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Módulo 7 ................................................................................. 3
Unidade 1 ........................................................................................... 3
Unidade 2 ........................................................................................... 15
Unidade 3 ........................................................................................... 19
Unidade 4 ........................................................................................... 23
Unidade 5 .......................................................................................... 28
Módulo 8 ................................................................................. 30
Unidade 1 ........................................................................................... 30
Unidade 2 ........................................................................................... 43
Módulo 9 ................................................................................. 52
Unidade 1 ........................................................................................... 52
Unidade 2 ........................................................................................... 60
Unidade 3 ........................................................................................... 75
Módulo 7 Unidade 1 (1.1.) – extinção da aviação militar e naval (art.º 198).
Sanções de natureza territorial:
– renúncia provisória à soberania sobre o território do
Págs. 12 e 13
Sarre (art.º 49);
DOC. 1 – perda da Alsácia e da Lorena (art.º 51);
1. A gravura ilustra o impacto planetário da Primeira – perda da cidade de Danzig (art.º 102);
Guerra Mundial, coincidindo a sua publicação com a fase – renúncia à posse de colónias (art.º 119).
mais longa e violenta do conflito, a guerra das trincheiras Sanções de natureza material:
(1915-1917).
– perda das minas de carvão do Sarre (art.º 45);
DOC. 2 – submissão da Alemanha às imposições que a “Comis-
1. Propostas: são de reparações” definisse e o pagamento das indem-
nizações ou reparações de guerra (art.º 233).
– redução dos armamentos (ponto 4);
– evacuação do território russo (ponto 6); DOC. 5
– restauração da soberania da Bélgica (ponto 7); 1. No seu discurso final de apoio à Sociedade das Na-
– restituição da Alsácia-Lorena à França (ponto 8); ções, Wilson defende que a organização devia incluir
– evacuação da Roménia, da Sérvia e do Montenegro “todas as grandes nações beligerantes do mundo, bem
(ponto 11). como as mais fracas”, acreditando que o entendimento
entre elas resultaria na erradicação da guerra (Doc. A). To-
davia, muitos consideraram o programa do Presidente
Pág. 14 americano demasiado ambicioso para a época, prevendo
um trabalho “muito pesado” para a Sociedade das Na-
DOC. 3
ções na mediação dos diferendos que logo se fizeram
1. As consideráveis perdas territoriais dos impérios russo, sentir no pós-guerra (Doc. B).
alemão, austro-húngaro e otomano, decorrentes do pri-
meiro conflito à escala mundial, vão ao encontro da ideia
de Poincaré de que “a justiça rejeita os sonhos de con- Págs. 18 e 19
quista e imperialismo” (Doc. B). Efetivamente, várias nacio- DOC. 6
nalidades, outrora subjugadas por aqueles grandes impé-
1. Aspetos:
rios, alcançam a sua emancipação (Doc. C). No entanto, “o
direito […] das minorias étnicas e religiosas” (Doc. B) não foi – ausência de negociações de paz entre a Alemanha e os
inteiramente respeitado, o que conduzirá a uma contesta- vencedores (“Mas uma paz sem negociações prévias,
ção das fronteiras definidas nos tratados de paz, como se uma paz ditada como a de Versalhes”);
pode comprovar pelas várias zonas de litígios e de ten- – perda de territórios e de habitantes (“A paz de Versa-
sões assinaladas no mapa (Doc. C). lhes roubou-nos mais de setenta mil quilómetros quadra-
dos e mais de sete milhões de habitantes”);
– constituição dos Estados polaco e checoslovaco dota-
Págs. 16 e 17
dos de maiores forças militares (“a Polónia e a Checoslo-
DOC. 4 váquia […] receberam o direito […] de aumentar livremente
as suas forças militares”);
1.
– redução do exército alemão a uma mera força policial
Sanções de natureza militar:
(“o nosso exército […] ficou reduzido a uma mera força de
– proibição de construir fortificações nas margens do
vigilância, capaz apenas de manter a ordem interna”).
Reno e de manter forças armadas nessa região (art.os 42
2. Por um lado, Afonso Costa demonstra a sua indignação
e 43);
perante a ausência de Portugal, país que combateu ao
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3
guerra devidas pela Alemanha, o que agravaria a “situa- dos impérios alemão, austro-húngaro, otomano e russo
Págs. 20 e 21 Págs. 22 e 23
4
– aumento do custo de vida sem uma correspondente pelas forças do czar Nicolau II em 1905, no chamado Do-
atualização dos salários (“O custo de vida começara a mingo Sangrento (Doc. A);
subir descontroladamente”; “Um salário de sessenta e – proliferação do descontentamento às forças militares,
cinco mil marcos, trazido para casa na sexta-feira, não como foi o caso da revolta dos marinheiros do couraçado
chegava para comprar um maço de cigarros na quinta- Potemkin devido às más condições a bordo (Doc. B);
-feira seguinte”); – intensificação da agitação social nas vésperas de 1917, prin-
– emissão maciça de moeda, para aumentar os meios de cipalmente nas grandes cidades russas (“Ele contou toda a
pagamento OU para pagar dívidas (“O Reichsbank deixou efervescência social de Petrogrado e de Moscovo” – Doc. C);
de imprimir notas”); – miséria das classes populares devido ao aumento do
– agitação social (“os habitantes dos bairros mais pobres, custo de vida (“Falou do descontentamento do povo que,
privados de qualquer forma de pagamento, serviram-se desde há meses, fazia fila para obter o pão, cujo preço
dos punhos e saquearam as mercearias”). triplicara” – Doc. C);
– ausência de uma Constituição que fundamentasse a
Págs. 24 e 25 governação (“Disse que um conselho de família se reu-
nira e o encarregara de pedir respeitosamente a Sua Ma-
DOC. 10 jestade que concedesse uma Constituição” – Doc. C);
1. Aspetos: – governação autoritária e autocrática do czar Nicolau II
– aumento das exportações americanas para a Europa (“No dia da minha coroação jurei o poder absoluto” – Doc. C).
durante e após a guerra (exemplo do armamento – Doc. A); DOC. 13
– posse da maior quantia de reservas de ouro (2529,6
1. Grupos sociais:
milhões de dólares, em 1921 – Doc. B);
– imagem 1 – nobreza OU alta burguesia;
– dependência europeia dos capitais americanos OU
papel central dos EUA na garantia da estabilidade econó- – imagem 2 – povo OU proletariado.
mica e financeira da Europa e do mundo (Doc. C);
– financiamento das economias estrangeiras através dos Págs. 28 e 29
investimentos e da concessão de créditos (“Os Estados
DOC. 14
Unidos tornaram-se […] os financiadores do mundo: os
banqueiros de Nova Iorque detêm agora investimentos, 1. Forças sociais:
em todas as partes do mundo” – Doc. C); – operários (“A greve dos operários”);
– ascendente dos EUA sobre os governos estrangeiros – estudantes (“Entre os manifestantes observava-se um
(“têm à sua mercê governos que, com um simples gesto, número considerável de jovens estudantes”);
podem levar à bancarrota”– Doc. C). – militares (“Deve assinalar-se que entre as unidades mili-
DOC. 11 tares chamadas para esmagar as desordens se observa
simpatia pelos manifestantes”).
1. “No domínio externo, há paz […] e o entendimento de
2. Evidências:
que os problemas que há pouco tempo pareciam tão si-
nistros estão a ceder ao toque da amizade.” – respeito da liberdade individual (política e religiosa, de
expressão, de reunião – ponto 2);
– defesa da igualdade dos homens e dos povos perante
a lei (fim das restrições baseadas na origem social e ét-
nica – ponto 3);
Módulo 7 Unidade 1 (1.2.) – defesa da soberania nacional baseada no exercício da
cidadania sem restrições financeiras (reivindicação do su-
frágio universal, direto e secreto – pontos 4 e 6);
Págs. 26 e 27
– defesa da governação alicerçada numa Constituição
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5
15 – corrupção e abusos dos funcionários do governo sobre
6
– prisão da família imperial russa por decisão do Governo Pág. 36
Provisório (Doc. F);
DOC. 21
– fuzilamento dos Romanov, em julho de 1918, menos de
um ano depois da chegada dos bolcheviques ao poder 1. Etapas:
(Doc. G). – instauração de uma ditadura do proletariado, regime
que concederia amplos direitos ao proletariado e “uma
série de restrições à liberdade para os opressores, os ex-
Págs. 34 e 35 ploradores, os capitalistas”;
DOC. 18 – repressão dos opositores ao projeto bolchevique de
uma sociedade sem classes (“Estes devem ser abatidos a
1. Uma paz “imediata, sem anexações e indemnizações
fim de libertar a humanidade da escravatura assalariada;
de guerra” (Doc. A).
é preciso quebrar a sua resistência pela força”);
2. O ideal bolchevique de paz não se concretizou, porque
– concretização do ideal de uma sociedade sem classes
as Potências Centrais, nomeadamente os impérios ale-
OU “sociedade comunista”, depois de quebrada “a resis-
mão e austro-húngaro, anexaram vários territórios perdi-
tência dos capitalistas”.
dos pela Rússia na sequência da sua retirada da Primeira
Guerra Mundial. 2. Medidas:
– requisição de cereais aos camponeses por destacamen-
DOC. 19
tos de operários e soldados (“[…] trabalhei no esquadrão
1. Medidas: de aquisição que recolhia o pão dos kulaks” – Doc. B);
– abolição da “propriedade privada da terra” (ponto 1); – repressão dos opositores à campanha de requisição de
– controlo estatal sobre as “fábricas, minas, caminhos de cereais (“[…] ajudava os esquadrões do exército […] a apa-
ferro e demais meios de produção e de transporte” (ponto 2); nhar quem disseminasse agitação kulak” – Doc. B);
– nacionalização “de todos os bancos” (ponto 3). – combate ao analfabetismo (Doc. C).
2. Evidências:
– resistência de proprietários e empresários às medidas to- Pág. 38
madas pelos bolcheviques (“resistência dos exploradores”;
DOC. 22
“possibilidade de restauração do poder dos exploradores”);
– criação do Exército Vermelho, com vista à concretiza- 1. Críticas:
ção do projeto bolchevique (“Decreta-se o armamento – incapacidade da governação do Partido Comunista para
dos trabalhadores, a formação de um Exército Vermelho solucionar a grave situação da Rússia no final da guerra
socialista de operários e camponeses […]”). civil (“O Partido Comunista, que governa o país, desligou-
-se das massas e revelou-se incapaz de as tirar de um es-
DOC. 20
tado de ruína geral”);
1. Intervenientes: – desvalorização das reivindicações dos operários por
– o Exército Vermelho OU os Vermelhos, apoiados pelos parte do Partido Comunista (“Ele também não atendeu às
bolcheviques e pelo proletariado russo (“Os operários de reivindicações dos operários”).
Petrogrado e de Moscovo levantam-se cada vez com maior 2. Lenine abandonou o comunismo de guerra devido ao es-
unidade”; “poder dos operários e dos camponeses”); tado de “ruína extrema” (Doc. C) a que havia chegado a
– o Exército Branco OU os Brancos, que reuniam os opo- URSS, quer pelos milhões de russos mortos na Primeira
sitores russos da governação bolchevique (“São os capi- Guerra Mundial e na guerra civil (Doc. A), quer pela crise na
talistas, os latifundiários, os kulaks”; “os socialistas revolu- agricultura (“má colheita de 1920” – Doc. C) e na indústria
cionários de direita, os mencheviques e os atuais (“Estamos tão arruinados, tão abalados pelo fardo de guerra,
socialistas revolucionários de esquerda”), apoiados por que não podemos dar ao camponês os produtos industriais
países estrangeiros: França, Inglaterra, EUA, Japão (“Os em troca do trigo de que temos necessidade” – Doc. C).
inimigos externos da República Socialista Soviética da 3. Medidas:
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7
– permissão de os camponeses venderem os seus exce- 25
Págs. 40 e 41
DOC. 23
Módulo 7 Unidade 1 (1.3.)
1.
Objetivos:
– unir os partidos revolucionários do proletariado OU Pág. 42
coordenar a luta dos partidos operários a nível mundial; DOC. 26
– fazer a revolução comunista OU proletária a nível mun-
1. Serão consideradas corretas as respostas pertinentes
dial;
e devidamente justificadas, de acordo com a sensibili-
– expandir o bolchevismo OU o comunismo a partir da dade do aluno.
Rússia Soviética;
2. As duas perspetivas da guerra assemelham-se. O qua-
– concretizar o internacionalismo proletário; dro de Otto Dix apresenta um cenário dantesco de des-
– fazer triunfar o marxismo-leninismo. truição, sofrimento e morte. Os corpos esventrados e pu-
“Inimigos”: trefactos, o esqueleto empalado, a figura assustadora do
– o imperialismo; homem da máscara de gás, o autorretrato espectral do
pintor, que arrasta consigo um companheiro ferido ou
– as monarquias;
morto, os cadáveres que jazem no painel inferior, consti-
– as classes privilegiadas;
tuem uma condenação veemente da guerra. No mesmo
– o Estado burguês OU representativo da burguesia; registo, as palavras transcritas no texto exortam a uma
– a propriedade burguesa OU privada. visão realista da guerra, em que apenas se encontram
“ventres abertos, figuras arquejantes, membros retalha-
DOC. 24
dos, mães que choram”. Constitui um testemunho claro
1. Razões: sobre a forma como a guerra altera o ser humano, des-
– falta de apoio das forças militares e populares (“Foram pertando-lhe os instintos mais ferozes.
abandonados pelos marinheiros, pelos soldados, pelas
forças de segurança, pela milícia popular”);
Pág. 43
– fraqueza da liderança do movimento revolucionário (“E
a sua força foi paralisada pela indecisão e fraqueza dos DOC. 27
seus dirigentes”; “[…] ilusão que tiveram nos seus chefes,
1. O texto de Paul Valery exprime bem o contraste entre a
que se mostraram incapazes e fracos”);
mentalidade confiante e o orgulho civilizacional que mar-
– superioridade dos movimentos contrários ao avanço do cou o período anterior à Primeira Guerra Mundial e a in-
bolchevismo na Alemanha (“E foram ainda abafados pela certeza que se instalou após a carnificina da guerra. Va-
alma contrarrevolucionária das camadas retrógradas do lery remete para uma civilização ocidental descrente da
povo e das classes possidentes”); sua valia (“Há a perdida ilusão de uma cultura europeia e
– falta de “experiência revolucionária” do proletariado a evidência da incapacidade do conhecimento para sal-
alemão; var o que quer que seja, sem qualquer tipo de certeza
– oposição dos sociais-democratas alemães (“curados da quanto ao seu futuro”; “Ninguém poderá dizer o que es-
sua fé na social-democracia, que os abandonou vergo- tará amanhã vivo ou morto […]”).
nhosamente”). 2. Serão consideradas corretas todas as respostas que
8
vão ao encontro do comentário pedido. exclusivamente reservada ao homem. O sufrágio femi-
Entre as várias respostas possíveis, o aluno tanto poderá nino, que permite à mulher um papel ativo na política,
corroborar as previsões do autor, aludindo às ditaduras subverte estes rígidos princípios de submissão das mu-
que marcaram o século XX, nomeadamente no período lheres. A mudança provocou rejeição e crítica social,
que medeia entre as duas guerras mundiais como, inver- como está patente na completa inversão dos tradicionais
samente, poderá referir o aprofundamento das democra- papéis feminino e masculino: o marido apresenta-se sub-
cias, registado no decurso do século XX. misso e ocupado com os trabalhos domésticos; a mulher
assume a autoridade da família e a esfera pública.
Pág. 44
Pág. 47
DOC. 28
DOC. 30
1. O documento refere explicitamente que “a geração
mais velha” atribuía os comportamentos irreverentes dos 1. O valor do trabalho feminino é apresentado em duas
jovens ao impacto provocado pela guerra (“Todos vós vertentes:
“gritais”: é o resultado da guerra!”). − no documento escrito é visto como um direito da mu-
Da mesma forma, a signatária do texto, que se assume lher e uma condição imprescindível à sua emancipação.
como flapper, culpa a guerra de ter destruído os “alicer- Desta independência financeira resultaria, segundo Ana
ces espirituais” dos mais jovens, provocando neles per- de Castro Osório, a progressiva alteração das leis e dos
plexidade e perturbação. valores sociais;
2. A emancipação feminina está patente: − no cartaz valoriza-se o trabalho feminino numa vertente
− na maior liberdade de comportamentos de que a flapper, mais social, vendo-o como necessário ao esforço comum
retratada na capa da revista Life (Doc. A), constitui o exemplo de guerra.
extremo: num fato de banho ousado para a época, fuma
com displicência; Pág. 48
− na aceitação, pela sociedade, da prática de atividades
DOC. 31
até aí quase exclusivamente reservadas aos homens aos
homens, como o desporto de competição, por exemplo 1. As feministas reivindicam o direito:
(Doc. B), ou as saídas ao ar livre (Doc. A); − à instrução (Doc. B);
− na revolução da moda feminina, que se tornou mais − ao trabalho socialmente valorizado com igual remune-
leve e prática, permitindo uma vida mais ativa e mais livre ração (Doc. B);
(Docs. A, C e D). − ao voto (Doc. C);
− à prática de atividades consideradas “masculinas”,
Pág. 46 como a aviação (Doc. D).
DOC. 29
1. As feministas: Pág. 49
− recorreram aos meios legais, protestando contra a dis-
DOC. 32
criminação e endereçando petições ao Parlamento (como
se deduz da comparação com a Revolução Americana); 1. − Primeiro país a instituir o sufrágio feminino: Nova Ze-
lândia (1893);
− praticaram uma “guerrilha de destruição continuada”,
destruindo ou danificando bens públicos − os cabos de − região do globo onde o direito de voto das mulheres foi
telégrafo e telefone, as vitrinas da sala das joias da Coroa, instituído mais tardiamente: Médio Oriente.
por exemplo – e privados: os vidros das janelas dos clu-
bes londrinos de elite, a casa do político Lloyd-George, na
Págs. 50 e 51
qual colocaram uma bomba.
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2. A sociedade burguesa do século XIX remetia a mulher Comparar… dois documentos escritos
para a esfera do lar e para a autoridade do marido. A es- Distinguir aspetos em oposição
fera pública, em que se inclui a política, estava
1. c)
9
2. Características:
10
às mulheres e ao qual devem ser poupadas (“a extensão desprovido de conversação (“A maravilha da ciência que
do direito de voto às mulheres colocará em cima delas deveria trazer-nos novos pontos de vista, novas conce-
um fardo para cujo cumprimento não têm, em geral, nem ções de vida, degenerou na maioria dos lares em mera
capacidade nem disposição”; “as mulheres podem ser desculpa para deixar de conviver”).
poupadas à vida política”). Inversamente, o artigo do jornal O Século, exalta a rádio,
considerada “a maravilha das maravilhas”, e o seu papel
cultural. Considera que a rádio apaga distâncias, pondo “o
Pág. 52
homem instantaneamente em contacto com o universo” e
DOC. 33 constitui uma imensa mais-valia cultural, ao ponto de a
1. Evidências: classificar como “o maior instrumento de cultura e civiliza-
ção descoberto até hoje pelo génio humano”.
− organizam-se grandes travessias aéreas com o patrocí-
nio dos governos − o Governo Português substitui os 2. Ao divulgar notícias, música, peças de teatro e outras
aviões perdidos de Gago Coutinho e Sacadura Cabral. temáticas, fazendo-as chegar a todo o tipo de lares e pes-
soas, a rádio proporciona um conjunto comum de infor-
− a viagem dos dois aviadores é seguida e noticiada com
mações molda gostos e estimula práticas, pelo que se
entusiasmo pelos jornais brasileiros (“se o Lusitânia lo-
torna um veículo de homogeneização cultural.
grar atingir Fernando Noronha, como acreditamos, será
mais um sucesso extraordinário, obtido pelos gloriosos DOC. 36
filhos da nação irmã.”);
1. As estrelas de cinema: Greta Garbo, John Gilbert, Ru-
− o texto refere os “festejos” que se prepararam para sau- dolfo Valentino.
dar a chegada dos dois aviadores;
2. O cinema exerce influência nos valores, nas modas,
− refere também a “fama e de triunfo deslumbrantes” que nas atitudes, contribuindo para a alteração das mentalida-
é possível atingir com as grandes viagens aéreas; des: a forma de vestir, de estar, de falar das estrelas cine-
− a foto do interior do avião comercial, mostrando o con- matográficas tornou-se num modelo a seguir.
forto de que gozam os passageiros, atesta a importância
conferida a estas viagens.
Pág. 56
DOC. 37
Pág. 53
1. Einstein mostrou que o espaço e o tempo não são uni-
DOC. 34
dades absolutas, que existem independentemente da
1. Inovações técnicas: matéria e do observador. O facto de o tempo não correr
− máquina fotográfica; “de forma regular e simultânea em todo o universo” e de,
− belinógrafo; como provou Einstein, o passado, presente e futuro coe-
xistirem, abalou profundamente as conceções da Física
− telefone;
clássica.
− avião;
2. “Os homens de ciência […] põem em dúvida que a ciên-
− “carros-laboratório”;
cia saiba realmente alguma coisa”.
− técnicas de impressão.
Pág. 57
Pág. 54
DOC. 38
DOC. 35
1. O recalcamento traduz-se no esquecimento involuntá-
1. Do artigo da revista The Forum ressalta um profundo rio de um facto doloroso; o método da catarsis/psicaná-
desencanto face à rádio. Segundo o autor, tendo gerado lise consiste em trazer o facto recalcado ao consciente e
muitas expectativas (“Lembra-se, há alguns anos atrás, analisá-lo.
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11
a existência de uma zona profunda da mente que o su- − subversão das proporções e da perspetiva;
Págs. 58 e 59 Pág. 64
DOC. 39
DOCS. 42 e 43
1. “Nessa altura, o Sol da Arte brilhava apenas em Paris”. 1. Semelhanças:
2. O texto de Chagall refere “a revolução do olhar”, a “luz- − cor: liberdade na aplicação da cor, que muitas vezes
-liberdade” que proporcionava “a revolução técnica”. O não concorda com a realidade; utilização de cores puras
quadro de A. Lhote mostra a tela do pintor em cima do e agressivas; manchas cromáticas uniformes e contras-
cavalete. Nela pode ver-se o modelo transfigurado, numa tantes; sombras obtidas pela aplicação de manchas de
clara rutura com a arte académica. cores mais escuras;
3. No cubismo. − desenho: distorções e reforço dos contornos através de
um traço contrastante; esbatimento dos volumes; redu-
Págs. 60 e 61 ção às linhas essenciais do objeto;
− composição: aparentemente descuidada; distorção dos
DOC. 40
efeitos de perspetiva.
1. Diferenças:
− Contrariando os preceitos académicos, os fauvistas − Fauvismo: sem preocupações sociais; temas ligeiros.
descuram o desenho e o perfeito acabamento do quadro,
− Expressionismo: arte interventiva, com uma função so-
simplificam as formas e esbatem os volumes. As figuras
cial acentuada; temas pesados, por vezes apresentados
parecem toscamente delineadas e os pormenores desa-
de forma chocante.
parecem;
− “Donatello” – às esculturas delicadamente esculpidas
que se encontravam no centro da sala onde expunham Pág. 65
os fauves – por comparação com as obras do escultor DOC. 44
renascentista Donatello; − “feras” − os quadros de cores
1. Serão de considerar corretas as respostas em que o
fortes e agressivas (fauvistas) que se expunham na
aluno apresente uma análise pessoal, ainda que incom-
mesma sala;
pleta, da obra, remetendo, de forma coerente, para as-
− por desprezarem a técnica aprendida nas academias e
petos concretos da mesma.
utilizarem cores fortes e contrastantes, os quadros pare-
ciam desenhos de crianças e arte primitiva.
Págs. 66 e 67
Págs. 62 e 63 DOC. 45
DOC. 41 1. Elementos:
− A fusão entre as figuras e o fundo OU a ausência de
1. Objetivos:
perspetiva;
− reivindicar a liberdade artística, promovendo a repre-
− a geometrização das formas;
sentação, “sem falsificações” do impulso criador;
− a distorção das formas (visível nos rostos das mulheres
− atrair a jovem geração de artistas;
da direita, sobretudo);
− lutar contra o conservadorismo dos poderes vigentes.
− os vários ângulos de visão;
2. Aspetos:
− a interceção e sobreposição de planos.
− traço distorcido;
2. Características:
− reforço do contorno;
− simplificação das formas, que se assemelham a sólidos
− desenho simplificado, reduzido aos traços essenciais,
geométricos;
por vezes quase grotesco;
12
− paleta cromática reduzida; 2. Serão consideradas válidas as respostas que expri-
− subversão das leis da perspetiva. mam a opinião pessoal do aluno, desde que devida-
mente fundamentada.
Pág. 68
Pág. 73
DOC. 46
DOC. 50
1. Diferenças:
− os objetos representados no quadro de Braque (Doc. A) 1. − Delaunay, Contrastes simultâneos: Sol e Lua: abstra-
espraiam-se por todo o espaço de tela, sem definição dos cionismo sensível;
seus limites; nas telas reproduzidas no Doc. B, embora − Malevich, Suprematismo com triangulo azul e retângulo
ainda se notem planos seccionados, os contornos são negro: abstracionismo geométrico;
definidos (sobretudo na obra de Juan Gris) e os objetos − Vantongerloo, Construção das relações entre os volu-
mais claramente percetíveis; mes: abstracionismo geométrico (De Stilj).
− as obras do Doc. B utilizam outros materiais além da tinta de
óleo e do suporte de tela – corda, encerado, papéis;
Pág. 74
− a obra de Picasso inclui letras bem percetíveis (journal)
que não existem na obra de Braque; DOC. 51
DOC. 53
13
Pág. 76 Págs. 80 e 81
1. Representa o próprio ato de caminhar (não uma pessoa 1. De acordo com André Breton, o modelo da obra de arte
específica). Ainda de acordo com o site do museu, “esta será “puramente interior”, isto é, deverá revelar a mente
seria uma forma ideal: uma figura em constante movi- do artista.
mento, imersa no espaço, conectada com as forças que 2. Aspetos:
sobre ela se exercem”. − as pequenas formas, inexistentes no mundo real, que
2. Serão consideradas corretas e completas as respos- povoam as telas de Tanguy e Miró;
tas que integrem os itens requeridos. − as paisagens insólitas, que criam um ambiente mágico;
− as manchas de cor extensas e lisas, que acentuam a ir-
Pág. 77 realidade dos ambientes;
− a iluminação, que acentua a “surrealidade” dos mundos
DOC. 55
representados;
1. Características:
− os títulos que, ou deixam o espectador perplexo (caso
− o tema da sublevação popular, enunciado no Manifesto da obra de Tanguy) ou acentuam o contraste entre o
de Marinetti e citado no título do documento; mundos real e o mundo mágico da tela.
− o enquadramento do tema na grande cidade, que serve
de cenário à sublevação;
Pág. 82
− a sensação de dinamismo, dada pela forma triangular
em que se agrupa a massa dos trabalhadores e pelo seu DOC. 58
prolongamento em sucessivas linhas vermelhas; 1. Serão consideradas válidas as respostas que expri-
− o contraste entre de cores intensas, particularmente o mam a opinião pessoal do aluno, desde que devida-
amarelo e o vermelho, que conferem dinamismo e emoti- mente fundamentada.
vidade.
Págs. 84 e 85
Págs. 78 e 79
Analisar… uma pintura modernista
DOC. 56
O ciclista, 1913
1. Contestar a sociedade e as suas realizações, nomeada-
1. d).
mente a arte, que pretendiam destruir, criando, para isso,
2. A – 2, 6; B – 1, 5, 7; C – 3, 4.
a “antiarte”.
3. a); d).
4. Futurismo.
2. Meios:
5. Características da pintura modernista patentes no quadro:
− textos provocatórios;
− novos temas, neste caso, o movimento/dinamismo do
− desconstrução da linguagem;
mundo moderno, representado pelo bicicleta que rola e
− transformação da obra de arte em algo absurdo, insólito;
também pelo espaço urbano em que se insere;
− recurso ao acaso como meio de obter o insólito, sem
− desconstrução dos objetos, seccionando-os e justapondo-
sentido;
-os em repetições sucessivas que sugerem o movimento;
− utilização de materiais degradados (lixo);
− ausência das linhas clássicas da perspetiva – tendência
− transformação de objetos industriais em peças de arte. para o retorno à bidimensionalidade da tela;
3. Serão consideradas válidas as respostas que expri- − inclusão de letras/palavras sobrepostas aos objetos re-
mam a opinião pessoal do aluno, desde que devida- presentados, numa anarquia aparente;
mente fundamentada.
− gosto pelo insólito: a mão aponta para o lado direito,
criando um claro contraste com a direção do movimento;
– paleta cromática reduzida, neste caso, praticamente li-
mitada a castanhos e azuis.
14
Módulo 7 Unidade 2 (2.1.) – intervenções dos militares na vida política, como “o ge-
neral Pimenta de Castro”, que instituiu uma ditadura (Doc. B)
OU como Sidónio Pais, que instituiu a “República Nova”
Págs. 90 e 91
(Doc. C).
DOC. 1
DOC. 4
1. A expressão “milagre de Tancos” refere-se à rapidez do
1. Argumentos:
“período de instrução” (Doc. A) do CEP (Corpo Expedicio-
nário Português) em solo nacional, de modo a preparar os – travar a crise generalizada que assolava Portugal (“im-
soldados portugueses para a participação na Primeira pedir a sua total ruína”; “entravar a marcha para o abismo”);
Guerra Mundial, conflito que já estava na fase da guerra – constituir um “governo forte” que desse continuidade ao
das trincheiras (Doc. B). trabalho do Presidente Sidónio Pais, entretanto assassinado;
2. Efeitos: – restabelecer a confiança dos portugueses (“o regresso
– pesadas baixas no conflito, atingindo 36% do total de ao regime anterior representa a única esperança capaz
mobilizados (Doc. C); de alentar o espírito nacional”);
– inflação OU subida dos preços dos bens de primeira – aproveitar a influência de “D. Manuel junto à corte e
necessidade (Doc. D); chancelarias inglesas”, de modo a compensar o papel su-
balterno de Portugal na Conferência de Paz.
– aumento do custo de vida OU “carestia da vida” (Doc. D)
devido à escassez de bens de consumo.
Págs. 94 e 95
DOC. 2
DOC. 5
1. Problemas:
1. Os católicos envolveram-se na luta político-partidária,
– agravamento do défice das contas públicas, desde o
criando o Centro Católico Português, partido que se apre-
início da Primeira Guerra Mundial e no imediato pós-
sentou às eleições de 10 de julho de 1921, e serviram-se
-guerra (1914-1923) – Doc. A;
também da imprensa para fazer eco do seu descontenta-
– aumento da emissão monetária (Doc. B) para fazer face
mento, como foi o caso da revista A União (Doc. A). Por sua
às crescentes dívidas e à quebra das receitas do Estado
vez, os operários e as suas organizações sindicais recor-
(Doc. A);
reram à greve para reclamarem melhores condições de
– desvalorização do escudo relativamente à libra, especial trabalho e de vida (Doc. B).
mente a partir de 1919 (Doc. B);
DOC. 6
– subida galopante dos preços OU inflação, com impacto
no agravamento do custo de vida (Doc. B). 1. A instabilidade social da Primeira República repercutiu-
-se nos assaltos a estabelecimentos comerciais, nos con-
Págs. 92 e 93 frontos com as autoridades e nos atentados bombistas.
DOC. 3
Págs. 96 e 97
1. Fragilidades: DOC. 7
– divisões no seio do Partido Republicano OU lutas polí- 1. Comparação:
tico-partidárias (Doc. A);
– [regime político] enquanto no Doc. A – posição da Fede-
– incapacidade de suster as investidas de setores mais ração Maximalista Portuguesa – se defende o princípio
conservadores, como os católicos (Cardeal de Lisboa – marxista da ditadura do proletariado, considerado “o me-
Doc. A) OU os monárquicos (Paiva Couceiro, D. Manuel II e
lhor caminho para o comunismo”, no Doc. B – posição dos
D. Amélia – Doc. A); setores mais conservadores – assume-se uma posição
– sujeição dos diferentes governos republicanos a um clara contra o bolchevismo, contrapondo a defesa da “de-
ETHA12RQM @ Porto Editora
15
“conservadores” e “moderados”, criticando-se os que de- Módulo 7 Unidade 2 (2.2.)
as forças de esquerda de fazerem uso da violência, “arre- 1. Columbano, um dos mais insignes pintores naturalistas
messando bombas” aos adversários políticos. portugueses:
DOC. 8 – ocupa o alto cargo de diretor do Museu de Arte Con-
temporânea, o que denota não só o prestígio do pintor,
1. O general Gomes da Costa alega que a intervenção mi-
como a identificação da “arte contemporânea” com a pin-
litar foi uma consequência do estado a que o país havia
tura naturalista;
chegado (“Mas vi que não havia outra solução para os
– em 1930, quando as vanguardas tinham já subvertido o
males da pátria. Na nossa frente abria-se um pântano.”) e
universo artístico europeu, um artigo de jornal, sob o tí-
do descrédito do Exército pelas autoridades políticas
tulo “Apoteose de Columbano”, acompanha a exposição
(“Todos os partidos se apostavam em rebaixar o Exér-
que homenageia o pintor;
cito”; “Fizeram pouco do Exército”).
– nesse mesmo artigo, Columbano é avaliado como estando
muito acima dos movimentos de vanguarda que, segundo o
Págs. 98 e 99
autor, não encontraram ainda “formas apresentáveis”.
Analisar… uma banda desenhada
Manecas ministro, banda desenhada Quim e Manecas, Pág. 101
do suplemento humorístico O Século Cómico, Stuart DOC. 10
Carvalhais, 1917
1. Serão considerados válidos os dossiês que contem-
1. Primeira República (1910-1926).
plem os requisitos expressos no enunciado da questão.
2. c) Democrático.
3. c); a); b); d). Págs. 102 e 103
4. II e V.
DOC. 11
5. Fatores:
1. Aos artistas que, em Paris, protagonizaram as correntes
– instabilidade política OU governativa traduzida na su-
de vanguarda
cessão de governos ao longo dos 16 anos da Primeira Re-
pública (o mandato do Manecas dura um dia); 2.
– sobreposição das ambições pessoais dos agentes polí- – O texto de Manuel Bentes (Doc. A) expressa claramente
ticos ao interesse nacional OU incapacidade de dar res- a ânsia de total liberdade de criação, uma das caracterís-
posta aos problemas do país, provocando sentimentos ticas mais presentes nas vanguardas artísticas do início
de desilusão (a rapidez com que Manecas aceita o con- do século XX. Reforça ainda a vontade de fugir “aos dog-
vite na primeira vinheta e o reconhecimento da incapaci- mas do ensino, às imposições dos mestres”;
dade de manter o cargo na última vinheta); – os pintores naturalistas, como Alberto de Sousa, acusam
– carestia de bens de consumo OU racionamentos OU os humoristas de terem um “traço pouco nacional” (Doc. B);
especulação de preços devido à participação portuguesa – Cristiano Cruz demarca-se, a si e aos restantes “novos
na Primeira Guerra Mundial (quarta vinheta); humoristas”, da arte “tradicional” (“O Sr. Sousa […] queria-
– instabilidade social OU aumento dos protestos e da -nos eternamente agarrados ao tradicional”), recusando
agitação social como consequência do agravamento das copiar os mestres conceituados (“copiando-lhes a ma-
condições de vida (quinta e sexta vinhetas); neira de ser do seu espírito e, embebidos na sua obra,
plagiando-lhes... o traço”);
– vulnerabilidade dos governos devido ao ambiente de
desordem e de agitação social (sétima vinheta). – as palavras de ordem “Guerra à bota de elástico” remetem
para o quebrar da tradição e do conservadorismo, identifi-
cado com essa peça de vestuário, própria da burguesia.
16
3. Pág. 109
Cristiano Cruz, Cena de Guerra: DOC. 16
– desenho esquemático;
1. A obra de Eduardo Viana, A ponte de D. Maria: vista da
– contorno reforçado, típico do expressionismo; cidade do Porto (Doc. 8), mostra um colori smo muito mais
– relativa monocromia (azul) e manchas de cor empastada; intenso do que Autorretrato num grupo (Doc. 7), que se de-
– esbatimento da perspetiva. senvolve em tons acastanhados; a aplicação da cor é
Jorge Barradas, desenho da capa da revista ABC: também diferente: mais percetível e empastada em
Viana, pincelada mais lisa na tela de Almada.
– bidimensionalidade do fundo monocromático;
– traço simplificado e algo caricatural; Pág. 110
– ausência de pormenor do desenho;
DOC. 17
– aplicação de cores lisas, sem claro-escuro (sombras).
1. Mário Eloy, Poeta
– a aplicação de cores fortes, discrepantes da realidade;
Pág. 105
– a distorção das figuras.
DOC. 12
Júlio Reis Pereira, O Matemático:
1. Serão consideradas corretas e completas as biografias
– a estilização e alongamento das figuras;
que contemplem os requisitos expressos no enunciado
– a distorção das proporções;
da questão.
– a sobreposição de planos, particularmente visível no
Pág. 106 pavimento.
DOC. 13 Vieira da Silva, Ateliê – Lisboa:
Pág. 111
Pág. 107
DOC. 18
DOC. 14
1. António Pedro desenvolveu também uma intensa ativi-
1. A crítica, muito negativa e contundente, de A Capital, em
dade ligada ao teatro. Foi fundador, diretor e encenador
que os poetas de Orpheu eram identificados com uma “ca-
da mais antiga companhia de teatro portuguesa, o TEP
tegoria de indivíduos que a ciência definiu e classificou
(Teatro Experimental do Porto), criado em 1951.
dentro dos manicómios, mas que podem sem maior perigo
andar fora deles”, deu a pretendida notoriedade à revista, – Foi na galeria de arte de António Pedro, em Lisboa, que
tornando-a, nas palavras de Pessoa, “o assunto do dia em a pintora Vieira da Silva fez a sua primeira exposição indi-
Lisboa” e esgotando rapidamente a edição. vidual no nosso país.
Pág. 108
ETHA12RQM @ Porto Editora
DOC. 15
ETHA12RQM-2 17
Págs. 112 e 113 – diminuição da pobreza: “[…] a experiência americana do
18
abruptamente, mas as ações das empresas cotadas na Módulo 7 Unidade 3 (3.2.)
Bolsa de Nova Iorque continuam em alta);
– situação de pânico que levou os investidores a porem Pág. 126
à venda milhões de ações a 24 de outubro de 1929
6
(“quinta-feira negra”) e a 29 de outubro (“terça-feira
DOC.
minutos do filme;
– descida acentuada dos preços OU deflação nos países – recessão – o crash da Bolsa de Nova Iorque, em 1929,
europeus: Doc. D e Doc. E (“ocorreu uma imparável queda pôs fim à era de prosperidade americana, mergulhando o
dos preços”). país numa profunda crise que se prolongou nos anos 30,
período que ficou conhecido como a Grande Depressão;
a segunda parte do filme, a mais longa, aborda os proble-
mas sociais que afetaram os Estados Unidos nesses anos,
principalmente o drama do desemprego;
19
– recuperação – a eleição de Roosevelt como presidente – ascensão de regimes fascistas em Itália (Docs. A e C) e na
DOC. 8
– representações artísticas idealizadas do líder (pintura
do Doc. B);
1. Aspetos:
– redação de obras panfletárias (exemplo: Mein Kampf –
– demonstrações de força dos setores mais conservado- Doc. B);
res das sociedades europeias, defensores de soluções
– promoção do culto da personalidade (“Cultivar a perso-
autoritárias: Marcha sobre Roma (Doc. A) OU putsch de
nalidade […] é a condição essencial para a reconquista
Munique (Doc. B);
das grandezas e do poder da nossa raça” – Doc. B).
20
Pág. 138 Págs. 142 e 143
DOC. 11 DOC. 13
1. Meios: 1. Aspetos:
– criação de organizações juvenis para rapazes e rapari- – recurso à propaganda para promover a crença na “su-
gas (Doc. A); perioridade” da raça ariana (Docs. A e B);
– recurso ao ensino como forma de inculcar nas crianças – aplicação de métodos pseudocientíficos no processo de
e nos jovens os princípios fascistas (Doc. B); seleção dos Alemães que se enquadravam nas característi-
– criação de associações de tempos livres de enquadra- cas definidas pelo regime nazi para a raça ariana (Doc. C);
mento dos trabalhadores (Doc. C). – segregação social OU eliminação das pessoas com de-
ficiência (Doc. D);
Págs. 140 e 141 – exclusão social e repressão dos homossexuais (Doc. E);
DOC. 12
– eliminação de minorias étnicas, como os Roma e os
Sinti OU “ciganos” (Doc. F);
1. Evidências:
– perseguições aos Judeus: “se os Judeus […] me inju-
– perseguição e eliminação de opositores políticos: “as riassem, isso era a minha maior honra” (Doc. G).
suas tropas de assalto […] abatiam quase todos os dias
um ou dois adversários políticos” (Doc. A);
Págs. 144 e 145
– recurso à propaganda como forma de incutir a violência
contra determinadas minorias: “Os Alemães foram escla- DOC. 14
– defesa do militarismo e do belicismo: “o fascismo […] campos de concentração, onde eram sujeitos a trabalhos
recusa o pacifismo”; “Apenas a guerra […] imprime um forçados (“As outras foram selecionadas e utilizadas no
cunho de nobreza aos povos que têm a coragem de a trabalho forçado das indústrias dependentes do campo”
enfrentar” (Doc. B). – Doc. B) OU ao extermínio em massa (“dois milhões e qui-
nhentas mil vítimas foram exterminadas pelo gás e depois
cremadas” – Doc. B);
21
– deportação para campos de concentração de minorias 20
DOC. 17
– poder político forte focado nas necessidades do povo
russo (“É preciso que exista um poder que tenha o desejo
1. Medidas: e a força de aproveitar estes imensos recursos naturais
– lançamento de iniciativas que visavam a autossuficiên- em proveito do povo”);
cia de produtos alimentares, como os cereais (“batalha – apoio do proletariado às políticas implementadas pelo
do trigo” – Doc. A); Estado soviético (“É preciso ainda que este poder usufrua
– aposta numa política colonial que visava a exploração do apoio de milhões de operários e de camponeses”);
de matérias-primas dos territórios sob domínio italiano – regime imune aos problemas do capitalismo (“É preciso
(caso da Etiópia – Doc. B). ainda que exista um regime isento das doenças incurá-
DOC. 18 veis do capitalismo”);
22
– instauração de processos políticos contra membros do exceção […] poderia envolver um absolutismo pior do que
próprio Partido Comunista (Docs. B, C e D); aquele que antecedera os regimes liberais”; “Tal Estado
– repressão política e ideológica sobre os opositores: po- seria […] incompatível por natureza com o génio da nossa
lícia política (NKVD) e deportações OU criação de um sis- civilização cristã”), no Doc. D – perspetiva de Bernardino
tema concentracionário, o Gulag (Doc. E). Machado – o Estado Novo é conotado com os regimes
totalitários da época, estabelecendo-se também uma
comparação com o período do absolutismo régio (“É o
regresso ao passado absolutista”; “Aí surgiram já os nazis
abraçados a Salazar”);
Módulo 7 Unidade 4 (4.1.)
– [plebiscito à Constituição] enquanto no Doc. C se salienta
que a aprovação da Constituição de 1933 resultou de uma
Págs. 160 e 161
consulta popular (“Constituição aprovada pelo plebiscito
DOC. 1 popular”), no Doc. D considera-se que as condições de reali-
1. Aspetos: zação do plebiscito não permitiram uma livre opinião sobre
a Constituição (“a ditadura convocou a nação a um plebis-
– a inclusão, na primeira página deste semanário, da se-
cito para a votação de nova Constituição, tendo extorquido
guinte observação: “Este número foi visado pela Comis-
aos eleitores o direito de discutirem e arrancando-lhes […] a
são de Censura”;
liberdade de voto”; “Todos têm de a aprovar, inclusiva-
– a repetição da palavra “direita”, numa alusão à orienta-
mente os que não votarem”; “Trama-se […] perpetuar com o
ção política do regime instituído em 28 de maio de 1926.
simulacro de plebiscito o arbítrio ditatorial”);
DOC. 2 – [posição face à ditadura] enquanto no Doc. C, não obs-
1. “[…] por ocasião do 2.º aniversário do 28 de Maio […].” tante o reconhecimento da existência de aspetos seme-
2. Como ministro das Finanças, o principal objetivo de Sala- lhantes “com outros regimes”, se argumenta que a Consti-
zar passava pelo equilíbrio orçamental (“nós subordinamos tuição de 1933 é a garantia da originalidade do Estado
tudo, neste momento, à necessidade do equilíbrio das con- Novo relativamente aos regimes totalitários (“A Constituição
tas públicas”), através de “aumentos de receitas e reduções […] repele […] tudo o que direta ou indiretamente proviesse
de despesas”. desse sistema totalitário”), no Doc. D o Estado Novo é des-
crito como um regime ditatorial e antidemocrático que não
respeita os direitos individuais (“a ditadura usurpou o
Págs. 162 e 163
poder”; “perseguição inquisitorial […] contra a nossa demo-
DOC. 3 cracia”; “a força contra o direito. Não há lei nem justiça”).
1. “O homem que hoje chefia o Governo é o mesmo que,
tendo há quatro anos nesta sala pedido à Nação um Págs. 164 e 165
pouco de confiança, a recebeu dela tão completa que foi DOC. 5
possível […] lançar as bases da reconstrução financeira e
económica de Portugal.” 1. Evidências:
– defesa de valores morais ancorados no respeito pela
DOC. 4
trilogia “Deus, Pátria e Família” (Doc. A);
1. Constituição de 1933, Ato Colonial, Estatuto do Traba- – exaltação e comemoração do passado histórico nacional:
lho Nacional e “programa” [Bases Orgânicas] da União “Nós somos filhos e agentes duma civilização milenária que
Nacional. tem vindo a elevar e converter os povos a uma conceção
2. Comparação: superior da própria vida”; “nesta romagem, para exaltação
– [totalitarismo do regime] enquanto no Doc. C – perspe- do sentimento da independência nacional” (Doc. A);
tiva de Salazar – se defende que o Estado Novo não se – subalternização do papel da mulher na sociedade, rele-
identifica com os regimes totalitários no controlo exercido gada para o trabalho doméstico: “Deixemos, portanto, o
sobre toda a vida social e individual, argumentando que homem a lidar com a vida no exterior, na rua. E a mulher a
essa posição seria pior do que a adotada pelos regimes defendê-la, a trazê-la nos seus braços, no interior da
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1. A fundação da nacionalidade na Idade Média (Doc. A2) e a zar), resultando num verdadeiro “presidencialismo bicé-
expansão marítima (“para onde se desenvolveu a sua força falo” (Doc. C);
de expansão, descobrindo novos territórios” – Doc. B). – subalternização do poder legislativo ao executivo, bem
patente na falta de escrutínio do Governo pelos deputa-
Págs. 168 e 169 dos da Assembleia Nacional (Doc. D).
DOC. 7
Págs. 170 e 171
1. Críticas:
DOC. 8
– instabilidade económico-financeira crónica resultante
da debilidade dos sectores produtivos e do desequilíbrio 1.
das finanças públicas: “uma das maiores desorganiza- – organismos que compunham a Nação portuguesa: fa-
ções que em Portugal se devem ter verificado na econo- mílias; juntas de freguesia; câmaras municipais; corpora-
mia, nas finanças”; ções OU corporações económicas, morais e culturais;
– instabilidade política OU lutas político-partidárias: “divi- – “corpo supremo do Estado”: Câmara Corporativa;
sões e ódios dos homens e [...] interesses particulares – documentos que instituíram a organização corporativa
dos grupos”; “Divisões intestinas, […] desordem constitu- do Estado Novo: Constituição de 1933 e Estatuto do Tra-
cional”; balho Nacional.
– carácter parlamentar do regime republicano OU supre-
DOC. 9
macia do poder legislativo sobre o poder executivo: “o
enfraquecimento [do Estado] é a característica geral dos 1.
regimes políticos dominados [...] pelo espírito partidário e – ideologia perfilhada pela União Nacional: nacionalismo;
pelos excessos e desordens do parlamentarismo”; – as ideologias condenadas: o socialismo e o liberalismo.
– incapacidade governativa OU défice de autoridade do
Estado devido à sujeição do poder executivo ao legisla- Pág. 172
tivo, resultando na queda de sucessivos governos e pre-
10
sidentes: “uma época de [...] fraqueza do Estado”; “o en- DOC.
fraquecimento [do Estado] é a característica geral dos 1. À semelhança de outros regimes autoritários, o Estado
regimes políticos dominados pelo liberalismo individua- Novo procedeu a um enquadramento das massas através
lista ou socialista”; do ensino e de organizações destinadas a diferentes fai-
– desordem pública e clima de agitação político-social xas etárias, difundindo, entre outros, os seguintes ideais:
permanente, com frequentes episódios de violência polí- – nacionalismo – na exaltação do passado histórico, no-
tica OU golpes militares: “as arremetidas da desordem”; meadamente nos símbolos da Mocidade Portuguesa
“divisões intestinas”; “sucessivas revoluções”; (bandeira de D. João I – Doc. A);
– incapacidade de o regime republicano corresponder, – conservadorismo – na defesa da trilogia “Deus, Pátria,
nas suas realizações, às expectativas criadas, minando a Família”, através de organizações milicianas, como a Le-
confiança dos cidadãos nas instituições: “fizeram perder gião Portuguesa (“afirma solenemente o seu respeito
a fé no Estado”; “o País caiu na «apagada e vil tristeza» do pelo património espiritual da nação: a fé, a família, a moral
poeta e parecia ter desistido de viver um grande pensa- cristã” – Doc. B) e do ensino (Doc. C);
mento de renovação interior”. – corporativismo – na tentativa de ir além da criação de
2. Evidências: corporações económicas (“O legionário professa os prin-
– adoção de uma posição antiparlamentar por Salazar, cípios da renovação económica e social do Estado Cor-
ainda como ministro das Finanças: “O Poder Executivo […] porativo” – Doc. B; “A organização corporativa da Nação
sem dependência de quaisquer indicações parlamenta- não deve limitar os seus objetivos ao campo das preocu-
res” (Doc. A); pações de ordem meramente material.” – Doc. D);
24
– anticomunismo – na tentativa de conter a ameaça bol- receitas”), Afonso Costa critica a política financeira do Es-
chevique, através de organizações como a Legião Portu- tado Novo e a obsessão de Salazar relativamente aos im-
guesa (“O legionário repudia e combate em todos os postos (“O erro dele foi querer equilibrar o Orçamento só
campos as doutrinas subversivas, nomeadamente o co- criando receitas e sobrecarregando com novos impostos
munismo” – Doc. B). um país empobrecido”);
– [obra financeira do Estado Novo] enquanto Salazar de-
Págs. 174 e 175 fende a estabilidade da sua obra financeira, iniciada no
período da ditadura militar (“tudo o que se fez em meia
DOC. 11
dúzia de anos”), Afonso Costa considera que as opções
1. Carácter repressivo e violento do Estado Novo: de Salazar no domínio financeiro agravam ainda mais a
– imposição da censura prévia OU controlo da imprensa (“o difícil situação do país (“A obra […] feita pelo atual titular
jornal é o alimento espiritual do povo e deve ser fiscalizado das Finanças, Oliveira Salazar, foi exatamente o contrário
como todos os alimentos”), proibindo-se a difusão de infor- do que ele próprio prometera. […] E cada vez será pior.”).
mações consideradas “inconvenientes” pelo regime (Doc. A);
– criação de uma polícia política OU da Polícia de Vigilân- Págs. 178 e 179
cia e Defesa do Estado (PVDE), responsável pela identifica-
DOC. 13
ção e repressão dos focos de oposição ao regime (Doc. B);
– supressão dos direitos individuais, nomeadamente dos 1. Medidas:
presos políticos (Doc. C); – construção de barragens, de modo a obter a água es-
– abertura de prisões políticas, como a de Caxias (Doc. C), sencial para a irrigação dos solos, “água no geral precá-
e do campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde ria, ao mesmo tempo desperdiçada e insuficiente e irre-
(Doc. D), onde os opositores eram sujeitos a maus-tratos. mediavelmente cara” (Doc. A);
– fomento das atividades do setor primário OU da agri-
cultura através da promoção de campanhas como a da
fruta (Doc. B) OU a do trigo (Doc. C);
houvesse um aumento das receitas, situação ideal que o independência alimentar face ao estrangeiro.
país ainda não havia alcançado (“O Estado só poderá liber-
tar os contribuintes desses impostos quando as suas des-
pesas previstas forem satisfeitas, integralmente, pelas suas
25
Págs. 180 e 181 – os empresários teriam de obedecer aos ditames do Es-
26
alimentícios e dos produtos manufaturados entre umas e externamente, o momento nacional evocador que Portugal,
outras partes deste todo” (Doc. B); “A maioria dos portu- no meio dos destroços atuais da Europa, está vivendo”).
gueses não tem a menor ideia sobre a realidade da sua
grandeza […] sob o ponto de vista material” (Doc. C). Págs. 188 e 189
Ideias/Sentimentos que se procuravam incutir:
Dossiê
– ideia de que Portugal era um país grande, uma vez que o
seu território não se confinava ao continente europeu: capa Propaganda na Era dos Extremos
da revista Portugal Colonial (Doc. B); “Tal como o Minho ou a 1. Rádio, cinema, fotografia, cartazes e manuais escolares.
Beira é, sob a autoridade única do Estado, Angola ou Mo- 2. Princípios:
çambique ou a Índia” (Doc. B); “facto contemporâneo de con- – culto ao chefe: o Führer, na Alemanha nazi (Docs. B1 e D),
servarmos ainda um grande Império” (Doc. C); e o Duce, na Itália fascista (Doc. C1);
– respeito pelo papel desempenhado por Salazar na ma- – enquadramento das massas: “A radiodifusão é o meio
nutenção do Império Colonial: “por singular coincidência mais moderno e eficaz para influir nas massas” (Doc. B);
dos acontecimentos cabe àquele que há três anos fez pu- – nacionalismo: “uma política da Nação, para bem da
blicar o Ato Colonial, dirigir hoje, como chefe do Governo, Nação e com os olhos postos na Nação”; “objetivo supe-
as melhores saudações ao Ministro das Colónias e aos rior da nossa política nacionalista” (Doc. B);
Governadores dos nossos domínios do ultramar” (Doc. B);
– racismo nazi (Doc. C2).
“O facto dá-se quando outro homem vinha realizar no
país inteiro a mais extraordinária obra de reconstrução 3. Antissemitismo.
nacional dos últimos cem anos” (Doc. C); 4. Princípios:
– visão nacionalista do direito histórico de Portugal possuir – anticomunismo: “O comunismo […] tende à subversão
um Império Colonial e de civilizar as suas populações: “É da de tudo e na sua fúria destruidora não distingue o erro e
essência orgânica da Nação Portuguesa desempenhar a a verdade, o bem e o mal, a justiça e a injustiça”;
função histórica de possuir e colonizar domínios ultramari- – conservadorismo: “não reconhecemos liberdade con-
nos e de civilizar as populações indígenas que neles se tra a Nação, contra o bem comum, contra a família, contra
compreendam” (Doc. A); “facto histórico da colonização atra- a moral”; “profundo amor à sua Pátria”;
vés de cinco séculos” (Doc. C). – nacionalismo: “como o dos que a fizeram e pelos sécu-
los fora a engrandeceram”.
5. Tópicos de resposta:
– recurso aos principais meios de comunicação da pri-
Módulo 7 Unidade 4 (4.4.) meira metade do século XX: rádio (Doc. B), cinema (Doc. C),
fotografia (Doc. D) e imprensa (Doc. E);
Pág. 186 – enquadramento das massas, começando logo pelas
DOC. 18 crianças e jovens nas escolas: “Reflito no método comu-
nista: apoderar-se das crianças desde a creche, acompa-
1. A expressão “política do espírito” refere-se ao conjunto
nhá-las no jardim de infância, depois na escola […]. Tê-las
de iniciativas culturais destinadas a desenvolver a menta-
sempre na mão através de uma propaganda incessante!”
lidade dos portugueses, a incutir-lhes os ideais do Estado
(Doc. A); “Queremos […] que a família e a escola imprimam
Novo e a propagandear o regime.
nas almas em formação […] aqueles altos e nobres senti-
2. Princípios: mentos que distinguem a nossa civilização” (Doc. F);
– nacionalismo, ao explorar a singularidade e a grandeza – difusão dos princípios veiculados pelos regimes totalitá-
da História de Portugal, insistindo-se na sua longa duração rios e autoritários, tais como: culto ao chefe (Docs. B, C e D);
como nação independente (“Unidade Nacional de Oito Sé- nacionalismo (“objetivo superior da nossa política nacio-
culos”) e na sua obra pioneira na expansão marítima (ima- nalista” – Doc. B); racismo (Doc. C2); antissemitismo (Doc. E);
gem da construção do Padrão dos Descobrimentos); anticomunismo (“O comunismo […] tende à subversão de
– culto ao chefe, considerando Salazar, o Presidente do
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27
MÓDULO 7 Unidade 5 (5.1.) – evitar a propagação da guerra civil espanhola ao terri-
– combater o avanço do comunismo na Europa Ocidental 3. Os regimes totalitários italiano e alemão apoiaram as
(“Foi como que um erguer de lanças, neste baluarte do forças nacionalistas lideradas por Franco, enviando para
Extremo‑Ocidente, ante os perigos da investida vermelha Espanha soldados e armamento. A face mais visível da
no país vizinho” OU “Representou uma espécie de nobre sua participação no conflito foi o bombardeamento de vá-
e ardente cruzada, aposta à ofensiva das hordas do mar- rias cidades espanholas, atingindo alvos civis, realidade
xismo internacional”); que pintores como Picasso (Doc. C) e Horacio Ferrer (Doc. D)
imortalizaram nas suas telas. Estaline também acabou por
28
permitir o envolvimento da URSS no conflito ao lado dos – produção de armamento (“As fábricas de munições ale-
republicanos, nomeadamente com o envio de soldados e mãs trabalhavam a todo o vapor.”).
aviões (Doc. D). 2. Estratégia de Hitler:
4. Semelhanças: – política de alianças com as ditaduras fascistas (“Entendeu-
– as duas telas integraram o pavilhão espanhol da Expo- -se com Mussolini e constituiu o Eixo Berlim-Roma.” – Doc. B);
sição Universal de Paris de 1937; – exploração da política de apaziguamento das democra-
– a representação de bombardeamentos de cidades es- cias europeias (“[…] a política agressiva e de infração con-
panholas: Guernica (Doc. C) e Madrid (Doc. D); duzida por Hitler baseou-se […] na desunião e timidez da
– o sofrimento patente nas expressões faciais das mulheres; França e da Grã-Bretanha” – Doc. B), bem patente nas ce-
– as crianças como principais vítimas do conflito; dências da Inglaterra e da França à Alemanha previstas
no Acordo de Munique (Doc. C);
– o olhar de algumas figuras em direção ao céu, suben-
tendendo-se os bombardeamentos. – aproveitamento da posição isolacionista dos Estados
Unidos (“isolamento dos Estados Unidos” – Doc. B);
5. Início da guerra civil espanhola OU Golpe de Estado
em Espanha OU Golpe militar em Espanha – negociação de um pacto de não agressão com a URSS,
deixando o caminho aberto para a expansão alemã a
6. Consequências:
leste da Europa (Doc. D).
– prisão;
– fuzilamento;
Págs. 204 e 205
– exílio.
DOC. 7
7. Envolvimento estrangeiro na guerra civil espanhola:
– países democráticos – participação de voluntários ao 1. Evidências:
lado das forças republicanas, como foi o caso do escritor – mobilização de soldados africanos e asiáticos pelos
e jornalista inglês George Orwell (Doc. A); respetivos impérios coloniais (“Porque a França não está
– Estados fascistas – a Itália de Mussolini e a Alemanha sozinha! […] Tem um vasto Império atrás de si.” – Doc. A);
de Hitler apoiaram declaradamente os nacionalistas de – adesão de vários países do mundo às duas alianças
Franco, bombardeando várias cidades espanholas, como que se defrontaram no conflito: as Potências do Eixo e os
Guernica e Madrid (Docs. C e D); Aliados (Doc. C);
– URSS – Estaline, ainda que de forma calculista, autori- – batalhas em terra, no mar e no ar (Docs. B e C);
zou o apoio à causa republicana, através do envio de ar- – bombardeamentos indiscriminados de cidades, provo-
mamento e soldados (Doc. D). cando vítimas civis (Doc. B).
DOC. 8
1.
luntários, crescia mês após mês”); – Japão – o conflito continuou no Pacífico, onde a resis-
tência japonesa levou o presidente americano Harry Tru-
– modernização da aviação militar (“A Força Aérea alemã
man a ordenar, em agosto de 1945, o lançamento de duas
manteve e melhorou continuamente a superioridade que
bombas atómicas sobre o Japão: a primeira atingiu
conseguira em relação à Grã-Bretanha.”);
29
Hiroxima, no dia 6, e a segunda Nagasáqui, no dia 9; o – a capital, Berlim, situada na zona soviética, foi dividida em
30
Pág. 16 Pág. 21
DOC. 7 DOC. 10
31
Pág. 23 Também os efeitos económicos do ERP são apresenta-
32
3. De acordo com a caricatura, o Muro funciona como uma Págs. 30-31
proteção inexpugnável da pátria socialista, intransponível
DOC. 15
para o imperialismo americano (a águia fere-se ao tentar
derrubá-lo) e para o Estado alemão rival (RFA), que se es- 1. Expansão do comunismo Europa de Leste sob a égide
cuda na América e se identifica como nazi (note-se a cruz da URSS; progressivo antagonismo entre Moscovo e os
suástica no capacete de Adenauer). Já a capa da revista países ocidentais; eclosão da primeira crise grave, o Blo-
Time mostra o Muro como uma negra prisão, atrás da qual queio de Berlim.
são encarcerados, contra vontade, os cidadãos da Alema- 2. Conter o comunismo.
nha Oriental. As mãos feridas pelo arame farpado e que 3. Afirmações:
procuram, em vão, atingir o outro lado do muro, conotado – “Precisamos de aliados e segurança coletiva.”;
com a liberdade, bem como a coroa de flores, ilustram
– “Devemos confiar principalmente num sistema de segu-
bem a prisão e a morte que o muro representa.
rança comum tão capaz de reprimir quem nos quiser ata-
4. Circundava toda a área de Berlim Ocidental. car que desmotive os agressores.”;
5. A expressão exprime a solidariedade para com a popu- – “A forma de deter as agressões é a resposta conjunta e
lação de Berlim Ocidental, cercada pelo Muro, e o orgu- vigorosa das nações livres.”
lho posto nessa solidariedade.
6. Tópicos de resposta: Págs. 32 e 33
– a capital da Alemanha, Berlim, que se situa na zona de
DOC. 16
ocupação soviética, foi dividida em quatro setores, sob
administração de cada uma das quatro potências ocu- 1.
pantes da Alemanha: URSS, EUA, Reino Unido e França; – Ambas as organizações reiteram o seu propósito de
– a progressiva deterioração das relações entre ociden- atuar em conformidade com a Carta das Nações Unidas e
tais e soviéticos conduziu a um primeiro medir de forças, com o direito internacional.
o Bloqueio de Berlim: entre 1948 e 1949, as autoridades – Ambas reafirmam as suas intenções pacíficas.
soviéticas bloqueiam todos os acessos terrestres a Ber- – Ambas consideram que, caso se verifique um ataque
lim, procurando forçar a retiradas de Americanos, Britâni- armado contra um dos países que integram a aliança,
cos e Franceses. Os Ocidentais conseguem resistir, abas- esse ataque será considerado um ataque contra todos os
tecendo a cidade através de uma gigantesca ponte membros e suscitará uma resposta conjunta.
aérea, e permanecem em Berlim;
– após a formação de dois Estados rivais – a RFA e a RDA Pág. 36
– Berlim mantém-se no centro da discórdia;
DOC. 18
– a possibilidade de passar de um setor para outro dentro
de Berlim propicia a fuga para o Ocidente de um número 1. O cartaz contesta a tão apregoada liberdade das demo-
muito significativo de cidadãos da RDA. Depois de um pe- cracias liberais, centrando-se na sociedade americana,
ríodo de grande tensão, o problema é solucionado pelas que caracteriza como uma sociedade subordinada aos in-
autoridades socialistas com a construção de um muro que teresses do capitalismo (o cifrão do dólar omnipresente),
isola toda a área de Berlim Ocidental (Docs. A a C); repressiva (o polícia ameaçador sobrepõe-se à amorda-
– o muro que divide a cidade, cortando ruas, praças e çada Estátua da Liberdade), racista, onde os cidadãos são
separando famílias, transforma Berlim no símbolo tangível manipulados por notícias falsas, e onde não existe liber-
dade de pensamento nem de expressão.
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ETHA12RQM-3 33
Pág. 37 Pág. 41
1. O macartismo gerou uma onda de histeria anticomu- 1. O acordo apenas limita a construção de mísseis e ram-
nista, que agitou profundamente a América, criando um pas de lançamento, deixando em funções, e sujeitos a
clima favorável a uma sentença extrema na condenação manutenção, todos os já existentes.
do casal acusado de espionagem pró-soviética.
Pág. 42
Pág.38 1. Os Soviéticos:
DOC. 20 – lançam o primeiro satélite (Sputnick 1);
1. Os quadros evidenciam o crescimento paralelo do ar- – lançam o segundo satélite, com um animal a bordo
mamento nuclear das duas superpotências. Estados Uni- (Sputnick 2);
dos e União Soviética tentam superiorizar-se mutuamente – colocam em órbita o primeiro astronauta (Gagarin);
no que concerne à sua capacidade bélica. Qualquer nova – fazem o primeiro voo de duas naves sincronizadas
arma desenvolvida por uma das duas superpotências (VostoK 3 e 4);
tem, como resposta, o desenvolvimento de um engenho – colocam no espaço a primeira tripulação de três astro-
semelhante ou superior que, por sua vez, desencadeia a nautas (Voskhod 1);
produção de novas armas, ainda mais potentes. Deste
– realizam o primeiro passeio espacial (Alexei Leonov);
modo, o número de armas cresce e diversifica-se, num
– fazem a primeira alunagem não tripulada (Luna 9);
curto espaço de tempo.
– levam a cabo a primeira acoplagem entre duas naves
O segundo quadro põe em evidência um aumento expo-
(Soyuz 4 e 5).
nencial em gastos com a Defesa, entre 1950 e 1970, anos
que correspondem ao período da Guerra Fria.
Pág. 43
2. Consiste em mostrar ao inimigo que qualquer ataque
terá uma resposta destruidora, a fim de o dissuadir de DOC. 24
atacar. Esta política obriga a um esforço constante de su-
1. A superioridade do seu sistema OU a superioridade do
periorização face ao bloco contrário.
socialismo ou do capitalismo.
3. Os conselhos da Defesa Civil afiguram-se, à primeira
vista, incompreensíveis, dada a impossibilidade de sobre-
Pág. 44 e 45
viver a um ataque nuclear com as medidas simples que o
texto e as imagens veiculam. Analisar… um filme histórico
A Ponte dos Espiões
Pág. 40
1. A intensa competição com a União Soviética e o mo-
DOC. 21 delo comunista tornava “um dever patriótico” valorizar o
sistema político e social americano, tornando-o, aos olhos
1. Tanto o discurso de Kennedy como a carta de Kruschev
da opinião pública, um sistema modelar, pautado pela jus-
deixam bem claro que, durante a crise, se considerou seria-
tiça e pelo humanitarismo.
mente a possibilidade de partir para um confronto nuclear.
2. Presumivelmente, Rudolf Abel trabalharia para a agên-
Diz Kennedy: “ Não nos encolheremos perante esse risco
cia de informação e segurança soviética, a KGB (equiva-
[de uso de armas nucleares] sempre que ele tiver de ser
lente soviético da CIA).
encarado de frente”
3. O casal Julius e Ethel Rosenberg foi condenado por
Escreve Kruschev: “conflito que implicava […] o choque
crime de espionagem a favor da União Soviética, em 1951,
das superpotências e a sua transformação numa guerra
e executados em junho de 1953. Terão, com as informa-
mundial em que seriam utilizadas armas termonucleares
ções fornecidas “ao inimigo”, acelerado o desenvolvi-
e mísseis. […]. Se […] nos tivéssemos recusado a concluir
mento da primeira bomba atómica soviética.
um acordo […] provavelmente a guerra teria eclodido, fa-
zendo milhões de mortos”. Os Rosenberg foram os primeiros a sofrer a pena de
morte por um crime deste género, em parte vítimas do
clima de histeria e perseguição aos comunistas durante o
macartismo (c. 1950-1957).
34
4. b) Guerra Fria. MÓDULO 8 Unidade 1 (1.3.)
5. O Juiz Warren alude ao sistema político, social e eco-
nómico americano, sistema liberal e capitalista, que iden- Pag. 46
tifica com a “civilização”. A este “estilo de vida” contra-
25
põe-se o modelo comunista, protagonizado pela União
DOC.
35
Pág. 50 Pág. 54
1. Págs. 56 e 57
– O peso do setor primário na economia diminui de forma
DOC. 34
contínua, acelerando-se a descida a partir de 1950.
– O peso do setor secundário cresce lentamente ou es- 1. Fatores:
tagna até aos anos 30. Entre esta data e o início da dé- – a libertação dos países de Leste pelo Exército Vermelho
cada de 70, o ritmo de crescimento acelera-se, mantendo, (Doc. A);
porém, no conjunto dos três setores, a segunda posição – a ideia de que o socialismo constituía um ideal oposto
que detinha no início do século. do nazismo (Doc. C);
– O setor dos serviços faz um percurso inverso ao do – a crença de que cada país poderia livremente escolher
setor primário: o seu peso económico passa da terceira a sua forma de socialismo (Doc. C).
posição para a primeira, registando um crescimento mais 2. A Constituição checoslovaca:
acelerado a partir dos anos 50.
– partilha a ideologia socialista, considerando que o
2. Explica-se pelo progresso tecnológico e pela especiali- poder pertence às classes trabalhadoras, lideradas pelo
zação da agricultura. Mais mecanizada, especializada e operariado;
abandonando o empirismo de outrora, a agricultura vê
– considera o Partido Comunista como o único e legítimo
crescer a sua produtividade, o que lhe permite libertar
representante dos trabalhadores;
mão de obra.
– exclui o multipartidarismo e todas as manifestações que
3. A estabilidade das condições económicas. O baby
possam pôr em causa o regime socialista;
boom corresponderá a um período de progresso e esta-
– atribui ao Estado, numa lógica de ditadura do proleta-
bilidade económica
riado, o exclusivo do ensino e dos meios de comunicação;
4. O baby boom:
– adota o sistema de economia planificada.
– estimula o consumo: alimentos para bebé, roupas…;
3. A supremacia soviética está patente no tamanho da
– estimula o setor da construção e dos serviços: escolas,
bandeira, agigantada relativamente a todas as outras.
serviços de saúde…;
– Representa o mundo capitalista (identificado pelo dólar),
– aumenta e rejuvenesce, a médio prazo, a população ativa.
destruído pelo avanço do socialismo.
36
Pág. 58 – desinteresse e indiferença dos trabalhadores das uni-
dades agrícolas.
DOC. 35
1. Características:
Pág. 62
– o partido único – os estudantes reivindicam eleições
1. O melhor desempenho das economias planificadas re-
com vários partidos;
lativamente às economias de mercado OU a superiori-
– a inexistência de direito à greve como forma de reivindi- dade do sistema socialista sobre o sistema capitalista.
cação profissional – uma vez que o Partido Comunista se
2. Enquanto no sistema capitalista o consumidor é ali-
assume como representante dos interesses dos trabalha-
ciado para o consumo através de uma grande (excessiva)
dores, a greve, como forma de reivindicação, não faria
quantidade de bens, de montras e lojas apelativas e de
sentido num regime comunista;
uma publicidade agressiva e sempre presente, que cria a
– o controlo dos meios de comunicação pelo Estado. necessidade do supérfluo (sociedade de consumo), na
2. Momentos-chave da revolução húngara: União Soviética, mesmo a distribuição de bens essenciais
– manifestações de rua, reivindicando um novo governo, é insuficiente, gerando grandes filas de espera para a
chefiado por Imre Nagy; compra de alimentos, por exemplo. As lojas são pouco
– um novo governo, sob a chefia de Nagy, assume o poder; atrativas e a atenção dos consumidores não é desper-
tada para os produtos que nelas existem.
– invasão da Hungria pelas tropas soviéticas e derrube
do governo de Nagy.
3. “A contrarrevolução teria depois aniquilado as forças Pág. 63
populares e entregado a independência da Hungria aos 1. A Nomenklatura é constituída pelos altos burocratas do
imperialistas colonizadores”. regime, cuja ascensão decorre, sobretudo, da adesão e
fidelidade aos princípios do partido. Desta elite de buro-
cratas, ciosos dos seus privilégios, emanam as decisões
Pág. 59
económicas mais relevantes, tomadas à distância e, mui-
DOC. 36 tas vezes, sem suporte técnico adequado. Assim, em
1. Os países do leste europeu sob influência soviética (de- lugar de possuírem uma dinâmica própria que as torne
mocracias populares) não são livres de abandonar o bloco competitivas, as unidades de produção das economias
socialista. A vontade de mudança de regime é vista por planificadas estão dependentes de uma morosa e pouco
Moscovo como o resultado do imperialismo do Ocidente eficiente cadeia de autoridade, o que prejudica o seu de-
que, num contexto de Guerra Fria, pretende ampliar a sua sempenho.
área de influência e “minar o sistema socialista”.
Págs. 64-65
Págs. 60 e 61
Analisar… um texto longo
DOC. 37
Discurso de Geórgiy Malenkov na sessão do Soviete Su-
1. Evidências: premo da URSS, 8 de agosto de 1953
– apenas três anos depois do fim da guerra, na URSS, a 1. d).
produção era já superior à de 1940 e, em 1952, no setor 2. b).
metalúrgico e energético, superava-a largamente (70%
3. A economia de direção central soviética organizava-se
mais em ferro fundido, 80% mais em carvão, por exemplo);
por planos, geralmente quinquenais, que estabeleciam as
– a taxa de crescimento da produção industrial da URSS, opções económicas e as metas a atingir naquele prazo
no decurso dos anos 50, superou sempre os 10%; de tempo (cinco anos).
– as taxas de crescimento do PIB das economias planifi- 4. De acordo com o discurso de Malenkov, as debilidades
cadas de Leste atingiram, em média, os 7%; económicas da URSS centram-se sobretudo na área da
– proliferaram as cidades industriais, como Pavlodar. agricultura, dos bens de consumo e da habitação. Entre
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37
Sovietes locais implementam de forma insatisfatória as di- Características de índole política:
38
Pág. 70 Contexto:
DOC. 42 – Europa destruída pela Segunda Guerra Mundial;
– subalternização da Europa face às duas superpotên-
1. Fator de união: a herança civilizacional comum; fator de
cias, na cena internacional;
desunião: os nacionalismos exacerbados.
– afirmação/união dos países da Europa Ocidental por
2. Ficariam fora dessa união política. Churchill vê a união
contraponto aos países de Leste, unidos pelo socialismo.
da Europa sem o Reino Unido, que permaneceria ligado
“à família dos povos britânicos”, em especial à sua antiga Objetivos:
colónia, os Estados Unidos. – evitar novos conflitos armados entre as nações da Europa;
3. Promover a expansão económica através da harmoni- – preservar a identidade cultural e os valores europeus;
zação das políticas dos vários Estados e da criação de um – estimular o crescimento económico;
espaço económico integrado. – ombrear com as duas superpotências na cena interna-
cional.
Dossiê
Etapas relevantes:
A construção europeia (1949–1979)
– constituição da Comunidade Europeia do Carvão e do
1. Valores:
Aço (CECA) – 1951 – englobando seis países: França, Ale-
– liberdade individual. manha, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo e Itália;
–primado das Leis. – constituição da Comunidade Económica Europeia –
– liberdade política OU livre participação política. Tratado de Roma – 1957 – agregando os mesmo países
2. As duas produções estão na base da indústria de ar- da CECA;
mamento. Perdendo cada um dos países o controlo indi- – funcionamento efetivo da união aduaneira/circulação
vidual sobre a produção siderúrgica, não será possível de mercadorias dentro do espaço comunitário – 1968;
desenvolver, unilateralmente, um arsenal bélico. – entrada na Comunidade de mais três países – Irlanda,
3. O Plano Schuman, que levou à constituição da CECA, é Reino Unido e Dinamarca – 1971;
visto como um casamento de conveniência, sob o signo – constituição de um órgão de carácter federal – Parla-
do dinheiro (cujo símbolo assina a “liturgia” do casa- mento Europeu – através de sufrágio universal – 1979.
mento) e, como tal, um projeto que serve os interesses
capitalistas. Lembra-se o carácter nazi da Alemanha (sím-
bolos no toucado e colar da noiva) e, implicitamente, os
horrores da Segunda Guerra Mundial, agora esquecidos
MÓDULO 8 Unidade 1 (1.5.)
face aos interesses económicos, que propiciam a remili-
tarização da Alemanha.
Pág. 74
4. Pontos em comum:
– a existência de duas superpotências que regulam a DOC. 43
39
Pág. 76 2. A ONU tomou a decisão de dividir a Terra da Palestina
– o abandono a que os Franceses votaram a Indochina, – na sequência desse conflito, centenas de milhares de
aquando da ocupação do Japão; árabes deixaram as suas terras e casas, tornando-se refu-
giados nos países vizinhos;
– a vontade do povo do Vietname em romper com a tu-
tela francesa. – o Estado de Israel ocupou boa parte dos territórios des-
tinados pela ONU ao Estado Árabe e não cumpriu as de-
mais decisões da ONU respeitantes ao regresso desses
Págs. 78-79
refugiados;
40
Pág. 81 MÓDULO 8 Unidade 2 (2.1.)
DOC. 48
41
Pág. 90 Pág. 94
1. 1. Fatores:
– 1969 a 1971. – a progressiva industrialização do país;
– França, Brasil e Alemanha. – a migração para as cidades;
– As regiões Norte e Centro do país. – a emigração.
2. A expressão refere-se à emigração clandestina, que 2. A manutenção do regime autoritário, tradicionalista e
implicava a passagem pela Espanha franquista e um virado para si mesmo, não se coadunava com a emergên-
longo e duro caminho através dos Pirenéus, até ao des- cia de uma população urbana, “em contacto com o
tino final, geralmente a França. mundo exterior, com acesso a fontes de informação mo-
3. O progressivo crescimento das remessas dos emigran- dernas e a modelos de consumo próprios das socieda-
tes reflete o crescimento do fluxo migratório, no decurso des industrializadas”.
dos anos 60, bem como a mentalidade do emigrante por-
tuguês, cujo objetivo é regressar à terra, construir uma Págs. 96-97
casa e viver dignamente.
Dossiê
Págs. 92 e 93 Mudam-se os tempos, mudam-se os costumes
1. Efeitos:
DOC. 4
– aumentou o poder de compra das famílias que perma-
1. Setores:
neceram nas aldeias;
– setor siderúrgico;
– diminuiu a mão de obra em serviços modestos e mal
– construção naval; pagos, uma vez que as famílias já não sentem a pressão
– produção de energia; da miséria;
– transportes; – permitiu escolarizar os mais novos, o que os desviará
– infraestruturas (portos, aeroportos, pontes). do trabalho agrícola, na opinião do articulista do Diário de
2. No texto refere-se explicitamente o fim da autarcia (“re- Lisboa;
jeitando a autarcia”) e advoga-se “a adesão dos nossos – tornou mais “vaidosas” as mulheres do campo.
empresários às realidades concorrenciais mundiais”. 2. Vindos de outra realidade política e social, os turistas
3. Crescimento económico português trazem consigo outros costumes e mentalidades, até
Entre 1953 e 1973: então desconhecidos dos Portugueses.
– o PNB (Produto Nacional Bruto) elevou-se de 61 315 3. Os habitantes de Vilar de Mouros estavam, como acon-
milhões de escudos para 163 577 milhões de escudos tecia na generalidade das aldeias portuguesas, “habitua-
(quadro 1); dos à quietude e à repetição do mundo rural”, pelo que
consideravam “estranhos, muito estranhos”, os jovens da
– as taxas médias de crescimento do PIB oscilaram entre
cidade, desinibidos, de cabelos compridos, que chega-
4,7 e 8% ao ano (quadro 2).
ram para assistir ao festival.
Atraso do nosso país relativamente aos demais países
4. Evidências:
europeus.
– o vestuário moderno e ousado – biquíni, minissaia, cal-
– Apesar deste crescimento, o nosso país não conseguiu
ças à boca de sino (“Os cabos de mar já não tinham con-
diminuir a distância que o separava dos países da OCDE,
vicção para impor a interdição do biquíni” – Doc. C);
cujo rendimento per capita era, em 1973, praticamente o
dobro do rendimento português, mantendo-se até atrás – programas televisivos em que se ousavam “conversas
dos países europeus menos desenvolvidos, como Espa- picantes” (Doc. C);
nha e Grécia. – programas de rádio que difundiam a música pop;
– a organização de um festival pop, semelhante aos que
se organizavam no estrangeiro (Doc. D);
– a “liberdade amorosa” dos jovens (Doc. D);
42
– o arrojo de três mulheres, que escreveram um livro em Pág. 100
que abordavam a vida sexual feminina (Doc. E).
DOC. 8
5. Aspetos que comprovam a modernização da socie-
1. Não existiam em Portugal as condições indispensáveis
dade portuguesa:
à realização de “eleições livres”:
– maior escolaridade, fenómeno que se verifica mesmo
– liberdade de imprensa/liberdade de expressão;
nas aldeias, onde, fruto das remessas de dinheiro dos
emigrantes, se abre a possibilidade de mandar os jovens – liberdade de reunião;
para o liceu e para as escolas técnicas (Doc. A); – possibilidade de formação de partidos políticos;
– abertura ao turismo (Doc. B); – possibilidade de controlar os cadernos eleitorais;
– maior politização dos jovens, aos quais chegam as Cita- – mantinha-se a repressão e as prisões políticas.
ções de Mao Tsé Tung – Livro Vermelho (Doc. C); 2. Bonita por fora, mas podre por dentro, a maçã tanto
– adoção da moda internacional, mais livre e ousada para pode aludir às eleições de 1945, anunciadas como elei-
as mulheres – biquíni, minissaia, por exemplo – e para os ções livres, mas, na verdade, viciadas e motivo de poste-
homens – cabelos compridos (Doc. C); riores represálias, como à personalidade de Salazar, na
– uniformização de gostos musicais entre jovens portu- aparência um líder íntegro, mas, na verdade, o chefe de
gueses e estrangeiros (Docs. C e D); um regime autoritário e repressivo.
contrariar esta vaga democratizadora, decidindo, por 1. A candidatura de Humberto Delgado gerou enorme en-
isso, convocar eleições legislativas. tusiasmo e abalou a solidez do regime salazarista. A com-
– Considera os atos eleitorais inúteis e os ideais demo- prová-lo:
cráticos um retrocesso no pensamento político. – o número muito largo de apoiantes que acorrem a sau-
dar o general (Doc. A);
Pág. 99 – a votação que obteve nas eleições, suficientemente
DOC. 7 alta para obrigar à fraude eleitoral (Doc, B);
– o eco que as eleições portuguesas tiveram nos órgãos
1. Sobre o facto de Portugal ter conseguido manter-se
de comunicação estrangeiros (Doc. B).
fora da Segunda Guerra Mundial.
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43
– o progressivo distanciamento entre o Estado Novo e os contribuição para o PIB praticamente duplicou, o que per-
44
Frentes e forças envolvidas: – a ideologia salazarista, que se considera “brilhante”
– a guerra de África travou-se em três frentes: Angola (Doc. A);
(início – 1961); Guiné (início – 1963) e Moçambique (início – a falta das liberdades democráticas fundamentais (“Há
– 1964); que pedir a todos sacrifícios, inclusive nalgumas liberda-
– estiveram envolvidos no conflito as forças do exército des que se desejavam ver restauradas” – Doc. A);
português, que se confrontaram diretamente com os vá- – a possibilidade da oposição democrática concorrer aos
rios movimentos de libertação: em Angola, a FNLA (ante- atos eleitorais (Doc. B).
riormente UPA), o MPLA e a UNITA; na Guiné, o PAIGC; Renovação:
em Moçambique, a FRELIMO; – a afirmação da vontade de renovar, rejeitando “o apego
– num contexto de Guerra Fria, os movimentos de liberta- obstinado a fórmulas ou soluções” de Salazar (Doc. A);
ção tiveram o apoio de forças estrangeiras, nomeada- – o regresso de exilados, como Mário Soares, recém-re-
mente da URSS. gressado de São Tomé (Doc. B);
– os efetivos portugueses foram crescendo ao longo dos – maior liberdade de atuação para a oposição democrá-
anos e eram constituídos por forças mistas de portugue- tica e esperança no regresso da “vida política do povo
ses e africanos; português ao nível de maturidade, de capacidade, que os
Condições de combate: oito séculos da sua história tantas e tantas vezes invoca-
– frentes de combate longínquas e muito extensas; dos, lhe dão o pleno direito de exigir.” (Doc. B).
– guerra de guerrilha, sujeita a emboscadas;
– guerra travada na mata, território hostil e desconhecido; Pág. 116
– precaridade de condições, de que é exemplo a assis- DOC. 18
tência aos feridos em combate.
1. Aspetos:
– manutenção da censura;
Págs. 112 e 113
– persistência da repressão política e da tortura;
DOC. 16
– existência de prisões políticas;
1. Sanções: – desrespeito pelos direitos dos presos e acusados;
– corte de relações diplomáticas; – incapacidade de liberalizar o regime em sede legisla-
– fechamento dos portos aos navios portugueses; tiva – todas as propostas do deputado Sá Carneiro nesse
– boicote comercial; sentido são consideradas “inconvenientes”, o que o leva
– negação de apoio financeiro ou técnico por parte dos a pedir a renúncia ao mandato de deputado.
organismos internacionais.
2. Salazar argumenta que as colónias não estão prontas Pág. 117
para a autodeterminação, visto não não terem quadros DOC. 19
técnicos suficientes, capazes de assegurar uma transição
1. O descontentamento manifesta-se:
de poderes. Sugere ainda que não está consolidada a so-
ciedade multirracial que Portugal pretende fundar nas co- – no cansaço das Forças Armadas, que “já não querem
lónias. continuar a bater-se , e o que desejam é a paz” (Doc. A);
3. Na perspetiva de Salazar, ganhou-se alguma compreen- – em sinais percebidos pelo presidente do Conselho,
são e reconhecimento internacional no que respeita aos que teme não ser obedecido por muito tempo, no que
reais problemas dos territórios africanos portugueses. respeita à continuidade da guerra (Doc. A);
– na conivência das altas chefias – neste caso, o chefe e
o vice-chefe do EMGFA – na publicação de um livro que
Pág. 114
punha em causa a política ultramarina do governo (Doc. B).
ETHA12RQM @ Porto Editora
DOC. 17
1. Continuidade:
– a guerra em África e do consequente isolamento inter-
nacional (Doc. A);
45
MÓDULO 8 Unidade 2 (2.3.) Só no Documento 23D:
DOC. 20
– Mocidade Portuguesa.
1. Aspetos: 5. Afirmações:
– golpe militar encabeçado pelos capitães do Movimento – a) A persistência da Guerra do Ultramar foi um fator de-
das Forças Armadas; terminante do derrube do marcelismo.
– ação de cariz democratizante, com a finalidade de der- – d) Os militares de Abril propõe-se terminar com um re-
rubar, pela força, um regime autoritário; gime de cariz ditatorial.
– pouca resistência por parte das forças fiéis ao regime; – e) Além de objetivos políticos, presidiram também ao
– objetivos conseguidos praticamente sem derrama- MFA preocupações sociais.
mento de sangue; 6. Aspetos:
– grande e espontânea adesão da população; – apesar da natureza militar do golpe, o MFA compro-
– ausência de retaliações violentas sobre os membros do mete-se a passar as rédeas da governação “a curto
governo deposto. prazo”, para “um Governo Provisório Civil”;
– o MFA propõe-se não só terminar com o regime do Es-
Pág. 122 tado Novo, mas também fazer elaborar uma nova Consti-
tuição, dando suporte jurídico a um regime democrático.
DOC. 23
Essa Constituição será elaborada por deputados eleitos
1. Alterações: “por sufrágio universal direto e secreto” (ponto 2a);
– os órgãos de soberania do regime deposto deixam de – entre as medidas imediatas contam-se a extinção dos
funcionar e a direção do país é entregue, provisoria- órgãos repressivos e de enquadramento de massas do
mente, a uma Junta de Salvação Nacional (Doc. A); Estado Novo, nomeadamente a polícia política (DGS), o
– os antigos governantes partem, sob tutela, para o exílio Exame Prévio, a Legião Portuguesa e a Mocidade Portu-
(Doc. B); guesa. Em complemento, proclama-se a intenção de am-
– é extinta a PIDE/DGS e demais órgãos repressivos do nistiar os presos políticos;
Estado Novo (Docs. C e D); – o Programa integra a adoção de medidas que configu-
– são amnistiados (e libertados) os presos políticos (Doc. D); ram as “liberdades básicas” dos regimes democráticos li-
berais: liberdade de reunião e associação, incluindo a
– é permitida a formação de partidos (Doc. D).
formação de partidos políticos; liberdade de expressão,
liberdade sindical, por exemplo (ponto 5);
Pág. 123
– encontra-se também exarada a intenção de terminar
DOC. 24 com a Guerra de África, pondo fim a um conflito contrário
Nos dois documentos: às determinações da ONU e que merecia a censura inter-
nacional (ponto 8).
– DGS, Legião Portuguesa.
46
MÓDULO 8 Unidade 2 (2.4.) Revolução. Dotado de um amplo poder de decisão e de
autonomia legislativa (as suas decisões são de promulga-
ção obrigatória pelo presidente da República), este Con-
Pág. 126
selho pode atuar rapidamente, em caso de ameaça con-
DOC. 25 trarrevolucionária.
1. Aspetos: 2. O Conselho da Revolução propõe-se orientar a marcha
– formação/legalização de partidos políticos – na parede do país rumo ao socialismo, promovendo:
vê-se propaganda ao PCP (Partido Comunista Português), – a coletivização dos meios de produção com vista à cria-
apelidado de “partido do povo; ção de uma sociedade sem classes e sem exploração das
– completa liberdade de expressão e opinião – os graf- massas trabalhadoras;
fiti remetem para orientações políticas e sociais muito – o pluralismo partidário (rejeita-se o socialismo assente
diversas; num partido único).
– efervescência política e social materializada na parede
pejada de graffiti; Pág. 129
– onda reivindicativa dos trabalhadores, cujas múltiplas DOC. 29
greves – nos mais variados setores – paralisaram o país
1. Aspetos:
(texto).
– as referências à classe operária, aos camponeses e ao
2. Spínola alerta para o avanço das forças partidárias de
povo trabalhador, que os soldados juram proteger;
esquerda, contrárias à instauração de uma democracia li-
beral (“se esfumarão as nossas esperanças na democra- – a aceitação da “disciplina revolucionária”;
cia”) e favoráveis à instauração de um regime comunista, – a referência expressa á “vitória da Revolução Socialista”.
o que, na opinião do presidente, seria “passar de um ex-
tremo ao outro”, instaurando uma outra ditadura. Págs. 130 e 131
DOC. 30
Pág. 127
1.
DOC. 26
– O modelo capitalista, que o PCP define como “assente
1. Usando um grafismo semelhante e modificando as pa- na acumulação e no domínio dos grupos monopolistas e
lavras do cartaz original de apoio do presidente Spínola, dos latifundiários” e ao qual imputa “salários de miséria”,
o cartaz da contramanifestação identifica a “maioria silen- “a ruína das classes médias” e “o estabelecimento de
ciosa” com a “minoria tenebrosa” dos fascistas/nazis que uma nova ditadura”; e o modelo comunista, “assente na
pretendem destruir as conquistas de Abril. À figura do liquidação do poder dos monopólios e dos latifundiários
cartaz original foram acrescentados dentes de predador […] numa crescente intervenção do Estado” e “na nacio-
e um uniforme militar (em referência ao general Spínola?) nalização dos setores-chave”, considerado capaz de ele-
pejado de insígnias que o ligam aos interesses do capita- var o nível de vida do povo e de instaurar “um regime
lismo (cifrões) e às ditaduras de direita (cruz suástica e amplamente democrático”.
emblemas do Estado Novo, por exemplo). O modelo seguido pelos Governos Provisórios revela
uma forte influência do modelo comunista, já que, além
Pág. 128 de proceder à nacionalização dos setores-chave da eco-
DOC. 27
nomia (Doc. B), interveio diretamente nas empresas.
2. Na substituição, no que concerne ao exercício de fun-
1. O jornal noticia que o golpe foi encabeçado por um
ções administrativas, da entidade patronal por comissões
grupo, que apelida de “minoria de criminosos”, que inte-
administrativas nomeadas pelo Estado (comissões de tra-
grava os generais Spínola e Galvão de Melo.
balhadores ou outras).
ETHA12RQM @ Porto Editora
DOC. 28
47
Pág. 132 34
48
desenvolvimento da economia e à justiça laboral, a única
Política Demasiado apressada e mal As medidas económicas e o
económica gerida. Embora se tenha ritmo a que foram tomadas forma de“ libertar os trabalhadores das relações de pro-
procedido à eliminação de constituem “o único meio” de dução a que estavam submetidos”;
alguns grupos monopolistas, a conduzir o país ao
economia degradou-se desenvolvimento, e à justiça – [modelo de socialismo] no Doc. A rejeita-se frontalmente
rapidamente. laboral. o modelo do socialismo “tipo europeu oriental”, dirigido
por um pequeno grupo que, sem suporte por parte da
Construção Rejeita o modelo político do Considera que não há
do socialismo Leste europeu (soviético), em revolução sem vanguarda maioria, leva a cabo, “obstinadamente”, uma “revolução”
que um pequeno grupo conduz revolucionária restrita, que em nome de todo o povo”; inversamente, o discurso de
o processo revolucionário. conduz o processo.
Vasco Gonçalves (Doc. B) chama à luta “os revolucioná-
5. rios”, lembrando-lhes as suas responsabilidades na lide-
Tópicos de resposta rança do processo em curso e assumindo que “numa de-
– [carácter/objetivos do MFA] enquanto o Doc. A – Docu- terminada fase da sua história”, não há revolução “que
mento Melo Antunes ou Documento dos Nove – caracte- não tenha tido uma base de apoio restrita”.
riza o MFA como um movimento criado por um grupo de
oficiais “democratas”, “suprapartidário”, e cujo objetivo Pág. 138
era o derrube do fascismo e o início de uma “caminhada DOC. 36
de paz, progresso e democracia”, o discurso do primeiro-
1. A Guiné era o único território cuja independência fora já
-ministro Vasco Gonçalves (Doc. B) considera aprovado,
proclamada e reconhecida pela ONU, pelo que o pro-
pela Assembleia Plenária do MFA, um projeto revolucio-
cesso foi mais célere.
nário que “conduzirá os trabalhadores ao poder”;
– [partidarização da liderança política] no Doc. A afirma-
-se que, contrariamente ao que estava subjacente à sua Pág. 139
criação, o MFA se partidarizou, “acabando por se ver DOC. 37
comprometido com determinado projeto político”, e se
1. Spínola refere-se ao isolamento internacional a que
deixou enlear em “manipulações politiqueiras”; inversa-
Portugal esteve votado pela sua recusa em descolonizar.
mente, Vasco Gonçalves, primeiro-ministro e também ele-
O fim da guerra e o reconhecimento do direito dos territó-
mento do MFA, declara que o governo não tem “compro-
rios ultramarinos à independência terminaram com “o os-
missos partidários” e que a sua política é “eminentemente
tracismo” a que Portugal tinha sido votado.
nacional”. Afirma, no entanto, que os elementos do go-
2. A esperança de poderem permanecer em África, numa
verno têm convicções políticas próprias;
sociedade pacífica e multirracial. O presidente exprime “a
– [unidade nacional/unidade Povo-MFA] “os Nove” con-
certeza de que as autoridades dos novos países honra-
sideram que o país se afastou do MFA, encontrando-se
rão o sentido de justiça decorrente do seu estatuto de
“profundamente abalado, defraudado” relativamente às
nações plurirraciais de expressão portuguesa”.
esperanças que pôs no Movimento, e que existe “um
fosso entre um grupo social extremamente minoritário
(parte do proletariado da zona de Lisboa e parte do prole- Pág. 140
tariado alentejano), portador de um certo projeto revolu- DOC. 38
cionário, e praticamente o resto do país”; já Vasco Gon-
1. Para além dos representantes do governo português,
çalves considera que entre a maioria da população – as
intervieram:
massas trabalhadoras – existe “unidade” na luta pelo so-
– no Acordo de Argel: o PAIGC – Partido para a Indepen-
cialismo e reafirma a unidade Povo-MFA (“A Revolução –
dência da Guiné e Cabo Verde;
a nossa Revolução – é do Povo Português”), qualificando
o Movimento como “o braço arer amado” do povo; – no Acordo de Lusaca: a FRELIMO – Frente de Liberta-
ção de Moçambique;
– [política económica] enquanto o Doc. A denuncia a
forma precipitada e excessivamente rápida como foram – no Acordo de Alvor: o MPLA – Movimento Popular de
implementadas as nacionalizações, afirmando ter-se as- Libertação de Angola; a FNLA – Frente Nacional de Liber-
ETHA12RQM @ Porto Editora
sistido a uma “desagregação muito rápida das formas de tação de Angola; a UNITA – União para a Independência
organização social e económica”, Vasco Gonçalves (Doc. B) Total de Angola.
faz uma avaliação positiva das medidas económicas: con-
sidera-as “um imperativo nacional”, que conduzirá ao
ETHA12RQM-4 49
Pág. 141 D. Ximenes Belo (n. 1948): bispo de Dili, denuncia ativa-
50
constará da Constituição; e a Assembleia do MFA, cuja os resultados das eleições para a Assembleia da Repú-
inclusão será deixada cair no decurso dos trabalhos da blica. Regra geral, a designação recai no líder do partido
Constituinte (artigo 113.º – Doc. 42); mais votado nessas eleições.
– o empenho de Portugal em constituir uma sociedade
socialista; Pág. 150
– o papel das Forças Armadas enquanto garante do pro- DOC. 46
cesso revolucionário e força ativa da evolução econó-
mica, social, cultural e política do país. 1. A estrutura governativa das regiões autónomas repro-
duz, genericamente, a estrutura governativa da Repú-
blica: possuem um órgão legislativo – a Assembleia Re-
Pág. 146
gional –; também eleito por sufrágio universal, formada
DOC. 42 deputados dos partidos que concorrem às eleições; um
1. Vertente liberal: órgão executivo responsável perante a Assembleia e
cujo presidente é designado pelo Ministro da República
– a soberania popular, como base da escolha dos gover-
(que, nas regiões autónomas, representa o Presidente
nantes (artigos 2.º e 111.º);
da República).
– a igualdade dos cidadãos perante a lei (artigo 13.º);
– a consagração de direitos e liberdades fundamentais
Pág. 151
de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do
Homem (artigos 2.º e 16.º); DOC. 47
– a rotatividade dos cargos políticos, consagrada no ar- 1. O ideal democrático, de uma democracia plena, o mais
tigo 121.º possível de carácter direto OU que permita a participação
Vertente socialista: ativa dos cidadãos na vida pública: “Considerando que o
– a transformação da sociedade portuguesa numa socie- direito dos cidadãos de participar na gestão dos assuntos
dade sem classes (art. 1.º); públicos faz parte dos princípios democráticos comuns a
todos os Estados-membros do Conselho da Europa”.
– a apropriação coletiva dos principais meios de produ-
ção (artigo 80.º);
Págs. 152 e 153
– o “exercício do poder pelas classes trabalhadoras”
(artigo 80.º); DOC. 48
nacional”;
DOC. 45
– a modernização do país, que decorrerá da sua integração
1. O primeiro-ministro, que formará o governo, deve ser “numa das correntes que seguem na vanguarda do mundo”.
designado pelo Presidente da República de acordo com 2. Tecnologia e inovação; infraestruturas; formação.
51
Pág. 154 2
52
Págs. 12 e 13 (“Desejando estabelecer Estados democráticos basea-
dos nas normas do Direito”);
DOC. 4
– o respeito pela soberania das repúblicas agora inde-
1. Motivos:
pendentes (“Tencionando desenvolver as nossas rela-
– a “onda de descontentamento que varre o país e o par- ções na base do respeito mútuo da soberania dos Esta-
tido”; dos e no inalienável direito à autodeterminação”);
– as manifestações gigantescas, “protestando contra a – o respeito pela “integridade territorial de cada uma delas
falta de reformas políticas”; e a inviolabilidade das fronteiras dentro da Comunidade”;
– o abandono do país por milhares de cidadãos descon- – a ”não-inferência nos assuntos internos e abstenção do
tentes; uso da força”;
– a falta de apoio de Mikhail Gorbatchev à liderança de – a adoção dos princípios exarados pela Carta das Na-
Honecker. ções Unidas e dos Acordos de Helsínquia;
2. Assis Pacheco refere-se à frustração gerada pela divi- – a proteção das minorias nacionais residentes em cada
são da cidade em duas partes, através do Muro de Ber- um dos territórios (artigo 3.º).
lim. O Muro, que esteve de pé 28 anos, separou famílias e
2. Afirmações:
amigos, impediu os berlinenses de circularem livremente
– “constatamos que a União das Repúblicas Socialistas
na cidade e os cidadãos da RDA de deixarem o país.
Soviéticas, enquanto entidade de direito internacional e
3. Trata-se das quatro potências ocupantes da Alemanha,
realidade geopolítica, cessa a sua existência”;
conforme o estipulado na Conferência de Potsdam. O
– “A atividade dos órgãos da antiga União das Repúblicas
posterior desentendimento entre os aliados ocidentais e
Socialistas Soviéticas nos territórios dos Estados-mem-
a URSS impediu, até esta altura, um acordo definitivo
bros está oficialmente terminada”.
sobre a situação alemã.
DOC. 5
Págs. 16 e 17
1. A esperança de uma URSS mais próspera e aberta ma-
DOC. 8
nifestou-se no entusiasmo com que foram acolhidas as
reformas de Gorbatchev, que motivaram até o regresso 1. Evidências:
“do exílio à pátria” de muitos russos (“Pensávamos que Doc. A – a enorme retração económica que acompanhou a
íamos derrubar a barraca e construir alguma coisa nova”; passagem das economias planificadas para a economia
“Ele e a minha mãe eram ardentes partidários da peres- de mercado e que se prolongou por vários anos. No seu
troika: redigiam cartazes, distribuíam panfletos”). pico, o PIB regrediu, na URSS, cerca de 16,1% (1992) e 14,7
O desencanto prende-se com a rápida deterioração eco- no conjunto da Europa de Leste (1991) – dados do gráfico.
nómica, que esvaziou as prateleiras de produtos essen- – a desvalorização acelerada do rublo face ao dólar:
ciais (“Quanto mais diziam e escreviam “Liberdade! Liber- entre a chegada ao poder de Gorbatchev (1985) e 1991,
dade!”, mais depressa desapareciam não apenas o queijo ano em que a URSS se dissolveu, o rublo desvalorizou
e a carne mas também o sal e o açúcar. Era horrível.”) e 900%, continuando a perder valor, num ritmo semelhante,
gerou desemprego e miséria (“O meu pai trabalhava num até 1997 – dados do quadro;
gabinete de construção numa fábrica militar. Ocupava-se Doc. B – as privatizações permitiram a apropriação da ri-
de mísseis e gostava muito. Tinha dois cursos superiores. queza nacional por um pequeno número, que enriqueceu
Em vez de mísseis, passaram a fabricar máquinas de lavar rápida e exponencialmente e se tornou notado pelas
roupa e aspiradores. Despediram o meu pai”). suas extravagâncias; – gerou-se uma enorme fuga de ca-
pitais - “dezenas de milhares de milhão de dólares” deixa-
Págs. 14 ram ilegalmente os países do antigo bloco soviético.
DOC. 6
Doc. C – as poupanças de uma vida inteira, mesmo as da
elite soviética, esfumaram-se, fruto da desvalorização
1. Princípios: acentuada da moeda (“Economizar uma vida inteira e
ETHA12RQM @ Porto Editora
53
porcarias no metro e ganhava mais dinheiro do que o pai. nomenklatura (“Todas estas mudanças provocaram uma
2. c); b); d); a). – desanuviamento das relações entre a URSS e os Esta-
dos Unidos, cuja crispação e conflitualidade tinha mar-
3. Perestroika.
cado a Guerra Fria (“A Guerra Fria terminou”; “A ameaça
4. Argumentos:
de uma guerra mundial foi afastada”);
– O “país ia mal” – apesar dos seus muitos recursos,
– conversações sobre o desarmamento, com os EUA, a
mostrava um claro atraso face aos países desenvolvidos,
fim de pôr termo à escalada armamentista que marcou a
que se ia agravando (“Temos muito de tudo: território, pe-
segunda metade do século XX (“suportar o terrível fardo
tróleo, gás, outras riquezas naturais […], no entanto, vivía-
da militarização a todo o custo”; “A ameaça de uma guerra
mos muito pior do que os países desenvolvidos e conti-
mundial foi afastada”);
nuamos a aumentar esse atraso, mais e mais”;
– fim da Doutrina Brejnev, que impunha o modelo socia-
– as dificuldades da URSS deviam-se ao “garrote” do sis-
lista a todos os países do bloco comunista, reprimindo
tema, pelo que era imprescindível reformá-lo (“A razão
pela força as tentativas de alteração do regime político
era clara: a sociedade sufocava no garrote do sistema
(“deixámos de interferir nos assuntos internos dos outros
burocrático”);
povos, de usar tropas para lá das nossas fronteiras”).
– o país “tinha chegado ao limite das suas possibilida-
des” e perdia “perspetivas de futuro”;
– as reformas parciais, que haviam procurado melhorar o
sistema, tinham fracassado “uma após a outra”.
MÓDULO 9 Unidade 1 (1.2.)
5. Gorbatchev refere-se ao fim da URSS enquanto Es-
tado poderoso, que aglutinava numerosos povos e repú-
Págs. 20 e 21
blicas. Deixando de existir a União Soviética, os seus ci-
dadãos ficaram apenas com a cidadania da república a DOC. 9
que pertenciam. 1.
6. a); c); e). – Os Estados Unidos da América, a União Europeia e a
7. Política interna: zona da Ásia-Pacífico.
– combate à burocracia excessiva e ao imobilismo das – Estados Unidos, Rússia, China, Índia e Japão.
estruturas do Partido Comunista e do Estado (“a socie- DOC. 10
dade sufocava no garrote do sistema burocrático”);
1. A América tornou-se uma potência hegemónica na
– política de “transparência” (glasnost) como meio de pôr
geopolítica mundial (“Os Estados Unidos ocupam hoje
fim à incompetência, à corrupção e ao domínio da
54
um lugar especial no que diz respeito às questões mun- No mapa são identificáveis bairros famosos, como o
diais”), estendendo a sua influência praticamente por Soho ou Chinatown, museus onde se encontram obras
todo o globo. Sob o título “American Power” a capa da de arte estudadas no âmbito do modernismo, como o
Newsweek mostra-os a levar o Mundo aos ombros e o MoMa, por exemplo, salas de espetáculos, praças e ave-
presidente americano assume claramente essa hegemo- nidas icónicas (Carnegie Hall, teatros da Broadway, 5.ª
nia quando afirmando que os Estados Unidos “tencionam Avenida, Times Square), locais famosos pelas suas insti-
permanecer na liderança”, estendendo a sua rede de tuições financeiras (Wall Street), o epicentro dos atenta-
alianças e o seu modelo de sociedade: “o nosso objetivo dos do 11 de Setembro (World Trade Center), a célebre
principal será expandir e reforçar as democracias que se Ellis Island, ponto de entrada do grande fluxo migratório
fundam numa economia de mercado”. do século XIX, a Estátua da Liberdade, entre outros lo-
cais famosos e incontornáveis da cidade.
Págs. 22 e 23 2. Nova Iorque é, de facto, uma cidade-mundo, a cidade
onde convivem culturas muito diversas. Assim:
DOC. 11
– os bairros de Nova Iorque atestam o poderoso fluxo de
1. Evidências: imigrantes que entrou na América por esta cidade (Little
– são a maior economia mundial (2022) e, por isso, in- Italy, China Town);
fluenciam o comportamento económico global (Doc. A); – os nova-iorquinos são originários de todos os continen-
– têm um mercado de trabalho flexível, mostrando capa- tes – Europa, África, Ásia, América do Sul – e uma percenta-
cidade para recuperar rapidamente das crises e criar em- gem muito significativa da população urbana é imigrante de
prego (Doc. B); primeira geração (37% nasceu no estrangeiro);
– são, destacadamente, os maiores exportadores de ser- – resultado desta diversidade, falam-se em Nova Iorque
viços do mundo – dados de 2020 (Doc. C); 121 línguas;
– possuem uma indústria baseada na alta tecnologia, – as manifestações culturais evidenciam a diversidade
capaz de se reconverter e adaptar (Doc. D); das gentes – jornais em línguas diversas (80 em língua
– têm uma agricultura dinâmica e moderna, apoiada em que não a inglesa), programas de rádio, de televisão, fes-
grandes companhias agropecuárias (Doc. E); tejos (desfiles por ocasião das festas de St. Patrick ou de
– criaram gigantescas multinacionais, em áreas diversifi- S. Genaro);
cadas – agricultura, serviços, tecnologia (Doc. E). – os maiores jornais-iorquinos, como o New York Times,
são lidos em todo o mundo.
Págs. 24 e 25 3. O crescimento exponencial das bolsas asiáticas, impul-
sionadas pelo crescimento económico da zona da Ásia-
DOC. 12
-Pacífico, em especial da China.
1. Os Estados Unidos:
4. O aluno emitirá a sua opinião, fundamentando-a. Se
– destinam à pesquisa tecnológica o maior orçamento do concordante, poderá destacar alguns aspetos referidos
mundo – dados de 2019 (Doc. A); no texto, como o número de membros, a atuação da ONU
– lideram na área das biotecnologias (Doc. B); através das agências especializadas, os debates e nego-
– mostram a sua superioridade científica no grande nú- ciações a fim de harmonizar partes em conflito. Se discor-
mero de prémios Nobel que lhes foi atribuído (Doc. C); dante, deter-se-á, provavelmente, nas “fragilidades e in-
– desenvolveram alguns dos parques tecnológicos mais sucessos”, das quais releva a manifesta incapacidade de
avançados do mundo, como o famoso Silicon Valley, por impedir os atos de violência e de guerra no mundo.
exemplo (Doc. D); 5. Argumentos a favor:
– detêm algumas das maiores empresas na área das – a cidade é uma das mais conhecidas do mundo, com
novas tecnologias – caso da Google (Doc. D). uma arquitetura icónica e espaços emblemáticos em vá-
rias áreas (política, finança, cultura…);
Dossiê – em Nova Iorque coabita a maioria dos povos e culturas
ETHA12RQM @ Porto Editora
55
Argumentos contra: – na justiça;
1. Vantagens:
Págs. 32 e 33
– dominar “as vias de circulação e de acesso no nosso
mundo”, o que significa que “os Estados Unidos, mais do DOC. 15
que qualquer outro país, podem usá-los largamente com 1. Objetivos:
fins militares”;
– estabelecer um “mercado único” até 1992;
– impedir o acesso dos inimigos a estes espaços, restrin-
– reforçar a coesão económica e social entre os países
gindo “as suas possibilidades de acesso a ajuda exterior,
da Comunidade Económica Europeia.
económica, militar e política”;
2. Um mercado sem fronteiras implica a livre concorrên-
– obter informações sobre as movimentações militares
cia entre os países. Para que os produtos e serviços dos
no mundo (domínio do espaço);
países mais desenvolvidos não se tornem dominantes, e
– lançar ataques aéreos sobre áreas longínquas, atin- a Comunidade possa crescer de forma harmoniosa, é ne-
gindo “alvos situados muito longe. […] Se as forças terres- cessário um certo grau de equilíbrio económico. Daí a
tres atacarem, encontram já um inimigo enfraquecido”; ideia de “coesão”, que origina fundos de apoio comunitá-
– posicionar e fazer circular forças militares navais, aé- rios – como o FEDER – às regiões menos desenvolvidas
reas e terrestres. (“instrumentos comunitários que permitam evitar os dese-
Em suma, “Este domínio dos espaços é o fator militar- quilíbrios que afetariam a competitividade e o cresci-
-chave da proeminência global dos Estados Unidos”. mento do conjunto de todos”).
2. Aspetos:
– o domínio dos “espaços comuns”: mar, céu e espaço Págs. 34 e 35
(Doc. A); DOC. 16
– uma vasta rede de alianças, que permite o estabeleci-
1. O órgão por excelência de poder executivo é a Comis-
mento de bases militares (Doc. B);
são Europeia.
– um orçamento gigantesco destinado à Defesa (Doc. C);
DOC. 17
– a posse de equipamento militar sofisticado (Doc. C);
– uma economia poderosa, capaz de suportar os gastos 1. – A cunhagem de moeda própria foi sempre um emblema
com o setor militar (Doc. C, fig. 3). de identidade e soberania, pelo que abdicar desse poder,
transferindo-o para uma instituição supranacional, constitui
um avanço na união dos países da Europa.
Págs. 30 e 31
– Uma moeda comum facilita a circulação dos cidadãos e
14
DOC.
o funcionamento do mercado comum.
1. O fim da Guerra Fria.
2. A nova ordem internacional assentaria:
– na proteção dos mais fracos contra a agressão dos
mais fortes;
56
Págs. 36 e 37 acabou por abandonar a União Europeia, em fevereiro de
2020 (Doc. B).
DOC. 18
Posição de Tony Blair:
1. Direitos:
– Apesar de discorrer largamente sobre o euroceticismo e
– o estabelecimento de um conjunto de direitos comuns
admitir que os Britânicos são, em geral, eurocéticos, Tony
a todas as nacionalidades da União (Doc. A);
Blair faz afirmações que indiciam estar empenhado no
– o direito dos cidadãos elegerem e serem eleitos para os projeto europeu: considera que a União Europeia “repre-
órgãos municipais e o Parlamento Europeu, na área de re- senta uma partilha de soberania única e admirável que
sidência, mesmo que esta se situe fora do seu país (Doc. A); envolve hoje quase todos os Estados da Europa”; desva-
– a possibilidade do cidadão recorrer, em países tercei- loriza as razões que levaram a que o Reino Unido ficasse
ros, à proteção de um qualquer país da Comunidade, fora da moda única (“[…] remoeremos sem dúvida no facto
através da sua embaixada, caso o seu país de origem não de, uma vez mais, não termos estado na linha da frente do
disponha de representação diplomática (Doc. A); estabelecimento de regras e do debate económico, e sus-
– o direito de intervir nas mesmas instituições suprana- peito que também nos perguntaremos o porquê de tanta
cionais e de recorrer às mesmas instâncias de justiça renitência”); qualifica uma possível retirada do Reino
(Docs. A e B); Unido da União de “despromoção para uma liga inferior”.
DOC. 22
Págs. 38 e 39
1. Serão consideradas corretas as respostas que satisfa-
2. Ao desconhecimento da forma como a pertença à UE çam, de forma clara, os requisitos da questão.
afeta a vida dos cidadãos.
DOC. 20 Pág. 42
1. Refere-se aos países da Europa de Leste, outrora de DOC. 23
regime socialista e separados da União Europeia pela
1. Relaciona-se diretamente com o princípio n.º 19
“cortina de ferro”.
1. Será considerada correta a expressão de uma opinião
Pág. 43
própria coerente, relacionada com o texto e devidamente
fundamentada.
Analisar... um documento iconográfico
Boris Johnson numa campanha a favor do Brexit
Págs. 40 e 41
1. c) a saída do Reino Unido da União Europeia.
DOC. 21 2. a); b); d); c).
1. Evidências: 3. a) a partilha de soberania entre as estruturas da União
– a possibilidade de uma Constituição Europeia foi rejei- e os governos dos países-membros.
tada, em referendo, por dois dos países fundadores das 4. A campanha incidiu na perda de soberania do Reino
Comunidades Europeias, a França e os Países Baixos Unido, enquanto membro da União Europeia, em algu-
(Doc. A); mas esferas. A ênfase colocada na palavra “nossos” e na
– o projeto europeu encontrou sempre muitas resistên- expressão “retomar o controlo” põe em evidência essa
cias na opinião pública britânica, como refere Tony Blair perda de soberania.
(Doc. B): “Temos mais facilidade em convencer os outros Contestam-se:
Estados-membros a apoiar os nossos objetivos do que – as contribuições monetárias para o funcionamento da
convencer a opinião pública britânica de que um compro- União (“milhões a cada semana”) que poderiam ser mais
misso de alma-e-coração com a Europa serve os nossos bem utilizadas se investidas no SNS britânico ou na redu-
interesses”; ção da fatura de eletricidade dos lares britânicos;
– o primeiro-ministro britânico refere várias formas de eu- – a subordinação à política económica da União, que se
ETHA12RQM @ Porto Editora
roceticismo, afirmando: “Qualquer que seja o grau de ce- apresenta como um fator de bloqueio (“Criar novos em-
ticismo, temos de o encarar” (Doc. B); pregos com novos acordos de comércio”);
– contrariamente às previsões de Tony Blair, o Reino – a livre circulação de pessoas, no contexto do mercado
Unido não só nunca veio a aderir à eurozona, como único e o direito de residência de cidadãos considerados
57
“perigosos”, oriundos de outros estados da União (“novo é atrair o tipo certo de investimento. […] As recentes estra-
58
político, já que a liberalização económica não foi acompa- macaenses; constitui um território aduaneiro separado da
nhada da liberalização do regime. Mao mostra ao mundo China; cunha moeda própria (a pataca).
um maço de dólares, o que, conjugado com o título em
destaque (Comprando o mundo), remete para os avulta-
dos investimentos da China no estrangeiro – a compra de
participações em grandes empresas ocidentais. MÓDULO 9 Unidade 1 (1.3.)
2. Energias; saúde; banca.
3. Os fortes investimentos da China, que “envolvem paí- Págs. 54 e 55
ses pobres e endividados da Europa Central, Oriental e
DOC. 29
meridional”, terão, necessariamente, contrapartidas, afir-
mando o autor do texto que “esses países são instigados 1. Africa Subsariana; Médio Oriente.
a boicotar iniciativas europeias e internacionais que pos-
sam desagradar à China”. Pág. 56
4. Serão consideradas corretas as opiniões que vão de DOC. 30
encontro ao tema e se encontrem devidamente funda-
mentadas. 1. O conflito enquadra-se no fracionamento da URSS em
repúblicas independentes. Este processo desencadeou
5. Aspetos:
uma onda de reivindicações independentistas – como a
– a compra, pela China, de empresas estrangeiras, a que
da Chechénia – que, quando contrariadas, se transforma-
alude o Doc. 1 – capa da revista The Economist e texto da
ram em conflitos armados.
revista Sábado;
DOC. 31
– o projeto conhecido por Nova Rota da Seda, que, atra-
vés de investimentos gigantes que envolvem infraestrutu- 1. Carácter nacionalista: as várias nações que compu-
ras, tanto na China como no resto do Globo, privilegiará o nham a Federação Jugoslava (Eslovenos, Croatas, Mace-
país no comércio mundial e aumentará a sua influência no dónios…) reivindicaram a independência.
mundo – Docs. B e C (investimentos portuários ligados à Carácter étnico-religioso: a ex-Jugoslávia aglutinava não
“Nova Rota da Seda”; “empreendimentos realizados ou só povos diversos, mas também mais do que uma religião
projetados com financiamento chinês”); – cristãos e muçulmanos. Cidades predominantemente
– os fluxos de investimento direto chinês em todos os muçulmanas da Bósnia foram protegidas pela ONU (“Ci-
continentes – Doc. C (Direções dos Investimentos Diretos dades muçulmanas declaradas zona de segurança pela
chineses em 2018); ONU”), o que não conseguiu evitar massacres como o de
– a sede, em território chinês, de importantes instituições Srebrenica.
financeiras – Doc. C (Sede de Bancos de Desenvolvimento
que concorrem com o FMI e o Banco Mundial); Págs. 58 e 59
– a difusão da cultura chinesa, levada a todo o mundo DOC. 32
pelos Institutos Confúcio (Doc. D).
1. Fatores:
– instabilidade política (Docs. A, B e C);
Págs. 52 e 53
– governos ditatoriais (Docs. A e C);
DOC. 28
– falta de “sentimento nacional” – predominância da
1. Macau encontra-se atualmente sob administração chi- identificação com o clã a que o indivíduo pertence e não
nesa e faz parte integrante do território da República Po- com o Estado criado após a descolonização (Doc. A);
pular da China. Porém, desde a transferência da sobera- – ódios étnicos e religiosos ( Docs. B e C).
nia para a China (20 de dezembro de 1999) e por um
período de 50 anos, o território goza de um estatuto es-
Págs. 60 e 61
pecial, acordado entre o governo Português e o governo
ETHA12RQM @ Porto Editora
59
– o extremismo religioso (do “Estado Islâmico do Iraque e 1975, a taxa de crescimento das economias da OCDE caiu
60
– perda de valor do dólar face a outras moedas: as reser- – “criar um quadro jurídico adequado à livre concorrên-
vas de ouro no resto do mundo são duas vezes mais do cia”, libertando as empresas de regulamentos e impostos
que nos EUA (Doc. 2 A); “Hoje [as economias industriais da excessivos que inibem o empreendimento;
Europa e da Ásia], […] são economicamente poderosas” – “limitar a propriedade estatal” OU “aumentando ampla-
(Doc. 2B). mente a propriedade privada, pilar da liberdade e da in-
– necessidade de tornar a economia americana mais dependência do povo”, pela abertura (“privatização”) das
competitiva: as reservas de ouro no resto do mundo são empresas públicas ao investimento privado, favorecendo
duas vezes superior às reservas dos EUA (Doc. 2A): “Hoje, “o número de acionistas individuais”.
graças em grande parte à nossa ajuda, reencontraram [as
economias industriais da Europa e da Ásia] o seu dina- Págs. 72 e 73
mismo e tornaram-se fortes concorrentes” (Doc. 2B).
DOC. 4
2. Fim do sistema monetário internacional baseado na pa-
ridade fixa ouro-dólar, instituído em 1944 na Conferência 1. Globalização designa o processo de interdependên-
de Bretton Woods; OU início de um novo sistema monetá- cia da economia à escala mundial: da produção (exem-
rio de taxas de câmbio flexíveis: ”Chegou o momento de plo, do “Dreamliner 787”, um produto “made in world”),
retificar as taxas de câmbio e colocar a concorrência das do comércio de bens e serviços e dos capitais, em
principais nações sobre um plano de igualdade.” (Doc. 2B). “rede” com e para todos os lugares do mundo: “A eco-
nomia mundial é esta rede indissolúvel de matérias-pri-
mas, de produtos, de capitais e, sobretudo, de homens
PÁG 70
e mulheres que investem, vendem, compram, transpor-
DOC. 3 tam e, enfim, consomem.”
1. Aspetos em comum: DOC. 5
– limitação das emissões monetárias para controlar a in-
1. Os custos dos transportes e das comunicações conhe-
flação: “Estabelecemos […] uma estratégia financeira a
cem uma progressiva e acentuada redução desde se-
médio prazo para eliminar a inflação, controlando as
gunda metade do século XX (Doc. 5A) devido à moderniza-
emissões monetárias” [linha 10, Doc. 3A); o programa do
ção dos transportes e ao alargamento da rede telefónica
Presidente [Ronald Reagan] previa, ainda, a limitação da
(Doc. A). Os grandes aviões de transporte de passageiros
emissão de moeda, para conter a inflação (Doc. 3B);
(Doc. 4B), e de carga, os grandes navios porta-contentore
– redução da carga fiscal para encorajar os investimentos (Doc. 5B), bem como a diversidade de contentores, aumen-
privados (OU a iniciativa privada): “[…] propusemo-nos a tam a capacidade, a segurança e a rapidez de circulação
criar um quadro favorável ao empreendimento. Isto signifi- de pessoas e mercadorias, permitindo a organização da
cava, reduzir a carga fiscal sobre os rendimentos, diminuir produção e do comércio à escala mundial; a redução dos
os impostos que oneram as empresas e abolir alguns im- custos das chamadas telefónicas (Doc. 5A) facilitaram a
postos.” [linha 12, Doc. 3A]; “O Presidente Reagan assinou ampliação e a gestão dos negócios das empresas e o de-
hoje o seu pacote histórico de reduções fiscais […].” (Doc. 3B); senvolvimento de grandes multinacionais.
– cortes nas despesas públicas para controlar o défice:
DOC. 6
“[…] controlámos rigorosamente a despesa pública, […] e
habituamo-nos a recusar pedidos de apoios para deter- 1. Aspetos:
minados serviços.” (linha 6, Doc. 3A); “[…] a administração – [políticos] “o colapso do bloco soviético” e o relativo re-
tem de trabalhar “para fazer mais cortes adicionais do laxamento da relações internacionais;
que os que teríamos de fazer antes.” (Doc. 3B). – [económicos] progressiva “liberalização do comércio”
2. Para os neoliberais, a liberdade é um valor e um direito mundial: “criação da OMC”; “multiplicação dos acordos
fundamental, “tanto para a sociedade como para o indiví- bilaterais de comércio livre”; “extensão do sistema capita-
duo”, que cabe ao Estado assegurar. Baseados nesta pre- lista a um conjunto de novos países [China, países do
missa, defendem que o Estado deve reduzir ao mínimo a leste europeu]” OU “a conversão chinesa para uma eco-
sua intervenção e favorecer a liberdade económica: nomia de mercado”;
ETHA12RQM @ Porto Editora
– “reduzir a carga fiscal sobre os rendimentos e diminuir – [científico-tecnológicos] progresso das “tecnologias da
os impostos”, de modo a promover a livre iniciativa, informação, comunicação e Internet”, que permitiu a “in-
“abrindo espaço para o investimento” gerador de riqueza; teração remota” dos negócios e a redução dos custos.
61
Págs. 74 e 75 provocado pelo surto pandémico da COVID 19 (identifi-
mundiais, quer pelo fluxo de comércio interno (4.100 bi- 1. O Tratado de Roma (1958), que estabelece, entre outros,
liões de dólares), quer pelo valor das suas exportações a livre circulação de capitais entre os países membros; o
(5900 biliões de dólares). Tratado de Maastricht (1992), que suprime definitivamente
DOC. 9
todas as restrições à circulação de capitais e cria as condi-
ções para a introdução de uma moeda única, em 1999.
1. Aspetos:
2. Objetivos:
A liberalização dos mercados na sequência da expansão
– estabelecer, até 2019, os fundamentos legais para a
do modelo económico neoliberal;
União dos Mercados de Capitais na União Europeia;
– a entrada em funcionamento da Organização Mundial
– facilitar o financiamento das empresas nos mercados
de Comércio, a partir de 1995;
de capitais europeus e além-fronteiras.
–a proliferação dos acordos bilaterais de comércio;
DOC. 12
– a criação de organizações regionais de comércio (UE,
NAFTA, ASEAN, MERCOSUL…); 1. Características:
– a entrada da China e dos países do antigo bloco comu- – empresa de grande dimensão;
nista nos circuitos mundiais do comércio. – constituída por uma “empresa mãe”, com sede num de-
2. Em 2008-2009: a crise financeira iniciada nos Estados terminado país, e uma ou mais filiais estrangeiras;
Unidos precipitou as economias desenvolvidas numa re- – pelo elevado volume de negócios, as empresas trans-
cessão; nacionais encontram-se cotadas nas Bolsas nacionais e
– 2020-2021: a pandemia da COVID 19 provocou a para- estrangeiras;
lisação de muitos setores económicos em todo o mundo – participam direta ou indiretamente do comércio mundial;
e o encerramento das fronteiras. – representam uma quota relativamente importante do
3. Bloqueio do comércio mundial, em 2019-2020, PIB nacional e mundial.
62
2. Consideram-se adequadas as respostas que respon- DOC. 16
dam corretamente aos itens da questão.
1. Problemas:
Doc. 15: um dos “contras” da resposta anterior;
Pág. 78
Doc. 16:
degradação do meio ambiente devido aos exces-
DOC. 13 sos da produção e do consumo (Doc. B);
1. As dificuldades financeiras da empresa e a falta de – agravamento das desigualdades sociais e entre países:
apoios do governo no país de origem (EUA); as condições “a fortuna acumulada por menos de 300 pessoas é igual
de baixo custo (espaços e equipamentos, matérias-pri- ao rendimento de 2 milhões de seres humanos”;
mas, mão de obra, trabalhadores especializados, acessi- – aumento da insegurança global: “terrorismo”; “crimina-
bilidade); os incentivos (“subsídios e apoios”) concedidos lidade”;
pelo governo chinês. – aumento da criminalidade financeira: “paraísos fiscais”;
DOC. 14 “branqueamento de capitais”.
2. Soluções:
1. O autor considera a transformação digital a 4.ª e última
revolução tecnológica equiparada, em temos de impor- – cooperação global (“pacto mundial”) para o desenvolvi-
tância, à revolução da imprensa e às 1.ª e 2.ª revoluções mento de uma globalização alternativa: “uma globalização
industriais (do vapor e da eletricidade, respetivamente), com rosto humano e um projeto de civilização escala plane-
na medida em que a sua expansão “impulsiona a produti- tária”, regida por “leis democráticas e instituições cívicas”;
vidade de todos os setores” e “permeia quase tudo o que – políticas de desenvolvimento sustentável “para a pre-
fazemos”: a produção, o comércio, o trabalho, informação servação do nosso ambiente”;
e comunicação… e até as relações sociais. – a redistribuição equitativa da riqueza “para a prosperi-
2. “[…] as vendas pela Internet já representam quase um dade e segurança dos povos”;
quinto do comércio a retalho […]”. – regulação eficaz do comércio mundial: “regulada por
leis democráticas e por instituições cívicas, a liberdade
Págs. 80 e 81 económica pode contribuir para a prosperidade e segu-
rança dos povos.”.
DOC. 15
3. A OMC acusada de favoreceu os países mais ricos: “que
1. Prós: ganhe o melhor” (Doc. 15); os governos e os líderes políticos
– crescimento exponencial das trocas e do volume do co- mundiais: “Um mundo que tolera paraísos fiscais […] e bran-
mércio à escala mundial; queamento de dinheiro “fora da lei”; as “grandes empresas”
– diminuição global da pobreza: “500 milhões de pessoas (multinacionais).
saíram da pobreza em 20 anos [1990-2010]”; 4. Fórum Social Mundial, as ONG, os movimentos da so-
– redução do número de países pobres, “passando de 55 ciedade civil.
em 1990 para 25 atualmente [2010]”.
Contras: Págs. 82 e 83
– agravamento das desigualdades internas: “A globaliza-
ção criou, portanto, novas exclusões visíveis […] no pró- Analisar… um texto longo
prio interior dos Estados.”; Os desafios da globalização
– crises financeiras com impacto global: “Novos pobres, 1. Neoliberalismo.
como os sem-abrigo, irromperam nos anos 90 nos países 2. d) o protecionismo.
pobres e, nos anos 2000, nos países ricos por causa da 3.
crise financeira.”;
Tópicos de resposta:
– agravamento do fosso entre países ricos e países po-
– organismo internacional, fundado em 1995, em substi-
bres: “[…] novas exclusões visíveis entre Estados […]” OU
tuição do GATT, para promover a cooperação entre os
entre os “países do Norte e países do Sul” (imagem);
Estados, que a liberalização mundial do comércio exigia:
ETHA12RQM @ Porto Editora
– as dificuldades dos países pobres em competir com os “A negociação prospera num ambiente aberto onde os
países mais ricos (imagem); participantes agem de boa-fé e são regidos por regras
– favorecimento das grandes multinacionais (“Export claras. Na ausência disso, as forças da globalização
Agro Business”) dos países mais ricos (imagem). podem transformar em conflito” OU “os países devem [...]
63
assumir o compromisso firme de não implementar políti- todos os países, mesmo os mais pobres, na economia mun-
64
– incumprimento das regras internacionais de comércio – degradação ambiental (desertificação, seca, degrada-
por parte das economias mais desenvolvidas prejudica, ção dos solos, escassez de água doce e a perda de biodi-
de forma mais aguda, as economias dos países em de- versidade);
senvolvimento: “[…] criar um ambiente regulatório mais – alterações climáticas;
propício para empresas e empreendedores, a fim de pro- – riscos de sobrevivência dos sistemas biológicos;
mover um crescimento maior e mais inclusivo.” OU “é ne-
– efeitos do aquecimento global.
cessário adotar regras internacionais para gerenciar a
2. [imagem 1]: Erradicar a pobreza (OU erradicar a fome;
abertura e a interdependência”;
OU trabalho digno e crescimento económico OU reduzir
– redução da diversidade cultural, pelo efeito da influên-
as desigualdades); alcançar os direitos humanos;
cia dos produtos e bens culturais difundidos à escala mun-
[imagem 2]: Igualdade de género e empoderamento das
dial pelas multinacionais e redes de comunicação ociden-
mulheres e raparigas (OU educação de qualidade); alcan-
tais: “Nenhum país do mundo hoje se pode isolar de bens,
çar os Direitos Humanos;
serviços, capitais, ideias ou pessoas estrangeiras”;
[imagem 3]: Ação climática (OU proteger a vida marinha e
– problemas sociais, como desemprego e empobreci-
a vida terrestre OU produção e consumo sustentáveis OU
mento, provocado pela deslocalização das empresas
cidades e comunidades sustentáveis).
para países que oferecem mão de obra mais barata; “os
trabalhadores que sofrem com o encerramento de fábri- 3. Identificação dos 17 ODS (discussão com os alunos).
cas na Europa ou nos Estados Unidos […]” DOC. 19
– exploração desenfreada dos recursos naturais e o cres-
1. “[…] construir respostas concretas com novos atores,
cente aumento das emissões de gases poluentes aumen-
novos métodos, novas formas de cooperação e reunir re-
tam os riscos ambientais, com repercussões mais graves
gularmente para ver em que pé estamos.”
nos países mais vulneráveis: […] o comércio deve gerar be-
2. Exemplos:
nefícios para todos […] até aos agricultores de subsistência
presos a economias informais na África e no Sul da Ásia”. – a cooperação internacional, durante a pandemia, per-
mitiu convencer os países desenvolvidos a partilharem as
suas vacinas, ultrapassando-se os milhares de doses ini-
cialmente prometidos (OU a cooperação dos países de-
senvolvidos permitiu vacinar o maior número possível de
MÓDULO 9 Unidade 2 (2.2.)
pessoas);
– a UNESCO, em articulação com organizações regionais
Págs. 84 e 85
de vários países, permitiu que milhões de rapazes e rapa-
DOC. 18 rigas de países pobres (sobretudo do continente africano)
1. pudessem frequentar a escola durante a pandemia (OU a
UNESCO continua a contribuir para garantir que milhares
Dimensão económica:
de crianças e jovens de países pobres tenham acesso à
– milhões de pessoas (10% da população mundial) conti-
educação).
nuam a viver na pobreza;
3. UNESCO; G7; G20; ONU.
– agravamento das desigualdades dentro de cada país e
entre países;
Págs. 86 e 87
– disparidades em termos de oportunidades, riqueza e
poder. DOC. 20
ETHA12RQM-5 65
2. Causas económicas: por razões de pobreza, são as po- mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) por ano,
66
2. “Nas nossas sociedades cada vez mais diversificadas, perturbar o funcionamento dos alvos, ou para o furto de in-
torna-se indispensável garantir uma interação harmoniosa formações confidências, com fins políticos ou comerciais.
[…] entre pessoas e grupos com identidades culturais ao 2. A criação de contas falsas na Internet, o roubo de iden-
mesmo tempo plurais, variadas e dinâmicas.” OU “Insepará- tidade, a pirataria de computadores constituem atos ile-
vel de um contexto democrático, o pluralismo cultural é pro- gais que configuram crime (cibercrime), e não de terro-
pício para os intercâmbios culturais e o desenvolvimento rismo. Porém, o facto de este crime ter perturbado o
das capacidades criadoras que alimentam a vida pública.” funcionamento normal das práticas democráticas, de ter
semeado a discórdia e o medo com objetivos de coagir a
Págs. 92 e 93 sociedade e atingir fins políticos, pode ser entendido
como um ato de terrorismo.
DOC. 25
DOC. 28
1. Motivação:
– retaliar contra a interferência militar dos EUA nas “terras 1. Os Estados Unidos e a Rússia mantêm-se como as prin-
sagradas do Islão”; cipais potências nucleares: os EUA possuem 5550 ogivas
nucleares, das quais 1750 estão instaladas e a Rússia
– humilhar a América;
6255 ogivas nucleares, das quais 1588 estão instaladas.
– vingar os milhares de muçulmanos “oprimidos” pelos
No conjunto, os dois países possuem 9950 orgivas nu-
americanos na Palestina e em muitos outros países do Islão.
cleares, cerca de 1/3 do total de armas nucleares existen-
– combater os infiéis (americanos) em nome de Alá. tes no mundo em 2021.
2. A transmissão em direto, por todos os canais de televi- 2. A partir de 1986 (chegada de Mikhail Gorbatchov à lide-
são do mundo, dos atentados do 11 de Setembro causou, rança da URSS) inicia-se o período de contenção nuclear,
no imediato, uma onda de comoção, de terror, de medo e mas é com o colapso da URSS e o fim da Guerra Fria
de insegurança; o atentado ao centro económico (Word (1990-1991) que se verifica a redução acentuada de armas
Trade Center, Nova Iorque) e ao centro nevrálgico do poder nucleares (64 099 em 1986, cerca de 9550 em 2010).
militar (Pentágono, Washington ) da maior potência mundial Entre 2010 e 2021, o número de ogivas nucleares instala-
alertou o mundo para a fragilidade da segurança internacio- das ou armazenadas estabilizou.
nal e deu início a uma política global de luta antiterrorista.
3. Efeitos:
Págs. 96 e 97
– aumento do número de intervenções militares dos EUA
DOC. 29
em vários países (Iraque, Afeganistão) para capturar os lí-
deres das organizações terroristas islâmicas; 1. “O IPBES indica que, das cerca de 8 milhões de espé-
– aumento do número de organizações filiadas da Al-Qaeda, cies que habitam o nosso planeta, um milhão está em
tornando a ameaça terrorista mais difusa e abrangente. risco de extinção e que 75% das áreas terrestres e 66%
das áreas marinhas se encontram degradadas.”
DOC. 26
2. À atividade humana porque os excessos de produção
1. Dispersão e aumento do número de atentados em todo e de consumo levam à exploração desenfreada dos re-
o mundo, com maior incidência e maior número de víti- cursos naturais e ao desrespeito pelos processos físicos
mas em países de maioria islâmica, nos continentes afri- e biológicos da natureza: “A pretexto do consumo, da
cano e asiático. procura de lucros imediatos e devido ao desrespeito
pelos processos físicos e biológicos, os seres humanos
Pág. 94 estão constantemente a agredir o ambiente que os sus-
tenta.”; “Neste momento, poder-se-ia pensar que o Homo
DOC. 27
sapiens, agora a espécie mais impactante do planeta, cui-
1. Argumentos: daria deste tesouro da biodiversidade como a menina
– o ciberterrorismo: utilização da Internet por organiza- dos seus olhos. Infelizmente, é o contrário.”
ções terroristas (recrutamento, treino, planeamento e inci- 3. Fatores:
tamento à prática de atos terroristas) ciberataques com “o
– contínuo aumento das emissões de gases;
ETHA12RQM @ Porto Editora
67
4. Consequências: – mobilização da sociedade civil em ações de defesa do
68
insulares congregam outros países vulneráveis, realizam Quioto – 1.° acordo jurídico para a redução global dos
fóruns preparatórios, procuram sensibilizar a opinião pú- GEE”; COP 21 (Cimeira de Paris), em 2015, aprovação do
blica e as organizações da sociedade civil para os seus Acordo de Paris – a comunidade internacional “estabe-
problemas e exercem pressão durante as negociações. lece um plano para limitar o aquecimento global abaixo
4. Objetivos: de 2 °C e atingir 1,5 °C até ao final do século” (Doc. A);
– vincular os países da União Europeia (UE) na ação climá- – o papel do secretário-geral das Nações Unidas, António
tica global de redução das emissões de gases poluentes; Guterres: a ação climática é uma das mais importantes li-
– tornar a UE no primeiro continente com impacto neutro nhas de ação da sua agenda (discursos, intervenções, visi-
no clima; tas, fóruns internacionais…): “O nosso planeta a afundar-se
(Doc. C2);
— promover a reconversão das economias da UE em
economias “verdes”, sustentáveis; – ação chefes de Estado dos países mais vulneráveis às
alterações climáticas na congregação de outros países,
– incentivar e apoiar projetos inovadores de transforma-
dando origem ao V20: “Nos meses que se seguiram, as
ção dos processos produtivos (“utilização de energias re-
ilhas juntaram-se a outros países vulneráveis para pressio-
nováveis, utilização de algoritmos”);
nar os seus pares”; no fortalecimento dos interesses dos
–incentivar e apoiar a transição verde das empresas e seus países nas negociações: “Durante uma reunião de
negócios. três dias, antes das negociações climáticas de Paris, os
5. Nos últimos anos, a consciência ecológica tem progre- chefes de Estado e os representantes da sociedade civil
dido e, por todo o mundo, a sociedade civil mobiliza-se, de 15 nações do Pacífico elaboraram uma lista de ques-
organizando manifestações e promovendo várias outras tões para as quais exigiam resposta nas negociações que
iniciativas com vista a pressionar os governos e empresas se aproximavam” (OU “Uma exigência era fundamental:
a alterarem as suas políticas e estratégias económicas; um novo pacto climático global deveria limitar a subida
durante as Cimeiras do Clima, milhares de pessoas ro- das temperaturas a mais de 1,5 °C até o ano 2100”); na
deiam os locais de reunião dos líderes internacionais mobilização da opinião pública e da sociedade civil: “Nas
exercendo pressão sobre as negociações; nos EUA, a de- ruas de Paris naquele dezembro, ativistas entoavam o re-
cisão do governo de abandonar o Acordo de Paris, em frão: “Um vírgula cinco para continuar vivo” (Doc. C1).
2017, originou uma onda de protestos por todo o país e, – ação da Comissão Europeia na vanguarda das iniciativas
em oposição à decisão do governo central, os governa- de ação climática e de defesa do ambiente através da pro-
dores dos Estados, os presidentes de câmara, os líderes moção de estratégias de desenvolvimento sustentável: “O
empresariais e os representantes das mais diversas orga- Pacto Ecológico Europeu não se limita às emissões. […] é
nizações da sociedade civil assumiram a liderança do uma nova estratégia de crescimento que devolve mais do
país nos compromissos do Acordo de Paris. que retira. […] Empresas de todo o nosso continente já
6. Introdução: Referência ao agravamento dos proble- estão a transformar a transição verde em oportunidades
mas ambientais como consequência dos modelos de pro- verdes e oportunidades de negócio (Doc. C3)”
dução e consumo da economia globalizada. Os impasses produzidos por decisões unilaterais
Tópicos de resposta: – lentidão dos programas e acordos em matéria de ação
Papel dos organismos internacionais climática: a 1.ª Conferência Mundial sobre o Clima reali-
– ação das Nações Unidas: liderança das primeiras inicia- zou-se em 1979, mas só em 1988 foi criado o IPCC, orga-
tivas internacionais para avaliar o estado do planeta e os nismo científico, cujos relatórios especializados fornecem
efeitos das alterações climáticas (“Conferência das Na- informações científicas sobre as alterações climáticas e
ções Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972; os seus impactos (Doc. A);
1.ª Conferência Mundial sobre o Clima, em 1979; a Cimeira – falta de consensos para a concretização dos acordos
da Terra em 1992); estabelecimento dos primeiros acor- aprovados: protocolo de Quioto foi aprovado em 1997,
dos internacionais de ação climática (Protocolo de Mon- mas só em 2005 se conseguiu a ratificação dos 55 países
treal, em 1987); criação de programas e organismos inter- necessários para a sua entrada em vigor (OU na Cimeira
nacionais especializados (PNUMA, IPCC, UNFCC (Doc. A)): de Copenhaga (COP 15), “as divergências entre os países
ETHA12RQM @ Porto Editora
– papel das COP como principal espaço discussão, nego- inviabilizaram o compromisso global quantitativo para a
ciação internacional para a aprovação de medidas con- redução de 2% das emissões de GEE”) (Doc. A);
cretas de combate às alterações climáticas: COP 3 (Ci- – primazia da política económica da ação governativa
meira de Quioto), em 1997, “aprovação do Protocolo de dos líderes de alguns dos países mais poluentes, que
69
descredibilizam os relatórios científicos e ignoram as evi- MÓDULO 9 Unidade 2 (2.3.)
– cívicas: o trabalho de Bordalo II (o tamanho, a espécie como Lisboa: centros de difusão de uma cultura globali-
representada, o local escolhido para a instalação, os ma- zada; espaços onde se evidenciam diferentes identida-
teriais utilizados) pretende consciencializar a sociedade des culturais que se expressam através da arte.
para os excessos da sociedade de consumo e o seu
71
Tópicos de resposta: – a Wikipédia, uma enciclopédia colaborativa, concebida
– Graffiti artístico: murais com utilização de vários mate- – as redes sociais, como o Facebook ou o YouTube, que
riais (stencil, aerossol, calçada, azulejo…) fornecem informação e permitem a qualquer pessoa a
criação e a partilha de conteúdos, de forma instantânea,
– instalações;
para o mundo inteiro.
– escultura;
2. Aspetos:
– dança.
– o trabalho: o computador e a Internet alteraram os pro-
Problemáticas abordadas
cessos produtivos, os métodos de comércio (comércio
– problemas sociais: “arte voltada para o povo, para a sua online) e permitiram o trabalho remoto (teletrabalho);
vida e as suas aspirações”: o trabalho, as dificuldades, as
– a cultura: Wikipédia, livros digitais, jornais, publicações
tradições e costumes (Doc A1, 2 e 3);
online, museus e bibliotecas virtuais, o YouTube (músicas,
– questões ecológicas e ambientais: a poluição, os mo- concertos, vídeos…) tornaram a informação acessível, in-
delos de produção e consumo; a destruição dos ecossis- dependentemente da hora ou do local onde se encontre;
temas; a degradação ambiental (Doc. B4); – as comunicações e as relações sociais: através de men-
– globalização cultural versus diversidade cultural: a re- sagens, chats, videochamadas, redes sociais é possível
cuperação dos aspetos distintivos da cultura (fado, casas comunicarmos em tempo real a qualquer hora em qual-
de fado, guitarra portuguesa, bairros populares, azuleja- quer local do mundo;
ria, calçada), realçando-se algumas das referências do – o entretenimento: plataformas de streaming, jogos on-
fado e da poesia portuguesas (Amália Rodrigues, a Se- line, redes socias vieram alterar a forma como ocupamos
vera, Fernando Maurício, poetisas portuguesas) (Doc. A3; o tempo livre.
Doc. B1, B2 e B3);
3. Atividades:
– valorização do papel da mulher: trabalhadora, artista,
– Comunicação: videochamadas, mensagens, partilha de
poeta (Doc. 2A);
vídeo, músicas, imagens, reuniões online;
– integração dos migrantes: o racismo (a mulher negra
– comércio online: publicidade, aquisição e venda de
com máscara de branca); as dificuldades de sobrevivên-
bens e serviços;
cia (rap da Capicua).
– entretenimento: ver vídeos, assistir a concertos, ouvir
Aspetos que evidenciam o seu carácter cívico
música.
– carácter interventivo ou de crítica social: dificuldades
4. Oportunidades:
dos migrantes (“Por que o metro, comboio, o autocarro/
Podem-nos faltar à gente/ Mas não a gente ao trabalho”); – desenvolvimento da inteligência artificial (IA): “[…] à me-
o consumismo (Doc. B4); as desigualdades sociais (Empre- dida que Internet se vai incorporando gradualmente em
gada da limpeza/Só mais uma que de longe vê/ a impo- todos os objetos da vida quotidiana, que se vão tornando
nência imperial”); cada vez mais “inteligentes”;
– consciência ecológica: reciclagem, proteção das espé- – eficiência das equipamentos e dos serviços facilitam as
cies (Doc. B4); atividades do dia a dia, o trabalho e os negócios, e tor-
nam os serviços mais eficientes: “Um frigorífico que enco-
– preservação do património cultural material: urbanismo
menda as suas compras, uma balança que mostra as suas
tradicional (calçada, azulejo, bairros populares) e imaterial
curvas de peso no seu smartphone, os ténis que lhe mos-
(o fado, casas de fado, a poesia, a dieta portuguesa –
tram o trajeto, calculam o seu desempenho desportivo”;
“pão e vinho sobre a mesa”).
OU “Redes de todos os tipos estão cada vez mais interli-
gadas (transporte, distribuição de energia, administra-
Págs. 110 e 111 ção), a fim de facilitar a gestão”.
DOC. 39 Desafios:
1. Evidências: – falta de privacidade OU a exposição da vida privada: “e
– a Internet, ao contrário dos restantes meios de comuni- publicam-no no Facebook”;
cação (rádio, televisão, jornais), é um meio de comunica- – aumento do fluxo de dados pessoais armazenados
ção interativo: “fornece e recebe informação”; “produzem cada vez mais dados; fluxos de dados de ali-
mentação de informação”;
72
– utilização ilegal dos dados pessoais para diversos fins 2. Argumentos:
(comerciais, políticos, estatísticos…): “modelo negócio – melhora as competências digitais;
que fornece serviços de computação na nuvem para ou- – facilita a gestão das atividades do dia a dia;
tras empresas”;
– promove a inclusão;
– ameaças à segurança pessoal e dos Estados (ciber-
– facilita o trabalho;
crime e ciberterrorismo): “A segurança destes sistemas
– facilita o acesso à informação;
de informação constitui o grande desafio que se coloca
ao bom funcionamento das nossas sociedades e à segu- – facilita o acesso aos serviços do Estado;
rança dos Estados”. – contribui para uma utilização ética e responsável das
tecnologias digitais;
Págs. 112 e 113 – permite a utilização segura da Internet;
DOC. 40
– ajuda a prevenir os ataques informáticos e o cibercrime;
– contribui para o desenvolvimento pessoal e das ativida-
1. Tim Berners-Lee foi criador da WWW, quando traba-
des económicas;
lhava com engenheiro de software na CERN.
– promove o desenvolvimento de uma sociedade mais
2. Argumentos:
livre e participativa.
– a Internet é, atualmente, uma tecnologia imprescindível
ao desenvolvimento: “é conhecimento, é oportunidade, é
Págs. 114 e 115
empoderamento”;
– a falta de acesso à Internet e a iliteracia digital constituem DOC. 42
fatores de desigualdade no acesso aos direitos: “ 3,5 mil 1. Art.º 4º - a) Todo o animal pertencente a uma espécie sel-
milhões de pessoas ainda não têm acesso à Internet”; vagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente
– o acesso à Internet segura contribui para o desenvolvi- natural, terrestre, aéreo ou aquático, e a reproduzir-se.
mento sustentável: “O acesso à Web constitui um pré-re- 2. A Declaração dos Direitos dos Animais:
quisito para muitos dos Objetivos de Desenvolvimento – suscitou o debate público para a causa animal, “ati-
Sustentável – desde apoiar a educação e reduzir as desi- vismo pelos direitos dos animais” (Doc. D);
gualdades, impulsionar o crescimento económico e me-
– fez multiplicar as associações de defesa dos animais
lhorar os resultados de saúde.”
(Doc. C e D);
3. Evidências:
– favoreceu o progresso da legislação de defesa da dig-
– agravamento das desigualdades: de desenvolvimento nidade animal (Doc. D).
(“3,5 mil milhões de pessoas ainda não têm acesso à Inter-
– impulsionou o aparecimento de partidos de defesa dos
net. […] sobe para 52% nos países menos desenvolvidos do
direitos dos animais (Doc. C)
mundo”); de género (“os homens têm 21% mais probabilida-
3. Progressos: o ativismo na defesa dos direitos dos ani-
des de estar online do que as mulheres”); de acesso aos
mais tem aumentado (Doc. D); OU a causa animal foi intro-
direitos (na Europa, 43% dos cidadãos não têm as compe-
duzida nos programas dos partidos políticos (PAN – Pes-
tências digitais necessárias para usar a Internet…”) (Doc. A);
soa – Animais – Natureza) (Doc. C); OU os progressos na
– ameaça aos direitos de privacidade: “A empresa holding
legislação de proteção dos direitos dos animais (“Desde
proprietária do Google utiliza os dados que o motor de
2014 que o código penal português prevê a criminaliza-
busca está continuamente a acumular […]. Sabemos onde
ção dos maus-tratos dos animais”) (Doc. D).
está, sabemos onde esteve, sabemos mais ou menos o
Apesar da maior consciência animal e dos progressos le-
que está a pensar” (Doc. B);
gislativos "as condenações têm sido sucessivamente
– ameaças à liberdade: é nos países com regimes autori-
anuladas pelo tribunal Constitucional" porque a lei não
tários (Rússia, Cazaquistão, Mianmar) que os bloqueios à
tem cobertura na Constituição".
Internet são mais frequentes e constituem uma forma de
censura (Doc. C). DOC. 43
ETHA12RQM @ Porto Editora
DOC. 44 DOC. 46
1. Em 1993, o fim da Guerra Fria criava a expectativa da 1. Os direitos políticos (de participar na vida política, de se
paz, da cooperação entre as nações: “mais de 7000 pes- habilitar a um cargo eletivo, de oposição ideológica) e
soas participaram na Conferência Mundial sobre Direitos civis (reunião, associação) e a liberdade de expressão são
Humanos de Viena” OU da promoção do desenvolvi- frequentemente limitados em regimes autocráticos, mas
mento, da democracia e dos direitos humanos: “[…] A também nos Estados islâmicos (como Afeganistão, Irão,
Conferência de Viena […] acabou por conduzir à adoção Arábia Saudita…). Nos países muçulmanos, os aspetos
do Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, So- culturais e religiosos limitam, particularmente, os direitos
ciais e Culturais. […]” OU “A Declaração e Programa de das mulheres.
Ação de Viena […] afirmou claramente que os direitos hu-
manos são universais, indivisíveis, interdependentes e in- Pág. 118
ter-relacionados, e comprometeu os Estados a promover
DOC. 47
e a proteger o conjunto dos direitos humanos para todos”.
No entanto, eram ainda anos de incerteza: (“Existiam di- [Licitude do direito dos Direitos Humanos] Enquanto
vergências em muitos domínios; pareciam profundas e para os líderes políticos e religiosos do Irão, a Declaração
potencialmente intransponíveis”); os conflitos persistiam: Universal dos Direitos Humanos é uma construção ideo-
“a menos de um dia de viagem do Centro Internacional lógica ocidental, “formulada a partir de valores próprios
de Viena onde se realizava a Conferência, os conflitos da civilização ocidental, estranha ao mundo muçulmano”,
ocorriam na ex-Jugoslávia”. e por isso carece de legitimidade, para os representantes
2. Evidências: da ONU, a licitude da Declaração Universal dos Direitos
Humanos advém do facto de esta resultar das “contribui-
– adoção do Pacto Internacional sobre os Direitos Econó-
ções feitas por homens e mulheres de todo o mundo”, e
micos, Sociais e Culturais;
por isso entendida como “uma declaração de direito in-
– aprovação por unanimidade da Declaração e Programa
ternacional consuetudinário” e “autorizada de obrigações
de Ação de Viena, que afirmou claramente que os direi-
ao abrigo das disposições da Carta das Nações Unidas”.
tos humanos são universais, indivisíveis, interdependen-
[Tutela dos Direitos Humanos] Enquanto para os líderes
tes e inter-relacionados;
políticos e religiosos do Irão, a dignidade dos seres huma-
– compromisso de todos os Estados na promoção e pro-
nos é tutelada pela Sharia, “a Lei revelada cujas principais
teção do conjunto dos direitos humanos para todos.
fontes são o Alcorão e a Sunna, a tradição do Profeta
3. A Declaração de Viena contribuiu para novos avanços Maomé”, à qual os muçulmanos devem obediência, para
no âmbito da igualdade: dos direitos económicos, sociais os representantes da ONU, a dignidade dos seres huma-
e culturais – “adoção do Pacto Internacional sobre os Di- nos é salvaguardada pelo direito internacional, uma vez
reitos Económicos, Sociais e Culturais”; dos direitos das que a Declaração Universal dos Direitos Humanos é “uma
mulheres – “os direitos das mulheres foram indiscutivel- declaração autorizada de obrigações ao abrigo das dispo-
mente, e de uma vez por todas, reconhecidos como Direi- sições da Carta das Nações Unidas”, que foram “afirma-
tos Humanos”; reforçou a universalidade dos direitos hu- das e adotadas em constituições de países de todas as
manos: “afirmou claramente que os direitos humanos são regiões e em tratados juridicamente vinculativos”.
universais, [...] e comprometeu os Estados a promover e a
[Violação dos direitos humanos] Para os líderes políticos
proteger o conjunto dos direitos humanos para todos
e religiosos do Irão, não existe violação dos Direitos Hu-
[onde se incluem as minorias].”
manos porque “antes de serem titulares de direitos, os
DOC. 45 muçulmanos têm deveres para com Deus e para com os
1. O ACNUR (Alto Comissariado da ONU para os Refugia- demais membros da comunidade de fiéis”, pelo que “os
dos) tem desempenhado um importante apoio humanitá- direitos à vida e à dignidade pessoal podem ser sacrifica-
rio (abrigo, alimentos, cuidados médicos) e jurídico aos dos em homenagem ao interesse comunitário”; já para a
ONU, tais situações constituem violações dos Direitos
74
Humanos, porque a “universalidade é a pedra angular do 3. Porque o desenvolvimento do país não se revelou sufi-
direito dos Direitos Humanos” e “nem a categoria cultural ciente para eliminar o fosso que o afastava das médias
nem o estatuto político podem justificar a isenção da pro- comunitárias.
teção dos direitos”.
Págs. 124 e 125
DOCS. 3e4
75
Banco Central Europeu, que provocaram a diminuição banca portuguesa, tornando o crédito mais acessível às
– Escolher dois efeitos: o estímulo à iniciativa privada, ao – Os riscos da deslocalização das empresas por parte
empreendedorismo e, consequentemente, à economia de das multinacionais, com o inevitável desemprego.
mercado (Doc. 6B); o incremento dos negócios bolsistas ou – A concorrência de outras economias, como a chinesa.
da Bolsa de Valores (Doc. 6B); a obtenção de receitas para 4. De 1996 a 2010, o saldo da balança comercial portu-
o Estado (Doc. 6B); a melhoria das acessibilidades, comuni- guesa é negativo, o que se pode explicar por:
cações e telecomunicações (Docs. 6C e 7); a dinamização da – enorme influxo de capital estrangeiro para Portugal,
construção civil (Doc. 7); o crescimento do setor dos servi- que financiou famílias no consumo, contribuindo para o
ços (Doc. 6C); a dinamização económica (Docs. 6B, C e 7). acréscimo de importações;
– falta de uma produção competitiva de bens devido ao
Págs. 128 e 129 universo empresarial ser constituído predominantemente
DOC. 8 por pequenas empresas, o que conduz a um acréscimo
das importações sobre as exportações.
1.
5. O saldo negativo da balança comercial portuguesa, de
– A PAC obrigou Portugal a reduzir a exploração e a pro-
1996 a 2010, teve como efeito nas contas públicas, no
dução agrícola; Portugal destruiu a sua agricultura; a po-
mesmo período:
pulação ligada à agricultura diminuiu.
– uma diminuição das receitas públicas, contribuindo para
– Portugal só destruiu explorações e produções que não
o défice orçamental e o crescimento da dívida pública.
tinham valor do ponto de vista agrícola; a agricultura não
era um setor vital para a economia, pois só contribuía
Pág. 130
para c. de 9% do PIB; apostou-se em produções agrícolas
de maior qualidade e maior valor acrescentado; criaram- DOC. 13
-se condições para outro tipo de empresários, o que per-
1. Escolher dois:
mitiria uma agricultura mais moderna e competitiva.
– acréscimo de despesas com projetos de obras públi-
2. Contexto resultante da integração do Mercado Único ou
cas;
Mercado Interno, criado em 1993, que se baseava no livre
– acréscimo de despesas com a nacionalização do BPN;
comércio de bens, serviços, pessoas e capitais. Na ausên-
cia de protecionismo conferido pelas taxas alfandegárias, – acréscimo de despesas com aumento salarial (do fun-
Portugal sofreu os embates da concorrência comunitária. cionalismo público);
– acréscimo de despesas com a importação de automó-
DOCS. 9 a 12
veis.
1. 2. O aumento do desemprego e a emigração, especial-
– Investimento direto de uma multinacional, a Volkswagen, mente de jovens.
num projeto industrial de produção automóvel (Doc. 9A).
– Colocação de capitais (fundos de investimento) na
76
Pág. 131 5.
Transformações operadas na economia portuguesa pela
Analisar… um gráfico integração europeia, de 1986 a 2013 (escolher três):
A produção e o consumo em Portugal e na União Euro-
– Maior convergência económica com a Europa comuni-
peia (1986-2013): uma comparação
tária (UE:28), através da elevação do PIB e do consumo
1. a) 1988 a 1992. per capita, verificando-se, no gráfico, o maior crescimento
2. até 1992 (o PIB e o consumo per capita elevam-se mais
1986 – Entrada de Portugal nas Comunidades Europeias de 10% na aproximação à média comunitária entre
OU Entrada em vigor do Tratado de Adesão de Portugal 1986/88 e 1992);
às Comunidades Europeias. – Acesso a avultados fundos comunitários e programas
1992 – Assinatura do Tratado de Maastricht, com Portugal de aplicação desses fundos (Quadros Comunitários de
a fazer parte da União Europeia e a aceitar as regras da Apoio e QREN), destinados às infraestruturas, às empre-
União Económica e Monetária, tendo em vista a adoção sas, à qualificação da mão de obra e aos vários setores
do euro. da economia;
2011 – Pedido de resgate financeiro por Portugal e che- – Investimento em infraestruturas e grandes obras públicas;
gada da Troika ao país. – Crescimento das exportações de bens;
3. d) pelos efeitos do mercado único, da integração na – Expansão das pequenas e médias empresas;
zona euro e do alargamento comunitário. – Privatização de empresas, para que o país permitisse a
4. De 2009 até 2013, é notória no gráfico uma brusca re- livre iniciativa privada e o florescimento da economia de
dução do consumo e do PIB per capita relativamente à mercado;
média comunitária. Para tal contribuíram os seguintes fa- – Integração no Mercado Interno ou Mercado Único
tores (escolher dois): (1993), ficando o país sujeito às regras da livre concorrên-
– Crise dos mercados financeiros (dos EUA e da zona cia comunitária;
euro) vivida desde 2008 ou recessão mundial; – Adesão à moeda única ou ao euro (1999), com a obriga-
– Dificuldade de competição das empresas portuguesas ção de o défice orçamental não ultrapassar 3% do PIB e
(na sua maioria pequenas e médias empresas) no que se de a dívida pública não exceder 60% do PIB;
refere à produção de bens e serviços, que se fazia sentir – Afluxo de capital estrangeiro, através de investimentos
desde o início do terceiro milénio com a adesão ao euro, de multinacionais e de aplicações na banca;
o alargamento comunitário a Leste e a marcha da globali- – Facilitação do crédito, através de uma política de juros
zação (integração da China, da Índia e do Sudeste Asiá- baixos;
tico nos circuitos mundiais);
– Redução da inflação.
– Deslocalizações de empresas ou fábricas e o inevitável
Dificuldades surgidas na economia portuguesa na sequên-
desemprego.
cia da integração europeia, de 1986 a 2013 (escolher três):
– Contínuo excesso de consumo sobre a produção, o
– Crescimento do consumo per capita sempre mais ele-
que acarreta mais despesas com as importações e mais
vado que o do PIB per capita – como evidencia o gráfico-,
endividamento do Estado; ou despesismo e endivida-
precisando esse consumo de ser satisfeito com o recurso
mento do Estado português;
crescente às importações, o que significou despesas
– Elevada dívida pública pelo acumular dos défices orça- acrescidas para o Estado e seu endividamento;
mentais, derivados do acréscimo das despesas do Es-
– Endividamento privado das famílias, que assentaram
tado e da diminuição das respetivas receitas.
muito do seu consumo no recurso ao crédito, facilitado
ETHA12RQM @ Porto Editora
77
UE dos países de Leste, onde a mão de obra era mais 15 e 16
78
situação familiar, situação económica, estado de saúde, – Problemas relacionados com as alterações climáticas:
deficiência, estilo pessoal e formação”. crescimento das emissões de CO2, um gás responsável
– De acordo com a Carta para a Diversidade, assinada pelo “efeito de estufa” ou aquecimento global que
pelas entidades empregadoras, estas comprometem-se a ameaça a Terra, os ecossistemas e a humanidade.
assegurar a igualdade de oportunidades no acesso ao – Problemas relacionados com as migrações: existência
emprego, às condições de trabalho, à remuneração sala- de migrações ilícitas, isto é, de redes de tráfico que explo-
rial e à progressão nas carreiras, pondo fim a qualquer ram os migrantes e colocam a sua vida em risco; miséria e
tipo de discriminação. subdesenvolvimento que grassam nos países de origem
dos migrantes e os conduzem à fuga.
Págs. 136-137 4. Qualquer um dos três políticos portugueses exempli-
fica o protagonismo de Portugal em instituições interna-
Dossiê cionais.
Portugueses na política europeia e mundial Primeiro, porque foram escolhidos pela comunidade in-
1. Escolher dois: ternacional para altos cargos: Freitas do Amaral para Pre-
– Portugal era reconhecido na ONU, em 1996, pelo seu sidente da Assembleia Geral da ONU; Durão Barroso
êxito na transição da ditadura para a democracia e por ter para Presidente da Comissão Europeia; António Guterres
“feito a descolonização de acordo com os princípios e re- para presidir ao Alto Comissariado das Nações Unidas
soluções da ONU”; para os Refugiados e, depois, para secretário-geral das
próprias Nações Unidas.
– A diplomacia portuguesa sobressaiu na ONU pela sua
competência e eficácia; Segundo, porque abraçaram causas meritórias, como
sejam as causas ambientais e dos direitos humanos, com
– Como membro da Europa comunitária há uma década,
a defesa das mulheres, dos refugiados e o combate à
Portugal beneficiou da consideração com que esta insti-
pobreza.
tuição era encarada na ONU, nomeadamente pela capa-
cidade “em fazer a ponte e negociar soluções de com-
promisso” entre os EUA e o Terceiro Mundo.
2.
MÓDULO 9 Unidade 3 (3.2)
– A União Europeia estaria habilitada a liderar a globaliza-
ção porque era, desde há décadas, uma instituição supra-
nacional, com experiência “na implementação de regras Págs. 138 e 139
e instituições supranacionais” e na “cooperação suprana- DOC. 19
cional transfronteiriça”.
1. A União Europeia, os países da CPLP, na qual se in-
– A União Europeia estaria habilitada a liderar a causa dos
cluem os PALOP e a Área Ibero-Americana.
Direitos Humanos, porque o seu próprio projeto se baseia
2. O passado histórico comum e a Língua Portuguesa.
em valores caros à Humanidade, “valores de paz, de liber-
dade, de justiça e de solidariedade”; porque a União Euro- DOC. 20
peia é, além de um “projeto económico”, uma “Europa de 1. Jaime Gama propunha a criação de uma comunidade
cidadãos” que possuem “direitos […] proteção e oportuni- tricontinental que agrupasse os países de língua oficial
dades”, uma Europa que beneficia da “diversidade cultu- portuguesa. A sua ideia concretizou-se 13 anos, depois
ral” que contém, uma Europa que une os povos. em 1996, na constituição da CPLP (Comunidade dos Paí-
3. ses de Língua Portuguesa).
– Problemas relacionados com a globalização: aumento 2. A Guiné Equatorial foi o último país entregar a CPLP,
da desigualdade pela concentração em poucos (8 pes- em 2014. Para fazer parte desta comunidade o Estado
soas) de tanta riqueza como a que possui a metade mais comprometeu-se à adoção e utilização efetiva da língua
pobre da humanidade; a evasão fiscal, o branqueamento portuguesa e a abolir a pena de morte.
ETHA12RQM @ Porto Editora
e os fluxos ilícitos de capitais para os paraísos fiscais, por 3. A cooperação político-diplomática: “O órgão máximo
exemplo, fazem com que os recursos e a riqueza mun- da CPLP, a Conferência de Chefes de Estado de todos
diais sejam monopólio de uns poucos, impedindo o pro- os Estados-membros”; cooperação económica: “Reco-
gresso dos países em desenvolvimento. nheceram a necessidade de dotar a CPLP de uma es-
tratégia sobre a cooperação económica e empresarial”;
79
cooperação cultural: “aprovação [do] Plano Estratégico Pág. 140
peia para projetos inovadores (“hoje temos projetos de 1. A Ibero-América é a “única comunidade internacional
cerca de 400 milhões de euros [parte destas verbas vêm de base linguística que se funda em duas línguas, o espa-
da União Europeia]”), no âmbito da cultura: “Procultura [...] nhol e o português”.
que tem como objetivo empoderar os agentes culturais de
2. A presença de Portugal na área ibero-americana contri-
artes destes países [CPLP]”; da formação de recursos hu-
bui para reforçar a dinâmica entre a Europa e a América
manos: “o REFTOP, na área da formação profissional”; do
Latina e “potencia a triangulação euro-americana-afri-
desenvolvimento sustentável: “FRESAN, um projeto sobre
cana” como resultado da interação de Portugal e do Bra-
segurança alimentar e combate à seca no Sul de Angola”.
sil com os países africanos da CPLP”.
80