisões políticas;
1. Sanções: – desrespeito pelos direitos dos presos e acusados;
– corte de relações diplomáticas; – incapacidade de liberalizar o regime em sede legisla-
– fechamento dos portos aos navios portugueses; tiva – todas as propostas do deputado Sá Carneiro nesse
– boicote comercial; sentido são consideradas “inconvenientes”, o que o leva
– negação de apoio financeiro ou técnico por parte dos a pedir a renúncia ao mandato de deputado.
organismos interna­cionais.
2. Salazar argumenta que as colónias não estão prontas Pág. 117
para a autodeterminação, visto não não terem quadros DOC. 19
técnicos suficientes, capazes de assegurar uma transição
1. O descontentamento manifesta-se:
de poderes. Sugere ainda que não está consolidada a so-
ciedade multirracial que Portugal pretende fundar nas co- – no cansaço das Forças Armadas, que “já não querem
lónias. continuar a bater-se , e o que desejam é a paz” (Doc. A);

3. Na perspetiva de Salazar, ganhou-se alguma compreen- – em sinais percebidos pelo presidente do Conselho,
são e reconhecimento internacional no que respeita aos que teme não ser obedecido por muito tempo, no que
reais problemas dos territórios africanos portugueses. respeita à continuidade da guerra (Doc. A);
– na conivência das altas chefias – neste caso, o chefe e
o vice-chefe do EMGFA – na publicação de um livro que
Pág. 114
punha em causa a política ultramarina do governo (Doc. B).
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DOC. 17

1. Continuidade:
– a guerra em África e do consequente isolamento inter-
nacional (Doc. A);

45
MÓDULO 8 Unidade 2 (2.3.) Só no Documento 23D:

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– ANP (Ação Nacional Popular), Exame Prévio (censura).
Pág. 118 Só no Documento 24:

DOC. 20
– Mocidade Portuguesa.

“Grândola, Vila Morena


Págs. 124 e 125
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena Analisar… um texto longo
Dentro de ti, ó cidade”
Programa do Movimento das Forças Armadas
Além de pertencer a uma canção de Zeca Afonso, conhe-
1. a) nasceu no seio dos capitães do exército português e
cido opositor do regime, os versos referem o poder do
levou a cabo um golpe de Estado, em abril de 1974.
povo, que está na base do regime democrático que se
2. d); c); a); b).
pretendia instaurar.
3. DGS – Direção Geral de Segurança.

Págs. 120 e 121 4. A ANP (anteriormente União Nacional) era a organização


política do Estado Novo que, na prática, funcionava como o
22
partido único do regime.
DOC.

1. Aspetos: 5. Afirmações:
– golpe militar encabeçado pelos capitães do Movimento – a) A persistência da Guerra do Ultramar foi um fator de-
das Forças Armadas; terminante do derrube do marcelismo.
– ação de cariz democratizante, com a finalidade de der- – d) Os militares de Abril propõe-se terminar com um re-
rubar, pela força, um regime autoritário; gime de cariz ditatorial.
– pouca resistência por parte das forças fiéis ao regime; – e) Além de objetivos políticos, presidiram também ao
– objetivos conseguidos praticamente sem derrama- MFA preocupações sociais.
mento de sangue; 6. Aspetos:
– grande e espontânea adesão da população; – apesar da natureza militar do golpe, o MFA compro-
– ausência de retaliações violentas sobre os membros do mete-se a passar as rédeas da governação “a curto
governo deposto. prazo”, para “um Governo Provisório Civil”;
– o MFA propõe-se não só terminar com o regime do Es-
Pág. 122 tado Novo, mas também fazer elaborar uma nova Consti-
tuição, dando suporte jurídico a um regime democrático.
DOC. 23
Essa Constituição será elaborada por deputados eleitos
1. Alterações: “por sufrágio universal direto e secreto” (ponto 2a);
– os órgãos de soberania do regime deposto deixam de – entre as medidas imediatas contam-se a extinção dos
funcionar e a direção do país é entregue, provisoria- órgãos repressivos e de enquadramento de massas do
mente, a uma Junta de Salvação Nacional (Doc. A); Estado Novo, nomeadamente a polícia política (DGS), o
– os antigos governantes partem, sob tutela, para o exílio Exame Prévio, a Legião Portuguesa e a Mocidade Portu-
(Doc. B); guesa. Em complemento, proclama-se a intenção de am-
– é extinta a PIDE/DGS e demais órgãos repressivos do nistiar os presos políticos;
Estado Novo (Docs. C e D); – o Programa integra a adoção de medidas que configu-
– são amnistiados (e libertados) os presos políticos (Doc. D); ram as “liberdades básicas” dos regimes democráticos li-
berais: liberdade de reunião e associação, incluindo a
– é permitida a formação de partidos (Doc. D).
formação de partidos políticos; liberdade de expressão,
liberdade sindical, por exemplo (ponto 5);
Pág. 123
– encontra-se também exarada a intenção de terminar
DOC. 24 com a Guerra de África, pondo fim a um conflito contrário
Nos dois documentos: às determinações da ONU e que merecia a censura inter-
nacional (ponto 8).
– DGS, Legião Portuguesa.

46
MÓDULO 8 Unidade 2 (2.4.) Revolução. Dotado de um amplo poder de decisão e de
autonomia legislativa (as suas decisões são de promulga-
ção obrigatória pelo presidente da República), este Con-
Pág. 126
selho pode atuar rapidamente, em caso de ameaça con-
DOC. 25 trarrevolucionária.
1. Aspetos: 2. O Conselho da Revolução propõe-se orientar a marcha
– formação/legalização de partidos políticos – na parede do país rumo ao socialismo, promovendo:
vê-se propaganda ao PCP (Partido Comunista Português), – a coletivização dos meios de produção com vista à cria-
apelidado de “partido do povo; ção de uma sociedade sem classes e sem exploração das
– completa liberdade de expressão e opinião – os graf- massas trabalhadoras;
fiti remetem para orientações políticas e sociais muito – o pluralismo partidário (rejeita-se o socialismo assente
diversas; num partido único).
– efervescência política e social materializada na parede
pejada de graffiti; Pág. 129
– onda reivindicativa dos trabalhadores, cujas múltiplas DOC. 29
greves – nos mais variados setores – paralisaram o país
1. Aspetos:
(texto).
– as referências à classe operária, aos camponeses e ao
2. Spínola alerta para o avanço das forças partidárias de
povo trabalhador, que os soldados juram proteger;
esquerda, contrárias à instauração de uma democracia li-
beral (“se esfumarão as nossas esperanças na democra- – a aceitação da “disciplina revolucionária”;
cia”) e favoráveis à instauração de um regime comunista, – a referência expressa á “vitória da Revolução Socialista”.
o que, na opinião do presidente, seria “passar de um ex-
tremo ao outro”, instaurando uma outra ditadura. Págs. 130 e 131
DOC. 30
Pág. 127
1.
DOC. 26
– O modelo capitalista, que o PCP define como “assente
1. Usando um grafismo semelhante e modificando as pa- na acumulação e no domínio dos grupos monopolistas e
lavras do cartaz original de apoio do presidente Spínola, dos latifundiários” e ao qual imputa “salários de miséria”,
o cartaz da contramanifestação identifica a “maioria silen- “a ruína das classes médias” e “o estabelecimento de
ciosa” com a “minoria tenebrosa” dos fascistas/nazis que uma nova ditadura”; e o modelo comunista, “assente na
pretendem destruir as conquistas de Abril. À figura do liquidação do poder dos monopólios e dos latifundiários
cartaz original foram acrescentados dentes de predador […] numa crescente intervenção do Estado” e “na nacio-
e um uniforme militar (em refe­rência ao general Spínola?) nalização dos setores-chave”, considerado capaz de ele-
pejado de insígnias que o ligam aos interesses do capita- var o nível de vida do povo e de instaurar “um regime
lismo (cifrões) e às ditaduras de direita (cruz suástica e amplamente democrático”.
emblemas do Estado Novo, por exemplo). O modelo seguido pelos Governos Provisórios revela
uma forte influência do modelo comunista, já que, além
Pág. 128 de proceder à nacionalização dos setores-chave da eco-
DOC. 27
nomia (Doc. B), interveio diretamente nas empresas.
2. Na substituição, no que concerne ao exercício de fun-
1. O jornal noticia que o golpe foi encabeçado por um
ções administrativas, da entidade patronal por comissões
grupo, que apelida de “minoria de criminosos”, que inte-
administrativas nomeadas pelo Estado (comissões de tra-
grava os generais Spínola e Galvão de Melo.
balhadores ou outras).
ETHA12RQM @ Porto Editora

DOC. 28

1. A Lei 5/75, transcrita no documento, logo nas primeiras


linhas estabelece explicitamente a relação entre o golpe
falhado de 11 de Março e a criação do Conselho da

47
Pág. 132 34

ETHA12RQM @ Porto Editora


DOC.

DOC. 31 1. Caso a revolução continuasse a seguir a via do socia-


lismo revolucionário, o país tornar-se-ia “a primeira nação
1. A lei invoca a ligação entre os latifundiários do Sul e “o
comunista da Europa Ocidental”, admitindo o artigo da
aparelho de Estado fascista”, que é necessário destruir,
revista Times que não se encontrava bem definido qual o
bem como a “exploração desenfreada da massa dos ope-
tipo de comunismo que adotaria (“Estado marxista orto-
rários agrícolas” e a “espoliação e submissão dos peque-
doxo”, comunismo “inspirado na Cuba de Fidel Castro”,
nos agricultores” por parte desses mesmos latifundiários.
entre outros); caso o país se mantivesse fiel aos desígnios
A imagem remete para um ideal de justiça igualitária, de
iniciais do MFA, como defendia o Documento dos Nove
índole socialista, apelando a que a terra pertença “a
(Doc. B), adotaria uma democracia de índole liberal.
quem a trabalha”, isto é, aos camponeses.
DOC. 32
Pág. 135
1. Manifestações de poder popular patentes nos docu-
DOC. 35
mentos:
– a manifestação popular que acompanha a iniciativa de O fracasso do golpe de 25 de novembro, desferido em
nacionalização da banca (Doc. 30B); defesa da linha revo­lucionária mais extremista, teve como
consequência o apaziguar das tensões políticas na socie-
– a gestão de uma empresa por uma comissão adminis-
dade portuguesa. Os projetos mais extremistas foram-se
trativa de trabalhadores (Doc. 30C);
progressivamente desvanecendo, como se de o fim de
– a administração das propriedades agrárias pelos traba-
um sonho se tratasse.
lhadores agrícolas (Doc. 31);
– o “povo” é considerado “aliado” do MFA, que assume a
Págs. 136-137
obrigação de, progressivamente, fomentar “o controlo,
fiscalização e progressiva tomada do poder pelos orga- Comparar… dois documentos escritos
nismos populares” (Doc. 32A);
O rumo da Revolução segundo o Documento dos Nove;
– a organização hierárquica dos órgãos de poder local, O rumo da Revolução segundo Vasco Gonçalves
apresentada no mesmo documento;
1. d).
– uma movimentação popular impede o julgamento de
2. d); a); c); b).
um crime de sangue pelo poder judicial e pelas leis em
3. Reforma agrária.
vigor, consideradas fascistas e representantes dos inte-
resses da burguesia (Doc. 32B); os populares arrogam-se o 4.
direito de constituírem eles próprios um “tribunal popu- Doc. A Documento dos Doc. B Discurso de Vasco
Aspetos
lar” que absolve o réu acusado de assassínio (Doc. 32B). Nove Gonçalves

Carácter/ Movimento suprapartidário “Braço armado” do povo que


Pág. 134 Objetivos que se propôs derrubar o tem por finalidade conduzir
do MFA fascismo e conduzir Portugal ao poder as massas
DOC. 33 por um caminho de liberdade, trabalhadoras.
democracia e progresso.
1. “O Portugal de hoje não aceita extremismos”
– Os resultados eleitorais deram um clara maioria de Partidarização O MFA e o governo passaram a O governo não tem
da liderança ser dirigidos por partidos e compromissos partidários,
votos aos partidos moderados (PS, PPD e CDS elegem política organizações de massas, embora os seus elementos
213 dos 249 deputados da assem­bleia Constituinte); comprometendo-se com um tenham convicções políticas
partido político específico. próprias.
“…sancionou o rumo do socialismo”.
– O Partido Socialista e o Partido Popular Democrático (atual Unidade O país encontra-se fracionado Os trabalhadores (que
nacional/ entre um grupo minoritário constituem a grande maioria
PSD), que se enquadram na linha social-democrata, obtêm, Unidade “(parte do proletariado da da população) encontram-se
em conjunto, 196 dos 245 mandatos OU com exceção do Povo-MFA zona de Lisboa e parte do unidos e firmes na condução
proletariado alentejano)” e o do processo revolucionário; o
CDS, que obtém apenas 17 dos 245 man­datos, todos os par- resto do país; o país sente-se povo identifica-se com o
tidos votados se enquadram na área do socialismo. “defraudado” face ao rumo rumo revolucionário e exige a
político do MFA. sua continuidade.

48
desenvolvimento da economia e à justiça laboral, a única
Política Demasiado apressada e mal As medidas económicas e o
económica gerida. Embora se tenha ritmo a que foram tomadas forma de“ libertar os trabalhadores das relações de pro-
procedido à eliminação de constituem “o único meio” de dução a que estavam submetidos”;
alguns grupos monopolistas, a conduzir o país ao
economia degradou-se desenvolvimento, e à justiça – [modelo de socialismo] no Doc. A rejeita-se frontalmente
rapidamente. laboral. o modelo do socialismo “tipo europeu oriental”, dirigido
por um pequeno grupo que, sem suporte por parte da
Construção Rejeita o modelo político do Considera que não há
do socialismo Leste europeu (soviético), em revolução sem vanguarda maioria, leva a cabo, “obstinadamente”, uma “revolução”
que um pequeno grupo conduz revolucionária restrita, que em nome de todo o povo”; inversamente, o discurso de
o processo revolucionário. conduz o processo.
Vasco Gonçalves (Doc. B) chama à luta “os revolucioná-
5. rios”, lembrando-lhes as suas responsabilidades na lide-
Tópicos de resposta rança do processo em curso e assumindo que “numa de-
– [carácter/objetivos do MFA] enquanto o Doc. A – Docu- terminada fase da sua história”, não há revolução “que
mento Melo Antunes ou Documento dos Nove – caracte- não tenha tido uma base de apoio restrita”.
riza o MFA como um movimento criado por um grupo de
oficiais “democratas”, “suprapartidário”, e cujo objetivo Pág. 138
era o derrube do fascismo e o início de uma “caminhada DOC. 36
de paz, progresso e democracia”, o discurso do primeiro-
1. A Guiné era o único território cuja independência fora já
-ministro Vasco Gonçalves (Doc. B) considera aprovado,
proclamada e reconhecida pela ONU, pelo que o pro-
pela Assembleia Plenária do MFA, um projeto revolucio-
cesso foi mais célere.
nário que “conduzirá os trabalhadores ao poder”;
– [partidarização da liderança política] no Doc. A afirma-
-se que, contrariamente ao que estava subjacente à sua Pág. 139
criação, o MFA se partidarizou, “acabando por se ver DOC. 37
comprometido com determinado projeto político”, e se
1. Spínola refere-se ao isolamento internacional a que
deixou enlear em “manipulações politiqueiras”; inversa-
Portugal esteve votado pela sua recusa em descolonizar.
mente, Vasco Gonçalves, primeiro-ministro e também ele-
O fim da guerra e o reconhecimento do direito dos territó-
mento do MFA, declara que o governo não tem “compro-
rios ultramarinos à independência terminaram com “o os-
missos partidários” e que a sua política é “eminentemente
tracismo” a que Portugal tinha sido votado.
nacional”. Afirma, no entanto, que os elementos do go-
2. A esperança de poderem permanecer em África, numa
verno têm convicções políticas próprias;
sociedade pacífica e multirracial. O presidente exprime “a
– [unidade nacional/unidade Povo-MFA] “os Nove” con-
certeza de que as autoridades dos novos países honra-
sideram que o país se afastou do MFA, encontrando-se
rão o sentido de justiça decorrente do seu estatuto de
“profundamente abalado, defraudado” relativamente às
nações plurirraciais de expressão portuguesa”.
esperanças que pôs no Movimento, e que existe “um
fosso entre um grupo social extremamente minoritário
(parte do proletariado da zona de Lisboa e parte do prole- Pág. 140
tariado alentejano), portador de um certo projeto revolu- DOC. 38
cionário, e praticamente o resto do país”; já Vasco Gon-
1. Para além dos representantes do governo português,
çalves considera que entre a maioria da população – as
intervieram:
massas trabalhadoras – existe “unidade” na luta pelo so-
– no Acordo de Argel: o PAIGC – Partido para a Indepen-
cialismo e reafirma a unidade Povo-MFA (“A Revolução –
dência da Guiné e Cabo Verde;
a nossa Revolução – é do Povo Português”), qualificando
o Movimento como “o braço arer amado” do povo; – no Acordo de Lusaca: a FRELIMO – Frente de Liberta-
ção de Moçambique;
– [política económica] enquanto o Doc. A denuncia a
forma precipitada e excessivamente rápida como foram – no Acordo de Alvor: o MPLA – Movimento Popular de
implementadas as nacionalizações, afirmando ter-se as- Libertação de Angola; a FNLA – Frente Nacional de Liber-
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sistido a uma “desagregação muito rápida das formas de tação de Angola; a UNITA – União para a Independência
organização social e económica”, Vasco Gonçalves (Doc. B) Total de Angola.
faz uma avaliação positiva das medidas económicas: con-
sidera-as “um imperativo nacional”, que conduzirá ao

ETHA12RQM-4 49
Pág. 141 D. Ximenes Belo (n. 1948): bispo de Dili, denuncia ativa-

ETHA12RQM @ Porto Editora


mente as violências da ocupação indonésia nas instân-
DOC. 39
cias internacionais (secretário-geral da ONU, por exem-
1. Depois de uma longa guerra, o rápido processo de in- plo). É agraciado com o Prémio Nobel da Paz (juntamente
dependência desenca­deou um clima de violência que com Ramos Horta), em 1996.
obrigou a população branca a fugir apressa­damente do
José Alexandre (Xanana) Gusmão (n. 1946): membro da
território angolano. Os nacionais foram evacuados em
FRETILIN e seu máximo dirigente a partir de 1980, é preso
condições precárias, através de uma ponte aérea organi-
pelas autoridades indonésias em 1992 e libertado em
zada pelas autoridades portuguesas.
1999; em 2002, torna-se o primeiro presidente da recém-
-criada República Democrática de Timor-Leste.
Pág. 142 4. O Relatório refere, expressamente, a conivência das
DOC. 40 forças da ordem indo­nésias nas atrocidades, cometidas
”sob os olhos de polícias e soldados forte­mente arma-
1. O terceiro parágrafo refere Angola como vítima dos in-
dos” que nada fizeram ou, até, colaboraram com as mi-
teresses da Guerra Fria: “um dos pontos do mundo em
lícias.
que a rivalidade entre as duas grandes potências se reve-
lou de forma mais sensível”. – A prévia construção de campos para refugiados em
Timor Ocidental indica a existência de um plano de deslo-
cação forçada dos timorenses.
Págs. 143-144
5. Tópicos:
Dossiê – Portugal retirou-se sem estabelecer qualquer governo
Timor: o longo caminho para a independência de transição que viabilizasse a independência e a estabi-
1. Visto não ter existido qualquer independência formal, lidade do território;
Timor manteve-se, juridicamente, sob administração por- – Timor foi ocupado, de forma violenta, pela Indonésia,
tuguesa, pelo que competiria a Portugal assegurar o res- permanecendo sob ocupação entre 1975 e 2001-2002;
peito pela legalidade, no território. Portugal retirou­-se da – foi necessária a divulgação internacional de um massa-
ilha, em 1975, sem assegurar a paz e a estabilidade de cre – Massacre de Santa Cruz – para que a comunidade
Timor. internacional “acordasse” para a questão timorense;
2. A curto prazo não teve efeitos práticos, já que a Indo- – depois do referendo, que deu uma esmagadora vitória
nésia continuou em Timor por mais de duas décadas, à independência (1999), continuaram as violações dos Di-
anexando formalmente o território, que se transformou na reitos Humanos em Timor, perpetradas por milícias pró-
sua 27.ª província. -indonésias, com a conivência das tropas indonésias;
– A longo prazo, esta Resolução permitiu a independên- – foi necessária a intervenção de forças de paz, sob os
cia timorense, já que, sob o ponto de vista do Direito In- auspícios da ONU, para que Timor pudesse ascender pa-
ternacional, a ocupação indonésia perma­neceu ilegítima. cificamente à independência;
3. Nota prévia: apresentam-se apenas os tópicos que – em suma: entre a retirada da administração portuguesa
constam da cronologia, a complementar com as pesqui- e a proclamação da independência timorense medeiam
sas dos alunos. 27 anos de “longo caminho”.
Mohamed Suharto (1921-2008): ditador da Indonésia; polí-
tico que ordena a invasão de Timor-Leste e posterior-
mente a anexa como a 27.ª província da Indonésia.
Iusuf Habibie (1936-1019): sucessor de Suharto (1998), MÓDULO 8 Unidade 2 (2.5.)
anuncia o referendo sobre a independência de Timor,
mas compactua com a ação das milícias. Pág. 145
José Ramos Horta (n. 1949): membro da FRETILIN, exerce
DOC. 41
as funções de seu representante na ONU. É agraciado
com o Prémio Nobel da Paz (juntamente com Ximenes 1. Aspetos:
Belo) em 1996. – a integração, nos órgão de soberania, das estruturas do
MFA: o Conselho da Revolução – que efetivamente

50
constará da Constituição; e a Assembleia do MFA, cuja os resultados das eleições para a Assembleia da Repú-
inclusão será deixada cair no decurso dos trabalhos da blica. Regra geral, a designação recai no líder do partido
Constituinte (artigo 113.º – Doc. 42); mais votado nessas eleições.
– o empenho de Portugal em constituir uma sociedade
socialista; Pág. 150
– o papel das Forças Armadas enquanto garante do pro- DOC. 46
cesso revolucionário e força ativa da evolução econó-
mica, social, cultural e política do país. 1. A estrutura governativa das regiões autónomas repro-
duz, genericamente, a estrutura governativa da Repú-
blica: possuem um órgão legislativo – a Assembleia Re-
Pág. 146
gional –; também eleito por sufrágio universal, formada
DOC. 42 deputados dos partidos que concorrem às eleições; um
1. Vertente liberal: órgão executivo responsável perante a Assembleia e
cujo presidente é designado pelo Ministro da República
– a soberania popular, como base da escolha dos gover-
(que, nas regiões autónomas, representa o Presidente
nantes (artigos 2.º e 111.º);
da República).
– a igualdade dos cidadãos perante a lei (artigo 13.º);
– a consagração de direitos e liberdades fundamentais
Pág. 151
de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do
Homem (artigos 2.º e 16.º); DOC. 47

– a rotatividade dos cargos políticos, consagrada no ar- 1. O ideal democrático, de uma democracia plena, o mais
tigo 121.º possível de carácter direto OU que permita a participação
Vertente socialista: ativa dos cidadãos na vida pública: “Considerando que o
– a transformação da sociedade portuguesa numa socie- direito dos cidadãos de participar na gestão dos assuntos
dade sem classes (art. 1.º); públicos faz parte dos princípios democráticos comuns a
todos os Estados-membros do Conselho da Europa”.
– a apropriação coletiva dos principais meios de produ-
ção (artigo 80.º);
Págs. 152 e 153
– o “exercício do poder pelas classes trabalhadoras”
(artigo 80.º); DOC. 48

– o princípio da irreversibilidade da nacionalizações” 1. Mário Soares refere:


(artigo 83.º). – o reencontrar de uma identidade perdida com a desco-
lonização – Portugal abandona a sua “vocação colonial”
Pág. 147 e retoma a sua condição de país europeu;
DOC. 43 – as vantagens económicas que advirão da adesão (“Só
um projeto dessa natureza e dessa dimensão poderia – e
1. A extinção do Conselho da Revolução significou a com-
estamos certos que assim sucederá – […] vencer a crise
pleta autonomia das instituições do Estado face ao poder
[económica] e dar ao povo português o nível de vida a
militar, cumprindo-se a norma democrática da subordina-
que tem direito”);
ção do poder militar ao poder civil.
– o reforço da democracia implantada pela Revolução de
Abril e das suas instituições (“Pensamos também que a
Pág. 148
consolidação da democracia em Portugal assumirá um
DOC. 44 novo vigor”; “definitiva institucionalização da democracia
1. O Presidente da República e a Assembleia da República. em Portugal”);
– o fim do isolamento internacional a que o país estivera
votado e a assunção do “lugar que merece na cena inter-
Pág. 149
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nacional”;
DOC. 45
– a modernização do país, que decorrerá da sua integração
1. O primeiro-ministro, que formará o governo, deve ser “numa das correntes que seguem na vanguarda do mundo”.
designado pelo Presidente da República de acordo com 2. Tecnologia e inovação; infraestruturas; formação.

51
Pág. 154 2

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DOC.

DOC. 49 1. Gorbatchev rejeita o afrontamento, a hostilidade e a


competição Leste-Oeste, que marcaram os tempos da
1. Considerar-se-ão válidas as opiniões pessoais apresen-
Guerra Fria. Propõe, em sua substituição, relações cor-
tadas pelos alunos, desde que vão ao encontro da ques-
diais e construtivas entre as superpotências e a redução
tão posta e se encontrem devidamente fundamentadas.
dos dispositivos bélicos: “Durante demasiado tempo [as
relações URSS-EUA], foram construídas sob o signo da
confrontação e, por vezes, da hostilidade, quer aberta,
quer dissimulada. Mas, nos últimos anos […] operaram-se
MÓDULO 9 Unidade 1 (1.1.) mudanças para melhor tanto no clima como na substân-
cia das relações entre Moscovo e Washington”; “pôr fim a
Págs. 8 e 9 uma era de guerras, de confrontação e conflitos regionais
DOC. 1 […]”; “desarmamento. Posso informar que a União Sovié-
tica tomou a decisão de reduzir as suas Forças Armadas
1. Problemas:
Nos próximos dois anos serão reduzidas em 500 000
– estagnação económica :“ultrapassar o processo de es- efetivos e o número de armas convencionais será tam-
tagnação, eliminar os bloqueios […]”; bém consideravelmente diminuído”.
– baixo nível de vida do povo soviético: “satisfazer as as-
pirações do povo soviético a melhores condições de vida Págs. 10 e 11
e de trabalho […]”;
DOC. 3
– peso excessivo dos burocratas nas tomadas de deci-
são: “uma gestão fundada na imposição e nos métodos 1. A “Doutrina Brejnev” estipulava a “soberania limitada”
administrativos”; dos países que constituíam o bloco soviético, impedindo-
– desvios da justiça e moral socialistas: “a eliminação dos -os de reformas internas que pudessem pôr em causa a
desvios da moral socialista, o pôr realmente em prática os coesão do mundo socialista. Ao abrigo desta doutrina, a
princípios da justiça social”. URSS reprimiu tentativas de liberalização na Checoslová-
quia e na Hungria, por exemplo. Inversamente, Gorbat-
Formas de resolução:
chev aceita a possibilidade de, em eleições, os comunis-
– substituir velhas práticas económicas por “sistemas fiá-
tas perderem o poder, afirmando: “Enquanto eu me sentar
veis eficazes”, adotando, em todas as situações, “méto-
nesta cadeira, a repressão do levantamento de Budapeste
dos eficientes”;
pelo Exército Vermelho em 1956 não se reproduzirá”.
– incentivar uma maior participação dos cidadãos na vida
2. Argumentos:
do país: “Perestroika significa também a iniciativa das
– o uso da força para impedir o fim do comunismo na Eu-
massas e das atitudes criativas”;
ropa de Leste contrariava os princípios da perestroika:
– tornar mais transparentes os processos de decisão:
“Alguns incitavam-nos a utilizar a força […] a recorrer de
“mais transparência [glasnost], a crítica e a autocrítica em
novo aos cenários de 1953, 1956 e 1968. Poderíamos
todos os domínios da nossa sociedade”);
fazê-lo, sacrificando, para tal, os nossos princípios: direito
– diminuir a burocracia e o centralismo dos processos de de livre escolha, não ingerência […]”;
decisão e incentivar a participação dos trabalhadores: “a
– a contestação do sistema não decorreu da perestroika,
renúncia a uma gestão fundada na imposição e nos méto-
pelo que a mudança de política nada alteraria: “[…] res-
dos administrativos”; “o encorajamento sem reserva da
ponder-nos-iam que, sem a perestroika, nada disto se
inovação e do espirito de empresa socialista”;
teria passado no campo socialista. Ora, isso é falso. A
– aperfeiçoar o sistema socialista, fazendo corresponder efervescência dos países da Europa de Leste começou
“as palavras” a práticas efetivas e premiando os melho- muito antes da perestroika”;
res: “significa que as palavras correspondem aos atos”;
– o uso da força não impediria a contestação generali-
“superando as tendências igualitárias em matéria de salá-
zada e o fim do comunismo. Apresenta-se o caso da Poló-
rios e de consumo”.
nia, em que nem o recurso ao “estado de guerra” conse-
guiu travar as reivindicações políticas e sociais: “Pensem
na Polónia, nos anos 80! A declaração do estado de
guerra nada conseguiu parar”.

52
Págs. 12 e 13 (“Desejando estabelecer Estados democráticos basea-
dos nas normas do Direito”);
DOC. 4
– o respeito pela soberania das repúblicas agora inde-
1. Motivos:
pendentes (“Tencionando desenvolver as nossas rela-
– a “onda de descontentamento que varre o país e o par- ções na base do respeito mútuo da soberania dos Esta-
tido”; dos e no inalienável direito à autodeterminação”);
– as manifestações gigantescas, “protestando contra a – o respeito pela “integridade territorial de cada uma delas
falta de reformas políticas”; e a inviolabilidade das fronteiras dentro da Comunidade”;
– o abandono do país por milhares de cidadãos descon- – a ”não-inferência nos assuntos internos e abstenção do
tentes; uso da força”;
– a falta de apoio de Mikhail Gorbatchev à liderança de – a adoção dos princípios exarados pela Carta das Na-
Honecker. ções Unidas e dos Acordos de Helsínquia;
2. Assis Pacheco refere-se à frustração gerada pela divi- – a proteção das minorias nacionais residentes em cada
são da cidade em duas partes, através do Muro de Ber- um dos territórios (artigo 3.º).
lim. O Muro, que esteve de pé 28 anos, separou famílias e
2. Afirmações:
amigos, impediu os berlinenses de circularem livremente
– “constatamos que a União das Repúblicas Socialistas
na cidade e os cidadãos da RDA de deixarem o país.
Soviéticas, enquanto entidade de direito internacional e
3. Trata-se das quatro potências ocupantes da Alemanha,
realidade geopolítica, cessa a sua existência”;
conforme o esti­pulado na Conferência de Potsdam. O
– “A atividade dos órgãos da antiga União das Repúblicas
posterior desentendimento entre os aliados ocidentais e
Socialistas Soviéticas nos territórios dos Estados-mem-
a URSS impediu, até esta altura, um acordo defi­nitivo
bros está oficialmente terminada”.
sobre a situação alemã.
DOC. 5
Págs. 16 e 17
1. A esperança de uma URSS mais próspera e aberta ma-
DOC. 8
nifestou-se no entusiasmo com que foram acolhidas as
reformas de Gorbatchev, que motivaram até o regresso 1. Evidências:
“do exílio à pátria” de muitos russos (“Pensávamos que Doc. A – a enorme retração económica que acompanhou a
íamos derrubar a barraca e construir alguma coisa nova”; passagem das economias planificadas para a economia
“Ele e a minha mãe eram ardentes partidários da peres- de mercado e que se prolongou por vários anos. No seu
troika: redigiam cartazes, distribuíam panfletos”). pico, o PIB regrediu, na URSS, cerca de 16,1% (1992) e 14,7
O desencanto prende-se com a rápida deterioração eco- no conjunto da Europa de Leste (1991) – dados do gráfico.
nómica, que esvaziou as prateleiras de produtos essen- – a desvalorização acelerada do rublo face ao dólar:
ciais (“Quanto mais diziam e escreviam “Liberdade! Liber- entre a chegada ao poder de Gorbatchev (1985) e 1991,
dade!”, mais depressa desapareciam não apenas o queijo ano em que a URSS se dissolveu, o rublo desvalorizou
e a carne mas também o sal e o açúcar. Era horrível.”) e 900%, continuando a perder valor, num ritmo semelhante,
gerou desemprego e miséria (“O meu pai trabalhava num até 1997 – dados do quadro;
gabinete de construção numa fábrica militar. Ocupava-se Doc. B – as privatizações permitiram a apropriação da ri-
de mísseis e gostava muito. Tinha dois cursos superiores. queza nacional por um pequeno número, que enriqueceu
Em vez de mísseis, passaram a fabricar máquinas de lavar rápida e exponencialmente e se tornou notado pelas
roupa e aspiradores. Despediram o meu pai”). suas extravagâncias; – gerou-se uma enorme fuga de ca-
pitais - “dezenas de milhares de milhão de dólares” deixa-
Págs. 14 ram ilegalmente os países do antigo bloco soviético.

DOC. 6
Doc. C – as poupanças de uma vida inteira, mesmo as da
elite soviética, esfumaram-se, fruto da desvalorização
1. Princípios: acentuada da moeda (“Economizar uma vida inteira e
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– os laços decorrentes do passado comum dos povos da acabar sem nada”);


URSS (“Alicerçados na comunhão histórica dos nossos – os salários pagos pelo Estado desvalorizaram igual-
povos e nos laços que se desenvolveram entre eles”); mente (“O meu irmão mais novo lavava carros depois das
– o respeito pelas normas da democracia e do Direito aulas, vendia pastilhas elásticas e toda a espécie de

53
porcarias no metro e ganhava mais dinheiro do que o pai. nomenklatura (“Todas estas mudanças provocaram uma

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O meu pai era cientista, doutorado em Ciências!”); enorme tensão. Foram levadas a cabo com uma dura luta,
– os géneros faltaram os preços desregularam-se, a ava- com uma resistência crescente […] das antigas estruturas
liar pelo valor de um saco de açúcar (“Sonhávamos que o do Partido e do Estado, da hierarquia económica, bem
salame apareceria em abundância nas lojas, ao preço so- como dos hábitos e das superstições ideológicas”);
viético”; “Nas lojas privadas apareceu salame, toda a – implementação das liberdades individuais, que o sis-
gente correu a ver. E viram os preços”); tema soviético subordinava aos superiores interesses do
– desenvolveu-se a economia paralela e o mercado-ne- Estado. São mencionadas a liberdade de expressão, de
gro: “Uns vendiam, outros compravam… alguns “cobriam”, imprensa, de associação (referência ao multipartida-
Outros “davam cobertura”. rismo);
Doc. D– a pobreza nos países em transição económica – fim do sistema de partido único (PCUS), que caracterizava
mais do que decuplicou, em poucos anos (de 14 para 147 o regime soviético e as democracias populares em geral
milhões, em menos de uma década). (“um sistema multipartidário [tornou-se] uma realidade”);
– realização de eleições livres, por sufrágio direto e com
Págs. 18 e 19 a participação de várias forças partidárias, em substitui-
ção das eleições indiretas, organizadas e controladas
Analisar… um texto longo pelo Partido Comunista (“Eleições livres […] órgãos de
Discurso de demissão de Mikhail Gorbatchev poder representativos”).

1. União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Política externa:

2. c); b); d); a). – desanuviamento das relações entre a URSS e os Esta-
dos Unidos, cuja crispação e conflitualidade tinha mar-
3. Perestroika.
cado a Guerra Fria (“A Guerra Fria terminou”; “A ameaça
4. Argumentos:
de uma guerra mundial foi afastada”);
– O “país ia mal” – apesar dos seus muitos recursos,
– conversações sobre o desarmamento, com os EUA, a
mostrava um claro atraso face aos países desenvolvidos,
fim de pôr termo à escalada armamentista que marcou a
que se ia agravando (“Temos muito de tudo: território, pe-
segunda metade do século XX (“suportar o terrível fardo
tróleo, gás, outras riquezas naturais […], no entanto, vivía-
da militarização a todo o custo”; “A ameaça de uma guerra
mos muito pior do que os países desenvolvidos e conti-
mundial foi afastada”);
nuamos a aumentar esse atraso, mais e mais”;
– fim da Doutrina Brejnev, que impunha o modelo socia-
– as dificuldades da URSS deviam-se ao “garrote” do sis-
lista a todos os países do bloco comunista, reprimindo
tema, pelo que era imprescindível reformá-lo (“A razão
pela força as tentativas de alteração do regime político
era clara: a sociedade sufocava no garrote do sistema
(“deixámos de interferir nos assuntos internos dos outros
burocrático”);
povos, de usar tropas para lá das nossas fronteiras”).
– o país “tinha chegado ao limite das suas possibilida-
des” e perdia “perspetivas de futuro”;
– as reformas parciais, que haviam procurado melhorar o
sistema, tinham fracassado “uma após a outra”.
MÓDULO 9 Unidade 1 (1.2.)
5. Gorbatchev refere-se ao fim da URSS enquanto Es-
tado poderoso, que aglutinava numerosos povos e repú-
Págs. 20 e 21
blicas. Deixando de existir a União Soviética, os seus ci-
dadãos ficaram apenas com a cidadania da república a DOC. 9

que pertenciam. 1.
6. a); c); e). – Os Estados Unidos da América, a União Europeia e a
7. Política interna: zona da Ásia-Pacífico.
– combate à burocracia excessiva e ao imobilismo das – Estados Unidos, Rússia, China, Índia e Japão.
estruturas do Partido Comunista e do Estado (“a socie- DOC. 10
dade sufocava no garrote do sistema burocrático”);
1. A América tornou-se uma potência hegemónica na
– política de “transparência” (glasnost) como meio de pôr
geopolítica mundial (“Os Estados Unidos ocupam hoje
fim à incompetência, à corrupção e ao domínio da

54
um lugar especial no que diz respeito às questões mun- No mapa são identificáveis bairros famosos, como o
diais”), estendendo a sua influência praticamente por Soho ou Chinatown, museus onde se encontram obras
todo o globo. Sob o título “American Power” a capa da de arte estudadas no âmbito do modernismo, como o
Newsweek mostra-os a levar o Mundo aos ombros e o MoMa, por exemplo, salas de espetáculos, praças e ave-
presidente americano assume claramente essa hegemo- nidas icónicas (Carnegie Hall, teatros da Broadway, 5.ª
nia quando afirmando que os Estados Unidos “tencionam Avenida, Times Square), locais famosos pelas suas insti-
permanecer na liderança”, estendendo a sua rede de tuições financeiras (Wall Street), o epicentro dos atenta-
alianças e o seu modelo de sociedade: “o nosso objetivo dos do 11 de Setembro (World Trade Center), a célebre
principal será expandir e reforçar as democracias que se Ellis Island, ponto de entrada do grande fluxo migratório
fundam numa economia de mercado”. do século XIX, a Estátua da Liberdade, entre outros lo-
cais famosos e incontornáveis da cidade.
Págs. 22 e 23 2. Nova Iorque é, de facto, uma cidade-mundo, a cidade
onde convivem culturas muito diversas. Assim:
DOC. 11
– os bairros de Nova Iorque atestam o poderoso fluxo de
1. Evidências: imigrantes que entrou na América por esta cidade (Little
– são a maior economia mundial (2022) e, por isso, in- Italy, China Town);
fluenciam o comportamento económico global (Doc. A); – os nova-iorquinos são originários de todos os continen-
– têm um mercado de trabalho flexível, mostrando capa- tes – Europa, África, Ásia, América do Sul – e uma percenta-
cidade para recuperar rapidamente das crises e criar em- gem muito significativa da população urbana é imigrante de
prego (Doc. B); primeira geração (37% nasceu no estrangeiro);
– são, destacadamente, os maiores exportadores de ser- – resultado desta diversidade, falam-se em Nova Iorque
viços do mundo – dados de 2020 (Doc. C); 121 línguas;
– possuem uma indústria baseada na alta tecnologia, – as manifestações culturais evidenciam a diversidade
capaz de se reconverter e adaptar (Doc. D); das gentes – jornais em línguas diversas (80 em língua
– têm uma agricultura dinâmica e moderna, apoiada em que não a inglesa), programas de rádio, de televisão, fes-
grandes companhias agropecuárias (Doc. E); tejos (desfiles por ocasião das festas de St. Patrick ou de
– criaram gigantescas multinacionais, em áreas diversifi- S. Genaro);
cadas – agricultura, serviços, tecnologia (Doc. E). – os maiores jornais-iorquinos, como o New York Times,
são lidos em todo o mundo.
Págs. 24 e 25 3. O crescimento exponencial das bolsas asiáticas, impul-
sionadas pelo crescimento económico da zona da Ásia-
DOC. 12
-Pacífico, em especial da China.
1. Os Estados Unidos:
4. O aluno emitirá a sua opinião, fundamentando-a. Se
– destinam à pesquisa tecnológica o maior orçamento do concordante, poderá destacar alguns aspetos referidos
mundo – dados de 2019 (Doc. A); no texto, como o número de membros, a atuação da ONU
– lideram na área das biotecnologias (Doc. B); através das agências especializadas, os debates e nego-
– mostram a sua superioridade científica no grande nú- ciações a fim de harmonizar partes em conflito. Se discor-
mero de prémios Nobel que lhes foi atribuído (Doc. C); dante, deter-se-á, provavelmente, nas “fragilidades e in-
– desenvolveram alguns dos parques tecnológicos mais sucessos”, das quais releva a manifesta incapacidade de
avançados do mundo, como o famoso Silicon Valley, por impedir os atos de violência e de guerra no mundo.
exemplo (Doc. D); 5. Argumentos a favor:
– detêm algumas das maiores empresas na área das – a cidade é uma das mais conhecidas do mundo, com
novas tecnologias – caso da Google (Doc. D). uma arquitetura icónica e espaços emblemáticos em vá-
rias áreas (política, finança, cultura…);
Dossiê – em Nova Iorque coabita a maioria dos povos e culturas
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Nova Iorque, capital do mundo do mundo;


1. O aluno referirá dois lugares dos quais, provavelmente, – é um centro decisor da finança mundial;
já ouviu falar. Pretende-se uma informação objetiva e su- – alberga a sede das Nações Unidas, a única organiza-
cinta, sobre o tipo de local escolhido. ção universal do mundo.

55
Argumentos contra: – na justiça;

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– Nova Iorque identifica-se com o mundo ocidental, não – no Direito Internacional;
tendo a mesma relevância para continentes como a África – na liberdade;
ou a Ásia, portadores de outras culturas; – nos Direitos do Homem.
– apesar da diversidade étnica e cultural dos seus habi- 3. Evidências:
tantes, a cidade espelha o modo de vida americano;
– a rapidez de resposta aos ataques terroristas de 11 de
– a ascensão dos países asiáticos tem alterado o centro Setembro de 2001, destacada no primeiro parágrafo do
da economia mundial; texto;
– a ONU não tem conseguido sobrepor-se aos naciona- – a capacidade militar que permitiu pôr a bandeira dos
lismos e o seu papel tem ficado aquém do esperado, di- Estados Unidos novamente a flutuar em Cabul (invasão
minuindo a sua relevância como decisor mundial. do Afeganistão);
– a forma enfática como G. Bush ameaça os terroristas e,
Págs. 28 e 29 implicitamente, o mundo: “Jamais escaparão à justiça
DOC. 13 desta nação”.

1. Vantagens:
Págs. 32 e 33
– dominar “as vias de circulação e de acesso no nosso
mundo”, o que significa que “os Estados Unidos, mais do DOC. 15
que qualquer outro país, podem usá-los largamente com 1. Objetivos:
fins militares”;
– estabelecer um “mercado único” até 1992;
– impedir o acesso dos inimigos a estes espaços, restrin-
– reforçar a coesão económica e social entre os países
gindo “as suas possibilidades de acesso a ajuda exterior,
da Comunidade Económica Europeia.
económica, militar e política”;
2. Um mercado sem fronteiras implica a livre concorrên-
– obter informações sobre as movimentações militares
cia entre os países. Para que os produtos e serviços dos
no mundo (domínio do espaço);
países mais desenvolvidos não se tornem dominantes, e
– lançar ataques aéreos sobre áreas longínquas, atin- a Comunidade possa crescer de forma harmoniosa, é ne-
gindo “alvos situados muito longe. […] Se as forças terres- cessário um certo grau de equilíbrio económico. Daí a
tres atacarem, encontram já um inimigo enfraquecido”; ideia de “coesão”, que origina fundos de apoio comunitá-
– posicionar e fazer circular forças militares navais, aé- rios – como o FEDER – às regiões menos desenvolvidas
reas e terrestres. (“instrumentos comunitários que permitam evitar os dese-
Em suma, “Este domínio dos espaços é o fator militar- quilíbrios que afetariam a competitividade e o cresci-
-chave da proeminência global dos Estados Unidos”. mento do conjunto de todos”).
2. Aspetos:
– o domínio dos “espaços comuns”: mar, céu e espaço Págs. 34 e 35
(Doc. A); DOC. 16
– uma vasta rede de alianças, que permite o estabeleci-
1. O órgão por excelência de poder executivo é a Comis-
mento de bases militares (Doc. B);
são Europeia.
– um orçamento gigantesco destinado à Defesa (Doc. C);
DOC. 17
– a posse de equipamento militar sofisticado (Doc. C);
– uma economia poderosa, capaz de suportar os gastos 1. – A cunhagem de moeda própria foi sempre um emblema
com o setor militar (Doc. C, fig. 3). de identidade e soberania, pelo que abdicar desse poder,
transferindo-o para uma insti­tuição supranacional, constitui
um avanço na união dos países da Europa.
Págs. 30 e 31
– Uma moeda comum facilita a circulação dos cidadãos e
14
DOC.
o funcionamento do mercado comum.
1. O fim da Guerra Fria.
2. A nova ordem internacional assentaria:
– na proteção dos mais fracos contra a agressão dos
mais fortes;
56
Págs. 36 e 37 acabou por abandonar a União Europeia, em fevereiro de
2020 (Doc. B).
DOC. 18
Posição de Tony Blair:
1. Direitos:
– Apesar de discorrer largamente sobre o euroceticismo e
– o estabelecimento de um conjunto de direitos comuns
admitir que os Britânicos são, em geral, eurocéticos, Tony
a todas as nacionalidades da União (Doc. A);
Blair faz afirmações que indiciam estar empenhado no
– o direito dos cidadãos elegerem e serem eleitos para os projeto europeu: considera que a União Europeia “repre-
órgãos municipais e o Parlamento Europeu, na área de re- senta uma partilha de soberania única e admirável que
sidência, mesmo que esta se situe fora do seu país (Doc. A); envolve hoje quase todos os Estados da Europa”; desva-
– a possibilidade do cidadão recorrer, em países tercei- loriza as razões que levaram a que o Reino Unido ficasse
ros, à proteção de um qualquer país da Comunidade, fora da moda única (“[…] remoeremos sem dúvida no facto
através da sua embaixada, caso o seu país de origem não de, uma vez mais, não termos estado na linha da frente do
disponha de representação diplomática (Doc. A); estabelecimento de regras e do debate económico, e sus-
– o direito de intervir nas mesmas instituições suprana- peito que também nos perguntaremos o porquê de tanta
cionais e de recorrer às mesmas instâncias de justiça renitência”); qualifica uma possível retirada do Reino
(Docs. A e B); Unido da União de “despromoção para uma liga inferior”.
DOC. 22
Págs. 38 e 39
1. Serão consideradas corretas as respostas que satisfa-
2. Ao desconhecimento da forma como a pertença à UE çam, de forma clara, os requisitos da questão.
afeta a vida dos cidadãos.
DOC. 20 Pág. 42
1. Refere-se aos países da Europa de Leste, outrora de DOC. 23
regime socialista e separados da União Europeia pela
1. Relaciona-se diretamente com o princípio n.º 19
“cortina de ferro”.
1. Será considerada correta a expressão de uma opinião
Pág. 43
própria coerente, relacionada com o texto e devidamente
fundamentada.
Analisar... um documento iconográfico
Boris Johnson numa campanha a favor do Brexit
Págs. 40 e 41
1. c) a saída do Reino Unido da União Europeia.
DOC. 21 2. a); b); d); c).
1. Evidências: 3. a) a partilha de soberania entre as estruturas da União
– a possibilidade de uma Constituição Europeia foi rejei- e os governos dos países-membros.
tada, em referendo, por dois dos países fundadores das 4. A campanha incidiu na perda de soberania do Reino
Comunidades Europeias, a França e os Países Baixos Unido, enquanto membro da União Europeia, em algu-
(Doc. A); mas esferas. A ênfase colocada na palavra “nossos” e na
– o projeto europeu encontrou sempre muitas resistên- expressão “retomar o controlo” põe em evidência essa
cias na opinião pública britânica, como refere Tony Blair perda de soberania.
(Doc. B): “Temos mais facilidade em convencer os outros Contestam-se:
Estados-membros a apoiar os nossos objetivos do que – as contribuições monetárias para o funcionamento da
convencer a opinião pública britânica de que um compro- União (“milhões a cada semana”) que poderiam ser mais
misso de alma-e-coração com a Europa serve os nossos bem utilizadas se investidas no SNS britânico ou na redu-
interesses”; ção da fatura de eletricidade dos lares britânicos;
– o primeiro-ministro britânico refere várias formas de eu- – a subordinação à política económica da União, que se
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roceticismo, afirmando: “Qualquer que seja o grau de ce- apresenta como um fator de bloqueio (“Criar novos em-
ticismo, temos de o encarar” (Doc. B); pregos com novos acordos de comércio”);
– contrariamente às previsões de Tony Blair, o Reino – a livre circulação de pessoas, no contexto do mercado
Unido não só nunca veio a aderir à eurozona, como único e o direito de residência de cidadãos considerados

57
“perigosos”, oriundos de outros estados da União (“novo é atrair o tipo certo de investimento. […] As recentes estra-

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sistema de imigração baseado em novos critérios”; “De- tégias têm sido mais seletivas, de forma a potenciar um
portar criminosos estrangeiros perigosos”). ambiente sustentável, a eficiência energética, e as tecno-
logias avançadas”; “Em conjunto [as empresas estrangei-
Págs. 44 e 45 ras] têm suportado a taxa recorde de crescimento de 10
por cento ao ano, que a China registou durante quase
DOC. 24
todo o período de 1980-2010. […] Centenas de multinacio-
1. Coreia do Sul, Taiwan, Singapura e Hong Kong. nais investiram na China” – Doc. C)”. Faseadamente, toda a
2. Singapura. China prosperou e se abriu à economia de mercado (“De-
3. Evidências: vemos permitir que algumas zonas se tornem ricas antes
de outras. Neste caso, o igualitarismo não funcionaria.
– o rápido crescimento do PIB: quadruplicou na década de
Este será o eixo da nossa política” – Doc. A).
60 (a década do “arranque”, de acordo com o quadro do
Doc. A), multiplicou-se por 8 na década seguinte, continuando
a crescer aceleradamente até 2021 (dados do gráfico); Págs. 48 e 49

– a capacidade de inovação tecnológica, evidenciada DOC. 26


pelo smartphone da Samsung; 1. A mão de obra barata. Nos anos 80, quando a China se
– a criação de grande empresas multinacionais, como a abriu ao investimento estrangeiro, os trabalhadores chi-
Samsung. neses ganhavam quase 30 vezes menos do que os seus
4. Tomando como indicador o PIB, em 2022, a Índia era a homólogos americanos.
quinta economia mundial, depois dos EUA, China, Japão 2. Sete dos dez portos do mundo que movimentam maior
e Alemanha e imediatamente antes do Reino Unido volume de mercadorias são chineses.
Fonte: Banco Mundial, https://databankfiles.worldbank. O facto explica-se pelo enorme volume de mercadorias
org/public/ddpext_download/GDP.pdf que, atualmente, são fabricadas na China. Atraídas pelas
Nota: A resposta poderá variar de acordo com a data da facilidades concedidas pelo Governo chinês e pelo baixo
pesquisa. custo do trabalho, um grande número de empresas es-
trangeiras deslocalizou para a China as suas fábricas. A
Págs. 46 e 47 esta produção acresce a produção própria chinesa, ex-
portada pelos portos de mar.
DOC. 25
DOC. 27
Em vez de uma transição brusca – de uma economia de
direção central para uma economia de mercado–, a China 1. “O apetite do Mundo pela China” alude ao fluxo gigan-
adotou uma abertura gradual, criando Zonas Económicas tesco de investi­mentos que as grandes empresas canali-
Especiais (SEZ, na sigla inglesa), abertas ao investimento zaram para o país, aproveitando as vantagens oferecidas
estrangeiro, enquanto o resto do país continuava fechado pelo governo chinês nas SEZ; “o apetite da China pelo
à economia global (“Colhi algumas impressões da minha Mundo” reporta-se aos esforços feitos pela China, para
recente visita a três Zonas Económicas Especiais nas pro- atrair investimento estrangeiro e para se integrar na eco-
víncias de Guangdong e Fujian” – Doc. B; “A China tem nomia mundial.
sido bem-sucedida a atrair Investimento Direto Estran- 2. A área financeira e a investigação científica e tecno-
geiro (FDI)” – Doc. C). lógica.
Estas zonas, que se foram depois expandindo (“A Zona
Económica Especial de Xiamen é muito pequena. Deve Págs. 50 e 51
ser expandida para cobrir toda a toda a ilha de Xiamen”;
“Devemos considerar a abertura de mais cidades portuá- Dossiê
rias, como Dalian e Qingdao. Não lhe chamaremos Zonas A China à conquista do mundo?
Económicas Especiais, mas as políticas serão semelhan- 1. A capa da revista evoca a China através da figura tutelar
tes. Também desenvolveremos Hainan”- Doc. B), atraíram de Mao Tsé-Tung, que assoma a uma espécie de janela
empresas estrangeiras e, com elas, o seu saber e tecnolo- rodeada de vermelho, a cor-símbolo do comunismo. A es-
gia (“Através das SEZ podemos importar tecnologia, obter treita abertura por onde Mao se mostra poderá lembrar as
conhecimento e aprender formas de gestão, que é tam- áreas limitadas das SEZ ou o fechamento do país a nível
bém um tipo de conhecimento” – Doc. B; “O desafio agora

58
político, já que a liberalização económica não foi acompa- macaenses; constitui um território aduaneiro separado da
nhada da liberalização do regime. Mao mostra ao mundo China; cunha moeda própria (a pataca).
um maço de dólares, o que, conjugado com o título em
destaque (Comprando o mundo), remete para os avulta-
dos investimentos da China no estrangeiro – a compra de
participações em grandes empresas ocidentais. MÓDULO 9 Unidade 1 (1.3.)
2. Energias; saúde; banca.
3. Os fortes investimentos da China, que “envolvem paí- Págs. 54 e 55
ses pobres e endividados da Europa Central, Oriental e
DOC. 29
meridional”, terão, necessariamente, contrapartidas, afir-
mando o autor do texto que “esses países são instigados 1. Africa Subsariana; Médio Oriente.
a boicotar iniciativas europeias e internacionais que pos-
sam desagradar à China”. Pág. 56
4. Serão consideradas corretas as opiniões que vão de DOC. 30
encontro ao tema e se encontrem devidamente funda-
mentadas. 1. O conflito enquadra-se no fracionamento da URSS em
repúblicas independentes. Este processo desencadeou
5. Aspetos:
uma onda de reivindicações independentistas – como a
– a compra, pela China, de empresas estrangeiras, a que
da Chechénia – que, quando contrariadas, se transforma-
alude o Doc. 1 – capa da revista The Economist e texto da
ram em conflitos armados.
revista Sábado;
DOC. 31
– o projeto conhecido por Nova Rota da Seda, que, atra-
vés de investimentos gigantes que envolvem infraestrutu- 1. Carácter nacionalista: as várias nações que compu-
ras, tanto na China como no resto do Globo, privilegiará o nham a Federação Jugoslava (Eslovenos, Croatas, Mace-
país no comércio mundial e aumentará a sua influência no dónios…) reivindicaram a independência.
mundo – Docs. B e C (investimentos portuários ligados à Carácter étnico-religioso: a ex-Jugoslávia aglutinava não
“Nova Rota da Seda”; “empreendimentos realizados ou só povos diversos, mas também mais do que uma religião
projetados com financiamento chinês”); – cristãos e muçulmanos. Cidades predominantemente
– os fluxos de investimento direto chinês em todos os muçulmanas da Bósnia foram protegidas pela ONU (“Ci-
continentes – Doc. C (Direções dos Investimentos Diretos dades muçulmanas declaradas zona de segurança pela
chineses em 2018); ONU”), o que não conseguiu evitar massacres como o de
– a sede, em território chinês, de importantes instituições Srebrenica.
financeiras – Doc. C (Sede de Bancos de Desenvolvimento
que concorrem com o FMI e o Banco Mundial); Págs. 58 e 59
– a difusão da cultura chinesa, levada a todo o mundo DOC. 32
pelos Institutos Confúcio (Doc. D).
1. Fatores:
– instabilidade política (Docs. A, B e C);
Págs. 52 e 53
– governos ditatoriais (Docs. A e C);
DOC. 28
– falta de “sentimento nacional” – predominância da
1. Macau encontra-se atualmente sob administração chi- identificação com o clã a que o indivíduo pertence e não
nesa e faz parte inte­grante do território da República Po- com o Estado criado após a descolonização (Doc. A);
pular da China. Porém, desde a transfe­rência da sobera- – ódios étnicos e religiosos ( Docs. B e C).
nia para a China (20 de dezembro de 1999) e por um
período de 50 anos, o território goza de um estatuto es-
Págs. 60 e 61
pecial, acordado entre o governo Português e o governo
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Chinês: tem um alto grau de auto­nomia administrativa, DOC. 33


com órgãos de poder legislativo, executivo e judicial pró- 1. Concorrem para o clima de conflitualidade no Médio
prios; possui um conjunto de leis próprias que, entre ou- Oriente:
tros aspetos, assegura os direitos individuais dos
– a oposição entre grupos religiosos rivais;

59
– o extremismo religioso (do “Estado Islâmico do Iraque e 1975, a taxa de crescimento das economias da OCDE caiu

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do Levante”, por exemplo); de 6,5 para 0,5 e, depois de uma recuperação, a produti-
– a oposição entre Judeus e Palestinianos, que a Resolu- vidade volta a cair de 4,5 para 1,5 e o 0% entre 1975 a
ção da ONU de divisão da Palestina veio potenciar; 1979. (Doc. 1. B). O impacto da subida de preço do petróleo
– as reivindicações nacionalistas de povos sem Estado provocou:
(caso dos Curdos); – a escalada dos preços dos transportes, das matérias-
– a persistência de regimes autoritários, como o da Síria; -primas, dos custos de produção e dos preços finais dos
produtos;
– a interferência, na região, de potências estrangeiras,
movidas por interesses económicos (o petróleo) ou estra- – as empresas tiveram de reduzir a produção, outras tive-
tégicos (Guerra da Síria). ram de se reconverter e outras foram obrigadas a fechar,
o que fez aumentar o desemprego;
– a oferta diminuiu, os preços subiram, assim como o custo
Págs. 62 e 63
de vida, o que fez retrair o consumo e a procura.
DOC. 34
2. Evidências (Doc. 1 C):
1. Nos acordos estabelece-se uma Alta Autoridade Palesti- – inflação: “A inflação aumenta em todo o mundo […]” OU
niana que, progres­sivamente, assumirá o poder nos Terri- “O Japão, a terra de um milagre económico aparentemente
tórios Palestinianos (Cisjordânia e Faixa de Gaza). Israel – ininterrupto, sofreu uma inflação de preços de 23% […].”;
que ocupava esses territórios – compromete-se a efetuar – diminuição do poder de compra: “[…] os preços nos
essa transferência de poder no prazo de cinco anos. É EUA subiram 10% […] Em fevereiro, embora as subidas sa-
também decidida a realização de eleições livres para defi- lariais tivessem elevado o rendimento para um nível sem
nir, democraticamente, o futuro governo palestiniano. precedentes, o salário médio de um trabalhador ameri-
2. Razões: cano comprou 4,5% menos bens e serviços do que um
– o extremismo religioso, responsável pela constituição ano antes. […]. OU “Nos últimos doze meses, os preços na
de grupos fundamentalistas (como o Hamas) ou pelo as- Europa Ocidental subiram 10%.”;
sassinato de Isaac Rabin, às mãos de um extremista judeu – recessão económica: “perdas de produção registadas”;
(Doc. B); – cortes nas despesas públicas (OU com o Estado social):
– a persistência de colonatos judaicos nos territórios des- “os governos diminuíram os gastos e cortaram nas des-
tinados aos Palestinianos (Cisjordânia, Doc. C); pesas públicas […]”;
– a violência, de parte a parte, concretizada nos ataques – desemprego: “[…] tais medidas fazem crescer o desem-
mútuos entre Israel e os Palestinianos de Gaza (Doc. B); prego […]” OU “Assustados com o aumento da taxa de
– o persistente desrespeito pelas decisões da ONU, refor- desemprego […]”;
çado, em 2017, com a decisão de tornar Jerusalém (cidade – aumento dos défices dos Estados: “[…] os défices são
internacional, com estatuto próprio) capital de Israel (Doc. B); cada vez maiores.”;
– a construção de um muro de separação entre as zonas – desvalorização monetária: “os governos aumentam o
judaica e palestiniana (Doc. C). fluxo monetário”; “A circulação monetária americana desde
1967 foi em média de 6,3% v 3,2 na década anterior.”
DOC. 2

MÓDULO 9 Unidade 2 (2.1.) 1. Razões:


– deterioração do tesouro norte-americano: entre 1945 e
1971, o investimento dos Estados Unidos cresceu de 7 para
Págs. 68 e 69
65, aproximadamente, 58 biliões de dólares, o equivalente
DOC. 1 a 31 biliões de dólares em ouro disperso em todo o mundo
1. Nos anos 70, o petróleo era um recurso barato e ampla- e, por conseguinte, as reservas do tesouro americano redu-
mente utlizado como fonte energética pelas grandes eco- ziram de 20 para 10 biliões (Doc. 2A): “Para ajudar a reerguê-
nomias ocidentais. A escassez deste produto, provocada -las [as economias industriais da Europa e da Ásia depois
pelos choques petrolíferos de 1973 e 1979-80, traduziu-se da Segunda Guerra Mundial] e proteger a sua liberdade, os
no abrandamento das economias da OCDE: entre 1973 e Estados Unidos despenderam, nos últimos 25 anos, 143 bi-
liões de dólares em ajudas externas.” (Doc. 2B).

60
– perda de valor do dólar face a outras moedas: as reser- – “criar um quadro jurídico adequado à livre concorrên-
vas de ouro no resto do mundo são duas vezes mais do cia”, libertando as empresas de regulamentos e impostos
que nos EUA (Doc. 2 A); “Hoje [as economias industriais da excessivos que inibem o empreendimento;
Europa e da Ásia], […] são economicamente poderosas” – “limitar a propriedade estatal” OU “aumentando ampla-
(Doc. 2B). mente a propriedade privada, pilar da liberdade e da in-
– necessidade de tornar a economia americana mais dependência do povo”, pela abertura (“privatização”) das
competitiva: as reservas de ouro no resto do mundo são empresas públicas ao investimento privado, favorecendo
duas vezes superior às reservas dos EUA (Doc. 2A): “Hoje, “o número de acionistas individuais”.
graças em grande parte à nossa ajuda, reencontraram [as
economias industriais da Europa e da Ásia] o seu dina- Págs. 72 e 73
mismo e tornaram-se fortes concorrentes” (Doc. 2B).
DOC. 4
2. Fim do sistema monetário internacional baseado na pa-
ridade fixa ouro-dólar, instituído em 1944 na Conferência 1. Globalização designa o processo de interdependên-
de Bretton Woods; OU início de um novo sistema monetá- cia da economia à escala mundial: da produção (exem-
rio de taxas de câmbio flexíveis: ”Chegou o momento de plo, do “Dreamliner 787”, um produto “made in world”),
retificar as taxas de câmbio e colocar a concorrência das do comércio de bens e serviços e dos capitais, em
principais nações sobre um plano de igualdade.” (Doc. 2B). “rede” com e para todos os lugares do mundo: “A eco-
nomia mundial é esta rede indissolúvel de matérias-pri-
mas, de produtos, de capitais e, sobretudo, de homens
PÁG 70
e mulheres que investem, vendem, compram, transpor-
DOC. 3 tam e, enfim, consomem.”
1. Aspetos em comum: DOC. 5
– limitação das emissões monetárias para controlar a in-
1. Os custos dos transportes e das comunicações conhe-
flação: “Estabelecemos […] uma estratégia financeira a
cem uma progressiva e acentuada redução desde se-
médio prazo para eliminar a inflação, controlando as
gunda metade do século XX (Doc. 5A) devido à moderniza-
emissões monetárias” [linha 10, Doc. 3A); o programa do
ção dos transportes e ao alargamento da rede telefónica
Presidente [Ronald Reagan] previa, ainda, a limitação da
(Doc. A). Os grandes aviões de transporte de passageiros
emissão de moeda, para conter a inflação (Doc. 3B);
(Doc. 4B), e de carga, os grandes navios porta-contentore
– redução da carga fiscal para encorajar os investimentos (Doc. 5B), bem como a diversidade de contentores, aumen-
privados (OU a iniciativa privada): “[…] propusemo-nos a tam a capacidade, a segurança e a rapidez de circulação
criar um quadro favorável ao empreendimento. Isto signifi- de pessoas e mercadorias, permitindo a organização da
cava, reduzir a carga fiscal sobre os rendimentos, diminuir produção e do comércio à escala mundial; a redução dos
os impostos que oneram as empresas e abolir alguns im- custos das chamadas telefónicas (Doc. 5A) facilitaram a
postos.” [linha 12, Doc. 3A]; “O Presidente Reagan assinou ampliação e a gestão dos negócios das empresas e o de-
hoje o seu pacote histórico de reduções fiscais […].” (Doc. 3B); senvolvimento de grandes multinacionais.
– cortes nas despesas públicas para controlar o défice:
DOC. 6
“[…] controlámos rigorosamente a despesa pública, […] e
habituamo-nos a recusar pedidos de apoios para deter- 1. Aspetos:
minados serviços.” (linha 6, Doc. 3A); “[…] a administração – [políticos] “o colapso do bloco soviético” e o relativo re-
tem de trabalhar “para fazer mais cortes adicionais do laxamento da relações internacionais;
que os que teríamos de fazer antes.” (Doc. 3B). – [económicos] progressiva “liberalização do comércio”
2. Para os neoliberais, a liberdade é um valor e um direito mundial: “criação da OMC”; “multiplicação dos acordos
fundamental, “tanto para a sociedade como para o indiví- bilaterais de comércio livre”; “extensão do sistema capita-
duo”, que cabe ao Estado assegurar. Baseados nesta pre- lista a um conjunto de novos países [China, países do
missa, defendem que o Estado deve reduzir ao mínimo a leste europeu]” OU “a conversão chinesa para uma eco-
sua intervenção e favorecer a liberdade económica: nomia de mercado”;
ETHA12RQM @ Porto Editora

– “reduzir a carga fiscal sobre os rendimentos e diminuir – [científico-tecnológicos] progresso das “tecnologias da
os impostos”, de modo a promover a livre iniciativa, informação, comunicação e Internet”, que permitiu a “in-
“abrindo espaço para o investimento” gerador de riqueza; teração remota” dos negócios e a redução dos custos.

61
Págs. 74 e 75 provocado pelo surto pandémico da COVID 19 (identifi-

ETHA12RQM @ Porto Editora


cado pelo túnel); em 2022, quando o comércio mundial
DOC. 7
retomava o seu processo de recuperação (identificado
1. Objetivos da OMC: pelo carrinho que sobe a montanha-russa), a invasão da
– garantir a utilização equitativa e sustentável dos recur- Ucrânia pela Rússia (“Poutine Express”) veio provocar
sos mundiais; uma maior queda do comércio mundial.
– promover o crescimento da produção e do comércio
de mercadorias e de serviços; Págs. 76 e 77
– promover o desenvolvimento económico, a criação de
DOC. 10
emprego e a elevação dos níveis de vida das populações;
1. Aspetos em comum: “fluxos financeiros maciços […] à es-
– favorecer a integração dos países em desenvolvimento
cala global”, representados no gráfico (Doc. A) pelo aumento
no comércio mundial;
do investimento estrangeiro no mundo, a partir de 1995; “a
– liberalizar o comércio mundial através da “redução
crise de 2007-2008”, identificada no gráfico (Doc. A) pela
substancial das tarifas aduaneiras e dos outros obstácu-
quebra de cerca de 10% do investimento direto em 2008.
los ao comércio”.
2. Aspetos:
2. O Acordo de Facilitação do Comércio, estabelecido na
– aumento da circulação de capitais devido à progressiva
Conferência da OMC em 2013, entrou em vigor em 2017.
“desregulamentação” dos mercados financeiros iniciada
Este acordo veio simplificar e uniformizar os “procedimentos
nos anos 80;
internacionais das importações e exportações”; reduziu “as
formalidades aduaneiras que faziam atrasar a circulação das – fluxos financeiros maciços e altamente especulativos”
mercadorias; veio melhorar a transparência”, limitando a cor- porque “não proporcionais ao volume de negócios”;
rupção e o tráfico ilegal internacional de mercadorias; criou – aumento do volume dos investimentos estrangeiros
“oportunidades para que as pequenas e médias empresas” (Doc. A);
possam integrar-se no comércio mundial. – progressos das tecnologias de informação e comunica-
DOC. 8
ção e da Internet fazem “circular eletronicamente quanti-
dades consideráveis de dinheiro” à escala global.
1. União Europeia, América do Norte e Ásia-Pacífico; a
11
União Europeia é o polo que mais beneficia das trocas DOC.

mundiais, quer pelo fluxo de comércio interno (4.100 bi- 1. O Tratado de Roma (1958), que estabelece, entre outros,
liões de dólares), quer pelo valor das suas exportações a livre circulação de capitais entre os países membros; o
(5900 biliões de dólares). Tratado de Maastricht (1992), que suprime definitivamente
DOC. 9
todas as restrições à circulação de capitais e cria as condi-
ções para a introdução de uma moeda única, em 1999.
1. Aspetos:
2. Objetivos:
A liberalização dos mercados na sequência da expansão
– estabelecer, até 2019, os fundamentos legais para a
do modelo económico neoliberal;
União dos Mercados de Capitais na União Europeia;
– a entrada em funcionamento da Organização Mundial
– facilitar o financiamento das empresas nos mercados
de Comércio, a partir de 1995;
de capitais europeus e além-fronteiras.
–a proliferação dos acordos bilaterais de comércio;
DOC. 12
– a criação de organizações regionais de comércio (UE,
NAFTA, ASEAN, MERCOSUL…); 1. Características:
– a entrada da China e dos países do antigo bloco comu- – empresa de grande dimensão;
nista nos circuitos mundiais do comércio. – constituída por uma “empresa mãe”, com sede num de-
2. Em 2008-2009: a crise financeira iniciada nos Estados terminado país, e uma ou mais filiais estrangeiras;
Unidos precipitou as economias desenvolvidas numa re- – pelo elevado volume de negócios, as empresas trans-
cessão; nacionais encontram-se cotadas nas Bolsas nacionais e
– 2020-2021: a pandemia da COVID 19 provocou a para- estrangeiras;
lisação de muitos setores económicos em todo o mundo – participam direta ou indiretamente do comércio mundial;
e o encerramento das fronteiras. – representam uma quota relativamente importante do
3. Bloqueio do comércio mundial, em 2019-2020, PIB nacional e mundial.
62
2. Consideram-se adequadas as respostas que respon- DOC. 16
dam corretamente aos itens da questão.
1. Problemas:
Doc. 15: um dos “contras” da resposta anterior;
Pág. 78
Doc. 16:
degradação do meio ambiente devido aos exces-
DOC. 13 sos da produção e do consumo (Doc. B);
1. As dificuldades financeiras da empresa e a falta de – agravamento das desigualdades sociais e entre países:
apoios do governo no país de origem (EUA); as condições “a fortuna acumulada por menos de 300 pessoas é igual
de baixo custo (espaços e equipamentos, matérias-pri- ao rendimento de 2 milhões de seres humanos”;
mas, mão de obra, trabalhadores especializados, acessi- – aumento da insegurança global: “terrorismo”; “crimina-
bilidade); os incentivos (“subsídios e apoios”) concedidos lidade”;
pelo governo chinês. – aumento da criminalidade financeira: “paraísos fiscais”;
DOC. 14 “branqueamento de capitais”.
2. Soluções:
1. O autor considera a transformação digital a 4.ª e última
revolução tecnológica equiparada, em temos de impor- – cooperação global (“pacto mundial”) para o desenvolvi-
tância, à revolução da imprensa e às 1.ª e 2.ª revoluções mento de uma globalização alternativa: “uma globalização
industriais (do vapor e da eletricidade, respetivamente), com rosto humano e um projeto de civilização escala plane-
na medida em que a sua expansão “impulsiona a produti- tária”, regida por “leis democráticas e instituições cívicas”;
vidade de todos os setores” e “permeia quase tudo o que – políticas de desenvolvimento sustentável “para a pre-
fazemos”: a produção, o comércio, o trabalho, informação servação do nosso ambiente”;
e comunicação… e até as relações sociais. – a redistribuição equitativa da riqueza “para a prosperi-
2. “[…] as vendas pela Internet já representam quase um dade e segurança dos povos”;
quinto do comércio a retalho […]”. – regulação eficaz do comércio mundial: “regulada por
leis democráticas e por instituições cívicas, a liberdade
Págs. 80 e 81 económica pode contribuir para a prosperidade e segu-
rança dos povos.”.
DOC. 15
3. A OMC acusada de favoreceu os países mais ricos: “que
1. Prós: ganhe o melhor” (Doc. 15); os governos e os líderes políticos
– crescimento exponencial das trocas e do volume do co- mundiais: “Um mundo que tolera paraísos fiscais […] e bran-
mércio à escala mundial; queamento de dinheiro “fora da lei”; as “grandes empresas”
– diminuição global da pobreza: “500 milhões de pessoas (multinacionais).
saíram da pobreza em 20 anos [1990-2010]”; 4. Fórum Social Mundial, as ONG, os movimentos da so-
– redução do número de países pobres, “passando de 55 ciedade civil.
em 1990 para 25 atualmente [2010]”.
Contras: Págs. 82 e 83
– agravamento das desigualdades internas: “A globaliza-
ção criou, portanto, novas exclusões visíveis […] no pró- Analisar… um texto longo
prio interior dos Estados.”; Os desafios da globalização
– crises financeiras com impacto global: “Novos pobres, 1. Neoliberalismo.
como os sem-abrigo, irromperam nos anos 90 nos países 2. d) o protecionismo.
pobres e, nos anos 2000, nos países ricos por causa da 3.
crise financeira.”;
Tópicos de resposta:
– agravamento do fosso entre países ricos e países po-
– organismo internacional, fundado em 1995, em substi-
bres: “[…] novas exclusões visíveis entre Estados […]” OU
tuição do GATT, para promover a cooperação entre os
entre os “países do Norte e países do Sul” (imagem);
Estados, que a liberalização mundial do comércio exigia:
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– as dificuldades dos países pobres em competir com os “A negociação prospera num ambiente aberto onde os
países mais ricos (imagem); participantes agem de boa-fé e são regidos por regras
– favorecimento das grandes multinacionais (“Export claras. Na ausência disso, as forças da globalização
Agro Business”) dos países mais ricos (imagem). podem transformar em conflito” OU “os países devem [...]

63
assumir o compromisso firme de não implementar políti- todos os países, mesmo os mais pobres, na economia mun-

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cas que distorçam os mercados mundiais”; dial: “Se os países ricos fecharem o seu acesso – e dos
– regulação das transações de bens, serviços e da proprie- seus consumidores – aos mercados mundiais, serão os
dade intelectual, com vista à otimização da utilização dos mais pobres do mundo os que mais sofrerão”;
recursos mundiais: “[...] os países devem unir esforços para – aumento do comércio mundial:” Nenhum país do mundo
atualizar as regras internacionais que regem o comércio”; hoje se pode isolar de bens, serviços, capitais, ideias […]”;
– redução das tarifas aduaneiras e de outros obstáculos – aumento da procura e da produção, que estimula o desen-
ao comércio, de modo promover o crescimento equita- volvimento tecnológico: “No mundo em desenvolvimento, o
tivo do comércio mundial: “[...] trabalhar juntos para remo- comércio gerou forte crescimento e avanços tecnológicos”;
ver as barreiras que aumentam os custos do comércio”; – aumento dos investimentos estrangeiros, que benefi-
– a simplificação e harmonização dos procedimentos in- ciam da desregulação dos mercados financeiros: “Ne-
ternacionais de importação e exportação e das formalida- nhum país do mundo hoje se pode isolar de […] capitais;
des aduaneiras, para melhorar a transparência e alargar a – mobilidade de pessoas OU migrações, devido ao esta-
um maior número de empresas as oportunidades de par- belecimento de organizações regionais de comércio
ticipação no comércio mundial. (exemplo da UE, MERCOSUL, ASEAN…), nas quais as mer-
4. cadorias circulam livremente, que aproximam e atraem
Medidas: pessoas graças à melhoria das vias de comunicações e à
– prosseguir a política de livre comércio que tem contri- redução dos custos de transportes: “Nenhum país do
buído para o reduzir as desigualdades: “os países devem mundo hoje se pode isolar de […] pessoas estrangeiras”;
desmantelar as suas medidas protecionistas”, “Segundo o – acessibilidade da informação e intercâmbio cultural:
Banco Mundial, desde 1990, o comércio ajudou a reduzir “Nenhum país do mundo hoje se pode isolar de […] ideias
para metade o número de pessoas que viviam em extrema ou pessoas estrangeiras.”;
pobreza” OU “O isolacionismo e o protecionismo, levados – desenvolvimento económico: “o motor económico do
ao extremo, podem comprometer o motor económico do comércio que há décadas traz prosperidade ao mundo.”;
comércio que há décadas traz paz e prosperidade ao – redução das desigualdades OU da pobreza: “[…] desde
mundo” OU “Se os países ricos fecharem o seu acesso – e 1990, o comércio ajudou a reduzir para metade o número
dos seus consumidores – aos mercados mundiais, serão de pessoas que viviam em extrema pobreza.”;
os mais pobres do mundo os que mais sofrerão”; – cooperação internacional: “A negociação prospera num
– adotar, atualizar e cumprir regras internacionais de co- ambiente aberto onde os participantes que agem de boa-
mércio: “[…] os países devem unir esforços para atualizar -fé e são regidos por regras claras.”
as regras internacionais que regem o comércio” OU “[…] [desafios da globalização]
os países devem […] assumir um compromisso firme de
– desenvolvimento assimétrico das economias: “os países
não implementar políticas que distorçam os mercados
ricos devem apoiar os esforços dos países em desenvolvi-
mundiais” OU “[…] é necessário adotar regras internacio-
mento para se integrarem melhor na economia mundial”;
nais para gerenciar a abertura e a interdependência”;
– interdependência dos mercados aumenta o risco de cri-
– promover a cooperação internacional para um cresci-
ses globais que afetam de forma mais grave os países mais
mento mais equitativo e inclusivo: “os países ricos devem
pobres: “Se os países ricos fecharem o seu acesso – e dos
apoiar os esforços dos países em desenvolvimento para
seus consumidores – aos mercados mundiais, serão os
se integrarem melhor na economia mundial.”;
mais pobres do mundo os que mais sofrerão.”;
– aumentar os investimentos na “inovação, educação e
– políticas económicas ditadas pelos interesses dos paí-
preparação e infraestruturas”, para que o comércio possa
ses da Tríade OU decisões unilaterais para resolver pro-
“incluir mais pessoas”.
blemas dos países mais ricos (Brexit, medidas protecio-
5. a); c); e). nistas) não têm em conta os efeitos problemáticos em
6. países com economias mais frágeis: “O isolacionismo e o
Tópicos de resposta: protecionismo, levados ao extremo, podem comprometer
[benefícios da globalização económica] o motor económico do comércio que há décadas traz paz
– liberalização das trocas: “o comércio livre e aberto” OU a e prosperidade ao mundo.” OU “os países devem […] as-
redução das barreiras alfandegárias: “o desmantelamento sumir um comproimisso firme de não implementar políti-
das medidas protecionistas” permitiram a integração de cas que distorçam os mercados mundiais”;

64
– incumprimento das regras internacionais de comércio – degradação ambiental (desertificação, seca, degrada-
por parte das economias mais desenvolvidas prejudica, ção dos solos, escassez de água doce e a perda de biodi-
de forma mais aguda, as economias dos países em de- versidade);
senvolvimento: “[…] criar um ambiente regulatório mais – alterações climáticas;
propício para empresas e empreendedores, a fim de pro- – riscos de sobrevivência dos sistemas biológicos;
mover um crescimento maior e mais inclusivo.” OU “é ne-
– efeitos do aquecimento global.
cessário adotar regras internacionais para gerenciar a
2. [imagem 1]: Erradicar a pobreza (OU erradicar a fome;
abertura e a interdependência”;
OU trabalho digno e crescimento económico OU reduzir
– redução da diversidade cultural, pelo efeito da influên-
as desigualdades); alcançar os direitos humanos;
cia dos produtos e bens culturais difundidos à escala mun-
[imagem 2]: Igualdade de género e empoderamento das
dial pelas multinacionais e redes de comunicação ociden-
mulheres e raparigas (OU educação de qualidade); alcan-
tais: “Nenhum país do mundo hoje se pode isolar de bens,
çar os Direitos Humanos;
serviços, capitais, ideias ou pessoas estrangeiras”;
[imagem 3]: Ação climática (OU proteger a vida marinha e
– problemas sociais, como desemprego e empobreci-
a vida terrestre OU produção e consumo sustentáveis OU
mento, provocado pela deslocalização das empresas
cidades e comunidades sustentáveis).
para países que oferecem mão de obra mais barata; “os
trabalhadores que sofrem com o encerramento de fábri- 3. Identificação dos 17 ODS (discussão com os alunos).
cas na Europa ou nos Estados Unidos […]” DOC. 19
– exploração desenfreada dos recursos naturais e o cres-
1. “[…] construir respostas concretas com novos atores,
cente aumento das emissões de gases poluentes aumen-
novos métodos, novas formas de cooperação e reunir re-
tam os riscos ambientais, com repercussões mais graves
gularmente para ver em que pé estamos.”
nos países mais vulneráveis: […] o comércio deve gerar be-
2. Exemplos:
nefícios para todos […] até aos agricultores de subsistência
presos a economias informais na África e no Sul da Ásia”. – a cooperação internacional, durante a pandemia, per-
mitiu convencer os países desenvolvidos a partilharem as
suas vacinas, ultrapassando-se os milhares de doses ini-
cialmente prometidos (OU a cooperação dos países de-
senvolvidos permitiu vacinar o maior número possível de
MÓDULO 9 Unidade 2 (2.2.)
pessoas);
– a UNESCO, em articulação com organizações regionais
Págs. 84 e 85
de vários países, permitiu que milhões de rapazes e rapa-
DOC. 18 rigas de países pobres (sobretudo do continente africano)
1. pudessem frequentar a escola durante a pandemia (OU a
UNESCO continua a contribuir para garantir que milhares
Dimensão económica:
de crianças e jovens de países pobres tenham acesso à
– milhões de pessoas (10% da população mundial) conti-
educação).
nuam a viver na pobreza;
3. UNESCO; G7; G20; ONU.
– agravamento das desigualdades dentro de cada país e
entre países;
Págs. 86 e 87
– disparidades em termos de oportunidades, riqueza e
poder. DOC. 20

Dimensão social: 1. Enquanto os migrantes escolhem, de forma voluntária,


– desigualdade de género; abandonar o seu país para tentar a sorte de melhorar as
– desemprego, sobretudo juvenil; suas condições de trabalho e de vida, continuando a
poder usufruir dos seus direitos de cidadania no país de
– ameaças globais à saúde;
origem, os refugiados são “migrantes” forçados, obriga-
– deslocação forçada da população (OU aumento dos re-
dos a abandonar o seu país de origem devido à guerra, a
fugiados por questões políticas, religiosas ou ambientais).
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conflitos étnicos e a perseguições, necessitando de refú-


Dimensão ambiental: gio e proteção (asilo) noutros locais. A confusão destes
– catástrofes naturais cada vez mais frequentes e imensas; dois termos pode impedir que os refugiados tenham a
– esgotamento dos recursos naturais; proteção jurídica e os apoios de que necessitam.

ETHA12RQM-5 65
2. Causas económicas: por razões de pobreza, são as po- mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) por ano,

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pulações originárias da África ocidental e do Magred e da ou 23% do produto interno bruto.”
América do Sul e das regiões pobres da Ásia e do sub- Efeito negativo: o despovoamento e a falta de mão de
continente indiano, que têm como destino os países ricos obra no país: “As zonas rurais são agora povoadas ape-
da União Europeia, América do Norte do Golfo, do Su- nas por mulheres, crianças e idosos.”
deste Asiático e a Austrália; migrantes qualificados, em 2. Na Europa, os fluxos internos são favorecidos pela livre
busca de melhores oportunidades são originários de Rús- circulação dentro do Espaço Schengen (Doc. 21 A) a Líbia,
sia, China, Índia e da União Europeia, têm como destinos Tunísia e Marrocos são países de transito dos migrantes
principais destinos os Estados Unidos e a União Europeia. da África Subsariana que pretendem entrar na Europa
3. Argumentos: (Doc. 21 B); nos Estados Unidos a maioria dos migrantes
– os deslocados climáticos não usufruem do estatuto de chegam dos países da América Latina, favorecidos pela
refugiado; proximidade, pela melhoria das vias de comunicação e
– nos países mais vulneráveis, as catástrofes naturais e os pelos laços familiares e culturais (Doc. 21 C); os países mais
fenómenos climáticos extremos exponenciam a pobreza, ricos da Ásia (Índia, Malásia) e do Médio Oriente (países
os conflitos sociais e políticos que levam as pessoas a partir. do Golfo, como o Qatar) atraem as populações pobres
dos países vizinhos (Doc. 22 A), favorecidos pela proximi-
dade e pelos laços familiares e culturais.
Págs. 88 e 89
DOC. 21
Págs. 90 e 91
1. Fatores económicos: desenvolvimento económico
DOC. 23
(oferta de empregos e melhores salários) da Europa e dos
Estados Unidos, refletido no elevado índice de desenvolvi- 1. O crescente fluxo de migrantes ilegais à Europa (OU as
mento humano (Doc. A); oportunidade de sucesso: “Os Esta- crises migratórias) e as políticas migratórias da União Euro-
dos Unidos ainda representam o El Dorado, a terra do self- peia: reforço da vigilância das fronteiras do espaço Schen-
-made man, onde tudo é possível para as pessoas pobres”; gen através criação da Frontex (Doc. A); desde a crise migra-
Fatores políticos: estabilidade política e a liberdade que os tória de 2015, vários países fortaleceram o controlo sobre
sistemas democráticos dos países da União Europeia e dos as suas fronteiras (França, Suíça, Áustria), outros países
Estados Unidos proporcionam atrai “pessoas pobres ou em construíram muros e vedações nas suas fronteiras (Hungria,
fuga da instabilidade política no seu país” (Docs. B e C); Bulgária) (Doc. A); em vários países da Europa, os sentimen-
tos xenófobos e nacionalistas colocaram no poder, gover-
Fatores sociais: oferta de sistemas de saúde, educação,
nos de extrema-direita que adotam medidas muito restriti-
segurança social, refletido no elevado índice de desen-
vas em relação aos migrantes (Doc. B); milhares de migrantes
volvimento humano dos Estados Unidos e dos países da
são “capturados” e ficam a aguardar a deportação em cam-
União Europeia.
pos criados para o efeito na região do Mediterrâneo (Doc. A).
2. Evidencias:
2. A maioria da população europeia opõe-se ao aumento
– Os migrantes são mão de obra ativa, mais barata e dis- do número de migrantes no país.
ponível para todo o tipo de trabalho que não exige quali-
ficação: “Trabalham geralmente nos trabalhos precários, DOC. 24

árduos, a tempo parcial, que os americanos não querem, 1. Benefícios:


em fábricas de montagem, como trabalhadores agrícolas – favorece os intercâmbios culturais;
sazonais, ou como empregados domésticos.”;
– promove o desenvolvimento das capacidades criadoras;
– Os migrantes com altas qualificações são integrados
– estimula a vitalidade da sociedade; amplia as possibili-
em empresas multinacionais e institutos de investigação
dades de escolha;
e inovação: “A fuga de cérebros torna possível manter a
– favorece o desenvolvimento económico;
competitividade da economia americana “no topo”.
– contribui para a formação de sociedades mais abertas e
DOC. 22
livres;
1. Efeito positivo: as remessas enviadas pelos emigrantes – promove o conhecimento;
constituem uma das receitas mais importantes do PIB do – favorece uma existência intelectual, afetiva, moral e es-
país e contribuem significativamente para a sobrevivên- piritual satisfatória.
cia do país: “As remessas de emigrantes ascendem a 6

66
2. “Nas nossas sociedades cada vez mais diversificadas, perturbar o funcionamento dos alvos, ou para o furto de in-
torna-se indispensável garantir uma interação harmoniosa formações confidências, com fins políticos ou comerciais.
[…] entre pessoas e grupos com identidades culturais ao 2. A criação de contas falsas na Internet, o roubo de iden-
mesmo tempo plurais, variadas e dinâmicas.” OU “Insepará- tidade, a pirataria de computadores constituem atos ile-
vel de um contexto democrático, o pluralismo cultural é pro- gais que configuram crime (cibercrime), e não de terro-
pício para os intercâmbios culturais e o desenvolvimento rismo. Porém, o facto de este crime ter perturbado o
das capacidades criadoras que alimentam a vida pública.” funcionamento normal das práticas democráticas, de ter
semeado a discórdia e o medo com objetivos de coagir a
Págs. 92 e 93 sociedade e atingir fins políticos, pode ser entendido
como um ato de terrorismo.
DOC. 25
DOC. 28
1. Motivação:
– retaliar contra a interferência militar dos EUA nas “terras 1. Os Estados Unidos e a Rússia mantêm-se como as prin-
sagradas do Islão”; cipais potências nucleares: os EUA possuem 5550 ogivas
nucleares, das quais 1750 estão instaladas e a Rússia
– humilhar a América;
6255 ogivas nucleares, das quais 1588 estão instaladas.
– vingar os milhares de muçulmanos “oprimidos” pelos
No conjunto, os dois países possuem 9950 orgivas nu-
americanos na Palestina e em muitos outros países do Islão.
cleares, cerca de 1/3 do total de armas nucleares existen-
– combater os infiéis (americanos) em nome de Alá. tes no mundo em 2021.
2. A transmissão em direto, por todos os canais de televi- 2. A partir de 1986 (chegada de Mikhail Gorbatchov à lide-
são do mundo, dos atentados do 11 de Setembro causou, rança da URSS) inicia-se o período de contenção nuclear,
no imediato, uma onda de comoção, de terror, de medo e mas é com o colapso da URSS e o fim da Guerra Fria
de insegurança; o atentado ao centro económico (Word (1990-1991) que se verifica a redução acentuada de armas
Trade Center, Nova Iorque) e ao centro nevrálgico do poder nucleares (64 099 em 1986, cerca de 9550 em 2010).
militar (Pentágono, Washington ) da maior potência mundial Entre 2010 e 2021, o número de ogivas nucleares instala-
alertou o mundo para a fragilidade da segurança internacio- das ou armazenadas estabilizou.
nal e deu início a uma política global de luta antiterrorista.
3. Efeitos:
Págs. 96 e 97
– aumento do número de intervenções militares dos EUA
DOC. 29
em vários países (Iraque, Afeganistão) para capturar os lí-
deres das organizações terroristas islâmicas; 1. “O IPBES indica que, das cerca de 8 milhões de espé-
– aumento do número de organizações filiadas da Al-Qaeda, cies que habitam o nosso planeta, um milhão está em
tornando a ameaça terrorista mais difusa e abrangente. risco de extinção e que 75% das áreas terrestres e 66%
das áreas marinhas se encontram degradadas.”
DOC. 26
2. À atividade humana porque os excessos de produção
1. Dispersão e aumento do número de atentados em todo e de consumo levam à exploração desenfreada dos re-
o mundo, com maior incidência e maior número de víti- cursos naturais e ao desrespeito pelos processos físicos
mas em países de maioria islâmica, nos continentes afri- e biológicos da natureza: “A pretexto do consumo, da
cano e asiático. procura de lucros imediatos e devido ao desrespeito
pelos processos físicos e biológicos, os seres humanos
Pág. 94 estão constantemente a agredir o ambiente que os sus-
tenta.”; “Neste momento, poder-se-ia pensar que o Homo
DOC. 27
sapiens, agora a espécie mais impactante do planeta, cui-
1. Argumentos: daria deste tesouro da biodiversidade como a menina
– o ciberterrorismo: utilização da Internet por organiza- dos seus olhos. Infelizmente, é o contrário.”
ções terroristas (recrutamento, treino, planeamento e inci- 3. Fatores:
tamento à prática de atos terroristas) ciberataques com “o
– contínuo aumento das emissões de gases;
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objetivo de gerar medo com fins políticos ou sociais”;


– não observância, por parte de muitos países, das medi-
– o cibercrime: pirataria informática; difusão de vírus informá-
das aprovadas nos acordos internacionais;
ticos; ataques aos sistemas informáticos de organizações,
– desflorestação.
empresas, instituições públicas e privadas com o objetivo de

67
4. Consequências: – mobilização da sociedade civil em ações de defesa do

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– contração da calota de gelo; ambiente;
– degelo dos glaciares; – dar voz às organizações da sociedade civil;
– subida das águas do mar; – fazer pressão nos fóruns e cimeiras internacionais.
– desertificação. 2. O pacote “Fit For 55” (0bjetivo 55) integra um conjunto
de medidas (“leis”) do Pacto Ecológico Europeu que com-
DOC. 30
prometem a União a reduzir as emissões em 55% até
1. Muitos países da África e da Ásia acrescentam à sua 2030, a fim de que a Europa atinja a neutralidade carbó-
condição de vulnerabilidade geográfica sistemas políti- nica até 2050.
cos instáveis e economias frágeis, e, por conseguinte,
apresentam menos possibilidades de adaptação às alte- Pág. 101
rações climáticas. As catástrofes naturais potencializam a
pobreza, agravam a insegurança alimentar, as doenças, a Dossiê
falta de habitação e provocam milhares de deslocados e Salvar o paneta, um desafio global e urgente
graves crises humanitárias.
1. Cimeira de Quioto (COP 3): aprovação do Protocolo de
Quioto, 1.° acordo jurídico para a redução global dos GEE
Págs. 98 e 99 entre 2008 e 2012 – é o primeiro acordo vinculativo que
DOC. 31 compromete todos os Estados a reduzir as emissões de
gases com efeito de estufa;
1. Importância do multilateralismo:
Cimeira de Paris (COP 21): aprovação do Acordo de Paris,
– A cooperação internacional, iniciada em a Conferência
que estabelece um plano para reduzir o aquecimento
Mundial sobre o Clima em 1979, esteve na origem:
global até 2 °C e atingir 1,5 °C até ao final do século – pela
– da criação do Painel Intergovernamental sobre as Alte- primeira vez estabelecem-se metas quantitativas para a
rações Climáticas (1988); redução das emissões de gases poluentes.
– da assinatura da Convenção-Quadro das Nações Uni- 2. Aspetos:
das sobre Alterações Climáticas (1992);
– a falta de compromisso dos líderes de vários países
– da realização, desde 1995, das Cimeiras anuais do atrasa a entrada em vigor dos tratados: por exemplo, o
Clima (COP) com cientistas, associações ambientais, re- Protocolo de Quioto foi acordado em 1997 e só 8 anos
presentantes dos poderes locais, organizações da socie- depois (2005) foi possível reunir o consenso de 55% dos
dade civil para avaliar a situação das mudanças climáticas países para que o mesmo pudesse entrar em vigor;
e aprovarem medidas de ação climática;
– os chefes de Estado de países, grandes emissores de
– da aprovação do Protocolo de Quioto (1997), GEE (EUA, Brasil, Rússia), desvalorizam e desacreditam
– da assinatura do Acordo de Paris (2015); a constituição os relatórios científicos do IPCC e dão prioridade os inte-
do V20 acrescenta a força aos países vulneráveis nas Ci- resses económicos comprometendo o progresso das po-
meiras Internacionais. líticas globais de ação climática.
Dificuldades: 3. Razões:
– Lentidão da ação climática: A ideia de um tratado inter- – a vulnerabilidade dos seus territórios;
nacional sobre o clima surgiu em 1979, na Conferência – a sobrevivência das suas populações face às ameaças
Mundial sobre o Clima, mas só nove anos depois foi das alterações climáticas;
criado o Painel Intergovernamental sobre as Alterações
– a necessidade de fortalecimento das suas posições
Climáticas; o Protocolo de Quioto, aprovado em 1997, ins-
face ao poder das nações mais ricas e influentes nas Ci-
tituiu as primeiras medidas vinculativas para reduzir as
meiras do Clima;
emissões de GEE, mas só em 2015, com o Acordo de
– responsabilizar as nações mais desenvolvidas e mais po-
Paris, ficou estabelecido um quadro universal para a coo-
luentes pelos efeitos catastróficos das suas ambiciosas po-
peração internacional;
líticas económicas e da sua inação em matéria climática;
– a falta de compromisso dos governos: em 2019, menos
– pressionar a comunidade internacional para aprovação
de 10% dos países estão a cumprir os objetivos do Acordo.
de medidas vinculativas em matéria de ação climática.
Papel da ONG:
Mobilização: os chefes de Estado dos pequenos estados
– alertar a população para os problemas ambientais;

68
insulares congregam outros países vulneráveis, realizam Quioto – 1.° acordo jurídico para a redução global dos
fóruns preparatórios, procuram sensibilizar a opinião pú- GEE”; COP 21 (Cimeira de Paris), em 2015, aprovação do
blica e as organizações da sociedade civil para os seus Acordo de Paris – a comunidade internacional “estabe-
problemas e exercem pressão durante as negociações. lece um plano para limitar o aquecimento global abaixo
4. Objetivos: de 2 °C e atingir 1,5 °C até ao final do século” (Doc. A);
– vincular os países da União Europeia (UE) na ação climá- – o papel do secretário-geral das Nações Unidas, António
tica global de redução das emissões de gases poluentes; Guterres: a ação climática é uma das mais importantes li-
– tornar a UE no primeiro continente com impacto neutro nhas de ação da sua agenda (discursos, intervenções, visi-
no clima; tas, fóruns internacionais…): “O nosso planeta a afundar-se
(Doc. C2);
— promover a reconversão das economias da UE em
economias “verdes”, sustentáveis; – ação chefes de Estado dos países mais vulneráveis às
alterações climáticas na congregação de outros países,
– incentivar e apoiar projetos inovadores de transforma-
dando origem ao V20: “Nos meses que se seguiram, as
ção dos processos produtivos (“utilização de energias re-
ilhas juntaram-se a outros países vulneráveis para pressio-
nováveis, utilização de algoritmos”);
nar os seus pares”; no fortalecimento dos interesses dos
–incentivar e apoiar a transição verde das empresas e seus países nas negociações: “Durante uma reunião de
negócios. três dias, antes das negociações climáticas de Paris, os
5. Nos últimos anos, a consciência ecológica tem progre- chefes de Estado e os representantes da sociedade civil
dido e, por todo o mundo, a sociedade civil mobiliza-se, de 15 nações do Pacífico elaboraram uma lista de ques-
organizando manifestações e promovendo várias outras tões para as quais exigiam resposta nas negociações que
iniciativas com vista a pressionar os governos e empresas se aproximavam” (OU “Uma exigência era fundamental:
a alterarem as suas políticas e estratégias económicas; um novo pacto climático global deveria limitar a subida
durante as Cimeiras do Clima, milhares de pessoas ro- das temperaturas a mais de 1,5 °C até o ano 2100”); na
deiam os locais de reunião dos líderes internacionais mobilização da opinião pública e da sociedade civil: “Nas
exercendo pressão sobre as negociações; nos EUA, a de- ruas de Paris naquele dezembro, ativistas entoavam o re-
cisão do governo de abandonar o Acordo de Paris, em frão: “Um vírgula cinco para continuar vivo” (Doc. C1).
2017, originou uma onda de protestos por todo o país e, – ação da Comissão Europeia na vanguarda das iniciativas
em oposição à decisão do governo central, os governa- de ação climática e de defesa do ambiente através da pro-
dores dos Estados, os presidentes de câmara, os líderes moção de estratégias de desenvolvimento sustentável: “O
empresariais e os representantes das mais diversas orga- Pacto Ecológico Europeu não se limita às emissões. […] é
nizações da sociedade civil assumiram a liderança do uma nova estratégia de crescimento que devolve mais do
país nos compromissos do Acordo de Paris. que retira. […] Empresas de todo o nosso continente já
6. Introdução: Referência ao agravamento dos proble- estão a transformar a transição verde em oportunidades
mas ambientais como consequência dos modelos de pro- verdes e oportunidades de negócio (Doc. C3)”
dução e consumo da economia globalizada. Os impasses produzidos por decisões unilaterais
Tópicos de resposta: – lentidão dos programas e acordos em matéria de ação
Papel dos organismos internacionais climática: a 1.ª Conferência Mundial sobre o Clima reali-
– ação das Nações Unidas: liderança das primeiras inicia- zou-se em 1979, mas só em 1988 foi criado o IPCC, orga-
tivas internacionais para avaliar o estado do planeta e os nismo científico, cujos relatórios especializados fornecem
efeitos das alterações climáticas (“Conferência das Na- informações científicas sobre as alterações climáticas e
ções Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972; os seus impactos (Doc. A);
1.ª Conferência Mundial sobre o Clima, em 1979; a Cimeira – falta de consensos para a concretização dos acordos
da Terra em 1992); estabelecimento dos primeiros acor- aprovados: protocolo de Quioto foi aprovado em 1997,
dos internacionais de ação climática (Protocolo de Mon- mas só em 2005 se conseguiu a ratificação dos 55 países
treal, em 1987); criação de programas e organismos inter- necessários para a sua entrada em vigor (OU na Cimeira
nacionais especializados (PNUMA, IPCC, UNFCC (Doc. A)): de Copenhaga (COP 15), “as divergências entre os países
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– papel das COP como principal espaço discussão, nego- inviabilizaram o compromisso global quantitativo para a
ciação internacional para a aprovação de medidas con- redução de 2% das emissões de GEE”) (Doc. A);
cretas de combate às alterações climáticas: COP 3 (Ci- – primazia da política económica da ação governativa
meira de Quioto), em 1997, “aprovação do Protocolo de dos líderes de alguns dos países mais poluentes, que

69
descredibilizam os relatórios científicos e ignoram as evi- MÓDULO 9 Unidade 2 (2.3.)

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dências da emergência climática global: “Jamais assinarei
um acordo que limite as emissões de dióxido de carbono; Págs. 102 e 103
essa seria uma medida que deixaria a nossa economia de
DOC. 32
rastos” (George W. Bush, presidente dos EUA, em 2005);
“O conceito de aquecimento global foi criado pelos e 1. Áreas de difusão cultural: Nova Iorque; São Francisco e
para os chineses, para tornar a indústria americana pouco Los Angeles, nos EUA; Paris, Londres, Berlim, Barcelona,
competitiva” (Donald Trump, presidente dos EUA, em na Europa; Tóquio, no Japão.
2017); “Quero fundir os ministérios da Agricultura e do – Aspetos em comum: grandes metrópoles; importantes
Meio Ambiente. Não pode ter ambientalismo xiita no Bra- centros culturais (universidades, museus, centros de ex-
sil. Vamos acabar com a indústria de demarcação de ter- posições).
ras indígenas” (Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, em 2. A uniformização cultural é o reflexo da globalização
2018); “Ninguém conhece as causas das mudanças climá- cultural. Traduz-se no esbatimento das especificidades
ticas. Uma pequena rotação da Terra pode levar a graves culturais, suplantadas por modelos universais, predomi-
mudanças climáticas” (Vladimir Putin, presidente da Rús- nantemente ocidentais (veiculados pelos mass media e
sia, em 2019) (Doc B); pela Internet) e manifesta-se na padronização do estilo
– falta de compromisso dos líderes mundiais para com os de vida, dos hábitos de consumo, das práticas culturais:
acordos estabelecidos: Donald Trump anuncia o aban- “De um extremo ao outro do planeta, o mesmo estilo de
dono do Acordo de Paris em 2017 (caricatura); apesar de vida, […] os mesmos filmes, as mesmas séries de televi-
aprovado em 1997, o Protocolo de Quioto só em 2005 são, as mesmas notícias, as mesmas canções, os mesmos
consegue a ratificação de 55% dos países (Doc. A); o Ca- slogans publicitários, os mesmos objetos, as mesmas
nadá, o Japão e a Nova Zelândia e os EUA não integra- roupas, os mesmos carros, o mesmo urbanismo, a mesma
ram o novo período das metas do Protocolo de Quito arquitetura, o mesmo tipo de apartamentos frequente-
para 2013-2020 (Doc. A). mente mobilados e decorados da mesma maneira.”
Importância da mobilização da sociedade
DOC. 33
– consciencialização ecológica (Doc. 4);
1. Dos Estados Unidos da América. Os seus produtos
– mobilização da sociedade em torno dos problemas cli-
estão presentes em todos os aspetos da nossa vida quoti-
máticos (Doc. 4);
diana: alimentação (MacDonald, Starbucks, Coca-Cola);
– pressão dos governos nacionais para alteração das po- vestuário (Nike); entretenimento (MTV, Mickey); trabalho,
líticas e estratégias económicas e empresariais: “Um conhecimento (computador pessoal, Macintosh da Apple).
pouco por todo o mundo, pressionam os governos para a
urgência de políticas de desenvolvimento sustentável”; Págs. 104 e 105
– promoção de iniciativas e ações de liderança em de-
DOC. 34
fesa das causas do ambiente: “Governadores, presiden-
tes de câmara e líderes empresariais, apoiados por diver- 1. Exemplos:
sas organizações da sociedade civil, assumiram a massificação dos hábitos de consumo (alimentação, ves-
liderança americana em matéria de alterações climáticas; tuário) operada pelo marketing das grandes multinacio-
– pressão das negociações durante as Cimeiras do Clima: nais americanas, como a Coca-Cola, Macdonald’s, Ken-
“Nas ruas de Paris naquele dezembro, ativistas entoavam tucky Fried Chicken, Levi’s;
o refrão: “Um vírgula cinco para continuar vivo” (Doc. C). – massificação cultural operada pelos filmes, séries da
Walt Disney e pela música da MTV, pelo predomínio da
língua inglesa (vocábulos), e pela moda (veiculada nas sé-
ries e videoclipes americanos).
2. Aspetos:
– a Internet tornou-se no principal meio de distribuição e
difusão mundial da cultura: as taxas de audiência das pla-
taformas de streaming suplantam os tradicionais canais
de televisão:
– Youtube tornou-se o principal canal de partilha e con-
sumo de música e de vídeos;
70
– difusão dos mesmos filmes e séries, predominante- impacto na Natureza, mobilizar a sociedade para a neces-
mente americanos: “podemos ver centenas de canais di- sidade de se alterar o modo de produção e consumo e
ferentes… Mas o conteúdo é unificado ”. participar ele mesmo nessa transformação (Doc. B); o gra-
fiti, como forma de expressão artística de consciencializa-
DOC. 35
ção da sociedade para os problemas sociais (Doc. C).
1. Expressões: “todos têm na mente um êxito do “Rei da
– sociais: desigualdades sociais, igualdade de género, as
Pop”; “centenas de milhões de álbuns vendidos”; “dimen-
migrações (Doc. C); os excessos da sociedade do consumo
são global do fenómeno Jackson”; “ícone da globaliza-
(Doc. B).
ção”; “internacional”; “cosmopolita”; “meios de comunica-
ção massivos”; “línguas universais”. DOC. 38

2. Evidências: 1. O rap como música de intervenção (a crítica social e


– “Conciliando música negra e branca, soul afro-ameri- política do poema); o breakdance e o graffiti como formas
cana e pop internacional, as suas canções constituem de expressão artística de grupos marginais que cons-
uma banda sonora cosmopolita e eclética” (Doc. A); troem a sua cultura em oposição à cultura burguesa.
– Na Disneylândia de Tóquio, as principais personagens
da lenda [Tanabata Matsuri] são encarnadas pelas perso- Págs. 108 e 109
nagens da Walt Disney” (Doc. B).
Dossiê
DOC. 36
Lisboa, uma galeria a céu aberto
1. Através da celebração do Dia Internacional da Língua 1. Graffiti (desenhos, figurativos ou abstratos e inscrições
Materna, a UNESCO pretende promover a diversidade feitos com spray de tinta em fachadas de edifícios ou
linguística, a valorização das línguas tradicionais, como outro mobiliário urbano) e Rap (discurso ritmado com
reação à preponderância da língua inglesa; ao incluir a rimas e poesias).
Dieta Mediterrânica na lista do Património Cultural Imate-
2. Pela temática que aborda: os problemas e vivências
rial da Humanidade, a UNESCO contribui para a preserva-
das classes populares; as comunidades migrantes e as
ção e valorização dos produtos e receitas tradicionais
suas condições vida (Doc. A2); os bairros e as tradições po-
dos países mediterrânicos, mas também para a proteção
pulares (Doc. A3).
e sobrevivência dos seus costumes e tradições originais,
3. Os materiais utilizados: a calçada portuguesa e o azu-
face à tendência uniformizada dos hábitos de consumo e
lejo são materiais típicos do urbanismo português. Pre-
do estilo de vida modernos.
tende-se salientar e recuperar os elementos distintivos
da cultura portuguesa (o fado, na figura de Amália Rodri-
Págs. 106 e 107
gues, os materiais e soluções do urbanismo português,
DOC. 37 os bairros e costumes lisboetas), como reação à uniformi-
dade cultural promovida pela globalização.
1. Expressões: “uma cidade aculturada”; “uma das capi-
tais europeias mais diversificadas”; “várias essas línguas 4. O livro como uma planta de onde brotam folhas e saem
que derivam desta cultura.” sementes de vida (OU outra que o professor considere
válida).
2. Preocupações
5. Aspetos:
– ecológicas: utilização dos resíduos urbanos para criar
arte; o lince ibérico, uma espécie ameaçada (Doc. B); o – alertar para os problemas ambientais que derivam dos
verde e o azul (cores predominantes) no Doc. C, como re- excessos do consumismo, dando vida ao lixo urbano;
presentação da Natureza que sobrevive aos ataques da – prevenir para o impacto da atividade humana nos ecos-
poluição humana (o gás e tinta que saem da lata de sistemas: a série Big Trash Animals são um conjunto de
spray); o “soldado” (Doc. C) (espécie humana) perde na esculturas que representam as espécies ameaçadas;
luta contra a natureza (o ar abatido, os óculos de prote- – promover a consciência ecológica.
ção, a máscara de gás, o capacete). 6. Introdução: Referência ao cosmopolitismo de cidades
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– cívicas: o trabalho de Bordalo II (o tamanho, a espécie como Lisboa: centros de difusão de uma cultura globali-
representada, o local escolhido para a instalação, os ma- zada; espaços onde se evidenciam diferentes identida-
teriais utilizados) pretende consciencializar a sociedade des culturais que se expressam através da arte.
para os excessos da sociedade de consumo e o seu

71
Tópicos de resposta: – a Wikipédia, uma enciclopédia colaborativa, concebida

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Formas de expressão para estar em constante atualização, graças aos contribu-
– música: rap, fado; tos dos utilizadores;

– Graffiti artístico: murais com utilização de vários mate- – as redes sociais, como o Facebook ou o YouTube, que
riais (stencil, aerossol, calçada, azulejo…) fornecem informação e permitem a qualquer pessoa a
criação e a partilha de conteúdos, de forma instantânea,
– instalações;
para o mundo inteiro.
– escultura;
2. Aspetos:
– dança.
– o trabalho: o computador e a Internet alteraram os pro-
Problemáticas abordadas
cessos produtivos, os métodos de comércio (comércio
– problemas sociais: “arte voltada para o povo, para a sua online) e permitiram o trabalho remoto (teletrabalho);
vida e as suas aspirações”: o trabalho, as dificuldades, as
– a cultura: Wikipédia, livros digitais, jornais, publicações
tradições e costumes (Doc A1, 2 e 3);
online, museus e bibliotecas virtuais, o YouTube (músicas,
– questões ecológicas e ambientais: a poluição, os mo- concertos, vídeos…) tornaram a informação acessível, in-
delos de produção e consumo; a destruição dos ecossis- dependentemente da hora ou do local onde se encontre;
temas; a degradação ambiental (Doc. B4); – as comunicações e as relações sociais: através de men-
– globalização cultural versus diversidade cultural: a re- sagens, chats, videochamadas, redes sociais é possível
cuperação dos aspetos distintivos da cultura (fado, casas comunicarmos em tempo real a qualquer hora em qual-
de fado, guitarra portuguesa, bairros populares, azuleja- quer local do mundo;
ria, calçada), realçando-se algumas das referências do – o entretenimento: plataformas de streaming, jogos on-
fado e da poesia portuguesas (Amália Rodrigues, a Se- line, redes socias vieram alterar a forma como ocupamos
vera, Fernando Maurício, poetisas portuguesas) (Doc. A3; o tempo livre.
Doc. B1, B2 e B3);
3. Atividades:
– valorização do papel da mulher: trabalhadora, artista,
– Comunicação: videochamadas, mensagens, partilha de
poeta (Doc. 2A);
vídeo, músicas, imagens, reuniões online;
– integração dos migrantes: o racismo (a mulher negra
– comércio online: publicidade, aquisição e venda de
com máscara de branca); as dificuldades de sobrevivên-
bens e serviços;
cia (rap da Capicua).
– entretenimento: ver vídeos, assistir a concertos, ouvir
Aspetos que evidenciam o seu carácter cívico
música.
– carácter interventivo ou de crítica social: dificuldades
4. Oportunidades:
dos migrantes (“Por que o metro, comboio, o autocarro/
Podem-nos faltar à gente/ Mas não a gente ao trabalho”); – desenvolvimento da inteligência artificial (IA): “[…] à me-
o consumismo (Doc. B4); as desigualdades sociais (Empre- dida que Internet se vai incorporando gradualmente em
gada da limpeza/Só mais uma que de longe vê/ a impo- todos os objetos da vida quotidiana, que se vão tornando
nência imperial”); cada vez mais “inteligentes”;

– consciência ecológica: reciclagem, proteção das espé- – eficiência das equipamentos e dos serviços facilitam as
cies (Doc. B4); atividades do dia a dia, o trabalho e os negócios, e tor-
nam os serviços mais eficientes: “Um frigorífico que enco-
– preservação do património cultural material: urbanismo
menda as suas compras, uma balança que mostra as suas
tradicional (calçada, azulejo, bairros populares) e imaterial
curvas de peso no seu smartphone, os ténis que lhe mos-
(o fado, casas de fado, a poesia, a dieta portuguesa –
tram o trajeto, calculam o seu desempenho desportivo”;
“pão e vinho sobre a mesa”).
OU “Redes de todos os tipos estão cada vez mais interli-
gadas (transporte, distribuição de energia, administra-
Págs. 110 e 111 ção), a fim de facilitar a gestão”.
DOC. 39 Desafios:
1. Evidências: – falta de privacidade OU a exposição da vida privada: “e
– a Internet, ao contrário dos restantes meios de comuni- publicam-no no Facebook”;
cação (rádio, televisão, jornais), é um meio de comunica- – aumento do fluxo de dados pessoais armazenados
ção interativo: “fornece e recebe informação”; “produzem cada vez mais dados; fluxos de dados de ali-
mentação de informação”;
72
– utilização ilegal dos dados pessoais para diversos fins 2. Argumentos:
(comerciais, políticos, estatísticos…): “modelo negócio – melhora as competências digitais;
que fornece serviços de computação na nuvem para ou- – facilita a gestão das atividades do dia a dia;
tras empresas”;
– promove a inclusão;
– ameaças à segurança pessoal e dos Estados (ciber-
– facilita o trabalho;
crime e ciberterrorismo): “A segurança destes sistemas
– facilita o acesso à informação;
de informação constitui o grande desafio que se coloca
ao bom funcionamento das nossas sociedades e à segu- – facilita o acesso aos serviços do Estado;
rança dos Estados”. – contribui para uma utilização ética e responsável das
tecnologias digitais;
Págs. 112 e 113 – permite a utilização segura da Internet;

DOC. 40
– ajuda a prevenir os ataques informáticos e o cibercrime;
– contribui para o desenvolvimento pessoal e das ativida-
1. Tim Berners-Lee foi criador da WWW, quando traba-
des económicas;
lhava com engenheiro de software na CERN.
– promove o desenvolvimento de uma sociedade mais
2. Argumentos:
livre e participativa.
– a Internet é, atualmente, uma tecnologia imprescindível
ao desenvolvimento: “é conhecimento, é oportunidade, é
Págs. 114 e 115
empoderamento”;
– a falta de acesso à Internet e a iliteracia digital constituem DOC. 42

fatores de desigualdade no acesso aos direitos: “ 3,5 mil 1. Art.º 4º - a) Todo o animal pertencente a uma espécie sel-
milhões de pessoas ainda não têm acesso à Internet”; vagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente
– o acesso à Internet segura contribui para o desenvolvi- natural, terrestre, aéreo ou aquático, e a reproduzir-se.
mento sustentável: “O acesso à Web constitui um pré-re- 2. A Declaração dos Direitos dos Animais:
quisito para muitos dos Objetivos de Desenvolvimento – suscitou o debate público para a causa animal, “ati-
Sustentável – desde apoiar a educação e reduzir as desi- vismo pelos direitos dos animais” (Doc. D);
gualdades, impulsionar o crescimento económico e me-
– fez multiplicar as associações de defesa dos animais
lhorar os resultados de saúde.”
(Doc. C e D);
3. Evidências:
– favoreceu o progresso da legislação de defesa da dig-
– agravamento das desigualdades: de desenvolvimento nidade animal (Doc. D).
(“3,5 mil milhões de pessoas ainda não têm acesso à Inter-
– impulsionou o aparecimento de partidos de defesa dos
net. […] sobe para 52% nos países menos desenvolvidos do
direitos dos animais (Doc. C)
mundo”); de género (“os homens têm 21% mais probabilida-
3. Progressos: o ativismo na defesa dos direitos dos ani-
des de estar online do que as mulheres”); de acesso aos
mais tem aumentado (Doc. D); OU a causa animal foi intro-
direitos (na Europa, 43% dos cidadãos não têm as compe-
duzida nos programas dos partidos políticos (PAN – Pes-
tências digitais necessárias para usar a Internet…”) (Doc. A);
soa – Animais – Natureza) (Doc. C); OU os progressos na
– ameaça aos direitos de privacidade: “A empresa holding
legislação de proteção dos direitos dos animais (“Desde
proprietária do Google utiliza os dados que o motor de
2014 que o código penal português prevê a criminaliza-
busca está continuamente a acumular […]. Sabemos onde
ção dos maus-tratos dos animais”) (Doc. D).
está, sabemos onde esteve, sabemos mais ou menos o
Apesar da maior consciência animal e dos progressos le-
que está a pensar” (Doc. B);
gislativos "as condenações têm sido sucessivamente
– ameaças à liberdade: é nos países com regimes autori-
anuladas pelo tribunal Constitucional" porque a lei não
tários (Rússia, Cazaquistão, Mianmar) que os bloqueios à
tem cobertura na Constituição".
Internet são mais frequentes e constituem uma forma de
censura (Doc. C). DOC. 43
ETHA12RQM @ Porto Editora

DOC. 41 1. Art.° 3.° a) Nenhum animal será submetido a maus-tra-


tos nem a atos cruéis.
1. Ameaças da Internet: partilha ilegal dos dados pessoais;
Art.° 4.° a) Todo o animal pertencente a uma espécie selva-
manipulação dos dados pessoais; fraude eleitoral; desinfor-
gem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente na-
mação; discurso de ódio; fake news; fomento da discórdia.
tural, terrestre, aéreo ou aquático, e a reproduzir-se.
73
Art.° 10.° b) As exibições de animais e os espetáculos que refugiados, de modo a garantir-lhes a assistência, a prote-

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se sirvam de animais são incompatíveis com a dignidade ção e o direito de asilo.
do animal. A UNICEF é o Fundo da ONU que apoia os programas
nacionais para a promoção da saúde, nutrição, educação
Págs. 116 e 117 e bem-estar geral das crianças.

DOC. 44 DOC. 46

1. Em 1993, o fim da Guerra Fria criava a expectativa da 1. Os direitos políticos (de participar na vida política, de se
paz, da cooperação entre as nações: “mais de 7000 pes- habilitar a um cargo eletivo, de oposição ideológica) e
soas participaram na Conferência Mundial sobre Direitos civis (reunião, associação) e a liberdade de expressão são
Humanos de Viena” OU da promoção do desenvolvi- frequentemente limitados em regimes autocráticos, mas
mento, da democracia e dos direitos humanos: “[…] A também nos Estados islâmicos (como Afeganistão, Irão,
Conferência de Viena […] acabou por conduzir à adoção Arábia Saudita…). Nos países muçulmanos, os aspetos
do Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, So- culturais e religiosos limitam, particularmente, os direitos
ciais e Culturais. […]” OU “A Declaração e Programa de das mulheres.
Ação de Viena […] afirmou claramente que os direitos hu-
manos são universais, indivisíveis, interdependentes e in- Pág. 118
ter-relacionados, e comprometeu os Estados a promover
DOC. 47
e a proteger o conjunto dos direitos humanos para todos”.
No entanto, eram ainda anos de incerteza: (“Existiam di- [Licitude do direito dos Direitos Humanos] Enquanto
vergências em muitos domínios; pareciam profundas e para os líderes políticos e religiosos do Irão, a Declaração
potencialmente intransponíveis”); os conflitos persistiam: Universal dos Direitos Humanos é uma construção ideo-
“a menos de um dia de viagem do Centro Internacional lógica ocidental, “formulada a partir de valores próprios
de Viena onde se realizava a Conferência, os conflitos da civilização ocidental, estranha ao mundo muçulmano”,
ocorriam na ex-Jugoslávia”. e por isso carece de legitimidade, para os representantes
2. Evidências: da ONU, a licitude da Declaração Universal dos Direitos
Humanos advém do facto de esta resultar das “contribui-
– adoção do Pacto Internacional sobre os Direitos Econó-
ções feitas por homens e mulheres de todo o mundo”, e
micos, Sociais e Culturais;
por isso entendida como “uma declaração de direito in-
– aprovação por unanimidade da Declaração e Programa
ternacional consuetudinário” e “autorizada de obrigações
de Ação de Viena, que afirmou claramente que os direi-
ao abrigo das disposições da Carta das Nações Unidas”.
tos humanos são universais, indivisíveis, interdependen-
[Tutela dos Direitos Humanos] Enquanto para os líderes
tes e inter-relacionados;
políticos e religiosos do Irão, a dignidade dos seres huma-
– compromisso de todos os Estados na promoção e pro-
nos é tutelada pela Sharia, “a Lei revelada cujas principais
teção do conjunto dos direitos humanos para todos.
fontes são o Alcorão e a Sunna, a tradição do Profeta
3. A Declaração de Viena contribuiu para novos avanços Maomé”, à qual os muçulmanos devem obediência, para
no âmbito da igualdade: dos direitos económicos, sociais os representantes da ONU, a dignidade dos seres huma-
e culturais – “adoção do Pacto Internacional sobre os Di- nos é salvaguardada pelo direito internacional, uma vez
reitos Económicos, Sociais e Culturais”; dos direitos das que a Declaração Universal dos Direitos Humanos é “uma
mulheres – “os direitos das mulheres foram indiscutivel- declaração autorizada de obrigações ao abrigo das dispo-
mente, e de uma vez por todas, reconhecidos como Direi- sições da Carta das Nações Unidas”, que foram “afirma-
tos Humanos”; reforçou a universalidade dos direitos hu- das e adotadas em constituições de países de todas as
manos: “afirmou claramente que os direitos humanos são regiões e em tratados juridicamente vinculativos”.
universais, [...] e comprometeu os Estados a promover e a
[Violação dos direitos humanos] Para os líderes políticos
proteger o conjunto dos direitos humanos para todos
e religiosos do Irão, não existe violação dos Direitos Hu-
[onde se incluem as minorias].”
manos porque “antes de serem titulares de direitos, os
DOC. 45 muçulmanos têm deveres para com Deus e para com os
1. O ACNUR (Alto Comissariado da ONU para os Refugia- demais membros da comunidade de fiéis”, pelo que “os
dos) tem desempenhado um importante apoio humanitá- direitos à vida e à dignidade pessoal podem ser sacrifica-
rio (abrigo, alimentos, cuidados médicos) e jurídico aos dos em homenagem ao interesse comunitário”; já para a
ONU, tais situações constituem violações dos Direitos

74
Humanos, porque a “universalidade é a pedra angular do 3. Porque o desenvolvimento do país não se revelou sufi-
direito dos Direitos Humanos” e “nem a categoria cultural ciente para eliminar o fosso que o afastava das médias
nem o estatuto político podem justificar a isenção da pro- comunitárias.
teção dos direitos”.
Págs. 124 e 125
DOCS. 3e4

MÓDULO 9 Unidade 3 (3.1) 1.


– As autoestradas, tal como a restante rede viária, permi-
Págs. 122 e 123 tiriam suprir carências nas acessibilidades e dinamizar o
mercado interno e a ligação ao mercado externo, facili-
1
DOC.
tando a circulação de pessoas e produtos.
1. – As obras públicas, como foi o caso da barragem do Al-
– Passado de Portugal: a época em que o país se abriu ao queva, facilitariam o aproveitamento agrícola da região, a
mundo, construindo o império marítimo português (séculos fixação da população e a produção de energia elétrica.
XV-XVI); o Mosteiro foi mandado edificar por D. Manuel I, 2.
em Belém-Restelo, de onde partiram, por exemplo, as arma- Escolher quatro:
das de Vasco da Gama e de Pedro Álvares Cabral.
– O crescimento da rede viária;
– Futuro de Portugal: a integração do país nas Comunida-
– O crescimento da exportação de bens;
des Europeias, de modo a reduzir o seu atraso económico
– O crescimento do PIB;
e social em relação aos países desenvolvidos da Europa.
– A aproximação do PIB per capita à média comunitária;
2.
– O crescimento do rendimento das famílias;
– Portugal seria um país mais desenvolvido económica e
socialmente e mais próximo dos países comunitários, – O crescimento do consumo das famílias;
com “padrões de vida e de bem-estar verdadeiramente – O crescimento da terciarização da sociedade;
europeus”. – A redução do desemprego;
– Portugal reforçaria a sua jovem democracia pluralista, – A redução do analfabetismo;
pois a integração europeia impunha ou fixava o “quadro – A redução da mortalidade infantil.
institucional democrático”, evitando “desastrosas aventu-
3.
ras ditatoriais”.
– O acesso aos fundos comunitários ou fundos estruturais.
– Portugal deixaria de ser um país isolado ou “orgulhosa-
– O investimento direto estrangeiro.
mente só” na cena internacional, pois passaria a contar
com a “solidariedade europeia”. – A modernização do quadro legal e administrativo, com
a redução dos entraves protecionistas que prejudicavam
2
a livre iniciativa ou uma economia aberta e competitiva.
DOC.

1. Foi o FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Re- – As reformas estruturais.


gional), em virtude de ser um fundo muito abrangente,
destinado ao apoio às infraestruturas, às empresas, à for-
Págs. 126 e 127
mação, à educação e pesquisa, áreas em que Portugal
era carente. Daí o investimento significativo nas obras pú- DOC. 5

blicas, nomeadamente nas comunicações, no sanea- 1.


mento, em escolas e hospitais. Escolher um:
2. Portugal procurou aproximar-se dos parceiros euro- – O país deixou de dispor de medidas protecionistas,
peus, investindo em infraestruturas que apoiassem a ati- como sejam as tarifas aduaneiras;
vidade económica (como as redes viária, ferroviária e de
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– O país deveria adaptar-se às condições da moeda


saneamento), a saúde (hospitais), a educação (escolas). A
única.
dinamização económica foi também implementada atra-
2.
vés do apoio às empresas, especialmente às pequenas e
médias empresas. A desaceleração do crescimento económico dever-se-ia a:
– taxas de juro demasiado baixas, determinadas pelo

75
Banco Central Europeu, que provocaram a diminuição banca portuguesa, tornando o crédito mais acessível às

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das poupanças e, por conseguinte, de capitais para in- empresas e famílias portuguesas (Doc. 10).
vestimento; 2.
– aumento das despesas dos indivíduos, das empresas e – Investimento dos capitais bancários predominante-
do Estado, com a participação na moeda única, o que pro- mente em setores não transacionáveis, virados para o
vocou mais importações de bens e serviços que exporta- mercado interno (como o imobiliário, o comércio e os ser-
ções, défices crescentes e aumento da dívida externa. viços pessoais), em lugar de investimento em setores li-
DOCS. 6e7 gados à exportação, como a indústria e serviços empre-
sariais.
1.
– Falta de empresas produtivas, uma vez que preponde-
– Escolher dois fatores: o aumento do poder de compra,
ram as pequenas empresas, com pouca capacidade de
em virtude da melhoria de salários ou do aumento de ren-
inovação.
dimentos dos agregados; a prática de juros baixos que
– Má gestão empresarial, nomeadamente no que res-
convidava ao consumo, e não à poupança; a vontade de
peita aos recursos humanos.
usufruir de bens que, anteriormente, estavam vedados a
apreciáveis camadas populacionais. 3.

– Escolher dois efeitos: o estímulo à iniciativa privada, ao – Os riscos da deslocalização das empresas por parte
empreendedorismo e, consequentemente, à economia de das multinacionais, com o inevitável desemprego.
mercado (Doc. 6B); o incremento dos negócios bolsistas ou – A concorrência de outras economias, como a chinesa.
da Bolsa de Valores (Doc. 6B); a obtenção de receitas para 4. De 1996 a 2010, o saldo da balança comercial portu-
o Estado (Doc. 6B); a melhoria das acessibilidades, comuni- guesa é negativo, o que se pode explicar por:
cações e telecomunicações (Docs. 6C e 7); a dinamização da – enorme influxo de capital estrangeiro para Portugal,
construção civil (Doc. 7); o crescimento do setor dos servi- que financiou famílias no consumo, contribuindo para o
ços (Doc. 6C); a dinamização económica (Docs. 6B, C e 7). acréscimo de importações;
– falta de uma produção competitiva de bens devido ao
Págs. 128 e 129 universo empresarial ser constituído predominantemente
DOC. 8 por pequenas empresas, o que conduz a um acréscimo
das importações sobre as exportações.
1.
5. O saldo negativo da balança comercial portuguesa, de
– A PAC obrigou Portugal a reduzir a exploração e a pro-
1996 a 2010, teve como efeito nas contas públicas, no
dução agrícola; Portugal destruiu a sua agricultura; a po-
mesmo período:
pulação ligada à agricultura diminuiu.
– uma diminuição das receitas públicas, contribuindo para
– Portugal só destruiu explorações e produções que não
o défice orçamental e o crescimento da dívida pública.
tinham valor do ponto de vista agrícola; a agricultura não
era um setor vital para a economia, pois só contribuía
Pág. 130
para c. de 9% do PIB; apostou-se em produções agrícolas
de maior qualidade e maior valor acrescentado; criaram- DOC. 13
-se condições para outro tipo de empresários, o que per-
1. Escolher dois:
mitiria uma agricultura mais moderna e competitiva.
– acréscimo de despesas com projetos de obras públi-
2. Contexto resultante da integração do Mercado Único ou
cas;
Mercado Interno, criado em 1993, que se baseava no livre
– acréscimo de despesas com a nacionalização do BPN;
comércio de bens, serviços, pessoas e capitais. Na ausên-
cia de protecionismo conferido pelas taxas alfandegárias, – acréscimo de despesas com aumento salarial (do fun-
Portugal sofreu os embates da concorrência comunitária. cionalismo público);
– acréscimo de despesas com a importação de automó-
DOCS. 9 a 12
veis.
1. 2. O aumento do desemprego e a emigração, especial-
– Investimento direto de uma multinacional, a Volkswagen, mente de jovens.
num projeto industrial de produção automóvel (Doc. 9A).
– Colocação de capitais (fundos de investimento) na

76
Pág. 131 5.
Transformações operadas na economia portuguesa pela
Analisar… um gráfico integração europeia, de 1986 a 2013 (escolher três):
A produção e o consumo em Portugal e na União Euro-
– Maior convergência económica com a Europa comuni-
peia (1986-2013): uma comparação
tária (UE:28), através da elevação do PIB e do consumo
1. a) 1988 a 1992. per capita, verificando-se, no gráfico, o maior crescimento
2. até 1992 (o PIB e o consumo per capita elevam-se mais
1986 – Entrada de Portugal nas Comunidades Europeias de 10% na aproximação à média comunitária entre
OU Entrada em vigor do Tratado de Adesão de Portugal 1986/88 e 1992);
às Comunidades Europeias. – Acesso a avultados fundos comunitários e programas
1992 – Assinatura do Tratado de Maastricht, com Portugal de aplicação desses fundos (Quadros Comunitários de
a fazer parte da União Europeia e a aceitar as regras da Apoio e QREN), destinados às infraestruturas, às empre-
União Económica e Monetária, tendo em vista a adoção sas, à qualificação da mão de obra e aos vários setores
do euro. da economia;
2011 – Pedido de resgate financeiro por Portugal e che- – Investimento em infraestruturas e grandes obras públicas;
gada da Troika ao país. – Crescimento das exportações de bens;
3. d) pelos efeitos do mercado único, da integração na – Expansão das pequenas e médias empresas;
zona euro e do alargamento comunitário. – Privatização de empresas, para que o país permitisse a
4. De 2009 até 2013, é notória no gráfico uma brusca re- livre iniciativa privada e o florescimento da economia de
dução do consumo e do PIB per capita relativamente à mercado;
média comunitária. Para tal contribuíram os seguintes fa- – Integração no Mercado Interno ou Mercado Único
tores (escolher dois): (1993), ficando o país sujeito às regras da livre concorrên-
– Crise dos mercados financeiros (dos EUA e da zona cia comunitária;
euro) vivida desde 2008 ou recessão mundial; – Adesão à moeda única ou ao euro (1999), com a obriga-
– Dificuldade de competição das empresas portuguesas ção de o défice orçamental não ultrapassar 3% do PIB e
(na sua maioria pequenas e médias empresas) no que se de a dívida pública não exceder 60% do PIB;
refere à produção de bens e serviços, que se fazia sentir – Afluxo de capital estrangeiro, através de investimentos
desde o início do terceiro milénio com a adesão ao euro, de multinacionais e de aplicações na banca;
o alargamento comunitário a Leste e a marcha da globali- – Facilitação do crédito, através de uma política de juros
zação (integração da China, da Índia e do Sudeste Asiá- baixos;
tico nos circuitos mundiais);
– Redução da inflação.
– Deslocalizações de empresas ou fábricas e o inevitável
Dificuldades surgidas na economia portuguesa na sequên-
desemprego.
cia da integração europeia, de 1986 a 2013 (escolher três):
– Contínuo excesso de consumo sobre a produção, o
– Crescimento do consumo per capita sempre mais ele-
que acarreta mais despesas com as importações e mais
vado que o do PIB per capita – como evidencia o gráfico-,
endividamento do Estado; ou despesismo e endivida-
precisando esse consumo de ser satisfeito com o recurso
mento do Estado português;
crescente às importações, o que significou despesas
– Elevada dívida pública pelo acumular dos défices orça- acrescidas para o Estado e seu endividamento;
mentais, derivados do acréscimo das despesas do Es-
– Endividamento privado das famílias, que assentaram
tado e da diminuição das respetivas receitas.
muito do seu consumo no recurso ao crédito, facilitado
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– Medidas de contenção da despesa pública postas em pela política de juros baixos;


prática pela troika desde 2011, que fizeram retrair a ativi-
– Adesão à livre concorrência e abandono de medidas
dade económica e o nível de vida da população (PIB e
protecionistas para a economia nacional, em virtude da
consumo).
entrada no Mercado Único Europeu (ou Mercado Interno)
em 1993;
– Acréscimo da concorrência económica, na sequência
do progressivo alargamento da Europa comunitária (1995,
2004, 2007), especialmente o de 2004, com a entrada na

77
UE dos países de Leste, onde a mão de obra era mais 15 e 16

ETHA12RQM @ Porto Editora


DOCS.

barata e para onde saíram fundos comunitários;


1.
– Abrandamento do crescimento económico com a ade-
– Fatores do fluxo imigratório desde 1990 (escolher três):
são ao euro;
atratividade da economia portuguesa, que garantia em-
– Preferência pelo investimento no terciário (comércio e prego, em virtude da integração na Europa comunitária e
serviços) em detrimento da indústria; da chegada de fundos estruturais; necessidade de mão
– Oferta de bens pouco concorrencial, mais virada para o de obra no setor da construção, devido à dinamização
mercado nacional que para as transações externas, o que das infraestruturas e das grandes obras públicas, como a
acarreta défice na balança comercial; Expo’98; necessidade de empregados para as grandes
– Crise na agricultura, pescas e indústria, em virtude da superfícies comerciais, que proliferavam no país, e para a
fraca competitividade empresarial (pequena dimensão hotelaria e turismo; a queda do comunismo na Europa
das empresas, deficiente gestão dos recursos humanos, oriental e a possibilidade das populações dos países da
pouca produtividade); antiga “Cortina de Ferro” emigrarem em busca de uma
– Deslocalizações e desemprego, resultantes da concor- vida melhor; o Acordo de Shengen, que facilitou a circula-
rência económica de mercados mais competitivos OU su- ção de pessoas na Europa comunitária; uma maior facili-
bordinação aos interesses das multinacionais que investi- dade na regularização de estrangeiros; o Acordo Luso-
ram no país; -Brasileiro que facilitou a contratação recíproca de
nacionais.
– Crescimento da dívida pública, na sequência do despe-
sismo e do endividamento do Estado (crise da dívida so- – Mais-valia demográfica, relacionada com o aumento
berana), contribuindo para a situação de crise económica, populacional que os imigrantes proporcionam, tanto mais
financeira e social vivida após 2009 e o resgate finan- quanto, estando em idades férteis, dão garantia de terem
ceiro de 2011. A descida do PIB e do consumo per capita filhos; mais-valia socioeconómica, por serem populações
após 2009 revela que o processo de convergência com a ativas, que suprem necessidades de mão de obra e con-
Europa ficou comprometido. tribuem, pelos impostos pagos, para as receitas do Es-
tado e da Segurança Social.

Págs. 132 e 133


Pág. 134
DOC. 14
DOC. 17
1.
1.
– Transformações demográficas na sociedade portu-
guesa (escolher duas): taxa de envelhecimento da popu- – Entre 1981 e 2021, a percentagem de mulheres empre-
lação ou taxa de população com mais de 65 anos supe- gadas aumentou quase duas vezes e meia, ultrapassando
rior à média comunitária em 2012 (Doc. 14A); declínio do a média da União Europeia.
número de nascimentos (Doc. 14C), o que contribui para a – Entre 1981 e 2021, no conjunto da população empre-
redução do saldo natural, que se torna, inclusive, nega- gada (mulheres e homens), a percentagem de mulheres
tivo desde 2008 (Doc. 14B), diminuição da população total aumentou c. de 10%, atingindo praticamente metade
(Doc. 14D), em virtude da conjugação de saldos naturais e dessa população (49,5%). Tal significa que Portugal ob-
saldos migratórios negativos (Doc. 14B e E). teve bons resultados no que respeita à paridade de gé-
– Problemas resultantes das transformações demográfi- nero em totais de população empregada.
cas (escolher dois): diminuição da população ativa, logo, DOC. 18
dos que pagam impostos e contribuem para as receitas
1. Portugal procura a inclusão social no mercado de em-
do Estado ou para a sustentabilidade da Segurança So-
prego ao incentivar as entidades empregadoras a promo-
cial; Portugal não criou as devidas estruturas para se
verem a diversidade de competências e de talentos na
adaptar ao crescimento da população idosa, em virtude
contratação e no tratamento dos seus empregados, le-
de este ter sido demasiado rápido; a regressão popula-
vando-as à abolição de preconceitos e diferenças no que
cional ou demografia negativa prolongada é sinal de crise
respeita: “ao sexo, identidade de género, orientação se-
demográfica instalada, o que contribui para uma dinâmica
xual, etnia, religião, credo, território de origem, cultura,
desfavorável na sociedade e na economia portuguesas.
língua, nacionalidade, naturalidade, ascendência, idade,
orientação política, ideológica ou social, estado civil,

78
situação familiar, situação económica, estado de saúde, – Problemas relacionados com as alterações climáticas:
deficiência, estilo pessoal e formação”. crescimento das emissões de CO2, um gás responsável
– De acordo com a Carta para a Diversidade, assinada pelo “efeito de estufa” ou aquecimento global que
pelas entidades empregadoras, estas comprometem-se a ameaça a Terra, os ecossistemas e a humanidade.
assegurar a igualdade de oportunidades no acesso ao – Problemas relacionados com as migrações: existência
emprego, às condições de trabalho, à remuneração sala- de migrações ilícitas, isto é, de redes de tráfico que explo-
rial e à progressão nas carreiras, pondo fim a qualquer ram os migrantes e colocam a sua vida em risco; miséria e
tipo de discriminação. subdesenvolvimento que grassam nos países de origem
dos migrantes e os conduzem à fuga.
Págs. 136-137 4. Qualquer um dos três políticos portugueses exempli-
fica o protagonismo de Portugal em instituições interna-
Dossiê cionais.
Portugueses na política europeia e mundial Primeiro, porque foram escolhidos pela comunidade in-
1. Escolher dois: ternacional para altos cargos: Freitas do Amaral para Pre-
– Portugal era reconhecido na ONU, em 1996, pelo seu sidente da Assembleia Geral da ONU; Durão Barroso
êxito na transição da ditadura para a democracia e por ter para Presidente da Comissão Europeia; António Guterres
“feito a descolonização de acordo com os princípios e re- para presidir ao Alto Comissariado das Nações Unidas
soluções da ONU”; para os Refugiados e, depois, para secretário-geral das
próprias Nações Unidas.
– A diplomacia portuguesa sobressaiu na ONU pela sua
competência e eficácia; Segundo, porque abraçaram causas meritórias, como
sejam as causas ambientais e dos direitos humanos, com
– Como membro da Europa comunitária há uma década,
a defesa das mulheres, dos refugiados e o combate à
Portugal beneficiou da consideração com que esta insti-
pobreza.
tuição era encarada na ONU, nomeadamente pela capa-
cidade “em fazer a ponte e negociar soluções de com-
promisso” entre os EUA e o Terceiro Mundo.
2.
MÓDULO 9 Unidade 3 (3.2)
– A União Europeia estaria habilitada a liderar a globaliza-
ção porque era, desde há décadas, uma instituição supra-
nacional, com experiência “na implementação de regras Págs. 138 e 139
e instituições supranacionais” e na “cooperação suprana- DOC. 19
cional transfronteiriça”.
1. A União Europeia, os países da CPLP, na qual se in-
– A União Europeia estaria habilitada a liderar a causa dos
cluem os PALOP e a Área Ibero-Americana.
Direitos Humanos, porque o seu próprio projeto se baseia
2. O passado histórico comum e a Língua Portuguesa.
em valores caros à Humanidade, “valores de paz, de liber-
dade, de justiça e de solidariedade”; porque a União Euro- DOC. 20
peia é, além de um “projeto económico”, uma “Europa de 1. Jaime Gama propunha a criação de uma comunidade
cidadãos” que possuem “direitos […] proteção e oportuni- tricontinental que agrupasse os países de língua oficial
dades”, uma Europa que beneficia da “diversidade cultu- portuguesa. A sua ideia concretizou-se 13 anos, depois
ral” que contém, uma Europa que une os povos. em 1996, na constituição da CPLP (Comunidade dos Paí-
3. ses de Língua Portuguesa).
– Problemas relacionados com a globalização: aumento 2. A Guiné Equatorial foi o último país entregar a CPLP,
da desigualdade pela concentração em poucos (8 pes- em 2014. Para fazer parte desta comunidade o Estado
soas) de tanta riqueza como a que possui a metade mais comprometeu-se à adoção e utilização efetiva da língua
pobre da humanidade; a evasão fiscal, o branqueamento portuguesa e a abolir a pena de morte.
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e os fluxos ilícitos de capitais para os paraísos fiscais, por 3. A cooperação político-diplomática: “O órgão máximo
exemplo, fazem com que os recursos e a riqueza mun- da CPLP, a Conferência de Chefes de Estado de todos
diais sejam monopólio de uns poucos, impedindo o pro- os Estados-membros”; cooperação económica: “Reco-
gresso dos países em desenvolvimento. nheceram a necessidade de dotar a CPLP de uma es-
tratégia sobre a cooperação económica e empresarial”;

79
cooperação cultural: “aprovação [do] Plano Estratégico Pág. 140

ETHA12RQM @ Porto Editora


de Cooperação Cultural”; cooperação na área do en-
DOC. 21
sino, ciência e tecnologia: aprovação do “Plano Estraté-
gico e Cooperação Multilateral no Domínio da Ciência, 1. Aspetos:
Tecnologia e Ensino Superior”. – aumento das ligações aéreas entre Portugal e o Brasil
4. A abertura da Conferência a países estrangeiros, “ob- promove os contactos entre os dois países: “ponte aérea,
servadores”, visa dar a conhecer as potencialidades dos composta por 82 voos por semana da TAP […] que é ao
países da CPLP, promover as relações comerciais e eco- mesmo tempo causa e consequência de uma malha
nómicas com outros países, atrair investimentos, reforçar densa e impressionante de laços pessoais, familiares, ar-
as relações diplomáticas e aumentar a projeção política tísticos, políticos, criativos e empresariais.”;
internacional da CPLP. – obtenção da cidadania portuguesa: “Nunca tantos bra-
5. Os países da CPLP, com destaque, nos últimos anos, sileiros procuraram ou obtiveram a cidadania portuguesa
para Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Timor- [...]”;
-Leste. – cooperação científica e tecnológica: “Áreas como ciên-
6. Papel do Instituto Camões: cia e tecnologia, empreendedorismo e educação, cresce-
ram significativamente nos contatos entre agentes públi-
– cooperação cultural: “a nossa atividade passa pela pro-
cos e privados”;
moção e difusão [...] da cultura.”;
– cooperação cultural e de promoção da língua portu-
– promoção da língua portuguesa no mundo: “A nossa
guesa: “criação da Escola Portuguesa de S. Paulo”.
atividade passa pela promoção e difusão da língua”;
– execução dos apoios financeiros vindos da União Euro- DOC. 22

peia para projetos inovadores (“hoje temos projetos de 1. A Ibero-América é a “única comunidade internacional
cerca de 400 milhões de euros [parte destas verbas vêm de base linguística que se funda em duas línguas, o espa-
da União Europeia]”), no âmbito da cultura: “Procultura [...] nhol e o português”.
que tem como objetivo empoderar os agentes culturais de
2. A presença de Portugal na área ibero-americana contri-
artes destes países [CPLP]”; da formação de recursos hu-
bui para reforçar a dinâmica entre a Europa e a América
manos: “o REFTOP, na área da formação profissional”; do
Latina e “potencia a triangulação euro-americana-afri-
desenvolvimento sustentável: “FRESAN, um projeto sobre
cana” como resultado da interação de Portugal e do Bra-
segurança alimentar e combate à seca no Sul de Angola”.
sil com os países africanos da CPLP”.

80

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